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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT A Serviço das Comunidades Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG CORREIOS MITRA JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 299 | OUTUBRO DE 2014 A VIDA PEDE MISSÃO

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A Serviço das Comunidades

ImpressoEspecial

9912259129/2005-DR/MG

CORREIOSMITRA

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 299 | OUTUBRO DE 2014

A VIDA PEDE MISSÃO

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Dom José Lanza Neto

2 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Editorial

A Voz do Pastor

ExpedienteDiretor geralDOM JOSÉ LANZA NETOEditor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JPRevisãoMYRTHES BRANDÃOProjeto grá�co e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - bananacanelaedesign.com.br (35) 3713-6160Tiragem3.950 EXEMPLARES

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

RedaçãoPraça Santa Rita, 02 - Centro CEP. 37860-000, Nova Resende - MGTelefone(35) 3562.1347E-mail [email protected] Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.Uma Publicação da Diocese de Guaxupéwww.guaxupe.org.br

Na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, nº 53, o Papa Francisco faz referência explícita ao estado em que se encontra o ser humano hoje. A situação é dura por demais. Em um primeiro momento, o pontífice fala da exploração e opressão a que o ho-mem é submetido. Ficamos indigna-dos, reprovamos e denunciamos tal situação. No entanto, como se não bastasse, outro passo é dado, ferindo ainda mais os filhos e filhas de Deus: a exclusão tira toda e qualquer pos-sibilidade de realização, bem estar e felicidade. Parece ser este o último estágio de opressão e miséria abso-

luta, mas o homem ainda é capaz de criar outras formas de dominação so-bre os povos e nações: o descartável. Talvez tenhamos chegado ao limite máximo. O que poderíamos ainda aprontar com o ser humano? Descar-tável é aquilo que vai para o lixo, não serve para mais nada. Lixo colocamos no lixo, quem sabe podemos ainda reciclá-lo?

O ser humano é a obra prima de Deus, destruí-lo é ferir a Deus e querer destruí-Lo também. Aonde podemos chegar? Alguém dizia que hoje olha-mos apenas com duas óticas para a humanidade: a da geopolítica – insta-

lar mais bases militares, mais armas e a outra, tão simplesmente a econômica. O resto não pesa mais, nem a história, nem a cultura, nem a religião, nem a tradição, nem a arte... Tudo é medido neste ângulo que fere e mata. Os po-bres são os mais visados e alcançados por esse sistema opressor e destruidor. Nada acontece sem as alianças e orga-nizações internacionais, com a aprova-ção das grandes potências.

Precisamos ter um novo olhar, acre-ditar e respeitar cada ser humano. Humanizar-nos com a consciência de que somos uma só família. A propósito deste número da exortação apostólica,

em outubro, estamos celebrando a Se-mana da Vida (06 a 12): dia 08 é Dia do Nascituro; dia 12, festa de Nossa Senho-ra Aparecida e Dia da Criança. É bom pararmos, pensarmos e, numa oração ardente, pedirmos ao bom Deus pro-teção e garantia para nossas crianças. Sem elas, tudo é triste e a esperança fica comprometida. Jesus sempre aco-lheu as crianças e as colocou no centro, como sinal do reino de Deus.

Invoquemos a bênção e a prote-ção de nossa querida padroeira e rai-nha, Nossa Senhora Aparecida, sobre todas as crianças, sobre nós e o povo brasileiro!

VIVER A VIDA É COLOCAR-SE A SEU SERVIÇO

“É graça viver um cristianismo que não é ópio do povo, mas uma religião encarnada.” Dom Helder Camara

A vida pede missão! Esta é uma das expressões mais destacadas das Santas Missões Populares. Basta um olhar muito rápido sobre o mundo ou sobre o próprio local, para perce-ber esta urgência.

Talvez, em todos estes anos de cristianismo, nunca houve uma épo-ca com tantas questões a serem dis-cutidas e defendidas com veemên-cia. A vida que clama, carece de um verdadeiro mutirão. O papa Francis-co pede a paz, o fim do terrorismo e é ameaçado pelo estado islâmico. A violência obriga, dia após dia, a sociedade a esconder-se de medo em casa de grades e cercas elétricas. Assiste-se à aridez da natureza que, de tão devastada, perdeu a estabi-lidade. É impossível saber quando fará chuva ou quando entrará a es-

tação e qual estação será em cada momento do ano. Muitas outras questões poderiam ser elencadas, já que é reconhecido o caos em que o mundo vive.

O fato é que a Igreja não tem o direito de assistir à destruição da Vida de braços cruzados. “Se cala-rem a voz dos profetas, as pedras falarão.” É inevitável o joio... no en-tanto, a Igreja é o campo de trigo. Também é inevitável a chegada das trevas. No entanto, a Igreja irradiou--se da luz da Ressurreição. É inevitá-vel a presença do lobo no rebanho. No entanto, as ovelhas somente se perderão se os pastores estiverem ausentes.

Em sua Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, n. 24, o papa Francisco alude à esperança que a

Igreja projeta no mundo. “A comu-nidade evangelizadora mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a quer fecunda. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio. O semeador, quando vê o joio surgir no meio do trigo, não tem reações lastimosas ou alarmistas. Encontra o modo para fazer com que a Pala-vra se encarne na situação concreta e dê frutos de vida nova, apesar de esses frutos serem aparentemente imperfeitos ou defeituosos.”

COMUNHÃO de outubro oferece páginas de reflexões sobre o valor da vida, a urgência da paz, a atenção da Igreja à família – célula da socie-dade e retrata o movimento missio-nário que dá sinais de ser promissor no caminho da nova sociedade.

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3Setembro/2014

Opinião

O Espírito do Senhor levou-nos este ano a adentrar as Santas Mis-sões Populares. Estamos congre-gados pelo desejo de entender e cooperar com a missão. Por este motivo, recentemente aprende-mos que Deus é vida e que a vida é missão. Onde há uma forma de vida, ali deve haver a missão, pois ali há um toque de Deus.

Este artigo tem a finalidade de lembrar-nos que a Diocese de Guaxupé, atenta ao Deus da Vida expresso em Jesus Cristo, perce-be que a cultura da morte tem se alastrado e que a sociedade as-siste passivamente e aceita esta imposição criminosa. Queremos reafirmar a posição pelo direito natural à Vida e conclamar a todos para assumirem em comunhão e corresponsabilidade a Semana da Vida e do Nascituro (aprovada pela 43.ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em 2005).

A vida é missão...Se Deus é vida, a vida é missão e te-

mos Deus em nós, então devemos nos abrir livremente à missão. No entanto, não podemos negar que o dia a dia atrai nossos olhares para as riquezas materiais, para o individualismo e o cul-to do prazer. Tudo isso reforça a ambi-ção natural que existe dentro de cada pessoa. É preciso lembrar que não é possível servir a dois senhores, porque se odeia e despreza a um e ama e serve ao outro (Cf. Mt 6,24). É preciso verda-deiramente escolher.

É época de eleições. Tempo oportu-no para que através de nossa fé, olhe-mos para os programas de governo dos candidatos quanto aos serviços de maiores responsabilidades em nosso país, a fim de que não admitamos mais a morte e o descaso para com tantas pessoas, por causa da insensibilidade e da insensatez daqueles que não in-vestem na saúde, educação, moradia, trabalho, lazer, enfim, na promoção da dignidade humana.

