gerenciamento de resÍduos hospitalar - mba presencial e ... · trabalhador e mais especificamente...

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUTO A “VEZ DO MESTRE” GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS HOSPITALAR ORIENTADOR: PROFª: MARIA ESTHER RIO DE JANEIRO 2011

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1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

INSTITUTO A “VEZ DO MESTRE”

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS HOSPITALAR

ORIENTADOR: PROFª: MARIA ESTHER

RIO DE JANEIRO

2011

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

INSTITUTO A “VEZ DO MESTRE”

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS HOSPITALAR

MARLEI VALENTIM DOS SANTOS

“Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção de Grau de

Especialista em Gestão Ambiental”.

RIO DE JANEIRO

2011

3

DEDICATÓRIA

―Aos meus pais, pelos princípios e

ensinamentos que guiaram minha

educação. Á minha querida esposa

pelo carinho, compreensão, apoio e

paciência durante minha ausência. A

Deus pela vida que Ele me concedeu‖

4

AGRADECIMENTOS

Aos mestres e pela coordenação do curso. Aos

professores pelos generosos ensinamentos sobre

ambiente e sua importância, contribuição de

inestimável valor em minha vida profissional. Aos

amigos do curso pelas alegrias, tristezas e sufocos que

passamos sempre juntos, unidos incentivando e

apoiando uns aos outros. Os funcionários e à secretária

pelo auxílio no desenvolvimento deste trabalho. Ao

orientador pela confiança e paciência.

RESUMO

5

Os resíduos hospitalares sempre constituíram um problema bastante sério para os

administradores hospitalares, pois a atividade hospitalar é por si só uma fantástica

geradora de resíduos, inerente as diversas atividades que se desenvolvem dentro

desses estabelecimentos, devido ao grande volume de compras e insumos que se

fazem necessários para fazer funcionar complexa organização. O correto

gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde se faz necessário, principalmente

quanto a idéia ou preocupação de segregação dos diferentes tipos de resíduos. O

gerenciamento adequado tem como finalidade, minimizar os efeitos adversos

causados pelos resíduos de serviço de saúde do ponto de vista sanitário, ambiental

e ocupacional. A pesquisa analisa os procedimentos, técnicas utilizadas no manejo

dos resíduos de serviço de saúde desde a sua fonte produtora até destino final

dentro dos estabelecimentos hospitalares observados, assim como os

procedimentos, técnicas de segurança em relação aos trabalhadores que lidam

diretamente com os resíduos de serviço de saúde dentro desses estabelecimentos.

Os dados observados na pesquisa tomaram como base o plano de gerenciamento

RDC 306 De Dezembro de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cada

hospital deve formular seu plano de gerenciamento de acordo com as características

particulares de cada serviço, contemplando os recursos disponíveis e pessoal

necessário para a sua implementação. Para que mudanças ocorram ao sistema de

manejo dos resíduos hospitalares, faz-se necessária a capacitação contínua de

profissionais, técnicos, gerentes de todas as unidades e trabalhadores que lidam

diretamente com o manejo dos resíduos, assim como avaliações contínuas dos

processos aplicados ao gerenciamento de resíduos hospitalares. Dentro deste

contexto é importante ressaltar a importância da educação ambiental que propõe

atingir todos os cidadãos através de um processo pedagógico participativo, com a

clara necessidade de mudar o comportamento do homem em relação à natureza e

ao meio em que vive, no sentido de promover sob o modelo de desenvolvimento

sustentável a compatibilização de práticas econômicas e conservacionista, com

reflexos positivos evidentes junto á qualidade de vida de todos.

Palavras- Chave : Proteção ambiental, gerenciamento, resíduos hospitalar

METODOLOGIA

6

A Metodologia foi dividida em duas fases: Na primeira, estudou-se a geração

de resíduos do hospital como um todo, obtendo-se sua taxa de geração (Kg/leito/dia)

e seu fluxo mássico. Na segunda fase foram obtidas as taxas de geração de três

Pronto-socorros e três Enfermarias, pertencentes a hospitais de pequeno, médio e

grande porte. Nestas duas fases foram consultados ensaios laboratoriais de

amostras de resíduos provenientes de áreas consideradas, por hipótese,

potencialmente perigosas ou não. Adotarei o levantamento e coleta de informações

através de consultas bibliográficas, revistas, jornais, folhetos, Internet e outros meios

idôneos de consultas.

Lista de Abreviaturas:

EPI: Equipamento de proteção individual.

7

RDC: Resolução da diretoria colegiada.

ABNT: Associação brasileira de normas e técnicas.

CONAMA: Conselho nacional do meio ambiente.

HBsAg: Antígeno de superfície da hepatite-B.

HBV: O vírus da hepatite B.

AIDS: Síndrome da imunodeficiência adquirida.

HIV: vírus da imunodeficiência humana.

COMLURB: Companhia municipal de limpeza urbana.

CCIH: Comissão de controle da infecção hospitalar.

CIPA: Comissão interna de acidentes.

NBR: Norma básica regulamentadora.

EUA: Estados Unidos da América.

MG: Minas Gerais.

CDC: Centro de controle de Doenças.

EPA: Agencia de proteção ambiental.

NIH: Instituto nacional de saúde.

SUMÁRIO

8

Introdução: ..............................................................................................9

Capítulo I: Saúde e Trabalho ; Resíduos e Meio Ambiente; e Lixo........12

Capítulo II:Normas, Regulamentos e Definições ...................................24

Capítulo III:Discussão Ambiental no Serviço de Saúde..........................33

Conclusão...............................................................................................41

Bibliografia..............................................................................................44

INTRODUÇAO

Os resíduos sólidos hospitalares ou como é mais comumente denominado ―lixo

hospitalar―, sempre constituiu um problema bastante sério para os administradores

hospitalares, devido principalmente à falta de informação a seu respeito, gerando

mitos entre seus funcionários, pacientes, familiares, e principalmente a comunidade

vizinha às edificações hospitalares e aos aterros sanitários.

9

A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente

a diversidade de atividades que se desenvolvem dentro dessas empresas, devido o

grande volume de compras de materiais e insumos para fazer funcionar sua

complexa organização.

Para se ter idéia do grande volume de resíduos hospitalares, números nos

mostram de que um hospital com cerca de 800 leitos gera um volume de lixo

hospitalar igual ao coletado em todo o município de Nova Prata Rio Grande do Sul,

por exemplo, com uma população em torno de 20.000 habitantes.

Muitas vezes o desconhecido e a falta de informações sobre o assunto faz com

que, em muitos casos, os resíduos, ou seja, ignorados, ou recebam um tratamento

com excesso de zelo, onerando ainda mais os já combalidos recursos das

instituições hospitalares. A incineração total do lixo hospitalar é um típico exemplo

de excesso de cuidados, sendo ainda nesse caso, uma atitude politicamente

incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais

pesados.

Em sua grande maioria, os hospitais pouco ou quase nunca tomam providências

adequadas em relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais

diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos se limitam a

encaminhar a totalidade do seu lixo para os sistemas de coleta especial dos

Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam os

resíduos diretamente em lixões ou incineram a sua totalidade.

A questão dos resíduos sólidos é, atualmente, um dos temas centrais para

aqueles que se preocupam com o ambiente, na perspectiva de garantir a existência

das gerações futuras. Os efeitos diversos dos resíduos sólidos municipais no meio

ambiente, na saúde coletiva e na saúde do indivíduo são reconhecidos por diversos

autores que apontam as deficiências nos sistemas de coleta e disposição final e a

ausência de uma política de proteção a saúde do trabalhador, como principais

fatores geradores desses efeitos.

Há um grande problema na definição de populações expostas aos efeitos

diretos ou indiretos do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos municipais, e

está no fato de os sistemas de informação e monitoramento de saúde e meio

ambiente não contemplarem em geral, o aspecto coletivo das populações, não

dispondo de dados epidemiológicos suficientes e garantidos.

10

―Se a natureza estruturou o planeta Terra com os seus inúmeros ecossistemas atribuindo-lhes funções próprias e insubstituíveis; se as características e as influências micológicas condicionam inevitavelmente a vida e as atividades humanas, é certo que o uso do espaço natural e do espaço social precisa obedecer às leis e condições que distinguem e diferenciam esses espaços‖ (MILARÉ, 2004, p. 55).

Existem poucos estudos epidemiológicos sobre a saúde dos trabalhadores dos

sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos municipais, mesmo em países

desenvolvidos Apesar disso, algumas populações podem ser identificadas como

suscetíveis de serem afetadas por essas questões ambientais, com a redução da

qualidade de vida e ampliação dos problemas de saúde.

A primeira população a ser considerada, é aquela que não dispõe de coleta

domiciliar regular e que, ao se desfazer dos resíduos produzidos, lançando-os ao

redor da área em que vivem gerando deterioração ao meio ambiente, com a

presença de fumaça, mau cheiro, vetores transmissíveis de doença, animais que se

alimentam dos restos, numa convivência promiscua e deletéria para a saúde.

