revista conviver #13

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ISSN 1983-1102

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Publicação trimestral da Unimed Campina Grande.

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ISSN

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3-11

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64SAÚDE AUTO ASTRAL

• traço de humor • CoNVIVa!

UNIMED: UMA MARCA NO SEU TEMPO

12• dr. QueIroGa• eStratÉGIa e PLaNeJameNto• QuaNdo a CooPeraçÃo É o deStaQue• um “CurrÍCuLo” Para a VIda

46RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

• o amor de SÃo FraNCISCo PeLa NatureZa• reLatoS de uma raZÃo Para VIVer

18

PONTO DE VISTA - A VIDA EM DEBATE• a Idade da aLma• do rISo ao SISo - da PIada À FILoSoFIa• o homem PSoCoSSomÁtICo• oS JoVeNS e a eSPeraNça• reSPoNSaBILIdade CIVIL mÉdICa

50

ARTES EM MOVIMENTO

• SeNSIBILIdade CrôNICa• hIStórIa ou eStórIa?• ProGrama CaSÉ• Como Se mede um artISta• o NINho do Poeta• o ProCeSSo CrIatIVo

32 NOSSO PATRIMÔNIO

• maYaNa NeIVa 62CIDADE - QUE GRANDE CAMPINA

• SoCorro a CamINho - Samu 192

MEDICINA PREVENTIVA

36• VoCÊ JÁ SeNtIu aLGuma dor Na CoLuNa?• dIreIto do PaCIeNte e a PrÁtICa da aSSIStÊNCIa À SaÚde• hIStórIa da aNeSteSIa II• FôLeGo Para toda a VIda• traBaLho em eQuIPe Na aSSIStÊNCIa de eNFermaGem

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

COLUNISTASUMA MARCA NO SEU TEMPO

CONVIVA!

NATUREZA MÉDICA

O RISO E O SISO

SENSIBILIDADE CRÔNICA

TRAÇO DE HUMOR

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS

DR.JOSÉ MORAIS LUCAS médico anestesiologista, Cooperado da unimed Campina Grande, membro da academia Campinense de Letras.

DR. EDMUNDO DE OLIVEIRA GAUDÊNCIOmédico Psiquiatra, Cooperado da unimed Campina Grande, Professor de Psiquiatria da uFCG.

FRED OZANANJornalista, chargista, design gráfico, sócio fundador da Fundação Nacional do humor (PI), membro da associação dos Cartunistas do Brasil (SP).

DR.JOSÉ ALVES NETOmédico ultrassonografista, Cooperado da unimed Campina Grande.

MICA GUIMARÃESJornalista, Professor do Curso de Comunicação Social da universi-dade estadual da Paraíba, radialista.

DR. FLAWBER ANTONIO CRUZ Perito médico do INSS - especialista em Pediatria - membro do Conselho regional de medicina.

ECOSCIENTEROSÂNGELA ALVES DE SOUTO Graduada em Ciências Biológicas, mestre em agronomia, doutoranda em recursos Naturais.

• traço de humor • CoNVIVa!

ANA CLARA DE SOUSA AMORIM Graduada em enfermagem pela FCm, Pós graduada em Saúde da Familia e Saúde Pública pela Fur-Ne.

FABIANA DIAS enfermeira auditora da unimed Campina Grande, Graduada em en-fermagem pela FCm, Pós Graduada em auditoria de Sistema de Saúde pela universidade estácio de Sá e em marketing pela uePB.

ROBERTA SILVANA MEDEIROSFisioterapeuta formada pela uN-eSC Faculdade. especialização em Programa de Saúde da Família pela FurNe/unipê-PB.

KARINA CARMEM DE C. PASSOS Formada em educação Física pela uePB; especialista em atividade Física e Saúde pela FIP; Professora de hidrogisnastica e Natação do SeSI e Coordenadora do Grupo de 3ª idade “razão de Viver”.

RAMONA GUEDESFormada em dIreto PeLo uNIPÊ- 2004 – membro da equipe do departamento Jurídico da un-imed Campina Grande. especiali-dade em Processo Civil e direito tributário.

DR.DÉCIO IANDOLI JR.médico pela universidade São Francisco, em Bragança Paulista. especialista em Cirurgia Geral e em Cirurgia do aparelho digestivo pela Secretaria da Saúde do estado de São Paulo. doutor em medicina pela universidade Federal Paulista – es-cola Paulista de medicina (uNIFeSP--ePm).

DRA. TATIANA MEDEIROSmédica ortopedista, Cooperada da unimed Campina Grande. Secre-tária de Saúde do município.

MICHELE WADJAGraduada em jornalismo pela uePB, especialista em técnicas de re-portagem pela universidade ramon Llull de Barcelona e mestranda do Programa de Pós-graduação de história da uFCG. Professora pela faculdade CeSreI.

EVERALDO DA NÓBREGAadvogado, escritor, poeta, cro-nista.

ELIO PENTEADOator desde 1959 formado pelo Cen-tro Popular de Cultura rJ, diretor e Produtor de teatro tendo atuado em montagens como ‘rei Lear’ e ‘Lan-celot’, tendo importantes passagens em televisão e Cinema

DR.EDIVAL ALVES DA SILVAmédico dermatologista, Cooperado da unimed Campina Grande. re-presentante Nacional da eP- escola de Pais-Paraíba

DR. EVERALDO LOPESmédico em Ginecologia oncoló-gica; um dos fundadores da Fa-culdade de medicina de Campina Grande; Professor aposentado e escritor.

MARCOS ARRUDA Graduado em medicina, pela Fac-uldade de Ciências médicas da universidade do estado de Pernam-buco. Pós-graduação em aneste-siologia e algologia. médico Coop-erado unimed Campina Grande.

FREI ANíZIOPadre Franciscano (ordem dos Fra-des menores), Professor com mes-trado em Sagrada escritura e his-tória de Israel, mestre em Sagrada escritura Conhecimentos midraxe.

EQUIPE CONVIVER

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homem se dá conta da própria lacuna ontológica e busca um fundamento que a preencha. Encontra

sua própria razão de ser no ato de perseguir esse alicerce existencial. Mas só o absoluto preenche a falta original, percebida como vazio pela autoconsciência. O homem anseia tornar o seu nada em algo significativo, fazendo desta busca sua realidade, num vir a ser criativo. Para esta tarefa hercúlea “faz da razão e da fé, os dois olhos da alma; da verdade e da crença os dois polos da vida” como disse Guerra Junqueiro em “A velhice do Padre Eterno”. A esperança e a fé se im-plicam, e vão além da razão. Nesta transcendência criativa o homem se constrói, preenchendo a falha origi-nal com um fundamento ontológico criado por ele mesmo... pois até o que lhe é “revelado”, passa pelo crivo da “existência”, o modo de ser peculiar ao homem, entendido como

exercício da consciência respon-sável. Numa perspectiva dinâmica, esperança e a fé são o corolário da existência. Obviamente, a esperança e a fé só produzem os efeitos espe-rados se o seu objeto for absorvido como realidade pelo dinamismo pes-soal. Neste movimento subjetivo a esperança é a âncora da fé. Pois que o ato de fé comporta dois tempos: dar crédito, e eliminar a dúvida. Quando não houver dúvida haverá certeza de fé. Mas, subsistindo a dúvida diante do absurdo - absoluto irredutível à razão - a esperança renova a fé, mo-mento a momento. A esperança é o antídoto da dúvida resiliente, pois a fé não anula o absurdo - objeto da crença - apenas suspende a dúvida racional. Assim, a fé e a esperança se auxiliam mutuamente. É preciso crer na possibilidade de que algo ocorra para nutrir a esperança de que acon-teça... afinal, como falou Unamuno, “ter fé não é crer no que não vimos, porém criar o que não vemos”. E é a esperança que sustenta a fé bruxule-

ante, quando a dúvida subjacente a ameaça. A esperança é arma poder-osa contra o risco de perder a fé re-dentora. Nada faz sucumbir a espe-rança. Nem a frustração de amores não vividos ou de prazeres apenas sonhados, enquanto a moenda do tempo, roda, roda, sem espremer da vida a ventura da existência plena de sentido. O galardão deste viver so-frido - busca sem fim da essência hu-mana - é a certeza de havê-lo vivido com bravura, sem jamais ceder às tretas da impostura. Se alcançarmos a dita de integrar-nos num todo absoluto sig-nificante e significado de si mesmo, teremos alcançado a sonhada pleni-tude, preenchendo a “lacuna on-tológica”... máxima realização da aventura humana. Mas se nos es-capar tal felicidade, seremos, ainda, almas em festa, palpitando no seio da esperança... Certamente a vida plena transcende o vir a ser temporal sempre fugaz!...

EDIÇÃO ANTERIOR

ESPERANÇA

CARTAS

CoNVIVeNdo Com VOCÊ

O

ESPAÇODO LEITOR

A edição da Conviver número 12 estava muito interessante. Um dos artigos que mais me chamou atenção foi “Amigos, amigos, generosidade faz parte”, escri-ta pela jornalista Aline Durães sobre o belo trabalho feito no Hospital da FAP. Temos que ter exemplos como este!

Virna Brilhante - Analista de marketing

Não sou natural de Campina Grande, mas me sinto como se fosse. Por este motivo me identifiquei muito com a crônica do jornalista Mica Guimarães intitulada “Vivendo Campinensemente”. O texto mostra muito do cotidiano desta cidade que adotei como minha.

Alípio Hortins – Professor

dr. eVeraLdo LoPeS

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DA UNIMED

m nossas vidas para que haja um novo começo é preciso que tenhamos pontuado com maturidade os nossos antigos ciclos. Afinal, estes funcionam como uma espécie de capítulos que interligam a tra-jetória de pessoas, instituições e sociedades. O ano de 2011 é a nossa ‘nova página em branco’, a ser escrita com as tintas da determinação,

esperança e vontade. Uma composição construída sobre a soma das experiências vividas a delinear o nosso futuro sedimentado ao sabor dos desafios, das conquistas e acima de tudo de aprendizado. O Brasil inicia este novo ciclo infelizmente, com mais uma severa resposta da natureza a ausência de uma política de infraestrutura por parte de algumas instituições públicas associada a uma economia predatória e invasiva realizada em muitos municípios da nação. A mais recente tragédia ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro, já classificada entre os dez maio-res deslizamentos do mundo, expôs um grande rastro de vulnerabilidade a qual uma comunidade pode estar sujeita quando o interesses de particulares se sobrepõem ao valor de uma vida.Mas diante da mais profunda desordem ou da mais extrema dor, a necessidade de um novo começo urge, ma-terializado no apoio que as próprias vítimas se dão dirigindo esforços a quem mais sofre. Uma reconstrução apoiada na solidariedade e comunhão de esforços. Por outro lado focos de novos caminhos adotados por algumas empresas brasileiras já nos apontam uma animadora postura na área de sustentabilidade. Em 2010 uma pesquisa realizada pelo Instituto de Logísti-ca Supply Chain apontou que mais de 100 empresas brasileiras já estão adotando medidas concretas em busca de obterem um bom desempenho na área ambiental. Ações como redução do consumo de água , mudança nas formas de armazenamento e até a capacitação dos seus executivos junto ao tema meio ambiente . Segundo os dados, mais de 60 % dos empresários ouvidos na pesquisa acham que as mudanças climáticas já tem impactos hoje em seus negócios . A partir de novos paradigmas o Brasil olha para o mundo, através de uma ótica social própria , tendo no comando uma Presidente que ao ocupar de forma inédita o comando geral da nação traz em seu contexto uma singular expectativa depositada por cada um de nós brasileiros. O clamor da sociedade, principalmente das áreas periféricas a uma nova postura no combate as drogas também já começa a mostrar ainda que de forma pontual a ideia de que é chegado um novo tempo. O Brasil como nação em 2011 precisa saber como ‘começar’, pois diante do que já foi conquis-tado redobra ainda mais a responsabilidade dos reflexos futuros, algo que pode ser compreendido como o aproveitar de oportunidades. Isto porque sintomaticamente a economia mundial já aponta que ano de 2011 que será um período de extremos, onde as grandes lideranças mundiais já não prometem grandes novi-dades, ficando estas a cargo das nações emergentes onde o Brasil se inclui. E quando o assunto e viver bem, algo que a Unimed Campina Grande acredita e investe, o sonho de uma nação mais saudável parece não ser mais utópico. Em 2010 segundo a revista americana International Living, o Brasil subiu 5 posições da 43ª em 2009 38ª em 2010 no quesito qualidade de vida. Sendo avaliados os quesitos custo de vida, cultura e lazer, economia, ambiente, liberdade, saúde, infraestrutura, segurança e risco e clima. Indicadores como este só mostram que diante da nossa grande nação que somos o nosso novo começo não dever ser módico, afinal se um novo amanhã começa a ser construído no agora é certo que um novo fim bem mais positivo e esperançoso nos aguardar. É acreditar e começar um novo tempo, onde tudo é novo e não tudo de novo.

2011, UMA NOVA HISTÓRIA COMEÇA...

E

Dr. Francisco Vieira de OliveiraPreSIdeNte da uNImed

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DIRETORIA 2010/2014

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOPresidente: dr. Francisco Vieira de oliveiradiretoria administrativo – Financeira: dr. alexandre de Castro Batista Leitediretoria médico – operacional: dr. Noberto José da Silva Netodiretoria de mercado: dra. teresa Cristina mayer Ventura da Nóbrega

VOGAISdr. antonio dimas Cabral dr. emílio de Farias Juniordra. Gesira Soares de a Florentinodr. Giovannini Cesar a L de Figueiredodra. Waldeneide Fernandes azevedo

CONSELHO TÉCNICO E DE ÉTICAdr. Carlos roberto de S oliveiradra. deborah rose Galvão dantasdr. ericsson albuquerque marquesdr. Juarez Carlos ritterdr. José Protássio de Vieiradr. Saulo Gaudêncio de Brito

CONSELHO FISCAL 2010dr. Gladstone Botto de almeidadr. henrique Cesar Feitosa Pereiradr.Flavio Ventura P. de oliveiradra. andrea de amorim P Barrosdr. Guilherme Veras mascenodr. marcienio oliveira medeiros

ASSESSORIA JURíDICAdr. Giovanni Bosco dantas medeirosdra. maria rodrigues Sampaio

COMITÊ DE COMUNICAÇÃOdr. evaldo dantas Nóbregadr. Joaquim monteiro Franca Filho dr. José alves Netodr. José morais Lucasdr. José moisés medeiros Neto

DIREÇÃO/EDIÇÃOdrª. teresa Cristina m. V. da Nóbregaalice rosane Correia ribamildo Bezerra de Limaulisses Praxedes

JORNALISTA RESPONSÁVELribamildo Bezerra - drt 625/99

REDAÇÃOulisses Praxedes – drt 2787/08

FOTOGRAFIALeonardo dos Santos Silva

ASSESSORIA DE MARKETINGalice rosane Correia

REVISÃOeliene rezende

DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃOdaniel durantehttp://danieldurante.tumblr.com

IMPRESSÃOGráfica moura ramos

CIRCULAÇÃO2.000 exemplaresdistribuição Gratuitaedição trimestral

PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO(83) [email protected]

todo conteúdo veiculado nesta publicaçãoé de responsabilidade dos seus autores.

a revista Conviver é uma publicação sem fins lucrativos, custeada pelo material publicitário, veiculado na mesma.

