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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 332 | JULHO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 332 | JULHO DE 2017

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“A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação efetiva na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo,

colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento” [Dom José Lanza Neto, Centenário Diocesano]

A Igreja de Cristo é formada por muitos membros, todos eles de fundamental importância para a

concretização do Reino de Deus. Nesta edição recordamos os 10 anos de dom José Lanza Neto na Diocese de Guaxupé.

O espírito de comunhão que une bispo, clérigos e leigos é a mola propulsora que torna possível a caminhada pastoral na dio-cese. Sob a orientação do bispo, que age na missão de Cristo-Cabeça, o Corpo de Cristo perpetua a missão de Jesus de Na-zaré ao encontrar no ministério episcopal a orientação para seguir em frente diante dos desafios e das vicissitudes da história.

“Mediante o Batismo, todos os cristãos são chamados a participarem do sacerdó-cio comum e a serem membros do corpo místico de Cristo, isto é, a viver de forma in-divisível com ele”. Com essa reflexão a par-tir da compreensão mistagógica da Igreja, podemos compreender como o Espírito unifica todos os ministérios e as vocações para a construção do Reino de Deus.

Assim, três testemunhos inspiram esta edição. O primeiro deles é do nosso bispo na Voz do Pastor que reflete sobre a expe-riência de colocar-se à frente de uma Igreja Particular e, ao mesmo tempo, aprender com ela. A missão de educar partindo va-

lores autênticos é apresentada por uma religiosa que dedica a sua vida ao carisma da educação. O terceiro testemunho de fé será de um leigo de Paraguaçu que cons-ciente da tarefa cristã de ser sal e luz no mundo se lança nas instituições públicas como representante do povo.

Você poderá conhecer também um pouco mais da trajetória da equipe dioce-sana de Catequese, assim como o itinerá-rio para a apresentação do novo Diretório Diocesano de Catequese que se mantém como uma referência para o processo de Iniciação Cristã, assunto em pauta na Igreja do Brasil.

editorial

voz do pastor

expediente

Há dez anos, chegava à cidade epis-copal de Guaxupé, com grande an-siedade sobre como seria a cidade e

mesmo a diocese em suas dimensões pas-toral, eclesial e geográfica. Num primeiro momento, fui surpreendido pela dimensão geográfica e, por isso, fui auxiliado pelo então diácono João Batista com o objetivo de percorrermos a diocese, realizando uma visita rápida às paróquias. Em três meses, visitei todas as paróquias, além de ser um período intenso de crismas.

Fui bem acolhido por todos e sentia a alegria de todos ao receber o novo bispo. Percebi, ainda, certa tristeza pela perda trágica de Dom José Mauro. Fui me adap-tando aos poucos e tomando conhecimen-to da realidade pastoral que, por sinal, foi bem conduzida pelos coordenadores de pastoral, com um grande empenho por parte de padres e leigos.

É perceptível a reflexão acompanhada

de objetivos. Diria que se sente certa pre-ocupação em ser uma Igreja “pé no chão”, sempre fundamentada a partir das Diretri-zes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Quanto à eclesialidade, reina uma busca constante de ser uma Igreja sinodal, tão bem estruturada em seus conselhos e dinâmica em sua ação.

Fui caminhando, observando; hoje per-cebo que frutos são colhidos por causa do empenho de todos. Nesses dez anos que se passaram, sou grato, feliz e realizado por tantas vocações, já foram ordenados por mim mais de 60 padres, entre diocesa-nos e religiosos. Vi o despertar de muitos leigos que se formaram e percebi o surgi-mento de lideranças e pessoas bem prepa-radas para evangelizar.

Os padres, sempre solícitos, por isso realizamos as Santas Missões Populares. Creio que tivemos um ganho enorme, nos-sas comunidades de certa forma se renova-

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorSÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDouglas RibeiroJane Martins

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

DEZ ANOS DE CAMINHADA

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

ram, ouve um despertar por parte de todos: padres, leigos, comunidades, paróquias e setores. Um verdadeiro movimento no in-terior de nossas comunidades.

Poderia destacar o meu desejo, junta-mente com o clero, de implantar o diaco-nado permanente e o tribunal eclesiástico de primeira estância. A Mitra se encontra organizada. Ainda é sonho o bom funcio-namento do setor patrimonial e jurídico, dando estabilidade e garantia para todos.

Neste ano mariano dos 300 anos do encontro da Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no rio Pa-raíba do Sul, nós nos sentimos amparados e fortalecidos por nossa Mãe Aparecida.

Que Deus Pai, bondoso e misericordio-so, seja sempre nosso amparo e proteção. Que nossa Igreja Diocesana tenha a marca deste Pai, e sob a materna intercessão de Nossa Senhora das Dores, caminhe sempre na harmonia e na paz.

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Uma década se passou e as conclusões da Quinta Conferência dos Bispos Latino-americanos e

do Caribe ainda são ressonantes e atuais quanto ao modo de se fazer pastoral, em nossa reflexão e debate teológico. Ao reler o documento, tem-se a impressão de que se está diante de diagnóstico inusitado e um prognóstico efetivamente viável. As duas expressões marcantes - discípulos missionários e conversão pastoral – emolduram o conteúdo do precioso documento que ilumina a Evangelização no Brasil, na América Latina e no Caribe e, inclusive, no restante do mundo.

A figura do bispo nunca foi tão eviden-ciada como na eleição do Papa Francisco. Podemos recordar, entre as diversas parti-cularidades de sua apresentação, o gesto de dar ênfase à sua escolha como bispo de Roma. Tal ação nos lembra que o título de papa, conferido a ele, é devido à sua su-cessão à cátedra de Pedro e da Igreja Parti-cular de Roma. E sua missão é de governar, reger e erguer o corpo místico de Cristo, a Igreja.

Tríade de edificação já percebida des-de a Igreja do período apostólico, na qual os Apóstolos, desejosos que a missão in-cumbida a eles perpetuasse na história, de maneira cuidadosa, colocam os ministérios a serviço da Igreja nascente e do povo, dentre os quais a função episcopal ocu-pava lugar de destaque. Eles eram encar-regados de uma comunidade local. Suas ações diante da comunidade aconteciam por meio da colegialidade e sua eleição acontecia com auxílio da comunidade local

Composta por quatro capítulos, esta obra propõe reflexão inédita, fruto de experiência pessoal, sobre

uma figura institucional muito citada na imprensa, mas talvez não tão conhecida.

Os escritos do cardeal jesuíta italiano, falecido em 2012, arcebispo da arquidio-cese de Milão por duas décadas, revelam como o bispo vive concretamente.

Ele descreve as relações do bispo com as pessoas com quem tem contato, como passa os diversos momentos de seu dia,

e imposição das mãos. Sabe-se por meio da Didaché, documento do primeiro século da Era Cristã, que o epíscopo deve ser um modelo e ter um testemunho de vida se-gundo o Evangelho (cf. 1Tm 3, 2-7; 2 Tm 2, 24-26) e guardar o depósito da fé (cf. 1Tm 6, 20; 2Tm 1, 12-14). Tais preocupações se dão pelo fato de uma possível interpretação do termo episkopé como a “visita de Deus” (2 Pd 2, 12), portanto o epíscopo tinha a im-portante missão de manter a comunidade na graça suprema da visita de Deus.

