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Estudo sobre a adoção das práticas de orçamento de capital nas cooperativas agropecuárias de Santa Catarina Zanini, M.Q. dos S.; Souza, P. De.; Lunkes, R.J. Custos e @gronegócio on line - v. 10, n. 4 – Out/Dez - 2014. ISSN 1808-2882 www.custoseagronegocioonline.com.br 266 Estudo sobre a adoção das práticas de orçamento de capital nas cooperativas agropecuárias de Santa Catarina Recebimento dos originais: 27/09/2013 Aceitação para publicação: 12/03/2015 Manoela Quint dos Santos Zanini Graduando em Ciências Contábeis pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC. CEP: 88040-970. E-mail: [email protected] Paula de Souza Mestranda em Contabilidade pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC. CEP: 88040-970. E-mail: [email protected] Rogério João Lunkes Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC. CEP: 88040-970. E-mail: [email protected] Resumo O orçamento é considerado uma ferramenta de apoio para definição de metas e objetivos, além de ser artefato útil para a elaboração e execução de estratégias, avaliação de desempenho e motivação de pessoal. Desta forma, tem-se como objetivo deste artigo identificar e analisar as práticas de orçamento de capital adotadas pelas cooperativas associadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina. A coleta dos dados deu-se por meio de questionários enviados aos gestores das cooperativas agropecuárias, sendo que a população foi composta por 11 cooperativas, obtendo-se retorno de 8 (72%). Os resultados revelam a predominância do Índice de Rentabilidade na avaliação do orçamento e o uso do Custo da Dívida e do Custo do Capital Próprio na definição da taxa mínima de retorno aceitável. A definição do projeto e a previsão do fluxo de caixa são consideradas as etapas mais críticas pelos gestores. Quanto ao grau de previsibilidade do ambiente das cooperativas, o comportamento dos concorrentes é estimado como parcialmente previsível e o do governo como totalmente imprevisível. Constatou-se, ainda, que o fluxo de saídas e entradas projetadas são informações sempre disponíveis, enquanto que a revisão pós-auditoria é uma informação obtida com pouca frequência pelo sistema de informação. Palavras-chave: Orçamento de capital. Investimentos. Cooperativas agropecuárias.

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Estudo sobre a adoção das práticas de orçamento de capital nas cooperativas agropecuárias de Santa Catarina

Zanini, M.Q. dos S.; Souza, P. De.; Lunkes, R.J.

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Estudo sobre a adoção das práticas de orçamento de capital nas cooperativas agropecuárias de Santa Catarina

Recebimento dos originais: 27/09/2013 Aceitação para publicação: 12/03/2015

Manoela Quint dos Santos Zanini

Graduando em Ciências Contábeis pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina

Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC.

CEP: 88040-970. E-mail: [email protected]

Paula de Souza

Mestranda em Contabilidade pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina

Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC.

CEP: 88040-970. E-mail: [email protected]

Rogério João Lunkes

Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina

Endereço: Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima Bairro: Trindade. Florianópolis/SC.

CEP: 88040-970. E-mail: [email protected]

Resumo O orçamento é considerado uma ferramenta de apoio para definição de metas e objetivos, além de ser artefato útil para a elaboração e execução de estratégias, avaliação de desempenho e motivação de pessoal. Desta forma, tem-se como objetivo deste artigo identificar e analisar as práticas de orçamento de capital adotadas pelas cooperativas associadas à Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina. A coleta dos dados deu-se por meio de questionários enviados aos gestores das cooperativas agropecuárias, sendo que a população foi composta por 11 cooperativas, obtendo-se retorno de 8 (72%). Os resultados revelam a predominância do Índice de Rentabilidade na avaliação do orçamento e o uso do Custo da Dívida e do Custo do Capital Próprio na definição da taxa mínima de retorno aceitável. A definição do projeto e a previsão do fluxo de caixa são consideradas as etapas mais críticas pelos gestores. Quanto ao grau de previsibilidade do ambiente das cooperativas, o comportamento dos concorrentes é estimado como parcialmente previsível e o do governo como totalmente imprevisível. Constatou-se, ainda, que o fluxo de saídas e entradas projetadas são informações sempre disponíveis, enquanto que a revisão pós-auditoria é uma informação obtida com pouca frequência pelo sistema de informação. Palavras-chave: Orçamento de capital. Investimentos. Cooperativas agropecuárias.

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1. Introdução

O cooperativismo no Brasil tem sua influência marcada pela força econômica e social.