Revista Conviver | 10

ESPAÇO DO LEITOR

ATENDIMENTO(83) 2101.6576 / [email protected]

PARA ANUNCIAR LIGUE: (83) 2101.6580 (alice)[email protected]

Campina Grande

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DA REDAÇÃO

odo começar requer atitude. É necessário um passo inicial, uma motivação e um foco para que se saiba onde quer ir. Na nossa vida

não é diferente. Existem vários começos ao longo de um ano e porque não dizer, a cada dia existem vários começos. E em cada começo destes existe a expectativa do novo, do que está por vir. Mas quem poderá prever o que virá? Quem poderá adiantar-se ao futuro e sondar os acontecimentos?Não existe máquina do tempo, isso é fato! Mas existem formas de planejar o futuro, ou seja, as ações começam agora. O que ocorrerá em dias vindouros será apenas consequência e reflexo das atitudes iniciadas agora. Por este motivo é que a Conviver, em sua primeira edição de 2011 nos faz refletir sobre o melhor que está para começar agora, pois é agora que o futuro começa a se fazer! Em sua já tradicional coluna “Uma marca no seu tempo”, Dr. José Morais Lucas nos traz à memória mais um dos grandes nomes da Medicina campinense. O Dr. Antonio Queiroga não poderia ficar esquecido por sua notável atuação na nossa cidade. Algumas páginas à frente encontramos uma temática bastante relevante para o momento atual, quando a advogada Ramona Guedes nos escreve sobre a responsabilidade civil do médico e suas implicações na sociedade. Falando um pouco sobre aspectos físicos e mentais, o conhecido médico Dr. Décio

Iandoli Jr., volta a abrilhantar a Conviver em seu artigo “O homem psicossomático”. Ao abordarmos os vários aspectos de uma sociedade e como a mesma pode avaliar suas condutas e assim tomar novas atitudes, lembramos dos direito que o paciente possui para Assistência à Saúde, um assunto abordado pela enfermeira Ana Clara Amorim. Em sua coluna “Natureza Médica” Dr. Flawber Cruz nos faz um convite à reflexão sobre a idade da alma e nosso posicionamento no tempo e no espaço. Na seção Nosso Patrimônio, nossas conhecidas páginas verdes, trazemos Mayana Neiva, uma campinense que está fazendo muito sucesso como a Desireé na novela Ti-ti-ti na Rede Globo. Ela fala sobre sua ligação com a terra natal e a influência da região para sua profissão. Dentro da nossa linha de incentivo à Qualidade de Vida, trazemos um grande exemplo. A maratonista Adélia nos fala sobre sua vida e a paixão pelo atletismo. Logo em seguida temos a história de um grande nome do Rádio: Ademar Casé. São estes e muitos outros assuntos que abrilhantam esta edição da Conviver que neste novo ano vem cheia de amor pela vida e de valorização à saúde. Desfrute deste material que foi feito especialmente para você, caro leitor.

Boa leitura!

Equipe Conviver.

PARA COMEÇAR

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T

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história da Medicina campinense, jamais poderia ser escrita sem ter um capítulo dedicado

à memória do Dr. Antonio Vieira Queiroga. Este médico paraibano, nascido em Pombal e formado pela Faculdade Nacional de Medicina, do Rio de Janeiro, escolheu a cidade de Campina Grande para instalar o seu Laboratório de Análises Clínicas, após ter se especializado nesta área da Medicina. Nesta cidade que tanto amou, onde viveu por 52 anos, nasceram os seus únicos filhos, Ayrton e Mariza. O primogênito, que é médico, reside nos Estados Unidos; Mariza, ainda jovem, casou-se com o médico Manoel Gaudêncio, político, com quatro mandatos de deputado estadual e ex-secretário de Estado nos Governos João Agripino e Ernani Sátyro. Hoje, afastado da Medicina e da política, Manoel Alceu Gaudêncio, com ajuda da esposa e dos filhos Delano - casado com Marianne, e Gustavo - casado com Fernanda, dirige o MAG Shopping, empreendimento vitorioso, localizado na capital paraibana, que além de ser um centro comercial, de serviços e de lazer, é acima de tudo um cartão postal da cidade de João Pessoa. Delano é formado em Direito, enquanto o seu irmão Gustavo é formado em Administração. O Dr. Ayrton Queiroga, ca-sado com Nisete Camboim Quei-roga, há muitos anos reside nos

A

Estados Unidos, juntamente com os filhos Hugo e Mônica, ambos formados em Economia. Hugo é casado com a espanhola Del Mar e sua irmã Mônica é casada com um chinês, que nos Estados Unidos adotou o nome de Igor. Em nossa cidade, logo após sua chegada, o Dr.Queiroga acei-tou o convite do Hospital Pedro I, único da cidade até aquele mo-mento, para chefiar o Laboratório; aqui relembrando que, o Hospital Pedro I foi idealizado e construído pela Loja Maçônica “Regeneração Campinense”, sob a inspiração dos médicos Severino Cruz e Arlin-do Corrêa, tendo sido inaugurado numa data histórica, que foi 7 de setembro de 1932. Lembrando ainda que, o Dr. Antonio Queiroga, pioneiro em

nossa cidade no setor laboratorial médico, dominava todas as áre-as correlatas, como Bioquímica, Microbiologia, Parasitologia, His-tologia e demais ciências afins. O seu eficiente e conceituado Labo-ratório, passou a oferecer também serviços de Patologia Médica, após a chegada do seu filho e sócio, Dr.Ayrton Queiroga, formado no Recife em 1962, com pós-gradua-ção nos Estados Unidos, na área de Patologia e Anatomia Patológica. O Dr. Queiroga, que por muito tempo foi o único médico laboratorista da cidade, sempre procurou se atualizar, adquirindo, além de equipamentos modernos, livros e revistas médicas, inclusive em outras línguas, principalmen-te francês, idioma que dominava. Gostava de viajar, tendo freqüenta-

DR. QUEIROGA, GRANDE VULTO DA MEDICINA CAMPINENSE

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do congressos em diversas cidades do país, e como lazer também via-jou muito em companhia de Dona Marina, tendo numa excursão a Europa, permanecido três meses no Velho Continente. Os antigos frequentadores do “Calçadão” no centro da cida-de, pelo menos os que ainda estão vivos, relembram com saudade a presença do Dr.Queiroga, pois, diariamente, após concluir os tra-balhos no laboratório, antes de ir para a sua residência, por algum tempo ficava conversando os ami-gos do “papo” naquele logradouro, que eles chamavam de “bacurau”. Sua formatura em Medi-cina foi em 1934 pela UFRJ, ten-do como companheiros de turma outros paraibanos, como os Drs. Adalberto Cézar de Almeida e Francisco Pinto de Oliveira, que também vieram se instalar em Campina Grande na mesma épo-ca. Quando o Dr.Queiroga che-gou a Campina Grande, a cidade contava apenas com os doutores Chateaubriand Bandeira de Melo (decano), Severino Cruz, Arlindo Corrêa, Elpídio de Almeida, João Tavares, Francisco Brasileiro, Luiz Marcelino de Oliveira e Luiz de França Ribeiro. No entanto, ainda nesta década de 30, um pouco mais adiante, bem como no início da década de 40, além dos Drs.Quei-roga, Pinto e Adalberto, também chegaram para trabalhar em nossa cidade, os Drs. Vital Cartaxo Ro-lim, Antonio Pereira de Almeida, Inácio Mayer, Bezerra de Carva-lho, Hênio Azevedo, José Santos, Francisco Wanderley, Abdísio Pra-zeres, José Dantas de Araújo, An-

tonio Coutinho, Heleno Henriques, Paulo Acácio Galvão e Franklin Araújo Filho. Além das suas indiscutí-veis qualidades profissionais, o Dr.Queiroga era um homem fidal-go, considerado bonito, muitíssi-mo educado, além de ter o mere-cido respeito dos colegas médicos, bem como da sociedade como um todo. A sua clientela se expandia por toda a Paraíba, além dos esta-dos vizinhos. Era muito bem relaciona-do com a classe médica, porém, sua aproximação maior era com os colegas médicos, Francisco Pinto, Inácio Mayer, Bezerra de Carva-lho, Henio Azevedo e Antonio Pe-reira de Almeida. Aqui chegou ainda soltei-ro, mas, aproximadamente dois anos depois, retornou ao Rio de Janeiro, onde foi contrair núpcias com a carioca Marina Luz Queiro-ga. O casamento aconteceu na Ci-dade Maravilhosa em 18/08/1936, passando o casal a residir em Cam-pina Grande até o seu falecimen-to, ocorrido em 15/10/1987. O Dr.

Queiroga que havia nascido em 11/09/1907, faleceu, portanto, com 80 anos de idade, tendo trabalhado até o ano anterior de sua morte. Foi participativo nos im-portantes momentos da classe mé-dica, tendo sido um dos fundadores da Sociedade Médica de Campina Grande, bem como do Clube Mé-dico Campestre, hoje, Clube Cam-pestre. Seus pais - Coronel João Queiroga e Maria Querubina de Queiroga (Dona Neca). Seus ir-mãos - Rita, João (Joquinha), Pe-dro, José, Severino, Maria das Neves, Francisca, Maria (Nenê) e Epitácio Vieira Queiroga, que foi deputado estadual representando o município de Pombal. Seus bis-netos - Filhos de Delano: Marcela (15 anos) Marina (11 anos), frutos do seu primeiro casamento; além da caçula Milena (5 meses), filha de Delano e de Marianne Góes Gaudêncio, sua atual esposa; Gus-tavo Filho, com 3 anos de idade é o único filho do casal Gustavo/Fer-nanda Gaudêncio. Hugo e Mônica, filhos de Ayrton, ainda não tiveram filhos. Para concluir, tenho a dizer que tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente, além de privar da sua amizade, bastando dizer que, ao chegar do Recife no início de 1961, anunciando minha aprova-ção no vestibular de Medicina, fui homenageado por Dr.Queiroga e pela sua esposa Dona Marina, com um almoço na residência do casal, presente também o meu primo e seu futuro genro Manoel Gaudên-cio, na época já estudante de Me-dicina.

José Morais Lucas

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uitos são os desafios que uma Operadora de Planos de Saúde enfrenta. O mercado em si, a proposta de

conquistar os clientes e manter um serviço de qualidade, são objetivos traçados todos os dias. Não obstante os desafios mercadológicos, a regulação por um órgão governamental através da Agência Nacional de Saúde Suplementar traz várias nuances para este segmento. Podemos observar a solidez que as normas podem proporcionar, mas também, a cada nova resolução e/ou instrução normativa, muitas estratégias devem ser levantadas para cumprir o que exige a Lei. Todos estes desafios nos propõem intrinsecamente a constante evolução, afinal, existir como Operadora de Planos de Saúde num mercado onde as

determinações normativas por parte da ANS dificultam cada vez mais o aperfeiçoamento deste setor, exige de cada um de nós conhecimento e responsabilidade em nossas decisões. Pensando em estrategicamente lidar com as novidades diárias, um grupo interdisciplinar formado por colabores Unimed, tendo a frente o Médico Cooperado Dr. Aurélio Ventura, tem discutido e avaliado todos os impactos das novas diretrizes determinadas pela Agência. “Não cumprir com estas determinações pode simplesmente comprometer a nossa existência como prestadores de serviço no campo da saúde suplementar” destaca Dr. Aurélio. O Núcleo ANS tem dado importantes contribuições em momentos necessários na história da Cooperativa, como foi a implantação da Troca

de Informações em Saúde Suplementar (TISS), passando pela Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS), exigidos pelo órgão regulador. Os positivos referenciais alcançados pela Unimed Campina Grande através do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) a exemplo do índice de satisfação do beneficiário que ultrapassou em 2010 a marca de 95%, também teve a importante colaboração do núcleo ANS, isto por que muitas das ações traçadas durante o ano foram constituídas dentro das novas diretrizes do órgão. Muitos desafios ainda estão por se erguer em torno deste segmento, mas com o trabalho conjunto, a Unimed Campina Grande se prepara e se renova a cada dia, prezando sempre pela qualidade nos serviços prestados a todos os seus públicos.

M

ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO

COOPERADO

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Criado há quase seis anos, o Núcleo ANS da Unimed Campina Grande tem tido a responsabilidade de atualizar todos os seus públicos sobre o contexto das novas diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

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COLABORADOR

Unimed Campina Grande está inserida em uma República Democrática e sua história se funde

com a própria democracia. Por se constituir uma cooperativa, o princípio democrático é constante, quando entendemos que o poder de tomar importantes decisões está com os cidadãos. Democracia (do grego “demo+kratos”) é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. E este sistema de governo e de tomada de decisões não se prende somente às esferas políticas e governamentais, mas vai tomando âmbitos mais particulares e regionais, chegando no caso, às práticas de nossa cooperativa.

Em vários anos já é organizado um momento de reconhecimento do trabalho dos colaboradores da cooperativa: o prêmio “Colaborador Destaque”. Este momento traz, através de representações, a valorização de atitudes dentro do campo de trabalho.Após diversos estudos acompanhados por profissionais de área organizacional, a Unimed Campina Grande adotou a eleição geral de cinco colaboradores que se destacaram no ano de 2010. A escolha foi feita para que se elejam: três colaboradores na Unidade Sede, um colaborador na Unidade 24 horas e um colaborador na Loja de Relacionamento. Esta distribuição se dá para que ocorra um julgamento igualitário considerando o contingente pessoal de cada unidade da nossa

Cooperativa.Para escolher em quem votar, o colaborador ponderou se o seu candidato compreende os cinco aspectos principais de um profissional: Proatividade, Responsabilidade, Profissionalismo, Compromisso e Superação. Os mais votados em cada unidade foram homenageados no “Unidos pela Excelência 2010”, evento do Colaborador Unimed que ocorreu no dia 08/12, no Hotel Village.Os nomes escolhidos foram: Aristela Maria Pires Uchôa de Queiroz (Sede); Fábia Nunes Henrique (Sede); Márcia Rosário de Carvalho Pedrosa (Sede); Maria Josélia Silva Sousa (Serviço 24 horas); Yonnara Araújo Cavalcante (Loja de Relacionamento). Todos estes receberam a medalha “Destaque Unimed 2010”, uma forma de reconhecimento e incentivo a todos para as boas práticas profissionais.O evento ainda contou com a brilhante palestra do Presidente da Unimed Campina Grande, Dr. Francisco Vieira de Oliveira, que falou sobre “Um bom motivo para celebrar”, chamando a atenção de todos para as vitórias sobre os desafios e a união de todos em prol de um objetivo comum. E neste dia mais uma vez a cooperação de todos foi o destaque maior a nortear não só o planejamento, mas a celebração de nossa cooperativa.

A

QUANDO A COOPERAÇÃO É O DESTAQUE

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“CoLaBoradoreS-deStaQue 2010: YoNNara araÚJo, arISteLa uChôa, JoSÉLIa SILVa, FÁBIa NuNeS e mÁrCIa CarVaLho”

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homem criou telescópios que vasculham galáxias a milhões de anos-luz da Terra. Também

desenvolveu submarinos-robôs capazes de revelar o fundo dos oceanos, aonde a luz do Sol não chega. Mas ainda se encontram muitas dificuldades quando o assunto é mapear toda história de saúde de um indivíduo. Todos nós temos uma história de vida. Existem diferentes personagens e diferentes cenários em cada uma delas, mas todos temos nossa história. E quando se trata de saúde não é diferente. O nosso histórico de saúde é fundamental para que qualquer especialista possa ter, de forma completa um acompanhamento da situação de nosso organismo. Um das saídas para quem não costuma arquivar seu histórico de exames é o chamado “check up”. Ele consiste em uma espécie de bateria de exames realizados que atingem as principais áreas do corpo humano. Esta foi uma prática que começou na década de 50, com o início do “Programa

CLIENTE

O

UM “CURRíCULO” PARA A VIDA

na premissa de que “um bom currículo constrói nossa carreira. Portanto fica a dica: seu currículo de saúde ajuda, e muito, para diagnósticos e acompanhamentos futuros. Não esqueça de montar o seu!

Espacial Americano”. Hoje em dia, o “check up” auxilia muito, mas não deve se constituir em uma atitude pontual da vida de cada uma. Ele deve fazer parte do filme da sua vida e não ser apenas uma cena isolada. A montagem de um tipo de “Currículo de Saúde” é o que pode mais se aproximar de uma análise de vida de cada um. Pode parecer um antigo hábito, mas não deixa de ser providencial na hora de uma consulta possuir seu “currículo de saúde”. Ter sempre em mãos os seus exames mais recentes pode ajudar muito o seu médico a chegar a um parecer mais completo e em um menor espaço de tempo. O seu histórico de exames pode evitar que você venha a realizar novos sem necessidade, ganhando tempo e mais comodidade quando da obtenção do seu diagnóstico. Desta forma entendendo a necessidade da valorização de seus exames anteriores e todo o seu contexto, garantimos a nossa participação com ética e trabalho, para uma maior seguridade e responsabilidade compartilhada

MONTANDO SEU “CURRíCULO DE SAúDE”

Sua saúde é o seu maior patrimônio, portanto tudo que ocorre com ela deve ser registrado;

Sempre que realizar exames, seja quais forem, guarde-os em local específico;

Ao marcar uma consulta, procure os exames já realizados na especialidade a que vai se dirigir e leve os que julga mais importantes para o assunto a ser tratado;

Separe todos os exames marcando bem a data e o especialista que os solicitou.

