jornal fraterno 55

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“Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em qualquer época da humanidade” Allan Kardec FRATERNO Jornal Bimestral | Edição 55 | Ano IX | Setembro/Outubro de 2012 9 ANOS Divulgando a Doutrina Espírita Distribuição gratuita | [email protected] ESTUDO SOBRE POLÍTICA E ESPIRITISMO “Errar é humano, mas quando a borracha se gasta mais depressa que o lápis, você está positivamente exagerando”. (J. Jenkings) “Deveria ser motivo de escândalo um país ser muito bem cotado na balança comercial de exportação e ter, ao mesmo tempo, irmãos pelas ruas passando fome, frio e toda sorte de necessidades”. Veja nesta edição EDITORIAL Um olhar para a política ...................................... 2 MENSAGEM Confiança na vida ................................................. 2 EVENTOS .................................................. 3 DISCUTINDO A BÍBLIA Cristo e as pedras..................................................... 3 ESCOLA Violência na escola ................................................... 4 O ESPÍRITO NA ESCOLA Ser, o verbo do espírito ......................................................5 CULTURA ESPÍRITA Estudo sobre política e espiritismo ......... 6, 7 e 8 DOUTRINA A caridade maior ....................................................................8 COMPORTAMENTO O ato de bocejar na casa espírita .................... 9 COMPORTAMENTO Elitização do espiritismo ..................................... 10 MOMENTO FRATERNO Dia das Crianças - dia de todos nós! ......... 11 MEMÓRIAS DE CHICO XAVIER........... 11 MORAL CRISTÃ A petição de Jesus ............................................... 12

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Page 1: Jornal Fraterno 55

“Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em qualquer época da humanidade” Allan Kardec

fraternoJornal Bimestral | Edição 55 | Ano IX | Setembro/Outubro de 20129 anos Divulgando a Doutrina Espírita

o s a s c o

Distribuição gratuita | [email protected]

ESTUDO SOBRE POLÍTICA E ESPIRITISMO

“Errar é humano, mas quando a borracha se gasta mais depressa que o lápis, você está positivamente

exagerando”. (J. Jenkings)

“Deveria ser motivo de escândalo um país ser muito bem cotado na balança comercial de exportação e ter, ao mesmo tempo, irmãos pelas ruas passando fome, frio e toda sorte de necessidades”.Veja nesta ediçãoEDitorialUm olhar para a política ...................................... 2 mEnsagEmConfiança na vida ................................................. 2EVEntos .................................................. 3DiscutinDo a bíbliaCristo e as pedras..................................................... 3 EscolaViolência na escola ................................................... 4o Espírito na EscolaSer, o verbo do espírito ......................................................5cultura EspíritaEstudo sobre política e espiritismo .........6, 7 e 8DoutrinaA caridade maior ....................................................................8comportamEntoO ato de bocejar na casa espírita .................... 9comportamEntoElitização do espiritismo .....................................10momEnto fratErnoDia das Crianças - dia de todos nós! .........11mEmórias DE chico xaViEr ...........11moral cristãA petição de Jesus ...............................................12

Page 2: Jornal Fraterno 55

[email protected] FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

FRATERNO, jornal bimestral contendo: Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais, com sede no “Centro Espírita Seara de Jesus”, Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEp 06070-240, Osasco, Sp. [email protected]; Jornalista responsável: Bráulio de Souza - MTB 20049; Coordenação/Direção/Redação: Eduardo Mendes; Revisores: Luciana Cristillo Mendes, Jussara Ferreira da Silva e Giovanna Camila Ramalho; Financeiro: Alexandre Silva Melo; Diagramação: Jovenal Alves pereira; Captação: Manoel Rodilha; Impressão: Gráfica Yara; Tiragem: 10.000 exemplares; Distribuição: Osasco e Grande São Paulo; e-mail: [email protected]; Telefones: (011) 3447-2006/7165-6437 ou (011) 3688-2440

| editorial | mensagem

Quando se fala em polí-tica, logo nos vem à mente a algazarra da época das eleições

com carros de som e cartazes espalhados pela cidade, alarde-ando as promessas de campanha de cada candidato.

Atualmente temos direito ao voto, conquistado com muitas lutas, mas houve tempo em que não tínhamos esse direito asse-gurado, estando, então, sujeitos às escolhas feitas conforme os interesses das classes dominantes, pois o voto era privilégio destas.

Cur ios amente, ap ós tantas lutas, não damos a devida importância que a política tem em nossa vida. Política é uma atividade humana proveniente do inte-lecto que, através da comu-nicação, congrega pessoas em torno de um objetivo comum. Então, fazemos polí-tica a todo o momento em nosso cotidiano, seja ao com-partilharmos opiniões que formam opiniões, ou quando inf luenciamos diretamente o rumo dos acontecimentos através de nossas opiniões.

O espírita, enquanto ser cons-ciente e encarnado em socie-dade, tem muito a contribuir para divulgar e realizar na prática política.

A Doutrina Espírita, como ciência, filosofia e religião, nos dá fundamentação cristã, lógica e racional para o enfrentamento dos obstáculos da existência material e dos grandes desafios sociais da modernidade, quais sejam: a violência, o desemprego, as drogas, a desigualdade social, a desagregação da família, o desrespeito ao direito de acesso aos bens da terra, da destruição da natureza, do desrespeito à vida e ao indivíduo, e do progresso.

Ainda a Doutrina Espírita,

baseada nos ensinamentos morais de Jesus, situa o homem no centro dos acontecimentos que o envolvem na sociedade, dando ferramentas e cobrando uma postura mais atuante para lidar com todas essas mazelas sociais que, em última análise, originam-se da ignorância e do endurecimento espiritual do ser, com consequências coletivas.

Os ensinamentos evangélicos de Jesus convidam-nos ao cum-primento do dever e a busca de um padrão de comportamento onde possamos nos caracterizar

como pessoas de Bem (vide O Evangelho segundo o Espiri-tismo).

O Evangelho é um maravi-lhoso código social e político válido em todos os tempos. Logo, fazer política, no sentido da arte de governar, não dispensa a valiosa contribuição do Espiri-tismo; ao contrário, é dependente desta contribuição para dar um sentido moral e humano a essas atividades.

Para bem governar, é neces-sário bem servir, como dizia o Mestre Jesus. Melhor servidor é aquele que atua com sabedoria e amor. A sabedoria impulsiona o homem pelos caminhos da vida e o amor torna esses caminhos menos espinhosos.

Em vista da polêmica que persiste nos meios espíritas sobre

o envolvimento com política, é importante que se diga que temos o dever moral de contri-buir em sociedade na medida de nossos conhecimentos e capacidades. Não fazer o mal, mas não fazer o bem é um ato de omissão, e toda omissão é tida como falta de responsabilidade. O Espiritismo não se opõe à política enquanto ferramenta de progresso e administração social, mas é frontalmente contrário às práticas politiqueiras e sectárias, resultantes do orgulho e do egoísmo, que separam e rotulam

grupos que deveriam lutar por ideais comuns.

Em nosso mundo e em especial em nosso país, é imperiosa a necessidade de uma reflexão urgente e aprofundada sobre a contri-buição social que cada um de nós pode oferecer, ou seja, do exercício da política que nos cabe no sentido de bem escolher, participar e cobrar os resultados propostos. Urge que superemos as tendências

tão verde e amarelas do “jeitinho brasileiro”, do paternalismo, da passividade perante os aconte-cimentos e da acomodação que todos temos na visão estreita de nossa rotina diária.

Deveria ser motivo de escân-dalo um país ser muito bem cotado na balança comercial de exportação e ter, ao mesmo tempo, irmãos pelas ruas pas-sando fome, frio e toda sorte de necessidades.

Definitivamente, um país rico é um país de igualdade.

Somente assim, conhecendo, refletindo, opinando, agindo é que vamos dar a nossa contribui-ção consciente e responsável para uma nova ordem social que traga melhoria e progresso espiritual a todos, indistintamente.

O EDITOR

Por Emmanuel

Temos hoje, em toda parte da Terra, um problema essencial a resolver: a aquisição da paz de espírito, em que se desenvolvem todas as raízes da solução

aos demais problemas que sitiam a alma. Que diretrizes, porém, adotar na obtenção de seme-lhante conquista? Usar a força, impor condições, armar circunstâncias?

Não desconhecemos, no entanto, que a tensão apenas consegue impedir o fluxo das energias criadoras que dimanam das áreas ocul-tas do espírito, agravando conflitos e mascarando as realidades profundas de nossa vida íntima, habitualmente imanifestas.

A paz de espírito, ao contrário, exclui a precipi-tação e a inquietude, para deter-se e consolidar-se na serenidade e no entendimento. Para adquiri-la, por isso mesmo urge entregar as nossas síndro-mes de ansiedade e de angústia à providência invisível que nos apoia.