Distribuídas em 13 setores, abrangendo 6.587 unidades e 10,4 milhões de cooperados no ano

de 2012, as organizações cooperativistas injetaram R$ 8 bilhões na economia nacional,

oriundos apenas dos salários e benefícios trabalhistas. Adicionalmente, contabilizaram US$ 6

bilhões em exportações, sendo 98% procedentes do setor agropecuário (OCB, 2013).

No Estado de Santa Catarina, a receita total dessas sociedades em 2012 foi de R$ 17

bilhões, com 64% oriundos das cooperativas agropecuárias. Além disso, de acordo com a

OCESC (2013), a projeção econômica para estas organizações sem fins lucrativos

desempenha papel significativo na economia catarinense.

A gestão democrática e livre, característica das cooperativas, postula um

gerenciamento participativo na tomada de decisão. Nesse sentido, o orçamento, ferramenta de

apoio para definição de metas e objetivos, torna-se um artefato útil para a elaboração e

execução de estratégias, avaliação de desempenho e motivação de pessoal (DE WAAL, 2005;

ALMEIDA ET AL., 2009).

Objeto de estudo de vários autores, o orçamento é considerado instrumento

imprescindível de planejamento, controle e avaliação de futuras performances (JACKSON E

SAWYERS, 2001; ABDEL-KADER E LUTHER, 2006; UYAR, 2009; SIVABALAN ET

AL., 2009; LIBBY E LINDSAY, 2010; OSTERGREN E STENSAKER, 2011; UYAR E

BILGIN, 2011).

Nessa toada, o orçamento de capital, que possui alta relevância durante o processo

orçamentário, está dentre as decisões mais importantes a serem tomadas pelos gestores,

inclusive por se tratar de um processo de análise de oportunidades de investimentos de longo

prazo, contribuindo para uma melhor avaliação das decisões (HORNGREN; FOSTER E

DATAR, 2000; WARREN; REEVE E FESS, 2001; PETERSON E FABOZZI, 2002;

HORNGREN; SUNDEM E STRATTON, 2004; GARRISON; NOREEN E BREWER, 2007;

BENNOUNA; MEREDITH E MARCHANT, 2010; KOCH; MAYPER E WILNER, 2010).

Posto isto, são diversas as técnicas utilizadas para a avaliação do orçamento de capital,

compostas, frequentemente, pelo Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, Período de

Payback, Taxa de Retorno Contábil e Índice de Lucratividade (BRIJLAL E QUESADA,

2009).

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Conforme sustentam Kester et al. (1999) e Kierulff (2008), o Valor Presente Líquido e

a Taxa Interna de Retorno tornaram-se os principais métodos de Fluxo de Caixa Descontado

(FCD) na avaliação e na classificação dos investimentos de capital. Semelhantemente, a

técnica de Opções Reais tem sido destacada como facilitadora no entendimento dos impactos

por meio da manipulação direta de incerteza (TYLER E CHIVAKA, 2011).

Diante de várias opções e critérios utilizados para o planejamento orçamentário, o

gestor encontra dificuldade em escolher uma opção predominante em todos os critérios.

Segundo Carmona, Iyer e Reckers (2011), o tomador de decisão deve analisar cada

alternativa, além de considerar a importância equivalente de cada critério ao realizar o parecer

final.

Por conseguinte, vários estudos realizados em países desenvolvidos têm

compreendido as práticas de orçamento de capital com o objetivo de proporcionar uma visão

abrangente sobre esta temática (SCHALL; SUNDEM E JUNIOR GEIJSBEEK, 1978; PIKE,

1982; PIKE, 1985; KWONG, 1986; PIKE E SHARP, 1989; WHITE; MILES E MUNILLA,

1997; PIKE, 1988; PEEL E BRIDGE, 1998; PEEL E BRIDGE, 1999; ARNOLD E

HATZOPOULOS, 2000; GRAHAM E HARVEY, 2001; RYAN E RYAN, 2002; SANDAHL

E SJOGREN, 2003; BLOCK, 2003; BROUNEN; DE JONG E KOEDIJK, 2004;

LAZARIDIS, 2004; TOIT E PIENAAR, 2005; HERMES; SMID E YAO, 2007; LAM;

WANG E LAM, 2007; TRUONG; PARTINGTON E PEAT, 2008; CORREIA E CRAMER,

2008; BRIJLAL E QUESADA, 2009; HOLMÉN E PRAMBORG, 2009; CHAZI; TERRA E

ZANELLA, 2010; BENNOUNA; MEREDITH E MARCHANT, 2010; KHAMEES; AL-

FAYOUMI E AL-THUNEIBAT, 2010; HALL E MILLARD, 2010; VIVIERS E COHEN,

2011; HARTWIG, 2012; MAQUIEIRA; PREVE E SARRIA-ALLENDE, 2012; SOUZA E

LUNKES, 2013), no entanto, são incomuns estudos relacionados às sociedades cooperativas.