Em geral esta população constitui o segmento de pobres da sociedade, que muitas

vezes obtém dos resíduos sólidos uma fonte de renda familiar, como os catadores

de lixo, (muitas vezes crianças), que existem praticamente em todos os vazadouros

de resíduos.

Ao remexerem os resíduos vazados, à procura de matérias que possam ser

comercializados ou servir de alimentos, os catadores estão expostos a todos os

tipos de riscos de contaminação presentes nos resíduos, além dos riscos à sua

integridade física por acidentes causados pelo manuseio dos mesmos e pela própria

operação do vazadouro.

O manejo inadequado desses resíduos pode levar a situações de degradação

ambiental e de agressão a essas comunidades que eventualmente residem em torno

do local de disposição de resíduos sólidos.

Portanto o correto gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde se faz

necessário e urgente, principalmente quando a idéia ou a preocupação de

segregação de diferentes tipos de resíduos sólidos são encontrados em

estabelecimentos de saúde. Esse gerenciamento adequado tem como alvo

minimizar os efeitos adversos causados pelos resíduos de serviço de saúde do

ponto de vista sanitário, ambiental e ocupacional.

11

―Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente, à saúde e à limpeza urbana, e às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou, na sua ausência, às normas e critérios internacionalmente aceitos‖. (CONAMA, 2005. p. 2).

O presente trabalho tem como objetivos, analisar os procedimentos técnicas

utilizadas no manejo dos resíduos de serviço de saúde desde a fonte produtora até a

destinação final dentro de dois hospitais sendo um hospital de administração privada

e outro de administração pública, assim como também os procedimentos e técnicas

de segurança em relação aos trabalhadores que lidam diretamente com os resíduos

de serviço de saúde dentro desses estabelecimentos.

Para melhor elaboração do trabalho, foram consultados documentos e

legislação pertinente.

CAPÍTULO I

SAÚDE E TRABALHO; RESÍDUOS E MEIO AMBIENTE; E LIXO.

Este capítulo tem como objetivo a revisão da bibliografia referente à saúde do

trabalhador e mais especificamente sobre o processo e o ambiente de trabalho da

coleta interna do lixo hospitalar, e a saúde do trabalhador envolvido, bem como

das normas e regulamentos para esta atividade e está dividido em três partes:

Saúde e trabalho; Resíduos e meio ambiente; e Lixo. Os problemas cotidianos dos

trabalhadores são transferidos para o campo do trabalho sem que eles tenham

plena consciência deste fato.

12

Situações como, falta de moradia, postos e processos de trabalho obsoletos

e/ou inadequados, riscos e cargas de trabalho, falta de recursos humanos, dilemas

como trabalho prescrito x trabalho real, dupla jornada, dificuldades para conseguir

e/ou manter o emprego, baixos salários, dificuldades no relacionamento

interpessoal (nas diversas esferas sociais), má qualidade da alimentação,

dificuldades no acesso à rede pública de saúde, problemas com a educação dos

filhos e a manutenção da família, entre outras causas, fazem com que o

trabalhador questione o valor do seu trabalho e o sentido da vida.

Estes problemas levam o corpo físico a apresentar manifestações

psicossomáticas, que são geradas pelo desconforto emocional, como a tensão e a

angústia, e que desencadeiam, em seu devido tempo, distúrbios orgânicos como o

stress, doenças cardiovasculares (hipertensão arterial), labirinto se e problemas

gastrointestinais, entre outras. O trabalho, mais especificamente a maneira que

este é organizado, além dos efeitos no corpo físico pode desencadear também

problemas na saúde mental do trabalhador.

A Psicopatologia do trabalho a partir de diversas formas de ansiedade

oriundas das relações interpessoais, como também pela percepção do trabalhador

aos riscos no ambiente de trabalho. Para este autor, apesar do sofrimento causado

pela divisão e/ou organização do trabalho, não há interrupção deste trabalho e,

nem mesmo, na maioria das vezes ações que minimizem esta carga. A 1ª

Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores, realizada em 1986, define a

saúde dos trabalhadores, como decorrente de melhoria das condições de

emprego; estabilidade no trabalho e que este seja bem remunerado; como também

oportunidade de lazer; organização livre, autônoma e representativa da classe;

direito a informação sobre todos os dados que digam respeito à relação vida /

saúde / trabalho; acessibilidade a serviços de saúde, com capacidade resolutiva e

em todos os níveis; além de efetiva participação em qualquer decisões sobre

assuntos referentes à classe; recusa ao trabalho sob condições que não

considerem estes e outros direitos.

Em relação aos riscos existentes no ambiente de trabalho ressalta a

importância da criação e manutenção de núcleos dentro das fábricas, como

também da integração dos trabalhadores com o sindicato, objetivando detectar e

13

quantificar o risco. Esta prática baseia-se no princípio do resgate do saber

operário. A Epidemiologia daria neste momento, através da observação da

prevalência e da incidência dos principais agravos à saúde dos trabalhadores,

suporte para a intervenção objetivando prevenir doenças ocupacionais, como

também evitar acidentes.

As doenças ocupacionais originam-se de exposições a alguns agentes

químicos, físicos e biológicos, existentes no ambiente de trabalho. Em países

industrializados, este grupo de doenças é responsável pela maioria das doenças e

de mortes. Nos países em desenvolvimento, onde tanto a regulamentação, quanto

a experiência a respeito da saúde do trabalhador ainda não é efetiva, as condições

de trabalho tornam-se ainda mais perigosas.

―A poluição do ar resultante da alteração das características físicas, químicas ou biológicas normais da atmosfera, de forma a causar danos ao se humano, a fauna, a flora e aos materiais, chega a restringir o pleno uso e gozo da propriedade, alem de afetar negativamente o bem-estar da população‖. (MILARÉ, 2004, p. 135).

Dentre os principais tipos de doenças ocupacionais, estão os causados por

agentes químicos, como poeiras e pós, produtos químicos em geral e por agentes

microbiológicos. Das diversas doenças produzidas por agentes biológicos,

destaca-se a exposição a doenças infecciosas, como a Hepatite B, facilmente

encontrada em ambientes hospitalares. Existem diversos autores que relatam que

a infecção pelo vírus da Hepatite B (HBV), em trabalhadores da área de saúde é

10 vezes maior do que na população em geral (Yoshida, 1996). O HBV é

transmitido por mucosa ou parenteralmente por inoculação percutânea, através do

sangue ou de outros fluidos orgânicos HBsAg positivos, de indivíduos com

infecção crônica ou aguda.

O controle completo da doença, só é possível através do conhecimento de sua

história e de sua distribuição. Da mesma forma, este conceito pode ser aplicado às

enfermidades ocupacionais. Ainda hoje, em doenças relacionadas ao ambiente de

trabalho, existe a dificuldade do estabelecimento do nexo-causal, por parte dos

diversos profissionais envolvidos no processo e comprometidos com a causa dos

trabalhadores. Isto se dá, muitas vezes, por questões políticas e econômicas.

14

Para alguns empresários, reconhecer o nexo-causal entre a doença e o

processo de trabalho é reconhecer a própria culpa por não proporcionar as

mínimas condições possíveis para a manutenção da saúde do trabalhador. Para

encobrir suas falhas, tais empresários utilizam-se de brechas na legislação, de

lobbies parlamentares e da conivência de profissionais não conscientes do seu

papel social e da importância da ética profissional.

Existem poucos estudos relativos à saúde dos trabalhadores que manuseiam

lixo hospitalar. Este fato talvez se justifique pela representação que o lixo possui no

meio social ou, talvez então, pela ausência de capacitação técnica. Existe a

possibilidade, segundo este autor, que a realização de estudos epidemiológicos,

possam evidenciar relações de causa e efeito que definam doenças ocupacionais

dos trabalhadores que manuseiam resíduos. De maneira geral, no Brasil, os

trabalhadores envolvidos com qualquer tipo de resíduo recebem adicional de

insalubridade, que nada mais é do que a monetização do risco de adoecer e ao

mesmo tempo, pode ser considerado como uma forma de reconhecimento da

insalubridade da atividade.

―Cabe aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, referidos no art. 1o desta Resolução, o gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar degradação ambiental, em especial os transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final, nos termos da Lei no6.938, de 31 de agosto de 1981‖. (RESOLUÇÃO DO CONAMA 358/2005 Art. 3o p.3)

A exposição a microorganismos patológicos é apenas um dos riscos

ocupacionais na processo de trabalho dos que manuseiam resíduos. À medida que

estes microorganismos encontram um hospedeiro suscetível pode ocorrer diversas

doenças infecciosas. No Brasil, são poucas as unidades de saúde onde os

resíduos são considerados com a devida importância, não havendo inclusive a

preocupação com a saúde dos trabalhadores, representada por esterilização de

perfucortantes, treinamento e desinfecção. Dificilmente encontram-se serviços de

saúde que possuam recipientes rígidos utilizados para descarte de agulhas e

bisturis, com a finalidade de reduzir ou eliminar os acidentes. A ausência do

15

descarte correto de perfurocortantes associada a uma incorreta sistemática

gerencial pode tornar-se responsável por doenças infecciosas, através da prática

de "reaproveitamento" de seringas e agulhas pelos catadores de lixo existentes

nos diversos aterros sanitários, que comercializam estes produtos inclusive no

tráfico de drogas.