Jovens têm sido massacrados pelo narcotráfico e famílias destruídas pelo vício. A cada dia, a violência está mais descontrolada. Pessoas buscam a “se-gurança” em condomínios fechados, blindagens de veículos, tecnologias avançadas. Os que não podem pagar essas supostas defesas sobrevivem como podem e precisam lutar e rezar para não serem atingidos. Pergunte-mos sem medo: a quem interessa man-ter o tráfico e a impunidade? Quem ga-nha com essa situação? Há muita morte nisso! E a qualidade de vida, como fica?

Sobre o aborto, está gasta a contenda

SEMANA NACIONAL DA VIDA E DO NASCITURO(01 a 07 de outubro)

sobre a sua legalização. Se as pessoas não possuem adequada orientação familiar e educação que assimile o real valor da vida, então existirá gravidez indesejada.

Unindo essas pertinências a outras situações de morte que ameaçam a so-ciedade, nossa Igreja, em missão, nos chama a reconhecer o dom maior que é a vida. Ela é um presente ofertado por Deus. Fomos criados à sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1,26) e, por isso, precisamos valorizar esta dignidade, assumindo o papel de responsáveis pela construção de uma sociedade fra-terna, justa e também solidária.

A civilização do amor é possível acontecer a partir da família. Acredite! Os pais e responsáveis devem prover aos filhos uma educação voltada aos valores cristãos. Dos filhos, espera-se a atenção e a ternura de Jesus, o Cristo de Nazaré. No entanto, pode ser que haja pessoas que pensem que isso seja im-possível. Pode ser que não mais acredi-tem nos sinais de vida expressos dentro de casa... Mas isso é possível.

Outro dia, o pregador do retiro pres-biteral partilhou conosco uma bonita reflexão acerca da vida em Cristo. As-sim como a água nasce da combinação dos elementos naturais - hidrogênio e oxigênio - e aflora através das fissuras que existem no subsolo, chegando até a superfície da terra, também a vida que vem de Deus a partir do encontro do masculino com o feminino. A água nasce cristalina e sai percorrendo seu caminho entre obstáculos e curvas, formando córregos e rios caudalosos. Ela veio para ser boa e contribuir com a criação. Também assim é a nossa vida que vai ganhando forma durante o próprio desenvolvimento. Criados por Deus, viemos para sermos bons e qua-lificarmos a vida nossa e a dos outros.

Há um instante em que a água chega diante de um abismo e precisa se de-cidir: arremessar-se ou ficar parada e tornar-se um pântano. De certa manei-ra, seria a sua perdição. Quando a água salta, então ela cria um espetáculo na natureza e é admirada numa cachoei-ra. Na vida também somos admirados quando, pela determinação, enfrenta-mos os abismos e saltamos para vencer com a confiança em Deus. A beleza de nossa vida está em vivê-la assumindo responsavelmente os riscos e as conse-quências dos mesmos.

A água continua sua trajetória des-cendo o leito, levando vida por onde passa, mas encontrando-se com ga-lhos, folhas e dejetos que são arremes-sados em seu curso, nem por isso pode ser adjetivada de suja. A vida também não pode ser considerada inútil, mes-quinha, suja ou outra coisa menor, só porque alguns jogaram lixos nela. A grandeza da água, talvez seja difícil de ser percebida quando está em meio a tantas coisas que a tornaram turva, mas percorrendo o caminho de volta, do rio sujo até a nascente, é possível perceber que ela é limpa, potável, pura e que vem de Deus.

A vida é naturalmente belaA vida também é assim. Pode ser que

em meio a tantos ativismos, tantas fi-losofias, tantos interesses, tantas coisas que confundam as definições, seja difícil perceber a sua beleza. Pode ser que uma mulher estuprada e com o coração cheio das dores que a violência lhe trouxe, ache melhor abortar, entendendo que a vida em seu ventre não possui o direito de existir e que o gesto abortivo resolveria a sua dor. Assim como uma pessoa que so-freu um acidente automobilístico e carre-ga sequelas por toda a vida, essa mulher

também vai precisar reorganizar seu jeito de viver e compreender a vida, bem como os seus projetos mais ín-timos.

É nesse sentido que a Igreja, através das definições do Concílio Vaticano II, define-se favorável à vida e totalmente contra o aborto. Afinal, a vida deve ser salvaguarda-da com extrema solicitude, desde o momento da concepção (Cf. GS 51). A vida é bonita e nos foi conce-dida com a finalidade de exercitar-mos nossa opção por Deus a cada instante de nossa existência. Como não permitir que um “serzinho” tão indefeso não tenha o direito de nascer, crescer, desenvolver-se e arremessar-se em sua missão?

O aborto é o assassinato de um inocente, independente das moti-vações que o levaram a acontecer.

No mundo, há cerca de 50 milhões de abortos por ano, que correspondem a 4 166 667 ao mês, 138 889 ao dia; 8 787 por hora e a 96 por minuto. Segun-do o relatório de 2005 da Organização Mundial da Saúde, 4 200 000 mulheres se submetem ao aborto anualmente na América Latina e Caribe, e 21% das mortes relacionadas com a gravidez, o parto e o pós-parto têm como causa as complicações do aborto. No Brasil, 31% das gestações são interrompidas, o que representa um número estimado de 1 400 000 abortos realizados em condi-ções precárias.

Depois de um aborto, uma francesa relatou*: “Abortando meu filho, eu es-colhi a sua morte, como se eu tivesse uma escolha um tanto quanto humana de matar um de meus semelhantes. A lei que me dá este direito parece tor-nar essa escolha possível. E, contudo, eu cometo um ato de morte. Se a jus-tiça francesa não me repreende mais depois de 1975, minha consciência me chama à ordem. A injustiça da lei é dar livre curso a um ato de morte, como se tivéssemos a escolha. O que é legal não é necessariamente moral.”

Com a finalidade de promover uma reflexão sobre a importância da vida, lembremos, enfim, que se a vida é in-terrompida ou se ela não possui quali-dade, Deus é quem é barrado. Que esta Semana da Vida e do Nascituro não seja somente um lamento. Que possa ser, para todos nós, entendida como - um grande grito em favor da missão. Afinal, a vida é missão e precisa ser defendida e expandida.

Por Pe. Sidney da Silva Carvalho, membro do Setor Famílias e pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças de

Poços de Caldas

*Fonte de Pesquisa: COELHO, Francisco Augusto. S.O.S. BRASIL - Uma questão de vida ou morte: o aborto. 20.ª ed. Campinas: Macroven Gráfica, 2007.

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4 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Cerca de oitenta e cinco padres reuniram-se juntamente com o bis-po diocesano, dom José Lanza, no seminário Santo Antônio, em São Pe-

Dia 18 de setembro, dom José Lanza celebrou seu aniversário de ordenação episcopal, presidindo a Celebração Eucarística no prédio da cúria diocesana, na cidade de Guaxu-pé. Cerca de 85 presbíteros da dioce-se estiveram presentes, assim como três seminaristas em ano pastoral.

