hoje macau 5 fev 2013 #2787

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 5 DE FEVEREIRO DE 2013 ANO XII Nº 2787 PUB GONÇALO LOBO PINHEIRO Derrubar a História Associação pretende demolição de edifícios militares O Forte de Coloane e o Clube Militar são edifícios não gratos para a Associação de Ciência Política e Direito de Macau. Em missiva publicada no jornal Ou Mun, um grupo de indivíduos conotado com aquela associação querem a demolição daquilo que consideram ser marcos da “existência colonialista”. A ACPDM apela mesmo a todos os residentes “que amam a pátria” a apoiar a iniciativa. Os signatários dizem ainda que a não demolição dos edifícios pode levar “a que seja cortada a amizade entre China e Portugal”. PÁGINA 5 LEI DE TERRAS DISPENSA DE CONCURSO PÚBLICO ADIA UMA VEZ MAIS APROVAÇÃO DO DIPLOMA PÁGINA 3 PUB LEI DO PATRIMÓNIO Avanço do diploma encrava num conceito complexo PÁGINA 4 TÚNEL DA UMAC Florinda Chan fala de plano B em caso de incidentes PÁGINA 2 CHINA Reeducação pelo trabalho gera forte discussão ÚLTIMA REPORTAGEM Nos meandros do leite em pó CENTRAIS PUB MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 25 HUM 70-95% EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler

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Edição do Hoje Macau de 5 de Fevereiro de 2013 • Ano X • N.º 2787

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Page 1: Hoje Macau 5 FEV 2013 #2787

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • terça-feira 5 de fevereiro de 2013 • Ano Xii • nº 2787

pub

gonçAlo lobo Pinheiro

Derrubar a HistóriaAssociação pretende demolição de edifícios militares

O Forte de Coloane e o Clube Militar são edifícios não gratos para a Associação de Ciência Política e Direito de Macau. Em missiva publicada no jornal Ou Mun, um grupo de indivíduos conotado com aquela associação querem a demolição daquilo que consideram ser marcos da “existência colonialista”. A ACPDM apela mesmo a todos os residentes “que amam a pátria” a apoiar a iniciativa. Os signatários dizem ainda que a não demolição dos edifícios pode levar “a que seja cortada a amizade entre China e Portugal”. página 5

lei de terras

dispensa de concurso público adia uma vez mais

aprovação do diploma página 3

pub

lei do património

Avanço do diploma encrava num conceito complexo

página 4

túnel da umac

Florinda Chan fala de plano B em caso de incidentes

página 2

china

Reeducação pelo trabalho geraforte discussão

última

reportagem

Nos meandrosdo leite em pó

centrais

pub

muito nublado min 18 max 25 hum 70-95% • euro 10.8 baht 0.2 yuan 1.2 VenHAm mAis cinco (séculos)

Ter para ler

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terça-feira 5.2.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A secretária para a Ad-ministração e Justiça assegura que vai estar definido um sistema de

contingência em caso de incidentes no novo túnel que liga o território ao campus da Universidade de Macau (UMAC) na Ilha da Mon-tanha. Quais as medidas concretas, contudo, nem Florinda Chan nem André Cheong, director dos Ser-viços para os Assuntos de Justiça (SAJ), souberam dizer.

A Lei que estabelece as nor-mas para a aplicação do direito da RAEM no novo campus foi ontem aprovada na especialidade pelo hemiciclo, mas não sem antes serem levantadas questões por diversos deputados. O que fazer em caso de situações urgentes ou incidentes no túnel foi o tema que obrigou a mais intervenções, até porque as soluções para eventu-ais calamidades não podem ficar previstas no diploma.

NA sua interpelação de ontem, Chan Meng Kam defendeu o atraso na concessão de projectos de grande envergadura antes da Lei do Planeamento Urbanístico estar concluída. E justificou com o exemplo do novo prédio de 100 metros que

alegadamente estaria a ser pensado para se construir em Coloane, junto à Fortificação Militar Portuguesa. De outro modo, pede que o Governo dê mais informações sobre as obra, incluindo se sobre a altura dos edifícios tendo em conta o património natural. - C.L.

Pedida apresentação de plano de contingência para túnel da UMAC. Lei sem medidas

Tenho, mas não digo

Apelo ao Governo Central sobre o leite em pó foi rejeitado pelos deputados

Democratas levaram chumbo

Em causa está um concurso público sem direito a consórcios

Coutinho pede que CCAC investigue DSPA

OS deputados da ala democrática pediram

ontem uma emissão de voto ao plenário sobre a situação da escassez do leite em pó em Macau. O pedido tinha como destinatário o Governo Central, mas o hemiciclo chumbou a proposta e ainda criticou os colegas Ng Kuok Cheong, Au Kam San e Paul Chan Wai Chi. “Lançamos aqui um apelo ao Governo da China para que tome medi-das efectivas para combater e acabar com a falsificação e a produção de produtos ali-mentares nocivos, com vista a salvaguardar a segurança dos alimentos e a recuperar a confiança do povo chinês nos bens alimentares do nosso país”, pediram os democratas.

O requerimento não caiu bem entre o resto dos

deputados, que dizem não compreender em que situa-ção se encaixa o conteúdo do pedido de Ng Kuok Cheong, Au Kam San e Chan Wai Chi. É que, de acordo com o previsto na lei, os deputados podem propor uma emissão de voto em casos de “con-gratulação, pesar, protesto, saudação, louvor ou cen-sura”. Para os deputados, esta emissão de voto não se encaixa neste âmbito e nem Lau Cheock Vá, presidente da AL, conseguiu tipificar a proposta dos democratas. “Não entendo a intenção da proposta”, queixou-se Ung Choi Kun, apoiado por outros oito deputados. “Passar a questão do leite em pó para nível político é demasiado”, atirou Lam Heong Sang.

Para a maioria dos depu-

tados, o apelo ao Governo Central não é da competên-cia da RAEM, até porque há membros da Assem-bleia Popular Nacional na AL de Macau que podem transmitir os problemas da escassez do leite em pó. “Falar do assunto do leite em pó no hemiciclo é estar a fazer-nos perder tem-po”, acusou Angela Leong. Também Lau Veng Seng se manifestou contra. “Temos tanto trabalho em mãos e ainda vêm apresentar esta proposta, gastar tempo a discuti-la.” Os democratas foram mesmo acusados de estar a apresentar para pro-veito próprio e com outra intenção esta emissão de voto, que acabou chumbada com 23 votos contra e duas abstenções, de Pereira Cou-tinho e Kwan Tsui Hang. - J.F.

Andreia Sofia [email protected]

O deputado José Pereira Coutinho entregou uma

interpelação escrita ao Execu-tivo onde aponta o dedo a um concurso público promovido pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), na área da limpeza e recolha de resíduos. Em causa estará um concurso público com prazos apertados e onde ale-gadamente as empresas foram proibidas de participar sob a forma de consórcio. Perante isto, Coutinho considera que

os serviços deveriam ser in-vestigados pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC). “Analisei as regras do con-curso, e concluí que a DSPA está a prestar um péssimo e duvidoso serviço à região e que deve ser imediatamente investigada pela CCAC.”

E explica porquê. “A DSPA decidiu proibir ex-pressamente a apresentação de consórcios no concurso, sendo injusto para os con-correntes que têm de suportar isoladamente uma eventual implantação na RAEM, e que impede que várias empresas

se juntem e coloquem a sua experiência a esta complexa tarefa pública.”

E fala ainda dos prazos do concurso. “Foi uma grande surpresa que os concorrentes receberam o anuncio do con-curso no dia 26 de Dezembro de 2012, e souberam do prazo para apresentação das propostas termina a 18 de Fevereiro. Restam assim 26 dias para delinear dez anos de recolha de resíduos, e para preparar uma prestação de serviços que vai custar à RAEM a módica quantia de dois biliões de patacas!”

O túnel é a única forma de en-trar e sair do novo campus, sendo que nem de barco, nem através de futuras pontes isso pode ser feito. Então, o que fazer caso o túnel fique bloqueado? “Quero saber que tipo de plano de contingência têm, espero soluções e medidas concretas porque se houver algum problema a população não sabe que mecanismos serão aplicados”, atirou Au Kam San. “Esta proposta de lei não contempla as situações urgentes”, juntou-se José Pereira Coutinho.

Durante a discussão para a aprovação da lei, André Cheong assegurou que “estão a ser feitos diálogos com as autoridades da

China” sobre o que fazer em caso de incidentes e Florinda Chan disse mesmo que o plano de contigência será activado no dia em que o túnel for inaugurado.

À ESpErA dA mãEMacau está, no entanto, dependen-te da China para isto, mesmo que o campus e a ligação até ele sejam da jurisdição da RAEM. “Se houver incidentes, então temos de definir mecanismos de contingência com Guangdong, mas não podemos na lei consagrar esses mecanismos, porque tem de ser a China a fazê--lo”, explicou a secretária para a Administração e Justiça. “Nós já iniciamos o diálogo, mas isso tem

de ser acordado com os serviços congéneres de Guangdong.”

O “diálogo” parece, contudo, não satisfazer os deputados, que se queixam de não saber que tipo

de estratégia irá tomar o Governo em situações de incidentes na única ligação à universidade. Kwan Tsui Hang pediu mesmo um simulacro de possíveis acidentes antes da inauguração do túnel e Paul Chan Wai Chi relembrou o desabamen-to que aconteceu no local o ano passado, ainda na construção. “En-tendo que só depois de ocorrerem acidentes é que se vão iniciar os contactos com as autoridades da China”, reclamou.

A autorização para eventuais soluções tem de vir do lado de lá da fronteira, mas caberá a Macau resolver o problema. Apesar de os deputados terem pedido garantias de que existe já um plano, André Cheong não foi capaz de dar nem a entidade competente nem medidas concretas para o caso. O director dos SAJ voltou a justificar-se com o facto de o novo campus ser “uma novidade” para Macau, afirmando apenas que os deputados “podem ficar descansados, porque o Go-verno não vai deixar de trabalhar e aperfeiçoar os trabalhos”.

Chan Meng Kam defende o atraso na concessão de grandes projectos

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tiago alcântara

tiago alcântara

Mais do MesMo

3políticaterça-feira 5.2.2013 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A dispensa de con-curso público na nova Lei de Terras continua a ser o

problema mais controverso entre os deputados da As-sembleia Legislativa (AL), que começaram a analisar na generalidade a proposta. À excepção de Sio Chi Wai, todos os restantes nove deputados que intervieram na sessão plenária de on-tem se mostraram contra alguns artigos da lei, revista precisamente por não estar de acordo com a realidade actual do território. “A re-visão foi pedida devido a lacunas, como a dispensa do concurso público e o abuso na alteração da finalidade”, reiterou Au Kam San. “La-mentavelmente, e depois de tantos anos de atraso, as lacunas persistem. Estas alterações que fizeram não serão apenas um engano para a população?”

A nova lei prevê que, em caso de interesse público e “de acordo com as polí-

Polémica em torno da Lei de Terras leva a adiamento da aprovação do diploma

Tanto tempo e nada muda

ticas de desenvolvimento do Governo”, possa haver dispensa de concurso públi-co. O deputado democrata compara essa excepção a um remédio que serve para todas as doenças. “Em Macau, as relações são estreitas e muitos membros do Go-verno têm relações estreitas com membros do sector imobiliário. Se a lei fosse mais rigorosa, não haveria margem para manobra.”

