em tempo - 6 de fevereiro de 2015

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÁX.: 34 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS ANO XXVII – N.º 8.619 – SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98177-2096 O preço da banana voltou a subir em Manaus em razão da en- chente que atinge as plantações da região. Essa seria a principal causa para o aumento de 20% no valor da fruta. Economia B2 Cacho da banana vai a R$ 20 ALTA Papa pede combate à pedofilia “DENUNCIEM” Durante discurso no Congres- so, o senador Omar Aziz (foto) defendeu o fim dos apadrinha- mentos políticos em órgãos do governo, principalmente na Petrobras. Política A6 Omar Aziz defende fim de ‘padrinhos’ SENADO Dia a dia C4 Comparsa de João Branco está preso “PARAZINHO” BICA ABRE CARNAVAL Com o divertido tema “Na Bica não tem conflito, votamos em careca e gostamos de periquito”, a Banda Independente e Confraria do Armando, a famosa Bica, abre os festejos do Carnaval 2015, amanhã, a partir das 16h. Plateia Fim de Semana 4 e 5 Horário de verão é estendido País C7 Venezuela vai processar EUA Mundo C8 Colegas aconselham ‘Spider’ Pódio E4 Judiciário e Segurança unidos contra o crime A explosão da população carcerária, os excessos cometidos por policiais, o lado nem sempre com- preendido do policial que arrisca a vida todos os dias, a construção de novos presídios e ações para combater a violência foram alguns dos assuntos abordados, ontem, na reunião da presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, Graça Figueiredo, com a cúpula da Segurança do Estado. Dia a dia C2 Banda da Bica vai fazer uma sátira à polêmica do “periquiticídio” A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas recebeu a cúpula da Segurança do Estado DIVULGAÇÃO RAIMUNDO VALENTIM ARIEL COSTA DIVULGAÇÃO DELATOR CITA O GASODUTO URUCU-MANAUS 1 EM DEPOIMENTOS NA OPERAÇÃO LAVA JATO, PEDRO JOSÉ BARUSCO FILHO, EX-GE- RENTE DE ENGENHARIA DA PETROBRAS QUE ASSINOU UM ACORDO DE DELAÇÃO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, RELACIONOU CONTRATOS FECHADOS EM MAIS DUAS DIRETORIAS DA COMPANHIA COM ESQUEMAS DE PROPINA DIRECIONADOS AO PT. 2 O DELATOR LISTOU OBRAS EM QUE, SEGUNDO ELE, OCORRERAM PROPINAS NAQUELE SETOR, INCLUINDO O GASODUTO URUCU-MANAUS. BARUSCO DISSE ESTIMAR QUE O PT TENHA RECEBIDO ENTRE US$ 150 MILHÕES E US$ 200 MILHÕES ENTRE 2003 E 2013. 3 SEGUNDO ELE, O TESOUREIRO DO PARTIDO, JOÃO VACCARI NETO – QUE FOI LEVADO À FORÇA PARA DEPOR –, TEVE “PARTICIPAÇÃO” NO RECEBIMENTO DESSE SUBORNO. VACCARI NETO, DE ACORDO COM ELE, FICOU, ATÉ MARÇO DE 2013, COM US$ 4,5 MILHÕES. POLÍTICA A7 E PAÍS C6 FOTOS: DIVULGAÇÃO O gasoduto Urucu-Manaus foi citado ontem pelo delator Pedro José Barusco Filho (detalhe) como parte de pagamento de propina a membros do PT O papa Francisco (foto) pediu aos sacerdotes, bispos e dioceses que zelem pela segurança de crianças e que investiguem e denunciem todos os casos de pedofilia cometi- dos por sacerdotes. Mundo C8

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

1,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÁX.: 34 MÍN.: 24

TEMPO EM MANAUS

ANO XXVII – N.º 8.619 – SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊDENÚNCIAS • FLAGRANTES98177-2096

O preço da banana voltou a subir em Manaus em razão da en-chente que atinge as plantações da região. Essa seria a principal causa para o aumento de 20% no valor da fruta. Economia B2

Cacho da banana vai a R$ 20

ALTA

Papa pede combate à pedofi lia

“DENUNCIEM”

Durante discurso no Congres-so, o senador Omar Aziz (foto) defendeu o fi m dos apadrinha-mentos políticos em órgãos do governo, principalmente na Petrobras. Política A6

Omar Aziz defende fi m de ‘padrinhos’

SENADO

Dia a dia C4

Comparsa de João Branco está preso

“PARAZINHO”

BICA ABRE CARNAVALCom o divertido tema “Na Bica não tem confl ito, votamos em

careca e gostamos de periquito”, a Banda Independente e Confraria do Armando, a famosa Bica, abre os festejos do Carnaval 2015, amanhã, a partir das 16h. Plateia Fim de Semana 4 e 5

Horário de verão é estendidoPaís C7

Venezuela vai processar EUAMundo C8

Colegas aconselham ‘Spider’Pódio E4

Judiciário e Segurança unidos contra o crime

A explosão da população carcerária, os excessos cometidos por policiais, o lado nem sempre com-preendido do policial que arrisca a vida todos os dias, a construção de novos presídios e ações para combater a violência foram alguns dos assuntos abordados, ontem, na reunião da presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, Graça Figueiredo, com a cúpula da Segurança do Estado. Dia a dia C2

Banda da Bica vai fazer uma sátira à polêmica do “periquiticídio”

A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas recebeu a cúpula da Segurança do Estado

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URUCU-MANAUS 1 EM DEPOIMENTOS NA OPERAÇÃO LAVA JATO, PEDRO JOSÉ BARUSCO FILHO, EX-GE-

RENTE DE ENGENHARIA DA PETROBRAS QUE ASSINOU UM ACORDO DE DELAÇÃO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, RELACIONOU CONTRATOS FECHADOS EM MAIS

DUAS DIRETORIAS DA COMPANHIA COM ESQUEMAS DE PROPINA DIRECIONADOS AO PT.

2 O DELATOR LISTOU OBRAS EM QUE, SEGUNDO ELE, OCORRERAM PROPINAS NAQUELE SETOR, INCLUINDO O GASODUTO URUCU-MANAUS. BARUSCO DISSE ESTIMAR QUE O PT TENHA RECEBIDO ENTRE US$ 150 MILHÕES E US$ 200 MILHÕES ENTRE 2003 E 2013.

3 SEGUNDO ELE, O TESOUREIRO DO PARTIDO, JOÃO VACCARI NETO – QUE FOI LEVADO À FORÇA PARA DEPOR –, TEVE “PARTICIPAÇÃO” NO RECEBIMENTO DESSE SUBORNO. VACCARI NETO, DE ACORDO COM ELE, FICOU, ATÉ MARÇO DE 2013, COM US$ 4,5

MILHÕES. POLÍTICA A7 E PAÍS C6

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O gasoduto Urucu-Manaus foi citado ontem pelo delator Pedro José Barusco Filho (detalhe) como parte de pagamento de propina a membros do PT

O papa Francisco (foto) pediu aos sacerdotes, bispos e dioceses que zelem pela segurança de crianças e que investiguem e denunciem todos os casos de pedofi lia cometi-dos por sacerdotes. Mundo C8

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Page 2: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

A2 Última Hora MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Concurso n. 685 (05/02/2015)

Extração nº 04942 (04 /02/2015)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 97.792 250.000,00

2º 44.349 16.300,00

3º 27.114 16.000,00

4º 70.874 15.800,00

5º 88.524 15.220,00

Concurso n. 1356 (03/02/2015)

04 16 21 45 46 47

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

16 33 34 36 43 46

Segundo sorteio

Concurso n. 1527 (04/02/2015)

LOTOMANIALOTOMANIA

01 04 08 10 18

23 24 26 37 39

40 47 72 81 84

89 93 94 96 99

Concurso n. 3708 (05/02/2015)

18 21 47 48 62

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

TIMEMANIATIMEMANIA

03 04 15 23 33 67 72

Time do coração

CRB/AL

LOTERIAS

Concurso n. 1675 (04/02/2015)

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

03 18 34 35 36 56

01 02 04 05 07

08 09 11 12 14

15 16 18 21 23

Concurso n. 1167 (04/02/2015)

Defesa Civil inicia levantamentoA Defesa Civil do Amazo-

nas já iniciou o levantamento das necessidades das famílias atingidas pela cheia na calha do rio Juruá, onde os municí-pios de Itamarati, Eirunepé, Ipixuna, Guajará e Envira es-tão em estado de emergência. Cerca de oito mil famílias já sofrem os impactos da cheia nesses municípios, aponta o órgão. De acordo com o moni-toramento da Defesa Civil, ou-tras duas cidades, Tabatinga, no Alto Solimões, e Humaitá, na calha do Madeira, estão em estado de alerta.

Boca do Acre, na calha do Purus, está em situação de atenção. De acordo com o se-cretário executivo de Ações de

Defesa Civil, coronel Roberto Rocha, as equipes do órgão já iniciaram levantamento nas localidades afetadas pela cheia para saber qual a real situação de cada município e quais medidas serão tomadas. “Nós temos equipes em Cru-zeiro o Sul, no Acre, Humaitá e Guajará, que já estão fazen-do um diagnóstico, para que possamos realizar relatórios e enviarmos ao governador José Melo, para a homologação do estado de emergência”.

Ele explicou que, desde dezembro de 2014, por de-terminação do governador, o Estado está monitorando a região do Juruá para prestar auxílio às prefeituras. Técni-

cos monitoram diariamente 21 municípios e, a partir de agora, também vão poder contar com auxílio do Siste-ma de Proteção da Amazônia (Sipam). O centro de coorde-nação da Defesa Civil passará a funcionar no município de Cruzeiro de Sul, no Acre, por conta da proximidade com as cidades atingidas.

Roberto Rocha destacou que este ano o nível das águas na calha do Juruá está mais alto que em relação ao ano passado, o que pode indicar uma enchente maior que no último ano. “O município de Tarauacá, no Acre, foi o primeiro município a entrar em situação de emergên-

cia, antes do Natal e, agora, nós tivemos uma antecipa-ção das cheias no Juruá, que normalmente só acontecem no fi nal do Carnaval”.

O coronel explicou ainda que desde 2005 o Amazonas vem sofrendo com grandes cheias, chamadas de fenôme-nos extremos, o que difi culta o planejamento e execução de medidas para retirar fa-mílias de áreas e risco e de promover obras para evitar esse tipo de situação. Se-gundo ele, nos últimos dez anos, foram sete “eventos ex-tremos”, prejudicando o tra-balho, já que a logística do Estado é complexa por conta das grandes distâncias.

VÍTIMAS DA CHEIASSP-AM realiza mutirão para zerar laudos pendentes

O Departamento de Polícia Técnico-Científi ca (DTPC), em conjunto com o Instituto de Criminalística do Amazonas, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), estão realizando um mu-tirão para expedição de laudos pendentes, que irão subsidiar inquéritos abertos pela Polícia Civil do Amazonas.

Os exames estão sendo re-alizados de forma voluntária por cerca de 60 peritos, aos sábados, no Instituto de Cri-minalística, e contemplam as requisições de perícia de cri-mes relacionados com tráfi co de drogas, homicídios, furtos, roubos e crimes ambientais. “Essa foi uma determinação do novo secretário de Segu-

rança, Sérgio Fontes, para dar mais celeridade aos processos que se encontram atrasados. Nós começamos os trabalhos no último dia 31 de janeiro e a previsão é de que em até cinco meses eles possam ser concluídos. Queremos agra-decer aos profi ssionais que estão dedicando seu tempo sem receber remuneração para cumprir essa meta im-portante”, afi rmou o diretor do DPTC, Jeff erson Mendes.

De acordo com o diretor, cerca de 6 mil requisições de documentoscopia, perí-cia em mídias digitais e in-formática, armas brancas e de fogo utilizadas em cri-mes, e entorpecentes, serão analisados no mutirão.

PERÍCIA

Rei Abdullah promete vingança aos terroristas por conta da morte do jordaniano Mouaht al-Kasaesbeh

Caças da Jordânia atacam alvos do Estado Islâmico

Amã (Reuters) - Caças da Jordânia atacaram refúgios do Estado Is-lâmico na Síria nesta

quinta-feira e em seguida de-ram voos rasantes sobre a cidade-natal do piloto jorda-niano morto pelo grupo mili-tante, enquanto o rei Abdullah II consolou pessoalmente os familiares da vítima.

Testemunhas ouviram o monarca afi rmando ao pai do piloto que os caças retor-navam da cidade de Raqqa,

controlada pelos militan-tes. Uma fonte de seguran-ça disse à Reuters que os ataques atingiram alvos na província de Deir al-Zor, no leste sírio, assim como nos arredores de Raqqa.

A demonstração de força ocorre dois dias depois do grupo ultrarradical Estado Is-lâmico ter divulgado um vídeo em que o piloto jordaniano capturado Mouaht al-Kasa-esbeh é queimado vivo dentro de uma jaula enquanto mili-

tantes de máscaras observam de pé ao redor.

A TV estatal jordaniana exi-biu imagens de aviões deco-lando para realizar os ataques. Vários homens e mulheres foram mostradas escreven-do versos corânicos e slogans contra o Estado Islâmico no que parecia ser as bombas usadas nos ataques.

A emissora transmitiu mais tarde o bombardeio real, an-tes de os jatos retornarem em segurança à Jordânia.

Jatos norte-americanos se juntaram à missão para for-necer inteligência, vigilância, assim como reconhecimen-to e apoio para identifi car alvos, disse uma autorida-de dos EUA à Reuters sob condição de anonimato.

O ofi cial também disse que os ataques ocorreram nas pro-ximidades de Raqqa, onde o piloto jordaniano foi execu-tado. Comandantes militares informaram o rei Abdullah após as missões sobre os

detalhes dos ataques, disse a TV estatal.

O monarca prometeu vin-gança pela morte de Ka-saesbeh e ordenou aos co-mandantes que se preparem para desempenhar um papel militar mais ativo na coalizão liderada pelos EUA contra o grupo. Mas muitos jordania-nos temem ser arrastados para um confl ito que pode resultar numa reação de mi-litantes radicais dentro do próprio reino.

Rei da Jordânia Abdullah II (no centro) foi pessoalmente confortar a família do piloto morto pelo Estado Islâmico. Ele promete vingança ao grupo terrorista

REPRODUÇÃO

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Page 3: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 A3Opinião

A contratação de trabalhadores temporários no serviço público é tão irresponsável quanto a atitude de quem bebe (não sabe que vai fi car bêbado?) e dirige (não sabe que é perigoso e pode mutilar ou matar?). Esse tipo de contratação é, sabidamente, proibido, mas as repartições públicas estão sempre às voltas com a política de favores que as administrações são obrigadas a conceder, principalmente, a políticos eleitos, muito necessitados de empregar seus cabos eleitorais ou parentes e aderentes desses seus correligionários, com frequência desqualifi cados como mão de obra.

Da mesma maneira como fazem com as licitações públicas – criam-se situações de emergência, urgência etc., para dispensá-las – os temporários são contrabandeados para dentro das repartições também sob o argumento da necessidade imediata. Uma ilegalidade que todo mundo fi nge que não vê até que se crie uma situação de fato e de direito, impossível de postergar. Aí, existe um “problema social”. E os políticos, que são hábeis legisladores da causa própria, enfi am uma emenda constitucional ou o que lhes ocorra no momento para efetivar o temporário.

Em dezembro de 2012, a Câmara Municipal de Manaus aprovou emenda da mesa diretora à Lei Orgânica do Município, efetivando mais de cinco mil temporários. Vereadores aprovaram, sabendo que era errado. No ano seguinte, o Tribunal de Justiça considerou inconstitucional esse ato de fé e piedade cristãs. E agora? Havia temporário com até 20 anos de contrato. Palavra de consolo: o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, hoje da Casa Civil, pretendeu contratar “tem-porariamente” médicos cubanos, por três anos, até que a sua pasta conseguisse estabelecer uma política de educação que contemplasse as necessidades reais do país. Que psicopatia é essa?