Dom José Lanza optou por come-morar de modo mais familiar, com os colaboradores diretos, familiares, aqueles e aquelas que prestam ser-viço mais próximo no seu dia a dia. “Eu preferi uma coisa mais nossa, mais íntima. Eu gostaria de estar com os padres, de contar com os padres, para que pudéssemos nos sentir mais próximos uns dos outros”, disse. Manifestou sua felicidade pela pre-

“Permaneçamos no amor” (cf. Jo 15,9): este foi o lema escolhido por Dom José Lanza Neto, quando de sua ordenação episcopal, em 19 de setembro de 2004. O bispo foi

Notícias

Clero da Diocese de Guaxupé realiza retiro espiritual

Dom José Lanza comemora 10 anos de ordenação episcopal

Foto: Clayton Bueno Mendonça

Fotos: João dos Reis

dro (SP), para participar do retiro es-piritual anual do clero da Diocese de Guaxupé. Os dias em que se realizou o retiro, ou seja, de 8 a 11 de setem-

bro, foram marcados pelo silêncio, reflexão e oração.

O padre Benedito Ângelo Cortez, MSC foi o pregador e, na primeira re-flexão, já lançou a pergunta: Quem é Jesus? Para darmos uma resposta adequada, precisamos de intimida-de com o mesmo. Responder qual a nossa cristologia e saber quem Ele é em nossa vida. Pe. Benedito disse que “quando respondemos quem é Jesus, descobrimos também quem somos nós. E temos que considerar a necessidade do seguimento e da oração, sabermos que do outro lado há uma pessoa com quem nos rela-cionamos, ou seja, o Pai, ou o Filho, ou o Espírito Santo. A mesma per-gunta foi objeto de reflexão também no segundo dia de retiro. Padre José Hamiltom presidiu a Eucaristia e re-lembrou o que vimos durante as pre-gações. À noite, os padres participa-

ram de uma vigília eucarística.Já na quarta-feira, o pregador

trabalhou o tema da vocação: O mi-nistro ordenado não é um ator que representa um papel. O ministério é uma graça de Deus. Trabalhou-se a questão da misericórdia e do perdão. Padre Gladstone presidiu a Eucaristia e, à luz do Evangelho do dia – Bem aventuranças (Lc 6, 20-26), buscou uma resposta para quem é Jesus. À noite, aconteceu a celebração da mi-sericórdia e a confissão individual dos padres. Sem dúvida, momento também muito rico para todos nós.

No último dia, quinta-feira, o pre-gador, padre Benedito, falou sobre Maria. A Celebração Eucarística, pre-sidida pelo bispo diocesano, Dom José Lanza Neto, finalizou o retiro.

Por Padre Gladstone Miguel da Fonseca

sença de todos.Em sua homilia, ressaltou que o

Evangelho proclamado na celebra-ção (Jo 15, 1-10) o inspirou na es-colha de seu lema episcopal. Sobre seu episcopado em Guaxupé, deixou transparecer alegria: “Estou muito esperançoso e acreditando que es-tamos no caminho certo. Nossa dio-cese não para. Desde o momento em que pisei neste chão sul-mineiro, sin-to cada vez mais milhares de pesso-as que querem caminhar: estão com sede de Deus e da sua Palavra. Bus-cam uma vida cristã mais autêntica, querem fazer uma experiência pes-soal com Jesus Cristo.”

O bispo ainda destacou que sua esperança, neste momento, é a rea-lização das Santas Missões Populares e o entusiasmo no qual todos se en-contram, graças ao cuidado pastoral. “Alegria e consolação nestes dias tão abençoados pelo Senhor que a nossa Diocese de Guaxupé está vivendo: o 1º Retiro das Santas Missões Popu-lares, o 2º Encontro Diocesano dos MECEs, o retiro diocesano do clero. Quero entender que isto é bênção, é graça de Deus, é uma consolação para todos nós.”

Agradeceu aos padres pela cola-boração em seu episcopado: “Quere-mos caminhar juntos. Por isso, neste dia, quis celebrar e confraternizar com vocês, de maneira mais íntima.

ordenado em Jaboticabal (SP), em cerimônia que teve como sagrante principal, dom Antonio Fernando Brochini e cossagrantes dom Luiz Eugênio Perez e dom Albano Bor-

toletto Cavallin. Tomou posse como bispo auxiliar, no dia 1º de outubro de 2004, na Arquidiocese de Londri-na (PR).

Foi nomeado bispo diocesano de

Guaxupé em 13 de junho de 2007 e tomou posse no dia 22 de julho do mesmo ano, na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores.

Quero contar com a riqueza de dons e carismas do nosso presbitério. Sei do potencial que vocês têm!”

Ao final da celebração, padre Cé-sar Acorinte, coordenador da Pasto-ral Presbiteral, felicitou sua excelên-cia pela data, reafirmando o respeito, carinho e amor do presbitério. Padre Pedro Meloni, em nome do presbité-rio, entregou simbolicamente a dom Lanza o presente: uma viagem à Ter-ra Santa. Lázara Assunção, secretária de pastoral, também homenageou o senhor bispo proferindo a leitura de um texto de autoria do professor Al-berto Massabni, conterrâneo de dom Lanza.

Por Clayton Bueno Mendonça

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5Setembro/2014

No dia 14 de setembro, aconteceu, em Guaxupé, o II Encontro Diocesano de MECEs, com a participação de cer-ca de 4000 ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, vindos das diversas paróquias da nossa diocese. O evento contou como primeira assesso-ra, Maria do Socorro, da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas) da Diocese de Osasco, que partilhou com todos os presentes o tema escolhi-do: “Pela cruz à luz”, lema episcopal de dom José Mauro, que foi bispo de Gua-xupé e também pertencia à Congrega-ção Passionista.

Em sua colocação, explicitou o sig-nificado do lema. Para o fundador dos passionistas, São Paulo da Cruz, todo o movimento de cruz traz uma luz. Por isso, precisamos também fazer o mo-vimento de buscar esta luz a partir da cruz. Colocou um pouco da história de São Paulo da Cruz que, desde pequeno, aprendeu a contemplar o crucificado com sua mãe, que sempre lhe dizia: “Depois de passar pelo drama de per-der 11 filhos, meu filho, meu sofrimento não é nada diante do sofrimento deste homem e do amor d’Ele para conosco. Jesus é a grande luz que devemos bus-car quando o sofrimento nos abraça.” Convidou ainda a todos os presentes a serem autênticos e deixarem de lado as máscaras que, muitas vezes, usam para esconder realmente aquilo que são e vi-vem. Todos devem ser a mesma pessoa dentro e fora da Igreja, morrendo para as próprias vontades, para que a vonta-de de Deus apareça. Maria do Socorro advertiu que todo cristão deve estar disposto e disponível para ir ao encon-tro dos irmãos e irmãs e levar a luz de Cristo às cruzes presentes no mundo de hoje, pois Jesus está sofrendo de muitas maneiras. Ele está na lama e nas

2º Encontro Diocesano de MECEs reúne 4 mil pessoas em GuaxupéFotos: Catedral

diversas formas de sofrimento e, muitas vezes, passamos por Ele e O evitamos.