Diante desse contexto, tem-se a pergunta de pesquisa que orienta este artigo: quais são

as práticas de orçamento de capital adotadas pelas cooperativas agropecuárias catarinenses?

Com a finalidade de responder a questão-problema, tem-se como objetivo identificar e

analisar as práticas de orçamento de capital adotadas pelas cooperativas agropecuárias de

Santa Catarina.

Para atingir tal objetivo, obtiveram-se informações dos gestores das cooperativas por

meio da aplicação de questionários acerca das práticas orçamentárias de capital e métodos de

avaliação de investimentos.

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O trabalho apresenta, além dessa introdução, a revisão da literatura sobre o orçamento

de capital na seção 2 e a apresentação dos procedimentos metodológicos utilizados na

pesquisa na seção 3. Na seção 4 encontram-se os resultados e a análise dos dados e, na seção

5, as considerações finais do estudo.

2. Orçamento de Capital

O orçamento de capital frequentemente compreende vários estágios em que as

empresas podem decidir por continuar ou abandonar projetos em andamento (BAIMAN;

HEINLE E SAOUMA, 2013). Assim, decisões de orçamento de capital representam uma

preocupação primordial no negócio, tendo em vista que podem afetar a estrutura de uma

empresa. Isso porque, gestores são constantemente convidados a selecionar um portfólio de

projetos que atendam alguns objetivos específicos da organização, honrando as restrições

impostas pela administração ou por fatores externos (BERALDI ET AL., 2013).

2.1. Análises de investimentos

Existe uma variedade de modelos utilizados para avaliação de investimentos, que vão

desde o mais simples ao mais sofisticado. Nessa sentido, o fluxo de caixa descontado (FCD) é

considerado o instrumento mais comum para analisar e avaliar as oportunidades futuras de

investimentos. O FCD compreende diferentes métodos de análise de investimentos, quais

sejam, Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Taxa Interna de

Retorno Modificada (TIRM) e Índice de Rentabilidade (IR) (BRIGHAM E EHRHARDT,

2002).

Dentre os critérios existentes para a medição financeira dos projetos, o VPL é

determinado como a soma dos valores atuais de renda líquida anual apurada no período da

exploração do projeto (HANAFIZADEH E LATIF, 2011). O referido método é considerado o

mais robusto de análise de investimentos mais conhecido e utilizado (SOUZA; CLEMENTE,

2001).

A TIR é a taxa interna de um projeto ou ativo calculada utilizando o investimento

inicial do projeto e todo o fluxo de caixa durante a vida do projeto (DAMODARAN, 2002).

Caso a TIR seja maior que a taxa de retorno exigida pelos investidores, considera-se que o

investimento é financeiramente atrativo. A TIRM é uma variação da TIR, a qual evita

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problemas deste último, além de proporcionar uma medida financeira de atratividade mais

concisa.

O IR equivale à divisão entre o valor presente dos fluxos de caixa futuros e o seu custo

inicial (ROSS, 2000). Outrossim, ele demonstra a rentabilidade atinente de um projeto ou o

valor presente dos benefícios por custo do dólar (TAYLOR III, 1998).

Existem ainda métodos de análise de orçamento de investimentos que não envolvem

FCD, como, por exemplo, a Taxa de Retorno Contábil (TRC), o Período de Payback (PP) e as

Opções Reais (OR). A TRC expressa a razão entre a medida do contábil do lucro e do

investimento (HORNGREN; FOSTER E DATAR, 2000).

O PP é o espaço de tempo requerido para que os recebimentos do fluxo de caixa de um

investimento se igualem aos desembolsos de caixa requeridos pelo mesmo investimento

(BIERMAN E SMIDT, 1978).

As Opções reais (OR) reconhecem a flexibilidade (opções) intrínseca em alguns

projetos de investimentos (ALKARAAN E NORTHCOTT, 2006). Para Antonik e Assunção

(2005), a teoria das opções reais busca colocar o projeto e as suas aberturas dentro de uma

árvore de decisão, apontando quais são as variadas alternativas motivadas por esses

desdobramentos e pela incerteza.

