folha umbandista - março - ano i - nº002

8
Folha Umbandista Ano I - nº 002 - Mar - 2015 Distribuição Gratuita São Paulo - Capital - Litoral Sul - Interior - Vale do Ribeira - Rio de Janeiro e Parana Editorial Redação Pag. 04 Sacrifício animal Umbanda Pag. 02 Filosofia na Exposição umbanda trilógica Pag. 07 Não temos cliente mensagem Pag. 06 ÁGUA NO MUNDO QUERO SER UMBANDISTA ARTIGOS Pag. 05 o que é Macumba Uma Pequena Centelha Colunas Pag. 03 Calendário Tenda da Caridade Pag. 04

Upload: folha-umbandista

Post on 21-Jul-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista Ano I - nº 002 - Mar - 2015 Distribuição Gratuita

São Paulo - Capital - Litoral Sul - Interior - Vale do Ribeira - Rio de Janeiro e Parana

Editorial

Redação Pag. 04

Sacrifício animal

Umbanda Pag. 02

Filosofia naExposição

umbanda trilógica Pag. 07

Não temos cliente

mensagem Pag. 06

ÁGUA NO MUNDOQUERO SER UMBANDISTA

ARTIGOS Pag. 05

o que é MacumbaUma Pequena Centelha

Colunas Pag. 03

Calendário

Tenda da Caridade Pag. 04

Page 2: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 02

Umbanda e o Sacrifício Animal Neste espaço trataremos de temas que são considerados tabus até mesmo pelos religiosos de Umbanda e que ainda causam certo incômodo ao serem abordados. A intenção desse que vos escreve é de descortinar a nossa amada religião, demonstrando que suas práticas e rituais estão fundamenta-dos na Lei Maior, a Lei Divina.

Para isso, nada melhor do que começar abordando um dos temas que ainda provocam debates e opiniões diversas no meio religioso. A Umbanda pratica o sacrifício animal?

Façamos uma breve análise da evolução da sociedade no que diz respeito aos cultos aos seus deuses e divindades.O homem enquanto indivíduo sempre buscou contato com algo maior, algo além do que se vê, além do físico. Tanto ciência quanto religião são formas de se entender e explicar aquilo que não é tangível. De forma bem sucinta po-de-se dizer que em todas as sociedades antigas, o homem cultua o sagrado, ainda que de formas diferentes.

Em muitas das civilizações antigas existem registros que comprovam o hábito de seus componentes de oferendar aos deuses, como sinônimo de oferecer, dar. Na Grécia Antiga, por exemplo, era comum que fossem oferecidos ban-quetes aos deuses do Olimpo, onde ocorria comumente o sacrifício de animais domésticos como forma de agradecer ou pedir aos deuses por fartura, prote-ção, dentre outras coisas.

Umbanda

Distribuição Gratuita - Pág.. 02

Umbanda e o Sacrifício AnimalTambém na época do Império Romano o sacrifício animal era utilizado juntamente com a oferenda de frutas e outros alimentos aos deuses daquele povo. De uma forma geral o homem sempre oferendou suas divindades ou deidades com o que possuía de melhor, fosse através do alimento ou do fruto de seu trabalho.

Entendemos, porém, que oferendas de animais sacrifi cados não de-vem e não precisam fazer parte de nossos rituais, pois a energia da qual as entidades e guias que trabalham na Umbanda pode ser extra-ída sim da natureza, mas através de ervas, frutas, bebidas etc.

As religiões que adotam essa prática possuem também seus funda-mentos para fazê-lo, e a Umbanda respeita todas as formas de culto, ainda que não concorde com todas elas. Porém é importante que fi que claro que o sacrifício animal é uma prática que não faz parte dos ritos umbandistas.Além do mais é necessário compreender que tudo na criação evolui, assim como os rituais. Algumas práticas passam a existir e outras, com o tempo, caem em desuso. O importante é tentarmos aprender a olhar para o próximo sem o dedo em riste de quem julga e condena.

Axé e Luz!

Thiago Nicolau

Page 3: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 03

MACUMBA - "ma" (o que assusta) + "kumba" (soar assustadoramente) é uma palavra de origem angolana do dialeto quimbundo (um dos muitos dialetos Bantos e um dos mais falados naquele país).