No período da tarde, o assessor foi padre Henrique Neveston Silva, coor-denador diocesano de pastoral da Dio-cese de Guaxupé. Falou sobre o tema “Alimentados pela Eucaristia, caminha-mos em missão“ e partilhou a experi-ência que já estamos vivendo com as Santas Missões em nossa diocese bem como o 1º Retiro Diocesano das Santas Missões Populares. Convocou a todos os ministros a serem missionários e não apenas ministros que servem ao altar. Disse que é preciso ser missioná-rio(a) de Jesus Cristo, buscando e pro-movendo a unidade, deixando de lado tudo aquilo que divide e causa divisão, que precisamos dar testemunho para o mundo.

Em outro momento, acrescentou que não necessitamos buscar novida-des de pastores de outras igrejas e de-nominações para acrescentá-las a nos-sas celebrações litúrgicas, pois a nossa Igreja e sua liturgia são riquíssimas e não precisamos inventar isso ou aquilo para atrair as pessoas a lotarem nossas paróquias. Nós já temos as maiores ri-quezas: a Palavra de Deus, a Sagrada Eucaristia, os Sacramentos e toda a nossa Tradição. Precisamos dar valor ao grande tesouro que temos e então descobriremos profundamente Jesus Cristo vivo e ressuscitado entre nós.

Padre José Maria, coordenador dio-cesano dos MECEs, destacou que o tema escolhido “Pela cruz à luz’’é muito pertinente ao tempo que vivemos, as Santas Missões Populares, pois somos convidados a sermos luz em nossas co-munidades, indo ao encontro dos cru-cificados de hoje. Também agradeceu a Deus pela caminhada dos MECEs em todos esses anos que esteve na coorde-

nação e deixou uma breve mensagem: “Ministros e ministras extraordinários da Eucaristia, devemos, a cada dia, as-sumir nossa cruz, levá-la com elegância e, em meio ao mundo de trevas, sermos realmente essa luz que ninguém conse-gue apagar, sermos reflexo da luz que é Jesus. Alicercem-se cada vez mais na Palavra do Senhor, permitam-se serem alimentados por ela e pela Eucaristia, o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, que nos fortalecem, nos alimentam e nos impulsionam a continuar nossa cami-nhada. Fortalecidos pela Palavra e pela Eucaristia, somos chamados, também, a irmos em missão, levar o Evangelho e essa vida nova, que geram mudan-ças em nosso coração, a tantos irmãos e irmãs. Assim, possamos todos, juntos ao nosso bispo diocesano, padres, reli-giosos, leigos e todos os MECEs, fazer com que o amor seja levado, partilha-do e experimentado e que nossa Igreja particular de Guaxupé seja realmente o reflexo da luz que é Jesus.”

Ao final do encontro, dom José Lan-za Neto presidiu a Celebração Eucarísti-ca. Em sua homilia, disse que “Eu quero entender que o Senhor está sendo ge-

neroso, o Senhor está sendo bondoso para com cada um de nós e nos confir-mando na fé e nesse nosso desejo de continuarmos firmes, perseverantes no seu seguimento. É assim que o Se-nhor vem até nós, é assim que a obra redentora de Jesus se dá, se manifesta, se concretiza no hoje da nossa história. Nós não podemos interpretar que este momento é um momento qualquer. Entendamos que este momento é es-pecial como expressão de vida cristã, de fé cristã e vida católica.” Também mencionou estar alegre devido o mo-mento que a Diocese de Guaxupé está vivenciando: o 1º Retiro Diocesano das Santas Missões Populares, que reuniu 2 mil missionários e o retiro anual do cle-ro da diocese, no qual 82 presbíteros marcaram presença. Como naquele dia se celebrava o 8º ano de falecimento de dom José Mauro, dom Lanza disse que ele, seu imediato predecessor, “conta-giou, em tão pouco tempo, profunda-mente os padres em primeiro lugar e depois, as comunidades por onde ele passou.”

Por David Brunório

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6 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Notícias

Diocese é representada na XXVII Assembleia do COMIRE Leste II

Os seminaristas José Eduardo Apa-recido Silva e Matheus Barbosa Ribei-ro representaram a Diocese de Guaxu-pé na XXVII Assembleia do Conselho Missionário do Regional (COMIRE) Leste II, realizada entre os dias 19 e 21 de setembro deste ano, em Vila Velha--ES, Arquidiocese de Vitória-ES. Tam-bém participaram do evento cerca de 43 pessoas, entre leigos, religiosos e ministros ordenados, provenientes de 16 dioceses de Minas Gerais e Espírito Santo. Dom José Lanza, bispo referen-cial para a Missão no Regional Leste II da CNBB, esteve presente durante todo o encontro.

A Assembleia foi assessorada pelo

padre Sidnei Marco Dornelas, CS - mis-sionário de São Carlos, scalabriniano, assessor da Comissão Episcopal para a Missão Continental e membro da equipe de apoio do Setor Pastoral da Mobilidade Humana, na CNBB. O pa-dre teve como norte para suas refle-xões o tema “Animação Missionária à luz da Evangelii Gaudium”. Por meio de palestras, discussões em grupo e plenários, o tema da missão foi visto à luz dos ensinamentos do Papa Fran-cisco para os novos tempos da Igreja no Mundo: “O Papa nos propõe bem mais que um modelo de Igreja que te-nha como missão ‘trazer os fiéis para dentro’, ele quer que nos lancemos

Nos dias 05, 06 e 07 de Setem-bro, aconteceu na Paróquia São Sebastião de Juruaia, o 8º Treina-mento de Liderança Cristã ( TLC), evento que contou com a colabo-ração de mais de 200 pessoas da comunidade, além do apoio dos convidados das cidades de Mu-zambinho, Guaxupé, Nova Resen-de, Areado, Alterosa, Pouso Alegre e Campinas, para que 73 convida-dos conhecessem um pouco da graça de Deus.

O movimento busca encontrar líderes cristãos para atuarem na comunidade, tendo em sua forma-ção temas referentes à vida comu-nitária, purificação e iluminação de vida, união e vida apostólica.

Os jovens estiveram reunidos no Centro Catequético da Paró-quia e na Escola Estadual Eduardo Senedese.

Por Fabrício Marques

TLC é promovido em Juruaia

Foto: Pascom Juruaia

Fotos: Matheus Barbosa

para fora, nos coloquemos em saída.”Durante a Assembleia, os partici-

pantes tiveram a oportunidade de relatar suas experiências missioná-rias. Um importante e rico momento de testemunhos que contagiou a to-dos os presentes com a narrativa de histórias vocacionais, bem como de acontecimentos específicos de mis-sões em diversos lugares do Brasil e do mundo.

Além dessas, outras atividades re-alizaram-se sob a inspiração da Exor-tação Apostólica do Papa Francisco. Um clima de muita abertura e diálogo pautou todos os momentos, propor-cionando aos participantes a possibi-lidade de contribuir nas discussões.

No último dia de Assembleia, Dom José Lanza, ao proferir sua homilia, destacou que “a missão é gerada no testemunho de homens e mulheres que dão suas vidas em martírio para o anúncio de Jesus, também no coração da Igreja que orienta nossa ação por meio de seu Magistério e, sobretudo, formada no seio da Palavra de Deus, em que o próprio Senhor interpela, provoca e chama a cada um de nós!”