2.2. Taxas de retorno e tratamento dos investimentos

As taxas de retorno frequentemente envolvem o Custo Médio Ponderado do Capital

(CMPC), Custo da Dívida e Custo do Capital Próprio. O Custo Médio Ponderado de Capital

(CMPC) é aquele que compreende dívidas e ações preferenciais do patrimônio líquido, sendo

apontado como superior para a determinação da base para o custo do capital (BRIGHAM E

EHRHARDT, 2002; RYAN E RYAN, 2002).

Sendo assim, o CMPC representa a taxa de retorno requerida em qualquer proposta de

investimento que sustenta o mesmo nível de risco dos ativos existentes na empresa

(BENNOUNA; MEREDITH E MARCHANT, 2010).

Adicionalmente, Block (2011) afirma que o CMPC é a taxa de retorno exigida em que

o Custo da Dívida e o Custo do Capital Próprio são utilizados em algum percentual pré-

definido. O Custo da Dívida é o retorno dos empréstimos adquiridos para o financiamento de

projetos, enquanto o Custo do Capital Próprio é o retorno dos investimentos patrimoniais

esperados pelos investidores (DAMODARAN, 2002).

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Quanto ao tratamento dos investimentos, recomenda-se que a companhia possua um

manual de diretrizes para investimentos de capital (PIKE, 1988), além de manter uma equipe

trabalhando em tempo integral no orçamento de capital (KLAMMER E WALKER, 1984;

PIKE, 1989). Sugere-se, também, que a empresa adote um modelo para a definição do VPL

ou da TIR por meio de sistemas de informações (HO E PIKE, 1996) e, ainda, efetue auditoria

pós-investimento (KLAMMER E WALKER, 1984; PIKE, 1996).

2.3. Métodos de análise de risco

Para ir além de técnicas simples de análise, como taxa de retorno e avaliação de

investimentos, pode-se explorar métodos probabilísticos sofisticados, a exemplo da análise de

sensibilidade, análise de cenários, árvore de decisão e simulação de Monte Carlo,

A técnica de análise de sensibilidade é aplicada em casos onde componentes do fluxo

de caixa estão sujeitos a pequenas variações (SOUZA E CLEMENTE, 2001). Já a análise de

cenários é aplicada para verificar o impacto no retorno da organização, resultante de

modificações simultâneas em inúmeras variáveis (GITMAN, 1997).

A árvore de decisão é útil para identificar os fluxos de caixa incertos (ROSS;

WESTERFIELD; JAFFE, 1995). Essa ferramenta é desenvolvida por um diagrama de

decisões sequenciais que levam a possíveis resultados (BREALEY; MYERS; MARCUS,

2002).

A simulação de Monte Carlo tem aplicação em simulações estocásticas

(HROMKOVIC, 2001). O método analiza a propagação da incerteza, definindo como uma

variação aleatória já conhecida, ou o erro, afetam o desempenho ou a viabilidade do projeto

(MOORE E WEATHERFORD, 2006).

2.4. Estudos Anteriores

Estudos anteriores envolvendo as práticas de orçamento de capital foram realizados

nas últimas décadas por diferentes pesquisadores. Na Figura 1, evidenciam-se os percentuais

de utilização das principais práticas de orçamento de capital em diversas organizações e

países.

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Os referidos estudos abrangem organizações de grande, médio e pequeno porte e de

diferentes setores. Contudo, não foram localizadas pesquisas em cooperativas, sobretudo,

agropecuárias, tratando das práticas de orçamento de capital.

Figura 1: Principais práticas de orçamento de capital em percentual (%)

Fonte: Adaptado de Souza e Lunkes (2013).

Em remate, a carência de estudos anteriores destaca a importância de serem

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desenvolvidas pesquisas acerca das práticas orçamentárias de capital adotadas por

cooperativas agropecuárias.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta seção encontram-se o enquadramento metodológico, os procedimentos para

elaboração do questionário, bem como a caracterização da população e da amostra que

compõem esta pesquisa.

3.1. Enquadramento metodológico

O enquadramento metodológico do presente estudo está fragmentado em quatro

enfoques: natureza da pesquisa; natureza do objetivo; procedimentos da pesquisa; e

abordagem do problema.