O trabalhador é o elemento mais importante do processo de trabalho para a

análise do que seja "saúde no trabalho". É possível, através da organização do

processo de trabalho, observar as diversas formas de consumo da força de

trabalho, que implicam em diversas formas de desgaste do trabalhador. Estas

formas de consumo são a síntese da mais-valia absoluta e relativa. A mais-valia

absoluta é a forma mais antiga de exploração do trabalhador, seja através do

aumento da jornada de trabalho ou da diminuição do salário. A mais-valia relativa

pode ocorrer de duas maneiras: através da intensificação do trabalho ou pelo

aumento da produtividade do trabalho, através de uma mudança na organização

do trabalho.

Os trabalhadores do serviço de limpeza e conservação são, quase sempre,

contratados por empresas de serviços terceirizados, ficando assim, mais expostos

a situações de controle mais rígidos por parte dos serviços médicos, inclusive a

procedimentos eticamente condenáveis como o exame médico admissional

(utilizado para discriminar candidatos) e para o controle do absenteísmo além de

serem facilmente substituídos em caso de doença, devido a sua baixa

escolaridade e por "não necessitarem", segundo alguns, de conhecimentos

técnicos aprimorados.

No decorrer de suas atividades, os trabalhadores executam atividades

múltiplas e variadas, a partir de um número mínimo de trabalhadores, ampliados

através de horas extras, rodízios e transferências de "turnos mais leves" para os

mais pesados e / ou de maior necessidade.

O processo de alienação manifesta-se no trabalho. O trabalho é o

relacionamento ativo do homem com a natureza, a criação do próprio homem.

Com a expansão da propriedade privada e da divisão do trabalho, todavia, o

trabalho perde a sua característica de expressão do poder do homem; o trabalho e

seus produtos assumem uma existência à parte do homem, de sua vontade e de

16

seu planejamento.

Os trabalhadores que manuseiam lixo estão em contato direto com material

orgânico em decomposição, estando assim expostos a agentes biológicos e/ou

químicos, que podem ser causadores de determinadas patologias infecto-

contagiosas, mormente nos aparelhos digestivo e respiratório, como tuberculose e

pneumonia, além de dermatites infecciosas, irritantes ou alérgicas, e casos de

salmoneloses, parasitoses e tétano.

Aproximadamente um terço dos acidentes que ocorrem em unidades

hospitalares são produzidos por material perfurocortante, principalmente os

eventos ocasionados por acidentes com as agulhas, no recapeamento indevido

das mesmas, após a utilização pelos diversos profissionais da equipe de saúde;

como também em acidentes ocorridos com os trabalhadores das empresas de

conservação, no decorrer de seu processo de trabalho de coleta deste lixo

hospitalar descartado em local inadequado, como o lixo comum ou em caixas

erroneamente adaptadas.

Para os trabalhadores da área hospitalar o fator de risco de maior importância

na transmissão da AIDS é o contato com o sangue no ambiente de trabalho. Esta

transmissão ocupacional do HIV pode ocorrer em exposição à material infectante,

como sangue, principalmente através de acidentes de trabalho produzidos por

material perfurocortante. Mesmo que o risco de se contaminar com o HIV, na

situação ocupacional, seja em torno de 0,5% após a exposição parenteral a fluidos

e\ou secreções infectadas, corretas normas de biossegurança devem ser

adotadas. Além da AIDS, outras doenças podem ser contraídas no ambiente

ocupacional, através de acidentes de trabalho com uma incidência muito maior.

Hoofnegle, apud Ministério da Saúde (1989), relata que a hepatite B (HBV), pode

ser transmitida em até 30% dos casos de acidente de trabalho. Também as

hepatites não – A, não – B e delta, a citomegalovirose, a malária e a doença de

Chagas, podem ser transmitidas por acidentes profissionais.

Quanto aos procedimentos de emergência, a referida norma, relata, que

determinados profissionais de saúde, algumas vezes, durante a sua jornada de

trabalho em unidades de Emergência, podem entrar em contato com secreções ou

sangue, sem os devidos cuidados de biossegurança. A norma relata, ainda, que

17

comportamentos heróicos, em situações de emergências não devem ocorrer, e

que a conduta correta deve ser pautada na racionalidade e que mesmo em

situações de comprovada emergência, a rapidez que o procedimento exige por

parte do profissional não invalida que corretas normas de biossegurança sejam

obedecidas.

Segundo o manual sobre normas técnicas para prevenção da transmissão da

AIDS do Ministério da Saúde (1989), um dos grandes desafios desta doença,

consiste na adoção de normas corretas de biossegurança por parte dos

trabalhadores que atuam na área de saúde. A AIDS tem levado alguns

profissionais de saúde, a adotar medidas de biossegurança desorganizadas e/ou

extremamente conservadoras e desnecessárias, e a diminuição dos recursos para

o setor saúde dificulta qualquer iniciativa de, entre outras, a introdução e

aperfeiçoamento de práticas educativas.

Existem muitas formas de transmissão de infecção no ambiente hospitalar,

mas sem nenhuma dúvida, o lixo hospitalar séptico em todas as suas fases do seu

processamento gerencial, constitui uma fonte importante desses tipos de

infecções.

O lixo séptico, em todas as suas fases, desde a sua produção,

acondicionamento, transporte interno na unidade de saúde, estocagem, transporte

externo e até o seu destino final, representa grau de periculosidade, colocando em

risco todos aqueles que o manuseiam, como também o ambiente.

O risco de acidentes ocupacionais depende, não somente do tipo de atividade,

mas também da natureza do material manuseado e dos meios de proteção

empregados. Não se dá a devida atenção aos riscos de acidentes, a que estão

expostos não só os trabalhadores, mas também a população em geral. Situações

onde ocorrem acidentes que produzem cortes, perfurações e/ou contusões são

estudadas mais como curiosidade do que pela sua importância epidemiológica em

termos de incidência.

A sociedade atual chega ao fim do século XX como a civilização dos resíduos.

Este fato tornou-se verdadeiro devido ao desperdício e também pelas contradições

existentes no desenvolvimento industrial e tecnológico. Ao mesmo tempo que os

recursos naturais são utilizados indiscriminadamente e sem preocupação com a

18

perpetualidade, diariamente são lançados nos ecossistemas novos produtos

sintéticos, que são eventualmente, impossíveis de serem absorvidos sem causar o

devido impacto ambiental.

Embora sabendo da existência no cenário mundial de grupos de atores

conscientes dos problemas ambientais, as ações são ainda incipientes e

desordenadas, sofrendo inclusive interferência do sistema capitalista dominante.

Em relação à disposição dos rejeitos nas cidades, o problema do homem se

resume no fato de encontrar a melhor maneira de devolver à natureza, o que dela

foi retirado, para atender as suas necessidades de sobrevivência, com o mínimo

de agressão possível.

Ao ser resolvida a questão do descarte do lixo, como também, a coleta externa

do lixo realizada pela COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do

Rio de Janeiro), de maneira que o meio ambiente não seja agredido, estar-se-á

não só melhorando saúde e qualidade de vida, como também garantindo a

perpetuação das diversas espécies da terra.

Em relação à origem do lixo, considerado como o fator mais importante para a

sua caracterização, o lixo urbano costuma ser classificado em quatro grupos: o lixo

doméstico, o lixo de atividades do comércio e da indústria, o lixo público (aquele

recolhido em logradouros públicos), e o lixo de fontes especiais, como por

exemplo, os resíduos sólidos de estações de tratamento de esgotos e os resíduos

hospitalares, que devido às suas características, segundo este autor, necessitam

de métodos e cuidados especiais para o seu manuseio.

Se ressalta, ainda, a importância do estudo da caracterização de cada tipo de

lixo como forma de auxiliar no planejamento da maneira mais adequada da sua

coleta, transporte e disposição final.

Não é dado ao lixo a sua devida importância em termos de ameaça à saúde,

sendo considerado mais como questão de estética, economia e conforto, do que

como eminente causa direta de qualquer agravo à saúde. A respeito dos aspectos

epidemiológicos ligados ao lixo, afirma-se que os resíduos sólidos, que são

resultantes das atividades dos homens e animais domésticos, pode ser designado,

genericamente, sob o nome de lixo. Uma vez preenchido a sua finalidade, é

destinado a ser eliminado, surgindo então, a questão de sua destinação final. A

19

solução desta problemática torna-se necessária, pois a permanência desses

resíduos no meio-ambiente poderá redundar em efeitos negativos; tais como

contaminação por agentes patogênicos, como também acidentes devidos a objetos

perfurocortantes.