O seminarista José Eduardo desta-cou a Assembleia como “experiência enriquecedora, por apresentar à luz da Exortação Apostólica de Francisco, novos caminhos para o alegre anún-cio do Evangelho.”

Por Matheus Barbosa

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7Setembro/2014

Papa Francisco encontrou-se com agentes pastorais de 80 países em Roma

“Alegria do Evangelho” motiva secretariado paroquial

O Santo Padre recebeu em audiên-cia, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na tarde do dia 19 de setembro, os par-ticipantes no Encontro internacional intitulado “O projeto pastoral da Evan-gelii gaudium” (a alegria do Evange-lho), promovido pelo Pontifício Conse-lho para a Nova Evangelização.

Em seu denso discurso, o Papa disse que este documento “Evangelii gaudium”, que escreveu, tem um sig-nificado programático, com consequ-ências importantes, mas não poderia ser diferente, uma vez que se trata da principal missão da Igreja, ou seja, evangelizar.

No entanto, acrescentou o Pontífi-ce, há momentos em que esta missão se torna mais urgente e a nossa res-ponsabilidade deve ser reavivada. E perguntou: “Quantas pessoas, nas inú-meras periferias existenciais do nosso tempo, estão cansadas e abatidas e precisam da Igreja e da nossa inter-venção? Como chegar até elas? Como transmitir-lhes a experiência da fé, do amor de Deus e o encontro com Jesus? Eis a grande responsabilidade das nos-sas comunidades e da nossa pastoral”.

E advertiu: “Diante de tantas exi-gências pastorais, diante de tantas necessidades espirituais de homens e mulheres, corremos o risco de es-pantar-nos e de retrair-nos por medo ou por autodefesa. Aqui pode advir a tentação de certa autonomia e clerica-

Uma manhã de muita reflexão foi conduzida pela agente de pastoral e comunicadora, Suzana Coutinho, além de professora da Faculdade Ca-tólica de Pouso Alegre e da Univer-sidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS), durante o Encontro Diocesano de Secretários Paroquiais, no dia 25 de setembro, que contou com 82 parti-cipantes.

Dom José Lanza Neto acolheu o grupo e manifestou seu contenta-mento pelo trabalho realizado. Disse que é visível a positiva mudança por parte daqueles que trabalham nas se-cretarias paroquiais. Orientou ainda sobre o que compete aos secretários e o que somente ao padre é confiado realizar. Em seguida, um momento de leitura orante da Palavra de Deus in-troduziu a mística do encontro.

“Não deixemos que nos roubem a comunidade. Não deixemos roubar o entusiasmo missionário”, foram al-gumas das expressões do papa Fran-cisco, lembradas pela assessora do evento, que teve como tema principal “O Serviço Missionário na Secretaria

Foto: Arquivo Pe. Henrique

Foto:Pascom

Padre Henrique com o presidente do Conselho Pontifício da Nova Evangelização, Mons. Rino Fisichella

Suzana Coutinho (em destaque) conduziu o encontro

lismo, codificando a fé em regras e ins-truções, como faziam os escribas, os fariseus e os doutores da lei, no tempo de Jesus. No entanto, o povo fiel conti-nua tendo fome e sede de Deus”.

Por outro lado, afirmou o Papa, a pastoral não consiste em lançar uma série de iniciativas, sem conseguir co-lher a essência da ação evangelizado-ra: dar atenção às pessoas e levá-las ao encontro com Deus. “Uma pastoral sem oração e contemplação jamais po-derá atingir o coração das pessoas. Ela se deterá na superfície e não deixará a semente da Palavra de Deus morrer, germinar, crescer e produzir muitos frutos. Não dispomos de uma varinha mágica para fazer tudo, mas da con-fiança no Senhor, que nos acompanha e jamais nos abandona”.

O Santo Padre concluiu seu discur-so aos participantes no Encontro Inter-nacional sobre a “Evangelii gaudium”, a alegria do Evangelho, exortando os presentes a terem “paciência e perse-verança” na missão que o Senhor nos confiou, mas também confiança e a oração, que sustentam as obras. De-vemos semear e dar testemunho do Evangelho!

A Diocese de Guaxupé esteve re-presentada pelo seu coordenador dio-cesano de pastoral, padre Henrique Neveston Silva.

Por www.guaxupe.org.br

Paroquial.” Suzana utilizou trechos da Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho” para falar aos presentes. Recordou-lhes que, antes de exer-cerem uma função burocrática, são discípulos e missionários de Jesus em uma Igreja em permanente saída. Sobre a indiferença do mundo atual, alertou quanto ao risco do “Desen-

canto do Evangelho”, que faz agen-tes pastorais viverem “como se Deus não existisse”, “como se os pobres não existissem”, “como se aqueles que não receberam o anúncio não existissem”.

Dentro das reflexões, um breve momento penitencial teve como ob-jetivo o reconhecimento das falhas cometidas em nome das normas e

do cansaço profissional. Em seguida, Coutinho motivou o grupo a crer que a ação que lhe é atribuída provém do Espírito Santo, em vista da unidade e da caridade. “Tudo o que a gente faz só tem sentido se nos conduz para a Ação Evangelizadora da Igreja.” Após apresentar as urgências da missão, permitiu que os participantes conver-sassem sobre os desafios e as alegrias da missão na secretaria paroquial.

Para Isabel Cristina, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Alfenas, “o encontro é, a cada ano, crescimento e enriquecimento na vida dos secre-tários. A diocese, através da Pascom, com muito carinho nos chama a viver e crescer na missão: ser missionários a serviço do Reino de Deus, onde Cristo conta conosco para sermos sal e luz na Igreja.”

Ao final, as funcionárias da Mitra Diocesana entregaram a todos uma lembrança, como reconhecimento do serviço zeloso nas secretarias.

Por Pe. Gilvair Messias

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8 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Reportagem

“Igreja Santa, Missionária e Popu-lar”, esta é a esperança plantada no Re-tiro Diocesano das Santas Missões Po-pulares (SMP), entre os dias 29 e 31 de agosto, numa das missionárias envia-das pela Paróquia Santa Cruz, de Santa Cruz da Prata, Helena Ferreira.

Mais de 1800 pessoas realizaram esta experiência promovida pela Diocese de Guaxupé e com a colaboração de famí-lias da cidade, que acolheram em suas casas mais de 1500 participantes, vindos de todas as cidades da região. Na impos-sibilidade de acolher em suas próprias

residências, um grupo da paróquia Sa-grada Família e Santos Reis se articulou e conseguiu uma casa emprestada, para receber 20 missionários. Além da estru-tura física, eles tiveram de organizar-se para conseguir colchões e, ainda, ajudar no deslocamento pela cidade. A respon-

sável pelos visitantes, Isabel Cristina da Cruz, afirmou ser uma experiência positiva: “é maravilhoso, a convivência muito boa, nós criamos um círculo de amizade.”

Iniciado em fevereiro, o processo das SMP está apresentando frutos desde a formação do clero e leigos, e consequente trabalho de pro-moção de assembleias paroquiais, com o objetivo de difundir a mis-sionariedade nas comunidades. O representante diocesano dos pres-bíteros, padre César Acorinte, refor-çou o compromisso feito pelo clero na concretização das SMP, consi-derando os efeitos nas comunida-des. “Nas paróquias, chegam aos ouvidos a alegria deste início de processo missionário. Nós, padres e comunidades, estamos muito fe-lizes porque nosso povo abraçou este projeto”, confirmou o padre.

