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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT A Serviço das Comunidades Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXI - 307 | JUNHO DE 2015 A IGREJA VIVE DA EUCARISTIA

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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXI - 307 | JUNHO DE 2015

A IGREJA VIVE DA EUCARISTIA

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Dom José Lanza Neto

2 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Editorial

A Voz do Pastor

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETOEditorDIÁCONO CLAYTON BUENO MENDONÇAJornalista Responsável ALEXANDRE ANTONIO DE OLIVEIRA - MTB: MG 14.265 JPRevisãoJANE MARTINS, MYRTHES BRANDÃO e JULIANA SANTANAProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃOTiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 – Centro CEP: 37.800-000 – Guaxupé (MG)Telefone(35) 3551.1013E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Recebi uma carta de agradecimento de dom Luís Ferrando, bispo da Diocese de Bragança do Pará (PA), nossa Igreja Irmã, pela presença e atuação de alguns padres da Diocese de Guaxupé. Dom Luís demonstrou gratidão e, ao mesmo tempo, destacou alguns pontos que merecem nossa atenção como: o bem que fizeram àquelas comunidades, seu espírito de liderança, sua organização e sua criatividade. Tudo isto nos anima e mostra que em nosso presbitério temos presbíteros preparados, desprendidos, dedicados, envolvidos com nosso povo. O presbítero está no centro de nossas comunidades e, no dizer do papa Fran-cisco, ora estão no meio, ora atrás, ora na

frente. Por que os presbíteros são impor-

tantes? São eles que levam o remédio na cura de nossas feridas – a palavra de Deus, a eucaristia, o perdão, a santifica-ção, a paz, a reconciliação e o penhor da vida eterna. O presbítero é o verdadeiro pastor, o amigo, o companheiro, o bom samaritano.

O presbítero que participa do seu presbitério comunga das ideias, dos pro-jetos e da organização pastoral da dioce-se, vibra, alegra-se e realiza-se com sua Igreja Particular.

A Pastoral Presbiteral faz todo esforço possível para atender às necessidades de nossos presbíteros, sejam elas materiais,

espirituais e de formação, através de re-tiros, encontros, reuniões, formação per-manente, visitas e confraternizações.

A vida do presbítero deve estar ali-cerçada na espiritualidade e na caridade pastoral do Cristo Bom Pastor. “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45).

Constantemente precisamos culti-var nossa vocação e nosso ministério. A Igreja propõe um dia de oração para a santificação do clero, nada mais justo, pois, sem esta sustentação, fracassamos, nossas forças diante dos desafios dete-rioram-se e perdemos o gosto pelo belo e encantador da vida e do ministério.

Conclamamos nossas comunidades para que rezem pelos seus presbíteros.

Apesar do chamado e do ministério, so-mos frágeis, pequenos, necessitados da graça de Deus.

A Pastoral Presbiteral vai promover no próximo dia 12 de junho no Seminá-rio Diocesano São José, em Guaxupé, um encontro de oração e confraternização. Nas comunidades paroquiais, através do SAV e da Pastoral Vocacional, pode-se e deve-se, também, dedicar um dia de ora-ção pelos presbíteros em todo o mundo. É a oração que nos mantém de pé.

Peçamos à Mãe de Jesus e nossa “Mãe dos presbíteros” que nos ajude a perma-necer sempre unidos n’Aquele que é nosso Mestre e Senhor: Jesus Cristo.

No mês de junho, a Igreja comemora as solenidades de Corpus Christi e do Sa-grado Coração de Jesus. Naquela, celebra--se o mistério eucarístico e, nesta, o dia de oração pela santificação do clero.

São João Paulo II, em sua carta encícli-ca Ecclesia de Eucharistia, n.1, afirma que «a Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio nú-cleo do mistério da Igreja. O Concílio Vati-cano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é “fonte e centro de toda a vida cristã.” Na santíssima Eucaristia, está con-tido todo o tesouro espiritual da Igreja. A Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia. É mistério da fé e um tesouro inestimável. O Catecismo da Igreja Cató-lica, nos parágrafos 1373 e 1374, ensina que Jesus Cristo, que morreu, ressuscitou e está à direita do Pai intercedendo por todos (cf. Rm 8,34), «está presente de múl-tiplas maneiras em sua Igreja: em sua Pala-vra, na oração de sua Igreja, “lá onde dois ou três estão reunidos em seu Nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos enfermos, nos pre-

sidiários, em seus Sacramentos, dos quais Ele é o autor, no sacrifício da Missa e na pessoa do ministro. Mas, sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas. No Santíssimo Sacramento da Eucaristia, es-tão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conse-guinte, o Cristo todo.»

A solenidade do Sagrado Coração de Jesus, tradicionalmente é o dia dedicado à oração pela santificação do clero. O sa-cerdócio do Novo Testamento está estrei-tamente vinculado à Eucaristia. No alto da cruz, conforme ensina o Papa Bento XVI, «o Coração de Jesus é trespassado pela lan-ça do soldado romano. Aberto, torna-se uma fonte; a água e o sangue que saem remetem para os dois Sacramentos fun-damentais de que vive a Igreja: o Batismo e a Eucaristia. Do lado trespassado do Se-nhor, do seu Coração aberto, brota a fonte viva que corre através dos séculos e faz a Igreja». São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, costumava dizer que «O

sacerdócio é o amor do Coração de Jesus». O Cura d’Ars era humilíssimo, mas cons-ciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina». De fato, o sacerdócio é um dom de Deus, dom que se esconde em «vasos de argila» (cf. 2 Cor 4,7).

Neste mês, o jornal COMUNHÃO traz reflexões sobre a Eucaristia, sobre o sacer-dócio ministerial e sobre o ano santo da misericórdia. No espaço «A Caminho do Centenário», os pesquisadores contam um pouco da história da Catedral Dioce-sana Nossa Senhora das Dores. Em «re-portagem», o leitor poderá conferir a pe-regrinação da imagem de Nossa Senhora das Dores que acontece na Diocese de Guaxupé.

Que Maria, mulher eucarística e Mãe dos sacerdotes, interceda pela diocese, pelo bispo diocesano, pelo clero e pelas comunidades paroquiais.

Presbítero: homem de Deus

«O sacerdote faz algo que nenhum ser humano, por si mesmo, pode fazer: pronuncia, em nome de Cristo, a palavra da absolvição dos nossos pecados e assim, a partir de Deus, muda a situação da nossa vida.

Pronuncia sobre as ofertas do pão e do vinho as palavras de agradecimento de Cristo que são palavras de transubstanciação – palavras que O tornam presente a Ele mesmo, o Ressuscitado, o seu Corpo e o seu Sangue, e assim

transformam os elementos do mundo: palavras que abrem de par em par o mundo a Deus e o unem a Ele.(...)»

Trecho da homilia do papa Bento XVI no encerramento do ano sacerdotal, 11 de junho de 2010, em Roma

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3Junho/2015

Opinião

O papa Francisco, no dia 11 de abril de 2015, véspera do II Domingo da Pás-coa ou da Divina Misericórdia, publicou a Bula de Proclamação do Jubileu Ex-traordinário da Misericórdia, intitulada Misericordiae Vultus – o rosto da mise-ricórdia. O documento é breve, apenas 25 parágrafos, mas é de suma impor-tância conhecê-lo e meditá-lo para que o Ano Santo seja para cada discípulo(a) de Jesus, um tempo eficaz para o teste-munho dos crentes (cf. § 3).

O primeiro jubileu que se tem notí-cia na vida da Igreja ocorreu em 1300, com o papa Bonifácio VIII. Ele quis que os que visitassem a basílica de São Pe-dro, em Roma, recebessem “uma in-dulgência de todos os pecados, não só mais abundante, mas pleníssima .” Des-de então, o jubileu significa uma etapa decisiva do cristão a caminho de maior plenitude de vida cristã.

O povo de Deus, ao longo da histó-ria, viu nos jubileus um tempo em que o convite de Jesus à conversão se fazia sentir de modo mais intenso. Os dois últimos jubileus de que temos notícias ocorreram em 1983, quando o papa são João Paulo II proclamou o jubileu extraordinário (porque os ordinários ocorrem nos anos de 25, 50, 75 e 100 de cada século) para celebrar os 1950 anos da morte e ressurreição de Jesus, em outras palavras, da redenção do gênero humano por Jesus; e o publicado em 29 de novembro de 1998, através da Bula Incarnationis Mysterium (o Mistério da Encarnação), convocando toda a Igre-ja para a celebração dos 2000 anos de nascimento do Salvador.

