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PUB Ter para ler O activista está de regresso à direcção da Associação Novo Macau e anuncia o cumprimento de duas promessas pessoais: consultas públicas sobre o assédio sexual e a liberdade de informação. Numa antecipação ao Governo, Jason pretende elaborar a sua “própria versão da lei” e que esta seja apresentada na AL. Pessoal e transmissível ASSÉDIO SEXUAL JASON CHAO FABRICA PROJECTO DE LEI AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB SHUTTLE-BUS Imposto ao virar da esquina PATERNIDADE Pai nosso que estás por casa TOM DIXON AS PERSPECTIVAS DO DESIGN POLÍTICA PÁGINA 5 POLÍTICA PÁGINA 6 hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 17 DE FEVEREIRO DE 2015 ANO XIV Nº 3275 PÁGINA 13 CENTRAIS China Portugal fonte de investimento PUB GRANDE PLANO PÁGINA 3

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Hoje Macau N.º3275 de 17 de Fevereiro de 2015

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Page 1: Hoje Macau 17 FEV 2015 #3275

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Ter para ler

O activista está de regresso à direcção da Associação Novo Macau e anuncia o cumprimento de duas promessas pessoais: consultas públicas sobre o assédio sexual e a liberdade de informação. Numa antecipação ao Governo,

Jason pretende elaborar a sua “própria versão da lei” e que esta seja apresentada na AL.

pessoal e transmissível assédio sexual jason chao fabrica projecto de lei

AgênciA comerciAl Pico • 28721006

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Página 13

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investimento

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grande plano página 3

Page 2: Hoje Macau 17 FEV 2015 #3275

“As pensões de sobrevivência não são actualizadas há mais de 50 anos. O cálculo para estas pensões é apenas de 50% do vencimento do cônjuge. Pedimos para aumentar para 80%, porque Macau está a nadar em dinheiro e não há problemas de recursos económicos”Francisco Manhão• Presidente da APOMAC

“Começámos a registar estes delitos em Julhode 2013 e em 2014estes crimes subiramem flecha. Antigamente, se calhar já havia,mas as pessoasnão se queixavam”Wong sio chak• Secretário para a Segurança, sobrea extorsão via computador e telemóvel

“Macau sempre foi visto como uma região com política para velhose feita por eles,mas agora isso já não corresponde à verdade”isaac Tong• Membro da Tri-Decade Union

2 hoje macau terça-feira 17.2.2015

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macauhorah

por Carlos Morais José

www.hojemacau.

com.mo

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Agnes Lam; António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

diárioDE

boRDo

“Foi aberta a oportunidade de monopolizar este mercado devido a decisões administrativas impróprias. Assim,

eles podem subir as tarifas como querem e fazer dinheirodos mortos. Isto mancha o nome da caridade”

au kam san, deputado, sobre o monopólio do mercado dos funerais tradicionais | P.7

UMA FoToGRAFIA datada de ontem mostra o que é anunciado como um local onde estão a ser construídas residências para cientistas, em Pyongyang, na Coreia do Norte. A fotografia foi tirada do avião do líder Kim Jong-Un.

É coM algum desgosto que me disponho a tratar as gentes mais novas por juventude, pois tal me dá a sensação de estar a falar de um grupo com carac-terísticas de rebanho, algo que os próprios jovens não devem apreciar. Mas, ao que parece, a juventude de Macau já não é tão carneiral como no passado, nem gosta de simplesmente de seguir a manada. Isto é resultado, ao que se diz, da educação obrigatória e do “choque” da transferência de soberania que terão incuti-do valores de cidadania antes ignorados.Numa terra desesperadamente à procura de talentos, não é de me-nosprezar este avanço, não é de ignorar esta nova realidade. Pelo contrário, é obrigação de todos corresponder às expectativas criadas nesses mesmos jovens que vêem Macau como a sua terra e gostariam de contribuir para o seu futuro.Infelizmente, nem sempre isso é possível. Sabemos de inúmeros casos de gente nova, nascida em Macau, que teve de procurar outros horizontes, por não ter aqui encontrado um lugar para exercer a sua profissão. Tal não deriva da sua incapacidade ou da má vontade dos empregadores mas, simplesmente, de nunca ter ocorrido a famosa diversificação económica.A solução mais óbvia será “criar um negócio”. Contudo, em terra de oligarquias, todos sabemos como isso não é fácil: a maior parte dos lugares está “heredita-riamente” ocupada, as rendas são difíceis, a contratação de mão de obra um pesadelo.É por isso que o novo Governo tem de dar prioridade a estes jovens, sal e futuro desta terra, criando medidas que os fixem em Macau, ao invés de os empurrar para outras paragens. Com eles, ficará uma nova mentalidade e nascerá uma nova RAEM.Naturalmente, alguns temem este cenário. É assim a história da humanidade, mas ela é inevitável. A não ser cumprida, os lugares serão ocupados por outros “ta-lentosos”. Que, diz-se, são cada vez mais e ocupam cada vez mais lugares, sem normalmente sequer pedirem licença.

EPA/

KCNA

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O que fazer

com estes jovens?

Page 3: Hoje Macau 17 FEV 2015 #3275

hoje macau terça-feira 17.2.2015 3grande plano

“Depois da consulta pública vamos enviar uma cópia aos dois deputados [Ng Kuok Cheong e Au Kam San ] para perceber se estarão interessados em apresentar [o texto] como projecto de lei à AL”

O activista cumpriu aquilo que prometeu: caso fosse eleito novamente membro da direcção da Associação Novo Macau avançaria com duas consultas públicas. Jason Chao antecipa- -se ao Governo e diz ainda que pretende que os resultados da auscultação sobre o assédio sexual cheguem a um projecto de lei para ser entregue à AL

Assédio sexuAl Jason Chao tenta Criar proJeCto de lei

Promessas em consultaFil ipa araú[email protected]

a ssuMiNdO de novo um posto na direcção da As-sociação Novo

Macau – lugar até recente-mente ocupado por Tong Ka io - Jason Chao começa o novo mandato com um “promessa pessoal”: leva a cabo duas consultas públicas e tenta que o texto de uma delas chegue a um projecto de lei. O activista quer, assim, antecipar-se ao Governo, que já se comprometeu a ouvir a população sobre a revisão à legislação que rege os crimes sexuais.

“Vamos avançar com duas consultas públicas: so-bre a legislação de combate a crimes sexuais e sobre a liberdade de informação”, explicou Jason Chao ao HM, esclarecendo que ain-da não há calendário para o lançamento da primeira auscultação, que será sobre os crimes sexuais.

“Ainda não decidimos

uma data para lançar a con-sulta pública, mas isto é uma promessa que fiz caso fosse eleito membro da direcção. Posso apenas dizer que te-mos planos para publicar o rascunho do texto depois das comemorações do ano novo lunar”, esclareceu.

sobre a segunda consulta pública, o activista explicou que só será elaborada depois de “concluído o texto sobre os crimes sexuais”, altura em que os activistas “se vão dedicar ao segundo texto”, sobre o acesso à informação.

Até à ALO que a Associação Novo Macau pretende sobre o assédio sexual, como es-clareceu Chao, é elaborar a sua “própria versão da lei”, ou seja, um projecto de lei que posteriormente seja apresentado aos deputados da mesma Associação, Ng Kuok Cheong e Au Kam san que, caso concordem com o texto, o façam chegar à As-sembleia Legislativa (AL).

“depois da consulta públi-

ca vamos enviar uma cópia aos dois deputados para perceber se estarão interessados em apresentar [o texto] como projecto de lei à AL.”

Mesmo que estes não queiram, Jason Chao asse-gura que a Associação tem já outros planos.

Caso não concordem, a Novo Macau vai apresentar [os resultados] da consulta pública a todos os outros deputados para perceber se estão interessados”, remata.

Recorde-se que, sobre o assédio sexual, Jason Chao marcou presença na fila da frente na criação de um grupo de vigilantes para con-trolar os alegados casos que ocorreram na universidade

de Macau (uM), tendo na altura a Associação garan-tido estudar um possível projecto de lei.

É de lembrar que, no segundo semestre do ano pas-sado, a direcção dos serviços da Reforma Jurídica e do direito internacional (dsR-JDI) confirmou ao HM que o crime de assédio sexual, que actualmente se rege pelo Código Penal, vai ser revisto. O organismo não respondeu se o crime de assédio sexual terá ou não uma lei específi-ca – como vem a ser pedido -, mas assegurou que “está terminado o estudo básico sobre a revisão do regime da matéria penal relativo ao crime sexual”. Até agora, este

crime é interpretado como sendo um “insulto”.

Revisão A cAminhoA dsRJdi explicou ainda que ia dar início ao “trabalho concreto sobre a revisão do Código Penal”, algo que já tem vindo a ser anunciado, não tendo confirmado tam-bém se o assédio sexual será crime público.

“Vai dar-se início progres-sivamente ao trabalho concre-to sobre a revisão do Código Penal segundo o respectivo resultado obtido no estudo e será realizada oportunamente a consulta pública, dando-se início ao trabalho subsequente sobre a revisão do Código Pe-nal com base na generalidade das opiniões obtidas na con-sulta pública” explicaram os serviços, deixando em aberto a questão apresentada pelo HM relativa à criação de uma lei individual.

Recorde-se que tanto o procurador do Ministério Público (MP), Ho Chio Meng, como a deputada Wong Kit Cheng, juntamen-te com outros deputados, mostraram publicamente a sua vontade de elaborar uma lei própria para o crime de assédio sexual, mas até agora nada foi feito, mesmo depois dos vários alegados casos tornados públicos.

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4 hoje macau terça-feira 17.2.2015Política

É já no próximo dia 4 de Março que os deputados da 1.ª Comissão Perma-

nente vão ter um encontro com a Coligação Anti-Violência Doméstica, que representa doze associações, sendo que também a Associação Arco--Íris vai ser ouvida. A polémica surgiu depois da Arco-Íris ter ficado de fora da agenda dos deputados, por ter sido inserida na Coligação. Na prática, não iriam ser ouvidos. Contudo, Jason Chao, o representante do Grupo de Respeito pelos Direitos dos LGBT, garantiu ontem ao HM que o encontro

Jason Chao refere que a Associação Arco-Íris - que luta pela inclusão dos casais do mesmo sexo na proposta de lei - entregou no início do ano uma petição, antes da carta da Coligação Anti--Violência Doméstica.

Excluídos“A manipulação discrimi-natória feita pela AL na

vai acontecer, mas ainda não há data marcada.

“Vamos ter um encontro mas não a 4 de Março. Dou as boas-vindas à decisão, mas foi um encontro arranjado depois de termos feito a nossa reclamação. Mudaram de ideias e ontem à tarde recebi um telefonema por volta das 17 horas, em que nos pediram desculpa”, disse Jason Chao.

entrega das petições não tem precedentes. Com-preendemos que a realidade social da ‘orientação sexual’ transporta-nos para uma questão muito estigmatizada pela comunidade”, acusou Jason Chao na carta enviada às redacções antes de saber que ia ser ouvido.

