erradicar ou conviver?? -...
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ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA
Raymundo Rizaldo Pinheiro
ERRADICAR OU CONVIVER??
ENFERMIDADES VÍRICAS
CAE / MV
PARVORIROSE
CHIKUNGUNYA DENGUE INFLUENZA RAÍVA
AFTOSA
EBOLA
IBR ECTIMA CONTAGIOSO ROTAVIROSE LÍNGUA AZUL
A gripe espanhola - 50
milhões de vítimas - isso
corresponde a apenas
2,5% dos infectados.
Já o vírus do ebola têm
fatalidade de até 90% .
Rodrigues
Alves
Entre outubro e novembro
de 1918, São Paulo viveu 45
dias de terror, com a gripe
espanhola atingindo mais de
23% da população e
matando pelo menos 1%.
Imunodeficiência
símia
Relacionado
Imunodeficiência
bovina
Anemia
infeciosa eqüina
Imunodeficiência
felina
(Brodie, 1992)
RETROVÍRUS - LENTIVIROSES
AIDS
Maedi-Visna
Foto
-http
://ww
w.asm
excriado
resdeo
vino
s.org
Foto: http://patologiaemdiscussao.blogspot.com.br/2010/05/aids-em-chipanzes-chipanzes-selvagens.html
Foto: http://felinosurbanos.blogspot.com.br/2012/04/doencas-felinas-i-aids-felina.html
Foto: http://vetimunodeficiencia.blogspot.com.br/2010/07/imunodeficiencia-bovina.html
Foto: http://www.marchaweb.blogger.com.br/2003_05_18_archive.html
http://blogfilhosdarevolucao.files.wordpress.com/2012/11/aids.jpg?w=500
Foto
: Arq
uiv
o p
esso
al
Artrite Encefalite Caprina
Lentivírus de pequenos ruminantesClassificação taxonômica Souza (2014)
LENTIVÍRUS DE PEQUENOS RUMINANTES
A Artrite-Encefalite Caprina
é causada por um vírus, que acomete:
Caprinos de qualquer raça; sexo e idade.
Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal
A CAE no BrasilEstado Ocorrência (%) Autores
Alagoas 1,42 Costa et al. (2011)
Alagoas 5,2 Damasceno et al. (2017)
Bahia positivo Fiterman (1988)
Bahia 12,8 Assis & Gouveia (1994)
Bahia 9,2 Gouveia et al. (1998)
Bahia 29,2 Ramalho (2000)
Bahia 13,4 Almeida et al. (2001)
Bahia 21,63 Edelweis et al. (2001)
Bahia 0,73 Oliveira et al. (2006)
Bahia 8,75 Torres et al. (2009)
Bahia
Ceará
0,29
40,7
Lima et al. (2013)
Pinheiro et al. (1988)
Ceará 27,5 Assis & Gouveia (1998)
Ceará 40,73 Melo & Franke (1997)
Ceará
Ceará
1
4,6
Pinheiro et al. (2001)
Santiago et al. (2012)
Espírito Santo 47,5 Gouveia et al. (1998)
Goiás 10,0 Gouveia et al. (1998)
Goiás 34,5 Santin et al. (2002)
Goiás
Maranhão
2,93
50,6
Defesa (2014)
Alves & Pinheiro (1997)
Minas Gerais 33,3 Assis & Gouveia (1994)
Minas Gerais 23,6 Gouveia et al. (1998)
Minas Gerais 0,30 Yorinori (2002)
Minas Gerais 5,9 Gouveia et al. (2003)
Pará 40,0 Ramos et al. (1996)
Pará
Paraíba
8,33
6,64
Silva et al. (2011)
Bertolini et al. (1995)
Paraíba 3,0 Castro et al. (2000)
Estado Ocorrência (%) Autores
Paraíba
Pernambuco
Pernambuco
8,2
17,6
17,7
Bandeira et al. (2008)
Saraiva Neto et al. (1993)
Castro et al. (1994)
Pernambuco 3,9 Castro et al. (2000)
Pernambuco 22,99 Callado et al. (2003)