A leitura da Bula Misericordiae Vultus nos faz perceber o itinerário proposto pelo pontífice para celebrarmos o Ju-bileu da Misericórdia. Nos primeiros parágrafos, ele procura caracterizar a misericórdia do Pai, cujo rosto mani-festado à humanidade é Jesus Cristo. Na linguagem atual, misericórdia equi-vale a um sentimento de piedade ou de compaixão para com os culpados. Fundamentado nas Sagradas Escritu-ras, nas atitudes de Jesus que em várias ocasiões da sua vida agiu com miseri-córdia para com os pecadores, os pu-blicanos, os doentes e as prostitutas, o papa nos mostra que ser misericordio-so como o Pai é mais que compaixão ou perdão; é disposição de ajudar o neces-sitado. É deixar-se envolver pelo amor de Deus que se alegra quando usa de misericórdia conosco quando menos merecemos, porém, quando mais ne-cessitamos. Alerta a Igreja, ao afirmar que sua ação evangelizadora precisa “estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e tes-temunho que oferece ao mundo. Nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estra-

Jesus é o rosto da Misericórdia do Pai

da do amor misericordioso e compas-sivo” (§10). Será a misericórdia que irá atrair o homem para Deus, pois tudo o que é humano não fica indiferente a ela e somente a misericórdia divina é capaz de fazer de nossa história uma História de Salvação.

Em seguida, apresenta a data de abertura e encerramento do Ano San-to. A abertura, em 08 de dezembro de 2015, coincidirá com os 50 anos de conclusão do Concílio Vaticano II. Tra-ta-se ainda da Festa da Imaculada Con-ceição de Maria, o que mostra o modo de Deus agir, com misericórdia, desde o pecado de nossos pais no Paraíso, preparando Maria, santa e toda pura, “para que se tornasse a Mãe do Reden-tor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a pleni-tude do perdão” (§ 3). Essa data tem o propósito de manter vivo na memória dos batizados o Concílio, que já na sua abertura, nas palavras de São João XIII: “nos nossos dias, a esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da miseri-córdia que o da severidade (...), deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, be-nigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos dela separados” (§ 4). Já o encerramento se dará na sole-nidade litúrgica de Jesus Cristo, Rei do Universo, em 20 de novembro de 2016.

Um especificidade deste Ano Santo é o que diz respeito à abertura da Por-ta Santa, existente nas quatro gran-des basílicas romanas: São Pedro, São João de Latrão (Catedral da Diocese de Roma), Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. É uma porta como as outras, mas que permanece murada, sendo aberta somente a cada 25 anos, por ocasião do Ano Santo ou de algum Ano Santo extraordinário. Quem, no Ano Santo, peregrina a Roma, costuma passar pela Porta Santa, em sinal de conversão e adesão. Para este Ano San-to Extraordinário da Misericórdia, a Por-ta que será aberta será “uma Porta da Misericórdia, em que qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá es-perança” (§ 3). O papa Francisco conce-de, como particularidade deste jubileu, que no III Domingo do Advento, abra--se a Porta Santa na Catedral de Roma, nas demais basílicas papais e em cada catedral. Por opção do bispo local, po-de-se também ser aberta a Porta Santa nos santuários e outras igrejas.

Em todos os jubileus, sempre existi-ram sinais característicos. Para este Ju-bileu, o papa apresenta os seguintes: a peregrinação (o cristão peregrino bus-ca alcançar a misericórdia), a Porta San-ta, as obras de misericórdia corporal e espiritual (“acordar nossa consciência muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza” § 15), a meditação

do Evangelho segundo Lucas, as 24 ho-ras para o Senhor (o Sacramento da Re-conciliação no coração dos pecadores), o envio dos missionários da misericór-dia (envio de sacerdotes com autorida-de de perdoar mesmo os pecados re-servados à Sé Apostólica, numa atitude de solicitude pastoral - § 18). A vivência destas práticas dará maior concretude ao jubileu, procurando o fiel externar sua disposição sincera de abrir o cora-ção para Deus e para os irmãos.

Chama-nos a atenção o número 19 da bula, no qual o papa Francisco adverte com veemência as pessoas envolvidas com o crime organizado e aquelas “promotoras ou cúmplices” da corrupção. Denuncia esta “chaga apo-drecida” e insiste para que, neste Ano Santo, haja uma verdadeira conversão por parte dos criminosos, especial-mente. “Este é o tempo oportuno para mudar de vida! Este é o tempo para deixar tocar o cora-ção. Diante de tantos crimes cometidos, escutai o cho-ro de todas as

pessoas depredadas por vocês na vida, na família, nos afetos e na dignidade. Seguir como estais é só fonte de arro-gância, de ilusão e de tristeza. A verda-deira vida é algo bem distinto do que agora pensais. O papa vos estende a mão. Está disposto a ouvir-vos. Basta somente que acolhais o apelo à conver-são e vos submetais à justiça enquanto a Igreja vos oferece misericórdia.” Nos parágrafos finais, são abordados os temas de relação entre justiça e mise-ricórdia, o favorecimento do encontro das três grandes tradições monoteís-tas: cristianismo, judaísmo e islamismo, pois todos acreditam na misericórdia divina. Conclui invocando a proteção da Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, para que ela possa nos mostrar o rosto misericordioso de seu Filho Jesus.

Por padre Francisco Carlos PereiraPároco da Paróquia Nossa

Senhora da Saúde, em Poços de Cal-

das (MG)

Jubileu Extraordinário da Misericórdia

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4 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Durante a 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada de 15 a 24 de abril, em Aparecida (SP), foi definida, em eleição, a nova presidência, os pre-sidentes das doze Comissões Episco-pais Pastorais, os membros do Sínodo para a Família e os representantes da CNBB no Conselho Episcopal Latino-A-mericano (CELAM).

Os eleitos irão atuar nos quatro anos em que contribuirão com o seu traba-lho diante de cada função.

Confira a lista:

PRESIDÊNCIA- Presidente: dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF)- Vice-presidente: dom Murilo Se-bastião Krieger, arcebispo de Sal-vador (BA) - Secretário-geral: dom Leonardo Urich Steiner, bispo auxiliar de Bra-sília (DF)

CELAM- Delegado titular: dom José Belisá-rio, arcebispo de São Luís (MA)- Suplente: dom Anuar Battisti, ar-cebispo de Maringá (PR)

SÍNODO SOBRE A FAMÍLIAOs prelados também elegeram os

representantes da CNBB para a 14ª As-sembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Família. O Sínodo, convocado pelo papa Francisco, ocorrerá de 4 a 25 de outubro, no Vaticano e terá como tema “A Vocação e a Missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo.”

Entre os dias 4 e 7 de maio, num cli-ma de intensa oração, os diáconos Clay-ton, Eder e Juliano realizaram o retiro espiritual no Monte das Oliveiras, em Alpinópolis (MG). Eles serão ordenados presbíteros neste mês de junho: diáco-nos Clayton e Juliano no dia 19, em Al-pinópolis; diácono Eder no dia 25, em Alfenas (MG).

O retiro foi orientado pelo padre Pedro Meloni Neto, pároco emérito da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Paraguaçu (MG), que os levou a medi-tar a partir de um artigo de dom Pedro Brito Guimarães, cujo título é: “Presbíte-

Nos dias 24, 25 e 26 de julho, acon-tecerá em Campestre o 32º Encontro Diocesano das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Reunirá cerca de 150 participantes. O assessor do encontro será Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, vice- presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB).

Repercutindo o tema da CF 2015,

Confira a lista dos eleitos:

- Membros: dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e elei-to presidente da CNBB; dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA); dom Geraldo Lyrio Rocha, ar-cebispo de Mariana (MG); cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP); - 1º suplente: dom João Bosco Bar-bosa de Sousa, bispo de Osasco (SP) - 2º suplente: dom Leonardo Stei-ner, bispo auxiliar de Brasília (DF) e reeleito secretário-geral da CNBB.

COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL1) para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Ale-gre (RS);2) para o Laicato: dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC); 3) para a Ação Missionária e a Co-operação Intereclesial: dom Esme-raldo Barreto de Farias, bispo auxi-liar de São Luís (MA);4) para a Animação Bíblico-Cate-quética: dom José Antônio Peruz-zo, arcebispo de Curitiba (PR)5) para a Doutrina da Fé: dom Pe-dro Carlos Cipollini, bispo de Am-paro (SP);6) para a Liturgia: dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA);7) para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: dom Francisco Bia-sin, bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ);

Notícias

CNBB

Diáconos vivenciam retiro espiritual no Monte das Oliveiras em Alpinópolis

Encontro Diocesano de CEBs será reali-zado em Campestre

Da esquerda para direita: Diácono Juliano, Diácono Eder, Pe. Pedro e Diácono Clayton

Foto: Portal A12.com

Foto: Arquivo Pessoal Diácono Clayton

8) para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz: dom Guilherme Werlang, bispo de Ipameri (GO);9) para a Educação e Cultura: dom João Justino de Medeiros Silva, bis-po auxiliar de Belo Horizonte (MG);10) para a Vida e Família: dom João Bosco Barbosa, bispo de Osasco (SP);11) para a Juventude: dom Vilsom Basso, bispo de Caxias (MA);12) para a Comunicação: dom Dar-ci José Nicioli, bispo auxiliar de Aparecida (SP).

A Comissão Episcopal para a Ama-zônia é uma comissão especial, por isso não entra em votação para eleger um

presidente. O Conselho Permanente da CNBB posteriormente escolhe um bispo para presidir essa comissão. Atu-almente o arcebispo emérito de São Paulo (SP), cardeal Dom Cláudio Hum-mes está à;frente das questões para a Amazônia.

A cerimônia de posse da nova pre-sidência e dos presidentes das Comis-sões Episcopais aconteceu na manhã do dia 24 de abril, durante a sessão de encerramento da 53ª Assembleia Geral da entidade, no Centro de Eventos pa-dre Vítor Coelho de Almeida, em Apa-recida (SP).

Da redação, com informaçõesda CNBB e do A12.com

ro, uma vocação a ser vivida à altura do evangelho.”

O pregador, que no próximo 8 de dezembro completa 60 anos de minis-tério sacerdotal, enriqueceu as refle-xões com exemplos de suas próprias experiências.

Os diáconos se sentiram envolvidos pelo clima orante. O local tranquilo, se-gundo eles, muito favoreceu para os momentos de deserto. Além dos perío-dos de pregação e meditação pessoal, participaram todos os dias da Celebra-ção Eucarística, presidida pelo pregador.

Por diácono Clayton Bueno Mendonça

“Fraternidade: Igreja e Sociedade” e in-sistindo no protagonismo do leigo, o tema do encontro será “CEB, comuni-dade dos seguidores de Jesus a serviço da sociedade” e o lema “Igreja em saída, sem medo”.

Com informações dopadre José Luiz Gonzaga do Prado

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5Junho/2015

Os bispos reunidos na 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada de 15 a 24 de abril, em Aparecida (SP), avaliaram a realidade brasileira, “marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem demo-crática do País”. Leia, na íntegra, a nota:

CNBB divulga nota sobre o momento nacional

A Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil – CNBB, reunida em sua 53ª Assembleia Geral, em Apa-recida-SP, no período de 15 a 24 de abril de 2015, avaliou, com apreen-são, a realidade brasileira, marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça as conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem democrá-tica do País. Desta avaliação, nasce nossa palavra de pastores convictos de que “ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião para a in-timidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos” (EG, 183).

O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que des-considerem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a auto-nomia que lhes é própria, têm o de-ver irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise.

A retomada de crescimento do País, uma das condições para vencer a crise, precisa ser feita sem trazer prejuízo à população, aos trabalha-dores e, principalmente, aos mais pobres. Projetos, como os que são implantados na Amazônia, afron-tam sua população, por não ouvi-la e por favorecer o desmatamento e a degradação do meio ambiente.

A lei que permite a terceiriza-ção do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direi-tos dos trabalhadores. É inadmissí-vel que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise.

A corrupção, praga da socieda-de e pecado grave que brada aos céus (cf. Papa Francisco – O Rosto da Misericórdia, n. 19), está presen-te tanto em órgãos públicos quanto em instituições da sociedade. Com-batê-la, de modo eficaz, com a con-sequente punição de corrompidos e corruptores, é dever do Estado. É im-perativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão. Só assim se restaurará

Nota da CNBB sobre o momento nacional“Entre vós não deve ser assim” (Mc 10,43).

a justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética.

A credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram di-reitos dos mais vulneráveis. Lamen-tamos que no Congresso se formem bancadas que reforcem o corporati-vismo para defender interesses de segmentos que se opõem aos direi-tos e conquistas sociais já adquiri-dos pelos mais pobres.

A Proposta de Emenda Constitu-cional (PEC) 215/2000, por exemplo, é uma afronta à luta histórica dos povos indígenas que até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil. Se o prazo estabelecido pela Constituição de 1988 tivesse sido cumprido pelo Governo Fe-deral, todas as terras indígenas já teriam sido reconhecidas, demar-cadas e homologadas. E, assim, não estaríamos assistindo aos constan-tes conflitos e mortes de indígenas.

A PEC 171/1993, que propõe a

redução da maioridade penal para 16 anos, já aprovada pela Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça da Câmara, também é um equívoco que precisa ser desfeito. A redução da maioridade penal não é solução para a violência que grassa no Bra-sil e reforça a política de encarcera-mento num país que já tem a quar-ta população carcerária do mundo. Investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juven-tude e para a família é meio eficaz para preservar os adolescentes da delinquência e da violência.

O Estatuto da Criança e do Ado-lescente, em vigor há 25 anos, res-ponsabiliza o adolescente, a partir dos 12 anos, por qualquer ato con-tra a lei, aplicando-lhe as medidas socioeducativas. Não procede, por-tanto, a alegada impunidade para adolescentes infratores. Onde essas medidas são corretamente apli-cadas, o índice de reincidência do adolescente infrator é muito baixo. Ao invés de aprovarem a redução da maioridade penal, os parlamenta-res deveriam criar mecanismos que responsabilizem os gestores por não aparelharem seu governo para

a correta aplicação das medidas so-cioeducativas.

O Projeto de Lei 3722/2012, que altera o Estatuto do Desarmamento, é outra matéria que vai na contra-mão da segurança e do combate à violência. A arma dá a falsa sensa-ção de segurança e de proteção. Não podemos cair na ilusão de que, facilitando o acesso da população à posse de armas, combateremos a violência. A indústria das armas está a serviço de um vigoroso poder eco-nômico que não pode ser alimenta-do à custa da vida das pessoas. Di-zer não a esse poder econômico é dever ético dos responsáveis pela preservação do Estatuto do Desar-mamento.

Muitas destas e de outras ma-térias que incidem diretamente na vida do povo têm, entre seus cami-nhos de solução, uma Reforma Polí-tica que atinja as entranhas do siste-ma político brasileiro. Apartidária, a proposta da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Lim-pas, da qual a CNBB é signatária, se coloca nessa direção.

Urge, além disso, resgatar a ética pública que diz respeito “à respon-sabilização do cidadão, dos grupos ou instituições da sociedade pelo bem comum” (CNBB – Doc. 50, n. 129). Para tanto, “como pastores, re-afirmamos ‘Cristo, medida de nossa conduta moral’ e sentido pleno de nossa vida” (Doc. 50 da CNBB, Anexo – p. 30).

Que o povo brasileiro, neste Ano da Paz e sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, supere esse momento difícil e persevere no caminho da justiça e da paz.

Aparecida, 21 de abril de 2015

Cardeal Raymundo Damasceno AssisArcebispo de Aparecida e Presidente da

CNBB

Dom José Belisário da Silva, OFMArcebispo de São Luís do Maranhão e

Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília e Secretário

Geral da CNBB

Fonte: CNBB

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6 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

REPORTAGEM

Peregrinação da imagem de Nossa Senhora das Dores

No dia 1º de fevereiro, houve na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores, em Guaxupé (MG), a sole-ne Celebração Eucarística em come-moração aos 99 anos da Diocese de Guaxupé. A partir dessa data, e ini-ciou-se a peregrinação da imagem de Nossa Senhora das Dores, padro-eira da Diocese. A ação faz parte da programação pelos 100 anos da dio-cese, que serão celebrados em 2016.

