jornal fraterno 58

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10 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA [email protected] “FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE” ALLAN KARDEC ANO X Nº 058 JORNAL BIMESTRAL MAIO/JUNHO DE 2013 DISTRIBUIçãO GRATUITA Fraterno DESENCARNE COLETIVO | DEUS NÃO É REVANCHISTA | TRAGÉDIA DE SANTA MARIA | PRINCIPAL CAUSA DA CONFUSÃO MENTAL NO IDOSO | O INCRÍVEL PROCESSO DA MORTE | SUBLIMAÇÃO DO PRAZER | O QUE VOCÊ FARIA PELOS SEUS FILHOS? | O ESTRANHO EM NOSSA FAMÍLIA | PARÁBOLA SIMPLES TRAGÉDIA NO CIRCO “Vigie seus pensamentos, eles se tornarão palavras. Vigie suas palavras, elas se tornarão atos. Vigie seus atos, eles se tornarão seus hábitos. Vigie seus hábitos, eles se tornarão seu caráter. Vigie seu caráter porque ele será o seu Destino.“ (Vinícius de Moraes) “A morte do corpo físico não é uma escolha. Na verdade, trata-se da única certeza que temos quando reingressamos no plano físico através da reencarnação”

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Page 1: Jornal Fraterno 58

10 anos DivulganDo a Doutrina Espírita

[email protected] “Fé inabalávEl é somEntE aquEla quE poDE Encarar a razão, FacE a FacE, Em qualquEr época Da humaniDaDE” allan KarDEc

Ano X nº 058 JoRnAL BIMESTRAL MAIo/Junho dE 2013 dISTRIBuIção gRATuITA

Fraterno

Desencarne coletivo | Deus não é revanchista | tragéDia De santa Maria | PrinciPal causa Da confusão Mental no iDoso | o incrível Processo Da Morte | subliMação Do Prazer

| o que você faria Pelos seus filhos? | o estranho eM nossa faMília | Parábola siMPles

TRAGÉDIA NO CIRCO

“Vigie seus pensamentos, eles se tornarão palavras. Vigie suas palavras, elas se tornarão atos. Vigie

seus atos, eles se tornarão seus hábitos. Vigie seus hábitos, eles se tornarão seu caráter.

Vigie seu caráter porque ele será o seu Destino.“(Vinícius de Moraes)

“A morte do corpo físico não é uma escolha. na

verdade, trata-se da única certeza que temos

quando reingressamos no plano físico através da

reencarnação”

Page 2: Jornal Fraterno 58

[email protected] FRATERNO Osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 58 | Maio/Junho

A morte do corpo físico não é uma escolha. Na verdade, trata-se da única certeza que temos quando rein-

gressamos no plano físico através da reencarnação. Para conhecer sobre a realidade que nos aguarda, para sabermos lidar com essa característica do nosso estágio evolutivo, precisa-mos estudar, necessitamos aprender sobre nós mesmos.

Fonte inesgotável de sabedoria e conhecimento, o Espiritismo não é seguido apenas por espíritas. Pessoas das mais variadas denominações reli-giosas simpatizam com o Espiritismo e nele buscam explicações quando algo extraordinário afeta suas vidas. Quando uma tragédia emociona e sensibiliza essas pessoas, elas acorrem ao Espiritismo em busca de explica-ções, já que suas crenças tradicionais não as convencem e a ciência mate-rialista é impotente para lidar com as grandes crises humanas.

Cada vez que ocorre uma catás-trofe, um acidente de grandes propor-ções, uma tragédia, chovem versões sobre a origem cármica de tal aconte-cimento. Além de qualquer cogitação que nos dê uma idéia dos motivos de uma tragédia, importa saber que sempre que contrariamos as Leis de Deus, somos impelidos, mais cedo ou mais tarde, a corrigir o rumo que tra-çamos, a rearmonizarmos o universo desarmonizado por nós. O resgate dessas falhas no caminho pode se dar individualmente ou em grupo. É a maneira que temos de retomar nossa caminhada, nosso progresso.

A questão 740 do Livro dos Espí-ritos, tratando dos f lagelos des-truidores, nos diz que essas provas “proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo”. Allan Kardec comple-menta o ensinamento dos espíritos

asseverando que, seja qual for a causa da morte física, não se pode escapar quando a hora é chegada. A única diferença em relação aos casos individuais é que mais pessoas são atingidas ao mesmo tempo.

Muito antes que acontecesse a mais recente tragédia coletiva em “Santa Maria” - Rio Grande do Sul; nós de “O Fraterno” tínhamos o interesse de publicar este assunto em nossas páginas. Devemos dizer que não com-pactuamos com nenhuma ideia pré--concebida sobre tais acontecimentos em Santa Maria. Lei de Ação e Reação é corrigenda necessária ao aprendi-zado dos espíritos, e, como tal, atribuir isso por aquilo, como fazem os mais envolvidos de sua particularidade sensitiva e por mais real que pareça, não é de bom alvitre oferecermos uma visão pouco caridosa aos muitos familiares daquelas vítimas.

O tema é espinhoso e requer tanto mais cuidado quanto mais é recente. Afinal, não estamos lidando meramente com teorias espíritas, mas com a memória de mais de duas centenas de jovens que deixaram o Plano Físico de maneira abrupta e incomum, o que deixa atrás de si um rastro de dor para os seus próximos que ficaram. E os que ficaram, tive-ram suas vidas transformadas para sempre! A emoção e a subsequente reflexão proporcionada pela dor atingiram as fibras mais recônditas de seus corações, pressionaram-nas a bruscas mudanças de entendimento, comportamento e atitude.

É fácil perceber que não é Deus que provoca essas tragédias, Ele não interfere em nossos destinos. Nós construímos nossos destinos todos os dias. Achar que Deus interfere diretamente em nossas vidas seria fazer de Deus uma ideia pequena e demasiadamente humana. Deus se manifesta através de Suas Leis, e essas Leis são perfeitas. O que ocasiona as tragédias coletivas é a atração que as consciências manchadas pela culpa exercem umas sobre as outras. Os

espíritos ligados por determinados eventos marcantes em suas trajetórias milenares se atraem para determi-nadas possibilidades. Atraem-se por estarem ligados uns aos outros pela mesma sintonia que os prende ao passado. Só se libertam desse pas-sado aceitando o processo de auto cura oferecido pela reencarnação, em que se propõe a quitar suas dívidas consigo mesmos. A maneira de zerar esse saldo consciencial negativo é se submetendo a provas e expiações.

