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GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
Rafaella Cassia Andrade de Souza (UFRN)
[email protected] Jessica Cabral de Frassatti (UFRN)
[email protected] Joao Gomes de Torres Neto (UFRN)
[email protected] Diogo Roberio Martins Rodrigues (UFRN)
[email protected] JULIO FRANCISCO DANTAS DE REZENDE (UFRN)
O objetivo principal deste artigo cientifico é expor a importância ambiental e organizacional do gerenciamento, armazenamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. As fases do gerenciamento tem como finalidade não causar impactos ao meio ambiente e ao hospital, devendo serem realizadas tendo em vista uma percepção ambiental bem esquematizada, planejada e muito bem organizada. Escolhemos o Hospital Papi, que é referencia em descarte desses resíduos, sempre visando à segurança, educação ambiental, consciência ambiental por partes dos funcionários e higiene. Na última década, a legislação sofreu um avanço importante, ocasionando o começo de uma conscientização ambiental por parte dos hospitais e da sociedade como um todo. Dessa forma, o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde proporciona aspectos positivos para o meio ambiente, que devem ser ressaltados e levados a conhecimento público, já que a vida humana não existiria sem equilíbrio ambiental. Palavras-chave: Gestão, resíduos, saúde, PGRSS, ambiental
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1) Introdução
A Gestão de Resíduos é um conjunto de metodologias que tem como objetivo
principal a minimização da produção e eliminação dos resíduos, como também otimizar o
monitoramento de todo o ciclo produtivo desses resíduos. O Engenheiro de Produção pode
atuar na redução da produção desses resíduos como também gerenciar a sua produção na
tentativa de atingir o equilíbrio entre a real necessidade que a sociedade tem desses resíduos e
minimizar o impacto ao meio ambiente.
Em um cenário de constantes transformações sociais e econômica é de suma
importância o conhecimento e reflexão de todos a respeito da Lei 12.305/2010, que trata da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, para que desse modo as vertentes sociais e
econômicas possam caminhar sempre juntas. É interessante ressaltar que a referida Lei
engloba os mais diversos setores da economia, orientando as mais diversas empresas a
destinarem os seus resíduos de forma adequada e não apenas coletando o lixo que é
produzido, como ainda é feito em muitas organizações.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileiras de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE),quando a temática é Resíduos de
Serviços da Saúde (RSS) apenas uma parcela dos municípios brasileiros coleta total ou
parcialmente esse tipo de resíduo, além da destinação final dos RSS não ser realizada de
forma correta. O Gráfico 1 expressa a forma inadequada como ocorre a coleta dos resíduos de
saúde no Brasil.
Gráfico 1 - RSS coletados pelos Municípios - Regiões e Brasil
Fonte: ABRELPE (2013)
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Apesar do aumento na coleta de 2013 em relação a 2012 pode-se observar que o Brasil
ainda precisa de uma conscientização a respeito da importância da coleta de resíduos
hospitalares, bem como uma maior fiscalização por parte do governo.
A imagem abaixo apresenta como os municípios destinam os seus resíduos. A parte
“outros” refere-se a aterros, valas e lixões.
Gráfico 2 - Destino final dos RSS coletados pelos Municípios em 2013.
Fonte: ABRELPE (2013)
Os gráficos acima reforçam a falta de conhecimento e interesse por parte dos órgãos
responsáveis em se fazer a Gestão dos RSS de forma adequada.
O presente artigo mostra como um hospital de Natal gerencia os resíduos gerados
pelas suas atividade, sendo esse referência no gerenciamento de resíduos hospitalares e sendo
exemplo devido a sua preocupação com o meio ambiente.
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2) Caracterização da empresa
O PAPI, localizado no bairro Tirol em Natal/RN, é um tradicional hospital da cidade,
fundado em 1969. A seguir visualiza-se imagem da fachada do estabelecimento estudado.
Figura 1 - Fachada do hospital
Fonte: PAPI (2015).
O Hospital PAPI gera cerca de 630 empregos diretos e mais 200 indiretos. Funciona
oferecendo serviços especializados de pronto socorro, clínica médica, clínica infantil,
ortopedia, ginecologia, obstetrícia e atualmente conta com 4 salas de cirurgia, 94 leitos para
internação e uma estrutura completa para atender os mais variados tipos de procedimentos
(PAPI: 2015).