A réplica perfeita da primeira imagem da padroeira da Diocese de Guaxupé foi confeccionada em São João Del Rei (MG), especialmente para a peregrinação. Durante um ano, a imagem visitará todas as 86 paróquias da diocese e demais en-tidades.

Ao final da celebração dos 99 anos, a imagem foi entregue ao pa-dre Francisco Carlos Pereira, pároco da Basílica Nossa Senhora da Saúde, de Poços de Caldas (MG).

Muitos fiéis aguardavam ansio-sos a chegada da imagem em praça pública, em frente à Prefeitura Mu-nicipal daquela cidade. Depois das homenagens, seguiu-se em carrea-ta pelas ruas do centro até à igreja, onde foi recebida com muito fervor pelos fiéis, com uma calorosa quei-ma de fogos.

Após a Celebração Eucarística, colocou-se a imagem em lugar de destaque no presbitério, onde per-maneceu por sete dias. Segundo padre Francisco Carlos, a escolha da Basílica Nossa Senhora da Saú-de para início da peregrinação foi uma graça especial. “Foram dias de intensas orações e piedade popu-lares. Procuramos despertar na co-munidade o compromisso com a caminhada diocesana. O centenário ficou marcado com a passagem da

padroeira diocesana com súplicas e ações de graças por tudo o que até aqui vivemos”, afirmou o padre.

Na despedida da imagem, hou-ve Celebração Eucarística onde os fiéis da Paróquia Sagrado Coração de Jesus foram buscar a imagem. E assim, a peregrinação foi seguindo por todas as paróquias de Poços de Caldas, ao longo dos meses de feve-reiro, março e início de abril.

Entre os dias 20 e 24 de fevereiro, foi a vez da Paróquia São Sebastião celebrar a visita da imagem peregri-na. Além das Celebrações Eucarís-ticas e dos momentos de visitação preparados na igreja matriz, a ima-gem percorreu todo o território da paróquia, visitando as comunidades urbanas (Sagrada Família e São José Operário) e todas as comunidades rurais, além de percorrer algumas instituições. No encerramento da vi-sita, os fiéis conduziram a imagem até à Paróquia São Domingos, tam-bém em Poços de Caldas.

A imagem foi acolhida pelos fiéis com muito fervor e com uma chuva de pétalas de rosas. Em seguida, foi introduzida pelos jovens da crisma ao interior da igreja, onde foi colo-cada em um altar adornado para a ocasião. Rezou-se o terço, condu-zido pela catequese. Após o ter-ço, foi celebrada uma Missa solene em homenagem a Nossa Senhora das Dores. Esta visita oportunizou a Campanha da Fraternidade que traz como lema ‘Eu vim para servir’. Nossa Senhora é, por excelência, a ‘senhora do serviço’ e a ‘mulher do silêncio’.

Entre os dias 26 de março e 5 de abril, a paróquia Nossa Senhora da Esperança custodiou a imagem pe-regrina. Nesses dias, a comunidade

teve a oportunidade de realizar visi-tas e orações em torno da imagem, além de celebrar a Semana Santa e o Tríduo Pascal, contemplando jun-to à Mãe das Dores, as luzes e som-bras dos dias atuais. A recepção da imagem inaugurou o chamado ‘Ter-ço da Família’, iniciativa do Terço dos Homens de recitar a oração mensal-mente, na casa dos fiéis. A imagem peregrina visitou a comunidade pa-roquial São Bento e Nossa Senhora do Silêncio. Para a procissão do en-contro, que retrata o encontro entre Jesus e Maria na Via Crucis, utilizou--se a imagem diocesana. Na festa da Páscoa do Senhor, toda comunidade celebrou a Eucaristia, juntamente com a Paróquia Nossa Senhora das Graças que, ao término, conduziu a imagem em carreata, para sua co-munidade.

Ainda no Setor Poços, aconteceu entre os dias 11 e 14 de abril, a visi-ta da imagem peregrina à Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, em Campestre (MG). Acolhida pela ma-nhã, ao som do repicar de sinos, a imagem foi festivamente recebida pelos membros da Legião de Maria e solenemente entronizada no altar pelos padres, seminarista e acólitos, que realizaram as primeiras home-nagens. Seguiu-se a recitação do Santo Rosário pelos legionários, ca-tequizandos e toda a comunidade presente.

Na sequência, Bandeira do Sul e Botelhos receberam a imagem. Otá-vio Reis faz parte da Paróquia São José, de Botelhos, e narra seu sen-timento: “Meu coração foi tomado por uma grande alegria quando vi a imagem chegando no trevo da ci-dade. Foi como se recebêssemos a visita da própria Virgem Maria em

nosso meio. Foi emocionante!”A recepção aconteceu no trevo

da cidade e de lá seguiu em uma grande carreata. A imagem peregri-na foi à frente, seguida por vários carros. Foi um momento bastante festivo. Depois de passar por todos os bairros, a carreata seguiu até à igreja matriz, onde padre Luciano deu a bênção a todos.

“Ver a imagem da Senhora das Dores ao lado do altar me ajudou a reviver o momento de dor e sacrifí-cio e sentir de uma forma mais in-tensa o Amor de Deus e o amor de Maria”, completou Otávio. Na parte da tarde, a imagem peregrinou por todas as comunidades rurais da pa-róquia, onde era recebida alegre-mente.

Após passar pelo distrito de Pal-meiral, a imagem chegou à Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Cabo Verde (MG), festividade que também marcou a comemoração de vida sacerdotal do pároco, padre Henrique Neveston. Houve visita a algumas entidades assistenciais da cidade, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e o hospital municipal. À noite do mesmo dia, o grupo do Terço dos Homens rezou a o Terço junto à ima-gem.

Na sexta-feira, Dia Internacional do Trabalho, houve Celebração Eu-carística pela manhã, seguida de vi-sita às comunidades de São Bartolo-meu e da Serra dos Lemes. Sábado, pela manhã, as crianças puderam participar da Celebração Eucarística na igreja matriz e realizar a coroa-ção. À tarde, a imagem foi levada ao Lar Santo Antônio. Depois permane-ceu na matriz até o domingo à tar-de, sendo conduzida por um grupo

Visita da imagem da padroeira da Diocese de Guaxupé marca história das comunidades

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7Junho/2015

de paroquianos para Serrania (MG), no Setor Alfenas.

A Paróquia Nossa Senhora Apa-recida de Serrania recebeu entre os dias 3 e 6 de maio, a visita da ima-gem. No dia 3, às 18h30, ela foi re-cepcionada na entrada da cidade. Houve uma carreata até a igreja ma-triz e Celebração Eucarística.

No dia 4, houve uma procissão, levando a imagem para o Lar São Vi-cente, seguida de Celebração Euca-rística. A imagem peregrina também esteve presente nas duas comu-nidades rurais da paróquia, sendo elas, Capela São Sebastião, no bairro dos Trezentos, no dia 5, bem como a Capela Sagrada Família, no bairro dos Pinheiros, dia 6, acontecendo, também, nessas comunidades, a Ce-lebração Eucarística.

A Paróquia São José, de Machado (MG), foi a próxima a receber a ima-gem e viveu momentos especiais, entre os dias 7 e 11 de maio. No dia 7, a imagem foi acolhida pelos pa-roquianos que participaram da Ce-lebração Eucarística. A chegada da padroeira diocesana coincidiu com o primeiro dia da festa de São José, padroeiro da comunidade, propi-ciando momentos de unidade, co-munhão e alegria.

Durante a permanência da ima-gem, houve a recitação de Terços e Celebrações Eucarísticas nas cape-las dos diversos bairros que com-põem a paróquia, momentos esses em que os fiéis puderam agrade-cer e pedir a intercessão de Maria. As pessoas se emocionaram com a presença da imagem da Santa Mãe de Deus. “Foi gratificante participar desse momento. Essa presença nos alegra, motiva, enche de esperança. Tudo aconteceu da melhor forma possível e encheu o coração de to-dos do amor materno, vindo de Ma-

ria”, afirma a ministra extraordinária da Comunhão Eucarística, Nilda Ro-cha.