No livro “Chico Xavier pede licença”, o Espírito Emannuel fala de desencarnações coletivas, respon-dendo à pergunta formulada por dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23 de Fevereiro de 1972, em Uberaba, Minas Gerais:

Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e inde-fesas, como nos casos dos grandes incêndios?

“Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.

Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, ope-ramos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devida-mente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletivi-dades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o

ápice de epidemias arrasadoras.Promotores de guerras manejadas

para assalto e crueldade pela mega-lomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, apa-rentemente imerecida, em aconteci-mentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em doloro-sos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.

Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e pro-gressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segu-rança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.

Lamentemos, sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desas-tres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos. Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença da Mise-ricórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.”

Nesta edição, o “Cultura Espírita” nos conta a maior tragédia circense da história e o pior incêndio com vítimas do Brasil, em 17 de dezembro de 1961, em Niterói – RJ. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lota-vam a matinê do Gran Circo Norte--Americano, anunciado como o mais famoso da América Latina, quando

FRATERNO, jornal bimestral contendo: Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais, com sede no “Centro Espírita Seara de Jesus”, Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, Cep 06070-240, Osasco, Sp. [email protected]; Jornalista responsável: Bráulio de Souza - MTB 20049; Coordenação/Direção/Redação: Eduardo Mendes; Revisores: Luciana Cristillo Mendes, Jussara Ferreira da Silva e Giovanna Camila Ramalho; Financeiro: Alexandre Silva Melo; Diagramação: Jovenal Alves Pereira; Captação: Manoel Rodilha; Impressão: Gráfica Yara; Tiragem: 10.000 exemplares; Distribuição: Osasco e Grande São Paulo; e-mail: [email protected]; Telefones: (011) 3447-2006/7165-6437 ou (011) 3688-2440

eDitorial

desencarne coletivo

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DiscutinDo a bíblia eventos

Agradecemos a colaboração do Sr. Morel Filipe Wilkon em ceder

textos de sua autoria que ajudaram a compor esta edição.

a trapezista Antonietta Steva-novich deu o alerta de “fogo!”.Em menos de dez minutos, as chamas devoraram a lona, jus-tamente no momento em que o principal hospital da região se encontrava fechado por falta de condições. O prefeito da cidade estabeleceu em 503 o número oficial de mortos, mas a contabilidade real nunca será conhecida.

Os bastidores espirituais desta história nos foram reve-lados pelo espírito Humberto de Campos, codinome Irmão X, através da psicografia de Chico Xavier. Trata-se de informação proveniente dos espíritos, expli-cação racional para uma tragédia de tal envergadura, um ensina-mento sobre a Lei de Ação e Reação e não uma especulação sobre quais motivos teriam ocasionado aquele desencarne coletivo. Por esta chancela espi-ritual, utilizamos este caso como fonte de estudo e consolo.

Meus irmãos, é momento de reflexão, de buscarmos o verdadeiro sentido da vida, de entendermos que precisamos viver sem achar que somos imortais (somos eternos), que existe somente este lado mate-rial ou que nascemos para apenas “curtir” a vida. Precisa-mos questionar: “O que Deus espera de nós?” O importante é modificarmos “para melhor” nossas atitudes em relação a nós mesmos a ao próximo, para amenizarmos nossos débitos do passado ou para não adqui-rirmos mais no futuro. Afinal, não sabemos quando seremos chamados a prestar contas.

Boa leitura,O Editor

O pior erro da antropomor-fização de Deus da cultura judaico-cristã é o de atri-buir a Ele nossas imperfei-

ções, principalmente no sentido de que Ele se vinga de nossos erros ou premia os bons. Na verdade, apenas funciona a sua Lei do retorno ou de causa e efeito.

Deus enviou Jesus, nosso Irmão Maior, ao nosso planeta Terra, para nos ensinar, entre outras coisas, que temos de perdoar os nossos desafetos não só sete vezes, mas setenta vezes sete, ou seja, sempre. E seria Deus um demagogo, que nos ensina uma coisa, enquanto Ele faz outra? Jamais isso ocorre. Ademais, Deus nunca é ofendido pelas nossas faltas. Quem é ofendido é o nosso semelhante. E também nós próprios somos vítimas de nossas faltas, pois temos que quitá-las. Quando nós erramos, estamos contra as leis morais criadas em nome de Deus por espíritos encarnados e desencarnados, que trabalham no projeto divino (Hebreus 1,14). Jesus é o maior Espírito obreiro de nosso mundo. E Ele ainda trabalha depois de desencarnado. A conversão de Paulo no caminho de Damasco é um exemplo disso.

Quando nós cometemos um ato de amor ou desamor para com nossos semelhantes, isso retornará sobre nossas cabeças (Obadias 1,15). Aliás, a falta pode ser até contra nós mesmos, como descuido de nossa saúde, suicídio etc. Por tudo isso, nós sofreremos conseqüências de acordo com a lei do retorno. “Nin-guém deixará de pagar tudo até o último centavo”. (Mateus 5,26). Mas também, pago o último pecadinho, nós estaremos quites e não vamos pagar mais nada. E isso joga por terra também o erro dos teólogos de penas eternas, sem fim. Aliás, já vimos em outra matéria que eterno (“aionios” em grego, e “eternus”em latim) significam tempo indefinido

e não sem fim, como erradamente foram traduzidos. E o tempo é indefinido, porque depende do carma de sofrimento de cada um. E não se deve confundir pena com reparação. O resgate da pena não isenta o indivíduo da reparação, a qual deve ser feita na mesma reen-carnação em que se cometeu a falta, pois se a reparação passar para outra vida, as coisas se complicam. “Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão”. (Mateus 5,25). Essa passagem é uma das metáforas mais importantes do ensino bíblico da lei cármica ou do retorno.

