em tempo - 2 de fevereiro de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. ANO XXVI – N.º 8.255 – DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ MÁX.: 30 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS CARGA PERIGOSA TOQUE FEMININO NA ARENA FÁBIO MONTEIRO ‘Abuso de crianças é absurdo’ O promotor de Justiça Fábio Monteiro diz que é revoltante a impunidade na pedofilia. Com a palavra A7 VEÍCULOS DE PASSEIO E CAMINHÕES TRANSITAM PELAS RUAS TRANSPORTANDO PRODUTOS – COMO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, MÓVEIS, ENTRE OUTROS – QUE NÃO PODEM SER AJUSTADOS AOS COMPARTIMENTOS DE CARGA, PONDO EM RISCO PEDESTRES E MOTORISTAS. DIA A DIA C4 E C5 Nem só de mãos masculinas vivem as obras da Arena da Amazônia. Mulheres também marcam presença na construção do estádio. Pódio E8 3 ANOS Omar faz balanço do governo Nesta terça, o governador Omar Aziz abre o ano legislati- vo na Assembleia com balanço do governo. Política A5 ORQUESTRA Concerto erudito no ‘espaço’ Espetáculo “Música no Es- paço”, que reúne a trilha de filmes de ficção, terá nova apresentação. Plateia D3 O transporte irregular de cargas tornou-se situação corriqueira nas ruas de Manaus DENÚNCIAS • FLAGRANTES 8177-2096 Primeiro clássico do Carioca Vasco enfrenta o Botafo- go, hoje, no Maracanã, no primeiro clássico carioca da temporada. Pódio E3 D O M I N G O Pesquisa de Boston, nos Estados Unidos, afirma que o consumo de castanhas por gestantes não causa nenhum dano ao bebê. Saúde F2 Valor do metro quadrado mais caro de Manaus varia entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, enquanto o mais barato apresenta média de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil. Salão Imobiliário 1 Goreth Garcia faz um balanço do primeiro ano à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos. Elenco 8 FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO DIEGO JANATÃ ARQUIVO EM TEMPO/JOEL ROSA

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2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

ANO XXVI – N.º 8.255 – DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

MÁX.: 30 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUS

CARGA PERIGOSA

TOQUE FEMININO NA ARENA

FÁBIO MONTEIRO

‘Abuso de crianças é absurdo’

O promotor de Justiça Fábio Monteiro diz que é revoltante a impunidade na pedofi lia. Com a palavra A7

VEÍCULOS DE PASSEIO E CAMINHÕES TRANSITAM PELAS RUAS TRANSPORTANDO PRODUTOS – COMO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, MÓVEIS, ENTRE OUTROS – QUE NÃO PODEM SER AJUSTADOS AOS COMPARTIMENTOS DE CARGA, PONDO EM RISCO PEDESTRES E MOTORISTAS. DIA A DIA C4 E C5

Nem só de mãos masculinas vivem as obras da Arena da Amazônia. Mulheres também marcam presença na construção do estádio. Pódio E8

3 ANOS

Omar faz balanço do governo

Nesta terça, o governador Omar Aziz abre o ano legislati-vo na Assembleia com balanço do governo. Política A5

ORQUESTRA

Concertoeruditono ‘espaço’

Espetáculo “Música no Es-paço”, que reúne a trilha de fi lmes de fi cção, terá nova apresentação. Plateia D3

O transporte irregular de cargas tornou-se situação corriqueira nas ruas de Manaus

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

8177-2096

Primeiro clássico do Carioca

Vasco enfrenta o Botafo-go, hoje, no Maracanã, no primeiro clássico carioca da temporada. Pódio E3

D O M I N G O

Pesquisa de Boston, nos Estados Unidos, afi rma que o consumo de castanhas por gestantes não causa nenhum dano ao bebê. Saúde F2

Valor do metro quadrado mais caro de Manaus varia entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, enquanto o mais barato apresenta média de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil. Salão Imobiliário 1

Goreth Garcia faz um balanço do primeiro ano à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos. Elenco 8

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Page 2: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

PC treina servidores paraa proteção de autoridadesProfissionais estão sendo capacitados para guardar integridade física de autoridades no AM. Curso vai até 7 de fevereiro

É comum em grandes eventos encontrar-mos autoridades escoltadas por se-

guranças, identificados pela expressão séria, uso de terno e óculos escuros. Esses profis-sionais em questão possuem a função de guardar a integrida-de física dessas pessoas, mas para isso é necessário preparo e dedicação, pois proteger al-guém não é tarefa fácil.

Com a aproximação da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014, a Polícia Civil do Amazonas deu início à terceira turma do Curso de Proteção de Autoridades. Vinte servidores estão sendo capacitados com técnicas de segurança pessoal para ga-rantir a integridade física dos dignitários que virão à cidade acompanhar o maior evento futebolístico do mundo.

Entre as disciplinas, mi-nistradas de forma teórica e prática, estão embarque e desembarque de autoridades, escolta a pé e motorizada, defesa pessoal, direção de-fensiva, regras de etiquetas e técnicas de tiro básico e avan-çado. Na última sexta-feira (31) foram repassados aos policiais civis técnicas de tiros para proteção de autoridades avançado e embarcado. A aula

prática ocorreu no estande de tiro do Instituto de Ensino de Segurança Pública (Iesp – Campus 2), antiga Academia de Polícia Civil do Amazonas (Acadepol), na avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova 2, Zona Norte de Manaus.

Para o exercício, foram divi-didos grupos de quatro equi-pes, como explica o instrutor

de Segurança e Proteção de Autoridades, Renato Preto, responsável pela segurança dos ex-presidentes da Repú-blica Fernando Henrique Car-doso e Luiz Inácio Lula da Silva. “Essa técnica merece muita atenção por conta da segurança. É preciso ter uma sincronização maior, reflexo mais apurado, o tiro tem de ser bastante rápido e a curta

distância”, explicou. O curso segue até o dia 7

de fevereiro e terá a carga horária de 100 horas/aula. O subcoordenador do CPA, in-vestigador Rodrigo Peixoto, revela que ao final da qualifi-cação os alunos passarão por simulação que deve durar 48 horas ininterruptas. “Vamos simular a chegada de uma autoridade no aeroporto de Manaus e vamos acompanhar essa pessoa, que ainda está sendo escolhida, durante 48 horas”, disse.

A policial civil Renata La-mas destaca a oportunidade de enriquecimento da carrei-ra profissional por meio da capacitação. “Foi um proces-so seletivo difícil e o curso também está sendo árduo. Estamos tendo outra visão da atividade policial, que não é a do dia a dia na delegacia, mas se trata de uma função nossa também: a de proteger as pessoas”, concluiu.

Núcleo de proteção A Polícia Civil do Amazonas

criou em fevereiro de 2013 o Núcleo de Proteção de Autoridades (NPA), por meio de portaria assinada pelo delegado-geral de Polícia Civil Josué Rocha.

INÉDITOA iniciativa conside-rada inédita tem por objetivo capacitar ser-vidores, para atuarem na proteção de autori-dades durante grandes eventos. Atualmente, o núcleo é composto por 26 integrantes

Armas caseiras apreendidas durante revista na cadeia

As polícias Civil e Militar, sob o comando do Delegado José Elcy Braga, Titular da 34ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), situada em Iranduba, município distante 27 quilô-metros em linha reta de Ma-naus, realizaram, neste fim de semana, uma revista de rotina nas celas da unidade policial e encontraram diversas armas caseiras, entre machados, es-tacas e pontas de ferro, além de quatro celulares.

De acordo com o delegado José Elcy Braga, havia suspei-ta de que os presos fariam uma rebelião por conta do comportamento que eles esta-vam apresentando e a revista foi programada. “Essa ação foi para prevenir uma possível re-belião e verificar as condições em que os presos estavam. Os celulares eram usados para comunicação externa. Ire-mos verificar as mensagens, contatos e todo o resto. Já as armas apreendidas serão

destruídas”, ressaltou.

Presídio provisório A unidade policial, que fun-

ciona como presídio provisó-rio, abriga presos que estão aguardando decisão judicial

ou transferência para a ca-deia pública Desembarga-dor Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.

A polícia deverá agora in-vestigar como este material entrou nas celas.

IRANDUBA

INVESTIGAÇÃO De acordo com o de-legado que investiga o caso, Elcy Braga, havia suspeitas de que os presos fariam uma rebelião por conta do comportamento que eles estava apresen-tando na semana

CADEIA

Indígenas fecham a rodovia

Índios da etnia te-nharim fecharam por duas horas, na manhã de ontem, a BR-319 (Transamazônica), que liga Manaus a Porto Velho, em protesto pela prisão de cinco indíge-nas da etnia suspeitos de terem sequestrado e matado três homens brancos, desapareci-dos desde o dia 16 de dezembro. Entre os presos estão dois fi-lhos do cacique Ivan Tenharim, morto após acidente de moto no dia 3 de dezembro.

O protesto iniciou às 10h da manhã, quando cerca de 120 índios ar-mados de arco e flecha bloquearam a rodovia impedindo a passagem de pedestres e carros. Não foi registrado ne-nhum tumulto, mas o bloqueio ocasionou en-garrafamento na via. A pista só foi liberada por volta de meio-dia de ontem, quando a Po-lícia Federal interviu no caso.

Segundo o parente de um dos homens desaparecidos, Darlen Rodrigues, a tensão na rodovia é constante. A família ainda aguarda apuração total do caso. No próximo dia 16, pa-rentes e amigos dos três homens desapare-cidos na estrada farão um ato ecumênico na praça do município de Humaitá em protesto ao caso, que completa dois meses.

HUMAITÁ

Presos assaltantes de empresário

Policiais militares da 7ª Companhia Interativa Co-munitária (Cicom), Ronda no Bairro, prenderam, na ma-drugada de ontem, dois ho-mens armados que entraram na casa de um empresário da cidade, localizada na rua Vincá, bairro Crespo, Zona Centro-Sul da capital.

De acordo com o capitão Polícia Militar José França, que comandou toda a ação policial, o filho da vítima de 14 anos estava na porta de sua casa quando a dupla anunciou o assalto. Na residência, es-tava a mãe e mais um irmão do adolescente. A família foi obrigada a colocar os eletro-eletrônicos, computadores, celulares e joias dentro de uma bolsa e, em seguida, to-

dos foram trancados em um quarto. Mas os ladrões ao saírem da residência foram surpreendidos pela viatura 6098 da Polícia Militar.

Ainda de acordo com o ca-pitão França, um dos bandi-dos chegou a dar um disparo contra a viatura, por sorte o tiro não atingiu ninguém. Foram presos na ação Paulo Gusmão da Silva, de 37 anos, e Claúdio Gomes Reisde, 36 anos. Os policiais apreende-ram ainda duas armas, uma pistola PT 58, calibre 380 com nove munições intactas e uma deflagrada e um revólver calibre 38 com cinco munições intactas. Segundo dados do Tribunal de Justiça do Esta-do do Amazonas (TJAM) não existem registro de ocorrência

da dupla. Os homens foram conduzi-

dos para o 1º Distrito Integrado de Polícia, na Praça 14, Zona Sul, onde foram autuados em flagrante por roubo, cárcere privado, tentativa de homicí-dio e porte ilegal de arma de fogo. Após os procedimentos eles serão encaminhados para a cadeia pública Desembarga-dor Raimundo Vidal Pessoa.

A casa pertencia a um em-presário do ramo de alimen-tos, mas que por questões de segurança, não teve o nome divulgado pela polícia. A fa-mília está bastante abalada e não quis dar declarações sobre o caso. A polícia inves-tiga se a dupla de assaltante já cometeu outros crimes se-melhantes na área.

Paulo Gusmão e Cláudio Gomes foram presos após assaltar uma casa, ontem, no bairro Crespo

O curso de Proteção a Autoridades da Polícia Civil deverá ocorrer até o dia 7 de fevereiro

DIEGO CAJÁ/ASCOM PC

Material foi encontrado escondido entre colchões e roupas

DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL

DIVULGAÇÃO/POLÍCIA MILITAR

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Page 3: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 A3Opinião

São coincidências demais ou a conjunção astral propicia, neste momento, tantos caminhos cruzados. O ainda ministro da Saúde Alexandre Padilha e o que ainda vai ser, a partir de amanhã, Arthur Chioro, têm em comum ser médicos, petistas e com família envolvida no ramo empresarial com o foco na saúde.

Na semana passada, ao anunciar Chioro (que três vezes chamou de Choiro), como substituto de Padilha no Ministério da Saúde, a presidente Dilma Rousseff chamou atenção para o que estava fora de foco: o escolhido Chioro, que era secretário de Saúde em São Bernardo, está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo por ter uma fi rma de consultoria em saúde, que presta serviços a prefeituras paulistas, contra a legislação vigente no município de São Paulo. Segundo o secretário, acumular a participação na empresa Consaúde Consultoria com o cargo público em São Bernardo não seria a legislação municipal. Fere a federal também.

Mais do que depressa, Chioro passou sua parte societária na empresa Consaúde Consultoria para a mulher dele. Com isso acredita ter se livrado dos problemas. O pai de Padilha, Anivaldo, é sócio da Koinonia, que tem convênio de R$ 199,8 mil com o ministério, também ganhou ca-rona no noticiário e os destinos de Arthur e Alexandre se cruzaram. Tudo, como disse em outro contexto um conselheiro do Tribunal de Contas do Amazonas: “Foi legal? Foi”. Se está dentro da lei, pode até ser imoral e engordar.

O convênio da empresa do pai de Alexandre Padilha foi cancelado neste fi m de semana. Anivaldo não gostou nem um pouco e disse que sua empresa vai recorrer. Talvez não devesse, pois o fi lho é candi-datíssimo ao governo de São Paulo, com apoio irrestrito de Lula, e os astros podem entrar em uma conjunção mais favorável. Ou quem sabe outras coincidências o favoreçam.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a recuperação das miniestações do expresso, que estavam abandona-das há anos e davam a Manaus um aspecto de “cidade fantasma”.

Estações do expresso

APLAUSOS VAIAS

Liberou

A última cena entre Fé-lix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) já havia sido gravada sem o beijo.

Mas aí os dirigentes da Globo se manifestaram fa-voráveis ao “beijo gay”. Eles consideraram pertinente em uma novela, que discu-tiu a homofobia.

Cúpula de olho

Quando ficou decidido que o beijo ia acontecer, a gravação da cena foi acom-panhada de perto pela cú-pula da TV Globo.

Corrente

Mas não foi tão fácil as-sim.

Nos últimos dias, famosos como Fernanda Paes Leme, Luciana Vendramini, Hugo Gloss, Fernanda Machado, Fernanda Souza, entre ou-tros, e anônimos se uniram e mandaram mensagens para o autor da novela, Walcyr Carrasco, pelo Twitter pe-dindo o beijo gay.

Beija Félix O jornalista e deputado

federal pelo PSOL-RJ e inte-grante da frente parlamen-tar em defesa dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bis-sexuais, Travestis, Transe-xuais e Transgêneros), Jean Wyllys, promoveu até uma campanha no Facebook em prol do tão esperado beijo gay entre os personagens de “Amor à Vida”: Beija Fé-lix.

Omar na Bica

O governador Omar Aziz

telefonou para um dos compositores da marcha da Bica, informando que estava ouvindo o CD com o prefeito Arthur Neto.

— Estamos dando boas gargalhadas, mas explica aí para a gente: onde fica a tribo que está no re-frão? – brincou.

Omar na Bica 2

Omar Aziz recebeu o con-vite para ir a um esquenta da Bica, no bar do Armando.

Mas não deu certeza se vai. Já Arthur Neto – que foi incluído no refrão –, garantiu que vai no próximo ensaio.

Figueiredo

Corre de boca em boca um movimento para mu-dar o nome do município de Presidente Figueiredo – que, em princípio, seria uma homenagem ao gene-ral ditador —, para Cidade das Cachoeiras.

Faz sentido. Nem todo mundo que mora na cida-de gosta de saber que vive em um lugar que lembra a ditadura.

Cachoeiras

A ideia de alguns habitan-tes de Presidente Figuei-redo é mudar o nome para “Cidade das Cachoeiras”.

Na Globo

O movimento para mu-dar o nome de Presidente Figueiredo ganhou força depois que a cidade serviu de cenário para a novela “Além do Horizonte”, que está sendo transmitida pela

Globo.

Encantos

As primeiras cenas da trama foram gravadas ali e seduziram muitos viajantes apaixonados por natureza, que não se contentaram em apreciar pela telinha e fo-ram conhecer os encantos de Presidente Figueiredo pessoalmente.

Morte no exterior

Uma notícia triste. O Ministério das Relações

Exteriores registrou 1.353 óbitos de brasileiros resi-dentes no exterior em 2013. Foram 373 ocorrências a mais do que no ano anterior, o que significa uma média de 3,7 mortes por dia.

Estatística

De acordo com o Itama-raty, a tendência é que o número aumente nos pró-ximos anos.

— Nós começamos a re-gistrar esses óbitos recente-mente para ter estatísticas, é possível que antes tenha nos escapado algum — explica a diretora do Departamen-to Consular e de Brasileiros no Exterior do MRE, ministra Luiza Lopes.

Pode aumentar

A ministra teme que, a partir de agora, ocorra um aumento, porque a imigra-ção está crescente.

— Agora, os brasileiros que imigraram nos anos 80 estão começando a entrar na faixa dos 60, 70 anos, então vamos ter uma população de idosos no exterior – explica.

Para o serviço de retirada de identi-dade no PAC. Para conseguir o docu-mento, o cidadão tem que chegar às 4h da madrugada. Um absurdo!

Atendimento no PAC

Com o primeiro beijo entre dois homens em uma novela, a Globo quebrou um tabu estabelecido por ela mesma.

Em 2005, por exemplo, a Globo gravou uma cena de beijo entre dois homens, na novela América, mas a imagem foi cortada. No último capítulo de Amor à Vida, o tabu ainda existia e as opiniões se dividiam.

Globo quebra tabu

SEMCOM

[email protected]

Negócios de saúde em família

As cidades são entes vivos, que se acomodam e mudam conforme os tempos em que as sociedades que as habitam se defi nem, pois cada cidade é a cara do povo que nela vive. E como nenhum povo é uma homogeneidade, também nenhu-ma cidade guarda uma identidade única, embora haja quem consiga encontrar, no meio das diferenças, algumas características que per-duram e se instalam em toda ela, permitindo que se defi na assim uma “personalidade urbana” que a distinguiria de outros conglomera-dos citadinos.

Seja como for, não há cidade que não tenha seus nichos específi cos e especiais, que geralmente não se misturam e até disputam e compe-tem por um papel predominante no âmbito da sociedade ampla.

Assim, identifi cam-se nichos que professam atividades políticas típi-cas do que se convencionou consi-derar como de “direita”, enquanto outros se põem à “esquerda”, e não apenas como ideologicamente “puros”, mas admitindo variações e peculiaridades incontáveis.

Do mesmo modo, numa cidade viva também hão de se confrontar grupos que se colocam diferente-mente diante da questão religiosa, entre ateus e teístas e estes ainda se diversifi cando e até se enfrentan-do em função das suas crenças.

Seriam intermináveis os exem-plos a serem enumerados e as áre-as em que uma população urbana se defi ne e se separa. Pense-se nos valores morais, nas preferências artísticas, nas coercitivas imposi-ções das condições econômicas e em tantos outros cortes que se dão nas sociedades e tudo conduzirá à percepção de como uma cidade e sua população, longe de cons-tituírem uma homogênea planí-cie, se apresentam como terreno sempre acidentado.

Mas, concretamente, motivou-me a discorrer sobre tão óbvios fatos o desejo de chegar à minha cidade, esta Manaus de todos os contrastes, como dizia o saudoso Gil para os seus leitores.

E, dentro da nossa Manaus, atrai-me por vários motivos, inclusive porque já se aproxima o Carnaval, um reduto especialíssimo, um nicho inconfundível: o originalíssimo bar do Armando, aquele que se plantou e perdura na praça São Sebastião, teimosamente incrustado, com sua modéstia e sua simplicidade, entre a Igreja dos Capuchinhos, talvez a mais bela da cidade, e o maior de todos os nossos monumentos, o Teatro Amazonas.

Não sei como começou sua voca-ção, mas já conheci o bar como pon-to de encontros e de desencontros de jornalistas, poetas, escritores, artistas e intelectuais de todas as vertentes, reconhecidos pela popu-lação, como Mário Adolfo, Simão Pessoa, Aldisio Filgueiras, Márcio Souza e inúmeros outros. Figuras que dão vida à cidade.

E agora, eis que chega a hora de se formar e aparecer a Bica, a Banda Independente da Confraria do Armando, aquele português que, por si só, soube criar o ambiente mais democrático de Manaus.

Neste ano, entre outras coisas, a banda usará em seu tema a su-gestão, certamente irônica, de um magistrado que, como muitos de nós, não conseguiu ainda vislum-brar uma fi nalidade e uma utili-dade para o elefante, com certeza branco, que se erigiu no lugar onde já havia um similar, mais humilde, mas também sem serventia.

Aceita a ideia do magistrado, pelo menos de uma coisa fi caremos seguros: não faltarão os usuários para tão portentosa e caríssima edifi cação, pois corruptos e bandi-dos por aqui abundam.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Nos domínios da liberdade

[email protected]

Não sei como começou sua vocação, mas já conheci o bar como ponto de en-contros e de desencontros de jornalistas, poetas, escri-tores, artistas e intelectuais de todas as vertentes, reconhecidos pela popu-lação, como Mário Adolfo, Simão Pes-soa, Aldisio Filgueiras, Márcio Souza e inúmeros outros”

DIEGO JANATÃ

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Page 4: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Três senadores do PSB usaram verbas de seus gabinetes para viajar a São Paulo em outubro para um evento partidário. Antonio Carlos Valadares (SE), João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA) participaram do encontro que discutiu as diretrizes da aliança entre a sigla e a Rede, no dia 28. Os três pediram reembolso pelas passagens de ida e volta, que custaram R$ 5.248,56. A cota do Senado se aplica a atividades “exclusivamente relacionadas ao exercício da função parlamentar”.