Em relação à natureza, a pesquisa é classificada como aplicada, pois busca resolver

problemas concretos ou necessidades concretas e imediatas (APPOLINÁRIO, 2004). No que

tange aos objetivos, é considerada descritiva e exploratória, uma vez que se propõe a

descrever as características das práticas de orçamento de capital das cooperativas

agropecuárias catarinenses (GIL, 2010).

Acerca dos procedimentos, este trabalho emprega a pesquisa de levantamento ou

survey. Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa é considerada quantitativa,

tendo em vista que se utiliza de medidas quantificáveis e precisas para analisar as práticas de

orçamento de capital adotadas (MORESI, 2003).

3.2. Procedimentos para elaboração do questionário

O questionário foi elaborado conforme as principais características indicadas na

revisão de literatura, adaptado do estudo de Souza e Lunkes (2013), as quais estão presentes

no Quadro 1.

A partir das características constantes do Quadro 1 foram desenvolvidas as questões

do questionário aplicado nesta pesquisa. O questionário é composto por 3 questões gerais

acerca dos gestores das cooperativas e 15 questões sobre o orçamento de capital, sendo 4 com

a utilização da escala Likert de cinco níveis e 11 questões objetivas.

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Quadro 1: Principais características no orçamento de capital Principais Características do Orçamento de Capital

Métodos de análise de investimentos

Período Payback – PP Valor Presente Líquido – VPL Taxa Interna de Retorno – TIR Índice de Rentabilidade – IR Taxa de Retorno Contábil – TRC Opções Reais

Técnica(s) utilizada(s) na definição da taxa de mínima de retorno

aceitável para um investimento

Custo médio ponderado do capital – WACC Custo da dívida Custo do capital próprio Taxa aleatória Outra

Técnica(s) utiliza(s) para fazer análise de risco do investimento.

Análise de cenários Análise de sensibilidade Simulação de Monte Carlo Árvore de decisão Outra

Grau de incerteza ou previsibilidade do ambiente

Comportamento dos fornecedores Comportamento dos Concorrentes Gostos e preferências dos clientes Comportamento do Mercado Financeiro Comportamento do Governo Comportamento dos Sindicatos Mudanças tecnológicas

Informações obtidas pelos sistemas de informações sobre avaliação de

investimentos

Fluxo de saídas projetadas Fluxo de entradas projetadas Custo do capital e taxa mínima de retorno Expectativa de vida útil Dados macroeconômicos Revisão pós-auditoria

Fonte: Souza e Lunkes (2013, p. 35).

3.3. População e Amostra

O Estado de Santa Catarina operava no ano de 2012 com 263 cooperativas distribuídas

nos 13 setores. Apenas no referido ano, o número de cooperados passou de 1 milhão e os

empregos mantidos pelo setor cooperativista foram mais de 38 mil, conforme informações

constantes do Quadro 2.

Quadro 2: Dados das cooperativas catarinenses

Fonte: OCESC, 2013.

A população inicial é constituída pelas cooperativas associadas à Federação das

Santa Catarina Dados de 2012 Cooperativas 263 Cooperados 1.259.240 Empregados 38.161

Cooperativas associadas à FECOAGRO 11

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Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (FECOAGRO). A coleta dos dados

deu-se por meio de questionários enviados aos gestores das cooperativas agropecuárias, sendo

que a população foi composta por 11 cooperativas, obtendo-se retorno de 8 (72%) dos

questionários.

A aplicação dos questionários ocorreu primeiramente via e-mail, resultando, assim, em

3 respostas. Posteriormente, entrou-se em contato telefônico para aumentar o índice de

respostas, perfazendo um total de 72% ou 8 respostas.

Verificou-se que 88% das cooperativas respondentes utilizam orçamento efetivamente

na sua gestão e, que apenas 38% atuam no mercado externo. O faturamento bruto, em 88%

das cooperativas agropecuárias, é acima de R$60 milhões, sendo em 12% entre 10 e 60

milhões de reais. Ademais, notou-se que metade das cooperativas dispõe entre 100 a 500

funcionários, enquanto apenas uma possui acima de 5.000 empregados.

4. Resultados e Análise dos Dados

Para a realização da análise das práticas de orçamento de capital nas cooperativas

agropecuárias catarinenses, faz-se a caracterização dos gestores, a avaliação das taxas de

retorno tal como a análise dos investimentos.

4.1. Práticas de Orçamento de Capital

Os gestores das cooperativas agropecuárias do Estado de Santa Catarina caracterizam-

se por trabalharem há mais de 9 anos no atual serviço e por possuírem média de idade de 60

anos ou mais. Quanto à formação, metade dos gestores possui graduação, 25% possuem pós-

graduação e 25% apenas nível médio.