Para a Polícia Civil, que prendeu a qua-drilha de trafi cantes que teria ligação com o narcotrafi cante João Branco. Os bandidos são apontados como os responsáveis pela onda de terror, assalto e assassinatos nos últimos meses em Manaus.

Esforço da Polícia Civil

APLAUSOS VAIAS

Pontos culturais

O parlamentar entende que os três ‘pontos cultu-rais’ são de relevante im-portância para a cultura da cidade amazonense.

Plínio e Gilberto

Segundo Bosco Saraiva, o bar Jangadeiro foi ponto de encontro e debates entre os ex-governadores Plínio Coelho e Gilberto Mestrinho nos anos 50 e até hoje é fre-quentado por intelectuais.

Velho Armando

Quanto ao bar do Arman-do, o tucano disse que é uma referência aos inte-lectuais e carnavalescos, por ser o responsável pela Banda da Bica, a mais fes-tejada e bem-humorada banda de Manaus.

Caldeirão

Já a história do bar Cal-deira, que funciona desde os anos 70, está vinculada à explosão de uma caldei-ra, atrás da Santa Casa de Misericórdia, que viti-mou duas pessoas e feriu mais de 15.

Amigo português

O tucano lembrou que es-tamos a dois dias de mais uma apresentação glorio-sa da Banda da Bica, que tem como base o bar do Armando, “do nosso amigo português”. — A manu-tenção da história precisa de cuidados legais daí a importância desse projeto – disse Bosco.

Tocando ao coração

Durante culto ecumênico, nesta quinta-feira, o coral Esperança, formado pelos pacientes da Fundação de Hematologia e Hemotera-pia do Amazonas (Hemoam) emocionou o auditório De-putado Belarmino Lins, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Sensibilidade

A canção apresentada pelo coral foi elaborada pelos próprios pacientes e fez lembrar toda a trajetória de luta das crianças contra o câncer.

— Tem tanta criança /lutando para sobreviver/ Vamos nos unir / e o cân-cer combater – diz um dos trechos da música.

Impacto

Ao tomar ciência dos projetos oriundos do Tri-bunal de Contas do Esta-do (TCE) e do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), propondo reajuste dos subsídios desses órgãos, o deputado Serafim Corrêa (PSB) defendeu que é pre-ciso haver um diálogo entre os gestores e a Assembleia sobre o impacto orçamen-tário desses reajustes.

Padre Anchieta

A Fundação Padre Anchieta será a entidade responsável pelo processo de implanta-ção da TV Câmara Aberta.

O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Manaus, vereador Wilker Barreto (PHS), após

reunião com o diretor de expansão de rede da TV Cultura, Fábio Borba.

De olho

O deputado José Ricardo Wendling (PT) avisou que vai acompanhar o cumpri-mento das promessas e das metas do governo do Estado para a educação.

Melo garante

Na Assembleia, José Melo resumiu que a educação será sua prioridade.

Anunciou a construção de novas escolas de tempo in-tegral, de qualificação dos professores e de convoca-ção de concursados.

Reforma política

O deputado federal Mar-cos Rotta (PMDB-AM) en-grossou o discurso em torno da reforma política.

Entre outros pontos, a Pro-posta de Emenda à Consti-tuição (PEC) 352 acaba com a reeleição do presidente da República, dos governado-res e prefeitos e põe fim ao voto obrigatório.

Reforma política 2

De acordo com Rot-ta, apoiar a reforma po-lítica significa resgatar a credibilidade da classe política brasileira, hoje bastante desgastada.

— Devemos repensar a imagem da classe políti-ca. E se há alguém que pode reverter esse quadro, que infelizmente hoje não é um quadro favorável, somos todos nós.

Para certos moradores da avenida Beira-Rio, no bairro do Coroado, que continuam jogando lixo no canal, au-mentando ainda mais a proliferação do mosquito da dengue.

Lixo no canal

Os tradicionais bares do Armando – reduto da famosa banda da Bica -, Jan-gadeiro e Caldeira vão se tornar patrimônio cultural e material de Manaus.

Isto, caso o projeto de lei que o deputado Bosco Saraiva (PSDB) apre-sentará na próxima semana, à mesa diretora da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), seja aprovado.

Conversa de botequim

DIVULGAÇÃO AGECOM

[email protected]

Dá para levar a sério?

Claudia de Lucca Mano

Advogada, atua na área de vigilância sanitária e assun-

tos regulatórios

A comercialização dos remé-dios para emagrecer sempre foi cercada de grandes discussões e polêmicas. A Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma das responsá-veis em alimentar o debate por conta de uma série de proibi-ções e restrições que impôs a esses medicamentos ao longo dos últimos anos.

A Anvisa vem tentando, de for-ma ilegal, manter a proibição da comercialização das substâncias femproporex, mazindol e anfe-pramona (do grupo das anfeta-minas e seus derivados), além de impor regras mais rígidas para a venda da sibutramina. A polêmica teve início em 2011, quando a agência resolveu proi-bir esses medicamentos, com o fundamento de que essas drogas apresentam risco à saúde supe-rior aos seus benefícios e que não há provas científicas de que os medicamentos são eficazes.

Quase três anos depois, o Sena-do Federal liberou, em setembro de 2014, a venda de três grupos de remédios emagrecedores e suspendeu, assim, o banimen-to dos emagrecedores definido pela agência.

O projeto legislativo é de au-toria do deputado Beto Albu-querque (PSB-RS) e teve como justificativa que a Anvisa, ao vetar as substâncias, “extrapola a sua competência legal e invade competência do Poder Legisla-tivo”. A decisão da Anvisa foi alvo de polêmica, colocando, de um lado, a Vigilância Sanitária e uma parte dos médicos e, de outro, profissionais da saúde que tratam pacientes com so-brepeso e obesos e os próprios usuários dos remédios, que afir-mam voltar a ganhar peso na falta das substâncias.

Em resposta a essa nova posi-ção do Senado Federal, a Anvisa publicou a RDC 59/14 que “regu-lamenta” a prescrição, comércio e dispensação de medicamentos à base de anorexígenos fempro-porex, anfepramona, mazindol e sibutramina. Ocorre que a agen-cia, buscando retardar a reinser-ção dos anorexígenos no merca-do proibiu sua manipulação, ou melhor, condicionou a existência de registro sanitário novo váli-do, o que só pode ser feito pela indústria farmacêutica.

A justificativa é a necessida-de de comprovação de eficácia e segurança, exigida pela lei 6360/76 e regulamentos sani-tários. Parece, porém, ignorar o fato de que os ativos em questão possuíam registros sa-nitários válidos durante anos no país, o que pressupõe que a comprovação de eficácia e segurança já foi feita e devi-damente avaliada pela Anvisa. Os registros somente não estão mais válidos porque a própria agencia baniu os anorexígenos do mercado em 2011.

Com tal medida, a Anvisa in-siste na proibição dos ativos adotando uma via oblíqua. Ou seja, fere o princípio da igual-dade, ao reservar o mercado aos produtos industrializados, e afronta a tripartição de poderes, ao neutralizar a decisão do Con-gresso, exigindo preenchimento de critérios técnicos que na ver-dade já foram satisfeitos his-toricamente e são plenamente conhecidos pela agência. Assim, deve surgir uma onda de ações ju-diciais questionando a validade da nova “regra” da RDC 59/2014 Anvisa, perante a liberação expressa do Senado Federal.

[email protected]

Claudia de Lucca [email protected]

A proibição de emagrecedores

[email protected]

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A Anvisa insis-te na proibição dos ativos adotando uma via oblíqua. ere o princípio da igualdade, ao reservar o mercado aos produtos industrializa-dos, e afronta a tripartição de poderes, ao neutralizar a decisão do Congresso, exigindo pre-enchimento de critérios que já foram satisfei-tos historica-mente e são plenamente conhecidos pela agência”

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected] [email protected]

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Page 4: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

A4 Opinião MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Em fogo alto depois da implicação de seu tesoureiro no desvio de US$ 200 milhões da Petrobras, o PT prepara uma contraofensiva para apontar que as doações legais de fornecedoras da estatal benefi -ciaram os principais partidos do país --inclusive da oposição. A ideia é reforçar o discurso de que a Lava Jato está “criminalizando” repasses legítimos de dinheiro e que não há corrupção nessas transações. Ministros petistas dizem crer que a operação terá impacto signifi cativo sobre o PSDB.

Dedo-duro Dirigentes do PT pretendem criticar a condução da operação, no aniversário da sigla, nesta sexta. Dizem que, pela lógica, tesoureiros de outros partidos também deveriam ser ouvidos.

Brecha Advogados da Lava Jato comemoraram a decisão que mandou para a Justiça do Maranhão a investigação das acusações contra a ex-governa-dora Roseana Sarney.

Brecha 2 Para a defesa, abre-se uma jurisprudência contra a competência “nacio-nal” do juiz Sergio Moro, que tenta manter no Paraná todos os processos de quem não tem foro privilegiado.

Recado Integrantes da força-tarefa da Lava Jato acreditam que a luz jogada sobre a Di-retoria de Serviços da Petro-bras vai ampliar a pressão para que Renato Duque volte a ser preso. A decisão cabe a Teori Zavascki, no Supremo.

Bode na sala Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tomou a iniciativa de comunicar ofi cialmente a Dilma Rousseff , na reunião desta quin-ta-feira, que havia lido o reque-

rimento de instalação da nova CPI da Petrobras, como manda o regimento da Câmara. A pre-sidente nada respondeu.

Homens ao mar O PMDB do Senado, que não abria mão de indicar o sucessor de Sér-gio Machado na Transpetro, agora diz que não há espaço para pleitear o posto: “Não vamos indicar o chefe dos ca-mareiros do Titanic”, diz um senador da sigla.

Bolsa de apostas No Planalto, até o fi m da tarde desta quinta, a avaliação era que a decisão sobre o novo presidente da Petrobras afunilara entre Murilo Ferrei-ra, presidente da Vale, e Paulo Leme, presidente do Goldman Sachs no Brasil.

Tesouro Aécio Neves (PSDB-MG) confi denciou a interlocuto-res que havia sondado Pedro Malan, ministro da Fazenda de FHC, para presidir a Petrobras caso fosse eleito presidente. O economista indicou que aceitaria o cargo, segundo tucanos.

Encarando... Em reunião com o Confaz nesta quinta-feira, Jo-aquim Levy (Fazenda) defendeu a “necessidade de chegarem a

um acordo sobre a convalidação dos benefícios fi scais de ICMS concedidos pelos Estados”.

... o tabu O ministro atua para que o órgão mude a re-gra da unanimidade de decisão para uma maioria qualifi cada. Uma vez convalidados os be-nefícios passados, o governo vai atuar para que o Senado vote a mudança de cobrança do ICMS para o Estado de destino da mercadoria.

Céu azul A Embrapa traçou a secretários estaduais de Agricul-tura, nesta quinta, projeções de chuva “preocupantes” para São Paulo, e para as regiões Sul e Nor-deste. O volume de precipitações esperado deve ser bem abaixo do normal até o fi m de abril.

Pendura A previsão refor-çou ideia no governo paulista de oferecer auxílio fi nancei-ro a agricultores caso haja prejuízo na produção.

Na geral Monitoramento de tuítes publicados em ja-neiro mostra que Geraldo Alckmin foi citado nominal-mente em 12% das mensa-gens sobre a crise de água. O levantamento é da Netbase.

Tons de cinza

Contraponto

Convidados da sessão de abertura do ano judiciário no Supremo Tribunal Federal, no início da semana, notaram que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) usava um terno bem maior que o corpo.Questionado, creditou a gafe de estilo à dieta Ravenna, que dominou o primeiro escalão do governo federal e fi sgou até a presidente Dilma Rousseff .– Perdi mais de dez quilos, com certeza! – contou.Cardozo, entretanto, reconheceu a existência de um lado negativo da dieta:– Mas o terno está horrível... vou ter que ajustar tudo!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Sobrando pano

Tiroteio

DO DEPUTADO RODRIGO GARCIA (DEM-SP), sobre a relação do Planalto com a Câmara, o escândalo da Petrobras e a escassez energética no governo Dilma.

Como um governo que vive crises política, moral e energética conseguirá sobreviver? Vai, no máximo, se arrastar por quatro anos.

Quando se trata de segurança, os profi ssionais de TI não podem controlar tudo. Nem todas as ameaças podem ser diminuídas simplesmente ao se respeitarem as práticas recomendadas de manter os sost wares de segurança atualizados e aplicar regularmente as correções nos aplicativos vulneráveis. Além disso, nem todos os recursos potencialmente arriscados podem ser desligados, mesmo que os profi ssionais de TI desejassem fazer isso.

As portas USB são um excelente exemplo. Na verdade, de acordo com uma recente pesquisa da SR Labs, agora os hackers podem transformar os dispositivos USB (as unidades portáteis aparentemente inofensivas, teclados, mouses e outros dispositivos que são conectados às portas USB do computa-dor) em ferramentas maliciosas. Faz-se isso carregando fi rmwares maldosos nos minúsculos chips de baixo custo do computador que controlam as funções dos dispositivos USB, os quais normal-mente não têm proteção incorporada contra adulteração. Conhecidos como BadUSB, os malwares têm a capaci-dade de fazer com que os dispositivos USB assumam funções secretas, como espionar as comunicações do usuário e destruir dados valiosos uma vez co-nectados a um computador.

Em ambientes de negócios, nos quais os dispositivos USB muitas vezes circu-lam como cartões de visita e a gripe, os profi ssionais de TI precisam ser proativos na hora de proteger a infra-estrutura dessa nova ameaça. Mesmo que isso não seja muito difundido hoje, o abuso dos dispositivos USB já existe há muito tempo e é importante aproveitar a oportunidade para rever as políticas e controles. Veja a seguir algumas considerações importantes:

1 – Monitorar as redes de forma proativa: dada a natureza furtiva das ameaças relacionadas aos dispositivos USB, como o BadUSB, é fundamental controlar com efi cácia os servidores, redes, aplicativos e estações de traba-

lho para detectar atividades suspeitas, mesmo que você não possa monitorar especifi camente as atividades do USB em si. Este é um bom exemplo de como os sost wares de segurança tradicionais nunca conseguirão deter cada ameaça em potencial.

2 – Controlar a atividade do USB caso a caso: também há um grande número de ferramentas disponíveis no mercado para ajudar a controlar a atividade do USB por usuário e/ou por dispositivo, e bloquear qualquer atividade suspeita. Deve-se começar descobrindo onde estão as áreas de maior perigo e depois determinando as atividades permitidas e proibidas, conforme necessário.

3 – Utilizar sost wares antivírus e de gerenciamento de ameaças: apesar de os sost wares antivírus e outros sost wa-res antimalware não conseguirem de-tectar sozinhos os fi rmwares maliciosos nos dispositivos USB, eles ainda são ferramentas confi áveis para detectar quando ocorre uma violação em po-tencial em sua rede, especialmente se não for possível monitorar o tráfego nos terminais diretamente.

4 – Instruir os usuários fi nais: ao limi-tar o uso do dispositivo USB sempre que possível e criar políticas de dispositivo USB para uso interno, os profi ssionais de TI podem signifi cativamente reduzir o impacto das ameaças em potencial de segurança que surgem com o USB.

Em conclusão, temos a tendência de confi ar exclusivamente em anti-malwares e outros sost wares tradi-cionais de segurança para diminuir as ameaças de segurança. No en-tanto, com muitas ameaças, incluindo os dispositivos USB que apresentam falhas críticas, é necessário por em prática precauções extras para evitar danos graves. Com as ferramentas adequadas para automatizar, monito-rar e gerenciar toda a infraestrutura é possível conciliá-las e implementar uma estratégia de segurança efi caz que responda a essas ameaças.