Outro lado Capiberibe disse entender que encon-tros partidários “correspon-dem ao exercício da ati-vidade parlamentar”. “Sem partido, não há mandato”, afirmou.

Outro lado 2 O gabinete de Lídice da Mata justificou que ela “fez o deslocamen-to de sua base (Salvador), via São Paulo, com desti-no a Brasília para cumprir suas atividades no Sena-do”. A equipe de Valadares não respondeu.

Brecha O ato que regula-menta a verba não estabelece regras específi cas para o uso das passagens. Em caráter reservado, parlamentares di-zem ter sido incentivados pela direção do PSB a usar a verba de gabinete para ir a eventos partidários, já que o caixa do partido estava baixo.

Diga ‘xis’ Na sexta-feira, a Casa Civil foi tomada por uma fila de funcionários da pasta que queriam tirar foto com Gleisi Hoffmann. A senadora deixa o ministério amanhã para se dedicar à campanha ao governo do Paraná.

Reembolso O Ministério do Esporte confirma que a

Kaionina-Presença Ecumê-nica, ONG da qual Anivaldo Padilha, pai de Alexandre Padilha (Saúde) é fundador, devolveu R$ 301,2 mil por não não ter cumprido convênio de R$ 400 mil para atender 1,6 mil pessoas em Duque de Caxias.

Histórico A decisão de res-cindir o contrato, de 2010, partiu da própria entidade, que diz ter enfrentado dificul-dades com fornecedores.

Em série A campanha do PT no Rio deve contar com modelo similar à campanha de São Paulo na área de comunicação. O marqueteiro de Dilma Rousseff, João San-tana, deve ajudar Lindbergh Farias a definir o tom do discurso e montar uma equipe de marketing.

Inconfidência... Ala do PMDB de Minas capitanea-da por Clésio Andrade e pelo presidente regional da sigla, Saraiva Felipe, insatisfeita com a falta de protagonismo na negociação com Fernando Pimentel, articula alternati-vas à aliança com o PT.

... mineira As opções do grupo, que pode enfrentar o do ministro Antonio Andra-

de (Agricultura) na convenção caso a ruptura se confirme, vão de candidatura própria até uma composição com o PSDB de Aécio Neves.

Clube O ex-presidente Lula viaja a Nova York no dia 10 para um encontro com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton. O brasileiro vai visitar a fundação do demo-crata, que sempre teve boa relação com o tucano Fernan-do Henrique Cardoso.

Congelado O governo paulista não pretende auto-rizar o reajuste dos pedágios das estradas estaduais neste ano. A cobrança nas rodovias foi uma das principais armas dos rivais de Geraldo Alckmin (PSDB) na campanha de 2010 e deve voltar à pauta.

Jurisprudência A Técnica Construções, subsidiária da Delta, acionou a Justiça pau-lista para tentar garantir con-tratos de uma concorrência de R$ 60 milhões para obras em rodovias estaduais.

Jurisprudência 2 A em-presa sustenta que o STJ suspendeu uma medida do governo federal que a decla-rou inidônea, o que impediria sua contratação no Estado.

Nas asas do Senado

Contraponto

Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) precisou ir ao Senado para participar de uma reunião no dia 6 de janeiro, em pleno recesso parlamentar. Chegou ao Congresso dirigindo seu carro particular, vestindo calça jeans, camisa sem paletó e tênis. O senador, que tem 41 anos, mas parece ser mais jovem, estacionou próximo à chapelaria do Congresso e foi barrado por um segurança. – Mas eu trabalho aqui – justifi cou. – O acesso é só para senadores – disse o segurança. Randolfe só conseguiu entrar na garagem quando outro funcionário do Senado o reconheceu.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Famoso quem?

Tiroteio

DE MENDONÇA FILHO (PE), líder do DEM na Câmara, comparando a aprovação recorde do prefeito de Salvador, ACM Neto, com a de Fernando Haddad (SP).

Esses 51 a 1 são a diferença entre um prefeito feito por Lula em laborató-rio e um político com talento e competência administrativa.

Barcos, recreios, lanchas, flu-tuantes, voadeiras, canoas, bal-sas, rebocadores, e toda espé-cie de embarcações singram as águas dos rios, lagos, paranás, igarapés e enseadas da Amazô-nia. Aqui se vive ao sabor das águas que comandam a vida. São caminhos e fonte de vida, ao seu ritmo se organizam as populações ribeirinhas e as ci-dades, pois todas têm o rio e o porto como referência. São muitos os que vivem do trans-porte fluvial como maquinistas, práticos, comandantes, carrega-dores, ajudantes de bordo, mas também cozinheiros, enfermei-ros, prestamistas, e assim por diante. Há um mundo que vive das águas e nas águas, uma vida dura, exigente, sem o mínimo de conforto, com precárias condi-ções de higiene.

Dois de fevereiro é dia de Nos-sa Senhora das Candeias, e na liturgia se faz a memória da apresentação de Jesus no templo. Pobre entre os pobres foi levado por seus pais para ser resgatado, primogênito que era, com a oferta dos pobres. Mas Nossa Senhora também é lembrada hoje como a dos Navegantes.

Quem nunca viveu a experi-ência de um temporal a bordo de uma embarcação grande ou pequena, talvez não entenda esta invocação e o significado que passam a ter as Ave Maria depois de se ter experimenta-do a fragilidade humana diante das intempéries. Um temporal no rio Solimões, e mesmo em rios de menor porte, um ban-zeiro de águas enfurecidas num lago aberto fazem o navegante sentir sua fragilidade e toda a fugacidade da vida humana. São muitas as histórias de naufrágio e não se tem estatísticas confiá-

veis do número de afogamentos na nossa região.

Às vezes parece que esta po-pulação toda é invisível, como tantas outras de nosso país e só nos lembramos dela quando acontece alguma tragédia, ou quando a denúncia de traba-lho escravo chega aos grandes meios de comunicação. A le-gislação existe, mas distâncias oceânicas impedem que seja implementada, conhecida e co-brada por quem de direito. Fazem falta portos dignos de tal nome e também a organização do trans-porte de passageiros e cargas. Enfi m, falta a consciência de que seres humanos convivem com os perigos das águas, e que sem eles a vida fi caria paralisada.

A Senhora dos Navegantes acompanha os que viajam desde tempos imemoriais. Sua proteção é invocada e agradecida por tan-tos que no momento de perigo a ela se agarram. No seu dia, nos rios e nos mares, se fazem pro-cissões em sua honra. É a estrela do mar, que brilha refl etindo o sol nascente que inunda de luz a humanidade. Água, luz, barcos, todos são símbolos da vida, tão frágil e tão preciosa. Homenage-ando a Senhora dos Navegantes homenageamos a eles próprios, nos solidarizamos com eles, re-conhecemos sua existência e seu heroísmo, manifestamos nosso desejo de que sejam reconhecidos e respeitados nos seus direitos.

Ao escutar narrativas de nau-frágios, invoquemos a mãe de Jesus para que interceda por todos os náufragos na hora da sua morte, mas que com sua ternura transforme os corações que não têm piedade de vidas que desaparecem nas vagas da morte e que assumamos as nos-sas responsabilidades.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Fazem falta portos dignos de tal nome e também a organização do transporte de passagei-ros e cargas. Enfi m, falta a consciência de que seres humanos convivem com os perigos das águas, e que sem eles a vida fi caria paralisada. A Senhora dos Nave-gantes acom-panha os que viajam”

Navegantes

Olho da [email protected]

Imagine-se um exemplo de efi ciência: um contêiner, com as dimensões de um ônibus arti-culado, para no meio de uma avenida, congestiona o trânsito, para quê?, para entregar a um vendedor ambulante, uma caixa de latinhas de cerveja ou de água ou de refrigerante. Funciona mais ou menos assim (mais para mais) a Floriano Peixoto

Espero que a gente tenha essa consciência: deixar passar a Copa do Mundo. Aí vamos reivindicar o que os políticos estão roubando ou desviando. O futebol só traz divisas e só traz benefício para o Brasil. Vamos deixar passar essas festas e vamos exigir. Acho que o futebol

não tem nada a ver com a corrupção dos políticos

Pelé, maior jogador de futebol da história, volta a mos-trar preocupação com os protestos durante a Copa-2014. Ele inclui os Jogos de 2016, no Rio, como outra oportuni-dade que não pode ser prejudicada por protestos. “Quan-

do falei isso ano passado, muita gente não entendeu”.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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Page 5: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 A5Política

Omar abre ano legislativo com balanço de sua gestãoO EM TEMPO teve acesso ao texto da mensagem a ser lida na Assembleia Legislativa, que retorna atividades na terça-feira

Assembleia Legislativa do Estado retoma suas atividades na próxima terça-feira sob a sombra de escândalos envolvendo deputados e, tendo que se posicionar a respeito de medidas a serem tomadas

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Assombrada pelo peso de processos polêmi-cos envolvendo dois de seus membros, a

Assembleia Legislativa do Es-tado (Aleam) retorna às ativi-dades na próxima terça-feira, com a leitura da mensagem governamental a ser feita pelo governador Omar Aziz (PSD). A dois meses do limite para dar o veredicto se continua no cargo ou luta pela única vaga no Senado a que o Amazonas vai ter direito nestas eleições, Aziz deve realizar o balanço dos 3 anos em que está à frente da cadeira e dar o start ao início do ano legislativo.

O EM TEMPO teve acesso ao texto da mensagem a ser lida na tribuna da Assembleia e, dentre os investimentos de destaque do mandato, o governador cita a construção da avenida das Flo-res, na Zona Norte; a duplicação da rodovia Manuel Urbano (AM 070, que liga Iranduba a Mana-capuru); ampliação no número de escolas de tempo integral; construção do hospital da Zona Norte; e programas como Ronda no Bairro e Viver Melhor.

Por conta da Copa do Mundo, ele vê resultados “ainda me-lhores” para a arrecadação de 2014. Com base em dados da Secretaria de Estado da Fa-zenda (Sefaz-AM), os cofres públicos estaduais finalizaram 2013 com cifras na ordem de R$ 8,06 bilhões, alta de 10,99% em relação aos R$ 7,18 bilhões arrecadados em 2012. Aziz res-salta que os planejamentos para obras e projetos de infraestru-tura não foram feitos com o único intuito de atender o evento mundial, mas para o bem-estar da população local. No entanto, o projeto do monotrilho – prin-cipal “bandeira” levantada pelo governador na época, Eduardo Braga (PMDB), durante anúncio de Manaus como anfitriã da Copa – não saiu do papel.

No quesito moradia, ele des-taca que em seu governo foi o que mais construiu casas e apartamentos na história do Amazonas. Com base nos da-dos da mensagem, são mais de 23,6 mil unidades habitacionais, a contar as que foram entregues e as que estão em obras.

O objetivo de expandir o ensi-no básico de qualidade, segundo o texto, foi atingido, por conta da ampliação da oferta de va-gas tanto na capital quanto no interior. Enquanto em 2011 o Estado contava com 22,88 mil alunos matriculados, agora são mais de 38 mil. No entanto, um dos grandes projetos no

setor educacional, apontado por ele, é a construção da Cidade Universitária. Mesmo sem ter a oportunidade de inaugurá-la, Omar Aziz acredita que a obra será um “legado a ficar na his-tória do Estado”.

Para a saúde, ele ressalta que o Estado é o que mais aplica recursos próprios, destinando 22,57% de sua receita em 2013, acima dos 12% estabelecidos na Constituição Federal. Dentre as obras de importância, ele destaca a maternidade Balbina Mestrinho, que ganhou um novo prédio, e o hospital Francisca Mendes, que se tornará hospital do Coração. Ele também res-salta que Manaus ganhará um hospital do Sangue, enquanto o quilômetro 54 da AM-010, em Rio Preto da Eva, receberá o Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos.

SEGURANÇAComo não podia ficar de fora, Omar Aziz lembra do setor de Segurança Pública, priorizada no manda-to, tendo como prota-gonista a implantação do programa Ronda no Bairro

A casa legislativa, pela qual o governador Omar Aziz dedica votos de respei-to, contempla processos de grande repercussão, abran-gendo, por sinal, parlamen-tares da mesma legenda.

O processo de natureza mais grave envolve o de-putado Fausto Souza (PSD), cujo nome aparece como um dos 20 acusados em uma rede de prostituição de ado-lescentes, conforme denún-cia do Ministério Público do

Amazonas (MPE-AM) aceita pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

Pedido de CPINesta semana, a bancada

de oposição deve apresen-tar o pedido de instauração de uma Comissão Parla-mentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para apurar os crimes de exploração e aliciamento sexual de menores. Cinco deputados já mostraram

ser favoráveis à proposta, restando apenas três para somar as oito assinaturas necessárias para dar início à discussão plenária sobre a instalação ou não.

Embora casos de pedofilia já tenham sido denuncia-dos pela imprensa local, o assunto veio à tona após matérias divulgadas em programa televiso de veí-culo nacional sobre a moro-sidade do processo contra o prefeito de Coari, Adail

Pinheiro (PRP), que liga o político a uma rede de ex-ploração infantil.

Outro processo em an-damento é o que envolve o deputado Ricardo Nicolau (PSD). Junto a mais 12 pes-soas, o parlamentar apare-ce como réu no processo de superfaturamento das obras do edifício-gara-gem da Aleam, realizadas durante o período que esteve como presidente da instituição.

Oposição quer instalar CPI na Aleam

Governador Omar Aziz tem dois meses para decidir se permanece no cargo ou se desincompatibiliza para disputar o Senado

ALEX

PAZ

ZUEL

O/A

GEC

OM

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

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Page 6: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Presidente do PDT, Lupi coleciona escândalos

Ex-ministro do Trabalho e proprietário do PDT, Carlos Lupi acumula vasto histórico de denúncias e escândalos. A mais recente revelou que o então ministro teria co-brado R$ 200 mil para ga-rantir um sindicato a uma empresária. Mas em 2011, por exemplo, foi acusado de liberar R$ 300 milhões em recursos para Organizações Não Governamentais (ONGs) “amigas”, sem prestação de contas. Ele caiu em 2011.

Pernas curtíssimasO então ministro Carlos

Lupi jurava não haver usado o avião de uma ONG que presenteara com contrato “amigo”. Fotos provaram a carona.

Difi culdades S/AEm 2010, o ministério con-

tratou entidades para capa-citar profi ssionais. Depois di-fi cultava a liberação e exigia propina para soltar a grana.

CarteiradaLupi lançou uma “inovado-

ra” carteira do trabalhador, e foi acusado de escolher sem licitação a empresa que impri-miria os cartões com chips.

Não parouO ex-ministro Brizola Neto,

sucessor de Lupi no Traba-lho, aposta no surgimento de novos escândalos: além de suborno, extorsão.

PPS: aliança não garante apoio ao PSB em SP

Apesar da aliança nacional com o governador e presiden-ciável Eduardo Campos (PSB), o presidente do PPS, Rober-to Freire (SP), afi rmou que difi cilmente a sigla apoiará uma candidatura socialista ao governo de São Paulo contra reeleição do governador Ge-raldo Alckmin (PSDB). “O PPS

está com Alckmin, que é o me-lhor palanque para Eduardo. Por mais respeitável que seja, um candidato do PSB terá votos irrisórios.”

Plano nacionalSegundo Roberto Freire, o

acordo do PPS com Eduardo Campos não inclui qualquer obrigação de apoio mútuo nas eleições estaduais.

Chance zeroApós Marina Silva ter exi-

gido candidatura própria, o PSDB já admite que as chan-ces de obter apoio do PSB em São Paulo são quase nulas.

Olha a rasteiraA cúpula PSDB vê na dis-

sidência em SP uma brecha para tentar faturar o apoio PPS à eleição de Aécio Neves (MG) para presidente.

Libera geralIrritados com a presidente

Dilma na reforma ministe-rial, lideranças do PMDB co-letam assinaturas para ante-cipar a convenção nacional para abril, visando liberar os diretórios estaduais a coli-gar com PSDB e PSB.

PMDB desembarcandoA dissidência de setores do

PMDB em relação a Dilma, que antes era pontual, aumentou em relação a 2010. Hoje, o partido quer pular fora da aliança em dez Estados: BA, RJ, CE, MG, PR, PE, SC, RS, MS, PB.

ConsolidadoPara o deputado Danilo For-

te (PMDB), a candidatura do correligionário Eunicio Olivei-ra ao governo do Ceará já não tem mais volta: “Acho muito difícil ele desistir, até porque seria um suicídio político”.

Presídio-açougueOpositor da família Sarney,

o partido Solidariedade quer

denunciar em encontro políti-co, na Itália, as condições de trabalho de agentes peniten-ciários de Pedrinhas, no Ma-ranhão. Quanto aos muitos detentos mortos, alguns de-capitados, até pela omissão dos carcereiros, nada.

Dura batalhaO ex-governador Joaquim

Roriz discute política o dia todo e sempre coloca seu nome à disposição para dis-putar o governo do DF, mas ele tem outra dura batalha pela frente: está na fi la do transplante de rins.

Oposições à parteA deputada Jô Moraes

(PCdoB) guarda na estante um busto de Lênin, comprado no Museu Comunista de Praga, onde também funciona uma lanchonete McDonald’s, sím-bolo do “imperialismo ameri-cano”. O presente foi do go-vernador Antônio Anastasia (PSDB-MG), adversário.

PMDB no prejuízoSem perspectiva de acordo,

dirigentes do PT-CE já avisa-ram a cúpula do partido que apoiarão o candidato do go-vernador Cid Gomes (PROS-CE), em caso de enfrenta-mento com senador Eunicio Oliveira (PMDB).

Todos por umO ex-presidente Lula de-

fende que, ao apoiar Arman-do Monteiro (PTB-PE), o PT alia sua força metropolitana à capilaridade do petebista em 184 municípios, tudo para promover a reeleição da pre-sidente Dilma.

Lado bomNa Casa Civil, Aloizio Merca-

dante terá menos tempo para atormentar os músicos do bar Grao, atravessando o samba com seu atabaque desafi na-do, nos fi ns de semana do Lago Norte, em Brasília.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Isso é triste”

MINISTRO JOSÉ EDUARDO CARDOZO (JUSTIÇA), sobre a explosão de criminalidade no DF

PODER SEM PUDOR

Congresso Nacional reabre suas atividades amanhã, com sessão solene e leitura do documento ofi cial de Dilma

Mensagem deve explicar crescimento lento do país

Mensagem de Dilma deve ser entregue pelo novo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante

Em sessão solene pre-vista para às 16h de amanhã, o Congresso Nacional deverá rece-

ber a mensagem presidencial do último ano de governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Como acontece tradicio-nalmente, o texto deverá ser trazido pelo chefe da Casa Civil - agora, Aloizio Mercadante, que assumirá o cargo mais cedo, no mesmo dia.

Mercadante deverá subir a rampa do Congresso portando um documento que resume os esforços feitos para desen-volver o país pela primeira mulher a chegar à Presidência da República.

Na mensagem, Dilma deve expor a situação do país, ex-plicar por que o crescimento econômico tem sido lento e solicitar a aprovação das iniciativas legislativas que ela considera fundamentais neste ano.

A cerimônia desta segunda-feira cumpre historicamente um roteiro em que o chefe da Casa Civil chega ao Le-gislativo 20 minutos antes da sessão solene, onde estarão deputados e senadores, re-presentantes do Executivo e do Judiciário, além de embai-

xadores dos Estados estran-geiros com representação diplomática em Brasília.

A tradição manda que a ceri-mônia comece com a chegada do presidente do Senado, Re-nan Calheiros, que reverencia a Bandeira Nacional, passa a tropa em revista e ouve o Hino Nacional. O roteiro inclui uma saudação de 21

tiros de canhão, honra ofere-cida aos chefes dos poderes desde o advento da Repúbli-ca brasileira. Em seguida, o presidente do Senado sobe a rampa, sendo recebido pelos presidentes da Câmara, depu-tado Henrique Eduardo Alves, e do Supremo Tribunal Fede-ral (STF), ministro Joaquim Barbosa; pelo chefe da Casa

Civil; e pelos líderes partidá-rios. Dirigem-se todos então ao plenário da Câmara.

Ali será anunciada a aber-tura da 4ª sessão legislativa da 54ª legislatura, para em seguida ser entregue a mensa-gem presidencial enviada por Dilma Rousseff . O primeiro-secretário da Câmara, depu-tado Marcio Bittar (PSDB-AC), lerá o texto. Na sequência, dis-cursará o presidente do STF, também fazendo uma síntese das realizações do Judiciário no ano anterior. Por fi m, fa-lará o presidente do Senado, a quem cabe presidir as ses-sões do Congresso Nacional, encerrando a sessão.

Judiciário idemTambém está marcada para

amanhã, às 10h, a cerimônia de abertura do ano Judiciário. A sessão solene será conduzida pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, e deverá contar com as presenças dos presidentes da República, da Câmara e do Senado ou seus representantes, que deverão proferir discursos, além de outras autoridades convidadas.

As sessões de julgamento se-rão retomadas na quarta-feira e quinta-feira, a partir das 14h.

SESSÃOO Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reali-za amanhã, às 12h, sessão de abertura do ano Judiciário na cor-te. O evento será pre-sidido pelo presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio

HOJE

Nova eleição em município do PANeste domingo, os mais

de 19 mil eleitores da cida-de de Santa Maria do Pará (PA) voltarão às urnas para eleger o novo prefeito e vice-prefeito do município. Esta será a primeira nova eleição de 2014. No ano passado, 75 cidades de 20 Estados realizaram novos pleitos devido à anulação, pela Justiça Eleitoral, da elei-ção de 2012 para prefeito nessas localidades.

As novas eleições em San-

ta Maria do Pará foram mar-cadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-PA) devido à decisão que cassou, por compra de votos, os re-gistros de candidatura e os diplomas do prefeito e do vice eleitos em 2012, Luci-vandro Silva Melo e Paulo Augusto Batista Alencar. A decisão plenária do tribu-nal regional também deter-minou a inelegibilidade de ambos por 8 anos.

Dois candidatos concor-

rem à prefeitura: Diana de Sousa Câmara Melo (PR) e o vice Paulo Guerreiro; e Jor-ge Luis da Silva Alexandre (PSDB), que tem como vice Juberson Paes Fontoura.