Os deputados utilizaram

novamente o escândalo de corrupção Ao Man Long, ex-secretário para as Obras Públicas condenado a prisão por concessões ilegais de terrenos, para acusarem o actual secretário de nada mudar com a lei revista. “Desde o retorno à pátria, que houve problemas com a falta de transparência na concessão de terras”, recor-dou José Pereira Coutinho. “Agora, esta lei revista também prevê a dispensa

de concurso público, o que não é racional nem razoável. Não compreendo como é que esta proposta de lei não vem mais rigorosa.”

populAção SEm inFormAçõES A Pereira Coutinho junta-ram-se outros deputados, com Ho Ion Sang, por exemplo, a referir que a nova lei não tem também um regime concreto para dar informações ao público.

Recorde-se que na consulta pública sobre a Lei de Terras foi pedido pela população a introdução de uma audiência pública antes da dispensa de concurso público. Na lei, nada consta sobre isso, cabendo apenas ao Chefe do Executivo decidir quando pode isto ser feito. “Como é que vamos evitar abuso do poder discricionário do Go-verno?”, indagou Kwan Tsui Hang. “Quem é que define o que é interesse público?”

O conluio e o cliente-lismo são os factores que os deputados evocam para criticar a revisão da lei, que, dizem, continua a colocar todas as decisões na mão do Governo. “A apresenta-ção da lei à AL serve para colmatar lacunas, não para criar uma lei que não altera nada. Lamento que, depois de se ler o novo articulado, não se consiga resolver os problemas”, criticou Paul Chan Wai Chi.

A Lei de Terras deveria ter sido aprovada ontem, mas as muitas dúvidas levaram a que os deputa-dos adiassem mais debate

para hoje. É que Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes, foi questionado sobre a dis-pensa do concurso público e outras lacunas na lei, mas o responsável do Governo utilizou os 30 minutos de antena para voltar a repetir o que já estava escrito na lei. Lau Si Io voltou a frisar que a dispensa se deve ao facto de ser por interesse público, como foi levada a cabo a elaboração da lei e que esta se deve às ne-cessidades da população. O secretário afirma que o poder discricionário é algo preciso e afirmou mesmo discordar das criticas dos deputados, dizendo que “a lei está muito diferente da versão anterior”. Sobre a falta de informações dadas ao público, Lau Si Io des-cartou mais detalhes sobre isso aquando da discussão de outra lei – a do Plane-amento Urbanístico. De novo, o secretário apenas frisa que poderão ser pon-deradas limitações no caso de concessões com dispensa de concursos públicos. A discussão ficou adiada para hoje, com os deputa-dos a não ficarem muito satisfeitos com as poucas explicações de Lau Si Io. A revisão da lei começou a ser feita em 2008. Apenas este ano chegou à AL.

Deputados ouvem explicações de Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas, que se limitou a repetir pormenores já conhecidos da Lei de Terras

au Kam San e ng Kuok cheong

Pereira coutinho

cheang chi Keong

tsui Wai Kwan

chan Meng Kam

Ung choi Kun

Fong chi Keong e Kou Hoi in

lam Heong Sang

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Directores Do iPor e Da aiceP aPresentaDos

terça-feira 5.2.2013

Deputados defendem património natural na lei e intangível em regulamento extra

Conceito complexo

Rita Marques [email protected]

ClarifiCar o conceito é o pri-meiro passo para avançar com a

discussão sobre o diploma de salvaguarda do patri-mónio. Mas torná-lo mais compreensível não significa simplificá-lo, tendo em conta a Convenção da Orga-nização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) - que apresenta um “conceito muito pormenorizado” - e as leis de Portugal e da China, que servem de referência. “Em Portugal, pelo menos o conceito é constituído por oito números mas na pro-posta de lei só é produzido com quatro linhas. Por isso, pedimos ao Governo para ponderar sobre o assunto e encontrar uma forma para melhor aclarar”, explicou ontem Cheang Chi Koeng, presidente da 3.ª Comissão Permanente da assembleia legislativa (al), após a primeira reunião “artigo a artigo” sobre o diploma.

Mas o artigo segundo não foi o único a merecer questionamentos por parte dos deputados que ontem debateram o diploma com o secretário para os assun-tos Sociais e da Cultura, Cheong U, e outros doze funcionários públicos, entre os quais Ung Vai Meng, presidente do insituto Cul-

“Não é segredo nenhum que me vou embora, mas há uns que partem e outros que chegam.” Foi desta forma que Manuel Cansado de Carvalho, o ainda cônsul-geral de Portugal na RAEM, apresentou, na sua residência oficial, as novas caras do Instituto Português do Oriente (IPOR), João Laurentino Neves, e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Maria João Bonifácio. Sem prestarem declarações aos jornalistas, ambos os directores confraternizaram com outras figuras da sociedade, num evento que decorreu no final da tarde de ontem.

O Governo de Macau au-mentou ontem os valores

máximos do rendimento dos agregados familiares para acesso a habitações sociais que o executivo está a cons-truir na cidade.

Um despacho do chefe do Governo publicado em Bole-tim Oficial estabelece que uma pessoa que vive sozinha e que tem um rendimento mensal máximo até 7.820 patacas e um património líquido de 168.920 patacas pode candidatar-se a um apartamento social, atra-vés do arrendamento, o que traduz um aumento de 3,3% face ao tecto estabelecido em Setembro.

Já os agregados de três elementos podem candida-tar-se a uma habitação social

se os rendimentos não forem superiores a 16.970 patacas e o património líquido acima de 325.080 patacas, aumen-tos face ao limites anteriores de, respectivamente, 15,9% e 2,79%.

Um agregado com sete ou mais pessoas pode aufe-rir rendimentos até 23.050 patacas, mais 2,7% do tecto estabelecido em Setembro de 2012, ou ter um património líquido de 497.880 patacas, mais 2,7% do que a margem anterior.

Os novos tectos salariais e de património seguem em linha com o anunciado pelo executivo de Macau para pro-mover o acesso à habitação pública local e combater as dificuldades das famílias mais

carenciadas que enfrentam a subida dos preços do arrenda-mento e das habitações.

Em Setembro de 2012, 6.731 agregados estavam à espera de atribuição de uma casa social e 4.800 agregados eram apoiados pela compar-ticipação social, na qual o Governo gastou cerca de 90 milhões de patacas.

Já desde 2008, altura em que o programa foi lançado, foram gastos 200 milhões de patacas.

O Governo de Macau tem em curso um plano de construção de cerca de 20.000 casas sociais e económicas que deveria estar concluído até ao final do ano, mas parte dessa habitação ainda não foi entregue. - Lusa

Governo de Macau aumenta tectos máximos para acesso a habitação social

À mão de mais gente

tural. O artigo terceiro - que define o património como imóvel, móvel e intangível - também suscitou dúvidas. “Na Convenção [da UNES-CO] é desdobrado apenas em tangível e intangível. O tangível desdobra-se em imóvel e móvel o que é bem mais simples. Temos proposto este instrumento internacional”, revelou o

representante dos deputa-dos da terceira comissão, sem deixar de mencionar uma lacuna neste âmbito. “foi levantada esta questão da razão pela qual não estar aqui integrado o património natural. O Governo prestou esclarecimento, justificou a razão da sua não integração, alegando dificuldades. Va-mos amanhã [hoje] trocar

impressões com o Governo sobre o seu âmbito.” isto porque ontem, em duas horas de reunião, não foi possível avançarem além dos três primeiros artigos, em 103 constantes do di-ploma.

Se excluído ficou o património natural, por excluir está o intangível que, segundo a opinião de

alguns tribunos, deveria ser regulado à parte. “Para alguns países, o património cultural intangível é regula-do autonomamente. (...) Há normas que só se aplicam ao património cultural tangível e não ao intangível por isso, para regular o património cultural intangível há que consolidar as normas e en-riquecê-las. Especialmente, no capítulo 7.º que regula as matérias relativamente ao património imaterial (...) Há opiniões de que as duas matérias devem ser regula-das autonomamente, como se fazem noutros ordena-mentos jurídicos”, avançou Cheang Chi Keong. Mas, aqui, preferiu ressalvar as

vantagens e desvantagens de o fazer. “Se integras-sem tudo numa mesma proposta de lei, isso requer um aperfeiçoamento, que é regulado autonomamente”, revela. Por outro lado, “a sua desintegração não se sabe quantos anos se tem de esperar para que seja elaborada”.

a primeira discussão em 2013, depois da consulta pública sobre o diploma, deu conta de vários “obs-táculos”, que Cheang Chi Keong crê que sejam “um mau sinal no sentido de ser tortuoso o caminho a percorrer, na sua discus-são”. “Se não se registarem progressos, amanhã [hoje] de manhã, muito provavel-mente vamos ter uma reu-nião na quarta-feira, ou seja, três reuniões seguidas para concluir o objecto, conceito e âmbito do património cul-tural antes de irmos de férias pelo ano novo chinês”, in-dica. a vontade em avançar com rapidez os trabalhos de análise do diploma está relacionada com o desejo de deixar aprovada a lei de salvaguarda de património antes do fim da IV legisla-tura da al, ou seja, antes de 17 de agosto. E isso, no entender do presidente da 3.ª Comissão, pode ser possível. “Tudo se começa no primeiro dia da Prima-vera [antes do ano Novo lunar]. É um símbolo de esperança”, ironiza.

www.hojemacau.com.mo4 política

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O Hoje Macau errou na sua notícia da última sexta-

feira sobre as comemorações do ano novo chinês

organizadas pela Direcção dos Serviços de Turismo,

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e

Instituto Cultural. A Parada de Celebração do Ano da

Serpente será organizada no dia 12 e 16 de Fevereiro,

no centro e na zona norte da cidade, respectivamente.

O desfile inclui carros alegóricos que estarão depois

em exposição na Praça do Lago Sai Van e na Praça do

Tap Seac. No sétimo dia do ano novo chinês (dia 16)

haverá ainda um espectáculo de fogo de artifício.

o HoJe MacaU erroU

terça-feira 5.2.2013

Rita Marques [email protected]

a associação de Ciência Política e Direito de Ma-cau (aCPDM) defende que edifícios como a

Fortificação Militar Portuguesa, em Coloane, ou o Clube Militar, na avenida da Praia Grande, são instituições de matriz colonial portuguesa que deviam ir abaixo. a opinião não se versa numa notícia do jornal Ou Mun mas antes numa publicidade, em género de carta, do diário chinês.

No manifesto pode ler-se que “a instalação militar é uma mostra particular de existência de poder colonialista” e que “guardar o posto militar é guardar o símbolo de poder colonialista, o que afecta as pessoas que têm sentimentos pela pátria [China]”. Por essa razão, incitam a que sejam derrubados estes dois edifícios de valor histórico, apelando a que todos os residentes “que amam

iacM não descobriu mercados com carne contrabandeadaO presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Raymond Tam, disse aos jornalistas que o Governo ainda não descobriu nenhum caso de contrabando de carne. Agora os Serviços de Alfândega de Macau estão a reforçar a luta contra o contrabando de carne com a aproximação do Ano Novo Chinês, tendo o dirigente anunciado que os mercados têm um sistema de monitorização para evitar estes incidentes. Raymond Tam reiterou que vender carne sem quarentena, implica que a licença seja cancelada, pelo que “não será boa ideia desafiar a lei”. O presidente do IACM à margem das duas cerimónias de Inauguração da Estátua da Serpente, respectivamente na Ponte Governador Nobre de Carvalho e Parque Municipal de Iao Hon. - C.L.

