jornal fraterno 64

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Fraterno ANO XI • Nº 064 • JULHO/AGOSTO DE 2014 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 11 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA! "FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE" ALLAN KARDEC [email protected] | http://searadejesusosasco.org.br O suicídio leva aonde? Ao contrário do que se costuma pensar, os “mortos” voltam para contar o que lhes aconteceu Págs. 6 e 7 Seara De Jesus: Noite da Sopa em agosto para aquecer o seu inverno Pág 3 Por que os animais sofrem? Conheça mais do Obreiros do Bem Pág 11 Pág 10 Dar o sangue Pág 5

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Page 1: Jornal Fraterno 64

FraternoANO XI • Nº 064 • JULHO/AGOSTO DE 2014 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

HÁ 11 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA!

"FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE" ALLAN KARDEC

[email protected] | http://searadejesusosasco.org.br

O suicídio leva aonde?Ao contrário do que se costuma pensar, os

“mortos” voltam para contar o que lhes aconteceu

Págs. 6 e 7

Seara De Jesus:Noite da Sopaem agosto paraaquecer o seu

inverno

Pág 3

Por queos animaissofrem?

Conheça maisdo Obreiros

do Bem

Pág 11

Pág 10 Dar o sangue

Pág 5

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PÁGI

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FRATERNO: jornal bimestral que divulga Ciência, Filosofia e Religião, com sede na Associação Centro Espírita Seara de Jesus, localizada na Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEP 06070-240,Osasco/SP. E-mail: [email protected] - Jornalista responsável: Rafael Caetano MTB 43242/SP. Coordenação/Direção/Redação/Revisão: João Ramos Portilho, Rafael Caetano, HipólitoCândido, Wilson Roberto da Silva, Sérgio de Aro Poço, Fernanda Vendramini. Financeiro: João Ramos Portilho e Alexandre Silva Mello. Diagramação: Luzo França Neto. Captação: Eurípedes Brandão.Apoio: José Bezerra. Impressão: MarMar Gráfica. Tiragem: 5 mil exemplares. Distribuição: Osasco e Grande São Paulo - Telefone: (11) 3688.2440

E X P E D I E N T E

Atual DiretoriaPresidente: João Ramos Portilho; Vice-Presidente: Josefa de Lima Nascimento; 1º Secretária: Rosana da ConceiçãoMartins; 2º Secretário: Márcio Augusto Campos Ribeiro; 1º Tesoureiro: Alexandre da Silva Mello; 2º Tesoureiro:Almir Alves; Diretor de Patrimônio: José Bezerra; Bibliotecária: Vilma Lourdes Polido; Conselho Fiscal: Francisco Limade Fretas, José de Abreu, Sebastião Andre e Wilson Roberto da Silva.

Diretoria quando da aprovação do Jornal Fraterno (Junho/2003) - Diretoria ExecutivaPresidente: José de Abreu; Vice Presidente: Maria Helena Neves; 1º Secretario: Airton Fernandes da Silva;2º Secretario: Gilberto Marques da Rocha; 1º Tesoureiro: João Ramos Portilho; 2º Tesoureiro: Pedro PauloPiragibe Carneiro; Biblioteca: Elza Pavan de Abreu; Patrimônio: José Bezerra; Conselho Fiscal:Francisco deLima Freitas, João Jorqueira Sanches, Sebastião Aparecido André.

O materialismo e o ateísmoestão na raiz do suicídio

Nesta edição, o leitor encontraráo tema do suicídio, que foi abordadonas edições17, 25, 45, 46 e 57 destejornal. O reaparecimento do tema sedeve à sua gravidade, que se intensi-ficou nos últimos anos e atinge mui-tos indivíduos no fim da adolescên-cia e começo da idade adulta.

No Brasil, a taxa de suicídioaumentou pelo menos 30% nos últi-mos 25 anos, informou a Folha de S.Paulo em junho de 2013. Tal signi-

fica que jovens entre 19 e 24 anos, amaioria homens, se matam no país.É uma tendência inversa ao queacontece nos EUA, Europa e Aus-trália, cujos índices vêm caindo.

Os especialistas, normalmente,defendem que o aumento de suicí-dios se deve à depressão. No en-tanto, os espíritas tendem a res-tringir as causas ao livre-arbítrio eao assédio mediúnico de inimigosdesencarnados. Todo efeito inte-ligente liga-se a uma causa inteli-gente, conforme ensina o Livro dosEspíritos em seus Prolegômenos.Há outros fatores que merecem exa-me, em especial dos espíritas.