Outros aspectos relacionados ao lixo, como quando relata que este pode

manifestar-se de diferentes maneiras na transmissão de doenças, como por

exemplo a triquinose, doença transmitida através da carne do porco, que foi

alimentado com restos de alimentos ou com lixo em geral, que caso não tenha tido

acondicionamento adequado, pode ter estado exposto à vetores como moscas,

mosquitos e ratos, podendo, assim, transmitir entre outras doenças, a tuberculose,

a febre tifóide e a peste bubônica.

Sobre a coleta e destino do lixo, as normas técnicas para prevenção da

transmissão da AIDS do Ministério da Saúde (1989), indica que em "relação ao lixo

hospitalar são recomendados precauções especiais com papéis utilizados para

limpeza, gazes, algodão, compressas, restos de tecidos, absorventes higiênicos,

restos de material biológico da anatomia patológica, do laboratório de análises

clínicas e amostras de sangue e seus produtos".

―Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados atendendo às exigências legais referentes ao meio ambiente saúde e a limpeza Urbana, e as normas da associação Brasileira de normas técnicas – ABNT, ou, na sua ausência, às normas do critério internacionalmente aceitos‖.(RESOLUÇÃO 358/2005-CONAMA p.6)

Em relação aos aspectos administrativos operacionais dos resíduos

hospitalares, é atribuição do Estado intervir, enquanto poder público, sempre que

houver risco à saúde e ao meio ambiente; sendo atribuição dos estabelecimentos

de saúde, a gerência dos resíduos através da comissão de controle da infecção

hospitalar (CCIH), com a ajuda da comissão interna de acidentes (CIPA), cuja

existência é facultativa, com a finalidade de dinamizar todas as atividades.

(Ministério da Saúde, 1989).

O lixo é normalmente definido como todo o resíduo sólido resultante das

atividades humanas. Estes resíduos podem ser objetos que não mais possuem

valor econômico ou utilidade, como também porções de materiais sem qualquer

significação, resíduos de processos industriais ou domésticos a serem

20

descartados, enfim, qualquer coisa sem utilidade e que se jogue fora. Em relação a

esta definição apresentada, deve-se levar em consideração que o conceito de

utilidade é relativo, visto que o que é descartado por alguns, considerado como

lixo, pode ser aproveitado originalmente por outros; da mesma maneira que

objetos ou materiais que em pequena quantidade não são relevantes, podem ter

importância econômica se em quantidade suficiente.

Define-se lixo, de uma maneira geral, como todos os resíduos sólidos

provenientes das atividades humanas. Segundo o autor é importante observar que

na língua Portuguesa dever-se-ia adotar a expressão geral, já consagrada, de

resíduos sólidos, ao referir-se ao lixo em geral, e que sendo assim, poder-se-ia ter

uma uniformidade de nomenclatura com os resíduos líquidos e gasosos, pois todos

causam graves problemas de saneamento do meio, principalmente de poluição

ambiental. Para este autor, o lixo hospitalar de acordo com a sua fonte de

produção, pode ser bastante heterogêneo, e variável a sua composição qualitativa

e quantitativa.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua Norma Técnica

NBR 10004 (1987), classificou e normatizou os resíduos oriundos de hospitais,

residências, indústrias, entre outros. Segundo esta norma, os resíduos podem ser

definidos como: Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de

atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos

provenientes de sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamento

e instalação de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou

corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente

inviáveis em face de melhor tecnologia disponível. Os resíduos sólidos que são

produzidos em um determinado hospital, de acordo com a sua fonte geradora,

podem ser classificados em diversos tipos.

Entretanto a maioria do lixo hospitalar possui características similares a do

lixo domiciliar. O que os diferencia é a pequena parcela considerada patogênica,

que é composta de materiais como gaze, algodão, agulhas e seringas

descartáveis, pedaço de tecido humano, placenta e sangue e também resíduos

21

que tenham em sua produção tido contato com pacientes portadores de doenças

infecto-contagiosas.

Em relação a periculosidade dos resíduos, relata um estudo americano, sobre

o lixo gerado no Centro Médico da Universidade de West Virgínia (EUA), que

apresentou a conclusão que apenas 25 ou 30 % do total do lixo podem ser

considerados como infectantes ou de risco biológico e que dos organismos

considerados perigosos encontrados mais facilmente está o Staphilococcus

Aureus. Os autores recomendam que, como na prática é difícil a separação do lixo

de acordo com as fontes produtoras internas do hospital, cuidados especiais

devem ser tomados no acondicionamento, manuseio, estocagem e tratamento de

todo e qualquer lixo hospitalar.

O manuseio com o lixo hospitalar necessita de cuidados especiais tanto das

administrações hospitalares quanto das autoridades municipais, desde a sua

produção até a destinação final. Chegou-se a esta conclusão, através de trabalho

realizado na região metropolitana da cidade de Belo Horizonte/MG, cidade em que

nenhum dos hospitais pesquisados possuía local exclusivo e/ou adequado para o

armazenamento do lixo que oferecesse condições de higiene e funcionamento

adequados. Fazendo uma diferenciação em termos de patogenicidade entre o lixo

hospitalar e o lixo domiciliar, relata que não existem registros de doenças

provocadas pelo lixo domiciliar, com exceção de alguns casos de

comprometimentos respiratórios e/ou afecções cutâneas. Sendo assim, para deste

autor, o lixo domiciliar, em termos de transmissão de doenças é considerado

secundário.

A composição deste tipo de lixo, torna-o menos susceptível como

possibilidade de ser fonte de qualquer tipo de contaminação, podendo ser

entretanto responsável pela proliferação de vetores que indiretamente podem

atribuir a este tipo de lixo uma importância na transmissão de diversas doenças,

mormente as de origem virótica ou bacteriana.

No caso específico dos resíduos hospitalares assépticos, estes possuem o

mesmo desempenho do lixo doméstico, porém os resíduos sépticos requerem

condições especiais quanto ao acondicionamento, estocagem, coleta, transporte e

destinação final por apresentarem periculosidade real ou potencial à saúde

22

humana, notadamente se forem originários de unidades cirúrgicas, de isolamentos,

de áreas infectadas ou com pacientes portadores de moléstias infecto-contagiosas.

Até recentemente, acreditava-se que os resíduos domiciliares eram de pouco

risco tanto para o homem quanto para o meio ambiente. Atualmente, com a

introdução de novas tecnologias e produtos, como também o aumento do consumo

e pelo maior conhecimento dos impactos no meio ambiente, considera–se que os

resíduos domiciliares sejam capazes de interferir de maneira significativamente no

ecossistema, tornando-se assim, perigosos. Já os resíduos infecciosos ou de risco

biológico, que são gerados em unidades hospitalares através do uso em atividades

terapêuticas, podem fazer parte do lixo domiciliar ou coletados e tratados como lixo

hospitalar.

Hoje, no lixo domiciliar são encontrados curativos, fraldas descartáveis,

seringas e agulhas descartáveis, utilizados no tratamento domiciliar de doentes.

A crescente preocupação com os resíduos infectantes,tem favorecido o

aparecimento de sistemas gerenciais diferenciados em todas as fases para este

tipo de resíduo, o que não acontece com os resíduos domiciliares. Em relação aos

resíduos hospitalares, outros autores relatam que a posição de grande parte dos

técnicos é oposta ao senso comum, ou seja, acreditam que os resíduos

hospitalares não apresentem maiores riscos para quem os manipula do que os

resíduos domiciliares.

Sendo assim, não torna-se necessário a utilização de sistemas gerencias

diferenciados. Da mesma forma, para grandes instituições dos EUA, como o

Centro de Controle de Doenças (CDC), a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e

o Instituto Nacional de Saúde (NIH), os resíduos hospitalares não apresentam um

maior risco do que qualquer outro tipo de resíduo produzido por populações.

23

CAPÍTULO ll

NORMAS, REGULAMENTOS E DEFINIÇÕES

Neste momento, torna-se necessário, para estabelecer uma melhor

compreensão do tema abordado neste estudo, definir alguns conceitos dos

procedimentos técnicos utilizados com o objetivo de eliminar ou inibir

microorganismos presentes em tecidos humanos, produtos, artigos e superfícies

hospitalares.

A limpeza é a atividade que tem como objetivo remover a sujidade, utilizando-

se apenas água e sabão. Ao contrário da limpeza, a desinfecção objetiva eliminar

todos os microorganismos, utilizando-se, para isso, agentes químicos e físicos.

Existem dois tipos de limpeza: a concorrente, que consiste na limpeza e/ou

desinfecção e que é realizada diariamente e onde o paciente encontra-se

internado; e a terminal, que é a limpeza ou desinfecção que é realizada com o leito

desocupado, devido a alta, transferência ou óbito do paciente que naquele leito se

encontrava.

