iob - icms/ipi - minas gerais - nº27/2016 - 1ª sem julho

24
Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a IPI - Bens do Ativo Imobilizado ICMS - IPI e Outros Fascículo N o 27/2016 Minas Gerais / a Federal IPI Ressarcimento do imposto por decisão judicial 01 / a Estadual ICMS Crédito fiscal 04 / a IOB Setorial Federal Terciário/Serviços - Simples Nacional - ISS - Retenção na fonte 19 / a IOB Comenta Estadual A elisão e a evasão fiscal e os seus mecanismos de controle 21 / a IOB Perguntas e Respostas IPI Simples Nacional - Incentivos fiscais - Utilização - Restrição 21 Simples Nacional - Restituição de tributo indevido - Critério 22 ICMS/MG ECF - Obrigatoriedade de adoção pelas ME e EPP 22 MDF-e - Carga lotação 22

Upload: sintese

Post on 03-Aug-2016

229 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

IOB ICMS-IPI, Minas Gerais,27-2016,1a Sem Julho

TRANSCRIPT

Page 1: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a IPI - Bens do Ativo Imobilizado

ICMS - IPI e OutrosFascículo No 27/2016

Minas Gerais

/a Federal

IPIRessarcimento do imposto por decisão judicial . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Estadual

ICMSCrédito fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB Setorial

FederalTerciário/Serviços - Simples Nacional - ISS - Retenção na fonte . . . . 19

/a IOB Comenta

EstadualA elisão e a evasão fiscal e os seus mecanismos de controle . . . . . . . 21

/a IOB Perguntas e Respostas

IPISimples Nacional - Incentivos fiscais - Utilização - Restrição . . . . . . 21Simples Nacional - Restituição de tributo indevido - Critério . . . . . . 22

ICMS/MGECF - Obrigatoriedade de adoção pelas ME e EPP . . . . . . . . . . . . . . 22MDF-e - Carga lotação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Page 2: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

© 2016 by SAGE | IOB

Capa:Marketing SAGE | IOB

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial SAGE | IOB

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IPI : ressarcimento do imposto por decisão judicial.... -- 12. ed. -- São Paulo : Sage - IOB, 2016. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2746-5

1. Imposto sobre Produtos Industrializados - Brasil 2. Tributos - Brasil I. Série.

16-04286 CDU-34:336.223(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto sobre Produtos Industrializados : IPI : Direito tributário 34:336.223(81)

Page 3: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

Manual de ProcedimentosICMS - IPI e Outros

Boletimj

27-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

a Federal

IPI

Ressarcimento do imposto por decisão judicial SUMÁRIO 1. Introdução 2. PER/DCOMP 3. Créditos decorrentes de decisão judicial transitada em

julgado 4. Modelo do pedido de habilitação

1. INTRODUÇÃO

O ressarcimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por decisão judicial transitada em julgado deverá ser efetuado com observância de disposições específicas sobre a matéria, em especial, as disciplinadas pela Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012)

2. PER/DCOMP

O sujeito passivo que apurar cré-dito, inclusive o decorrente de decisão judicial transitada em julgado, correspondente a tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, ressalvadas as contribuições previdenciárias em que o procedi-mento está previsto, nos arts. 56 a 60 da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, e as contribuições para outras entidades ou fundos.

A compensação será efetuada mediante apresen-tação à RFB da Declaração de Compensação gerada a partir do programa Pedido Eletrônico de Resti- tuição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) ou, na impossibi-lidade de sua utilização, mediante apresentação do

formulário Declaração de Compensação constante do Anexo VII daquela Instrução Normativa, ao qual deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório.

Nota

O Ato Declaratório Executivo Corec nº 3/2016 aprovou a versão 6.6 do programa PER/DCOMP.

O programa PER/DCOMP, de livre reprodução, está disponível na página da RFB (www.receita.fazenda.gov.br).

A pessoa jurídica poderá apresentar o PER/DCOMP com assinatura digital, inclusive em relação ao pedido de cancelamento e à sua retificação, nas

seguintes hipóteses:

a) declarações de compensação;b) pedidos de restituição, exceto para

créditos decorrentes de pagamen-tos indevidos ou a maior, ou de contribuições previdenciárias; e

c) pedidos de ressarcimento.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, arts. 41, caput, § 1º, 56 a 60, e art. 110; Ato De-

claratório Executivo Corec nº 3/2016)

3. CRÉDITOS DECORRENTES DE DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO

No caso de crédito decorrente de decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação será recepcionada pela RFB somente após prévia habilitação do crédito pelas Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat), Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes no Rio de Janeiro (Demac/RJ) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 82, caput)

O programa

PER/DCOMP, de livre reprodução, está disponível

na página da RFB (www.receita.fazenda.

gov.br)

Page 4: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-02 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

3.1 HabilitaçãoA habilitação será obtida mediante pedido do su-

jeito passivo, formalizado em processo administrativo instruído com:

a) formulário Pedido de Habilitação de Crédito Decorrente de Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo VIII à Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012 (veja modelo no item 4, devidamente preenchido);

b) certidão de inteiro teor do processo expedida pela Justiça Federal;

c) cópia da decisão que homologou a desistência da execução do título judicial, pelo Poder Judiciário, e a assunção de todas as custas e dos honorários advocatícios referentes ao processo de execução ou cópia da declaração pessoal de inexecução do título judicial protocolada na Justiça Federal e certidão judicial que ateste, na hipótese de ação de repetição de indébito, bem como nas demais hipóteses em que o crédito esteja amparado em título judicial passível de execução;

d) cópia do contrato social ou do estatuto da pes-soa jurídica acompanhada, conforme o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da as-sembleia que elegeu a diretoria;

e) cópia dos atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou fusão, se for o caso;

f) cópia do documento comprobatório da repre-sentação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito formulado por represen-tante legal do sujeito passivo; e

g) procuração conferida por instrumento público ou particular e a cópia do documento de identidade do outorgado, na hipótese de pedido de habilita-ção formulado por mandatário do sujeito passivo.

Constatada irregularidade ou insuficiência de informações nos documentos, o requerente será intimado a regularizar as pendências no prazo de 30 dias, contados da data de ciência da intimação.

No prazo de 30 dias, contados da data da pro-tocolização do pedido ou da regularização de pen-dências, será proferido despacho decisório sobre o pedido de habilitação do crédito.

Cabe observar que o deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 82, §§ 1º, 2º, 3º e 7º)

3.2 Prazo

A Declaração de Compensação poderá ser apresentada no prazo de 5 dias, contados da data do trânsito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial.

Esse prazo fica suspenso no período compreendido entre o protocolo do pedido de habilitação do crédito decorrente de ação judicial e a ciência do seu deferimento.

O art. 5º do Decreto nº 20.910/1932, citado no art. 82-A da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, foi revogado pelo art. 1º da Lei nº 2.211/1954.

(Lei nº 2.211/1954, art. 1º; Decreto nº 20.910/1932; Instru-ção Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 82-A)

3.3 Deferimento

O pedido de habilitação do crédito será deferido pelo titular da DRF, Derat, Demac/RJ ou Deinf, me-diante a confirmação de que:

a) o sujeito passivo figura no polo ativo da ação;b) a ação refere-se a tributo administrado pela RFB;c) a decisão judicial transitou em julgado;d) o pedido foi formalizado no prazo de 5 anos da

data do trânsito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial; e

e) na hipótese de ação de repetição de indébi-to, bem como nas demais hipóteses em que o crédito esteja amparado em título judicial pas-sível de execução, houve a homologação, pelo Poder Judiciário, da desistência da execução do título judicial e a assunção de todas as cus-tas e dos honorários advocatícios referentes ao processo de execução, ou a apresentação de declaração pessoal de inexecução do títu-lo judicial protocolada na Justiça Federal e de certidão judicial que a ateste.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 82, § 4º)

3.4 Indeferimento

Será indeferido o pedido de habilitação do crédito quando:

a) as pendências mencionadas nas letras “a” a “e” do subitem 3.1 não forem regularizadas no prazo estipulado (30 dias); ou

b) não forem atendidos os requisitos especifica-dos no subitem 3.3.

(Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 82, § 5º)

Page 5: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

4. MODELO DO PEDIDO DE HABILITAÇÃO

Segue o formulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo VIII da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012:

FORMULÁRIO DE PEDIDO DE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO

N

Page 6: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-04 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

ICMS

Crédito fiscal SUMÁRIO 1. Introdução 2. Crédito do imposto 3. Estorno 4. Hipóteses de limitação ao crédito (benefícios fiscais

unilaterais) 5. Hipóteses de vedação ao crédito 6. Crédito presumido 7. Outros créditos 8. Penalidades

1. INTRODUÇÃO

O ICMS é não cumulativo. Desta forma, compensa--se o que for devido em cada operação ou prestação com o anteriormente cobrado por esta ou por outra Unidade da Federação (UF), relativamente à merca-doria entrada ou à prestação de serviço recebida, acompanhada de documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação regular perante o Fisco.

Não se considera cobrado, ainda que destacado em documento fiscal, o montante do imposto que corresponder à vantagem econômica decorrente da concessão de qualquer subsídio, redução da base de cálculo, crédito presumido ou outro incentivo ou benefício fiscal em desacordo com a legislação.

Neste texto, veremos as regras para apropriação do crédito do ICMS, previstas no RICMS-MG/2002.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 62)

2. CRÉDITO DO IMPOSTO

Trataremos, neste item, das hipóteses de aprovei-tamento de crédito, das condições para a sua apropria-ção, do seu valor, dos momentos em que este deverá ser escriturado e de outros aspectos a ele relativos.

Nota

Cumpre enfatizar que o art. 89-A da Parte Geral do RICMS-MG/2002 divulga a vedação da compensação de créditos de ICMS com imposto ven-cido, exceto nas hipóteses descritas no RICMS-MG/2002, Anexo VIII (RICMS--MG/2002, Parte Geral, art. 89-A, acrescentado pelo Decreto nº 46.698/2014).