Ou Mun publicou uma carta da aCPDM que incita a derrubar os edifícios de “poder colonialista”. Ung Vai Meng não dá garantias

Posto militar vai sobreviver?que, na apresentação do plano da construção, o proprietário terá de entregar a avaliação ambiental além de que, o projecto deverá correspon-der aos critérios definidos sobre a matéria em vigor no território.

Ontem, à margem da reunião sobre a lei de Salvaguarda do Patri-mónio, o presidente do instituto Cul-tural (iC) preferiu não dar garantias aos cidadãos, optando por respostas evasivas. “Os cidadãos já aumenta-ram a sua consciência da protecção do património, o que produz efeitos ao nível da protecção”, respondeu Ung Vai Meng, sem revelar se o edifício será alvo de protecção e/

ou preservação. E disse ainda que a sociedade de Macau deve compor-tar opiniões diferentes, já que é um lugar multicultural. “Macau tornou--se uma cidade com vários lugares culturais, incluindo a fortaleza do Monte, o Palácio do Governo e vá-rios outros exemplos. É o resultado de uma cidade multicultural.”

a aCPDM, associação que divulgou o manifesto cujo título é “instalações militares com um forte poder colonial devem ser removidos” também nas redes sociais, é presidida por Ho Wai Tin, também dirigente da associação de Ecologia de Macau. - *com Cecília Lin

aS instalações de água reciclada já estão montadas em Seac Pai

Van. O edifício Koi Nga, no em-preendimento de habitação pública em Coloane, serviu de modelo para mostrar as novas tubagens, de cor roxa bem distinta do abastecimento canalizado. Os novos inquilinos ainda não se mudaram para as suas casas e quando o fizerem, este ano, ainda não vão poder fazer uso da água reciclada para uso sanitário e irrigação mas, se tudo correr bem, em dois anos isso será possível. No entanto, para já, o concurso público para a adjudicação do novo centro de tratamento de água reciclada, junto à ETar de Coloane, ainda não

tem previsão para ser lançado. Mas, segundo a Chefe da Divisão de infra--Estruturas e Combate à Poluição da Capitania dos Portos, não será feito até Dezembro. “Está na fase de ela-boração legislativa. Mas pensamos que ainda não deve ser lançado este ano”, revela Tong iok Peng, no dia em que mostrou o sistema de ligações de fornecimento de água no novo con-domínio, indicando que há mais se-gurança nas ligações dos canos para que não haja erros de ligação, sendo utilizados equipamentos novos com mais aderência. “O abastecimento [previsto para 2015] vai representar cerca de 30% do nosso dia-a-dia”, adianta ainda.

Mas o “Plano de Desenvol-vimento da Água reciclada em Macau (2013-2022)” espera ainda conseguir outras metas a longo prazo. “a dez anos queremos atin-gir a meta de 10% do uso de água reciclada”, explica a responsável. isto porque se prevê outra estação de tratamento de água reciclada em Macau, na zona a dos novos aterros, que deverá fornecer água à ilha Verde, à península de Macau, à Taipa, Cotai e cinco novos aterros. No entanto, tal só será possível, na fase final do plano, ou seja, entre 2012 e 2022. O investimento inicial para a instalação das estações será de cerca de seis mil milhões de patacas.

Quanto às tarifas, espera-se que sejam inferiores às da água canalizada potável: 3,69 patacas por metro cúbico face às 4,39 que hoje pagam os consumidores. “a tarifa vai ser 85% de água canalizada, ou seja, 15% mais barato. Está agora na fase de re-colha de opiniões”, avança Tong iok Peng, membro do Grupo de Trabalho para a Construção de uma Sociedade Economizadora de Água do Governo da raEM. a consulta pública sobre o rumo do desenvolvimento da água re-ciclada na próxima década está, de resto, a decorrer até 28 de fevereiro. – R.M.R.

Água reciclada vai representar 30% do consumo doméstico depois de 2015

Concurso público para estação ainda não é este ano

Cecília [email protected]

O presidente do conselho de administração da

fundação Macau (fM), Wu Zhiliang, disse ao canal chi-nês da rádio Macau que o aumento de propinas de que vão ser alvo os alunos da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) nada tem a ver com o financiamento dado pela fM a esta institui-

ção de ensino. “O aumento das propinas não tem necessa-riamente uma ligação”, disse, sem confirmar se a FM vai ou não aumentar o financiamento à universidade, que o ano passado atingiu a fasquia das 100 milhões de patacas. “O financiamento é concedido a pensar essencialmente nas necessidades de investigação da universidade, ensino e na melhoria das próprias instala-ções”, acrescentou. recorde-

-se que a fundação da MUST garantiu que os alunos locais iriam receber apoio financeiro para colmatar este aumento de propinas, e de imediato os deputados acusaram o au-mento de ser uma razão para a universidade receber mais dinheiro da fM.

ainda à rádio Macau, Wu Zhiliang disse que a educa-ção é um investimento. “as propinas das universidades públicas ou privadas são

insuficientes para, por si só, cobrir os custos da educação. apoiar a educação é uma das responsabilidades da fM.” O ano passado, esta entidade de cariz politico, que recebe fun-dos do jogo, recebeu mais de mil pedidos de financiamento, tendo dado apoio a 900 asso-ciações ou outras entidades. No total, o financiamento foi de 1,5 mil milhões, com a educação a representar a maior proporção.

Wu Zhiliang não confirmou se financiamento à MUST vai aumentar

Dinheiro e propinas “sem ligação”

a pátria” apoiem esta iniciativa. “Conhecer a história é importante, mas não se pode deixar que os jovens vejam assim a história, é previsível que terá um efeito oposto, levando a que seja cortada a amizade entre a China e Portugal”, lê-se ainda.

a carta publicitada vem no se-guimento da oposição manifestada por moradores e deputados, na semana passada, sobre a possível construção de um edifício de 100 metros na zona do forte, construído em 1930, que tape a vista sobre o alto de Coloane e negligencie a conservação do edifício colonial. No entanto, lau Si io garantiu na

última sexta-feira que, “até agora, as autoridades só aprovaram uma licença de reparação de tapume no terreno da Estrada do Campo, em Coloane, e não receberam qualquer projecto de desenvolvimento da parte do proprietário do terreno privado.” lau Si io adiantou ainda

www.hojemacau.com.mo 5sociedade

Page 6: Hoje Macau 5 FEV 2013 #2787

terça-feira 5.2.2013nacional6 www.hojemacau.com.mo

NuNca a pobre-za opressiva foi posta sob tantos holofotes. Pelo

menos é assim que os 600 produtores de milho de uma aldeia montanhosa remota do norte da china estão a sentir-se desde que, há semanas atrás, o novo líder do país, Xi Jinping, apareceu e expôs as suas carências.

acompanhado de diri-gentes partidários e fotógra-fos, Xi entrou nas modestas casas rurais, afagou crianças sujas e mordiscou uma ba-tata assada numa fogueira oferecida por Tang Rongbin. “Foi como se tivéssemos conhecido Mao”, disse o ainda incrédulo Tang, 69 anos, que divide uma cama com cinco parentes.

a visita a esta aldeia da província de Hebei, transmitida a nível nacional pela televisão, serviu para salientar a preocupação de Xi com a pobreza rural, mas foi também um importante manifesto de propaganda para transmitir a imagem do novo líder como um solidário homem do povo. “Quero mostrar como é a vida rural”, disse Xi a certa altura, enquanto a câmara mostrava os detalhes da po-breza da família Tang: uma única lâmpada eléctrica, um velho tecto de palha, panelas escuras e pilhas de detritos.

Desde a visita de Xi, não param de aparecer mantas, dinheiro e promessas de ajuda governamental. as au-toridades ofereceram a cada lar o equivalente a cerca de

Taiwan muda de primeiro-ministro e de GovernoO primeiro-ministro de Taiwan, Sean Chen, e toda a sua equipa deixarão os seus postos no dia 7 de Fevereiro, data em que o novo chefe do Executivo e actual vice-primeiro-ministro, Jiang Yi-huah, assumirá o cargo e começará a nomear os novos ministros, informou ontem o Governo local. A renúncia de Chen, por motivos de saúde, não vai representar qualquer mudança na orientação política do Governo, que continuará a ser controlado pelo partido Kuomintang, que dispõe da Presidência, na pessoa de Ma Ying-jeou, e de maioria absoluta no Parlamento. Entre os desafios que o novo Governo taiwanês enfrentará estão a melhoria da situação económica, os sempre complicados laços com a China, a disputa de soberania com a China e o Japão pelas ilhas Diaoyou e o conflito do mar da China Meridional com a China e países do Sudeste Asiático.

Pobreza rural atrai atenção do Governo chinês

Xi Jinping solidário com povo carenciado

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PARENTS ARE WELCOME TO ATTEND APARENTS’ INFORMATION MEETING FOR ENROLING K1 PUPILS

ATM A C A U A N G L I C A N C O L L E G E

AV. PADRE TOMÁS PEREIRA, NO. 109-117, TAIPA, MACAUTHIRD FLOOR, SCHOOL HALL

ONTHURSDAY, FEBRUARY 21st 2013, 7:30 P.M.

* Four new K1 classes commence in September 2013.* 100 places will be offered to new K1 pupils aged 3, in 4 classes of 25. * English and Putonghua are the main languages of instruction. * Assessment Day, March 2nd 2013, from 9:00 a.m. (Details to follow).* Creative, child centred learning teaching styles.

1.250 patacas, um frasco de óleo de cozinha e um saco de arroz, produto precioso num lugar onde bolos e papas de milho costumam ser o prato principal.

um empresário do nor-deste chinês ficou tão tocado

com a situação que guiou cerca de 800 km com dinhei-ro e o carro cheio de televi-sões plasma. Funcionários públicos caiaram as paredes de pedra da aldeia. Depois vieram investigadores do Governo, que foram instruí-

dos para resolver a intratável pobreza de Luotuowan.

Mas ainda não se sabe se haverá um impacto du-radouro da visita de Xi, que foi recentemente nomeado secretário do Partido co-munista e que deve tornar-

-se presidente do país em Março. O rendimento ‘per capita’ na localidade, de cerca de 1.250 patacas por ano, é menos de metade do limite oficial da pobreza e uma diminuta fracção do rendimento médio urbano, que atinge cerca de 32 mil patacas. a maioria dos jo-vens foi-se embora há muito tempo na busca de empregos em cidades distantes.

O desafio de melhorar lugarejos pobres como Luo-tuowan é assombroso para o Partido comunista, que prometeu combater uma desigualdade de rendimen-tos que, segundo alguns especialistas, ameaça a esta-bilidade social e talvez até o poder do partido. Embora as estatísticas oficiais divulga-das em Janeiro sugiram que a disparidade de rendimentos diminuiu, analistas externos consideram que na realidade se agravou, fazendo da chi-na uma das sociedades mais desiguais do mundo.

