jornal nossa voz umbandista ano 1 edicão 2 julho 2015

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 1 Ano 1 Edição Nº 2 Julho 2015 Saravá Pombo Gira Maria Padilha Rainha da Minha Vida... Pág. 18 Nesta Edição Trajetória de Pai Ricardo Proença na Umbanda Pág 3-5 História de Pai Benedito de Aruanda Pág. 6 Entrevista com Ogã Severino Sena Pág. 7-14 Meu Caminho é a Umbanda Pág. 6 Sacerdócio de Umbanda Pág. 19 A Importância de Nos Prostrarmos Pág. 21 E muito mais...

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É com grande alegria que lançamos nosso segundo Jornal Nossa Voz Umbandista de julho 2015, e esperamos levar aos leitores muita informação sobre a nossa querida Religião de Umbanda, um Axé a todos!!

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Page 1: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 1

Ano 1Edição Nº 2Julho 2015

Saravá Pombo Gira Maria Padilha

Rainha da Minha Vida... Pág. 18

Nesta Edição

Trajetória de Pai Ricardo Proença na Umbanda

Pág 3-5

História de Pai Benedito de Aruanda Pág. 6

Entrevista com Ogã Severino Sena Pág. 7-14

Meu Caminho é a Umbanda Pág. 6

Sacerdócio de Umbanda Pág. 19

A Importância de Nos Prostrarmos Pág. 21

E muito mais...

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2 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Sou a mãe Roseli Proença médium umbandista desde que nasci,

sou maga e sacerdotisa de umbanda, e dirigente espiritual do “Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pilintra” junto com Pai Ricardo Proença, que luta incansavelmente contra a intolerância religiosa dentro de nosso segmento religioso umbandista.

Bom!!!!

Nasce o nosso Jornal Nossa Voz Umbandista, e é uma alegria imensurável para todos nós da família Iansã Guerreira e Baiano Zé Pilintra, e com ele vamos agregar mais conhecimento e informação para todos os nossos irmãos e também aos amigos simpatizantes de nossa religião linda e maravilhosa que dentro dos ditames da lei maior e da justiça divina trabalha na fé de Oxalá, fundamentada nos tronos de Deus e dos Orixás, religião essa brasileira que nos foi trazida pelo “Caboclo das Sete Encruzilhadas” no dia 15 de novembro de 1908.

Nosso jornal terá sempre noticias pertinente a nossa religião de umbanda sagrada e sempre focando também tudo referente ao crescimento e evolução da mesma.

Lembrando que nosso jornal vem para agregar ao conhecimento e não

para criticar a doutrina de nenhum segmento religioso, nossa intenção é mostrar que a religião de umbanda como todas, necessita-se crer em Deus, ter fé em Deus, e que a umbanda não é uma seita e sim uma religião sagrada, e caritativa e que não tem cobranças pecuniárias, a umbanda é uma religião nova com cerca de um século é sincrética e sua base está dentro dos preceitos cristãos, indígenas, e afros.

Nosso jornal inaugurou em grande estilo com as bênçãos do povo cigano que se comemora sempre aos 24 de maio, e no dia 14/06/2015, comemoramos com a farta Festa Cigana, nas bênçãos de Santa Sara Kali e de todo povo cigano, que tanta prosperidade e fartura alcança nossas vidas.

A casa estava lotada e fizemos mais de 200 atendimentos, o nosso muito obrigado a força do povo cigano, e que sempre abençoem a todos nós. Apreciem a leitura do nosso jornal nossa voz umbandista que está em sua segunda edição.

Agradecemos ao carinho de todos.

Mãe Roseli Proença e Pai Ricardo Proença

EDITORIAL NESTA EDIÇÃO2 Editorial

3-5 Trajetória de Pai Ricardo Proença na Umbanda

6 História de Pai Benedito de Aru-anda

7-14 Entrevista com o Mestre Ogã Severino Sena

15 Quais são realmente os deveres dos médiuns

16 Meu caminho é na Umbanda!!!

17 Homenagem ao Colégio Pai Bene-dito de Aruanda

18 Capa: Saravá Pombo Gira Maria Padilha

19 Sacerdote de Umbanda20-21 Magia Divina

21 A importância de nos prostrarmos22 Intolerância Religiosa23 6º Festival de Curimba24 Xangô

25-26 Fotos Louvação Pai Xangô27 Festa Cigana

28-29 Cursos

ESCRITORES - Mãe Roseli Proença - Pai Ricardo Proença - Pai Rubens Saraceni

FOTOGRAFIA

FOTÓGRAFO - Mãe Roseli ProençaCONTRIBUIDORES - Equipe do Jornal: Ricardo, Rafael, Edson, Vinícius e Gilberto

EDITORIAL

EDITOR - Mãe Roseli Proença - Pai Ricardo Proença

CRIADORDESIGNER - Carlos Rodrigues de SouzaE-mail: [email protected]

TERREIRO DE UMBANDA IANSÃ GUERREIRA E BAIANO ZÉ PILINTRA

ENDEREÇORua Francisco Marengo, 308 - Altos - Tatuapé

São Paulo - SP, TELEFONE (11) 9 7596-5939

EMAIL: [email protected]

INFORMAÇÕES

REDAÇÃO

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 3

Trajetória de Pai Ricardo Proença na UmbandaPor Pai Ricardo Proença

Minha caminhada teve inicio aos meus 06

anos de idade com a ajuda e na companhia do meu Pai Carnal Sr. Benedicto (Descendente de Imigrantes Portugueses, nascido no interior de São Paulo, na cidade de Osvaldo Cruz). Comecei a frequentar o terreiro na companhia de meu Pai Carnal que ia para tomar passe tentando assim burlar ou retardar sua missão espiritual. E após alguns meses foi convidado para fazer parte da corrente espiritual da casa (Casa de Luz) situada na Rua Lotus nº 151, paralela com a Rua das Avencas, no Parque São

Lucas - Zona Leste de São Paulo). Esta casa era Dirigida pelo Sr. Armando, um Médium que começou sua caminhada no Espiritismo/Mesa branca, com seus pais, e após uns 20 anos foi orientado a abrir a Tenda de Umbanda Ogum das Matas. Lembro como se fosse hoje, ele recebia o Preto Velho Pai Benedito e o Baiano Zé do Cocô entre outros e o Exu Sr. Capa Preta.

Frequentávamos lá já uns 02 anos, e até que um certo dia o Dirigente do Terreiro me deu de presente e disse é para a sua proteção filho, e era uma imagem de Pai Ogum (no cavalo/São Jorge),

e TODO ALEGRE levei para casa e mostrei para minha Mãe Carnal Sra Ignez (Descendente de Imigrantes Portugueses, nascida na Capital de São Paulo no Bairro do Pari, Subdistrito do Brás), e minha mãe por ser uma Católica Fervorosa não aceitou tal imagem dentro de casa e no dia seguinte a imagem apareceu quebrada e foi para o lixo.... Após uns 6 ou 7 dias fui surpreendido quando ao sair da escola com minha mãe fomos até uma loja de Artigos Religiosos e minha mãe comprou para mim uma imagem idêntica a que eu havia ganho... Então, fui orientado por meu Pai a levar a imagem para ser

cruzada e quando cheguei em casa depois da gira, minha mãe deixou que a imagem fosse colocada em uma cantoneira na sala de entrada de nossa casa.

Logo nós nos mudamos para o bairro do Pari, e minha mãe me colocou para estudar em colégio de Padre e fui convocado pela escola para ajudar nas missas e comemorações festivas, e tive que me tornar Coroinha ajudando nas missas de terça, quinta e domingo. Me deixando afastado do Terreiro em que ia com meu Pai, e isto me deixou muito triste, as vezes meu Pai me levava e isto me deixava feliz a

Pai Rubens Saraceni e Pai Ricardo Proença

Pai Rubens Saraceni e Pai Ricardo Proença

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4 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

semana toda, e era incrível os pontos, as giras e o trabalho de Caridade. Mas o tempo foi passando e muitas coisas me afastaram do Terreiro.

No ano de 1986 fui convocado pelo Serviço Militar no C P O R - S P, no bairro de Santana, e ao chegar no Quartel descobri que a 5 ruas dali, havia um centro pequeno / T.U. Vovó Catarina de Aruanda e frequentei a casa alguns meses para tomar passes e energizar os campos vibratórios (sei disso hoje). Após o serviço militar retornei para a casa dos meus Pais e descobri que a um quarteirão de casa existia um Centro de Umbanda / Trançada, Dirigido pelo Sr. Ariosvaldo (Ari) e frequentei lá alguns meses a casa e lá persistiam na orientação que eu tinha missão e que tinha que seguir minha religião, e não sabia bem o que significava, mas tinha em meu coração um Amor muito grande pela Religião de Umbanda, e sabia que no momento certo tudo me seria revelado.