Editorial

incide não apenas sobre o proble-ma do suicídio, é percebida por umnúmero crescente de pessoas.Abordar o assunto, querer sabermais, é normal e saudável, o queleva os indecisos a se definir emtermos de vivência espiritual.

Portanto, como nunca antes, épreciso insistir na busca de Deus, nofortalecimento da fé, na valorizaçãoda família, dos amigos, do trabalho e

Um desses fatoresé o domínioda ideologia materialista nos diasde hoje, de forma mais intensa, naesfera da cultura. Os espíritas pre-cisam saber como o materialismocontagia as ideias, discursos, ma-nifestações e valores reforçadospela mídia, ministérios e secreta-rias de educação, mercado edito-rial e ensino superior desde a dé-cada de 1970 no Ocidente.

A cultura, assim dirigida, disse-mina de várias forma-sa descrença em Deus,o descrédito ao queestá fora da lógica hu-mana e a idolatria daação em prejuízo dacompreensão. Essefator, em especial,leva as pessoas letra-das ao ímpeto de mu-

dar a situação sem entendê-la obastante, ao que se segue a desva-lorização da moralidade e do amorde Deus na vida de cada um.

Ao mesmo tempo, os veículosde comunicação lançam mão detodos os artifícios para atrair ostelespectadores, nem que paraisso precisem repetir ideias quenão levam ao bem. Esse não é umproblema criado pelo materialis-mo de hoje, é um traço da formaçãobrasileira, porém, é usado pelos po-derosos de hoje para confundir osmais fracos e despreparados.

Essa articulação de causas eefeitos dos problemas de hoje, que

do estudo para fazer frente às amea-ças sutis e engenhosas disparadaspor todos os lados.

Muitos católicos, evangélicos eateus estão fazendo isso e melhoran-do sua visão de mundo para os en-frentamentos deste tempo. Os espí-ritas não podem se excluir. “Poismuitos são chamados, mas poucossão escolhidos”, alertou Jesus Cristoem Mateus 22:14. Boa leitura!

Não dê ouvido a personagens ou a artistas que embelezam amorte precoce, o suicídio. Suicidar-se é jogar fora o presenteda vida concedido a você por Deus. Respire, ore, não siga oímpeto destrutivo. Arrependimento e culpa não se lavam comágua e sabão.

[email protected]

NEGÓCIOS IMOBLIÁRIOSLTDA.

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O credo de Eurípedes BarsanulfoPÁ

GINA

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Datas & Eventos

AGENDA DE ATIVIDADESFIXAS DO SEARA DE JESUS

Segunda-feira – das 20h às 21hAssistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evan-

gelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso daDoutrina (FEB)

Quarta-feira – das 20h às 21hAssistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evan-

gelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso daDoutrina (FEB)

Quinta-feira – das 20h às 21hAssistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evan-

gelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso daDoutrina (FEB) – Refeição Fraterna (entrega à popula-

ção de rua de Osasco)Sexta-feira – das 20h às 21h

Estudo do livro “A Gênese” (Allan Kardec) ou exibi-ção de filme – Doutrinação (trabalho restrito aos mé-

diuns da casa)Sábado – às 16h

Reunião da Mocidade EspíritaDomingo – das 9h às 11h

Evangelho com Passes – Curso da Doutrina (FEESPe FEB) – Evangelização Infantil

- 7 de julho de 1930 – DesencarnouArthur Conan Doyle, criador do dete-tive Sherlock Holmes, além de ser omais famoso espírita da Grã-Breta-nha. Doyle escreveu sobre o tema“História do Espiritualismo” (1926),“A Nova Revelação” (1918) e o tercei-ro livro de seu personagem ProfessorChallenger, “The Land ofMist” (1926,sem tradução para o português);

Datas Espíritas

- 29 de agosto de 1831 – nas-ceu Bezerra De Menezes, na ci-dade conhecida atualmentecomo Solonópolis/CE;

- 16 de agosto de 1886 – Be-zerra De Menezes assumiu pu-blicamente que era espírita;

- 3 de agosto de 1895 – Bezer-ra De Menezes assumiu a presi-

dência da Federação Espírita Brasileira (FEB), cuja sede es-tava então no Rio de Janeiro;

- 19 de agosto de 1662 – desencar-nou o filósofo francês Blaise Pas-cal. Em vida, foi importante mate-mático e filósofo. Do Plano Espiri-tual, Pascal foi de grande auxílio àDoutrina Espírita, para a qual en-viou diversas mensagens a AllanKardec, algumas das quais com-põem O Livro dos Médiuns e OEvangelho Segundo o Espiritismo.