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 69)

2.1 Mercadorias e insumos

Para a compensação do crédito, é assegurado, portanto, ao sujeito passivo o direito de creditar-se

do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao Ativo Permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

Esta regra de crédito aplica-se à aquisição de mercadorias, inclusive material de embalagem, adqui-ridas ou recebidas no período para comercialização.

Assim, geram direito ao crédito a matéria-prima, o produto intermediário ou o material de embalagem, adquiridos ou recebidos no período, para emprego dire-tamente no processo de produção, extração, industria-lização, geração ou comunicação, observando-se que:

a) incluem-se na embalagem todos os elementos que a componham, a protejam ou lhe assegu-rem a resistência;

b) são compreendidos entre as matérias-primas e os produtos intermediários aqueles que se-jam consumidos ou integrem o produto final na condição de elemento indispensável à sua composição.

Também geram crédito as mercadorias adqui-ridas ou recebidas para integração ou consumo em processo de produção de produtos industrializados, inclusive os semielaborados, destinados à exportação para o exterior.

Nota

De acordo com a Instrução Normativa Sutri nº 4/2013, foi esclarecido para as atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca, aqui-cultura e de extração mineral e nas atividades a elas complementares não caracterizadas como industriais o seguinte:

a) crédito de energia elétrica - é vedado o aproveitamento de créditos de ICMS relativo à aquisição de energia elétrica, exceto na hipótese de seu emprego como insumo energético na produção de mercado-rias destinadas ao exterior, na proporção que estas saídas represen-tem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento;

b) crédito de insumos - deverão ser adotados os mesmos critérios dis-postos na Instrução Normativa SLT nº 1/1986, salvo disposição espe-cial da legislação tributária.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, IV)

2.2 Mercadoria destinada ao Ativo Permanente

Na legislação mineira, há permissão para crédito do ICMS relativo à entrada de bem destinado ao Ativo Permanente do estabelecimento, desde que observe o seguinte:

a Estadual

Page 7: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

a) a apropriação será feita à razão de 1/48 por mês, devendo a 1ª fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada do bem no es-tabelecimento, independentemente do início de sua utilização na atividade operacional do contribuinte;

b) em cada período de apuração do imposto, não será admitida a apropriação prevista na letra “a”, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributa-das sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período;

c) para aplicação das letras “a” e “b”, o montante do crédito a ser apropriado será obtido multi-plicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributa-das e o total das operações de saídas e pres-tações do período, observado o seguinte:c.1) equiparam-se às tributadas, para fins des-

te inciso, as saídas e prestações com des-tino ao exterior, as saídas de papel desti-nado à impressão de livros, jornais e pe-riódicos e as saídas isentas ou com base de cálculo reduzida em que haja previsão de manutenção integral do crédito;

c.2) o valor das operações ou das prestações tributadas corresponderá à diferença en-tre o valor das operações ou das presta-ções totais e o valor das isentas, das não tributadas e das com base de cálculo re-duzida, em que não haja previsão de ma-nutenção integral do crédito, tomando-se nas reduções de base de cálculo somen-te o valor relativo à redução;

d) o quociente de 1/48 será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês;

e) na hipótese de alienação ou de o bem deixar de ser utilizado de forma definitiva na ativida-de do estabelecimento antes do término do 48º período de apuração contado a partir da-quele em que tenha ocorrido a sua entrada no estabelecimento, não será admitido, a partir do período subsequente ao da ocorrência do fato, o creditamento em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio;

f) além do lançamento em conjunto com os de-mais créditos, no momento da apuração, o valor do imposto incidente nas operações re-lativas à entrada de bem destinado ao Ativo

Imobilizado e o crédito correspondente serão escriturados no documento Controle de Crédi-to de ICMS do Ativo Permanente (Ciap);

g) nos períodos em que não ocorrerem saídas de mercadorias nem prestações de serviço de trans-porte interestadual e intermunicipal ou de comu-nicação, ficam suspensas a apropriação do cré-dito e a contagem do prazo previsto na letra “h”;

h) ao final do 48º mês contado da data da entra-da do bem no estabelecimento, o saldo rema-nescente do crédito será cancelado;

i) caso o bem seja transferido em operação inter-na para outro estabelecimento do mesmo titular antes do 48º mês, contado a partir daquele em que tenha ocorrido sua entrada no estabeleci-mento remetente, as frações restantes do crédi-to poderão ser apropriadas no estabelecimento destinatário, desde que a nota fiscal contenha a informação do número de frações ainda não apropriadas e os respectivos valores;

j) caso o bem seja alienado em operação interna não tributada antes do 48º mês, contado a par-tir daquele em que tenha ocorrido sua entrada no estabelecimento remetente, as frações res-tantes do crédito poderão ser apropriadas no estabelecimento industrial destinatário, desde que a nota fiscal contenha a informação do nú-mero de frações ainda não apropriadas e os respectivos valores;

k) na hipótese de aquisição de bem cuja entrada tenha ocorrido a partir de 1º.05.2013 em esta-belecimento em fase de instalação, a 1ª fração de que trata a letra “a” será apropriada no 1º mês em que forem realizadas operações de saída de mercadorias ou prestações de ser-viços de transporte interestadual e intermuni-cipal ou de comunicação, ficando suspensa a contagem do prazo previsto na letra “h” até o mês anterior à apropriação.

Nota

O disposto na letra “k” também se aplica ao bem cuja entrada no es-tabelecimento que se encontre em fase de instalação tenha ocorrido no pe-ríodo de 1º.01.2012 a 30.04.2013. Neste caso, as frações que em 1º.05.2013 restarem para completar 48 meses, contados de sua entrada, poderão ser apropriadas a partir do 1º período de apuração em que forem realizadas ope-rações de saídas de mercadorias ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, § 19).

Incluem-se, também, no conceito de bem do Ativo Imobilizado:

a) o bem fabricado no próprio estabelecimento do contribuinte;

Page 8: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-06 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

b) a parte de bem principal imobilizado em par-tes;

c) a parte de bem principal a ser utilizada exclu-sivamente como sobressalente, desde que a parte tenha sido imobilizada individualmente;

d) a parte de um bem principal que será agrega-da a este, desde que essa parte melhore as condições e amplie a vida útil econômica ori-ginalmente estimada para o bem principal;

e) a mercadoria originária do estoque do ativo circulante que for imobilizada para utilização nas atividades operacionais do contribuinte;

f) o componente do bem, assim considerada a mercadoria utilizada na fabricação de bem do Ativo Imobilizado no próprio estabelecimento do contribuinte.

Nota

A Instrução Normativa Sutri nº 2/2009 dispõe sobre a vedação à apro-priação do crédito do ICMS em relação aos bens destinados à incorporação ao Ativo Permanente do estabelecimento, nas situações em que estes forem objeto de comodato.

Não se enquadra no conceito de bem do Ativo Imobilizado a parte de um bem principal não definida nas letras “b”, “c” e “d” acima e utilizada para fins de restaurar ou manter o padrão original de desempenho do bem.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, II e §§ 5º, 12 e 13)

2.2.1 Crédito de partes e peças

Será, ainda, admitido o crédito, relativo à aquisi-ção de partes e peças empregadas nos bens, desde que:

a) a substituição das partes e peças resulte au-mento da vida útil prevista no ato da aquisição ou do recebimento do respectivo bem por pra-zo superior a 12 meses; e

b) as partes e peças sejam contabilizadas como Ativo Imobilizado.

O crédito aqui referido será admitido, também, em relação às partes e peças empregadas em bem de propriedade de terceiro e que se encontre na posse do contribuinte, desde que:

a) o bem satisfaça aos seguintes requisitos:a.1) seja utilizado nas atividades operacio-

nais do contribuinte;a.2) tenha vida útil superior a 12 meses;a.3) a limitação de sua vida útil decorra ape-

nas de causas físicas, tais como o uso, o desgaste natural ou a ação dos elemen-

tos da natureza, ou de causas funcionais, como a inadequação ou o obsoletismo;

a.4) não integre o produto final, exceto se de forma residual;

b) as partes e peças atendam aos requisitos do Ativo Permanente.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, II e § 6º)

2.2.2 Ativo Permanente - Crédito integral

Na operação com bem produzido no Estado e adquirido diretamente do estabelecimento fabricante ou de centro de distribuição, também localizados em Minas Gerais, destinado à integrar o Ativo Imobilizado do esta-belecimento industrial adquirente, o crédito do imposto destacado no documento fiscal poderá ser apropriado integralmente e de uma só vez, observadas as condições estabelecidas na legislação, em especial o Capítulo IV do Anexo XVI e a Resolução Conjunta SEF/AGE nº 4.697/2014.

Apenas terá direito ao crédito integral o estabe-lecimento industrial cuja atividade esteja relacionada na Parte 2 do Anexo XVI, do RICMS-MG/2002. Além desta condição, o contribuinte deverá cumprir com os seguintes requisitos:

a) o adquirente deve estar em situação regular perante o Fisco;

b) o adquirente não deve possuir, por qualquer de seus estabelecimentos:b.1) débitos fiscais inscritos em dívida ativa;b.2) débitos do imposto declarados e não pa-

gos no prazo de até 30 dias da data do vencimento;

b.3) débito de ICMS decorrente de autuação em relação a qual não caiba mais recur-so ou defesa administrativa e não pago no prazo fixado para o seu recolhimento;

b.4) débito do qual decorra impugnação ain-da não julgada definitivamente na esfera administrativa, relativo a crédito indevido do imposto proveniente de operações ou prestações amparadas por benefícios fiscais concedidos em desacordo com o disposto no art. 155, § 2º, XII, “g”, da Constituição Federal.

Nas situações em que o contribuinte não cumprir o descrito na letra “b”, ele poderá realizar o crédito integral desde que os débitos que possua:

a) estejam garantidos por depósito, judicial ou administrativo, fiança bancária, seguro de obri-gações contratuais ou outro tipo de garantia,

Page 9: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

conforme parecer aprovado pelo Advogado--Geral do Estado, se inscritos na dívida ativa, ou pelo Secretário de Estado de Fazenda, caso ainda pendentes de inscrição na dívida ativa;

b) sejam objeto de pedido de parcelamento re-gularmente cumprido, quando declarados ou apurados pelo Fisco;

c) sejam garantidos por depósito administrativo, fiança bancária, seguro de obrigações contra-tuais ou outro tipo de garantia, conforme pa-recer aprovado pelo Secretário de Estado de Fazenda, quando objeto de impugnação ain-da não julgada definitivamente na esfera ad-ministrativa.