3) Referencial teórico
Os resíduos sólidos são definidos pela Norma 10004 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT (1987) como todo resíduo nos estados sólidos ou semissólidos,
gerados como resultado das atividades humanas.
Oliveira (2008) classifica os principais tipos de resíduos sólidos com base em sua
origem, sendo estes: Residencial ou doméstico, comercial, industrial e resíduo de serviços de
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saúde(RSS). Sendo os RSS os resíduos gerados em todos os locais que prestam serviços de
saúde, englobando hospitais, laboratórios, clínicas, institutos de medicina legal. São incluídos
nesse grupo, também, estabelecimentos de saúde animal, centros de zoonoses, bem como
laboratórios de pesquisa ou fabricação de vacinas.
Segundo a RDC ANVISA nº 306/04, o gerenciamento dos RSS consiste em um
conjunto de procedimentos gerenciais planejados e implementados, a partir de bases
científicas, técnicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a geração de resíduos
e proporcionar a estes, uma destinação segura, de forma eficiente, visando à proteção dos
trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. É
dever de todo gerador de RSS a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de
Serviços de Saúde – PGRSS, com base na natureza dos resíduos gerados.
Ainda sobre a RDC ANVISA n° 306/04, o PGRSS deve ser adequado às normas locais
que ditam sobre a coleta, transporte e disposição final dos RSS. O PGRSS deve abranger as
etapas de manejo, segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno,
armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e disposição final dos
RSS. Além dessas estapas, o PGRSS deve tratar do planejamento de todos os recursos físicos
e materiais, bem com da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo do RSS.
Segundo o Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente
(1997 apud Oliveira 2008) o sucesso do PGRSS deve ser considerados três aspectos
fundamentais: a organização dos sistema de manuseio dos resíduos sólidos, as questões
técnico-operacionais relacionadas aos resíduos sólidos e os recursos humanos necessários
para o funcionamento do sistema.
Para o desenvolvimento desses aspectos o estabelecimento de saúde deve ser visto
como um todo, subdividido em serviços especializados que geram diferentes resíduos sólidos,
a partir de diferentes processos realizados.
Segundo Oliveira (2008), o gerenciamento dos resíduos sólidos significa não só
controlar e diminuir os riscos, mas também alcançar a redução da quantidade de resíduos
desde o ponto de origem, que elevaria também a qualidade e a eficiência dos serviços que
proporciona o estabelecimento de saúde.
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4) Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratória e um estudo de caso. Para realização da
pesquisa utilizou-se um questionário aplicado junto a uma empresa e visita in loco para
conhecimento do funcionamento da mesma.
A seleção dos indicadores foi realizada tendo como referencial a literatura
(REZENDE: 2012) e a análise de sua relevância na identificação dos impactos dos Resíduos
e sua gestão. A seguir, apresentam-se os indicadores de gestão de resíduos.
Quadro 1 – Indicadores de Gestão de Resíduos
Dim
ensõ
es
Iten
s
Práticas de gestão de resíduos
1 Elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
2 Estabelecimento de metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas
a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada
3 A identificação dos impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos
4 Definição das etapas da operaç o est o e res uos i os
5 Desenvolvimento de um plano de emergência para acidentes ambientais;
6 st u o e v ori o s tivi es e o et e res uos s i os reuti i veis e re i veis
7 Capacitação técnica e de educação ambiental voltados à gestão de resíduos e a promoção da não-
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos
8 Realização de reuniões voltadas à avaliação da gestão de resíduos
9 Campanha com Panfletos/Cartazes/Folders/Comunicações Internas
10 it o os re ursos hu os re e rote o e ssist i s e f si e e t o
tr h or e vo vi o o er o os servi os e i e
11 Manejo correto dos resíduos, no âmbito interno do estabelecimento
12 Disposição correta dos resíduos conforme o tipo no recipiente adequado
13 Atendimento a critérios técnicos que conduzam à minimização do risco à saúde e à qualidade do meio
ambiente
14 Desenvolvimento de ações preventivas e corretivas a serem praticadas na gestão de resíduos
15 us e re u ir u ti e o t i o e o ivi e os res uos s i os
16 e u ute o os re i ie tes r o i io e to os res uos s i os
17 Combate a derramamentos e vazamentos
18 Adequado acondicionamento dos resíduos
19 Triagem e segregação dos resíduos
20 Criação de instalações, processos e procedimentos que visam a destinação ambientalmente adequada dos
resíduos em consonância com as exigências ambientais
21 Disposição interna dos resíduos de acordo com as características e classificação
22 Realização do tratamento interno dos resíduos
23 Estabelecimento de regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos
24 Desenvolvimento de um plano de transporte de resíduos
25 Busca garantir que organizações que realizam o transporte de resíduos realizaram uma destinação
correta
26 Disposição final dos resíduos de acordo com as características e classificação
27 Contrato com organizações especializadas e serviços para realizar a destinação correta dos resíduos
28 Fomento do reaproveitamento de
29 V ori o os res uos s i os org i os o o t ri -prima para reciclagem de seus componentes,
ou tratamento, para fins de compostagem nas instalações
30 Desenvolvimento de mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a
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valorização dos resíduos sólidos
Fonte: REZENDE (2012).