O espírita mineiro, mentor do JornalFraterno, deixou um credo calcado nasobras fundamentais codificadas porAllan Kardec. Foi publicado pela pri-meira vez no livro de Corina Novelinosobre o filho mais famoso de Sacramen-to.

3 - CREIO que não há aniquilamento,mas sempre estados sucedendo a outrosestados, a eterna transmissão de umaordem de coisas a outra, de uma econo-

NOITE

DA S

OPNO

ITE D

A SOP

NOITE

DA S

OPNO

ITE D

A SOP

NOITE

DA S

OPAAAA A – 9 de agosto, sábado,

às 19h. Diversossabores de sopa parasaborear só ou com afamília. Preço:R$20,00 por pessoa.Venha fazer parte

mia a outra, de um serviço a outro; quetudo renasce; que tudo volta a sua hora,melhorado, aperfeiçoado pelo labor; queo nascimento não é o verdadeiro come-ço; que nascer não é principiar, masmudar de figura; que nossas existênciasnão são mais do que continuações, séri-es, consequências, que sono ou desper-tar, morte ou nascimento, são uma e amesma coisa; transição semelhante, aci-dente previsto.

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RECICLA BRIMPÉRIO DA COSTELA

Artigo

LEIA KARDEC PARA ENTENDER

JESUS

s feiras do livro espíritasão hoje atividade consoli-

dada no calendário anual deeventos de muitas cidades noBrasil. Criadas como uma for-ma de divulgar amplamente opensamento espírita dentro efora do movimento, as feiras dolivro se constituíram, principal-mente a partir dos anos 1980,num grande êxito.

Outra iniciativa da mesmaépoca que, como as feiras, seespalhou por todo o país, foi aque fez surgir como um fenô-meno editorial, os Clubes dolivro espírita. Em 1976, de-pois de algumas experiênciasisoladas de alguns espíritasdo interior de São Paulo, oescritor Richard Simonetti or-ganizou uma campanha naci-onal pela imprensa espírita

A

A Feira do Livro Espíritacompletou 33 anos em Osasco

A cada ano cresce o número de simpatizantes e adeptos do Espiritismo na cidadepara difundir a ideia dos CLEs.

A partir do sucesso destesdois empreendimentos e da ne-cessidade de atender à crescen-te demanda do público peloslivros espíritas foram surgindoinúmeras editoras novas, incre-mentando o mercado editorialque se tornava muito promissor.

Foi nesse período que a cida-de de Osasco passou a utilizaresses importantes recursos dedivulgação do Espiritismo. Sur-giram clubes em algumas insti-tuições e a Feira do Livro quecompletou em 2014, 33 anos deatividade.

O jornal “O Espírita”, quecirculou nos anos 80, noticiou aprimeira edição da feira na cida-de, com estes dizeres: “A UniãoIntermunicipal Espírita de Osas-co patrocinará a I Feira do Livro Espírita. Será realizada nos dias

13 e 14 de março de 1982, nosalão do Paço Municipal deOsasco”.

No ano seguinte a notícia serepetiu: “Vem aí a II Feira doLivro Espírita, nos dias 16 e 17de abril de 1983, no ginásio deesportes do CENEART, em fren-te ao Mercado Municipal”.

Um ano depois: “A UNIMEde Osasco mais uma vez promo-verá a Feira do Livro Espírita, aterceira nesta cidade. A feiradeste ano será ao ar livre, na RuaAntonioAgú, dias 13, 14 e 15 deabril de 1984”.

Desde então, a feira vem serealizando ininterruptamente nomesmo local - ao lado das CasasPernambucanas -, sempre pre-parada pelo órgão coordenadordo movimento espírita em Osas-

co, hoje USE (União das Socie-dades Espíritas). E sempre comos mesmos propósitos: divulgaro Espiritismo, incentivar o hábi-to da leitura e do estudo doutri-nário, aproximar os espíritasnum trabalho comum e promo-ver a união entre as casas espíri-tas.

Cláudio Bueno da Silva é osas-

quense e articulista espírita. Escreve

não só para o Jornal Fraterno, mas

também para O Consolador e a Tri-

buna do Espiritismo. É autor das

obras “Um Sorriso como Resposta –

Histórias para Embalar o Coração”

(2011), “Lavoura Agreste” (2012) e

“Algumas Contradições Bíblicas”

(2013). Cláudio também é um dos

pioneiros da Feira do Livro Espírita

na cidade, tendo participado de to-

das as suas edições.