Quadro 3: Dados dos gestores

Idade do Diretor/Presidente

Menos de 40 anos Entre 40 e 49 anos Entre 50 e 59 anos 60 anos ou mais - 13% 25% 62%

Tempo no atual serviço Menos de 4 anos De 4 a 9 anos

Acima de 9 anos

13% 13% 75% Formação

Mestrado e Doutorado Pós Graduação Graduação

Nível médio

- 25% 50%

25%

Fonte: Dados da pesquisa.

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Por meio dos questionários desenvolvidos com as cooperativas do Estado de Santa

Catarina, 8 gestores disponibilizaram informações sobre os métodos utilizados na avaliação

do orçamento de investimento, conforme dados da Tabela 1.

Tabela 1: Métodos utilizados na avaliação do orçamento de investimentos

Com que frequência a empresa utiliza um destes métodos na avaliação do orçamento de investimentos?

Métodos Sempre Quase sempre Eventualmente Quase nunca Nunca

N° % N° % N° % N° % N° %

Valor Presente Líquido – VPL 3 38 1 13 2 25 1 13 1 13

Taxa Interna de Retorno –TIR 3 38 2 25 1 13 1 13 1 13

Taxa Interna de Retorno –

Modificada – TIRM 1 13 3 38 1 13 - - 3 38

Índice de Rentabilidade 5 63 1 13 1 13 - - 1 13

Período de Payback 3 38 3 38 1 13 - - 1 13

Taxa de Retorno Contábil 2 25 1 13 3 38 - - 1 13

Opções Reais 2 25 - - 2 25 - - 1 13

Outros - - - - - - - - - -

Fonte: Dados da pesquisa.

O método de avaliação predominante, o Índice de Rentabilidade (IR), é utilizado

sempre por 63% das cooperativas. O Período Payback, o Valor Presente Líquido e a Taxa

Interna de Retorno são métodos utilizados com frequência na avaliação de investimentos,

porém com porcentagem menor que o IR. Já a Taxa de Retorno Contábil é eventualmente

utilizada e a Taxa Interna de Retorno Modificada nunca utilizada pelas cooperativas.

Analisando os estudos anteriores, observa-se que, apesar da adoção dos diferentes

métodos de avaliação do orçamento, há predominância do Período Payback nos estudos

realizados nos Estados Unidos (SCHALL; SUNDEM E JUNIOR GEIJSBEEK, 1978;

WHITE; MILES E MUNILLA, 1997), no Reino Unido (PIKE, 1982, 1985, 1988; PEEL E

BRIDGE, 1998; BROUNEN; DE JONG E KOEDIJK, 2004), na Malásia (KWONG, 1986),

no Japão (PEEL E BRIDGE, 1989), na Alemanha (PEEL E BRIDGE, 1989; BROUNEN; DE

JONG E KOEDIJK, 2004), na Suécia (SANDAHL E SJÖGREN, 2003; HOLMÉN E

PRAMBORG, 2009), na França e na Holanda (BROUNEN; DE JONG E KOEDIJK, 2004) e

em Hong Kong (LAM; WANG E LAM, 2007).

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4.2. Técnicas para definição da taxa de retorno

No que tange às técnicas utilizadas na definição da taxa mínima de retorno aceitável,

as cooperativas catarinenses favorecem o uso do Custo da Dívida. Considera-se também o

emprego do Custo do Capital Próprio, atribuído para definição da taxa de investimento por

38% dos gestores.

As cooperativas, em sua maioria, não aplicam a mesma taxa mínima de retorno

aceitável para todos os seus investimentos, conforme demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2: Características da taxa mínima de retorno aceitável

Qual(is) as técnica(s) utilizada(s) na definição da taxa de mínima de retorno aceitável para um novo investimento?

Técnicas N° % Custo médio ponderado do capital – WACC 1 13

Custo da dívida 4 50 Custo do capital próprio 3 38

Uma taxa aleatória 2 25 Outra - -

A taxa mínima de retorno aceitável é igual para todos os investimentos? Sim Não 12% 88%

Fonte: Dados da pesquisa.

Estudos anteriores mostram que o Custo da Dívida é a técnica mais utilizada segundo

Lazaridis (2004) no Chipre, Brijlal e Quesada (2009) na África do Sul, e Maquieira, Preve e

Sarria-Allende (2012) na América Latina.