Segundo o pároco, padre Alexan-dre José Gonçalves, foi um momen-to único, de muitas graças. “O povo rezou e reacendeu o fervor de sua fé junto à imagem de Nossa Senho-ra das Dores, nossa querida Mãe e Padroeira da Diocese de Guaxupé. Como diz o canto: ‘É grande a emo-ção que se sente no peito.’”

No dia 10, domingo, coinciden-temente Dia das Mães, as homena-gens foram inúmeras. “Com a Mãe das mães celebramos o Dia das Mães. Como filhos de Maria, reafir-mamos nosso seguimento a Jesus para fazermos nessa paróquia uma igreja em Missão Popular”, afirmou emocionado padre Alexandre.

Após a visita, a comunidade da Paróquia São José entregou a ima-gem de Nossa Senhora das Dores à Paróquia Sagrada Família e Santo Antônio, também em Machado.

À tardezinha do dia 15 de maio, o Seminário Diocesano Santo Antô-nio, em Pouso Alegre (MG), recebeu uma comitiva de trinta fiéis da Pa-róquia Sagrada Família e Santo An-tônio de Machado, que levou a ima-gem peregrina, recebida com uma breve queima de fogos.

Em seguida, seminaristas e fiéis machadenses participaram da Ce-lebração Eucarística presidida pelo reitor do seminário, padre Ronaldo Aparecido Passos e concelebrada pelo padre Pedro Alcides de Sousa, administrador paroquial da Paró-quia Sagrada Família e Santo Antô-nio. Em sua homilia, padre Ronaldo destacou a importância da perseve-rança cristã em meio às dificuldades da vida: a aflição deve ser transfor-mada em alegria. “A mãe que dá à luz em meio ao sofrimento, depois

vê a alegria de uma nova vida. Essa alegria ninguém pode tirar”, exortou o padre.

Após um jantar servido aos visi-tantes e à comunidade formativa, os seminaristas se reuniram com seu formador para a oração do Ter-ço Mariano, contemplando os mis-térios dolorosos, diante da Virgem das Dores. Na manhã de sábado, a programação começou com o Ofício de Laudes, que trazia como primei-ra antífona para os salmos: “Bendi-ta sejais, ó Virgem Maria, porque de Vós nos veio a salvação do mundo. Na glória do Senhor em que viveis, intercedei por nós diante de vosso Filho.”

Logo após, para uma medita-ção mariana foi convidado o padre Clemildes Francisco de Paiva da Ar-quidiocese de Pouso Alegre. Utili-zando-se de elementos oracionais, o padre percorreu um itinerário de reflexão pelas Sete Dores de Nos-sa Senhora. “Nada nesse mundo se compara às dores que Ela sofreu junto a Jesus. E nenhuma criatura viveu com tanto amor essas dores”, afirmou padre Clemildes. Durante a missa, o padre destacou as alegrias de Maria durante sua vida, segundo ele, a Virgem de Nazaré “encontrou em Deus a sua perfeição através de seu modo de viver e de seu teste-munho.”

Para o seminarista Dione Piza, do 4º ano de Teologia, a visita da imagem inspirou os formandos ao seguimento de Cristo, pela inter-cessão da Virgem das Dores. “Pude-mos contemplá-lo [Jesus Cristo] na alegria da fraternidade, na acolhida das comunidades paroquiais que se uniram a nós, na reflexão, na certeza da materna intercessão de Maria, na

conscientização da diocesaneidade e em tantos outros lumes que per-mearam este evento.”

Na tarde de sábado, a comunida-de se reuniu para rezar a Hora Média da Liturgia das Horas e se despedir da imagem peregrina da padroeira diocesana. Logo em seguida, partiu rumo à Paróquia Nossa Senhora Au-xiliadora, em Paraguaçu (MG). O mês de maio foi finalizado com visitas ao distrito de Guaipava, e às cidades de Fama e Alfenas.

A peregrinação se encerrará em 31 de janeiro de 2016, data da co-memoração dos 100 anos. Na última semana, a imagem passará por to-dos os espaços públicos do municí-pio sede da Igreja na diocese.

Desde o início de 2014, todas as paróquias da Diocese de Guaxupé estão envolvidas nas atividades do Centenário, sobretudo, através das Santas Missões Populares. Trata-se de uma grande mobilização que promoverá evangelização ao longo do próximo ano. O projeto atingirá as cidades da região, com os missio-nários leigos que percorrerão ruas, casas, praças e entidades, anuncian-do Jesus Cristo. Representantes de todas as paróquias estão receben-do formações constantes para atuar nas Missões.

Outras ações também estão sen-do preparadas para marcar as come-morações do Centenário, entre elas a produção de uma revista histórica que recordará os principais fatos ocorridos na diocese ao longo des-ses anos, o lançamento de bandeiras comemorativas e atrações especiais em 2016. A data oficial de criação da Diocese de Guaxupé é 3 de fevereiro de 1916.

Por Julianne Batista

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8 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Bíblia

O sacerdócio judaico e o sacerdócio cristão

São coisas diferentes. Jesus não era da classe sacerdotal, era da classe polí-tica, da família de Davi. Os sacerdotes, especificamente os Chefes ou Sumos Sacerdotes foram seus grandes inimi-gos, eles é que O levaram à morte, mo-tivada imediatamente pela denúncia que Ele fez da exploração comercial que havia no Templo. Nos primeiros escritos do Novo Testamento (Paulo, Evangelhos e Atos) Sumo Sacerdote – em grego Arqui Hiereus – é nome feio.

No Primeiro TestamentoNos primeiros tempos, sacerdotes

ou presidentes de cultos ou celebra-ções eram os chefes de família. Ainda hoje, na páscoa judaica, é o pai quem preside, enquanto cabe ao filho mais novo fazer-lhe as perguntas que terão como respostas a explicação do sentido da celebração.

O culto, como entre as na-ções idólatras, consistia ba-sicamente em sacrificar um animal, assar e comer parte de suas carnes ou, então, queimar tudo (holocaustos) em honra da divindade. Era uma das fun-ções dos sacerdotes. A outra era instruir o povo na Lei de Deus e, por isso, decidir várias questões à luz dessa Lei, como declarar pura ou impura uma pessoa, por exemplo, nos casos de “lepra”.

O profeta Oséias critica es-ses sacerdotes: “Minha questão é contra ti, sacerdote! Tu trope-ças de dia e, de noite, o profe-ta contigo tropeça. Assim vais levando teu povo ao pecado. Meu povo está se acabando por falta do conhecimento. Porque tu te afastaste do conhecimen-to, eu também te afastarei do meu sacerdócio. Tu esqueceste a Lei do teu Deus, eu também me esquecerei dos teus filhos... Alimentam-se dos pecados do meu povo, com seus crimes é que matam a fome.” (Os 4,4-8)

A centralização do cultoSó na época do rei Josias,

quando, então, se começava a escrever o livro do Deutero-nômio, houve a centralização do culto em Jerusalém. Antes havia culto nas pequenas al-deias e nos “lugares altos”. Ha-via sacerdotes por toda a parte, como Jeremias, que era sacer-dote em Anatot.

Josias, com a intenção de centralizar o poder e com o apoio dos redatores do Deu-teronômio, tornou o Templo de Jerusalém o lugar exclusivo onde se deve adorar Deus. Essa

mentalidade chegou aos tempos do Novo Testamento e era o pomo da dis-córdia entre judeus e samaritanos.

Sumo SacerdoteNa época dos Macabeus (cerca de

150 anos antes da era cristã) surgiu o título de Sumo Sacerdote. O Sumo Sa-cerdote macabeu pretendia não só ser o sacerdote principal, mas também ser o rei, o chefe da nação. Pouco adiante, passou a ser nomeado pelos governan-tes, para servir ao poder.

No tempo de Jesus, havia uma fa-mília dos Sumos Sacerdotes, era a fa-mília de Anás. Ele era amigo da autori-dade romana, que era quem nomeava o Sumo Sacerdote. Uma vez, era ele próprio; outra, um filho ou um gen-ro, como Caifás. Eles comandavam o

Templo, a maior empresa da Palestina. Entre funcionários (sacerdotes e levi-tas) permanentes e temporários, como Zacarias, pai de João Batista, o Templo empregava 18 mil pessoas.