Pernambuco 3,8 Oliveira et al. (2006)
Piauí 4,4 Pinheiro et al. (1996)
Piauí 2,5 Batista et al. (2004)
Rio de Janeiro 29,7 Assis & Gouveia (1994)
Rio de Janeiro 21,0 Cunha & Nascimento (1995)
Rio de Janeiro 10,6 Gouveia et al. (1998)
Rio de Janeiro 14,1 Lilembaun et al. (2007)
Rio G. do Norte 11 Silva et al. (2005)
Rio G. do Norte
Rio G. do Sul
1,1
positivo
Santos et al. (2012)
Moojen et al. (1985)
Santa Catarina 6,72 Sell (2000)
São Paulo 49,0 Garcia et al. (1992)
São Paulo 29,8 Fernandes (1997)
São Paulo 57,0 Araújo et al. (1997)
São Paulo 43,01 Leite et al. (2004)
São Paulo 34,93 Madureira & Gomes (2007)
São Paulo
Sergipe
15,1
4,25
Lara et al. (2013)
Melo et al. (2003)
Tocantins 2,7 Sobrinho et al. (2010)
Enfermidade Número de animais
Prevalência Enquetes Enquetes com soropositivos (%)
CAE > 27000 18,7% 52 52 (100%)
Maedi-Visna (372/13847) 2,7% 27 17 (63,0%)
Situação geral das LVPR no Brasil
FATORES DE RISCO
NO ANIMAL JOVEM:através de embrião nulotransmissão final da gestação muito fracopelo colostro de cabra infectada elevadopela mistura de colostro de cabras infectadas muito elevadopelo leite de cabra infectada elevadopela mistura de leite de cabras infectadas elevadopelo tatuador moderadotransplacentária fracoconfinados no mesmo local – aleitamento coletivo elevadocanal do parto e fluídos uterinos fraco
ENTRE ADULTOS:ordenha mecânica muito elevadoagulhas, tatuadores, instrumentos cirúrgicos contaminados moderado
confinados no mesmo local elevadopastejando juntos no campo fracosêmen de animal infectado fraco
ENTRE REBANHOS:pela introdução de fêmeas infectadas muito elevadopela introdução de machos infectados fraco
Fonte: DION & DUFOUR, 1990 modificado
Desenvolvimento da enfermidade
Macrófagos
MVV
(Narayan et al., 1993)
Monócito
Macrófago
http://upchucked.blogspot.com.br/2009/04/if-only-
sally-sold-t-cells-by-sea-shore.html
foto: C. Goldsmith/ CDC
Desenvolvimento da enfermidade
Infecção
Soroconversão
Início das lesões
Sintomas clínicos
Morte
Latência Evolução das lesões
Disseminação viral para o ambiente
Propriedades biológicas determinantes
da infecção persistente
1) Integração ao genoma, no DNA, da célula hospedeira, desta
forma eles evitam sua eliminação pelo sistema imune
2) Multiplicação preferencial em macrófagos
3) Formação deficiente de anticorpos neutralizantes
4) Infecção de células precursoras (medula) produção
contínua de monócitos contendo o provírus
5) Infecção intrauterina
Forma ArtríticaHigroma
Perda flexibilidade
Dificuldade de locomoção
Deformação da articulação
Emagrecimento
Dor
ProstaçãoFonte: Linklater; Smith, (1993).
Fonte: Linklater; Smith, (1993).
Forma Nervosa Dificuldade de locomoção
Incoordenação motora
Paralisia ascendente
(posterior e anterior)
Depressão
Nistagmo
Andar em círculo
Tremores
Torcicolo
Cegueira
Foto: Oliveira, (2009).