Nicole Pauls [email protected]

Nicole Pauls Diretora de geren-

ciamento de produ-tos de segurança

da SolarWinds

Temos a tendência de confi ar exclusiva-mente em antimalwa-res e outros sost wares tradicionais de segurança para diminuir as ameaças. Com muitas ameaças, incluindo os dispositivos USB que apresentam falhas crí-ticas, é ne-cessário por em prática precauções extras”

A ameaça de um velho amigo

Olho da [email protected]

Ao sair da Floriano Peixoto, zona de produção de calor intenso, e cruzar a 7 de Setembro, entrar na Getúlio Vargas é um oásis de sombra e água fresca. Mas lá em cima, onde começa a zona desértica da Joaquim Nabuco, a paisagem verde da GV é ameaçada por súbita ventania, em uma operação quebra-galho. Cuidar dessa aveni-da é preciso, antes que alguém prefira o calor senegalesco do Centro

IONE MORENO

Um caso novo aparece a cada dia. Por isso aquela expressão [a corrupção] ‘parece não ter fi m’. Temos de fazer tudo para que ela termine. Os corruptos

devem ser punidos. A sociedade, de um modo geral, está experimentando esse mal-estar do ponto de

vista ético e moral, mas deve ajudar a combater a corrupção

Raymundo Damasceno, presidente da CNBB e arce-bispo de Aparecida (SP), defendeu, ontem, a punição de envolvidos no escândalo da Petrobras, após reunião com o secretário-geral da Presidência da República, Miguel

Rossetto, para tratar da reforma política.

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 A5Política

Novatos querem ter maior tempo de plenário na AleamPartidos nanicos se unem para conseguir maior tempo de plenário. Estimativa é conquistarem 25 minutos de discurso

Após o surgimento da bancada indepen-dente, formada pelos partidos PMDB, PT,

PP e PSC, uma nova resolução foi apresentada, na manhã de ontem (5) à mesa direto-ra da Assembleia Legislativa do Estado, com a formação de um novo bloco composto por cinco partidos - PSB, PDT, PV, PRB e DEM. O novo grupo, segundo o deputado Serafim Corrêa (PSB), não é oposição ao governo, mas uma aglutinação de partidos que se formam para juntos conquistarem o tempo de 25 minutos, o qual será usado pe-los parlamentares no grande expediente, de igual caráter ao primeiro grupo apresen-tado pelo PMDB e demais partidos citados acima.

“Estamos formando um novo bloco com cinco parti-dos. Esse bloco é para juntar o tempo. Não tem liderança e o nome é ‘bloco dos cinco

partidos’. Queremos com isso ter o tempo de 25 minutos para expormos nossas ideias e defesas no grande expe-diente”, explicou “Sarafa”.

A nova composição agrega os deputados Carlos Alber-

to (PRB), Dermilson Chagas (PDT), Platiny Soares (PV), Serafim Corrêa (PSB) e Sabá Reis (DEM). O representante do PV na casa legislativa estadual, deputado Platiny Soares, disse que a união do grupo dará o tempo ne-

cessário para que cada parla-mentar do coalizão realize o discurso no plenário da casa no grande expediente.

“Formaremos o bloco, mas nossos posicionamentos se-rão igualmente independen-tes. A união das siglas não está relacionada à hierarquia e liderança, apenas possibi-litará que possamos discutir temas de grade relevância para a sociedade de maneira justa, diante das siglas com maior número de deputados”, explicou Platiny.

De acordo com o artigo 14º do Regimento Interno da Aleam, os deputados pos-suem autonomia para cons-tituir blocos parlamentares sem prejuízo à autonomia da representação partidária para indicar, ou não, um lí-der para o bloco. Caso a matéria seja aprovada pelos parlamentares no plenário, o grupo dos cinco partidos, que ficará com 25 minu-tos, terá o segundo maior tempo na tribuna do plenário Ruy Araújo.

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

Formaremos o bloco, mas nossos posi-

cionamentos serão igualmente indepen-dentes. A união das siglas não está rela-cionada à hierarquia

Platiny Soares, deputado estadual

O bloco formado por cinco partidos - PSB, PDT, PV, PRB e DEM - deverá homologar sua nova resolução na sessão extra desta sexta-feira. Segundo Serafim Corrêa, será o “bloco dos cinco partidos”

FOTOS:ALEAM

Maciel permanece na comissãoSEGURANÇA

O deputado estadual Cabo Maciel (PR) venceu o “cabo de guerra” que travava com o seu colega de bancada, o deputado novato Platiny So-ares (PV), pela presidência da Comissão de Segurança Pú-blica. Ontem, o parlamentar republicano foi reconduzido pelos seus pares à presidência da pasta, em vista dos seus relevantes serviços prestados frente à referida comissão, em que a classe militar, Polícia Militar, Bombeiros Militares, Polícia Civil e demais órgãos da estrutura da Segurança Pública do Estado do Ama-zonas foram contemplados com importantes conquistas.

Entre elas, melhorias sala-riais, ascensão nas carreiras e ainda garantias de direitos para a aposentadoria.

Além de presidir a Comis-são de Segurança Pública, o

deputado Cabo Maciel tam-bém faz parte das seguin-tes comissões: de Assuntos Municipais (vice-presidente); de Esportes (vice-presiden-te); de Defesa do Consumi-dor (membro); de Educação (membro); de Jovens, Crian-ças e Adolescentes (mem-bro); e de Políticas Antidro-gas (membro).

O parlamentar afirma ainda que, além dessas co-missões, vai atuar de forma contundente nas demais áre-as da administração pública, sempre visando buscar so-luções para melhorar cada vez mais a qualidade de vida da população.Além da Comissão de Segurança, Maciel também irá compor a pasta de Assuntos Municipais

DIVULGAÇÃO/ALEAM

RECONDUZIR Cabo Maciel foi recon-duzido ontem à pre-sidência da Comissão de Segurança Pública, após travar um “cabo de guerra” interno com o colega de bancada, o deputado novato Platiny Soares

A bancada independen-te formada pelos partidos PMDB, de Belarmino Lins, Vicente Lopes e Wanderley Dallas; PP, de Adjuto Afon-so; PT, de Sinésio Campos; e PSC, de Francisco Souza, apresentada na quarta-fei-ra (4) à mesa diretora da Aleam, segundo o deputa-

do Belarmino Lins, é uma convergência de partidos, que deve agir no plenário de acordo com os interesses da população.

“O bloco se comportará com equilíbrio com relação às matérias levadas ao de-bate em plenário”, disse, acrescentando que o líder

da bancada ainda será de-cidido, disse Belão.

Já o deputado Adjuto Afon-so (PP), que compõe a ban-cada independente, afirmou que o grupo é formado tam-bém por uma questão de as-segurar um tempo maior aos partidos se pronunciarem no grande expediente.

Independentes já estão definidos “Na realidade formamos o grupo pela questão do tempo partidário. Eu estou na base do governo e a questão da bancada é para assegurar mais tempo para nossos discursos. Por exemplo, hoje (ontem), eu falei 10 minutos e o deputado Francisco Souza (PSC) 15 minu-tos, então é para termos tempo hábil para discursarmos sobre assuntos relevantes”, pontuou.

Bloco dos independentes foi apresentado na última quarta-feira à mesa diretora da Aleam

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A6 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

PT levou só da OAS mais de R$ 215 milhões

A empreiteira OAS é suspeita de haver pago ao menos R$ 215 milhões ao PT a título de propi-na, nos governos Lula e Dilma, segundo concluiu a força-ta-refa da operação Lava Jato. A propina equivale a 3% do valor dos contratos da OAS na Petro-bras. A quantia é exatamente a que o Ministério Público Federal pretende recuperar para os co-fres públicos. Segundo a Lava Jato, o PT levou 3% do que as empreiteiras recebiam.

Só uma diretoriaA estimativa de Barusco, ex-

gerente que devolverá US$ 100 milhões roubados, refere-se apenas aos negócios gerados por sua diretoria.

Presidente presoJosé Aldemário Pinheiro, vul-

go “Leo Pinheiro”, presidente da OAS, foi um dos executivos de empreiteiras presos na opera-ção Lava Jato.

Quase meio bilhãoO ex-gerente Barusco es-

timou em depoimento à Jus-tiça que só o PT recebeu, ao todo, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões no roubo à Petrobras.

UníssonoEx-diretores presos, Renato

Duque e Paulo Roberto Costa também delatam o valor de 3% pago ao PT a título de propina no esquema do Petrolão.

Posse de Unger até pare-cia velório do governo

O clima de enterro marcou a posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Es-tratégicos, ontem, em razão da operação My Way, da Polícia Federal, que investiga o papel do PT no roubo à Petrobras. A notícia da condução coercitiva de João Vaccari Neto, tesou-reiro do PT, ajudou a derrubar

o ânimo de Dilma, que exibia uma expressão tão carregada que a atitude dela contaminou os poucos presentes.

ClandestinidadeA posse de Mangabeira Un-

ger foi quase clandestina, em sala pequena. Em nada lembrou as outras posses festivas, com muitos convidados.

VelórioDilma tinha a expressão car-

regada, numa atitude compun-gida que se espalhou entre três dezenas de pessoas presentes na posse.

‘SeAlopra’Unger já ocupou a pasta de

Assuntos Estratégicos no go-verno Lula. Mas era chamada de Secretaria de Assuntos a Longo Prazo, “SeAlopra”.

Roubaram demais...O ex-gerente Pedro Barusco

estima que o PT levou US$ 200 milhões (R$ 420 milhões) em propinas, no assalto à Petro-bras. Somente em negócios da diretoria chefi ada por Roberto Duque, o então concunhado que o ex-ministro José Dirceu indicou para a diretoria de Serviços.

Chega de marajáO evangélico Cabo Daciolo

(Psol-RJ) iniciou mandato apre-sentando o Projeto de Decreto Legislativo 1/2015, que revo-ga o aumento do salário dos deputados: “Enquanto isso, Educação sofreu corte de R$ 7 bilhões”.

Baião de doisNão tem jeito de melho-

rar. A desempregada Luciana Genro arrumou uma boquinha: foi nomeada “coordenadora geral” da bancada do Psol na Assembleia gaúcha, com salá-rio de R$ 16,9 mil. O partido tem só um deputado, Pedro Ruas, agora líder da bancada

do “eu sozinho”.

PindaíbaDe forma discreta, as chefi as

do Ministério das Relações Ex-teriores recomendaram a seus funcionários que levem papel higiênico para o local de traba-lho, dada a escassez de recursos para comprá-lo.

Discórdia no ninhoA senadora Lúcia Vânia abriu

fogo contra o PSDB e ameaça deixar o partido. Segundo a senadora, Aécio Neves (MG) “mordeu o anzol” de Renan Ca-lheiros (PMDB-AL) e “colocou em xeque sua credibilidade”.

Ponto de vistaNo retorno à Câmara, depu-

tados veteranos reclamavam da localização de seus gabine-tes, que não estariam à altura a seus padrões. Já um deputado novato se surpreendeu: “Tem até banheiro!”, comemorou.

Avalanche de CPIEnquanto a oposição se ar-

ticula para viabilizar nova CPI da Petrobras, os petistas Car-los Zarattini (SP) e Reginaldo Lopes (MG) correram contra o tempo na quarta (4) por assinaturas para emplacar as CPIs do Sistema Carcerário e do Desaparecimento e Morte de Negros Pobres.

Só na ressaca Na ressaca da bebedeira

após a posse no domingo (1º) e a eleição ao comando da Câmara, da qual Eduardo Cunha (PMDB) saiu vitorioso, muitos deputados “fugiram” de Brasília na quarta (4) ainda pela manhã.

Pensando bem...... com o escândalo do Pe-

trolão, a condução coercitiva do tesoureiro do PT e a pos-se de Mangabeira Unger, o governo Dilma está cada vez mais Lula.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

“[Graça Foster] tentou segurar oprocesso a mando do Planalto”

IZALCI LUCAS (PSDB-DF), no Twitter, sobre a ex-pre-sidente da Petrobras no Petrolão

PODER SEM PUDOR

Um vovô espertoPaulo Maluf não entrega

os pontos nem quando sofre derrota. Em 1990, após per-der a disputa pelo governo de São Paulo, ele recebeu os repórteres que cobriram sua campanha para uma bem-humorada entrevista. Depois propôs uma foto com todos. Uma repórter, conhecida mi-litante do PT, fi cou injuriada com o beijo que Maluf apli-cou-lhe na bochecha. Ele brincou:

- O que é isso, minha fi lha? Eu sou apenas um vovô. Eu até já estou meio...Parou no meio da frase, olhou para os lados e gargalhou, avisando:- ...não, não estou, não!

Carlos Alberto deixa presidência No próximo dia 10, em

evento a ser realizado, às 18h, no auditório Belarmino Lins, nas dependências da Assem-bleia Legislativa do Estado (Aleam), o deputado Carlos Alberto deixará a presidência estadual do Partido Repu-blicano Brasileiro (PRB). No ato, será apresentada uma nova Executiva – cujos nomes ainda não foram divulgados. A decisão de deixar a presi-

dência da sigla se justifi ca pelo fato de o deputado querer dedicar maior tempo ao seu mandato parlamen-tar. O evento contará com a presença do presidente nacional da sigla, o advo-gado Marcos Pereira.

“Tenho agora a responsa-bilidade em desenvolver um mandato e não apenas pre-tendo, como vou fazer, com que seja o melhor, por isso

vamos diminuir as responsa-bilidades passando, assim, a presidência do partido para outra pessoa e vou me de-dicar aos trabalhos exclu-sivamente parlamentares”, pontuou o deputado.

Carlos Alberto descartou que nessa reunião sejam dis-cutidos assuntos relaciona-dos à sucessão à Prefeitura de Manaus. “É cedo demais para debater isso”.

PRB

DIVULGAÇÃO

Senador Aziz também declarou apoio à presidente Dilma quanto aos problemas que país enfrenta

Em seu primeiro discurso, senador propôs que se acabe com os apadrinhamentos políticos em órgãos do governo

Omar defende o fi m do apadrinhamento político

Durante sessão no Senado Federal na manhã desta quin-ta-feira (5), Omar

Aziz (PSD) defendeu o fi m dos apadrinhamentos políti-cos em órgãos do governo, principalmente na Petrobras, que atualmente vem pas-sando por vários escândalos de corrupção. Durante dis-curso, o senador elogiou a atitude da presidente Dilma em buscar uma solução para a companhia.

“Eu vejo hoje o Brasil es-perando essas mudanças. Conheço a presidente Dil-ma e sei que ela vai fazer o máximo para que essas mudanças aconteçam. Mas aí, nós políticos, temos que dar à presidente Dilma um voto de confiança. Nenhum

partido político pode estar exigindo ministério ou car-gos dentro do governo para pessoas que não tenham capacidade de resolver os problemas e de ajudar o Bra-sil a sair desta crise nesse momento”, comentou.

O senador frisou, ainda, que os desvios cometidos na Petrobras nos últimos anos poderiam ser investidos em diversos programas sociais que benefi ciariam a popula-ção e também na segurança das fronteiras, impedindo a entrada de drogas e armas vindas de países vizinhos, principalmente, da região Amazônica.

“Nós chegamos com a Pe-trobras ao fundo do poço, e infelizmente nesse fundo do poço não tem mais petró-

leo. O que temos hoje são desvios que poderiam estar ajudando hoje defi cientes fí-sicos, ajudando mulheres que são agredidas, construindo casas, resolvendo o proble-ma de água em centenas de municípios, resguardando as nossas fronteiras para inibir entrada de armas pesadas, drogas que entram no nosso país. Todo mundo faz de conta e fi ca empurrando esses pro-blemas com a barriga e não faz nada”, disse Aziz.