Umas pessoas acham que, orando muito, elas vão ter seus peca-dos anulados. Isso não acontece, pois Deus não é um juiz corrupto, que fecha os olhos a um crime mediante o recebimento de propinas. É ver-dade que uma boa ação encobre multidão de pecados. Trata-se, porém, de ações de caridade para com nossos semelhantes, e não de petitório egoísta a Deus para que Ele, anulando sua lei, nos isente de penas merecidas. Deus não faz acepção de pessoas, se Ele desse uma colher de chá para alguém, teria que a dar para todos. A lei de causa e efeito é inexorável, não falhando jamais. E ela não é só da Bíblia, mas também de todas as outras escrituras sagradas. A sabedoria popular diz bem que da justiça humana o indivíduo pode escapar, mas da divina, não. “A cada um será dado segundo suas obras”.(Mateus 16,27).

Mas reiteramos que essa lei do retorno não é revanche de Deus. Simplesmente, ela funciona com cada um colhendo na sua própria lavoura, atuando nela não Deus, mas a sua Lei do retorno, que é acionada por nós mesmos através de nossas ações boas e más!

deus não é revanchista, nós é que acionamos a lei do retorno

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[email protected] FRATERNO Osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 58 | Maio/Junho

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A tragédia de Santa Maria me leva a algumas reflexões que considero importantes para o movimento espírita.

Recentemente participei de uma banca de doutorado na Universidade Metodista, em que o pesquisador José Carlos Rodrigues, examinou em ampla investigação de campo quais os principais motivos de “conversão”, eu diria, “migração” para o espiritismo, no Brasil. Ganhou disparado a “resposta racional” que a doutrina oferece para os problemas existenciais.

De fato, essa é grande novidade do espiritismo no domínio da espiri-tualidade: introduzir um parâmetro de racionalidade e distanciar-se dos mistérios insondáveis, que as religi-ões sempre mantiveram intactos e impenetráveis, sobretudo o mistério da morte.

Entretanto, essa racionalidade, que era realmente a proposta de Kardec, tem sido barateada em nosso meio, como tudo o mais, para tornar-se uma cartilha de respostinhas simples, fechadas e dogmáticas, que os adep-tos retiram das mangas sempre que necessário, de maneira triunfante e apressada, muitas vezes, sem respeito pela dor do próximo e sem respeito pelas convicções do outro. Explico-me.

Por exemplo: existe na Filosofia espírita uma leitura de mundo de “causa e efeito”, que traduziram como “lei do karma”, conceito que vem do hinduísmo. Essa ideia é de que nossas ações presentes geram resultados, que colheremos mais adiante ou que nossas dores presentes podem ser explicadas à luz de nossas ações passadas. Mas há muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado; as dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado. O sofrimento no mundo resulta das mais varia-

Tragédia de Santa Maria

das causas: má organização social, egoísmo humano, imprevidência… Estamos num mundo de precário grau evolutivo, onde a dor é nossa mestra, companheira e o que muitas vezes entendemos como “punição” é aprendizado de evolução.

O assunto é complexo e pretendo escrever mais profundamente sobre isso. Aqui, apenas gostaria de afirmar que nós espíritas, temos sim algumas respostas racionais, mas elas são genéricas e não podem servir como camisas de força para toda a realidade. Que respostas baseadas em evidên-cias e pesquisas temos, por exemplo, para essas famílias enlutadas com a tragédia de Santa Maria?

• que a morte não existe e que esses jovens continuam a viver e que poderão mais dia, menos dia, dar notícias de suas condições;

• que a morte traumática deixa marcas para quem fica e para quem

foi e que todos precisam de amparo e oração;

• que o sofrimento deve ter algum significado existencial, que cada um precisa descobrir e transformá-lo em motivo de ascensão…

• que a fé, o contato com a Espi-ritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo, para superar um trauma dessa magnitude.

Não podemos afirmar por que esses jovens morreram. Não devemos oferecer uma explicação pronta, aca-bada, porque não temos esses dados. Os espíritas devem se conformar com essa impotência momentânea: não alcançamos todas as variáveis de um fato como esse, para podermos ofe-recer uma explicação definitiva. Havia processos da lei de causa e efeito? Pro-vavelmente sim. Houve falha humana, na segurança? Certamente sim. Qual o significado que essa tragédia terá? Cada pai, cada mãe, cada familiar,

cada pessoa envolvida deverá achar o seu significado. Alguns talvez terão notícias de algum evento passado que terá desembocado nesse drama; outros extrairão dessa dor, um motivo de luta para mais segurança em locais de lazer; outros acharão novos valores e farão de seu sofrimento uma ban-deira para ajudar outros que estejam no mesmo sofrimento e assim por diante.

Oremos por essas pessoas, ofe-reçamos nossas melhores vibrações para os que foram e para os que ficaram e ainda para os que se fizeram de alguma forma responsáveis por esse evento trágico. Mas tenhamos delicadeza ao tratar da dor do pró-ximo! Não ofereçamos respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas. Ofereçamos amor, respeito e àqueles que quiserem, um estudo aberto e não dogmático, da filosofia espírita.

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“...Se eu dispusesse de autoridade,

rogaria aos homens que estão

arquitetando a construção do

Terceiro Milênio que colocasse no

portal da Nova Era as inolvidáveis palavras de Nosso

Senhor Jesus Cristo – Amai-vos

uns aos outros como eu vos

amei”.

saúDe

Dr. Arnaldo Lichtenstein, médico

Sempre que dou aula de clí-nica médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta:

- Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?

Alguns arriscam: ”Tumor na cabeça”.

Eu digo: “Não”. Outros apostam: “Mal de Alzhei-

mer” Respondo, novamente: “Não”. A cada negativa a turma se

espanta... E fica ainda mais boquia-berta quando enumero os três res-ponsáveis mais comuns: - diabetes descontrolado; - infecção urinária; - a família passou um dia inteiro no sho-pping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente, vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos.

Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.

A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (“bate-deira”), angina (dor no peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira. Na melhor idade, que começa

aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. Isso faz parte do processo natural de envelheci-mento.

Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica.

Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equi-líbrio interno não funcionam muito bem.

Principal causa da confusão mental no idoso

Conclusão: Idosos desidratam-se facilmente

não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas: 1 - O primeiro é para vovôs e

vovós: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido entenda--se água, sucos, chás, água-de-coco, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada

duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

2 - Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao percebe-rem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam con-fusos, irritadiços, fora do ar, atenção! É quase certo que sejam sintomas decorrentes de desidratação.

“Líquido neles e rápido para um serviço médico”.

(*) Arnaldo Lichtenstein (46), médico,

clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da

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As grandes tragédias que ocorrem na nossa socie-dade, envolvendo o desencarne violento de um grande números de

pessoas seja por fenômenos da natu-reza ou acidentes, trazem sempre enormes indagações e dúvidas por parte das pessoas que não adquiriram conhecimento sobre as verdades eternas e as Leis da vida, como a Lei de Ação e Reação e das vidas sucessivas.

Muitos desses fatos são con-seqüências de Leis Naturais como maremotos, terremotos, erupções de vulcões, etc., porém, outros ocorrem por acidentes ou desastres, que são provocados pelo próprio Homem, como por exemplo, acidentes aéreos, marítimos, ferroviários e, hoje em dia, até por ato terrorista. Ora esses fatos acontecem sem serem provocados por Deus, mas, em ambos os tipos de ocor-rências, há a influência do ser humano, direta ou indiretamente. No primeiro caso, apesar de ser um fato natural, físico, corrobora a influência inferior da Humanidade. No segundo caso, pela imprudência do próprio homem.

Segundo os ensinamentos evan-gélicos, “não cai uma só folha da árvore sem que Deus saiba” e, certamente esses desencarnes em grupo ou “mortes coletivas” não foram obras do acaso, mas sim, resultantes da lei de ação e reação que, ao longo do tempo, por afinidades espirituais reuniram todos envolvidos em uma situação que reclama reparação dos danos ocasionados. Muito além de punição ou expressão da lei do talião, os desencarnes coletivos são reajustes das consciências envolvidas em crimes coletivos perante ao equilíbrio cósmico universal, compromissos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e assim progredirem na caminhada espiritual.

Assim, a Previdência Divina, com sua pré-ciência, aparelha circunstâncias

Tragédia no circo, lei de retornode hora, dia e local, para congregar aqueles que assumiram tais resgates aflitivos, e, por outro lado, os que não vão fazer parte desse processo coletivo, por um motivo ou outro, não estarão presentes.

Existem ainda, “mortes coletivas”, provenientes de seguidores de pessoas com alto grau de persuasão, mas de baixo senso moral, que conseguem anular sentimentos e raciocínios de pessoas despreparadas e com ten-dência ao materialismo, inculcando ensinamentos de salvação através de atos externos, apregoando os suicídios coletivos. Mais uma vez, recorremos das palavras sábias do escritor Amilcar Del Chiaro Filho: “Quando a pessoa se fana-tiza por alguma coisa, especialmente pelas idéias religiosas, o desequilíbrio se apresenta, e o que é distorcido, desati-nado, parece reto, equilibrado. Isso sem desconsiderar a ação constrangedora da obsessão espiritual, dado que os espíritos obsessores se aproveitam das disposições dos encarnados para dominar-lhes a mente e impor-lhes a própria vontade”.

Transcrevermos ainda, palavras do Profº Waldo Lima de Valle, retiradas do seu livro, Morrer e Depois!: “mortes coletivas são provações muito dolo-rosas para os que ficam e também para os que partem, mas integram programas redentores do Espírito endividado perante a Lei e condição para que possam usufruir, merecida-mente, as glórias da Vida Eterna (...) a dor coletiva corrige falhas mútuas, dos

que partem e, também, dos que ficam”. A seguir, exporemos a história de

uma tragédia ocorrida num circo, na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, que ilustra o ensinamento das mortes coletivas.

No ano 177 da nossa era, na cidade de Lion, nas Gálias Francesas o “Concilium” estava abarrotado de gente. Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais, junto ao

altar do imperador, e sim de compacto ajuntamento. Marco Aurélio reinava, piedoso, e, embora não houvesse ordenado nenhuma perseguição aos cristãos, permitia que se aplicassem, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles. A matança, por isso, perdurava terrível. Ninguém examinava necessidades ou condi-ções. Mulheres e crianças, velhos e doentes, tanto quanto homens válidos

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e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente. Os cristãos de Lion eram sacrificados no lar ou barba-ramente espancados no campo. Os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, eram entregues às feras em espetáculos públicos. Quando as feras pareciam entorpecidas, após massacrarem

milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguissedentas, inventavam-se tormentos novos. Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.

Naquele ano de 177 a que nos refe-rimos, a noite caía célere e a multidão se acotovelava para decidir quanto ao espetáculo que ofereceriam a Lúcio Galo, famoso cabo de guerra que visitaria Lion no dia seguinte. Imagina-ram-se, para logo, comemorações a

Tragédia no circo, lei de retornocaráter. Álcio Plancus dirigia a reunião programando os festejos. Tocado pelo vinho abundante, Álcio convocava a assembléia para que o ajudasse a pensar num espetáculo diferente, à altura do visitante.

Um gritava:- A equipe de dançarinas nunca

esteve melhor..Outro lembrava:- Providenciaremos uma briga de

touros selvagens.- Excelente lembrança! - Falou Álcio

em voz mais alta, mas, em considera-ção ao visitante, é preciso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça... Cristãos às feras já não cons-tituem novidade. É preciso algo novo.

E o próprio Álcio apresentou um plano distinto:

- Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente 1000 mulheres e crianças cristãs, guardando-as no cár-cere... E, amanhã, coroando as home-nagens, ofereceremos um espetáculo inédito. Nós as colocaremos na arena, molhada com resina inflamável e devi-damente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem para os mais fortes. Depois de mostra-das festivamente ao público, incendia-remos toda a área e soltaremos sobre elas os velhos cavalos que não sirvam mais para os nossos jogos. Realmente, as chamas e as patas dos animais for-marão um espetáculo inédito.