Nesta perspectiva de a comunidade re-ceber a visita de Deus por meio do epísco-po, o Concílio Vaticano II irá fundamentar a figura do bispo em quatro perspectivas: em relação ao seu serviço pastoral; a ordena-ção episcopal confere a plenitude do sacra-mento; o exercício do tríplice ministério da palavra, dos sacramentos e do pastorado; e o colegiado dos bispos tendo o sucessor de Pedro à frente (cf. LG 23-27)

Havendo os desdobramentos destas di-mensões no decreto Christus Dominus, no qual se lembra que Cristo veio para salvar--nos dos pecados e santificar os homens. Confere o envio desta missão também aos apóstolos de ontem e de hoje, que a abra-çam por meio da consagração. Consagra-ção sacramental que os coloca em comu-nhão com o sucessor de Pedro e todos os outros sucessores dos Apóstolos. Cabendo a cada um edificar o corpo místico de Cristo na sua Igreja Particular por meio do múnus de santificar, reger e apascentar todo o povo de Deus a ele confiado, podendo con-tar com seus colaboradores presbíteros, di-áconos e religiosos.

Assumindo, as-sim, a tão necessária urgência de sempre: comunicar eficazmen-te o Evangelho. Cada um no seu ministério e carisma. Sendo o bis-po aquele que, como o maestro, diante das riquezas de sua Igre-ja particular, é capaz de articular para que toda movimentação eclesial expresse e plenifique a fé, a es-perança e a caridade. Articulação que se dá por meio dos dons hierárquicos que ele recebeu do próprio Cristo para governar e vigiar a Igreja local para uma eficácia da evangelização com o auxílio dos dons ca-rismáticos, aqueles que expressam de maneira clara o cha-mado de cada cristão à santidade, à mis-são, à fé católica e ao testemunho.

Concluímos, portanto, como afirma o instrumentum laboris da 10ª Assembleia do Sínodo dos Bispos, “que o bispo sólido na ‘fé é a figura do firme fundamento das coisas que se esperam e uma demonstra-ção das que não se veem’ (Hb 11,1), tendo

opinião

para se aprofundar

BISPO: VISITA DE DEUS NAS COMUNIDADES DE ONTEM E HOJE

O BISPO

sempre à disposição a fazer progredir seu povo, como Israel no deserto, imagem viva da Igreja peregrina no tempo e com o olhar fixo no Cristo, autor e aperfeiçoador da fé, e sustentado pela plêiade das testemunhas da fé e da esperança possa se tornar uma testemunha crível da fidelidade de Deus em todo tempo”.

Por Luciano Nascimento, seminarista – Teologia

Assessoria de Comunicação - Paulus

seus principais compromissos. Mostra a fi-gura do bispo em contato com o povo.

Como alguém se torna bispo? Quais as primeiras coisas que ele deve fazer? Quais as dificuldades? Que perfil deveria ter hoje? Esta e outras questões são respondidas na obra que também narra relações amigá-veis, críticas ou polêmicas com crentes e não crentes, chegando a características que tornam o bispo capaz de viver e de anunciar o Evangelho no mundo pós-mo-derno.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Atentos aos apelos da ação missionária no Brasil, os seminaristas da Província Ecle-siástica de Pouso Alegre participaram da For-mação Missionária de Seminaristas (Formise) Provincial, entre os dias 26 e 28 de maio no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora Auxiliadora.

O encontro reuniu 120 seminaristas da ar-quidiocese de Pouso Alegre e das dioceses de Guaxupé e da Campanha, sob a asses-soria de padre Henrique Neveston, coorde-nador diocesano de pastoral da Diocese de Guaxupé.

Padre Henrique Neveston, em suas as-sessorias, apresentou os três “resgates” im-portantes para o missionário: o resgate do conceito de pessoa; o resgate da mística; e o resgate da definição “Igreja em saída” no de-creto Ad Gentes. Padre Henrique apresentou

No dia 27 de maio, cerca de 60 comunicadores de toda a Diocese se reuniram na Cúria Diocesana, em Guaxupé, para o Encontro Diocesano de Co-municação. Evento que ocorre anualmente e é promovido pela Pastoral da Comunicação.

O encontro apresentou a te-mática do 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, “Não te-nhas medo, que eu estou conti-go”, a partir da fala do coordena-dor diocesano da Pascom, padre Sandro Henrique.

Além da temática, os participantes pu-deram realizar uma formação técnica com a presença dos publicitários Alexandre de Oli-

Iniciação à Vida Cristã é tema de encontro provincial

Província e Regional realizamformação missionária para seminaristas

Encontros de Comunicaçãosão realizados na Diocese e no Leste 2

Texto/foto: padre Jean Poul Hansen

Texto/fotos: Filipe Zanetti/ José Eduardo da Silva

Texto: Assessoria de Comunicação/padre Sandro Henrique fotos: Sara Fideles/padre Sandro Henrique

Coordenadores diocesanos de pasto-ral, assessores e coordenadores de Cate-quese e Liturgia das dioceses de Guaxupé e Campanha e da arquidiocese de Pouso Alegre estiveram reunidos nesta segunda--feira, 22/05, na Comunidade Teológica Senhora do Carmo (COTESC), teologado da Diocese da Campanha, em Pouso Ale-gre, para prosseguir a reflexão sobre a Ini-ciação à Vida Cristã.

Em outubro do ano passado, a Inicia-ção à Vida Cristã foi tema do Encontro Provincial de Animação Pastoral, em Gua-xupé, e lá surgiu a ideia de prolongar a reflexão, chamando os assessores e coor-

denadores da Pastoral Litúr-gica para par-ticipar, a fim de se estudar a viabilidade de assunção de um projeto comum de Ini-ciação Cristã de Adultos.

Ao final, percebeu-se o consenso de todos sobre a viabilidade e – não só! – a

que o Concílio Vaticano II ensina que a missão não é simplesmente uma atividade da Igreja, nem se reporta a apenas uma expansão ge-ográfica da fé católica, mas é a essência da Igreja. E enfatizou: “se a Igreja não for missio-nária, ela não é a Igreja de Jesus Cristo”.

Leste 2Já entre os dias 2 e 4 de junho, em Três

Corações, aconteceu a 7ª edição da Forma-ção Missionária para Seminaristas (Formise) do Regional Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com o tema: A Alegria do Evangelho para uma Igreja em Saída. O assessor do encontro foi o padre Jean Poul Hansen, coordenador diocesano de pastoral da Diocese da Campanha.

A Diocese de Guaxupé enviou três semi-naristas: José Eduardo da Silva (Teologia),

Equipe mista de Catequese e Liturgia discute a Iniciação Cristã na Província

Todos os seminaristas da Diocese participaram da formação con-duzida pelo padre Henrique Neveston

À esquerda: Promoção de Eventos foi o assunto abordado por profissionais da comunicação | À Direita: Mutirão Regional valorizou temas atuais em sua primeira edição

Evento promovido pelo Regional teve a participação de 3 represen-tantes de Guaxupé, além de dom José Lanza, bispo referencial para a Ação Missionária

n e c e s s i d a d e de assumirmos juntos, como Igreja no sul de Minas Ge-rais, esse pro-jeto comum de Iniciação de Adultos à Vida Cristã, uma vez que a Igreja no Brasil (CNBB) acaba de tor-nar premente

este tema e esta urgência pastoral em

sua assembleia. Para tanto, as equipes de Guaxupé e Campanha passam a colabo-rar, com tarefas específicas, no trabalho já iniciado em Pouso Alegre.