De acordo com o TRE-PA, 19.078 eleitores estão aptos a votar neste domingo. Os eleitores estão distribuídos em 56 seções de 20 locais de votação. Serão utilizadas 80 urnas eletrônicas e 224 mesários foram convocados para a realização do pleito.

DIVULGAÇÃO

Incorrigível otimistaGovernador da Bahia entre 1947 e

1951, Otávio Mangabeira tinha um secretário de Justiça, Albérico Fraga, que era um profi ssional do otimismo, capaz de extrair coisas boas das situa-ções mais difíceis. Às vezes, no entanto, Mangabeira perdia a paciência. Ele defi niu assim o auxiliar:

- O doutor Albérico é tão otimista que, vendo uma casa sendo destruída por um incêndio pavoroso, é capaz de exclamar: “Que casa bem iluminada!”

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 A7Com a palavra

A própria ce-leridade que projetamos para o pro-cesso qualifi -ca a facilida-de que temos em apurar os casos, visto que a quantidade de evidências que já foram coletadas por outras co-missões”

Desde 2011 à frente da Coordenadoria de Apoio Operacio-nal de Combate ao

Crime Organizado (CAO-Cri-mo) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Cri-me Organizado (Gaeco), am-bos do Ministério Público do Estado (MPE), o promotor de Justiça Fábio Monteiro, tem nas mãos mais um proces-so polêmico: destravar uma rede de exploração sexual de menores no município de Co-ari que, segundo denúncias, tem como chefe o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP).

Com vasta experiência em processos investigatórios na área criminal, entre os quais o caso Fred, que aba-lou a sociedade no ano de 2001 e, mais recentemente o que envolveu a família Belota, com a condenação do publicitário Jimmy Ro-bert Queiroz Brito, mentor de um triplo assassinato de parentes, Monteiro também foi o responsável por co-mandar apuração de frau-des em concursos públicos e também fiscalizações em municípios como Parintins e Tabatinga.

Com data definida para finalização até o fim do pró-ximo mês, a investigação sobre o suposto esquema chefiado por Adail Pinheiro está longe de ser a única em andamento no órgão. Mon-teiro atua ainda em 67 de investigações, das quais 17 são relacionadas à prefeitu-ras, 20 são procedimentos investigatórios avançados, 16 são fatos em análise; e dez são questões clas-sificadas como “sensíveis”, uma vez que envolvem per-sonalidades publicamente comprometidas.

EM TEMPO - A condena-ção de criminosos parece estar desacreditada não só pela população, mas também pelos próprios acusados. E, quando se

trata de processos en-volvendo políticos, parece que há uma certeza da impunidade....

Fábio Monteiro - Eu me surpreendo com a certeza da impunidade que tem os investigados. Em diversas apurações que fizemos, as figuras não demonstram nenhuma preocupação em se blindar, muitas vezes até facilitam o nosso trabalho de encontrar evidências das ir-regularidades. Eles subesti-mam o poder investigatório das autoridades públicas.

EM TEMPO - A evidente morosidade dos proces-sos em posse do Poder Judiciário contribui para a cultura da impunidade?

FM - Podemos dizer que os corruptos são beneficiados com uma série de fatores, incluindo a carência de estru-tura dos órgãos de investi-gação no interior, o compro-metimento da polícia com o Executivo e, claro, o exces-so de demanda do primeiro grau de jurisdição. Coari, por exemplo, ficou muito tempo dependendo de promotores temporários, sem um pro-fissional fixo no local. No interior, o juiz é como um clínico geral: faz de tudo, atende a casos de famílias, casos criminais, etc.

EM TEMPO - O Judi-ciário amazonense tem sido questionado sobre o encalhamento de proces-sos envolvendo políticos. Como é possível combater esse dano à imagem da Justiça?

FM - Acredito que o que tem que acabar no Brasil é o foro privilegiado, que atrasa o andamento dos processos, trazendo um excesso de bu-rocracia aos procedimentos. Quando oferecemos denún-cias ao Judiciário, esperamos pela demora, afinal é preciso rever todos os documentos, provas, depoimentos e tudo isso atrasa. São processos que não deveriam sair da primeira instância.

EM TEMPO - O senhor acredita que administra-dores públicos são favo-recidos com esquemas de blindagem dentro da Justiça?

FM - Tenho certeza que não há um esquema de blin-dagem. A demora, muita ve-zes regimental, no andamen-to dos processos alimenta vários questionamentos e, claro, prejudica a imagem desse poder.

EM TEMPO - Em ano elei-toral, qualquer investiga-ção no cenário político ga-nha grandes proporções. Há uma preocupação em tratar desse tema? Como o setor irá ajudar a pro-motoria eleitoral?

FM - Essa é uma eviden-te preocupação da procu-radoria-geral da casa. Não há como combater crime organizado sem combater corrupção. Essa é a minha prioridade à frente da coor-denadoria. A nossa equipe trabalha em parceria com todas as promotorias, inclu-sive a eleitoral. Toda a nossa estrutura é compartilhada.

EM TEMPO - Quais são os aspectos do crime organi-zado no setor público?

FM - As organizações não partem só dos gestores. Exis-tem muitos servidores pú-blicos que agem de forma organizada sem seu próprio benefício, desviando recur-sos. Muitas vezes nem mes-mo os administradores têm conhecimento das organiza-ções. Há crime organizado em todas as esferas, como no sistema prisional e nas facções urbanas.

EM TEMPO - Atualmen-te, há quantas investiga-ções em andamento no CAO-Crimo?

FM - Temos 67, das quais 17 são relacionadas à prefei-turas; 20 são procedimentos investigatórios avançados; 16 são fatos em análise; e dez são questões sensíveis, pois envolvem personalidades de

peso. São procedimentos si-gilosos e devem ser fi naliza-dos até o fi m deste semestre, muitos deles já estão em fase de conclusão.

EM TEMPO - Qual é o perfi l das pessoas que tem procurado o MPE para de-nunciar o prefeito de Co-ari, Adail Pinheiro?

FM - São pessoas que, em alguns casos, já estão casadas, com famílias cons-truídas e nunca haviam fa-lado sobre o assunto sequer com seus familiares. Algu-mas pessoas nunca, sequer, haviam sido ouvidas por ou-tras comissões investigató-rias. Há um aparente dano psicológico a essas vítimas. A pressão social no caso contribuiu para que essas pessoas nos procurassem e isso é muito positivo.

EM TEMPO – Com todos estes indícios envolvendo o prefeito de Coari e, tendo em vista a repercussão que o caso tomou, ainda existe a possibilidade de ele conseguir se livrar?

FM - A quantidade de ele-mentos que temos, sem dú-vida, contribuirá, para a ce-leridade das investigações. Confesso que não se pode admitir qualquer demora em um caso tão sensível. Se tudo isso se constatar e, enfim virar uma ação, eu não acredito na impunida-de. A própria celeridade que projetamos para o processo qualifica a facilidade que temos em apurar os casos, visto a quantidade de evidên-cias que já foram coletadas por outras comissões.

EM TEMPO - O que é mais chocante no conjun-to de fatos apurados até agora?

FM - É um absurdo ter in-teresse sexual por crianças. É chocante constatar até que ponto o ser humano pode chegar. Seria revoltante e lamentável que uma pessoa como essa fique impune de-pois dessas práticas.

Eu me surpreendo com a certeza da impunida-de que tem os inves-tigados. Em diversas apurações que fi zemos, as fi guras não demons-tram nenhuma preocu-pação em se blindar. Muitas vezes até faci-litam o nosso trabalho de encontrar evidências”

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

FOTOS: IONE MORENO

Acredito que o que tem que acabar no Brasil é o foro privi-legiado, que atrasa o an-damento dos processos, trazendo um excesso de burocracia aos procedi-mentos”

FÁBIO MONTEIRO

‘É um ABSURDO ter interesse SEXUAL POR crianças’

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

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[email protected], DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4

Consultores dão dicas para investimentos

REPRODUÇÃO

O crescente cuidado das pessoas para manter uma vida saudável transfor-

mou o Amazonas em uma “mina de ouro” para as segu-radoras e associações que co-mercializam planos de saúde, que pretendem injetar quase R$ 116 milhões até 2016 só na capital amazonense. A ex-pectativa é os investimentos garantam um crescimento de 20% ao ano no volume de clientes para as operadoras.

O aporte mais vultoso, em 2014, vai partir da Unimed Manaus. A principal rede do setor, que hoje possui 800 consultórios e mais cinco hos-pitais, tem o investimento pre-visto de R$ 64 milhões, neste ano, apenas em Manaus.

Com a injeção de capital a rede deve inaugurar, entre outros empreendimentos, um centro de imagens e uma cen-tral de marcação de consultas para atender os quase 200 mil clientes cadastrados.

HapvidaOutra operadora que está

“de olho” no mercado ma-nauense é a Hapvida. Os investimentos para consoli-dar a presença da operado-ra na capital são da ordem de R$ 40 milhões.

Deste total, 50% serão apli-cados, já a partir deste ano, nas obras de ampliação do hospital São Lucas, no bairro Aparecida, Zona Sul da cidade, que vai ganhar uma nova área de emergência para adultos e uma torre de 10 andares.

A diretora de marketing da rede, Simone Varella, classi-fi cou Manaus como o grande alvo da empresa para este ano. Segundo ela, apenas 8% dos habitantes locais possuem plano de saúde, percentual que abre vasto caminho para o mercado do setor. “Além do espaço de mercado para expansão, a cidade passa por uma fase de crescimento econômico consolidado, o que permite às pessoas investir em saúde”, avalia.

ExpectativaO presidente do Sindicato

dos Corretores de Seguros do Amazonas e Roraima (Sincor-AM/RR), Jair Fernandes, confi r-ma a expectativa da diretora. De acordo com ele, o segmen-to vem crescendo em torno de 10% nos últimos 4 anos e a expectativa é que o volume de clientes passa a crescer 20% por ano entre 2014 e 2018. “Os investimentos volumosos somados a grandes campa-nhas de marketing acenam para um futuro promissor no ramo”, projeta.

Conforme explica, a cidade conta com 15 seguradoras, entre corretoras como a Bra-desco Saúde e SulAmérica Seguros, operadoras como Hapvida e Samel e hospitais como Unimed e hospital Ad-ventista. Segundo Fernandes, esse número tende a crescer e o preço dos planos comercia-lizados a partir de R$ 70 pode cair. “O preço deve fi car mais atrativo devido à concorrência que, esperamos, traga mais qualidade aos serviços pres-tados”, pontua o presidente do Sincor-AM/RR.

O futuro promissor dos planos de saúde no AM Grandes empresas do setor vão fazer investimentos de, no mínimo, R$ 116 milhões na capital amazonense até 2016

Entre as duas modalidades de plano de saúde ofertadas pelo mercado (empresarial e individual), o presidente do Sincor-AM/RR, Jair Fer-nandes, destaca os corpo-rativos, que são oferecidos para funcionários de empre-sas em geral, como a ten-dência para a modalidade na capital amazonense.

Ele calcula que sete das 15 operadoras que estão em atividade, hoje, em Manaus, vão se dedicar exclusivamente ao ramo.

“A modalidade é rentá-vel, pois dilui o preço do serviço e pode ser adotada até para microempresas a partir de três funcionários”, defende Fernandes.

ExpansãoA Samel é uma das redes

que aposta nesse nicho. A empresa possui uma carteira atual de 57 mil clientes com plano de saúde e a expecta-tiva do diretor-presidente do grupo, Luiz Alberto Nicolau, é alcançar um volume de 65 mil clientes, ainda este ano.

Para atingir a meta, serão

empregados R$ 12 milhões em 2014. O montante será aplicado na construção de um novo centro administra-tivo, em frente à sede do hospital. “A administração será removida do hospital e abrirá espaço para 22 leitos e um setor de oncologia, além de uma reforma no centro cirúrgico”, adianta Nicolau.

Mercado deverá apostar nas corporações

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

O volume de investi-mentos previstos refor-ça o desejo dos usuários de planos de saúde por mais qualidade no aten-dimento. Embora, grandes redes estejam consolida-das na cidade, as recla-mações referentes aos serviços são constantes.

A funcionária pública Carla Silva, 59, se queixa do serviço prestado. Ela estuda propostas de ou-tras operadoras, devido às falhas encontradas na em-presa atual. “Desde o início do ano, tento marcar um exame e descobri que terei que esperar até abril para realizá-lo e marcar retorno.

E se fosse um caso de vida ou morte?”, questiona.

A aposentada Maria Melo da Silva, 65, que veio da Paraíba, para acompanhar a mãe de 89 anos em uma cirurgia, também não está satisfeita. Mesmo pagando um plano de R$ 760 por mês que deveria garantir aten-dimento ilimitado, a mãe dela aguardou oito dias a liberação de medicamento para um procedimento ci-rúrgico para o coração. “Ela podia ter morrido esperan-do a cirurgia. É um absurdo. O verdadeiro investimento deve ser em qualidade dos serviços e respeito com os cooperados”, resume.

Usuários cobram qualidade

Unidade da Hapvida, em Adrianópolis, teve aporte para se transformar em hospital exclusivo para mulheres e crianças

Unimed é uma das empresas campeãs em reclamação

Com os novos investimentos, as grandes operadoras de saúde projetam ampliar em 20% o volume de clientes em Manaus

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Prezado professor Candotti: inicialmente, cabe registrar o agradecimento de todos aqueles que reconhecemos a importância de sua presença e a relevância de sua contri-buição ao desafi o infi nito de entender, interagir e integrar esse bioma fantástico que é a Amazônia e sua potencialida-de de promover, harmonizar e humanizar as interações que se impõem na direção do bem comum. Endossamos, a pro-pósito, sua posição sobre o papel do exercício multidisci-plinar, entre os desafi os da fl o-resta e sua gente, aquele que provoca e convoca a Ciência a se reinventar e se aproximar dos mistérios e contradições do cotidiano para elevar a dignidade do cidadão. Aqui entre nós, esses desafi os, de tão grandes, costumam impor o sentimento da cumplicida-de fraterna, um catalizador essencial e imbatível das energias e talentos de cada um. Tem sido assim - inte-grando os que aqui chegam e comungam dessa tradição litúrgica – que historicamente associados em nome dos inte-resses da tribo, com tropeços e acertos, achamos algumas das soluções mais curiosas e determinantes que a Huma-nidade, sem saber a origem, adotou. Citamos algumas.

Com a descoberta do látex, o leite generoso e promissor da Hevea brasiliensis, ajudamos o mundo a ser mais assép-tico com as luvas estéreis pela borracha, e a andar mais rápido, com os pneumáticos de automóveis e aviões. De quebra, diferentemente da

cultura dominante que atribui a façanha aos ingleses, somos os verdadeiros inventores do futebol, o esporte bretão (?) que mobiliza o mundo e apro-xima pessoas. Quem anotou a invenção foi viajante francês La Condamine, em 1744, e Jor-ge Tufi c, poeta nativo assim a descreveu “ Da antiguidade seletiva dos tucanos, muras e cambebas? Lembras-te, por acaso, da bola de sernambi que estes últimos te deram, ainda em pleno século 18, e do jogo que eles jogavam num campo sem traves e sem torcidas?”. Pois é, caro profes-sor, somos lépidos em juntar e lentos em intrigar! E para enfrentar a escassez dos ali-mentos, portanto, de energia, no ciclo de cheia das águas, além do peixe defumado e da farinha nos paneiros, e do piracuí, a farinha de peixe seco, desidratamos uma fruta lendária, “o olho de gente”, a Paullinia cupana, a invenção do guaraná, a mesma tecno-logia adotada por russos e americanos para tripular as expedições no espaço sideral. Invenções e soluções são en-contradas, por aqui, sempre em torno de uma cuia do caxiri da solidariedade pra encarar os desafi os das agruras diá-rias e escancarar as trilhas da harmonia entre a homo e a biodiversidade em questão.

Em sua entrevista à revista “Valer Cultural”, do fi nal de 2013, foram anotados alguns dos problemas que preocu-pam a todos nós, efetivamen-te, especialmente a relação perversa da União com a Hi-leia. A desarticulação entre

a academia e a economia, anotada em sua crítica, é um divórcio que não se localiza apenas na indústria e aca-demia local. É uma herança dos padrões e premissas da própria universidade do país, desde Coimbra, que encara Ciência aplicada como um empobrecimento da erudi-ção acadêmica e condoreira, e mais recentemene uma ins-trumentalização capitalista do poder e outras distorções crônicas. Autonomia universi-tária se confunde, habitual-mente, com a indiferença aos desafios do país afora. Não fosse assim, a Universidade estaria mais presente no su-porte ao ensino fundamental e médio, onde o crescente empobrecimento no ensino de Comunicação, Aritmética e Ciência está fazendo do Brasil uma nau sem rumo. No próximo mês, as empresas que financiam a UEA, por iniciativa de suas entidades, vão celebrar um convênio de ação compartilhada. É um começo. Sua atuação no cotidiano das pesquisas da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência pode confirma o vício dessa elitização vesga do saber. A inquietação, porém, existe e sua presença ajuda a somar, ajuda a avançar o debate e razão pela qual o acolhemos e valorizamos sua contribuição proativa. Precisamos desfa-zer preconceitos, desinfor-mações, fórmulas exógenas, imposições que espoliam e não promovem nossa gen-te. É preciso que o país se dê conta de sua inépcia em

gerir a Amazônia e que isso só vai acontecer, a contento, com investimentos pesados em educação e qualificação técnica das novas gerações.

É nebuloso e apressado, en-tretanto, dizer que as “elites locais” (?) proibiram deslan-char o projeto do Centro de Biotecnologia da Amazônia, pago pelas taxas recolhi-das pela Suframa junto às empresas, uma aspiração e determinação dos atores lo-cais, contra uma disputa de vaidades entre ministérios e facções politicas incon-sequentes. É procedente, e coincidente com a nossa, sua indignação contra essa insensatez que o CBA repre-senta, e contamos com sua ajuda para equacionar essa anomalia institucional. Em agosto último, como é de seu conhecimento, as entidades da indústria chamaram mais de 35 atores, instituições, empresas, academia, incluin-do empresários com repre-sentação do próprio Museu Botânico, para sugerir a ges-tão do CBA pela Embrapa, seus 41 anos de bionegócios, e virar o jogo da embroma-ção. Afirmar, porém, que a direção das entidades - par-ceiros que estão integran-do o belo projeto do Museu da Amazônia - é ocupada por funcionários de terceiro escalão das indústrias, sem poder de decisão e mando, é incoerente com a nobreza de suas origens romanas e nada agrega na luta ora travada e em ebulição. Como, também, não agrega acusar a Fuca-pi de desperdiçar recursos e

questionar o portfólio de suas ações e a estatura moral, proativa e combativa de sua direção, professora Isa Assef. Fundada a partir das entida-des de classe da indústria, há mais de três décadas, a Fucapi é reconhecida como a princi-pal instituição tecnológica da Região Norte, por sua atuação voltada para o apoio técnico às empresas instaladas em Manaus, com laboratórios de última geração e inventivida-de. Se muitas empresas se li-mitam à montagem de partes e peças como o senhor afi rma, isso escapa aos esforços dos atores locais empenhados em desenvolver com parcos re-cursos as novas saídas da inovação. A Fucapi é a ins-tituição que criou a primeira escola técnica em informática do país, e tem pioneirismo de cursos de especializa-ção em nível de graduação e pós-graduação eletrônica digital, engenharia de pro-dução, automação industrial, qualidade e produtividade, desenvolvimento de recursos humanos, marketing, e de-sign industrial e regional com serviços de busca e registro de marcas, patentes, desenho industrial e sost ware, entre tantos avanços que Enio Can-dotti, decididamente, precisa conhecer – além de se descul-par - ou colher depoimentos dos membros da Associação Brasileira de Instituições de Pesquisa Tecnológica e Ino-vação que a Fucapi preside. Junte-se a nós, professor, pois a luta é grande, mas o mato é maior, como diria Guimarães Rosa!

Alfredo MR Lopes [email protected]

Carta aberta a Ênnio Candotti

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

Invenções e soluções são encontradas, por aqui, sempre em torno de uma cuia do caxiri da solidariedade pra encarar os desafi os das agruras diárias”

Wilson Périco Empresário

Wilson Périco [email protected]

Governo promove boas práticas para AquiculturaNovas normas serão adotadas porque são indispensáveis para país alcançar liderança nos segmentos de proteína animal

Com amplas possibili-dades de expandir a produção nacional de pescado em reserva-

tórios públicos, no litoral e nas propriedades rurais, o governo federal elabora, sob a coorde-nação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Associa-ção Brasileira de Normas Técni-cas (ABNT), a normatização das boas práticas para o cultivo de algumas espécies de interesse comercial. São elas a tilápia, o tambaqui e frutos do mar como ostras, mexilhões e vieiras.

O processo de elaboração das normas - indispensável para o Brasil alcançar liderança em to-dos os segmentos de proteína animal –, começou há três anos, com a participação de mais de 70 instituições, como univer-sidades, centros de produção, institutos federais, ministérios, secretarias de governo estadu-ais e municipais.

As normas propostas, sobre as melhores práticas no cultivo de pescado, se encontram em fase de consulta pública no en-dereço eletrônico da ABNT até o próximo dia 18 de março.

As pessoas ou entidades inte-ressadas podem até esta data propor a alteração, a inclusão, a supressão ou a validação de seu conteúdo. “Quando as nor-

mas forem confi rmadas pela sociedade, elas se tornarão não impositivas para todos, apenas referenciais importantes para garantir a estruturação dos ne-gócios, a segurança do próprio criatório e a qualidade fi nal dos produtos para os consumido-res”, adianta o secretário de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura do MPA, Américo Ribeiro Tunes.

Selo de qualidadeEmbora a adesão às normas

sobre a criação de pescado seja voluntária, os estabelecimentos que estiverem adequados às melhores práticas de manejo poderão receber um selo de qualidade, conferido pelo MPA/Inmetro, o que poderá valorizar os seus produtos junto aos con-sumidores e até abrir as portas para a exportação. “Alguns pon-tos fundamentais para a defesa do consumidor e a proteção am-biental, como a biossegurança em aquicultura, serão exigidos por atos normativos ministe-riais, de forma independente”, esclarece o coordenador geral de Sanidade Pesqueira do MPA, Eduardo Cunha.