As ciências psicológicas da atualidade nomeiam esse recurso como sendo “o poder criativo e atuante do inconsciente”, mas, simpli-ficando conceitos a fim de adaptá-los ao clima de nossa fé, chamemos-lhe “o poder onisciente de Deus em nós”. Render-nos aos desígnios de Deus, e confiar a Deus as questões que nos surjam intrincadas no cotidiano, é a norma exata da tran-quilidade suscetível de garantir-nos equilíbrio no mundo interno para o rendimento ideal da vida.

Colocar à conta de Deus a parte obscura de nossa caminhada evolutiva, mas sem desprezar a parte do dever que nos compete.

Trabalhar e esperar, realizando o melhor que pudermos. Fé e serviço, calma sem ócio.

Pensemos nisso e alijemos o fardo dos agen-tes destrutivos de ódio, ressentimento, culpa, condenação, crítica ou amargura que costuma-mos arrastar no barro da hostilidade com que tratamos a vida, tanta vez arruinando tempo e saúde, oportunidade e interesses.

Fundamentemos a nossa paz de espírito numa conclusão clara e simples: Deus que nos tem sustentado, até agora, nos sustentará também de agora para diante.

Em suma, recordemos o texto evangélico que nos adverte sensatamente: “Se Deus é por nós, quem poderia se contra?”

Um olhar para a política Confiança na vida

Deveria ser motivo de escândalo um país ser muito bem cotado na balança comercial de

exportação e ter, ao mesmo tempo, irmãos pelas ruas

passando fome, frio e toda sorte de necessidades

Page 3: Jornal Fraterno 55

[email protected] 3FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

| eventos | discutindo a bíblia

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Jesus é a pedra angular do Cristianismo. O que se opõe ao seu Evangelho é do anticristo ou da pedra de tropeço (1

João 4:2; e São Mateus 16:23). Pela nossa evolução espiritual atual, nós nos identificamos mais com o nosso ego ou a pedra de tropeço, em pre-juízo do nosso homem interior, nas palavras de São Paulo (2 Coríntios 4:16). Ciente disso, Jesus nos ensinou que buscássemos antes as coisas do reino dos céus, e que as outras são acrescentadas (Lucas 12:31).

As causas do mal no mundo se ligam intrinsecamente às coisas da pedra de tropeço. Todos os sis-temas político-sociais devem seus fracassos, em grande parte, ao nosso egoísmo. Os poderosos dos regimes políticos capitalistas e comunistas sempre cuidaram, primeiramente, quando não só, dos seus próprios interesses. E nos comunistas a coisa foi pior, pois não só o grande aparato policial, mas também o das forças armadas estiveram sempre a serviço dos interesses dos maiorais do poder, já que eram esses próprios maiorais do poder comunista que comandavam esse poderoso apa-rato policial e militar repressivo. Nos

regimes capitalistas, como vimos, essas coisas da pedra de tropeço ocorrem também, porém as forças armadas não estão sob o controle direto dos maiorais do poder eco-nômico, mas do governo, além de reinar a liberdade de imprensa, sinônimo de democracia.

E nem as questões espirituais escapam ao nosso maldito ego. Às vezes, oramos e fazemos o bem, só porque queremos ganhar o céu! Mas, um dia, todos chegaremos ao nível evolucional espiritual e moral de desapego de Jesus, de São Fran-cisco de Assis, São Vicente de Paulo, Gandhi, pastor Martin Luther King, Teresa de Calcutá, irmã Dulce, Eurípe-des Barsanulfo, Bezerra de Menezes, Chico Xavier etc., e de muitos outros anônimos do passado e do presente. Chegaremos lá, porque somos filhos amados de Deus, e só poderemos ter, pois, um destino venturoso, daí as reencarnações: “Até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13). Esse ensino paulino, além de nos deixar otimistas com a nossa salvação (libertação), mostra-nos que a nossa evolução espiritual e moral é uma realidade.

E também Jesus ensinou: “Conhe-cereis a verdade e ela vos libertará”. Observemos que os dois verbos do texto estão no futuro, o que nos dá também uma ideia da realidade da nossa evolução e de que o nosso futuro é promissor, ou seja, de que é mesmo de salvação e não de condenação, que só existe tempo-rariamente. Nós, pelo nosso livre--arbítrio, somos responsáveis pelo que nos ocorre, temporariamente falando. Deus não nos teria dado o livre-arbítrio, se ele fosse como que uma espécie de anzol traiçoeiro para nós, levando-nos à desgraça irremediável e para sempre! Ademais, tudo o que Deus faz dá certo. Assim, jamais Ele poderia criar um filho seu para permanecer definitivamente identificado com a pedra de tropeço e suas consequências dolorosas. Pelo contrário, Deus predestinou a todos nós para, um dia, vivermos os postulados da pedra angular do Cris-tianismo e a consequente e eterna felicidade perene.

Realmente, todos nós, no futuro, seremos salvos, deixando de ser pedras de tropeço, pois o amor com que Deus Pai-Mãe nos criou é infinito e não faz acepção de pessoas!

A enciclopédia jurídica leib soibelman comenta sobre travestismo:

Costume de usar roupas e ador-nos do outro sexo. B. - Rinaldo Pel-legrini, Sexologia. Morata ed. Madri, 1968. (Nota dos colaboradores da atualização - É um desvio do sexo no qual o indivíduo se sente atra-ído pelas vestes do sexo oposto. O termo foi usado por Magnus Hirshfeld, enquanto Havelock Ellis o

denomina de eonismo, travestismo ou inversão sexo-estética. Eon foi um personagem histórico como o marquês de Sade, morreu em Londres com a idade de 83 anos depois de passar 49 anos de sua vida como homem e 34 como mulher. Durante muitos anos, o seu sexo era desconhecido, sendo assunto preferido pela sociedade da época. O exame depois da morte revelou tratar-se de um homem. B. - Hélio

Gomes, Medicina Legal, ed. Freitas Bastos, Rio, 21ª ed., p. 399).

Na certa uma fixação proveniente de vidas passadas, cabe à pessoa portadora dessa disfunção aprofun-dar seus conhecimentos sobre o que representa a sexualidade física como meio para a paternidade ou a mater-nidade e concentrar seus esforços na sua sublimação, canalizando sua energia para setores mais importantes para seu futuro espiritual.

Cristo é a pedra angular da igreja e nós, a pedra de tropeço

Travestismo

Page 4: Jornal Fraterno 55

[email protected] FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

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Cláudio Bueno da Silva

As circunstâncias costu-mam nos colocar frente a frente com o nosso passado. E esse reen-contro acidental acaba

trazendo à mente cenas que ficaram guardadas no espírito por muito tempo.

Foi o que ocorreu comigo outro dia, quando precisei passar em frente ao velho colégio onde me alfabeti-zei, tomei gosto pelo estudo, pela leitura, convivi e aprendi durante muitos anos.

Parei diante dos portões e a sensação foi intensa. Gostaria de ter podido entrar para percor-rer de novo o mesmo chão por onde tantas vezes andei, subir as escadarias de acesso às salas, circular pelo pátio debaixo das velhas árvores que ainda lá estão, que me pareciam tão grandes e que vi agora, do lado de fora, serem de fato, frondosas e muito altas.

Em rápidos momentos, revi na memória o rosto de vários dos meus colegas da época. Lembrei também de alguns professores, inclu-sive pelos seus nomes: dona Glória, dona Davina, dona Antonieta, senhor Nelson, senhor Sidney...

As recordações¬ me levaram de volta àquele ambiente severo e digno que, como menino, pressentia ser importante. Não sei se as coisas ganhavam amplitude por sermos crianças, o fato é que havia ali, além das brincadeiras infantis, natural-mente, um ar de respeitabilidade e até de certa veneração.

Recordo-me que obedecer não nos humilhava e cumprir as regras parecia ser a continuação do que fazíamos em casa. Acho que isso devia ajudar bastante o trabalho dos professores, dos inspetores de

alunos e dos demais funcionários da escola, que assim podiam desem-penhar suas funções sem grandes contratempos.

Como em toda escola, havia os problemas corriqueiros, inevitá-veis em vista da concentração de crianças e adolescentes, mas tinha também algo de sagrado que os meninos daquele tempo não ousa-vam afrontar. Raramente as crianças se agrediam com excesso de violên-cia, e, quando isso acontecia, as pro-porções do fato eram contornáveis.

Atualmente, porém, parece que as coisas não são mais assim. Algu-mas décadas, apenas, se passaram, mas foi o suficiente para esgarçar os

valores que se cultuavam respeitosa-mente, senão por total convicção, ao menos por educação social.

Os noticiários mostram, com frequência, o triste espetáculo que crianças e jovens protagonizam hoje, envolvendo suas escolas e famílias em verdadeiros vexames morais. Uma realidade com a qual professores, pais e autoridades estão tendo dificuldades em lidar. Além dos antigos problemas estruturais ligados ao ensino, há hoje o estigma da violência, em muitas das suas formas de manifestação: a começar por uma espécie de autoviolência,

em que o aluno despreza o aprendi-zado, e vê-se também a intolerância, a perseguição, a agressividade gra-tuita, gerando medo e insegurança dentro da escola, instituição esta que atravessa uma crise de valores sem precedentes, reflexo da crise moral da sociedade, cuja principal causa está no egoísmo generalizado (1).