O tema será agora levado aos bispos e ao clero das três circunscrições eclesiás-ticas, bem como às equipes de liturgia e catequese. O segundo semestre de 2017 será tempo de capacitação de leigos e clero e de elaboração do material para que, na festa da Epifania do Senhor de 2018, as três dioceses iniciem comumente esse processo de Iniciação de Adultos à Vida Cristã.

veira e Silvio Leossi, ambos da agência Ba-nana, Canela e Design, de Poços de Caldas. Mutirão de Comunicação

Otávio Augusto (Filosofia) e Sa-muel Almeida (Propedêutico). A formação contou com 50 semina-ristas representantes de 21 dioce-ses dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Para o semina-rista Otávio, o encontro regional foi bastante válido. “As partilhas com outros irmãos seminaristas que, por sinal, foram de imensas riquezas, me ajudaram a conhe-cer melhor as realidades e desa-fios que cada diocese enfrenta nos dias atuais”.

Dom José Lanza, bispo refe-rencial para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, esteve presente nos dois eventos.

A Pastoral da Comunicação do Regio-nal Leste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu o pri-

meiro Mutirão de Comunicação para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Bispos, padres e leigos de 18 dioceses estive-ram reunidos na PUC-Minas, em Belo Horizonte, nos dias 2 e 3 de junho, para aprofundar o co-nhecimento sobre comunicação da Igreja no mundo pós-moder-no.

A Diocese de Guaxupé foi representada por membros da Equipe Diocesana de Comunica-ção, Ândrei Viterno, Alessandro Calixto e padre Sandro Henri-

que, coordenador diocesano de Comuni-cação.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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CF 2017 é tema de concurso escolar em Alfenas e Fama

Bispos e padres participam da Assembleia CONSER Leste 2

Encontro Vocacional destaca espiritualidade mariana para jovens

Texto: Da Redação Foto: Arquivo Pessoal

Texto: Assessoria de Comunicação – Leste 2 | Foto: Arquidiocese de Belo Horizonte

Texto e foto: Renan Beraldo Reis – seminarista

O Conselho de Meio Ambiente de Al-fenas (Codema) organiza todos os anos, no Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), uma semana de educação ambiental para crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares.

Para incentivar o envolvimento e a conscientização sobre a questão ecoló-gica, é promovido um concurso cultural com os estudantes sobre o tema. Neste ano, a temática foi relacionada à Campa-nha da Fraternidade, com o tema Frater-nidade: Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida.

Cerca de 5 mil estudantes estiveram envolvidos no concurso, todas as esco-las da rede municipal e estadual, além das instituições particulares da cidade, participaram. As crianças do 1º ao 5º ano fizeram desenhos com frases sobre o tema, já os adolescentes do 6º ao 9º

Arcebispos, bispos e padres estiveram reunidos entre os dias 5 e 8 de junho, na Casa de Retiros Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, em Caeté (MG), para a Assembleia do Conselho Episcopal do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) e Encontro dos Coordenadores Dio-cesanos de Pastoral.

O encontro, que reuniu 80 participan-tes, teve como tema central a “Iniciação a vida Cristã e Comunidade”, com ênfase no RICA (Rito de Iniciação à Vida Cristã de Adultos), uma das urgências pastorais as-

Entre os dias 9 e 11 de junho, a Diocese de Guaxupé promoveu o primeiro Encontro Vocacional para vocacionados ao sacerdó-cio no Seminário São José, em Guaxupé. Estiveram presentes 38 rapazes de toda a diocese, já acompanhados por meio de correspondências e visitas a suas casas pe-los animadores vocacionais.

A temática mariana, motivada pelo tri-centenário de Aparecida e centenário de Fátima, foi o eixo central das atividades realizadas, que tornaram o retiro mais elu-cidativo quanto à dimensão vocacional. Para isso, contou-se com a assessoria da psicóloga Alessandra Dias Ribeiro, de Cam-pestre, cuja palestra era intitulada “Amadu-recimento humano à luz de Maria”.

O coordenador do Serviço de Animação Vocacional da diocese, padre Éder Carlos, também contribuiu com colóquio de título

Em Fama, iniciativa foi motivada e apoiada pelo padre da cidade

Participantes concluíram o evento no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG)

Interação entre seminaristas, vocacionados e padres foi um dos pontos valorizados no encontro

ano produziram redações ou histórias em quadrinhos destacando a conscienti-

zação sobre a riqueza natural brasileira, especialmente os biomas Mata Atlântica

e Cerrado, presentes na região. Para o integrante do conselho am-

biental e vereador, Waldemilson Gustavo Bassoto, o resultado da iniciativa com os estudantes é satisfatório. “Eles consegui-ram entender a importância da preserva-ção e a necessidade de cuidar da Casa Mãe. Trabalhar a consciência ecológica com as crianças é fundamental para a so-brevivência de nosso planeta”.

A Escola Estadual Professora Maria Olímpia de Oliveira, em Fama, também realizou um trabalho sobre a Campanha da Fraternidade atendendo à sugestão do padre Benedito Clímaco, pároco na cidade. O trabalho realizado com os alu-nos do 6ª ano teve o objetivo de cons-cientizar as pessoas sobre este tema tão relevante e pertinente para a sociedade atual.

sumidas pelo Conselho Episcopal do Leste 2 para o quadriênio 2015-2019. A assesso-ria do tema central ficou a cargo do teólo-go, padre Francisco Taborda, que apresen-tou pistas e etapas de preparação de um catecumenato.

O encerramento da Assembleia do CONSER e Encontro dos Coordenadores de Pastoral aconteceu na manhã de quin-ta-feira, 08 de junho, com a celebração Eu-carística na Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Santuário Nossa Senhora da Pie-dade, em Caeté (MG).

“Discernimento dos sinais de Deus à luz da vida de Nossa Senhora”. Por sua vez, padre Leandro de Melo, reitor do Seminário São José, discorreu sobre “Vocação e encanta-mento por Jesus e pela Igreja a partir de uma inspiração mariana”.

Com o objetivo de enriquecer o encon-tro, foi exibido um filme sobre o papa São João XXIII, celebrada missa votiva à Maria e promovida a prática esportiva, tudo per-meado por momentos de integração entre os jovens, os seminaristas e os padres.

O objetivo desses encontros é criar para os jovens, que sentem no coração um chamado para consagrar sua vida a Deus por meio do sacerdócio, um ambiente orante no qual possam refletir sobre sua vi-vência vocacional, mas, também, conhecer a realidade do seminário e do ministério presbiteral.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pauta“PERCEBI A VONTADE DE SER UMA IGREJA DINÂMICA E VIVA”

Por Sérgio Bernardes, assessor de comunicação

Em entrevista, dom José Lanza Neto comenta as alegrias e os desafios de ser bispo na Diocese de Guaxupé.

À frente da diocese há 10 anos, o bispo revela as impressões, os sonhos e também os objetivos da evangelização para os próximos anos de episcopado.

Como é vivenciar a realidade eclesial da diocese em comparação com as realidades anteriores, no clero de Jaboticabal e como bispo auxiliar em Londrina?