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dr. FLaWBer aNtôNIo CruZ

m parte vivemos dormin-do em sonhos dos quais queremos acordar, noutra parte seguimos acorda-

dos à espreita de qualquer uto-pia. Nesta atmosfera em que sonho e verdade se manifestam em metades que duelam sem vencedor, a linha do tempo, sua seqüência de horas, por vezes dobra-se sobre si mesma. Nestes

E

A IDADE DA ALMA

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instantes, os efeitos da memória sobre o tempo denossas vidas sobrepujam os efei-tos dos dias sobre nosso corpo e nossas certezas. Assim, não parece desto-ada a questão que Confúcio nos trouxe: “Qual seria a tua idade, se não soubesses quantos anos tem?” Ora, em sendo a idade me-dida da linearidade do tempo, e

estando o tempo estampado nas linhas de nosso rosto, na agudez de nosso raciocínio, na facilida-de de nossas mãos, no alcance de nossos passos, a resposta à Con-fúcio poderia ser feita diante de qualquer espelho. Afinal, entre o tempo e a memória paira a ima-gem especular de nós mesmos como uma sentença sobre o tan-to que vivemos. De que o Dorian

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NATUREZA MÉDICA

Gray de Wilde tenta escapar ao reverter os efeitos do tempo so-bre sua imagem em uma pintura ilusória, que envelhecia enquanto o homem de carne e osso manti-nha-se sempre com o mesmo ros-to. Tal qual alguém que bebe-ra da fonte da juventude, manter--se sempre com a mesma idade, de preferência de quando mais jovem, não mais atrapalhar-se no pensamento, não mais enrugar,enfraquecer as mãos, lentificar o arrastar dos pés, quantos buscam a melhor imagem congelada no eterno espelho que agrada aos olhos? Curiosamente, nestes dias em que milhares de imagens são salvas diariamente em memórias eletrônicas, umas para a posteri-dade, outras para o interesse de poucos segundos, não basta a imagem virtual que gravaremos de nosso presente, queremos ser essa imagem palpável, móvel, para cada instante do futuro que vem vindo. De fato, tememos a pas-sagem das horas. “Relógio! deus sinistro, assustador, indiferente”,suspira-nos um angustiado Bau-delaire. Nisto que nos atormenta, aprendemos a sonhar com a ima-gem de nós mesmos que as horas não possam desfazer. Da mesma forma que uma foto , ourevelada, ou salva numa tela di-gital, permaneçamos sempre o mesmo rosto, as mesmas extra-vagâncias do corpo, as mesmas

possibilidades de desejo. Retornando a Confúcio, sua época era a das palavras ver-tidas ao talhe em argila. Pouco do que era dito poderia ser escrito, e pouco do que foi escrito resis-tiu às intempéries. E se poucas palavras podiam ser gravadas, salvas, que se dirá das imagens? A idade do dilema de Confúcio, pois, não se encontraria no es-pelho. Tampouco no tempo que os relógios contaram. A idade de sua questão nos remete ao tempo que, aprofundando-se na essência de nossas vidas, faz-se de uma quantidade de memória, de outra quantidade de esperança. Neste reverso do tempo, desvencilhado dos ponteiros das horas e também dos traços queamparam as imagens, a idade é um exercício individual, parti-cular, de vivência. Onde parte do que cremos ser vida começa ao nascer e finda ao morrer, mas ou-tra parte transitará mais espaçosa entre memórias e lembranças que suas passarão aos seus, entre ex-pectativas e vontades que se per-deram, mas hoje retornam.Esta vida que dizem, começa aos quarenta. Mas que vida teima em começar quando o tempo do mundo já lhe calcula apenas uma metade que lhe resta? Porque co-meçar aos quarenta, ou mesmo aos sessenta, ou ainda aos vinte, é superar imagem e relógio em favor de memória e paixão.

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Memória que, transmutada em palavra ou gesto, restará para os que ainda irão existir. Paixão que, arrebatando-nos do silên-cio e do tédio, adelgaça a teia de mistérios das vidas. De memórias salvas e paixões que se refazem, cada homem é um singular espe-táculo de som, do grito dos lou-cos ao sussurro dos amantes, e de fúria, dos disparos de uma guerra às batidas de um coração. A idade que nos suscita Confúcio, sublimando imagem e relógio, é a da comiseração por nós próprios, é a idade feita do tanto de vigor de jovem que nospulsa as veias, e do tanto de lem-branças passadas que nos torna história. É a idade que velozmen-te atravessa a noite, enquanto len-tamente corrige-se ao longo do sol que desponta. Descobrir essa idade pa-ralela à do tempo do mundo, é também traçar uma trilha parale-la entre a vida dos dias que pas-saram e a dos que virão. A idade de nossa alma. Tão velha quanto o medo de um menino, tão nova quanto a gargalhada de um vovô. É também perceber que um tempo novo não virá após os fogos de um reveillon. Um temponovo, sob o velho sol, sobre o ve-lho chão do mundo, será de quan-do a idade de nossa alma fizerse de paixões que, vividas, revigorem os homens, e de memórias que, sal-vas para os que nascerão, salvem o mundo a cada tempo seu.

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a anedota da Internet ape-nas me interessa o título: “Piada de Ano Novo”. Nela, o núcleo duro ou

trágico de que rimos não é que o bêbado seja vítima de sua esposa, mas que sejamos todos vítimas do Tempo, isso que nos mata aos pou-cos, sem que saibamos ao certo o que seja ou venha a ser, como disse Santo Agostinho: “O que é afinal o tempo? Quem o explicaria fácil e brevemente? Quem o captaria, ain-da que apenas no pensamento, para proferir uma palavra sobre ele? Mas, ao falar, o que mencionamos que é mais familiar e conhecido do que o tempo? De algum modo, en-tendemos quando falamos do tem-po, e também entendemos quando ouvimos outra pessoa falar dele. O que, é, portanto, o tempo? Se nin-guém me pergunta, sei; se eu qui-ser explicar a quem pergunta, não sei.” Para mim, em matéria de tempo, tem razão Henri Bergson, ao compreender o tempo a partir da vontade de objetividade que nos leva a dividi-lo em segundos, minutos, horas, dias, mas também décadas, séculos, milênios, e a par-tir da subjetividade que nos pos-sibilita perceber o tempo a partir

edmuNdo de oLIVeIra GaudÊNCIo

da ideia de “duração”. Ou seja, a depender das circunstâncias ma-teriais e do estado subjetivo de uma pessoa, um dia pode ser per-cebido ora como uma eternidade, ora como um segundo: os minutos duram mais em situação de tragé-dia que de festa. Entretanto, é Pla-tão quem, sobre o tempo, formula quase uma poesia, caracterizando o que ele chama de “átimo” e que para nós pode ser tomado como sinônimo de “instante”. Afirma ele: “O átimo parece indicar o que serve de transição entre duas mu-danças inversas. A passagem do movimento à calma e vice-versa não tem lugar a partir de uma imo-bilidade que é ainda imota ou do movimento que é ainda movido. A natureza um pouco estranha do áti-mo assenta-se ao meio entre a tran-quilidade e o movimento, embora não esteja ele no tempo e o faz ser ponto de chegada e de partida do que se move em direção ao estar parado e do que está parado em di-reção ao mover-se”. De fato, quanto ao tem-po, o instante, este instante é tudo quanto nos resta, após perdido o passado que passou e sem poder-mos contar com um futuro que não nos chegou ainda e que ninguém

pode garantir se chegará. Em todo caso, é neste instante, neste átimo de tempo, que tudo muda, mesmo aparentemente sem mudar, uma vez que nada é, estando tudo, no porvir, em vias de transitoriamente estar. E exatamente isto o que nos angustia em relação ao tempo, o devir, aquilo que ainda não é, mas obrigatoriamente, apesar de nossas alegrias ou tristezas, será. Na anedota em questão, é o medo do tempo o que, rindo, exorcizamos, uma vez que, bem lembrado, não passamos o tempo: o tempo é que sempre nos passa – para trás, assim como, transitórios, não matamos o eterno tempo, sen-do ele que nos mata. Mas não me leve tão a sé-rio e faça este exercício com o tem-po: Volte à primeira linha e releia a nossa piada. Releu-a? Pois bem, graças ao tempo que passou entre o início e o final da leitura deste texto, você não é mais o mesmo e justo por isso a mesmíssima piada velha é mais uma piada nova, as-sim como você, uma pessoa agora mais velha, pode, rindo, voltar a ser um sujeito muito mais jovem. Em todo caso, um Feliz Ano Novo – já velho, desde sem-pre.

D

DO RISO AO SISO

ANO NOVO, VIDA NOVA, DIZ O POVO, ENQUANTO A PIADA CONTA: O BÊBADO ENTROU NO BOTECO SAUDANDO A TODOS:– FELIZ ANO NOVO...! AO QUE RETRUCA O DONO DO BAR: – ANO NOVO? MAS JÁ ESTAMOS EM FEVEREIRO...!– AH, DIABOS – ARREMATA O ÉBRIO –, É HOJE QUE EU LEVO UMA SURRA DA MULHER...!

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DA PIADA À FILOSOFIA

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dr. dÉCIo IaNdoLI Jr.

O HOMEM PSICOSSOMÁTICO“Que CoNCerNe SImuLtaNeameNte ao CorPo e ao eSPÍrIto.”

assim que encontramos o significado da palavra “psicossomático” no dicionário Aurélio,

significado este que nos remete a um conceito que foi combatido e até ridicularizado por muito tempo, mas que agora parece estar tomando corpo e dominando boa parte das pesquisas realizadas em todo mundo, ou seja, os seres vivos, e em especial o ser humano, são compostos de uma porção material e uma porção não material à qual se convencionou chamar de espírito ou alma, mas que também pode ser chamada de inteligência, mente, psique, metassistema, etc. Seja qual for a designação que se dê, a esta porção não material do ser, seria ela justamente a nossa essência, nossa causa, e o fato de estarmos adentrando esta hipótese marca uma importante mudança para a nossa ciência. A causa básica desta transformação me parece bem simples, qual seja: o esgotamento do paradigma materialista, que parece já ter respondido praticamente todas as perguntas que podia, porém, ainda estamos curiosos e necessitados de esclarecimentos, acerca do que somos e de várias perguntas enigmáticas e fundamentais que ainda nos assombram, mesmo diante de todo o avanço de nosso conhecimento. Descobrimos que

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É precisamos de outras ferramentas, de outros horizontes, em resumo, de outro paradigma. A Medicina Psicossomática não é uma desconhecida para os médicos, mas para a maioria deles ainda é um enigma. Como poderíamos explicar numa visão materialista, onde a mente nada mais é que uma secreção do cérebro, uma manifestação fisiopatológica que tem como origem os sentimentos e o ânimo dos nossos pacientes sem uma “causa” externa, material? Como explicar diversas doenças que tem notada relação com nosso humor e nossas perspectivas de vida senão pela inversão deste raciocínio, ou seja, a mente é que dá origem ao cérebro? O que parecia um absurdo há cerca de 10 ou 20 anos, hoje já é discutido a b e r t a m e n t e pela academia, não se aceita mais o argumento de que “tudo

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agora, depois de todo patrimônio construído pelo materialismo, pode ser cogitada pela pesquisa científica, mas que sempre foi parte da realidade dos homens, chamada de mística ou sobrenatural, desdenhada pelo intelectual e relegada às religiões. Todos estes fenômenos chamados místicos ou paranormais, nada mais são do que provas vivas da nossa ignorância e, portanto, passíveis de estudos e explicações à luz da ciência. Nada pode ser sobrenatural posto que nada está acima da natureza, das leis que regem este e todos os outros mundos que possamos imaginar, entretanto, muito ainda faz parte do místico, do misterioso, pois ainda buscamos conhecer estas verdades que agem sobre nós desde sempre. O místico só é assim designado até descobrirmos suas causas e mecanismos de manifestação.Para os médicos, este novo paradigma é a desejada luz que cai sobre algo que sempre soubemos, mas nunca explicamos: Nossos pacientes não são seus corpos, são bem mais que isso, e nossa prática diária, principalmente aos mais questionadores e observadores, sempre nos mostrou exatamente isso. Uma vez comprovado que nosso psíquico age sobre nosso organismo, nos designamos psicossomáticos, e tal como define o dicionário Aurélio, somos simultaneamente corpo e espírito, e ao médico, não é inteligente dar atenção apenas a uma destas partes, afinal, cuidamos de seres ou de corpos humanos?

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isso é besteira”, e importantes pesquisadores e pensadores já tomam a frente para dizer que estivemos míopes enquanto tentávamos achar a causa de todas as nossas doenças e distúrbios nas

moléculas ou mesmo nos átomos, para hoje, percebermos que

estes “dançam conforme a música”, e a “música” quem toca é nossa inteligência a partir das escolhas que fazemos, conscientes ou não, espontâneas

ou induzidas, mas que reverberam nos átomos, nas

moléculas, nas células, nos

s i s t e m a s orgânicos , de maneira

progressiva e determinada, já que nosso organismo é, como o próprio nome diz, um organizado, algo anentrópico e orientado, não pelo acaso, mas pela causa, nossa inteligência, influenciada por um tanto enorme de fatores, mas que detém sua capacidade última de definir, escolher, ainda que esta escolha seja a destruição, como observamos nas doenças autoimunes. É hora de nos despirmos de determinados preconceitos e, voltando para a base de todo o nosso saber, levantarmos novas hipóteses de trabalho para serem estudadas, posto que é assim que se constrói o conhecimento, é assim que se faz ciência, procurando as respostas onde quer que elas estejam, pois temos estudado e explicado com maestria os efeitos, não as causas de nossas mazelas e dores. Falar de efeito placebo não é novidade, mas explicar como ele ocorre, entender os mecanismos pelos quais uma pessoa determina a eficácia das substâncias que ingere é; falar de prece não é

novidade, mas estudar quais efeitos ela traz no nosso corpo é; falar de espírito e vida após a morte não é novo, mas desafiar

o preconceito de discutir estes temas na faculdade de Medicina

é algo que só vem acontecendo de maneira desimpedida nos últimos 20 anos, com pesquisadores que, inicialmente considerados insanos, como sempre são considerados os gênios pioneiros da humanidade, passam à categoria de pilares de uma nova fase da ciência, para desbravar uma realidade que só

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s jovens são a grande esperança da humanidade, por isso não podem perder sua própria

esperança. Acredito que os jovens nunca perderão, pois eles são a própria esperança de Cristo. Viver consiste em esperar. Na caminhada da vida podemos perder alguma coisa mas nunca podemos perder a esperança, quem perde a esperança torna-se apático, indeciso e infeliz, coisas que não batem com a vida de jovens e adolescentes. Um jovem quando perde a esperança torna-se perigoso e não tem nenhuma perspectiva de vida. Tornam-se ausentes mesmo estando presente, sem destino,

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OS JOVENS E A ESPERANÇA

O inseguros e vulneráveis aos falsos valores, como a prostituição, marginalização e as drogas, não sabem o que querem e nem o que desejam. Porém nada está perdido, pois existe um Deus que é amor e em todos os momentos de nossa vida. Ele está sempre em nosso coração, mesmo quando não sabemos o que queremos, mais Ele sabe e nos ajuda, e nos protege em qualquer momento; é só ter fé e abrir o coração deixando-o entrar, pois quem vive sem fé não pode ter esperança. As principais causas da falta de esperança dos jovens e adolescentes têm origem nos

relacionamentos em casa e na escola, os valores dos filhos, geralmente, não são os mesmos dos pais, pois, a maioria das vezes, a busca por bens materiais ofusca os valores espirituais e éticos. A família não pode ter o seu relacionamento como se fosse uma empresa mercantilista onde o valor maior é o lucro. Outra coisa importante: a escola perdeu muito de sua afetividade e passou a ser referida por um sentido de prestação de serviços, onde a criança e o jovem sabem bem disso e cobram o serviço como se fosse uma relação empresa/empregado. Sem o amor e a afetividade

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de professores, educadores e diretores para com seus alunos não haverá uma harmonia na dinâmica de ensino “versus” aprendizado, pois deixam de existir a amizade e o bem-estar entre os educadores e o aprendiz, estimulando a alegria e a esperança de um mundo melhor e mais digno para se viver e ser feliz. O amor pode tudo, e deve ser vivenciado mais intensamente nas famílias, e, assim, os nossos filhos serão mais felizes e esperançosos. “A oração e o trabalho são elementos mais eficientes para a formação moral e estímulo a esperança”. A alegria da juventude é uma resultante de sua vida familiar,

escolar e suas amizades. O grupo de pessoas mais representativo da nossa população é a juventude.Vamos chegar perto deles, amá-los mais escancaradamente, pois sua maior carência é falta de colo. Todo filho independente da idade, fica esperando um carinho, um colo, um beijo. Nós, pais, envelhecemos, não acompanhamos muito bem o crescimento e desenvolvimento de nossos filhos, pagamos tudo, estamos com eles fisicamente, mas deixamos muito a desejar na demonstração de nosso amor por eles, e, assim parecem que se tornam tristes e indiferentes conosco. O futuro da humanidade se

encontra na juventude. Os jovens vivem buscando a esperança. A fé é um milagre de Deus depositado no coração do jovem e a esperança é um caminho de Deus na vida da humanidade. Os jovens são a esperança do mundo e a certeza de que o amor existe. Tenho fé que os jovens e adolescentes nunca percam suas esperanças e suas alegrias. Só assim, teremos uma sociedade mais justa, próspera e feliz.