Joanna de Ângelis, no livro Estu-dos Espíritas, capítulo “Educação”, psicografia de Divaldo P. Franco, explica o porquê dessa crise: “Atu-alizada (a escola) através de expe-riências de liberdade exagerada (...), vem pecando pela libertinagem que (essa liberdade) enseja, porquanto, em se fundamentando em filoso-

fias materialistas, não percebe no educando um espírito em árdua luta de evolução, mas um corpo e uma mente novos a armazenarem num cérebro em formação e desenvolvi-mento a herança cultural do passado e as aquisições do presente, com hora marcada para o aniquilamento, após a transposição do portal do túmulo... Nesse sentido, conturbadas e infelizes redundaram as tentativas mais modernas no campo educa-cional, produzindo larga e expres-siva faixa de jovens desajustados, inquietos, indisciplinados, qual a multidão que ora desfila, com raras

exceções, a um passo da alucinação e do suicídio.” Estas observações de Joanna de Ângelis, ditadas por volta do ano 1982, continuam atualíssimas.

Segundo Allan Kardec, “Cabe à educação combater as más ten-dências (do homem e, por exten-são, da sociedade), e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modificam a inteligência pela instrução e as condições físicas pela higiene” (2) (parênteses do autor).

Quando os responsáveis pelos processos educativos apli-carem, com conhecimento de causa, tanto no lar quanto na escola, princípios morais que regeneram pensamen-tos e atitudes, aí se verão resultados posit ivos no campo das relações huma-nas, a começar pela infân-cia. Quando conhecerem “a arte de manejar os carac-teres, como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los” (3). Quando, aos promotores da educação, forem mais familiares as ideias relativas aos verdadeiros objetivos da vida, e quando for natural o

conhecimento da lei da reencarna-ção, verão eles que o educando é um ser que retoma o processo de aprendizagem no novo corpo, se predispondo com essa retomada, não só a se preparar para a vida social, mas principalmente, a avançar mais no progresso espiritual, juntando valores superiores que servirão para esta e para outras vidas, no futuro.

| escola

Violência na escola

(1 e 3) Questão 917 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, LAKE Editora.

(2) “Resumo teórico do móvel das ações humanas”, em O Livro dos Espíritos, item

872, LAKE Editora, trad. J. Herculano Pires.

Quando, aos promotores da educação, forem mais familiares as ideias relativas aos verdadeiros

objetivos da vida, e quando for natural o conhecimento da lei da reencarnação, verão eles que o educando é um ser que retoma o processo de aprendizagem no

novo corpo, se predispondo com essa retomada, não só a se preparar para a vida social, mas

principalmente, a avançar mais no progresso espiritual, juntando valores superiores que servirão

para esta e para outras vidas, no futuro

Page 5: Jornal Fraterno 55

[email protected] 5FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

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Esperamos que essas poucas páginas, certamente uma opor tunidade dada por amigos espirituais generosos, possam ter alguma utilidade

no trabalho dos nossos colegas educa-dores de boa vontade, principalmente como repercussão de ajuda para os alunos e suas famílias. Pedimos des-culpas e tolerância pelos erros identifi-cados pelos colegas mais experientes e a atenção de todos os que buscam, como nós, algumas respostas que o conhecimento tradicional não propor-ciona. Trata-se de uma reflexão sobre alguns problemas da educação na atualidade sob a ótica espiritual, base-ada em nossa vivência escolar iniciada em 1986, na cidade de São Paulo. Não é uma visão religiosa, mas puramente filosófica, de intenção moral, sem moralismo. Somamos, também, como muita alegria, o tempo dedicado à divulgação doutrinária, a partir de 1979, na Baixada Santista, como expositor em trabalhos de assistência espiritual e cursos sistematizados para jovens e adultos. Nesse tempo, talvez insig-nificante se comparado às grandes realizações missionárias, aprendemos como funciona um dos mais eficientes meios de educação: o aliciamento espi-ritual, ou seja, a capacidade de seduzir pelo exemplo e atrair para o nosso ideal aqueles que estão ideologicamente neutros, indecisos, insatisfeitos ou em situação oposta, adversária.

Na polaridade comportamen-tal vulgar, o aliciamento é atividade ilícita, proibida, pois é faca de dois gumes, magia dúbia e perigosa. Na transformação comportamental em ambiente materialista, o aliciamento espiritual também é proibido, muitas vezes ilícito e inconveniente, do ponto de vista político e ideológico. Porém é autêntico, “sim, sim; não, não”, pois deve ser feito com convicção, consciência e responsabilidade em relação aos obje-tivos pretendidos. Nas parábolas de Jesus, os aliciadores aparecem sempre

dessa forma: chegam sem avisar para surpreender seus alvos, enfraquecendo suas resistências diante de propostas transformadoras. Foi dessa forma que ele seduziu os discípulos, que se trans-formaram mais tarde em apóstolos. A expressão “pescar almas” define muito bem o processo de aliciamento espiritual, no qual não se usa palavras vazias, nem argumentos ilusórios, mas atitudes autênticas que repercutem como exemplos ou propostas diretas. Ao contrário das palavras ocas e pro-postas sofismáticas, que só atingem a superfície intelectual da mente, o aliciamento espiritual, embora indi-reto e subjetivo na linguagem, atinge, pelo exemplo, os sentimentos, e estes estão mais próximos da ação e da consequente transformação. E foi exa-tamente isso que fomos percebendo ao tentarmos difundir a espiritualidade. A timidez, a cautela e o medo sempre nos impedia de falar e argumentar sobre o assunto em lugares neutros e proibidos, mas sempre aparecia opor-tunidades para a abordagem sutil, além dos mecanismos racionais defensivos, localizados no campo mais íntimo das necessidades mais profundas do ser e da existência. Essas janelas nem sempre estão abertas para os olhares interesseiros do proselitismo, mas sempre escancaradas para os olhares interessados da exemplificação.

O Espiritismo, como ideia filo-sófica, surgiu no século XIX e logo gerou um intenso movimento social, pela ação dinâmica do seu fundador, Allan Kardec, e seus colaboradores. Fundaram então a Sociedade Pari-siense de Estudos Espíritas e logo depois a Revista Espírita, onde faziam experiências, estudavam a doutrina e divulgavam para a opinião pública as informações a respeito de tudo o que acontecia na França e nos demais países onde existiam núcleos espíritas. Assim, sempre entendemos que o Espiritismo e o seu movimento pos-suem uma relação dinâmica de causa e efeito. Quem assimila integralmente os conhecimentos espíritas coloca

inevitavelmente em prática esses princípios, cada qual com seus ritmos e limites. Assimilar integralmente não é somente se apropriar intelectualmente das teorias espíritas, pois isso é apenas um aspecto parcial da aprendizagem. Somente quando o conhecimento passa da fase do pensamento e atinge a fase do sentimento e da ação é que ocorre essa integração. Do contrário, ficamos apenas na teoria, nos livros, conversas, palestras, congressos, ou seja, na superfície intelectual e, con-sequentemente, não colocamos em prática essas ideias. Colocar em prática significa vivenciar, experimentar nas ações reais, em forma de atitudes e expressão de sentimentos. Quem possui experiência vivencial de Espiri-tismo sabe do que estamos falando e sabe que essa doutrina só se propaga de maneira autêntica na sociedade quando os espíritas dão autênticos exemplos de conduta, e não apenas quando difundem suas ideias.

É dessa forma que enxergamos a presença da Espiritualidade nos ambientes não espiritualizados. E nas escolas essa presença vivencial atualmente torna-se imprescindível, pois os discursos teóricos, como todos os demais, não têm repercussão de autenticidade significativa. Por isso, o melhor veículo para divulgação da Espiritualidade nas escolas não são os programas, os currículos, muito menos os conteúdos filosóficos. O melhor veículo é o próprio educador, que é simultaneamente portador de todo esse aparato intelectual e detentor de algo mais valioso, que é o seu próprio exemplo moral.

De todas essas experiências, a que pretendemos destacar aqui é a Educação Vivencial, forma peculiar e intransitiva que, a nosso ver, melhor funciona na difusão das ideias de espi-ritualidade fora dos centros espíritas. Nos Quatro Pilares para a Educação do Futuro, elaborados pela UNESCO (1), há uma grande abertura para esse tipo de educação. Esses pilares (aprender a Conhecer, Fazer, Conviver e Ser) são

mais do que verbos idealizados, mas verdadeiros instrumentos práticos e transformadores da pessoa, inspirados por inteligências espirituais superiores. Muitos educadores ficam perplexos com a precisão e a síntese desses prin-cípios, mas se frustram porque logo percebem que tais ideias não conse-guem ser aplicadas nas escolas, pelos motivos e obstáculos que todos nós conhecemos. São ideias tão simples e inteligentes que provocam a des-confiança e o desdém dos burocratas, acostumados com as coisas complica-das e ineficientes.