Em 1995 me casei e fui morar no Bairro do Pari e lá descobri um terreiro de no máximo 3 por 3 (9 metros quadrado), e lá desde de a primeira vez que entramos para conhecer os trabalhos fomos tratado com muito carinho e foi lá que conheci o Sr. Doutor Zé Pelintra que

sempre que chegava na gira me chamava de filho, e ele sempre falava de minha missão também, dizendo que teríamos um caminho formoso na Religião.

Mas foi no Ano de 2000, quando fomos morar no Bairro da Moóca e no inicio de 2001 que minha Esposa Roseli

passando pela Rua Serra de Bocaina ficou sabendo que ali tinha um Terreiro, e por algumas pessoas que ali vendiam camisetas e paramentos, e disseram a ela, venha conhecer o Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda irmã e foi o que ela fez num Dia de Trabalho de Atendimento ao Público, e

Trajetória de Pai Ricardo Proença na UmbandaPor Pai Ricardo Proença

segundo ela foi maravilhoso e emocionante, e após 2 meses depois, lá estava ela no Desenvolvimento da casa e ela estava muito feliz. E só depois de alguns meses que já estávamos lá frequentando a casa para tomar passe, descobrimos que aquela casa era do Sr Rubens Saraceni e que ele era um Médium famoso na Religião, mas pelo que víamos ele era um Homem muito simples, e após alguns meses que minha Esposa já estava lá no Desenvolvimento, eu fui chamado para fazer parte do grupo mediúnico da casa também, a Mãe Roseli, o Junior e o Rafael começaram primeiro, e eu só depois de 6 meses que eles já estavam lá. E lá estava Eu totalmente de “Corpo e Alma” e muito Feliz no primeiro dia de branco, e me lembrei de quando era criança. O tempo foi passando e o Sr Rubens que em tão pouco tempo já o admirava e tinha orgulho de lhe chamar de meu Pai Espiritual e assim nos tornamos amigos, e ele me deu a chance e a benção de ajudar nos trabalhos Espirituais e aprender a cada dia mais com seus ensinamentos, e com o passar dos Anos fizemos o Desenvolvimento Mediúnico, e alguns anos depois fizemos o Sacerdócio, e evoluindo a cada dia nos trabalhos/giras de atendimento. Foi quando no ano de 2009,

Pai Rubens Saraceni: “se deem as mãos e cantemos”

Pai Rubens Saraceni nos abençoando diante do altar

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 5

Eu e minha Esposa fomos chamados pelo nosso Pai Espiritual Rubens em sua sala e fomos Comunicados que havia a necessidade de abrirmos nossa casa a pedido da Espiritualidade, e naquele dia nosso Pai nos deu muita força e nos disse que seria muita luta e que passaríamos por algumas “Decepções”, mas também por muitas realizações, e que a Espiritualidade estaria sempre ao nosso lado.

E, no dia 27/11/2011 foi fundado as 20:00 horas no bairro Jardim Vila Formosa, o Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pelintra, e graças aos Sagrados Orixás tivemos a presença de nosso Pai Espiritual Rubens Saraceni, que durante a Gira que foi de Cosme, ele feliz ali conosco, durante o trabalho Espiritual, e ele enchendo copos de guaraná e servindo aos Erês e ajudando na maior simplicidade e quando se encerrou os trabalhos as 22:00, ele disse a todos os presentes, “se deem as mãos e cantemos”... me dê a sua mão etc... e depois, tá caindo flor, e quando cantávamos, ele nos abençoou diante ao Altar e disse que daquele dia em diante ali começara nossa missão, e que aquela

casa seria a extensão de seu terreiro e todos emocionados com suas palavras, tínhamos lágrimas nos olhos, mas era de felicidade.

Hoje posso dizer que me

orgulho a cada dia que passa de ser seu filho Espiritual Pai maravilhoso que só ajudava e se preocupava com o próximo... e se “Esquecendo” algumas vezes de si próprio..., mas sempre cumprindo sua missão lindamente.

Após vários anos de caminhada ao lado do Mestre Rubens, só posso agradecer a Deus e a Esse Homem, que foi meu Amigo, Irmão, Mestre e Pai, e fico feliz de saber que os bons frutos e que irão

propagar em nossas vidas e a Doutrina e os procedimentos que aprendi com ele levarei sempre em meu Terreiro, sempre enaltecendo nossa Religião de Umbanda. E hoje, esses Filhos e Filhas Espirituais abençoados que Oxalá nos trouxe e colocou

em nossas vidas, vivenciam todos os ensinamentos que tivemos com o Mestre. Não se esqueçam que somos uma grande família Espiritual.

Agradeço a Mãe Roseli (Essa mulher maravilhosa, companheira e Esposa Guerreira).

Agradeço aos meus filhos carnais Junior e Rafael (por abrirem mão de suas vidas particulares e nos ajudarem em nossas missões com tanto amor nesses 5 Anos).

Agradeço a todos os filhos e filhas da casa (por fazerem parte dessa Família Guerreira).

E agradeço ao Pai Rubens Saraceni (Amigo, Mestre, Pai e Companheiro) pelos ensinamentos e pelo carinho comigo, minha Esposa e meus Filhos que o Amavam muito.

E TODO O CARINHO E ENSINAMENTOS DE NOSSA MÃE ESPIRITUAL ALZIRA SARACENI...

Muito Obrigado.....

PAI RICARDO PROENÇA

Trajetória de Pai Ricardo Proença na UmbandaPor Pai Ricardo Proença

Pai Rubens Saraceni e Pai Ricardo Proença

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6 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

História de Pai Benedito de AruandaPor Pai Rubens Saraceni

Quem é Pai Benedito de Aruanda

Pai Benedito de Aruanda, que em sua ultima encarnação nasceu na África e ainda menino foi trazido à força para o Brasil para trabalhar como escravo no ano de 1602 desencarnou cerca de trinta anos depois, ainda novo, com quarenta anos de idade.

Aqui, no plano material e na região de Recife, foi iniciado por sacerdotes africanos também escravizados, mas que tinham uma relativa liberdade porque viviam na propriedade de um “senhor de engenho” que fazia vista grossa para a religiosidade dos seus escravos.

O país de origem de Pai Benedito de Aruanda, atualmente é conhecido como Moçambique.

Ele desencarnou e permaneceu aqui, no astral brasileiro auxiliando seus afins ainda encarnados, sendo que as divindades cultuadas pelo seu povo ou nação não recebiam o nome de Orixás, pois estes ele só veio conhecer por volta do ano de 1810, quando da chegada de milhares de escravos trazidos da região hoje conhecida como Nigéria, cuja religião era mais elaborada e mais bem fundamentada que a ele havia se iniciado quando vivia no plano material.

Sua identificação com os Orixás Nagôs foi imediata e porque já vinha se dedicando a amparar e auxiliar as pessoas e os espíritos de escravos que desencarnavam, já há 150 anos, foi acolhido no seio do Culto aos Orixás como um benfeitor dos menos favorecidos e da humanidade e os Sagrados Orixás abriram-lhe os portais de acessos aos seus Mistérios Divinos, nos quais ele foi iniciando-se, tornando-se com o passar do tempo um manifestador espiritual dos mistérios nos quais havia se iniciado.

Atuou como mentor espiritual de vários médiuns que seguiam o Culto dos Orixás e quando houve a fundação da Umbanda ele foi convocado para integrar-se a ela e trazer para dentro dela o seu imenso grupo de espíritos afins, todos preparados por ele no lado espiritual e já atuando como Guias Espirituais ou protetores dos seus afins encarnados.

Na Umbanda, “fundou” duas linhas de trabalhos espirituais, sendo que uma é a dos Pretos Velhos “Pai Benedito de Aruanda” e a outra é a dos “Caboclos Flecheiros”.

• Na linha dos Pretos velhos ele acomodava espíritos cujas ultimas encarnação fora como negros.

• Na linha dos Caboclos Flecheiros ele acomodava espíritos cuja última encarnação fora como índios brasileiros.

Essas duas linhas de trabalhos espirituais umbandistas foram fundadas no astral por Pai Benedito de Aruanda e cresceram tanto dentro da Umbanda que hoje vemos muitos espíritos incorporados em seus médiuns apresentarem-se como Pretos velhos “Pai Benedito de Aruanda” ou como “Caboclos Flecheiros”.

Onde manifestar-se um Preto Velho com esse nome, lá está um espírito da sua hierarquia “africana”. E onde manifestar-se um Caboclo Flecheiro lá está um espírito da sua hierarquia “indígena”.

“Só não devemos confundir Pai Benedito de Aruanda, o hierarca dessas duas linhas de Umbanda com os espíritos que se apresentam com um desses dois nomes simbólicos, pois muitos são os Pais Beneditos de Aruanda e muitos são os Caboclos Flecheiros”.

Seu amor e dedicação aos espíritos e à humanidade já o distinguem como um dos luminares do nosso abençoado Planeta e já o distinguiu como um dos mentores espirituais da religião umbandista.