A experiência é inédita, pois com as experiências anteriores, você conhece novas realidades, mas é sempre desafiador, pois há um ca-minho que a Diocese de Guaxupé construiu, diferente de outras dioce-ses. É uma experiência que ingresso nela por acreditar neste percurso que esta diocese faz, principalmente ao par-tir da realidade, da reflexão teológica, da compreensão que se tem de Igreja e da própria vivência dos sacramentos. Eu aprendo muito a partir daquilo que eu vivo aqui.

A relação com o presbitério. Como se con-figurou ao longo destes 10 anos?

É muito forte a concepção presbiteral que se tem aqui. No início, eu percebi uma

forma diferente de se relacionar com o bis-po, certo distanciamento, mas nós nos apro-ximamos. Talvez os clérigos possam perce-ber um pouco mais a relação com o bispo. Há uma simbiose bastante grande entre o bispo e os padres, vamos caminhando jun-tos e aprendendo.

Para o Centenário Diocesano, celebrado em 2016, optou-se pastoralmente por viver as Santas Missões Populares como processo de evangelização que mobilizou toda a diocese. O que representou esse itinerário?

Eu acredito que seja um momento de graça, de reflexão, de espiritualidade e de renovação. É o que sempre pregamos, a graça de Deus é dada e depende de aco-lhermos ou não; se não acolhemos, a graça passa. Este momento das Santas Missões Populares pode ser um momento de abertu-ra, de conversão pastoral e de descentrali-zação e recriação da paróquia. Se não acre-ditarmos, podemos perceber somente como um movimento, e quando a gente entende dessa forma, percebemos que estamos numa Igreja de conservação e nós exer-cemos o papel de funcionário do sagrado. Isso não é uma Igreja em que acreditamos.

Em que será que verdadeiramente acreditamos? Eu colocaria essa

pergunta como um desafio. O momento em que vivemos

é um momento de graça, se quisermos, nós fare-

mos. Por exemplo, os documentos do papa Francisco podem ser um momento de gra-ça, desde que isso transforme a reali-dade da vida, da espiritualidade e da pastoral. Senão perma-necemos na

mesma situação, não acontece mudança interna, uma verdadeira transformação.

A presença dos leigos na evangelização é cada vez mais percebida em diversas ini-ciativas da Igreja. Como avaliar este pro-tagonismo laical?

A força maior da Igreja está nos leigos, pois eles acreditam e se dispõem. É claro que há dificuldades, mas eu acredito na li-derança dos leigos na Diocese. Houve muito investimento em formação, talvez nós não tenhamos conseguido canalizar bem. Atin-gimos o objetivo [de formar leigos], mas tal-vez não tenha havido o arremate. As Santas Missões despertaram lideranças, são forças que temos e que precisamos canalizar para um formato pastoral que atenda às deman-das da evangelização.

Após 10 anos, a sua identificação com a diocese pode ser percebida de que modo?

Eu me encanto com a diocese. Uma ex-periência muito forte que tive de planeja-mento e organização foi com a [coordena-ção da] Pastoral da Juventude [na Diocese de Jaboticabal]. Nós trabalhamos muito e, como consequência, tivemos lideranças na Igreja e na sociedade. Quando cheguei aqui, percebi a vontade de ser uma Igreja dinâmica e viva. Aqui, nós nos propomos a objetivos e nós os alcançamos na maioria das vezes e, mesmo que não sejam atingi-dos, eles são iluminadores. Não caminha-mos à deriva, existe um esforço muito gran-de, especialmente daqueles que exercem a coordenação e a formação. Há certa exi-gência e cobrança de todos os envolvidos na evangelização.

Quais seriam os sonhos e os projetos para os próximos anos?

Nós precisamos nos esforçar por fazer, ao menos, o básico. A dimensão administra-tiva, por exemplo, é o mínimo que podemos fazer. Na diocese, o bispo deve buscar a formação dos seminários e das vocações, a relação com o clero, a animação das paró-quias. Nós temos [com a Cúria] uma estru-tura suficiente para acolhermos às reuniões e espaço adequado para a evangelização. Eu sonho com o diaconado permanente, as-sim como o Tribunal Eclesiástico, que atinge diretamente a vida das pessoas. Uma das assessorias necessárias para a diocese é a canônica, por isso estamos investindo nes-sa dimensão para que haja um caminho seguro para os tempos futuros. Precisamos nos esforçar constantemente em ter um projeto pastoral que responda à realidade. Quando olho para outras dioceses, percebo que nós caminhamos juntos com elas, gra-ças ao mérito de muitas pessoas que se de-dicaram à vida da diocese. Meu sonho é ver uma Igreja caminhando, preocupada com a evangelização e com o povo.

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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solidariedadeFUNDO DIOCESANO DE SOLIDARIEDADE ‘CONCRETIZA A AÇÃO DA IGREJA’

Da RedaçãoImagem: Assessoria de Comunicação

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil (CNBB) motiva as comunidades católicas do país a participarem da Coleta da Solidariedade, realizada anualmente no Domingo de Ramos.

Desde 2009, mais de 160 mil reais foram distri-buídos a cerca de 30 pro-jetos de toda a Diocese de Guaxupé graças ao Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), mantido pela Coleta da Solidariedade. A experiên-cia de partilha é a concretização da Cam-panha da Fraternidade (CF) promovida pela CNBB.

O intuito é gerar um gesto concreto fun-damentado na reflexão e na oração sobre temas relevantes que incidem sobre a vida em sociedade. Assim, a cada ano as dioce-ses e a CNBB distribuem recursos para a promoção de projetos e iniciativas que se relacionem com a CF do ano.

Um dos projetos contemplados em anos anteriores foi o Projeto Modesto e o Meio Ambiente, enviado pela Associação Esportiva Social Cultural de Guaxupé, idea-lizado por Marcos Antônio Modesto e Nata-lina Vecchi Modesto. A iniciativa realizada desde 2010 busca uma melhor destinação do óleo de cozinha, transformando-o em sabão caseiro. Para realizar o processo, os voluntários da associação realizam parce-rias com moradores locais para estabelece-rem pontos de coleta do óleo usado.

Com os recursos que surgem da venda do sabão caseiro, a associação contribui com as atividades da Pastoral da Criança e promove atividades esportivas para crian-ças da cidade. De acordo com Natalina, os recursos enviados pelo FDS promovem a solidariedade concreta na sociedade. “Nós cristãos [devemos ter] sempre o reconhe-

Objetivo GeralCuidar da criação, de modo especial

dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evange-lho.

Objetivos Específicos• Aprofundar o conhecimento de cada

bioma, de suas belezas, de seus sig-nificados e importância para a vida no planeta, particularmente para o povo brasileiro.

cimento da dignidade pessoal do irmão e o compromisso com a vida de todos, par-ticularmente dos pobres”. O projeto atinge diretamente 36 famílias e mais de 70 crian-ças e jovens.

Outra iniciativa que recebeu recursos do FDS é a Casa da Criança, também em Guaxupé. A instituição, que acolhe crianças e jovens para atividades esportivas e artís-ticas, criou um projeto de peça teatral para despertar a conscientização nas escolas e instituições públicas sobre a questão am-biental. A peça “Uma missão possível: Sal-

var o planeta Terra” retrata uma realidade futura em que os recursos naturais já foram totalmente destruídos. Os recursos envia-dos pela diocese foram utilizados para a produção de figurino e outros materiais de produção da peça, realizada por crianças e adolescentes da instituição. O diretor da Casa da Criança, Vicente Silvério Marques, garante que o incentivo do FDS foi funda-mental para a realização do projeto teatral. “Nosso objetivo é apresentar para as esco-las e motivar a conscientização ambiental a partir da arte”.