Na reunião de ontem, a deputada Kwan Tsui Hang referiu que a Associação Arco-Íris “também apresen-tou uma petição”, mas que, neste momento, não reúne “condições” para analisar o documento. A deputada dis-

O grupo enviou ontem um comunicado às redac-ções onde acusava a As-sembleia Legislativa (AL) de ter agido com má fé, ao ter organizado um encontro com todas as associações que enviaram cartas à 1.ª Comissão Permanente, me-nos com a entidade que re-presenta a comunidade gay de Macau. No documento,

se que como a “Associação também subscreveu outro pedido do grupo” iria ser ouvida juntamente.

Para além da Coligação e do Grupo de Respeito pelos Direitos dos LGBT, a 1.ª Co-missão Permanente vai ainda reunir com Juliana Devoy, do Centro Bom Pastor. “Merece um grande respeito da nossa parte, por isso, em nome pessoal, vamos recebê-la, mas será noutro dia”, disse Kwan Tsui Hang, que garantiu ainda que, para já, os encon-tros deverão decorrer à porta fechada. - A.s.s.

Violência Doméstica AlterAção Ao Código PenAl gerA disCórdiA

Braço de ferro legislativoO Governo quer alterar o Código Penal para que seja possível a qualquer pessoa apresentar queixa em casos de violência doméstica. Contudo, muitos deputados não concordam com a mudança, preferindo tipificar as situações de violência num diploma próprio

AndreiA SofiA [email protected]

a proposta de Lei de Pre-venção e Correcção da Violência Doméstica, actualmente em análise

na especialidade pelos deputados, vai exigir a concordância do Código Penal (CP) em vigor, que prevê que apenas o ofendido possa apresentar queixa junto das autoridades. O Governo propôs ontem a revisão do CP, mas nem todos os deputa-dos da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) concordam com essa opção.

“Alguns membros da Comissão entendem que essa solução talvez não seja a melhor e que [se possa] legislar através de uma lei avulsa. [Os deputados] entendem que não se deve alterar o CP porque este consagra o regime geral e pode-se tipificar o crime de violência doméstica. Tem de haver uma grande mudança na

política penal local”, explicou a de-putada Kwan Tsui Hang, que preside à 1.ª Comissão Permanente.

Apesar do aceso debate, a ver-dade é que ainda não há um acordo sobre o assunto.

“Em relação a casos especiais ou excepcionais, nos casos de violência doméstica, mexer no CP será que é a

como bofetadas, puxões de cabelo ou ataques com objectos que não levem a hemorragias ou idas ao hospital continuam a ser encarados como actos de violência doméstica com consequências leves e, por isso, não serão considerados crime público. Ficarão, assim, de fora das possíveis alterações ao CP.

melhor solução? Há deputados que concordam com esta solução, mas a nível técnico e legislativo podemos minimizar o impacto entre esta futura lei e o CP”, adiantou a deputada.

dA lEvEzA do sErNo total, está em causa a revisão de quatro artigos do CP. Actos

“Qualquer alteração ao CP deve ser feita com rigor e prudência. Fazendo uma comparação entre o CP e a proposta de lei, a maior di-ferença é o tratamento dos crimes. Verifica-se, de facto, uma grande mudança em relação ao espírito subjacente ao CP em vigor”, acres-centou Kwan Tsui Hang.

A deputada acrescentou ainda que o Executivo vai implementar um “modelo tripartido” para tratar os crimes de violência doméstica, que passa pela ligação, na linha da frente, entre o Instituto de Ac-ção Social (IAS) e as autoridades policiais. Haverá depois medidas administrativas e judiciais de pro-tecção ao ofendido.

Os deputados quiseram ainda saber o número de casos com consequências leves e não leves, sendo que só em 2014 o Governo começou a reunir dados sobre actos de violência doméstica sem gravidade.

associação arco-Íris encontra-se com DeputaDos

Eles não estão sós

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ara

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5 políticahoje macau terça-feira 17.2.2015

Joana [email protected]

A revisão ao Regulamen-to do Imposto sobre Veículos Motorizados pode mesmo retirar a

isenção de imposto aos autocarros dos casinos. A decisão é admitida por Iong Kong Leong, director substituto dos Serviços de Finanças (DSF), que diz ainda, numa respos-ta ao deputado Mak Soi Kun, que a revisão ao regime está marcada para este ano.

A revisão ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Motoriza-dos já foi anunciada o ano passado, sendo que o Governo assegurou que os impostos sobre os veículos iria aumentar. O Executivo frisou isso recentemente, com o objectivo de que o número de veículos em segunda mão importados para Macau desça, diminuindo, como consequência, o número de veí-culos que circulam no território.

Até agora, o anúncio do Governo não indicava que os autocarros dos casinos, conhe-cidos como shuttle-bus, também fossem incluídos na revisão do Regime. Estes, recorde-se, estão isentos do pagamento do imposto, algo que tem vindo a ser duramente criticado por de-putados e membros da sociedade, uma vez que não há limite para a quantidade destes autocarros em Macau, nem exigências face à sua antiguidade.

Agora, de acordo com Iong

torizados vigente”, começa por dizer o responsável da DSF. “Para articular-se com o desenvolvimen-to do planeamento de transportes

Kong Leong, também estes auto-carros vão ter de começar a pagar impostos. O Governo admite que estes prestam serviços também a residentes de Macau, diminuindo o número de pessoas que tem de andar de transportes públicos, mas sublinha que o objectivo é que deixem de ser isentos.

“Os veículos em causa estão isentos do imposto, porque a sua finalidade está em conformidade com o disposto sobre ‘isenções reais’ ao abrigo do Regulamento do Imposto sobre Veículos Mo-

de Macau a longo prazo, e analisar de forma séria as opiniões em torno da isenção do imposto na sociedade, o Governo da RAEM vai estudar a revisão do âmbito da aplicação efectiva da isenção, tendo a intenção de excluir a isen-ção da parte dos veículos que se encontram isentos.”

JeitosinhosA revisão ao Regulamento não tem data certa marcada, mas vai acontecer este ano, conforme diz Iong Kong Leong ao deputado Mak Soi Kun, numa resposta agora tornada pública em língua portuguesa.

“A DSF vai dar início, este ano, ao trabalho de revisão do Regulamento, cujo conteúdo inclui a referida revisão [da retirada da isenção de imposto]”, assegura o responsável.

Os estudos sobre a isenção estão a ser levados a cabo pela Di-recção dos Serviços de Turismo e pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, em conjunto com a DSF.

A DSF relembra que a deci-são de isentar os autocarros dos casinos se deve ao facto destes veículos pertencerem “predo-minantemente” a empresas de viagens e turismo registadas em Macau, “muitas das quais peque-nas e médias empresas” e que estas “prestam serviços de transportes de passageiros” junto de hotéis e casinos, o que, como tem vindo a ser defendido pela DSAT, ajuda a que os autocarros públicos não estejam tão lotados.

Recorde-se, no entanto, que numa reportagem feita o ano passado, o HM dava conta que a empresa de autocarros públicos Transmac também aluga, através de uma segunda empresa, parte dos ‘shuttle bus’ que circulam ao serviço das operadoras de Jogo. O negócio funciona através da AA Tourism Limited, uma agência que fornece serviços de transporte de turismo. De lembrar ainda que há mais de 500 destes autocarros a circular em Macau.

Novo Macau Deputados pedem reforma políticaA Associação Novo Macau, na voz dos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San, pediu aos 12 delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional que avançassem com uma nova reforma política, tal como avança o jornal Ponto Final. Os deputados insistem num pedido que há muito vem a ser feito e afirmam que “os delegados devem propor uma discussão da reforma política o mais rápido possível”, para “reafirmar o processo dos cinco passos para a reforma do sistema eleitoral na escolha do Chefe do Executivo e para a composição da Assembleia Legislativa”. A publicação avança ainda que os deputados defendem também uma nova “legislação relativa à declaração de rendimentos dos responsáveis da Administração”.

Leonor sá [email protected]

a discussão da proposta de alteração à Lei das Re-lações do Trabalho está

concluída, estando a entrega do parecer prevista para daqui a duas semanas. A informação foi avançada pelo presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), Chan Chak Mo.

Assim, fica então estabe-lecido o valor máximo de 20 mil patacas no que respeita aos cálculos para indemnizar um trabalhador por despedimento sem justa causa. Este montante deverá abranger cerca de 77% dos trabalhadores do território.

O diploma esteve em discus-são no Conselho Permanente de Concertação Social há mais de dois anos, ficando ontem assente, durante a reunião da

Comissão, que o valor de cál-culo acima referido deverá ser revisto de dois em dois anos.

De acordo com dados apre-sentados pelo Governo à Co-missão, existem em Macau 150 mil pessoas – que perfaz uma maioria de 58% da população trabalhadora – a ganhar salários de montantes iguais ou inferio-res a 20 mil patacas. Outros 48 mil trabalhadores auferem entre 14 a 20 mil patacas por mês e 60

mil a ganham ordenados supe-riores a 20 mil patacas, número que representa apenas 23% da população activa do território.

Foi assim mesmo que o pre-sidente da Comissão justificou a barreira das 20 mil patacas para o cálculo da indemnização: é que desta forma será possível cobrir a maior fatia da popula-ção. “Vamos submeter o nosso parecer brevemente”, assegurou o deputado. Ainda à margem das declarações, Chan Chak Mo aproveitou para referir que “não houve novidades” quanto ao diploma, sabendo-se apenas que já há uma data pensada para a assinatura.

Lei LaboraL assinatura de parecer está para breve

Quase todos cobertos

shuttLe-bus DSF quEr rEtirAr iSENçãO DE iMPOStO AOS CASiNOS

sobre rodas, mas a pagarÉ uma luta antiga dos deputados e que agora pode ser resolvida: os autocarros dos casinos podem vir a pagar impostos, algo de que estavam isentos. A ideia é defendida pela DSF, que assegura que a revisão ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados inclui esta decisão

“[Há] a intenção de excluir a isenção da parte dos veículos que se encontram isentos”iong Kong Leongdirector substitutodos serviços de Finanças

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6 política hoje macau terça-feira 17.2.2015

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS DO IMPOSTO PROFISSIONALRESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2014

1. Emconformidadecomodispostonoartigo10.º,n.º1doRegulamentodoImpostoProfissional,avisam-setodososcontribuintesdo1.ºGrupo(assalariadoseempregadosporcontadeoutrem)edo2.ºGrupo(profissõesliberaisetécnicas)–semcontabilidadedevidamenteorganizada–doreferidoimposto,quedeverãoentregar,duranteosmesesdeJaneiroeFevereirode2015,naRepartiçãodeFinançasdeMacau,emduplicado,umadeclaraçãoderendimentos,conformeomodeloM/5,detodososrendimentosdotrabalhoporelesrecebidosoupostosàsuadisposiçãonoanoantecedente,podendooscontribuintesinscritoscomoutilizadoresdo“ServiçoElectrónico”destesServiçosdeclará-loatravésdapáginaelectrónicadaDSF(www.dsf.gov.mo).