Forma Pulmonar
Tosse
Dispnéia
Congestão
Pneumonia Intersticial
Fonte: Linklater; Smith, (1993). Fonte: E. Minguijón, et al. Veterinary Microbiology, 2015, Available online 28 August 2015
Fonte: Arquivo pessoal
Fonte: Arquivo pessoal
Forma Mamária
Mastite intersticial
Queda da produção de
leite
Endurecimento da
glândula mamária
Foto: Brito, (2008).
Foto: Brito, (2008).
Foto: Brito, (2008).
PORQUE CONTROLAR A
CAE??
Impacto Econômico/Sanitário
• Depreciação Econômica do rebanho
• Barreiras sanitárias
• CAE – Mercosul - resoluções 65/94 e 66/94
• Queda na produção de leite
• Comprometimento da qualidade do leite
• Redução do índice de conversão alimentar (perda de peso)
• Morte de animais jovens
• Perda de material genético
• Falhas reprodutivas
• Aumenta a predisposição a verminose
• Abate prematuro de animais positivos
• Custo para implantação de programas de controle
• Compromete o Bem Estar Animal
Perdas
Produção leiteira
7
11,5
16
20,5
25
29,5
34
38,5
43
1 2 3 4 5 6 7
meses avaliados
Kilo
gra
ma
s (
Kg
)
Não infectadas Infectadas
Brito (2009)
Perdas
Gordura
3,13,353,6
3,854,1
1 2 3 4 5
meses de coletas
Pe
rce
ntu
al (%
)
Não infectadas Infectadas
Sólidos totais
10
11
12
13
1 2 3 4 5
meses de coletas
perc
en
tual
(%)
Não infectadas Infectadas
Contagem de Células Somáticas (CCS)
1000
15002000
25003000
3500
1 2 3 4 5
meses de coletas
(x10
3 c
élu
las/m
L)
Não infectadas Infectadas
Brito(2009)
Perdas
Número de vermifugações pelo método FAMACHA© em rebanhos
soropositivo e soronegativo para Artrite-Encefalite Caprina.
(Carneiro, 2011)
Perdas
Custos com aplicação de vermífugo pelo método FAMACHA© e mão-
de-obra em caprinos soropositivos e soronegativos para a Artrite-
Encefalite Caprina.(Carneiro, 2011)
Perdas
Produção de leiteCAEV
Soronegativas Soropositivas
Números de matrizes leiteiras (a) 20 a 20 a
Produção média diária em Kg de leite (b) 0,94 a 0,74 b
Produção total diária em Kg (a x b) = (c) 18,8 a 14,8 b
Números de dias em lactação (d) 210 a 210 a
R$ em kg (e)* 1,08 a 1,07 a
Receita em R$ ao dia com a venda de leite
(c x e) = (f)20,30 a 15,84 b
Receita em R$ durante a lactação (d x f) 4.263,84 a 3.325,56 b
Receita com a venda de leite de cabras ½ Anglo-Nubiana x ½ Saanen
soropositivas e soronegativas para o vírus da Artrite-Encefalite Caprina em
rebanho no semiárido.
* Preço do leite de cabra praticado pelo Programa de Pagamento por Qualidade (PPQ) adotado pela CCA laticínios - Caprilat[1].
Valores seguidos pela mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste t (P>0,05).
(Carneiro, 2011)
COMO CONVIVER COM A
CAE??
• Eliminar a doença clínica da propriedade,
considerando que os animais clinicamente afetados
levam a graves perdas produtivas;
• Redução do número de animais infectados;
• Obter animais soronegativos para reposição
progressiva do plantel base;
• Controlar a infecção do plantel;
• Manter a produção e o material genético
Programa integrado de controle da Artrite Encefalite Caprina
VISA:
Medidas de controle que baseiam-se no bloqueio datransmissão do vírus a partir de animais infectados.