Divergindo dos resultados encontrados, estudos na América do Norte confirmam o

Custo Médio Ponderado de Capital como a técnica predominante na definição da taxa mínima

de retorno aceitável (SCHALL; SUNDEM E JR. GEIJSBEEK, 1978; GRAHAM E

HARVEY, 2001; RYAN E RYAN, 2002; BLOCK, 2003; BENNOUNA; MEREDITH E

MARCHANT, 2010).

Tendo em consideração a análise de risco dos investimentos, as cooperativas utilizam

predominantemente as técnicas de Análise de Cenários e Análise de Sensibilidade, conforme

expresso na Tabela 3.

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Tabela 3: Análise de risco dos investimentos Qual(is) a(s) técnica(s) utiliza(s) para fazer análise de risco do investimento?

Técnicas Sempre Quase Sempre Eventualmente Quase Nunca Nunca

N° % N° % N° % N° % N° % Análise de cenários 6 75 1 13 - - - - - -

Análise de sensibilidade 5 63 2 25 - - - - - - Simulação de Monte Carlo - - 1 13 1 13 - - 4 50

Árvore de decisão 2 25 2 25 - - - - 2 25 Outra - - - - - - - - 1 13

Não utiliza técnica formal 1 13 - - - - - - - - Fonte: Dados da pesquisa.

A Simulação de Monte Carlo não retrata confiabilidade às cooperativas, sendo nunca

utilizada por 50% dos responsáveis. Apenas uma cooperativa não utiliza técnica formal para a

análise de risco dos investimentos, e outra, utiliza uma outra técnica não compreendida na

pesquisa.

4.3. Tratamento dos investimentos

Os gestores das cooperativas catarinenses, em sua maioria, concordam que a etapa

mais crítica do processo de investimento seja a definição do projeto e previsão do fluxo de

caixa. A análise financeira e escolha do projeto também foram julgadas críticas, com 25% da

amostra, conforme evidencia o Gráfico 1.

Gráfico 1: Etapa crítica do processo de investimentos

Fonte: Dados da pesquisa.

No tocante aos investimentos alocados nos últimos 5 anos, os projetos de manutenção

receberam de 0% a 20% , o que caracteriza este tipo de investimento como não significativo

ou nulo para as cooperativas, conforme Tabela 4.

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Tabela 4: Tratamento dos investimentos nas cooperativas

Onde foram alocados seus investimentos nos últimos 5 anos? 0% a 20% 21% a 40% 41% a 60% 61% a 80% 81% a 100% Projetos de manutenção 6 2 - - - Projetos de expansão existentes 2 3 1 1 1 Novos projetos de Expansão 2 3 2 1 -

Há pelo menos um membro da alta direção diretamente envolvido na análise e acompanhamento das decisões de investimento?

Sim Não 100% -

A empresa possui um manual ou diretrizes básicas de investimento? Sim Não 50% 50%

A empresa faz auditorias dos gastos com investimentos? Sim Não 75% 25%

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação aos novos projetos e os já existentes, visualiza-se que receberam mais

atenção das cooperativas, sendo que foram destinados de 21% a 40% dos investimentos em

sua maioria.

No que diz respeito ao acompanhamento das decisões de investimento, há sempre um

membro da alta direção envolvido diretamente. Em relação às auditorias dos gastos com

investimentos, nota-se que são realizadas em 75% das sociedades respondentes.

Quanto ao grau de previsibilidade do ambiente das cooperativas, o comportamento dos

concorrentes e as mudanças tecnológicas são estimados como parcialmente previsível pela

maioria dos gestores. O comportamento dos fornecedores e do mercado Financeiro, conforme

o Quadro 4, também são avaliados como parcialmente previsíveis, porém por apenas 38% da

amostra.

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Quadro 4: Grau de previsibilidade do ambiente das cooperativas

AMBIENTE

Totalmente

Imprevisível

Parcialmente

Imprevisível Eventualmente

Parcialmente

Previsível

Sempre

Previsível

Sem

Resposta

N° % N° % N° % N° % N° % N° %

Comportamento dos fornecedores 1 13 2 25 - - 3 38 - - 2 25

Comportamento dos concorrentes - - 3 38 - - 5 63 - - - -

Gostos e preferências dos clientes

- - 4 50 - - 4 50 - - - -

Comportamento do mercado financeiro 2 25 2 25 1 13 3 38 - - - -

Comportamento do governo 3 38 2 25 1 13 2 25 - - - -

Comportamento dos sindicatos 2 25 4 50 - - 2 25 - - - -

Mudanças tecnológicas 1 13 - - 1 13 5 63 - - 1 13

Fonte: Dados da pesquisa.