O modelo proposto de observação da Gestão de Resíduos engloba indicadores
colaborativos para se fazer tanto uma avaliação de perspectiva macro analítica, como a
identificação de aspectos mais setoriais e específicos.
Os indicadores explicitados no quadro 1 foram traduzidos em questões que foram
apresentadas à empresa.
Os sujeitos da pesquisa foram gestores da empresa escolhida para avaliação. O
respondente avaliou as práticas de gestão ambiental, a partir de uma escala de um a cinco,
conforme o grau de presença da prática de sustentabilidade na empresa. A escala referente de
1 a 5 corresponde às seguintes apreciações: 1 – Nunca; 2- Raramente; 3 - uma vez ou outra; 4
– Regularmente; 5 - Sempre.
A aplicação do questionário ocorreu no período de março de 2015.
5) Resultados
Percebeu-se que a empresa realiza uma boa gestão de seus resíduos sólidos, visto que
atingiu um alto nível de avaliação, como pode ser observado na figura a seguir, com notas 4 e
5 em praticamente todos os quesitos aplicáveis à empresa, segundo os indicadores propostos
pelo questionário. Além disso, o hospital PAPI atua em consonância com a Resolução da
Diretoria Colegiada - RDC nº 306/2004 proposta pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância sanitária) corroborando com a legalidade e segurança relacionadas aos processos
que envolvem os resíduos de serviços de saúde. Os resultados coletados podem ser
visualizados no Quadro a seguir.
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Quadro 2 - Práticas de Gestão de resíduos privilegiadas pelo Hospital PAPI
Itens
Aspecto avaliado Avaliação atribuída
1 Elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 5
2 Estabelecimento de metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com
vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente
adequada
5
3 Identificação dos impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos 5
4 Defi i o s et s o er o est o e res uos i os 4
5 Desenvolvimento de um plano de emergência para acidentes ambientais; 4
6 Estímulo e valorização das atividades de 4
7 Capacitação técnica e de educação ambiental voltados à gestão de resíduos e a promoção da não-
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos 4
8 Realização de reuniões voltadas à avaliação da gestão de resíduos 4
9 Campanhas com Panfletos/Cartazes/Folders/Comunicações Internas 3
10 C re e rote o e ssist i s e f si e e t o
trabalhador envolvido na opera o os servi os e i e
4
11 Manejo correto dos resíduos, no âmbito interno do estabelecimento 5
12 Disposição correta dos resíduos conforme o tipo no recipiente adequado 5
13 Atendimento a critérios técnicos que conduzam à minimização do risco à saúde e à qualidade do
meio ambiente
5
14 Desenvolvimento de ações preventivas e corretivas a serem praticadas na gestão de resíduos 4
15 Bus e re u ir u ti e o t i o e o ivi e os res uos s i os 5
16 Manutenção dos re i ie tes r o i io e to os res uos s i os 4
17 Combate a derramamentos e vazamentos 5
18 Adequado acondicionamento dos resíduos 5
19 Triagem e segregação dos resíduos 5
20 Criação de instalações, processos e procedimentos que visam a destinação ambientalmente
adequada dos resíduos em consonância com as exigências ambientais 5
21 Disposição interna dos resíduos de acordo com as características e classificação 5
22 Realização do tratamento interno dos resíduos -
23 Estabelecimento de regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos 5
24 Desenvolvimento de um plano de transporte de resíduos 5
25 Garantia da organizações que realizam o transporte de resíduos realizaram uma destinação correta 5
26 Disposição final dos resíduos de acordo com as características e classificação 5
27 Contrato com organizações especializadas e serviços para realizar a destinação correta dos resíduos 5
Comentários e análises dos dados coletados são apresentados nos subtópicos
seguintes.