Para ele, a normativa asse-gura marcos de excelência, que podem inspirar positivamente a cadeia produtiva. Encontrado em abundância na região, tambaqui será cultivado com boas práticas de produção

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

A aquicultura é res-ponsável pelo atendi-mento de metade do consumo humano de pescado, tendo em vista o esgotamento dos rios e oceanos. A demanda cresce e o Brasil tem condições de expandir fortemente a produção. Tem água, espécies promissoras, espaço para produzir ração e clima favorável.

O governo brasileiro aposta na atividade para gerar empregos e riquezas. “Simplifi -camos o licenciamento ambiental, desonera-mos impostos e es-tamos expandindo os criatórios, a pesquisa, a sanidade animal e o cré-dito, através do Plano Safra da Pesca e Aqui-cultura”, diz o ministro Marcelo Crivella.

Brasil tem potencial para crescer

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

MAX GEHRINGER

‘Trabalhar cedo é a chave para o sucesso’

AXAXAXAXAXAXAXA

O executivo e conferen-cista, Max Gehringer, 64, esteve semana passada em Manaus,

onde realizou palestra para o Centro Universitário do Norte (Uninorte). Na ocasião, ele con-cedeu entrevista ao EM TEM-PO, quando defendeu que as empresas precisam formular estratégias de motivação para que os colaboradores alcançem as metas de modo satisfatório, e que ao seu exemplo, os jovens começem a trabalhar cedo a fim de aprender os segredos do mercado de trabalho.

EM TEMPO - O mercado de hoje exige um empregado motivado ou determinado?

Quando comecei a trabalhar não falávamos em motivação e sim obediência. Mas, aí criaram a motivação e eu achei mais legal. Eu sempre vi essa palavra pelo sentido exato que ela tem. Eu sempre fui um funcionário motivado nas empresas que trabalhei, desde que alguém me desse algum motivo para ser motivado. E qual é o motivo que alguém pode me dar? Ou me pagar bem, ou me dar o melhor ambiente de trabalho possível, ou me dar oportunidades de desenvolvimento, ou de prefe-rência as três coisas juntas. E determinação significa que eu não vou desistir ao primeiro erro ou ao primeiro empecilho.

Eu posso ser tremendamente motivado e errar tudo que eu faço. Não posso me desmotivar por um erro que cometi ou por situação que esperava aconte-cer e não aconteceu.

EM TEMPO - Mas é obri-gação da empresa motivar ou do empregado estar mo-tivado?

A motivação interna que

a gente pode chamar é a seguinte: “eu tenho uma am-bição na carreira, eu sei onde quero chegar, e não importa o que digam ou deixam de dizer, isso não importa, eu vou nessa direção”. Agora alguém pode me motivar di-zendo “você esta indo bem, ou você está atropelando quem não deve ou você está in-correndo num erro que, se continuar assim desse jeito, você vai ser demitido, ao invés de ser promovido”.

EM TEMPO- Você começou a trabalhar muito cedo. Che-gou ao topo. Como encara isso para os dias de hoje?

Eu não encaro isso como nenhum mérito e nenhuma ver-gonha. A classe social de onde eu saí; a vizinhança onde morei; a situação familiar de todo o bairro onde eu morava fez com que todo mundo começasse a trabalhar com a mesma idade que eu: 12 anos. Comecei a tra-balhar fazendo os serviços que todos da minha idade podiam fazer. Fui auxiliar de faxina.

EM TEMPO - E o que você ga-nhou com essa experiência?

Para mim a vantagem foi a de começar a entender muito cedo o que é chefe, o que é hierarquia, o que é injustiça. Eu me encaixei muito fácil no ambiente de trabalho. Por isso comecei a sugerir que os jovens começassem a tra-balhar o quanto antes. Não esperar terminar a faculdade. Eu sempre fiquei pensando se eu tivesse só estudado e tivesse começado a procurar emprego aos 24 ou 25 anos de idade, com faculdade, pós-graduação, MBA, doutorado, e eu entrando numa empre-sa e um chefe fala assim: “você fez tudo errado”. Eu ia ter que fazer terapia porque não estava mais na idade. Então quanto antes nós co-meçarmos a apanhar, mais cedo nós vamos aprender a nos defender.

EMERSON QUARESMAEspecial EM TEMPO

Então, quanto antes nós começarmos a

trabalhar nessa vida, mais cedo nós

vamos aprender a nos defender no

mercado de trabalho

MAX GEHRINGER executivo e conferencista

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Cuidados para garantir o sucesso dos investimentosConsultores apontam o primeiro trismestre do ano como um bom momento para aplicações financeiras em patrimônio

As dores de cabeça com impostos e despesas escolares não pare-cem ser obstáculos

na hora de investir. Conforme dados da BullMark Consulto-ria e Planejamento Financeiro, apesar dos gastos tradicio-nais de início de ano, o primei-ro trimestre é o segundo com a maior procura de pessoas interessadas em fazer apli-cações, seja para iniciar ou preservar um patrimônio.

De acordo com o CEO da em-presa de assessoria financeira – instalada em Manaus desde novembro –, Renato Nobile, o último trimestre do ano é o melhor para o segmento, mas o primeiro trouxe uma grande parcela de clientes inte-

ressados em procurar a melhor forma de investimento.

O proprietário da consultora – ativa há seis anos no mer-cado e com 53 colaboradores em todo o território nacio-nal –, comenta que, apesar da recente implantação em Manaus, a equipe atendia clientes de forma remota, por meio da agência em Brasí-lia, e realizava pesquisas na capital amazonense há pelo menos dois anos.

Por sinal, foram estes levan-tamentos que identificaram a demanda crescente do público investidor em Manaus. “Além do Polo Industrial que tem aqui, a cidade será uma das sedes da Copa do Mundo, o que pode atrair mais investidores. Nossos estudos apontam que aqui iremos montar um dos nossos principais escritórios

no Brasil”, destaca.O público é dividido entre

jovens investidores, que passa-ram a se acostumar com esta dinâmica, e aqueles que dão continuidade às aplicações na busca por manter o patrimônio constituído de décadas. Embo-ra a empresa não trabalhe com educação financeira ou contro-le orçamentário, busca passar o mínimo de conhecimento para que o consumidor possa conhecer as formas de aplicar, saindo do famoso hábito de investir apenas em poupança. No início de 2013, o Instituto de Pesquisas Rosenfield elaborou uma análise – encomendada pela BM&F Bovespa –, sobre o quadro de investidores no país. Conforme os resultados, 44% dos entrevistados tem dinheiro na caderneta de poupança, o que subtende que o brasileiro

tem medo de arriscar.

RetornoGrande parcela dos clien-

tes não possui tempo e co-nhecimento específicos para escolher a menor aplicação financeira, segundo Nobile. Por isso a necessidade de auxiliar o cliente à aplicação que lhe garanta melhores respostas. “Mas a decisão final é sempre dele. Não há limite de capital, nosso atendimento é individual e buscamos clientes que tem o patrimônio a preservar e os que têm a construir”, salienta.

A médica Nália Almeida, 60, junto ao marido, Rivanildo Al-meida, 62, entrou no ramo de investimentos há muito tempo, mas a falta de visão, segundo ela, fez com que o casal “apostasse os ovos em apenas um ninho”.

Empresa de consultoria que montará escritório em Manaus indica que a cidade, pelo fato de ter um polo industrial incentivado e ainda ser subsede da Copa do Mundo, atrairá mais investidores

REPRODUÇÃO

De acordo com a médica Nália Almeida, sem uma vi-são mais detalhada, ela e o marido jogaram as fichas no mercado imobiliário. Mas com a assessoria financeira perceberam que o retorno estava aquém do previs-to. “Fizemos investimentos errados. Como não éramos da área, ficou difícil acer-tar. Não tivemos prejuízos, mas o retorno poderia ser maior”, ressalta. Ela detalha que, atualmente, por conta do assessoramento, conse-guiram mudar este cenário e obtiveram rendimentos acima do esperado.

O empresário Caio Mi-chiles, 30, diz que há oito anos tem investimentos em aplicações “menos ortodo-xas”, com visão além da poupança e CDI. Ele conta que mesmo aqueles com muito dinheiro costumam perder a fortuna por conta da falta de conhecimento.

Segundo o empresário, o rumo que tomou fez com que ele garantisse uma lu-cratividade positiva para os seus negócios. “Se houver informação, com certeza muitas pessoas vão migrar para outros tipos de aplica-ções”, destacou.

Consultoria gera rendimento

Brinquedo preferido das criançasA maior fabricante de brin-

quedos do mundo tem sentido a tendência das crianças de trocar bonecas e carrinhos por produtos eletrônicos, como tablets e smartphones na hora de pedir dos pais os seus presentes.

Nesse final de semana, as ações da norte-america-na Mattel, dona da Barbie e dos carrinhos Hot Wheels,

caíram 12%, o maior tombo desde 2009, depois da divul-gação de queda nas vendas no quarto trimestre.

O faturamento com a bo-neca mais famosa do mun-do caiu 13% no período. A Mattel também sofreu com o comportamento dos meni-nos, com a redução de 8% na venda da linha Hot Wheels.

Nem a linha para bebês, a

Fisher-Price, escapou da que-da nas vendas -de 13%.

Em seu balanço, a Mattel cita que as vendas na América Latina, por exemplo, cresce-ram em 2013 pelo terceiro ano seguido, mas que o resul-tado poderia ter sido melhor se não fosse um desempenho mais fraco no Brasil - a em-presa não detalhou números sobre o país.

Também pesou para o re-sultado fraco a migração dos consumidores dos EUA para o varejo eletrônico. Com isso, lojas como Target, Toys “R” Us e Walmart tiveram de reduzir preços e cancelar encomen-das da Mattel.

O resultado só não foi pior porque a linha de bonecas gó-ticas da franquia das Monster High continua a subir.Bonecas e carrinhos são trocados por produtos tecnológicos

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LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

O Checkplaca, aplicativo para celular e computador lançado pelo Ministério da Justiça, já alcançou mais de 400 mil downloads, tornan-do-se o mais baixado na loja da Apple no Brasil e o 14º lugar no mundo, conforme resultados divulgados na última sexta-feira (31).

Com o Checkplaca, o cidadão pode verificar se qualquer veículo é furtado ou roubado. Basta digitar a placa para o aplicati-vo informar o modelo, as características e situação do carro na base de dados do Departamento Nacio-nal de Trânsito (Denatran) e do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Sinesp).

Quando o aplicativo de-tecta algo irregular, o sis-tema avisa e dá a opção de o usuário ligar, sem ter que se identificar, para a polícia, que manda uma equipe ao local para verifi-car a situação. O aplicativo também é utilizado pelas forças policiais.

Gratuito, o programa

está disponível para dis-positivos que operam com os sistemas iOS (Apple) e Android.

O Ministério da Justiça informou ainda que 50 ve-ículos foram recuperados graças ao aplicativo, com média de um por dia. Mais de 5 milhões de consul-tas já foram feitas, com média de 150 mil diaria-mente. Em 2012, foram furtados 248.755 e rou-bados 203.844 veículos. Segundo o ministério, os números de 2013 ainda não estão fechados.

Na última quinta-feira (30), o Ministério da Saúde aproveitou a Campus Par-ty para lançar o aplicativo E-SUS Samu, que permite a usuários de todo o Bra-sil fazer seus pedidos de atendimento por meio de smartphones. Entre outros benefícios, o paciente po-derá acompanhar o trajeto do veículo e saber em quan-to tempo ele chegará ao local, evitando, assim, uma possível desistência quan-do a equipe de socorro já estiver a caminho.

App que checa se veículo é roubado tem boa procura

Projeto pode ser aliado no combate à obesidade O Programa de Aquisição de Alimentos pretende estimular a população a consumir gêneros alimentícios mais saudáveis

O esforço do Poder Público em tirar as famílias da pobreza e elevar sua renda

por meio de programas sociais abriu espaço para uma nova discussão: a falta de qualida-de dos alimentos consumidos pela população.

De acordo com o Secretá-rio Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério de Desenvolvi-mento Social (MDS), Arnol-do Campos, esse é o mais recente desafio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Segundo ele, com o aumento da renda e a autonomia das famílias para adquirir seus ali-mentos, a população passou a ter uma alimentação baseada em poucos produtos.

“Com a renda vem o consumo e uma oferta grande de produtos cheios de gordura e baixo teor nutricional. O Brasil já enfren-ta o problema da obesidade e sobrepeso e o PAA pode ser uma alternativa interessante de oferta de alimentos saudáveis e sustentáveis”, disse Campos.

Ele explica que o PAA incentiva a diversidade na produção de alimentos e reconhece a gas-tronomia local.

“Estamos levando mais frutas,

verduras e legumes para o dia a dia da população, incentiva-mos hábitos saudáveis com o consumo de produtos típicos de cada região e isso dialoga com a agenda da alimentação saudável.”

DistribuiçãoO PAA foi criado em 2003,

dentro do programa Fome Zero, e possibilita aos agricultores fa-miliares à venda de produtos para o governo federal. Esses produtos são destinados a hos-pitais, creches e escolas públicas, a asilos, comunidades terapêu-ticas e para a população em vulnerabilidade social.

Também são usados para for-mar estoques públicos e compor cestas de alimentos distribuídas a grupos populacionais específi-

cos ou, ainda, em ações emer-genciais, em complementação à ação da Defesa Civil.

Por meio de uma operação de compra governamental, o pro-grama beneficia os agricultores familiares e as pessoas atendi-das pelas redes assistenciais nos Estados e municípios.

“Essa é a inovação. Com o mesmo recurso, conseguimos resolver dois programas dife-rentes: fortalecer a agricultura familiar vencendo a fome. É cada vez menor o número de pessoas em vulnerabilidade que não têm alimentação saudável. Quem recebe é beneficiário e quem fornece também”, disse o secretário.

Campos explica ainda que o PAA fortalece as cadeias produ-tivas locais. “Temos um abaste-cimento de grãos já desenvolvi-do, então buscamos aumentar a cobertura da assistência técnica para diversificar a produção e adequá-la à realidade climática de cada região”, disse.

Entre os itens mais presentes no programa estão leite e seus derivados, seguido pelas horta-liças e frutas.

Segundo ele, o PAA incentiva também a produção em comuni-dades extrativistas, como na Re-gião Norte, comprando pescado, castanhas e frutas nativas. Programa auxília na produção de frutas, verduras e hortaliças, bem como na aquisição dos mesmos

AGÊNCIA BRASIL

INCLUSÃOAs cooperativas e asso-ciações também podem participar por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os agricultores preci-sam ter a Declaração de Aptidão (DAP), do Pronaf

Em 2013 o total de 163 acidentes aéreos foram re-gistrados no país, sendo 140 com aviões e 23 com heli-cópteros. Os dados foram divulgados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Ce-nipa), na última sexta-feira (31). Nenhum deles foi de grande porte.

Houve uma redução de 8,5% em relação aos 178 aci-dentes aéreos de 2013, com queda também no número de vítimas fatais: foram 72 no ano passado, frente aos 78 verificados em 2012 e 96 registrados em 2011.

A redução foi significativa, de acordo com a pesquisa do Cenipa, considerando-se um cenário de crescimen-to gradativo do número de aeronaves em operação e o consequente aumento de voos na aviação brasi-leira, conforme o brigadei-ro Luís Roberto Lourenço, chefe do Cenipa.

Segundo ele, em 2013, houve uma média de 0,36 acidente por 1 milhão de horas de voo – menos da metade da média de 0,72 em

2012 e de 1,13 em 2011.O brigadeiro destaca que

não só os acidentes aero-náuticos diminuíram, mas também os incidentes.

“A aviação brasileira está mais segura, mas isso não significa que estamos satisfeitos. A prevenção deve ser reforçada dia a dia, porque a nossa meta é zero acidente”.

Ele também destaca que os índices no Brasil são se-melhantes aos dos países desenvolvidos, com pequeno número de ocorrências na aviação regular. Em 2013 teve apenas um caso.

ParceriaEm parceria com o Depar-

tamento de Controle do Es-paço Aéreo (Decea) e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Cenipa desen-volve campanhas educativas e atividades de prevenção como palestras, seminários e vistorias de segurança, tanto nas grandes empresas re-gulares quanto na aviação agrícola. “Nós estamos em todas as regiões do Brasil”, disse o brigadeiro.

AVIAÇÃOAGÊNCIA BRASIL

Em 2013 foram registrados 140 acidentes com aviões

Casos de acidentes aéreos no Brasil caíram 8,5%

GAYS

AGÊNCIA BRASIL

Aplicativo identifica se veículo apresenta restrição de roubo

Mortes são alvo de protestos

O grupo Mães pela Igualdade reuniu-se na escadaria da Câmara Mu-nicipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, centro da cidade, para protestar contra os assassinatos de 39 pessoas por crime de homofobia somente em janeiro. Com cartazes e uma enorme bandeira com as cores do arco-íris, os manifestantes exigi-ram a criminalização do ódio contra gays, lésbi-cas, bissexuais, travestis, transexuais e transgê-neros (LGBTs). Uma das integrantes do grupo, composto por mães de pessoas LGBTs, Geor-gina Martins, explicou que este foi o primeiro ato que elas organiza-ram desde a criação do movimento, em 2011.

“É um absurdo que, em menos de um mês, 39 assassinatos de pessoas LGBTs. Queremos que o crime de homofobia seja tipificado como cri-me e sairemos para a rua com mais frequên-cia”, disse ela, ao infor-mar que a prefeitura vai disponibilizar um espaço para servir de sede para atendimento para pais e mães que têm dificuldade para aceitar a condição sexual dos filhos ou que precisam de apoio.

O filho de Georgina, Camilo Martins, expli-cou que os assassinatos de homossexuais são sempre extremamente violentos e agressivos.

INGLÊS

Inscrições abertas para curso

As inscrições para concorrer às 9.225 va-gas do programa Inglês sem Fronteiras estão abertas e terminam às 23h59 do dia 13 de fe-vereiro. Os cursos pre-senciais de língua ingle-sa serão ministrados em universidades federais e terão prioridade os es-tudantes que podem participar do programa Ciência sem Fronteiras.

A inscrição será con-firmada por e-mail até 17 de fevereiro. As au-las começam no dia 20 de fevereiro e os cursos terão a duração mínima de 30 dias e máxima de 120 dias. A carga horá-ria presencial é quatro aulas de uma hora, dis-tribuídas em pelo menos dois encontros semanais, em locais e horários definidos pela univer- sidade credenciada.

Conforme o edital publi-cado no Diário Oficial da União do último dia 24 de janeiro, podem se inscre-ver no processo seletivo os estudantes que aten-dam cumulativamente aos seguintes critérios: ser aluno de graduação, mestrado ou doutorado, com matrículas ativas nas universidades federais credenciadas como Nú-cleo de Línguas (NucLi); participantes e ativos no curso My English Online, e alunos que tenham con-cluído até 90% do total de créditos da carga horária de seu curso.

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B7MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 Mundo

Gays russos falam em mais hostilidades após lei Levantamento feito pela Universidade de Harvard revela que mais de 70% dos entrevistados enfrentaram discriminação

A entrada em vigor de uma lei que limita a liberdade dos gays na Rússia, em junho

passado, permitiu que a dis-criminação avançasse pelas mais diversas áreas no país e passasse a ameaçá-los inclusive em seu direito a atendimento de saúde.

Um levantamento publicado no “Health and Human Ri-ghts Journal”, da Universida-de Harvard, mostra que 72% dos 1.385 gays entrevistados dizem ter sofrido algum tipo de discriminação ao procura-rem um médico, após a apli-cação da lei. No caso dos transgêneros, o percentual sobe para 92%.

Entre os relatos, estão o “uso de precaução excessiva” por parte dos médicos, a recusa do profissional em tocar o paciente e até a total privação de atendimento.

Alguns entrevistados dis-seram ter sido recrimina-dos por serem soropositi-vos ou acusados de levar uma “vida de pecado”.

Para os gays com HIV, a situação foi ainda mais grave: 72% deles disseram ter tido atendimento médico negado pelo menos uma vez após a aprovação da lei.

Como consequência da dis-criminação, 42% deles disse-ram que, se puderem escolher, não esperam mais usar o sis-tema de saúde.

“Esses resultados prelimi-nares sugerem que a saúde dos LGBT (gays, lésbicas, bis-sexuais, travestis e transe-xuais) está ameaçada pelas mudanças nas leis”, afirmam os autores da pesquisa, o es-tudante da London School of Hygiene and Tropical Medi-cine Oleg Kucheryavenko e o estudante de relações inter-nacionais Kirill Guskov.

Com a lei contra a “pro-paganda gay”, os russos são multados em caso de ma-nifestações de “relações se-xuais não tradicionais” - o que, na prática, limita qual-quer gesto homoafetivo. Em caso de infração, o autor é obrigado a pagar multa de 4.000 a 1 milhão de rublos (R$ 275 a R$ 68,7 mil).

A punição também vale para estrangeiros, que, se culpados, são obrigados a pagar multa de 100 mil ru-blos (cerca de R$ 6.900), po-dem ser detidos por 15 dias e até expulsos do país.

“Se você segurar um cartaz pró-gay na rua, isso pode ser considerado ilegal a partir de

agora, porque as crianças vão poder ver a ‘propaganda’”, ex-plica Michael Walker, consul-tor da Fundação Vojvodina e um dos autores do artigo, à “Folha de S.Paulo”.

ViolênciaO artigo da revista científica

também mostra dados, pu-blicados em agosto passado, sobre a violência contra os gays no país. De acordo com um levantamento feito pela organização Russian LGBT Network com 2.437 gays no primeiro semestre de 2013 - antes da aprovação da lei -, 56% disseram já ter sofrido algum tipo de assédio psico-lógico e 16% disseram já ter sido agredido fisicamente.

Do total, 7% afirmaram ter sofrido violência sexual e 8% dizem que foram detidos, pelo menos uma vez, em razão de sua orientação sexual.