É uma árvore sagrada existente na África, da família das lecitidáceas (mesma família do Jequitibá), em torno das quais diversos povos, tribos e etnias africanas confrater-nizavam, comemoravam suas conquistas e vitórias, agradeciam as divindades pelos alimentos adquiridos através da natureza em virtude dos sagrados Orixás e suas diversas manifestações culturais e quando eram aprisionados para serem traficados como escravos, davam voltas em torno desta árvore para despedirem-se de suas vidas em terras africanas.

É também um antigo instrumento musical de percussão africano, espécie de reco-reco que dá um som de rapa (rascante) e por isso tem o mesmo nome. Na África existem rituais festivos em que são utilizados dessa madeira para fazer os instrumentos com a entonação de som, medida pelo tamanho do corte da madeira.

Foi no início do século XX com o surgimento da Umbanda que muitas vezes era real-izada nas praias e por macumba ser o instrumento musical utilizado nesses cultos, as pessoas referiam-se da seguinte forma: "Estão batendo a macumba na praia”.

Assim, o termo "macumba" arraigou-se pejorativamente para designar os cultos afro-brasileiros derivados de práticas religiosas e divindades dos povos africanos trazidos ao Brasil como escravos.

Pai Rogério Xoroque

O que é Macumba?

Assunto decorrente entre os religiosos de Umbanda, que levam a religião e a caridade a sério, é a vontade ou o sonho de reproduzir e semear os ensinamentos trazidos pelos amados Guias, Mestres de Luz, enfim de todo plano astral.Como podemos, diante de nossa limitada condição humana, refletir luz tão grande como a da Umbanda.Antes disso é necessário, porém, falar dessa luz tão grande.Por adentrar em algo tão subjetivo, só posso falar daquilo que senti, sinto e sem dúvida sempre sentirei ao pisar em um Terreiro/Tenda/Cabana/Templo de Umbanda.Não consigo descrever racionalmente os eventos que me trouxeram para a Umbanda e isso reforça minha fé de que os motivos são desconhecidos apenas por mim, encarnado.Não tenho uma história de sofrimento dantesco e nem de uma vida que só possuía uma saída, mas acredito ter conhecido a Umbanda pelos caminhos do amor e do conhecimento. Havia algo em mim que buscava uma forma, desde a infância, de amar ao próximo com “Papai do Céu” queria.Sentia em mim uma alegria e vontade de expressar esse amor que conflitava direta-mente com o receio de parecer ridículo e/ou louco diante do julgamento dos outros. Nessa busca pelo “como” encontrei algo muito maior do que poderia imaginar.Quando pisei em um terreiro e vi todos aqueles irmãos vestidos de branco prepara-dos para servir, confesso que tive toda minha atenção tomada por eles. Os cantos entoados tocavam e acariciavam minha alma e meu coração e fiquei imaginando como é possível algo ser tão grandioso e tão singelo, como essa palavra tão sim-ples, com inúmeras interpretações tem a capacidade de preencher todo e qualquer vazio: o AMOR.Esse amor, que vem do criador realmente penetra qualquer espírito que se permita, e eu me permiti. Saí de lá, não com a sensação, mas com a certeza de que o mundo tem solução, de que a vida é bela e de o bem ainda é muito maior. Saí de lá com o compromisso de irradiar, mesmo sabendo da minha pequenez, essa luz divina tão forte. E aí que entendi o conceito de centelha divina. Não trago a prepotência de me sentir mais do que ninguém, mas a responsabilidade de que sou parte do todo, e como tal devo cuidar do todo.Para aqueles que me leem eu peço, se permitam. A próxima vez que forem a uma gira de Umbanda, ao ouvir os ensinamentos dos nossos amados guias, feche os olhos e ouça com o coração, pois é lá que o bem ainda é possível, é de lá que brotam as boas atitudes e é assim que faremos hoje o que sonhamos para todo o sempre.Axé e Luz!

Thiago Nicolau da Silva

Uma Pequena Centelha

"Sonho com o dia em que todos se verão como irmãos, indepen-

dente a sua religião" Vereadora Drª Laila

SOU CONTRA A INTOLERÂNCIA RELIGIOSAPeruíbe-SP

Page 4: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 04

Rua Acre, 148 - Vila Romar - Peruíbe -SP

Editorial

Ao observar as religiões da mídia, e analisar os bispos, pastores e apóstolos em seus programas de tv e rádio, chego a conclusão de que tudo que ensinam vai contra o evangelho de Jesus que dizem seguir e cultuar.