Quem indica a impor-tância do investimento de recursos em projetos so-ciais é o padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral. “O FDS vem para dar visibili-dade a projetos bons que já estão sendo feitos e encaminhados, bem como criar novos projetos que surjam com a CF e pos-sam ter continuidade na vida das paróquias e das

comunidades”. As temáticas refletidas nas comunida-

des são fundamentais para a elaboração dos projetos, pois possuem prioridade aquelas iniciativas que estejam em conso-nância com a CF de cada ano. “Às vezes, a CF fica somente no campo da reflexão e o FDS concretiza a ação da Igreja, por isso a diocese e a Igreja no Brasil dão sustento a projetos importantes em diversas realida-des”. O padre ainda lembra a necessidade de mais projetos serem inscritos para que mais ações possam acontecer em toda a diocese.

Neste ano, a reflexão da Campanha da Fraternidade (CF) é sobre a preservação dos biomas brasileiros e seu papel funda-mental para a diversidade natural e huma-na. Deste modo, projetos que se viabilizam a preservação ambiental e a conscientiza-ção sobre essa realidade poderão receber incentivo financeiro da diocese.

Para participar da seleção de projetos, é necessário inscrever-se e atender às exigências da Cáritas Brasileira, da CNBB e da Diocese de Guaxupé. Para conhecer as características do Fundo Diocesano de Solidariedade, vá até o site (guaxupe.org.br) e baixe o roteiro orientador para apre-sentação de projetos e o formulário para inscrição que estão disponíveis no site da diocese.

Envio dos projetos para avaliação pode ser feito até 15 de agosto deste ano

FUNDO DIOCESANO DE SOLIDARIEDADE • Conhecer melhor e nos comprometer

com as populações originárias, reco-nhecer seus direitos, sua pertença ao povo brasileiro, respeitando sua his-tória, suas culturas, seus territórios e seu modo específico de viver.

• Reforçar o compromisso com a bio-diversidade, os solos, as águas, nossas paisagens e o clima variado e rico que abrange o chamado terri-tório brasileiro.

• Compreender o impacto das grandes

concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere.

• Manter a articulação com outras igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e todas as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo brasileiro.

• Comprometer as autoridades públi-cas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa

desses povos.

• Contribuir para a construção de um novo paradigma econômico ecoló-gico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respei-tando a natureza.

• Compreender o desafio da conver-são ecológica a que nos chama o nosso Papa Francisco na carta encí-clica Laudato Si’ e sua relação com o espírito quaresmal.

Apresentação da peça teatral contou com a presença de colaboradores da Cúria Diocesana

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patrimônio espiritual

liturgia

CREDO DO POVO DE DEUS

O CULTO CRISTÃO: AÇÃO SACRAMENTAL DA COMUNIDADE DE FÉ

Por Sérgio Bernardes, assessor de comunicação

Por papa Paulo VI

Cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro. Ela é o Corpo

Místico de Cristo, sociedade visível, estruturada em órgãos hierárquicos e, ao mesmo tempo, comunidade espiritual. Igreja terrestre, Povo de Deus peregrinando aqui na terra, e Igreja enriquecida de bens celestes, germe e começo do Reino de Deus, por meio do qual a obra e os sofrimentos da Redenção continuam ao longo da história humana, aspirando com todas as forças a consumação perfeita, que se conseguirá na glória celestial após o fim dos tempos. No decurso do tempo, o Senhor Jesus forma a sua Igreja pelos Sacramentos

A liturgia já suscitou várias interpretações quanto à sua natureza. Ora ação da Igreja, ora

culto regulamentado pela autoridade da Igreja. A eclesiologia que fundamenta a composição da constituição Sacrossanctum Concilium (SC 26) indica a ação litúrgica como ação de todo o povo, o qual está organizado hierarquicamente na Igreja, local onde o Corpo de Cristo se revela como sacramento. Assim, a Igreja é litúrgica por essência.

No Antigo Testamento, desde o Sinai, a assembleia litúrgica era designada pela palavra qahal Iahweh (Igreja de Deus: ekklesía), e simbolizava a comunidade cul-tual convocada. Daí vem a compreensão de Povo Santo, ou seja, consagrado ao culto. No Novo Testamento, a eleição do Povo de Deus é estendida a todos os povos, além disso, passa do nível sociológico (povo he-breu) para o nível espiritual (a comunidade de fé), isto é, a reunião dos homens mem-bros de Cristo, casa de Deus.

O Corpo de Cristo ocupa lugar de des-taque. É este, ressuscitado, que desperta a atenção e compendia a vitória sobre a morte e garante a continuidade do sacri-fício e da aliança perpétua, assim como, os cristãos, possuindo o Espírito Santo, tornam-se na sua existência histórica um templo espiritual. O formar-se do Corpo de Cristo, a Igreja, não é meramente mo-ral, mas sacramental. É a união visível de seus membros na plenitude eucarística que faz a Igreja, e esta é um contínuo ofe-recer-se a si mesma como oferenda sacri-fical. A Igreja se faz Corpo de Cristo e com Ele se oferece.

Mediante o Batismo, todos os cristãos são chamados a participarem do sacerdó-cio comum e a serem membros do corpo místico de Cristo, isto é, a viver de forma indivisível com ele. Para gerir a Igreja, o

que emanam de sua plenitude. Por eles a Igreja faz com que seus membros participem do mistério da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, pela graça do Espírito Santo que a vivifica e move. Por conseguinte, ela é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se dela se afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho e a difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por esses pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo.

Senhor suscita alguns para participarem do seu múnus de santificar, reger e ensinar, mediante o sacramento da Ordem. Estes são convidados a se santificarem e a se entregarem também em sacrifício, junta-

mente com a Igreja, em um único ato, dom do Salvador, pois a santidade não é uma perfeição moral, mas uma adesão a Deus, adesão que santifica a pessoa e a Igreja.

Essa unidade cristã é celebrada no sa-crifício do altar, pois a Eucaristia é a união sacrifical de Cristo e de sua Igreja, também esta, sacerdote e vítima. O ato de culto di-ário de todo cristão desenvolve-se na litur-gia (celebração sacramental) da Eucaristia, configurando a Igreja como comunidade sacerdotal, atualizada pelo sacerdócio mi-nisterial.

Para o Concílio Vaticano II, os sacra-mentos do Batismo, da Eucaristia e da Or-dem são as bases dos mistérios da Igreja. De fato, “os sacerdotes, agindo na pessoa de Cristo, unem as preces dos fiéis ao sa-crifício de sua Cabeça, Cristo”, preces estas advindas de inúmeras situações cotidianas do Povo de Deus. Assim, o Povo Sacerdotal organiza-se em torno da sua cabeça sacer-dotal visível, o presbítero.