Apoio a Dilma No fi nal do seu discurso,

Omar ressaltou, ainda, que a presidente Dilma Rousseff poderá contar com seu apoio para resolver os problemas que a população e o Brasil vem passando atualmente.

Serafi m quer vedar suplementação

Está em tramitação na As-sembleia Legislativa do Ama-zonas (Aleam) o projeto de lei que propõe reajuste salarial para servidores dos órgãos, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Ao tomar conhecimento dos projetos pro-cedentes destes órgãos, o de-putado estadual Serafi m Corrêa (PSB) apresentou um projeto de lei que veda suplementações orçamentárias para Aleam, Tri-bunal de Justiça do Amazonas (Tjam), e TCE E MP-AM.

“O Amazonas terá enorme difi culdade de recursos diante da crise que estamos viven-do. Neste sentido, é preci-so, desde logo, sinalizar de forma clara e expressa que os recursos são fi nitos e que deverão impor rígido controle de gastos”, explicou.

De acordo com o deputado, o projeto do TCE propõe aumen-to de salário para conselheiros, procuradores e auditores. En-quanto o MP-AM apresentou reajuste para procuradores, promotores e a todo pessoal do órgão, além de criar 29 cargos com a possibilidade fracionar férias. “O fracionamento de férias viabiliza ao servidor o direito de gozar dez dias de descanso, e lhe possibilitando vender 50 dias, sendo pago em dobro”, argumentou.

ORÇAMENTÁRIA

Serafi m Corrêa apresen-tou dois requerimentos à mesa diretora pedindo a presença do conselheiro presidente do TCE, Josué Cláudio de Souza Filho, e do procurador-geral do MP-AM, Fábio Monteiro, para explicar a justifi cati-va de aumento de gastos no orçamento de cada um dos órgãos. “Esses reque-rimentos serão submeti-dos ao plenário da casa. Eu também aproveitei a oportunidade por enten-

der que devemos priorizar a saúde, educação e segu-rança por meio do projeto de lei”, explicou.

O deputado ressalta que os órgãos têm que cumprir o que foi aprovado há dois meses no orçamento, onde cada um tem que adminis-trar dentro dos limites os seus próprios gastos. Com o reajuste, os salários dos 21 procuradores de Justiça com ganhos de R$ 26,5 mil serão ajustados para R$ 30,4 mil mensais.

Dois requerimentos solicitados

Serafi m apresentou projeto que veda suplementação de verbas

DIVULGAÇÃO

JOSEMAR ANTUNESEquipe EM TEMPO ON LINE

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 A7Política

Obras de Urucu-Manaus denunciadas na Lava Jato Em depoimento, o ex-gerente da Petrobras, José Barusco, disse que as propinas variam entre 1% e 2% do valor da obra

Em depoimentos na operação Lava Jato, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de

engenharia da Petrobras, que assinou um acordo de delação com o Ministério Público Fe-deral, revelou desvio de ver-bas nas obras dos gasodutos Urucu-Manaus.

Segundo Barusco, os contra-tos da Diretoria de Óleo e Gás e da Diretoria de Exploração e Produção implicavam o paga-mento, pelos fornecedores, de um percentual em “comissões” que oscilava de 1% a 2% sobre o valor dos contratos. O dela-tor, por outro lado, disse que os diretores da época não sabiam da corrupção. Um dos focos de corrupção envolvia, segundo Barusco, navios relacionados à exploração do pré-sal.

São acusados nas diversas investigações decorrentes da operação Lava Jato os ex-di-retores das áreas de Serviços (Renato Duque), Abasteci-mento (Paulo Roberto Costa) e Internacional (Nestor Cer-veró). Assim, com as novas menções, do total de sete diretorias da empresa à época dos desvios - a diretoria de Governança foi criada neste ano-, cinco já aparecem ci-tadas como relacionadas ao

pagamento de propinas.Barusco declarou à força-

tarefa da Lava Jato: “O paga-mento de propinas dentro da Petrobras era algo ‘endêmico’ e institucionalizado”.

O depoimento foi prestado em novembro último e veio à tona nesta quinta-feira (5). Até o momento não se tem notícia de que existam inquéritos na

Polícia Federal específicos so-bre as duas novas diretorias.

Barusco contou que ele pró-prio fazia os pagamentos ao ex-diretor Renato Duque, “em reais, em espécie, no Brasil, que totalizaram aproximada-mente” entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões. O dinheiro era entregue “no próprio gabinete utilizado por Renato Duque na Diretoria de Serviços, na sede

da Petrobras”.A propina, segundo o delator,

também era paga para ele e Duque em diversas contas mantidas em bancos suíços, abertas em nome de empre-sas de fechada denominadas Drenos, Rhea Comercial, Pexo Coportation, Canyon View As-sets, Daydream, Backspin e Doletech, dentre outras.

EmpreiteiraBarusco ainda afirmou que

recebeu cerca de US$ 1 milhão de propina da Odebrecht por meio de contas no Panamá. Até o momento, a Odebrecht não teve nenhum executivo preso. O ex-diretor Paulo Ro-berto Costa já havia dito ter recebido US$ 23 milhões de propina da empresa. A Odebre-cht também tem sido citada como uma das participantes do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras.

Barusco afirmou que a Odebrecht transferiu US$ 916.697,00 entre maio a se-tembro de 2009 para uma conta no Panamá de proprie-dade da offshore Constructora Internacional del Sur SA e que, de lá, o dinheiro foi transferido para uma conta do próprio Barusco, também no Panamá. A Odebrecht nega propina. Ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco disse que pagamento de propina era algo “endêmico”

DIVULGAÇ

ÃO

PROPINAS Segundo o relator, Pedro José Barusco, as “comissões” para as obras oscilavam de 1% a 2% sobre o valor dos contratos. Mas, destacou que os diretores não sabiam desse acerto

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A8 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Segundo o documento, a comissão deve investigar a prática de atos ilícitos e ir-regularidades no âmbito da Petrobras entre os anos de 2005 e 2015, relacionados a superfaturamento e ges-tão temerária na construção de refinarias no Brasil; à constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico pela Petrobras com o fim de praticar atos ilícitos; ao superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-platafor-ma e navios-sonda; e às irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África.

No ano passado, a CPMI da Petrobras, composta de deputados e senadores, in-vestigou as denúncias da operação Lava Jato, da Po-lícia Federal, por quase sete

meses. Após 23 reuniões, foi aprovado em 18 de dezem-bro o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), que pede o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em organiza-

ção criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passi-va, entre elas o ex-diretor de Abastecimento da es-tatal Paulo Roberto Costa. Desse total, 23 já eram réus em processos na Justiça Fe-

deral do Paraná, derivados da Lava Jato.

Na época, o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), apresentou um rela-tório paralelo, pedindo o indiciamento de 58 pesso-as. Apoiado por cinco par-tidos de oposição (PSDB, DEM, PPS, PSB e Solida-riedade), o relatório tinha mais de 500 páginas, mas não chegou a ser analisado porque o relatório oficial, do deputado Marco Maia, foi aprovado.

Para o líder do DEM, Men-donça Filho (PE), neste ano haverá mais liberdade para as investigações. “O clima na Câmara é muito bom. É um clima que não sofre mais aquela permanente pressão do governo. Há um certo grito de liberdade, e eu acho que a Câmara vai exercer com muita independência o dever constitucional de investigar os desvios”.

Investigar prática de atos ilícitos

Câmara Federal cria CPI para investigar Petrobras Comissão deverá investigar a prática de atos ilícitos, irregularidades e superfaturamento dentro do âmbito da estatal

O presidente da Câ-mara dos Depu-tados, Eduardo Cunha, leu na ma-

nhã desta quinta-feira (5), em plenário, o ato de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Os partidos indicarão os inte-grantes na próxima semana, e a comissão será instalada depois do Carnaval.

Segundo o ato de criação, a CPI terá 26 membros titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente atendendo ao rodízio entre as bancadas não contem-pladas. Cunha afirmou que a composição obedecerá a formação de blocos partidá-rios, e não a composição dos partidos isolados.

Cabe ao maior bloco (for-mado por PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN, PRTB, com 221 deputados) indicar o cargo de sua pre-ferência, que pode ser a presidência ou a relatoria. Ontem, o novo líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), havia dito que o parti-do, cuja bancada é a maior da Câmara, reivindicaria a presidência ou a relatoria de uma possível CPI.

Cunha disse hoje que não

acredita que a escolha dos cargos provoque briga en-tre os dois blocos (PMDB e PT). “O PMDB faz parte do maior bloco e é o maior partido do bloco, certamen-te caberá a ele o cargo que escolher na comissão”, disse Cunha.

A eleição do presidente e a definição do relator ocor-rerá na primeira reunião da CPI, de instalação, ainda sem data marcada. O bloco lide-rado pelo PMDB terá direito a 11 vagas. O segundo maior bloco, liderado pelo PT, terá oito representantes, e o bloco do PSDB, seis vagas. O PDT e o Psol, que não partici-pam formalmente de nenhum bloco, têm direito a uma vaga cada um.

O presidente da Câmara disse que só em último caso vai usar a prerrogativa de indicar os integrantes da Co-missão Parlamentar de Inqué-rito (CPI) da Petrobras, caso os líderes não indiquem. Ele ressaltou, porém, que “não dá para obstruir os traba-lhos legislativos por ausência de indicação”.

O requerimento de criação da CPI foi protocolizado pela oposição com 182 assinatu-ras, pouco mais do que as 171 necessárias. O requerimento de criação da CPI foi protocolizado na manhã de ontem pela bancada da oposição, com 182 assinaturas

ZECA RIBEIRO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Líder do DEM, Mendonça Filho espera neste ano mais liberdade para as investigações

PR

CULPADOS O vice-líder do PT, Afonso Florence (BA), espera que a nova investigação atinja suspeitos de todos os partidos, sejam eles do PT, do PV, do PSDB ou de qualquer outra sigla

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Reajuste do diesel encarece banana

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INDICADORES ECONÔMICOS

Salário MínimoJaneiro 2014: R$ 788,00

DÓLAR compra/venda Variação do câmbio livre BC OURO BM&F R$ 110,45 -0,7637%

Poupança Aniversário Rendimento (%)

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06/02 0,6644

no dia: 0,88%

na semana: 6,16%

no mês: 1,03%

dif.livre mercado/paralelo: 6,01%

Paralelo - R$ 2,59 / R$ 2,91 *

Câmbio livre BC - R$ 2,7380 / R$ 2,7386 **

Câmbio livre mercado - R$ 2,743 / R$ 2,745 *

Turismo - R$ 2,640 / R$ 2,820

até R$ 682,50: R$ 35,00

de 682,51 até R$ 1.025,81: R$ 24,66

Salário Família/JaneiroINDICADORES ECONÔMICOS

(*) cotação do Banco do Brasil / (**) cotação do Banco Central / (***) cotação média do mercado (*) depósitos até 03/05/12 / (**) depósitos apartir de 04/05/12

Concessionárias de Manaus comemoram janeiro bomProcura por veículos do estoque com IPI reduzido garantiu boas vendas, ao contrário do registrado no cenário nacional

Enquanto a indústria automobilística do país registrou pequena ele-vação na produção e as

vendas de autos amargaram queda de 31,4%, conforme da-dos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-motores (Anfavea), em Manaus as concessionárias comemora-ram um mês “muito bom” nas vendas. A explicação está na corrida dos consumidores pelo estoque de carros com redução no Imposto sobre Produto In-dustrializado (IPI), cujo estoque deve durar até a segunda quin-zena de fevereiro, de acordo com estimativas do setor.

Para o gerente de vendas da concessionária Via Marconi, Antônio Carlos da Costa Lima, mesmo sem os números fecha-dos, o mês de janeiro deste ano foi muito melhor em relação a dezembro de 2014 e também frente ao mesmo período do ano passado.

Somente em janeiro, a con-cessionária vendeu 183 veícu-los do estoque com IPI reduzido, segundo informou o gerente de vendas. No pátio da empresa há ainda aproximadamente 300 veículos dessa categoria. “Com estoque de IPI reduzido e a força do marketing, os

compradores fi zeram uma cor-rida para adquirir seus veículos, aproveitando os valores mais em conta”, disse.

Segundo Antônio Carlos, de-pois de zerar o estoque com IPI reduzido, o segundo trimestre do ano (abril, maio e junho) será um período difícil para o comércio de autos por conta

da difi culdade de acesso ao crédito e os preços dos veículos que fi carão elevados por conta da alta dos impostos. Depois desse período, o gerente disse acreditar que, para o segundo semestre, o setor pode esperar pela recuperação.

No cenário nacional, após o término do período de férias coletivas em várias montado-ras, a produção de veículos teve uma pequena recuperação em janeiro na comparação com dezembro de 2014. Porém, as

vendas de autos no mercado interno e a redução nos postos de trabalho mostram que o ano poderá ser mais difícil para o setor do que o esperado.

Dados divulgados, ontem, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-motores (Anfavea) confi rmam crescimento de 0,4% na produ-ção e queda de 31,4% nos licen-ciamentos de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e cami-nhões em relação a dezembro. Contudo, a comparação entre janeiro deste ano e o mesmo mês de 2014 mostra redução de 18,8% nos emplacamentos e de 13,7% na produção.

O nível de empregos teve queda de 0,3% em relação a dezembro, e fechou janeiro com 144.104 contratados. Na com-paração com janeiro de 2014, a redução de vagas chega a 8,1%. A GM e a Renault es-tão com planos de demissão voluntária abertos, o que deve causar um impacto ainda maior em fevereiro.

Há expectativa de retoma-da de empregos no próximo semestre, pois novas mon-tadoras iniciarão este ano o processo de contratações - a Mercedes, por exemplo, fez nesta quinta-feira (5) a ceri-mônia de lançamento da pedra fundamental em Iracemápolis (interior de São Paulo).

O gerente de vendas da concessionária Via Marconi, Antônio Carlos, disse que o estoque de veículos com IPI reduzido deve esgotar na segunda quinzena de fevereiro, e depois os preços subirão

O crescimento nas vendas em dezembro no país ajudou a reduzir os estoques de 41 para 38 dias, o que é ainda um nú-mero bastante elevado. Com o Carnaval e o menor número de dias úteis em fevereiro, é provável que as fabricantes continuem a fazer promoções até meados de abril.

“O crédito vinha retor-nando lentamente, mas, no mês de janeiro, as medidas de ajuste na política fi scal

impactaram nas vendas. Mas apoiamos e entende-mos essas ações como ne-cessárias, já esperávamos que os números apresenta-dos no primeiro trimestre serão bastante negativos”, afi rma Luiz Moan, presi-dente da Anfavea.

Para o executivo, o resul-tado das medidas atuais de-verá ajudar o mercado auto-motivo a crescer no segundo semestre, com aumento da

confi ança do investidor e dos consumidores.

Enquanto a Anfavea es-pera um crescimento de 4,1% na produção de ve-ículos impulsionada por novas fábricas, a falta de confiança do consumidor pode puxar esse percentual para baixo. A queda nas ex-portações foi novamente elevada: redução de 27,9% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2014.

Promoções até o mês de abril

PESADOSNo setor de caminhões, que é o mais depen-dente do crescimento do PIB, a queda de licenciamentos no últi-mo mês foi de 44% em relação a dezembro e 28,8% na comparação com janeiro de 2014

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO e Folhapress

Depois das férias coletivas em várias montadoras, produção teve leve recuperação em janeiro

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B2 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Reajuste de combustíveis aumenta preço da bananaAlém do novo preço do diesel, que encareceu o frete, a cheia dos rios prejudicou plantações e diminuiu a oferta do produto

O preço da banana voltou a subir em Manaus e assustou os consumidores

que procuraram pelo produto. Conforme os comerciantes, a enchente que atinge as plan-tações da Região Norte neste período do ano seria a prin-cipal causa para o aumento de mais de 20% no valor da banana. Na feira da Manaus Moderna, Centro, Zona Sul, o cacho que era comercializado por R$ 15, no início de janeiro, hoje chega a R$ 20.

