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XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019 2019. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.xxx. Ilhéus, Bahia. XVIII EBEM. ISBN: ENSINO DE QUADRILÁTEROS NO 7º ANO E TEORIA DE VAN HIELE: UMA PROPOSTA DIDÁTICA DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DO IFBA CAMPUS EUNÁPOLIS Luiz Victor Lima Macêdo [email protected] Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Ruan Vinicius Costa [email protected] Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Wanderlan da Silva Gomes [email protected] Escola Municipal Giuseppe Iacoviello Josaphat Ricardo Ribeiro Gouveia Junior [email protected] Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Resumo: O ensino da Geometria na Educação Básica não tem garantido uma aprendizagem eficiente, de modo que os alunos não têm sido capazes de identificar figuras geométricas com base em suas propriedades nem realizar as abstrações sobre as mesmas. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta didática para o ensino de Quadriláteros no 7º ano utilizando a teoria de Van Hiele. Como resultado, podemos apontar aplicabilidade da teoria como recurso metodológico de ensino, bem com sua capacidade de identificar o nível de aprendizado dos alunos. Palavras-chave: Geometria. Van Hiele. Educação Básica. Ensino de Geometria. Quadriláteros. INTRODUÇÃO Na Educação Básica, a Geometria constitui um dos três pilares fundamentais da Matemática, ao lado da Aritmética e Álgebra (MIRANDA, 2003). Deste modo, é indiscutível a importância da sua aprendizagem para uma formação matemática adequada dos estudantes.

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XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática

A sala de aula de Matemática e suas vertentes

UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019

2019. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.xxx. Ilhéus, Bahia.

XVIII EBEM. ISBN:

ENSINO DE QUADRILÁTEROS NO 7º ANO E TEORIA DE VAN HIELE: UMA

PROPOSTA DIDÁTICA DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DO IFBA

CAMPUS EUNÁPOLIS

Luiz Victor Lima Macêdo

[email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Ruan Vinicius Costa

[email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Wanderlan da Silva Gomes

[email protected]

Escola Municipal Giuseppe Iacoviello

Josaphat Ricardo Ribeiro Gouveia Junior

[email protected]

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Resumo: O ensino da Geometria na Educação Básica não tem garantido uma aprendizagem

eficiente, de modo que os alunos não têm sido capazes de identificar figuras geométricas com

base em suas propriedades nem realizar as abstrações sobre as mesmas. Neste sentido, o

presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta didática para o ensino de

Quadriláteros no 7º ano utilizando a teoria de Van Hiele. Como resultado, podemos apontar

aplicabilidade da teoria como recurso metodológico de ensino, bem com sua capacidade de

identificar o nível de aprendizado dos alunos.

Palavras-chave: Geometria. Van Hiele. Educação Básica. Ensino de Geometria.

Quadriláteros.

INTRODUÇÃO

Na Educação Básica, a Geometria constitui um dos três pilares fundamentais da

Matemática, ao lado da Aritmética e Álgebra (MIRANDA, 2003). Deste modo, é indiscutível

a importância da sua aprendizagem para uma formação matemática adequada dos estudantes.

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Segundo os PCNs, no ensino fundamental, o estudo da Geometria constitui parte

importante do currículo, pois permite desenvolver um tipo de pensamento que lhe permite

compreender, descrever e representar de maneira organizada o mundo em que vive (BRASIL,

1998, p. 212). Do ponto de vista estritamente matemático, possibilita um primeiro contato

com definições, teoremas e demonstrações. Assim, com o aspecto estrutural da Matemática.

O ensino da Geometria no Ensino Fundamental tem sido feito de maneira totalmente

abstrata, limitando-se à apresentação de definições e suas implicações, ou seja, em um nível

acima da capacidade de entendimento dos alunos. Esta visão compactua com os resultados

apresentados pela teoria de Van Hiele e é confirmada por diversos estudos, conforme Villiers

(2010).