“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. (Cor. 13)”

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termo responsabilidade civil remota aos primórdios da civilização, onde a

justiça feita com as próprias mãos, consagrada no Código de Hamurab, trazia no princípio do “olho por olho, dente por dente”,

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a personificação da vingança delimitada pelo Estado. Esta, mais tarde, foi sacramentada na Lei de Talião e, posteriormente, pelos romanos, na lei das XII Tábuas, onde a ideia de compensação pecuniária como forma de indenização pelo dano causado a

outrem foi consolidada. A inevitável e salutar evolução da sociedade fez com que a Constituição da República Federativa do Brasil, listasse dentre seus direitos fundamentais, a indenização por danos materiais, morais ou à imagem daqueles que

RESPONSABILIDADE CIVIL MÉDICA: BREVES COMENTÁRIOS.

ramoNa de amorIm GuedeS

O

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se sentissem violados por uma ação ou omissão proveniente de outrem. Igualmente, seu conteúdo foi ratificado na novel legislação civil pátria. Na seara médica, tal responsabilidade, trata da obrigação que tem o profissional de reparar o dano que, porventura, tenha causado no exercício de sua profissão. Neste caso, o nosso ordenamento jurídico exige, necessariamente, a presença de três requisitos, quais sejam: uma conduta, seja ela comissiva ou omissiva, com a inobservância do dever de cuidado que possui o médico com seu paciente; um dano injusto e o nexo de causalidade, assim chamado o liame jurídico que liga a conduta do profissional ao dano sofrido ou sentido pelo paciente.

Como a responsabilidade de tais profissionais é considerada subjetiva, a conduta por ele realizada deve ser proveniente da culpa em uma de suas três modalidades: imprudência, negligência ou imperícia grosseiras e inescusáveis. A primeira delas, possuindo sempre caráter comissivo, é caracterizada pela ausência da cautela no atendimento do paciente, sendo reconhecida pela intempestividade, precipitação ou insensatez do profissional. A negligência é caracterizada pela inércia, indolência, inação ou passividade do médico, ou seja, é a inobservância dos deveres e cuidados que as circunstâncias a ele apresentadas exigem. Por fim, a imperícia

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médica é caracterizada pela falta de observação das normas, por despreparo prático do profissional e pela insuficiência de conhecimentos técnicos sobre o caso a ele apresentado. O dano, outro pressuposto fundamental para a caracterização da responsabilidade civil, pode ser qualificado como uma lesão que diminua ou cause algum constrangimento, seja de ordem patrimonial, assim considerados os chamados danos materiais, ou extrapatrimonial, também conhecidos como danos morais. Nestes, estão incluídos os denominados danos estéticos, assim considerados àqueles que causam um prejuízo à forma corporal socialmente aceita, provocando alguma modificação na aparência externa de uma pessoa, capaz de causar-lhe humilhação, vergonha ou enfeamento, o que, consequentemente, dá origem a uma dor moral. Entretanto, para que haja a caracterização da responsabilidade aqui tratada, e, consequentemente, o dever de indenizar, não é necessário apenas à existência de um dano nas suas mais variadas formas, é preciso que haja uma consequência imediata e direta entre a conduta realizada pelo médico que afete um dos bens jurídico protegido por nosso ordenamento. Como a vastidão do tema é um impeditivo para o seu aprofundamento em tão poucas laudas, espera-se que os breves comentários sobre tão fascinante matéria, instiguem os leitores a desbravarem os caminhos aqui iniciados.

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uLISSeS PraXedeS

iretamente de Campina Grande, a atriz Mayana Neiva, está se destacando no horário nobre da Rede Globo. Nascida

em Campina Grande, na Paraíba, aos 15 anos iniciou sua carreira artística. Tornou-se Miss Paraíba 2003, pelo concurso Beleza Paraíba e também representou o seu Estado no Miss Brasil 2003, fato que lhe proporcionou ainda mais popularidade no Estado. Ex-integrante do grupo de teatro do diretor Antunes Filho, sua estreia na televisão foi em 2007, com a minissérie A Pedra do Reino e atuou também como Karina na minissérie Queridos Amigos, em 2008. Em 2010, Mayana tem feito sucesso interpretando a personagem Desireé Oliveira na novela Ti Ti Ti, na Rede Globo. Para saber mais sobre a campinense, a Conviver traz entrevista exclusiva com ela. Confira:

CONVIVER - Quais as suas lem-branças de Campina Grande?

MAyANA NEIVA - Nasci no bair-ro das Nações e tudo o que vivi na minha infância foi lá. Então toda minha base enquanto criança e a minha aprendizagem se deu toda nesta cidade que amo.

CONVIVER - Como anda a re-lação com sua Cidade Natal? O

que Campina Grande significa para sua vida?

MAyANA NEIVA - Olha, Campi-na é o meu coração. Lá está minha família, todos os meus laços afeti-vos. Todo o ano passo o Natal lá e levo tudo o que sei e toda cultura da minha região aonde vou.

CONVIVER - Na sua interpreta-ção como Desireé na novela Tititi vemos uma sutil atenção para o regionalismo, quando observa-mos alguns toques de sotaque nordestino e também o fato de que a Desireé nunca negou suas origens. Neste ponto a persona-

gem e a atriz são iguais?

MAyANA NEIVA - Sim. O sotaque presente na Desireé é o meu mesmo e faço questão de utilizá-lo pois acho muito importante este aspecto do reconhecimento das origens. Tanto a Desireé quanto eu mesma temos o privilégio de ter a Paraíba como terra-mãe e isso não escondemos de ninguém.

CONVIVER - Do que você mais sente falta aqui na Paraíba?

MAyANA NEIVA - Ah, hoje mesmo eu estava com minha fisioterapeuta e comentei com ela

D

ELA TÁ CAUSANDO O MAIOR

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“TI-TI-TI”

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que estava doida para comer uma tapioca! Sinto muita falta das comidas regionais, da cultura, do relacionamento com as pessoas daí. E minha família é claro!

CONVIVER - Tendo sido Miss Paraíba e tendo concorrido no Miss Brasil, isso exigiu de você um esforço a mais para que o ta-lento se sobrepusesse a beleza?

MAyANA NEIVA - Bem, para mim não houve este esforço de sobressair o talento da beleza pois eu já era atriz antes destes concursos. Isto foi mais uma brincadeira, não levei muito a sério. O que eu realmente sempre quis foi seguir a dramaturgia.

CONVIVER - Como se deu o contato com o Teatro, quando se decidiu seguir a carreira?

MAyANA NEIVA - Eu comecei a fazer teatro com 15 anos. Desde essa época já havia o desejo de seguir a carreira e fui traçando objetivos e percorrendo caminhos que me fizeram chegar onde estou hoje.

CONVIVER - E o “sul maravi-lha”, como se deu a decisão de ampliar seu espaço de atuação? Como se deu esta mudança?

MAyANA NEIVA - Tudo se concretizou quando eu decidi viver da arte. Sei que não é fácil, mas lá na Paraíba as possibilidades eram mais reduzidas. Hoje as coisas estão bem melhores com o trabalho que o Chico César realiza e é de suma importância para a formação artística na região.

Portanto, eu queria estudar mais, me aperfeiçoar e alçar voos mais altos. Então fiz a escola de teatro na USP.

CONVIVER - Quais suas refe-rências no campo da dramatur-gia?

MAyANA NEIVA - É bem difícil citar nomes pois temos muitos talentos dignos de serem admirados e referenciados, mas dentre os que eu mais admiro estão Renata Sorrah, Patrícia Pilar, a

Cláudia Raia que é uma amigona, sou apaixonada por ela. Ela está me ajudando muito. Tenho muito carinho mesmo por ela. Também cito o “todo poderoso” Wagner Moura e existem também vários artistas menos conhecidos mas não menos talentosos como a Juliana Galdino.

CONVIVER - Desde sua partici-pação no grupo de teatro de An-tunes Filho, você obteve papéis bastante representativos em vá-

rias Séries da Rede Globo. Qual das Séries lhe marcou mais e por quê?

MAyANA NEIVA - Complicado viu? Pois todas as séries marcam de uma forma a gente. Todo papel tem suas peculiaridades. Como pessoa, como ser humano, posso dizer que a que me marcou mais foi “A Pedra do Reino”. Ela foi singular pelas locações onde foram filmadas as cenas e também porque foi um trabalho de imersão total. Nós passamos quase dois meses sem acesso à internet e muitas outras coisas. A série também tinha uma característica mais teatral. Depois dela eu fiz “Queridos amigos” já no PROJAC, e lá é que eu tive contato mesmo com o fazer televisão, com o padrão da TV.

CONVIVER - Falando nisso, quais das mídias te falam mais a alma: televisão, teatro ou cinema?

MAyANA NEIVA - Todas as três falam muito à alma. O teatro é inconfundível pois lá o ator é o senhor da cena, ele tem o controle e a interação com o público é imediata. No teatro o ator começa a dominar o “fogo” e a se moldar mais. Ele é lapidado. A TV já tem outro aspecto pois a visibilidade é muito grande. Existem códigos específicos preestabelecidos de ângulos, posicionamentos, luz, etc. Na TV você tem que trabalhar para pessoas que estão em casa te vendo, que estão jantando ou fazendo outras coisas. Lá o ritmo também é mais energético. Existem dias que gravamos mais de 30 cenas e

Olha, Campina é o meu coração. Lá está minha família, todos os meus laços afetivos. Todo o ano

passo o Natal lá e levo tudo o que sei e toda cultura da

minha região aonde vou.

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isso nos exige muito e nos prepara de uma forma diferente do teatro. Mas o Cinema, ah, ele é “Hour Concours”. No cinema você tem a possibilidade da teatralização das cenas com a visibilidade do vídeo. É a união do que tem de melhor no teatro e na TV.

CONVIVER - É possível enxergar fronteiras nesta sua trajetória profissional? Ou elas não existem?

MAyANA NEIVA - Eu creio que não existem. Cada trabalho te lança num novo estágio em uma nova profundidade da alma. E cada estágio gera em você um novo desejo, uma nova aspiração. Você sabe que o ator é o louco que não faz análise né? (risos) Ele trabalha no palco seus dissabores, suas dores. Como não há um caminho predefinido, creio que as fronteiras não existem. Cada trabalho abre um novo caminho e você vai seguindo.

CONVIVER - Quando planeja fazer outro trabalho na Paraíba como realizou “O auto de Deus”?

MAyANA NEIVA – Ah, estou louca para trabalhar novamen-te por aí. Quero muito fazer um trabalho com um grupo chamado “Piolim”. Já falei desse meu de-sejo para o Everaldo Pontes, mas ainda não tivemos oportunidade de trabalharmos juntos. Quero aproveitar expressar mais uma vez este desejo!

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coluna vertebral é o eixo do corpo humano, tem o papel de suporte ao tronco, é dotada

de flexibilidade e da proteção a medula espinhal. É formada por quatro curvaturas fisiológicas definidas como: lordose cervical,

drª roBerta medeIroS

A

VOCÊ JÁ SENTIU ALGUMA DOR NA COLUNA?

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mecânica dos tecidos moles em virtude da ação de forças estáticas prolongadas. Esta é conhecida como lombalgia mecânica e uma maneira de evitá-las seria através de alongamentos antes, durante e depois de uma atividade. O tratamento da lombalgia envolve (medicamentos) analgésicos, relaxantes musculares e anti-inflamatórios, com uma melhor efeito se associados a perda de peso. O repouso é básico para alívio da dor, tratamento este que não visa a origem da doença, servindo apenas de alívio sintomático. A fisioterapia motora associada a correção de posturas inadequadas é responsável pelos melhores resultados terapêuticos, pois atinge as causas de dor, levando ao alongamento e fortalecimento da musculatura que envolve a coluna lombar. Diversas técnicas como: cinesioterapia, mecanoterapia, e eletroterapia, alem de ajustamento osteomioarticulares, correção de posturas e massagens, são usadas pelo fisioterapeuta com o objetivo de restruturar o segmento lesionado. Para se ter um bom resultado num tratamento fisioterapêutico, em especial, nos casos de lombalgias é necessário, alem de um bom profissional (fisioterapeuta), dedicação, assiduidade e cautela por parte do paciente para com o tratamento para o qual são realizadas várias sessões com variadas etapas.

causa das lombalgias. Existem diversas atividades que obrigam o indivíduo a manter certas posições durante um longo período de tempo acarretando problemas posturais. A síndrome postural, ocorre devido a deformação

cifose dorsal, lardose lombar e cifose sacral, sendo construída por 33 vértebras que possuem entre si discos intervertebrais que funcionam como amortecedores que funcionam como amortecedores. Muitas são as queixas entre jovens, adultos ou idosos, de dores na coluna vertebral especialmente na lombar, ao que se dá o nome de lombalgia. No Brasil, essa patologia (a lombalgia) é considerada o segundo motivo que leva as pessoas aos consultório médico e as clínicas de fisioterapia. Para se ter uma ideia, quatro em cada cinco brasileiros, ou seja (80% da população) têm ou terão uma dor digna de atenção na coluna vertebral, sendo considerado esse problema como principal causa de afastamento temporário do trabalho no país. A lombalgia é uma dor na região lombar, entre a última costela e o início da nádega (L1 a L5) que se classifica como aguda ou crônica. Os sintomas podem durar entre três meses ou mais, sendo dor de início súbito, quase sempre causada por lesões de ligamentos ou músculos da coluna, resultando, muitas vezes de movimentos bruscos ou quedas, lesões nos discos intervertebrais, doenças infecciosas, metabólicas, tumores, enfraquecimento da musculatura, obesidade e síndrome posturais, estas consideradas como maior

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palavra “direito” for-mou-se desta junção latina: dis (muito, in-tenso) mais rectum

(reto justo); donde, disrectum e, a seguir, directum, que significa “muito reto”, “muito justo”.