Como 77% também dizem não ter confiança na polícia, uma grande parte dos gays nem registra a violência.

“Muitos na Rússia acham que os homossexuais ‘re-crutam’ crianças para se ‘tornarem gays’ e não são diferentes dos pedófilos. As autoridades só têm reforçado essa visão”, disse Walker.

Às vésperas do iní-cio das Olimpíadas de Inverno de Sochi, que serão realizadas en-tre os dias 7 e 23 de fevereiro, mais de 50 atletas olímpicos e ex-esportistas pediram às autoridades russas que acabem com as leis antigay introduzidas no país, além de critica-rem o Comitê Olímpi-co Internacional (COI) e patrocinadores mul-tinacionais por não te-rem se esforçado mais nesse sentido frente ao governo da Rússia. Na petição, constam 52 assinaturas. Entre elas, a da ex-tenista tcheca Martina Navratilova. O ex-bailarino e fenô-meno dos saltos orna-mentais, Greg Louga-nis, que também é gay, foi outro a assinar.

Atletas contra a lei antigay

Vários grupos ativistas protestam contra a lei antigay russaD

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Alternativos promovem desordem

Dia a dia C6 e C7

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Com Prourbis, comércio também ganhará espaçoCom 81% de área habitacional concluída, programa beneficiará pequenos comerciantes no bairro Jorge Teixeira

Na casa de três cômo-dos, alagada a cada chuva forte que cai na capital amazo-

nense, Claudecir Pereira, 56, divide espaço para a família e o comércio improvisado de estivas. O sonho de um espaço seguro adequado a sua pe-quena renda parecia distante, mas, agora, ele será uma das 28 pessoas que a Prefeitura de Manaus, por meio do Pro-grama de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioam-biental de Manaus (Prourbis), com recursos do Banco Intera-mericano de Desenvolvimen-to (BID), irá contemplar com um apartamento com divisão para área comercial.

“É realmente reconfortante saber que o Prourbis olhou pelos comerciantes do bairro. Nós não temos muitos recur-sos e toda ajuda sempre é bem-vinda”, disse.

Atualmente, 81% da Área Habitacional 2 (AH2), onde es-tão sendo construídas 28 uni-dades mistas para atender as necessidades dos moradores do bairro que atuam na área de comércio, já foi fi nalizada. Cada unidade possui 50 me-tros quadrados e é composta de sala de estar, dois quartos, uma copa/cozinha, um banhei-ro e área de serviço. Além disso, o diferencial é um salão, na parte frontal da casa, com 17 metros quadrados, desti-nado ao comércio ou negócio do morador. A estrutura é em tijolo estrutural cerâmico e laje. O conjunto terá, ainda, urbanização e estacionamen-

to externo.“Todos os que atuam na

mesma situação que eu e fo-rem benefi ciados poderão se regularizar e ter um trabalho digno”, afi rmou Claudecir.

De acordo com o coordena-dor geral do Prourbis, Claude-mir Andrade, as obras seguem em ritmo acelerado em todas as frentes de trabalho do pro-grama para que o cronograma seja cumprido. Já com alve-naria completa, pintura base, instalações hidráulicas e elé-tricas, a unidade representa a concretização do sonho de

Claudecir.“Temos uma grande preocu-

pação com os prazos, uma vez que essas obras vão benefi ciar os moradores do bairro que as estão aguardando e necessi-tam delas”, afi rmou Claudemir Andrade. Ao todo, estão sendo construídas este ano 116 mo-radias, sendo 88 restantes na Área Habitacional 1, que está 37% executada. A previsão é de que a entrega destas duas áreas habitacionais ocorra em abril de 2014.

Hoje, a Área Habitacional 2 (AH2), do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental de Manaus (Prourbis), está com obras 81% finalizadas na Zona Leste da capital

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Realizado pela parce-ria mantida com o BID, o Prourbis tem a missão de promover, de forma susten-tável, melhorias na qualida-de de vida dos moradores dos bairros Jorge Teixeira 3, Arthur Virgílio e João Paulo, realizando também ações na infraestrutura urbana, serviços públicos e de meio ambiente dos bairros.

Atualmente, o programa

está em uma das suas fases mais importantes desenvolvi-da no bairro Jorge Teixeira, 3ª etapa: o resgate habitacional das famílias que moravam em áreas de risco. Com a constru-ção de quatro áreas habitacio-nais contendo 204 moradias — entre elas os residenciais Helso do Carmo Ribeiro e De-putado Francisco Queiroz, que já foram entregues pela Pre-feitura de Manaus em outubro

de 2013 — o Prourbis já mu-dou a vida de 88 famílias que viviam em áreas de risco, em moradias inapropriadas para habitação, próximas ao igara-pé e sujeitas a desabamentos e alagações.

Todas receberam aparta-mentos com 51metros qua-drados de área construída, divididos em sala de estar, dois quartos, uma copa/co-zinha, um banheiro e área

de serviço. As demais 116 moradias

previstas no programa es-tão em construção nas áreas habitacionais AH1 e AH2, com previsão de entrega para abril deste ano.

Todos os moradores do bairro Jorge Teixeira – etapa 3 estão sendo benefi ciados com as ações de reurba-nização desenvolvidas pela Prefeitura de Manaus.

Desenvolvimento sustentável para bairros

Claudecir Pereira agora comemora poder juntar sua casa e seu comércio em um único espaço no novo apartamento

PANORAMAAtualmente, 81% da Área Habitacional 2 (AH2), onde estão sendo construídas 28 unidades mistas para atender as necessida-des dos moradores do bairro que atuam na área de comércio

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C2 Dia a dia

Retomada de vida esb arra em preconceitosPessoas que prestaram suas contas com a Justiça enfrentam o estigma de “ex-presidiários” e encaram dificuldades em recomeçar em meio a uma sociedade que, por conta do preconceito, dificulta esse caminho e lhes tira as esperanças

Após perderem anos de liberdade por comete-rem algum tipo de cri-me, os ex-detentos têm

de lidar com mais um desafio em suas vidas quando deixam a prisão ou obtêm direito ao regi-me semiaberto e aberto: voltar ao mercado de trabalho.

O desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, Sabino Marques, também presidente do Grupo de Monitoramento Carcerário no Estado, atesta que a utilização da mão de obra de presos é uma poderosa ferramenta de ressocialização. “O trabalho é uma ponte para um futuro vivido com dignidade. Entretanto, as empresas ainda têm preconceito. Aqui no Ama-zonas mesmo, certa construtora firmou contrato com o tribunal para contratar alguns ex-presi-diários, quando foi o momento não cumpriu com a sua palavra”, enfatiza o desembargador.

E a dificuldade não reside ape-nas na iniciativa privada. Dentro dos próprios órgãos públicos o preconceito existe. Em Manaus, por exemplo, há cota de 5% para egressos nos editais do governo para as áreas de construção civil, serviços, alimentos, jardi-nagem e limpeza. Esse índice, contudo, não é respeitado.

Vítimas de um mercado de trabalho preconceituoso e de um achatamento de sa-lários resultantes da baixa qualificação, eles dependem de iniciativas públicas e pri-vadas para serem incluídos novamente na sociedade.

Segundo os últimos dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, divulgados no pri-

meiro semestre de 2012, 20,4% dos presos em regime fechado, semiaberto e aberto (não inclui egressos) estão envolvidos em atividade laboral interna e ex-terna no país.

O Conselho Nacional de Jus-tiça (CNJ) desenvolve vários programas de ajuda social e que trazem grandes benefícios às pessoas e comunidades por todo o país. Em Manaus o programa “Começar de Novo” compõe-se de um conjunto de ações voltadas à sensibilização de órgãos públicos e da socie-dade civil com o propósito de coordenar, em âmbito nacio-nal, as propostas de trabalho e de cursos de capacitação pro-fissional para presos e egres-

sos do sistema carcerário, de modo a concretizar ações de cidadania e promover redução da reincidência.

Desde 2006, a empresa Elo Componentes possui uma uni-dade de produção de relógios de medição de energia elétri-ca que emprega 50 homens e 78 mulheres do regime fecha-do do complexo penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Dessa forma, a empresa contribui para a ressocialização dos detentos e aumenta a pro-dução fabril.

No Brasil os mutirões car-cerários têm evidenciado um contingente significativo de pessoas com mais de um processo nas varas criminais e nas varas de execução penal, indicando ser alto o índice de reincidência, compatível com

levantamentos que a fixam entre 60 e 70%.

As altas taxas de reincidên-cia têm reflexo direto na se-gurança pública, e a sua redu-ção, dentre outras medidas, passa pela implementação de programas consistentes de

ressocialização.Destaque-se que, além do

caráter preventivo e punitivo, a execução penal dever tam-bém proporcionar condições para a harmônica integração social das pessoas encarce-radas.

Nesse contexto, evidencia-se a necessidade da inte-gração de órgãos do poder público e da sociedade civil no processo de execução da pena, compreendida esta em suas funções preventiva, pu-nitiva e de reinserção social.

Mutirões carcerários ajudam ressocialização

Desembargador Sabino Marques, do TJAM: construtora não cumpriu contrato com tribunal para empregar ex-detentos

Projeto Reeducar é voltado para ex-integrantes do sistema prisional e funciona como ferramenta de apoio à retomada por uma vida honesta, mas há entraves criados pelo preconceito social

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PROBLEMADentro dos próprios órgãos públicos o pre-conceito existe. Em Manaus, por exemplo, há cota de 5% para egressos nos editais do governo para di-versas áreas, que não é respeitada

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 C3

Retomada de vida esb arra em preconceitos

Henrique Veiga Lima, juiz de Direito da 9ª Vara Criminal e integrante do Grupo de Monitoramento Carcerário: cursos têm sido uma forma procurada para ressocializar os ex-detentos

Desde 2007, o Tribunal de Justica do Amazonas implantou o projeto “Co-meçar de novo”.

Segundo o coordenador do programa, o juiz da 9ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas, Henrique Veiga Lima, o número de presos que par-ticipa é bastante flutuan-te. No ano de 2013 foram cadastrados 400 presos no sistema aberto.

“O preso tem a neces-sidade de se inserir no mercado. Entretanto, te-

mos vários fatores que não contribuem. A grande massa não tem instrução.

Quando eles sabem ler não têm nenhuma formação profissional que o capacita para trabalhar no Distrito, por exemplo. Nós temos realizado cursos para ca-pacitar e ter uma outra opção com o sistema”.

O projeto está traba-lhando em parceria com o professor Ricardo Bessa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na ten-tativa de buscar parceiros para implantar uma fábri-ca de sabão a partir de óleo mineral.

Trabalho para a ressocializaçãoMutirões em presídios têm beneficiado detentos, mas o combate ao preconceito é difícil

PROBLEMAO preso tem a neces-sidade de se inserir no mercado. Entretan-to há vários fatores que não contribuem. A grande massa não tem instrução. Quan-do eles sabem ler não têm formação

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 C5

Cargas perigosas tornam trânsito um riscoFalta de uma fiscalização mais rigorosa e desrespeito dos próprios condutores permitem o transporte inadequado de materiais pesados e mercadorias pelas ruas de Manaus, colocando em perigo outros motoristas e pedestres

Segundo o órgão, muitos automóveis não são autori-zados a prestar esse tipo de serviço. O agente de trânsito, ao visualizar o caminhão com excesso de carga, deve parar o veículo e fazer a abordagem do condutor. Entretanto, o nú-mero de carros e condutores que cometem absurdos no trânsito e expondo os demais condutores e pedestres a ris-cos é crescente.

O Manaustrans restringe a circulação de veículos em

algumas áreas de acordo com o peso do veículo. Na Zona 1, que compreende avenida Leonardo Malcher, rua Luiz Antony, rua Governador Vitó-rio, rua Tamandaré, rua Mar-quês de Santa Cruz, avenida Floriano Peixoto, avenida 7 de Setembro e avenida Joaquim Nabuco, onde é restrita a circulação de veículos acima de 8 toneladas, de segunda-feira a sexta-feira das 6h às 20h, e nos sábados de 6h até as 17h.

Já na Zona 2 é proibida a circulação de veículos acima de 16 toneladas de segun-da-feira a sexta-feira nesses mesmos horários nas ruas Floriano Peixoto, avenida 7 de Setembro, avenida Joa-quim Nabuco, rua Marquês de Santa Cruz, avenida Lourenço da Silva Braga (Manaus Mo-derna), rua dos Andradas, ave-nida Joaquim Nabuco (trecho entre rua dos Andradas e rua Quintino Bocaiúva) e avenida Floriano Peixoto.

Absurdos mesmo com normas

Hoje em Manaus inú-meros veículos de passeio e caminhões transitam pelas vias

públicas transportando car-gas que, por suas dimensões, não podem ser ajustadas aos compartimentos de carga, levando seus condutores a fazerem o transporte sobre o teto e, nos casos das camione-tes, com parte da carga além da caçamba. Entre os car-regamentos indivisíveis mais comuns, há ferros, materiais de construção e móveis de mudanças, entre outros, que por sua natureza merecem um acondicionamento diferen-ciado no veículo, sob o risco de causar sérios acidentes.

Em maio de 2012, um con-têiner de aproximadamente 40 toneladas se deslocou de uma carreta e caiu em sobre um carro, ferindo uma pessoa no Distrito Industrial.

O risco aumenta com a falta de uma fiscalização adequa-da. Há leis, normas e delibera-ções de órgãos como o Depar-tamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Na-cional de Trânsito (Contran). Mas boa parte das regras é totalmente desconhecida pelos motoristas. “Não vejo nenhuma fiscalização, nunca fui parado por ninguém e ando bastante com os carretos de ferro”, disse João Silva*, autô-nomo que há dois anos largou o emprego no Polo industrial de Manaus(PIM) para traba-lhar com fretes.

Ele afirma que o veículo que conduz - uma Pampa branca placa NOP – xx33 - circula totalmente na legalidade, e que procura sempre obedecer o limite de peso estabelecido para o seu carro.

A fiscalização é de compe-tência do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização

do Trânsito (Manaustrans). De acordo com o Código de Trân-sito Brasileiro (CTB), artigo 231, é proibido transitar com veículo que suas dimensões ou com carga superior ao limite estabelecido legalmente, ou pela sinalização, sem autori-zação é infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira nacional de habilitação (CNH).

Desde abril do ano pas-sado o Manaustrans criou a Zona Máxima de Restrição de Circulação (ZMRC), na qual restringe a circulação de ca-minhões em várias ruas, de acordo com a carga. A fisca-lização nessa área é realizada diariamente.

De acordo com o diretor presidente do Manaustrans, Paulo Henrique Martins, a fis-

calização é realizada diaria-mente. “É uma rotina da nossa diretoria de operações percor-rerem a ZMRC. Fazemos um trabalho de orientação e, caso o condutor insista na infração, ou seja, mantenha o caminhão na área e horário proibidos, a punição ocorre”.

Qualquer carga transporta-da em automóvel que exceda estas dimensões deve pos-suir Autorização Especial de Trânsito (AET). A expedição documento é realizada pela autoridade de trânsito com circunscrição na via pública. Entretanto, cabe salientar que em virtude das propor-ções do veículo de passeio, o transporte de cargas que excedam essas medidas difi-cilmente será permitido pela autoridade de trânsito, que

levará em consideração a capacidade de carga, peso e estabilidade do veículo.

O monitoramento feito pelo município e Estado nas vias é insuficiente. A população corre risco diário de morte em meio a caminhões e até carros de passeio cujos condutores infringem a lei e a segurança transportando cargas acima do permitido.

Para a regulamentação des-te tipo de transporte de carga o Contran publicou a Resolu-ção 349/10, a qual discipli-nou as dimensões máximas permitidas em automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário. De acordo com a norma, a carga transporta-da não pode exceder o peso máximo especificado para o veículo.

Passageiro de moto leva tubos de ferro: falta de bom senso dos condutores pode provocar acidentes com transporte de objetos sem a devida colocação em espaços apropriados nos veículos

Transporte de objetos acaba não seguindo as normas estabelecidas pelo Manaustrans

ADRIANA PIMENTELEspecial para o EM TEMPO PROBLEMA

Há leis, normas e de-liberações de órgãos como o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Boa parte das regras é desconhecida pelos motoristas

* Não pode representar ris-co aos demais condutores

* A carga transportada não pode ser arrastada

* O condutor deve pro-videnciar o acondiciona-mento e amarração cor-retos para que a carga não caia sobre a via

* A carga transportada não pode obstruir a visão do motorista

* Não pode haver o com-

prometimento da estabi-lidade do veículo com o transporte da carga

* A carga não pode ocul-tar as luzes de sinalização do veículo

* A carga transportada não pode exceder a lar-gura máxima do veículo, sem qualquer tipo de to-lerância.

* A carga transportada não pode exceder a parte frontal do veículo

Regras que são desrespeitadas

O maior problema é a acomodação inadequada de produtos e mercadorias em locais inapropriados dos veículos nas ruas

Até o transporte de mudanças é feito de modo improvisado

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 C5

Cargas perigosas tornam trânsito um riscoFalta de uma fiscalização mais rigorosa e desrespeito dos próprios condutores permitem o transporte inadequado de materiais pesados e mercadorias pelas ruas de Manaus, colocando em perigo outros motoristas e pedestres

Segundo o órgão, muitos automóveis não são autori-zados a prestar esse tipo de serviço. O agente de trânsito, ao visualizar o caminhão com excesso de carga, deve parar o veículo e fazer a abordagem do condutor. Entretanto, o nú-mero de carros e condutores que cometem absurdos no trânsito e expondo os demais condutores e pedestres a ris-cos é crescente.

O Manaustrans restringe a circulação de veículos em

algumas áreas de acordo com o peso do veículo. Na Zona 1, que compreende avenida Leonardo Malcher, rua Luiz Antony, rua Governador Vitó-rio, rua Tamandaré, rua Mar-quês de Santa Cruz, avenida Floriano Peixoto, avenida 7 de Setembro e avenida Joaquim Nabuco, onde é restrita a circulação de veículos acima de 8 toneladas, de segunda-feira a sexta-feira das 6h às 20h, e nos sábados de 6h até as 17h.

Já na Zona 2 é proibida a circulação de veículos acima de 16 toneladas de segun-da-feira a sexta-feira nesses mesmos horários nas ruas Floriano Peixoto, avenida 7 de Setembro, avenida Joa-quim Nabuco, rua Marquês de Santa Cruz, avenida Lourenço da Silva Braga (Manaus Mo-derna), rua dos Andradas, ave-nida Joaquim Nabuco (trecho entre rua dos Andradas e rua Quintino Bocaiúva) e avenida Floriano Peixoto.

Absurdos mesmo com normas

Hoje em Manaus inú-meros veículos de passeio e caminhões transitam pelas vias

públicas transportando car-gas que, por suas dimensões, não podem ser ajustadas aos compartimentos de carga, levando seus condutores a fazerem o transporte sobre o teto e, nos casos das camione-tes, com parte da carga além da caçamba. Entre os car-regamentos indivisíveis mais comuns, há ferros, materiais de construção e móveis de mudanças, entre outros, que por sua natureza merecem um acondicionamento diferen-ciado no veículo, sob o risco de causar sérios acidentes.

Em maio de 2012, um con-têiner de aproximadamente 40 toneladas se deslocou de uma carreta e caiu em sobre um carro, ferindo uma pessoa no Distrito Industrial.

O risco aumenta com a falta de uma fiscalização adequa-da. Há leis, normas e delibera-ções de órgãos como o Depar-tamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Na-cional de Trânsito (Contran). Mas boa parte das regras é totalmente desconhecida pelos motoristas. “Não vejo nenhuma fiscalização, nunca fui parado por ninguém e ando bastante com os carretos de ferro”, disse João Silva*, autô-nomo que há dois anos largou o emprego no Polo industrial de Manaus(PIM) para traba-lhar com fretes.

Ele afirma que o veículo que conduz - uma Pampa branca placa NOP – xx33 - circula totalmente na legalidade, e que procura sempre obedecer o limite de peso estabelecido para o seu carro.

A fiscalização é de compe-tência do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização

do Trânsito (Manaustrans). De acordo com o Código de Trân-sito Brasileiro (CTB), artigo 231, é proibido transitar com veículo que suas dimensões ou com carga superior ao limite estabelecido legalmente, ou pela sinalização, sem autori-zação é infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira nacional de habilitação (CNH).

Desde abril do ano pas-sado o Manaustrans criou a Zona Máxima de Restrição de Circulação (ZMRC), na qual restringe a circulação de ca-minhões em várias ruas, de acordo com a carga. A fisca-lização nessa área é realizada diariamente.

De acordo com o diretor presidente do Manaustrans, Paulo Henrique Martins, a fis-

calização é realizada diaria-mente. “É uma rotina da nossa diretoria de operações percor-rerem a ZMRC. Fazemos um trabalho de orientação e, caso o condutor insista na infração, ou seja, mantenha o caminhão na área e horário proibidos, a punição ocorre”.

Qualquer carga transporta-da em automóvel que exceda estas dimensões deve pos-suir Autorização Especial de Trânsito (AET). A expedição documento é realizada pela autoridade de trânsito com circunscrição na via pública. Entretanto, cabe salientar que em virtude das propor-ções do veículo de passeio, o transporte de cargas que excedam essas medidas difi-cilmente será permitido pela autoridade de trânsito, que

levará em consideração a capacidade de carga, peso e estabilidade do veículo.

O monitoramento feito pelo município e Estado nas vias é insuficiente. A população corre risco diário de morte em meio a caminhões e até carros de passeio cujos condutores infringem a lei e a segurança transportando cargas acima do permitido.

Para a regulamentação des-te tipo de transporte de carga o Contran publicou a Resolu-ção 349/10, a qual discipli-nou as dimensões máximas permitidas em automóvel, caminhonete, camioneta e utilitário. De acordo com a norma, a carga transporta-da não pode exceder o peso máximo especificado para o veículo.