Um mosaico de cores, de ex-pressões eclesiais e de motivações preencheu o Ginásio Poliesportivo Municipal, em Guaxupé, nesses três dias. Acolhido calorosamente, cada setor missionário trouxe sua ban-deira, confeccionada na própria co-munidade. A participação dos mis-sionários contagiou o coordenador diocesano de pastoral, padre Hen-rique Neveston: “nós preparamos e animamos esta diocese e, agora, a gente vê que a missão é simples e que este projeto da diocese está dando certo.” O bispo diocesano, dom José Lanza Neto, se revelou surpreso pela adesão dos partici-pantes: “nós ficamos muito felizes, porque as pessoas estão sintoniza-das conosco em toda a nossa dioce-

se; atenderam ao nosso chamado.”Numa das falas do encontro, o

formador, padre Luís Mosconi, sa-lientou a fundamental proximida-de do missionário com a Sagrada Escritura e as consequências para a vida e serviço à comunidade, “a

Bíblia é uma referência para a vida, oferece uma proposta e estilo de vida.” Reforçou, ainda, a valorização dada por Jesus à integridade do ser humano, atacada pelas estruturas opressoras do mundo atual, mas também, considerou a renúncia as-sumida por alguns na comunidade cristã para o bem da humanidade. Motivado pela fala de padre Luís, um dos participantes partilhou: “Os apóstolos foram missionários cha-mados por Deus e, hoje, nós rece-bemos este mesmo chamado.” Os assuntos discutidos no retiro não se distanciaram dos desafios da evan-gelização, que marcam a realidade eclesial. Para isso, é necessário que se aprofunde na formação missio-nária e espiritual, aspecto levanta-do por Leandro Luiz de Souza, de Cabo Verde, “espero que nós, mis-sionários, possamos encarar com seriedade a missão.”

Um dos grandes desafios do re-tiro foi alimentar mais de 1800 par-ticipantes, distribuir as refeições para todos num tempo limitado de forma organizada e rápida, missão quase impossível. Para esta tarefa,

a organização do Retiro Missionário convocou equipes específicas que se dedicaram ao recebimento de doações, alocação de voluntários e preparação de cinco refeições diá-rias. A alimentação do almoço e jan-tar esteve sob a responsabilidade de um grupo do Encontro de Casais com Cristo (ECC), envolvido direta-mente na preparação de refeições para os missionários participantes. Outra iniciativa integrada foi o tra-balho conjunto das 4 paróquias de Guaxupé na organização do café da manhã e dos lanches servidos nos intervalos aos participantes.

Como valorização da espiritua-lidade, na noite do sábado, prepa-rou-se uma Vigília Eucarística, que com o uso de cantos litúrgicos e a condução do assessor, silenciou a assembleia para contemplar a pre-sença de Jesus, no sacramento da Eucaristia. “O missionário pode até cair, mas sempre sentirá dentro de si esta força que o faz levantar”, in-centivou padre Luís. Para o religioso dos Irmãos do Sagrado Coração, em Paraguaçu, irmão Ricardo Calori, “este retiro foi um grande impulso

Retiro Missionário anima os participantes a fortalecerem a missionariedade nas paróquias de toda a Diocese

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para implantarmos uma Igreja viva, Igreja que vai até o povo, onde ele está e o traz para um encontro que todos celebram juntos.”

No terceiro e último dia do reti-ro, os missionários participaram da celebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano, que exor-tou os missionários em sua homi-lia: “Nós somos motivadores. Nesta empreitada, ninguém pode ficar para trás, nem as crianças, nem os adolescentes, nem as famílias, nem os idosos, ninguém.” Encerradas as atividades no Ginásio Poliesporti-vo, uma multidão invadiu as ruas da cidade, hasteando suas bandeiras e cantando músicas missionárias. Na praça da Catedral Diocesana, os participantes se preparam para re-ceber o envio do bispo diocesano, que agradeceu a todos aqueles que se engajaram na organização das SMP. Durante o envio, dom Lanza ressaltou o verdadeiro sentido da missão que acontece no testemu-nho de Cristo no mundo: “vocês foram escolhidos do meio do povo para levar a Boa Nova às nossas co-

munidades, portanto, vão às comu-nidades.”

O assessor fez um apelo decisivo aos participantes: “eu espero que as pessoas que estiveram aqui pos-sam se envolver, assumir e avançar [na missionariedade].” Uma respon-sabilidade capaz de modificar os diversos contextos que formam a diocese, com mais de um milhão de habitantes, “no meio da sociedade, imaginemos o bem que toda essa gente, animada pelo Espírito Santo é capaz de fazer”, se animou padre Alexandre José Gonçalves, pároco da Paróquia São José, em Machado. Na volta às comunidades, os par-ticipantes levaram uma profunda experiência realizada nesses dias, na sede episcopal. “Levo para mi-nha paróquia a confirmação, a cer-teza que a hora da missão chegou! É hora de trabalhar e evangelizar”, revelou a animada participante de Nova Resende, Rafaela Beneton de Oliveira Pereira.

Por Sérgio Bernardes

A primeira experiência das SMP ocorreu no Pará, em 1991, motivada por um grupo de agentes de pas-torais e lideranças das Comunida-

des Eclesiais de Base (CEB’s) com a intenção de promover um novo caminho de evangelização que aproximasse os cristãos afastados

das comunidades. De acordo com informações do padre Luís, mais de 400 mil pessoas percorreram o iti-nerário missionário proposto pelas

SMP, que se tornou um movimento missionário a serviço da Igreja.

Um Pouco de História

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10 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Liturgia

Recentemente, tornou-se pú-blica uma carta circular da Con-gregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos en-viada aos bispos de toda a Igreja, que tem por finalidade dar uma resposta às questões levantadas no Sínodo dos Bispos sobre a Eu-caristia, ocorrido em 2005. Na ocasião, foi discutida a proble-mática do lugar e do modo como acontece o sinal da paz (abraço da paz) dentro da liturgia da mis-sa. O então papa vigente, Bento XVI, afirmou na exortação pós-si-nodal Sacramentum Caritatis que o gesto da paz na liturgia “pode assumir expressões excessivas, suscitando um pouco de confusão na assembleia precisamente antes da comunhão” (SC, n. 49). De fato, vemos que em nossas comunida-des, muitas vezes, o abraço da paz toma proporções maiores do que deveria, comprometendo a par-ticipação plena nos ritos que se prosseguem. Com a publicação do documento da referida Congrega-ção, surgiram inúmeras dúvidas e confusões. Muitos compreenderam que se havia proibido o abraço da paz durante a missa, ou até mesmo questionaram se a validade do do-cumento era para toda a Igreja ou apenas para algumas regiões. Faz-se necessário, portanto, aprofundar no conteúdo da carta circular, e mais ainda, no significado do rito da paz no contexto litúrgico.