Feira do Livro Espírita em 2014

Feira do Livro Espírita em 1985 (cortesia do periódico “OEspírita”, editado pelo Obreiros do Bem entre o fim dos anos1970 e começo dos anos 1980)

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LEIA KARDEC PARA ENTENDER

JESUS

Dar o sanguepelo próximo

A Fundação Pró-Sangue estácom baixo estoque de todos ostipos sanguíneos. Os pacientesque necessitam de transfusãocontam somente com a solidari-edade das pessoas. Pessoas comovocê, que tem o privilégio de sersaudável e que se dispõe a doarseu sangue, como um gesto deamor desprendido a quem preci-sa com urgência.

Em muitos casos, a transfu-são de sangue é a única possibi-lidade de salvar uma vida. Ain-da que a ciência não pare demelhorar a vida das pessoas, nãofoi encontrada nenhuma alter-nativa sintética que tome o lugardo sangue humano.

Contudo, doar sangue é sim-ples, rápido e seguro. Você nãoprecisa temer nada, pois os cri-térios utilizados para seleção dodoador são determinados pelalegislação nacional (Portaria1.353 do Ministério da Saúde) epor órgãos internacionais, comoa Associação Americana de Ban-cos de Sangue.

O processo para doação desangue inicia-se com o cadastrodos dados de identificação dodoador e a apresentação de umdocumento de identidade comfotografia. A seguir, o doadorpassa por uma entrevista comprofissional capacitado, na qualseu histórico médico, seus hábi-tos e suas condições de saúdesão verificados.

Essa medida é necessáriapara certificar-se de que a doa-ção não será prejudicial ao doa-dor e nem ao receptor. Como ahonestidade também salva vi-das, é fundamental que o doador

Doação de sangue não tem mistério e salva vidasDoação de sangue não tem mistério e salva vidasDoação de sangue não tem mistério e salva vidasDoação de sangue não tem mistério e salva vidasDoação de sangue não tem mistério e salva vidas

ETECONCONTABILIDADE

sejasincero na entrevista, que érealizada individualmente.

Em seguida, é feito umpe-queno furo na ponta do dedo afim de obter algumas gotículasde sangue para determinaçãorápida da hemoglobina (testede anemia) e de sua tipagem.São tiradas também a pressãoarterial, a pulsação e a tempera-tura.

A coleta é realizada com odoador numa cadeira na posi-ção semi-sentada. Uma veia deum dos braços é puncionada eum volume de 400ml a 450ml écoletado numa bolsa plástica,que contém solução anticoagu-lante e preservante. Desse to-tal, cerca de 40ml de sanguesão coletados para execução dostestes laboratoriais para doen-ças infecciosas transmissíveis.Finalizada a coleta, o doador éencaminhado à outra sala emque são servidos lanche e suco.O tempo de permanência totalna Pró-Sangue é de 40 minutos,em média.

Serviço

O posto da fundação mais pró-ximo fica no Hospital Regional deOsasco, na entrada lateral situadana Rua Oswaldo Collino, no bairrode Presidente Altino. O horário édas 8 às 16h30 de segunda a sexta-feira, e aos 1º, 3º e 5º sábados decada mês é das 8 às 16h. Parainformações sobre os impedimen-tos temporários e definitivos paradoação de sangue, ligue 0800 550300 ou acesse www.prosa-ngue.sp.gov.br. Compareça! Quemdoa sangue, doa vida!

REQUISITOS PARA DOAÇÃO

» Ter entre 16 e 67 anos, desde que a primeira doaçãotenha sido feita até os 60 anos;

» Pesar no mínimo 50 kg;

» Estar descansado (ter dormido pelo menos seishoras nas últimas 24 horas);

» Estar alimentado (evitar alimentação gordurosaquatro horas antes da doação).

[email protected]

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Suicídio? Nem morto!O modo de encarar a vida

terrena e a fé no futuro com cal-ma e resignação dão ao Espíritouma serenidade que é a melhordefesa, por exemplo, contra aloucura e o suicídio. Pela manei-ra com que o Espiritismo o fazencarar as coisas deste mundo,ele recebe com serenidade, semtristezas, as amarguras e decep-ções que o desesperariam emoutras condições.