Nota

O contribuinte mineiro, para fins de crédito integral, deverá apresentar requerimento na Administração Fazendária de sua circunscrição, instruído com oferecimento de fiança bancária ou seguro-garantia, seguro de obriga-ções contratuais ou outro tipo de garantia, conforme parecer aprovado pelo Advogado-Geral do Estado, se inscritos na dívida ativa, ou pelo Secretário de Estado de Fazenda, caso ainda pendentes de inscrição na dívida ativa.

Neste caso, os autos serão encaminhados para análise e decisão do Secretário de Estado de Fazenda ou, no caso de débito inscrito em dívida ativa, do Advogado-Geral do Estado.

Aos estabelecimentos que estiverem em fase pré-operacional ou que não tiverem débitos de ICMS suficientes para absorverem de forma integral o crédito do ICMS poderão ser concedidos regime especial para autorizar que o ICMS incidente na saída do bem do esta-belecimento fabricante seja diferido para o momento em que ocorrer a saída do produto industrializado.

Caso o contribuinte cumpra todos os requisitos e condições para a realização do crédito integral e não permaneça com o bem do ativo por 48 meses, deverá recolher aos cofres públicos o ICMS relativo às parcelas restantes para completar o quadriênio, independentemente de o crédito ter sido efetivado de forma integral ou diferido mediante regime especial.

Cumpre observar que o Fisco mineiro editará as demais normas regulamentadoras desta sistemática de crédito.

Além das atividades elencadas na Parte 2 do Anexo XVI do RICMS-MG/2002, também poderão beneficiar-se do crédito integral do Ativo Imobilizado:

a) contribuinte classificado no código 2751-1/00 da CNAE que seja fabricante dos seguintes produtos de uso doméstico: congeladores (freezers), combinações de refrigeradores e congeladores (freezers) ou máquinas de lavar louça, classificados nos códigos 8418.10.00,

8418.30.00, 8418.40.00 ou 8422.11.00 da NBM/SH;

b) contribuinte classificado no código 2740-6/01 da CNAE que seja fabricante de lâmpadas LED, classificadas no código 8543.70.99 da NBM/SH;

c) contribuinte classificado no código 1621-8/00 da CNAE que seja fabricante de:c.1) painéis de partículas de madeira (MDP)

classificados nos códigos 4410.11.10 a 4410.11.90 da NBM/SH;

c.2) painéis de fibras de madeira de média densidade (MDF) classificados nos códi-gos 4411.12 a 4411.14 da NBM/SH;

c.3) chapas de fibras de madeira classifica-das nos códigos 4411.92 a 4411.94 da NBM/SH;

d) contribuinte classificado nos códigos 0210-1/01 (cultivo de eucalipto) ou 0210-1/03 (culti-vo de pínus) da CNAE que tenha a sua produ-ção destinada a fabricantes de:d.1) painéis de partículas de madeira (MDP)

classificados nos códigos 4410.11.10 a 4410.11.90 da NBM/SH;

d.2) painéis de fibras de madeira de média densidade (MDF) classificados nos códi-gos 4411.12 a 4411.14 da NBM/SH;

d.3) chapas de fibras de madeira classifica-das nos códigos 4411.92 a 4411.94 da NBM/SH;

e) contribuinte que seja fabricante de células fotovol-taicas em módulos ou painéis classificadas nos códigos 8541.40.31 ou 8541.40.32 da NBM/SH;

f) contribuinte classificado no código 3511-5/01 da CNAE que gere energia elétrica a partir de biomassa resultante da industrialização e de resíduos da cana-de-açúcar;

g) contribuinte classificado no código 3511-5/01 da CNAE que gere energia elétrica ou térmica a partir de gás, inclusive biogás ou biometano;

h) contribuinte classificado no código 2740-6/02 da CNAE que seja fabricante de luminárias LED classificadas no código 9405.40.90 da NBM/SH;

i) contribuinte classificado no código 3511-5/01 da CNAE que gere energia elétrica a partir de fonte solar fotovoltaica;

j) contribuinte classificado no código 3821-1/00 da CNAE que gere energia elétrica a partir de resíduos sólidos urbanos;

Page 10: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-08 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

k) contribuinte classificado no código 3520-4/01 da CNAE que produza biogás ou biometano;

l) contribuinte classificado no código 2740-6/01 da CNAE que seja fabricante de luminária LED (NBM/SH 9405.10.99), refletor LED (NBM/SH 9405.10.93), fita LED (NBM/SH 9405.40.90) e painel LED (NBM/SH 8531.20.00).

A nota fiscal de aquisição do bem ou componente deverá conter a expressão “mercadoria produzida no Estado”, além do nome e do número de inscrição esta-dual do fabricante do bem localizado em Minas Gerais no caso de remessa para centro de distribuição.

O documento será escriturado no livro Registro de Entradas, Registro C100 (entradas na EFD-ICMS/IPI), no período de entrada do bem ou componente, com crédito do ICMS, com a seguinte informação no Registro C195 da EFD-ICMS/IPI: “Ativo Imobilizado - ICMS a ser apropriado integralmente nos termos do art. 6º da Parte 1 do Anexo XVI do RICMS”, acrescentando o número da inscrição estadual do fabricante mineiro, na hipótese de aquisição efetuada por meio de centro de distribuição.

Pelo fato do crédito ser realizado de forma inte-gral, não haverá lançamento no Ciap - Registro G110 da EFD-ICMS/IPI.

Nos casos de alienação, transferência, pereci-mento, extravio ou deterioração do bem ou compo-nente, ou de o bem ou componente deixar de ser utilizado de forma definitiva na atividade do estabe-lecimento após o 12º período de apuração e antes do término do 48º, contados a partir da entrada no estabelecimento, o contribuinte deverá emitir:

a) nota fiscal, sem destaque do imposto, relati-va à:a.1) saída por alienação ou transferência do

bem ou componente ao amparo da não incidência do imposto de que trata o inci-so XII do art. 5º do RICMS;

a.2) transferência, perecimento, extravio ou deterioração do bem ou componente;

b) nota fiscal, com destaque do imposto, indican-do o valor correspondente ao saldo das par-celas do período que faltar para completar o quadriênio (48 meses) contendo observação de que a emissão se deu para fins de:b.1) estorno parcial do valor do imposto ante-

riormente creditado; oub.2) pagamento em razão do encerramento

do diferimento, na hipótese de aquisição

de bem em operação contemplada com o diferimento (previsto no § 3º do art. 6º, Parte 1, Anexo XVI, do RICMS-MG/2002).

O valor do destaque da nota fiscal ou o valor a ser estornado deverá ser pago integralmente em Documento de Arrecadação Estadual (DAE) com a utilização do código 321-0, no prazo normal de ativi-dade do contribuinte.

O ICMS recolhido em DAE será lançado da seguinte forma:

a) no livro Registro de Apuração do ICMS - Regis-tro E110 - campo 04 “VL_TOT_AJ_DEBITOS” - Ajuste a Débito. O preenchimento deste campo ensejará o preenchimento do Registro E111, com o código que mais se adequar a situação;

b) na Declaração de Apuração e Informação do ICMS (Dapi), no campo 104 - “ICMS a Recolher - Outros” do Quadro “Obrigações do Período”.

Cabe enfatizar que este procedimento de ajuste não se aplica nas situações em que a alienação ocorrer antes de 12 meses a contar da data de aquisição.

O contribuinte mineiro deverá estornar, a cada período de apuração do ICMS, o valor equivalente à 1/48, relativo às operações ou prestações isentas, não tributadas ou com base de cálculo reduzida, em que não haja previsão de manutenção integral do crédito, sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período.

(RICMS-MG/2002, art. 6º, Parte 1 do Anexo XVI; Resolução Conjunta SEF/AGE nº 4.697/2014)

2.3 Importação

Na hipótese de importação de serviço, merca-doria ou bem, ou na aquisição de mercadoria ou bem, importados e apreendidos ou abandonados, em leilão promovido pelo Poder Público, o valor correspondente ao crédito será escriturado no período de apuração em que ocorrer o recolhimento do imposto.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 67, § 1º)

2.4 Energia elétrica

A Lei Complementar nº 87/1996, art. 33, II, na redação original, assegurava o direito ao crédito do imposto incidente sobre a energia elétrica consumida pelo estabelecimento a partir de 1º.11.1996, desde que utilizada em função de operações ou prestações alcançadas pela incidência do imposto.

Page 11: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Nota

A Consulta de Contribuinte nº 123/2004, expedida pela Diretoria de Orientação e Educação Tributária da Secretaria de Estado da Fazenda, ma-nifesta entendimento quanto à possibilidade de aproveitamento do crédito do imposto incidente sobre o fornecimento de energia elétrica por estabeleci-mento que exerce atividade de supermercado.

A Lei Complementar nº 102/2000, ao introduzir alterações na Lei Complementar nº 87/1996, res-tringiu o direito ao citado aproveitamento em rela-ção à entrada de energia elétrica. De acordo com o art. 7º do referido diploma, as suas disposições deveriam vigorar a partir de 1º.08.2000, ou seja, a partir do 1º dia do mês subsequente ao da sua publicação.