Uma escola nova, de estrutura sim-ples e compacta, de mentalidade aberta e corajosa certamente conseguiria colo-car em prática esse fabuloso currículo dos Quatro Verbos. Neles, encontramos a possibilidade de domínio da tecno-logia material, de extensão do corpo biológico; e também a tecnologia psí-quica, extensão da mente ou do núcleo individual do Espírito. Ali não estão contempladas apenas as experiências intelectuais, mas também as comple-xas vivências do Ser Eterno. Aprender a Ser é um verbo dinâmico, que abre inúmeros caminhos para o progresso do Espírito. Trata-se do autoconhecimento, ferramenta principal da evolução da espécie humana. Na experiência carnal, na infância e na juventude, o espírito não é, como aparenta, indiferente ou impermeável aos apelos de transforma-ção mental e moral. Crianças e jovens são realmente terrenos distantes e de difícil acesso, porém muito férteis e aptos para receber sementes de valores que só irão germinar no tempo futuro, na maturidade e na velhice, período em que vão enfrentar as provas mais difíceis e dolorosas da existência. Mais ainda, na experiência pós-morte, essa habilidade é fundamental para a adaptação do espírito em mundos onde não existem as aparências lógicas, predominando certamente a total transparência psi-cológica.

| o espírito na escola

(1) Educação, um tesouro a descobrir. Relatório Jacques Delors. Unesco.

Ser, o verbo do espírito

Page 6: Jornal Fraterno 55

[email protected] FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

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Política é bem mais abran-gente do que a prática poli-tiqueira e está presente em tudo que o homem realiza. Todos nós somos políticos,

e isso o filósofo grego Aristóteles já dizia há 2000 anos.

Política é toda atividade que pra-ticamos com o objetivo de influenciar os acontecimentos, e fazemos polí-tica com muita frequência, mesmo não tendo consciência disso.

Quando falamos sobre o governo ou do partido tal ou do ministro tal, estamos tentando fazer a cabeça dos outros, que por sua vez tentarão fazer a de outros contribuindo para formar a chamada “opinião pública”.

O Evangelho apresenta a mais elevada fórmula de vida político--administrativa aos povos da Terra, e o Espiritismo em seus aspectos científico, filosófico e religioso tem muito a ver com a compreensão e organização da sociedade, a fim de que ela seja mais justa e amorosa.

O Brasil sempre foi alvo de muitas esperanças. Falava-se em país do futuro, em berço da nova civilização e, nos meios espíritas, em “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.

Porém a nossa mais pungente realidade é ainda de ignorância e dependência de quem não faz questão de pensar, de atuar, de se responsabilizar.

Nós, brasileiros, nunca demons-tramos grande empenho para alcan-çar concretamente esses títulos. A sociedade brasileira é dependente do Estado, a esperar que esse paterna-lismo nos sustente com tantas bolsas quanto possível. Notoriamente, o bra-sileiro não tem apego a valores como democracia, liberdade e igualdade. Não tem tradição de participação, de reivindicação de direitos, tampouco de cumprimento de deveres éticos, já que usamos fartamente o famoso “jeitinho” para fazermos as coisas acontecerem a nosso contento.

Temos o governo que ainda

merecemos por nosso nível intelecto--moral; aprendamos a exercer cidada-nia, direitos e deveres usando nosso livre-arbítrio com lucidez, e todo esse panorama vergonhoso será gradati-vamente banido de nossa história.

Em interessante trecho de um conto de Richard Simonetti, encon-tramos a ilustração disso:

“Logo após a 2ª Guerra Mundial, dois homens almoçavam num res-taurante londrino. A carne estava racionada, cada cliente só podia comer um bife. Um deles, brasileiro, após saborear o seu, pediu outro ao garçom. Este lhe disse que não poderia atendê-lo, em face da res-trição vigente. Nosso patrício sorriu, superior:

— Norma ingênua. Posso entrar em um outro restaurante e comer mais um bife.

O garçom, imperturbável: — Sem dúvida, o senhor pode

fazer isso. Um inglês não faria.”O Brasil só vai poder dizer-se

Pátria do Evangelho quando der os primeiros passos na construção de uma sociedade realmente democrá-tica, justa e fraterna, quando, enfim, nós brasileiros percebermos que a integramos e assumirmos posturas éticas e racionais; isso inclui ser político, informado e articulado o suficiente para que possamos ajudar na melhoria social.

Afirmamos que todo cidadão omisso é irresponsável e inconse-quente, seja espírita ou não.

Algumas pessoas, no meio espí-rita, reagem de maneira negativa e, às vezes, até assustadas quando se fala em política, demonstrando desinformação e preconceito.

Caso nós, espíritas, assumíssemos e apoiássemos uma postura política estribada na verdade e no Evangelho, acima de quaisquer ideologias ou partidos, faríamos muito melhor à Causa, pois a sociedade absorveria o produto de nossa participação ética e moralizada.

O que têm feito as Instituições Espíritas para favorecer o processo de conscientização sócio-política dos seus frequentadores?

O espírita tem em suas mãos instrumentos poderosos de partici-pação e para auxiliar na mudança de mentalidade de seus adeptos.

Sabemos que Kardec recomen-dou aos centros que deixassem de lado as questões políticas. Mas essa afirmação significa que não devemos trazer para o centro espírita as cam-panhas e militâncias partidárias, pois o lugar para o seu exercício é no seio das agremiações e locais respectivos. Assim, jamais o Espiritismo, como Doutrina, e o Movimento Espírita, como prática, poderão dar guarida a um partido político em seu seio, por exemplo: Partido Social Espírita, Partido Espírita Cristão, etc.

Entretanto, as questões políticas decorrem dos próprios princípios do Espiritismo.

Quando se fala em reforma moral, em mudança de visão do mundo, em desapego dos bens materiais e até mesmo em prática da caridade, fala-se sobre política.

Principalmente, quando se fala em transformação da sociedade, como aparece a todo momento na Codificação, estamos falando de polí-tica: “Em que consiste a missão dos Espíritos Encarnados? - Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais” (Questão n º 573 de O Livro dos Espíritos).

Deve-se entender, então, que não pode o espírita alienar-se no seio da sociedade em que vive, com a des-culpa de que Espiritismo e Política não têm nada que ver, pois é preciso lembrar que a vida material e a vida espiritual são dimensões contínuas da própria Vida. O plano espiritual não está em compartimento estan-que, à distância das misérias huma-nas — começa exatamente onde estamos.

Para o espírita, essa ação política deve ser sempre inspirada nos princí-pios expressos pelo Evangelho, que o levam a amar e, nesse caso, amar é desejar o bem; logo, a exteriorização política do Amor é a expressão do querer bem e do agir para o bem de todos.

EDUCAÇÃO - O Espiritismo tra-balha com a educação e isso é extremamente político, pois muda nossa forma de ver o mundo e de agir nele.

Não estaremos fazendo polí-tica no aspecto partidário, mas sim auxiliando na co ns c i en -t i z a ç ã o d o s espíritas sobre como entender a sociedade e agir nela de uma forma crítica e consciente.

Qual o posi-c i o n a m e n t o de um espírita frente a ques-tões como vio-lência, menores abandonados, educação, desemprego, racismo, discriminação social? O que pode-mos fazer em nosso âmbito para combater esses problemas? Não adianta querer ser espírita no plano espiritual, mas sim na realidade con-creta, enfrentando esses problemas do cotidiano.

EMPREGO - O Espiritismo valoriza o trabalho como uma ação social e espiritual, pois o homem dele par-ticipa com seu corpo e espírito, não importando se a atividade é chamada manual ou intelectual. Portanto, nenhum homem, em boas condições físicas e mentais, pode ser alijado do trabalho, pois trata-se da evolução do homem.

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REPRODUÇÃO, FAMÍLIA - Planeja-mento familiar e a reprodução no ser humano. O espírita, de forma individual, e o Movimento Espírita, de maneira coletiva, precisam estar atentos à defesa dos fundamentos morais que preservem a nobre e elevada instituição do casamento e da família.

Para isso, utilizará os meios e instrumentos lícitos e morais, asso-ciando-se a outras instituições e organizações que tenham o mesmo objetivo. Assim poderá se contrapor à onda avassaladora de sensualidade

e as diversas ten-tativas de legali-zação do aborto.

O planeja-mento familiar é uma decisão res-ponsável e cons-ciente perante a sociedade tal qual se apre-senta e faz com que espí r i tos encarnem numa família, sendo recebidos com amor, caridade e consciência.

USO DOS BENS DA TERRA - É um direito de todos os homens, e é questão problemática e negligen-ciada pelos sucessivos governos. O Espiritismo não justifica aqueles que vivem da exploração do semelhante, que pretendem os benefícios da civilização só para si.