2. Ficamdispensadosdaapresentaçãodareferidadeclaraçãooscontribuintesdo1.ºGrupocujasremuneraçõesprovenhamdeumaúnicaentidadepagadora.

3. Oscontribuintesdo2.ºGrupo(profissõesliberaisetécnicas)–comcontabilidadedevidamenteorganizadaconformen.º1doartigo11.ºdomesmoRegulamento–deverãoentregar,apartirde1deJaneiroaté15deAbrilde2015,naRepartiçãodeFinançasdeMacau,umadeclaraçãoderendimentos,conformeomodeloM/5eoAnexoA,emduplicado,juntamentecomosseguintesdocumentos:

a)Balançosdeverificaçãooubalancetesprogressivosdorazãogeral,antesedepoisdoslançamentosde rectificaçãoouregularizaçãoedeapuramentodosresultadosdoexercício;b)MapamodeloM/3dedepreciaçõeseamortizaçõesdosactivosfixostangíveiseintangíveisemapa modeloM/3Adadiscriminaçãodoselementosalienadosatítuloonerosoedosabatidosaqueserefere aalínead)don.º1doartigo13.ºdoRegulamentodoImpostoComplementardeRendimentos;c)MapamodeloM/4domovimentodasprovisõesaqueserefereaalíneae)don.º1doartigo13.ºdo RegulamentodoImpostoComplementardeRendimentos.

4. TodasasentidadespatronaisdeverãoentregarnosmesesdeJaneiroeFevereirode2015,naRepartiçãodeFinançasdeMacau,umarelaçãonominal,emduplicado,conformeomodeloM3/M4,dosassalariadosouempregadosaquem,noanoanterior,hajampagoouatribuídoqualquerremuneraçãoourendimento.

5. ConformeoRegulamentodoImpostoProfissional,afaltadaentregadadeclaraçãoderendimentosedasrelaçõesnominaisdosempregadosouassalariados,ouainexactidãodosseuselementos,serápunidacomamultade500,00a5.000,00patacas.

6. OsimpressosdadeclaraçãoedasrelaçõesnominaissãodisponíveisnoNúcleodoImpostoProfissionaldoEdifício“Finanças”,noCentrodeAtendimentoTaipaenoCentrodeServiçosdaRAEM.

Aos4deDezembrode2014.ADirectoradosServiços,VitóriadaConceição

pub

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 38/AI/2015-----Atendendoàgravidadeparaointeressepúblicoenãosendopossívelprocederàrespectivanotificaçãopessoal,pelopresentenotifique-seoinfractorLAU,ChunYin(portadordoBilhetedeIdentidadedeResidentePermanentedaRAEHKn.°R1233XXX),quenasequênciadoAutodeNotícian.°2/DI-AI/2014,de07.01.2014,levantadopelaDSTepordespachodasignatáriade30.01.2015,exaradonoRelatórion.°36/DI/2015,de21.01.2015, lhe foidesencadeadoprocedimento sancionatório,porcontroloda fracçãoautónomasituadanaAvenidadaAmizaden.°761,Edf.ChungYu,17.°andarC,utilizadaparaprestaçãoilegaldealojamento.-------------Nomesmodespachofoideterminado,quedeve,noprazode10dias,contadoapartirdapresentepublicação,apresentar,querendo,asuadefesaporescritosobreamatériaconstantedaqueleAutodeNotícia,oferecendonessaalturatodososmeiosdeprovaadmitidosemdireito.Nostermosdon.°2doartigo14.°daLein.°3/2010nãoéadmitidaapresentaçãodedefesaoudeprovasforadoprazo.-------AmatériaconstantedaqueleAutodeNotíciaconstituiinfracçãoaoartigo2.°daLein.°3/2010,talfactoépunívelnostermosnon.°1doartigo10.°daLein.°3/2010.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Oprocessoadministrativopodeserconsultado,dentrodashorasnormaisdeexpediente,noDepartamentodeLicenciamentoeInspecçãodestaDirecçãodeServiços,sitonaAlamedaDr.Carlosd’Assumpçãon.os335-341,Edifício“CentroHotline”,18.°andar,Macau.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----DirecçãodosServiçosdeTurismo,aos30deJaneirode2015.

ADirectoradosServiços,MariaHelenadeSennaFernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 116/AI/2015-----Atendendoàgravidadeparaointeressepúblicoenãosendopossívelprocederàrespectivanotificaçãopessoal,pelopresentenotifiquem-seosinfractores,XUZHIHUA(portadordoSalvo-CondutodeduplaviagemdaR.P.C.n.°W66688XXX)eIEONGKAIHONG(portadordoBilhetedeIdentidadedeResidentePermanentedaRAEMn.°13001XXX),quenasequênciadoAutodeNotícian.°8/DI-AI/2013,levantadopelaDSTa21.01.2013,epordespachodasignatáriade10.12.2014,exaradonoRelatórion.°864/DI/2014,de25.11.2014,emconformidadecomodispostonon.°1doartigo14.°daLein.°3/2010,lhesfoidesencadeadoprocedimentosancionatórioporsuspeitadecontrolodafracçãoautónomasituadanaAvenidadoDr.RodrigoRodriguesn.°1142-M,Edf.CentroInternacionaldeMacau,Bloco12,13.°andarEondeseprestavaalojamentoilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Nomesmodespachofoideterminado,quedeve,noprazode10dias,contadoapartirdapresentepublicação,apresentar,querendo,asuadefesaporescritosobreamatériaconstantedaqueleautodenotícia,oferecendonessaalturatodososmeiosdeprovaadmitidosemdireitonãosendoadmitidaapresentaçãodedefesaoudeprovasforadoprazoconformeodispostonon.°2doartigo14.°daLein.°3/2010.----------------------Amatériaconstantedaqueleautodenotíciaconstituiinfracçãoaoartigo2.°daLein.°3/2010,punívelnostermosdon.°1doartigo10.°domesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Oprocessoadministrativopodeserconsultado,dentrodashorasnormaisdeexpediente,noDepartamentodeLicenciamentoeInspecçãodestaDirecçãodeServiços,sitonaAlamedaDr.Carlosd’Assumpçãon.os335-341,Edifício“CentroHotline”,18.°andar,Macau.---------------

-----DirecçãodosServiçosdeTurismo,aos09deFevereirode2015.

ADirectoradosServiços,MariaHelenadeSennaFernandes

Leonor Sá [email protected]

O Secretário para a Eco-nomia e Finanças, Lio-nel Leong, assegurou à Associação Geral das

Mulheres que a questão da licença de paternidade será incluída na discus-são da proposta de Lei das Relações de Trabalho. E que esta discussão vai acontecer ainda este ano.

O referido texto de revisão encontra-se a ser discutido pelo Conselho Permanente de Concer-tação Social e vai, agora, contar com mais este ponto.

“Será integrada, este ano, na agenda de discussão do ConselhoPermanente de Concertação Social no âmbito da alteração da Lei das Relações de Trabalho, a matéria sobre a criação da licença de paternidade”ComuniCado do gabinete do SeCretário para a eConomia e FinançaS, LioneL Leong

Lionel Leong anunciou recentemente que o regime da licença de paternidade será integrado na discussão da revisão da Lei das Relações de Trabalho ainda este ano, em sede de Concertação Social

paternidade Regime de licença vai seR discutido pelo cpcs

os pais também contam

“Será integrada, este ano, na agenda de discussão do Conselho Permanente de Concertação Social no âmbito da alteração da Lei das Relações de Trabalho, a matéria sobre a criação da licença de pa-

ternidade”, explica o Gabinete do Secretário em comunicado.

O anúncio surgiu durante um encontro do dirigente com a Associação Geral das Mulheres (AMG), que teve lugar recente-

mente. A licença de paternidade é para estas mulheres, uma “forma de cuidado do Governo para com as mulheres trabalhadoras”, refere um comunicado do Gabinete de Lionel Leong.

Os pedidos tiveram lugar duran-te um encontro entre a Associação e o Secretário, onde foi também frisada a necessidade de mais apoios logísticos e de informação e divulgação aos jovens empresários por parte do Governo. Já no que diz respeito aos jovens empresários, a AGM pretende que sejam criadas mais medidas de apoio ao nível financeiro e de organização de sessões de esclarecimento sobre a melhor forma de exploração dos negócios.

Leong assegurou a planificação de medidas para ajudar os mais jovens a estabelecerem os seus negócios.

Difícil é empregar Outro dos assuntos em cima da mesa foi a contratação de empre-gadas domésticas não residentes, uma tarefa que algumas sócias da Associação consideram “difícil” e para a qual sugerem que o Exe-cutivo arranje soluções. Assim, a AGM pede ao Governo que seja melhorado o regime de gestão dos recursos laborais, “acelerando os trabalhos de definição do regime de trabalho parcial para que mais mulheres com capacidades de tra-balho possa reintegrar o mercado laboral”, como diz o Gabinete, que assegura que a definição do regime de trabalho parcial também vai ser acelerada.

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Fil ipa araú[email protected]

P ela segunda vez, a asso-ciação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (aTFPM) entregou

uma petição, na passada sexta-feira, assinada pela Câmara de Comércio dos Negociantes Funerários do ter-ritório e dirigida ao Governo sobre a situação da indústria funerária.

“a indústria dos rituais fune-rários está a ser monopolizada por uma empresa particular e não existe em Macau um espaço público para rituais fúnebres bu-distas que permitam a existência de uma concorrência”, começa por esclarecer o deputado José Pereira Coutinho, referindo-se à Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, liderada pelo deputado Fong Chi Keong e actual responsável pelo sector.

em Macau, o custo de um funeral é bastante elevado e, para além deste monopólio, defende o deputado, “as outras indústrias paralelas estão a sofrer severas consequências”, diz, referindo-se a todos os serviços directamente liga-dos a funerais, como por exemplo actividades comerciais de venda de caixões e flores.

Com isto, defende a aTFPM, a empresa que monopoliza este sector, além de gerir o espaço para a exe-cução dos rituais fúnebres, também exerce actividades paralelas, levando a existir assim a um “competição de concorrência desleal”.

este monopólio, defende a Câmara de Comércio dos Nego-ciantes Funerários, tem levado a que muitas empresas do sector, “com mais de uma centena de anos de actividade”, sejam obrigadas a fechar as suas portas.

Sem Solução Recorde-se que esta não é a primeira petição entregue pela associação, sendo que já em agosto passado foi entregue um documento para os

mesmos fins. Este, até agora, não foi merecedor de qualquer parecer por parte da administração.

“Nada. Nunca recebemos qual-quer resposta, qualquer justificação. Nada”, afirma Pereira Coutinho.

transporte de corpos para a região vizinha de Zhuhai.