Antes estão baseados na maior maldição teológica da atualidade a "teologia da pros-peridade", fogem do senso racional e da evolução natural da humanidade, esquecen-do de que o próprio Jesus, nasceu, viveu e "morreu" pobre materialmente.Não sei aonde enfiam as mensagens contidas nos evangelhos (Mateus 19:16-23, Mateus 19:24, Mateus 6:19, Mateus 8:2).

Opressores e intolerantes, perseguem as minorias, como faziam os romanos e fari-seus aos cristãos primitivos, mercantilistas e abstratos, preocupados com quantida-des e praticantes de uma nova inquisição, só que dessa vez sem forca e sem foguei-ras. Onde ficamos nós? Mantemos a nossa posição de que todas as religiões são vias evolutivas, mas algumas pulam etapas importantes do ciclo natural, colocado pelas leis naturais que tudo regem.

A Umbanda esta baseada no evangelho de Jesus (Oxalá), e pratica as suas máximas morais, e ao mesmo tempo tem na natureza seu templo-mor, que não é o Templo de Salomão, mais antes o Templo do Divino Criador.

Somos naturais, cristãos e misticos, somos perseguidos, injuriados e caluniados, mais somos o que podemos ser, servidores e não opressores. Comparem, estudem, anali-sem, meditem. Umbanda a "Senhora dos Mistérios Divinos e da Caridade Suprema", umbandistas os guardiões desses mistérios e proclamadores da caridade."

David Veronezi.Nossos trabalhos e consultas são completamente gratuitos.Não realizamos: Sacrifício Animal, amarração amorosa e trabalhos para o mal.

Umbanda é magia positiva que combate magia negativaUmbanda é caridade, fé e esperança

Facebbok: www.facebook.com/tenda.dacaridadeEmail: [email protected]

Folha Umbandista

Jornal Folha Umbandista

Diretor : David VeroneziJornalista Responsável: Tania de Castro - MTB - 0067716Projeto Gráfico e Editoração: Marcos Luiz

O Jornal Folha Umbandista é uma publicação mensal.

Os Artigos não representam a opinião do jornal, são de responsabilidade de seus autores.

Page 5: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 05

Noticias

Ouvindo um nobre amigo Exú falando sobre o Caos que esta no mundo por causa da água, refleti. Ele dizia, que a culpa de tudo isso somos nós mesmos. Me lembrei de um espetáculo de comédia que eu assisti, onde uma “santa” falava com Deus quando Deus estava criando a humanidade e ela dizia que os homens destruiam tudo por onde passavam.

A humanidade é destrutiva com tudo que Deus criou, mas quer brincar de Deus para construir coisas no mundo e reza a Deus para que tudo der certo. Incoerente esse ser humano né? Destrói tudo o que Deus cria, e pede perdão a ele por tudo que faz. Vamos aprender a nos corrigir, a evoluir, a reformar nosso íntimo. E o que a água tem a ver com isso?Quando aprendermos a res-peitar o que Deus cria, vamos esbanjar menos e cuidar mais, vamos deixar de ter guerras por intolerância de qualquer especie e aprender a respeitar a nós mesmos e ao nosso próximo.

Pai Bruno de Xangô.

Durante o tempo que me tornei um sacerdote umbandista, dirigente espiritual sempre vejo pessoas se encantarem com a gira de umbanda e a partir dai despertarem o desejo de fazerem parte da corrente mediúnica da casa.

Os casos são sempre os mesmos, o consulente entra na corrente e descobre que Umbanda é coisa séria pra gente séria e ai somem sem ao menos dar uma satisfação.

Cabe esclarecermos que ninguém entra para corrente para aparecer, ou porque é bonito ser médium.Estar na corrente mediúnica é um tanto quanto penoso a muitos deste médiuns, temos regras, temos leis, temos regimentos internos que devem serem seguidos a risca.O médium de Umbanda entrega suas forças para que seu dirigente as cuide e tenha certeza ele cuida como sua própria vida, então é um respeito para com o sacerdote que ele esteja a par dos acontecimentos de sua vida.

Umbanda não é só ir na gira chacoalhar e ir embora, existe inúmeras funções dentro de um templo, onde ainda que o médium pague suas contribuições ainda assim deve ajudar no que pode dentro do templo.Há inúmeras cobranças por parte do sacerdote para que este novo filho (a) se adeque a vida espiritual, temos dois mundos, o profano e o sagrado.