A

DIREITO DO PACIENTE E A PRÁTICA DA ASSISTÊNCIA

À SAÚDE.aNa CLara de SouSa amorIm

Os direitos do cidadão sempre existiram nas socieda-des; entretanto, tiveram de ser conquistados através de árduas batalhas. Da mesma maneira, os direitos do paciente não são no-vidades em nossa sociedade. Po-

rém, não se ouve falar em direitos do paciente com muita frequência no Brasil (TIMI. 2003). O hospital, caracterizado como a organização mais com-plexa do sistema de cuidado à saúde, classifica-se como orga-

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discriminação, reconhecendo a diversidade populacional e suas especificidades, além de fazer valer o direito da equidade nos serviços de saúde, buscando o atendimento integral aos usuários, comprometendo as três esferas de governo com a defesa dos direitos humanos, por meio de instrumentos efetivos e de forma contínua, independente da administração vigente

e considerar a participação como princípio de relações éticas, culturais, religiosas e compromissada com a efetivação do Direito Humano a Saúde como política de Estado e não de Governo (FORTES, 2005). Não obstante a esses direitos esparsos, o Ministério da Saúde editou uma Carta de Direitos do Paciente, trazendo a compreensão de que o paciente é um ser de direitos e com isso há a possibilidade dele exercitar plenamente sua cidadania, ao explicitar que todo cidadão tem

direito ao acesso ao sistema de saúde; a tratamento adequado e efetivo para seu problema; ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação; que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos. Esta Carta de Direitos dos usuários da saúde foi elabora-da em consenso pelos Governos Federal, Estadual e Municipal e Conselho Nacional de Saú-de pelo Ministério da Saúde em Brasília. A cartilha baseia-se em seis princípios básicos de cada cidadão: todo cidadão tem direito a ser atendido com ordem e or-ganização; a ter um atendimento com qualidade; ser tratado como humano e sem nenhuma discri-minação; deve ter respeitado os seus direitos; tem deveres de buscar o atendimento a saúde; e todos devem cumprir o que diz a carta dos direitos dos usuários da saúde, onde irá servir para que se conheçam tais direitos e ajudar o sistema de saúde com mais quali-dade. Entendemos que tais di-reitos são bem gerais, podendo servir como guia norteador para a prática de assistência a saúde, devendo ser concretizados em es-tratégias de atendimento em cada contexto específico, não esque-cendo que os direitos do paciente não se constituem apenas em leis ou códigos, mas são resultados dos conflitos, das tensões e con-tradições entre grupos sociais e que a concretização destes direi-tos na rotina da assistência vem contribuindo para a construção da saúde de forma integral, hu-mana e ética.

nização normativa, pois o am-biente hospitalar é destinado ao tratamento ou recuperação do indivíduo doente, permanecen-do em constante vigilância pelas equipes de saúde principalmente a da enfermagem, que está mais próxima do paciente (PUPULIM; SAWADA. 2002).Buscando descrever essa relação entre os direitos do paciente e a prática da assistência à saúde Schimidt e Oguisso (2007), aponta que todo direito corresponde sempre a uma obrigação e cada obrigação, um direito. Assim, todos os profissionais têm direito de desfrutar dos benefícios do exercício de sua profissão, têm obrigações inerentes a essas funções, da mesma forma, os pacientes, cujos direitos devem ser respeitados integralmente por todos os profissionais de saúde. Com base nessas infor-mações entende-se que apesar de não existir um Código Brasileiro de Direitos do Paciente, vários textos legais abordam o assunto incluindo: leis, jurisprudências, resoluções e declarações de prin-cípios. Portanto, além dos direi-tos humanos de que os pacientes são titulares, é necessária a cons-trução dos direitos específicos do paciente e isto vem sendo desen-volvido por inúmeras organiza-ções e movimentos sociais; como a Associação Médica Mundial que em 1994 aprovou uma carta de Direito do Paciente. (TIMI. 2003). No Brasil, destaca-se a IV Conferência Estadual de Saúde de São Paulo e da Lei 791/95 que apontavam à garantia de saúde como direito humano, sem

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o início da década de 50 o exercício da anestesia em Campina Grande ganha ares de

profissionalismo com a chegada do médico Dr. Antonio Arruda, após especialização na cidade do Recife. Em 1958, foi o primeiro anestesiologista paraibano a conquistar o Título Superior em Anestesiologia (TSA), através de prova escrita promovida pela Sociedade Brasileira de

Anestesiologia. Na prática Campina Grande passava a se beneficiar de novas técnicas e de novos artifícios a exemplo da hidratação dos pacientes no período transoperatório, a intubação orotraqueal, o uso da ventilação artificial e de anestésicos inalatórios mais potentes. Desde então a Medicina de Campina Grande ganhou um novo impulso que trouxe para a cidade

instituições como a Sociedade Médica, novos hospitais e a implantação da Faculdade de Medicina, favorecendo ainda a vinda de novos profissionais e a implantação da Unimed. As melhorias que ocorriam no campo do exercício anestésico, também aconteciam em outros setores da comunidade médica, transformando Campina Grande numa referencia médica em toda à região norte-nordeste

N

HISTORIA DA ANESTESIA IIALIVIAR A DOR NÃO É PECADO

marCoS arruda

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através do seu hospital do IPASE. A partir de 1968 a classe dos anestesiologistas começou a se organizar, primeiro pela fun-dação da CRALL Sociedade de Prestação de Serviço na Área de Anestesiologia. Em fevereiro de 1972 foi criada a Sociedade de Anestesiologia do Estado da Paraíba, fundada com objetivo de divulgar e fomentar os novos conceitos de especialidade atra-vés de reuniões e eventos cientí-ficos. Até que em junho de 1988 nascia a Cooperativa Campinen-se de Anestesiologia, a COCAN. A história da anestesia em nossa cidade evolui no compasso em que se diversificavam as especialidades médicas assim como os procedimentos cirúrgicos, a exemplo da cirurgia infantil, cirurgia plástica, cirurgia oftalmológica, cirurgia em otorrinolaringologia, cirurgia geral, neurocirurgia e cirurgia cardíaca entre outras. Destacou-se em 1979 a introdução na prática clínica da peridural contínua, método de analgesia utilizado em obstetrícia para parto sem dor, técnica que tive a oportunidade de trazer graças a uma especialização realizada no ST. Thoma’s Hospital na cidade de Londres, Inglaterra. Em 1990, ao assumir a Sociedade de Anestesiologia do Estado da Paraíba, pude comprovar que é pela qualificação dos nossos anestesiologistas, motivados por um processo de educação continuada e materializada através da Jornada Paraibana de Anestesiologia que poderíamos lastrear com bom

suporte científico os caminhos futuros desta prática médica em nosso Estado. Em 1992 um importante paradigma foi quebrado, quando foi criado um dos primeiros consultórios de anestesiologia da cidade, dando início a uma nova forma de relação médico-paciente. Neste espaço passou a ser cultivada a prática de uma avaliação pré-anestésica, onde além do exame clínico-físico, pode-se discutir os benefícios da técnica de anestesia a ser aplicada para determinado procedimento cirúrgico. A anestesia nos fins dos anos noventa continuava a avançar nos horizontes da ciência em nossa região através da introdução de novos aparelhos e novas técnicas que aprimoraram ainda mais o procedimento anestésico-cirúrgico associado à monitoração de ritmo cardíaco, a oximetria de pulso, a capnografia e o uso do colchão elétrico na anestesia pediátrica. Da Filadélfia importa-se mais um avanço na analgesia obstétrica, a técnica de dupla punção, uma grande contribuição para maior segurança dos procedimentos anestésico-cirúrgicos e obstétrico. Soma-se a isto a graduação no Tratamento da Dor, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Saúde – IEPS, onde se passou a contribuir para o alívio da dor nos pacientes portadores de doenças crônicas especialmente os doentes oncológicos, amenizando um pouco o seu sofrimento assim como o de seus familiares. Como anestesiologista,

através das experiências pessoais que vivi como Secretário Adjunto de Saúde e como Diretor Técnico do Hospital da FAP pude sempre focalizar o crescimento e o investimento na evolução da Anestesia em nossa cidade principalmente após a inauguração do novo centro cirúrgico daquela casa hospitalar. Foi a partir daí, que outras instituições passaram também a fazer investimentos em aparelhos de última geração em anestesia com o objetivo de tornar o procedimento anestésico cada vez mais seguro. Por essa razão mesmo diante de um passado que já se mostra distante, o elo com o futuro dever ser consolidado, já que a história da Medicina campinense, tem nos pioneiros da Anestesiologia os grandes referenciais para novos desafios que se mostram motivadores a descobertas de novos caminhos menos dolorosos.

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s brasileiros estão viven-do mais, é uma nova re-alidade que ronda o nosso povo. Segundo o IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida da maioria dos cidadãos brasileiros é de 68 anos e, em 2020, estima-se que sejam 30 milhões de pessoas com mais de 65 anos, 13% da população. Esse crescimento traz em seu contexto a real preocupação em manter a saúde e qualidade de vida

FÔLEGO PARA TODA VIDA

de uma população em qualquer faixa etária.E não é novidade que os brasileiros estão cada vez mais sedentários. O Ministério da Saúde divulgou recen-temente que apenas 14,7% dos bra-sileiros praticam atividades físicas com regularidade. E como exemplo de mu-dança desde tipo de perfil temos a paraibana Adélia Félix de Souza, funcionária pública, solteira e espor-tista. Natural da cidade de Lagoa de

YoNNara araÚJo CaVaLCaNte

O

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pessoas e conhecimento de outros lugares afirma Adélia” Se existe algum segredo para a sua boa forma Adélia não es-conde “Minha alimentação é rica em fibras e já não conto com líquidos durante as minhas refeições” ressal-ta. Para as representantes da “melhor idade” as atividades físicas, quando praticadas regularmente, re-tardam as doenças. No caso da cor-rida, por ser uma atividade aeróbica, muitas vezes ela é recomenda por médicos para amenizar sintomas de doenças como hipertensão arterial, obesidade, osteoporose, depressão e problemas de memória. Além destes benefícios, a prática de atividades fí-sicas também ajudam a a controlar o diabetes, artrite doenças cardíacas, diminuição da depressão, melhora o equilíbrio, melhora a velocidade de andar e melhora a ingestão alimen-tar. No caso da corrida, aliada com alimentação balanceada, pode ser uma boa pedida para ajudar na evolução dos esportistas da “me-lhor idade”. É importante, entretan-to, que o esporte seja executado de maneira correta. Fatores como ves-timenta adequada, boa hidratação antes, durante e depois do exercício, evitar lugares poluídos e não correr em jejum só trarão benefícios. Para Adélia o que começou com prevenção da saúde, se trans-formou em prazer e hoje o atletismo é descrito como uma prática essen-cial e indispensável. É um esporte ao qual a atleta se dedica ao máximo, treinando e competindo por tempo indeterminado.

Roça, Adélia descobriu o amor pela corrida aos 56 anos... Adepta aos exercícios físicos, seus primeiros passos seguiram com o motivo de a apenas manter sua saúde física e mental através da caminhada, e foi neste caminho que encontrou sua maior motivação: a corrida. Hoje com seus 59 anos acorda todos os dias as 05h30min, percorrendo durante 45 minutos o trajeto de 8 kilomentros alternan-do entre exercícios de resistência e velocidade. Sempre mostrando dis-ciplina e vigor nas competições, foi observada pelo seu treinador Jose-nildo Sousa mais conhecido por Josa que lhe incentivou a participar das competições profissionais. Como atleta Adélia tem uma vida extremamente ativa, exem-plificada nos troféus e medalhas que coleciona . Um coleção iniciada na Corrida do Fogo no ano de 2007 na cidade de Campina Grande onde al-cançou o segundo lugar na categoria acima 50 anos. Daí em diante par-ticipou de diversas provas incluindo recentemente a Corrida São Silves-tre em São Paulo. Na corrida mais famosa do Brasil Adélia alcançou o 23º lugar, um importante feito para quem percorreu o trajeto de 15 km com o tempo de 01:33:44. Em sua carreira como atleta Adélia já ultrapassou o número de 45 competições, recebendo título em várias classificações. “Além dos benefícios que a corrida traz para minha saúde e na minha qualida-de de vida ,existe outro importante fator , o lazer , pois com as com-petições que participo, passo a ter um bom relacionamento com outras

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s estudos sobre equipes e processos de formação de equipes tiveram iní-cio nas décadas de 50/60.

Entretanto, a partir da década de 80 é que as equipes começaram a ocu-par um espaço nas organizações de trabalho. Embora haja muitos mode-los conceituais demonstrando a im-portância do trabalho em equipe, há ainda muita confusão acerca dos co-nhecimentos, habilidades e atitudes que compreendem a sua dinâmica. Além disso, as equipes enfrentam uma variedade de fatores situacio-nais e periféricos que impactam o seu processo de estruturação.

TRABALHO EM EQUIPE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: FaBIaNa dIaS LIma

Para Stephen Robbins em sua obra Fundamentos do Compor-tamento Organizacional (2004) as equipes são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julgamentos e experiência, pelo fato de serem mais flexíveis, reagindo melhor às mudanças. Faz uma inte-ressante distinção entre grupo de tra-balho e equipe de trabalho. O grupo é aquele cujo processo de interação é usado para compartilhar informa-ções e para tomada de decisões com objetivo de ajudar cada membro com o seu desempenho na área espe-cífica de atuação, sendo o desempe-nho considerado apenas como a reu-

nião das contribuições individuais de seus membros. A equipe, por sua vez, orienta-se pelos esforços indivi-duais que resultam em um nível de desempenho maior que a soma das entradas. Contudo, adverte que nem sempre as equipes representam a resposta de melhor desempenho, em alguns casos o trabalho é realizado de forma mais eficaz, se for realiza-do individualmente. Devemos lembrar que o trabalho em equipe possui elemen-tos universais que estão na base de formação e caracterização de qual-quer equipe e elementos particulares que irão trazer certas peculiaridades no olhar do pesquisador. A equipe

ANÁLISES E IMPLICAÇÕES

O

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de saúde, apesar de possuir todos os elementos considerados cruciais para o seu desenvolvimento e ma-nutenção, em comparação com as equipes em geral, conta ainda com algumas particularidades, em espe-cial as relacionadas com a condição da convivência entre especialistas. Enfermagem em equipe foi criada com o objetivo de reunir pequenas parcelas de conhecimentos e infor-mações num todo. Onde a assistên-cia é minuciosamente guiada e su-pervisionada por um enfermeiro que é líder. A equipe pode ser definida como um meio para a ação concer-tada, ou seja, um trabalhar em co-laboração é o respeito mútuo pelas dificuldades e um sentido de res-ponsabilidade compartilhando para completar o trabalho que os juntou; desenvolver um caminho de coope-ração que dê aos enfermeiros uma tarefa mais completa, com mais res-ponsabilidades no seu trabalho, e torná-los mais aptos para interagir com os clientes. Já Gastão Wagner na obra Reforma da reforma: repensando a saúde (1992) propõe que haja a vinculação a cada equipe de certo número de pacientes previamente inscritos, bem como a responsabili-dade em relação aos problemas co-letivos de uma parcela da população, com o objetivo principal de quebrar a impessoalidade reinante nas rela-ções agentes-usuários. Uma equipe é organizada para resolver um con-junto de problemas comuns, onde cada membro poderá contribuir com seu conhecimento e habilidade para aumentar e apoiar as contribuições

pe bem como para relatar problemas interpessoais, um mecanismo de co-municação com sistemas externos com os quais a equipe opera. O líder de equipe tem responsabilidade dos cuidados, assumindo primordial importância o desenvolvimento das suas capacidades de liderança, con-trole e técnicas de supervisão, de forma a ajudar a equipe a conhecer as suas obrigações e as executá-las com o melhor da sua capacidade. É possível perceber ainda a existência de uma representação ideal de equipe e uma desconexão entre o que a graduação nos ensina com o que é idealizado e o que é de fato realizado no tocante ao trabalho em equipe. A vida organizacional de uma unidade de saúde, muitas das vezes torna-se pouca harmoniosa, produzindo fragmentações e dese-quilíbrios que afetam a sua eficácia, provocados em parte, por fatores técnicos e em parte por fatores com-portamentais os mais diversos. Os fatores que mais contribuem para isto são: a intensa divisão do traba-lho, não sendo considerada só como ponto de partida para definição de papéis e responsabilidades, mas, em paralelo utilizado como meio na distribuição de recursos como poder, influência, ainda o intenso processo de especialização, respon-sável por diluir o conceito sistêmico do funcionamento organizacional, provocado por uma análise parcial e fragmentada da realidade. Além destes, ainda podemos citar as bar-reiras comunicacionais, não com-partilhamento por parte de todos os integrantes que fazem parte de uma equipe de enfermagem.