- Muito bem! Muito bem! - Rugiu a multidão de ponta a ponta do átrio.

Durante a noite inteira, mais de

mil pessoas, ávidas de crueldade, vas-culharam residências humildes e, no dia subseqüente, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, quei-madas nas chamas, ou despedaçadas pelas patas dos cavalos em correria...

Quase 18 séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento...

Entretanto, a justiça da lei, através da reencarnação, reuniu todos os res-ponsáveis, que, em diversas posições de idade física, se aproximaram de novo para dolorosa expiação, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade bra-sileira de Niterói-RJ, em comovedora tragédia num circo.

O Meigo Nazareno, como não poderia deixar de ser, ensina em suas “Boas Novas” a respeito dessas vítimas: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas cousas? Não eram, eu vo-lo afirmo: se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito, sobre os quais desa-bou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrepen-derdes, todos igualmente perecereis” - Lucas 13.1-5. Isso significa que os que padecem desse drama no desencarne não são mais culpados do que outros, também habitantes deste planeta ainda inferior, pois carregamos todas dívidas e imperfeições de Espíritos que faz jus reencarnar aqui na Terra. O que precisamos é o arrepender que Jesus ensina, ou seja, não mais praticarmos o mal contra nosso irmão, e praticarmos sim, a caridade para compensar o mal já efetivado em vidas passadas, para termos oportunidade de escaparmos dessas aparentes tragédias.

O trecho sobre a tragédia no circo foi retirado do livro CARTAS E

CRÔNICAS – Feb Editora, pelo Espírito: Irmão X, psicografia de Chico Xavier.

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Dr Drausio Varela

Nossos filhos se tornaram adultos e tiveram filhos. O nascimento de um neto é evidência de que não somos mais necessários para a perpetuação

de nossos genes. Desse momento em diante a vida seguirá em frente, estejamos ou não por perto.

Em 70 anos, uma recém-nascida se tornou avó ou bisavó. Quando nos aposentamos, a vida corre mais devagar. Nossos movimentos também estão mais lentos. Os sinais externos da idade ficam mais evidentes. Nossos sentidos estão menos sensíveis.

Desde o nascimento, começamos a perder os cílios responsáveis pela captação dos sons, no interior do ouvido. Nessa idade já temos dificuldade para escutar os sons de alta fre-qüência. Devagar, com o tempo, perderemos até os que captam freqüências baixas. Os ossículos que transmitem as ondas sonoras da membrana do tímpano para dentro do ouvido endurecem. Fica difícil ouvir o que os outros falam.

A visão também piora. A vida inteira expos-tos aos raios de sol, o cristalino, a lente dos olhos, perde a elasticidade e escurece. Pode até mudar a cor dos olhos. O cérebro precisa fazer

acrobacias para compensar essas alterações. O esqueleto reflete bem o desgaste de

muitos anos. Os ossos continuam fabricando células novas para substituir as velhas, mas os osteoblastos já não dão conta de repor as célu-las perdidas. A perda constante de massa óssea torna os ossos quebradiços: é a osteoporose, um perigo permanente. Sofrer uma fratura é muito mais fácil. Isso acontece com ambos os sexos, mas as alterações hormonais da meno-pausa aceleram o processo nas mulheres.

Por que a aparência de nosso corpo muda tanto entre os 40 e os 70 anos? É bem mais do que uma questão de uso e desgaste. O enve-lhecimento é um processo que afeta uma por uma de nossas células.

A cada dia, bilhões de nossas células se dividem em duas. Para isso, precisam dupli-car o DNA, e destinar uma cópia para cada célula-filha. Enquanto as células mais velhas morrem, as recém criadas ocupam o lugar deixado por elas.

O problema é que o mecanismo de divisão celular é sujeito a pequenos erros. Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele também são duplicadas.

Cada um desses erros é transmitido às células-filhas, às células-netas e, assim, sucessi-vamente, para todas as descendentes. É como nas fotografias: cópias de cópias perdem a nitidez. Desde o nascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada dois anos.

Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta cópia da que tínhamos ao nascer. A cada cópia as imperfeições se tornaram mais aparentes. É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos mais velhos.

Outra causa do envelhecimento está no ar que respiramos. Sem oxigênio não podemos sobreviver, mas ele nos corrói lentamente. Dentro de cada célula, as mitocôndrias são nossas centrais energéticas, nossas fábricas de energia. Elas combinam o oxigênio com os nutrientes para produzir a energia neces-sária ao funcionamento do organismo. Nesse processo são liberados poluentes chamados de radicais livres, que agridem as próprias paredes das mitocôndrias e comprometem a produção de energia.

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crônicas

Luiz Fernando Veríssimo

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito: “Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa.

Você está convidado para o velório na quadra de esportes”.

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida ebloque-ando seu crescimento na empresa.

A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório.

Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava: Quem será que estava atrapalhando o meu progresso - Ainda bem que esse infeliz morreu!

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reco-nhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros.

Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas.

Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: “Quem está nesse caixão”?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo...

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu cresci-mento: VOCÊ MESMO!

Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.

Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida.

Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. “Sua vida não muda quando seu chefe muda,

quando sua empresa muda, quando seus pais mudam, quando seu(sua) namorado(a) muda”.Sua vida muda... Quando você muda!“Você é o único responsável por ela.”

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos .A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.

A vida muda, quando “você muda”.

nota de Falecimento

o incrível processo da morteA morte não é um acontecimento instantâneo. É um processo através do qual os órgãos pouco a pouco entram em falência. Ao dar as últimas batidas, o coração espalha pelo corpo hormônios que aliviam a dor: as endorfinas

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Como conseqüência, não conse-guimos mais repor as células necessá-rias, nem corrigir os defeitos ocorridos em seu DNA. O funcionamento dos órgãos fica comprometido. Eles podem falhar. A morte, como a vida, é um processo construído no interior de nossas células. Da mesma forma que o DNA controla nosso desenvolvimento, também limita a duração de nossas vidas. Em cada cópia de si mesma, a célula perde um pequeno fragmento de DNA. Depois de bilhões de divisões, foi perdido tanto DNA que a capacidade de formar novas células fica compro-metida.