A teoria de Van Hiele, como é habitualmente chamada, é uma teoria do ensino da

Geometria que originou das teses de doutorado do casal de educadores matemáticos Pierre

van Hiele e Dina van Hiele-Gedolf, na Universidade de Uretch, Holanda, em 1957. Nela,

sugere-se que a aprendizagem da Geometria ocorre segundo cinco níveis de pensamento, cuja

progressão é feita seguindo uma ordem fixa, isto é, para se alcançar um nível, deve-se ter

passado pelos anteriores sequencialmente, sem saltos.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta didática

desenvolvida no âmbito do programa Residência Pedagógica do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia / IFBA Campus Eunápolis, para o ensino de

Quadriláteros com base nos níveis de pensamento da teoria de Van Hiele. A seguir, faremos

uma exposição acerca da teoria e, em seguida, apresentaremos a proposta.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A teoria de Van Hiele surgiu das respectivas teses de doutorado “Problematiek van het

inzicht. Gedemonstreerd aan het inzicht van schoolkinderen in meetkunde-leerstof” (O

problema do insight. Uma conexão com a compreensão dos estudantes na aprendizagem da

Geometria¹) e “De didaktick Van de Meetkunde in de eerste klass van het V.H.M.O” (A

didática da Geometria na classe inicial do ensino secundário²), de Pierre van Hiele e Dina van

Hiele-Geoldf, defendidas da Universidade de Urecht, Holanda, em 1957.

Pierre, em sua tese, buscava explicar as dificuldades enfrentadas pelos alunos no

aprendizado da Geometria, enquanto Dina apresentava um exemplo concreto da aplicação da

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teoria (VILLIERS, 2010; SILVA e CANDIDO, 2017). Dois aspectos importantes observados

na descrição feita por Passos (2015) da teoria de Van Hiele são as ênfases dadas,

respectivamente, ao insight3 e ao material manipulativo. Aprender para Pierre significava

adquirir insight, isto é, a capacidade de atuar corretamente em uma situação nova e, para

Dina, caberia ao professor à organização de situações que favorecessem o estabelecimento de

relações. Deste modo, as duas teses culminaram num modelo educacional para o ensino da

Geometria.

Segundo Junqueira (1994), as características principais do modelo são:

A aprendizagem é um processo descontínuo. Há saltos na aprendizagem que

revelam a presença de níveis de raciocínio discretos e qualitativamente diferentes.

Os níveis existem numa sequência hierárquica fixa. Para que os alunos funcionem

de modo adequado num determinado nível é necessário que tenham explorado

amplamente todos os níveis anteriores. A progressão de um nível para o seguinte

está mais dependente da instrução do que da idade ou da maturação biológica. Os

temas ensinados aos alunos acima do seu nível são sujeitos a uma redução de nível -

apenas são memorizados e repetidos de forma rotineira (a memorização não é

característica de nenhum nível). A passagem de um nível para outro faz-se através

de cinco fases didácticas bem definidas. Os conceitos compreendidos de forma

implícita num nível tornam-se explícitos no nível seguinte. No nível mais básico as

figuras são, de facto, determinadas pelas suas propriedades, mas alguém que pense

nesse nível não está consciente dessas propriedades. Cada nível tem a sua

linguagem própria. Cada nível tem os seus próprios símbolos linguísticos e os seus

próprios sistemas de relações interligando esses símbolos. Uma relação que é

correcta num nível pode revelar-se incorrecta noutro. Pense-se, por exemplo, na

relação entre um quadrado e um rectângulo. Duas pessoas que raciocinem em níveis

diferentes podem não se entender uma à outra. Nem conseguem acompanhar o

processo de raciocínio da outra (JUNQUEIRA, 1994, p. 28).

A seguir, na Tabela 1, exibimos os três primeiros níveis conforme Junqueira (1994),

tendo em vista que são os mais relevantes para a proposta. Para maior compreensão dos níveis

e a descrição dos seguintes, basta ver (JUNQUEIRA, 1994; ALVES & SAMPAIO, 2010;

VILLIERS, 2010; SANTOS, 2015; SILVA & CANDIDO, 2017).

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Tabela 1 – Três primeiros níveis de Van Hiele

NÍVEL DESCRIÇÃO

1. Visual

Os alunos raciocinam sobre figuras geométricas com

base na aparência de representações das figuras e nas

transformações visuais que executam sobre elas.

Identificam figuras como quadrados e triângulos como

gestalts visuais, com frequência depois de terem

visionado protótipos. Por exemplo, podem dizer que

uma dada figura é um rectângulo porque 'parece uma

porta'.

2. Descritivo /

Analítico

Os alunos raciocinam experimentalmente; estabelecem

propriedades das figuras observando, medindo,

desenhando, e fazendo modelos. Identificam as figuras não como globalidades visuais, mas através das suas

propriedades. Por exemplo, um aluno pode pensar num

losango como uma figura com quatro lados iguais.