Além da banana, os comer-ciantes informaram que o ma-mão, a laranja e o abacaxi foram os itens que também sofreram reajuste esta se-mana devido à cheia dos rios amazônicos. Para os vende-dores, um pacote de fatores negativos contribuiu para a escassez e a variação de pre-ços dos produtos.

O comerciante da feira da banana, Amarildo Gomes, res-saltou que a baixa oferta, o plantio devastado pela cheia e o aumento no diesel neste último fim de semana foram fa-tores decisivos para que os pro-dutos encarecessem. Gomes

destacou que novos aumentos poderão ocorrer nos próximos meses, já que a escassez já pode ser vista em algumas prateleiras do comércio local.

“O plantio está totalmente ameaçado pela enchente. A baixa oferta dos produtos e o reajuste abusivo nos combus-tíveis fez com que o preço das frutas disparasse, afastando o consumidor das feiras. Muitos comerciantes estão cautelo-sos na hora do pedido. Já po-demos notar que falta banana, laranja, mamão e abacaxi nas bancas, e a tendência é piorar”, frisou Amarildo.

Para o presidente do Con-selho Regional de Economia (Corecom-AM), Marcos Evan-gelista, o consumidor tem sido penalizado com os reajustes porque Manaus depende de outros Estados para ser abas-tecido de muitos produtos alimentícios. “No momento em que precisamos importar produtos de outras localidades, automaticamente o custo de frete, reajuste de combustível e outros impostos são repassa-dos para o preço final levado ao consumidor. A variação vai de acordo com a onda de reajuste e ainda temos que levar em con-sideração a baixa oferta neste período do ano”, concluiu. Na Feira da Banana, o cacho de banana que era comercializado no mês de janeiro por R$ 15 está sendo vendido por até R$ 20

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Piorresultado desde 1995

Brasília - O Banco Central (BC) informou, ontem, que os brasilei-ros retiraram R$ 8,594 bilhões a mais do que de-positaram em caderneta de poupança em janeiro. Trata-se do pior resulta-do para um mês desde o início da série histórica do BC, em 1995.

Em dezembro, os sa-ques na caderneta so-maram R$ 144,9 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em R$ 136,3 bilhões. O saldo dos poupadores ficou em R$ 657,7 bilhões. O volume dos rendimentos credita-dos nas cadernetas dos investidores alcançou R$ 3,578 bilhões.

Do saldo das cader-netas de poupança em janeiro, R$ 517,9 bilhões pertencem ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e R$ 139,7 bilhões à poupança rural. No SBPE, os saques excederam os depósitos em R$ 7,174 bilhões no mês passado. Na pou-pança rural, a captação também ficou negativa, em R$ 1,419 bilhão.

Pela regra atual, quando a taxa Selic passa de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a Taxa Referencial (TR), tipo de taxa vari-ável. Essa fórmula está em vigor desde agosto do ano passado, quando a Selic foi reajustada para 9% ao ano.

POUPANÇASeminário busca integrar profissionais contabilistas

Na busca de aproximação com a categoria dos pro-fissionais contabilistas, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Munici-pal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef), promove-rá, na próxima quarta-fei-ra, dia 11 de fevereiro, o 1º Seminário de Integração voltado para profissionais de contabilidade.

Segundo o subsecretá-rio de Receita da Semef, Armínio Pontes, de forma inédita, o encontro inicia-rá um processo de inter-câmbio entre o Executivo municipal e a categoria de contadores. “Nos próximos dias, teremos uma série de medidas e novas portarias que precisam ser esclare-cidas para facilitar a vida desses parceiros que, dia-riamente, procuram a cen-tral de atendimento da Se-mef”, explicou Pontes.

Temas inerentes à classe de contadores serão de-

batidos, como: a nova lei publicada sobre o Alvará Temporário; a nova lei de Incentivo à Regularização de Imóveis; tributação fixa dos escritórios contábeis e sociedades de advogados; calendário tributário 2015; e os novos canais de aten-dimento do Semef Aten-de. O Secretário da Semef, Ulisses Tapajós, também ministrará uma palestra sobre “Planejamento na Gestão Pública e Novos Canais de Atendimento”.

De acordo com o asses-soria da Semef, o evento, que contará com o apoio do Conselho Regional de Contabilidade do Amazo-nas (CRC-AM), acontecerá no auditório da Prefeitura de Manaus – localizado na ave-nida Brasil, 2.971, Compen-sa, Zona Oeste. As inscrições são limitadas e poderão ser realizadas gratuitamente pelo site: www.crcam.org.br. Mais informações pelo telefone: 3236-8117.

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Evento ocorrerá no próximo dia 11, no auditório da prefeitura

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PETROBRAS

Refinarias do NE sofreriam atrasosRio de Janeiro - Um dos

focos de desgaste entre o Pla-nalto e a direção demissioná-ria da Petrobras, o lançamen-to de perdas no balanço com a desistência do projeto de duas refinarias no Nordeste foi uma medida de prudência para evitar prejuízos ainda maiores no futuro.

À “Folha de São Paulo”, um integrante da alta administra-ção da companhia disse que os empreendimentos, se leva-dos adiante, seriam “um novo Comperj e uma nova Renest [Refinaria de Abreu e Lima]”, projetos que atrasaram anos, estouraram em muito seus or-çamentos e estão sob investi-gação como possíveis alvos de desvios e corrupção.

A Petrobras lançou como per-da em seu balanço do terceiro trimestre de uma perda de R$ 2,7 bilhões com as refinarias de Ceará e Maranhão. O fato irritou o governo por reduzir o lucro do terceiro trimestre a R$ 3,1 bilhões - menos do que no segundo trimestre - no

momento em que a estatal, na avaliação do Planalto, pre-cisava apresentar resultados melhores ao mercado.

A decisão de desistir dos projetos ocorreu porque a pre-visão é de um crescimento menor do consumo doméstico

de combustíveis nos próximos anos, a taxa de 2% a 3% ao ano, no máximo. “Não tere-mos mais crescimentos ro-bustos de 7% ao ano [quando a economia avançava com força até antes da crise global, quando os projetos foram ide-

alizados]”, disse o integrante da alta administração.

Há ainda uma sobra de ca-pacidade de refino no mundo, o que reduz as margens de lucro das refinarias. Parte da produção delas teria de ser exportada, a preços baixos. Além disso, o custo do frete tornava os projetos menos atrativos, já que os polos de maior consumo de derivados estão na Asia, distantes do Brasil. “Os projetos deixaram de fazer sentido. A Petrobras ia perder mais dinheiro ainda com esses projetos do que o valor lançado no balanço”.

A estatal também deixou de lado a ideia de construir as refinarias para poupar caixa e não fazer desembolsos para os empreendimentos, no momen-to em que sofre ameaça de perder o grau de investimento em seus títulos (o que aumenta o custo de captar recursos) e não tem seu balanço auditado - o que pode provocar que credores peçam o pagamento antecipado de suas dívidas.

Projetos que seriam construídos no Ceará e Maranhão foram classificados como inviáveis

INTERESSESA desistência dos em-preendimentos trouxe problemas adicionais para o Planalto, ao contrariar o interesse dos governos aliados de Dilma no Ceará e Maranhão, controlados por PT e PCdoB

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GERSON FREITASEquipe AGORA

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B3EconomiaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Cai confiança do comércio em janeiro, aponta CNCConfiança do empresariado do comércio registrou queda de 1,1% no primeiro mês do ano em relação a dezembro de 2014

Rio de Janeiro - O Índice de Confiança do Empresário do Co-mércio (Icec) atingiu,

no início do ano, o menor patamar desde o início da série histórica, iniciada em 2011. Em janeiro, a confiança do empresariado do comér-cio caiu 1,1% em relação a dezembro do ano passado, ficando em 105,1 pontos.

A pesquisa foi divulgada, ontem, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os dados relativos a janeiro de 2015 mostram queda de 14,3% em relação a janeiro de 2014. Também houve quedas nos subíndices que medem as expectativas dos empresários (-9,3%) e a intenção de investimentos futuros (-9,9%).

Segundo o economista da CNC, Fabio Bentes, “a tendên-cia de redução nas expecta-tivas em relação à economia brasileira tem, historicamen-te, coincidido com a trajetória decrescente das expectativas registradas semanalmente pelo Banco Central”.

Além do fraco nível de ati-vidade econômica, a confian-ça dos empresários do setor tem sido influenciada pela

perda de fôlego das vendas do varejo. A maior inflação esperada para os preços ad-ministrados em 2015 levou a CNC a revisar a previsão de crescimento do volume de vendas de 3% para 2,4% até o fim do ano. “Confirma-da a projeção, esse seria o pior resultado dos últimos 12 anos. Em 2003, o volume de

vendas do varejo caiu 3,7%”, ressalta a entidade.

RetraçãoAo abrir o ano com a con-

fiança em queda, o Icec reflete a forte influência da retração na satisfação do empresa-riado do setor com a situa-ção atual, que chegou a cair 26,6% em relação ao primeiro mês do ano passado.

Para 76,3% dos empre-sários, as condições atuais da economia estão piores do que há um ano, quando 41,8% do total perceberam piora acentuada. Em janeiro do ano passado, essa era a percepção de 54% dos entrevistados, com 20,6% registrando piora mais ex-pressiva. As regiões Sul (46 pontos) e Sudeste (51,3 pon-tos) concentram as piores avaliações nesse quesito.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Cen-tral (IBC-Br) para a Região Sudeste acumula retração de 0,7% nos 12 meses en-cerrados em novembro. Ao longo do ano, o índice de atividade do Banco Central para o nível de atividade econômica desacelerou, pas-sando de +2,9%, em janeiro de 2014, para os atuais -0,1%. As regiões Norte e Nordeste apresentam taxas de crescimento próximas a 3%, no mesmo período.

Acompanhando o desapon-tamento com a evolução das condições correntes, o subín-dice que mede as expectativas dos empresários (Ieec) acumu-la quatro quedas mensais, com o patamar mais baixo na série histórica da pesquisa.

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Mais de 76% dos empresários avaliam que as condições da economia estão piores que há um ano

FERIADOSO setor reclama do excesso de feriados prensados que ocorre-rão em 2015, o que, de acordo com estimati-vas, renderá prejuízos no faturamento de aproximadamente R$ 15,5 bilhões

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Page 12: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

B4 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Nas chamadas de fixo para móvel em que os DDDs dos telefones de origem e de destino da ligação têm ape-nas o primeiro dígito igual (exemplo: DDDs 61 e 62), haverá queda de 14%, em média. A título de exemplo, o valor homologado da Oi da tarifa de conexão para esse tipo de chamada cairá

de R$ 0,80 por minuto para R$ 0,69 por minuto.

Nas ligações, em que os primeiros dígitos dos DDDs do telefone fixo e do telefone móvel são diferentes (exem-plo: DDDs 31 e 41), a redução será de 12%, em média. O va-lor homologado dessa tarifa no caso da Vivo/Telefônica, por exemplo, cairá dos atuais

R$ 0,93 por minuto para R$ 0,82 por minuto.

OrelhõesA Anatel determinou, on-

tem, que pelo menos 90% dos 650 mil orelhões opera-dos pelas concessionárias do Grupo Oi deverão fun-cionar plenamente até 31 de março deste ano.

Determinação da Anatel passa a valer a partir do dia 24 de fevereiro por consequência do Plano Geral de Metas de Competição aprovado em 2012

Ligações de fixo para móvel ficarão até 22% mais baratas

As ligações locais e in-terurbanas feitas de telefone fixo para mó-vel ficarão mais bara-

tas para o usuário a partir do próximo dia 24 de fevereiro. A queda será consequência da redução dos valores de referência para tarifas de re-muneração de redes móveis determinada pela Anatel, con-forme decisão tomada hoje pelo seu Conselho Diretor.

A redução é consequência do Plano Geral de Metas de Com-petição da Anatel, aprovado pela Resolução n° 600, de 8 de novembro de 2012, e abran-ge chamadas da telefonia fixa para celular, locais ou de longa distância por meio das conces-sionárias da telefonia fixa (Oi, Telefônica, CTBC, Embratel e Sercomtel) e destinadas às operadoras móveis.

Com as mudanças, o valor das ligações feitas de tele-fone fixo para móvel em que os DDDs são iguais (exemplo: telefones com o DDD 21) cairá 22%, em média. Neste tipo de chamada, a tarifa homologa-da para a Oi, no Rio de Janeiro, por exemplo, cairá de R$ 0,36 por minuto para R$ 0,28. Em de São Paulo, também no caso de chamadas fixo-móvel com o mesmo DDD, o valor da tarifa da Telefônica cairá de R$ 0,35 por minuto para R$ 0,27 por minuto.

Em chamadas de telefone fixo para móvel com DDDs diferentes, a redução será 12% em média

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Distribuidora do Amazonas aguarda comunicação da Aneel

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Reajuste previsto para o mês de março no Estado

Quatro meses após último reajuste na tarifa de energia elétrica, os amazonenses sofrerão em março um novo golpe no bolso. Na tarde da última terça-feira (3), a Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (Aneel), aprovou o novo aumento de 3,89% na conta de energia dos consumidores da Região Norte que será aplicado a partir do próximo mês.

A agência estuda também a possibilidade de uma re-visão extraordinária para a aplicação de um segundo au-mento nas tarifas de todas as distribuidoras em 2015.

A Eletrobras Amazonas Energia, não confirmou o aumento, mas disse em nota

que assim como os consu-midores, as distribuidoras também aguardam o posi-cionamento da agência que, em momento oportuno, se posicionará com referência a revisão dos valores das tari-fas de energia em 2015.

A Aneel destacou que essa medida seria para li-quidar definitivamente os problemas financeiros das distribuidoras. Em 2014, o governo realizou emprés-timos de mais de R$ 17 bilhões às concessionárias de energia elétrica.

O ministro de Minas e Ener-gia, Eduarda Braga, explicou que o reflexo dos emprés-timos são repassados aos consumidores, mas que o go-verno tenta negociar com os bancos os juros e o prazo para pagamento da dívida.

ENERGIA ELÉTRICA

GERSON FREITASEquipe AGORA

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[email protected], SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 (92) 3090-1041

Escolas reiniciam aulas hojePela primeira vez, todas as

escolas da rede municipal de educação começarão o ano letivo juntas hoje, reunindo 218 mil alunos. A inédita unifi cação do calendário escolar acon-tece devido à organização e o planejamento da Prefeitura de Manaus, que implantou a manutenção constante nas unidades de ensino, sem pre-juízos aos estudantes.

O secretário municipal de Educação, Humberto Michi-les, acredita que o sincronis-mo vai contribuir para elevar a qualidade do ensino na sala de aula e, consequentemente, aumentar os índices de edu-cação do município - meta para este ano.

“É um fato inédito e perse-guido há muito tempo, mas que conseguimos agora. O pre-feito Arthur Virgílio Neto deu o desafi o de melhorarmos o nosso Ideb (Índice de Desenvol-vimento da Educação Básica) para, assim, chegarmos entre as dez melhores capitais do Brasil. Além do investimento na infraestrutura, nós confi amos na capacidade, na competên-cia e no comprometimento dos nossos educadores, pois temos grandes profi ssionais na rede”, disse o secretário.

Michiles explicou que apenas uma escola não vai iniciar as au-las seguindo o calendário deste ano. “No ano passado, tivemos 64 escolas no chamado calen-

dário especial, que de especial não tem nada. É um calendário prejudicial aos alunos. Destas, temos uma escola que ainda não terminou o ano letivo de 2014, por isso não tem como iniciar dia 6”, esclareceu.