O Homem não merece censura por desejar o seu bem-estar, desde que não seja conseguido com o prejuízo do outro e não prejudique as próprias forças físicas ou morais. Todo ser humano tem direito ao bem-estar. Logo, está errada e é injusta a socie-dade em que apenas alguns gozam do bem-estar,

O espírita deve, mesmo com sacrifício, agir conscientemente para

que, na sociedade humana, todos tenham o necessário para o seu progresso.

PRESERVAÇÃO DA NATUREZA - Em nosso planeta, cada vez mais assolado pela exploração natural irresponsável, são cada vez mais frequentes flagelos como inundações, epidemias e secas. Esses flagelos invariavelmente levam a dor e o sofrimento a grande parte das populações; credita-se ao egoísmo responsabilidade direta, traduzido no privilégio de minorias, o qual impede que recursos avançados da ciência e da técnica sejam aplicados de forma a eliminar ou diminuir os efeitos dano-sos e dolorosos destes flagelos.

Todas as vezes que o espírita constatar a destruição da natureza em função do lucro que os sistemas econômicos exigem, deverá associar--se às vozes que clamam contra tal destruição.

Para isso, dará apoio e participa-ção ao partido político, aos movi-mentos ecológicos, às organizações estudantis e outras que lutam contra a destruição desregrada. Diz a Cons-tituição do Brasil no artigo 5º: “LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo do patrimônio público (...) ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural...”

PARTICIPAÇÃO ATIVA - O espírita tem o dever de participar ativa e conscientemente na sociedade em que vive, a omissão e a ociosidade que venham a alimentar qualquer tipo de isolamento social, produzirão sempre a inutilidade, o fanatismo ou o egoísmo rotulado de pureza ou santidade. O homem tem necessi-dade de progredir, de desenvolver suas potencialidades e isso ele só pode fazer vivendo em sociedade, sendo necessário que a sociedade esteja estruturada a fim de que todos que a compõem tenham tal possibilidade.

Lição magna do Evangelho é aprender a amar o seu próximo e não explorá-lo física, intelectual e sentimentalmente.

Esse amor deve ser traduzido de forma concreta. Não apenas dar esmola ao pobre e pedir-lhe paci-ência, acolher o velho desamparado no asilo, agasalhar a criança órfã ou abandonada, mas agir para que o AMAI-VOS UNS AOS OUTROS se efe-tive através do direito que todo ser humano tem de possuir o necessário: alimentação, vestuário, casa, saúde, trabalho, lazer e educação trazendo a todos o progresso material e o progresso espiritual.

Sabemos que, na escala de neces-sidades humanas, um homem com fome, doente e sem trabalho não tem como utilizar eficazmente sua inteli-gência e nem ter voos de reflexão e intuição para enfrentar racional e digna-mente os desafios da vida encarnada.

JUSTIÇA E LIBERDADE - Leis injustas, ainda num arremedo do que pode-ria ser verdadeiramente a Justiça, podem retardar o progresso, mas não anulá-lo.

Para o Espiritismo, o homem não goza de absoluta liberdade quando vivendo em sociedade, porque uns precisam dos outros. A liberdade depende da fraternidade e da igualdade. Onde houver uma convivência fraterna, exteriorizada em amor e respeito, acatando-se o direito do próximo, haverá a prática da justiça e, consequentemente, existirá liberdade.

A liberdade não se confunde com a devassidão que solta as rédeas dos instintos.

A liberdade de consciência é uma característica da civilização em seu mais avançado estágio de pro-gresso. Todavia, é evidente que uma sociedade para manter o equilíbrio, a harmonia e o bem-estar precisa esta-belecer normas, leis e regulamentos portadores de sanções.

Nada se lhes deve opor por meio da violência e da força, mas dos prin-cípios do Direito. Para o Espiritismo, os meios fazem parte dos fins; não se pode pretender o amor, a justiça, a liberdade, agindo por meios vio-lentos, odiosos, injustos e coativos: “A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais” (Questão nº 875 de O Livro dos Espíritos).

O Espiritismo nos diz que o amor e a caridade completam a lei de justiça, pois quando amamos o próximo, desejamos fazer-lhe todo o bem que nos seja possível, da mesma forma como gostaríamos que nos fosse feito. Sob tal enfoque, afirmou Jesus: “Amai-vos uns aos outros”. Segundo Jesus, a caridade não se restringe à esmola, ela abrange todo o relacionamento humano. É de se ver a amplitude que, assim, assume a caridade, impondo para seu apare-cimento o exercício da lei de justiça. Depreende-se, pois, que sem justiça não há caridade.

PROGRESSO - As revoluções morais, como as revoluções sociais, infiltram--se nas ideias pouco a pouco. Elas como que germinam durante longo tempo e subitamente irrompem, desmoronando instituições, leis e costumes do passado, e são realiza-ção do progresso.

Compreende-se, por tudo isso, a importância da participação dos espíritas na sociedade, de uma forma esclarecida e consciente. Para o apri-moramento da sociedade deve-se trabalhar a fim de aumentar o número das pessoas esclarecidas, justas e amorosas, de maneira que suas ações preponderem sobre a dos maus. Daí a reforma íntima não ser condição para isolamento ou alienação, mas compromisso de união com os outros que têm o mesmo ideal de amor e justiça, agindo deliberada e responsa-velmente a benefício de todos, e não compactuando com toda situação que promova a desigualdade entre

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O Espiritismo brada veemen-temente contra a injustiça social, demonstrando a necessidade de se agir por um mundo de Amor e Justiça; entendemos que a desigual-dade das riquezas pode se originar na desigualdade das faculdades, como também pode ser fruto da velhacaria e do roubo. Considerando a diversidade das faculdades intelec-tuais e os caracteres, não é possível a igualdade absoluta das riquezas; no entanto, isso não é impedimento à igualdade de bem-estar.

Para tanto, a justiça deve exercer sua tutela a fim de que cada um tenha o que é seu de direito.

REFLEXÃO FINAL

“E quem governa seja como quem serve”, Jesus (Lucas, 22:26)

Nada muda se os políticos não mudarem e, como vimos, políticos somos todos nós.

“O verdadeiro cristão, o que tem o Evangelho dentro de si, e não apenas o que repete versículos e sentenças, não pode cruzar os braços dentro de um mundo arruinado e poluído pelos vícios, pela imorali-dade e pelo egoísmo”.

Há, pois, uma inequívoca con-tribuição política, sob o aspecto filosófico que o Espiritismo oferece à sociedade humana, a fim de que ela se estruture, organize e funcione em termos de verdade, justiça e amor.

O espírita tem que participar e

influenciar na sociedade em que vive, procurando levar às instituições que a estruturam os valores e normas do Espiritismo. Isso é uma participação política. Não pode preocupar-se apenas com a reforma íntima, iso-lando-se em um “oásis de indiferen-tismo” pela sociedade em que vive.

O caminho pode ser colocar novos princípios em prática nas famílias, instituições, escolas, igrejas, em todos os grupos sociais, de forma que muitos movimentos sociais comecem a demonstrar a viabilidade de novas soluções.

A polêmica ideia de que o Brasil está destinado a cumprir o papel de “Coração do Mundo e Pátria do Evan-gelho” sempre foi acompanhada de reflexões muito entusiastas. Se ele realmente tem uma missão histórica a realizar, então é preciso começar a pensar o Brasil de um ponto de vista mais realista. Só assim poderemos cumpri-la.

Quase todos os homens se atiram à conquista dos postos de autoridade e evidência, mas geral-mente se encontram excessiva-mente interessados com as suas próprias vantagens no imediatismo do mundo.

O grande desafio do espírita consciente é participar ativamente desse movimento de transformação social, buscando politizar-se para escolher melhor; esclarecer amigos e familiares sobre o voto consciente; participar de grupos de ação comu-nitária, além do centro espírita; votar com amor para eleger os mais mora-lizados e lutar por uma sociedade fraterna, objetivo este eleito como um ideal a ser atingido.

Preponderar sobre os maus é apenas uma questão de vontade.

Foi a esta conclusão que chegou Martin Luther King, ao afirmar: “Não há nada mais trágico neste mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo. Não posso ficar no meio de todas essas maldades sem tomar uma atitude.”

Ao Homem que alcançara o céu, pedindo orienta-ção sobre as tarefas de benemerência social que

pretendia estender na Terra, o Anjo da Caridade falou compassivo:

Volta ao mundo e cumpre, de boa vontade, as obrigações que o destino te assinalou!

Para que te sintas de pé, cada dia, milhões de vidas microscó-picas esforçam-se em tua carne, garantindo-te o bem-estar...

Cada órgão e cada membro de teu corpo amparam-te, abnegada-mente, para que te faças abençoado discípulo da civilização.

Os olhos identificam as imagens que já podes perceber, livrando-te da desor-dem interior.