3. Abstrato /

Relacional

Os alunos raciocinam logicamente. Formam definições

abstractas, distinguem condições necessárias e

suficientes para definir um conceito, compreendem e,

por vezes, apresentam argumentos lógicos. Classificam

as figuras hierarquicamente analisando as suas

propriedades e dão argumentos informais para justificar

as suas classificações. Por exemplo, dizem que um

quadrado é um losango porque 'é um losango com

algumas propriedades extra'.

Fonte: Junqueira (1994)

Deve-se perceber que as definições, muita das vezes apresentadas na introdução dos

conteúdos só serão passíveis de compreensão dos alunos a partir do nível 3. Desta maneira, os

professores devem propor atividades que possibilitem o avanço dos alunos em relação aos

níveis anteriores. Sobre a aquisição do nível 2, Villiers (2010) afirma que

a obtenção do Nível 2 envolve a aquisição da linguagem técnica por meio da qual as

propriedades do conceito podem ser descritas. Contudo, a transição do Nível 1 para

o Nível 2 envolve mais do que simplesmente a aquisição de linguagem, ela envolve

o reconhecimento de algumas novas relações entre conceitos e o refinamento e a

renovação de conceitos existentes. Para que um aluno progrida do Nível 1 para o

Nível 2 em um tópico específico (por exemplo, os quadriláteros), é necessário que

ocorra uma reorganização significativa de relações e um refinamento de conceitos.

Há, portanto, muito mais em tal transição do que apenas uma verbalização de

conhecimento intuitivo, já que a verbalização anda lado a lado com a reestruturação

do conhecimento (VILLIERS, 2010, p. 402).

Ou seja, para se chegar ao nível 2 os alunos devem passar por uma reestruturação das

propriedades percebidas no nível 1, pois o nível 2 “envolve a associação de propriedades a

tipos de figuras e relações entre figuras de acordo com tais propriedades” (VILLIERS, 2010,

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p. 402). Diferentemente, o nível 3 envolve as relações lógicas entre as propriedades das

figuras (VILLIERS, 2010, p. 402). Neste nível,

não mais se refere a figuras concretas e específicas, e tampouco tais relações

formam uma estrutura de referência na qual se pergunta se uma determinada figura

possui determinadas propriedades. As perguntas típicas feitas no Nível 3 são

relacionadas ao fato de uma determinada propriedade ser sequência de outra ou se

ela pode ser deduzida a partir de um subconjunto específico de propriedades (ou

seja, se ela poderia ser tomada como uma definição ou se é um teorema) ou se duas

definições são equivalentes (VILLIERS, 2010, p. 402).

Com o que foi exposto, concordamos que ensinar Geometria a partir das definições é

uma atitude que dificulta a aprendizagem e, ainda, retira do aluno a possibilidade de

compreender sobre os processos subjacentes ao da definição de um conceito. Segundo Hans

Freudenthal (1973) citado por Villiers (2010):

(...) O didático socrático se recusaria a apresentar os objetos geométricos por

definições, mas em qualquer circunstância na qual a inversão didática prevalece, o

ato de deduzir começa com definições. (...) A maioria das definições não é

preconcebida, mas sim o toque final da atividade organizadora. Esse privilégio não

deveria ser roubado da criança... O bom ensino da geometria pode significar muitas

coisas: aprender a organizar um assunto e aprender o que é organizar; aprender a

conceituar e o que é conceituar; aprender a definir e o que é uma definição. Isso

significa deixar os alunos compreenderam o porquê certas organizações, conceitos e

definições são melhores do que outros (FREUDENTHAL apud VILLIERS, 2010, p.

412).

Pela teoria de Van Hiele, a transição entre os níveis não é feita de modo natural, mas

segundo a influência de um processo de ensino e aprendizagem (JUNQUEIRA, 1994). Nela,

O professor desempenha um papel determinante na progressão. Contudo, não se lhe

pode atribuir só o papel tradicional de debitador de conhecimentos. Neste modelo, a

progressão será antes consequência de uma escolha adequada de actividades feita

pelo professor para os alunos realizarem (JUNQUEIRA, 1994, p. 33)

A escolha das atividades deve seguir as cinco fases didáticas propostas pelo modelo.

Na Tabela 2 a seguir, apresentamos a descrição das mesmas conforme Junqueira (1994).

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A teoria de Van Hiele além de propor níveis para aquisição do pensamento geométrico

por parte dos alunos, também indica um percurso metodológico de ensino. Diversos trabalhos

realizados recentemente fazem uso da teoria, seja como identificação dos níveis, seja como

aplicação da teoria em sala de aula. Dentre eles, destacamos (JUNQUEIRA, 1994;

SANT’ANA, 2009; VIEIRA, 2010; PINTO, 2011; JUNIOR & SILVA, 2014; SANTOS,

2015; SILVA, 2015; SANTOS, 2016).

PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE QUADRILÁTEROS

Diversos trabalhos com enfoque na teoria de Van Hiele têm utilizado softwares de

Geometria Dinâmica como recurso nas aulas de Geometria. (JUNQUEIRA, 1994; ALVES &

SAMPAIO, 2010; VIEIRA, 2010; SANTOS, 2015). Neste trabalho, utilizamos e indicamos o

software GeoGebra, no entanto, qualquer software correlato pode ser utilizado. Cabe ressaltar

que as construções utilizadas no software foram retiradas do site do mesmo, cujos endereços

estão nas referências.

Tabela 2 – Cinco fases didáticas do nível de Van Hiele

FASE OBJETIVO PAPEL DO PROFESSOR

1. Informação

Conhecer o conteúdo

do domínio.

Apresentar e analisar materiais que clarifiquem o

conteúdo do domínio, colocando-os à disposição

dos alunos.

2. Orientação Guiada

Descobrir redes de

relações entre os objetos

que estão a manipular.

Orientar a actividade dos alunos, guiando-os

através de explorações que os conduzam às

descobertas.

3. Explicitação

Conscientizar relações e

exprimi-las por palavras

próprias.

Promover e orientar discussões entre os alunos,

levando-os a utilizar linguagem técnica adequada.

4. Orientação Livre

Aplicar relações e resolver

problemas.

Seleccionar materiais e problemas (várias vias de

solução). Apoiar os alunos na sua resolução.

Introduzir termos, conceitos e estratégias de

resolução de problemas.

5. Integração

Sumarizar conhecimentos

e integrá-los numa rede

coerente de fácil aplicação.

Encorajar os alunos a reflectirem e a

consolidarem o seu conhecimento geométrico.

Fonte: Junqueira (1994)

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A seguir, apresentaremos a proposta com base nas cinco fases dos três primeiros níveis

de Van Hiele, dado que nosso interesse é ensinar Geometria, especificamente Quadriláteros,

no Ensino Fundamental.

NÍVEL 1 – VISUALIZAÇÃO

1. Informação: Apresentar os Quadriláteros e através da manipulação din no software

GeoGebra, identificar figuras que sejam ou não Quadriláteros, conforme as Figuras 1 .

2. Orientação Guiada: Orientar os alunos a identificarem através das manipulações

possíveis razões que caracterizam (ou não) as figuras como Quadriláteros.

3. Explicitação: Apresentar utilizando linguagem matemática adequada as razões pelas

quais determinadas figuras são ou não Quadriláteros.

4. Orientação Livre: Resolver exercícios de identificação de Quadriláteros visualmente,

conforme o descrito a seguir.

a. Observe as figuras abaixo e marque com 𝒙 quais delas são quadriláteros.

Figura 2. Figura geométrica que não representa

um quadrilátero. Figura 1. Figura geométrica que representa um

quadrilátero.

Figura 3. Imagem auxiliar do exercício da fase 4 do nível 1.

Fonte: (Cássio, 2016) Fonte: (Cássio, 2016)

Fonte: Próprio autor

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Figura 4. Quadriláteros notáveis no GeoGebra.

Fonte: Miranda (2017)

5. Integração: Sintetizar as discussões realizadas, de modo a evidenciar as caraterísticas

visuais de figuras que sejam (ou não) Quadriláteros.

NÍVEL 2 – DESCRITIVO E ANÁLISE

1. Informação: Apresentar e manipular os Quadriláteros notáveis através do software

GeoGebra, conforme Figura 4.

2. Orientação Guiada: Realizar a seguinte atividade investigativa.

a. Em relação aos quadriláteros notáveis observados, responda:

Cor: _________________

Existem lados paralelos no quadrilátero? Quantos entre si?_______________

Existem lados congruentes no quadrilátero? Quantos entre si? ____________

Existem ângulos congruentes entre si? Quantos? _______________

A soma dos ângulos internos é: __________________

Existem ângulos retos? Quantos? _________________

3. Explicitação: Exibir o nome das figuras relacionando seus nomes as propriedades

percebidas por sua cor, conforme Figura 5, a seguir.

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4. Orientação livre: Resolver as seguintes atividades a seguir.

a. Análise cada um dos quadriláteros deste painel e forme grupos de acordo com

as propriedades comuns observadas.

b. Construa cada um dos quadriláteros notáveis no GeoGebra.

c. De acordo com as construções, verifique a validade das afirmações a seguir.