A morte não é um aconteci-mento instantâneo. É um processo através do qual os órgãos pouco a pouco entram em falência. Ao dar as últimas batidas, o coração espalha pelo corpo um hormônio que alivia a dor: as endorfinas. Sem oxigênio, os órgãos param de funcionar. Em dez segundos a atividade cerebral cai. Em quatro minutos o cérebro será lesado irreversivelmente. Perderemos a condição humana.

A audição é o último sentido a nos abandonar. Mas algumas célu-las permanecem vivas até mesmo depois da morte: as da pele ainda se dividem por 24 horas. E são neces-sárias 37 horas para que o último neurônio encerre a sua atividade.

Para alguns de nós, a vida pode durar muito tempo. Quem nasce hoje tem expectativa de viver 80 anos ou mais. Mas todas as jornadas um dia devem terminar. Depois de nossa morte, nossos filhos e netos carregarão nossos genes no interior de suas células, e vão transmiti-los para seus descendentes. Nossa vida continuará dentro deles. As memórias que deixamos, também.

A nossa V iagem Fantástica chegou ao fim.

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Cláudio Bueno da Silva

Acostumamos, na Terra, a condicionar a felicidade ao prazer. Por isso, tudo o que fazemos de modo forçado,

sem o mínimo de satisfação, nos causa tédio, nos faz infelizes. Nas relações ainda muito materializadas do nosso mundo, o prazer é tão heterogêneo quanto os gostos, as tendências e o caráter de cada um dos seus habi-tantes.

Deus dotou a natureza humana de um moderador que estabelece os critérios do prazer: é a razão. Quanto mais desenvolvida esta, melhor dire-ção dará àquele. Se a razão baliza o prazer, o sentimento o refina.

O espírito adiantado que já fez progressos no campo intelectual e moral, lida mais adequadamente com as impressões, já que estas, nele, são produzidas por ações menos materiais, mais controladas, capazes de gerar satisfações espiritualizadas. Em contraposição, o espírito refém das paixões, alimenta prazeres com-patíveis com as suas escolhas.

Não obstante o prazer ser natu-ral, a sua sublimação é necessária. O homem não poderá viver indefinida-mente dissociado da razão, brutali-zando o sentimento. Vive-se hoje um novo tempo, e apesar do aparente caos que se observa no planeta, a lei natural do progresso arrasta a tudo e a todos, para um estágio sempre crescente de evolução.

A proposta deste novo tempo, corroborada pelo Espiritismo, convoca o homem a libertar-se da escravidão do prazer momentâneo, desorien-tado, sedutor, imposto, que nada mais é do que vício. A sociedade míope moderna tem imposto padrões e as pessoas praticamente se auto--impõem a necessidade de ter prazer a qualquer custo. Mas os prazeres que a sociedade permissiva oferece são alta-mente nocivos, confundindo a grande maioria, que adota comportamentos sem pensar em nada, exatamente

Sublimação do prazer

por não ter valores críticos sobre o sentido da vida.

Desta forma, não é bom para o homem permanecer vítima voluntária do prazer pobre e egoísta que o faz sofrer tanto. O homem já tem infor-mações suficientes que o habilitam selecionar e controlar suas emoções, ordenar prioridades quanto ao tempo e eleger a solidariedade como norma de vida.

Esta postura diferenciada o fará desenvolver outra forma de prazer, o espiritual, mesmo estando preso à matéria. Em outras palavras: o prazer da matéria, como está colocado na sociedade atual, o desgasta e o con-some sem utilidade. Falta conhecer as regras morais que enfrentam o imediatismo materialista, o utilitarismo egoísta, o ego competitivo.

A ideia de prazer para esse novo tempo não pode estar associada tão--somente à sensualidade, à licenciosi-

dade, à materialidade, como muitos querem fazer crer.

A felicidade verdadeira estará mais próxima, quanto mais nos apro-ximarmos da plenitude e gerará prazeres desconhecidos de muitos na Terra! O ideal de sacrifício, renúncia, abnegação pelo outro pode ainda provocar em muitas pessoas um estranhamento momentâneo que, num segundo e imediato momento, se transforma no prazer de ter sido solidário e numa consequente satis-fação interior. E quanto mais se evolui, mais instantânea, compensadora e natural será essa sensação.

No mundo mais espiritualizado, a humanidade moralizada sentirá o prazer sublimado derivado do amor, do conhecimento, da arte, da beleza, da responsabilidade, da consciência edificada; o prazer de viver e fazer parte deste universo imensurável que Deus criou para o ser.

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Gostamos de dizer que faze-mos tudo por nossos filhos. Mas será que estamos dis-postos a sacrifícios no pre-

sente que possam ajudá-los a terem a disciplina necessária para o alcance de realizações futuras?

Em um experimento que virou um clássico, o psicólogo Walter Mischel criou o seguinte cenário na Univer-sidade Stanford no fim dos anos 60: crianças de 4 anos foram colocadas em uma sala pequena, que continha marshmallow em uma mesa. O pes-quisador explicava à criança que ele teria de sair, deixando-a sozinha na sala. Se, quando ele voltasse, a criança tivesse resistido à tentação de comer o doce, ela ganharia mais um marsh-mallow. Se capitulasse e o comesse, não ganharia mais nada. Anos depois do experimento, Mischel foi acompa-nhando informalmente o progresso daquelas crianças e notou que havia uma correlação entre o tempo que elas haviam conseguido esperar antes de comer o marshmallow e vários indicadores de bem-estar. Quase vinte anos depois do estudo original, Mischel e colegas mediram objetiva e cuidadosamente suas características e os resultados foram surpreendentes: vários dos atributos mais importantes para seu sucesso podiam ser previstos pelo tempo a que resistiram ao mar-shmallow aos 4 anos de idade. Uso de drogas, peso corporal e até os resul-tados no SAT, o vestibular americano, estavam significativamente associa-dos ao autocontrole demonstrado diante das guloseimas.

A capacidade de sacrificar um pequeno ganho presente (comer um doce) pela possibilidade de um ganho maior no futuro (dois doces) se relacio-nava com o bem-estar em dimensões bem mais sérias ao longo da vida.