A enfermagem em equipe foi criada com o objetivo de reunir pequenas

parcelas de conhecimentos e informações num

todo.

dos outros. Os membros da equipe devem preservar as suas funções especializadas mantendo uma linha contínua de comunicação uns com os outros, colocando-se eles pró-prios num contínuo de interações e responsabilidades. Para a Professora Bellkiss Romano em artigo publicado na obra Princípios para a prática da Psicolo-gia em Hospitais (1999) uma equipe

eficaz e coordenada deve possuir um mecanismo para troca de informa-ção. Num nível mais simples isto requer uma oportunidade regular de tempo, espaço para os membros se encontrarem. Um sistema de co-municação ideal inclui um sistema de registro bem produzido, um fó-rum regularmente planejado para os membros discutirem os proble-mas de gerenciamento do paciente, um fórum regular para avaliação da função e desenvolvimento da equi-

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econhecido há 31 anos pela Igreja Católica como grande amante da Nature-za, São Francisco de As-

sis foi declarado como oficialmen-te “Patrono da Ecologia” pelo papa João Paulo II em 29 de outubro de 1979. Patrono é o mesmo que “pa-drinho”, “protetor”, “padroeiro”. Toda base para o referido título a filosofia de vida adotada por Francisco de Assis pela sua vida dedicada a ideia de uma irmandade que integrasse todos os homens, a natureza e os animais. Nascido em 1181, em As-sis, na Itália, Francisco sonhava em ser cavaleiro, mas logo percebeu que não conseguiria servir à guer-ra. Filho de um comerciante, ele decidiu então mudar de vida e abrir

mão de todos os bens materiais para seguir o evangelho de Jesus Cris-to, segundo a Igreja Católica, São Francisco de Assis pregava a paz entre as relações humanas e con-siderava que os animais e todos os elementos da natureza faziam parte da mesma rede, da mesma irmanda-de diante de Deus. Em tempos de hoje no mun-do globalizado, onde as pessoas voltam a perceber que o sentimento de comunhão com a natureza é um dos mais necessários, Francisco de Assis continua a encantar, sendo um importante referencial de rela-ção com a fauna e a flora através da sua ternura para com a natureza e todas as suas criaturas. Francisco nos mostra uma maneira diferente de estar no mundo: ele conservou

a transparência infantil na idade adulta, a sua capacidade de “brin-car” e entusiasmar-se com tudo o que o rodeava e o seu profundo e imenso amor por todos os seres. Diz a tradição franciscana, que São Francisco andava com re-verência sobre as pedras; tirava os insetos e bichinhos dos caminhos para que não fossem pisados; no in-verno dava mel e vinho às abelhas para que não morressem de frio e nem de fome. Tal era a relação que Fran-cisco tinha para com a natureza que no ano de 1223 que, em companhia de Frei Leão e com a ajuda do se-nhor Giovanni Vellina, montou em uma gruta da floresta na região de Greccio, Itália, a encenação do nas-cimento de Jesus. Na época já havia

O AMOR DE SÃO FRANCISCO PELA NATUREZAFreI aNÍZIo FreIre. oFm.

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“altíssimo, onipotente e bom Senhor! Só a ti, altíssimo, são devidos; e homem algum é digno de dizer teu nome”. (São Francisco de assis)

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ve com tudo e com todos, por uma mística de amor à vida; traz tam-bém o valor de uma ternura que nos faz descobrir e reconhecer a rique-za das pessoas e das criaturas; o va-lor do respeito uns pelos outros que nos torna capazes de amar sem pos-suir nem destruir; o valor do amor cósmico, humanal e fraternal que nos torna capazes de sentir Deus no seu amor-doação-vida, presente na biodiversidade dos seres vivos: hu-manos e não humanos. São Francisco morreu em 1225 ou 1226. Dois anos antes de morrer, já doente e cego, ele es-creveu o Cântico do Irmão Sol, no qual, louva todos os elementos da natureza. Além do conteúdo teoló-gico e ecológico desse cântico, toda a força de sua mensagem é funda-mental para homens e mulheres, que hoje buscam uma nova consci-ência ecológica de amor à vida de tudo e de todos no mundo da vida: natureza, família, comunidade, so-ciedade e humanidade.

1 Altíssimo, onipotente, bom Se-nhor, teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.2 Só a ti Altíssimo, são devidos; e homem algum é digno de te men-cionar.3 Louvado sejas, meu Senhor, com todas as criaturas, especialmente o senhor irmão Sol que clareia o dia e com sua luz nos alumia.4 E ele é belo e radiante com gran-de esplendor: de ti, Altíssimo, é a imagem.5 Louvados sejas, meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas, que no céu formaste claras e preciosas e castas.6 Louvado sejas, meu Senhor, pelo

16 anos que a Igreja tinha proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição desejoso que estava de lembrar ao povo daquela região a natividade e o amor a Jesus Cristo. O povo foi convidado para a Missa e ao chegar à gruta encontrou a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais vivos. Diante dessa espirituali-dade humana e ecológica de São Francisco o que se percebe é um forte convite para exercermos com senso de responsabilidade socioam-biental, o gerenciamento, o cuidado e a missão que Deus nos concedeu para preservar o dom da Criação, em vista do bem de todos que vi-vem no mundo da vida. Portanto, abandonar essa tendência dominadora e criminal com relação à natureza, é uma ati-tude humana, ecológica e espiritual para que possamos conviver har-moniosamente com a natureza, as-sim como no ser humano o senso de “padrinho, protetor e guardião”, para com inteligência, sabedoria e nobreza preservar o bem comum que a criação deu a todos “sem me-dir nem calcular”. E assim, com esse senso de preservação do Bem Comum para todos, o ser humano de olhar eco-lógico e teológico, se dá conta de que ele não é dono de nada para “explorar e destruir” as coisas de Deus, mas como cocriador do Di-vino, buscando cooperar responsa-velmente com a ordem do mundo criado por Deus, para o bem de tudo e de todos. Através de São Francisco de Assis, hoje podemos resgatar o valor da inocência trazida por ele; inocência que não se confunde com a ingenuidade, mas que se envol-

irmão Vento, pelo ar, ou nublado ou sereno, e todo o tempo, pelo qual as tuas criaturas dás sustento.7 Louvado sejas, meu Senhor pela irmã Água, que é mui útil e humil-de e preciosa e casta.8 Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão Fogo pelo qual iluminas a noite. E ele é belo e jucundo e vi-goroso e forte.9 Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a mãe Terra, que nos sustenta e governa, e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas.10 Louvado sejas, meu Senhor, pe-los que perdoam por teu amor, e su-portam enfermidades e tribulações.11 Bem-aventurados os que as sus-tentam em paz, que por ti, Altíssi-mo, serão coroados.12 Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar.13 Ai dos que morrem em pecado mortal! Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima von-tade, porque a morte segunda não lhes fará mal!14 Louvai e bendizei a meu Se-nhor, e dai-lhe graças, e servi-o com grande humildade.(Dos Escritos, p.70).

Com este poema ou cântico do seu coração, São Francisco viu a Natureza como obra das mãos do seu Criador, formando com ela uma grande confraternidade. Para ele, tudo é irmão, é irmã ao seu redor e à sua distância. O amor de São Francisco para com a natureza é um amor de respeito, de devoção e re-verencia, contemplando o Deus da vida em tudo e em todos. Por isso, religiosamente ele dizia, devota-mente: “Meu Deus e meu Tudo!”

CÂNTICO DAS CRIATURAS

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KarINa CarmeN de CaStro PaSSoS

raças a nova perspectiva sobre o envelhecimento bem sucedido surgido nos anos 60 pela

gerontologia o envelhecimento passou a receber um olhar positivo no processo de amadurecimento do ser humano. Levando em conta a aceitação e adaptação a nova realidade, refletindo este sentimento no bom nível de saúde e bem-estar mental, a socialização deste novo olhar foi a essência primeira para que os grupos de melhor idade surgissem no Brasil. Afinal atividades em grupo são importantes durante toda e qualquer fase da vida. O certo é que dependendo da forma como encaramos o ritmo natural da vida podemos trazer um diferencial sobre o grau de qualidade que oferecemos a nossa existência. Por dar significado e motivação a busca pela

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longevidade, os grupos de idosos no Brasil ressaltam ainda mais a sua função social e terapêutica, assistindo a milhões de pessoas no País. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000 hoje já são em 14,5 milhões o numero de idosos no Brasil o que representa 8,6% da população total do País. O quadro é um retrato do que acontece com os países como o Brasil, que está envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento.A importância dos idosos para o País não se resume à sua crescente participação no total da população. Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não-idosos. Atualmente, cada vez mais é possível encontrar exemplos de pessoas que estão na terceira idade e

preservam a alegria, a criatividade e a capacidade de realização das mais diferentes tarefas (sociais, de lazer, conhecimento e profissionais) ao processo de integração promovidos por núcleos de convivencia . Através do exemplo do grupo “Razão de Viver” surgido ha 11 anos no SESI, CAT Aprígio Velloso, é possível perceber os desafios e as vitórias de um necessário trabalho de integração entre idosos. Criado em 10 de março de 1999 o grupo buscou sempre traduzir a quebra de um importante paradigma, de que a maturidade seja sinônimo de inutilidade de privação de uma vida ativa e alegre. Formado inicialmente por três componetes, uma delas a atual Madrinha do Grupo, Gerarda Xavier, o ‘Razão de Viver’ surge num contexto de desafio comum a outros grupos de idosos, o de como conscientizar o participante de sair de suas

DE UMA RAZÃO PARA VIVER

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residências por um momento e se deslocar para as reuniões, fazê-los perceber a importância de conhecer pessoas e obter qualidade de vida.Atualmente contamos com 80 participantes numa faixa etária de 60 à 98 em sua maioria mulheres, um retrato ainda da resistência do homem na inclusão em grupos sociais. Como critério de inclusão adotamos um cadastro com questionamentos acerca da rotina de vida de cada um, o que nos permitem identificar àqueles que necessitam melhorar a autoestima entre outros fatores. Integrar os participantes fazê-los mais próximos e unidos, estimulando a amizade e a interação entre eles são os principais objetivos do Grupo. É possível perceber que em muitos os casos o ingresso ao grupo se dá por causa do estresse, da depressão do cansaço e do desânimo, doênças da chamada “era moderna” que estão cada vez mais presentes entre aqueles que alcançam a terceira idade.

Para grupo de terceira idade é necessário frisar que o ambiente deve ser agradável e divertido onde cada membro possa se mostrar integralmente seja expondo suas ideias através de conversas, seja sorrindo, chorando ou até mesmo aperfeiçoando seus dons cantando, declamando, dramatizando, liberando suas emoções como forma de compartilhar sentimentos. O espaço dos grupos de convivência para idosos deve buscar condições de convívio sadio e aperfeiçoamento do nível cultural, intelectual, físico e espiritual de cada um dos seus integrantes motivado por ações como passeios turísticos; visitas domiciliares; colônia de férias; festas; palestras; oficinas; teatroterapia; coral; dança; hidroginástica; musculação; ginástica e pilates, entre outros . A adoção deste leque de atividades só contribui com a ajuda mútua entre os participantes como a consolidação do núcleo fortalecido no quesito convivência em carater

interno ou com outros grupos. Como coordenadora do grupo há 11 anos, tenho o feliz desafio de mantê-los felizes, dispostos e com a autoestima elevada. Levar a todos o entendimento que ser idoso não significa apenas ter cabelos brancos, caminhar cansado, rugas e etc. Se faz indispensável sair do “casulo de idoso” e enfrentar as limitações para que possa viver bem e com dignidade. Nas reuniões sempre digo que devemos compreender, sentir, viver e amar sem preferências, sem preconceitos e sem limites, se doar com o coração. Olho para eles e digo: “Vocês estão vivos e merecem viver. E viver significa alcançar todos os fatores como o físico, o psicológico, o das relações sociais e o do meio ambiente, essenciais ao bem-estar, e envelhecer mantendo tal qualidade de vida”. Amadurecer neste caso passa a ser uma experiência singular e comungada. Justificada em uma verdadeira razão para viver.

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SeNSIBILIdade CrôNICa

OS SENTIDOS DA LIÇÃOmICa GuImarÃeS

ogo após realizar a sua obra, Deus resolveu ti-rar férias. O homem, in-clusive, já estava cria-

do, bem como todo o Universo, em sua plenitude. Nada faltava. Nem no hoje, nem no ontem, nem no amanhã. Afinal, a passa-gem temporal é lida dos mortais. Uma vez decaído, vivendo agora as limitações das leis físicas e tendo com incômoda companhei-ra o corpo grosso material, o ho-mem deparou-se com o drama que o acompanha desde os primórdios.Era preciso, já neste ambiente, a primeira lição aos educandos do “jardim da infância da existência histórica”. De posse da mais alta batuta, o Divino Mestre tornou a Natureza harmônica, bela e inde-cifrável, colocando-a à disposição no livro da vida. Quem escuta a Natureza em todas as suas manifestações, desde que queira ser aprovado na “escola do mundo”, consegue, por exemplo, deixar os ouvidos serem

invadidos por sons os mais diver-sos. O canto de um pássaro, o farfa-lhar de folhas ao vento, o marulhar de águas do oceano, o estrepitar de trovões... A Natureza querendo fa-lar. Maldito seja o ouvido ocupado com as modernas argumentações tecnológicas! Por que não tocar a Na-tureza e sentir as rugas de pedras ansiando montanhas? Por que não permitir aos dedos o diálogo com a relva agitada, banhando a planície? Por que não pisar a terra morna, moldando os passos? Da fruta retirada da plan-ta viçosa se pode degustar aulas as mais diversas, neste aprendiza-do universal, de exercícios inaca-báveis. Feche os olhos e deixe a língua passear suavemente sobre a manga madura. Arrisque mais. Extraia do contato com os lábios desejados o sabor misterioso das grandes paixões. Vá! Continue! Busque entender que o paladar tem olhos. Cheire o tempo, pois cada

dia que passa é mais uma folha ras-gada, no caderno de exercícios de qualquer viver. As narinas, apesar de pequenas, podem aspirar o uni-verso isósmico dos nossos desejos. Lição que se espraia em cada movimento da Natureza; lição que se pode apreender do todo pers-crutável, manifesto nos elementos arquitetonicamente compostos: o ar, o fogo, a água e a terra. Esta ine-fável professora, a Mãe Natura... Um toque de Deus... leve toque. Cego, na verdade, é o ho-mem que só consegue ver além das pálpebras. O luar arremessando-se suavemente sobre os coqueirais é aula que jamais se apagará de nos-sas retinas. Cristalina visão do que há-de vir, luzes sobre íris chorosas. É preciso apalpar olhares irrequie-tos. Ouvir cílios se encontrando. Vi que era preciso dar sentido aos sentidos; fazê-los menos materiais e mais intuitivos. Há um professor, uma lição, há uma escola. As ma-trículas estão abertas.