Esta riqueza litúrgica concatena em si rito e espiritualidade, sendo que o rito tende a expressar-se num gesto unido à palavra, fato este advindo da Sagrada Es-critura, que evidencia o sinal de união en-tre as coisas humanas e divinas, protago-nizado por Cristo. Este dado basilar difere o culto cristão de todos os outros, pois, no cristianismo, o culto não é apenas uma ve-neração com gestos exteriores, mas uma presença de ação divina sob forma ritual. A liturgia não nasce do agir humano, mas desprende-se do mistério de Cristo, isto é, uma emanação do amor de Deus que torna os homens adoradores e reconhecedores do seu salvador.

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bíblia

história

A BÍBLIA SEM MISTÉRIO, MAS CHEIA DE MISTÉRIOS

“SEMEANDO DEUS, COLHENDO SANTIDADE”

Muita gente tem medo de ler a Bíblia. Tem medo de confundir a cabeça. E muitos se confundem

mesmo. Por que? Por um motivo só: porque fazem para a Bíblia uma pergunta errada, perguntam o que não deveriam perguntar, perguntam uma coisa que não é o que a Bíblia quer dizer.

A pergunta errada é: “O que foi que aconteceu?” ou “O que vai acontecer?”. Será? Quem disse que essa pergunta está errada? Quem disse que está errado pro-curar na Bíblia as coisas que aconteceram ou as coisas que ainda vão acontecer? Al-gum Papa falou sobre isso?

Posso responder?Papa Bento XVI. Ele diz: “Quando en-

fraquece em nós a consciência da inspi-ração, corremos o risco de ler a Escritura como objeto de curiosidade histórica e não como obra do Espírito Santo, na qual podemos ouvir a voz do Senhor e conhe-cer a sua presença na História”.

“Curiosidade histórica” é perguntar o que aconteceu, ou se foi isso mesmo que aconteceu, quem sabe, até, perguntar à

A vida de santidade não é expressão de uma vida pautada somente naquilo que é extraordinário. Até

porque Deus nos chama a sermos santos em nossa cotidianidade, nos chama à santidade no hodierno de nossa existência.

Muitos homens e mulheres vivem suas vidas pautadas no amor a Deus e aos ir-mãos, santificam suas vidas porque ao longo dela foram sinais de Deus na vida de outras tantas pessoas. Muitas destas per-sonagens não estão inscritas no Livro dos Santos e muito menos estão em algum al-tar, são os chamados santos sem auréola, ou seja, que não foram canonizados pela Igreja.

A Diocese de Guaxupé foi agraciada por Deus pelos zelosos pastores que governa-ram, ensinaram e santificaram nossa gente nesses 100 anos de história. Não obstante as dificuldades dos tempos, tivemos bispos

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre

Por Guilherme Ribeiro, seminarista - Teologia | Foto: Arquivo BananaCanela

Bíblia o que vai acontecer, se este mundo vai acabar mesmo e como será.

“Inspiração” é a força de Deus agindo na Bíblia. Você enfraquece ou apaga a luz de Deus na Bíblia quando está curioso para saber o que aconteceu.

que honraram a nomenclatura de Sucessor dos Apóstolos, incansáveis na pregação da Palavra de Deus, vigorosos na condução da Igreja de Deus que peregrina neste mundo.

Dom Frei Inácio João Dal Monte go-vernou nossa Diocese nos anos de 1952 a 1963. Foi um santo bispo e um bispo santo para a Igreja de Deus que está em Guaxu-pé. Descendente de italianos, nasceu em Ribeirão Preto (SP), após a morte de seu pai, retorna com sua mãe à Itália. Lá rece-beu os estudos iniciais e ouvindo os apelos do Senhor ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Estudou, emitiu os votos temporários e perpétuos, de acordo com as regras da Ordem Franciscana.

Relatos arquivados e vivos afirmam o tamanho da santidade deste homem, que de forma simples como um frade, guiou a Diocese segundo os ditames do tempo e da história. Trazia consigo o desejo da san-

tidade para si e para seus filhos espirituais. A todos chamava de santo, certamente para que não se esquecessem dos dizeres do Apóstolo Pedro: “Sede santos como eu sou santo” (1Pd 1,16).

Dom Inácio faleceu aos 66 anos de ida-de no dia 29 de maio de 1963 em Guaxu-pé, acometido de trombose cerebral. Suas exéquias foram oficiadas por dom José D’Angelo Neto, arcebispo metropolitano de Pouso Alegre. Seu corpo descansa na Cripta da Catedral desde o dia 31 de maio de 1963.

Dom Inácio foi primeiro bispo a ser se-pultado em nossa Catedral, seu túmulo é constantemente visitado. Fiéis de diversos lugares e sacerdotes rezam diante de seus despojos, pedindo uma graça ou agrade-cendo seus favores.

Para ler o texto na íntegra, acesse: www.guaxupe.org.br

Qual é a pergunta certa?É perguntar o que aquela história

diz de Deus e de “sua presença na História”, importa lá se o caso aconte-ceu mesmo ou de que jeito aconteceu! Quanto mais uma estória da Bíblia pa-

rece confusa, mais é sinal de que “de-baixo daquele angu tem carne”. É sinal de que a estória não vale como histó-ria, mas vale pelo que ela significa.

Com quem se casou Caim e como foi que ele fundou uma cidade? É a pergunta boba. A estória é uma críti-ca ao “progresso” que estava aconte-cendo quando ela foi escrita. Ela diz: o assassino do irmão foi quem fundou a cidade. A cidade hoje virou um saco de gatos. Caim é o pai dos ferreiros (os industriais), dos músicos e das prosti-tutas, além dos traficantes de drogas e de influência no governo. É o pai do presidente que manda dar “alpiste” (di-nheiro) para acalmar o passarinho (E. Cunha) que está na gaiola.

Nas estórias confusas da Bíblia é preciso perceber o angu, notar o que não confere como histórico, para, en-tão, descobrir que, debaixo desse angu, está escondido um mistério, um recado para o tempo em que o caso foi escrito e também para nós, hoje. É aí que Deus nos fala.

Processo de reconhecimento da santidade de dom Inácio já está em andamento

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catequese

referênciaO PROCESSO DE FORMAÇÃO DA IDENTIDADE CRISTÃ

COM EDIÇÃO E FORMATO NOVOS, DIRETÓRIODE CATEQUESE VALORIZA EVANGELIZAÇÃO E MISTAGOGIAO anúncio do Reino de Deus é,

com toda a certeza, a missão fundamental da Igreja, comunidade

de comunidades, que reúne os discípulos de Jesus de Nazaré. Assim, se torna tarefa de todo cristão batizado levar a Boa Nova de Cristo a todos os irmãos e irmãs.

A Igreja, por sua constituição missio-nária, acolhe a todos e oferece aos novos membros do Corpo de Cristo um caminho seguro e profundo para uma autêntica Ini-ciação à Vida Cristã. Em 2008, em uma reu-nião com representantes da Catequese e da coordenação de pastoral, surge a ideia de elaborar uma diretriz que norteasse a ação catequética na diocese.

No final de 2009, após um desafiante trabalho de discussão e discernimento, um esboço do Diretório Diocesano de Cate-quese (DDC) foi apresentado à coordena-ção diocesana de catequese para aprova-ção em um simpósio em Poços de Caldas. Com a presença de representantes de to-dos os setores diocesanos, houve a conclu-são do texto final do diretório que seguiria para aprovação do bispo diocesano, com lançamento em 2010.