Amor e dedicação são

as qualidades que mais se destacam nesse espírito abnegado que, diante dos Sagrados Orixás, consagrou-se por inteiro e em todos os sentidos à humanidade.

Nesse ano de 2008, quando comemoramos o primeiro século de existência da Umbanda, rendemos nossa homenagem a esse amoroso e dedicado semeador do Culto aos Orixás dentro da Umbanda.

Pai Bendito de Aruanda, nosso muito obrigado!

Que o Divino Criador Olorum mais uma vez o abençoe, pois abençoado sempre fostes.

Bendito sejas por toda a eternidade, Bendito Pai de Aruanda!

Rubens Saraceni

Pai Rubens Saraceni

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 7

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

No dia 27 de Junho de 2015, realizamos uma entrevista muito interessante e construtiva com o Mestre/Ogã Severino Sena. Abordamos diversos temas e todas as perguntas foram respondidas com naturalidade e clareza.

Acompanhem a seguir como foi nosso bate-papo com ele.

1 – O SeverinoNossa Voz Umbandista: Quem é Severino Sena?

Severino Sena: Nossa, essa pergunta é difícil! Falar sobre a gente mesmo é difícil. Sei lá, uma pessoa que gosta de repassar adiante o que sabe um pouco dos nossos conhecimentos. Um cara tranquilo. Não saberia dizer muito sobre mim...

Nossa Voz Umbandista: Qual sua trajetória na Umbanda?

Severino Sena: Bom, comecei há trinta anos atrás. Minha filha passava mal quase todos os dias e eu a levava a um terreiro pequeno perto da casa da minha tia e nem era um terreiro. Eu a levava à casa da dirigente e chegou um dia, quando estava se tornando muito constante isso, ela falou:

‘Por que você não vem num trabalho?’ Eu disse: Não sou muito de frequentar. Eu era pequeno quando minha mãe me levava.... Aí comecei a ir à noite nos trabalhos. Ia na assistência e de vez em quando entrava para tomar um passe, mas quando ficava na assistência, ao invés de ficar prestando atenção nos trabalhos, eu ficava prestando atenção no que o Ogã fazia. Aí chegou uma hora que começou a incomodar o Ogã. Ele devia pensar “Poxa, ele vai ficar só me olhando?”

Então chegou um dia em que ele me disse “Você não quer vir tocar um dia comigo?”, mas eu disse que não sabia tocar, que apenas achava legal vê-lo tocar, foi então que ele me disse: “Poxa, tudo que eu faço aqui você faz igual com as pernas! Você está fazendo todo o trabalho aí. Está fazendo na perna, vem fazer aqui no atabaque”. Eu disse: “Não sei se

Ogã Severino Sena no dia da entrevista

Ogã Severino Sena dando autógrafos

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8 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

consigo” e me disse que conseguiria sim. Aí então eu entrei. Um cara muito legal, devo muito a ele. Cara bacana.

Quando a gente imagina um Ogã, nunca imaginamos um cara ‘branquinho’. Sempre imaginamos um ‘negrão’ e o cara era assim mesmo, com uma mão que parecia uma raquete e grandão forte, uma voz bonita de se ouvir. Um toque forte.

Eu gostei na época e ele começou a me ensinar os primeiros passos e aí começamos. Aí, depois de seis meses de casa ele sumiu. Nunca mais foi ao terreiro. Simplesmente brigou com a dirigente que era sua prima e não quis mais ir ao terreiro. E eu pensei: “E agora? Seis meses de casa não dá pra saber o que fazer, né?” mas daí, bem... Comecei a ‘engatinhar’, o filho dela me ajudou, a filha dela... Aí surgiu uma escola na minha vida. Uma das médiuns me disse: “Tem uma escola na Casa Verde Alta que ensinam a tocar. Uma escola nova...” Aí eu fui lá. É a Escola de Curimba Umbanda Ecologia que existe até hoje.

Comecei a frequentar a escola, gostei do pessoal de lá, o Pai José Valdevino era o presidente. Minha ascensão no curso foi rápida. Tudo acontecendo muito rápido, eu aprendendo fácil. Então para o pessoal o que era difícil de aprender, pra mim foi muito fácil. Aí chegou um momento que me formei rápido, com a melhor nota da turma e comecei a fazer o curso de instrutor. Na época os instrutores eram o Pai Élcio, a Salete de Obaluaiê e o Pai José Valter de Stefani que era do Grupo Aruanã. Foi então que a Salete de Obaluaiê saiu, entrou o André de Oxóssi, a quem devo muito também, que era o André Pantera, puxador de Escolas de Samba. A forma de tocar como toco hoje, a ginga que procuramos passar, o estilo, a calma, eu aprendi com o André de Oxóssi. O direcionamento de toques, de formação,

aprendi com a Salete e o Pai José Valter de Stefani. O canto, em si, comecei a aprender com o Pai Élcio.

Saíram todos eles e eu fiquei dando aula, aí foram entrando outros instrutores que foram se aprimorando e fomos fazendo nossa caminhada e eu fiquei até um momento em que cheguei à Vice-Presidência da Escola. O Presidente era o Pai José Valdevino, que era o Babalaô da casa e nesse tempo eu frequentava um terreiro que era da filha de santo dele e depois de um tempo já não estava mais dando certo com essa

filha e o Pai me disse: “Já que não está dando certo lá, vem ficar comigo!”. Então eu fiquei com ele lá, onde comecei a fazer minhas obrigações de terreiro, sou filho de santo dele... Inclusive a Umbanda deve muito a ele também. Trabalhou muito em prol da Umbanda.... De setenta anos de vida, sessenta foram dedicados à Umbanda. Era médium incorporante com dez anos de idade, uma visão fabulosa, como estamos vendo um ao outro aqui... Era muito interessante. Quando alguém chegava lá na Mãe, ele já dizia saber como era o estado da pessoa. Já sabia a macumba que tinha... (risos) era mais fácil de resolver.

Foi em 1998 quando conheci o Pai Rubens Saraceni, no curso de Teologia e depois no curso de Magia das Velas Sagradas. Foi quando chegou o momento em que não consegui mais ficar, porque começou a ficar ruim a convivência dentro da escola. Então o Pai Rubens me disse: “Chegou o momento de você montar a sua escola”... A espiritualidade encaminha a gente assim mesmo. Aí foi quando, em 2003, a gente montou em definitivo o Núcleo de Curimba Tambor de Orixá. De início, em dois lugares, na Vila Ema na casa da Mãe Mônica Berezutchi na Luz Dourada e depois na Penha com a Mãe Conceição Florinda.

Ogã Severino Sena

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 9

Depois tivemos problemas com o barulho na Vila Ema, que a vizinhança começou a reclamar e fomos obrigados a encerrar o curso lá. Foi quando o Pai Jorge Escritori convidou a gente para passar a dar curso na casa dele, no Instituto Cultural. Ainda não era o Instituto Cultural Sete Porteiras do Brasil, que era a Fundação Cacique Cobra Coral, onde a mãe dele era dirigente e começamos a dar o curso lá. Depois a mãe dele levou a Fundação de volta a Guarulhos e ele montou o Insituto Cultural Sete Porteiras do Brasil e até hoje estou dando aulas lá. Também na Mãe Conceição Florinda, às segundas.

Depois, em 1999, o Pai Rubens Saraceni montou o Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda e foi nesse novo local pra dar diversos cursos, já dava cursos em diversos lugares, foi quando centralizou tudo no Belém e começamos a ajudá-lo nos cursos de Teologia, de Sacerdócio e também na Casa, na assistência. E o curso tá aí... Muita gente passa, outros ficam mais tempo, muita gente se forma, outras não... E estamos procurando a evolução. A partir de 2010 começamos a dar cursos on-line também, que era uma novidade. Não tínhamos nem noção do que poderíamos fazer em cursos on-line na função de toques e cantos, mas aí o Pai Rodrigo Queiroz insistiu e começamos a fazer. O curso deu certo, com muitos alunos no Brasil todo, fora do país, na África, na Alemanha, no Japão e é super legal de se conversar com esse pessoal de fora, um americano querendo saber as informações e tocando...

Todo ano renovamos o curso, regravando tudo para ser mais atualizado. E procuramos passar as mensagens que os Orixás nos passam. Muitas coisas, durante o curso, nem sou eu que falo. Às vezes as coisas vêm, vou falando, falando... Nosso curso tem a parte dos toque e tem a parte do canto

também e durante o canto, tem a parte da Teologia também.

Sobre as situações de terreiro, sobre o “bater cabeça”, sobre a obrigação de um médium, a obrigação de um Ogã, de um Pai de Santo, uma pemba, uma defumação e vamos falando sobre tudo isso e é a hora que procuramos passar o maior número de informações possível. Porque temos um conceito de que um Ogã, é um Pai dentro de um terreiro, então ele precisa saber tanto quanto o dirigente, pois na hora que o dirigente incorporar, é uma entidade que vai tocar o trabalho.