5.1) Gestão e manejo dos resíduos no âmbito interno do estabelecimento
A partir da aplicação do questionário no hospital PAPI, constatou-se que a instituição
segue corretamente um plano detalhado de gerenciamento dos resíduos hospitalares. É
coordenado pela gestora ambiental Silvana Costa, o hospital tem a constate preocupação com
a gestão, manipulação, armazenamento e destinação correta aos RSS.
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Ocorre ainda o estímulo e valorização das atividades de coleta de resíduos sólidos
reutilizáveis e recicláveis.
5.2) Sensibilização para gestão de resíduos
Nesse aspecto o hospital é um pouco deficiente em alguns pontos, visto todas as etapas,
desde o recolhimento, armazenamento e destinação final. Tudo foi muito bem planejado,
obedecendo as normas. Porém peca em relação as campanhas de sensibilização nos pacientes,
principalmente junto aos acompanhantes, que muitas vezes descartam lixos inadequadamente
e com isso contribuem para a proliferação de insetos.
Toda a equipe do hospital, principalmente os que estão diretamente responsáveis pela
limpeza e pelos descartes dos resíduos, tem treinamentos constantes, reuniões mensais e
orientações diárias. Isso acontece porque o hospital preza pela limpeza e em seguir as normas,
fazendo com que os pacientes não percebam o transporte desses resíduos e que não fique
nenhum resquício os u rtos e fer ri s UTI’s e e is dependências do hospital.
5.3) Execução da gestão de resíduos
O plano de Gestão de resíduos hospitalares é seguido corretamente dentro da empresa.
O hospital pode ser considerado referencia no estado do Rio Grande do Norte, uma vez que
segue as conformidades exigidas. Em visita técnica ao ambiente estudado verificou-se que
existem todos os recipientes adequados para manipulação e armazenamento dos resíduos que
são exigidos pela ANVISA, seguindo a lei 12.305.2010. De acordo com a classificação dos
RSS, se faz necessário a seguinte classificação:
-Grupo A: Resíduos potencialmente infectante,
-Grupo B: Resíduos químicos,
-Grupo C: Resíduos radioativos,
-Grupo D: Resíduos comuns,
-Grupo E: Resíduos perfuro-cortantes.
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O manejo correto dos resíduos hospitalares garantem segurança e saúde aos
colaboradores, pacientes uma vez que são minimizados possíveis riscos de contaminação e a
má manipulação desse resíduo que é considerado altamente perigoso.
5.4) Tratamento de resíduos
No quesito tratamento de resíduos, a empresa alcançou nota máxima em todos os
quesitos aplicáveis, o que mostra que esse é um assunto bastante importante e privilegiado
pela empresa.
O hospital produz resíduos infectantes, químicos, recicláveis/comuns e perfuro-
cortantes.
Como destacado anteriormente, o hospital segue a RDC - 306, além de possuírem um
Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde completo e atualizado segundo
as necessidades do setor, prezando pela segurança e correto descarte dos resíduos produzidos
na empresa.
Dessa forma, os resíduos perfuro-cortantes são descartados primeiramente em caixas
apropriadas que posteriormente são ensacadas em sacolas adequadas (de cor branca), assim
como os resíduos infectantes e químicos que também são despejados nas sacolas brancas e
devidamente identificados. Em todos os andares do hospital há uma sala isolada para expurgo,
onde esses resíduos de maior periculosidade e potencial de contaminação são,
temporariamente, armazenados em bombonas até o momento da coleta. Após a coleta, os
resíduos do expurgo são armazenados em uma sala, separados do lixo comum, nos fundos do
hospital, onde a empresa terceirizada faz o recolhimento diariamente.
Já os resíduos comuns e recicláveis são descartados em sacolas pretas, também
devidamente identificadas, armazenados em containers e recolhidos de segunda a sábado por
uma outra empresa também terceirizada.