Era um alto negócio: vendiam um boi à porta do Templo por um preço acima do mercado e, em seguida, ga-nhavam o mesmo boi, do qual assavam um pouco da carne para a família ofer-tante comer. O restante era deles.

HebreusO escrito chamado Epístola aos He-

breus, ainda atribuído a Paulo no lecio-nário litúrgico, traz este pensamento: Jesus, na sua morte de cruz, substituiu os sacerdotes e os sacrifícios do Primei-ro Testamento.

O escrito é dirigido aos hebreus ou

judeus. Que acontecia? O Templo de Je-rusalém estava destruído assim como a cidade toda. Aquelas celebrações, que esses judeus cristãos costumavam ainda frequentar com tanto gosto, es-tavam acabadas para sempre. Os que agora comandavam a religião judaica não admitiam judeus cristãos. A tenta-ção era abandonar a fé em Jesus.

Por isso, então, o escrito compara Jesus com o Sumo Sacerdote que, an-tigamente, entrava uma vez por ano no lugar mais santo do Templo, levando sangue de bodes e de carneiros. Jesus, com o próprio sangue, entrou no céu de uma vez por todas. Aquelas cerimô-nias bonitas eram apenas sombra, a re-alidade é Jesus Cristo. Aquilo tudo aca-bou. A morte de Jesus superou e ficou no lugar de todos aqueles sacrifícios.

O sacerdócio cristãoÉ o sacerdócio do povo. No

Novo Testamento só a Primeira de Pedro e o Apocalipse falam de sacerdócio cristão, do sacer-dócio do Povo de Deus. O Con-cílio Vaticano II fala também do sacerdócio dos batizados, que todos nós temos em comum.

Fala também do sacerdócio ministerial, que não é um grau acima nem abaixo do que é comum a todos os batizados. É diferente, está a serviço do sacerdócio comum. E o Con-cílio faz questão de citar San-to Agostinho, que diz que o que me alegra, o que é minha salvação, é o que eu sou com vocês, enquanto que o que eu sou para vocês é um perigo e me dá medo.

O culto cristão é um culto espiritual, racional, mental, não envolve sacrifícios mate-riais. É um culto sacramental, o Sacramento faz uma memória que atualiza, torna presente o sacrifício único que Jesus, sacerdote, vítima e altar, apre-sentou ao Pai. Isso, para que o Corpo possa se unir à Cabeça, para que a gente não apenas faça os gestos de Jesus naque-la Ceia Derradeira, mas repita sua atitude de dar a vida em favor dos outros, mesmo dos pecadores.

Ao sacerdote ministerial cabe apenas fazer que o povo todo faça isso, na celebração e na vida.

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado

biblista, escritor e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre (FACAPA). Reside em Nova Resende

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9Junho/2015

Catequese

A Catequese é, comumen-te, dividida em fases e uma das mais lembradas é a “Catequese para a Primeira Comunhão”. Ali-ás, muitos só entendem a Ca-tequese assim, mas ela pode e deve ser mais que isso.

Em primeiro lugar, devemos entender o sentido da “Comu-nhão”. Comunhão ou Eucaristia é um Sacramento, e Sacramen-tos são encontros entre os cris-tãos e Deus. Por isso já podemos ir nos perguntando: nossa Ca-tequese está favorecendo esse encontro?

Tudo o que nós fazemos nós ritualizamos, desde os tempos dos homens das cavernas. Assim também os Sacramentos, sinais sagrados que nos levam a Deus. Santo Agostinho nos diz que a Deus nós encontramos sempre buscando o caminho, e é por isso que cuidamos com tanto zelo da preparação para se re-ceber cada Sacramento. Esse re-ceber os Sacramentos se faz em uma forma ritualizada, mas não entendido isso como simples-mente um repetir de algo do passado, mas como um reviver, um “estar novamente lá”, algo que nos leva além do próprio rito. Afinal, como diria o Peque-no Príncipe, “só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos”.

Antigamente, não havia pre-paração para receber a Eucaris-tia ou qualquer outro Sacramen-to, mas a necessidade fez com que essas preparações fossem criadas e confiadas àqueles que se dedicam ao ensino da fé em suas paróquias e dioceses: os catequis-tas. E, por isso, o próprio catequista deve ser também um sacramento, um sinal de Deus para seus catequizandos, de forma que eles possam compreen-der o valor dos Sacramentos e vivenci-á-los de forma que sintam prazer e não obrigação em fazê-lo. Afinal, como pos-so querer que meu catequizando “as-sista” a uma Missa por pura obrigação? Que sentido isso faria para ele? O que mudaria em sua vida?

Porém, se esse meu catequizando puder se espelhar em mim, e assim conseguir enxergar a importância e a beleza dos Sacramentos, isso sim pode-rá trazer-lhe uma grande mudança de vida. Por isso temos sim que nos esfor-çar para ser bons exemplos de cristãos, especialmente em relação à vida de fé, participação comunitária e à frequência aos Sacramentos. O catequista que não é “sacramento” não é bom catequista.

Evidentemente ser cristão é mais do

Catequese e Eucaristia

que participar dos Sacramentos. Esses são indicativos que exigem esforço da parte de quem os recebe para que sua ação no meio da comunidade seja efe-tiva. Ao receber a Eucaristia, eu recebo a força para transformar o ambiente em que vivo. No entanto, de que valeria a força da Eucaristia sem a minha ação li-vre no sentido de efetivar essa transfor-mação? Reconheçamos: Eucaristia não é mágica, não faz tudo sozinha. Não vi-vemos mais o momento de nos acomo-dar em um canto e esperar que Deus resolva tudo só porque Ele é Deus.

A Eucaristia, assim como todos os outros Sacramentos, ajuda-nos a fazer nossa “Teografia”, ou seja, a escrita da presença de Deus em nossas vidas. O que é salvífico nos Sacramentos é en-tender que o que me salva neles é o que me leva a fazer a conversão de mi-nha vida para Deus, o verdadeiro centro sacramental. Assim não devemos mais ver o milagre eucarístico apenas como

a mudança do pão e do vinho no cor-po e sangue de Cristo, mas também na necessária abertura do coração a Ele, o que também demanda nossa disposi-ção em fazê-lo, sem nos acomodar no “já recebi os Sacramentos e pronto”. Por sinal, quem via Jesus como solução au-tomática para todos os seus problemas não deu conta de segui-Lo até Jerusa-lém e ficou pelo caminho. A Eucaristia não é uma força mágica. Não é porque comunguei que minha vida estará livre de problemas ou que eu conseguirei tudo o que quero. Assim como no Ma-trimônio a ação do esposo e da esposa é fundamental para se fazer com que a família “dê certo”, ao receber a Eucaris-tia também minha ação, no sentido de colaborar com a Graça que me foi dada ao comungar, deve levar-me a me abrir ao próximo em quem encontro a Deus. E isso nós, catequistas, devemos deixar bem claro para nossos catequizandos. Na verdade, posso receber a Eucaristia

e não ter uma vida cristã; esse seria um jeito novo de viver o que a Eucaristia celebra. Mesmo com nossas celebrações deve-mos estar atentos, pois às vezes elas podem ser muito bonitas, alegres, mas sem conteúdo. Nunca podemos nos esquecer de que na Comunhão estamos celebrando a Eucaristia, mas que ela está não só nesse momento, mas em toda a nossa vida. E este é o desafio: sair da missa e entrar na missão.

Assim vemos que, ou a Eu-caristia gera em nossas vidas utopias cristãs ou não cumpre seu papel. Não que o sacramen-to que recebemos não tenha valor ou que Deus não consiga agir através de nós, mas nós é que muitas vezes podemos nos dispor a receber a Comunhão de coração fechado, o que em si seria uma contradição. Comu-nhão significa “comum união”, ou seja, estar com o outro, cele-brar em comunidade, estando aberto para realmente viver de forma comunitária. Como, en-tão, eu poderia ir a uma missa e não me “encontrar” realmente com os outros participantes da celebração? Como não acolher as pessoas que chegam à minha paróquia? Como não lhes dar um sorriso ou uma palavra aco-lhedora? Como seria possível, ao final de uma missa, que eu saís-se apressado sem ao menos dar atenção às pessoas que acaba-ram de concelebrar comigo?