Passageiro de moto leva tubos de ferro: falta de bom senso dos condutores pode provocar acidentes com transporte de objetos sem a devida colocação em espaços apropriados nos veículos

Transporte de objetos acaba não seguindo as normas estabelecidas pelo Manaustrans

ADRIANA PIMENTELEspecial para o EM TEMPO PROBLEMA

Há leis, normas e de-liberações de órgãos como o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Boa parte das regras é desconhecida pelos motoristas

* Não pode representar ris-co aos demais condutores

* A carga transportada não pode ser arrastada

* O condutor deve pro-videnciar o acondiciona-mento e amarração cor-retos para que a carga não caia sobre a via

* A carga transportada não pode obstruir a visão do motorista

* Não pode haver o com-

prometimento da estabi-lidade do veículo com o transporte da carga

* A carga não pode ocul-tar as luzes de sinalização do veículo

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* A carga transportada não pode exceder a parte frontal do veículo

Regras que são desrespeitadas

O maior problema é a acomodação inadequada de produtos e mercadorias em locais inapropriados dos veículos nas ruas

Até o transporte de mudanças é feito de modo improvisado

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C6 Dia a dia

Em Manaus, sistema alternativo vira badernaParando em qualquer lugar, às vezes até sem sinalizar, os micro-ônibus do transporte coletivo alternativo da capital contribuem para a desordem que toma conta das ruas, passando por cima de normas básicas de trânsito

Uma cena tem sido comum nas princi-pais ruas e avenidas de Manaus: um mi-

cro-ônibus executivo ou al-ternativo para diante de uma garagem, da saída de uma rua, na esquina logo após um cruzamento para embarcar ou desembarcar usuários. Por conta de uma atitude assim, outros veículos acabam sen-do impedidos de trafegar. O resultado é o aumento do caos nas nossas ruas, onde já não é fácil trafegar pois o conceito distorcido de “local público” virou motivo para cada motorista ou pedestre fazer o que bem quer onde bem quiser – e os outros que reclamem.

Desde que começaram a funcionar efetivamente em meio a ruas quase tomada por um tapete de veículos, os micro-ônibus do sistema alternativo de transporte co-letivo têm sido alvo de recla-mações de usuários e outros condutores. Faltam educa-ção e bom senso suficientes para perceber que parar em qualquer lugar, mesmo que por rápidos instantes, gera um efeito dominó em nosso trânsito. A desordem impera. A culpa vem da soma da irres-ponsabilidade – e ganância – do condutor à arrogância do usuário que crê possuir mais direitos por pagar mais caro (R$ 4,20 em vez dos R$ 2,75 do sistema convencio-nal) e ter um serviço mais confortável (só se viaja - em teoria - sentado).

De acordo com o Institu-to Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), os conduto-res do sistema alternativo podem ser autuados por in-frações como qualquer ou-tro motorista. O problema

é que – como se observa no trânsito diariamente – irre-gularidades existem e são muitas, com a cumplicidade dos próprios usuários.

Quem usa os executivos e alternativos não visualiza tantos problemas. Segundo o universitário Hercules Trassi, 18 – cuja opção pelo sistema alternativo está no confor-to do ar condicionado -, a vantagem da modalidade é a mudança de rota que os condutores fazem para evitar tráfego pesado. “Mas eles param fora das paradas de ônibus, e dependendo do mo-torista, acontecem algumas falhas às vezes, mas de ma-neira geral acredito que não seja um problema, além do

fato de ajudarem muita gente que tem pressa”, disse.

SequelasEssa pressa já fez até víti-

mas entre os que não usam - ou deixaram de usar - o serviço. A dona de casa Vera da Silva, 66, não utiliza o executivo por ter passado por vários problemas com o sistema. “Além de a pas-sagem ser mais cara que a do transporte coletivo, sofri um acidente quando tentava atravessar uma rua e o exe-cutivo parou de forma incor-reta para poder apanhar um passageiro, mas não me viu e me atingiu. Até hoje tenho sequelas de um ombro que foi fraturado”, contou.

Para o guarda metropoli-tano Paulo Afonso Guima-rães Pereira, 42, os executi-vos servem para compensar um atraso. “O problema dos executivos é não obedecer a legislação. Muitas pesso-as por estarem atrasadas, aceitam as condições pre-cárias e valores absurdos

de utilização do transporte. Quase sempre quando pre-ciso utilizá-los, vejo pesso-as em pé, e para os bair-ros é possível presenciar lotações. O executivo tem a facilidade de parar em qualquer lugar, mas é ne-cessário que o sistema seja regularizado”, informou.

Para o autônomo Carlos Gomes Praia, 35, faltam melhorias. “Disputa por pas-sageiro é que os executivos fazem, mas tentar melhorar o sistema ou pedir apoio da prefeitura para solucionar algo no sistema para os veículos eles não fazem. Deixei de utilizar os exe-

cutivos pelo fato de, além de ter a passagem mais cara, o desrespeito é cons-tante com os idosos, que nesse transporte não têm vez. O fato de pararem em qualquer lugar traz outros problemas como acidentes e transtorno no trânsito”, detalhou.

Uma inconsequente disputa por passageiros

A falta de respeito com regras básicas de trânsito mais o comodismo e inconsequência de passageiros fazem com que os executivos e alternativos tumultuem ainda mais o trânsito em Manaus

BAGUNÇAFaltam educação e bom senso suficien-tes para perceber que parar em qualquer lugar, mesmo que por rápidos instantes, gera um efeito dominó em nosso trânsito. A de-sordem impera

Vera da Silva já foi vítima de um motorista de executivo que a atingiu ao parar para embarcar um passageiro na rua

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CÉSAR AUGUSTO E ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 C7

Em Manaus, sistema alternativo vira badernaO titular da Superinten-

dência Municipal de Trans-portes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho, reconhece que o sistema viário está de-sorganizado, porém desde o primeiro ano da gestão do atual prefeito, o órgão rea-liza estudos e projetos para a melhoria do trânsito.

Sobre as irregularidades praticadas pelos conduto-res, Carvalho afirma que a população precisa denun-ciá-las sem medo. “Deve ser anotada a placa e hora (da infração) para que a SMTU cobre as responsabilidades

desses profissionais. Nosso sistema não tem estatísti-cas das denúncias, até por-que está sendo implantado. Primeiro resolvemos orga-nizar uma triagem para os motoristas. Uma média de 1,32 mil condutores passa-ram por diversos treinamen-tos com o apoio de outras secretarias, voltados para direção, urbanidade, pri-meiros socorros e tráfego onde inclui o atendimento aos passageiros”, conta.

Com o processo de licita-ção do transporte alterna-tivo, surge uma luz – ainda

que ínfima – no fim do túnel. “Para que os motoristas par-ticipem, estamos listando uma série de documentos até as certidões criminais. Sabemos que a maior parte são pessoas do bem, porém é necessário também or-ganizar a categoria desses trabalhadores. A análise do comportamento e também a experiência será necessá-rio e obrigatório. Estávamos fazendo algumas pesquisas e descobrimos que pessoas com mais idade e experi-ência têm mais atenção no trânsito”, afirma Carvalho.

Estudos e projetos para melhorar

Pedro Carvalho, superintendente da SMTU: população deve contribuir com denúncias

Dados nacionais mos-tram que em média 81% dos acidentes são ocasio-nados por pessoas menores de 29 anos, e precisamos levar isso em consideração”, diz Carvalho.

O sobe e desce em qual-quer lugar – que causa transtornos que beiram a baderna – é reconhecido como um problema a ser

devidamente tratado. “Ainda não podemos afir-

mar o que será feito, mas estamos estudando cada detalhe do projeto para essa categoria, pois con-tinuar a parar em qualquer lugar para subir ou descer passageiro não é correto e prejudica muito o trânsito, além de colaborar com os acidentes”, aponta Pedro

Carvalho. “Mas são problemas para

os quais estamos tentan-do buscar soluções, talvez até a criação de paradas próprias para executivos, tendo em vista que eles passam em ruas onde o coletivo não tem a capa-cidade de passar”, finali-za o superintendente da SMTU.

Em busca de soluções efetivasPaulo Afonso Pereira denuncia que veículos transportam pessoas com excesso de lotação

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Bosque da Ciência termina horário especial de visitasAté hoje, visitantes poderão visitar o local em horário corrido das 9h às 16h30. Por ali já passaram mais de 11 mil pessoas

No último fim de se-mana das férias, o Bosque da Ciência do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) continuará aberto ao pú-blico com horário diferenciado. Das 9h às 16h30, sem intervalo para o almoço, estudantes, tu-ristas e interessados poderão visitar o Bosque, que fica dentro do Instituto, e conhecer as suas atrações. Desde que houve a mudança no horário no último dia 5, mais de 11,3 mil pessoas já visitaram o espaço.

Segundo o coordenador em exercício do Bosque, Ney Ama-zonas, o horário foi estendido devido à grande visitação do público no período de férias. Além disso, é uma forma de fazer com que o visitante não tenha a preocupação do ho-rário quebrado do bosque, já que no período normal fica fechado das 12h às 14h, e pode até acordar um pouco mais tarde.

“Muitas crianças que estão de férias, não viajam e os pais buscam lugares para levar seus filhos, para ocupar o tempo de-les, e o bosque dá essa parcela de contribuição funcionando de segunda a domingo, sem o intervalo do almoço. Essa é uma forma de fazer com que o

visitante não tenha essa preo-cupação do horário firmado de poder vir aqui. Ele tem a total liberdade de acordar um pouco mais tarde e visitar o Bosque”, explicou Amazonas.

Entre as atrações do Bosque estão o viveiro de peixes- bois, o viveiro das ariranhas, o viveiro dos jacarés, a casa da ciência - que conta com uma exposição

permanente onde se encontra, entre os objetos expostos, a maior folha do mundo -, a ilha da Tanimbuca, que tem um córrego onde se encontram peixes, quelônios e vegetação nativa, como a árvore da Ta-nimbuca (Buchenavea huberii), que é um gigante de mais de 600 anos. Há ainda o Lago Amazônico, o Paiol da Cultura que conta com exposições e

eventos regionais. Este mês, o Paiol da Cultura está com uma exposição de artesanato das etnias indígenas Tariano e Tukano, que produzem belos trabalhos com cestos, semen-tes e penas.

Além das atrações, o visi-tante pode andar pelas trilhas que ficam dentro do Bosque, conhecer a flora e, com um pou-co de sorte, encontrar animais como araras, bichos- preguiça, macacos, cutias, entre outros. “Há muitos atrativos para as crianças e que os adultos aca-bam se encantando também quando vêm aqui no Bosque da Ciência”, contou Ney Ama-zonas.

Uma das atrações que mais encantam os visitantes é o Tan-que dos peixes-bois. “É gostoso o ambiente, o frescor da mata. Tudo limpo, conservado. Vale a pena”, disse Ana Brondani, que levou os filhos para visitar o Bosque.

A entrada do Bosque fica na avenida Otávio Cabral, s/nº, Petrópolis. O ingresso custa R$ 5, exceto para crianças até 10 anos e idosos a partir de 65 anos. Grupos escolares agen-dados têm entrada gratuita. Mais informações pelos tele-fones (92) 3643-3192/ 3312/ 3293. Com o final do horário especial, visitação será interrompida entre meio-dia e 14h, como antes

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PASSATEMPODas 9h às 16h30, sem intervalo para o almoço, estudantes, turistas e interessa-dos poderão visitar o Bosque da Ciência, que fica dentro da área do Inpa, e conhecer as suas atrações

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EM TEMPO promovesessão especial

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Começam amanhã as aulas dos novos cursos oferecidos pela Artcena, que vai inaugurar também uma nova sede, no bairro Parque 10 de Novembro

A Escola de Teatro Ar-tcena está cheia de novidades para o pú-blico. Além de novos

cursos livres e turmas, cujas aulas iniciam amanhã, as ati-vidades passarão a ser reali-zadas em novo endereço, na avenida Tancredo Neves, 930, Parque 10. Desde a fundação da escola, em 2012, são ofe-recidos os cursos de Inter-pretação em Teatro, Canto e Vivência Teatral e, a partir de agora, o local também vai abrigar formações em Inter-pretação em TV e Cinema, Teatro Musical e Jazz.

“Depois do dia 3, só teremos mais uma semana para rece-ber novos alunos”, avisa o ator e diretor Roger Barbosa, que está à frente da empresa ao lado da irmã, a atriz e jorna-lista Kamila Jeniff er. A Artcena engloba ainda uma compa-nhia de teatro, uma produtora cultural e treinamento e teatro corporativo. Não será cobrada taxa de matrícula, somente as mensalidades, e, ao fi nal, os participantes vão receber um certifi cado de conclusão.

O aumento do número de interessados pelos cursos e a necessidade de ter uma estrutura maior para as au-las de Jazz e Teatro Musical cooperaram para mudança. “O novo salão é três vezes maior do que o da sede anterior”, diz Roger. Segundo ele, o teatro musical é um gênero pouco explorado pelos grupos de teatro em Manaus. Entre as exceções está a montagem “Chapeuzinho Amarelo”, da Cia. Metamorfose.

O diretor explica que o obje-tivo desse curso é desenvol-ver a competência de atores para atuar, cantar e dançar. “No eixo Rio-São Paulo já existe mercado para esse tipo de produção e eu acre-dito que o Festival Amazonas de Ópera já está no caminho para abrigar esse estilo de

musical, além das monta-gens líricas e clássicas”, co-menta. No programa, está previsto o estudo de vários musicais clássicos e a com-preensão da diferença entre texto falado e cantado.

Quem escolher o curso de Jazz, entrará em contato com a arte da dança, é claro, mas também vai poder experimen-tar uma maneira de dialogar consigo mesmo.

O novo prédio da Artcena também vai abrigar três salas para aulas de teatro, com capacidade para 20 alunos, e um estúdio com ilha de edição, câmeras e ilumina-ção própria para as práticas do curso TV e Cinema. Os participantes serão prepara-dos para atuar em frente às câmeras por meio de técnicas de interpretação realista. Ro-ger Barbosa explica que esse curso também poderá auxiliar o movimento de cinema local na produção, por exemplo, de curtas-metragens.

Os alunos da escola também poderão usufruir de salas de-dicadas à exibição de vídeos e à leitura. “Temos um acervo de programas de televisão e vídeos ricos em experiências e conceitos, e ainda um acervo de livros de 500 livros que adquiri ao longo dos meus 20 e poucos anos de atuação em teatro”, afi rma Roger.

Futuramente, o salão maior da nova sede deverá abrigar um centro cultural para eventos como saraus e até a apresentação de es-petáculos produzidos espe-cialmente para esse espaço. “Também pretendemos esta-belecer parcerias com outras companhias de teatro para uma troca de experiências”, adianta o diretor.

Além de Roger e Kamila Barbosa, o corpo docente da Artcena é formado por Da-niel Ferrat, Francisco Mendes, Helen Bessa, Adriano Antony, Magda Carvalho, Davy Cha-ves, Patrícia Botelho e Ma-riana Baldoino.

Roger Barbosa revela que muitos alunos não procuram a escola para se tornarem atores ou atrizes, mas sim, para melhorar seus relacio-namentos no cotidiano. “Há participantes que são muito tímidos e cos-tumam conversar mais com outras pessoas por meio da internet. Então, procuram a Artcena para melhorar essas relações interpessoais”, observa. “Recebemos também gente que sempre sonhou em ser ator, mas que aca-baram trabalhando em outras profi ssões e tam-bém quem ama o teatro e quer desenvolver o talento inclusive para continuar a estudar nos Estados Uni-dos”, enfatiza.

Ele destaca que a escola também procura formar público para assistir à pro-dução de teatro local. “Por incrível que pareça, cerca de 90% de quem procura a escola não sabe que existe grupos de teatro na cidade”, explica.

O preparo de quem op-tar em ingressar no curso

superior em Teatro ofe-recido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é outra preocupa-ção da escola. “Esse curso é muito importante para o mercado local. E numa faculdade de arte você não pode chegar cru, pois existe uma banca que ava-lia. E, conforme o curso amadurece, a concorrên-cia por vagas aumenta”.Outra maneira de ofere-cer uma profi ssionaliza-ção em teatro para os alunos da Artcena é in-cluindo-os nas produções da companhia teatral, que em 2013 conseguiu o feito de permanecer um mês em temporada no teatro do Manauara Shopping, com a peça “De Sol a Sol”. “Foi a primeira companhia local a permanecer esse tempo em cartaz num tea-tro particular”, comemora Roger Barbosa.

A qualifi cação oferecida pela escola poderá ser co-locada em prática durante a Mostra Escola de Teatro Ar-tcena, que será realizada nos dias 30 e 31 de maio, também no Manauara.

Além da formação profi ssional

LUIZ OTAVIO MARTINSEspecial EM TEMPO

Os alunos podem se tornar membros da companhia teatral

O curso de “Interpretação em Teatro” (R$ 160 mensal) é formado por cinco módu-los com duração de quatro meses cada. O Módulo 1 está disponível às segundas e quartas, de 15h30 às 17h; terças e quintas, de 15h30 às 17h; terças e quintas, de 19h às 20h30; sábado, de 9h às 12h; e sábado, de 13h às 16h. As aulas do Módulo 2 serão realizadas aos sábados, de 16h às 19h; do Módulo 3 às sextas, de 18h às 21h; do Módulo 4 às segundas e quartas, de 19h às 20h30; e o Pós-Módulo 4, de Montagem Teatral, aos sábados, de 19h às 22h.

“Teatro Infantil” (R$ 160 mensal) tem duração de quatro meses, com turmas de 5 a 8 anos (sábados, de 8h30 às 11h30) e de 9 a 11 anos (sábados, de 13h às 16h). O curso “Interpre-tação em TV e Cinema” (R$ 300) é formado por quatro módulos

com duração de quatro meses cada, às terças e quintas, de 15h30 às 17h (12 a 15 anos), e terças e quintas, de 19h às 20h30 (a partir de 16 anos). As aulas VIP custam R$ 700 mensal, com horários e dias conforme a agenda do aluno e do professor.

O curso de “Canto” (R$ 200 mensal) também é for-mado por quatro módulos com duração de quatro me-ses, com turma às sextas, de 14h às 16h. As aulas VIP saem a R$ 500 men-sal. “Vivência Teatral” (R$ 500) tem duração de dois meses e as aulas aconte-cerão aos sábados, de 16h às 19h. As aulas de “Jazz” (R$ 120) têm duração de quatro meses, aos sábados, das 13h às 16h. E o curso de “Teatro Musical” (R$ 300) é formado por cinco módulos de quatro meses

cada, aos sábados, de 16h às 19h.

Horário dos cursos

que muitos alunos não procuram a escola para se tornarem atores ou atrizes, mas sim, para melhorar seus relacio-namentos no cotidiano. “Há participantes que são muito tímidos e cos-tumam conversar mais com outras pessoas por meio da internet. Então, procuram a Artcena para melhorar essas relações interpessoais”, observa. “Recebemos também gente que sempre sonhou em ser ator, mas que aca-baram trabalhando em outras profi ssões e tam-bém quem ama o teatro e quer desenvolver o talento inclusive para continuar a estudar nos Estados Uni-dos”, enfatiza.

Ele destaca que a escola também procura formar público para assistir à pro-dução de teatro local. “Por incrível que pareça, cerca de 90% de quem procura a escola não sabe que existe grupos de teatro na cidade”, explica.

O preparo de quem op-tar em ingressar no curso

recido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é outra preocupa-ção da escola. “Esse curso é muito importante para o mercado local. E numa faculdade de arte você não pode chegar cru, pois existe uma banca que ava-lia. E, conforme o curso amadurece, a concorrên-cia por vagas aumenta”.Outra maneira de ofere-cer uma profi ssionaliza-ção em teatro para os alunos da Artcena é in-cluindo-os nas produções da companhia teatral, que em 2013 conseguiu o feito de permanecer um mês em temporada no teatro do Manauara Shopping, com a peça “De Sol a Sol”. “Foi a primeira companhia local a permanecer esse tempo em cartaz num tea-tro particular”, comemora Roger Barbosa.

A qualifi cação oferecida pela escola poderá ser co-locada em prática durante a Mostra Escola de Teatro Ar-tcena, que será realizada nos dias 30 e 31 de maio, também no Manauara.

“Teatro Infantil” (R$ 160 mensal) tem duração de quatro meses, com turmas de 5 a 8 anos (sábados, de 8h30 às 11h30) e de 9 a 11 anos (sábados, de 13h às 16h). O curso “Interpre-tação em TV e Cinema” (R$ 300) é formado por quatro módulos

cerão aos sábados, de 16h às 19h. As aulas de “Jazz” (R$ 120) têm duração de quatro meses, aos sábados, das 13h às 16h. E o curso de “Teatro Musical” (R$ 300) é formado por cinco módulos de quatro meses

cada, aos sábados, de 16h às 19h.

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Há turmas para todas as idades entre os cursos oferecidos pela escola Artcena

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

Semana com blitze da Fábrica

PROMOÇÃO

Quem é “chicleteiro” de verdade tem o adesivo da banda baiana no vidro do carro, pôster, camisa, CDs e DVDs e, em alguns casos, até tatuagem com as “patinhas” – símbolo do grupo. Para aumentar este mix de ob-jetos com a marca Chiclete com Banana, a Fábrica de Eventos montou um crono-grama de blitz, onde os fãs participam de dinâmicas, ganham brindes cheios de axé e ainda têm a chance de levar ingressos para o sunset do Chiclete com Ba-nana e Latino.

O show em Manaus aconte-cerá no dia 16 de fevereiro, no Diamond Convention Center.

Na próxima semana, as ações acontecem na quarta e quinta-feira. A primeira no Forte Auto Posto Shell - bou-

levard Álvaro Maia, 1.690, Praça 14, e a segunda, na sorveteria Happy Ice , na av. Djalma Batista. Ambas das 17h às 19h. O melhor é que, para participar das blitze, o público não paga nada.

O primeiro brinde vem logo após adesivar o carro com marca da banda. O participante que aceitar o adesivo leva para casa um CD promocional do Chi-clete e ainda concorre ao sorteio de ingressos para o show em Manaus. Ainda nas blitze, os fãs podem tatuar o corpo com o sím-bolo da atração nacional, provando, assim, a paixão pelos baianos. As tatua-gens são feitas de henna com a Narrila Tattoo. Mas, vale ressaltar que, apenas uma tatuagem por pessoa

será feita em cada edição da blitz.