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hIStórIa ou eStórIa?

dr. JoSÉ aLVeS NetoRUI VIEIRA

ui Vieira nasceu cidade de Remígio/PB: criando-se em Campina Grande/PB. Tem várias formaturas,

é aposentado do Banco do Bra-sil, poeta, declamador, teatrólogo, cronista, passando vários anos es-crevendo para o Jornal Diário da Borborema. Humorista e tendo o privilégio de possuir uma memó-ria fabulosa. Com dois livros no currículo um de humor e outro de poesia intitulado o GRITO, Rui se prepara para lançar o ‘Dicionário Temático da Poesia Popular’, uma grande compilação com mais de 3000 poemas, o qual foi classifica-do em 4º lugar, em nível nacional pela Secretaria de Articulação Ins-titucional do Ministério da Cultura – “Prêmio Mais Cultura de Li-teratura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré”. Nossa amizade começou pelos caminhos da poesia, através do Festival ‘A Noite dos Declama-dores’ no Teatro Severino Cabral em Campina Grande. Lembro que declamei A Lição do Gato e Dia

R dos Pais do poeta José Laurentino e Renata, de Jansen Filho. Já Rui declamou poemas seus como “O Grito” e de outros poetas”. Nas-cia ali uma amizade que dura até hoje. Um exemplo de que Vinícius de Moraes tinha razão ao afirmar de que “A gente não faz amigos, reconhece-os”. Como contista Rui rela-ta que certa vez os filhos do seu colega de Banco do Brasil, Hélio Pinto conhecidos pela fama de tra-quinas, viviam a perturbar um po-bre leão já deteriorado pelo tempo, que ainda servia de atração num pobre circo. Todo tipo de incômo-do era feito por parte das crianças ao velho animal. Só que certa noite durante a apresentação, com o picadeiro pronto para que o leão circulasse como grande artista. Solto o leão rosnava, e o domador o fazia obe-decer ao estalar do chicote. A pla-teia vibrava. Até então o leão era pura obediência, velho conhecido dos filhos de Hélio. Até que em certo momento o domador acertou

uma chicotada mal calculada, na cara da fera, havendo uma revol-ta do felino que tentou partir para cima do domesticador e terminou pulando a jaula que o separava dos espectadores. A correria em direção a saída foi geral, só ficando dois se-res vivos no interior do circo por não conseguirem fugir a tempo. O leão urrando encurralou os dois... E mais a frente tinha um aleijadi-nho em uma cadeira de rodas que tremia mais que vara verde. Então o homem que estava sendo olhado pelo leão deu uma de ‘amigo da onça’, falou:-Leãozinho olha aí o aleijadinho... O leão rosnava, mexeu a cabeça, olhou para o aleijadinho na cadei-ra de rodas... O aleijadinho, tre-mendo todo falou: - Qué qué isso iisso,hoome, deeixe o leão pelo menos escolher! Rui como um polivalente que é, e um ótimo cronista, dei-xarei, para o seu regalo, esta sua crônica sobre o momento de sepa-ração com seu amigo Willy.

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Publicidade

Willy nasceu em outubro de 1966. Lindo e perfumado era disputado para ficar nos braços de quem o visse. Era a alegria da casa. Todos decantavam sua inteligência invul-gar. Realmente era algo acima da média. Poucas crianças eram tão obedientes como ele. Dava gosto de vê-lo cor-rer e brincar. Sua maneira de pe-dir alguma coisa era ímpar. Se eu entrasse em minha casa dez vezes, dez vezes ela fazia festa para mim. Se me ausentasse por qual-quer motivo e não pudesse levá-lo comigo ele se aproximava de al-gum pertence meu, e ali permane-cia como se comigo estivesse. Amor de tamanha devo-

ção, nunca encontrei em criatura alguma. Estou falando de Willy: o meu pequenino e fabuloso cão de raça poodle. Certa vez, fui convidado para fazer e participar de um “só-cio-drama” em evento alusivo a “semana da família” em uma igre-ja a quem sou agregado. Na primeira cena, ao abrir as cortinas, encontravam-me sen-tado, à frente de uma mesa, e so-bre a mesma um litro de cachaça. Interpretava um ébrio, bebendo e lastimando o triste relacionamento familiar. Sempre que eu mandava Willy subir em uma cadeira ele subia automaticamente. Sem en-saio nenhum combinei com um dos meus filhos, para segurá-lo e só soltá-lo quando as cortinas se abrissem e eu já estivesse ali sen-

tado. Dito e feito. Comecei o meu monólogo falando das dificuldades desde relacionamento com minha esposa e filhos, Willy entrou de re-pente no palco deixando o público atônito sem entender nada com a chegada daquele intruso. Ledo en-gano. Chamei-o ao meu encontro e mandei-o subir na cadeira. Come-cei a confessar pra ele as minhas mágoas. Foi algo inusitado e a pla-teia aplaudiu a cena freneticamen-te. O resultado é que Willy roubou a minha cena. Fundador de um “racha de futebol na AABB de Campina Grande-PB, sempre que ia jogar Willy me acompanhava. Transfor-mou-se em uma espécie de masco-te do time. Acompanhava-me até o centro do campo e depois voltava para a margem de gramado as-sim que se iniciava a partida. No

Willy e a Eutanásia

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Willy morreu no dia 21 de maio de 2007. Deixou filhos e ne-tos. Deixou um grande ensinamen-to: “poucas são as criaturas huma-nas fiéis e amorosas como um cão”. Para mim, que novamente enchi os olhos de lágrimas ao finalizar esta crônica, resta-me um consolo, se é que isso pode ser chamado de con-solo. “Gostaria que, se como ele tivesse o seu infortúnio, fosse-me também concedido à eutanásia.

Nós temos por certa a morte,mas ninguém deseja tê-la,

Quando morre uma criança,O pai lamenta em perdê-la,Jesus se veste de branco,

E abre o céu para recebê-la,Willy morreu, foi embora,

Rui, ainda hoje lamenta e chora. ( versos que modifiquei, de: Diniz Vitorino) A partida de Willy não foi ao som de trombetas anunciando à Campi-na e ao mundo, mas estava rode-ada por verdadeiros amigos que o amavam, acariciavam-no e chora-vam por sua partida precoce. Tris-te lei da vida... Após esta ótima crôni-ca, ainda permanecerá em voga o grande pensamento: “ É melhor um cachorro amigo de que uma amigo cachorro”.

final da partida de futebol ele me recebia em festa como se eu fosse o maior ídolo da história. Após o racha, com a tradicional corvejada e churrasco, ele fazia a festa co-mendo carne de primeira e beben-do água mineral. A turma tirava a maior “onda” comigo, querendo que eu pagasse dobrado pela par-ticipação de Willy nos comes e be-bes. Willy todas as manhãs, como sem falta, dirigia-se a mi-nha cama e me despertava. Insis-tentemente, pedia-me para abrir o portão para que fosse fazer seu passeio matinal. Fazia suas neces-sidades e demarcava seu território. Se por alguma razão, faltasse-me paciência e eu entrasse, ele vinha depois para frente do portão, e ao ver alguém se aproximar, ficava em pé com as mãozinhas arra-nhando a porta: assim as pessoas tocavam a cigarra e quando eu lá chegava, diziam: “O cachorrinho está pedindo para entrar!” Era uma graça! A eutanásia - Willy foi aco-metido de uma doença grave, gra-víssima. Ao me ver, já não podia realizar os atos festivos e suas firu-las para me agradar. Apenas abria os seus olhinhos pretos e miúdos e balança levemente sua cauda sem sequer sair do canto. Após várias

idas ao veterinário Willy foi ope-rado. A doença voltou com mais força e o atormentava. Dava dó ver a dor estampada em seu rosto. A respiração ofegante. O seu grito silencioso. Willy já não era o pequeno perfumado a quem todos queriam abraçá-lo. Estava velho e suas cha-gas produziam mau cheiro; afasta-va naturalmente aqueles que antes lhe afagavam. Levei-o novamente ao veterinário e veio o diagnóstico terrível. Sacrificá-lo para que não sofresse tanto. Com o coração par-tido concordei com o diagnóstico. Lembro-me seus últimos momentos. Os seus últimos ges-tos. Levei-o ao veterinário na mala do meu carro. Ao descer na clíni-ca, com dificuldade deu uma volta no jardim, demarcou seu território pela última vez, como se nada esti-vesse acontecendo. Como um car-rasco nazista que oferecia banho aos judeus nos campos de concen-tração, e depois abria a câmera de gás. Eu coloquei no cadafalso. Ele me fitou e balançou o rabo. Fitei--o pela última vez; afaguei-o ainda e me retirei com os olhos cheios de lágrimas. Em Willy foi aplica-da uma anestesia geral e m segui-da uma injeção letal para paralisar seu pequenino coração.

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ficialmente a primeira transmissão de rádio no país aconteceu em 1922, durante as come-

morações do centenário da in-dependência do Brasil, no Rio de Janeiro, mas segundo pes-quisadores três anos antes em 1919, a Rádio Clube de Recife, que reunia os admiradores e fãs do invento, já havia realizado em Pernambuco a primeira irradiação radiofônica. Em 1923, Roquete Pinto inaugura a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, mas foi somente na década de 30 que o rádio começou a viver o seu apogeu. O aparelho era um sím-bolo de status. Apenas a elite dos grandes centros urbanos tinha dinheiro para adquirir o caro equipamento. A programa-ção também era elitista, compos-ta de músicas eruditas e clássicos internacionais. A transmissão de óperas e músicas clássicas era acompanhada pela elite carioca que creditava ao rádio a respon-sabilidade de educar e civilizar o

PROGRAMA CASÉ :A HISTÓRIA DO RÁDIO EM VERDE E AMARELO

país. Foi somente em 1932, no Rio de Janeiro, que surgiu na Rádio Phillips o Programa Casé, criado pelo nordestino Ademar Casé, o Programa Casé surgiria como um marco no início da di-fusão da música popular brasilei-ra, sendo o primeiro a substituir as óperas e músicas clássicas pelo samba e chorinho, margina-lizados na época. Natural da cida-de de Belo Jardim, Pernambuco, o até então imigrante anônimo, foi o criador do programa radio-fônico pioneiro do país. O Programa Casé foi res-ponsável por importantes inova-ções técnicas como o uso do Background, música de fun-do. Este tipo de recurso ainda hoje é utilizado por todas as rádios no país. Era de costume no Brasil, abandonar o ouvin-te enquanto se resolvia algo. O microfone era sempre desligado nesses intervalos. Influenciado pelas rádios inglesas e america-nas Ademar Casé introduziu pela primeira vez a música de fundo.

Independente do que acontecesse a música não parava, o ouvinte deixou de escutar o rádio em silêncio e passou a se envolver em um ritmo sincro-nizado que prendia a atenção de todos. Tam-bém para agradar o público, o programa passou a fazer contra-tos de exclusividade com os artis-tas. Os cantores recebiam bons cachês o que resultava em mais audiência. Entre os grandes no-mes que marcaram o Programa Casé estão: Sílvio Caldas, Vi-cente Celestino, Mário Reis, Orlando Silva, Francisco Al-ves, Heloísa Helena, Noel Rosa, Carmen Miranda, Aurora Miran-da, Marília Batista, Pixinguinha, entre outros. O Programa Casé foi o primeiro a fazer os anúncios co-merciais, com a venda de horários e a criação de propagandas criati-vas. Foram justamente os recla-mes que deram um novo ritmo a produção radiofônica brasileira.

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Ainda nesse ano, Nássa-ra um dos redatores do

Programa compôs o pri-meiro jingle, do país.

Atualmente esse recurso é ainda a princi-

pal forma de anúncio no rádio. O jingle da padaria Bragança foi em ritmo de

fado para agradar o dono da padaria, que era português.

As propagandas eram um grande diferencial, com o dinheiro alcan-

çado o Programa crescia chegan-do a ampliar seu horário para as 12 horas aos domingos, do meio dia à meia noite, havendo ainda suple-mentos nas terças e quintas. Com o sucesso do novo formato do programa, novas rádios no Rio de Janeiro e também em São Paulo seguiram a proposta popular. Era comum encontrar em jornais da época e revistas, enquetes semanais que pergunta-vam aos leitores, qual seria o ver-dadeiro papel do rádio: Promover a educação ou o entretenimento? A espera pelo programa não era apenas dos ouvintes, gra-ças ao contrato de exclusivida-de os artistas mais cobiçados se apresentavam apenas no Progra-ma Casé. Os famosos cantores do rádio tinham o compromisso de passar domingos inteiros no es-túdio, esperando a hora de sua apresentação. A construção do cotidiano dos ouvintes do Programa Casé também pode representar uma nova forma de vida social coletiva. Dessa forma, teria se instituído na

época, não apenas o simples ato de acompanhar a programação radio-fônica, mas, sobretudo, a possível construção de um novo espaço de sensibilidade e sociabilidade, envolto em novos significados, usos e representações incorpora-das pelos habitantes da cidade. Mesmo diante das inova-ções tecnológicas e do desenvolvi-mento de novas mídias, o rádio não perdeu seu fascínio. Ainda hoje o veículo de comunicação, que para muitos deixaria de existir depois da chegada da televisão continua exercendo sua magia. O rádio segue provocan-do os ouvidos e aguçando a ima-ginação dos ouvintes e estimulan-do todos os sentidos. Em milhares de programas de rádio no país, que utilizam até hoje o formato e recursos do Pro-grama Casé, a essência de ideali-zação, sonho e fantasia dos ouvin-tes continuam, depois de décadas, permeadas nas diferentes sensa-ções e formas emotivas do ouvir, apreender e absorver presentes no cotidiano.

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Oh! Padeiro desta rua Tenha sempre na lembrança

Não me traga outro pão Que não seja o pão Bragança

Pão inimigo da fome Fome inimiga do pão

Enquanto os dois não se matam, A gente fica na mão

De noite, quando me deito

E faço a minha oração Peço com todo respeito

Que nunca me falte o pão

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Severino Medeiros, de 67 anos, representa uma geração de músicos que se destacou pela arte de valorizar o acordeom na região de Campina Grande sendo um dos pouco remanescentes, ainda na ati-va, da era de ouro da sanfona em nossa região assim como foi Dio-medes, Chicó, Zé Pacheco. “Estes músicos ficaram afamados por não medir esforços de ir a pé, se pos-

A VIDA E A OBRA DO SANFONEIRO SEVERINO MEDEIROS

dr. JoSÉ moISÉS de medeIroS Neto

COMO SE MEDE UM ARTISTA

sível, para animar festas principal-mente na zona rural” ressalta Dr. José Moisés, médico, compositor e pesquisador sobre a música popular nordestina. O relato que se segue des-crito pelo cantor Ademar Santana exemplifica bem como o termo “músico completo” pode ser apli-cado ao sanfoneiro Severino Me-deiros. “Em 1988 realizava-se em

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Campina Grande o primeiro fes-tival de Forró do Nordeste, o For-raço, que reunia novos talentos da música nordestina, grupo o qual me incluía. Por não haver comparecido ao ensaio oficial já dava certo como eliminado antes mesmo da apre-sentação. Diante de uma acalorada discussão entre a organização e este impetuoso candidato, surge a figura do sanfoneiro Severino Medeiros, que de pronto fez ali, na hora um arranjo, belo o suficiente para ga-rantir a minha participação naque-le festival. Hoje passado 22 anos deste episódio, me reencontro com Severino Medeiros, na posição de jornalista, sem nunca ter esquecido este fato”. Ao lado da esposa Dona Maria do Socorro Nascimento, Se-verino Medeiros sabe que os mais de 50 anos dedicados ao oficio mu-sical, renderam muito mais do que um invejável currículo, já que car-rega na memória ter divido palco com artistas do porte de Marinês, Luizinho Calixto, Eliane, Texeira

vação ocorrida em 1985. Severino guarda com carinho um pequeno um pequeno Long Play, ainda tem-po do vinil, do grupo os Três do Forró, de onde veio seguir carreira solo o sanfoneiro do trio, o músico e cantor Amazan. Uma vez perguntado duran-te uma entrevista como se mensura um artista, o cantor Ademar Santa-na, lembrou de vários nomes, Elino Julião, Messias Holanda, Wilma a pimentinha do Forró, João Gonçal-ves, Marinês de todos, um elemen-to em comum o Sanfoneiro Seve-rino Medeiros que acompanhou a todos eles: “Um artista não se mede apenas pelo seu talento, mas pela soma da caráter e dedicação a um ofício”. Severino Medeiros de tudo isso é mestre, deixando um rico le-gado e a certeza de que o acordeom em suas mãos ganha uma outra di-mensão a da plenitude musical em-balada pelos sons da sensibilidade. Viva a Severino Medeiros!

de Manaus e até mesmo Cirano e Cirino. As consequências de uma carreira compromissada hoje já são realidade refletida numa família re-presentada por 8 filhos e 20 netos, grande parte deles, sanfoneiros, cantores e arranjadores. Grupos como o Forró dos Primos, os Ama-dos do Forró, os Herdeiros do Forró e os Três de Campina carregam a genética de Severino Medeiros. Para o filho Adriano Me-deiros, também conhecido como Adriano Moreno o pai é puro rigor quando o assunto é cobrar qualida-de musical “Ele ama o que faz, e exige de nós o mesmo respeito que ele tem para com a profissão” des-taca. Tão indelével quanto seu talento é a sua marca em grandes momentos da história da nossa mú-sica. A trilha que define Campina Grande como a cidade do Maior São João do Mundo gravada na voz do Cantor Capilé a sanfona que conduz a nossa canção tema é sim a de Severino Medeiros, numa gra-

“VerôNICa rYoS, domINGuINhoS e SeVerINo medeIroS” “SeVerINo medeIroS e VerôNICa rYoS, CaNtora CaSada Com um de SeuS FILhoS”

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eVeraLdo daNtaS da NóBreGa

O NINHO DO POETA

O DESCANSO DO GUERREIRO

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O Poeta tem seu ni-nho. Fica no último cômodo de sua casa. É um quarto, desses ba-tizados de suíte. Mas simples. Não é grande nem pequeno: tem apro-ximadamente cinco por oito ─ me-tros, claro! ─, incluindo banheiro. De mobília somente o necessá-rio: armário embutido, cama, dois criados-mudo, móvel rack, cabide para roupas e cesto de vime ─ an-tessala da lavanderia. Ainda, pe-queno abajur, televisor e aparelho para DVD. Também tem ar-condicio-nado, para os tempos de calor, e mosquiteiro ─ pendente do teto e debruçando-se sobre o leito ─, para as noites de muriçocas, alhu-res conhecidas como pernilongos.