Todo quadrado é um losango.

Todo quadrado é um retângulo.

Todo retângulo é um paralelogramo.

Todo losango é um paralelogramo.

Todo trapézio é um paralelogramo.

Todo losango é um quadrado.

Todo retângulo é um quadrado.

Todo paralelogramo é um trapézio.

5. Integração: Resumir de maneira escrita as propriedades percebidas relacionando os

objetos com seus nomes.

Figura 5. Exibição dos nomes dos Quadriláteros no GeoGebra

Fonte: Miranda (2017)

Figura 6. Figura auxiliar da atividade

Fonte: Próprio autor

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NÍVEL 3 – ABSTRATO & RELACIONAL

1. Informação: Discutir a noção de definição e sua importância para a Matemática.

2. Orientação Livre: Realizar a seguinte atividade:

a. Defina os quadriláteros e cada um dos quadriláteros notáveis com suas próprias

palavras.

3. Explicitação: Exibir diferentes definições para cada um dos quadriláteros e suas

implicações.

4. Orientação Livre: Realizar a seguinte atividade:

a. De acordo com as discussões e as definições vistas, defina Quadriláteros.

5. Integração: Sintetizar os processos subjacentes ao processo de definição de um

conceito e apresentar as definições corretas dos Quadriláteros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A teoria de Van Hiele é uma teoria do ensino da Geometria que supõe cinco níveis de

pensamento para a compreensão dos conhecimentos geométricos por parte dos alunos. Para

progressão de um nível ao outro, sugere cinco fases, das quais o professor é o responsável

pela escolha das atividades. Deste modo, configura-se como um modelo educacional para

ensinar Geometria.

O ensino da Geometria na Educação Básica não tem garantido aos alunos uma

aprendizagem significativa e, desta maneira, prejudica a formação matemática dos alunos,

tendo em vista que neste nível de ensino a Geometria é uma das três áreas principais da

Matemática. Neste sentido, o presente trabalho apresenta uma proposta didática para o ensino

de Quadriláteros no 7º ano, indicando atividades para as cinco fases em cada um dos três

primeiros níveis de Van Hiele.

Como resultado, podemos apontar aplicabilidade da teoria como recurso metodológico

de ensino, bem com sua capacidade de identificar o nível de aprendizado dos alunos.

Para trabalhos futuros, fica a aplicação da presente proposta através de uma sequência

didática, com o objetivo de verificar sua eficácia como metodologia de ensino e o índice de

aprendizagem dos alunos.

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REFERÊNCIAS

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geométrico de Van Hiele e possíveis contribuições da Geometria Dinâmica. Revista Sistemas

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JUNQUEIRA, Maria. Aprendizagem da Geometria em ambientes virtuais dinâmicos: Um

estudo no 9º ano da escolaridade. 306 p. Dissertação (Mestrado em Ciências de Educação) –

Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1994.

MIRANDA, Márcia. C&oacute;pia de Quadriláteros. 2017. Disponível em:

<https://www.geogebra.org/m/DrWQjrdh>. Acesso em: 01/02/2019.

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Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2015.

PINTO, Susana. Desenvolvimento do pensamento geométrico: Uma proposta para o

ensino de isometrias. 205 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto Politécnico de

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SANT’ANA, Evandro. Geometria segundo o modelo de Van Hiele: Uma análise do nível

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SANTOS, Juliana. A teoria de Van Hiele no estudo de áreas de polígonos e poliedros. 114

p. Dissertação (Mestrado em Matemática) – Centro de Ciência e Tecnologia, Universidade

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SANTOS, Marcele. O ensino de Geometria e a teoria de Van Hiele: Uma abordagem

através do Laboratório de ensino de Matemática no 8º ano da Educação Básica. 308 p.

Dissertação (Mestrado Profissional em Práticas da Educação Básica) – Pró-Reitoria de Pós-

Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, 2016.

SILVA, Cleidson. Os níveis do pensamento geométrico no modelo Van Hiele: um estudo

de caso envolvendo Quadriláteros. Monografia (Graduação em Licenciatura em

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MIRANDA, Marilene. A experiência norte-americana de fusão da Aritmética, Álgebra e

Geometria e sua apropriação pela educação matemática brasileira. Dissertação (Mestrado

em Educação Matemática) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003.

¹Tradução por Passos (2015)

²Tradução por Passos (2015)

³Não existe uninamidade sobre a tradução da palavra, portanto, optou-se por mantê-la em

inglês, mesma atitude adotada pela autora.