Mas ele não incorporado, vai sustentar o trabalho na parte material, “linkando” com a parte espiritual. Então tem que ser uma pessoa com muito conhecimento e se não tiver, vai ter que buscar, para que realmente tenha estabilidade para sustentar aquelas coroas dos médiuns naquele trabalho.

Nossa Voz Umbandista: Você tem alguém ou algo que lhe inspira ou inspirou até hoje na religião?

Severino Sena: Eu posso dizer que foi André de Oxóssi, porque quem me ensinou a tocar com um pouco de elegância...

Não vou dizer que seja uma sumidade, mas tem um estilo e uma classe para se tocar e em cima dessas informações dele, como era músico e percussionista, cantor, falou pra mim: “Cara, você toca bem, mas precisa aprender a cantar também. Um Ogã completo não toca apenas, mas tem que saber cantar porque assim, faz a magia completa. ”. Aí eu fui atrás de uma professora de canto. Ela até fazia curso de sacerdócio comigo junto com o Pai Rubens. Pensei: “Poxa, ela é maestrina...” Aí pedi: “Não dá para você me dar umas aulas de canto?” e ela me disse: “Eu vejo você cantar aí, tô aqui pra te ajudar” e comecei. Durante anos fiz aulas de canto com ela e passando

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

Ogã Severino Sena

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10 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

a receber instruções de toques do André de Oxóssi que era percussionista. Então, tenho um estilo no nosso curso que eu primo pela qualidade do toque e do canto e não pela violência do toque. Primo, porque o Ogã tem que tirar o som que o instrumento permite e não ‘bater atabaque’. Quando eu vejo o Ogã cheio de esparadrapo nos dedos, já sei que o cara [Ogã] está tocando errado, porque ele tá brigando com o atabaque. Ele não está tocando o som que o instrumento permite. O instrumento não foi feito para você ficar se machucando todas as vezes. Para cantar, o cara tem que usar o diafragma, tem que cantar respirando, é para cantar e não gritar, cantar dentro de uma harmonia, de uma afinação. Tudo isso buscando a energia que o terreiro precisa.

2 – Núcleo de Curimba Tambor de Orixá

Nossa Voz Umbandista: Sabemos que o Núcleo de Curimba Tambor de Orixá já existe há muitos anos. Como surgiu a escola?

Severino Sena: Como na época a gente dava curso no Umbanda Ecologia, na Casa Verde Alta, e o Pai dizia que o curso seria somente lá: “O curso é aqui, quem quiser aprender deve vir até aqui”. Mas eu dizia: “Mas Pai, São Paulo é muito grande, a gente pode facilitar isso. Eu dou aula aqui, mas posso dar aula em outros lugares.” mas o Pai não quis. Foi quando os alunos começaram a pedir ao Pai para que déssemos aulas em outros lugares. Comecei a perceber que para o cara [aluno] estar às nove horas lá no domingo, tinha que sair de casa às seis e meia da manhã lá do Jardim Ângela. O ônibus não parava perto.... Então o cara, além de morar longe ainda tinha que andar muito. Foi quando pensei que deveria começa a facilitar essa história. Mas aí, a gente começou a formar instrutores e eles começaram a ficar incomodados pois teriam que montar suas próprias escolas ao se formarem. Aí eu disse: “Instrutor é pra isso. Não pode ficar parado aqui. Tem que montar sua própria escola. ” Mas o Pai não queria e questionei: “Poxa, mas vou formar o cara pra ele ficar só aqui? Ele tá pagando e ainda vai ficar só aqui!?” Aí,

foi quando surgiu aquele momento do ‘racha’, acabei saindo e foram alguns comigo. Ficou apenas o Miro de Xangô junto com o Pai, pois ele temia que se saísse, a escola fecharia. Ficou com ele mais um tempo. Saímos e montamos escolas em diversos lugares, inclusive no terreiro de um deles, que é o Beira Mar em Pirituba. Montamos para disseminar a ideia. Há pessoas que montam o curso, mas não tem um curso, um padrão, uma didática e fala que é uma escola. Tudo bem, está no direito dele de falar, mas as escolas que consideramos como oficiais, grande parte passou por nós. Formados pela Umbanda Ecologia. Então existe um padrão que a gente considera como uma escola, que existe uma didática, uma matéria a ser passada.

Nossa Voz Umbandista: Quantos alunos já passaram pela escola em média?

Severino Sena: Olha... Não tenho o número exato, mas por volta de 3 mil, 4 mil alunos.

Nossa Voz Umbandista: Formados?

Severino Sena: Formados, não! Mas que

chegaram próximos ao fim. Formados são poucos. No curso, exigimos bastante de quem é Ogã. Então, alguns não aguentam a pressão. Não chegam no final. Acham que aquele ponto onde chegaram é suficiente. Estão no direito deles... Numa “pirâmide”, começam 200 e chegarão 12, 13 para finalizarmos.

3- Festivais de CurimbaNossa Voz Umbandista: O que você acha da

importância dos festivais de curimba para o desenvolvimento das religiões?

Severino Sena: Em se tratando da nossa [se referindo a religião], eu acho interessante por mobilizar o povo. Mobiliza 20, 30 terreiros, são 600, 1.000 pessoas diretamente envolvidas,

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

Ogã Severino Sena e Núcleo

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mas todo o evento dos que vão assistir, 5.000 pessoas e fora a divulgação de mídia diante de 50, 60 mil pessoas. Agora, isso em termos de mobilização. É positivo. Mas as pessoas que ouvem as músicas devem ter o discernimento de saber se essas são para o festival ou é para o terreiro. Eu ouço muitas vezes, sou convidado para participar na comissão julgadora e julgo o festival e não o terreiro. Mas depois ouvimos a música tal qual foi cantada no festival, cantada dentro do terreiro. E não dá certo! Porque a energia do festival é uma, a energia de terreiro é outra. Então o Ogã tem que saber essas diferenças. Aproveitar o máximo que a música pode dar para que possa colocá-la no terreiro, mas da forma de terreiro! Não da forma de festival. Porque o festival, apesar da gente falar de Orixá, falar de Guia, é um momento profano e o terreiro é um momento espiritual. Essa diferença é básica para nós.

Nossa Voz Umbandista: Vocês vão participar de algum festival de curimba ainda neste ano [2015]?

Severino Sena: O Tambor de Orixás, graças aos Orixás, está numa situação em que não participamos mais concorrendo. Participamos só em apresentações. Vamos participar do evento do Aldeia de Caboclos em Setembro, dia 20 e também em Agosto no Encontro dos Ogãs na Escola de Samba X9 Paulistana e talvez mais um só... Hoje não temos mais aquela ideia de participar para sermos conhecidos. Mudamos essa fase. Então 2, 3 por ano está bom. Quem quiser nos conhecer, vá até nossa escola, acesse nosso site [www.tambordeorixa.net.br], nossa página do Facebook [www.facebook.com/TambordeorixaII]. Estaremos lá. Festival por festival, não preenche nossa necessidade.

Nossa Voz Umbandista: Levar a mensagem já basta, certo Pai [nos referindo ao Severino]?

Severino Sena: Sim! Por exemplo, se você é Ogã. A mensagem que você passa, tem que ser muito positiva. Senão, não interessa você ser Ogã. Certo!? Os Ogãs são médiuns

escolhidos para que quando for passar a mensagem, seja a que o Orixá está querendo. Então se você vai lá para cantar, cante! Não tem problema nenhum. Você está participando de um momento festivo. Mas no terreiro, tem que ser diferente daquele que está cantando no festival, porque no terreiro, você tem que estar ligado com seus Guias, com os Orixás da Casa. Aqueles Orixás que dão toda sustentação a todos os médiuns e às pessoas que vão àquela Casa para buscar caridade. Então você não pode usar a mesma energia que usou lá.

4 – PolíticaNossa Voz Umbandista:

O que você acha do envolvimento político nas religiões?

Severino Sena: Eu acho interessante. E positivo. Porque a política movimenta o mundo. Seja aqui no nosso Brasil dessa política sem-vergonha que temos ou

em outra política sem-vergonha de outro país. Não somos os únicos. Aqui no nosso país, sem o apoio político, não se consegue nada. Então, para religião se sustentar, nossa religião já esteve em mais evidência antes. No passado, em 1960 por aí, a Umbanda era a religião que todo mundo via, todo mundo apoiava, todo mundo queria participar. Depois houve um declínio e de 15 anos para cá, houve novamente uma subida. Isso não por interferência da política... Ela é positiva dentro da religião, desde que venha no intuito de trabalhar e, em prol da sociedade e não aquela “politiquinha” da época da eleição, para ganhar votos e depois comprar os votos daquele terreiro com 2, 3 ventiladores na parede e depois não aparece mais... Isso eu acho ruim. A política não é isso! A política é muito maior. Mas os políticos que agem dessa forma não se reelegem. A espiritualidade também comanda... Diz pra ficar na sua e tudo bem. A espiritualidade é sábia.