Dois pares de sandálias descansam ao lado da cama. Duas lâmpadas, quando necessário, iluminam o local. E cortinas sedosas bege-claro orna-mentam as paredes onde ficam as janelas, essas dando para a área lateral e o muro do imóvel, onde os cães de casa vez por outra aren-gam com os gatos penetras. Na parte desnuda há uma tela, “O Pantanal“, e um relógio silencioso ─ trabalhando, sim! No Ninho comumente vê--se livros, revistas e jornais espa-lhados pelo chão. E um notebook descansando sobre um tosco ban-quinho de madeira. Todos perto

da rede e ao alcance das mãos.Ainda tem banheira, cujas águas revigoram as forças do Poeta em demorados banhos. Nessas oca-siões, a inspiração do Vate é es-timulada por cálices de um tinto de origem controlada e excelente música vinda de um pequeno apa-relho de som. Tudo na cumplici-dade da média luz natural que envolve o ambiente.Mas no Ninho, o lugar preferido do Poe-ta ─ onde ele lê, escre-

ve, me-d i t a ,

sonha, faz po-emas… (”Na ausên-

cia, a saudade; / No cálice, o vinho; / No peito a vontade /

De tê-la comigo / No aconchego do Ninho“) ─ é aquele onde está a rede permanentemente armada, com varandas quase beijando o solo. Preferido e ─ porque não di-zer? ─ sagrado! É que ao seu lado, sobre um tapete vermelho, fica a cadeira preguiçosa com assento de tecido de algodão, na qual, vez por outra, a Musa, com simplici-dade, charme e meiguice, vem se sentar ─ pés descalços sobre a almofada cor vinho ─ para con-versar ou quedar-se calada, tomar café ou degustar seu licor preferi-do, ouvir música ou rir seu riso ca-tivante, contar ou ouvir piadas… E, com isso, inspirar e alegrar o Poeta.

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O que diferencia o verdadeiro artista do falso é que o primeiro usa a segurança da arte para lançar-se corajosa e responsavelmente no abismo da liberdade criadora da qual nasce o personagem, ao passo que o segundo usa-a para seu conforto pessoal, para compensar frustrações pessoaias e engrandecer o ego, curá-lo de cotidianas feridas. O falso artista não está de modo algum comprometido com a criação do personagem. O ser humano é um todo dramático de instinto, sensação, pensamento, sentimento, intuição e emoção. A moderna psicologia ocupa-se desses valores em sua teoria e pratica de consultório. Na obra-de-arte o homem antigo também tratou deles. Só que artística e não “cientificamente”, concreta e não abstratamente, como personagens e não alegorias ou conceitos. Estes são

O PROCESSO CRIATIVO: A PONTE ENTRE E ATOR E O PERSONAGEM

típicos da pseudociência e da arte menor. Se os evangelistas primitivos e Nelson Rodrigues tivessem intelectualizado sua poesia dramática, como fazem artistas discursivos e prosélitos, suas criações jamais teriam permanecido; outras e bem diversas seriam a história do Ocidente renascido com o cristianismo e do grande teatro brasileiro nascido com a poesia do bar do de Recife sobre o Capibaribe, da mesma forma que, quatro séculos antes, a cena inglesa e francesa pelas mãos de seus irmãos de statford-on-Avon e Paris-sur-Seine. Criação é poesia e quem venha a ela sem lirismo ou coragem ao sacrifício criador do ego para não matar o sublime com comportamentos que nada têm a ver com o milagre, não é artista. O artista ou é poeta ou não é artista porque o espetáculo

eLIo PeNteado

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antes de ser diversão é criação. O conflito dramático fundamental acontece entre o ego e alterego, acontece entre a pessoa que foge alienadamente da criação dramática e a busca conscientemente essa criação. As duas lutam pela cena. O artista ao criar sofre e goza simultaneamente Sofre para colocar o ego a serviço da criação do personagem. Goza porque o ego que é orgulho e vaidade morre. Apenas em decorrência do conflito entre ego e alterego ou pessoa e personagem dá-se o conflito entre personagens da peça. Não havendo drama interior, algo só visível pelo olhar íntimo do espectador, o drama exterior é estereótipo que só aos narcisos agrada, em que pese virtuosismo dos atores, toda parafernália de som e luzes, todos os mirabolantes achados da direção. A pessoa do ator deve desaparecer para que o personagem apareça, pois este não é personalidade singular, mas todo mundo, a humanidade em nós. Do começo ao fim da aventura criadora ele é simultaneamente poesia e realismo, lúcida loucura. O palco é uma maternidade e quem não esteja grávido do personagem não tem o que fazer lá. O verdadeiro artista é igualmente introvertido e extrovertido. Genial e talentoso. Aceita a solidão criadora para em seguida comungar som seus colegas e o público. Ato de dar

à luz o personagem é solitário. O artista não está no palco para viver como em seu cotidiano fora do palco. Está lá para o sacrifício criador do personagem. Tudo que o afasta disso é nocivo. Só antes e depois da criação o cotidiano é bem-vindo, nunca durante o trabalho criador. O verdadeiro artista sabe mergulhar dentro de si para encontrar o personagem e o trazê-lo à luz da Vida. Isso é introversão criadora seguida de extroversão da mesma natureza. Solidão com Deus e comunhão com o mundo. Sem distinção entre criador e criatura dentro do artista a criação do personagem é impossível. Uma vez que ela aconteça o poder criador ou intuição sentimental começa automática e instantaneamente a conceber o personagem ou instinto sensual. Ambos cumprem seu sagrado papel . Nem poderia ser diferente. Nessas condições, o ego ou pensamento sensual é amorosa e dramaticamente colocado a serviço do milagre criador com seu corpo, psicologia e emoções. O drama criador é a única cura ao drama não criador. No ato da criação, seja fora ou dentro do teatro, deve haver obrigatoriamente distanciamento amoroso da parte do criador em relação à criatura criada. O criador deve estar consciente frente à inconsciente criatura. Essa dualidade amorosa e dramática já é toda a criação, já é

o personagem sendo criado. É uma questão de consciência criadora. Apenas por intermédio dela acontece dentro do artista distinção dramática entre criador e criatura que em seguida se estende a seu corpo e psicologia: distinção entre intuição sentimental, de um lado, e instinto, de outro. Isso só acontece se o artista ama o personagem das trevas, se assume o mal humano através do sacrifício de sua personalidade mundana. É um distanciamento dramático. Todo parto artístico é dramático, mas é simultaneamente amoroso. Criador e criatura pertencem à energia invisível do artista impregnando a materialidade visível de seu corpo e mente, psicologia e emoções. Esse distanciamento deve ser exercitado e para tanto exige ao mesmo tempo concentração espiritual e consciência corporal. É por isso que durante a criação do personagem o artista não pode ocupar-se de outras questões que não ela. É uma questão de responsabilidade criadora porque só ela nos permite casar os contrários: espírito universal e matéria particular, introversão espiritual e extroversão corporal, solidão em Deus e comunhão com os homens, gênio criador e talento executor, liberdade interna e segurança externa, concentração psica e relaxamento nervoso. Criador e criatura ao mesmo tempo.

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través da Portaria GM Nº. 1.864, de 29 de setembro de 2003, o Governo Fede-ral instituiu o componente

pré-hospitalar móvel da Política Na-cional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de servi-ços de atendimento móvel de urgên-cia, em municípios e regiões de todo território brasileiro, SAMU 192, que

tem como finalidade o atendimento pré-hospitalar do cidadão, acometi-do por agravos agudos e urgentes, garantindo o atendimento rápido e eficaz e também a entrada deste pa-ciente no sistema SUS. Esse atendimento tem início através da chamada gratuita para o número 192 e a integração de uma central de regulação médica de ur-

Cidade: queGrande Campina

A gência com equipes de suporte avan-çado de vida, equipes de suporte bá-sico de vida, motolâncias e o sistema de saúde da região. A Rede Nacional SAMU 192, atualmente, conta com 157 cen-trais de regulação, com 1.372 muni-cípios atendidos, num total de 162,7 milhões de cidadãos brasileiros as-sistidos pelo SAMU.

SOCORRO A CAMINHOSAMU192

dra. tatIaNa de oLIVeIra medeIroS

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O SAMU Campina Grande foi o 13º implantado no país, em 02 de julho de 2004, antes mesmo que a capital federal Brasília e que capitais como Salvador. Iniciou com cinco equi-pes, quatro de suporte básico (USB) e uma de suporte avançado de vida (USA), em uma pequena sede admi-

nistrativa, no mesmo endereço que atualmente funciona. Em 2005, já na gestão do Prefeito Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, amplia-mos a sede administrativa, conseguimos habilitar mais três equipes junto ao Minis-tério da Saúde, compondo seis equipes de suporte bá-sico de vida (USB) e duas equipes de suporte avan-çado de vida (USA). Em julho de 2007 foi assinado o convênio Prefeitura Mu-nicipal /CG - SAMU e Polícia Rodoviária Fede-ral, habilitando mais uma

viatura resgate tipo básica, com apoio da aeronave da

PRF. Esse convênio regula o aten-dimento pré-hospitalar nas rodovias federais da Paraíba. O SAMU – CG foi o 14º SAMU Brasileiro a fir-mar parceria com a PRF. Em 2010 iniciamos o atendimento com as motolâncias, que conferem maior agilidade e rapidez no atendimento, garantindo assim, um menor tempo resposta. Temos hoje onze equipes, sete básicas, duas UTIs, duas mo-tolâncias e o acesso a aeronave da PRF, não apenas para os acidentes, como também para as transferências intermunicipais e interestaduais dos pacientes que não encontram resolu-tividade na nossa região. O SAMU passou a ser um

observatório de todo fluxo de ur-gência e emergência do sistema de saúde e nos demais setores. Indire-tamente, através das nossas estatísti-cas participamos de ações que visam adequação de diversos seguimentos, inclusive do trânsito, dessa forma realizamos periodicamente campa-nhas educativas junto à população campinense. A abrangência do atendi-mento do SAMU-CG corresponde à cidade de Campina Grande, o Dis-trito de São José da Mata, o Distrito de Galante e todas as rodovias no entorno da nossa Cidade, num raio aproximado de 30 km, sendo atendi-dos todos os chamados que ultrapas-sem esse raio, nas BRs, desde que se consiga a comunicação com a Cen-tral de Regulação 192 . Estamos em fase de regionalização, passaremos de uma cobertura de 379.871 habi-tantes para 927.904, e de um SAMU Municipal para um SAMU Regio-nal, que atenderá 55 municípios. São mais de 06 anos sal-vando vidas, onze equipes que trabalham contra o tempo, ininter-ruptamente, em zonas de risco, em situações de risco, treinados e capa-citados tecnicamente para a realiza-ção dos atendimentos e que, dota-dos desta capacidade têm a extrema

convicção de que, se não compuse-ram uma equipe, não adianta essa formação individual, portanto, no SAMU do telefonista, médico regu-lador, rádio-operador, enfermeiro, médico intervencionista, condutor socorrista, técnico em enfermagem, vigilante, coordenadores, serviços gerais, todos trabalham dentro de uma perspectiva mais elevada, com o objetivo de apaziguar o sofrimen-to alheio, muitas vezes, tendo que sacrificar a vontade individual, e de fato, essa vontade coletiva de salvar vidas, essa adrenalina constante é a grande força motriz, que renova a cada dia a alegria dos mais que 200 SAMUZEIROS Campinenses, que têm o privilégio de terem realizado mais de 160.000 atendimentos (até o momento) que fizeram a diferen-ça e conseguem aliar trabalho com boa ação, e ao término de cada aten-dimento compadecidos com cada caso vibram como se fosse o primei-ro e retornam a base com a consci-ência tranqüila e a certeza do dever cumprido, se assim não acontecesse não seriam SAMUZEIROS afinal... Com esse conceito inédito de atendimento pré-hospitalar mó-vel o SAMU 192-CG conclui mais um ciclo, 2010, com a certeza de que 2011 será de muito trabalho.

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TRAÇO DE HUMOR

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Pré-visão de novos tempos

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A.G.O

UNIMED CAPACITA SEUS COLABORADORES

O princípio de avaliação e prestação de contas sobre o ano administrativo é materializado durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO). A Unimed Campina Grande obedecendo ao seu contexto de atualização e transparência já definiu data e local para a realização da sua AGO 2011, que será no Au-ditório do Centro de Tecnologia Educacional Professor Severino Loureiro (antigo Museu Vivo da Ciência), no dia 16 de março. Aos cooperados fica o convite para se fazerem presentes, já que na ocasião a Unimed Campina Grande estará apresentando um resumo do ano de 2010, bem como resulta-dos, sobras, investimentos realizados e o Plano de ação de 2011.

A Unimed Campina Grande saiu na frente com o processo de digitalização de notas no Intercâmbio, contribuindo dessa forma para finalização do pro-jeto Intercâmbio eletrônico padronizado. A Supervisora do Intercâmbio Re-jane Martins e a Enfermeira do Intercâmbio Fabiana Vidal relataram, no Se-minário de Intercâmbio Norte/Nordeste, a experiência da Unimed Campina Grande que realiza a Digitalização de Documentos - autenticação digital. Dessa forma a Equipe de TI da Norte/Nordeste conclui mais uma etapa do projeto eletrônico padronizado. Ao mesmo tempo acontecia no Hospital da Unimed João Pessoa a Oficina do Selo de Responsabilidade Social. Várias Unimeds do Nordeste tiveram a oportunidade de retirar suas dúvidas junto com a coordenadora de Responsabilidade Social da Unimed do Brasil, Mai-ke Rothenburg Mohr. A Unimed Campina Grande se fez presente no evento através dos colaboradores Ulisses Praxedes e Yonnara Araújo.

SBD/PB TEM NOVA DIRETORIAFoi empossada em 19 de novembro do ano de 2010, na Maison Blunel-le Recepções em João Pessoa, a nova diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Seção Paraíba (SBD-PB), eleita em novembro para a gestão 2011-2012.A nova Diretoria para o Biênio tem Dra. Luciana Silveira Rabello de Oli-veira como Presidente, Dra. Francisca Estrela Dantas Maroja como Vice--Presidente, Dra. Ivana Villar Guerra como Tesoureira, Dra. Luciana Caval-cante Trindade como 1º Secretária, Dra. Ana Cecília Araújo Arruda como 2º Secretária e Dra. Olga Maria R. Ribeiro Leite como Delegada.

CONVIVA!

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