No interior chinês, onde vive metade da população nacional de 1,3 mil milhões de habitantes, o rendimento médio não chega a um ter-ço do rendimento urbano. Durante o 18.° congresso do Partido comunista, em Novembro, os líderes chi-neses prometeram duplicar o rendimento per capita até 2020. “a tarefa mais árdua e pesada que a china enfrenta para completar a construção de uma sociedade modera-damente próspera está nas áreas rurais, especialmente em regiões assoladas pela

pobreza”, disse Xi durante a visita a Luotuowan, que fica a cerca de 290 km de Pequim.

Tang parece conven-cido de que a visita de Xi irá melhorar drasticamente a vida da aldeia. “Temos que acreditar que algo de bom virá disto”, afirmou. Questionado sobre o que o Governo tinha feito antes da vinda de Xi, fez uma pausa e balançou a cabeça. “Não muito”, disse.

como parte da campanha anti-pobreza anunciada dias depois da visita de Xi, auto-ridades provinciais devem destinar no próximo ano cer-ca de 300 milhões de patacas adicionais a Luotuowan e a outras aldeias no condado de Fuping. Mas, perante a desenfreada corrupção na china, não se sabe quanto chegará efectivamente aos necessitados.

Tang e a sua mulher, Gu Baoqing, disseram que Xi os questionou sobre as suas dificuldades, inclusive indagando detalhes dos seus problemas cardíacos e circu-latórios. um médico chegou de Pequim dias depois e levou-o para um hospital na capital. Tang voltou com um frasco de remédios. O medicamento custa quase o mesmo do que ele ganha num ano. Mas a alegria de Tang estava ensombrada. Os comprimidos gratuitos vão durar apenas um mês. Questionado sobre o que fará depois, pareceu perplexo. “Acho que vou ficar sem medicamentos...”

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terça-feira 5.2.2013 www.hojemacau.com.mo 7região

Família chinesa usa cobra de 4,5 metros como ‘ama’ para o filhoUma família de Dongguan, na província chinesa de Guangdong, encontrou uma ama diferente para o filho de 13 anos. O rapaz passa as tardes com sua “inseparável” cobra piton, que mede mais de 4,5m. Chan Liu comprou o réptil seis anos antes do nascimento do filho e, desde pequeno que o menino costumava aconchegar-se no corpo do animal de sangue-frio em dias de muito calor. De acordo com o site “Orange”, o chinês afirmou que o pequeno Azhe Liu habituou-se à piton de quase 100Kg, e que eles são muito amigos. “Vimos que a cobra não o ia magoar deixamo-los sozinhos. Eles são inseparáveis”, contou o homem. A família afirma que começou a deixar a cobra com o filho como uma espécie de “ama” quando os pais saem. “Não me parece que os ladrões se metam com ela”, brincou o homem. Já Azhe diz que se diverte bastante com o animal, e que deseja ser zoólogo. “Ela é muito cuidadosa e nunca me aperta com muita força”, contou o rapaz.

Chineses entram em águas territoriais japonesas junto a ilhas disputadasDois navios chineses entraram ontem em águas territoriais do Japão em torno do disputado arquipélago das Diaoyu, informou a guarda costeira nipónica. Os navios patrulha alcançaram as águas em torno das ilhas Diaoyu pouco depois das 09h30 locais, indicou a guarda costeira japonesa, citada pelas agências internacionais. Pequim tem enviado barcos para a área com frequência desde que o Japão nacionalizou, em Setembro, algumas das ilhas, num movimento que agravou o clima de tensão e gerou um conflito diplomático e uma onda de protestos em toda a China. O arquipélago das Diaoyu, situado no Mar da China Oriental e administrado, de facto, por Tóquio, tem sido cenário, ao longo dos últimos meses, de uma série de ‘encontros’ entre os navios patrulha chineses, japoneses e taiwaneses, os quais também reclamam a soberania das ilhas.

Utilizadores da China Telecom ultrapassarão 200 milhões em 2013 Segundo estimativas da China Telecom, em 2013, os seus utilizadores devem ultrapassar a marca dos 200 milhões. As três maiores operadoras de telefonia celular da China (China Telecom, China Mobile e China Unicom) divulgaram os dados sobre os seus utilizadores em 2012. Entre eles, a China Telecom foi a que ganhou maior número de clientes na utilização da tecnologia. O 3G é o serviço de rede móvel de terceira geração e que consegue transmitir uma grande quantidade de dados, permitindo o uso de e-mail, internet e mensagens.

DEzENas de milhares de cambodjanos saíram

ontem para as ruas de Phnom Penh para o último adeus ao antigo rei e pai da indepen-dência, Norodom sihanouk, cujos restos mortais foram ontem cremados perto do Palácio Real.

Vestidos de branco e pre-to, os participantes, alguns dos quais com fotografias do antigo rei queimaram incenso e colocaram velas e coroas de flores no local da cremação de sihanouk, que morreu a 15 de Outubro na sequência de um ataque cardíaco num hospital em Pequim.

as cinzas foram lançadas

numa zona de confluência de três rios na capital, mas parte delas foram conservadas numa urna no Palácio.

Os rituais fúnebres no cambodja são budistas, ainda que com elementos de origem hindu.

Na sexta-feira, uma mul-tidão acompanhou o cortejo fúnebre, no qual participaram monges budistas e em que esteve presente o primeiro--ministro, Hun sem, bem como a viúva do monarca, Monique, e o actual rei, No-rodom sihamoni.

sihanouk, que morreu quando estava prestes a completar 90 anos, foi uma

figura chave durante um dos períodos mais conturbados da história do cambodja.

Foi coroado pela primeira vez em 1941, quando ainda não tinha feito 19 anos, e do trono conduziu o cambodja até à independência da Fran-ça, em 1953.

Dois anos mais tarde, abdicou para se dedicar à política e chegou a primeiro--ministro e a chefe de Estado, ainda que com o título de príncipe e não de rei.

Em 1970, foi deposto na sequência de um golpe de Estado apoiado pelos Estados unidos e sihanouk aliou-se com os khemers

vermelhos, mas foi coloca-do sob prisão domiciliária quando os revolucionários de Pol Pot chegaram ao poder em 1975.

Depois da invasão vietna-mita e expulsão dos khemers vermelhos quatro anos mais tarde, sihanouk viveu exila-do na coreia do Norte e na china até ser proclamado novamente rei em 1993.

Em 2004, abdicou a fa-vor do seu filho, Norodom Sihamoni, e fixou residência oficial na cidade de Siem Reap, no noroeste do país, mas viajava com regularida-de para Pequim para receber assistência médica.

Seul e Washington iniciam exercício naval em clima de tensãoA Coreia do Sul e os Estados Unidos iniciaram ontem um exercício militar conjunto no Mar do Leste, numa altura de “forte tensão” face ao anúncio da Coreia do Norte de um novo ensaio nuclear, disse um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul, à Efe. A manobra, que se destina a “coordenar as forças navais dos dois aliados perante uma eventual provocação da Coreia do Norte”, não está relacionada, contudo, com o possível ensaio nuclear do país vizinho, dado que “estava programada há um ano”, assegurou o mesmo porta-voz. Em todo o caso, indicou a mesma fonte, a península coreana vive um momento de “alta tensão” desde que o regime liderado por Kim Jong-un anunciou, há duas semanas, que, em breve, realizará um terceiro ensaio nuclear “de maior nível” que os dois anteriores, levados a cabo em 2006 e 2009.

Milhares de pessoas no último adeus ao antigo rei do Cambodja Sihanouk

Pai da independência

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TIAG

O AL

CÂNT

ARA

terça-feira 5.2.2013www.hojemacau.com.mo8 reportagem

Andreia Sofia [email protected]

Cecília Lincecí[email protected]

O dia estava a chegar ao fim e já 18 famílias tinham passado nas instalações da Wellcarte

Equipamentos Médicos, uma das muitas empresas fornecedoras de leite em pó para bebés, situada junto ao Consulado de Portugal. Já nas instalações da IDS Limitada, situada na torre Aia, não só não se encontravam pais em busca de alimento para os seus filhos, como durante o dia só tinham ido dois casais procurar leite em pó.

Foi este o ponto de situação em duas empresas fornecedoras visitadas pelo Hoje Macau, no primeiro dia em que arrancou o Plano Provisório de Apoio às Mães e Bebés, promovido pelo Executivo depois da vaga de criticas e receios sentidos pelos pais pela falta de leite em pó nas prateleiras das farmácias e supermercados. O plano vai durar um mês.

Segundo uma nota oficial dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), do total de 2443 pessoas inscritas no plano, 96 tinham le-vantado as cinco latas de leite em pó até às 18 horas, tendo adquirido um total de 400 latas. Segundo a entidade, não houve filas nos sete pontos de aquisição e cada famí-lia inscrita conseguiu comprar as latas suficientes para alimentar os seus filhos.

Ao Hoje Macau, Chan Kun Hang, da Well Carte Equipamentos Médicos, confirmou o cenário tra-çado pelos SSM. “A maioria com-prou cinco latas, mas como muitos ainda tinham latas em casa, houve pessoas que só compraram uma ou

Até ao final da tarde de ontem, 96 famílias já tinham levantado as suas embalagens

Operação leite em pó: sem filas e com quantidades suficientes

duas. Preparámos o número de latas segundo o os números disponíveis pelos SSM, a oferta é suficiente. Não sei o número de pessoas pode vir a aumentar ou não, mas hoje não houve muitas pessoas, nem sequer houve filas.”

O fOrneCimentOnA zOnA nOrteNo total, sete marcas de leite em pó vão estar representadas por um fornecedor. Na avenida de Artur Tamagnini Barbosa, a marca Abbott chegou de forma correcta às mãos de quem precisa. “Tenho uma oferta de produto superior ao registado, que está no armazém. Temos de entregar um relatório diário aos SSM sobre o número de pessoas que compraram leite em pó. Os pais compram todo o leite em pó de que precisam a cada duas semanas, e se o cartão dado pelo Governo ficar cheio, então significa que todo o produto adquirido dá para um ano”, disse o responsável pelo estabelecimento ao canal chinês da Rádio Macau.

Por sua vez, a senhora Sek tentou ser o mais rápida possível na compra do leite em pó, vendido a preços de fornecedor, mostrando-se “preocu-pada com a escassez”. Já o senhor Lau disse que antes “teve de procurar o leite em pó em todas as farmácias”, tendo-se sentido “cansado”, porque “o que tinha em casa só dava para alguns dias”. Daí ter comprado todas as latas a que tinha direito no primeiro dia do plano.