Isso tudo nos leva a pensar não só sobre nossa participação nas celebrações eucarísticas, mas

também nas nossas ações após elas. De fato, já pensamos se o fato de comungar o copo e sangue de Cristo nos está aju-dando a ter uma intercomunhão solidá-ria? Ao participar de nossas celebrações, as pessoas estão tornando-se melhores, mais verdadeiras, mais abertas ao seu próximo? Será que nossa Catequese está realmente levando as pessoas a uma participação mais consciente da Ceia do Senhor ou estamos negligenciando essa urgência de nossas comunidades? Será que nossa Catequese está fermentando o Reino de Deus tal como Jesus tantas vezes insistiu que o fizéssemos? Com certeza esses são questionamentos que não podem faltar a nenhum catequista que deseje, realmente, criar uma nova consciência nas pessoas com as quais convive.

“A Eucaristia nos faz Igreja, comuni-dade de amor.”

Por José Oseas Motacatequista e professor em Guaxupé

“Importa viver, Senhor, unidos no amor, na participação, vivendo em comunhão.”

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10 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

A Caminho do Centenário

“CATEDRAIS” DE GUAXUPÉ

A instalação do Curato de Guaxupé foi uma das primeiras consequências da ampliação da vila de Dores do Gua-xupé e do crescimento da população nos primeiros anos após sua fundação.

Na década de 1850, a população já sentia a necessidade de um represen-tante da Santa Sé que pudesse melhor atender às necessidades espirituais dos cidadãos.

Existia a igreja construída por Paulo Carneiro Bastos, porém as cerimônias eram realizadas esporadicamente por um sacerdote provindo da Paróquia de Jacuí (MG). Nestas circunstâncias, plei-teou-se junto à Diocese de São Paulo a criação do curato, uma espécie de instância inferior à paróquia, mas com uma capela dentro dos padrões exigi-dos pela Sé Apostólica e com um ca-pelão designado para celebrar Missas, ministrar Sacramentos e desenvolver todas as demais atividades religiosas.

Na época, foi designado o padre João José de Paiva para acompanhar o andamento da regularização das exi-gências instituídas para a criação do curato e, principalmente, para demar-car e fiscalizar a construção da igreja que viria a ser a “Capela Curada do Curato”. Padre João José aqui chegou entre os anos de 1850 e 1852 e já ini-ciou suas atividades como sacerdote na igreja construída por Paulo Carnei-ro.

Foi então formada uma comissão presidida por Manoel Joaquim Ribeiro do Valle, futuro Barão do Guaxupé. As obras ficaram sob o comando do mes-tre de obras Francisco Pereira do Nas-cimento. A construção do novo templo se deu no local demarcado pelo padre João José de Paiva, respeitando-se as condições de praxe da Santa Sé.

As exigências para a construção da igreja estavam no fato de que a mes-ma deveria se localizar em lugar alto,

livre de umidade, em uma determi-nada posição em relação ao sol e que possuísse uma área apropriada para que pudessem ser realizadas procis-sões ao seu redor.

Fazia parte da tradição e do costu-me da época que, logo nos fundos da igreja, fosse construído um cemitério que deveria ser administrado pelo pa-dre responsável pela igreja.

Em Guaxupé, as obras e o cumpri-mento das exigências ocorreram con-forme o determinado, sendo a igre-ja e o cemitério construídos dentro das normas canônicas estabelecidas. Cumpridas as exigências, a vila estava apta para que fosse instalado o curato.

Desta maneira, em janeiro de 1856 foi feita a requisição oficial ao bispa-do de São Paulo. Após a análise e sa-tisfeitas todas as condições, foi então criado o Curato de Nossa Senhora das Dores em Guaxupé, fato ocorrido atra-vés de portaria do bispo dom Antônio Joaquim de Melo, em 11 de janeiro de 1856.

Com a criação do curato, foi desig-nado como primeiro capelão e res-ponsável pela igreja o padre João José de Paiva. Vale lembrar que continuá-vamos sob o comando da Paróquia de Jacuí, da Câmara Eclesiástica de Ca-conde e da Diocese de São Paulo.

Na época, foi regularizada a escri-turação dos atos religiosos em Guaxu-pé. Não se pode afirmar com certeza, já que a documentação da época en-contra-se praticamente destruída, mas antes da criação do curato não havia um padrão ou uma norma, já que, apa-rentemente, o padre que aqui estava, ou vinha em determinado período, procedia todas as anotações em um único livro.

Quando foi enviada a portaria de dom Antônio Joaquim de Melo a Gua-xupé informando da criação do curato,

junto da mesma foram enviados um li-vro para servir como livro do tombo da capela e a ordem para que o capelão instituísse e abrisse livros separados para registros de batismos, casamen-tos e óbitos de paroquianos.

Construção da Catedral VelhaCom a contribuição da sociedade, e

em especial dos fazendeiros da época que cederam vários materiais e servi-ços diversos, foi erguida a denomina-da “Capela de Nossa Senhora das Do-res”, mais tarde chamada de “Matriz da Paróquia de Nossa Senhora das Dores de Guaxupé” e também “Catedral Ve-lha de Guaxupé”.

As obras de construção duraram cerca de 2 a 3 anos, sendo que a igre-ja recebeu autorização para funcionar juntamente com a criação do Curato de Guaxupé, fato ocorrido em 11 de janeiro de 1856.

A Catedral Velha foi construída no sistema de pau-a-pique, onde são co-locados vários pilares de sustentação de madeira e as paredes preenchidas com barro em meio à madeira tran-çada. Esta igreja esteve em atividade durante quase noventa anos, pois foi inaugurada em 1856 e demolida em 1943 para dar lugar à nova e majesto-sa catedral.

O cemitério paroquial construído no fundo da igreja esteve em ativida-de durante 40 anos, sendo desativa-do em 9 de maio de 1896 quando foi inaugurado o atual Cemitério Munici-pal de Guaxupé, localizado na Praça da Saudade. Embora desativado, o antigo cemitério só foi demolido em 1928.

Início das atividades da Catedral Ve-lha

Em 11 de janeiro de 1856, a nova capela era curada e recebia autoriza-ção para funcionar através de uma provisão de dom Antônio Joaquim de

Mello, bispo de São Paulo. Conforme ordenava a provisão, a mesma deve-ria ser transcrita no livro do tombo da nova capela. Em 5 de fevereiro de 1856, o padre Molina transcreveu a provisão na folha IV, do livro do tom-bo, ainda em São Paulo, e enviou o mesmo a Guaxupé com a folha nú-mero 1 ainda em branco, mas com a provisão no verso que autorizava o capelão padre João José de Paiva a dar funcionamento à nova capela e a lavrar o termo de abertura do livro em sua folha número 1.

O padre João José de Paiva lavrou o termo de abertura do livro em 15 de março de 1856. Assim, a capela de “Dores do Guaxupé” iniciou suas ativi-dades, mas ainda submissa à paróquia de Jacuí, da Câmara Eclesiástica de Ca-conde e pertencente à Diocese de São Paulo.

A Catedral Velha passou por várias reformas durante as primeiras décadas do século XX, até ser completamente condenada e demolida em 1943.

Catedral atual Foi escolhido o dia 15 de setem-

bro de 1943, dia de Nossa Senhora das Dores, Padroeira da cidade e do tem-plo, para início das obras da nova ca-tedral que ficariam a cargo do mestre de obras Carlos Chiraldelli. A maquete ficou exposta no Bazar Casagrande, localizado na atual Avenida Conde Ri-beiro do Valle.

As primeiras providências

Antes mesmo da demolição da Ca-tedral Velha, o então bispo diocesano, dom Hugo Bressane de Araújo, cons-tituiu uma comissão composta pelos monsenhores José Faria de Castro e José Maria Pereira, além do padre Her-mínio Malzone Hugo, para angariarem recursos para as obras.

Em 20 de maio de 1943, a comissão

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já havia angariado 300 mil cruzeiros e nos dias 27, 28 e 29 de junho daquele ano realizou-se, em Passos (MG), um grande leilão de gado Gir e Indubrasil em prol das obras.