Nossa Voz Umbandista: O que você pensa sobre a ideia da Marcha dos Orixás?

Severino Sena: Essa ideia foi lançada pelo vereador

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

Ogã Severino Sena e Núcleo

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12 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Quito Formiga. Como forma de mobilização eu acho legal. Só não acho legal ter um político à frente, nesse caso. Ele deve dar toda a estrutura, utilizar a política para que isso aconteça. Aí, sim! Mas se o vereador for à frente da Marcha dos Orixás, aí esquece, porque acho que não há nenhum lá que seja filho de santo mesmo. Então o simpatizante ainda vai lá. Mas a política não pode ser tão direcionada só para nós ou só para os evangélicos. Ou só para o católico ou só para o judeu.

Então a Marcha dos Orixás, acredito que deva acontecer. Não é difícil para isso. Se a gente juntar duas ou três escolas, dois ou três terreiros grandes, a gente faz. Começa-se com 50, 100, 200, de repente está em milhares, como aconteceu com os evangélicos. Hoje vemos 1 milhão de evangélicos na Marcha, mas não começaram com esse número, começou com 200, 300, do templo do casal Hernandes. Certo? Hoje juntaram-se todas as vertentes para fazer uma marcha maior. Isso pode acontecer com a gente. Já tentamos algo parecido no passado... Mas os envolvidos não eram tanto da nossa religião. Era mais do culto. E do culto, o pessoal não leva o praticante, leva o dirigente. E o dirigente é um, dois....

Então precisamos levar o praticante. Por exemplo, estivemos no domingo passado na Festa de Xangô e o terreiro da Mãe Roseli estava com a Mãe, o Pai e os filhos! Então, era uma Casa [Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pilintra] participando. Mas se vai somente a Mãe e o Pai, seriam apenas dois. Dessa forma, não tem volume, não tem participante. Então achei interessante.... Estavam presentes os filhos. E na Marcha, tem que ser assim! Deve ir o terreiro!

Não devem ir somente os dirigentes para aparecer nas fotos. Se os dirigentes convocam, os filhos vão. Aí sim, haverá uma Marcha.

5 – IntolerânciaNossa Voz Umbandista: Vamos falar de um outro

tema agora: Intolerância religiosa. Em meio a essas notícias que surgiram na última semana, o que você pensa sobre o assunto?

Severino Sena: Nós temos um problema sério... Nós e o pessoal do Culto de Nação também. Bem como outras religiões não tão atuantes. É ruim, é difícil. A intolerância de qualquer tipo é problemática. O maior problema agora é a vertente nova dos evangélicos. Os antigos poderiam até não gostar dessa forma de trabalho, mas nunca foram ostensivos, beligerantes contra nós. Os novos agora são, porque se você for observar a grande parte dos frequentadores do culto deles, são ex-frequentadores da nossa religião. Eles vão dar o depoimento e falam: “Sou ex-pai de encosto... Na época eu fazia as coisas para matar um, fazia coisas pra aleijar o outro...” Então realmente eles

estavam errados em nossa religião! Nossa religião não é para isso! Então estavam errados. Eles foram expurgados da nossa religião. Aí, quando se é demitido, cria-se um antagonismo. Começa-se a briga. Mas, acho que essa é uma forma que a espiritualidade usa pra ir “peneirando” quem deve ficar em uma religião ou na outra. Porque o extremista também será expulso de lá. Vai chegar uma hora em que assentará a poeira por lá também. O extremista é assim sempre. Não é por período. Será extremista sempre. Chegará um momento em que a nova religião também não servirá mais e assim, a

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

Ogã Severino Sena cantando e tocando

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atacará mais tarde. Todo tipo de intolerância é cruel. Só quem sente na pele, como essa menina que tomou a pedrada.

Nossa Voz Umbandista: Você ou a escola Tambor de Orixá já sofreram algum tipo de intolerância religiosa?

Severino Sena: Felizmente não. Até agora, em todos os locais somos bem atendidos. Não intolerância religiosa, mas intolerância com o barulho. Então se dou uma aula no domingo às 9 horas da manhã com 30 atabaques tocando, irá incomodar o vizinho. Isso não é intolerância. Eu que estou fazendo um barulho excessivo. Já tivemos reclamações, já mudamos de endereço... Nós que deveríamos estar em local correto, com boa acústica. Então não é intolerância.

Nossa Voz Umbandista: O que você acha que deve ser feito para diminuir ou acabar com a intolerância na religião?

Severino Sena: Cada um olhar para sua! (risos) Se você tem tempo pra se dedicar à sua religião, não irá criticar a dos outros. Você se torna um estudioso da sua religião, não terá tempo para criticar. Você estará focado no seu aprimoramento espiritual, focado na sua elevação, nas obrigações que você tem que ter, o respeito que tem que ter com os outros. Ninguém é obrigado a ser da mesma religião que todos. Nesse país não! Mesmo os que são obrigados, tem seus dissidentes. A partir do momento que Deus falou: “Agora você pensa meu filho...” Acabou! Aí deu a liberdade para tudo.

6 - LivrosNossa Voz Umbandista: Sabemos que você tem

vários livros escritos. Quantos são e gostaríamos que falasse sobre alguns deles.

Severino Sena: Lançados são 2... Bem... Posso dizer que são 3, pois nesse momento da nossa entrevista o terceiro está

sendo encadernado. Impresso já foi. Temos o ABC do Ogã que está na quarta edição, temos o Na gira de Umbanda - Nos toques de Angola e Congo que está na segunda edição. E tem a primeira edição do livro Cantando no Ijexá e no Barravento. Então, o ABC do Ogã se transformou em livro, a partir de uma apostila do curso. Melhoramos as informações e transformamos em um livro, com situações de toque, de canto, de situações de terreiro. O livro Na gira de Umbanda

- Nos toques de Angola e Congo é direcionado aos toques e cantos apenas. Não tem fundamentos nem instruções de teologia em cima da nossa religião, mas tem ensinamentos de toque. Justamente para aquele irmão que não vai a um curso de curimba, mas vai frequentar um terreiro, já sabe tocar alguma coisa e gostaria de aprender e melhorar. Então o livro vem ajudar a esse irmão, que está distante do nosso curso, que não pode vir, mas tem o livro. Então o

que falo em aula, falarei no CD. E o Ijexá que está sendo lançado agora, terá o mesmo formato. Serão 93 músicas e mais 22 informações de como tocar com tranquilidade: Mão 1, Mão 2, o som que tem que ser feito... Então se o cara [pessoa interessada ou Ogã] já tem uma noção, coloca o CD e repete quantas vezes forem necessárias. Assim, não precisa fazer o curso. O importante é trabalhar para religião. Tá resolvido!

Nossa Voz Umbandista: O senhor já tem a data do lançamento do novo livro?

Severino Sena: A data não depende de mim. Depende da editora. Como nossos livros tiveram uma aceitação muito boa, as grandes livrarias estão querendo que a gente lance. Assim como o último foi lançado na Livraria Martins Fontes na Avenida Paulista. É uma coisa que é inédita para nossa religião. Uma livraria daquele porte abrir as portas na Avenida Paulista, com todos clientes e nós cantando e tocando lá dentro. E quando ficaram sabendo que lançaríamos o livro, já

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

Livros do Ogã Severino Sena

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14 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Entrevista com o Mestre Ogã Severino SenaPor Nossa Voz Umbandista

se prontificaram a fazer o lançamento lá. Aí a editora é quem vai coordenar, porque a partir do mês que vem, também terá a Bienal no Rio de Janeiro. Eles também querem que façamos o lançamento lá nesse evento. Então, será o marketing da editora que controlará todos os eventos.

7 - SonhoNossa Voz Umbandista: Hoje qual é o seu maior sonho?

Severino Sena: Rapaz... Não sei dizer. (risos) Que nossa religião siga em frente. Estou passando um momento muito bom. Nos últimos anos, nossa religião começou a divulgar demais, a registrar em livros os fundamentos. Antigamente era muito oral. E estou participando disso! Então sou muito

feliz de participar de uma evolução da nossa religião. Isso para mim é muito importante. O meu sonho? Não sei... Que todo mundo consiga fazer isso também. Estarmos todos juntos, tá bom!

O Jornal Nossa Voz Umbandista agradece imensamente ao Mestre/Ogã Severino Sena pela entrevista, humildade e receptividade que nos foi dada. Com certeza foi um bate-papo muito construtiva, interessante e servirá como alicerce para muitas pessoas que leem nosso jornal assim como foi para nós.Ogã Severino Sena e Junior

Ogã Severino Sena e a Equipe na entrevista

Quais são realmente os deveres dos mé-diuns, diante de Deus e a espiritualidade e a casa que frequentam? Por Mãe Roseli Proença

Ser Médium é uma Dádiva Divina é um presente de Deus é a felicidade que nos preenche a alma é a essência que nos emana, e o ar que respiramos, ser médium também é um presente da espiritualidade, é o amor em sua forma mais sublime nos fortalecendo a vida.