Desde abril de 2014, foram realizadas 3,4 mil visitas para manutenções das redes hidráu-lica e elétrica e da alvenaria em todas as escolas da rede municipal. Além disso, o tra-balho intensifi cado no período de férias garantiu a toda a rede municipal estar apta para receber os alunos e seguir o calendário normal.

No Centro Municipal de Edu-cação Infantil Márcio Souza, lo-calizado na Cachoeirinha, Zona

Sul, estudam 240 crianças. O local recebeu manutenção de pintura interna, na iluminação e ajustes na parte hidráulica.

A escola recebeu também um novo bebedouro e mobi-liário para a secretaria. E as salas de aula passam pelos últimos ajustes para receber os alunos.

“Há alguns anos, essa escola não recebia nenhuma manu-tenção, mas agora estamos recebendo todos os reparos necessários para que possa-mos iniciar as aulas em tempo hábil. A escola vai ter uma nova cara com um ambiente limpo, saudável e alegre”, disse a di-retora do centro de educação, Rita de Cássia Linhares.Escolas foram preparadas para recepção aos estudantes

MÁRCIO JAMES/SEMCOM

REDE MUNICIPAL

Campanha da fraternidade terá engajamento políticoA necessidade de uma reforma política no país será também abordada nas atividades sobre o lema “Eu vim para servir”

Apresentação do tema e do lema da campanha da fraternidade de 2015, que começará na Quarta-Feira de Cinzas e se estenderá até o Domingo de Ramos com diversas realizações da igreja

DIVULGAÇÃO

A Arquidiocese de Ma-naus apresentou na manhã de ontem o tema e toda a pro-

gramação da Campanha da Fraternidade de 2015, que será abordado no período da Quaresma - conhecido pelos cristãos como os 40 dias de preparação para a Páscoa. Neste ano a campanha terá como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir”.

O arcebispo de Manaus, dom Sérgio Castriani, jun-tamente com o assessor da arquidiocese, padre Charles Cunha, e o coordenador de pastoral da arquidiocese, padre Geraldo Bendaham, informaram que no período

da Quaresma a igreja vai apri-morar com o apoio de outras entidades a ideia da reforma política em todo o país.

A abertura da campanha será na Quarta-Feira de Cin-za, no dia 18 deste mês, às 9h, em frente à igreja Matriz, Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no Centro.

O padre Geraldo Ben-daham explicou que para esse ato a igreja emitiu 20 convites para pessoas res-ponsáveis em cargos im-portantes na área pública de Manaus. Na ocasião será entregue para os convidados um avental com a impressão do cartaz da campanha.

Para Bendaham, o tema da campanha explica que a fé de qualquer religião precisa transformar o modo de viver. “O que adianta sermos cató-

licos ou evangélicos somente na igreja ou no templo, mas quando saímos para conviver em comunidade a realidade de vida é totalmente diferen-te. O servir é isso: mostrar

que estamos dispostos a mu-danças e colaborar na melho-ria da sociedade”, disse.

Geraldo detalhou que a

sociedade precisa questio-nar os principais aconte-cimentos sociais. “Manaus é considerada uma cidade completamente religiosa. Na maioria dos bairros há igrejas de todos os tipos, e mesmo assim estamos vivendo um momento de muita violência. O índice de criminalidade só aumen-ta, fato este que presen-ciamos na semana passada com um número elevado de homicídios”, completou.

O coordenador pastoral disse que a sociedade preci-sa questionar o Estado para saber até que ponto deve colaborar com o desenvol-vimento da família. Com a campanha, a igreja mostra que existe para dar um ser-viço e apoio social para toda a comunidade.

“Neste período de prepa-ração da campanha, os 12 setores em que dividimos a capital devem passar por um período de estudo sobre o tema e o lema da campanha. As escolas da rede católica também vão participar de um momen-to de formação, e com o texto-base qualquer gru-po pode ter esta base de estudo”, explicou o padre Geraldo Bendaham.

A campanha da frater-nidade termina no Domin-go de Ramos. No último domingo da Quaresma, a igreja realiza uma cole-

ta da solidariedade. Todo o dinheiro arrecadado é enviado ao Fundo Nacio-nal da Solidariedade em Brasília (DF), que destina valores para obras de ca-ridade da igreja.

O arcebispo de Manaus, dom Sérgio Castriani, ex-plicou que o período da Quaresma é um momento de conversão, penitência e renovação. “Por isso utili-zamos esse período para realizarmos a Campanha da Fraternidade, em que todos os anos refl etimos um tema que envolve toda a sociedade”, disse.

Preparativos em 12 setores

METASOs organizadores da campanha da fraterni-dade informaram que no período quaresmal a igreja vai aprimorar com o apoio de outras entidades a ideia da reforma política em todo o país

Dia a dia C4

Chefão da FDN é preso em shopping

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

JANAILTON FALCÃO/AGORA

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C2 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Judiciário e segurança se unem contra criminalidadeReunião entre a cúpula da segurança pública e o Tribunal de Justiça do Amazonas traça objetivos para a área em 2015

A explosão da popu-lação carcerária, os excessos cometidos por policiais durante

a prisão de suspeitos, o lado quase nunca compreendido do policial que arrisca a vida no combate ao crime, a cons-trução de novos presídios e as ações para combater a violência urbana foram alguns dos assuntos deba-tidos ontem na reunião da presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Graça Fi-gueiredo, com a cúpula da segurança do Estado.

Para buscar o apoio do Poder Judiciário para a união de esforço nas ações de combate à criminalidade, estiveram no TJAM o secre-tário de Segurança Pública, Sérgio Fontes; o comandan-te-geral da Polícia Militar, Gilberto de Andrade Gouvêa; Louismar de Matos Bonates, secretário de Estado de Jus-tiça e Diretos Humanos; e o delegado-geral da Polícia Civil, Orlando Dário Góis do Amaral.

Representando o TJAM, também participaram da reunião o desembargador Sabino Marques, coordena-dor do mutirão carcerário, e a juíza auxiliar da presidência, Anagali Bertazzo, também titular da 6ª Vara Criminal.

Depois de agradecer a pre-sença dos secretários de Es-tado e comandante da PM, Graça Figueiredo passou a palavra ao desembargador Sabino Marques, que leu a pauta sobre os principais problemas que enfrentam os presídios da capital e do interior. Ele citou como presídios mais perigosos os de Parintins (onde, inclusi-

ve, já foi registrada rebelião com decapitação de deten-to), Manacapuru e Tefé. Em relação ao abuso de poder praticado por policiais, de-nunciado por Sabino, o secre-tário Sérgio Fontes disse que a Secretaria de Segurança vai investir na conscientiza-ção do policial, mas advertiu que seus homens continua-rão usando a força “dentro da legalidade” para combater a criminalidade.

A presidente do TJAM inter-viu para dizer que é preciso conter os excessos por par-te dos policiais, mas adver-tiu que, acima disso, está a segurança dos cidadãos de bem e de toda a sociedade. Graça Figueiredo também

prometeu mais rigor e uma avaliação mais apurada na liberação de habeas corpus, para combater uma prática bastante criticada pela socie-dade, “aquela de que a polícia prende e a Justiça solta”.

“Não quero intervir em nenhuma autoridade de nossos magistrados, mas vamos conversar com os nossos colegas para pedir mais rigor, principalmente, em relação aos criminosos de alta periculosidade”, dis-se a desembargadora.

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As más condições dos presídios do Amazonas e o transporte de presos para audiências no fórum do TJAM foram alguns dos assuntos debatidos em reunião realizada ontem na sede do tribunal

Encontro conduzido pela presidente do TJAM, desembargadora Graça Figueiredo, foi realizado na manhã de ontem no tribunal

PERIGOO desembargador Sabino Marques citou como presídios mais perigosos os de Parin-tins (onde, inclusive, já foi registrada rebe-lião com decapitação de detento), Manaca-puru e Tefé

Durante a reunião, o se-cretário de Justiça, Lou-simar Bonates, anunciou que o governo do Estado já fez contato com o go-verno federal e solicitou apoio para a construção de dez unidades prisionais de grande porte para servi-rem de unidades-polo nas calhas dos rios.

“Assim como temos o hospital de referência, nós teríamos uma unidade pri-sional de referência para atender os municípios, de

maneira que o cidadão apenado possa cumprir a sentença mais próximo de sua residência, sem pre-juízo da continuidade do seu processo.

Segundo Bonates, o Es-tado refez o pedido à União agora, no novo orçamento. “Esperamos sermos aten-didos”, explicou.

O comandante-geral da PM, coronel Gilberto Gou-vêa, adiantou que estão sendo treinados oito mil homens para trabalhar no

Carnaval de Manaus. Após esse treinamento, eles re-forçarão o policiamento di-ário, com a presença mais ostensiva da polícia nas ruas de Manaus.

A presidente do TJAM também questionou a forma como os detentos são transportados para as audiências no fórum, sem nenhuma segurança, principalmente quando descem para serem ouvi-dos. Às vezes, ficam até 70 presos em um mesmo

ambiente do tribunal. O se-cretário Sérgio Fontes su-geriu que as audiências po-deriam ser feitas por meio de videoconferência.

“Isso não será difícil de conseguir, porque o go-verno tem interesse que passe a ser feito dessa forma, para reduzir o uso de carros, consumo de combustível e dar maior segurança às pessoas que circulam nos fóruns, in-clusive aos profissionais da Justiça”, finalizou.

Novos presídios dependem do governo federal

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C3Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

LIRAa revela risco médio de endemias em ManausÍndice para ocorrência de dengue e febre chikungunya foi menor que o identifi cado em janeiro de 2014 na capital

O primeiro Levanta-mento do Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de

2015, realizado pela Prefei-tura de Manaus, apontou que a capital do Amazonas permanece em médio risco para dengue e chikungunya. O valor encontrado para o Índice Predial foi 3,5%. Em janeiro de 2014, esse índice era de 3,9%, o que demons-tra estabilidade do indicador, com ligeira melhora do dado (médio risco compreende va-lores entre 1% e 3,9%).

O levantamento foi rea-lizado entre os dias 20 e 30 de janeiro, quando fo-ram visitados mais de 29 mil imóveis em todos os bairros de Manaus. A ação envolveu mais de 390 pro-fissionais, entre agentes de controle de endemias, super-visores, coordenadores e outros profissionais.

“Isso demonstra que temos que fi car atentos nas nossas próprias casas, eliminando todos os focos do mosquito, principalmente não deixando lixo acumulado, e as caixas d’água devem estar vedadas. A população precisa aderir à campanha Dez minutos con-tra a Dengue, que lembra a necessidade de toda a se-mana se fazer uma vistoria na residência para eliminar qualquer depósito de água limpa. Só assim vencere-mos o mosquito”, ressaltou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto.

O LIRAa apontou que o distrito com maior infesta-ção é o Leste, com Índice Predial de 6,6 e oito bairros classifi cados como de alto risco para a transmissão de doenças pelo Aedes aegyp-ti. São eles Jorge Teixeira, São José, Gilberto Mestrinho, Tancredo Neves, Armando Mendes, Zumbi, Coroado e Colônia Antonio Aleixo .

O Distrito Norte é o segun-do de maior infestação, com Índice Predial de 3,0, e os bairros Nova Cidade e Cidade de Deus classifi cam-se como alto risco. Os demais bairros dos distritos Leste e Norte encontram-se em médio ris-

co de transmissão.Os depósitos que mais con-

tribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti em Manaus são os depósitos de água para consumo em

nível de solo, como tam-bores, tonéis ou cam-burões, seguidos de lixo acumulado nos quintais.

“Isso vem sendo ob-servado nos le-v a n -t a -

mentos a n t e -riores e tem apon-tado à neces-sidade de uma somatória de es-forços, como o que es-tamos fazendo com outras secretarias municipais por determinação do prefeito Ar-

thur Virgílio Neto, para que o combate a esse mosquito ocorra de maneira mais efe-tiva”, destacou Homero.

O secretário municipal de Saúde acrescentou a impor-tância de se identifi car que o lixo, que pode gerar doenças à população, em sua maioria, é composto por materiais recicláveis, que poderiam gerar emprego e renda. “O tema tem sido apresentado para o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M) e traz em si o desafi o para a implementação de políticas públicas que possam auxiliar a transformar essa realida-de”, acrescentou.

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Primeiro LIRAa de 2015 abrangeu mais de 29 mil imóveis da capital durante o período de 28 a 30 de janeiro

Seind vai auxiliar na quitação

Vinte e oito organizações indígenas do Estado inadim-plentes junto ao Projeto Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI) receberão apoio do governo do Ama-zonas para se regularizar. A parceria foi fi rmada esta semana em Brasília, entre a Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e o Ministério do Meio Am-biente (MMA).

A dívida das entidades chega a R$ 2 milhões e foi motivada pela não prestação de contas dos valores recebi-dos, além da falta de entrega de relatórios das atividades realizadas, durante o período de execução das ações.

O PDPI começou em 2000 e é fruto de um lon-go processo de discussão conjunta entre o governo brasileiro, o movimento indígena organizado da Amazônia, parceiros e ins-tituições fi nanciadoras in-ternacionais, entre as quais o banco alemão KfW.

As organizações têm até o fi m de março para efetivar a regularização junto ao MMA. Nos próximos dias, a Seind começa a encami-nhar os ofícios para que possam se manifestar so-bre o assunto.

“Vamos ajudar na elabo-ração das prestações de contas e no envio delas ao ministério, mas, para isso, precisaremos ir ao encon-tro dos coordenadores para efetuar os procedimentos”, informou o chefe do Depar-tamento de Etnodesenvol-vimento da Seind (Detno/Seind), Zuza Cavalcante, do povo Mayoruna.

DÍVIDAS PDPI

DADOSO primeiro Levan-tamento do Índice Rápido para o Aedes aegypti foi realiza-do entre 20 e 30 de janeiro, quando foram visitados mais de 29 mil imóveis em todos os bairros de Manaus

Junto ao resultado do primeiro LIRAa de 2015, também foi apresentado o resultado das ações de-senvolvidas após o último levantamento de 2014, ocor-rido no início de novembro e que implicou na redução da infestação dos bairros Novo Aleixo e Redenção.

“O sucesso das ações nes-ses locais deve-se, além da visita do agente de controle de endemias à casa, a ações de mutirão de limpeza urba-na, intensifi cação de ativida-des de educação em saúde na região, com ampla im-plantação da campanha Dez minutos Contra a Dengue, e principalmente o maior envolvimento dos morado-res e de lideranças locais”, afi rmou o secretário.

Homero também alertou que o combate ao mosquito

Aedes evita que o vírus chi-kungunya chegue ao municí-pio. “Até o momento, Manaus teve seis casos confi rmados da doença, todos importados de países vizinhos. O fi m das férias escolares, com o retor-no para a capital de milhares de pessoas que estavam via-jando, o Carnaval e o período chuvoso, período de maior infestação do mosquito Ae-

des aegypti, têm mantido as equipes de saúde em cons-tante alerta”, ressaltou.

O Aedes pode transmitir quatro sorotipos de dengue e também o vírus chikungunya, doença que provoca febre alta, dores nas articulações, principalmente mãos, pés e joelhos, inchaço, manchas vermelhas no corpo, sintomas semelhantes aos da dengue. Apesar das formas hemorrá-gicas serem raras, a preocu-pação é que a dor articular pode durar meses ou anos e exigir tratamentos especí-fi cos. “Aparecendo qualquer sintoma suspeito, é impor-tante buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que irá atendê-lo e orientá-lo sobre tratamento e exames, além de desencadear as ações de bloqueio com inseticida”, in-formou Homero.

Bairros com redução de casosRISCOSO fi m das férias es-colares, com o retor-no para a capital de pessoas que estavam viajando, o Carnaval e o período chuvo-so têm mantido as equipes de saúde em constante alerta

Homero Leão: ações de sucesso no combate às endemias

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C4 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

PRAÇA 14

Homem é executado dentro de casa

Jonas Rodrigues do Nas-cimento, 37, o “Neném”, foi executado por volta das 19h da última quarta-fei-ra (4), na rua Japurá, bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus.