“as pessoas são obrigadas a ir, [a] esta associação privada para ter um carimbo que custa dez mil patacas, para que assim

em causa está também a cons-trução, anteriormente prometida pelo Instituo para os assuntos Cívicos e Municipais (IaCM), de um espaço de cremação de corpos, em Coloane, permitindo o fim do

possam enviar o corpo para ser cremado e depois possam ser enviadas de volta as cinzas para Macau. Isto para além de ser um grande inconveniente, causa mui-to transtorno sendo extremamente oneroso”, argumentou o deputado. Os preços, contudo, podem agora estar a subir ainda mais, de acordo com o democrata au Kam San (ver texto abaixo).

está mais que na hora, diz Pereira Coutinho, do Governo assumir a sua responsabilidade nesta questão.

“O Governo tem que perceber que tem aqui uma grande respon-sabilidade, o executivo tem de providenciar um espaço público para a execução dos rituais para além do único local que existe em Macau”, defende. até agora, apesar da promessa, nada foi feito.

É de lembrar que a situação do sector das funerárias foi tornada pública em 2012, quando vários pequenos proprietários se quei-xaram de situação iminente de fa-lência, por não conseguirem fazer negócio. Chegou a ser ponderada a realização de uma manifestação, o que acabou por não acontecer.

joana [email protected]

n uMa carta ontem enviada às redacções, o deputado au Kam San critica forte-

mente o Governo e a associação de Beneficência do Kiang Wu, actual responsável pelo monopólio dos funerais tradicionais, acusan-do mesmo esta de estar a fazer dinheiro “à custa dos mortos”. O deputado democrata assegura que os preços das licenças para a au-torização da cremação de pessoas de Macau em Zhuhai estão a subir,

sem que nada possa ser feito pelos familiares. e questiona os Serviços de Saúde (SS) sobre a decisão de que apenas a associação tenha legitimidade para a transferência de corpos.

“Macau não tem crematório, por isso, se as pessoas quiserem ser cremadas depois de morrerem terão de ser transferidas para Zhuhai. Mas, como isso só pode acontecer lá, então não há espaço de negociação para os familiares dos falecidos e [estes] pagam o dinheiro que lhes for pedido”, começa por apontar au Kam San.

serviços, logo existe um monopólio e os preços subiram drasticamente. Porque é que os SS voltaram atrás com esta decisão? Porque é que apenas este local é autorizado a fazer isto?”, questiona.

PreçoS a Subirau Kam San assegura que os preços para a cremação, devido precisamente ao monopólio, subi-ram para 15 mil yuan, quando “o crematório, de facto, presta servi-ços por menos do que esse valor”.

O democrata apela ao Governo que construa um crematório, ainda

O deputado relembra ainda a decisão das autoridades sanitárias de que apenas os corpos entregues para cremação pela casa funerária gerida pela associação de Bene-ficência do Kiang Wu estariam aptos para serem transferidos para Zhuhai, devido a questões sanitárias. e diz que, desta forma, as próprias autoridades de Macau “decidiram que este serviço fosse um monopólio”.

“Os SS decidiram que apenas a [casa funerária da associação de Beneficência do Kiang Wu] tem legitimidade para prestar estes

que Florinda Chan, ex-Secretária para a administração e Justiça, já tenha referido que Macau não tem condições de construir um crematório devido à falta de es-paço. Mas au Kam San discorda e diz que, devido ao número de corpos enviados anualmente para o continente – mais de mil de acordo com os dados do deputado – “só se prova a necessidade de que os residentes de Macau precisam de um crematório” local.

“Foi aberta a oportunidade de monopolizar este mercado devido a decisões administrativas impró-prias. assim, eles podem subir as tarifas como querem e fazer dinhei-ro dos mortos. Isto mancha o nome da caridade”, aponta, referindo-se à associação liderada pelo colega do hemiciclo Fong Chi Keong.

Au KAm SAn diz que preçoS eStão A Subir e criticA Governo e ASSociAção

“a fazer dinheiro à custa dos mortos”

FunerAiS AssociAção ApelA de novo Ao fim do monopólio

pressão em dose duplaa situação do sector das funerárias continua a ser uma pedra no sapato da sociedade de Macau. Sem desistir da resolução prometida pelo IaCM, a aTFPM volta a entregar uma nova petição para evitar que aqueles que morrem em Macau tenham de ir para Zhuhai para ser cremados

“O Governo tem que perceber que tem aqui uma grande responsabilidade, o Executivo tem de providenciar um espaço público para a execução dos rituais para além do único local que existe em Macau”pereirA coutinho deputado

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a caminho dos 5500 amigosJunta-te a opera!

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Um dos membros do comité adminis-trativo do Instituto para os Assuntos

Cívicos e Municipais, Leong Kun Fong, disse no passado sábado que o novo par de pandas deverá chegar ainda antes do Verão. De acordo com notícia do website Macau News, o responsável justifica a vinda dos animais durante os primeiros meses do ano devido ao facto do calor não ser benéfico para a sua saúde.

As declarações tiveram lugar durante um evento de promoção de uma ‘Cidade Limpa’, onde Leong referiu que o Governo Central está ainda a decidir qual a espécie

de pandas que melhor se adapta ao clima subtropical do território. Já Hoi Hoi, o panda macho, deverá ser enviado para o continente e ser integrado num programa de reprodução. Caso tal aconteça, o animal poderá mesmo não regressar a Macau.

Depois da selecção de vários pares pelas autoridades chinesas, o Executivo local deverá então escolher aquele que prefere albergar em Macau. O anúncio sobre o envio de dois novos animais foi feito pelo presidente chinês, Xi Jinping, durante a sua visita à RAEM, em Dezem-bro passado.

A Autoridade de Aviação Civil (AACM) vai ter mais 73 voos – charter e normais – a voar

entre Macau e Taiwan, Coreia, China e Japão devido ao aumento da procura por ocasião do Ano Novo Chinês. No ano passado, só a Air Macau implementou a medida, mas este ano juntaram-se companhias como a TransAir, East Asia Airlines, Jin Air e a Juneyao Airlines. Assim, serão acrescidos cinco voos para Taiwan – in-cluindo Taipé e Kaoshiung –, outros cinco para o Japão, 13 para a Coreia e 50 para o continente, que incluem Xangai ou Shenzhen. Esta medida encontra-se em vigor desde o passado sábado e deverá prolongar-se até final deste mês, dia 28.

De acordo com comunicado da AACM, houve um aumento de 160% no número de voos para os destinos já referidos devido à Semana Dourada que para muitos começa amanhã e se prolonga até final desta semana.

“Tradicionalmente, os chineses espa-lhados por vários locais regressam a casa no Ano Novo Chinês para aproveitarem as férias. Para os chineses do continente, esta é uma altura especialmente boa para viajar pelo país, o que frequentemente faz com que haja uma grande procura do serviço de transporte em Macau”, refere a entidade no comunicado.

Ano Novo AAC aumenta número de voos Pandas Novos animais já para o Verão

Joana [email protected]

O Governo está ainda a estudar a criação de um Fundo de Investimento e Desenvolvimento da

RAEM. É o que diz Sou Tim Peng, director dos Serviços de Economia (DSE), que não apresenta datas con-cretas a Au Kam San, deputado que apresentou uma interpelação escrita ao Governo sobre o assunto.

Numa resposta, agora tornada pública, Sou Tim Peng diz que a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) é a entidade responsável pelo estudo sobre o Fundo.

“A AMCM está a estudar, de forma dinâmica, as condições e requisitos prévios para a criação do Fundo, incluindo a sua dimensão, os objectivos claros e investimentos definidos, a construção institucional adequada e respectivos regimes jurídicos”, começa por apontar Sou Tim Peng.

O responsável adianta que a ideia é potenciar os recursos financeiros públicos “através de um mecanismo estável e eficiente de longo-prazo, no sentido de e adaptar às necessidades do incremento económico e social”.

O Fundo de Investimento e Desenvolvimento da RAEM foi anunciado por Chui Sai On o ano pas-sado, “para os próximos cinco anos”, sendo que o objectivo é melhorar o desempenho da gestão da reserva financeira. Este Fundo pode vir a ser da responsabilidade da Macau Investimentos e Desenvolvimento

S.A., actualmente liderada por Sou Tim Peng, e criada para gerir também a reserva financeira.

Au Kam San queria saber exacta-mente quais as funções deste Fundo: “para quê e porquê?”, questiona o deputado.

Na resposta, contudo, Sou Tim Peng não especifica o objectivo concreto deste Fundo.

Em nomE da divErsificação Ainda no mesmo documento, o director da DSE assegura que a AMCM se mantém a diversificar os activos da sua reserva financeira e que o Executivo está a levar a cabo apoios às indústrias locais, com vista a atingir a tão almejada diversificação da economia.

“Os diversos planos e politi-cas relacionadas serão revistos e melhorados periodicamente, com vista ao desenvolvimento saudável das pequenas e médias empresas”, assegura Sou Tim Peng.

Na calha, está ainda a intenção de optimizar o papel da Comissão para o Desenvolvimento de Con-venções e Exposições, sendo que as associações e empresas do sector vão ser “auscultadas para que se façam políticas mais apta” à dinamização destas actividades.

Sou Tim Peng relembra ainda que a Direcção dos Serviços de Turismo já está a efectuar os trabalhos prepa-ratórios para que se leve a cabo o Pla-neamento Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo, estudo que deverá avaliar a capacidade de recep-ção turística de Macau.

Finanças AMCM estudA CriAção de Fundo de investiMento

Quando, porquê e para quê?

“A AMCM está a estudar, de forma dinâmica, as condições e requisitos prévios para a criação do Fundo, incluindo a sua dimensão, os objectivos claros e investimentos definidos, a construção institucional adequada e respectivos regimes jurídicos”sou Tim Peng Director dos serviços de economia

Fórum Macau Delegada de Moçambique inicia funções o secretariado Permanente do Fórum Macau informou ontem que a nova delegada de Moçambique junto do secretariado já iniciou funções. Francisca António torcida reino iniciou ontem o trabalho, assumindo o cargo na sequência da cessação de funções da delegada anterior, esmeralda Matias Patrício. A nova responsável por Moçambique ingressou no Ministério da indústria e Comércio de Moçambique (MiC) em 1996, na direcção de relações internacionais (dri). de 2001 a 2011 foi técnica no departamento de organizações especializadas. de 1996 a 2000 foi desk officer da sAdC e em 2011 foi nomeada para o cargo de Chefe do departamento de Cooperação Bilateral e Fóruns internacionais – direcção de relações internacionais – Ministério da indústria e Comércio.

Menos impostos do Jogo em JaneiroMenos 30%. É esta a quebra dos impostos sobre as receitas do Jogo registada em Janeiro. o Governo recebeu um total de 8,485 milhões de patacas, uma queda de 29,7%, por comparação a igual período do ano passado. os dados foram publicados ontem pela direcção dos serviços de Finanças e mostram que o executivo acumulou 10.500 milhões de patacas em receitas, menos 27,5% face a Janeiro de 2014. no mesmo mês o Governo gastou 2,189 milhões de patacas, mais 16% face a 2014. As contas públicas apresentavam um saldo positivo de 8,311 milhões de patacas.