Para aqueles que não con-seguiram tatuar, a opção é participar da promoção dos copos long drinks do Chiclete com Banana. Neste caso, o participante tira uma foto no painel “Chicleteiro”, posicionado na blitz, de-pois, posta no Facebook ou Instagram com a seguinte hashtag: “se tem chiclete eu tô lá”. Pronto, o fã leva o long drink para casa.

Até o show do Chiclete com Banana e Latino em Manaus, outras ações de divulgação serão promovi-das pela Fábrica de Eventos. Lembrando que os “esquen-tas” do show acontecem às quintas-feiras, no Buteko da Piscina, no Vieiralves, a par-tir das 19h.

No próximo dia 16, haverá show do Chiclete com Banana e também do cantor Latino

DIVULGAÇÃO

. O Fundo de Promoção Social (FPS) do governo do Ama-zonas entregou, neste mês de janeiro, diversos benefícios sociais na capital e interior do Amazonas, alcançando mais de duas mil famílias.

. Os recursos contemplaram projetos de geração de renda e inclusão social aprovados, via edital, pelo Conselho Deli-berativo do FPS, sob coordenação da presidente do Fundo e primeira-dama do Estado, Nejmi Jomaa Aziz.

. Entre os benefícios entregues, estão implementos agrícolas para associações de agricultores, micro-ônibus e novas instalações para entidades sociais que desenvolvem atividades socioeducativas com crianças, idosos e pessoas com defi ciência, como é o caso da Associação Pestalozzi do Amazonas. A entidade recebeu, na sexta-feira, dia 31 de janeiro, um micro-ônibus para desenvolver, com mais qualidade, as ações sociais na vida de 180 alunos. Con-forme a presidente do FPS Nejmi Aziz, as ações do fundo proporcionam boas perspectivas para o futuro das famílias amazonenses. “Fico muito feliz em ver milhares de famílias terem oportunidades, porque essa é a proposta do gover-nador Omar Aziz, a de conceder apoio a quem precisa em nosso Estado”, comentou.

>> Benefícios sociais

. O governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM), realiza amanhã, às 14h30, no auditório do órgão, uma reunião com os maiores empresários do comércio varejista amazonen-se. Na pauta do encontro, o processo de implantação da Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFCe) e suas vantagens.

. Com o novo sistema, que substitui o Emissor de Cupom Fiscal, a Sefaz-AM aperfeiçoa o controle sobre a arrecadação do ICMS, já que a nota fi scal será lançada por meio de um programa interligado ao banco de dados da secretaria. Para o empresário, a nova tecnologia reduz gastos, pois elimina o valor de aquisição do Emissor de Cupom Fiscal e a burocracia necessária à homologação do equipamento. Para o consumidor, o avanço tecnológico proporciona maior controle sobre as compras e comodidade. Isso porque será possível optar pelo envio da nota fi scal para o celular, por meio de uma mensagem de texto, ou para um e-mail.

>> Reunião

. Aos amantes das artes, a Escola de Teatro Artcena traz novos cursos e nova estrutura em 2014.

. Seguindo o objetivo de contribuir para o crescimento cultural no Esta-do, formando profi ssionais - com técnicas especiais e com profi ssionais renomados aplicando teoria e prática na medida certa - para teatro, TV, cinema, campanhas publicitárias e teatro musical, lança, a partir de amanhã, novas turmas de teatro, canto e vivência teatral.

. Com início nesta segunda-feira, os cursos serão ministrados na nova sede da Artcena, na avenida Tancredo Neves, 930, próximo ao supermer-cado Veneza, sob a direção dos irmãos Kamila Jennifer e Roger Barbosa, profi ssionais de alto quilate no assunto.

>> Teatro de qualidade

. A Gucci, sempre de olho em tudo que acontece no mundo, cria uma linha composta por três bol-sas para comemorar a entrada do Ano do Cavalo (Ano-Novo Chinês), que é comemorado desde o dia 30 de janeiro.

. Intitulada “China Exclusive”, a coleção é inteira vermelha. Chic.

>> Objeto de desejo

Kamila Jennifer e Roger Barbosa, atores à frente da Artcena

Luigi Riccitelli, João Paulo Jacob, Bianca Braga e Lalá Rudge em noite badalada em São Paulo antes do evento de lançamento no novo cardá-pio e da carta de drinks do bistrô Belle Epoque, em Manaus

A bela Suely Nascimento preparan-do-se para comemorar seu aniver-sário no próximo dia 6. Ela é uma das amigas queridas da coluna

A primei-ra-dama de

Manaus, Go-reth Garcia

do Carmo Ribeiro,

que será homenage-

ada como “Madrinha

da banda do Vieiralves” no próximo

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O Dia do Publicitário, comemorado no dia 1º de fevereiro, foi lembrado pelo Grupo Raman Neves de Comunicação

EM TEMPO realiza sessãoespecial para publicitáriosPara celebrar o Dia do

Publicitário, comemo-rado em 1º de feve-reiro, o Grupo Raman

Neves de Comunicação lançou a campanha “Sonhos de Pu-blicitário”, da qual fez parte uma homenagem aos profi s-sionais dessa área, realizada com antecedência, na última sexta-feira. A homenagem foi seguida de uma avant premiè-re para convidados do drama “A Menina que Roubava Li-vros”, na sala 4 do Cinépolis, no Shopping Ponta Negra.

O evento destacou a impor-tância que os profi ssionais da publicidade têm para o merca-do local. “São profi ssionais que ajudam o mercado transcorrer e a fomentar a briga saudável entre as agências em busca de uma criação melhor”, analisa Gibson Araújo, diretor comer-cial do Grupo Raman Neves de Comunicação.

Roberta Costa, gerente de mídia da Oana Publicidade, aproveitou a ocasião para, além de conferir o aguardado fi lme, comemorar o seu aniver-sário. Filha de um dos diretores da empresa, conta que cresceu no meio publicitário e atua na área há 20 anos. “Trabalhar

com publicidade todo dia é sempre uma nova descober-ta”, afi rma. Para ela, um dos desafi os da profi ssão é o de sempre: “Convencer o cliente de que investir em publicidade é importante para que ele sempre seja visto e tenha um bom retorno”.

Quem também estava an-sioso para assistir ao fi lme “A Menina que Roubava Livros” era o diretor de criação da R2 Ideias, Renato Bagre. Para ele, não basta que uma ideia publicitária seja criativa, ela também tem que gerar resul-tados. “É mais caro, leva mais tempo, mas é essa a forma correta de se produzir”, obser-va. Renato tem quase 30 anos de profi ssão, e acredita que o fato de gostar de escrever foi um bom estímulo para seguir essa carreira. Ele começou a trabalhar como redator júnior e hoje é um dos sócios da empresa ao lado do irmão, Ricardo Bagre.

Na opinião de Andréa Mene-zes, diretora de criação da The White Publicidade, o principal desafi o de quem atua como publicitário é tentar fazer com que os profi ssionais sejam mais unidos e tenham uma

postura mais homogênea. Ela trabalha na área desde 2001 e considera o envolvimento na profi ssão um caso de amor à primeira vista. “Independente-mente das difi culdades, meu maior prazer é desenvolver uma criação e ver seus resulta-dos junto ao cliente”, revela.

Acima de tudo, ser publicitá-rio em Manaus é “desafi ante”, de acordo com o redator André Nishiwaki, da agência Mene & Money. “Todo dia é um job novo com um problema de co-municação a ser resolvido, e na maioria dos casos, com verbas enxutas de produção”, diz.

Matson Kelly, redator da The White, lembra que nada cai do céu quando se trabalha nes-sa profi ssão. “O publicitário abre uma clareira em mata fechada. Existem muitos de-safi os para se superar como ideias, prazo e verba”, analisa. Há 13 anos na área, Matson observa que o mercado de Manaus está amadurecendo, e o aprendizado diário é o que o estimula como pro-fi ssional. “Você aprende todo dia algo novo e poucas pro-fi ssões propiciam isso. Mas, nada acontece sem esforço e muita pesquisa”, afi rma.

Ingressos à venda para concertoERUDITO

O espetáculo “Música no Espaço” promovido pelo go-verno do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, dentro da progra-mação da Série Guaraná 2014, que terá mais uma reapresentação no dia 9 de fevereiro, às 19h, no Teatro Amazonas. Os ingressos já estão à venda.

Devido à grande procura do público, as vendas foram antecipadas e acontecem na bilheteria do Teatro Ama-zonas aos preços de R$ 20 (plateia 1º pavimento) e R$ 10 (2º e 3º Pavimentos).

Sucesso de público no con-certo de ontem (30), quando o Teatro fi cou lotado de fãs e apreciadores das músicas de trilhas de fi lmes como Star Wars, o musical tem como tema principal o Universo,

retratado sob o entendi-mento do compositor inglês Gustav Holst em sua suíte “Os Planetas”, na qual cada planeta do Sistema Solar tem uma composição própria e exclusiva.

Clássicos Em outro momento do

espetáculo, são as trilhas sonoras com clássicos do cinema de fi cção científi ca que ganham novo fôlego com a regência de Marcelo de Jesus para a Amazonas Filarmônica e são os desta-ques maiores do concerto que abre com “Assim falava Za-ratustra” do alemão Richard Strauss e utilizada para a cena de abertura do clás-sico “2011, Uma Odisseia no Espaço” e termina com a “Star Wars Suite”, do nor-

te-americano John Williams, composta para a série de fi l-mes “Guerras nas Estrelas”, e que na apresentação incluirá a “The Imperial March (Darth Vader’s Theme)”.

“A diversifi cação cada vez maior de músicas e temáti-cas está atraindo um novo público, que nunca tinha ido ao teatro ou assistido a uma apresentação da Amazonas Filarmônica e que está supe-rando todas as expectativas”, afi rmou o secretário de Cul-tura Robério Braga.

Para mais informações sobre os projetos, espe-táculos, programações culturais e demais eventos promovidos pela Secretaria de Estado de Cultura em Manaus e no interior do Amazonas acesse facebook.com/culturadoamazonas.O clima de “Star Wars” envolveu não só a música, mas também o visual da orquestra

DIEGO JANATÃ

Publicitários de Manaus na avant première do longa-metragem “A Menina que Roubava Livros”

“A Menina que Roubava Livros” foi o fi lme esco-lhido para uma avant première especial realiza-da na última sexta-feira

A ação, realizada pelo Grupo Raman Neves de Comunicação, ocorreu na última sexta-feira

FOTOS: DIEGO JANATÃ

DIVULGAÇÃO

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RESENHA

PERFIL

César Augusto é jornalista, editor do DIA A DIA

Brian De Palma é um dos meus diretores prediletos, e de vez em quando revisito

alguns de seus filmes, prin-cipalmente os produzidos em sua melhor época, nas décadas de 1970 e 1980. É desse período que vem “Um tiro na noite” (Blow out, 1981), um thriller tenso vin-do na esteira dos sucessos “Carrie, a estranha” (Carrie, 1976), “A fúria” (The fury, 1978) e “Vestida para matar” (Dressed to kill, 1980).

Conhecido pela técnica ci-nematográfica apurada e ho-menagens a outros cineastas a quem considerava mestres, De Palma retoma esses ele-mentos em “Um tiro na noite” ao homenagear Michelange-lo Antonioni, realizador de “Depois daquele beijo” (Blow up, 1966), e Alfred Hitchcock, com suas referências a “Jane-la indiscreta” (Rear window, 1953). Enquanto em “Blow up” um fotógrafo descobre, por meio de ampliações de

suas fotos, que regis-trara acidentalmente um assassinato (e em “Rear window”, outro fo-tógrafo suspeita de um crime cometido por seu vizinho a quem espiona), no filme de De Palma um téc-nico de efeitos sonoros de filmes de terror baratos, Jack Terry (John Travolta), grava um acidente no momento em que captava sons durante a noite: um carro aparentemen-te estoura o pneu, perde o controle e cai em um lago. Ele pula nas águas para salvar os ocupantes do veículo e acaba retirando das águas a jovem Sally (Nancy Allen), mas o motorista acaba morrendo.

Jack, no entanto, com sua experiência, percebeu outro som imediatamente antes do estouro do pneu, que poderia ser um tiro. Ao saber, no hospi-tal para onde levara Sally, que o homem morto no veículo era o governador George McRyan, um potencial candidato à pre-sidência dos Estados Unidos, os instintos de Jack o levam a investigar o que poderia haver por trás do acidente,

usando suas gra-vações e imagens do carro caindo no lago, registradas oportunamente e vendidas para emissoras de televisão pelo vigarista Manny Karp (Dennis Franz). Ao descobrir o envolvimento de Sally com Manny em golpes onde eram forjados flagrantes de encon-tros amorosos para prática de chantagem, ele percebe que de fato o desastre foi armado e acaba se envolvendo em uma conspiração política. A partir de então, Jack e Sally se tornam alvos do matador pro-fissional Burke (John Lithgow), que tentará apagar quaisquer indícios da trama armada para liquidar o governador.

O uso da câmera lenta, uma das marcas de De Pal-ma, surte o mesmo efeito da técnica em filmes anteriores como “Carrie, a estranha” - apesar de exagerada e cansativa em “Irmãs dia-bólicas” (Sisters, 1974) -:

suspense extremo de fazer prender a respi-ração. Há espaço também para humor negro e chocan-te: na busca por um grito de mulher para a dublagem do último filme de terror em que trabalha, Jack aca-ba conseguindo-o de uma maneira irônica e cruel.

De Palma, em “Um tiro na noite”, só confirmou meu res-peito e admiração obtidos com seus filmes anteriores. Como um discípulo de Al-fred Hitchcock, a quem sem-pre faz referência em suas obras, sabe como nenhum outro fazer o verdadeiro cinema. Seu filme seguin-te, o remake de “Scarface” (1983), com Al Pacino, servi-ria como consolidação de um grande talento que hoje faz falta, depois de “Dália negra” (2006) e “Guerra sem cortes” (2007). Aos 73 anos, De Pal-ma está com seu lugar reser-vado entre meus melhores cineastas do século 20.

‘Um tiro na noite’ reafir-mou o talen-to do diretor Brian De Palma em abusar das técnicas ci-nematográ-ficas para fazer filmes de sucesso”

Luz, som, conspiração!

CÉSAR AUGUSTOEquipe EM TEMPO

DIVULGAÇ

ÃO

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Page 29: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoMelhores do Ano No próximo dia 16, a

Globo vai abrir a votação do público para o prêmio “Melhores do Ano” que será encerrada no dia 14 de março.

O anúncio dos vencedo-res, ao vivo, está confir-mado para 16 de março, durante grande festa no “Domingão do Faustão”.

Merece o reconhecimento Se existe alguém que

foi perfeito, do começo ao fim, em “Amor à Vida”, talvez no papel mais com-plicado da sua carreira, este alguém é o Thiago Fragoso.

Fez o Niko com a maior dignidade, observando li-mites e sem chegar a tan-to como o Félix, do Mateus Solano. Como trabalho de ator, foi 10.

Ritmo forte Gugu Liberato está

aproveitando esse seu tempo longe da televi-são para se dedicar às reformas do seu estúdio em Alphaville.

O plano é este mesmo. Quando voltar à televisão, fazer tudo de lá.

Teatro Maurício Machado, o

Silvério Duarte da nove-la “Cordel Encantado”, vai viver o “Vampiro de Düs-seldorf”, personagem ce-lebrizado por Peter Lorre no clássico de Fritz Lang. Será a primeira encena-ção no mundo do famoso filme expressionista.

A peça será ainda es-trelada por Stênio Garcia e terá direção de Ulysses Cruz. Estreará no segundo semestre.

EstreiaNeste domingo, no

“Esporte Espetacular”, a Globo vai iniciar a apre-sentação da série “A Bola”, produção da Pindorama

Filmes, realizada em di-versos países onde se pratica alguma coisa pa-recida com o futebol.

Narração de Gilberto Gil. Está certoMesmo com pequeno

tempo de descanso entre um trabalho e outro, An-tonio Fagundes vai fazer a novela do Benedito Ruy Barbosa.

No caso é mais uma par-ticipação especial. O pró-prio Fagundes, até como homenagem ao Benedito, sempre demonstrou inte-resse em ser lembrado para o elenco de “Meu Pedacinho de Chão”.

Alguns destaques Na categoria Melhor Ator, a disputa entre Antônio

Fagundes, Bruno Gagliasso e Mateus Solano promete fortes emoções, assim como de Melhor Atriz, com Paolla Oliveira, Susana Vieira e Vanessa Giácomo.

São cinco atores de “Amor à Vida” concorrendo contra um de “Joia Rara”.

Bate-rebate• Silvio Santos continua nos

Estados Unidos em férias. E como ele nunca dá maiores satisfações, no SBT ninguém sabe quando será a sua vol-ta. Acham que será entre a última semana de fevereiro e a primeira de março. Mas é só palpite, porque ninguém tem certeza de nada. Silvio deixou programas gravados com folga.

• Wolf Maya ficou entu-siasmado com o projeto da série “A Casa de Eny”, escrita por Walther Negrão e Suzana Pires. Só que a Globo ainda não bateu o martelo que será dele a direção-geral.

• Romário, ex-jogador, cur-vou-se a boa proposta e já aparece como propaganda de uma marca de cerveja.

• Bandeirantes optou por um almoço, agora em fe-vereiro, para apresentar ao mercado as novidades da sua programação em 2014.

‘Vídeo Show’ com mudanças

Ricardo Waddington, desde dezembro, não tem interferido diretamente nos rumos do “Ví-deo Show”. Ainda é cedo para maiores cobranças, mas naquilo que se refere ao Ibope, a reação ainda não aconteceu. O barulho ou a resposta do público não atende ao que era esperado, o que até pode implicar novas mudanças.

GLOBO

Silvio de Abreu já está em-penhado na supervisão da novela de Daniel Ortiz, uma das próximas da Globo na faixa das 19h, com estreia em novembro.

Os trabalhos estão na fase inicial, mas já está decidido que a direção-geral será de Jorge Fernando e que Mônica Iozzi viverá um dos principais papéis.

C’est fi ni

Durante a passagem do regime feudal para o capitalista, três fato-res contribuíram para que esta tran-sição ganhasse impulso. O primeiro diz respeito ao comércio à longa distância que ganhou visibilidade a partir das avançadas tecnologias de navegação que possibilitou o comércio em outras latitudes, prin-cipalmente a colonização no Novo Mundo e a busca de novas fontes de riqueza.

O segundo ponto se refere à Reforma Protestante de Calvino e Lutero. A reforma foi importante por que rompeu com a ideia do-minante - implementada por santo Agostinho e são Tomás de Aquino - de que o lucro era pecado e não era bem-visto “aos olhos de Deus”. A reforma quebra com esta ideia:o empréstimo a juros não é mais condenável e sim importantes para o desenvolvimento econômico e o bem-estar das comunidades euro-peias. O lucro passou a ser aceito moralmente desde que fosse distri-buído boa parte aos mais necessi-tados e despossuídos de bens.

Por fi m, o terceiro fator se refere ao Renascimento. Este, talvez, foi o mais importante movimento inte-lectual deste período de transição e que possibilitou as mais signi-fi cativas conquistas dos séculos seguintes, bem como impulsionou outros movimentos importantes como a Revolução Francesa. Este movimentou deu impulsos a edu-cação e ao progresso científi co, ocasionando a criação de várias escolas de navegação, culminan-do em grandes invenções como a bússola e o astrolábio.

Portugal e Espanha eram as po-tências da época. Apesar de vizi-nhos, o que poderia ocasionar em

várias semelhanças, percebemos que seus modelos de colonização eram bastante distintos. Em “Ra-ízes do Brasil”, Sérgio Buarque de Holanda nos oferece um capítulo especialmente dedicado à questão. O modelo espanhol, por exemplo, se caracteriza pelo racionalismo na ocupação de suas colônias, que vai desde o estabelecimento de moradias da praça como fi gura central da cidade ou ocupação, até o número máximo de colonos. Já a colonização portuguesa no Brasil se voltou completamente ao litoral, pois se invadissem o interior do território brasileiro iriam se depa-rar com os índios, o que não era bem o que foram buscar - brigas e contendas - e sim metais preciosos e especiarias.

Estas linhas já nos levam a pensar nas origens de nosso nosso perfi l formador. O atraso tecnológico no Brasil colônia não contava com o mais simples sistema de educação, segundo as observações de Noval Benaion. Enquanto as colônias es-panholas já podiam contar com inúmeras universidades, o Brasil sequer evidenciou a qualidade de um ensino médio.

Todas estas observações nos levam a pensar nos dias de hoje, cujo modelo corrupto e exacer-badamente burocrático moldou alguns dos nossos nos fazendo acreditar realmente que o fi m do mundo está bem próximo. Aprisionados em meio ao círculo vicioso de nossa herança política fi camos submetidos a toda a sorte de infortúnios. Hora de olharmos para o passado e percebermos os estigmas de nossa colonização e os efeitos diretos no processo de nossa formação cultural.

*Márcio [email protected]

*Márcio Brazé ator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultura

A reforma foi impor-tante por que rom-peu com a ideia dominante - imple-mentada por santo Agostinho e são To-más de Aquino”

O Brasil e o estigma da herança colonial

MÁRIO ADOLFO

REGI

ELVIS

GILMAL

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Page 30: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Programação da TV

3H15 JORNAL DA SEMANA SBT4H IGREJA UNIVERSAL 5H PESCA ALTERNATIVA6H BRASIL CAMINHONEIRO

SBT

Patrícia Abravanel apresenta o programa “Roda a Roda Jequiti” hoje, no Canal SBT

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 As atribuições sociais e profissionais, assim como sua própria identidade, perdem sentido mais rapidamente a partir de agora. Você quer a liberdade para mostrar outra face sua.

TOURO - 20/4 a 20/5 Desviar seu rumo de vida por conta da passi-vidade diante dos obstáculos e resistências já criou muitos problemas para você. O momento agora pede mudar de atitude aqui.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As condições materiais e os projetos de vida se modificam muito rapidamente. Situações antigas perdem o sentido. Abre-se o espaço para você viver novas possibilidades.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Seus vínculos e atribuições sociais e profis-sionais estão se transformando muito mais rapidamente a partir de agora. Será preciso encontrar um novo sentido para o viver.