Por isto estar dentro de um Terreiro nos coloca em

dos melhores momentos de nossas vidas, pois ali estamos alcançando nossos graus de evolução de nosso espirito humano, pois a nós nos foi concedido por Deus estar aqui na matéria junto com nossos Guias, Orixás e nossos protetores vivenciar seus mistérios da fé, amor, conhecimento, lei, justiça, evolução e geração e assim nos tronos Divinos somos

abraçados através de nossos dons mediúnicos a nós permitidos segundo nossos graus de merecimento e necessidades. Então se tudo isto nos foi permitido aqui na matéria vivenciar, porque então vemos hoje em dia alguns filhos de fé, tratando esses mistérios sagrados com tamanha falta de respeito e não seguindo suas vidas mediúnicas como deve ser,

um caminho reto de respeito com as leis Divinas e com a lei dos Orixás com o devido respeito a espiritualidade que os rege, é triste, pois cada vez vemos mais médiuns infiéis as suas casas espirituais, e aos seus Dirigentes, porque se julgam sabedores de tudo, mas o que na verdade acontece se analisarmos, são que esses o que mais sabem viver é de fofocas, intrigas

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 15

Quais são realmente os deveres dos médiuns, diante de Deus e a espiritualidade e a casa que frequentam? Por Mãe Roseli Proença

causando mal estar dentro das correntes mediúnicas, sempre julgando seus irmãos de fé, questionando seus deveres e obrigações dentro dos Terreiros.

Então, me pergunto se esse filho de fé, tem tempo para tudo isto, aonde arruma tempo para buscar galgar sua evolução dentro de sua espiritualidade, como consegue cuidar de sua vida mediúnica, pois com toda essas antagonizações e pré julgamentos sobre tudo e todos, esses se ligam aos afins atraindo para eles seres de baixa vibração os deixando a merce do sozinho, ficam ligados a seres que os fazem a desacreditar de tudo que é verdadeiro e Divino, e assim se esquecerá de suas firmezas de suas orações, de sua moral e conduta e em sua maioria saem dos Terreiros, não se lembrando como lá entraram pela primeira vez totalmente fragilizado e doentes do espirito e da alma, e lá são recebidos com amor e respeito, são cuidados pelos Dirigentes da casa que os acolhem, os ajudam,enxugam suas lágrimas e depois que estes mesmos já estão de pé e donos de si se sentindo curados e com doses de soberba e vaidade, a casa

santa que os acolheu já não os serve mais.

Vejo que antigamente, havia-se um grande respeito com os Dirigentes Espirituais, pois livre arbítrio nada tem a ver com falta de respeito que hoje em dia vejo médiuns cometendo nas casa santas, pois é importantíssimo que haja conduta dos médiuns dentro das casa espirituais, pois a verdade é só uma, esses médiuns devem

crescer, aprender evoluir e manter-se fiel a Egregora que os acolheu, trabalhadores da Lei e acima de tudo viver uma vida mediúnica em prol da caridade. E ali ficavam por anos até vir a ordem para abrir suas casas ou para assumir projetos ligados a caridade, e claro com a ordem da espiritualidade.

E hoje o que se vê, claro sem generalizar, pois a muitos filhos de fé comprometidos com sua religiosidade e com suas casas e com seus Dirigentes ao trabalho de caridade, hoje o que vemos é filhos de fé, fazendo o inverso e a primeira oportunidade se tornam verdadeiros inimigos da casa, da egregora e de seus antes amigos Pais e Mães de santo que o acolherá com respeito e amor as dores que lá chegou dizendo

sentir, dores da alma. E a decepção maior vem quando aos invés de evoluírem nesta mesma que o acolherá, eles se bandeiam para outras e depois para outras e outras e ainda colocando a culpa em seus guias e protetores dizendo que eles é quem os mandaram ou intuirão, não conseguindo entender que o problema não esta nas casas

aonde estavam, mais sim neles.

Pois a reformulação íntima não fazem parte de suas vidas, porque se o fizessem saberiam seus erros e não apontaria a nada e nem a ninguém, saberiam discernir entre o certo e o errado, entre o que é sagrado e profano, não julgando, pois somente Deus o pode. Mas não vamos generalizar, pois sei que a maioria dos médiuns são bons e sérios com sua espiritualidade, comprometidos com a Lei Maior da Justiça Divina e com suas casas santas onde fazem parte.

Agradeço aos Médiuns que encaram seus compromissos espirituais, com Amor e Respeito .

Mediunidade não é brincadeira é coisa Séria .

POIS AFINAL SOMOS TODOS VIGIADOS PELA LEI MAIOR DA JUSTIÇA DIVINA.

Mãe Roseli Proença

Deveres dos Médiuns

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16 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Meu caminho é na Umbanda!!!Por Mãe Roseli Proença

Amada Umbanda! É sim o meu caminho é o vosso caminhar, enquanto você vivenciar de forma intensa e verdadeira seus compromissos, com o espiritual com os Orixás, Guias e Mentores e protetores que trabalham incessantemente em vossos benefícios para ajudá-los. Seu caminho é e sempre será a Umbanda, enquanto você acender uma simples vela direcionada a sua força e sentir que o ato magico acontece enquanto você escutar o grito entoado ao som dos atabaque e seu corpo estremecer numa corrente de intensas vibrações sensações e arrepios, sentindo o perfume das plantas chamadas de ervas que os Orixás e guias manipulam e enquanto o sopro do cigarro de palha e do charuto transmutar e

Decantar vosso campo e vosso espirito como sopro da fumaça limpando e te reordenando. E enquanto

você estiver em plena sintonia com o Doce canto dos Orixás em suas Danças e como num lindo encanto sendo transportados aos seus pontos de força.

A Umbanda continuará sendo sua ligação maior, enquanto os Caboclos, os Pretos Velhos, os Baianos,

os boiadeiros, os Erês, a Força e a vitalidade dos Srs Exus, Sras Pomba Giras e Srs Exus mirins e Pombo

giras mirins, pois seus mistérios o acompanham e os abençoam, o importante é não perder a Fé, e estar na casa que Desenvolve e trabalha de corpo e alma e o certo a fazer e não deixar que situações de sua vida material, te afaste desse seu porto seguro e de suas referências de aprendizado,

enquanto você sentir essa felicidade e já uma saudade boa ao final de cada trabalho espiritual realizado,

enquanto os objetivos espirituais de sua vida mediúnica,te derem foco para realizar os objetivos da casa, e eles forem também os seus objetivos, enquanto os seus sentimentos de fraternidade não se dissipar facilmente em momentos de atritos e conflitos naturais do vosso cotidiano que envolve sua vida e suas aflições, que o perturbam .

Enquanto você preservar o respeito o amor a verdade

ao seus Sacerdotes e ao Terreiro onde você trabalha, ai sim o seu caminho será a Umbanda ontem hoje e sempre.....Respeite e Ame a em sua magnitude ... Salve a Umbanda.

Mãe Roseli Proença

Imagem: Fonte Google

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 17

Homenagem ao Colégio Pai Benedito de Aruanda Por Mãe Roseli Proença e Pai Ricardo Proença

Ficamos nesta casa aben-çoada de 2001 até 2012, e foram anos de muitos ensi-namentos, respeito, amor, dedicação, pois estávamos por amor nesta casa e tam-bém por amor na religião. Me lembro que quando che-gamos, não sabíamos nada e não conhecíamos ninguém, e depois de muitos meses ficamos sabendo que o pai daquela casa era importan-te no meio umbandista, mas para nós o importante era a simplicidade dele e da famí-lia dele que nos acolheu com tanto amor. Aprendemos o valor verdadeiro que a reli-gião tinha em nossas vidas, a caridade e o amor que nos trouxe tanta evolução, fo-ram muitos ensinamentos da querida Mãe Alzira no de-senvolvimento, foram muitos graus de estudo, mas graças a Deus esta casa nos ensi-nou que lutar e o nosso ideal dentro da umbanda contra a intolerância religiosa, coi-sa essa que sofremos muito, com muitas pessoas que cru-zaram nossos caminhos, mas a força dos orixás e dos guias

espirituais cada vez mais nos fortalece, só posso agradecer a Deus pelo ser humano ma-ravilhoso que nos tornamos.

Através de todo esse amor que a casa nos deu, e te-nho certeza que a justiça da lei maior está a olhar tudo e sabe do nosso amor verda-deiro por essa casa ate hoje, não importe o que aconteça ou o que falam, o importante foi o que nós vivemos e vi-

venciamos nessa casa mara-vilhosa...