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10 hoje macau terça-feira 17.2.2015eventos

Corto Maltese: a Juventude • Hugo PrattEm 1981, o jornal francês Le Matin encomendou a Pratt uma banda desenhada, a ser publicada em episódios ao longo desse ano. Pratt começa por narrar os bastidores da guerra entre a Rússia e o Japão, na Manchúria de 1905. Desenha as trincheiras escavadas pelos soldados japoneses e o orgulho dos oficiais, a debandada das tropas russas e a loucura de uma situação na qual alguns continuam a massacrar-se apesar de a guerra ter acabado. Ele fez de Jack London, o escritor americano e correspondente de guerra, o artesão do encontro e da amizade entre Rasputine e Corto Maltese. E quando a história de Pratt termina antes do tempo, em consequência de um desentendimento com o editor, a história como que por magia não ficará inacabada, mas passa a ser uma outra história. “A Juventude” será um relato sobre a amizade e a honra, sobre a liberdade, a loucura e o rigor.

À venda na Livraria Portuguesa rua de s. domingos 16-18 • teL: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

astérix: a rosa e o gLádio • rené goscinny, albert uderzoHá uma revolução na Aldeia de Astérix! Esta história gira em torno da condição feminina, com várias peripécias com as mulheres no centro da acção. É talvez o único dos livros da Astérix em que as mulheres são protagonistas! O primeiro episódio leva ao abandono da aldeia pelo bardo, farto de bárbaros e vexado pelas senhoras da aldeia que, não contentes com a educação ministrada pelo ele aos seus filhos, contratam Maestria, uma mulher bardo de Lutécia, para o substituir. Maestria incentiva as suas irmãs gaulesas a dizer não à tirania masculina. A revolta instala-se, as aldeãs usam bragas, e Boapinta quer ter assento no Conselho da Aldeia. Até o exército romano submete as suas legiões às regras da paridade... A lendária galanteria gaulesa posta à prova, vista por um Albert Uderzo mais inspirado do que nunca!

Leonor Sá [email protected]

o designer britâ-nico Tom Dixon pisa o território pela primeira

vez a 6 de Março para apre-sentar uma exposição dos seus trabalhos acompanhada por uma palestra sobre o seu percurso profissional. A mos-tra e a palestra – intitulada ‘A perspectiva de Tom Dixon sobre o Design’ – acontecem no espaço Louis Vuitton, no espaço comercial One Central.

De acordo com a organi-

a revista húngara Lakberendezés, pu-blicação online sobre decoração de interiores, dedicou, recentemente,

um artigo à arte da azulejaria portuguesa. Acompanhada de múltiplas fotografias, a peça conta a história do azulejo, apresenta as suas principais características e dá, também, exemplos de algumas das suas mais belas aplicações.

Embora fossem, antigamente, utilizados no revestimento de paredes das cozinhas e casas-de-banho, os azulejos tornaram-se, aos poucos, uma verdadeira “jóia”, escreve a Lakberendezés, explicando que este tipo de arte decorativa começou a multiplicar-se nas fachadas dos edifícios como igrejas ou estações ferroviárias.

A título de exemplo, a revista, que es-clarece que o nome “azulejo” provém do facto de, desde o início, o azul ser a sua cor dominante, apresenta aos leitores a Estação Ferroviária de São Bento, no Porto, o Palácio Nacional de Sintra ou a Sé Velha de Coimbra.

“No começo, os padrões de azulejos eram emprestados da geometria”, revela a

publicação, esclarecendo que os primeiros padrões eram “relativamente simples”, ao estilo xadrez, acabando, mais tarde, por se complexificar.

as Cores da arteA Lakberendezés destaca, em especial, as al-terações introduzidas pelo período Barroco, que levou ao aparecimento de azulejos com outras cores - nomeadamente amarelo, verde e vermelho - e de desenhos mais criativos e ousados.

Com o tempo, “o desenvolvimento da arte de azulejos tornou-se rica e variada, com motivos naturais ou associados aos Desco-brimentos”, sem nunca se perder, porém, “a sua imagem típica”, realça a revista.

A publicação húngara salienta, ainda, a importância atribuída ao azulejo pelos por-tugueses, atestada pelos esforços observados em várias partes do país para “substituir os azulejos degradados e revitalizar este grande ícone e os seus velhos padrões” tanto em prédios de apartamentos como em edifícios públicos.

Revista húngaRa dedica aRtigo a azulejos poRtugueses

Da geometria ao barroco

design Britânico tom Dixon expõe no one central

graças do mês de Março O designer britânico Tom Dixon vai apresentar as suas obras e dar uma palestra em Macau pela primeira vez, no espaço Louis Vuitton do One Central. A palestra, já em Março, é aberta ao público e foca-se no percurso e obra de Dixon

A mundialmente conhecida marcaTom Dixon vende peças para mais de 65 países e tem escritórios espalhados por três continentes, nomeadamente em Hong Kong, Inglaterra e EUA

zação, esta é a primeira vez que Macau recebe um nome “tão relevante no campo do design” através de uma em-presa privada local.

“O objectivo desta ini-ciativa é oferecer uma opor-tunidade às empresas que trabalhem com instalações em grande escala e design de arquitectura para conhecerem Dixon e partilhar as suas ideias, filosofia e trabalho e negócio”, assegura a galeria em comunicado. A palestra é destinada a profissionais da área e fãs do trabalho do desig-ner que irá expor conhecidas colecções como a ‘Trace’ e

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Horários

11 eventoshoje macau terça-feira 17.2.2015

Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

sheraton Macau com ofertas para reservas de grupoO Hotel Sheraton Macao vai oferecer a terceira noite ou um jantar gratuito a quem fizer reservas colectivas de pelo menos dez pessoas. A campanha “Por Conta da Casa” tem em vista atrair um maior número de pessoas a este espaço e é organizada juntamente com a Sands Cotai Strip Macao, hotéis localizados entre a Taipa e Coloane. “Por Conta da Casa” destina-se às empresas e organizadores de convenções e exposições que se desloquem a Macau em trabalho, lembrando assim que estes podem aproveitar uma noite extra no território para tempo de lazer. Quem pretender usufruir desta promoção deverá reservar de 10 a 500 quartos por pelo menos duas noites consecutivas, juntamente com um gasto obrigatório de 1600 dólares de Hong Kong por quarto dedutíveis em bebidas e comida. As reservas deverão ser efectuadas até dia 31 de Maio para chegadas entre 1 de Abril e 2 de Julho e 30 de Agosto a 30 de Setembro deste ano.

FotografiaExposição “Macau é um Espectáculo” no PortoO Hospital da Prelada, da Santa Casa da Misericórdia do Porto, vai receber uma exposição fotográfica sobre Macau. Até finais de Março, a exposição “Macau é um Espectáculo – As Artes nas Ruas de Macau” vai estar patente no local, sendo que podem ser vistas mais de 50 fotografias de membros da Associação de Fotografia de Macau. As imagens já estiveram em exibição noutros locais em Portugal e também no Brasil, com o apoio da Fundação Macau. A inauguração da exposição aconteceu no dia 11 de Fevereiro.

Está a chegar o festi-val para os verdadeiros

apreciadores de vinho. Ma-cau será palco de mais uma edição do festival Wine and Dine, de 4 a 8 de Março. Uma fusão de vinhos e gas-tronomia de vários países do mundo vai estar presente na

zona exterior do Venetian e pretende assim conquistar todos aqueles que o visitam com “glamour e bom gosto”. Para além de ter entrada livre, o festival é uma “excelente” oportunidade para investido-res do sector vinícola, como diz a organização.

No espaço vão estar 38 expositores com produtos reconhecidos, como vinhos ou bebidas espirituosas, de mais de 16 países, incluin-do França, Portugal, Itália e Estados Unidos, sempre acompanhados por momen-tos gastronómicos.

O festival será ainda mon-tra para vários workshops para amadores e profissionais do sector. A cereja no topo do bolo é a actuação dos Cookin’Nanta, da Coreia do sul, que unem a dança à cozinha, tudo em cima de um palco.

• dia 4 de maRçoCerimónia de abertura, às 18h00

• QuinTa a domingodas 14h00 às 23h00

• SexTa-FeiRa e SábadoDas 14h00 às 24h00

Venetian Festival Wine and Dine de 4 a 8 de Março

Design BRiTâniCO TOM DixOn ExPõE nO OnE CEnTRAl

graças do mês de Março

A mundialmente conhecida marcaTom Dixon vende peças para mais de 65 países e tem escritórios espalhados por três continentes, nomeadamente em Hong Kong, inglaterra e EUA

artigos como a mesa ‘spun’, a cadeira ‘Wingback’, as luzes ‘Beat’ e alguns acessórios.

a menTe poR TRáS da maRCaDixon começou o seu per-curso de reconhecimento com o desenho da cadeira ‘s’ para, nos anos 90, se tornar o director criativo da marca de mobiliário e design Habitat. Em 2000, o artista recebe o prémio OBE pela Rainha de Inglaterra, tendo exposto alguns trabalhos no Museu Victoria & Albert, MOMA e Centro Pompidou.

Dois anos depois, Dixon abre a sua própria empresa,

a Design Research studio, e é considerado Artista do Ano pelo Museu de Design de Londres. A agora mun-dialmente conhecida marca tom Dixon vende peças para mais de 65 países e tem es-critórios espalhados por três continentes, nomeadamente em Hong Kong, Inglaterra e EUA.

Actualmente, o britânico tem produtos expostos em diversos locais como nos restaurantes londrinos ‘the Royal Academy’ e Barbecoa, no clube tazmania de Hong Kong e no espaço gastronó-mico parisiense Eclectic. Em setembro do ano passado, o atelier de Dixon finalizou o seu primeiro projecto hotelei-ro, see Containers Mondrian London, em colaboração com o grupo Morgan Hotel. O espaço vai ter 360 quartos e é inspirado nos anos 20, situando-se na margem do Rio tamisa.

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12 publicidade hoje macau terça-feira 17.2.2015

EDITALPrédio em mau estado de conservação Edital n.º :3/E-AR/2015Processo n.º :26/AR/2014/FLocal : Rua de Afonso de Albuquerque n.º 5B, Macau.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio aos condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do edifício acima indicado que a parede exterior do edifício, a fachada traseira do edifício e o tubo de queda de água instalado no exterior do edifício acima indicado se encontram em mau estado de conservação, conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 11/02/2015, no prazo de 30 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, devem proceder à obra de conservação e reparação da referida parede exterior, da referida fachada traseira e do referido tubo de queda de água.

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o projecto de obra respectivo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.

Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços proceder-se-á à aplicação da multa estabelecida nos artigos 66.º e 67.º do citado diploma legal.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Nos termos do artigo 59.º do mesmo decreto-lei e das competências delegadas pelos nos 1 e 4 da Ordem Executiva no 113/2014, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2014, da minha decisão do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

RAEM, aos 11 de Fevereiro de 2015 Pelo Director dos Serviços A Subdirectora

Enga Chan Pou Ha

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13Chinahoje macau terça-feira 17.2.2015

Investimento estrangeiro cresceu 29,4% em JaneiroO investimento estrangeiro directo na China atingiu 13.920 milhões de dólares em Janeiro, crescendo 29,4% em termos anuais homólogos, valor que traduz o maior aumento desde Fevereiro de 2011, indicam dados oficiais ontem divulgados. Em comunicado, o Ministério do Comércio da China indicou que a mesma tendência se verificou ao nível do investimento da China no estrangeiro, que ascendeu a 10.170 milhões de dólares, traduzindo uma subida de 40,6% face a Janeiro de 2014.Os dados não incluem, contudo, os fluxos de entrada e saída no sector financeiro.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, recebeu no último domingo o chan-

celer chinês, Wang Yi, que está em visita oficial ao Irão.

Rouhani referiu que o Irão dá grande importância ao relacionamento com a China, destacando que o desenvolvimento saudável e estável das relações entre os dois países não beneficia apenas ambos os lados, mas favorece ainda a paz e a es-tabilidade na região e no mundo em geral. O presidente iraniano afirmou que o seu país interage activamente com a China a

respeito da construção da “Cintura Econó-mica da Rota da Seda” e da “Rota da Seda Marítima do Século XXI”, para a qual os dois país podem ampliar cooperações nas áreas de infra-estruturas, energia, produção energética, agricultura e turismo. Rouhani disse admirar o papel da China na mesa das negociações sobre a questão nuclear.

Wang Yi lembrou que o presidente chinês já se reuniu em várias ocasiões com o presidente Rouhani, o que defi-niu uma boa direcção para as relações sino-iranianas. O chancelar disse ainda

que a China quer reforçar a coordenação com o Irão nos assuntos internacionais, a fim de promover a democratização das relações internacionais e defender os interesses legítimos dos países em desenvolvimento.

Por fim, Wang Yi elogiou a atitude do presidente iraniano de que não procurar o desenvolvimento de armas nucleares no país e disse esperar que os envolvidos aproveitem os momentos oportunos para chegar a um consenso o mais breve possível sobre a questão nuclear do Irão.

Presidente iraniano recebe chanceler chinês

Investidores individuais chineses têm revelado uma grande apetência pelo imobiliário português, especialmente desde o lançamento dos “vistos dourados”

Portugal QuartO MaiOr dEstinO dE invEstiMEntO Chinês na EurOpa na últiMa déCada

um mercado cada vez mais apetecívelPortugal surge como o país europeu em que o peso do investimento chinês mais se fez sentir tendo em conta a dimensão dasua economia

P ORtugal foi o quarto país da Eu-ropa que mais in-vestimento chinês

recebeu na última década, à frente de economias de muito maior dimensão como as da Espanha ou até Itália, revela um novo estudo com-parativo.

O estudo da consultora Rhodium, elaborado para a sociedade de advogados Baker & McKenzie, analisa o total de transacções entre 2004 e 2014, ano que foi de longe o ano de maior inves-timento chinês na Europa, e em que Portugal surge mes-mo à frente da Alemanha.

Em 2014, indica, o in-vestimento total na Europa ascendeu a 18 mil milhões de dólares, o dobro do registado no ano anterior, com os países preferidos dos investidores chineses a serem o Reino unido (5,1 mil milhões de dólares), Itália (3,5 mil milhões de dólares) e Holanda (2,3 mil milhões de dólares).

Portugal surge com valo-res próximos, 2 mil milhões de dólares, em quarto lugar,

seguido da alemanha (1,6 mil milhões de dólares).

O maior investimento chinês em Portugal em 2014 foi no sector segurador – a compra da seguradora tran-quilidade pela Fosun, que já era accionista da Redes Eléctricas Nacionais (REN), empresa que gere a infra--estrutura eléctrica do país.

Investidores individuais chineses têm revelado uma grande apetência pelo imo-biliário português, especial-mente desde o lançamento dos “vistos dourados”, que a partir de investimentos de 500 mil euros dão acesso a uma autorização de resi-dência válida para toda a zona euro.

Desde 2000, adianta o estudo, o Reino unido foi

Os quatro sectores que mais investimentos capta-ram na Europa em 2014 foram agricultura e alimen-tação (4,1 mil milhões de dólares), energia (3,7 mil milhões de euros), imo-biliário (3 mil milhões de euros), indústria automóvel (2,2 mil milhões de euros) e serviços financeiros e em-presariais (1,7 mil milhões de euros).

Destes sectores, Por-tugal recebeu poucos in-

a notícia surge numa altura em que a imprensa portuguesa dá conta do inte-resse de grandes sociedades chinesas como o Banco da China e a Fosun Internatio-nal no Novo Banco, entidade financeira que herdou os activos “sãos” do Banco Espírito Santo, resgatado por um fundo interbancário no Verão de 2014.

a confirmar-se, este poderá ser o maior investi-mento de sempre da China em Portugal, a par do feito na EDP – Energias de Portugal pela China three gorges, a maior privatização já reali-zada no país, numa altura em que o país foi forçado a vender activos para cumprir os termos do resgate de 2011. - (Macauhub/CN/PT)

de longe o maior destino de investimento – 16 mil mi-lhões de dólares – seguido da alemanha (8,4 mil milhões de dólares), França (6,7 mil milhões de dólares) e Portugal (6,7 mil milhões de dólares).

alguns analistas têm apontado para valores supe-riores aplicados por investi-dores chineses em Portugal, na ordem dos 10 mil milhões de dólares.

CoM iMPaCToQuando olhado o montante total de investimento à luz do tamanho da economia, do “stock” de IDE nos últimos anos ou da dimensão do mer-cado de capitais, Portugal é claramente o país em que o peso do investimento chinês é maior.

vestimentos chineses na agricultura e na indústria automóvel, devendo as tec-nologias receber a próxima vaga de investimentos, de acordo com a Rhodium.

“A tendência vai conti-nuar em qualquer cenário, mas a magnitude e forma dos investimentos chineses dependerá dos aconteci-mentos na Europa”, afirma thomas gilles, especialista da Baker & McKenzie para a China.

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14 hoje macau terça-feira 17.2.2015

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N ão dou por mal empre-gue o tempo que todos os Sábados dedico à leitura da edição de fim de sema-

na do Financial Times. Um leitor atento poderá até recordar que o advento des-tas páginas teve origem numa irritação que se prendia com a inexistência, em Macau, há três anos, de lugares sufi-cientes para que a sua leitura se pudesse cumprir com o conforto e a qualidade necessária. Essa insuficiência, infeliz e surpreendentemente, subsiste.

Na edição de Sábado permanece no FT o tipo de artigos que se oferece de segunda a sexta-feira mas, ao corpo principal, acrescentam-se dois suple-mentos regulares, um sobre proprieda-des, design, floricultura, etc., chamado House & Home, e um outro, chamado Life & Arts, de variadíssimos temas de cultu-ra e bem estar. Este inclui várias cróni-cas. Duas delas tenho-as como de leitu-ra obrigatória, um hábito que o tempo formou e cuja subtracção prejudica seriamente o fim de semana: The Slow Lane, escrita por Harry Eyres e Opening Shot, de Simon Kuper.

Na passada semana ambos escre-veram sobre tópicos cuja relevância se estende a esta zona do mundo. o de Simon Kuper fala do prejuízo que um elevado número de turistas pode trazer a uma cidade. Harry Eyres elogia Taipé.

o caso de Kuper inicia-se através do exemplo de Amesterdão. Não po-demos deixar de esboçar um sorriso pe-rante o seu incómodo: a sua queixa ini-cial inclui a informação de que Ames-terdão recebeu, em 2013, 8.3 milhões de turistas.

Se por um lado o turismo afecta a qua-lidade de vida dos residentes das cidades, pelo esforço que exerce sobre as suas in-fraestruturas, por outro é o turismo que permite a existência de melhores restau-rantes, festivais e museus (em Amester-dão, pelo menos). Estes encontram-se, no entanto, ocupados por turistas.

Que incentivo permanece num re-sidente para visitar o Rijksmuseum, na sua própria cidade, se os turistas impe-dem um usufruto decente da sua ofer-ta? A luta trava-se entre um imperativo económico e a qualidade de vida dos habitantes locais.

outro ponto de contenção prende--se com o comportamento dos turistas. Um artigo de uma revista, humoristica-mente, lança a ideia da obrigatoriedade de pagamento para entrar na cidade.

Veneza é, na Europa, um caso para-

Taipé e amesTerdão

digmático, e a ideia do pagamento e do confinamento de partes da cidade não é encarada apenas como humorística mas como uma possível solução para esta tremenda migração. Kuper avisa que Veneza já não é uma cidade – com 265.000 habitantes recebe anualmente cerca de 20 milhões de turistas.

É cada vez mais difícil fugir aos as-pectos feios e prejudiciais do turismo de massas, enquanto residente e en-quanto turista, mesmo se este exprime um avanço democrático de acesso das massas ao transporte de longo curso e às estalagens que o acolhe. Em Macau não consigo deixar de sentir algum

carinho pelos grupos rústicos que nos visitam.

A parte mais interessante do artigo de Simon Kuper, que está longe de Ma-cau ou Hong Kong, é a revelação de que há cidades em que o acolhimento de estranhos pode vir a ser mais impor-tante para as suas administrações que

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15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 17.2.2015

a revolta do emir Pedro Lystmann

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O Hoje Macau procura um designer para exerceras funções de paginador em regime de part-time de domingo

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Aberto a todos os alunos, professores ou investigadores das instituições de ensino superior regis-tadas em Macau, e quaisquer licenciados ou graduados, com idade até 30 anos, completada até 31 de Dezembro de 2015.

O prazo de entrega dos trabalhos: 31 de Agosto de 2015

Termos e Regulamento disponíveis em www.iimacau.org.mo e Instituto Internacional de Macau, Rua de Berlim, Edf. Magnificent (Venus) Court, 2042.º andar

Tel: +853 2875 1727Fax: +853 2875 1797

É sabido que TaipÉ não É uma cidade parTicularmenTe boniTa e É falha em zonas verdes no seu inTerior (à semelhança de hong Kong e ao conTrário de singapura ou Tóquio). mas Tem livrarias, Tem lojas para Todos os desejos, Tem meTro, Tem TaxisTas honesTos, Tem milhares de cafÉs e casas de chá e uma população de uma amabilidade inexcedível

um programa de bem estar e qualidade de vida destinado aos seus residentes. Eberhard van der Laan, Presidente da Câmara de Amesterdão, avisa, segundo o cronista, que esta cidade “sem equilíbrio (…) tornar-se-á numa cidade para turistas e não para residentes”. Não há muito tempo, ao passar em frente da Casa de Anne Frank, e influenciado por muitos anos de vida na Ásia, pensei que se se tratava de uma distribuição gratuita de arroz.