No geral, os pais entrevistados pelo canal chinês da Rádio Macau consideraram que o plano criado pelo Executivo consegue trazer mais facilidades a quem reside em Macau, porque “não precisam de procurar o leite em pó em mais de dez far-mácias”. Na sua opinião, o facto de existirem postos específicos para a

No dia em que arrancou o plano do Governo de fornecimento de leite em pó para residentes tudo correu como o previsto: os fornecedores não tiveram de lidar com filas nas suas instalações e as famílias conseguiram, sem sobressaltos, levar as cinco latas mediante apresentação do BIR. Um fornecedor garante que a oferta para a população é suficiente

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9terça-feira 5.2.2013 www.hojemacau.com.mo reportagem

Até ao final da tarde de ontem, 96 famílias já tinham levantado as suas embalagens

Operação leite em pó: sem filas e com quantidades suficientesNo dia em que arrancou o plano do Governo de fornecimento de leite em pó para residentes tudo correu como o previsto: os fornecedores não tiveram de lidar com filas nas suas instalações e as famílias conseguiram, sem sobressaltos, levar as cinco latas mediante apresentação do BIR. Um fornecedor garante que a oferta para a população é suficiente

aquisição do produto transmite-lhes “confiança”.

O Leite COmO pOntO pOLítiCOOs primeiros sinais de algo de mal se estava a passar no fornecimento de leite em pó surgiram no inicio do ano, quando várias reportagens deram conta do facto de muitos residentes da China virem de propósito a Macau só para adquirirem leite em pó, um produto que, no continente, não é alvo de muita confiança por parte dos pais.

A 22 de Janeiro, Chui Sai On deslocou-se a Pequim e o assunto acabou por entrar na agenda politica, tendo o Chefe do Executivo garantido que o leite em pó não ia faltar aos bebés de Macau. “De facto, verifica-se uma escassez no mercado de algumas marcas de leite em pó, porque nos hospitais de Macau, quando nasce um bebé, o hospital fornece uma determinada marca aos pais. Quando o bebé sai do hospital, os pais acham que é melhor não trocar de marca”, tendo garantido que ia “tentar estudar a questão para resolver o problema, porque o mais importante é garantir que os bebés têm leite”.

O programa de contingência che-garia semanas depois, estando agora em prática. Os restantes fornecedores com os quais a Rádio Macau falou garantem que os pais podem “estar à vontade” porque há leite em pó para todos. Lau Kim Tak, um fornecedor, garantiu que, para além do relatório diário que têm de entregar aos SSM, a própria entidade governamental tem funcionários destacados para garantir que tudo corre bem, e que a informação chega bem ao seu destino.

Lam Tin Fu garantiu que, da sua parte, tem vindo a intensificar os pre-parativos iniciais para o fornecimen-to, com uma oferta que é “suficiente até ao final do mês”, sendo, contudo, superior em 10% face a igual período do ano passado.

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terça-feira 5.2.2013vida10

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Selo internacional – atribuído em 2010 mas suspenso há um ano – permite acrescentar valor aos produtos, sobretudo no mercado externo

Sardinha portuguesa recupera rótulo de sustentabilidadeOS próximos lotes de

sardinhas em lata que saírem da indústria conserveira nacional

voltarão a ter um selo a indicar que se trata de um produto sus-tentável.

A pesca de cerco da espécie em Portugal recuperou um cer-tificado de sustentabilidade que tinha obtido há três anos, mas que fora suspenso no ano passado.

A certificação foi inicialmente atribuída em Janeiro de 2010 pela organização Marine Stewardship Council (MSC), que mantém um programa internacional de rotulagem da pesca sustentável.

A ideia partira da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (AnopCerco), com o objectivo de valorizar o seu produto e tentar

SE tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a

comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes. A Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gra-mas de sal – para reduzir os níveis de tensão arterial e as doenças cardiovasculares.

Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para as crianças com mais de dois anos de idade, para que as doenças relacionadas com a ali-mentação não se tornem crónicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio, devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e as necessidades energéticas.

Pela primeira vez, as indicações abrangem as crianças com mais de dois anos

OMS recomenda menos de cinco gramas de sal

Sonda “Curiosity” avançará nos próximos diasSeis meses depois de chegar ao planeta Marte, a sonda “Curiosity” procederá pela primeira vez à perfuração do solo. A operação irá decorrer nos próximos dias, segundo explicou à Lusa a gestora da missão da NASA, Jennifer Trosper. O robô vai recolher um pedaço do interior de uma rocha, que deverá fornecer uma amostra livre de qualquer alteração provocada pelo clima ou pela radiação. “Com sorte conseguiremos recolher seis porções para entregar aos instrumentos de análise”, precisou a especialista. Recorde-se que o objectivo principal da “Curiosity” é encontrar vestígios que indiquem a existência de vida em Marte.

chegar a novos mercados. “Foi muito interessante porque foram os pescadores que se juntaram”, comenta Gonçalo Carvalho, pre-sidente da organização Associa-ção de Ciências Marinhas e Coo-peração (Sciaena) e coordenador da Plataforma de Organizações Não Governamentais Portugue-sas sobre a Pesca (PONG-Pesca). “E não é fácil juntar os produ-

tores desde Olhão até Viana de Castelo. Mas eles conseguiram e concordaram, geriram fundos comuns, candidataram-se e agora administram esta certificação.”

A recente diminuição dos stocks de sardinha tinha levado o MSC a suspender a certi-ficação, em Janeiro de 2012. Depois disso, “tiveram de ser implementadas medidas mais

drásticas”, segundo Alexandra Silva, investigadora auxiliar e responsável pela avaliação da sardinha no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

As medidas passaram por um plano de gestão que prevê a recuperação do stock até 2015. O Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Orde-namento do Território decretou em 2012, de forma excepcional, um período de defeso de 45 dias a cumprir de forma faseada nas três regiões do país. Foi também imposto aos pescadores um limite anual de pesca de 36 mil tonela-das, dividido pelos dois semestres de forma diferente: no período entre Janeiro e Maio apenas nove mil puderam ser descarregadas e no segundo semestre o limite foi de 27 mil toneladas de sardinha.

Além do sódio, as recomendações incluem o potássio, cujos valores diários devem ser de, pelo menos, 3,51 gramas. Uma pessoa com níveis de sódio elevados e de potássio baixos corre riscos cardio-vasculares, aumentando a tensão arterial e a possibili-dade de doenças cardíacas e tromboses, sublinha a OMS. “Actualmente, a maioria das pessoas conso-me sódio a mais e potássio a menos”, refere ainda a OMS, citada pela agência Reuters.

Além do sal (ou cloreto de sódio) que adicionamos à comida, há que ter em atenção que os próprios alimentos já têm sódio. Por exemplo, por cada 100 gramas, o leite tem 50 mi-ligramas de sódio, os ovos 80 e o pão 250.

Já o potássio encontra--se em alimentos como o feijão e as ervilhas (1300 miligramas por cada 100 gramas), em vegetais como os espinafres e as couves (550 miligramas) e em fru-tas como as bananas (300 miligramas).

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terça-feira 5.2.2013 11www.hojemacau.com.mo cultura

www. iacm.gov.mo

Instruções a observar no transporte de flores para o Ano NovoLunar na entrada da Fronteira

1. Os cidadãos poderão transportar, de 6 de Fevereiro a 9 de Fevereiro de 2013 (26° a 29° dias da 12ª lua do calendário chinês), flores para o Ano Novo Lunar, estando, contudo, sujeitas a inspecção na entrada da Fronteira;

2. O Posto Provisório para a Inspecção Fitossanitária apenas estará disponível nas “Portas do Cerco”;

3. O horário temporário de Inspecção Fitossanitária vigorará apenas no período atrás referido, entre as 09:00 e as 22:00 horas;

4. As plantas importadas devem destinar-se somente ao uso pessoal e obedecer ao peso regulamentado:

a) Cada pessoa poderá transportar, por dia, até 5 kg de plantas;

b) Cada pessoa pode transportar, por dia, um vaso de plantas com raízes fixas;

c) Ou vasos pequenos com peso total não superior a 5 kg;

d) Ou flores com raízes cortadas com peso total não superior a 5 kg, mas cada espécie não pode ter um peso superior a 1 kg;

5. Os cidadãos que transportem plantas através da fronteira devem apresentar a respectiva factura com carimbo e assinatura do vendedor e com informações relativas à designação do local de cultura/aquisição da planta, endereço e telefone de contacto do local, tipo e quantidade da espécie, com vista a facilitar a inspecção fitossanitária a realizar pelos agentes deste Instituto. Caso se trate de espécies controladas pela “Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção” (CITES), será exigido ainda o certificado de autorização prévia de importação, emitido pela Direcção dos Serviços de Economia da RAEM; havendo isenção de visto para transporte para pequenas quantidades de orquídeas artificialmente cultivadas, de acordo com o Aviso Nº2/2008/DGCE, da Direcção dos Serviços de Economia;

6. Plantas sem raízes, e.g. flores de raízes cortadas, com peso total não superior a 1 kg, estão isentas de inspecção;

7. As plantas aquáticas, como narcisos, jacintos, etc. são consideradas plantas sem raízes;

8. Plantas, que não estejam de acordo com o atrás referido, serão apreendidas por este Instituto;

9. Caso as pessoas pretendam reaver as plantas apreendidas, necessitam de tratar das formalidades oficiais de pedido de licença para importação.

Aos 04 de Fevereiro de 2013.

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais

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A melhor maneira de en-tender “Bissauians in China”, livro do fotógra-fo português José João

Silva, 40, é começar pela mentira. Entre Março e Agosto de 2011,

o fotógrafo português retratou a vida de dezenas de homens e mulheres da Guiné-Bissau, sem distinção social, vivendo na peri-feria ou imersos na vida cultural de Guangzhou, na China.

Concebido para ser aprecia-do como um registo documen-tal da vida desses imigrantes, “Bissauians in China” é, na verdade, uma narrativa de ficção. Os personagens fotografados “actuam”como se estivessem em território chinês.

Durante quatro meses, João Sil-va e Patrícia Guerreiro, directora de arte, trabalharam na pré-produção da obra, construindo personagens e recolhendo objectos em Lisboa que pudessem ser aplicados aos habitantes locais. “Todos aceita-

A exposição de Joana Vasconcelos, realizada

em 2012, no Palácio de Versalhes, lidera o top das cinco mais visitadas em Paris, nos últimos cinquenta anos, com 1,6 milhões de entradas, segundo o jornal Le Figaro.

De acordo com um ar-tigo publicado esta semana na edição online do jornal, intitulado “La Folie des Expos” (A Loucura das

Fotógrafo português cria narrativasficcionais de imigrantes africanos na China

A verdade da mentira

Mostra da artista portuguesa foi a maisvista em Paris desde 1960

Joana Vasconcelosde luxoExposições, em tradução livre), a mostra da artista portuguesa lidera o top das cinco exposições mais visitadas desde 1960.

Nessa lista, a mostra de Joana Vasconcelos surge com 1,6 milhões de visitan-tes, seguida da exposição sobre o faraó Tutankamon, realizada no Petit Palais, em 1967, com 1,2 milhões de visitantes, antes da mostra da Colecção Barnes no

foram construídas por empresas chinesas, o que facilitou o trabalho de ambientação dos registos, já que as marcas e inscrições orientais ficaram nos edifícios depois de inaugurados.

Para compensar lacunas ce-nográficas, os elementos levados pelos artistas davam conta do recado. “Existe um retrato em que uma menina usa uma t-shirt com um ideograma chinês, que significa ‘mentira’”, diverte-se o fotógrafo. É uma brincadeira sofisticada.