No mundo profano vivemos nosso dia a dia, falamos nossas besterias, brincamos, contamos piadas e até brigamos, mas no mundo sagrado devemos ter postura, devemos nos portar com respeito, sem gracinhas, sem palavras de baixo calão e cabe ao sacerdote ensinar aos filhos de fé como é este portar.

A Umbanda encanta sim e deve mesmo encantar, deve tocar o fundo do coração e fazer as lágrimas brotarem dos olhos, isto é amor transbordando da alma do adepto.acho muito lindo quando vejo um filho de fé com lagrimas nos olhos apenas por estar cantando um ponto, vendo a dança de um orixá ou o bradar de um caboclo, é ai que mora a verdadeira excencia da Umbanda.

Agora se o consulente pensa que entrar para a corrente é fazer o que quiser, esta pessoa não serve para a

Umbanda e deve continuar como pedinte que é.

Lembre-se a Umbanda não precisa de você, o templo não precisa de você, é você que precisa deles.

Paz e luz

Pai Vladmir do Oxossi.

ARTIGOS

No dia 07 de janeiro comemora-se o dia de liberdade ao culto, sendo assim também podemos dizer que temos o dia de comemoração também do dia contra a intolerância religiosa;Liberdade de culto, de pensamento e de expressão, nada soa mais democrático do que a palavra liberdade sobre tudo em um País multiculturalista como o Brasil!!!!O Brasil é um país que abriga todas as etnias e, portanto todas as religiões; A primeira lei sobre o assunto surgiu em 07 de Janeiro de 1890(DAÍ A DATA COMEMORATVA) em decreto assinado pelo então Presidente da Republica Marechal Deodoro da fonceca.Na carta magna de 1946 atraves da proposta do escritor Jorgr Amado então deputado federal pelo (PCB) de São Paulo; A lei foi então rescrita na constituição de1988 que se tornou definitiva.Cito a lei então atual que consta no artigo 5º da nossa constituição no Inciso VI esta assim:É INVIOLAVEL A LIBERDADE DE CONCIÊNCIA E DE CRENÇA, SENDO ASSEGURADO O LIVRE EXER-CÍCIO DE CULTOS RELIGIOSOS E GARANTIDA NA FORMA DA LEI A PROTEÇÃO DOS LOCAIS DE CULTO RELIGIOSO.

Já no inciso VII, temos:

NINGUÉM SERÁ PRIVADO DE DIREITOS POR MOTIVO DE CRENÇA RELIGIOSA OU DE CON-VICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA, SALVO SE AS INVOCAR PARA EXIMIR-SE DE OBRIGAÇÃO LEGAL A TODOS IMPOSTA E RECUSAR-SE A CUMPRIR A PRESTAÇÃO ALTERNATIVA FIXADA EM LEI.

Além de estar legalmente amparada a liberdade de culto deve ser entendida como um direito universal e uma forma de respeito à individualidade e liberdade de escolha por princípio o Alcorão, a Cabala, a Bíblia, os fundamentos de Umbanda, a Doutrina Espírita, o Xamanismo, a Maçonaria, o Budismo, a Rosacruz e tantas outras vertentes esotéricas e demais religiões são partes do conhecimento uno e têm as mesmas intenções, conectar e guiar o homem a uma energia criadora, o Divino, à Espiritualidade, assim como preferir.Edy Coutinho

TODOS NA LUTA CONTRA A INTOLERANCIA RELIGIOSA

ÁGUA NO MUNDO QUERO SER UMBANDISTA

Anuncie no [email protected]

(13) 99626-4900(13) 3453-4941

Page 6: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 06

Colunas

A Umbanda como religião que veio para curar os doentes de corpo e espirito, está sempre com suas portas abertas a quem necessitar de ajuda.

Porém a Umbanda como religião que é, com seus fundamentos, mistérios, revelações e ritualística, não pode ser tratada como uma empresa.

Sem desrespeitar a ritualística de cada casa, a Umbanda possui seus ritos onde seus consulentes, que não precisam ser da religião de Umbanda, comparecem a seus dias de trabalho para uma consulta com as entidades e saem de lá melhores do que entraram.