Harry Eyres teve o bom senso de ir a Taipé. Eu também, há muito pouco tempo. Os maiores elogios que tece à capital de Taiwan prendem-se com o sistema de Metropolitano (Eyres afirma, entusiasmado, que pode ser o melhor do mundo) e a delicadeza dos formosinos. Não poderia estar mais de acordo. Uma das razões por que Tai-pé, Singapura e Hong Kong figuram na minha lista de cidades preferidas é por-que o Metro demonstra uma extrema dedicação aos seus utilizadores. Tóquio também.

A ideia de tomar um comboio sub-terrâneo, limpo, frequentado por pes-soas civilizadas, barato e seguro para que me possa rapidamente encontrar noutro lugar tem algo de reconfortante e mágico, uma espécie de pacto silen-cioso com a cidade e as suas entranhas. Viver numa cuja administração não consegue sequer montar um metrozi-nho de superfície envergonhava se a inépcia reinante não tivesse já equipa-do os seus habitantes com uma impres-cindível capacidade para o riso.

Em Taipé e em Singapura pede-se, en-tre outras delicadezas, aos utilizadores do metropolitano, que reduzam ao máximo a utilização do telefone móvel para não incomodar os passageiros. A este juntam--se outros mimos semelhantes.

Eyres conta que no Metro de Tai-pé um estranho se ofereceu para lhe apertar os atacadores dos sapatos. Eu acrescento que Taipé é a única cidade do mundo em que um taxista se recu-sou a cobrar-me uma corrida porque se havia enganado no caminho para um pequeno hotel cuja localização precisa desconhecia. Tenho muitas histórias de amabilidade passadas em Taiwan mas não vou maçá-los com elas.

Tendo Harry Eyres na conta de um homem bondoso e sensível, consigo ima-ginar como terá recebido, comovido, as atenções a que se refere. Começa por referir que viajar promove uma inevitá-vel comparação entre sistemas humanos, sociedades, maneiras de fazer as coisas, por vezes para vantagem dos lugares visi-tados, por vezes induzindo uma nostalgia pelo lugar onde se pertence.

O benévolo cronista elogia as livra-rias. Nós sabemos do que ele fala. Lojas vastas e muito bem equipadas, famo-sas em toda a Ásia por permanecerem abertas 24 horas. Penetrar e permane-cer numa destas lojas promove tudo menos a nostalgia por um lugar onde elas não existem.

Nelas se encontram, espalhadas pelas suas salas amadeiradas, centenas de pessoas a ler, em todas as secções e a todas as horas, com tempo, sem pressão para comprar, na languidez da abundância e da largueza. Eyres afirma, tocado, que a secção de filosofia da Li-vraria Eslite da Rua Songgao mais se assemelha a uma biblioteca. Mostra-se também impressionado com o número de cafés e com a casa de chá que a li-vraria disponibiliza.

É sabido que Taipé não é uma cida-de particularmente bonita e é falha em zonas verdes no seu interior (à seme-lhança de Hong Kong e ao contrário de Singapura ou Tóquio). Mas tem li-vrarias, tem lojas para todos os desejos, tem metro, tem taxistas honestos, tem milhares de cafés e casas de chá e uma população de uma amabilidade inexce-dível. Demonstra um equilíbrio perfei-to entre as seduções de uma cidade de grandes dimensões e uma serenidade quase obrigatória.

Além disso, não sendo uma grande cidade como Tóquio ou Hong Kong,

É cada vez mais difícil fugir aos aspecTos feios e prejudiciais do Turismo de massas, enquanTo residenTe e enquanTo TurisTa, mesmo se esTe exprime um avanço democráTico de acesso das massas ao TransporTe de longo curso e às esTalagens que o acolhe

tem música. A última vez que lá estive perdi por um dia uma interpretação dos Gurrelieder, de Schoenberg, num con-certo de fim de ano. No próximo dia 27 de Fevereiro Taipé recebe (bem, não tenho dúvidas) Esa-Pekka Salonen para um concerto com peças de Beethoven e Sibelius.

Que os formosinos de outras re-giões se refiram a Taipé como um lugar desumanizado e até perigoso atinge--me sempre como uma surpresa.

Macau poderia ser muito melhor se tivesse livrarias, taxistas honestos, metro, um concerto de jeito por mês, dezenas de cafés e casas de chá e lojas para todos os desejos, mas, infelizmen-te, ninguém parece preocupado com a qualidade de vida dos que nela residem.

uma das razões por que TaipÉ, singapura e hong Kong figuram na minha lisTa de cidades preferidas É porque o meTro demonsTra uma exTrema dedicação aos seus uTilizadores. Tóquio TambÉm

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16 desporto hoje macau terça-feira 17.2.2015

1998/99 Pêro Pinheiro (POR)

1999/00 Pêro Pinheiro (POR)

2000/01 Sintrense (POR)

2001/02 Sintrense (POR)

2002/03 Sintrense (POR)

2003/04 Atl. Cacém (POR)

2009/10 V. Setúbal (POR) – adjunto

2010/11 Sintrense (POR)

2011 Monte Carlo (MAC)

2012 Monte Carlo (MAC)

2014 Benfica de Macau (MAC)

2014 Escola Luís Figo (CHN)

2014/15 Portimonense (POR) - adjunto

Percurso como Treinador

Sérgio [email protected]

o Grande Prémio de Macau volta a cons-tar dos eventos mo-

torizados a não perder na temporada de 2015 segundo a reputada revista britânica Autosport. De acordo com a publicação automobilística de maior tiragem mundial, a atracção do evento do Circuito da Guia, que este ano se rea-liza de 19 a 22 de Novembro, “vai mais além do muitíssimo desafiante circuito citadino – que tem um contraste único entre a complicada e sinuosa secção montanhosa e o longo ‘pé a fundo’ até à famosa curva do Lisboa”.

Numa descrição assina-da pelo editor de Fórmula 1 Jonathan Noble, também um entusiasta da prova, este é um evento “com um am-biente de alta-pressão onde as futuras estrelas tentam seguir as pisadas dos antigos

campeões Ayrton Senna e Michael Schumacher.”

Entre os eventos interna-cionais seleccionados pela prestigiada publicação britâ-nica estão o Grande Prémio da Áustria de Fórmula 1, o Grande Prémio de Pau, que também inclui uma corrida de Fórmula 3, e o circuito citadino português de Vila Real, que este ano acolhe pela primeira vez uma prova do WTCC.

MAStERS F3 dá CONVitESEntretanto os organizadores do “Masters de Fórmula 3” de Zandvoort, o evento europeu mais importante desta disciplina de forma-ção, vão este ano organi-zar a prova com a mesma regulamentação técnica

a participar num qualquer campeonato das disciplina.

Barry Bland, o inglês que sugeriu na década de oitenta a Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado de Macau, introduzir a Fór-mula 3 no Grande Prémio

da Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3. A pro-va na pista holandesa irá ser obrigatória a todos os pilotos que queiram par-ticipar no Grande Prémio de Macau em Novembro e que em 2015 não estejam

de Macau e que continua a cooperar no evento do Circuito da Guia, é o orga-nizador deste conceituado evento holandês.

WtCC NA HORA dAS MOtASO Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), que este ano não virá a Macau, pela primeira vez em dez anos, realizou a sua apresentação à impren-sa em Barcelona. François

Ribeiro, o homem forte da empresa promotora da competição, aproveitou novamente a ocasião para voltar a referir a saída da RAEM do calendário.

“Eu disse-lhes que não queria a corrida no domingo de manhã antes da Fórmula 3. Estava mais interessado em ter a corrida na tarde de sábado, onde no pro-grama está habitualmente a corridas das motas, que é o melhor momento para as audiências televisivas na Ásia e a melhor hora para os canais televisivos da Europa e América do Sul, mas penso que [a Comissão do Grande Prémio de Macau] não esta-va preparada, portanto, nós decidimos parar ao fim de dez anos”.

O director do Eurosport Events também afirmou que não descarta a hipótese de voltar a Macau um dia e que o WTCC deixou Macau sem ressentimentos.

GP Macau na lista dos Mais anteciPados do ano

Um circuito a não perder

gonçalo lobo [email protected]

o treinador Paulo Bento foi contratado para completar a equipa técnica liderada pelo

recém-contratado Carlos Azenha no Portimonense, em Portugal, para o cargo de técnico adjunto.

O português, que passou por Macau em 2011 e 2012 ao serviço do Monte Carlo, onde conseguiu dois segundos lugares da Liga de Elite e uma presença numa final da Taça de Macau, acabou depois por voltar à RAEM para treinar o Benfica em 2014 – projecto que só abraçou durante a pré-época, uma vez que saiu antes do campeonato começar, numa situação envolta em mistério até hoje. Agora está de volta ao seu país e aos palcos da II Liga portuguesa para ser o braço direito de um velho conhecido.

Paulo Bento, treinador de 50 anos – comemorará 51 no Dia do Pai a 19 de Março - que trabalhava na escola de futebol de Luís Figo na República Popular da China, tem um longo percurso em clubes dos escalões inferiores como o Sintrense – onde também foi jo-gador e capitão de equipa -, Pêro Pinheiro, Atlético do Cacém, entre outros. Mais tarde, Paulo Bento foi adjunto de Azenha no Vitória de Setúbal, rumando depois a Macau,

antes de ingressar nos quadros técnicos da escola de futebol de Luís Figo, perto de Xangai, na China continental.

Pedro Alves Silva (adjunto), Ivo Garcia (adjunto), José Augusto (preparador físico) e Pedro Manuel Silva (treinador de guarda-redes), que faziam parte da equipa técnica liderada por Vítor Maçãs, transi-tam para o elenco actual.

Carlos Azenha foi apresen-tado, na semana passada, como novo treinador do Portimonense, um dia depois do clube algarvio ter anunciado a reestruturação da equipa técnica dos algarvios, que não ganhavam há quatro jogos, tento já invertido a tendência na nova era com uma vitória por 1-0 diante da União da Madeira, este fim-de-semana, e mantendo a cha-ma da esperança numa possível subida de divisão.