Entretanto, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao examinarem a Ação Direta de Incons-titucionalidade nº 2.325-0, decidiram, em medida liminar, que as modificações decorrentes da citada Lei Complementar somente produzirão eficácia a partir de 1º.01.2001, tendo em vista o princípio constitucional da anterioridade, uma vez que, se tais disposições produzissem efeitos a partir de 1º.08.2000, resultaria em aumento do tributo no mesmo exercício em que a lei foi publicada. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325-0 - medida liminar (1) - DOU de 11.12.2000:

Proced.: Distrito Federal

Relator: Min. Marco Aurélio

Reqte.: Confederação Nacional da Indústria

Advdos.: Carlos Roberto Miguel e Outros

Reqdo.: Presidente da República

Reqdo.: Congresso Nacional

Decisão: o Tribunal, apreciando a questão do princípio da anterioridade, emprestou interpretação conforme à Cons-tituição e sem redução de texto, no sentido de afastar a eficácia do art. 7º da Lei Complementar nº 102, de 11 de julho de 2000, no tocante à inserção do § 5º do art. 20 da Lei Complementar nº 87/1996 e às inovações introduzidas no art. 33, II, da referida lei, bem como à inserção do inciso IV. Observar-se-á, em relação a esses dispositivos, a vigência consentânea com o dispositivo constitucional da anterioridade, vale dizer, terão eficácia a partir de 1º de janeiro de 2001. Votou o Presidente o Dr. Leonardo Greco. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 29.11.2000.

Diante da decisão em causa, os contribuintes poderão efetuar o crédito do ICMS na entrada de bens do Ativo Permanente e de energia elétrica e no recebimento de serviço de comunicação, em relação ao período de 1º.08 a 31.12.2000, de acordo com as disposições de que trata a Lei Complementar nº

87/1996. Note-se, sob esse aspecto, que alguns Estados já haviam se manifestado no sentido de que as modificações decorrentes da Lei Complementar nº 102/2000 produziriam efeitos somente a partir de 1º.01.2001.

Posteriormente, com as alterações da Lei Complementar nº 114/2002 e da Lei Complementar nº 138/2010, o direito ao crédito passou a ser admitido em relação à entrada de energia elétrica no estabele-cimento, nas seguintes hipóteses:

a) até 31.12.2019:a.1) quando for objeto de operação de saída

de energia elétrica;a.2) quando consumida no processo de in-

dustrialização;a.3) quando seu consumo resultar em opera-

ção de saída ou prestação para o exte-rior, na proporção desta sobre as saídas e prestações totais;

b) a partir de 1º.01.2020, nas demais hipóteses.

Nota

De acordo com a Instrução Normativa Sutri nº 4/2013, foi esclarecido para as atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca, aqui-cultura e de extração mineral e nas atividades a elas complementares não caracterizadas como industriais o seguinte:

a) Crédito de energia elétrica - é vedado o aproveitamento de cré-ditos de ICMS relativo à aquisição de energia elétrica, exceto na hipótese de seu emprego como insumo energético na produção de mercadorias destinadas ao exterior, na proporção que estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabele-cimento;

b) Crédito de insumos - deverão ser adotados os mesmos critérios dispostos na Instrução Normativa SLT nº 1/1986, salvo disposição especial da legislação tributária.

(Lei Complementar nº 87/1996; Lei Complementar nº 114/2002; Lei Complementar nº 122/2006; Lei Complementar nº 138/2010; RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, III e § 4º)

2.5 Aquisição de combustíveis

Os combustíveis propiciam direito ao crédito do imposto, quando adquiridos para consumo, tanto no processo produtivo como no transporte, por veículos próprios, de mercadorias regularmente oneradas pelo imposto.

Assim, é permitido o crédito do ICMS relativo a combustível, lubrificante, pneus, câmaras de ar de reposição ou de material de limpeza, adquiridos por prestadora de serviços de transporte e estritamente necessários à prestação do serviço, limitado ao mesmo percentual correspondente, no faturamento da empresa, ao valor das prestações alcançadas pelo imposto e restrito às mercadorias empregadas ou utilizadas exclusivamente em veículos próprios.

Page 12: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-10 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Porém, somente darão direito ao crédito as merca-dorias vinculadas ao uso ou consumo do estabeleci-mento, nele entradas a partir de 1º de janeiro de 2020.

As operações com combustíveis encontram-se sujeitas ao regime de recolhimento do ICMS por subs-tituição tributária.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, VIII)

2.6 Serviço de transporte

Para a compensação do crédito, é assegurado, portanto, ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, I)

2.7 Serviço de comunicação

Em relação ao crédito do ICMS incidente sobre a prestação de serviço de comunicação, o direito ao crédito passou a ser admitido em relação aos servi-ços de comunicação utilizados pelo estabelecimento tomador, observadas as seguintes condições:

a) até 31.12.2019, somente por estabelecimento prestador de serviço de comunicação, na exe-cução de serviço desta natureza; por estabele-cimento que promova operação que destine ao exterior mercadoria ou que realize prestação de serviço para o exterior, na proporção destas em relação a operações ou prestações totais;

b) a partir de 1º.01.2020, por qualquer estabele-cimento.

Ao crédito do ICMS relativo ao serviço de comu-nicação aplicam-se as explicações constantes no subtópico 2.4.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, I e § 2º)

2.8 Simples Nacional

As microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo regime do Simples Nacional, previsto na Lei Complementar federal nº 123/2006, via de regra, não geram direito a crédito do ICMS. Porém, a legislação mineira permite o creditamento do imposto incidente sobre essas aquisições desde que a mercadoria adquirida seja destinada à comer-cialização ou industrialização e que o imposto tenha sido corretamente informado no documento fiscal.

Para fins de cálculo deste valor, o contribuinte optante pelo Simples Nacional aplicará a alíquota pre-vista nos Anexos I e II da Lei Complementar nº 123/2006, para a faixa da receita bruta a que o remetente estiver sujeito no mês anterior ao da operação, observando--se que:

a) na hipótese da operação ocorrer no mês de início da atividade do contribuinte enquadrado como ME ou EPP, a alíquota a ser informada corresponderá ao menor percentual de ICMS previstos nos respectivos anexos;

b) o documento fiscal que acobertar a operação deverá conter, no campo destinado às infor-mações complementares ou, na sua falta, no corpo do documento fiscal, por qualquer meio gráfico indelével, a expressão: “Permitido o aproveitamento do crédito de ICMS no valor de R$ ....; correspondente à alíquota de ....%, nos termos do art. 23 da Lei Complementar fe-deral nº 123, de 2006”.

Assim, o imposto corretamente informado no documento fiscal emitido pela ME e EPP poderá ser apropriado pelo destinatário, sob forma de crédito, desde que as aquisições sejam destinadas à comer-cialização ou industrialização.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 42, § 26, arts. 68-A e 70, XV)

2.9 Defensivo agrícola

Há também na legislação mineira a previsão para crédito do ICMS incidente nas aquisições de defen-sivo agrícola adquirido por produtor rural para uso na agricultura.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, IX)

2.10 Material de uso e consumo

O direito ao crédito do ICMS relativo à entrada de mercadoria destinada ao seu uso ou consumo está previsto na Lei Complementar nº 87/1996, art. 20.

Inicialmente, esse direito estava assegurado somente a partir de 1º.01.1998.

Contudo, posteriormente, o mencionado prazo foi prorrogado 5 vezes: a 1ª, para 1º.01.2000, por meio da Lei Complementar nº 92/1997; a 2ª, para 1º.01.2003, por intermédio da Lei Complementar nº 99/1999; a 3ª, para 1º.01.2007, por intermédio da Lei Complementar nº 114/2002; a 4ª, para 1º.11.2011, por intermédio da

Page 13: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Lei Complementar nº 122/2006; e a 5ª, para 1º.01.2020, por meio da Lei Complementar nº 138/2010.

Deste modo, somente darão direito ao aproveita-mento de crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele entradas a partir de 1º.01.2020.

(Lei Complementar nº 87/1996, arts. 20 e 33, I; Lei Comple-mentar nº 92/1997; Lei Complementar nº 99/1999; Lei Comple-mentar nº 114/2002; Lei Complementar nº 122/2006; Lei Com-plementar nº 138/2010; RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, X)

2.11 Condições para aproveitamento do crédito

O direito ao crédito, para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao estabeleci-mento que tenha recebido as mercadorias ou os bens ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade formal, material e ideológica da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e nas condições estabelecidas na legislação.

O crédito somente será admitido após sanada a irregularidade porventura existente no documento fiscal.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 69)

2.12 Valor a ser escriturado como crédito

O valor a ser apropriado como crédito é o equiva-lente ao imposto pago relativamente às mercadorias entradas e ao serviço de transporte ou de comunica-ção utilizados no respectivo estabelecimento.

Quando a operação ou prestação subsequente estiver beneficiada com redução de base de cálculo, o crédito será proporcional à base de cálculo adotada.

O abatimento do valor do imposto, sob a forma de crédito, somente será permitido mediante apresenta-ção da 1ª via do respectivo documento fiscal, salvo as exceções previstas na legislação tributária.

Cabe ressaltar que, nos casos em que o contribuinte utilizar-se da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o crédito somente será permitido se o documento foi devidamente autorizado e se encontrar em situação regular na base de dados da Secretaria de Estado de Fazenda.