A limpeza é o processo mecânico, que tem como objetivo remover materiais

estranhos, como por exemplo, matéria orgânica, de superfícies e objetos, através

do uso de água e sabão ou detergentes.

A desinfecção é um processo físico-químico que destrói os microorganismos,

com exceção dos esporos bacterianos.

A desinfecção consiste em eliminar microorganismos de forma vegetativa que

24

existem nas superfícies inertes, através da aplicação de agentes físicos ou

químicos. Esta técnica pode ser realizada através da exposição do objeto à água

em temperatura entre 60 e 100º C ou a substâncias químicas denominadas

desinfetantes, que devem ser utilizadas, por um período entre 15 e 30 minutos.

Os desinfetantes hospitalares são agentes químicos que possuem a

propriedade de eliminar vírus, bactérias e fungos em um curto intervalo de tempo

máximo de 30 minutos. Estes agentes, ao contrário dos esterilizantes químicos,

não são esporicidas, como também não são eficazes para a eliminação de alguns

vírus. Estes desinfetantes estão subdivididos em 3 níveis de desinfecção: a

desinfecção de alto nível, que destrói todos os microorganismos, exceto altos

números de esporos bacterianos, neste grupo temos, como exemplo, o

glutaraldeido e o formoldeido; a desinfecção de nível intermediário que inativa a

mycrobacterium tuberculosis, as bactérias vegetativas, e a grande maioria dos

fungos e dos vírus, porém não destrói os esporos bacterianos. Fazem parte deste

grupo de desinfetantes os fenóis sintéticos, o álcool 70 % e o hipoclorito de sódio;

e a desinfecção de baixo nível, que destrói a maioria das bactérias, alguns fungos

e vírus, porém não elimina microorganismos resistentes, como por exemplo,

esporos bacterianos e o bacilo da tuberculose. Como exemplo, temos o

quaternário de amônia.

O termo desinfetante só deve ser utilizado para designar germicidas que tem

uso em superfícies inertes, distinguindo assim, dos outros grupos de germicidas.

Os desinfetantes hospitalares são produtos destinados à desinfecção de objetos

hospitalares, como também de superfícies fixas e devem ser empregados em

locais em que haja matéria orgânica em decomposição. A esterilização é um

processo físico-químico que elimina todos os microorganismos, diferencia-se da

desinfecção, porque elimina inclusive os esporos bacterianos. A antissepsia é o

procedimento mecânico, utilizado para a eliminação e destruição de

microorganismos existentes em tecidos através da aplicação de agentes

antimicrobianos.

Deve-se promover a limpeza com água e sabão nas superfícies hospitalares

fixas, sempre que apresentar sujidade. Em áreas críticas, semi-críticas e não

críticas, as superfícies hospitalares fixas com presença de qualquer matéria

25

orgânica, deverão inicialmente passar pelo processo de desinfecção e a seguir,

limpeza com água e sabão, em toda a sua extensão.

Todas as salas do ambiente hospitalar devem conter recipientes adequados

para o recebimento de resíduos, forradas com sacos plásticos coletores de lixo. Ao

efetuar o recolhimento dos resíduos, o trabalhador responsável pela coleta interna

do lixo deverá fechar os sacos plásticos e acondicioná-los em sacos de lixo duplos,

que são mais resistentes, do tipo hospitalar. Os fluidos drenados, excreções e

secreções corpóreas devem ser cuidadosamente descartados para a rede de

esgotos.

A respeito do correto uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs),

necessários para a realização do processo de coleta interna do lixo hospitalar, o

manual normas técnicas para prevenção da transmissão da AIDS relata que "o

pessoal da limpeza deve usar luvas plásticas, aventais e botas plásticas durante os

procedimentos de limpeza e coleta do lixo hospitalar".

De acordo com lei do Ministério da Saúde tem-se que:

"Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos". (lei nº 6.514, de 22 de Dezembro de 1977).

Segundo a Norma Regulamentadora 6 (Portaria MTb n° 3.214, de 8/06/1978),

considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI todo dispositivo de uso

individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a

integridade física do trabalhador. Esta Norma Regulamentadora determina ainda,

que a empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados o EPI

adequado ao tipo de risco, e em perfeito estado de conservação. A Norma

Regulamentadora 17, entre outras determinações, estabelece a exigência de que o

trabalhador não realize o transporte manual de cargas que possa comprometer a

sua saúde e segurança.

Todas as superfícies fixas da área hospitalar, como pisos, paredes, mobiliários

e equipamentos, entre outros, não apresentem risco considerável de transmissão

26

de infecções. Para tal afirmação, levou-se em conta que as infecções são

produzidas por fatores inerentes ao próprio paciente, como por exemplo, idade,

condições clínicas e nutricionais e patologia de base.

Deve-se providenciar a desinfecção das superfícies fixas somente quando

houver respingo ou deposição de matéria orgânica, mesmo assim, neste processo,

deve-se realizar a desinfecção localizada. Em locais ou mobiliários que possam

apresentar risco de contaminação para pacientes e trabalhadores, devido a

descarga de excreta, secreções ou exsudação de material orgânico, devem ser

realizadas descontaminação antes ou simultaneamente à limpeza.

As áreas que permanecem molhadas ou úmidas estão mais propícias a

abrigar germes gram-negativos e fungos, e em áreas empoeiradas germes gram

positivos e micro bactérias, entre outros. Sendo assim, torna-se necessário que

superfícies e artigos sejam muito bem secos, como também a observação da

prática de não realização de varredura seca em áreas hospitalares.

Utensílios como vassouras, esfregões, panos de limpeza e chão, entre outros,

devem ser lavados em salas especiais como os expurgos ou na lavanderia das

unidades hospitalares, diariamente ou sempre após a utilização em áreas

contaminadas.

Apesar de ser relativamente fácil comprovar a presença de microorganismos

patogênicos no ambiente hospitalar, torna-se difícil estabelecer a responsabilidade

deles nas infecções hospitalares.

Superfícies fixas como pisos, paredes, tetos, mobiliários e equipamentos,

entre outros, não apresentam risco importante quanto a transmissão de infecções

hospitalares, tornando assim, a desinfecção ambiental de rotina desnecessária.

Apesar disso, áreas que permanecem úmidas ou molhadas, como também áreas

empoeiradas abrigam germes, como também facilitam a sua reprodução. Torna-se

necessário então secar muito bem artigos e superfícies, e não realizar a varredura

seca em áreas hospitalares.

Em relação ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, relata que a

manipulação destes, deve ser dividida em quatro partes, assim distribuídas:

1 – Quanto à triagem e acondicionamento:

A separação dos resíduos deve ser realizada no local onde o mesmo foi

27

produzido, sob a responsabilidade de um técnico do setor, observando-se para isto

a identificação deste resíduo quanto à natureza e a unidade de origem, como

também o tratamento prévio, quando necessário. O acondicionamento deve

adequar-se aos diferentes tipos de resíduos e recomenda-se a utilização de

embalagens plásticas especificadas pela Norma Básica Regulamentadora (NBR)

9190 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que são da cor branca

leitosa (tipo II), quanto aos resíduos considerados comuns, deve-se usar os sacos

plásticos para uso em lixo domiciliar (tipo I);

2 - Quanto à coleta e transporte:

Os resíduos dos serviços de saúde devem ser coletados da fonte que os

produziu em intervalos regulares, em horários, preferencialmente, de menor

movimento. Esta coleta, basicamente, constitui-se na retirada do lixo, previamente

fechado, de cada setor, e transportado até o local de armazenamento final dentro

da unidade. Os carrinhos utilizados para este transporte deverão conter paredes

lisas, com identificação visível e tampa de fácil manejo, além de dreno tipo válvula

de pia, para facilitar a limpeza diária

―Devem ser acondicionados em saco branco leitoso, resistente, impermeável, de acordo com a NBR 9190-Classificação de Sacos Plásticos para Acondicionamento de Lixo, devidamente identificado com rótulo de fundo branco, desenho e contorno preto, contendo o símbolo universal de substância infectante, baseado na Norma da ABNT, NBR 7500- Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais. Sugere-se a inscrição ―Risco Biológico‖‖ (BRASIL, 2002, p. 258).

3 – Quanto a apresentação à coleta pública:

O local designado para o armazenamento interno final dos resíduos, deve ser

planejado com a finalidade de facilitar o acesso dos carros de transporte interno e

dos veículos de coleta pública, devendo inclusive ser dimensionado de acordo com

a quantidade e o volume dos resíduos que são produzidos na unidade de saúde;

4 – Quanto ao pessoal que executa o processo de trabalho de limpeza, coleta e

transporte dos resíduos:

Devem receber treinamento adequado, atenção médica e equipamentos de

proteção individual.