Com exceção daqueles sui-cídios que ocorrem no estado deembriaguez e de loucura, aosquais se pode chamar de incons-cientes, é certo que, quaisquerque sejam os motivos particula-res, sempre têm como causa umdescontentamento. Portanto,aquele que está certo de ser infe-liz apenas por um dia, e de se-rem melhores os dias seguintes,exercita a paciência. Ele só sedesespera quando pensa que osseus sofrimentos não terão fim.

E o que é a vida humana, emrelação à eternidade, senão bemmenos que um dia? Mas, para aque-le que não crê na eternidade ejulga que nesta vida tudo se aca-bará, que está oprimido pelo des-gosto e pelo infortúnio, só vê namorte a solução dos seus males.Por não esperar nada, acha natu-ral e até mesmo muito lógico abre-viar suas misérias pelo suicídio.

A propagação do materialis-mo é, pois, o veneno que intro-duz em muitas pessoas o pensa-mento do suicídio. E aquelesque se fazem partidários ou pro-pagadores dessas ideias assu-mem sobre si uma terrível res-ponsabilidade. Com o Espiritis-mo, aquele que crê sabe que avida se prolonga indefinidamen-te além-túmulo, embora em ou-tras condições; daí a paciência ea resignação que resultam, em

O Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passamO Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passamO Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passamO Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passamO Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passam

uma palavra, na coragem moral.Além disso, o Espiritismo

reúne os testemunhos dos pró-prios suicidas que vem relatarsua própria posição infeliz e,doravante, prova que ninguémtransgride impunemente a Lei deDeus, que proíbe ao homem darcabo de sua vida. As consequên-cias que resultam desse ato dão oque pensar a quem quer que sejatentado a se suicidar e partir da-qui antes da vontade de Deus.

Para contrapor-se à ideia dosuicídio, o espírita tem vários

motivos: a certeza de que serámuito mais feliz quanto maisconfiante e resignado tenha sidona Terra; a certeza de que, aoencurtar sua vidaliberta-se deum mal para entrar num outropior, mais longo e mais terrível;e, além disso, o suicídio tam-bém é um obstáculo para que elese reúna às pessoas de sua afei-ção, que esperava reencontrarno outro mundo.Daí a consequ-ência de que o suicídio, dando-lhe apenas decepções, está con-tra os seus interesses.

Pode-se concluir que, quan-do todos forem espíritas, nãohaverá mais suicídios conscien-tes. Comparando-se os resulta-dos das várias modalidades dematerialismo e os da DoutrinaEspírita, percebe-se que a lógi-ca dos materialismos conduz aosuicídio, enquanto a do Espiri-tismo o impede, o que é confir-mado pela experiência.

Para saber mais:

KARDEC, Allan. O Evangelho Se-

gundo o Espiritismo. SP: Petit, 1997.

A solicitude de Jesus Cristo e de seus emissários celestes está sempre em prontidão para ajudarno que é justo. No entanto, refrear o impulso destrutivo cabe a quem faz a prece.

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ARTIGO PÁGI

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Suicídio eEspiritualidade

“A calma e a resignação hau-ridas da maneira de considerar avida terrestre e da confiança nofuturo dão ao espírito uma sereni-dade que é o melhor preservativocontra a loucura e o suicídio. (...).”(ESE – Cap. V – Bem-Aventura-dos os Aflitos). A espiritualidade,sem dúvida alguma, é o melhormeio de prevenção de suicídio.

Problema de saúde pública,o suicídio é definido como mor-te auto-inflingida causada demodo intencional, representan-do, normalmente, atitude com-plexa. Tal comportamento vemganhando impulso em termosnuméricos e, sobretudo, impac-to, conforme a OrganizaçãoMundial de Saúde. Dados glo-bais revelam que ao redor de ummilhão de pessoas cometem sui-cídio por ano; nos últimos 45anos as taxas aumentaram em60%; na faixa etária entre 15 e44 anos, o suicídio é terceiracausa de morte em alguns paísese em outros a segunda, na faixaentre 10 a 24 anos; para cadasuicídio há, em média, cinco ouseis pessoas próximas ao faleci-do as quais sofrem consequên-cias emocionais, sociais e eco-nômicas. No Brasil, números de2008 apontam 9.090 mortes porsuicídio, correspondendo a umamédia de 25 mortes/dia. Esti-ma-se ainda, em nosso país, que

rold Koenig, já citado em arti-gos anteriores como uma dasmaiores autoridades mundiaisna pesquisa saúde e espirituali-dade, realizou revisão de litera-tura em 2001, coletando 68 es-tudos na interface suicídio e re-ligião. Oitenta e quatro por cen-to de tais artigos identificarammenores taxas de suicídio ouatitudes mais negativas em rela-ção ao suicídio nos grupos ouindivíduos mais religiosos.