Em relação ao serviço de transporte rodoviário de cargas, somente poderá ser utilizado como crédito pelo tomador do serviço, desde que corretamente identificado:

a) no Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas ou no Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e);

b) no documento de arrecadação utilizado para pagamento do imposto:b.1) pelo transportador autônomo ou pela

empresa transportadora de outra UF, não inscritos como contribuinte neste Estado, quando não houver emissão de conheci-mento de transporte;

b.2) pelo transportador inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS deste Estado, na hipótese prevista no art. 9º da Parte 1 do Anexo IX do RICMS-MG/2002, confor-me transcrito a seguir:

Art. 9º A empresa transportadora situada neste Estado que realizar prestação de serviço de transporte de cargas ini-ciada em outra unidade da Federação, relativamente à qual o imposto tenha sido recolhido, emitirá o conhecimento de transporte, sem destaque do imposto, devendo:

I - constar no documento emitido a observação: “ICMS pago por meio do documento de arrecadação anexo”;

II - escriturar nos registros próprios da Escrituração Fiscal Digital (EFD), inclusive naquele correspondente à observa-ção de lançamento fiscal, fazendo constar a seguinte ano-tação: “Conhecimento de transporte de cargas emitido na forma do caput do art. 9º da Parte 1 do Anexo IX do RICMS”.

c) na nota fiscal relativa à operação, quando a responsabilidade pelo recolhimento couber ao alienante ou ao remetente.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 63, § 1º, e art. 70, § 1º; Decreto nº 46.291/2013)

2.12.1 Devolução de mercadoria por não contribuinte de ICMS

O estabelecimento que receber mercadoria devol-vida por particular, produtor rural ou qualquer pessoa não considerada contribuinte, ou não obrigada à emissão de documento fiscal, poderá apropriar-se do valor do imposto debitado por ocasião da saída da mercadoria nas seguintes hipóteses:

a) se a devolução ocorrer em virtude de garantia, considerando-se como tal a que decorrer de obri-gação assumida pelo remetente ou pelo fabrican-te de substituir a mercadoria remetida, caso esta apresente defeito dentro do prazo de garantia, desde que este não seja superior ao previsto no inciso I do § 1º do art. 96 deste Regulamento;

b) quando se tratar de devolução, dentro de 90 dias, de mercadoria identificável pela marca, tipo, modelo, espécie, qualidade, número de

Page 14: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-12 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

série de fabricação ou outros elementos que a individualizem;

c) se a devolução se referir à mercadoria recebi-da por repartição pública;

d) quando se tratar de troca, assim considerada a substituição de mercadoria por uma ou mais da mesma espécie ou de espécie diversa, desde que de valor não inferior ao da substituída, dentro do prazo de 30 dias, contado da data da saída.

A apropriação do crédito do imposto decorrente de devolução de mercadoria fica condicionada à comprovação do desfazimento do negócio mediante:

a) restituição pelo cliente da via do documento fiscal a ele destinada;

b) declaração do cliente ou responsável, na 1ª via do documento fiscal, de que devolveu as merca-dorias, com menção do seu documento de iden-tidade ou, tratando-se de pessoa jurídica ou seu preposto, com a aposição de carimbo de CNPJ;

c) “visto” obrigatório do Posto de Fiscalização, se existente no itinerário normal que deva ser per-corrido pelo transportador, no documento que acobertar o trânsito da mercadoria.

A apropriação restringe-se às parcelas não rece-bidas da pessoa que promover a devolução, quando se tratar de venda à prestação.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 76, § 1º)

2.12.2 Saldo

O saldo eventualmente verificado a favor do con-tribuinte, em determinado período, transfere-se para o período ou períodos subsequentes.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 65, § 1º)

2.12.3 Limite

O crédito do imposto corresponderá ao montante do imposto corretamente destacado no documento fiscal relativo à operação ou prestação.

Quando o imposto destacado no documento fiscal for superior ao devido, o valor a ser abatido não compreenderá o excesso.

Se o imposto destacado no documento fiscal for inferior ao devido, o valor a ser abatido corresponderá ao do destaque, ficando assegurado o abatimento da diferença, desde que feito com base em documento

fiscal complementar emitido pelo alienante ou reme-tente da mercadoria ou pelo prestador do serviço.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 68, parágrafo único)

2.13 Manutenção do crédito

A legislação do ICMS prevê algumas operações ou prestações em que o imposto não incide ou que encontram-se amparadas pelo benefício de isenção e redução de base de cálculo. No entanto, os créditos efetuados por ocasião das entradas das mercadorias, matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços tomados poderão ser mantidos na sua escrita fiscal.

Não será exigido o estorno do crédito do imposto:

a) adquirido ou recebido no estabelecimento:a.1) que venha a ser objeto de operações de

exportação para o exterior;a.2) integrado ou consumido em processo de

produção de mercadorias que venham a ser objeto de operação de exportação para o exterior;

b) adquirido ou recebido por estabelecimento fabri-cante de lubrificantes e integrado ou consumido na industrialização de lubrificantes que venham a ser objeto de operação interestadual para o fim de comercialização ou industrialização.

Essas não são as únicas hipóteses de manutenção de crédito. Existem dispositivos legais que concedem isenções e reduções de base de cálculo que também trazem esta possibilidade. Assim, sempre que há um benefício fiscal, o dispositivo concessivo trará essa disposição expressa de manutenção do crédito, pois, se não houver, não será possível a permanência do crédito na escrita, devendo o contribuinte proceder o seu estorno, no período de apuração em que deu a saída da mercadoria sem a tributação.

Nota

As reduções de base de cálculo estão previstas no RICMS-MG/2002, Anexo IV.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 71, § 3º)

2.14 Crédito extemporâneo

É assegurado ao contribuinte o direito de creditar--se do imposto anteriormente cobrado relativamente à mercadoria entrada em seu estabelecimento, real ou simbolicamente, ou ao serviço a ele prestado, em razão de operações ou prestações regulares e tribu-tadas.

Page 15: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Nota

No caso de apropriação extemporânea de fração do crédito de ICMS relativo à entrada de Ativo Imobilizado no Ciap, a relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período será calculada considerado as operações do período em que deveria ter sido apropriada a fração (RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, § 16).

O RICMS-MG/2002, Parte Geral, arts. 66 e seguin-tes, estabelece as situações em que o contribuinte fará jus ao crédito do ICMS. Geralmente, o direito é asse-gurado nas aquisições de mercadorias/prestações de serviços que gerem saídas subsequentes tributadas pelo ICMS. Assim, cabe ao contribuinte verificar, den-tro da particularidade das atividades desenvolvidas, em quais situações poderá creditar-se do ICMS.

O crédito do ICMS é efetuado pelo contribuinte no momento do lançamento fiscal do documento, ou seja, na sua escrituração fiscal.

A escrituração do crédito será efetuada no período (mês) em que se verificar a entrada da mercadoria no estabelecimento do contribuinte.

Assim, o crédito se realizará ao se efetuar o regis-tro do documento fiscal de aquisição da mercadoria ou da prestação de serviço tributada pelo ICMS no livro Registro de Entradas. Ou seja, o crédito fiscal será realizado neste momento, não sendo possível o contribuinte creditar-se do ICMS sem que haja a escrituração fiscal respectiva.

Portanto, para ser considerado crédito extempo-râneo, necessariamente deverá ser escriturado em período de apuração subsequente ao da entrada da mercadoria ou aquisição do serviço no estabeleci-mento destinatário.

Nos casos em que o crédito não foi apropriado no período de entrada da mercadoria ou aquisição do ser-viço no estabelecimento do contribuinte, temos a deno-minada escrituração ou apropriação extemporânea. Para tanto, somente poderá ser realizada quando forem anotadas as causas determinantes dessa escrituração.

Temos, portanto, 2 situações distintas:

a) contribuinte que escriturou o documento fiscal e não realizou o crédito;

b) contribuinte que não escriturou o documento fiscal.

Nas situações em que o contribuinte efetuou a escrituração do documento fiscal nos momentos aludidos na legislação (letra “a”) e, por qualquer

motivo, não realizou o crédito do ICMS a que tinha direito, poderá realizá-lo diretamente no livro Registro de Apuração do ICMS, ou seja, no Bloco E - Registro E100 e seus respectivos registros filhos, promovendo o ajuste de apuração que se fizer necessário no Registro E111, descrevendo a respectiva ocorrência.

Em contrapartida ao procedimento descrito ante-riormente, há o contribuinte que, além de não se cre-ditar do ICMS, também não escriturou o documento fiscal. Nesse caso, poderá escriturá-lo em período posterior, observado o prazo prescricional, mediante a apropriação extemporânea do crédito não efetuado na época própria.

Nesta hipótese, por ocasião do preenchimento do Registro C100 (entradas) da Escrituração Fiscal Digital (EFD), no campo 6 (Código de Situação do Documento Fiscal), o declarante deverá fazer uso do código “01” (documento regular extemporâneo).

Trata-se de procedimento comum, nos casos de apropriação extemporânea de crédito do ICMS, a obrigação de o contribuinte comunicar o fato à reparti-ção fazendária a que estiver circunscrito, no prazo de 5 dias após o término do período de apuração em que o valor foi apropriado em sua escrita fiscal. Para essa comunicação, não há modelo previsto na legislação, podendo o contribuinte elaborá-lo da maneira que lhe convier.

A escrituração extemporânea independe de pré-via autorização do Fisco mineiro, sendo necessária apenas a sua informação ao Estado, por meio da comunicação supramencionada.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 67, § 2º)

2.15 Prazo para extinção do crédito

O direito ao crédito extinguir-se-á após 5 anos contados da data de emissão do documento fiscal que o originou. Esse prazo, denominado prescricio-nal, encontra-se previsto também no Código Tributário Nacional, art. 174.

Podemos descrever o prazo prescricional como o direito de o contribuinte apropriar-se do crédito do imposto em 5 anos, a contar da data de emissão do documento fiscal. Após esse período, o contribuinte perde esse direito.

(Código Tributário Nacional, art. 174; RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 67, § 3º)

Page 16: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-14 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

3. ESTORNO

O contribuinte deverá efetuar o estorno do crédito sempre que o serviço tomado ou a mercadoria ou o bem entrado no estabelecimento:

a) vier a ser objeto de operação subsequente não tributada ou isenta, observado o disposto no item 7.6 desta matéria;

b) vier a ser integrado ou consumido em proces-so de comercialização, industrialização, pro-dução, extração, geração, prestação de ser-viço de transporte, interestadual ou intermuni-cipal, ou de comunicação, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;

c) vier a ser utilizado em fim alheio à atividade do estabelecimento;

d) vier a ser objeto de subsequente operação ou prestação com redução da base de cálculo, hipótese em que o estorno será proporcional à redução;

e) vier a ser objeto de perecimento, deterioração, inutilização, extravio, furto, roubo ou perda, por qualquer motivo, da mesma mercadoria ou bem, ou de outra dela resultante, dentro do mesmo período em que se verificar o fato, ou no prazo de 30 dias, em se tratando de ca-lamidade pública, contado de sua declaração oficial;

f) tiver o imposto destacado na documentação fiscal não cobrado na origem.

O valor escriturado para o abatimento sob a forma de crédito será sempre estornado quando o aproveitamento permitido na data da aquisição ou do recebimento de mercadoria ou bem, ou da utilização de serviço, tornar-se total ou parcialmente indevido por força de modificação das circunstâncias ou das condições anteriores, ressalvadas as disposições em contrário previstas do RICMS-MG/2002.