A NBR 12807 (ABNT, 1993), sobre Resíduos de serviços de saúde, define os

termos empregados em relação aos resíduos de serviços de saúde. Entre outras,

28

define, abrigo de resíduo como sendo o local que tem como função o

armazenamento temporário dos resíduos de unidades de saúde, aguardando a

coleta externa; desta mesma norma, é definido o acondicionamento como sendo o

"ato de embalar os resíduos de serviços de saúde, em recipiente, para protegê-los

de risco e facilitar o seu transporte, de acordo com os procedimentos adotados

pela NBR 12809".

A NBR 12808 (ABNT,1993), referente a resíduos de serviço de saúde, tem

como objetivo a classificação dos resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos

potenciais a saúde pública e ao meio ambiente, com a finalidade de proporcionar

um gerenciamento adequado destes resíduos. Esta NBR define os resíduos em

classes e sub-classes, sendo: Classe A – resíduos infectantes e Classe B –

resíduo especial, de acordo com a sua origem. Como exemplo de sub-classe, tem-

se como: Perfurante ou cortante, as agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi e

vidros.

―·resíduos perigosos, antimicrobianos, hormônios sintéticos, quimioterápicos e materiais descartáveis por eles contaminados; ·medicamentos vencidos, contaminados, interditados, parcialmente utilizados e demais medicamentos impróprios para consumo; ·objetos perfurocortantes contaminados com quimioterápico ou outro produto químico perigoso; ·mercúrio, outros resíduos de metais pesados — anti - gamas, lâmpadas, termômetros, esfignomanômetros de coluna de mercúrio, pilhas, baterias, entre outros; ·saneantes e domissanitários; ·líquidos reveladores de filmes; ·quaisquer resíduos do GRUPO D, comuns, com risco de estarem contaminados por agente químico‖. (BRASIL, 2002, p.251).

A NBR 12809 (ABNT, 1993), relativa ao manuseio de resíduos de saúde,

objetiva fixar procedimentos exigidos para garantir as condições de higiene e

segurança no processamento interno de resíduos infectantes, tanto nos

considerados especiais, quanto nos comuns, existentes nas unidades de saúde.

Esta NBR regulamenta todos os procedimentos com os resíduos de serviços de

saúde, desde a geração e segregação, passando pelo manuseio e

acondicionamento, coleta interna I, armazenamento interno, coleta interna II, até o

acondicionamento externo.

A NBR 12810 (ABNT, 1993), referente a coleta de resíduos de serviços de

29

saúde, tem como finalidade determinar os procedimentos obrigatórios para a

realização da coleta interna e externa dos resíduos de unidades de saúde,

satisfazendo as condições de higiene e segurança. Nas condições gerais esta

NBR, determina como deve ser a coleta dos resíduos, o treinamento e os exames

adimensional e periódico dos trabalhadores da coleta de resíduos. No item

Condições específicas, são especificados os equipamentos de coleta interna, que

são compostos dos Equipamentos de proteção individual (EPI) e o carro da coleta

interna. Além disso esta norma apresenta também os equipamentos da coleta

externa.

A NBR 10004 (ABNT, 1987), relativa aos resíduos sólidos, objetiva classificar

os resíduos sólidos de acordo com os seus riscos potenciais à saúde pública e ao

meio ambiente, com a finalidade de que estes resíduos tenham manuseio e

destinação adequados. Esta norma define e classifica os resíduos e a

periculosidade dos mesmos. Organizações de todos os tipos, em destaque as

hospitalares, têm-se deparado com cenários substancialmente modificados e

significamente mais dinâmicos. Buscam-se a todo tempo adaptações a novos

cenários, deixando de possuir uma postura reativa para assumir uma postura

proativa em relação as mudanças organizacionais.

Além disso, o paradigma mecanicista das mudanças puramente estruturais

deve ser abandonado, e os administradores devem incorporar novos valores ético-

humanistas, conceitos filosóficos, sociais,políticos,ecológicos e ambientais para a

condução das mudanças organizacionais.

O atual contexto organizacional é caracterizado por rápidas e constantes

transformações; fatores como a economia global, mudanças constantes nos

mercados, competitividade crescente e mesmo mudanças drásticas nos valores

sociais fornecem ao ambiente empresarial adjetivos tais como: dinâmico, mutável,

incerto,complexo e instável. Esses fatores constituem pressões que direcionam as

organizações e incorporam mudanças no seu dia a dia. E, na maioria das

organizações adaptáveis, flexíveis e contemporâneas, as estruturas

organizacionais fluem e conformam-se de acordo com as necessidades das

pessoas que compõem ambiente organizacional e de seus clientes. As mudanças

organizacionais são determinadas por fatores externos (microambientes) tais como

30

condições políticas,culturais,sociais,tecnológicas e legais e ou fatores internos,

como novos métodos, processo de trabalho, novos objetivos organizacionais,novas

políticas gerenciais, diferentes tecnologias,novos equipamentos e sistemas, novos

produtos e serviços, novas instalações. Surgem assim transformações e alterações

nas organizações que resultam serviços de qualidade.

É indispensável considerar o hospital como uma estrutura viva de alto

dinamismo operacional, de levado ritmo, desenvolvendo atividade com

características polimorfa, que envolve uma gama muito diversificada de aspectos.

E também levar em consideração a Teoria dos Sistemas, a qual propõe que as

organizações sejam concebidas como si temas vivos e o ambiente externo seja

considerado como essencial para alcançar maior eficiência da organização.

Considera que um hospital é um estabelecimento cuja finalidade básica é o

atendimento assistencial em regime de internação, sem que isso exclua o

atendimento ambulatorial. As atividades que lhe são pertinentes incluem as de

prevenção,terapêutica,reabilitação, ensino e pesquisa. Quanto a prestação de

cuidados, são classificados em : gerais,especializados e não especializados. E em

relação à eficácia e a eficiência dos hospitais, estes vêm sofrendo as

conseqüências de uma insuficiente dotação orçamentária, na demora do seu

recebimento, da gradativa diminuição de recursos humanos, geralmente admitidos

através de um viciado processo de recrutamento e seleção, aliado à posterior

inexistência de uma adequada reciclagem.

A não profissionalização dos gestores, em geral alçados à posição diretiva

mais por indicação política ou escolha baseada na competência como profissionais

de saúde, dificulta o processo gerencial, que exige habilidade e conhecimento de

gestão hospitalar indispensáveis à capacidade de desencadear intencionalmente

ações que direcionem as práticas dos diversos atores, internos e externos.

O hospital é por excelência um estabelecimento de cuidados com a saúde. Por

isso a maneira pela qual ele assegura sua missão está estritamente ligada a

resposta que dá as necessidades de saúde, expressas pela população. Devido a

esse fato, reveste-se de importância a adequação entre oferta de serviço .

Há algum tempo, busca-se definir a relevância da gerência hospitalar para

uma melhor performance organizacional, assim como iniciar uma reflexão sobre

31

modelos gerenciais capazes de otimizar resultados.

Essas mudanças de ordem estrutural fazem emergir novos objetivos de

natureza assistencial e financeira ao nível de organizações hospitalares. Rever

modelo assistencial, modificação da lógica de funcionamento, implantar e

operacionalizar técnicas de organização e de gestão constituem uma vertente

estratégica, visando a um melhor desempenho dos hospitais.

Pode-se considerar então que a planificação estratégica nos hospitais

brasileiros não é muito diferente da realizada em outras empresas.

Desde que se defina a situação objetiva, que se aproveite o momento da

vontade política e as perspectivas de mudança provocada pelas diversas situações

novas ou polêmicas, incluindo aqui também as questões ambientais fora do

hospital.

32

CAPITULO lll

Discussão ambiental nos serviços de saúde

A discussão ambiental a partir da década de 1970 vem ocorrendo de

forma paralela, e ainda periférica ao desenvolvimento de saúde coletiva em

particular no Brasil. De acordo com Porto (1998) a ausência de debate

ambiental pode ser verificada na própria dificuldade de a saúde coletiva

brasileira apresentar-se diante da ECO-Rio 92.

A partir da década de 1980 é que começaram a surgir paulatinamente

as condições jurídicas e institucionais para ação mais efetiva de controle

ambiental. Em 1981, foi criada a Lei Nº 938/81, voltada para o

estabelecimento da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que

apresentou um avanço na legislação ambiental em rigor com criação do

Sistema nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA).

O ambientalismo-empresa sobressaiu desde o início da década de

1990, tendo como destaque a série ISO14000, para a produção industrial

limpa e conseqüente equacionamento da problemática industrial relativa ao

meio ambiente.

A saúde por meio do processo de discussão da reforma sanitária

brasileira e a implementação do Sistema Único de Saúde-SUS (1990)

caminharam de forma pararela e com eventuais interfaces com o sistema

legal e institucional brasileiro estritamente ambiental. As instituições

acadêmicas e institucionais no âmbito da saúde continuam de forma

relativamente isolada com eventuais interfaces entre os ministérios

envolvidos e os conselhos nacionais de saúde e do meio ambiente.