Mais do que o impacto dosnúmeros e do entendimento dareligiosidade no complexo com-portamento suicida, é impres-cindível compreender as causasprofundas dos irmãos em sofri-mento. Tal compreensão, evita-rá o julgamento colocando-nosna posição de quem acolhe comcarinho e respeito. O Cristo, nolivro “Jesus no Lar”, assevera aimportância dos trabalhadoresdo mundo os quais proporcio-nam o bem ao corpo e à mentedas criaturas. No entanto, conti-nua, “... aquele que educa o Es-pírito eterno, ensinando e ser-vindo, paira acima de todos”.

Alejandro Victor Daniel Vera

Médico psiquiatra pela UNIFESP/EPM

Secretário da Associação Médi-

co-Espírita de São Paulo (AME-SP)

Presidente do Grupo Assistenci-

al Espírita Ismael

para cada suicídio há 20 tentati-vas; para cada tentativa, outrascinco pessoas estão planejandoe 17 estão pensando em pôr fimà vida de forma séria.

Para tal flagelo, a importân-cia da prevenção é de valor ines-timável. Além do suporte médi-co/psiquiátrico, psicoterápico,

entre outras intervenções, a abor-dagem da espiritualidade é deextrema relevância. Diversosestudos revelam o impacto dareligiosidade/espiritualidadenos indivíduos os quais estejamidealizando o suicídio como al-ternativa de cessar o intensosofrimento psíquico. O Dr. Ha-

Momentos de solidão são inevitáveis, da mesma forma que osão as dificuldades vividas em meio às outras pessoas. Matar-se é danificar violentamente todos os elos que ligam à vida,prolongar as dores e criar mais limitações. O desespero nãodá bons conselhos.

Alejandro Victor Daniel Vera

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Por que os animaistambém sofrem?

Existem cães, gatos, cavalose macacos que são portadoresde epilepsia, cujos sintomas clí-nicos parecem com as da epilep-sia humana, como a ocorrênciado ictus (crise) e padrão similardas ondas cerebrais, reveladaspor eletroencefalogramas. Nãosó a epilepsia, mas os animaisnascem com malformações,além de câncer, cegueira, hidro-cefalia, doenças do coração einfecções. São variadas as for-mas de seu sofrimento.

O ser humano, agente inteli-gente da Criação, Espírito imor-tal, às voltas com seus sofrimen-tos atuais, não tem como desatar

Animais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reinoAnimais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reinoAnimais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reinoAnimais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reinoAnimais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reino

o fio de suas ações anteriores eas consequências se fazem sen-tir em algum momento posteri-or. A vida o coloca ante a res-ponsabilidade que deve regersuas expiações e resgates. Po-rém, o que pensar dos animais?Eles não têm deveres, nem li-vre-arbítrio, portanto, seu sofri-mento não é causado por esco-lhas anteriores.

É o que ensina a questão 602,de O Livro Dos Espíritos, naqual Allan Kardec pergunta: “Osanimais progridem como o ho-mem, por sua própria vontadeou pela força das coisas?” Aoque o Espírito de Verdade res-

pondeu: “Pela força das coisas;e é por isso que, para eles, nãoexiste expiação”. Ou seja, o de-terminismo rege a vida dos ani-mais, na qual sua individualida-de se encontra em formação nosimpulsos mais básicos do ins-tinto e das emoções primárias.

Sendo assim, cada reino danatureza guarda para seus sereso sofrimento cabível, desde aspedras, os vegetais, os animaisaté o homem. Cada etapa deelaboração da futura individua-lidade compreende exigênciaspara o desenvolvimento dospotenciais. O sofrimento, queno contexto espírita significa

“necessidade de evolução” emdeterminados casos,atinge seresanimados e seres animados –nenhum é dispensado de passarpor ela.

Toda evolução, conscienteou inconsciente, é sempre acom-panhada das dores do parto queanunciam a etapa seguinte, nocaso dos animais, é o prenúnciodo reino superior ao seu, ao qualdeverá passar quando chegar ahora. A dor é a força que impul-siona as coisas e os seres, emluta com obstáculos internos eexternos que aparecem no cami-nho de todos, e as numerosasformas de vida a conhecem emtodos os pontos do Universo.