Ainda no mês de junho, estiveram em Guaxupé os engenheiros arquite-tos Calixto de Jesus Neto e Palma Tra-vassos, responsáveis pelo projeto da nova Catedral para “estudarem a adap-tação dos terrenos da Praça Américo Costa para a ereção do novo templo diocesano”.

Em 22 de junho de 1943, o então prefeito municipal, Dr. Antônio Costa Monteiro, aprovou a planta e o projeto da nova Catedral.

Os recursos financeiros Naquela época, foram organizadas

comissões de “senhoritas” que deve-riam percorrer a cidade, mensalmen-te, recolhendo as “quotas de auxílios subscritos pela população em favor das obras da construção da Catedral”.

É bem verdade que na década de 1940 o perímetro urbano de Guaxupé era muito pequeno, porém foi dividi-do em setores ou por ruas que eram visitados por uma das integrantes do grupo que cumpria a tarefa de reco-lher os donativos, com desvelo e en-tusiasmo, dada a grande finalidade de sua missão.

Em 28 de novembro de 1943, os donativos já atingiam a importância de Cr$ 492.057,20.

Foram realizadas festas, quermes-ses e festivais com peças teatrais. Hou-ve, também, doações recebidas em todas as paróquias que compunham a diocese na época, doações de associa-ções religiosas, dentre elas, a das Irmãs Concepcionistas do Ensino, leilões de gado, entre outros.

O então governador do Estado de Minas Gerais, Benedito Valadares, des-tinou uma verba de 200 mil cruzeiros para as obras. Os alunos das escolas, no âmbito da diocese, promoveram uma

campanha pró-Catedral angariando recursos na ordem de Cr$324.474,00.

Uma importante contribuição para as obras da Catedral foi o produto da venda dos bens deixados pelo padre Elias Álvaro de Morais Navarro, pároco de Pratápolis, da Diocese de Guaxu-pé. Pelo que tudo indica, padre Elias faleceu e não deixou herdeiros de se-gundo grau para receberem seus bens como herança. Mediante o fato dos bens não terem a quem ser entregues e serem declarados vacantes, dom Hugo fez um pedido à Presidência da República para que o autorizasse a vendê-los, com a finalidade de o pro-duto da arrecadação da venda ser uti-lizado na construção da nova Catedral do bispado.

A autorização foi concedida pelo Presidente da República Eurico Gaspar Dutra através do decreto lei número 9.429, de 6 de julho de 1946.

A venda dos bens resultou em aproximadamente 200 mil cruzeiros.

A sequência das obras Iniciadas as escavações em 15 de

setembro de 1943, as obras prossegui-ram. Vale lembrar que, naquela época, não havia máquinas para a realização das escavações, limitando-se ao traba-lho braçal.

A cripta foi construída no subsolo com uma altura de sete metros abran-gendo, na sua extensão, toda a largura da majestosa igreja.

Terminada a escavação e retirada a terra, no dia 6 de janeiro de 1944 foi erguido um altar em um dos ângulos da Praça Américo Costa e, às 10h da manhã daquele dia, dom Hugo cele-brou uma Missa campal procedida do lançamento da “pedra fundamental da nova Catedral de Guaxupé”.

Em 15 de maio de 1947, a laje do piso da Catedral já se encontrava fun-dida e, naquela data, foi celebrada uma Missa.

A Folha do Povo noticiou, em 8 de

agosto de 1948, que “a Cúpula da Ca-tedral já estava praticamente conclu-ída”.

O bispo diocesano, dom Hugo Bres-sane, procedeu a benção das telhas no dia 12 de fevereiro de 1949 e a cober-tura da Catedral iniciou-se alguns dias depois.

Novamente, em 16 de abril de 1950, a Folha do Povo noticiava que teria início a sétima fase das obras: “a construção da escadaria, das agulhas das torres e o revestimento externo, orçados em 400 mil cruzeiros”.

A edição número 513 da Folha do Povo, em 12 de novembro de 1950, menciona: “Há poucos dias, repicou o velho sino da antiga Sé e foguetes subiram ao ar porque se completava uma etapa importante das obras da nossa Catedral com a colocação da majestosa cruz em uma das torres”.

O RelógioA Folha do Povo em sua edição

número 531, em 1º de abril de 1951, noticiava: “Guaxupé vai ser dotada de um dos maiores relógios do país – o da nova Catedral – a se instalar breve-mente”.

Naquela época, o maior relógio do Brasil era o da estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ) e, o se-gundo, o da Estação da Sorocabana, em São Paulo (SP). O de Guaxupé era maior do que o da Sorocabana, pois tem um diâmetro de cinco metros e quarenta centímetros, portanto, pas-sou a ser o segundo em tamanho de todo o Brasil.

O relógio foi adquirido da empresa Menquilo, de São Paulo, e foi instalado em dezembro de 1951.

Conforme noticiou a Folha do Povo, em 1º de janeiro de 1952, dom Hugo procedeu a bênção do relógio e das portas da nova Catedral.

DedicaçãoA cerimônia de dedicação do novo

templo foi presidida pelo então nún-cio apostólico no Brasil, dom Armando Lombardi, e concelebrada pelos mon-senhores Gerardo Ferreira Reis e Hilá-rio Pardini, e contou, ainda, com a pre-sença de personalidades de vulto da Igreja Católica da época, dentre eles o bispo de Guaxupé, dom frei Inácio João Dal Monte; o arcebispo de Ribei-rão Preto, dom Luís do Amaral Mousi-nho; o bispo auxiliar de Rio Preto, dom José Joaquim Gonçalves; o bispo de Governador Valadares, dom Hermínio Malzone Hugo; o bispo de Oliveira, dom José Medeiros Leite; além de um bispo chinês, dom Assueire, que, na-quela época, estava residindo em Po-ços de Caldas.

Dos dias 14 a 17 de março daquele ano aconteceu o tríduo preparatório. De manhã, às 6h30, Missa e Comu-nhão; à noite, às 18h30, Missa Vesper-tina, sermão e bênção do Santíssimo.

Dom Armando Lombardi chegou em Guaxupé no dia 18, por volta das 10 horas da manhã, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e, às 17 horas daquele dia, inaugurou o Semi-nário São José e às 20 horas foi home-nageado pelos seminaristas.

No dia 19, dom Armando celebrou uma Missa na capela do Seminário às 7 horas da manhã e, às 18 horas, aconte-ceu a dedicação da Catedral.

No dia seguinte (20) às 7 horas da manhã, houve a dedicação do altar mor seguido de pontifical solene pelo bispo residencial de Guaxupé, dom frei Inácio João Dal Monte, OFMCap.

Por Wilson Remédio Ferraz e Maria Luiza Lemos Brasileiro, pesquisadores

residentes em Guaxupé (MG)

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12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Junho

Comemorações de Junho

4 Solenidade de Corpus Christi6 Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé7 Setor Passos: Formação CMP – Mãe Rainha9-11 Assembleia Regional de Pastoral do Leste II em Belo Horizonte12 Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de oração pela santificação do Clero13 Setores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)17 Diocese: Encontro com os Presbíteros até 05 anos de ministério18 Diocese: Reunião Geral do Clero em Guaxupé 19 Ordenação Presbiteral em Alpinópolis20 Diocese: Reunião da Coord. Diocesana de CEBs em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos MECEs em Guaxupé

Natalício14 Pe. Tadeu dos Reis Ávila14 Pe. Sidney da Silva Carvalho14 Pe. Adivaldo Antônio Ferreira

19 Pe. Wellington Cristian Tavares22 Pe. Donizete Miranda Mendes 29 Pe. Pedro Alcides Sousa

Ordenação26 Pe. Bruce Éder Nascimento29 Pe. Olavo Amadeu de Assis30 Pe. Luiz Caetano de Castro

30 Pe. Danilo Silva Bártholo

20 Cursilho - Reunião do GED em Guaxupé20-21 Visita Pastoral21 Setor Poços: Ultréia do Cursilho Setor Poços: Encontro dos MECEs 24 Diocese: Reunião da Pastoral Presbiteral em Guaxupé25 Ordenação Presbiteral em Alfenas26-28 Visita Pastoral27 Reunião do Conselho Diocesano do ECC em Botelhos28 Diocese: Encontro Diocesano de Coord. de Grupos de Jovens em Guaxupé Solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolo – Óbolo de São Pedro

Cúria