Obrigado Pai, Obrigado Mãe, obrigado Pai Arranca Toco,

Pai Pena Verde e senhor, e também ao meu caboclo Pena Branca pela grande oportunidade que a espiri-tualidade nos deu e por nos permitir viver nesta casa, o que muitas pessoas não en-tendem, o verdadeiro signi-ficado da religião em nossas

vidas, pois para muitos vestir o branco e como um prêmio onde vencera o melhor.

Posso dizer que aqui apren-demos a fazer o bem sem olhar a quem, aprendemos que o que de graça recebe-mos e de graça que doamos, e mais que seres “obsesso-res” encarnados sempre nos perseguirão para tentar apa-gar a luz de nossa espiritu-alidade, mas todos que nos amparam jamais deixarão, pois nessa casa aprendemos a ser guerreiros de Oxalá.

Obrigado, Casa de Pai Bene-dito que tanto já me orientou e enxugou minhas lágrimas, e somos fortes e guerreiros, obrigado pelo vosso amparo.

Mãe Roseli Proença e Pai Ricardo Proença

Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano

Zé Pilintra

Pai Rubens Saraceni

“Perdemos nosso Amigo, nosso Mestre e nosso Pai Espiritual ...É uma dor muito grande, mas sei que Pai Benedito está ao vosso lado nesse momento em Aruanda, Pai nosso amor eterno a você

Pai e melhor amigo.”

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18 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Capa: Saravá Pombo Gira Maria PadilhaPor Mãe Roseli Proença

RAINHA DA MINHA VIDA...

Que guia meus passos e me trás todo ensinamento em minha caminhada, me ensina a verdade e me faz enxergar tudo com lucidez... Lindeza maior não há, flor vermelha grandiosa rainha, que com seus mistérios divinos e sagrados tudo nos dá, a mim e minha família.

Que vós por toda a minha vida, possa iluminar os meus caminhos, possa trazer as certezas da minha vida, possa me trazer o seu axé... Sou feliz por ser seu instrumento, incorporando essa força maior que só me enche a vida de grandes vitórias... Laroye grande senhora. Rainha da minha vida!

Mãe Roseli Proença

ORAÇÃO A SENHORA POMBO GIRA MARIA PADILHA

Amado criador, Deus Pai, peço vossa permissão para ofertar minha fé a um de vossos mistérios divinos, que é a senhora Pombo Gira, senhora do mistério e dos estímulos, do desejo, da vontade e das emoções, defensora e protetora das mulheres, rogo e suplico, este momento de devoção,

para que atenda meus pedidos.

Rainha Pombo Gira, pelos 7 nós de sua saia, pelos senhores Exus, chefes de legião e executores da lei divina que acompanham meus passos, peço humildemente proteção e amparo para meus caminhos e de minha família.

Rogo que esses caminhos sejam abertos e que sua energia nos estimule em todos os sentidos, principalmente no setor sentimental, nos impedindo de cair em tentações de luxuria e de fraquezas das paixões desenfreadas. Equilibre nossas emoções e nossas atitudes, para que não tenhamos excessos de vaidade, egoísmo, orgulho e desejos sobre o que é do próximo.

Por fim, dê-nos a devida proteção, para que nunca venhamos a cometer erros, falhas e pecados, em nome de Pombo Giras ou Exu.

Pedimos mais uma vez que nos propicie vontade inquebrantável, para que jamais abdiquemos da fé e da crença nos poderes dos divinos Orixás.

Saravá LINDEZA.Fonte: Google

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 19

Sacerdote de UmbandaPor Pai Thiago Malimpensa da Costa e Mãe Luciana A. Santos Malimpensa

O Sacerdote de Umbanda tem uma missão mediúnica e sacerdotal, consigo mesmo e com a espiritualidade. Ou seja, tem um verdadeiro compromisso assumido como vossos guias espirituais, mentores, protetores, guardiões a vossa direita e guardiões a vossa esquerda, antes mesmo de encarnar.

Mas, primeiramente o médium deve aceitar sua essência umbandista, conhecendo-a e trabalhando sua própria missão mediúnica.

O Sacerdote de Umbanda tem uma missão de “AMOR” que jamais deve ser profanada.

E entre outras atribuições, podemos dizer que a missão do sacerdote é conhecer a si mesmo. Uma expressão máxima de entrega, confiança, dedicação, ética, boa conduta, o qual lhe exigirá muita responsabilidade sempre.

O Sacerdote de Umbanda tem em suas mãos uma oportunidade única e

maravilhosa recebida pela espiritualidade. Por isso, não poderá jamais ser encarada como um fardo, como muitos desprovidos de conhecimento dizem por ai. Mas, sim encarada como uma dádiva divina, um presente de nosso Divino Criador Olorum. Oportunidade essa, de fazer o bem sem olhar a quem. Fazendo também, o bem a si próprio através de sua constante remodelação intima, podendo se redimir perante a Lei Maior e a Justiça Divina constantemente.

É preciso estudar,

vivenciar e receber uma ótima preparação para que possa exercer com sabedoria as múltiplas funções que vosso cargo exige. Assim, difundindo e levando a religião de Umbanda a todos com muita ética e respeitando as adversidades. Devendo sempre zelar pelo bem estar do “Terreiro” e pela boa condução dos ensinamentos repassados a todos vossos filhos espirituais.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer nosso amado Mestre e Pai Rubens Saraceni, pela

dedicação e exemplo de verdadeiro Sacerdote de Umbanda. E só quem teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente sabe o quanto foi e sempre será importante a todos nós Umbandistas. E hoje, só temos motivos para lhe agradecer.

Deixamos registrado também, a gratidão eterna aos Sacerdotes de Umbanda “Pai Ricardo Proença e sua esposa Mãe Roseli Proença nossos Mestres, Pais, Amigos e Dirigentes Espirituais, que conduzem o “Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pelintra”, com AMOR, ÉTICA E DEDICAÇÃO, afinal, fazem parte do legado deixado pelo Mestre “Rubens Saraceni”.

São Paulo, 03 de Julho de 2015.

Texto por Pai Thiago Malimpensa da Costa e Mãe Luciana A. Santos Malimpensa – “Pais Pequenos do Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pelintra”.

Pai Thiago Malimpensa da Costa e Mãe Luciana Malimpensa

Participações anteriores do Terreiro em FESTIVAL como Jurema e Oxóssi Guerreiros da Mata, Reis e Rainhas da Calunga, Zé Pilintra e Maria Navalha, e em 2015 participando novamente do Expresso Mix

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20 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Magia DivinaPor Pai Rubens Saraceni

O que é Magia?

Magia (não é mágica = ilusão), antigamente rotulada de “Grande Ciência Sagrada” pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza.

Toda magia tem características ritualísticas, iniciáticas e cerimoniais que visam estabelecer contato do indivíduo com os aspectos ocultos do Universo e de Deus. A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, “magus” ou “magi”, significando tanto imagem quanto “um homem sábio”. Também existem outros significados como algo que exerce fascínio, como por exemplo quando se fala da “magia do cinema”.etc.

“Magia é o ato consciente de ativar e direcionar energias elementares positivas ou negativas, universais ou cósmicas e ponto final.” Agora, que energias são essas? Ai já outra questão...

Prática da Magia

A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, xamã, sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do séc. XX, afirmava que tais exercícios tem como objetivo equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o praticante pudesse se envolver com energias mais sutis, como a evocação e a invocação de entidades, espíritos e elementais (seres da Natureza), dentro de seu círculo mágico de proteção. Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares.

Magia NÃO é Religião...

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Muitas pessoas associam erradamente o ato magístico com religião e vice-versa. A despeito do que muitos imaginam a magia é muito mais antiga que a religião e muitas religiões utilizam-se de magia em seus rituais. Ambas utilizam-se (de forma consciente ou inconsciente) de poderes Divinos (e não humanos) para evocarem

forças, energias, ondas, vibrações, etc. com algum propósito específico.

A questão não está se a magia funciona ou não funciona (pois ela SEMPRE funciona). Magia por definição é o ato de alterar uma realidade com base na determinação. Assim, mesmo que haja pela parte da força evocada o entendimento de que não há merecimento no pedido, ocorrerá com certeza uma mudança da realidade, nem que seja (inclusive) em contrário ao pedido do Mago.

Muitos sacerdotes detém autorga de suas Divindades para utilizarem-se de seus poderes divinos em benefício próprio ou de seus semelhantes. Mas não é necessário que um Mago seja religioso ou sacerdote para exercer seus dons. O difícil é dissociar as atividades de um Mago das de um sacerdote iniciado, pois geralmente os Magos optam por uma determinada religião que lhe ofereça condições de exteriorizar os poderes a ele conferidos.

Egrégora de Magia Divina

Egrégora provém do grego “egrégoroi” e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais

pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc. Fazemos parte da Egrégora dos 7.777 Magos de Magia Divina formados pelo Mestre Rubens Saraceni.