Mesmo constatando a precariedade da sociedade brasileira e do

governo nos seus vários níveis, incluindo o setor de saúde, no que diz

respeito a priorizar e levar a cabos políticas e ações integradas em relação

à abrangência, complexidade e urgências das questões ambientais, tendo

em vista que constituem também problema de saúde em todos os níveis,

torna-se necessário incluir mudanças organizacionais as relacionadas com

33

a gestão ambiental pró-ativa. Bem como, a criação de políticas e ações

para atender questões ambientais, reforçadas por modelos de

desenvolvimento dos novos paradigmas científicos, da interdisciplinaridade

e da intersetorialidade das ações em todos os segmentos sociais,

industriais,saúde, ensino e pesquisa.

São muitas as dificuldades a serem vencidas e as alternativas

conquistadas dentro de uma gestão ambiental pró-ativa. Os hospitais

brasileiros, na luta por mudanças organizacionais significativas e a devida

prestação de serviços com qualidade para população, sem provocar danos

agravantes para o meio ambiente, têm que estabelecer uma visão holística

sistêmica e ecológica para a saúde e a cura de doenças, na qual também

são valorizados os fatores ambientais e a interação do indivíduo com seu

meio.

Os hospitais que se isolarem ou ficarem à margem do processo de

mudança, e que tenham um pensamento exclusivista em lucro, serão

ultrapassados por aqueles que buscam a qualidade em saúde humana e

qualidade em serviços de saúde e meio ambiente. Desse modo, os

hospitais, sem desviarem de sua missão, têm de apresentar competência

na área administrativa e nas constantes mudanças no meio ambiente

interno e externo.

É preciso que avaliem os serviços de saúde, principalmente o

hospitalar, não somente quantitativamente, mais também qualitativamente,

o que trará como resultados: saúde produzida, educação fornecida:

satisfação garantida, erros prevenidos, decisões acertadas;investimentos

nas discussões e controle das questões ambientais direta ou indiretamente

relacionadas com o hospital. E para que essa avaliação ocorra, é

necessário que o hospital adote uma administração ativa e planejada que

tenha compromisso com o futuro e com a qualidade e não somente com o

presente e a quantidade.

No processo de gestão de qualidade a certificação hospitalar pode ser

um processo de reconhecimento de determinados Standards de qualidade

nos serviços de saúde de uma comunidade. Coloca-se que a certificação

34

não garante por si só, que os serviços prestados sejam de qualidade; e sim

que o hospital tem condições de prestá-los com qualidade caso assim o

deseje.

É preciso que o sistema de saúde tenha muito bem definida a sua

missão, seus valores e seus princípios e que sua estrutura seja adequada a

obtenção de resultados desejados, e que inclua em suas atividades ações

mais efetivas frente à proteção ambiental dentro e fora do hospital.

O hospital em seu processo de mudanças organizacional, pode e deve

se envolver com as questões ambientais, pois suas atividades estão

diretamente ligadas à saúde humana e ambiental.

Sendo assim, é importante a sua contribuição nas discussões e na

adoção de medidas constantes de proteção e preservação ambiental, com

base na regulação ambiental e na Agência Nacional de Saúde do Ministério

da Saúde, Brasil; Principalmente no que diz respeito ao gerenciamento dos

resíduos sólidos provenientes dos diversos setores, seu

acondicionamento,transporte, preparo do pessoal que atua direta ou

indiretamente nesse processo, preparação, armazenagem para a

destinação final, contribuindo para a proteção ambiental dentro e fora do

hospital.

A administração das organizações prestadoras de serviços de saúde,

juntamente com a sua gerência, busca a qualidade dos serviços prestados

para a sua clientela e para a comunidade. Deste modo, é importante que

essas organizações tenham um gerenciamento de resíduos sólidos com

qualidade, tanto para a segurança de seus clientes, como de seus

trabalhadores e também para a saúde pública ambiental, contribuindo de

maneira pró-ativa na gestão ambiental do município.

As organizações prestadoras de serviço de saúde não podem deixar

de buscar e ampliar a discussão a respeito da caracterização dos resíduos,

seu potencial de risco, e a gestão de resíduos sólidos, para que não

somente cumpram a legislação, mas também participem e busquem

alternativas técnicas e científicas para a interação entre os diversos

serviços do município e com um gerenciamento participativo, contendo

35

medidas seguras e adequadas para a proteção da população e do meio

ambiente.

Desta forma, para o hospital mudar e inserir ações pró-ativas em

relação ao meio ambiente, são necessários argumentos, flexibilidade,

adaptabilidade, visão e participação ativa no processo de gestão ambiental

do município.

A proteção do meio ambiente tem que deixar de ser uma função

exclusiva de pequenos grupos e responsabilidade de alguns setores dentro

da organização para tornar-se também uma função da alta administração,

com destaque na estrutura organizacional e interferindo no planejamento,

passando a ser uma atividade importante na empresa. afirmam que a

inclusão da proteção ao ambiente entre os objetivos da administração

amplia substancialmente a estrutura administrativa de cunho ecológico.

Sendo assim, os hospitais também podem tomar decisões estratégicas

integradas à questão ambiental e à ecologica, conforme os preceitos das

normas série ISO 14000.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, tais normas

especificam os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental,

permitindo a uma organização formular políticas e objetivos que levem em

conta requisitos legais e as informações referentes aos impactos

ambientais significativos. Eles se aplicam aos aspectos ambientais que

possam ser controladas pela organização e sobre as quais se presume que

elas tenham influência; em si, eles não prescrevem critérios específicos.

Uns dos desafios das organizações prestadoras de serviço de saúde é

estabelecer medidas e ações para proteger e melhorar a qualidade

ambiental com ajuda de padrões, com base no desempenho e no uso

judicial de instrumentos econômicos, em um contexto harmonioso de

regulamentação que estabeleçam políticas, programas e procedimentos

seguros para minimização dos impactos adversos e da produção de

rejeitos, assim como para o tratamento e o preparo para destinação final

desses resíduos de forma segura e responsável.

Para a diminuição de impactos ambientais tão agravantes, tem-seque

36

perceber a necessidade de uma compreensão sistêmica, que pressupõe a

identificação de algumas características fundamentais, destacado-se entre

elas a interdisciplinaridade, a dinamicidade e a organicidade. Sendo as

mesmas necessárias para as mudanças dentro das organizações, em

destaque as prestadoras de serviços de saúde, frente à disposição de seus

resíduos sólidos para a integração num sistema de proteção ambiental e

para a qualidade de vida.

O envolvimento da organização por inteiro é muito importante, visto

que, geralmente cada setor se preocupa em ter um sistema eficiente de

coleta dos resíduos, afastando-os do seu meio de convivência e dando

pouca importância para saber qual é o tratamento e o preparo para

destinação final e sua disposição no ambiente externo. Muitas vezes, a

organização hospitalar acredita na responsabilidade e consciência

sanitárias da administração pública, desconhecendo seus pensamentos e

ações, na qual a preocupação se baseia apenas na legislação com a

finalidade de evitar penalidades.

―destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos‖.(LEI Nº 12305/10 DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Art.3º parágrafo VII.)

Portanto, as organizações prestadoras de serviços de saúde devem

contribuir para o processo de gestão ambiental a partir do gerenciamento

de seus resíduos sólidos com uma visão global e ações locais, tendo como

base normas internas, legislação vigente e a busca de informações,

ampliando as discussões e medidas conjuntas para uma gestão dos

resíduos sólidos.

No Brasil há algumas determinações técnicas e legais que orientam o

manuseio, tratamento e disposição de resíduos sólidos urbanos em geral e

os resíduos de serviços de saúde em específico, considerando a

37

necessidade de compatibilidade de procedimentos de gerenciamento de

resíduos nos locais de geração com ações preventivas para minimizar

danos à saúde pública e ao meio ambiente. É necessário que as atividades

dos serviços de saúde acompanhem a legislação vigente, sendo que a

resolução RDC nº 306 de 2004, estabelece novas diretrizes para o

gerenciamento adequado dos RSS.

O gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde, segundo o

manual do Ministério da Saúde (M.S, 2002), relata que a manipulação

destes, deve-se ser dividida em 4 partes, assim distribuídas:

1- Quanto à triagem e acondicionamento:

A separação dos resíduos deve ser realizada no local onde o mesmo foi

produzido, sob a responsabilidade de um técnico do setor, observando-se

para isto a identificação deste resíduo quanto à natureza e a unidade de

origem, como também o tratamento prévio, quando necessário. O

acondicionamento deve adequar-se aos diferentes tipos de resíduos e

recomenda-se a utilização de embalagens plásticas especificadas pela

Norma Básica Regulamentadora - NBR 9191/2002 da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), devidamente identificadas.