Todos os objectos produzidos também estão registados no livro, que ainda contém um diário do projecto e um texto de Raquel Monteiro, portuguesa que vive na Guiné-Bissau há três anos e que relata a sua adaptação ao país.

O livro, que já foi lançado em Portugal, nos EUA e no Japão, chegou ao Brasil esta semana.

A vontade de o lançar na Guiné-Bissau, confessa o fotógra-fo, é grande, tal como a intenção

ram facilmente a ideia, por mais absurda que fosse. Se fizesse o mesmo em Lisboa, perderia muito tempo a responder à razão de tudo aquilo. Essa foi uma questão que nunca foi posta lá”, diz o fotógrafo, que conseguiu colocar em prática todo o projecto em apenas dez dias, em África.

Organizado como fichas de testes de actores e namorando com a realidade, as fotos divertem pela insanidade das descrições propostas pelo autor. Existe Tânia Pereira, uma cantora que atingiu grande sucesso em 2010 interpretando músicas de Sade na China.

Ou Pu Cau, realizador chinês que actualmente trabalha numa releitura de “Blade Runner”. E, ainda, Clara Nidji, futura aluna de uma escola de enfermagem, fotografada em frente a um pré-dio com gigantescos caracteres chineses.

Muitas obras na Guiné-Bissau

de refazer, em África, o mesmo “Blade Runner” de um dos per-sonagens do livro. “Utilizando o som original, mas na Nigéria e no Níger”, diz.

Combinando aspectos verosí-

meis e outros irreais, a obra cria um interessante jogo de cenas na cabe-ça do leitor, onde a realidade nem sempre é formada pela verdade, e as histórias mentirosas carregam grande carga de veracidade.

Museu D’Orsay, em 1993, em terceiro lugar, com 1,15 milhões.

Em quarto lugar está a exposição dedicada ao pin-tor Claude Monet, no Grand Pallais, em 2011, com cerca de 913 mil visitantes e, em quinto lugar, a mostra dedicada a Dali, realizada no Centro Georges Pompi-dou, em 1979, com 840 mil visitantes.

No artigo de Le Figaro, destaca-se que, no espaço de seis anos, as exposições realizadas em Paris mais do que duplicaram.

De acordo com o jornal, tem-se vindo a verificar, por parte do público, uma gran-de procura de exposições monográficas dos grandes nomes da arte, como Ma-tisse, Dali e Hopper, sendo que a arte contemporânea e a fotografia são outros dos interesses crescentes do público.

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terça-feira 5.2.2013desporto12

Macau continua a ser hipótese para Pacquiao

Manny para vingar Márquez?Marco [email protected]

Seria o combate do ano e Macau estava bem perfilado para o acolher. O quinto frente-a-frente entre Manny

Pacquiao e Juan Manuel Márquez teve como destino quase certo os ringues do território até ao fim da tarde do último domingo, quando o pugilista mexicano fez saber que não está interessado em voltar a lutar com o fenómeno filipino.

Em declarações ao portal Bo-xing Scene, Márquez garantiu que não está disponível para conceder a desforra a Pacquiao, ainda que o lutador filipino o tenha feito por duas ocasiões, depois de ter obtido outros tantos triunfos nos primeiros combates que colocaram os dois atletas frente-a-frente. O mexica-no, de 39 anos, contrariou as de-clarações proferidas na sexta-feira pelo seu empresário ao garantir que não vê razão alguma para reeditar o duelo com Pacquiao: “Não vejo nenhum interesse em agendar um quinto combate. Já consegui atingir

o objectivo a que me propunha e se assim é por que razão devo comba-ter de novo? Coloquei esta questão a várias pessoas, a vários amigos e aos que me rodeiam e todos me disseram para não combater, que não faz qualquer sentido organizar um quinto combate. Já tinha dito antes do quarto embate que não iria haver um quinto, fosse qual fosse o resultado da peleja”, sustenta Juan Manuel Márquez.

a hipótese de Macau poder vir a acolher um quinto confronto entre os dois lutadores foi aventada no final da semana passada pelo empresário Fernando Beltrán, que se referiu ao combate como uma “quase certeza”. O promotor mexicano, responsável pelo agenciamento da carreira de Márquez, garantia na sexta-feira que a confirmação do combate estava presa por pequenos detalhes.

O quinto frente-a-frente entre Pacquiao e o arqui-rival mexicano deveria ocorrer a 14 de Setembro, mais de nove meses depois do fe-nómeno filipino ter sido espectacu-larmente derrotado em Las Vegas por Juan Manuel Márquez. A 8 de

Dezembro, o mexicano nocauteou Pacquiao com um poderosíssimo gancho de direita quando decorria o sexto “round” do quarto confronto entre os pugilistas. A investida dei-xou o filipino prostrado no tapete, onde permaneceu inconsciente por alguns segundos.

ReCusaR Las VegasAntes ainda de se saber que Már-quez não tem interesse em re-editar dentro de cordas a mais badalada das rivalidades do boxe actual, Pacquiao já tinha feito saber que se recusa a combater de novo em Las Vegas. O pugilista filipino recusa liminarmente encetar outro comba-

te no estado do Nevada devido aos impostos elevados que se pagam na capital norte-americana do jogo. Pacquiao informou o seu promotor, Bob Arum, que não está disponível para perder para o fisco dos Estados Unidos da américa quarenta por cento das receitas geradas pelos combates em que participa.

O facto da carga fiscal em Macau ser bem menos onerosa deverá fazer com que o território seja – mais tarde ou mais cedo, com ou sem Juan Manuel Márquez – um destino para o mais popular pugilista do mundo. Os últimos meses não têm sido fáceis para Manny Pacquiao. Para além de

ter sido derrotado por Márquez em Dezembro, o fenómeno filipino perdeu em Julho último o cinturão da Organização Mundial de Boxe para o norte-americano Tim Brad-ley e os dois desaires bastaram para que a competitividade de Pacquiao fosse posta em causa, ao ponto de correrem rumores de que o atleta sofre da doença de Parkinson.

Idolatrado no seu país natal, o pugilista já fez saber que tenciona responder às acusações que lhe são dirigidas dentro do ringue e até tentou fazer com que Bob Arum o integrasse na série de combates que vai organizar a 6 de Abril no terri-tório (e que trazem a Macau outro lutador filipino de nomeada, Brian Vilória), mas o promotor norte--americano considera prematuro o regresso ao activo de Pacquiao. Apesar da possibilidade de um quinto combate entre o filipino e Juan Manuel Márquez se afigurar improvável, a possibilidade de Manny Pacquiao lutar na RAEM em Setembro continua sobre a mesa, de acordo com alguns portais digitais dedicados à modalidade. Tim Bradley e Floyd Mayweather encabeçam a lista dos mais prová-veis adversários do lutador filipino num regresso aos ringues, ainda que a ideia de um embate entre Pacquiao e Mayweather já tenha sido equacionado e abandonada por mais de uma ocasião.

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saLa 1the iMpossibLe [C]Um filme de: Issara Nadee, Patchanon Thumjira, Kirati NakintanonCom: Apinya Sakuljaroensuk, Peter Knight, Ray Macdonald14.30, 21:45

the gRaND MasteR [b](FAlAdo eM CANToNêS e MANdARIM legeNdAdo eM ChINêS)Um filme de: Kar Wai WongCom: Tony leung Chiu Wai, Ziyi Zhang, Chen Chang16.30

Les MisÉRabLes [b]Um filme de: Tom hooperCom: hugh Jackman, Anne hathaway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen19.00

saLa 2the toweR [C](FAlAdo eM CoReANo legeNdAdo eM ChINêS e INglêS)Um filme de: Kim Ji-hoon14.30, 16.45, 19:15, 21:30

saLa 3Robot & fRaNk [b]Um filme de: Jake SchreierCom: Frank langella, Susan Sarandon, James Marsden, liv Tuler14.30, 17:45, 19.30, 21.30

hoteL tRaNsyLVaNia [3D] [a](FAlAdo eM CANToNêS)16.05

terça-feira 5.2.2013 13www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM 13:00 TdM News - Repetição13:30 Telejornal News + 360º (diferido)14:45 RTPi dIReCTo18:30 TdM desporto19:30 Resistirei 20:30 Telejornal21:00 TdM entrevista21:30 donas de Casa desesperadas Sr.822:10 escrito nas estrelas23:00 TdM News23:30 Portugal Aqui Tão Perto00:30 Telejornal – Repetição01:00 RTPi directo

INFoRMAÇÃo TdM

RTpi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 grande Reportagem-Sic 201215:20 Portugal de…16:00 Bom dia Portugal 17:00 decisão Final17:50 Vingança18:35 Best of Portugal19:05 Sonhar era Fácil20:00 Jornal da Tarde 21:15 o Preço Certo22:05 Portugal no Coração

30 - ESpN12:00 Accu-Stats 8-Ball Invitational 201213:30 AFF Suzuki Cup 2012Final, 2nd leg Thailand vs. Singapore15:30 european Table Tennis Championships 201217:00 Abl Show 2012/13 highlight18:00 WTA Pattaya open 2013 Semifinal 219:30 (lIVe) FoX SPoRTS Central20:00 WTA Pattaya open 2013 Final21:30 The Football Review 2012-201322:00 FoX SPoRTS Central22:30 AFC Champions league 2012 Al lttihad vs. guangzhou evergrande

31 - STAR Sports13:00 WTA Pattaya open 2013 Final14:30 Motorsports@petronas 201215:00 F1 Classics - 1984 Monaco grand Prix16:00 International Motorsport News 2013

17:00 The Verdict17:30 AFC Champions league 2012 Ulsan hyundai vs. Kashiwa Reysol19:30 Transvulcania Ultra Marathon 201220:00 MotogP World Championship 2009 - highlights British grand Prix21:00 golf Focus 201321:30 (lIVe) Score Tonight 201322:00 Ifmxf Freestyle Motocross World Championships 201222:30 golf Focus 201323:00 Bwf Copenhagen Masters 2012 - highlights

40 - FOX Movies

11:35 The International13:35 Mr. Popper’S Penguins15:10 erin Brockovich17:25 diary of A Wimpy Kid19:05 ghost Rider21:00 Pirates of The Caribbean23:20 drive

41 - HbO12:00 one day13:50 Morning glory16:00 hearts In Atlantis17:40 dickie Roberts19:25 gladiator22:00 Bad Boys II00:20 Age of heroes

42 - Cinemax12:00 Red14:00 Bad Company16:00 hellfighters18:00 Star Trek generations20:00 The Russia house22:00 Profugos00:00 Inception

Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

À vENDA NA LivRARiA pORTuguESA

soLuções Do pRobLeMa

HORiZONTAiS: 1-Velha, gasta. Reclame pela força ou em virtude de um direito. 2-Alga filamentosa das águas doces. Também. 3-Abonavas. 4-o macho e a fêma. Unidade de pressão. Sufixo. (abrev.). 5-eles. Apertos, embaraços (Fig.). hipótese. 6-estar para acontecer ou chegar. Sabor. 7-A pessoa que fala. Anulei. oh!. 8-Nor-nordeste (abrev.). Riba. Árvore de raiz medicinal. 9-Aquele que tem hidrúria. 10-deixa de andar. Punição. 11-Colocara asas. Retesados.

vERTiCAiS: 1-Povoação em oliveira de Azeméis. Pó fino contido na antera das plantas. Rapaz. (Pop.). 2-Acompanhes. lâminas córneas que revestem as extremidades dos dedos. 3-Adorar, odolatrar. Terreiro onde se junta o sal que se tira das marinhas. 4-Sofrimento moral. Solteirona. Conceder. 5-Resistir a. 6-Anual. Bomba, granda. 7-Parte traseira do lar ou da lareira. 8-12 (rom.). Vai para fora. Nome de várias plantas do Brasil e da África. 9-Partidas., ergas, levantes. 10-Apelido. ozónio (Pref.). 11-Amerício (s.q.). Mulher. Corifeu.

hoRIZoNTAIS: 1-USAdA. eXIJA. 2-lIMo. A. IdeM. 3-gARANTIAS. 4-PAR. BAR. SUF. 5-oS. TAlAS. Se. 6-l. VIR. SAl. M. 7-eU. ABolI. oe. 8-NNe. ABA. IZA. 9-hIdRURICo. 10-PARA. S. PeNA. 11-ASARA. TeSoS.VeRTICAIS: 1-Ul. PoleN. PA. 2-SIgAS. UNhAS. 3-AMAR. V. eIRA. 4-doR. TIA. dAR. 5-A. ABARdAR. A. 6-ANAl. oBUS. 7-e. TRASlAR. T. 8-XII. SAI. IPe. 9-IdAS. l. ICeS. 10-JeSUS. oZoNo. 11-AM. FeMeA. AS.

REgRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SolUÇÃo do PRoBleMAdo dIA ANTeRIoR

Aqui há gatoSORRISO FALSONão é raro ver as altas chefias do Governo a mostrem um sorriso de boas-vindas a toda a gente, bem como os próprios políticos. Porém, alguns sorrisos parecem tão falsos que me deixam com vontade de fugir a sete pés (mais patas tivesse). Uma das minhas amigas jornalistas aqui da redacção sentiu isto na primeira pessoa quando assistiu a uma conferência do Governo. Embora nunca se tenham conhecido, ele deu um cumprimento em forma de aceno de mão a uma distancia longa, envergando um sorriso composto no momento. Facto que deixou a minha colega um pouco sem jeito por se tratar de quem se tratava. O sorriso não é de um sujeito “com cara lavada” mas de um suspeito do caso das campas. Sim, suspeito. Se calhar alguém dirá que isso é só um rumor. Mas, para mim, todos os rumores têm a sua fonte. Como na última vez o rumor da saída de Lau Si Io. Coitado, o secretário parecia ter ficado ainda mais magro quando o rumor correu toda a cidade. Bem, o que queria dizer é, não aceito que quem é suspeito viva tão “confortável”, com rendimento alto e pouco activo no seu papel de responsável. Resolva as questões sociais e explique as polémicas ambientais! Em vez disso, nunca pensa em como fazer bem o seu trabalho porque prefere agradar aos seus superiores hierárquicos, aproveitando para fazer favores por debaixo da mesa.Ainda não temos direito de escolher o nosso Chefe do Executivo, nem tão pouco todos os elementos que compõem o plenário. Porém, na China Continental dizem que os funcionários públicos são empregados públicos dos cidadãos. Porque não é igual em Macau? Aqui a única maneira de isso poder ser verdade, é vendo as coisas desta perspectiva: os altos cargos do Governo são empregados sim mas dos construtores e comerciantes? O sorriso não é para agradecer ao cidadão mas para dizer: já foste enganado. Ignorar todas as asneiras que já fez e camuflá-las com uma cara simpática. Será que alguém precisa deste tipo de director na vida? Precisamos de pensar e resolver o problema. Será tão difícil? Miau....

ORAçõES pARA TODAS AS OCASiõES • Thereza Ameal, Raquel PinheiroEste livro, totalmente ilustrado, reúne orações muito simples, mas profundas para diversas situações ao longo do ano, como festas populares, Natal, Páscoa, estações do ano, férias. É uma forma dinâmica e divertida de ensinar as crianças a rezar e principalmente para pais e filhos rezarem juntos todos os dias. Complementa as orações do primeiro livro da autora.

A MiNHA bíbLiA EM HiSTóRiAS

• Renita Boyle, Melanie FlorianA Minha Bíblia em Histórias dá a conhecer aos mais novos os episódios mais importantes da Bíblia. Perfeita para a hora do conto ou para ler antes de deitar em pequenas histórias onde ficamos a conhecer Adão e Eva, David e Golias, Moisés, Isaías, Maria, José, Jesus e seus amigos e muitos outros. Pu Yi

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e primeira preocupação do Governo? Não é esta a lição que os mercados nos deram nesta operação?

IIO Governo está muito empenhado em fazer, em pouco mais de três meses, a reforma do Estado, no sentido lato e não apenas as administrações públicas. Uma prioridade ab-soluta. Redefinir funções e coisas do género. Para a justificar, multiplicam-se os exemplos de ineficiências as mais diversas, muitas

das quais fruto da intromissão aleatória dos poderes públicos ou da arbitrariedade e da inabilidade destes. Não tenho dúvidas que, se o primeiro-ministro soubesse do caso que a seguir se descreve, o teria já usado. Está em causa uma empresa pública cuja priva-tização faz parte do programa do Governo. Questionada por alguns, foi confirmada e o processo acelerado, de modo a estar finaliza-da até ao fim de um certo ano, como resulta de sucessivas declarações feitas pela pessoa com a tutela da empresa. A mesma pessoa que criou as condições para o afastamento de uma administração que havia reconduzido, com o propósito de conduzir a reestrutu-ração que prepararia a tal privatização. A

terça-feira 5.2.2013opinião14 www.hojemacau.com.mo

Alberto CAstroin Jornal de Notícias

IA colocação de 2,5 mil milhões de euros de dívida, a 5 anos, foi uma operação bem sucedida por parte do Governo. Vejo-a como um teste em que se pagou para perceber como o mercado reagiria. Poucos dias an-tes a Irlanda tinha efectuado uma operação semelhante (não sei se também sindicada), igualmente bem sucedida, em que a taxa de juro foi bastante mais baixa (3,35% versus 4,89%). A Irlanda fechou 2012 com um défice orçamental acima dos 8% e com uma dívida pública na ordem dos 170% do PIB. Números muito piores do que os de Portugal, mesmo descontando as receitas extraordi-nárias. Não deveriam, por isso, as taxas ser ao contrário? A comparação não é fácil nem imediata. As duas economias não são muito semelhantes, as razões para o pedido de ajuda também não e os processos de ajustamento negociados foram distintos. A Irlanda não cortou (não teve de cortar?) tanto nas des-pesas e teve mais tempo para se corrigir. Ter um défice ou uma dívida maior não parece assustar assim tanto os mercados. Porquê? Em que estará a Irlanda melhor do que nós? Se disse na taxa de crescimento, acertou: já cresceu em 2011 e 2012 e antecipa-se que essa tendência continue até 2015. O menor ritmo de redução da despesa pode ter ajuda-do, mas não é o factor principal. A estrutura produtiva, essa sim, faz a diferença. Muitas das empresas de capital estrangeiro que a Irlanda atraiu situam-se em sectores com boas expectativas de crescimento. E nós? Não deveria passar a ser essa a prioridade

Dúvidas metódicas

E nós? Não deveria passar a ser essa a prioridade e primeira preocupação do Governo? Não é esta a lição que os mercados nos deram nesta operação?

mesma pessoa que, sem qualquer problema, anunciou que a tal privatização que, afinal, não se fez no ano previsto, também não se faria no ano seguinte. Exemplar, não é? No meio de tantos ziguezagues, a empresa foi perdendo quota de mercado e, consequen-temente, valor. Exemplar, sem dúvida, não é senhor primeiro-ministro? Um pormenor. A empresa chama-se RTP e não tem culpa nenhuma de a sua tutela ter sido entregue a Miguel Relvas. Reformar o Estado? Que tal começar pela própria casa? É que, senão, correm o risco de que o povo se lembre do dito “olha para o que eu digo, não para o que eu faço”....

IIIA Telefónica e a PT foram multadas, pela Comissão Europeia, por violação da lei da concorrência. Aquando da compra da Vivo, as duas empresas incluíram no contrato uma cláusula em que se comprometiam a não concorrer no país da outra. Não se percebe bem a razão já que ambas invocam, agora, que tal nunca fez parte dos respectivos planos. A PT e a Telefónica são das maio-res empresas nos respectivos países e, no caso da empresa espanhola, tem mesmo expressão no ranking internacional. Dadas como exemplos, tanto uma como outra têm assessorias jurídicas pagas a peso de ouro, o que não impediu que fosse feito aquilo que qualquer estudante do 1.0 ano de Direito ou Economia teria dito ser ilegal. E aqui não houve qualquer ministro a atrapalhar. As multas são pesadas e as empresas anunciaram a intenção de recorrer. Seria interessante saber se os advogados serão os mesmos e quanto cobrarão por este (lindo) serviço.

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corre riscos; doenças como gripe, infecções e tuberculose aumentaram 67% entre 2011 e 2012; a inflação também continua a subir; continuam sem ser entendidos os critérios utilizados para barrar a entrada na região a algumas figuras conhecidas de Hong Kong sem cadastro criminoso; aumenta o número de pedintes pelas ruas.

Sobre a imagem de Macau, o que apa-renta ser preocupação dos decisores, é que exista o espírito e a real poeira feirante em regime de permanência e com quanto mais gente e mais barulheira melhor. Qualidade, cultura, conhecimento, tranquilidade, en-caminhar realmente as massas compactas para diversificados espaços de lazer, que os há em Macau, organizar não em ínfimos nichos, mas em alargada intenção, um turismo mais culto, mais preocupado em

15opiniãoterça-feira 5.2.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

IEntre laxismo e lascívia, um deixa-andar displicente, é a sensação que cresce nos últimos meses. A sociedade que habita Macau - ou as sociedades - andam como que sonâmbulas, encaminhadas proposi-tada ou inconscientemente, para a rotina não pensante, não problematizada. Como se a devassidão do jogo nos penetrasse na pele e nos embalasse de modo hipnótico para tudo ignorarmos assim que nos fosse proposto pensar.

Até me parece que Pequim está cada vez mais longe de novo, menos preocupada com a RAEM. E eu não queria.

IIMultidões compactas de visitantes, na ge-neralidade nada interessados em conhecer Macau para lá das fotos milhões de vezes repetidas à porta dos casinos; invasão avas-saladora para obtenção de medicamentos, cosméticos, leite, biscoitos e vá de, por diversas formas, emporcalhar passeios e asfalto, desrespeitar filas junto de paragens de táxis e outros transportes públicos, já de si habitualmente pouco respeitadas, impondo o volume assustador e demasiadas vezes arro-gante, de serem milhares em cada quarteirão atropelando todos e acotovelando tudo.

Claro que Macau ainda vai sendo - cada vez menos - uma região com algumas diferenças de outras regiões continentais. Acontece que entre a mole humana des-pejada diariamente pelas Portas do Cerco, só por raridade ou milagre pagão, poderá ser imaginável existir alguém interessado em detectar e conhecer essas diferenças de Macau, esse ainda outro pulsar, essa ainda outra diferença que somos e que deu tanto trabalho e alguns séculos a construir.