Outrossim, percebe-se que os gostos e preferências dos clientes caracterizam-se

igualmente em parcialmente imprevisíveis e parcialmente previsíveis. Ademais, o

comportamento dos sindicatos é estimado como parcialmente imprevisível.

Os gestores foram inquiridos sobre os sistemas de informações desenvolvidos nas

cooperativas. O Quadro 5 demonstra que as informações referentes ao fluxo de saídas e

entradas projetadas são obtidas com frequência, sempre à disposição em 75% dos casos.

Quadro 5: Freqüência em que as informações são obtidas pelos sistemas de informações

INFORMAÇÕES Sempre Às vezes Pouco Quase nunca Nunca

N° % N° % N° % N° % N° %

Fluxo de saídas projetadas 6 75 1 13 - - 1 13 - -

Fluxo de entradas projetadas 6 75 1 13 - - 1 13 - -

Custo do capital e taxa mínima de retorno 4 50 2 25 - - 1 13 1 13

Expectativa de vida útil 4 50 2 25 - - 2 25 - -

Dados macroeconômicos 4 50 2 25 1 13 1 13 - -

Revisão pós-auditoria 3 38 4 50 - - 1 13 - -

Fonte: Dados da pesquisa.

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Em remate, as informações sobre o custo do capital e taxa mínima de retorno são, em

geral, obtidas sempre, e às vezes por 25% das cooperativas. Por outro lado, a revisão pós-

auditoria é classificada como uma informação obtida com baixa frequência.

5. Considerações Finais

Para responder ao objetivo desta pesquisa, qual seja identificar e analisar as práticas de

orçamento de capital adotadas pelas cooperativas agropecuárias de Santa Catarina, aplicaram-

se questionários em 11 cooperativas agropecuárias associadas à Federação das Cooperativas

Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (FECOAGRO). Mediante a obtenção das

respostas, puderam-se verificar as práticas de orçamento de capital das cooperativas, bem

como observar questões sobre a avaliação dos investimentos e a taxa mínima de retorno.

No que diz respeito aos gestores das cooperativas, notou-se que a média de idade está

entre 60 anos ou mais e que estes trabalham há mais de 9 anos em serviço da cooperativa.

Adicionalmente, constatou-se que metade dos gestores possui graduação, 25% possuem pós-

graduação e 25% apenas nível médio.

Quanto aos métodos de avaliação do orçamento utilizados, vislumbrou-se a

predominância do Índice de Rentabilidade, e a utilização frequente do Período Payback, do

Valor Presente Líquido e da Taxa Interna de Retorno, porém com menor porcentagem.

Em relação às técnicas utilizadas na definição da taxa mínima de retorno aceitável, as

cooperativas catarinenses favorecem o uso do Custo da Dívida e do Custo do Capital Próprio.

Quanto à taxa mínima de retorno aceitável, em 88% da amostra, não é a mesma para todos os

investimentos.

O Custo da Dívida é também abordado em outros estudos como técnica dominante em

outros países: no Chipre, por Lazaridis (2004), na África do Sul, por Brijlal e Quesada (2009)

e na América Latina, por Maquieira, Preve e Allende (2012).

Outrossim, visualizou-se que a definição do projeto e previsão do fluxo de caixa são

consideradas pelas cooperativas as etapas mais críticas do processo de análise de

investimento. Ademais, a alta direção está sempre envolvida nas decisões e análises de

investimentos e a auditoria dos gastos com investimento é realizada em 75% das cooperativas.

No que tange ao grau de previsibilidade do ambiente das cooperativas, o

comportamento dos concorrentes e as mudanças tecnológicas são estimados como

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parcialmente previsível. Por outro lado, o comportamento do governo foi avaliado como

totalmente imprevisível pelos gestores.

Por fim, a revisão de literatura sobre orçamento de capital mostrou que ainda há

dificuldades de encontrar estudos relacionados com o objetivo deste artigo. Sugere-se uma

extensão nas pesquisas, abrangendo um número maior de cooperativas dos diversos setores, a

fim de ampliar as possibilidades de comparação. Recomenda-se, ainda, o desenvolvimento de

questionários aprofundados de orçamento de capital, para maior reflexão do assunto.

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