A identificação deve estar exposta nos sacos de acondicionamento,

nos recipientes de coleta interna e externa, e nos locais de armazenamento

e de fácil visualização, utilizando-se cores e frases, atendendo os

parâmetros referenciado na norma NBR 7500/2004 da ABNT.

Grupo A – os resíduos pertencentes ao grupo A são identificados pelo

símbolo de substância infectante constante na NBR 7500 da ABNT, com

rótulo fundo branco , desenho e contornos pretos.

Grupo B – São identificados através do símbolo de risco associado, de

acordo com a NBR 7500 da ABNT e discriminação de substância química e

frases de risco.

Grupo C – São representados pelo símbolo internacional de presença de

radiação em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da

expressão rejeito radioativo.

Grupo D – São considerados os resíduos comuns, símbolos usados de

38

acordo com a normas da ABNT que trata de coleta seletiva.

Grupo E – É identificado pelo símbolo da substância infectante, constante

na NBR 7500 da ABNT, com rótulo de fundo branco, desenho e contornos

pretos, acrescido da inscrição resíduo perfurocortante, indicando o que

apresenta o resíduo.

2- Quanto à coleta e transportes internos:

Os transportes internos dos resíduos devem ser realizados atendendo

roteiro previamente definido de acordo com a periodicidade, freqüência e

horários de acordo com a unidade geradora. Deve ser feito separadamente,

respeitando o grupo de resíduos e em recipientes específicos para cada

grupo de resíduos.

Os carrinhos utilizados para estes transportes deverão conter paredes

lisas, com identificação visível e tampa de fácil manejo, além de dreno tipo

válvula de pia para facilitar a limpeza diária;

3- Quanto à coleta e transportes externos:

Consiste na remoção dos RSSS do abrigo de resíduos, até a unidade de

tratamento ou disposição final, utilizando-se de técnicas que garantam a

preservação condições e acondicionamento e a integridade dos

trabalhadores, da população e do meio ambiente.

As coletas e transportes externos dos RSSS devem ser realizados de

acordo com as normas NBR 12810 e NBR 14652 da ABNT.

4- Disposição Final

Consiste na disposição dos resíduos no solo, previamente preparado para

o recebimento obedecendo a critérios técnicos de construção e operação e

com licenciamento ambiental de acordo com a resolução CONAMA 237/97.

A resolução CONAMA 358/2005, dispões sobre o tratamento e disposição

final dos resíduos de serviço de saúde e dá outras providências,

estabelecendo critérios mínimos para a disposição final de resíduos de

serviços de saúde.

Estes critérios são estabelecidos quanto à:

- Seleção de área

- Segurança de sinalização

39

- Quanto aos aspectos técnicos

- Quanto à disposição final dos resíduos de serviço de saúde

O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de

procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases

cientificas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a

produção de resíduos, promovendo aos mesmos um encaminhamento

seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a

preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

CONCLUSÃO

Ao observarmos a organização e o processo de trabalho dos

trabalhadores que realizam a limpeza e a coleta interna do lixo em um

hospital Municipal como também ao analisarmos o contido nas respostas

das entrevistas realizadas com eles, concluímos que o trabalho prescrito

representado pelas normas não é privilegiado na execução do trabalho

real.

Diversos aspectos devem ser analisados na tentativa de evidenciar os

40

motivos que geraram tal prática. Dentre eles, inclui-se a falta de

conscientização do trabalhador a respeito do risco de acidentes de

trabalho, mormente os acidentes produzido por material perfurocortante,

e/ou doenças ocupacionais, representado pelo não uso de Equipamentos

de Proteção Individual (EPIs), que muitas vezes são oferecidos em

tamanho não compatível a anatomia do trabalhador, ou até mesmo

inadequados para a realização do trabalho.

Para estes trabalhadores da limpeza e coleta interna do lixo no HM, o

trabalho deve ser considerado alienado, porque este já não o satisfaz, não

faz mais parte de sua natureza, não o realiza. A prática da utilização por

algumas empresas da teoria da culpabilização do trabalhador nos

acidentes de trabalho faz com que seja transferido o ônus da

responsabilidade dos reais culpados (a empresa), para os trabalhadores,

que se transformam nos culpados pelos seus próprios acidentes. Esta

prática desvia a atenção da opinião pública das precárias condições de

trabalho, para o suposto descuido do trabalhador.

Para os orgãos oficiais, a grande responsabilidade nos acidentes de

trabalho ainda é representada pelo suposto ato inseguro do trabalhador.

Um exemplo da evidência desta avaliação equivocada por parte do

governo, é a observação da veiculação de campanhas destinadas a

prevenção de acidentes destinadas apenas aos trabalhadores. Com isso,

além de mais uma vez passar para a opinião pública a falsa imagem de

irresponsabilidade por parte dos trabalhadores, produz neles a consciência

de que é deles a responsabilidade pelos acidentes.

Muitos dos problemas evidenciados neste estudo dizem respeito não

só aos trabalhadores, como também aos atores responsáveis pelo

planejamento, execução e fiscalização das tarefas. Dentre estes

problemas, destaca-se a importância da reciclagem, representada por

treinamentos regulares, que serviriam para corrigir práticas incorretas ou

inadequadas, como exemplo as representadas por posturas e

levantamento de cargas, ou ainda, a manipulação de produtos químicos.

Estes treinamentos serviriam, também, para o esclarecimento, ao contrário

41

da imposição, sobre a importância do uso de EPIs. A utilização de

equipamentos de proteção individual pelos coletores de lixo não obedece a

critérios definidos e também de maneira indiscriminada. Este fato evidência

o uso irregular destes EPIs pelos trabalhadores e conseqüentemente o

risco de acidentes de trabalho pela não utilização dos mesmos.

A adequação do descarte de material perfurocortante como também o

acondicionamento interno do lixo no Hospital devem ter a sua importância

analisada. Em relação a adequação do descarte de agulhas, bisturis e

vidrarias, pelos trabalhadores da equipe de saúde, torna-se necessário

ressaltar a importância de reciclagens para estes profissionais, com a

intenção de sensibilizá-los para o risco contido na prática deste descarte

incorreto.

Existe ainda a incoerência representada pelo fato de, ao estarem

salvando vidas, não necessariamente precisarem colocar em risco a saúde

de outros, no caso a dos trabalhadores da coleta interna e externa do lixo.

Dentre eles, incluem-se os trabalhadores que realizam a coleta domiciliar

do lixo, os catadores dos aterros sanitários, a população em geral, além do

ecossistema.

Outra questão que merece atenção especial, e conseqüentemente

uma solução a curto ou médio prazo seria a construção de locais para o

acondicionamento dos resíduos provenientes das coletas internas I e II.

A observação de tal fato além de satisfazer as recomendações

contidas na norma, resolveria problemas como o odor desagradável, a

proliferação de vetores e o aspecto estético.

A questão da sub-notificação tanto no registro de casos de acidentes

de trabalho, atendidos informalmente e sem o devido registro, como

também nas doenças, não demonstra a verdadeira situação das condições

de trabalho, agravadas pela não utilização das normas no trabalho real.

Apesar da legislação do trabalho considerar o serviço de coleta de lixo

como sendo de insalubridade máxima, requerendo assim, que as empresas

ofereçam aos seus trabalhadores assistência médica integral, incluindo-se

a orientação sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho. (Velloso,

42

1995), segundo a informação dos trabalhadores, a empresa de prestação

de serviços de conservação dos hospitais, não realiza os exames

periódicos de acordo com o orientado pela norma, como também não

oferecem medidas preventivas, como por exemplo, a imunização

preventiva contra Tétano e Hepatite B, doenças infecto-contagiosas pela

qual estão expostos os trabalhadores que durante o seu processo de

trabalho estão sujeitos a acidentes com material perfurante e/ou cortante.

Em resumo, trabalhadores da limpeza e coleta interna do lixo

hospitalar nos Hospitais, além de estarem expostos a acidentes pela não

observação da adequação do descarte pelos profissionais da equipe de

saúde, estão também expostos a acidentes pelo não uso dos

equipamentos de proteção individual, do uniforme, pelo desconhecimento

das normas por parte deles, como também a não utilização destas pelos

gerentes, por falta de treinamento e também pela manutenção de posturas

inadequadas durante o processo de trabalho.

Algumas questões poderiam dar continuidade a este trabalho. Dentre

elas destacam-se a avaliação periódicas dos problemas levantados neste

estudo, a reutilização de agulhas e seringas, entre outros, coletadas nos

lixões e/ou os impactos ambientais dos resíduos hospitalares com

destinação final inadequada

BIBLIOGRAFIA

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LEI, nº 12305,de 2 de agosto de 2010, Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. MILARÉ, É. Direito do ambiente. Doutrina – prática – jurisprudência – glossário. 4. ed. Revisada ampliada e atualizada. São Paulo: RT, 2004. SARIEGO, José Carlos. (1994). Educação Ambiental - As Ameaças ao Planeta Azul. Rio de Janeiro, Editora Scipione.