Os ouvidos sele-cionam sons e vozes para que não vivas desorientado.

A língua auxilia-te a expressar os pen-samentos, enrique-cendo-te de sabedoria.

As mãos realizam--te os sonhos, engrandecendo-te o caminho na ciência e na arte, no progresso e na indústria.

Os pés sustentam-te a máquina física para que te não arrojes à inércia.

A boca mastiga os alimentos para que te não condenes à inação.

Os pulmões asseguram-te o ar puro contra a asfixia.

O estômago digere as peças com que nutriras o próprio sangue.

O fígado gera forças vitais que te entretém a harmonia orgânica.

O coração movimenta-se sem parar, escorando-te a existência.

Vives da caridade de inúmeras vidas inferiores que te obedecem a mente.

Torna, pois, ao teu lugar em que o Senhor te situou e satisfaze as tarefas imediatas que o mundo

te reserva!Caridade e servir sem des-

canso, ainda mesmo quando a enfermidade sem importância te convoque ao repouso; cooperar espontaneamente nas boas obras, sem aguardar o convite dos outros; não incomodar quem trabalha; aperfeiçoar-se alguém naquilo que faz para ser mais útil; suportar sem revolta a bílis do companheiro; auxiliar os parentes, sem reprovação; rejubilar-se com a prosperidade do próximo; resumir a conversação de duas horas em três ou quatro frases; não afligir quem nos acompanha; ensurdecer-se para a difamação; guardar o bom humor, cancelando a queixa de qualquer procedência;

e respeitar cada pessoa e cada coisa na posição em que lhes é própria...

E porque o Homem ensaiasse inoportunas indagações, o Anjo concluiu:

Volta ao corpo e age incessantemente no bem!

Não percas um minuto em descabidas inquirições. Conduze os problemas que te atormentam o espírito ao teu próprio trabalho e o teu próprio trabalho os liquidará...

A experiência aclara o cami-nho de quantos lhe adquirem o tesouro de luz. Recolhe as crianças desvalidas, ampara os doentes, consola os infelizes e socorre os necessitados. Não olvides, pois, que a execução de teus deveres para com o próximo será sempre a tua caridade maior.

| doutrina

A caridade maior

A experiência aclara o caminho de quantos lhe adquirem o tesouro de luz. Recolhe as crianças desvalidas, ampara os doentes, consola os infelizes e socorre os necessitados

Page 9: Jornal Fraterno 55

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José Queid Tufaile Huaixan

Um dos fenômenos que chama a atenção dos observadores atentos é o bocejo que muitas pessoas apresentam

quando estão nos centros espíritas. Muito já se falou a respeito, mas quase ninguém conseguiu dar uma explicação lógica para o fato. Em nossas reuniões mediúnicas, observamos que nas ocasiões em que os médiuns estão sob má influência, eles bocejam com certa frequência. Alguma coisa acontece com a organização físico-perispiri-tual dessas pessoas, provocando o fenômeno.

Ve r i f i c a m o s t a m b é m q u e depois de darem passiv idade mediúnica, os bocejos cessam imediatamente, o que mostra que a causa se liga diretamente à feno-menologia da mediunidade.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, demonstrou que os flui-dos perispirituais podem concen-trar-se em alguns órgãos conforme a necessidade momentânea de cada criatura. Assim, por exemplo, se uma pessoa está correndo, os f luidos perispirituais estarão concentrados nos setores mais solicitados do corpo físico, tendo em vista o exercício em questão. Acontece o mesmo com outras atividades orgânicas.

Um outro momento em que o ser humano boceja é quando está com sono. Qual seria o mecanismo para essa ocorrência? Talvez, se explicarmos uma coisa, poderemos encontrar a resposta para a outra.

Pensamos que uma hipótese pode ser levantada para explicar tanto o fenômeno natural quanto o mediúnico. É a do desequilíbrio fluídico do perispírito.

Achamos que o relógio bio-lógico do organismo também funciona no corpo perispiritual. Aprendemos que o corpo físico

é uma cópia grosseira do peris-pírito e, por isso, ref lete toda a sua estrutura e mecanismos de funcionamento. Quando vamos dormir, alguma coisa nos coloca em condições para que o sono possa se estabelecer.

Possivelmente, é o relógio bio-lógico que controla o fenômeno da sonolência física. Em determinados momentos e em certas situações, esse controlador natural do ser humano deve acionar um meca-nismo, fazendo com que haja uma concentração fluídica na área do cérebro, provocando um torpor na percepção da pessoa, predispondo ao sono. Essa concentração fluídica parece provocar o bocejo natural.

Ao chegar o momento de dormir, é comum bocejarmos algumas vezes antes de nos entre-garmos ao sono. É sinal de que está chegando a hora de repousar o corpo físico que se encontra esgotado.

D e p o is q u e d o r m i m o s , o inconsciente assume as funções biológicas do organismo físico e o espírito, em alguns casos, pode libertar-se das amarras que lhe prende à carne e até ter experiên-cias no além. Durante o repouso, a situação fluídica perispiritual tende ao equilíbrio, fazendo com que, ao despertar, a criatura tenha uma agradável sensação de bem-estar.

No caso do bocejo provocado por espíritos, possivelmente ocorre algo parecido, por meio das liga-ções entre o espírito desencarnado e o médium. Temos conhecimento de que essas ligações se fazem através do psiquismo. Quando um medianeiro está sob má influência ou prestes a dar passividade a uma entidade desajustada, seu psi-quismo fica como que impregnado de fluidos pesados, o que provoca um torpor mental semelhante ao sono físico, fazendo-o bocejar.

Já tivemos a oportunidade de receber tais tipos de influências

nas atividades mediúnicas que desenvolvemos regularmente, e nos foi possível sentir como elas agem, contaminando o orga-nismo perispiritual intensamente. Os bocejos são frequentemente seguidos de um forte lacrimeja-mento, e a sensação é de profundo mal-estar.

Normalmente tais fenômenos ocorrem no período que antecede as atividades mediúnicas, principal-mente no momento em que se está estudando o Evangelho. Depois do intercâmbio mediúnico, as impres-sões penosas cessam quase que imediatamente. Isso prova que elas estão ligadas à presença ostensiva de influências magnéticas baixas, que levam o perispírito do médium ao desequilíbrio fluídico. A “sujeira” energética concentra-se junto ao cérebro perispiritual e provoca um torpor artificial.

Quando observamos o fenô-meno do bocejo nas sessões medi-únicas, geralmente ele está ligado a certas manifestações mediúnicas que vão acontecer na reunião.

Não são todas as manifestações de entidades necessitadas que provocam os bocejos. Nos casos pesquisados por nós, verificamos que se tratavam de espíritos muito desesperados ou f rancamente maus que es tavam junto dos médiuns.

Em o u t r a s s i t u a çõ e s , n o s momentos que antecedem a pales-tra, por exemplo, observamos que o passe pode atenuar as ocorrên-cias do bocejo. Ao derramar sobre o necessitado os fluidos salutares dos bons espíritos, eles expulsam os f luidos malsãos que causam os bocejos, oriundos da atividade obsessiva.

Uma outra circunstância em que ocorrem os bocejos é nas ocasiões de benzimentos.

Existem um grande número de senhoras, chamadas benzedeiras, que aplicam passes em crianças

recém-nascidas que apresentam uma contaminação fluídica, popu-larmente chamada “quebranto” ou “mau-olhado”.

O problema da criança acon-tece quando pessoas adultas, que possuem uma atmosfera fluídica malsã, f icam com a criança no colo por muito tempo. A energia ruim que circunda a pessoa con-tamina a atmosfera espiritual da criança. Isso deixa o bebê irritado, prejudica o seu sono e em certas situações pode causar desarranjos orgânicos. Aos estudiosos mais conservadores, pode parecer que estamos falando de fantasias, mas a experiência demonstra que os fatos são reais e per feitamente explicáveis pela Doutrina Espírita.

Depois de alguns passes, nor-malmente a criança afetada volta à sua normalidade. Nada se faz de mais, a não ser derramar o fluido salutar dos bons espíritos sobre a atmosfera malsã da cr iança, limpando-a dos fluidos nocivos.

Algumas benzedeiras têm o hábito de atrair o “mal” para elas. Depois de ministrarem o passe na criança, começam a bocejar seguidamente.

Afirmam que estão “limpando” a criança, mas na verdade o que fizeram foi agir com o pensamento, atraindo o f luido nocivo para a sua própria atmosfera psíquica, gerando na área do cérebro peris-piritual o desequilíbrio f luídico que provoca os bocejos. Em todas as crendices populares existe um mecanismo da grande ciência do Espiritismo, que pode ser pesqui-sado por observadores.