Após sete anos de caminhada catequé-tica, iluminada pelo DDC, avaliou-se a ne-cessidade de realizar pequenas edições e atualização do conteúdo, tendo em vista a realidade atual. O objetivo da nova edição do diretório é reforçar temas já tratados e ampliar discussões próprias da época em que vivemos com suas profundas transfor-mações.

Para o assessor da Catequese, padre Luciano Campos Cabral, a nova edição res-

O livro se propõe a ser um auxílio importante na tarefa que as comunidades eclesiais têm na

formação de seus catequistas. “Esta obra não é fruto de gabinete,

mas de um trabalho em equipe; mais ainda, em comunidade de oração, reflexão, planejamento, realização, consultas, experiências, avaliação, e de um rico exercício de escrita a seis mãos”, revela irmão Nery, fsc, uma das referências da Catequese no país.

Ao refletir sobre temas clássicos

Da Redação/Edon Fonseca Borges, coordenação diocesana de Catequese | Imagem Assessoria de Comunicação

Da Redação | Imagem: Divulgação

da espiritualidade cristã - tais como a sede de Deus, a conversão, a profissão da fé, a vida comunitária, de manei-ra orante e celebrativa, ele se coloca como um instrumento bastante útil e significativo para a meditação do cate-quista acerca da própria vocação e vi-vência cristã, bem como sugere um iti-nerário espiritual a ser percorrido com os seus catequizandos no processo de iniciação à vida cristã.

Os autores explicam a intenção em produzirem uma obra direcionada

salta o bem que o diretório diocesano fez ao processo catequético. “O diretório já é um grande dom para nossa diocese. Com o novo modelo e novo formato, sua utiliza-ção será facilitada. Esperamos que possa chegar a mais catequistas e fortalecer nos-

sa caminhada de co-munhão no trabalho catequético”.

Ao fundamentar--se nos documentos mais relevantes e atuais sobre o pro-cesso catequético, a proposta diocesana é oferecer aos ca-tequistas e equipes de coordenação um subsídio orientador que propicie uma ca-minhada eficaz para o aprofundamento da fé cristã, valorizando a vivência autêntica dos valores cristãos que supere uma ca-tequese estritamente normativa e sacra-mentalista.

“Uma fé católica reduzida a conheci-mento, a um elenco de normas e de proi-bições, a práticas de devoção fragmenta-das, a adesões sele-tivas e parciais das verdades da fé, a uma

participação ocasional em alguns sacramen-tos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados, não resiste aos embates do tempo” (DAp 12).

Na apresentação do documento, dom

José Lanza Neto evidencia os rumos espe-rados para a dimensão catequética na dio-cese. “A Catequese, como tarefa primordial da Igreja, [portanto] de toda comunidade, tem a missão de conduzir os iniciantes e a si mesma ao mistério. Não é tarefa de um grupo, mas ação querigmática de todos os batizados”. E, ainda, valoriza a iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que estabelece como meta uma Ini-ciação Cristã de inspiração catecumenal, marcada pela vivência e ingresso progres-sivo no mistério da fé e na comunidade cristã.

O diretório se divide em 3 partes: O ministério da Catequese na Igreja Dioce-sana, Orientações para a Catequese e a Catequese na vida dos discípulos-missio-nários. Além de apresentar um histórico do desenvolvimento da dimensão catequética na diocese, o diretório trata de temas fun-damentais para a missão evangelizadora, assim como a estruturação e a comunhão entre clérigos e leigos no processo cate-quético.

O ministério do catequista recebe uma atenção particular no documento. “O tes-temunho do catequista é a base da Cate-quese. É sua missão apresentar aos cate-quizandos os meios para serem cristãos e mostrarem a alegria de viverem o evange-lho. O catequista é um mistagogo que deve cultivar espírito de abertura e humildade para estar sempre em busca de uma for-mação permanente” (capítulo 4).

O Diretório Diocesano de Catequese pode ser adquirido no Secretariado de Pas-toral na Cúria Diocesana de Guaxupé.

à formação integral dos catequistas, principalmente a dimensão mística: “O livro foi pensando como um conjun-to coeso de meditações e momentos orantes para um retiro espiritual com catequistas, o que não impede que as reflexões também sejam utilizadas, se-paradamente, em momentos variados de formação (...). Seus temas procuram seguir uma ordem mais ou menos lógi-ca de um caminho crescente de desco-berta e adesão à pessoa de Jesus e ao seu estilo de vida”.

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missão

personagem

A MISSÃO DA IGREJA POR MEIO DA EDUCAÇÃO

SEDUZISTE-ME SENHOR,E EU, AOS POUCOS, FUI ME DEIXANDO SEDUZIR

Por irmã Sandra Regina Rizzoli, religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Consolação, reside em Areado

Por: José Roberto Tomé, professor de Paraguaçu | Foto: Arquivo Pessoal

Desde os princípios da nossa história brasileira, a educação foi um dos areópagos mais cuidados pela nos-

sa Igreja. A Igreja católica desde a chega-da dos portugueses contribui na formação cultural, artística, social e administrativa do país.

Recordemos a presença dos jesuítas no início da colonização brasileira (1549) e com eles, a fundação das primeiras ins-tituições de ensino do Brasil. Nascia a Es-cola católica com o intuito de propagar a fé católica e de promover evangelização. Um dos jesuítas que muito contribuiu foi José de Anchieta, que escreveu o dicionário, a gramática e a doutrina em guarani, bem como algumas peças literárias produzidas no Brasil-Colônia.

Com o avanço da tecnologia em nossos dias vemos como estamos submergidos na realidade virtual e estamos sendo for-mados, educados e impelidos a responder tantos desafios emergentes que brotam desta complexa realidade.

A educação católica é a ferramenta pela qual podemos contribuir na formação de homens e mulheres em ser mais conscien-tes de seus deveres e direitos, em valores, a fim de serem instrumentos de transfor-mação na sociedade.

A escola deve contribuir para o proces-so de humanização de crianças e jovens, auxiliando-os a serem futuramente homens

Embora eu tenha nascido em um berço de católicos praticantes, foi na minha juventude que me apro-

ximei da Igreja e me envolvi em sua missão. Os anos 80 constituem a base da minha formação catequético-cristã. Naquela ocasião, na Pastoral da Ju-ventude, travava-se um grande debate: organizar-se em grandes grupos anima-dos e festivos ou constituir-se em mui-tos pequenos grupos que serviriam de base para alavancar as transformações requeridas pela Igreja no documento de Puebla.

Ao me reconhecer, a partir da análise sociológica, jovem e pobre, percebi que a Igreja que exalava do documento de Puebla fazia nítida opção por mim e pela

com autonomia e com um senso crítico em meio à sociedade, com responsabilidade e confiança, para que não sejam manipulados pela mídia ou por infor-mações que surjam sem contexto. A educação humani-zada, com diálogo e esperança con-tribui com a missão da Igreja.

Diante dos de-safios de nossa so-ciedade atual, o Papa Francisco nos aponta algumas linhas para que nossa ação edu-cativa seja profundamente humanizada e, ao mesmo tempo, provoque uma mudan-ça de mentalidade, visto que não existem mais fronteiras. Por meio das redes sociais, estamos em qualquer parte do mundo em milésimos de segundos e podemos com nossa presença ser sinais de esperança neste mundo onde a poluição, a cultura do descarte, a deterioração da qualidade de vida, a degradação social, o relativismo prático, a ciência e a técnica como fins em si mesmos, as guerras têm a mesma ori-gem: o coração vazio da pessoa. “Quanto

mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessi-ta de objetos para comprar, possuir e consumir” (Lauda-to Si’203).