Não temos clientes, por isso o atendimento a nossos irmãos mais neces-sitados é organizado, uma vez que não temos nenhuma recepcionar para anotar nossas “ consultas” e atendimentos particulares.

Os dias de trabalho são organizados materialmente e espiritualmente com suas firmezas, assentamentos, proporcionando o bem estar de todos e o preparo necessário.

A Umbanda é tão sagrada e digna de respeito como qualquer outra religião.

E ao entrar em uma Casa, Tenda, Terreiro, etc.. devemos expressar esse respeito como faríamos em um templo Budista ou Igreja.

Assim como existe o dia e o horário para a confissão no confessionário, existe o dia e a hora para qualquer trabalho na Umbanda, sem negar ajuda a ninguém, nunca.

Por isso, que a nossa imaculada mãe Umbanda, merece o respeito e devoção digna de sua beleza e bondade como religião e filosófico de vida.

Axé e Luz.

Luiza Medeiros

Não Temos Cliente

Médium não é X-Man, não tem poderes, mas dons, que precisam ser desenvolvidos, tra-balhados e colocados à disposição da comunidade.

Orixá não é personagem de cards, com super-poderes que vão detonar os inimigos, ou seja, aqueles que nos fazem mal ou discordam de nós. Orixás são divindades, procedem da Fonte Divina, agem em nome dessa Fonte para o equilíbrio.Guia no pescoço não é correntinha, bijuteria ou piercing. É proteção, tem função litúrgica, é, ainda, símbolo de ligação com os Orixás, Guias, Guardiões.Roupa de Santo não é fashion week de Orixá, é uniforme de trabalho, de serviço, forma de se apresentar aos Orixás, aos Guias, aos Guardiões para serviço de autoconhecimento, equilíbrio e caridade para com o próximo.Ponto cantado não é samba, não é funk, não é pagode, nem forma de seduzir alguém do templo ou da assistência: é firmeza do Orixá, para a casa e o próprio médium.Dançar para o Santo não é faze bailão, coreografia de programa de auditório ou dança de salão: é manifestar a alegria e comungar do Axé de cada Orixá, de cada Linha.

MEDITAÇÕES DA GALERA UMBANDISTAFIQUE SABENDO

A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Univer-sal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa. O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegu-rados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.O Brasil tem normas jurídicas que visam punir a intolerância religiosa como a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, que considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.Como agir no caso de intolerância:No caso de descriminação religiosa a vítima deve ligar para a Polícia Militar (Disque 190) ou ainda para a Central de Denúncias (Disque 100) da Secretaria de Direitos Humanos.Também deve procurar uma delegacia de polícia e registrar a ocorrência. O delegado tem o dever de instaurar inquérito, colher provas e enviar o relatório para o Judiciário. A partir daí terá início o processo penal. Em caso de agres-são física, a vítima não deve limpar ferimentos nem trocar de roupas — já que esses fatores constituem provas da agressão e precisa exigir a realização de exame de corpo de delito. Se a ofensa ocorrer em templos, terreiros, na casa da vítima, o local deve ser deixado da maneira como ficou para facilitar e legitimar a investigação das autoridades competentes.Todos os tipos de delegacia têm o dever de averiguar casos dessa natureza, mas em alguns estados há também delegacias especializadas. Em São Paulo, por exemplo, existe a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Sejam realmente filhos de Orixá, irmãos de todos e, ao mesmo tempo, aprendizes e mestres dos mais velhos, pois todos temos experiências para trocar e crescer juntos, na fé e na fraternidade.

BARBOSA JR., Ademir (Dermes). A Bandeira de Oxalá. São Paulo: Nova Senda, 2013, pp. 75-76.

Ademir Barbosa Júnior (Dermes) é umbandista, escritor, pesqui-sador e Pai Pequeno da Tenda de Umbanda Iansã Matamba e Caboclo Jiboia (Blumenau, SC), dirigido por sua esposa, escritora e blogueira Mãe Karol de Iansã.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É CRIME

[email protected] [email protected]

Drª. Mari Laila T. Maalouli

Page 7: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Mar/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 07

" Os Pais e Mães Orixás, além de serem os Tronos de Deus, divin-dades manifestadores das qualidades do Criador, também são um ideia.A ideia do amor e toda a sua fi losofi a se perpetua em Oxum, assim como a ideia da fé em Oxalá, do conhecimento em Oxóssi...