Países são mais complexos que pessoas, e o estado de um país não é igual a uma simples soma dos atribu-

o que você faria pelos seus filhos?tos de seus habitantes. Mas creio que a diferença entre o todo e a soma das partes também não pode ser muito diferente, especialmente se este país é uma democracia. E quero postular aqui que grande parte dos problemas que o Brasil enfrenta se deve à nossa incapacidade de fazer essas trocas intertemporais, de acei-tar sacrifícios presentes para colher ganhos futuros. A tese não é original – Eduardo Giannetti já a traçou com mais brilhantismo e sutileza em seu livro O Valor do Amanhã -, mas me parece merecer mais atenção do que a que lhe é costumeiramente devotada.

Se tivesse de fazer um resumo grosseiro do que é o processo de desenvol-vimento econômico, diria que depende de pessoas, dinheiro e instituições. Quando falo de pessoas, quero dizer produtividade, já que as outras variá-veis – como o número de horas trabalhadas ou a fatia de pessoas empregadas – podem rapidamente bater em um limite intransponível, enquanto a produtividade pode aumentar indefinidamente. E ela está direta-mente relacionada à educação. No quesito dinheiro (capital), a variável mais importante é a taxa de pou-pança. Que, grosso modo, determina aquilo que os agentes econômicos poderão investir. Sem investimento não há crescimento. Por instituições, entenda-se o arcabouço jurídico que garante estabilidade e previsibilidade a empreendedores e trabalhadores, especialmente no que tange à pro-teção da propriedade. Desses três fatores, só as instituições não são, direta e explicitamente, fruto de trocas intergeracionais. Fazer poupança e criar um bom sistema educacional são atividades em que o sacrifício

dos pais está umbilicalmente atrelado ao bem-estar dos filhos. E creio que não é por acaso que o Brasil fracassa em ambas. Temos não apenas um dos piores sistemas educacionais do planeta como também uma taxa de poupança historicamente baixa (de 18% do PIB em 2010, contra 52% na China, 32% na Índia, 34% na Indonésia, 32% na Coréia do Sul, 24% no México e uma média de 30% nos países de renda média como o Brasil, segundo dados do Banco Mundial). Esqueça o pré-sal: não estamos conseguindo acumular o combustível que real-mente importa para impulsionar nosso desenvolvimento.

Esses dados são costumeira-

mente expostos nas páginas de jornais e revistas e a análise que sempre os acompanha, tanto no caso da poupança quanto no do ensino, é que é tudo culpa do governo. Que não planeja a longo prazo, que não controla gastos, que é corrupto e perdulário. Tudo isso é verdade, mas nosso governo não é um ente exótico que chegou do espaço sideral para meter a mão em nossos impostos: nós o colo-camos lá. E, apesar de ser doloroso reconhecê-lo, as ações dos políticos espelham as nossas.

Olhe para nossa vida privada. Literalmente, desde o nascimento o brasileiro sai em desvantagem, pela impaciência de mães e médicos: nossa taxa de partos por cesariana (44% em

2011) é a mais alta do mundo, segundo a Unicef. A incapacidade de se contro-lar está chegando também à nossa cintura: logo que as famílias saíram da pobreza e passaram a poder con-sumir um pouco, o perfil nutricional do brasileiro passou da subnutrição diretamente para o sobrepeso. Entre 1989 e 2009, a obesidade infantil mais do que quadruplicou. Hoje, um em cada seis meninos de 5 a 9 anos de idade é obeso. Segundo o Ministério da Saúde, 49% dos brasileiros têm sobrepeso.

Quando falamos de escolas, a indisposição do brasileiro para sacri-fícios é ainda mais aparente. Em Xangai, fui visitar a família de um aluno

humilde escolhido aleatoriamente e vi algo que imagino ser raríssimo no Brasil: no modesto quarto e sala da família, os pais dormiam em um aper-tado sofá-cama na minúscula sala ao lado da cozinha, enquanto o filho tinha o quarto espaçoso para si. A prioridade era o estudo do filho.

Quando você leu o titulo deste artigo, provavelmente respondeu a si mesmo: “Eu faria de tudo pelo meu filho”. Mas, se você for um brasileiro normal, a resposta real terá sido: “Tudo, desde que não atrapalhe meu estilo de vida”. Você topa trabalhar duro para pagar uma boa escola e acha que é por isso mesmo que a escola não deve exigir de você que se envolva com os estudos do filho quando chegar em casa cansado,

Antes de exigir dos outros que melhorem nossas escolas, hospitais ou estradas, vamos precisar olhar para nós mesmos e decidir se estamos dispostos a pagar, com sacrifícios no presente, o preço de ser o país do futuro. Ou se continuaremos a ser a eterna promessa, que comeu o doce da mesa assim que o adulto saiu da sala

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Alguns anos depois que nasci meu pai conheceu um estranho, recém-- c h e g a d o à n o s s a

pequena cidade.Desde o princípio, meu pai

ficou fascinado com este encan-tador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família.

O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.

Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial.

Meus pais eram instrutores complementares: Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.

Mas o estranho era nosso narrador.

Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, misté-rios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência.

Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!

Levou minha família ao pri-meiro jogo de futebol.

Fazia-me rir, e chorar. O estra-nho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.

à noite. Várias vezes eu vi pais car-regando filhos pequenos chorosos em restaurantes em horários em que estes deveriam estar dormindo. Há dois meses, usando a mesma lógico do “não tinha com quem deixar a criança”, um sujeito levou o filho de 8 anos para explodir e roubar um caixa eletrônico. Já ouvi muito pai querendo colocar o filho em escola perto de casa – raramente encontro gente se mudando para deixar o filho mais próximo de escola boa. Entre poupar para dar uma segurança aos seus filhos e comprar a geladeira nova, você opta pela geladeira. Mesmo que nem tenha o dinheiro e se comprometa com prestações a perder de vista. Entre renegociar uma previdência impagável e empurrar o problema com a barriga, escolhemos o segundo. E, quando a nossa irresponsabilidade cobra a fatura, queremos que o governo segure nossas pontas. O livro A Cabeça do Brasileiro mostra que 83% de nós concordamos que o governo deve socorrer empresas falimentares. Inacreditáveis 70% gostariam que o governo controlasse os preços de todos os produtos do país. Queremos o retorno garantido, sem topar correr os riscos. Queremos desfrutar tudo aquilo que os países ricos têm, sem termos que trabalhar (renunciar) o que eles trabalharam (renunciaram) para chegar lá. Quere-mos um futuro glorioso, desde que isso não signifique sacrificar nada do presente. Essa conta não fecha. Jamais fechará.