A ocorrência foi inicialmen-te atendida pela 1ª Compa-nhia Interativa Comunitária (Cicom), que isolou a área e acionou a perícia da Polícia Civil. De acordo com o tenen-te Ernani Neto, três homens chegaram à casa da vítima em um veículo modelo Co-rola, de cor preta e placas não identificadas.

“Um dos homens ficou no carro enquanto dois desceram do veículo e subiram a escada da residência e surpreende-ram Jonas, efetuando vários

disparos contra a vítima”, contou o tenente.

No local do crime surgi-ram centenas de curiosos e alguns populares, suposta-mente amigos e familiares

da vítima, que dificultaram o trabalho da imprensa.

Um morador, que não quis se identificar, informou que a vítima era traficante da área

e tinha ligação com outros traficantes, conhecidos como “Sassá” e “Thiago Gago”.

Peritos do Instituto de Cri-minalística (IC) e da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) estive-ram na cena do crime para levantar os primeiros indícios da execução. Conforme as in-formações da perícia, a vítima foi atingida com um tiro na cabeça, disparado por uma pistola 380 milímetros.

Após os procedimentos de perícia, o corpo de Jonas foi removido pelo Instituto Mé-dico Legal (IML). O caso foi registrado no 1º DIP e a DEHS investigará o homicídio.

Dados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) infor-mam que Jonas já tinha man-dado de prisão por homicídio e passagem pela polícia por tráfico de drogas.

Assassinato levou centenas de curiosos ao local do crime, na rua Japurá, Praça 14 de Janeiro

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CRIMEUm dos moradores da rua Japurá, que não quis se identificar, informou que “Neném” era traficante da área e tinha ligação com outros traficantes, co-nhecidos como “Sassá” e “Thiago Gago”

Líder do tráfico é preso em negociação de drogasMembro da facção Família do Norte (FDN) era foragido e foi capturado em shopping center da Zona Centro-Sul

Um dos chefes da facção criminosa Família do Norte (FDN) e comandan-

te do tráfico de drogas no bairro da Cachoeirinha, Bru-no Henrique Assis Bezerra, o “Parazinho”, 27, foi preso na tarde de ontem quando fazia negociações de narcotráfico em um shopping na Zona Centro-Sul de Manaus. Ele é apontado pela polícia como um dos responsáveis por vários homicídios ocorridos na capital.

Conforme a Polícia Civil, no momento da prisão o trafican-te estava com os comparsas Wesleyton Santos de Souza o “Louco”, 27, e o colombiano Andres Julian Diosa, 37. Se-gundo a polícia, “Parazinho” ia entregar R$ 150 mil para Andres, que traria da Colôm-bia cerca de 50 quilos de droga para comercialização em toda a Zona Sul.

De acordo com o delegado Rafael Allemand, titular do Departamento de Repres-são ao Crime Organizado (DRCO), os outros comparsas do traficante, o borracheiro Cleidivaldo Silva de Aguiar,

40, e Jessica Caroline Leal, 22, foram presos em casa com duas armas PT40 e uma submetralhadora.

Segundo o delegado Ivo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), além de líder do tráfico, “Parazinho” está envolvido em vários ho-micídios. O último ocorreu

na quarta-feira (4), quando um homem foi amordaça-do, torturado e alvejado no Tarumã. Em depoimento, o traficante afirmou que man-dou “Louco” executar os seus desafetos e pessoas que têm dívidas com ele.

Outro crime do qual Bruno é o mandante foi um duplo homicídio no bairro Armando Mendes, quando as vítimas

foram encontradas dentro de um porta-malas com as siglas FDN tatuadas no corpo.

“Parazinho” era foragido do sistema prisional do Amazo-nas e foi preso em cumprimen-to a mandado de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os outros foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

CaçadaNa caçada para prender

“Parazinho”, a Polícia Civil também prendeu na manhã da última quarta-feira (4) quatro membros da quadri-lha de Bruno, com mais de 10 quilos de drogas entre ecstasy, skank (a “superma-conha”), LSD, maconha, um carro roubado de modelo Prisma, uma pistola PT40 e R$ 35 em espécie.

Conforme a polícia, Zaqueu da Mota Aragão o “Monta-nha”, 30, Rogério Carlos Ma-tos, o “Rogerinho”, 39, José Miguel Chasay Maya, 51, e Enio Magalhães da Silva, o “Magrão”, 35, comercializa-vam a droga para “Parazinho”, e o traficante se escondia na casa dos acusados quando precisava fugir da polícia.

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Bruno Henrique, o “Parazinho”, era foragido do sistema prisional e é acusado de vários crimes

ANA SENAEquipe do AGORA

FLAGRANTESegundo a polícia, “Parazinho” ia entre-gar R$150 mil para um dos comparsas, Andres Diosa, que tra-ria da Colômbia cerca de 50 quilos de droga para comercialização em toda a Zona Sul

JOSEMAR ANTUNESEspecial EM TEMPO Online

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C5Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Prevenção é a regra para quem vai brincar CarnavalCampanhas com foco na prevenção às DSTs/Aids serão reforçadas pelo município, principalmente no período carnavalesco

A Prefeitura de Manaus iniciou uma série de ações educativas que serão executadas du-

rante este mês para a prevenção às Doenças Sexualmente Trans-missíveis/Aids (DSTs/Aids). As ações têm como foco o período carnavalesco e serão promo-vidas por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Profissionais da área vão atu-ar em aproximadamente 330 atividades, percorrendo ensaios de escolas de samba, bandas, bailes e blocos carnavalescos, sítios e balneários, unidades de saúde, escolas e associações.

O secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, explicou que a cons-cientização dos foliões sobre o contágio das DSTs/Aids e a utilização do preservativo como mecanismo de prevenção às doenças que podem ser trans-mitidas durante a relação sexual são mais que necessárias. “Os profissionais de saúde irão en-fatizar junto à população a im-portância do uso preservativo, principalmente para o combate a doenças como Aids, sífilis e hepatite”, explicou Homero de Miranda Leão.

As ações envolvem diversos setores da saúde municipal, com os Distritos de Saúde Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural, com a par-

ticipação de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Policlínicas e Unidades de Saúde da Família (UBSFs). Os profissionais de saúde já começaram a trabalhar na distribuição de preservativos e panfletos educativos, além da promoção de palestras com o tema “Vamos brincar, mas também se cuidar”.

Especialmente para o período

de 13 a 17 de fevereiro, a Sem-sa montou um plano intensivo de atividades, programando a distribuição de 140 mil preser-vativos durante os desfiles das escolas de samba (dias 13,14 e 15) e no Carnaboi (dias 16 e 17), ambos realizados no Cen-tro de Convenções de Manaus, o Sambódromo.

Além do estímulo ao uso do preservativo, a Semsa tam-bém alerta para a necessi-

dade da realização de testes para a detecção precoce das doenças sexualmente trans-missíveis. “A Semsa disponi-biliza o teste rápido para HIV, sífilis e hepatites B e C em 60 Unidades de Saúde e qual-quer pessoa pode ter acesso ao exame de forma rápida, segura e sigilosa. A detecção precoce da doença permite que o tratamento seja inicia-do de forma imediata e isso contribui para quebrar o ciclo de transmissão das doenças”, destacou a chefe do Núcleo de Controle de Doenças Se-xualmente Transmissíveis/Aids e Hepatites Virais da Semsa, enfermeira Adriana Raquel de Souza.

Também neste período de mobilização, haverá atuação dos profissionais de saúde nos principais pontos de circulação de pessoas com ações voltadas para a prevenção de acidentes de trânsito pelo uso abusivo de álcool e outras drogas, e de combate à dengue e à febre chikungunya. Haverá ainda con-centração em pontos estratégi-cos de entrada e saída da cidade como a rodoviária, a barreira da Polícia Militar na rodovia AM–010, (Manaus - Itacoatiara) o porto da Ceasa, o aeroporto Eduardo Gomes, a marina do Davi e o porto de Manaus.

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Atividades de prevenção serão feitas em blocos carnavalescos, bailes, bandas e no desfile

PARCERIASAs ações envolvem diversos setores da saúde municipal com os Distritos de Saúde e a participação de Unida-des Básicas de Saúde (UBSs), Policlínicas e Unidades de Saúde da Família (UBSFs)

Crianças terão concursoO Baile de Carnaval In-

fantil do Serviço Social do Comércio (Sesc) já é tra-dição em Manaus, porém, este ano a instituição traz uma novidade para a fes-ta dos pequenos. O bom e velho concurso de fantasias ganhou um novo formato, onde os participantes pode-rão optar por duas catego-rias: Criatividade ou Luxo.

Na categoria Criativida-de será avaliada a fanta-sia criada artesanalmente, inédita, com o emprego de materiais alternativos, reci-cláveis ou sucatas, baseada no imaginário popular. Já na categoria Luxo, será avalia-da a riqueza de adereços ou materiais carnavalescos.

Para participar do Con-curso de Fantasias Infan-til Sesc 2015 é necessário realizar inscrição. Pode-rão participar crianças

na faixa etária de 3 a 12 anos (masculino e femi-nino), podendo escolher a categoria desejada.

O regulamento bem como o formulário de inscrição estão disponíveis no portal do Sesc, no endereço www.sesc-am.com.br.

CritériosAo todo serão seis ganha-

dores, três de cada catego-ria, com direito à premia-ção. A análise das fantasias respeita os critérios de Originalidade, Desenvoltu-ra, Acabamento, entre ou-tros. Também fazem parte da programação apresen-tações de marchinhas de carnaval, batalha de confe-tes e diversas brincadeiras lúdicas e recreativas.

O tradicional Baile Car-naval Infantil do Sesc vai ocorrer no dia 13 de feve-

reiro (sexta-feira), a partir das 18h, no Sesc Balneá-rio, localizado na avenida Constantinopla, s/nº, Pla-nalto. Os preços são os mais acessíveis, com valores de ingressos antecipados para comerciários e dependen-tes com carteiras atuali-zadas R$ 5, usuários com carteiras atualizadas R$ 8 – no dia do evento R$ 10 para todas as categorias e público em geral.

Os ingressos estão à ven-da nas unidades do Sesc Centro e Balneário. A festa contará com a participação de uma banda que apresen-tará músicas típicas de car-naval com conteúdo próprio para as crianças. O Baile de Carnaval Infantil do Sesc é uma festa familiar e visa reunir amigos que buscam um tipo de diversão tranqui-la nesta época do ano.No desfile de fantasias infantis do Sesc, participantes poderão escolher duas categorias

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C6 País MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque não tinha pudor em receber propina em seu trabalho

Tesoureiro do PT depõe em nona fase da Lava JatoConforme declarações de delator, partido teria recebido até US$ 200 milhões em propina de contratos da Petrobras

Os policiais federais en-carregados de conduzir João Vaccari Neto à superinten-dência da PF, em São Paulo, tiveram que pular o muro de sua casa. No primeiro mo-mento, Vaccari não abriu a porta de sua residência para

os agentes.Tesoureiro do PT, João

Vaccari Neto, foi conduzido a prestar depoimento sobre eventuais doações feitas à legenda por empresas inves-tigadas pela Operação Lava Jato. Como Vaccari foi alvo

de mandados de condução coercitiva, ele não tinha a opção de não comparecer.

Depois do depoimento, Vaccari disse, por meio de seu advogado, que “há muito ansiava pela opor-tunidade de prestar os es-

clarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal para, de forma cabal, demonstrar as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses, envol-vendo seu nome”.

Vaccari Neto foi levado à força para depor

São Paulo e Brasília - A Polícia Federal defla-grou na manhã de on-tem mais uma etapa

(nona fase) da operação Lava Jato. Os agentes cumpriram 62 mandados - um de prisão preventiva, no Rio, três de temporária, em Santa Catari-na, 18 conduções coercitivas e 40 de busca e apreensão. A ação teve a participação de 200 policiais federais, com apoio de 25 servidores da Receita Federal.

De acordo com a PF, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apre-endidos anteriormente. Tam-bém contribuíram para a nova etapa da operação as informa-ções oriundas da colaboração de um dos investigados, além da denúncia apresentada por uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas.

Entre os investigados leva-dos para prestar depoimento, está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Segundo a PF. ele foi chamado a esclarecer denúncias de delatores, se-gundo os quais ele atuava na cobrança de propina e de doa-ções legais para o partido.

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse, em de-poimento de delação premia-da firmado com o Ministério Público Federal (MPF), em novembro de 2014, que o te-soureiro do PT recebeu propi-na em nome do partido em 90 contratos da Petrobras, num total entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013.

Em nota oficial, o partido reiterou que recebe apenas doações legais, que são de-claradas à Justiça Eleitoral, e prometeu processar seus acusadores “pelas mentiras proferidas contra o PT”.

O delator disse que, João Vaccari Neto, como é o tesou-reiro do partido, teve “partici-pação” no recebimento desse suborno e ficou, até março de 2013, com US$ 4,5 milhões.

Tanto Vaccari quanto o PT negam irregularidades.

Sem sigiloAs declarações de Barusco

foram divulgadas após de-cisão do juiz federal Sérgio Moro, que retirou o sigilo das investigações da nona fase da Operação Lava Jato. Para estimar a quantia, o ex-gerente se baseou no valor que recebeu, US$ 50 mi-lhões. Segundo ele, Vaccari começou a operar o esque-ma a partir do momento em que assumiu o cargo de tesoureiro do partido. Desde então, disse Barusco, o te-

soureiro foi responsável por operar os recebimentos por parte do PT.

Barusco confirmou no de-poimento que ele e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2013, recebiam propina para facilitar que empresas assi-nassem contratos de grande porte com a estatal, como os da Refinaria Abreu e Lima e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no momento em que chega à Superintendência Regional da PF, na Lapa, São Paulo, para depor

FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO

‘MY WAY’A PF batizou esta etapa da operação de ‘My Way’, que era a forma como Barusco chamava Renato Duque. A polícia ainda não contabilizou o dinheiro apreendido na busca, mas apreendeu 500 relógios de luxo

O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, recebia propina dentro da sede da estatal, segundo de-clarações de Pedro Barusco, que era gerente dessa mes-ma área. Barusco disse no acordo de delação premiada que fez com procuradores da operação Lava Jato que ele próprio entregou recursos de suborno a Duque dentro da estatal.

O ex-gerente afirma que ele recebeu por Duque cerca de US$ 40 milhões entre 2003 e o fim de 2011 em contas no exterior. Barusco relata que também recebia

propinas em reais, pagas mensalmente entre 2005 e 2011, em valores que so-mam entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.

Ainda de acordo com Ba-rusco, os montantes em reais eram entregues a Duque den-tro da diretoria de Serviços.

O ex-diretor de Serviços foi indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu e ocupou o posto entre 2003 e 2011, nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Duque negou em inúmeras ocasiões que José Dirceu tenha sido o seu padrinho na estatal.

O delator afirmou que ia

na casa de outro repassa-dor de suborno, Mário Góes, para pegar “umas mochilas com valores”, que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil. Goes, afirmou, pagava pro-pina em nome as seguintes empresas: UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gu-tierrez, Schain, Carioca e Bueno Engenharia.

CaixaBarusco disse que guarda-

va o dinheiro em uma caixa em sua casa, “que era usado para pagamento de despesas pessoais e para fazer repas-ses a Renato Duque”.

Propina era levada à Petrobras

DIVULGAÇÃO

Nona fase da operação Lava Jato foi deflagrada pela PF na manhã de ontem em vários Estados

DIVULGAÇÃO

O dinheiro de propina re-cebida no exterior pelo ex-gerente da Petrobras Pedro José Barusco Filho foi de-positado por uma série de “operadores” de empreiteiras que mantinham contratos com a petroleira. Foi o que o próprio Barusco revelou em depoimentos, que vieram à tona ontem, prestados na Operação Lava Jato.