Alterações no trânsito automóvel são cri-ticadas abertamente; alguma criminalidade aumenta consideravelmente; cresce o núme-ro de agentes da autoridade insultados e até agredidos; estudantes rejeitam o aumento de propinas no ensino superior; empresas e pessoas individuais impacientam-se com o serviço internet prestado pela CTM; a loucura nos preços da habitação é revoltan-te; as lojas de angariação de clientes para aluguer e compra de habitação continuam a funcionar por processos muito estranhos e também sem controlo; as campanhas públicas divulgadas em espaços da comuni-cação social, da parolice habitual baixaram ao nível da indigência; sobe o número de queixosos com o serviço público de saúde; a prestação dos táxis assemelha-se a gangs organizadas que, com as excepções que

Entre laxismo e lascívia, um deixa-andar displicente, é a sensação que cresce nos últimos meses. A sociedade que habita Macau - ou as sociedades - andam como que sonâmbulas, encaminhadas propositada ou inconscientemente, para a rotina não pensante, não problematizada

Este fadoà f lor da peleHelder Fernando

se aplaudem, só transportam o cidadão normal pela cidade, quando lhes apetece; a atribuição de subsídios por parte da Fun-dação Macau às associações que desejam realmente apresentar obra é quase sempre polémica em diferentes sectores da socie-dade; a maioria das associações lusófonas aguardam que as ideias anunciadas por Pequim e a importância que o Governo Central dá publicamente ao relacionamento cada vez mais profundo com os países lusó-fonos tenha, na RAEM; algumas direcções de modalidades desportivas continuam a queixar-se de escasso apoio e falta de es-paços desportivos minimamente condignos; legislação verdadeiramente protectora dos animais é reclamação de há muitos anos; o sector laboral continua a aguardar a pos-sibilidade de poder ser protegido por uma lei sindical que não seja redigida pelos patrões; o caso da estranha morte do jovem português Luís Amorim arrasta-se vai fazer 6 anos e sobre ele se especula à exaustão e com revolta, estando a RAEM a ser pro-cessada pelos pais da vítima por alegada falência da dita investigação criminal; o aeroporto internacional de Macau continua muito pouco internacional; prosseguem as críticas ainda mais fortes, vindas dos mais variados quadrantes sociais, sobre preconceitos aparentemente existentes contra comunidades não chinesas residentes em Macau; admite-se oficialmente que a poluição em distintos pontos da região é de tal gravidade, que a saúde das pessoas

conhecer, em respeitar, em gostar só um bocadinho desta terra.

IIIUm restaurante de gastronomia portuguesa situado na Taipa, o Porto de Macau, teve a ousadia de trazer até aqui uma fadista e dois músicos de fado, para actuações durante 1 mês, 6 noites por semana. Sem apoio de qualquer estrutura oficial ou privada de matriz alguma, incluindo de matriz portu-guesa. Não resisto a considerar esta iniciativa como relevante e merecedora da simpatia, do aplauso e da frequência das comunidades lusófonas, mesmo aquelas que não têm o fado como sua música de raiz.

Todas as comunidades chamadas lu-sófonas em Macau, associadas ou não nas respectivas associações representativas, apreciam muito que a população, toda ela, goste e frequente as iniciativas que vai criando, da gastronomia às festas musicais, dançantes, carnavalescas, religiosas, efemé-rides, tudo isso. Pois por mais alguns dias, poucos, têm oportunidade de ouvir e ver fado ao mais alto nível. Luísa Rocha com Guilherme Banza e Nelson Francisco todas as noites são bem aplaudidos e merecem sê-lo ainda mais, principalmente por parte de quem tem alguma responsabilidade em acarinhar as iniciativas culturais no âmbito da denominada Lusofonia. E não cada um, pessoal ou colectivamente, apenas valorizar as suas próprias realizações ou as que mais directamente seja sensível.

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terça-feira 5.2.2013www.hojemacau.com.mo

Fidel reapareceu em públicoO ex-presidente cubano Fidel Castro voltou a aparecer em público no domingo, para votar nas eleições legislativas cubanas. O histórico comunista já não era visto desde Outubro. Fidel Castro, de 86 anos, marcou presença no colégio eleitoral pelas 17h locais de domingo. O antigo chefe de Estado depositou o seu voto no colégio onde sempre votou desde as primeiras eleições, de 1976, até à sua retirada, em Julho de 2006, por motivos de doença, segundo a televisão estatal. Ontem, cerca de 8,5 milhões de cubanos foram às urnas para eleger os 612 membros da Assembleia Nacional. Durante o tempo que passou no colégio, Fidel Castro esteve à conversa durante cerca de uma hora com os jornalistas, tendo falado da “actualização” do modelo económico socialista impulsionado pelo seu irmão, o presidente Raúl Castro, bem como da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), liderada agora por Cuba.

Moscovo proíbe carnes da Alemanha e dos EUA A Rússia proibiu a importação de carne refrigerada da Alemanha e dos Estados Unidos, pelo não cumprimento das normas por parte das empresas exportadoras alemã e norte-americana. Um comunicado do Serviço Federal de Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) revela que as limitações à importação de carne dos Estados Unidos estão ligadas ao facto de a parte norte-americana, não obstante os insistentes pedidos dos respectivos serviços russos, não ter informado sobre as medidas para impedir o envio para a Rússia de carne produzida com a utilização de ractopamina (o estimulador do crescimento da carne). O mercado russo também proibirá a importação de carne congelada proveniente da Alemanha, a partir de 11 de Fevereiro, bem como a importação de carne de aves, vaca e porco congeladas devido ao vírus de Schmallenberg.

Rebeldes libertam três refénsOs rebeldes sírios libertaram três reféns, dois russos e um italiano, sequestrados no mês de Dezembro quando trabalhavam em Homs, por troca com três rebeldes. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou a operação. “Os cidadãos russos Victor Gorelov e Abdessatar Hassun, sequestrados a 12 de Dezembro por extremistas sírios entre Homs e Tartus, foram trocados em 3 de Fevereiro por guerrilheiros”, diz a nota, dando conta da troca, também, do cidadão italiano Mario Belluomo. A diplomacia russa manteve intensos contatos com representantes do Governo sírio e dca oposição para conseguir a libertação dos reféns.

Chávez assina papéis e atribui tarefasHugo Chávez continua a recuperar da operação a que foi sujeito no âmbito do cancro de que padece e já estará a exercer funções presidenciais. Segundo o presidente do parlamento venezuelano, Diosdado Cabello, Chávez atravessa o melhor momento pós-operatório. Citado pela agência AFP, Cabello explicou que presidente já assina documentos e atribui tarefas. O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse no sábado que Hugo Chávez está agora numa nova fase de tratamento. A evolução favorável na condição clínica do presidente levou o seu irmão Agenis Chávez a anunciar que o chefe de Estado deve viajar nos próximos dias para a Venezuela. Recorde-se que Hugo Chávez está em Havana desde o início de Dezembro, onde no dia 11 foi submetido a uma quarta cirurgia no tratamento contra um cancro na região pélvica.

Petroleiro sequestrado por piratasUm petroleiro francês que desapareceu este fim de semana ao largo da Costa do Marfim poderá ter sido sequestrado por piratas, segundo o Gabinete Marítimo Internacional. O responsável pelo departamento de pirataria daquele gabinete informou à agência noticiosa AFP que a embarcação, com a bandeira do Luxemburgo e com 17 tripulantes, não é visto desde domingo. “Supomos que o petroleiro desaparecido foi sequestrado por piratas”, disse Noel Choong.

Acidente na Califórnia provocou oito mortosUm acidente em cadeia ocorrido no sul da Califórnia provocou pelo menos oito mortos e 27 feridos. A colisão foi registada pelas 18h30 horas locais de domingo, e envolveu um autocarro. A rede de televisão KABC indicou que o acidente ocorreu numa zona rural a norte da cidade de Yucaipa. O trânsito ficou cortado na sequência da colisão.

car toon forças francesas

no mali

por steff

reeducação pelo trabalho em discussão

Tolerar as críticasMaria João BelchiorEm Pequim

Depois do aviso oficial que o encer-ramento dos campos de reeducação pelo

trabalho pode estar para breve, as especulações sobre o que vai acontecer a quem foi condenado começaram a encher os circuitos académicos e da justiça. mas a um mês da Assembleia Nacional popular onde o tema deve ser apresentado, continua incerto o destino de quem foi condenado.

A grande maioria dos prisio-neiros é, segundo organizações de direitos humanos, constituída por toxicodependentes conde-nados. Dados da organização norte-americana Dui Hua citam um jornal de Guangdong, o “Sou-thern Daily”, segundo o qual,

catorze mil do total de dezoito mil condenados nos campos de trabalho na província, estão a cumprir penas por toxicodepen-dência e a receber tratamentos à força. Entre as outras conde-nações contam-se as apostas e o tráfico sexual de mulheres. Informação do ministério da Justiça refere um total de du-zentos mil a receber tratamento contra a toxicodependência nos campos de reeducação a nível nacional.

o facto de se tratarem de condenações dadas pelo sistema administrativo e que não passam pelos tribunais, tem levantado muitas críticas, tanto a nível nacional como internacional. A proposta que surgiu pela primei-ra vez no final do ano passado, veio mostrar uma nova postura na forma de abordar o tratamen-to dado a crimes considerados menores. Mas certezas continua a haver poucas e, sobretudo nos jornais em Guangdong, o tema está a tornar-se mais público.

O jornal diário “Southern Metropolis”publicou, no final do mês passado, uma entrevista com o Xie Xiaodan, deputado na Assembleia Nacional e Chefe de Polícia em Guangdong, onde se discute a necessidade de tolerar as petições da população. Con-tra a detenção de peticionários que tentam ano após ano levar as suas questões à Assembleia Nacional Popular, Xie Xiaodan considera que estes cidadãos de-vem deixar de ser condenados à reeducação pelo trabalho como

ainda acontece. Uma mensagem que nos jornais impressos no sul do país tem-se repetido, passa pelo apelo a uma maior tolerân-cia por parte do governo central.

além dos campos de ree-ducação pelo trabalho, a China tem ainda um outro tipo de condenação que passa pela re-forma pelo trabalho. Esta última cai sobretudo nos peticionários acima descritos, mas também em cibernautas e dissidentes que criticam o sistema. A necessida-de de atenuar as condenações daqueles que criticam parece estar pela primeira vez a ser discutida publicamente. Para os que procuram criar um sistema mais justo e menos violento, qualquer pequeno passo repre-senta muito. Para Xie Xiaodan que assumiu uma posição pú-blica ao falar com o jornal, os campos de trabalho devem ser totalmente abolidos. Uma forma de condenação que ainda vem da era Maoísta, os programas de reeducação deixam muitas vítimas mesmo depois do fim da pena quando os condenados ficam proibidos de sair de casa ou da cidade onde vivem. Para o chefe da Polícia em Guangzhou, a melhor forma de tratar casos como os dos peticionários, é ouvi-los e entender porquê não conseguem levar os seus casos a tribunal. Uma ideia ousada mas que funciona como uma posição ao dizer que uma crítica ao sistema pode ser positiva, se entendida como forma para melhorá-lo.