Sim, a educa-ção neste tempo precisa ser: uma educação aberta à realidade com mar-cas de coerência e testemunho; sem medo de ousar e ser aberta à utopia; que relacione uni-dade – diversidade

– pluralidade; atenta e disponível aos mais frágeis; que transmita conteúdos, hábitos e valores; que fomente a dinâmica do Encon-tro; o cuidado da Casa Comum; valorize o dialogo, o respeito, o lúdico, o verdadeiro, o belo, o bom; uma educação que acompa-nha e ensina a acompanhar; ser uma edu-cação aberta aos pobres.

Hoje é preciso educar a “ser pessoa” “Educar não é encher uma vasilha va-

zia, mas acender uma luz. Em outras pa-lavras, educar é ensinar a pensar e não apenas ensinar a ter conhecimentos” (Le-onardo Boff, Jornal do Brasil, 23 de abril

de 2004). E para que essa luz se mantenha acesa, é necessário o óleo da leitura, da dúvida, da crítica, da criatividade, do dis-cernimento e do cuidado.

As crianças de hoje serão os futuros po-líticos, donos de escolas, diretores, gesto-res de amanhã. E, se estes forem conscien-tes e agirem com ética e moral, por terem sido conscientizados por seus professores, serão mais zelosos com os benefícios vol-tados para a educação.

Educar para a esperançaUm dos desafios deste tempo é ser uma

educação aberta aos pobres! Sair ao encon-tro dos pobres e escutar deles a experiência da sobrevivência, da crueldade, da fome e da injustiça. Andar pelas periferias e ajudá--los a crescer em humanidade, em inteligên-cia, em hábitos, em valores para que pos-sam dar a volta por cima e trazer aos outros experiências que não conhecem. Construin-do pontes, abrindo portas e possibilidades de uma educação para todos.

Somos convocados a impulsionar em nossas ações educativas a cultura do diálo-go, que forma para o encontro e à valoriza-ção das diversidades culturais e religiosas. Ao ajudar as novas gerações a construir pontes e buscar novas respostas aos desa-fios do nosso tempo, a ajudá-los a semear a Esperança. Não percamos de vista que somos chamados a semear a Esperança!

imensa maioria do povo latino-america-no. Senti-me profundamente acolhido pela Igreja e, como consequência, me dispus a militar ardorosamente nela. Aprendi na Pastoral da Juventude e, mais tarde, nas CEBs, que era preciso participar para transformar as estru-turas que se apresentavam injustas e opressoras, naquilo que seria o sonho da Igreja: um continente de paz e de jus-tiça social, que começava pelas trans-formações das relações da minha casa, da minha rua, do meu bairro, da minha cidade. Inevitavelmente, a militância cristã me levou, como consequência na-tural, à participação político-partidária.

Estou desde 1987 envolvido com a política e já disputei quatro eleições em

minha cidade. Fui eleito vereador em dois mandatos. Atualmente não ocupo nenhum cargo político. Embora a Igreja tenha me inspirado a participar efeti-vamente das instâncias de decisão, ou seja, a ocupar o poder para dele trans-formar o mundo, percebi, ao longo de minha trajetória, que esta mesma Igre-ja, de alguma forma, se distancia dos cristãos que se envolvem com política. Carecemos atualmente de pastorais que acompanhem os cristãos mais engaja-dos. Não é sem razão que o Papa Fran-cisco tem insistido de forma recorrente: “Devemos implicar-nos na política, por-que a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum”.

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comunicaçõesaniversários julho

agenda pastoral

atos da cúria

Natalício 3 Padre Edimar Mendes Xavier 9 Padre Francisco dos Santos11 Padre Antonio Carlos Melo12 Padre Ailton Goulart Rosa16 Padre José Milton Reis22 Padre José Pimenta dos Santos22 Padre Vicente Pinto Ribeiro28 Padre Dirceu Soares Alves28 Padre Claudionor de Barros

1 Encontro Diocesano das Equipes Paroquiais de Formação Cristã - Guaxupé Retiro do Conselho Diocesano da RCC em Petúnia Reunião preparatória do Cursilho de Jovens2 Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo Encontro Setorial da Mãe Rainha – Setor Alfenas 6 Reunião do Conselho de Presbíteros – Guaxupé8 Reunião do Conselho Diocesano do ECC - Alterosa9 Ultréia do Cursilho – Setor Guaxupé10 Reunião dos Presbíteros dos setores Alfenas e Areado – Cavacos12 Reunião dos Presbíteros do setor Passos – Paróquia Nossa Senhora da Penha - Passos14 Reunião dos Presbíteros do setor Guaxupé – Paróquia São José - Guaxupé

28 Padre Juvenal Cândido Martins

Ordenação 2 Padre Denis Nunes de Araújo6 Padre Norival Sardinha Filho9 Padre Edson Alves de Oliveira10 Padre Antônio Donizeti de Oliveira15 Padre Robison Inácio de Souza Santos16 Padre Francisco dos Santos16 Padre Sidney da Silva Carvalho

16 Encontro da Pastoral Orgânica com todas as coordenações de pastorais diocesanas leigas - Guaxupé19 Reunião dos Presbíteros do setor Poços de Caldas20 Reunião dos Presbíteros dos setores Cássia e São Sebastião do Paraíso – - Paróquia Nossa Senhora da Abadia – São Sebastião do Paraíso20 – 23 Encontro para Coordenadores Diocesanos de Catequese do Regional Leste II – Belo Horizonte Cursilho Masculino Jovem 24 – 27 Formação Permanente do Clero em Brodowski (SP)24 – 28 Semana Provincial de Liturgia – Itajubá (MG)27 – 28 Cursilho Feminino Jovem

16 Padre Weberton Reis Magno17 Padre Reinaldo Marques Rezende17 Padre Paulo Carmo Pereira20 Monsenhor José dos Reis23 Dom José Geraldo Oliveira do Valle (episcopal)30 Padre José Ricardo Esteves Pereira30 Padre Ademir da Silva Ribeiro30 Padre Sebastião Marcos Ferreira31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI

• Provisão nº 03/24- Livro nº 12 –Folha 31v.- Concedendo a Pro-visão de Vigário Paroquial ao Revmo. Pe. Paulo Rogério Sobral, no dia 25 de maio de 2017, da Paróquia São Francisco de Paula em Monte Santo de Minas – MG.

• Provisão nº 05/26- Livro nº 12 –Folha 31v.- Concedendo a Provi-são de Vigário Paroquial ao Revmo. Pe. Dione Romualdo Ferrei-ra Piza, no dia 25 de maio de 2017, da Paróquia N. Sra. Assun-ção em Cabo Verde – MG.

• Provisão nº 04/25- Livro nº 12 –Folha 31v.- Concedendo a Provi-são de Vigário Paroquial ao Revmo. Pe. Michel Donizetti Pires, no dia 25 de maio de 2017, da paróquia N. Sra. Carmo em Car-mo do Rio Claro – MG.

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