Por exemplo, há cães que sãoadestrados para perseguir, ferire matar seus semelhantes e tam-bém os homens do lado inimigo,transformados em máquinas aserviço da guerra. Deus não co-brará dos animais uma cargacom a qual não podem arcar,uma vez que, nesse caso, a res-ponsabilidade recai sobre o ades-trador humano, o qual aguçounos cães a agressividade do ins-tinto, obscurecendo neles o ca-ráter doméstico e amigável.

No entanto, outra tem de sera disposição do ser humano paracom os animais. Eles, à sua ma-neira, adquirem as emoções queimitam de seus donos. Assim,cabe ao homem minorar o sofri-mento dos bichos pois estes, emmuito, devolvem-lhe aquilo querecebem, atuando como leniti-vos para a ainda precária noçãohumana do que seja a reciproci-dade e a companhia.

O tempo também passa para os bichos de estimação, como é o caso de Red, cãozinho idoso, quetinha mais de 14 anos nesta foto. Ele não é engraçadinho nem espevitado como quando filhote, emerece cuidados – afinal, são mais de 14 anos de fidelidade e companheirismo a seus donos. Pensebem antes de abandonar animais idosos ou doentes, ou aplicar-lhes eutanásia.

[email protected]

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Plantão de atendimento- Terça e quinta-feira às 14h e às20h;Atendimento fraterno- Quarta-feira às 14h e às 20h (che-gar com duas horas de antecedên-cia);Exposição doutrinária e passe- Segunda-feira às 14h;- Quarta e sexta-feira às 14h e às20h;

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O Obreiros do Bemfaz 74 anos em agosto

O Obreiros do Bem foi funda-do em 25 de agosto de 1940 porAlfredo Amalfi, Pedro Alves DeOliveira, Temístocles Borges Pa-vão e Capitão Rodolpho Dos San-tos Ferreira. Seu primeiro nomeera “União Espírita Socorro aosNecessitados”. As reuniões, nocomeço, ocorriam em uma pe-quena sala alugada à Travessa daOlaria, atual Rua André Rovai.

Quase cinco anos depois, em

Conheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina EspíritaConheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina EspíritaConheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina EspíritaConheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina EspíritaConheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina Espírita

Perfil

2/7/1945, sob a presidência deJosé Augusto Gregório (mais co-nhecido como Juca Gregório), a"União Espírita Socorro aos Ne-cessitados" passou a chamar-se"Centro Espírita Obreiros do Bem".Dois anos depois, em 1947, a sedemudou-se para a Rua Brumado(Rua FiorinoBeltramo de hoje).

Em 1976, sob a presidência doCapitão Rodolpho, o Obreirosmudou-se para seu atual endereço

no bairro de Bela Vista. Nessemesmo ano, a entidade passou decentro espírita para instituto, e seunome tornou-se“Instituto Espíri-ta Obreiros do Bem” (IEOB).

O ex-presidente Paulo De Je-sus ensina o que é preciso paraque a doutrina codificada porAllan Kardec seja difundida semengano: “O centro espírita, paraprogredir, para ter movimento,para ir para frente, precisa mantercursos sistematizados da Doutri-na. É o elemento essencial”.

“Hoje em dia, pela própriaevolução da humanidade, aque-

les que não aceitam o Espiritis-mo, aceitam aqueles que perten-cem a outras crenças. A aceitaçãofaz parte do aprendizado”, afirmaSheila Seiler Vaz, atual presiden-te do instituto, e cita o filósofoLéon Denis com “O Espiritismonão é a religião do futuro, mas é ofuturo das religiões”.

A mentalidade das pessoasmudou muito, desde o surgimen-to do Obreiros até hoje. Trata-sede conquista dos espíritas que nãofugiram à luta e sabem da diferen-ça que podem fazer no tocante à fée ao conhecimento superior.“Existem outras religiões, mascada uma tem a sua função, o quenão impede a amizade. Por que anatureza não fez iguais os dedosda mão? A diferença entre os de-dos torna a mão uma ferramentaperfeita”, ilustra Claiton Ramos,ex-presidente do instituto.

“Em determinadas épocas édifícil aceitar determinadas coi-sas. O Espiritismo me dá equi-líbrio, me mostra o porquê davida, o porquê dos sentimen-tos, das dificuldades, faz comque os entenda melhor”, atestaMaria José Messias, ex-presi-dente do IEOB, fazendo coroao entendimento do que JesusCristo significa, para que aslições sejam aprendidas e, as-sim, chegar-se ao fim da dor, nomomento certo.

Vista frontal do Obreiros do Bem em 4/8/2011. Foto de Marcelino Lima.