Devido à terceirização do serviço de coleta, não há a realização de um tratamento
interno de resíduos e então esse quesito não foi aplicável.
5.5) Transporte de resíduos
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O Transporte é feito diariamente, pela empresa Serquip, sendo no caso dos resíduos
infectantes, armazenados em bombonas por se tratar de um risco e no caso dos resíduos
comuns, o transporte é feito pela empresa Moloque, que se difere por ser de segunda à sábado,
visto que o aterro sanitário são funciona no domingo.
O Papi segue rigorosamente as regras ditadas pelo NBR. Por exemplo, o transporte é
feito por meio de equipamento adequado, o transporte é protegido de intempéries e sempre
esta devidamente acondicionado para evitar o seu espalhamento na via pública ou via férrea.
Com relação aos transportes de resíduos infectantes, são bem etiquetados e
visualmente identificados, sendo visível a sua origem, destino, estado físico (pastoso, liquido,
sólido e pó).
5.6) Disposição de resíduos
Os resíduos são dispostos de acordo com as normas exigidas e citadas anteriormente,
seguindo rigorosamente os procedimentos de classificação, separação, identificação e
acondicionamento exigidos para cada resíduo.
Além disso, o hospital possui contrato com empresas especializadas na destinação
adequada desses resíduos, assegurando-se que sua destinação final será feita de forma
estritamente legal, em consonância com as normas vigentes e, principalmente, de forma
segura para a população e o meio ambiente.
5.7) Oportunidades na gestão de resíduos
Por se tratar de uma empresa que produz resíduos de sistema de saúde, esse tópico não
foi aplicável ao hospital, pois, além de serem produzidos resíduos com alto poder de
contaminação biológica, que trazem muitos riscos para a sociedade e meio ambiente exigindo
uma tratamento muito específico e cuidadoso, a coleta dos resíduos da empresa é terceirizada.
Dessa forma, não se faz possível o reuso dos resíduos como matéria-prima, o tratamento
desses resíduos e nem a valorização dos mesmos como mecanismos de criação de negócios,
empregos e renda.
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6) Considerações finais
No tocante aos resíduos considerados comuns pela NBR, o hospital segue a legislação.
Conforme foi mencionado anteriormente, houve um estudo detalhado de cada setor, no que se
refere a produção de resíduos, descartes, armazenamento, limpeza, discrição, transporte, tudo
isso sem atrapalhar os atendimentos do Papi. É interessante que se fale, que todas as metas
estabelecidas focam alcançadas e agora estão sendo mantidas.
Não foi encontrado nenhum aspecto que chamou nossa atenção no que se refere as
melhorias, porque tudo foi planejado e é muito bem executado, desde o recolhimento dos
resíduos, até o transporte final.
Sugere-se a conscientização dos pacientes com relação a limpeza dos quartos, visto que a
falta de higiene é porta de entrada para proliferação de insetos, porque atualmente o hospital
tem uma logística de combate aos insetos, mas é deficiente na sensibilização, principalmente
nos acompanhantes dos pacientes.
Outra sugestão é promover a divulgação interna das ações em andamento, mostrando aos
pacientes e funcionários que ali é um ambiente limpo e seguro de qualquer acidente químico
ocasionado pelo manejo dos resíduos.
Referências
ABNT. NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT 2004.
ANVISA. RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 306.AGENCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA 2004.
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2013. Disponível em:
<http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2013.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2015.
ANVISA. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em 7 abril 2015
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BRASIL, Jornal do. A importância da gestão de resíduos nos empreendimentos.
Disponível em: <http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/04/18/a-importancia-
da-gestao-de-residuos-nos-empreendimentos/>. Acesso em: 02 abr. 2015.
PAPI. Disponível em: <http://www.hospitalpapi.com.br>. Acesso em 7 abril 2015.
OLIVEIRA, J. M. D. Análise do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde nos
hospitais de Porto Alegre. NASCIMENTO, L. F. M. D. 2007.
PAPI. Hospital PAPI. Disponível em: <http://www.hospitalpapi.com.br/>. Acesso em 7 abril
2015.)
REZENDE, Julio Francisco Dantas de. Sustentabilidade das empresas associadas à
REDEPETRO-RN. Natal: PGGA/UFRN, 2012 (Tese de doutorado).