A fi losofi a dos Orixás levam aqueles que dela se aproxima e analisa a uma nova consciência, e maneira de viver.

Todo esse pensar, garante moral e espiritualidade profundas, enraizando no mental e no emocional do que se propõe a essa fi losofi a as características da divindade.

Logo o individuo ou a singularidade, passam por processo natural, de se transformarem como que um "micro-orixá", pois manifesta em sua vida e meio ambiente (interiormente e exteriormente) o pensamento, vibração e arquétipos do Orixá, tanto daquele que o fatorou como daquele em que se criou uma afi nidade.

Desta forma, em união com a ciência divina e com a teologia umbandista, a fi losofi a dos Orixás, formam de fato um ser espiritual que vive experiências humanas, mais instruído e compromissado com a fraternidade, igualdade e liberdade.

Toda essa busca por conhecimento e sabedoria nos aproxima não só do sagrado, como também de nós mesmos e dos que nos cercam.

É claro que essa refl exão não se encerra aqui, há muito o que se discutir e "fi losofar" sobre tema de mais profunda importância, porém que fi que um impulso para que todos os umbandistas, procurem na exposição trilógica da Umbanda, respostas e fundamentação.

Sendo a fi losofi a o "amor a sabedoria" neste caso se transforma em amor aos Orixás, a nós mesmos e aos outros, sendo a fi losofi a a "fi lha da sabedoria", neste caso se transforma em fi lha dos Orixás e nós fi lhos dos mesmos.

E a fi losofi a umbandista e a dos Orixás, continuará estudando e falando sobre a existência, o conhecimento, á verdade, aos valores morais e estéticos, á mente, a linguagem e etc.

Por defi nição a fi losofi a umbandista e/ou dos Orixás, é a fi losofi a do ser, pois inclui a metafísica, cosmologia..., é do conhecimento pois inclui a lógica, enfi m realiza como qualquer outra a análise racional do signifi cado da existência humana, individual e coletivamente com base na compreensão das divindades (Tronos de Deus) e no ser.

Não deixa de ser um conjunto de ideias ou atitudes, pois a ideia da fé, amor, sabedoria, evolução, criatividade, verdade, ordenação, justiça, estão como fundamentos na Umbanda, assim como as atitudes individuais e coletivas que manifestam na prática as ideias concebidas e em análise.

Não há espaços para dogmas ou tabus nesta fi losofi a, pois ela é livre, inclusiva e universalista.

A ideia da possibilidade de sermos "micro-divindades" (aqueles que manifestam as qualidades e vivem em conformidade delas) é real e de extrema possibil-idade, basta olharmos e ver que os cristãos, imitam e tentam os melhor que podem se aproximar das ideias, comportamentos e qualidade de Jesus, assim acontece com o budista tradicional e Sidarta Gautama , ou o socialista e Marx...

Não há contra senso, absurdo ou surrealismo em buscar conscientemente e de fato sermos manifestantes das mesmas qualidades dos Tronos de Deus.

Um ser que a todo instante vibra e manifesta criatividade, vibra e manifesta Yemanjá, o ser que vibra e manifesta fé, religiosidade sã, bondade, pacifi cação, vibra e manifesta Oxalá...

Pensar no Orixá não trará grandes mudanças no ser e nem no coletivo, agora pensar e incutir no interior a ideia que é o Orixá, para posteriormente exteri-orizar, os mistérios, as características e dons dos Orixás, transformará gran-diosamente a maneira de ser, sentir, pensar e agir do individuo e do coletivo.

Que mais e mais irmãos de senda, possam despertar em si, o espírito fi losófi co proposto, e desta forma além de missionários e teólogos umbandistas, sejam também fi lósofos da religião, uma fi losofi a livre, inclusiva e caritativa."

DAVID VERONEZI (Simples Servo e Missionário da Umbanda)Umbanda Trilógica

Umbanda TrilógicaFILOSOFIA NA EXPOSIÇÃO DE UMBANDA TRILÓGICA

Por defi nição a fi losofi a umbandista e/ou dos Orixás, é a fi losofi a do ser, pois inclui a metafísica, cosmologia..., é do conhecimento pois inclui a lógica, enfi m realiza como qualquer outra a análise racional do signifi cado da existência

Page 8: Folha Umbandista -  Março - Ano I - nº002

Folha Umbandista - Fev/2015 Distribuição Gratuita - Pág.. 08