Futebol Antigo treinAdor de Monte CArlo e BenfiCA voltA A PortugAl

Paulo bento no PortimonenseTreinador português convidado a trabalhar com Carlos Azenha na II Liga de Portugal

dados Pessoais

NOME: Paulo Jorge Rodrigues Bento

NASCiMENtO: 19-03-1964 (50 anos)

NACiONALidAdE: Portugal

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• SábadoESpEctáculo dE Fogo dE ArtiFício E concErtoS Baía em frente à torre de Macau, a partir das 20h00Entrada livre

pArAdA dE cElEBrAção do Ano dA cABrAcentro de ciência de Macau – Avenida Sun Yat Sen –praça dos lagos Sai VanEntrada livre

• diariamenteExpoSição “Voz nA EScuridão”, dE ÓScAr BAlAjAdiA/pApA oSMuBAl (Até 14/03)creative MacauEntrada livre

ExpoSição dE pinturA dE zhEn guo (Até 3/03)Fundação rui cunhaEntrada livre

ExpoSição dE ESculturAS do Ano dA cABrA (Até 01/03)Venetian, todo o dia Entrada livre

ExpoSição dE SândAlo VErMElho (Até 22/03)MgM MacauEntrada livre

ExpoSição dE dESign dE cArtAzES “V•x•xV:” (oBrAS dE 1999, 2004 E 2009) [Até 15/03]Museu da transferência da Soberania de Macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

“SElF/unSElF” – ExpoSição dE trABAlhoS dE ArtiStAS holAndESES (Até 15/03)centro de design de MacauEntrada livre

iluStrAçõES pArA cAlEndário, dE guAn huinong (Até 10/05)Museu de Arte de Macau, das 10h às 19hEntrada livre

“BEYond thE SurFAcE” dE Mio pAng FEi (Até 01/03)Albergue ScM, das 12h às 20hEntrada livre

ExpoSição E pASSEioS dE BArco guiAdoSSoBrE A hiStÓriA dA pEScA EM MAcAuEsplanada do Museu Marítimo, das 9h40 às 16h25 (de 31/01 a 15/02)Bilhetes à venda por 25 patacas

hoje macau terça-feira 17.2.2015 (F)utilidades 17

tempo pouco nublado min 17 max 24 hum 65-98% • euro 9.12 baht 0.24 yuan 1.27

wJoão Corvo fonte da inveja

AcontEcEu HojE 17 dE FEVErEiro

O que fazer esta semana?C i n e m acineteatro

Sala 1PenguinS of MadagaScar [a]Filme de: Eric darnell, Simon j. Smith14.15, 17.45

Sala 1Stand by Me doraeMon [a](FAlAdo EM cAntonêS)Filme de: takashi Yamazaki, ryuichi Yagi16.00, 21.30

Sala 1Stand by Me doraeMon [3d] [a](FAlAdo EM cAntonêS)19.30

Sala 2KingSMan: the Secret Service [c]Filme de: Matthew Vaughncom: colin Firth, Michael caine, Samuel l. jackson14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 3JuPiter aScending [b]Filme de: Andy Wachowski, lana Wachowski14.30, 16.45, 21.30

Sala 3JuPiter aScending [3d] [b]19.15

pEnguinS oF MAdAgAScAr

H o j e H á F i l m e

Por vezes, instala-se um medo primitivo quando estamos prestes a terminar um livro.

A Ponte D. Maria II é aberta à circulação• dezassete de Fevereiro é dia de assinalar a abertura ao trânsito da histórica ponte d. Maria ii, que ligava as cidades do porto e de Vila nova de gaia. A construção da ponte foi iniciada em Maio de 1841 e dois anos mais tarde a obra ficou concluída. A ponte d. Maria ii, que ficou conhecida como ponte pênsil, aguentou mais de 105 toneladas: cerca de cem pipas de água que foram usadas para testar a sua resistência. Manteve-se em funcionamento durante cerca de 45 anos, até que é construída ao lado a imponente ponte luís i.A 17 de Fevereiro, recorda-se também gago coutinho, aviador português que nasceu neste dia.Antes, em 1600, neste dia, o filósofo giordano Bruno é condenado à morte, acusado de heresia. A sentença é cumprida numa fogueira, pelo papa clemente Viii.já em 1867, o primeiro navio atravessa o canal de Suez e em 1941 o frade franciscano polaco Maximiliano Kolbe é preso pela gestapo, por ter dado abrigo e protecção a cerca de 2000 judeus que procuravam refúgio.A 17 de Fevereiro de 1972 as vendas do Volkswagen carocha ultrapassam as do também histórico Ford t, o que representa um feito na indústria automóvel. Em 2001, Ariel Sharon é eleito primeiro-ministro de israel e em 2008 assina-se a declaração unilateral de indepen-dência do Kosovo.nasceram a 17 de Fevereiro a infanta Antónia de Bragança (1845), gago coutinho, pioneiro da aviação portuguesa (1869), thomas john Watson, fundador da iBM (1874), Sir ronald Fisher, mestre da estatística (1890), Belmiro de Azevedo, empresário português (1938), e Michael jordan, ex-jogador norte-americano de basquetebol (1963).Morreram neste dia giordano Bruno, filósofo neo-platónico italiano (1600), Molière, dramaturgo francês (1673), e joão carrascalão, histórico dirigente timorense (2012).

“tHE juDgE”(DAvID DoBkIn, 2014)

De cortar a respiração, desde o primeiro minuto. “The judge” retrata a vida de um grande advogado que regressa à terra natal devido à morte da mãe. Depois de anos sem falar com o pai, Hank Palmer (Robert Downey jr.) descobre que poderá ser a sua única esperança, já que o mais importante juiz da cidade (Robert Duvall) é acusado de ter morto um homem no dia do funeral da esposa. Com um humor incrivelmente bem estruturado num filme dramático, “The Judge” leva-nos numa montanha-russa de emoções. - joana Freitas

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18 publicidade hoje macau terça-feira 17.2.2015

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19OpiniãOhoje macau terça-feira 17.2.2015

A qui, neste arrabalde do universo, no sistema solar de uma modesta estrela da periferia de lado nenhum, temos muitas vezes o atre-vimento de esquecer.

Olvidar é esquecer de um modo radicalmente definitivo. É o ostracizar da Memória de uma raça, a

humana, que, ainda em formação, se esquece e se vem esquecendo de si mesma.

O olvido parece, assim, fazer parte da espécie que somos, reduzindo a maioria a uma amorfa massa funcionando na manada do conformismo.

E neste pequeno planeta que habitamos, aqui é ali e o inverso também, e uma manada dali é igual à que por aqui se deixa conduzir, tudo neste recanto chamado Terra.

A manada remói sob a sapata do confor-mismo, da opressão e, consequentemente, da submissão. É a conformação ao que fica decidido, é a renúncia à dignidade do livre arbítrio, onde se não vislumbra um assomo de desobediência. Apenas e, quando muito, a ma-ledicência, a insubordinação dos submetidos.

A inteligência é, em si, não um mero atri-buto, mas um imperativo para a dignificação do homem e da sua existência.

A inteligência é a chave que interpela o presente, o analisa e interroga, e recusa a sujeição, tanto aos poderes oligárquicos, edifícios pouco edificantes que dominam a seu gosto e capricho, como a todos os pedantes frequentadores.

É nesta situação que o meu país se encon-tra, e que, conformado, obediente e manso, submisso se submete ao processo de exaurir compariotas – à maneira dos prebostes – que mesmo protestando, se encontram exangues, desempregados, a um passo da morte.

Sucede porém que, quando a inteligên-

cia se não acoita e interroga, nascem os insubmissos, incómodos seres tresmalhados que ousam. E na sua ousadia se confirma a rebeldia do agir, consequência do acto pensado, e assim se confessam, confissões extremadas mas em postura lúcida, culta, humana e igualitária.

No velho Continente, a Grécia ressurge da humilhação, indómita, voltada para, como em Termópilas, liquidar todos os

Insubmissos

EI DEcapIta coptas EgípcIoscartoonpor Stephff

Sucede porém que, quando a inteligência se não acoita e interroga, nascem os insubmissos, incómodos seres tresmalhados que ousam. E na sua ousadia se confirma a rebeldia do agir, consequência do acto pensado, e assim se confessam, confissões extremadas mas em postura lúcida, culta, humana e igualitária

urbanidadesAntónio ConCeição Júnior

Xerxes de hoje, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monte-tário internacional.

A Grécia, comandada por Alexis Tsipras e Yaris Varoufakis, emerge com vontade indomável de, dizendo basta, renegociar a evidência insolúvel da dívida, usura dos gigantes. A Grécia, tendo dado miticamente o nome ao continente, quer demonstrar à evidência que o poder só pode quando há

manadas, quer demonstrar que a inteligência é, assim, mais poderosa que os Ciclopes. A Grécia quer, finalmente, demonstrar que a fragilidade é, em muitos casos, a grande força, quando a razão comanda.

isto dito, resta olhar para o que pelo meu país vai imoralmente acontecendo.

Por tudo isto, é fundamental que se opere o resgate da Memória. Para que não se abata novamente o olvido.

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hoje macau terça-feira 17.2.2015

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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou ontem a promoção de

27 altos cargos militares por ocasião do aniversário do seu falecido pai, Kim Jong-il, num dia festivo que arrancou com o lançamento de fogo-de-artifício em Pyongyang.

O jovem líder, que nomeou um coronel-general, sete tenen-tes-generais e 19 comandantes--generais, manifestou o seu dese-jo de que os oficiais promovidos “cumpram com as suas honrosas responsabilidades e deveres na ofensiva para conquistar, o quanto antes, a vitória final”, refere um despacho da agência estatal KCNA.

O coronel-general nomeado é Choe Kyong-song, comandante das forças especiais do poderoso Exército Popular da Coreia do Norte, que conta com cerca de 1,1 milhões de efectivos.

O jovem líder norte-coreano também prestou tributo e depo-

sitou flores junto ao corpo em-balsamado do seu pai, no Palácio do Sol de Kumsusan, localizado na capital da Coreia do Norte.

As celebrações do aniversá-rio de Kim Jong-il, que ontem cumpriria 73 anos, começaram à meia-noite com o lançamento de fogo-de-artifício em Pyongyang, de acordo com a KCNA.

Desconhece-se se outras ini-ciativas terão lugar ao longo do dia, sendo apontada como pouco provável que haja um desfile mi-litar, uma vez que no ano passado também não se realizou.

Esta data, conhecida como o “Dia da Estrela Brilhante”, presta homenagem ao “querido líder” que governou a Coreia do Norte com mão de ferro durante 17 anos desde 1994 até à sua morte em Dezembro de 2011, o que abriu caminho ao mandato do seu filho, Kim Jong-un, o chefe de Estado mais jovem do mundo, com apenas 32 anos, de acordo com estimativas.

Hong Kong Vítimas de gripe sobem para 210 A gripe causou mais seis vítimas em Hong Kong, elevando para 210 o número de mortos na actual temporada na antiga colónia britânica desde o início do ano, noticiou ontem a Rádio e Televisão Pública (RTHK). Leung Ting Hung, do Centro para a Protecção da Saúde de Hong Kong, disse que o vírus continuava a representar uma ameaça. Entretanto, Cheung Wai-lun, da Autoridade Hospitalar, disse que cerca de 340 médicos vão ficar em ‘stand by’ nos hospitais públicos do território durante os feriados do Ano Novo Chinês para fazer face a um potencial aumento do número de doentes.

Coreia do Norte homeNageia“querido líder” Com promoções

Estrela Brilhante