Tendo havido mais de uma aquisição ou recebi-mento e sendo impossível estabelecer correspondên-cia entre estes e a mercadoria cujo crédito deva ser estornado, o montante a estornar será calculado pela aplicação da alíquota vigente à data do estorno sobre o valor da aquisição ou recebimento mais recente.

Para efeitos de estorno, será emitida nota fiscal com destaque do imposto e com a observação de que a emissão se deu para fins de estorno do valor do imposto anteriormente creditado, mencionando o fato determinante deste, devendo ser escriturada no livro

Registro de Saídas - representado na EFD-ICMS/IPI pelo Registro C100 (saídas).

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 71, § 1º, art. 72, art. 73 e art. 74)

4. HIPÓTESES DE LIMITAÇÃO AO CRÉDITO (BENEFÍCIOS FISCAIS UNILATERAIS)

Cabe-nos enfatizar que o Estado de Minas Gerais veda o crédito do ICMS decorrente de aquisições interestaduais de mercadorias ou bens que estejam amparadas por benefícios fiscais unilaterais, ou seja, benefícios fiscais concedidos pela UF de origem sem amparo em convênio ou protocolo celebrado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O Estado de Minas Gerais já se manifestou a respeito da vedação destes créditos ao publicar a Resolução SEF nº 3.166/2001, a qual contém a relação dos produtos e dos respectivos fundamentos legais por UF.

O RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 62, §§ 1º, 4º a 6º, dispõe sobre a vedação do crédito do ICMS nas aquisições interestaduais de mercadorias ou prestações de serviços beneficiados com incentivos unilaterais.

Neste caso, o destinatário mineiro está autorizado a apropriar o crédito decorrente do recebimento de mercadorias ou serviços em operações ou prestações interestaduais, realizadas desde 1º.01.2012 até o dia imediatamente anterior à data em que o incentivo ou benefício for divulgado em resolução estadual.

Essa autorização também se aplica em relação à apropriação de crédito, assim considerada a dedução do imposto destacado no documento fiscal de aquisição para cálculo do ICMS a ser recolhido a título de substituição tributária, na hipótese em que o substituto tributário for o contribuinte mineiro nas operações interestaduais.

Estas disposições não se aplicam:

a) na entrada decorrente de operação de transfe-rência;

b) na entrada decorrente de operação ou pres-tação promovida por estabelecimento de em-presa interdependente;

c) para dedução do imposto devido pela opera-ção própria no cálculo do ICMS-ST realizado pelo contribuinte substituto de outro Estado

Page 17: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-15Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

nas operações interestaduais com destinatário mineiro, por ter o remetente substituto ciência do incentivo ou benefício fiscal concedido pelo Estado onde está situado seu estabelecimento;

d) nas demais situações em que o destinatário mi-neiro comprovadamente tenha ciência do incen-tivo ou benefício fiscal concedido ao remetente.

Além deste ato legal, foi publicado o Decreto nº 45.218/2009, que permite ao Fisco estadual adotar medidas de proteção à economia mineira estabelecendo tratamento tributário diferenciado por setor econômico para equilibrar as condições de competitividade.

As medidas serão tomadas após a comprovação do prejuízo à competitividade das empresas mineiras, seja por parte do contribuinte ou de entidade de classe, representativa do setor econômico.

Neste caso, a SEF encaminhará à Assembleia Legislativa medida concedendo tratamento tribu-tário diferenciado por meio de regime especial de tributação (RET) a ser concedido pelo Diretor da Superintendência de Tributação contendo a forma, o prazo e as condições para sua fruição, o qual poderá retroagir à data da situação que lhe deu causa.

Assim, a SEF poderá:

a) conceder benefícios, incentivos e facilidades fiscais, necessários ao equilíbrio da concor-rência, tais como:a.1) diferimento e suspensão da incidência

do imposto;a.2) crédito presumido;a.3) transferência de créditos acumulados;a.4) facilidades no cumprimento de obriga-

ções tributárias acessórias, inclusive apuração simplificada do imposto;

a.5) prazos especiais para pagamento do im-posto;

a.6) redução de base de cálculo;b) assegurará tratamento isonômico entre contri-

buintes que estejam em idêntica situação;c) levará em consideração a manutenção do

equilíbrio fiscal; ed) assegurará tramitação prioritária ao pedido de

RET.

Em relação à competência para concessão des-tes regimes especiais, esta poderá ser concedida ao titular da Superintendência Regional da Fazenda indi-

cada em Portaria da Superintendência de Tributação (Sutri), a qual relacionará, com a devida fundamenta-ção legal, o objeto dos respectivos regimes e o setor econômico contemplado com o regime especial. Caso a referida portaria seja revogada, a competên-cia para concessão dos regimes especiais retorna ao Superintendente de Tributação.

O Estado de Minas Gerais poderá celebrar convênio com o município no qual esteja localizado o estabelecimento de contribuinte detentor de RET, especialmente quando se tratar de instalação ou expansão de estabelecimento industrial.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 62, §§ 1º, 4º a 6º, na reda-ção dada pelo Decreto nº 45.931/2012; Decreto nº 45.218/2009; Resolução SEF nº 3.166/2001; Decreto nº 46.314/2013)

5. HIPÓTESES DE VEDAÇÃO AO CRÉDITO

A seguir, apresentamos as hipóteses de vedação dos créditos contidos na legislação mineira.

5.1 Isenção ou não incidência

A isenção ou a não incidência, salvo determina-ção em contrário:

a) não implicará crédito para compensação com o valor devido nas operações ou prestações subsequentes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações ou às prestações anteriores.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 70, I, e art. 71, I)

5.1.1 Ativo Permanente em comodato

A legislação mineira expressamente veda a apropriação do crédito do ICMS de bens incorpo-rados ao Ativo Permanente do estabelecimento que sejam objeto de cessão por comodato, ainda que destinados à industrialização de mercadorias por encomenda do estabelecimento comodante (quem cede em comodato).

Nesta situação específica, o contribuinte detentor do bem deverá observar os seguintes procedimentos, que variam de acordo com cada situação distinta:

a) o bem seja previamente destinado a posterior saída em comodato;a.1) os valores relativos ao crédito da aqui-

sição, bem como os valores correspon-dentes ao serviço de transporte e ao di-ferencial de alíquotas, não deverão ser lançados no livro Ciap;

Page 18: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-16 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

b) a saída do bem em comodato ocorra após a uti-lização nas atividades operacionais da empresa e antes de decorrido o quadriênio (48 meses);

b.1) a partir da data da cessão em comodato, o crédito do ICMS correspondente à fra-ção do restante do quadriênio não será mais admitido;

b.2) deverá ser escriturado, no livro Ciap, na coluna “Saída, Baixa ou Perda (Dedução do Crédito)”, o valor correspondente ao imposto relativo à aquisição do bem, ora escriturada na coluna “Entrada (Crédito Passível de Apropriação)”;

c) retorno do bem cedido em comodato e este reinserido nas atividades operacionais do con-tribuinte, antes de decorrido o período de 48 meses da aquisição: o crédito fiscal poderá ser apropriado, mediante escrituração no Ciap, con-forme as regras gerais de crédito do ativo previs-tas no RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66.

Nota

Com o advento da EFD-ICDMS/IPI, os créditos referentes à aquisição de Ativo Imobilizado, bem como as hipóteses de movimentação do bem, pas-saram a ser demonstradas no bloco G, em especial o Registro G125 - Movi-mentação de bem ou componente do Ativo Imobilizado.

Desta forma, ainda que o RICMS-MG/2002 mantenha a legislação ante-rior, o contribuinte deverá observar as regras estabelecidas pelo Guia Prático da EFD.

(Instrução Normativa Sutri nº 2/2009)

5.2 Vedação ao crédito

Não é admissível o aproveitamento do crédito do imposto quando:

a) a operação que ensejar a entrada de merca-doria ou de bem ou a prestação que ensejar o recebimento de serviço estiverem beneficia-das por isenção ou não incidência, ressalva-das as disposições em contrário previstas no RICMS-MG/2002;

b) a operação subsequente com a mesma mer-cadoria ou com outra dela resultante deva ocorrer com isenção ou não incidência;

c) se tratar de entrada, até 31.12.2019, de bens destinados a uso ou a consumo do estabeleci-mento;

d) os serviços de transporte ou de comunicação recebidos pelo tomador:d.1) não se destinarem a ser por ele utilizados

na execução de serviços de transporte ou de comunicação, na comercialização de mercadorias ou em processo de pro-

dução, extração, industrialização ou ge-ração, inclusive de energia elétrica;

d.2) quando estiverem vinculados ao recebi-mento de mercadoria ou bem destinados à comercialização ou à utilização em pro-cesso de produção, extração, industria-lização ou geração, inclusive de energia elétrica, cuja operação de que decorra a saída posterior destes, ou de outros dele resultantes, ocorra com isenção ou não incidência, exceto exportação;

d.3) estiverem vinculados à saída de merca-doria ou bem isenta ou não tributada, promovida pelo tomador, exceto exporta-ção de produtos para o exterior;

d.4) estiverem vinculados à prestação de ser-viço isenta ou não tributada, exceto ex-portação de produtos para o exterior;

e) o imposto se relacionar com a operação ou prestação:e.1) promovida por ME ou EPP, salvo nas hi-

póteses previstas no RICMS-MG/2002;e.2) com bens ou mercadorias adquiridos ou

recebidos por ME ou EPP;f) a operação ou a prestação estiverem acober-

tadas por documento fiscal falso, ideologica-mente falso ou inidôneo, salvo prova conclu-dente de que o imposto devido pelo emitente foi integralmente pago;

g) o contribuinte não possuir a 1ª via do do-cumento fiscal, salvo o caso de comprovação da autenticidade do valor a ser abatido, me-diante apresentação de cópia do documento, com pronunciamento do Fisco de origem e aprovação da autoridade fazendária a que o contribuinte estiver circunscrito;

h) a operação ou a prestação se relacionarem com devolução de mercadoria feita por pro-dutor rural, exceto a pessoa não inscrita como contribuinte ou não obrigada à emissão de do-cumento fiscal, ressalvado o disposto no art. 76 da Parte Geral do RICMS-MG/2002;

i) o documento fiscal indicar como destinatá-rio estabelecimento diverso daquele que o registrar, salvo se autorizado pela repartição fazendária a que o estabelecimento destina-tário estiver circunscrito, mediante anotação no próprio documento e no livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências (RUDFTO) do contribuinte desti-natário indicado no documento;