Pode-se afirmar, com certeza, que toda pessoa que boceja segui-damente no momento da reunião mediúnica, se não estiver sob a influência do cansaço, está sob má influência espiritual. A investiga-ção mediúnica desses fenômenos pode ser objeto de estudo das casas espíritas sérias.

| comportamento

O ato de bocejar na casa espírita

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Jorge Hessen

Allan Kardec escreveu na Revista do Espiritismo de novembro de 1858, que “jamais devemos dar satisfação aos amantes de

escândalos. Entretanto, há polêmica e polêmica. Há uma ante a qual jamais recuaremos — é a discussão séria dos princípios que professamos.” É isto a que chamamos polêmica útil, pois o será sempre que ocorrer entre gente séria, que se respeita bastante para não perder as conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem diminuirmos a estima recíproca.

Que os dirigentes espíritas, sobre-tudo os comprometidos com órgãos “unificadores”, compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e para com ele dialogar, conforme lembrava Chico Xavier. Devemos primar pela simplicidade doutrinária e evitar tudo aquilo que lembre castas, discriminações, evidências individuais, privilégios injustificáveis, imunidades, priori-dades, industrialização dos eventos doutrinários.

Os eventos devem ser realizados, gratuitamente, para que todos, sem exceção, tenham acesso a eles. Os Congressos, Encontros, Simpósios etc., precisam ser estruturados com vistas a uma programação aberta a todos e de interesse do Espiritismo, e não para servirem de ribalta aos intelectuais com titulação acadêmica, como um “passaporte” para traduzi-rem “melhor” os conceitos kardecia-nos. Não há como “compreender o Espiritismo sem Jesus e sem Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que o projeto da Terceira Revelação alcance os fins a que se propõe.” (1)

“A presença do elitismo nas ativi-dades doutrinárias (...) vai expondo--nos a dogmatização dos conceitos espíritas na forma do Espiritismo para pobres, para ricos, para intelec-tuais, para incultos.” (2) Infelizmente,

alguns se perdem nos labirintos das promoções de shows de elitismo nos chamados “Congressos”. Patrocinam eventos para espíritas endinheirados e, sem qualquer inquietação espi-ritual, sem quaisquer escrúpulos, cobram altas taxas dos interessa-dos, momento em que a ideia tão almejada de “unificação” se perde no tempo. Conhecemos uma Fede-rativa que chega a desembolsar R$ 90.000,00 (noventa mil reais) — isso mesmo, 90 mil! — para promover evento destinado a três, quatro, cinco mil pessoas. A pergunta que não quer calar é : será que o Espiri-tismo necessita desses eventos “grandiosos”? Cobrar taxa em eventos espí-ritas é incorrer nos mesmíssi-mos e seculares erros da Igreja, que, ainda hoje, cobra todo tipo de serviço que presta à socie-dade. É a elitiza-ção da cultura doutrinária.

Sobre isso, Divaldo Franco elu-cida na Revista O Espírita, edição de 1992, o seguinte: “é lentamente que os vícios penetram nos organismos individuais e coletivos da sociedade. A cobrança desta e daquela natureza, repetindo velhos erros das religiões ortodoxas do passado, caracteriza-se ambição injustificável, induzindo--nos a erros que se podem agravar e de difícil erradicação futura. Temos responsabilidade com a Casa Espírita, deveres para com ela, para com o próximo e, dentre esses deveres, o da divulgação ressalta como uma das mais belas expressões da caridade que podemos fazer ao Espiritismo, conforme conceitua Emmanuel, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier. Nos eventos essen-

cialmente espíritas, deveremos nós, os militantes na doutrina, assumir as responsabilidades, evitando criar constrangimentos naqueles que, de uma ou de outra maneira, necessitem de beneficiar-se para, em assimilando a doutrina, libertarem-se do jogo das paixões, encontrando a verdade. O dar de graça, conforme de graça nos chega, é determinação evangélica que não pode ser esquecida, e qual-quer tentativa de elitização da cultura doutrinária, a detrimento da generali-zação do ensino a todas as criaturas, é um desvio intolerável em nosso

comportamento espírita.” (3)

As Federa-tivas Espíritas devem envidar todos os esfor-ços para que não haja neces-sidade de qual-quer cobrança d e t a x a d e inscr ição dos p ar t ic ip antes de Congressos, exceto em casos extremos (o que não é desejável, o bv iam e nte) ,

procurando fazer frente aos custos do evento. Para essa tarefa devem buscar viabilizar, previamente, os recursos financeiros através de coti-zação espontânea de confrades bem aquinhoados. Realizar promoções, doutrinariamente, recomendáveis para angariar fundos. Os dirigentes devem preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e, aparentemente, fraternistas, que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.

A Doutrina Espírita é o convite à liberdade de pensamento, tem movimento próprio; por isso, urge deixar fluir naturalmente, seguindo--lhe a direção que repousa, invaria-velmente, nas mãos do Cristo. Chico

Xavier já advertia, em 1977, que “É preciso fugir da tendência à ‘elitiza-ção’ no seio do movimento espírita (...), o Espiritismo veio para o povo. É indispensável que o estudemos junto com as massas mais humildes, social e intelectualmente falando, e deles nos aproximarmos (...). Se não nos precavermos, daqui a pouco estare-mos em nossas Casas Espíritas apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais (...).” (4)

Não reprovamos os Congressos, Simpósios, Seminários, encontros necessários à divulgação e à troca de experiências, mas a Doutrina Espírita não pode se trancar nas salas de con-venções luxuosas, não deve se enclau-surar nos anfiteatros acadêmicos e nem se escravizar a grupos fechados. À semelhança do Cristianismo dos tempos apostólicos, o Espiritismo é dos Centros Espíritas simples, loca-lizados nos morros, nas favelas, nos subúrbios, nas periferias e cidades satélites de Brasília; e não nos venham com a retórica vazia de que estamos propondo, neste artigo, alguma coisa que lembre um tipo de “elitismo às avessas”. Graças a Deus (!), há muitos Centros Espíritas bem dirigidos em vários municípios do País. Por causa desses Núcleos Espíritas e médiuns humildes, o Espiritismo haverá de se manter simples e coerente no Brasil e, quiçá, no Mundo, conforme os Benfei-tores do Senhor o entregaram a Allan Kardec. Assim, esperamos!

Cobrança de taxas e elitização do espiritismo

| comportamento

Fontes: (1) Cf. entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada

no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e no livro

Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.

(2) Editorial da Revista O Espírita, ano 11, número 57-jan/mar/90.

(3) Revista O Espírita/DF, ano 1992, seção “Tri-buna Espírita” – Divaldo Responde -, pág. 16.(4) Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone

Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no livro Encontro no Tempo, org.

Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.

Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos

em nossas Casas Espíritas apenas

falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou

intelectuais

Page 11: Jornal Fraterno 55

[email protected] 11FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

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Amigos leitores,Considerando a proxi-

midade do mês de outu-bro, quando comemora-mos o Dia das Crianças,

resolvi escrever um pouco sobre estes pequeninos irmãos que nos acompanham na nossa vida terrena. Também quero fazer um convite para, juntos, revivermos as aventuras da nossa infância, as nossas brincadeiras, a nossa coragem, a nossa criatividade e tantas outras características que nos impulsionavam para a vida!

Numa inquietude insistente, as crianças dominam todos os ambien-tes de uma casa e chamam a atenção de todos que estão à sua volta. O sorriso é constante e a alegria que transmitem tira qualquer adulto do sério.

Quando experimentamos a com-panhia de uma criança, não nos imaginamos mais sozinhos. Aquele som constante das suas brincadeiras toma conta de todos nós, e o silêncio passa a nos incomodar. Penso que, quando Deus coloca uma criança para diariamente participar da nossa vida, Ele nos dá a oportunidade de voltarmos no tempo e de, também, nos tornarmos crianças.

Este exercício nos remete a um tempo em que éramos livres, não tínhamos medo, não havia preocupa-ções mais sérias, os dias eram tranqui-los e aproveitados minuto a minuto.

Naquela época, tínhamos a liber-dade de brincar na rua juntos dos amiguinhos da vizinhança. Não pas-sava um dia sem que nos reuníssemos para colocar a nossa criatividade em prática e desenvolver as brincadeiras mais incríveis: pique latinha, mãe de rua, queimada, pula corda, bicicleta, pipas, dentre tantas outras.

Nos dias de chuva e frio, éramos obrigados a ficar dentro de casa e, para passar o tempo, desafiávamos a nossa criatividade. Com cobertores, montávamos cabanas no quarto com a ajuda das camas-beliches que tínhamos. A televisão, algo tão

inacessível para nós, era substituída por revistas e gibis, enquanto que uma pequena lanterna ajudava na iluminação necessária.

Em outros momentos, conseguí-amos transformar o quarto numa ver-dadeira pista de corrida, onde as listras dos cobertores nos serviam de ruas nas quais os nossos carrinhos eram desafiados para mais uma largada. Nossas brincadeiras só terminavam ao cair da noite.