RECOMENDAÇÕES PARA CONVIVER COMA CAE
Quando animais do rebanho apresentaremresultados positivos nos testes recomenda-se:
• NÃO DESCARTAR OS ANIMAIS POSITIVOS
• IMPLANTAR MEDIDAS PARA REDUZIR ADISSEMINAÇÃO DA ENFERMIDADE NOREBANHO E RETARDAR OU MINIMIZAR ASINTOMATOLOGIA CLÍNICA.
MEDIDAS
• Se possível separação de animais soropositivos e soronegativos;• Realização periódica (semestral/anual) do teste sorológico;• Separação das crias logo após o nascimento. Esta separação
deverá ser realizada tanto em crias do grupo positivo como do grupo negativo;
• Fornecimento de colostro de vaca, artificial ou colostro de cabras termizado a 56º C por uma hora;
• Aleitamento artificial dos cabritos com leite de vaca pasteurizado ou sucedâneo;
• Os reprodutores e rufiões deverão ser testados no máximo 30 dias antes e 30 dias depois da estação de monta;
• Utilizar agulhas e seringas descartáveis;• Esterilizar o material cirúrgico e desinfetar os dígitos de
tatuadores para uso em diferentes animais;• Fazer a higiene periódica das instalações;
MEDIDAS• Estabelecer linha ou sequência de ordenha, • Na ordenha mecânica, recomenda-se a desinfeção rigorosa do
equipamento para uso entre animais e entre ordenhas;• Abate de todos os animais positivos com grave sintomatologia
(animal ajoelhado, em decúbito, com dor e/ou sofrimento, etc);
• No ato da compra de animais, exigir duas sorologias negativas do rebanho. (Evitar a entrada de cepas virais mais patogênicas);
• Realizar um exame sorológico na chegada do animal a fazenda e ao sair da “quarentena”, por um período mínimo de noventa dias (Evitar a entrada de cepas virais mais patogênicas).
IMPORTANTE:
• Manejo geral adequado (nutricional, sanitário, reprodutivo,descarte orientado, etc) Rebanho contaminado com LVPRcontinuará produtivo, apesar de apresentar uma perdaestimada, JÁ ABSORVIDA, de até 15% na produção e/ouqualidade do leite.
• Cada criador deve fazer uma avaliação de custo-benefício naimplantação das medidas de controle em seu rebanho.
• Quanto mais medidas de controle forem implantadas, maioresserão as chances de controle da enfermidade.
• Se nenhum procedimento for realizado, o aparecimento desintomatologia clínica, principalmente artrite e mamite, serámais rápido e comprometerá ainda mais a produção, além deinfringir dor e sofrimento aos animais enfermos.
ERRADICAR A CAE??
Erradicação??
REBANHO CAPRINO DE CRIAÇÃO EXTENSIVA
• Teste de IDGA semestral (até três resultados
negativos do rebanho)
• Abate imediato de animais positivos
• Se o rebanho caprino tiver contato com rebanho
ovino – incluir os ovinos no programa
Rebanho caprino SRD/Nativo criado em regime extensivo. IDGA semestral
Coletas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Rebanho Leiteiro (regime intensivo e/ou semintensivo)
Fatores de risco e transmissão• Teste de diagnóstico
• Testes de laboratório semestralmente (Elisa ou Western Bloting)• Prevalência < 5 %
• Erradicação – associar Elisa / Western Blotting + Reação em cadeia de polimerase – PCR + Formação de Novo Rebanho• Rebanho erradicado (testes anuais)
• Biotécnicas reprodutivas • Transferência de Embriões
Programa integrado de controle da Artrite Encefalite Caprina - PCAEV
Identificação Permanente dos Animais
Reprodução Programada
Banco de Colostro de Vacas ou
Cabras Soronegativas ou termizado
Banco de Leite de Vaca
Boas Condições Gerais de Higiene e Manejo
MEDIDAS DE MANEJO NECESSÁRIAS