A Igreja e a pazEm primeiro lugar, surge o ques-

tionamento sobre o que a Igreja compreende por paz. A paz é um dos frutos do Espírito (cf. Gl 5,22-23), formado nos corações dos ho-mens, como primícias da glória eter-na (CATECISMO, n. 1832). O próprio Cristo, príncipe da Paz (cf. Is 9,5), foi, desde sua encarnação e nascimento, aquele que trouxe a paz aos homens (cf. Lc 2,14). Em sua missão, decla-rou “bem-aventurados aqueles que são pacíficos, pois serão chamados filhos de Deus” (cf. Mt 5,9). Na ver-dade, Ele mesmo é nossa paz, pois destruiu no mundo a inimizade (cf. Ef 2,14). Dá-nos a paz, mas não do jeito do mundo, mas do seu jeito (cf. Jo 14,27). Disto decorre que a paz é mais que ausência de guerra e que equilíbrio de forças contrárias (CA-TECISMO, n. 2302). A paz terrestre é sim, obra da justiça, fruto do amor, e, portanto, tarefa permanente do cristão, artífice da paz (MEDELLIN, n. 2.14). A Igreja professa de mes-mo modo, que somente pode falar

A PAZ ESTEJA CONVOSCO!” (JO 20, 21) : O DOM DA PAZ NA LITURGIA E NA IGREJA

de paz aquele que vive o perdão. Na fórmula da absolvição do sacramen-to da penitência, o sacerdote pede a Deus que conceda ao penitente o perdão e a paz. A paz, por con-seguinte, “é fruto da redenção que Cristo trouxe ao mundo com sua morte e ressurreição, é o dom que o Ressuscitado segue oferecendo hoje a sua Igreja” (CARTA CIRCULAR, n. 1)

Todas estas realidades ressal-tam a importância do gesto da paz, que talvez seja mais bem nomeado como “rito do dom da paz”, desca-racterizando o momento como uma simples troca de cumprimentos ou felicitações. Percebe-se de mesmo modo o grande valor com que a Igre-ja sempre tratou este ritual. No de-correr dos séculos, porém, o rito da paz conheceu diversas práticas dife-rentes. Em muitas famílias litúrgicas, o sinal da paz era dado no início da liturgia eucarística, após a liturgia da Palavra e antes da preparação das oferendas, trazendo o significa-do contido em Mt 5,24 (“deixa a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão”), de modo que o ósculo (beijo) da paz era o vínculo entre a Palavra e a Eu-caristia (JUNGMANN, 2009, p. 769). Para as liturgias romana e africana, entretanto, outro costume era ob-servado: a paz era comunicada an-tes da comunhão, como preparação natural para esta. Deste modo, era comum o bispo beijar antes o altar e só em seguida, desejar a paz aos de-mais ministros, enquanto a assem-

bleia repetia o gesto. Com este pe-queno rito ficava claro que o beijo da paz parte do altar e é transmitido adiante como uma mensagem, uma dádiva do Santíssimo (JUNGMANN, 2009, p. 772-773). Assim sendo, o sinal da paz passou por uma evolu-ção em sua localização no rito, em quatro estágios: 1) depois das “pre-ces” e antes da oração eucarística; 2) após a fração do pão e antes da co-munhão; 3) depois do “Cordeiro de Deus” e antes da comunhão; 4) na restauração do Vaticano II: após o Pai-Nosso, acompanhado da Oração pela Paz e precedendo a fração do pão e o “Cordeiro de Deus” (MARSILI, 1986, p. 285). A disposição atual do sinal de paz funciona como uma do-bradiça entre o Pai-Nosso com seu simbolismo (Livrai-nos de todos os males, Ó Pai, e dai-nos a vossa paz...) e a fração do pão, durante a qual se implora ao Cordeiro que nos dê a sua paz. (CARTA CIRCULAR, n. 2).

A nova instruçãoNota-se assim, o acento dado ao

longo da história ao sinal de paz. De fato, quando não se compreende bem “o significado correto do rito da paz, debilita-se o conceito cristão da paz e se vê afetada negativamen-te sua própria frutuosa participação na Eucaristia” (CARTA CIRCULAR, n. 6). Já em 2004, a Congregação para o Culto Divino vendo-se pre-ocupada com a situação do sinal da paz, recordou em sua instrução Redemptionis Sacramentum, aqui-lo que já era determinado na Intro-

dução Geral do Missal Romano: que cada um dê a paz de modo sóbrio e apenas aos que estão ao seu lado (cf. RS, n. 72). Contudo, os excessos continuaram, resultando na recente Carta Circular, onde a Congregação, sob o aval do Papa Francisco, determina que se evi-tem os seguintes abusos (CARTA CIRCULAR, n. 6):

a) a execução de um “canto da paz”, inexistente no Rito Ro-mano, pois se prevê um tempo breve para dar a paz. Um canto sugere um tempo mais extenso, que compromete o bom anda-mento da liturgia;b) o deslocamento dos fiéis para comunicar a paz. De fato, é no mínimo estranho atravessar a Igreja para “abraçar” um conhe-cido e deixar de saudar alguém que está no mesmo banco;c) que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis, para não alterar a celebração e não dar a impressão de ter “pre-feridos” dentro da assembleia. Não há problemas em saudar os que o acompanham no presbité-rio;d) que o rito da paz não seja oca-sião de desejar felicitações de Páscoa, Natal ou outros aconte-cimentos da vida pública e/ou sacramental e, muito menos, ex-pressar condolências a famílias enlutadas.

Por fim, vale ressaltar que, ao

contrário do que muitos interpre-taram, o rito da paz não foi extinto, porém se pede mais sobriedade ao executá-lo, segundo as disposições acima. Em tempos tão repletos de conflitos como os nossos, o gesto de paz ganha uma importância re-levante, levando a Igreja a assumir cada vez mais a missão de implorar o dom da paz ao Senhor. Paz que é uma “uma aspiração radical que se encontra no coração de cada um” (SC, n. 49). Somente a correta com-preensão de seu significado pode enriquecer o rito da paz e sua vivên-cia que se desdobra na construção de um mundo mais justo e pacífi-co (CARTA CIRCULAR, n. 7). A Con-ferência de Medellín afirma que “a paz com Deus é o fundamento úl-timo da paz interior e da paz social (...). Onde há injustiças rejeita-se o dom da paz do Senhor, rejeita-se o Senhor” (MEDELLIN, n. 2.14). Que o Deus da Paz nos auxilie no caminho de fidelidade a Ele e à sua Igreja.

Por Vinícius Pereira Silva, seminarista de Teologia em Pouso Alegre

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11Setembro/2014

Atualidade

GRUPO DE REFLEXÃO – VIDA E MISSÃO DA IGREJA

SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A FAMÍLIA OCORRERÁ DE 05 A 19 DE OUTUBRO

Quando falamos de Grupos de Re-flexão (GR), Vida e Missão da Igreja, primeiramente, o que desperta em nós e que Igreja imaginamos? Tem-plo, Santuário, Matriz e Capela? Digo que é tudo isso e muito mais.