Muitas vezes com os pés sujos e o corpinho suado, reclamávamos quando éramos chamados para voltar às nossas casas e nos limpar-mos para o descanso merecido. O cansaço era tanto, que logo pegáva-mos no sono e, no dia seguinte, além das atividades da escola, lá estáva-mos nós no meio da rua novamente pulando, correndo, rindo, suando e nos divertindo.

A nossa alimentação era simples, quase sempre preparada em casa e as refeições sempre aconteciam na companhia de outras crianças. Pipoca, sorvete e algodão doce eram as gulo-seimas preferidas. A fruta predileta era a banana, também a mais acessível.

Uma característica da nossa época é que as famílias eram maiores e muitas crianças eram criadas juntas, o que significa dizer que, quando recordamos da nossa infância, sempre temos histórias para contar sobre os nossos irmãos, amiguinhos de jornada.

Eles nos faziam companhia, eram os coadjuvantes da nossa infância. De manhã, acordávamos uns aos outros, pois o dia só teria sentido se os nossos irmãos estivessem do nosso lado, nos acompanhando na “árdua” tarefa de ser criança. Aquilo que não sabíamos fazer, eles que nos ensinavam. Desde a ajuda nas lições de casa até a bala de açúcar derretido para aquela vontade de comer um docinho, os irmãos estavam sempre presentes.

Dividíamos as guloseimas e os brinquedos, e até o bichinho de esti-mação pertencia a todos os irmãos.

Sentíamos a falta um dos outros. Por mais travessos que fôssemos, sempre havia um irmão para dividir a culpa com a gente ou para nos defender quando precisávamos.

Hoje, a vida das crianças é muito diferente da nossa quando éramos pequeninos. Não ousaria dizer que não há diversão para elas atualmente. Mas diria que são momentos muito diferentes. Atualmente as crianças passam mais tempo sem a compa-nhia de outras crianças, pois muitas vezes são filhos únicos, o que torna as brincadeiras isoladas.

A tecnologia, entre os seus prós e contras, colocou as crianças em frente às televisões e as tirou dos parquinhos de diversão, onde podiam compartilhar as atividades com outras crianças, agora passando a conviver mais dentro das casas com os adul-tos. As brincadeiras ao ar livre foram aos poucos perdendo o lugar para a televisão e os video games.

Mas, independente da diferença entre a nossa infância e a infância nos tempos atuais, a verdade é que a energia, a coragem, a criatividade, a naturalidade e a inocência são características de todas as crianças, e sempre estarão presentes nestes pequenos irmãos.

Também é verdade que as crian-ças alegram as nossas vidas e nos dão esperança para o futuro, esperança que se estende a todas as nações. E um dia, serão elas que cuidarão de nós, enquanto se lembram dos momentos felizes que passaram na infância.

Enquanto carregam em seus braços outros pequeninos seres, expressão do amor de Deus e da vida que continua, lembrarão dos seus pais e irmãos, dos amiguinhos, dos bichinhos de estimação, das tias da escola e das brincadeiras de criança. E, ao olharem para o espelho, desejarão voltar no tempo!

Que o Dia das Crianças traga recordações maravilhosas a todos!

Um grande abraço!

Memórias de Chico Xavier

“Não vejo puro ‘Astralismo’ no Espiritismo, de vez que todos nós, os espíritas-cristãos, nos reconhecemos no trabalho incessante, neste mundo mesmo, atentos como devemos estar ao serviço de sustentação de nossos grupos domésticos, qual acontece a quaisquer pessoas que prezem cons-cientemente as suas obrigações pró-prias. E as tarefas, muitas vezes, pesadas e sacrificiais, de apoio e manutenção das instituições assistenciais diversas que nos vinculam à melhoria de nossa vida comunitária (...), em face de minha pequenez, reconheço que, para mim, em nossos tempos, ‘devo estar suficien-temente maduro para construir a mim mesmo’, conforme as instruções de Jesus, ante as perspectivas do Terceiro Milênio, considerando-se que, mesmo na condição de espírito desencarnado, precisarei enfrentar semelhantes pers-pectivas. No entanto, confesso que ainda estou lutando – e muito – a fim de colocar as construções de minha vida íntima ao nível dos conhecimentos que os Benfeitores Espirituais, por imensa bondade, me ofertaram, através dos livros e das mensagens que escrevem por minhas mãos. Sinto-me em luta comigo mesmo, luta esta que defino com estas palavras: Sei o que devo ser e ainda não sou, mas rendo graças a Deus por estar trabalhando, embora lentamente, por dentro de mim próprio, para chegar, um dia, a ser o que devo”.

| momento fraterno

Dia das Crianças - dia de todos nós!

Page 12: Jornal Fraterno 55

[email protected] FRaTERno osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 55 | Setembro/Outubro

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E Jesus, retido por deveres constrangedores, junto à multidão, em Cafarnaum, falou a Simão, num gesto de benção:

— Vai, Pedro! Peço-te! Vai à casa de Jeremias, o curtidor, para ajudar. Sara, a filha dele, prostrada no leito, tem a cabeça contur-bada e o corpo abatido... Vai sem delonga, ora ao lado dela, e o Pai, a quem rogamos apoio, socorrerá a doente por tuas mãos.

Na manhã ensolarada, pôs-se o discípulo em marcha, entusias-mado e sorridente com a pers-pectiva de servir. À tarde, quando o sol cedia as últimas posições à sombra noturna, vinha de retorno, enunciando inquietação e pesar no rosto áspero.

— Ah, Senhor! — Disse ao Mestre que lhe escutava os apon-tamentos — Todo esforço bal-dado, tudo em vão!

— Como assim?E o apóstolo explicou amarga-

mente, qual se fora um odre de fel a derramar-se:

— A casa de Jeremias é um antro de perdição... Antes fosse um pasto selvagem. O abastado curtidor é um homem que ajuntou dinheiro a fim de corromper-se. De entrada, dei com ele bebe-ricando vinho no paiol, a cuja porta bati, na esperança de obter informação para demandar o recinto doméstico. Não parecia um patriarca, e sim um gozador desavergonhado. Sentava-se na palha de trigo e, de momento a momento, co lava os láb ios ao gargalho de pesada garrafa, desferindo gargalhadas, ao pé de serva bonita e jovem, que se refes-telava no chão, positivamente embriagada . . . Ao receber-me, começou perguntando quantos piolhos trago à cabeça e acabou mandando-me ao primogênito... Saí a procura de Zoar, o f i lho mais idoso, e achei-o enfurecido,

no jogo de dados em que perdia largas somas para conhecido tra-ficante de Jope. Acolheu-me aos berros, explicando que a sorte da irmã não lhe despertava o menor interesse... Por fim, expulsou-me aos coices, dando a ideia de uma fera solta no campo... Afastava-me, apressado, quando esbarrei com a dona da casa. Dei-lhe a razão da minha presença; contudo, antes de atender-me, passou a espancar esquelética menina, alegando que a criança havia lhe surrupiado um figo, enquanto a pequena chorosa tentava esclarecer que a f ruta havia sido devorada por galos de estimação. . . Somente após ensanguentar a vítima, resolveu a megera designar o aposento em que poderia avistar-me com a filha enferma...

Ante o olhar melancólico do ouvinte, o discípulo prosseguiu:

— A dificuldade, porém, não ficou nisso... Visivelmente transtor-nada por bagatela, a velha sovina errou na indicação, pois entrei numa alcova estreita, onde fui defrontado por Josué, o filho mais moço do curtidor, que mergulhava a mão num cofre de joias. Desagra-davelmente surpreendido, fez-se amarelo de raiva, acreditando decerto que eu não passava de alguém a serviço da família, a fim de espionar-lhe os movimentos. Quando ergueu o braço para esmurrar-me, supliquei-lhe consi-derasse a minha situação de visi-tante em missão de paz e socorro fraterno. Embora contrafeito, con-duziu-me ao quarto da irmã. Ah! Mestre, que tremenda desilusão! Não duvido de que se trata de uma doente, mas, logo que me viu, a estranha criatura se tornou inconveniente, articulando gestos indecorosos e pronunciando frases indignas.. . Não aguentei mais.. . Fugi, horrorizado e regressei pelo mesmo caminho.

Obser vando que o Amigo

Sublime se resguardava, triste e silencioso, volveu Simão, após comprido intervalo:

— Senhor, não f u i , acaso, bastante claro! Porventura, não terei procurado cumprir-te hones-tamente os desejos! Seria justo, Mestre, pronunciar o nome de Deus, ali, entre vícios e deboche, avareza e obscenidade!

Jesus, porém, depois de fitar longamente o céu, a inf lamar-

-se de lumes distantes, ficou no companheiro o olhar profunda-mente lúcido e exclamou com serenidade:

— Pedro, conheço Jeremias, a esposa e os f ilhos, há muito tempo! Quando te incumbi de ir ao encontro deles, apenas te pedi que auxiliasses!

Mensagem extraída do livro Cartas e Crônicas, cap 3.

| moral cristã

A petição de Jesus