Antes de exigir dos outros que melhorem nossas escolas, hospitais ou estradas, vamos precisar olhar para nós mesmos e decidir se estamos dis-postos a pagar, com sacrifícios no pre-sente, o preço de ser o país do futuro. Ou se continuaremos a ser a eterna promessa, que comeu o doce da mesa assim que o adulto saiu da sala.

Extraído da edição 2778 – julho 2012Revista Veja

o estranho em nossa famíliaÀs vezes, minha mãe se levantava

cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade.

(Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estra-nho fosse embora).

Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las. As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa.

Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse.

Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.

Meu pai nunca nos deu permis-são para tomar álcool.

Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.

Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.

Falava livremente (talvez dema-siado) sobre sexo.

Seus comentários eram às vezes

evidentes, outras sugestivos, e geral-mente vergonhosos.

Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adoles-cência pelo estranho.

Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permane-ceu em nosso lar.

Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família.

Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.

Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...

Seu nome?Nós o chamamos Televisor...Obs.: Agora, este Televisor tem

uma esposa que se chama Com-putador, e um filho que se chama celular! Acho que devemos ter muito cuidado com estes dois novatos, já que o primeiro foi a lareira da sala de visitas de nossas vidas, onde queima-mos nossas raízes...

Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar

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[email protected] FRATERNO Osasco | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 58 | Maio/Junho

TEREZA NESTOR DOS SANTOSAdvogada Trabalhista

3449-2434/ 3654-2407/ 9284-4325Rua Armando Binotti, 58 - V. Bussocaba Osasco - Sp

Entrada pela lateral do prédio digite ramal 30

Diversos aprendizes rodea-vam o Senhor, em Cafar-naum, em discursão acesa, com respeito ao poder da

palavra, acentuando lhe os bens e os males.

Propunham alguns o verbo contundente para a regeneração do mundo, enquanto outros pre-conizavam a frase branda e com-preensiva.

Reparando o tom de azedia nos companheiros irritadiços, o Mestre interferiu e contou uma parábola simples.

Certa feita – narrou, com doçura - o Gênio do bem, atendendo à prece de um lavrador de vida singela, emitiu um raio de luz e insuflou-o sobre o coração dele, em forma de pequenina observação carinhosa e estimulante, através de uma boca otimista. No peito do modesto homem do campo, a fagulha acentuo-se, inflamando--lhe os sentimentos mais elevados numa chama sublime de ideal do bem, derramando-se para todas as pessoas que povoavam a paisagem.

Em breve tempo, o raio minús-culo era uma fonte de claridade a criar serviço edificante em todos os círculos do sítio abençoado; sob a sua atuação permanente, os trigais cresceram com promessas mais amplas e a vinha robusta anunciava abundância e alegria.

Converteu-se o raio de luz em esperança e felicidade na alma dos lavradores, e a seara bem provida avançou, triunfal, do campo ven-turos para todas as regiões que o cercavam, à maneira de mensagem sublime de paz e fartura.

Muita gente acorreu àquele recanto risonho e calmo, tentando aprender a ciência da produção fácil e primorosa e conduziu para todas as zonas mais distantes os processos pacíficos de esforço e colaboração, que o lume da boa vontade ali ins-talara no ânimo geral.

Ao fim de alguns poucos anos,

o raio de luz se transformara numa época de colheitas sadias para coletividade popular.

O Mestre fez ligeiro intervalo e continuou:

- Veio, porém, um dia em que o povo afortunado, orgulhando-se agora do poderio obtido com auxí-lio oculto, se esqueceu da gratidão da magnanimidade celeste e pre-tendeu humilhar uma nação vizi-nha. Isso bastou para que grande brecha se abrisse à influência do Gênio do Mal, que emitiu um esti-lete de treva sobre um coração de uma pobre mulher do povo, por intermédio de uma boca maldi-zente.

A infortunada criatura não mais sentiu a claridade interior da har-monia e deixou que o traço de sombra se multiplicasse indefini-damente em seu íntimo de mãe enceguecida... logo após, despejou a sua provisão de trevas, já trans-bordante, na alma de dois filhos que trabalhavam num extenso vinhedo, e ambos, envenena-dos por pensamentos escuros de revolta, facilmente encontram com-panheiros dispostos a absorver-lhes os espinhos invisíveis de indisciplina e maldade, incendiando vasta pro-priedade e empobrecendo vários senhores de rebanhos e terras, dantes prósperos.

A perversa iniciativa encontrou vários imitadores e, em tempo curto, estabeleceram-se estéreis conflitos em todo o reino.

Administradores e servos con-fiaram-se, desvairados, a duelo mortal, trazendo o domínio da miséria que passou a imperar, detestada e cruel para todos.

O Divino silenciou por minutos longos e acrescentou:

- Nesta parábola humilde, temos o símbolo da palavra preciosa e da palavra infeliz. Uma frase de incen-tivo e bondade é um raio de luz, suscetível de erguer uma nação inteira, mas um sentença pertur-

Moral cristã

Parábola Simples

badora pode transportar todo um povo à ruína...

Pensou, pensou e concluiu:- Estejamos certos de que se a

luz devora as distâncias, iluminando tudo que se lhe oferece à paisagem, a treva rola também, enegrecendo o que vai encontrando. Em verdade,

a ação é dos braços, mas a direção vem sempre do pensamento, atra-vés da língua. E sendo todo homem filho de Deus e herdeiro dele, na criação e na extensão da vida, ouça quem tiver ouvidos de ouvir...

(Mensagem extraída do Livro Contos e Apólogos, Cáp. 10)