É a Igreja viva nas casas. Os GR têm a missão de levar as pessoas a toma-rem um gosto especial pela Bíblia, pois é ela que dá vida aos GR, levan-do as pessoas a se sentirem parte do grupo do qual elas participam em sua rua. A palavra partilhada no GR vai iluminando os fatos da vida e acon-tecimentos do dia a dia das pessoas que vão descobrindo o quanto é im-portante a palavra de Deus em suas vidas e das famílias. A Bíblia é o cora-ção dos GR e da missão da Igreja. Ela ajuda as pessoas a terem pensamen-tos próprios e serem sujeitos de um novo tempo na Igreja. Os animadores e animadoras dos GR devem ser os primeiros a irem ao encontro dos po-

Publicamos aqui a parte inicial do Documento preparatório ao Sínodo, que aborda as principais questões a serem discutidas. Confira o texto na íntegra em: http://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_sy-nod_doc_20131105_iii-assembleia-si-nodo-vescovi_po.html

DESAFIOS PASTORAIS DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DA EVANGELIZAÇÃO

Vaticano 2013

O SÍNODO: FAMÍLIA E EVANGELIZAÇÃOA missão de pregar o Evangelho a

cada criatura foi confiada diretamen-

bres, esquecidos, marginalizados, do-entes e idosos das nossas periferias.

Não dá para falar de GR numa igreja piramidal, centralizadora. Para que os mesmos sejam ferramentas de transformação e libertação, é preciso investir na formação dos animadores e animadoras com cursos bíblicos, estudo dos roteiros e dinâmicas de animação de grupo. Uma experiência profunda de fé nasce no coração dos animadores e animadoras, missioná-rios e missionárias, quando se tem a Bíblia nas mãos e os pés na Missão. Este é o verdadeiro jeito antigo e novo de ser da Igreja viva nas casas. É o que nos pede o DA e o Documento 100 da CNBB, uma “Paróquia rede de comunidades”, uma Igreja em saída, em estado permanente de missão. É impossível falar de GR sem falar das Santas Missões Populares (SMP).

É o que estamos vivendo em par-ticular em nossa querida Diocese de

Guaxupé, que assumiu em sua IV Assembleia Diocesana de Pastoral, nos dias 06 e 07 de ju-nho de 2009, como prioridade os GR e as SMP. É um tempo da graça de Deus em nossa Dio-cese. As experiências dos en-contros diocesanos dos GR e o 1º Retiro das SMP vieram para marcar, de uma vez por todas, que este é o caminho que de-vemos continuar seguindo.

É preciso que todos nós, bispo, padres, religiosos e re-ligiosas, leigos e leigas conti-nuemos com este olhar espe-rançoso para os GR e as SMP.

Por padre Eduardo Pádua de Carvalho, coordenador dos Gru-pos de Reflexão Bíblica e pároco

da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Passos

te pelo Senhor aos seus discípulos e dela, a Igreja é portadora na história. Na época em que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um de-safio pastoral, que interpela a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e da comuni-dade eclesial.

Propor o Evangelho sobre a família, neste contexto, é mais urgente e neces-sário do que nunca. A importância do tema sobressai do fato que o Santo Pa-dre decidiu estabelecer para o Sínodo dos Bispos um itinerário de trabalho em duas etapas: a primeira, a Assembleia Geral Extraordinária de 2014, destina-da a especificar o “status quaestionis” e

a recolher testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar e viver de manei-ra fidedigna o Evangelho para a família; a segunda, a Assembleia Geral Ordi-nária de 2015, em ordem a procurar linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família.

Hoje se perfilam pro-blemáticas há poucos anos inéditas, desde a di-fusão dos casais de fato, que não acedem ao ma-trimônio e, às vezes, ex-cluem esta própria ideia, até às uniões entre pes-soas do mesmo sexo, às quais não raramente é permitida a adoção de fi-lhos. Entre as numerosas novas situações que exi-gem a atenção e o com-

promisso pastoral da Igreja, será sufi-ciente recordar: os matrimônios mistos ou inter-religiosos; a família monopa-rental; a poligamia; os matrimônios combinados, com a consequente pro-blemática do dote, por vezes, entendi-do como preço de compra da mulher; o sistema das castas; a cultura do não comprometimento e da presumível ins-tabilidade do vínculo; as formas de fe-minismo hostis à Igreja; os fenômenos migratórios e reformulação da própria ideia de família; o pluralismo relativista na noção de matrimônio; a influência dos meios de comunicação sobre a cul-tura popular na compreensão do matri-mônio e da vida familiar; as tendências

de pensamento subjacentes a pro-postas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto matrimonial; o difundir-se do fenôme-no das mães de substituição (“barriga de aluguel”) e as novas interpretações dos direitos humanos. Mas, sobretudo, no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono da fé na sacramentalidade do matrimônio e no poder terapêutico da penitência sa-cramental.

A partir de tudo isso, compreen-de-se como é urgente que a atenção do episcopado mundial, “cum et sub Petro”, enfrente estes desafios. Se, por exemplo, pensarmos unicamente que, no contexto atual, muitos adolescen-tes e jovens, nascidos de matrimônios irregulares, poderão nunca ver os seus pais aproximarem-se dos sacramentos, compreenderemos como são urgentes os desafios apresentados à evangeli-zação pela situação atual, de resto di-fundida em todas as partes da “aldeia global”. Esta realidade encontra uma correspondência singular no vasto acolhimento que tem, nos nossos dias, o ensinamento sobre a misericórdia divina e sobre a ternura em relação às pessoas feridas, nas periferias geográ-ficas e existenciais: as expectativas que disso derivam, a propósito das escolhas pastorais relativas à família, são extre-mamente amplas. Por isso, uma refle-xão do Sínodo dos Bispos a respeito destes temas parece tanto necessária e urgente quanto indispensável, como expressão de caridade dos Pastores em relação a quantos lhes são confiados e a toda a família humana.

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12 Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades

Comunicações

Agenda Pastoral de Outubro

Comemorações de Outubro

3-5 Visita Pastoral na Paroquia São Pedro em Alfenas4 Diocese: Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé9 Diocese: Reunião Geral do Clero em Guaxupé11 Setores: Reunião dos Espaços das Juventudes Setoriais16 Diocese: Reunião da Pastoral Presbiteral18 Setores: Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs) Centenário da Aliança de Amor em todos os setores e no Santuário da Mãe Rainha em Poços19 Centenário da Aliança de Amor em todos os setores e no Santuário

Natalício09 Pe. Aloísio Miguel Alves11 Pe. Gilmar Antônio Pimenta15 Pe. Ademir da Silva Ribeiro10 Mons. Mário Pio de Faria16 Pe. Edno Tadeu de Oliveira

22 Pe. César Acorinte 22 Pe. José Neres Lara 22 Pe. Glauco Siqueira dos Santos26 Pe. Arnoldo Lourenço Barbosa30 Pe. Ronaldo Aparecido Passos

Ordenação17 Pe. Márcio Alves Pereira18 Pe. Gilvair Messias da Silva25 Pe. José Luiz Gonzaga do Prado29 Pe. Donizete Antônio Garcia31 Pe. Robervam Martins de Oliveira

da Mãe Rainha em Poços 19 Reunião preparatória para o Cursilho Adulto em Poços de Caldas24-26 Diocese: Encontro Diocesano de Liturgia Visita Pastoral em Areado25 Reunião da Coord. Diocesana da RCC em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana de CEBs em Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC em Guaxupé Setor Areado: Reunião do Conselho Diocesano do ECC 29 Diocese: Encontro com os Presbíteros até 05 anos de ministério

31 Dom José Lanza Neto (Presbiteral)