Em seus depoimentos, Barusco mencionou diver-sas pessoas que, segundo ele, atuavam nos bastidores em nome das empreiteiras, acertavam pagamentos, or-denavam transferências ao

exterior e entregavam dinhei-ro em espécie em hotéis e casas no Rio de Janeiro. Cada “operador” agia em nome de uma empreiteira ou de um grupo de empreiteiras.

Barusco disse ter recebido em propinas, entre 2003 e 2013, um total estimado entre US$ 40 e US$ 50 milhões. Segundo ele, 90% do total foi enviado ao exterior e o restante foi entregue em es-pécie no Brasil.

Segundo Barusco, um dos “operadores” era o consultor Shinko Nakandakari, de São Paulo. Em depoimento na-quela ocasião, o empreiteiro

Erton Fonseca, da Galvão En-genharia, afirmou ter pago R$ 5 milhões a Nakandakari, que dizia agir em nome da direto-ria de Serviços da Petrobras, então comandada por Renato Duque, indicado pelo PT.

Segundo Barusco, Nakan-dakari é “um ex-diretor apo-sentado da Odebrecht”. Eles eram amigos, “jantavam juntos e já viajaram”. O dela-tor contou que “Shinko ope-racionalizava o pagamento de propinas por conta de contratos firmados entre a Galvão Engenharia, repre-sentada por Erton Fonseca, e a EIT Engenharia”.

Pagamentos feitos no exterior

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Page 19: EM TEMPO - 6 de fevereiro de 2015

C7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015 País

Aumento de repasse ao ensino infantil

Brasília - O Mi-nistério da Educação (MEC) divulgou ontem os valores que serão repassados em 2015 para manutenção de unidades públicas de educação infantil que ficaram fora do cen-so escolar e que, por isso, ainda não podem, legalmente, receber os recursos do Fundeb.

Os valores estão de-finidos em portaria pu-blicada no Diário Oficial da União. O valor anual a ser repassado a municí-pios e ao Distrito Federal passa a ser R$ 2.971,24 por aluno de creche pú-blica, em período inte-gral; R$ 2.285,57 por aluno de creche pública, em período parcial; R$ 2.971,24 por aluno de pré-escola pública, em período integral, e R$ 2.285,57 por aluno de pré-escola pública, em período parcial.

Novo ato contra alta das tarifas

São Paulo - O Movi-mento Passe Livre mar-cou para hoje um novo protesto contra o aumen-to das tarifas do trans-porte público na cidade de São Paulo. em frente à prefeitura, no viaduto do Chá, região central.

O movimento já reali-zou outros seis grandes atos desde o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem, em 5 de janeiro. Além disso, na última terça, foram feitas três passeatas em áreas periféricas da cidade. Elas aconteceram em São Mi-guel Paulista (zona leste), Pirituba (zona norte) e Campo Limpo (zona sul), e tiveram pouca adesão.

Os atos anteriores ti-nham acontecido na re-gião central e na zona sul, fechando vias importan-tes como a avenida Pau-lista, a rua da Consolação e a marginal Pinheiros.

Anvisa aprova regras para pesquisas

Brasília - A direto-ria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, on-tem, uma resolução que estabelece novas regras para autorização de pes-quisas clínicas com me-dicamentos no país.

A medida passa a es-tabelecer um prazo de 90 dias a até 180 dias para análise e aprovação de pedidos de pesquisas clínicas, ou seja, testes feitos em pacientes vo-luntários para medir a segurança, doses e eficá-cia de novos produtos.

O prazo maior vale para medicamentos considerados de maior risco ou produzidos no país pela primeira vez. Já o menor, de 90 dias, vale para pesqui-sas já aprovadas em outros países.

Governo federal estuda ampliar período para economizar água por conta da crise hídrica no Sudeste

Horário de verão pode ser estendido até março

Pela primeira vez, o horário de verão no Brasil poderá ser estendido até o próximo mês, para fugir da crise hídrica que assola o Sudeste e economizar água

Rio de Janeiro - O go-verno estuda ampliar em um mês o horário de verão, que está em

curso desde o dia 19 de outubro com previsão de término em 22 de fevereiro, para economizar energia. A possibilidade é ana-lisada diante do cenário atual de crise do setor elétrico e com os índices de chuva abaixo do esperado nos últimos meses.

O horário de verão está em curso em onze Estados das regiões Sul e Sudeste, mais o Distrito Federal. O gover-no espera reduzir em 4,5% o consumo de energia no horário de pico.

“Faremos uma avaliação no dia 12 de fevereiro para que nós possamos ter uma pre-visibilidade com relação ao ritmo hidrológico do final do mês de fevereiro e do começo do mês de março. E aí sim tomaremos uma decisão com relação ao horário de verão”, disse o ministro Minas e Ener-gia, Eduardo Braga.

Em entrevista concedida ontem à noite a um telejor-nal nacional, Braga também afirmou que, para enfrentar o problema da falta de chuvas, contará também com a energia gerada pela termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do

Sul, que tem potência instalada de 640 megawatts.

Em 2013, o governo afirmou que só recorreria à energia de Uruguaiana em caso de extrema necessidade. Para a termelétrica entrar em ope-ração, a Argentina tem que autorizar a utilização de um gasoduto. A empresa respon-sável por Uruguaiana afirmou que espera para este mês o fornecimento de gás para a usina voltar a funcionar.

O ministro também confir-mou que a partir de primeiro de março, as distribuidoras vão lançar uma campanha de conscientização para econo-

mia energia.

Economia de águaPara especialistas do setor

elétrico, a economia de água dos reservatórios das hidre-létricas, apesar de pequena, é importante diante do cenário de crise. “Essa economia (de 0,4%) não é de se jogar fora diante da atual circunstância”, diz Roberto Brandão, pesquisa-dor do Grupo de Estudos.

“Os benefícios não são gi-gantescos, mas ainda são sig-nificativos. Qualquer econo-mia de água dos reservatórios é válida”, diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Clau-

dio Sales. De acordo com dados do Ope-

rador Nacional do Sistema Elé-trico (ONS), entre 2010 e 2014 o horário de verão resultou em economia de R$ 835 milhões para os consumidores, devido à eletricidade que deixou de ser gerada pelo uso da luz do sol. Para a edição 2014/2015 do horário de verão, a economia estimada inicialmente é de R$ 278 milhões, 31% menos do que na edição passada (R$ 405 milhões). Esses valores, porém, são muito pequenos diante dos gastos do setor elétrico e não chegam ter impacto nas contas de luz.

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Maternidade teria se negado a operar mulher grávida

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Trotes a calouros nas universidades de São Paulo ficam a cada dia mais violentos e criminosos

Juiz condena maternidadepor negar atendimento

Rio de Janeiro - A Casa de Saúde e Maternidade Teresinha de Jesus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foi condenada por negar atendimento a uma paciente grávida que precisava de cirurgia de urgência. De acordo com a decisão do juiz Belmiro Fontoura Ferreira Gonçal-ves, da 29ª Vara Cível da Capital, a unidade terá que pagar indenização por da-nos morais no valor de R$ R$ 47.280,00.

A paciente procurou o hospital em dezembro de 2006 em estado grave de saúde. Segundo o pron-tuário médico, a mulher apresentava sangramen-to intenso e fortes dores abdominais e, por isso, necessitava de internação urgente. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio

de Janeiro (TJ-RJ), o hospital alegou falta de autorização do plano de saúde para se recusar a fazer a cirurgia.

Diante da negativa, o pai da mulher a levou para uma unidade municipal e lá ela fez a cirurgia de emergência, já registrando profunda anemia.

Para o juiz, a atitude do hospital foi reprovável e injustificável. “Deveria a ré fornecer todos os meios necessários para fazer cessar o perigo que pai-rava então sobre a vida da paciente, mas fez jus-tamente o contrário, ao potencializar o risco de morte”, completou.

Na avaliação de Ferreira Gonçalves, não há dúvida de que a paciente passou por situações de risco de morte, sofrimento, angús-tia, medo e frustração.

São Paulo - Um estudante da Faculdade Oswaldo Cruz, campus da Barra Funda, Zona Oeste, disse ter sido forçado a beber em trote e, ao per-der a consciência, relata ter acordado só no hospital com hematomas na madrugada da última terça-feira.

O trote teria ocorrido no perí-odo noturno da segunda-feira, dia 2, primeiro dia de aula na faculdade. O aluno, Lucas Alves Dias, 18, é chaveiro e tinha acabado de entrar no curso de engenharia química.

“Meu filho parecia um men-digo, fedia a urina e a fezes”, diz o pai, Danilo Aparecido Dias, 55, aposentado, que foi buscá-lo no na Santa Casa de São Paulo às 4h de terça.

O pai diz que Lucas conta ter sido segurado por alunos para ingerir, a força, bebida

alcoólica. “Ele resistiu, disse que poderiam cortar o cabelo dele e pintá-lo, mas que não fizessem mais nada”.

Depois, o pai conta que Lu-cas “apagou”. “Ele disse que rasgaram a sua camisa, que ele empurrou um dos alunos e que não lembra de mais nada”, diz.

Em depoimento, o estudante relatou ter perdido a consci-ência, mas que lembra que os agressores jogaram vinagre, farinha de trigo e tinta no corpo dele.

O caso foi registrado no 77° DP (Santa Cecília). Segundo Louriel Freitas, investigador chefe, um inquérito policial já foi instaurado por lesão corpo-ral e constrangimento.

O exame de corpo de delito também foi pedido para averi-guar as agressões e um exame

toxicológico será feito para investigar se houve mistura de outras drogas ao álcool.

Volta às aulas?Segundo o pai, Lucas está

abalado e não sabe se vol-tará à faculdade. “Ele já está perdendo aula”, diz. “Meu filho tinha um sonho tremendo e nem conseguiu pisar dentro da aula.”

A Faculdade Oswaldo Cruz, em nota, diz repudiar o tro-te. A instituição, por meio da assessoria, afirma que entrou em contato com a família e ofereceu uma visita domiciliar para prestar ajuda ao aluno.

Uma sindicância foi aberta dentro da faculdade e alunos já estão prestando depoimen-tos. A faculdade também está colhendo informações nas re-des sociais.

Mais uma vítima de trote em SPVIOLÊNCIA

RIO

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C8 Mundo MANAUS, SEXTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Francisco ordenou aos bispos que não escondam a prática desse crime dentro da igreja. Ele afirma que as crianças têm o direito de ser protegidas pela instituição

Papa exige que escândalosde pedofilia venham à tona

Papa Francisco vai participar de reunião da comissão de peritos para a proteção de menores. Ele exige transparência sobre pedofilia

Cidade do Vaticano - O papa Francisco exigiu, ontem, aos bispos que nunca escondam os es-

cândalos de pedofilia na Igreja. “Não se pode dar prioridade a qualquer tipo de consideração, seja de que natureza for, como, por exemplo, a vontade de evitar o escândalo, porque não há qualquer lugar, no ministério da Igreja, para quem abusa de menores”, disse o papa, numa carta publicada na véspera da primeira reunião, no Vaticano, da comissão de peritos para a proteção de menores.

O papa acrescentou que “as famílias devem saber que a Igreja não se poupa a qual-quer esforço para proteger as crianças e que elas têm o direito de estar na Igreja com total confiança, porque é uma casa segura”.

Francisco pediu às instâncias locais para “reverem regular-mente” os procedimentos para esses casos. Os procedimentos foram instaurados em 2011, depois de uma circular enviada durante o pontificado de Bento XVI. A Comissão Pontifícia de proteção de menores foi criada

pelo papa em 2013.“A Comissão vai ser um novo,

válido e eficaz instrumento para ajudar a promover e pôr em prática as medidas necessárias para garantir a proteção de menores e adultos vulneráveis, e dar respostas de justiça e mi-sericórdia”, escreveu o papa.

Finalizada em dezembro, com oito novos membros oriundos da África, da América Latina e da Ásia, a comissão é presidida pelo cardeal norte-americano Sean O’Malley e conta com 17 membros, incluindo duas víti-mas, o britânico Peter Saunders

e a irlandesa Marie Collins.A comissão, cuja reunião co-

meça hoje e segue até domin-go, vai começar por redigir os seus estatutos. A prevenção, a educação e a aplicação de boas práticas em toda a Igreja serão as áreas de atuação.

A imagem da Igreja Católica sofreu duramente, nos últimos 20 anos, com a revelação de que milhares de crianças e adolescentes foram vítimas de abusos sexuais cometidos por padres, sobretudo na Irlanda e nos Estados Unidos, entre os anos 1960 e 1990.

Venezuela anuncia que vai processar EUA

Caracas - A procura-dora-geral da Venezue-la, Luísa Ortega Díaz, anunciou ontem que vai processar o governo dos Estados Unidos por este pretender relacioná-la com casos de suposta violação de direitos hu-manos. O anúncio foi fei-to durante o programa Em Sintonia com o Mi-nistério Público, transmi-tido pela estatal Rádio Nacional da Venezuela.

Segundo Luísa Ortega Díaz, o Departamento de Estado dos EUA fez acu-sações contra ela por suposto envolvimento em casos de violação de direitos humanos, que ela interpretou como “parte de uma estraté-gia para desprestigiar”

a Venezuela.“Fica claro que o obje-

tivo é influenciar a polí-tica venezuelana. É uma posição de intervenção, que ocorre poucos me-ses antes das eleições parlamentares (venezue-lanas). Não é fruto do acaso”, acusou, afirman-do que há um “ataque sistemático, nacional e internacional” contra a Venezuela.

Os Estados Unidos anunciaram na última segunda-feira novas sanções (suspensão de vistos) contra antigos e atuais funcionários do governo venezuelano, sob acusação de serem “res-ponsáveis ou cúmplices” por violações dos direitos humanos no país.

CRISE DIPLOMÁTICA

Procuradora da Venezuela vai processar Estados Unidos

Mãe reconhece corpo de brasileiro desaparecido

Brasília - A mãe do bra-sileiro Fernando Vieira Cam-pello, desaparecido desde a semana passada na Indoné-sia, confirmou, ontem, em mensagem em sua conta no Facebook, que reconheceu o corpo do filho. Luciana Vieira viajou à Indonésia no último domingo para ajudar nas buscas ao ra-paz. O Itamaraty confirmou o reconhecimento.

“O amor da minha vida foi chamado pelo Senhor. Dói demais, mas acredito que ele esteja em paz, pois sua passagem por aqui foi uma aventura maravilhosa”, escreveu Luciana. Na ter-ça-feira, ela e amigos não tinham reconhecido o cor-po encontrado no mar, em decomposição, da região de Lombok.

Como o corpo foi desfi-gurado, o reconhecimento não é totalmente seguro. A Embaixada do Brasil em Ja-carta solicitou exame para confirmar se o corpo é do brasileiro desaparecido.

Mas, por uma tatuagem e a comprovação de uma

cirurgia pela qual Fernando havia passado, Luciana re-conheceu o corpo do filho na segunda tentativa.

Identificado“Confirmamos que Lucia-

na Vieira identificou posi-tivamente o corpo como

sendo de seu filho, no Hos-pital Maratam, na Ilha de Lombok. A senhora Vieira é acompanhada, em Lombok, por diplomata da Embai-xada do Brasil em Jacarta, que permanecerá prestan-do assistência à brasileira”, informou o Ministério das Relações Exteriores.

NA INDONÉSIA

Fernando Vieira Campello teria desaparecido após festa em Bali

CONFIRMAÇÃONa última segunda-feira, a família havia negado que o corpo encontrado numa ilha perto de Bali, na Indonésia, seria do brasileiro Fernando Vieira Campello, que estava desaparecido

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REPRODUÇÃO/FACEBOOK

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