Page 19: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-17Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

j) o pagamento do imposto na origem não for comprovado, na hipótese de exigência previs-ta na legislação tributária;

k) o valor do imposto estiver destacado a maior no documento fiscal, relativamente ao excesso;

l) deva não ocorrer, por qualquer motivo, ope-ração posterior com a mesma mercadoria ou com outra dela resultante;

m) a operação ou a prestação que ensejarem a entrada de mercadoria ou bem ou o recebi-mento de serviço forem realizadas com diferi-mento, salvo se o adquirente da mercadoria ou do bem ou destinatário do serviço debitarem--se, para pagamento em separado, do impos-to devido na operação ou na prestação;

n) o imposto se relacionar à entrada de bens ou ao recebimento de serviços alheios à ativida-de do estabelecimento; consideram-se alheios à atividade do estabelecimento todos os bens que não sejam utilizados direta ou indireta-mente na comercialização, industrialização, produção, extração, geração ou prestação de serviço de transporte, interestadual ou intermu-nicipal, ou de comunicação; salvo prova em contrário, presume-se alheio à atividade do es-tabelecimento o veículo de transporte pessoal;

o) a mercadoria entrada no estabelecimento for destinada à prestação de serviço isenta ou não tributada pelo ICMS;

p) o imposto se relacionar à operação promovida por ME ou EPP, quando:p.1) no documento fiscal que acobertar a

aquisição, não for informada a alíquota correspondente ao percentual de ICMS previsto no RICMS-MG/2002; e

p.2) a operação relativa à aquisição não for tributada pelo ICMS.

Nota

No tocante à vedação de crédito na hipótese estabelecida na letra “g”, observar que esta tratativa refere-se ainda à Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A. No tocante à NF-e, o adquirente da mercadoria deverá manter arquivado em seu estabelecimento o XML do documento eletrônico.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 70)

5.3 Vedação ao crédito relativo a operações interestaduais com produtos interestaduais de 4%

O Fisco mineiro limitou ao percentual de 4% sobre o valor da respectiva base de cálculo o crédito a ser apro-priado pelo destinatário ou deduzido na apuração do ICMS devido por substituição tributária, na hipótese de operação com mercadoria ou bem que tenha conteúdo

importado cujo documento fiscal acobertador esteja em desacordo com as exigências previstas em ato norma-tivo expedido pelo Confaz, em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 1º da Resolução do Senado Federal nº 13, de 25 de abril de 2012, ou outra que vier a substituí-la.

Esta disposição aplica-se nos casos em que o Fisco constatar que a mercadoria ou bem possui conteúdo importado superior a 40%.

Desta forma, sendo verificado que, na nota fiscal de aquisição da mercadoria, foi realizado um desta-que a maior, tendo sido praticada pelo remetente uma alíquota de 12%, uma vez que a tributação correta era de apenas 4%, este será o percentual de aproveita-mento de ICMS pelo contribuinte mineiro.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, §§ 17 e 20, intro-duzido pelo Decreto nº 46.131/2013; Decreto nº 46.368/2013)

6. CRÉDITO PRESUMIDO

Constituirão, também, crédito do imposto os valo-res indicados no RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 75.

Normalmente, o crédito presumido é opcional, o que significa que o contribuinte pode escriturar os créditos relativos às entradas de mercadorias e aos serviços tomados ou optar pelo crédito presumido, que substitui aqueles.

Ao optar pelo crédito presumido, o contribuinte, via de regra, deve registrar essa opção no livro RUDFTO, modelo 6, e, a partir do 1º dia do mês ou do período de apuração subsequente, deixar de lançar os créditos relativos a cada entrada de mercadoria ou a cada prestação de serviço tomada.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 75)

7. OUTROS CRÉDITOS

No RICMS-MG/2002, existem outras situações em que o crédito fiscal é admitido, as quais passamos a expor.

7.1 Direitos autorais

Também ensejará o aproveitamento, sob a forma de crédito, o valor dos direitos autorais, artísticos ou conexos, relativos a discos fonográficos ou a outros suportes com sons gravados, comprovadamente pago a autores e artistas nacionais ou a empresas que os representem e das quais sejam titulares ou sócios majoritários ou que com eles mantenham contratos de edição ou transferência de direitos autorais, nos

Page 20: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-18 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

termos da Lei federal nº 9.610/1998, art. 53 e art. 49, respectivamente, observando-se que:

a) somente serão lançados a título de crédito os valores pagos durante o período, limitados ao percentual de 40%, até 30 de abril de 2017, aplicáveis sobre o valor do imposto debitado no mesmo período, correspondente às ope-rações efetuadas com discos fonográficos ou outros suportes com sons gravados, vedado o aproveitamento de quaisquer outros créditos;

b) é vedado o aproveitamento do crédito exce-dente em quaisquer estabelecimentos do mesmo titular ou de terceiros, ou a transferên-cia de crédito de uma para outra empresa;

c) para apuração do imposto debitado e do limite referido na letra “a” anterior, o contribuinte de-verá:c.1) emitir documentos individualizados;c.2) escriturar em separado as operações

realizadas com discos fonográficos ou com outros suportes com sons gravados;

c.3) fazer demonstrativo que indique o valor do imposto devido nas referidas opera-ções;

d) o benefício fica condicionado à entrega, até o dia 10 do mês subsequente, à Administração Fazendária (AF) a que o contribuinte estiver circunscrito de relação dos pagamentos efe-tuados no período, a título de direitos autorais, artísticos ou conexos, com a identificação dos beneficiários, seus domicílios, inscrição no Ca-dastro de Pessoa Física (CPF) ou no Cadas-tro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e de comprovante de entrega da referida relação à Receita Federal;

e) o aproveitamento do crédito referido neste item somente poderá ser efetuado até o 2º mês subsequente ao mês em que ocorreu o paga-mento dos direitos autorais, artísticos ou cone-xos.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 66, § 1º, Convênio ICMS nº 40/2004)

7.2 Rescisão de contrato

Quando, por força de decisão transitada em jul-gado, houver rescisão de contrato do qual decorreu a saída da mercadoria, a reentrada desta no estabe-lecimento dará ensejo ao aproveitamento do imposto debitado por ocasião de sua saída, deduzido aquele incidente sobre a importância já recebida pelo estabe-lecimento promotor da saída. O estabelecimento que

receber a mercadoria nestas circunstâncias emitirá nota fiscal para documentar a entrada da mercadoria, na qual constarão o número, a série e a data do do-cumento fiscal emitido por ocasião da saída.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 76, § 4º, e art. 77)

7.3 Mercadorias não entregues ao destinatário

O estabelecimento que receber, em retorno inte-gral, mercadoria não entregue ao destinatário, para recuperar o imposto anteriormente debitado, deverá:

a) emitir nota fiscal na entrada, fazendo referên-cia à nota fiscal que acobertou o transporte da mercadoria;

b) escriturar a nota fiscal emitida na entrada no li-vro Registro de Entradas nas colunas - ou seja, Registro C100 (Entradas) na EFD com aprovei-tamento do respectivo crédito;

c) manter arquivada, pelo prazo legal, a 1ª via da nota fiscal (ou Documento Auxiliar da Nota Fis-cal Eletrônica - Danfe) que acobertou o trans-porte da mercadoria, anotando a ocorrência na via fixa.

A nota fiscal ou o Danfe que acobertou a devolu-ção deverá conter o “visto” do Posto de Fiscalização, se existente no itinerário normal que deva ser percor-rido pelo transportador.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 78)

7.4 Zona Franca de Manaus

É permitido o crédito do imposto nas entradas de matéria-prima, material secundário e de embalagem, empregados na fabricação dos produtos cujas saídas sejam destinadas a estabelecimento de contribuinte do imposto, localizado nos Municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas, para comercialização ou industrialização, salvo se:

a) o valor da matéria-prima de origem animal ou vegetal for superior ao despendido com a mão de obra empregada na sua industrialização;

b) o remetente for estabelecimento comercial ou diferente do fabricante.

A manutenção do crédito de que trata este su-bitem somente é aplicável se o remetente abater do preço da mercadoria o valor equivalente ao imposto dispensado na operação, com indicação expressa na respectiva nota fiscal.

(RICMS-MG/2002, Anexo IX, Parte 1, art. 269)

Page 21: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-19Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

7.5 Exportação

É assegurada a manutenção integral dos créditos do imposto relativo às entradas de mercadorias e aos serviços tomados, quando utilizados em função de operações que destinem ao exterior mercadoria, inclu-sive produto primário e produto industrializado semie-laborado, bem como sobre a prestação de serviços.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 71, § 3º, I)

8. PENALIDADES

Os contribuintes que infringirem o disposto na legislação tributária estão sujeitos às penalidades pre-vistas nos arts. 209 e seguintes do RICMS-MG/2002,

dentre as quais destacamos a utilização de crédito do imposto decorrente de registro de documento fiscal que não corresponda à utilização de prestação de ser-viço ou ao recebimento de bem ou mercadoria: 40% do valor da operação indicado no documento fiscal.

Aqueles que não cumprirem as disposições pre-vistas na legislação, sendo o fato apurado pelo Fisco, estarão sujeitos à multa.

As penalidades encontram-se relacionadas no Regulamento, Parte Geral, arts. 209 a 221.

(RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 216, IV)

N

FEDERAL

Terciário/Serviços - Simples Nacional - ISS - Retenção na fonte

A Lei Complementar nº 123/2006 trata em seu art. 21 do recolhimento dos tributos devidos pelas microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional.