RUBENS SARACENI

E no dia 07 de Julho comemora-se o dia do mago, parabéns aos magos iniciadores que levam adiante com amor e respeito esse legado que o Mestre Rubens nos deixou.

Lembrando se sempre das palavras do Mestre Seiman Hamiser Yê

Pai Rubens Saraceni

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Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 21

Magia DivinaPor Pai Rubens Saraceni

Dogma

Carta de Princípios do Colégio de Magia Divina

Ditado pelo Mestre Seiman Hamiser Yê – (Senhor Ogum Megê Sete Espadas)

Então que seja DOGMA

“Nenhum irmão de

egrégora tem o direito de levantar suspeita, calúnia,vilipêndio contra outro irmão de egrégora, porque se assim fizer que seja expulso e que o nome dele seja colocado na mandala punitiva,porque o que destrói muitos dos grandes esforços humanos empreendidos em todos os cantos deste mundo bendito é a calúnia, o

vilipêndio , a língua ferina daquele que não tem coragem de dizer à frente, e dizer o que pensa ou o que o seu interior sombrio gera no seu íntimo. Então diz por trás,diz às costas. Se tem algo a dizer, diga a frente, senão tem o que dizer, cale-se.

Então mais uma vez

Seiman Hamiser Yê repete:

É DOGMA. Um irmão é proibido de falar qualquer palavra que denigra, que calunie, que difame seu irmã

Mestre Seiman Hamiser Yê - Senhor OGUM Megê Sete Espadas.

A importância de nos prostrarmos com res-peito e amor para nossas Orações Mãe Roseli Proença

Por isto é tão importante e sagrado se postar diante do divino para fazermos nossas orações, e devemos estar de joelhos e inclinar a cabeça, pois assim estaremos em conexão direta com o divino. E ao fazermos nossas orações, pedidos e agradecimentos, a nossa coroa se acende com fluxos de raios luminosos

enviados a nós através da conexão com o divino criador.

Iluminando assim todo o nosso campo vibratório e mediúnico, nos irradiando assim toda a luz divina, acalmando nosso mental, nosso espirito e matéria, e a luz divina irradiada pelo divino pai Oxalá, tem o

poder até de tirar espíritos negativos do nosso campo mediúnico.

Então sempre que forem fazer vossas orações, mantenham essa postura diante do sagrado.

MÃE ROSELI

Mãe Roseli Proença

Page 22: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

22 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Intolerância ReligiosaPor Pai Rubens Saraceni

Intolerância Religiosa!

Muito se fala sobre a intolerância religiosa, na maioria praticada por seguidores de determinadas religiões cujos seguidores se acreditam os únicos ungidos e amparados por Deus, mas pouco se tem falado na intolerância praticada pelo poder publico, que se mostra solicito com as manifestações dos seguidores das religiões cristãs (católicos e evangélicos), franqueando-lhes espaço publico em estádios praças e avenidas, proporcionando-lhes os mais variados serviços públicos (desde proteção policial até médico, segurança e fiscalização) para que possam realizar seus eventos com toda tranquilidade e segurança, não lhes cobrando nada por maiores que sejam os gastos que realizam.

Mas, quando é a vez da Umbanda promover seus eventos religiosos em homenagem a Iemanjá, tudo muda e as tendas, além de serem obrigadas a pagarem taxas de uso do solo, em terreno da Marinha do Brasil, têm que pagar para entrarem com ônibus até a beira do mar, sendo tratados como indesejáveis pelos

respectivos prefeitos das cidades litorâneas.

Dois pesos e duas medidas, esta é a verdade!

Nossa homenagem, aqui em São Paulo, já é tradicional e vem sendo realizada há varias décadas e, se no passado o poder publico era receptivo devido o grande afluxo de pessoas às suas cidades nos dias em que eram realizados os eventos, quando o comercio local era beneficiado, hoje a realidade é outra e somos vistos e tratados como uma praga, como um estorvo pelo poder publico das cidades litorâneas, com muitos nos acusando de “sujarmos as suas praias”, a maioria delas reprovadas para banho pela CETESB, que as consideram impróprias e até publica a relação das que devem ser evitada devido o perigo para os banhistas.

Nós só vamos em dezembro para as festas em homenagem a Iemanjá e, se deixamos os restos das oferendas na areia, é porque não tem outro jeito de se fazer as oferendas.

Não dá para inventar ou substituir esta pratica milenar

de se oferendar na natureza as forças e os poderes dos Orixás.

Mas, e a sujeira e as depredações que acontecem nos grandes eventos das outras religiões, e que ninguém sequer comenta, porque é tabu falar sobre a sujeira deles?

Nós somos criticados e tratados como estorvos e cidadãos de 2ª categoria, tanto pelo poder publico quanto pelos moradores das cidades litorâneas, e os restos de oferendas são descritos como poluidores de suas “maravilhosas” praias, que, na verdade, estão muito poluídas e oferecem risco para a saúde dos turistas banhistas, ou que só caminham pelas praias, oferecendo-lhes desde micoses até doenças infecciosas graves, mas isto eles ocultam, porque querem o nosso dinheiro quando vamos às suas cidades só como turistas, não é mesmo?

Hipocrisia! A intolerância se mostra de muitas formas e esta é só mais uma delas.

As outras religiões até recebem incentivos dos poderes públicos (devido

os políticos eleitos por seus seguidores), e seus eventos são vistos e tratados com respeito e reverencia.

Já os nossos, são vistos como perturbação dos seus habitantes e como poluidores de suas praias, como se fosse possível poluí-las ainda mais do que já estão.

Para os seguidores das outras religiões, tudo!

Para os seguidores da Umbanda, taxas e mais taxas, nenhum amparo do poder publico local, e criticas e mais criticas ofensivas, não é mesmo?

Eu já estou cheio dessa hipocrisia, inclusive a de umbandistas querendo dar uma de salvadores do mundo e querendo que façamos oferendas “virtuais” às forças da natureza, ou seja, que coloquemos a fotografias de uma oferenda, mas que seja impressa em papel biodegradável, certo?

Olorum, meu Pai, dai-me paciência!

Pai Rubens.

“Intolerância Religiosa é Crime!!!”

Page 23: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 23

6º Festival de CurimbaUm Grito de Liberdade! - Dia 20/09/2015

As fotos abaixo são da participação do Terreiro de Umbanda Iansã Guerreira e Baiano Zé Pilintra em anos anteriores.

Page 24: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

24 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

XangôPor Pai Rubens Saraceni

É o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e equidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.

O Trono Regente

Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que projetam-se energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois polos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal e cósmico.

Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino).

Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os polos magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.

O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no polo positivo da linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos polos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina. Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior Xangô.

Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça divina. Como, na Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exús e as Pomba-Giras.

Os Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos Orixás Xangôs Intermediários. Só que quem

usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos polos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e regem linhas de caboclos que manifestam- se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas de trabalhos de ação e reação.

Eles são os aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça divina.

Logo, se alguém disser: “Eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô individual, que é um ser natural de 6° grau vibratório, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais regidas por estes Xangôs. Nem no Candomblé se incorpora um Xangô de nível intermediário ou qualquer outro Orixá desta magnitude. O máximo que se alcança, em nível de incorporação, é um Orixá de grau intermediador. Mas no geral, todos incorporam seu Orixá individual natural, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos aspectos do seu Orixá maior.

Temos, na Umbanda, os:

Xangôs da Pedra Branca, Xangôs da Pedra Preta, Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das Sete Montanhas,

etc.Que são todos eles, Orixás

Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de polos energo-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos mistérios maiores, mas já em polos localizados em subníveis vibratórios. E todos estes Xangôs intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalho, ação e reação. Ou não é verdade que temos caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, do Fogo, etc.?

Meditem muito sobre o que aqui comentei, pois em se tratando de Orixás, é preciso conhecê-lo a partir da ciência divina ou nos perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois consultem seus mentores espirituais acerca do que aqui estou ensinando, irmão em Oxalá.

Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto e licor de ambrosia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.

Page 25: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 25

Terreiro Iansã Guerreira e Baiano Zé PilintraNa Louvação a Pai Xangô realizado por Aldeia de Caboclos

Realizada no dia 21/06/2015

Page 26: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

26 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Terreiro Iansã Guerreira e Baiano Zé PilintraNa Louvação a Pai Xangô realizado por Aldeia de Caboclos

Page 27: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 27

Festa Cigana

O Terreiro Iansã Guerreira e Baiano Zé Pilintra realizou no dia 14/06/2015, a sua tradicional Festa Cigana e a casa estava cheia com mais de 200 atendimentos com o povo do oriente.

Page 28: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

28 Julho/2015 - Nossa Voz Umbandista

Cursos

Page 29: Jornal Nossa Voz Umbandista Ano 1 Edicão 2 Julho 2015

Julho 2015 - Nossa Voz Umbandista 29

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