Ex-presidentes do Obreiros, da esquerda para a direita: Paulo De Jesus, Claiton Ramos e Maria José Messias.A primeira à direita é Sheila Seiler Vaz, atual presidente do instituto.

ATIVIDADES E HORÁRIOS- Domingo às 9h;Estudo da doutrina- Segunda-feira às 14h e às 20h;- Sábado às 17h;Juventude espírita- Sábado às 15hENDEREÇO E OUTROS DADOSRua Eclísio Viviani, 25, Bela Vista,Osasco-SP, 06018-140(11) 3681-6982www.obreirosdobem.org.br

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PÁGI

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A quarta obra de Kardecfoi lançada em 1865

Através da tarefa de Kardec, aDoutrina Espírita tomou corpo ra-pidamente, e suas bases perma-necem como um farol potentena fronteira entre a vida materi-al e a vida espiritual. Seguindo oaparecimento do "Evangelho Se-gundo o Espiritismo" em 29 deabril de 1864, a Codificação deumais um passo com obra seguin-te, “O Céu e o Inferno”, que foilançada em 1 de agosto de 1865.

Na edição de setembro de 1865,a Revista Espírita publicou, comsatisfação, em sua Seção Biblio-

O Céu e o InferO Céu e o InferO Céu e o InferO Céu e o InferO Céu e o Inferno é uma das melhores obras da Codificaçãono é uma das melhores obras da Codificaçãono é uma das melhores obras da Codificaçãono é uma das melhores obras da Codificaçãono é uma das melhores obras da Codificação

gráfica, a notícia do lançamentodessa obra da Terceira Revela-ção. Na verdade, dois capítulosde "O Céu e o Inferno" forampublicados antecipadamente naRevista: o capítulo intitulado "DaApreensão da Morte", vigorosapeça de acusação, na edição dejaneiro de 1865; e o capítulo"Onde é o Céu", no número demarço do mesmo ano.

Em “O Céu e o Inferno” osdogmas cristãos passam por crite-riosa análise, na qual símbolos emitos são abordados de maneira

racional, que revela aessência guardadapelo verbo bíblico. Aomesmo tempo, é ex-plicado o sincretismoreligioso que deu ori-gem à concepção tra-dicional da justiça ce-leste, o que auxilia o

homem moderno a enten-der melhor a misericórdiadivina, assim como osenormes sacrifícios que asgerações proféticas do pas-sado fizeram para que aVontade Maior fosse co-nhecida na Terra.

Lendo-se esse livro comatenção, a primeira parteconcentra-se nas infraçõesà lei de Deus, suas conse-quências e o confronto en-tre a concepção cristã tra-dicional da justiça divina ea concepção ensinada pe-los Espíritos Superiores daCodificação. A segundaparte elenca os depoimen-tos das testemunhas de-sencarnadas, porém, sobuma escala espírita maissintética do que a exposta na ques-tão 100 de O Livro dos Espíritos.

A mitologia cristã alcançouprofundidade e luminosidade semigual na Idade Média, devido à féque nesse período se desenvol-veu com base no sentimento fer-voroso. O Renascimento e o Ilu-minismo colocaram o foco no serhumano e, assim, a razão tornou-se a lente principal do entendi-mento. Apenas no século XIX,em plena Revolução Industrial eem meio à Restauração Monárqui-ca na França, foi revelado o equilí-brio entre fé e razão que a Codifi-cação Espírita ensina.

Os intelectuais materialistasassustaram-se com o retrocessodo homem nos anos 1940 e puse-ram em dúvida a teoria da evolu-ção. Se houvessem lido “O Céu eo Inferno”, saberiam que a evo-lução não se processa em linha

reta, mas em espiral. Tal movi-mento é formado por retomadas eavanços que se tornamfamiliaresàqueles que buscam a fé em Deus,na Criação, porém, sabem que arazão humana é dotação da RazãoDivina a seus filhos.

Portanto, Kardec nos dá naspáginas de “O Céu e o Inferno” obalanço da evolução moral e espi-ritual da Humanidade terrena atéos dias de hoje. O grave problemada continuidade da vida após amorte despe-se da mitologia paramostrar-se à luz da fé raciocinada.Os homens e suas instituições sãodesvendados e se deparam comsuas consequências, na medida emque agravantes e atenuantes sãodimensionados de acordo com asleis supremas de Deus.

Allan Kardec, codificador do Espiritismo

Página de rosto daprimeira edição francesade O Céu e o Inferno