Esse dispositivo estabelece, em seu § 4º, que a retenção na fonte do Imposto Sobre Serviços (ISS) das ME e EPP somente será permitida se observados o disposto no art. 3º da Lei Complementar nº 116/2003 e, ainda, as seguintes normas:

a) a alíquota aplicável na retenção na fonte de-verá ser informada no documento fiscal e cor-responderá ao percentual do ISS previsto nos Anexos III, IV, V ou VI da Lei Complementar nº 123/2006 para a faixa de receita bruta a que a ME ou a EPP estiver sujeita no mês anterior ao da prestação;

b) na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividades, de-verá ser aplicada pelo tomador do serviço a alíquota correspondente ao percentual do ISS referente à menor alíquota prevista nos referi-dos anexos;

c) na hipótese da letra “b”, constatando-se que houve diferença entre a alíquota utilizada e a

efetivamente apurada, caberá à ME ou EPP prestadora dos serviços efetuar o recolhimen-to dessa diferença no mês subsequente ao do início de atividade em guia própria do municí-pio;

d) quando a ME ou a EPP estiver sujeita à tributa-ção do ISS pelo Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retenção do ISS;

e) se a ME ou a EPP não informar a alíquota do ISS a que se referem as letras “a” e “b” no do-cumento fiscal, será aplicada a alíquota cor-respondente ao percentual do ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III, IV, V ou VI da Lei Complementar nº 123/2006;

f) não será eximida a responsabilidade do pres-tador de serviços quando a alíquota do ISS in-formada no documento fiscal for inferior à de-vida, hipótese em que o recolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do município;

g) o valor retido, devidamente recolhido, será de-finitivo, não sendo objeto de partilha com os municípios, e sobre a receita da prestação de serviços que sofreu a retenção não haverá in-cidência do ISS a ser recolhido pelo Simples Nacional.

O caput do art. 3º da Lei Complementar nº 116/2003 dispõe que o serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do

a IOB Setorial

Page 22: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-20 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas em seus incisos I a XXII, quando o imposto for devido nos locais indicados nesses incisos.

Nas hipóteses citadas nas letras “a” e “b”, a falsidade na prestação das informações sujeitará o responsável, o titular, os sócios ou os administradores da ME ou da EPP, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na legislação criminal e tributária.

Os Anexos III, IV, V e VI da Lei Complementar nº 123/2006 fixam as alíquotas e a partilha do Simples Nacional das receitas:

a) Anexo III - de locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados nos §§ 5º-C e 5º-D do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006;

b) Anexo IV - da prestação de serviços relaciona-dos no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006;

c) Anexo V - da prestação de serviços relaciona-dos no § 5º-D do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006; e

d) Anexo VI - da prestação de serviços relaciona-dos no § 5º-I do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006.

Os serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006 são os seguintes:

a) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subemprei-tada, execução de projetos e serviços de pai-sagismo, bem como decorações interiores;

b) serviço de vigilância, limpeza ou conservação; e

c) serviços advocatícios.

Os serviços relacionados no § 5º-D do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006 são os seguintes:

a) administração e locação de imóveis de tercei-ros;

b) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais;

c) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;

d) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desen-volvidos em estabelecimento do optante;

e) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;

f) planejamento, confecção, manutenção e atua-lização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;

g) empresas montadoras de estandes para fei-ras;

h) laboratórios de análises clínicas ou de patolo-gia clínica;

i) serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óti-cos, bem como ressonância magnética; e

j) serviços de próteses em geral.

Os serviços relacionados no § 5º-I do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006 são os seguintes:

a) medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; b) medicina veterinária; c) odontologia; d) psicologia, psicanálise, terapia ocupacional,

acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clíni-cas de nutrição e de vacinação e bancos de leite;

e) serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação;

f) arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia;

g) representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros;

h) perícia, leilão e avaliação; i) auditoria, economia, consultoria, gestão, orga-

nização, controle e administração; j) jornalismo e publicidade; k) agenciamento, exceto de mão de obra; el) outras atividades do setor de serviços que te-

nham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelec-tual, de natureza técnica, científica, desporti-va, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V já citados.

(Lei Complementar nº 116/2003, art. 3º, caput; Lei Comple-mentar nº 123/2006, art. 18, §§ 5º-C, 5º-D e 5º-I, e art. 21, §§ 4º e 4º-A, Anexos III, IV, V e VI)

N

Page 23: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-21Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 MG

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

a IOB Comenta

ESTADUAL

A elisão e a evasão fiscal e os seus mecanismos de controle

Elisão fiscal é o procedimento lícito realizado pelo con-tribuinte com a finalidade de reduzir a sua carga tributária. Como ocorre, por exemplo, com a operação identificada no Regulamento do ICMS de Minas Gerais de remessa para industrialização. Esta operação consiste na opção pelo contribuinte do ICMS de contratar outra empresa para realizar parte ou todo o processo de industrialização de suas mercadorias. Nesta hipótese, a matéria-prima pode ser enviada com suspensão do ICMS que será pago na venda do produto acabado, constituindo uma das hipóteses legais de postergação do pagamento do ICMS.

Já a evasão fiscal consiste no não pagamento do tributo, utilizando-se de práticas ilícitas cometida após a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Entre os métodos usados para evadir tributos estão a omissão de informações, as falsas declarações e a produção de documentos que contenham informa-ções falsas ou distorcidas.

A evasão fiscal está prevista e capitulada na Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo - Lei nº 8.137/1990.

As práticas caracterizadas como evasão fiscal ensejam punições ao infrator, sendo estas práticas apuradas pela fiscalização de cada ente tributante (União, Estados, Distrito Federal e Município).

A fiscalização mineira para apuração das ope-rações ou das prestações realizadas pelo sujeito passivo poderá utilizar quaisquer procedimentos

tecnicamente idôneos, tais como: análise da escrita comercial e fiscal e de documentos fiscais e subsi-diários; levantamento quantitativo de mercadorias; levantamento quantitativo-financeiro; levantamento quantitativo de mercadorias e valores (“quantivalor”); conclusão fiscal; aplicação de índices técnicos de produtividade no processo de industrialização ou relacionados com a prestação de serviço, exame dos elementos de declaração ou de contrato firmado pelo sujeito passivo nos quais conste a existência de mer-cadoria ou serviço suscetíveis de constituírem objeto de operação ou prestação tributáveis; auditoria fiscal de processo produtivo industrial e análise da pertinên-cia do itinerário, distância e tempo extraídos da leitura de registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo (tacógrafo), com a operação ou prestação de serviço constante do respectivo documento fiscal.

É notório que a Escrituração Fiscal Digital está contribuindo para o aperfeiçoamento da fiscalização, em especial no ano de 2017, em que o bloco K come-çará a ser enviado, fecha-se mais um ciclo da evo-lução do cumprimento das obrigações acessórias e, por conseguinte, ajudará na constatação dos crimes tributários praticados pelos maus contribuintes.

O bloco K é o livro de registro de controle de produ-ção e estoque na versão digital, e o seu preenchimento viabilizará que o Fisco obtenha mais informações sobre o processo produtivo das empresas obrigadas ao seu envio.

Isto tudo ilustra como a evolução tecnológica - implementação do Projeto Sped - está contribuindo para a diminuição da evasão fiscal no País e no Estado de Minas Gerais.

(Lei nº 8.137/1990; RICMS-MG/2002, Parte Geral, art. 194)

N

a IOB Perguntas e Respostas

IPI

Simples Nacional - Incentivos fiscais - Utilização - Restrição

1) As empresas optantes pelo Simples Nacional poderão utilizar ou destinar qualquer valor a título de incen-tivo fiscal?

As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional não pode-rão utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal.

Page 24: IOB - ICMS/IPI - Minas Gerais - nº27/2016 - 1ª Sem Julho

27-22 MG Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 27 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Sob esse aspecto, não serão consideradas quaisquer alterações em bases de cálculo, alíquotas e percentuais ou outros fatores que alterem o valor do imposto ou de contribuição apurado na forma do Simples Nacional, estabelecidas pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, exceto as previstas ou autorizadas pela Lei Complementar nº 123/2006.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 24)

Simples Nacional - Restituição de tributo indevido - Critério

2) Empresa optante pelo Simples Nacional, que recolhe indevidamente o IPI, poderá compensar o res-pectivo valor com outros débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)?

A empresa optante pelo Simples Nacional não poderá utilizar o crédito relativo ao valor indevido para compensação de outros débitos, pois só será permi-tida a compensação tão somente de créditos para extinção de débitos junto ao mesmo ente federado e relativos ao mesmo tributo.

Nessa situação, a empresa irá solicitar a resti-tuição de tributos abrangidos pelo Simples Nacional diretamente ao respectivo ente federado, observada sua competência tributária.

O processo de restituição deverá observar as nor-mas estabelecidas na legislação de cada ente federado, observando-se os prazos de decadência e de prescri-ção previstos no Código Tributário Nacional (CTN).

(CTN - Lei nº 5.172/1966; Resolução CGSN nº 94/2011, arts. 117, 118, caput, § 2º, e 119, § 1º, I)

ICMS/MG

ECF - Obrigatoriedade de adoção pelas ME e EPP

3) A microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) que ultrapassar a receita bruta anual igual ou inferior a 120.000,00 está obrigada ao Emissor de Cupom Fiscal (ECF)?

Sim. O estabelecimento enquadrado como ME que ultrapassar o valor de 120.000,00 ficará obrigado ao uso de ECF após 60 dias contados da data que ultrapassar o referido valor.

(RICMS-MG/2002, Anexo VI, art. 8º)

MDF-e - Carga lotação

4) No Estado de Minas Gerais, há obrigatoriedade de emissão do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) para um único CT-e?

Sim. Foi publicado o Ajuste Sinief nº 9/2015 para obrigar a contar a emissão do MDF-e quando for emi-tido um único Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) para acobertar o serviço de transporte de carga lotação.

A carga lotação ocorre quando a carga de um único tomador de serviço ocupar a totalidade do veículo (lotação).

(RICMS-MG/2002, Anexo V, art. 87-B, IV)