LEÃO - 23/7 a 22/8 A rotina de trabalho e a filosofia de vida podem perder o sentido de maneira rápida e radical. É preciso se orientar por valores novos e construir uma rotina transformada.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Sua vida amorosa se transforma em profun-didade. Nada será como antes. Por um bom tempo, as coisas seguem para além de seu controle. Mantenha-se em equilíbrio.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A estrutura familiar e o casamento entram em crise e precisam renovar seus significados. Você terá que firmar novos vínculos, assim como uma nova maneira de se vincular.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Sua rotina de vida não se sustenta mais e é preciso encontrar outras opções, antes de tudo se esfacelar. Você terá que aprender outros ritmos de vida e de cotidiano.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 A vida financeira e a amorosa entram em crise mais aguda. O que antes fazia sentido, agora não faz mais. Você terá que rever seus valores de maneira bastante profunda.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Sua identidade pessoal e a situação familiar entram em transformação radical. Tudo muda em você e em suas raízes. Mantenha-se em equilíbrio, apesar de toda essa revolução.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Algumas limitações se impõem de maneira drástica e forçam você mudar seu modo de viver. É preciso rever as condições e possibi-lidades com que pode contar para você.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Seu projeto geral de vida e as condições finan-ceiras modificam-se rapidamente, e alteram seu significado e suas possibilidades. É hora de pensar em novas possibilidades.

CruzadinhasCinema

REPRODUÇÃO

BAND RECORD

GLOBO

3H45 BÍBLIA EM FOCO4H SANTO CULTO EM SEU LAR4H30 DESENHOS BÍBLICOS7H DESENHOS BÍBLICOS7H30 RECORD KIDS8H AMAZONAS DA SORTE 9H NOSSO ENCONTRO 10H15 RECORD KIDS11H00 DOMINGO DA GENTE 13H15 O MELHOR DO BRASIL 17H20 DOMINGO ESPETACULAR 21H15 SÉRIE SPARTACUS22H15 50 POR 1 23H10 PROGRAMAÇÃO IURD

4H00 – SHOW DE DESENHOS5H30 – SANTA MISSA NO SEU LAR6H30 – SABADÃO DO BAIANO7H00 – CONEXÃO CARGAS8H30 – DESENHO8H30 – MACKENZIE EM MOVIMENTO8H45 – INFOMERCIAL – Polishop9h45 – VERDADE E VIDA10h – MINUTO DO FUTEBOL - boletim10h – PÉ NA ESTRADA10h35 – OS SIMPSONS - Maratona12h15 – DE OLHO NO FUTEBOL - boletim12h20 – BAND ESPORTE CLUBE

A Menina Que Roubava Livros: EUA. 14 anos. Baseado no livro best-seller, A Menina Que Roubava Livros conta a história de Liesel, uma garotinha extraordinária e corajosa, que foi viver com uma família adotiva durante a Segunda Guerra, na Alemanha. Ela aprende a ler, encorajada por sua nova família, e Max, um refugiado judeu, que elas escondem embaixo da escada. Para Liesel e Max, o poder das pala-vras e da imaginação se tornam a única escapatória do caos que está acontecendo em volta deles. A Menina Que Roubava Livros é uma história sobre a capacidade de sobrevivência e resistência do espírito humano. Cinemais Millennium 8 – 14h15, 16h50, 19h25, 22h (leg/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 14h10, 16h40, 19h, 21h30 (dub/diariamente), Cinemais Plaza 6 – 14h, 16h35, 19h10, 21h45 (dub/diariamen-te); Cinemark 8 – 11h40 (dub/somente sábado e domingo), 14h40, 17h50, 20h50 (dub/somente sexta-feira, sábado e domingo), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), 14h40, 17h50, 20h50 (dub/exceto sexta-feira, sábado e domingo); Cinépolis 1 – 13h05, 19h05 (leg/diariamente); Cinépolis 7 – 12h30, 15h30 (dub/diariamente), 18h30, 21h30 (leg/diariamente).

ESTREIA

Trem Noturno Para Lisboa: EUA. 14 anos. Raimund Gregorius (Jeremy Irons), afetuosamente chamado de ‘Mundus’ por seus alunos, é um professor de latim do ensino médio e um especialista em línguas antigas. Sua vida é transformada depois de um encontro misterioso com uma jovem portuguesa na antiga ponte de Kirchenfeld, na bela cidade suíça de Berna, que ele consegue impedir que salte para a morte nas águas geladas do rio. Raimund fica intrigado, mas a mulher desaparece, deixando seu casaco para trás. Dentro de um bolso, ele descobre um livro de um médico português chamado Amadeu de Prado, com uma passagem de trem no miolo. Ele decide usá-la espontaneamente, partindo para uma jornada de aventura em Lisboa. Enquanto procura pelo autor, Raimund revisita um capítulo sombrio da história do país e desvela um trágico triângulo amoroso. Ele é atraído para dentro de um misterioso quebra-cabeças onde os riscos são extremamente altos, cheio de intrigas políticas e emocionais. Por fim, sua jornada transcende o tempo e o espaço, tocando questões da história, da filosofia e da medicina, encontrando o amor e evoluindo para uma busca libertadora pelo verdadeiro sentido da vida. Playarte 2 – 16h10, 18h35, 20h50 (leg/diariamente), 23h15 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Quarenta e Sete Ronins: EUA. 14 anos. Um bando de samurais busca vingança pela morte de seu líder no Japão do século 18. Cinemais Millennium 3 – 14h30, 17h, 19h20 (3D/dub/diariamente), 21h50 (3D/leg/diariamente); Cinemark 6 – 18h20 (dub/exceto quarta-feira), 13h, 15h40 (3D/dub/exceto quarta-feira), 21h (3D/dub/diariamente); Cinépolis 1 – 16h10, 22h15 (3D/leg/diariamente); Cinépolis 5 – 13h30, 19h15 (3D/dub/diariamente), 16h15, 22h (3D/leg/diariamente); Playarte 7 – 13h20, 15h45, 18h10, 20h35 (leg/diariamente), 23h (leg/diariamente).

4H SANTA MISSA EM SEU LAR5H AMAZÔNIA RURAL5H30 PEQUENAS EMPRESAS, GRAN-DES NEGÓCIOS6H05 GLOBO RURAL6H55 AUTO ESPORTE7H30 ESPORTE ESPETACULAR10H45 TEMPERATURA MÁXIMA12H05 SAI DO CHÃO14H05 DIVERTICS15H00 FUTEBOL 2014: CAMPEONATO CARIOCA - FLAMENGO X MACAÉ 17H00 DOMINGÃO DO FAUSTÃO18H45 FANTÁSTICO21H15 BIG BROTHER BRASIL 22H00 DOMINGO MAIOR 00H15 FLASH BIG BROTHER BRASIL1H25 CORUJÃO 2H45 HAVAII FIVE - 0.3H40 FESTIVAL DE DESENHOS

6H30 AVENTURA SELVAGEM7H30 VRUM8H AMAZONAS DA SORTE9H DOMINGO LEGAL 13H ELIANA17H RODA A RODA JEQUITI17H45 SORTEIO DA TELESENA18H PROGRAMA SÍLVIO SANTOS22H DE FRENTE COM GABI23H SÉRIE0H SÉRIE 21H SÉRIE 32H20 BIG BANG3H IGREJA UNIVERSAL

14h – GOL: O GRANDE MOMENTO DO FUTEBOL14h30 – FUTEBOL 2014 – ao vivo16h50 – TERCEIRO TEMPO 18h – OSCAR - desenho 18h10 – CAÇADORA DE RELÍQUIAS19h – SÓ RISOS 21h – PÂNICO NA BAND0h – CANAL LIVRE1h – MINUTO DO FUTEBOL – boletim1h40 – SHOW BUSINESS-Reapresentação2h30 – IGREJA UNIVERSAL

Confi ssões de Adolescente: BRA. 12 anos. Cinemais Plaza 4 – 18h40, 21h10 (diaria-mente); Cinemark 3 – 14h (somente sexta-feira, sábado e domingo); Playarte 8 – 13h, 15h (diariamente).

Caminhando com Dinossauros – O Filme: EUA. Livre. Cinemark 7 – 12h50 (3D/dub/exceto terça-feira); Cinépolis 9 – 16h30, 18h45 (3D/dub/diariamente).

Frozen, Uma Aventura Congelante: EUA. Livre. Cinemais Millennium 5 - 14h50, 17h15 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 3 – 14h30, 16h30 (dub/diariamente); Cinemark 2 – 11h50, 14h20 (dub/somente sexta-feira, sábado e domingo), 11h50, 14h20 (dub/exceto sexta-feira, sábado e domingo); Cinépolis 9 – 14h (dub/diariamente); Playarte 4 – 12h40, 14h50, 17h, 19h10, 21h20 (dub/diariamente).

Até Que a Sorte Nos Separe 2: BRA. 10 anos. Cinemais Millennium 7 – 19h20, 21h10 (diariamente); Cinemais Plaza 7 – 15h10, 17h20, 19h40, 21h50 (dub/diariamente); Cinemark 3 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 16h20, 18h50, 21h20 (dub/so-mente sexta-feira, sábado e domingo), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado), 14h, 16h20, 18h50, 21h20 (dub/exceto sexta-feira, sábado e domingo); Cinépolis 2 – 14h55 (diariamente); Playarte 7 – 17h, 19h05, 21h15 (diariamente), 23h25 (somente sexta-feira e sábado

Azul É A Cor Mais Quente: FRA. 18 anos. Playarte 2 – 13h (leg/diariamente). O Lobo de Wall Street: EUA. 16 anos. Cinemais Millennium 2 – 14h40, 18h, 21h20

(leg/diariamente); Cinemark 4 – 22h10 (dub/diariamente); Cinépolis 3 – 14h, 17h40, 21h25 (leg/diariamente); Cinépolis 9 – 21h (leg/diariamente); Playarte 10 – 13h, 16h30, 20h (leg/diariamente), 23h25 (leg/somente sexta-feira e sábado).

O Herdeiro do Diabo: EUA. 12 anos. Cinemais Millennium 6 – 15h20, 17h20, 19h30, 21h30 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 15h, 17h, 19h50, 22h (dub/diariamente); Cinemark 2 – 16h50, 19h20, 21h40 (dub/somente sexta-feira, sábado e domingo), 19h20, 21h40 (dub/exceto sexta-feira, sábado e domingo); Cinépolis 10 – 20h35, 22h55 (leg/diariamente).

Frankstein – Entre Anjos e Demônios: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium 1 – 15h10, 17h10, 19h10 (3D/dub/diariamente), 21h15 (3D/leg/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 18h50, 21h 3d/dub/diariamente); Cinemark 1 – 13h10, 15h30, 18h, 20h30 (dub/somente sexta-feira, sábado e domingo), 13h10, 15h30, 18h, 20h30 (dub/exceto sexta-feira, sábado e domingo), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 7 – 19h40 (3D/dub/exceto terça-feira), Cinemark 7 – 14h50, 17h20 (3D/dub/exceto terça-feira), 22h (3D/dub/diariamente); Cinépolis 4 – 15h (3D/dub/diariamente), 17h15, 20h, 22h20 (3D/leg/diariamente); Playarte 5 – 14h, 16h, 18h, 20h10 (dub/diariamente), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado), 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (leg/diariamente), 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 1 - 13h, 15h, 17h, 19h (3D/dub/diariamente), 21h (3D/leg/diariamente), 23h (leg/somente sexta-feira e sábado).

CONTINUAÇÕES

Ninfomaníaca: DIN. 18 anos. Cinépolis 2 – 17h35, 20h30 (leg/diariamente).Muita Calma Nessa Hora 2: BRA. 12 anos. Cinemais Millennium 4 – 14h35,

16h40, 18h50, 21h (diariamente); Cinemais Plaza 8 – 15h20, 17h30, 19h30, 21h40 (diariamente); Cinemark 5 – 13h05, 15h20, 17h40, 20h10, 22h20 (dub/somente sexta-feira, sábado e domingo), 13h05, 15h20, 17h40, 20h10, 22h20 (exceto sexta-feira, sábado e domingo); Cinépolis 6 – 14h45, 17h, 19h30, 21h45 (diariamente); Playarte 6 – 13h30, 15h25, 17h20, 19h15, 21h10 (diariamente), 23h05 (diariamente).

Tarzan – A Evolução da Lenda: ALE. Livre. Cinemais Millennium 7 – 14h20, 16h20 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 14h50, 16h50 (3D/dub/diariamente), Cinemais Plaza 4 – 14h, 16h (dub/diariamente); Cinemark 4 – 12h55, 15h10, 17h30 (dub/exceto segunda-feira), 19h50 (dub/diariamente); Cinépolis 10 – 13h45, 16h, 18h15 (dub/dia-riamente); Playarte 3 – 12h40, 14h40, 16h40, 18h40 (dub/diariamente).

Atividade Paranormal – Marcados Pelo Mal: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium 5 – 19h40, 21h40 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 3 – 19h20, 21h20 (dub/diaria-mente); Cinemark 2 – 0h (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 3 – 20h40 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado).

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Page 31: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Gisèlle Lins Maranhão está trocando de idade hoje. Amanhã, Thais Sampaio, Mariete Gilona, Valdenice Garcia e Márcia Marinho estarão aniversariando. Os cumprimentos da coluna.

O Glam Dancing Bar é pura agitação hoje com o “Juke Boxx”. O DJ May Seven, Nelly Miranda e convidados se revezaram no palco para a alegria dos amantes do pop rock nacional.

Estão abertas as inscri-ções para o 4° Congresso Brasileiro de Saúde Mental, que traz o tema “Navegando pelos rios da Saúde Mental da Amazônia: diversidades culturais, saberes e fazeres do Brasil”, que será realiza-do em Manaus, de 4 a 7 de setembro, na Universidade Nilton Lins.

A cena animada da cidade agendou para o próximo dia 16, o sunset chic do Chiclete com Banana, no Diamond. Quem assina a promoção é a Fábrica de Eventos.

Com o tema “Eu quero Ma-naus padrão Fifa”, a edição 2014 da banda do Boulevard promete agitar as depen-dências da avenida no dia 23 de fevereiro. Na próxima

quinta-feira, a diretoria orquestrará o lança-

mento do seu CD, com participação do Ita Melodia.

Lounge VIP. Um delicioso canudi-nho entre os dedos e uma refrescante fl ûte com cham-panhe na outra mão serviram de ingredientes indis-pensáveis para as convivas que foram

assistir ao último capí-tulo de Amor à Vida, no duplex do Saint Moritz

da anfi triã Eliane Schnei-der, anteontem.

A mistura de alegria e alto astral sempre atrai muitos espectadores, não é mesmo? Então não perca a Banda do Vieiralves orga-nizada pelos ótimos Lou Ca-liri e James Cavalcante, no próximo dia 15, tendo como padrinhos Goreth Ribeiro e

Waisser Botelho.

::::: Sala de Espera

Não há outro adjetivo às criaturas que quebraram as grades ao longo da Djalma Batista. Pasmem: as grades postas pela prefeitura – para justamente prevenir aci-dentes fatais entre os transeuntes que teimam driblar os carros ao atravessar – foram arrancadas. Isso tudo porque os “pedestres-sedentários” não querem subir e descer a passarela. É muita coragem...

::::: Vândalos

MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

agendou para o próximo dia 16, o sunset chic do Chiclete com Banana, no Diamond. Quem assina a promoção é a Fábrica de Eventos.

Com o tema “Eu quero Ma-naus padrão Fifa”, a edição 2014 da banda do Boulevard promete agitar as depen-dências da avenida no dia 23 de fevereiro. Na próxima

quinta-feira, a diretoria orquestrará o lança-

mento do seu CD, com participação do Ita Melodia.

Lounge VIP. Um delicioso canudi-nho entre os dedos e uma refrescante fl ûte com cham-panhe na outra mão serviram de ingredientes indis-pensáveis para as convivas que foram

assistir ao último capí-tulo de Amor à Vida, no duplex do Saint Moritz

da anfi triã Eliane Schnei-der, anteontem.

A mistura de alegria e alto astral sempre atrai muitos espectadores, não é mesmo? Então não perca a Banda do Vieiralves orga-nizada pelos ótimos Lou Ca-liri e James Cavalcante, no próximo dia 15, tendo como padrinhos Goreth Ribeiro e

Waisser Botelho.

descer a passarela. É muita coragem...

A Banda Independente da Confraria do Armando deu o start ao Carnaval de Manaus com seu primeiro “esquenta”. De quebra, a diretoria apresentou as marchinhas que irão animar a banda mais famosa da cidade, entre elas, “Alô Manô, mas que calor!” – de autoria de Mário Adolfo, Edu do Banjo, Pinheiro e Dudu Brasil. Alegre, original e divertida – desde sua criação – o enredo da Bica, este ano, tira sarro do palpite infeliz do técnico da seleção da Inglaterra, Sir Roy que não queria jogar em Manaus por causa do calor e dos jacarés. Que tal? E viva a irreverência do humor sarcástico da Bica: “Em anos de Copa e Eleição, inglês foge do caldeirão e político ladrão vai para a cadeia

do Vivaldão”.

::::: A folia de Momo está aberta

Os pais Solange e Raul Andrade mais os irmãos Thiago, Yuri, Matheus e Thais convidam para conferir a missa em Ação de Graça pelos 15 aninhos da linda Mariah, no próximo dia 12, às 20h, na Igreja Nossa Senhora de Nazaré. Aliás, o convite chiquérrimo transpira elegância e bom-gosto.

::::: Evento religioso

Mais de 250 famílias de produto-res rurais de Envira foram bene-fi ciadas com a entrega de títulos de terra por meio do Instituto de Terras do Amazonas. A ação

aproveitou o aniversário da cidade para regularizar a

situação de mais de 27 mil hectares de pro-

priedades. O vice-governador José Melo acompanhou a ação de perto, na foto com o agricultor Fran-cisco Miranda, que há cinco anos tentava

obter o docu-mento para poder inves-tir na sua

propriedade e diversifi car a pequena produção de verduras que mantém no lugar

::::: Confetes-com-flashesA festa de aniversário do editor deste espaço

vai ser pura diversão. O festim movimentará a cena alegre e divertida da cidade no próximo dia 15, no chique Le Rêve, com uma feijoadíssima ao som dos hits carnavalescos do DJ Sidney Almada, Chandon e delícias da Blend Chocolateria. O vai-vém das mulheres mais interessantes servirá de ingrediente indispensável para batizar o auê de Momo o acontecimento da temporada.

técnico da seleção da Roy que não queria jogar em Manaus por causa do calor e dos jacarés. Que tal? E viva a irreverência do humor sarcástico da Bica: “Em anos de Copa e Eleição, inglês foge do caldeirão e político ladrão vai para a cadeia

do Vivaldão”.

Os pais Solange e Raul Andrade mais os irmãos Thiago, Yuri, Matheus e Thais convidam para conferir a missa em Ação de Graça pelos 15 aninhos da linda Mariah, no próximo dia 12, às 20h, na Igreja Nossa Senhora de Nazaré. Aliás, o convite chiquérrimo transpira elegância e bom-gosto.

::::: Evento religioso

Depois que a área que compreende as avenidas

Mário Ypiranga e Umberto Calderaro passou a fi gurar como zona de investimento

imobiliário, o trecho da Belo Horizonte que corta as duas vias fi cou perigo-síssimo! Aquela “ladei-rinha” logo depois do fórum Henock Reis é um susto. É preciso pensar numa alternativa já que

ali se concentram hotéis, shopping, hipermercado,

hospital, enfi m, trânsito pesado. Pela fé!

::::: Perigo

A bela Karina Guimarães nos domínios do Village Restaurante

Janice Honorato e Rafael Campos em dia de lança-mentos das preciosidades do JH Studio, badalada jo-alheria chic do Vieiralves

Com uso de elegância única, Moramay Araú-jo desfi lando simpatia em recente aparição relâmpago

Rita Bacury e Zeca Nas-cimento conferindo agito animado sob o comando de Pedrinho Aguiar

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

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Page 33: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

3 Duas horas com Stephen Hawking Uma visita ao cientista mais pop da atualidade. Págs. 4, 5 e 6

2 A criança é o pai do homem O amadurecimento das letras russas no século 19. Pág. 3

1 Os 70 anos de Henfi l E outras 8 indicações culturais Pág. 2

Do arquivo de J. R. Duran

4 Diário de Pequim Quem despreza 1 bilhão de telespectadores? Pág. 7

5 Salvador, 1994. Pág. 8

Capafotografi a deJaime Travezán

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Page 34: EM TEMPO - 2 de fevereiro de 2014

G2 MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

Ilustríssima Semana O MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

FOTOGRAFIAConfi ra imagens da exposição ‘As Câmeras Duplas’

A BIBLIOTECADE RAQUELA colunista do Painel das Letras e repórter da “Ilustríssima” co-menta o mercado editorial

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

>>folha.com/ilustrissima

CLARA ALLAIN, 56, é tradutora.

JOSÉ EDELSTEIN, 45, físico teórico argentino, é pro-fessor na Universidade de Santiago de Compostela (Es-panha); publicou originalmente o relato de seu encontro com Stephen Hawking na revista “Orsai”.

JAIME TRAVEZÁN, 50, é repórter-fotográfi co peruano. Foi eleito o fotógrafo do ano, em 2012 pela revista britânica “Professional Photographer”.

J. R. DURAN, 61, é fotógrafo, editor da “Rev.Nacional” e autor do romance “Cidade sem Sombras” (Benvirá, 2013).

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

JAIME TRAVEZÁN

HOMENAGEM | HENFIL Evento no Museu da Repú-

blica do Rio celebra o cartu-nista (1944-88), que comple-taria 70 anos na quarta (dia 5). A programação inclui um bate-papo com o ator Pau-lo Betti, o cartunista Chico Caruso, o jornalista Tárik de Souza e o diretor Nelsinho Ro-drigues, além do lançamento de cinco novos números da “Coleção Fradim”, reedição das revistas publicadas por Henfi l na década de 1970.

Quarta (dia 5), às 19h | grátis

‘Coleção Fradim’ | ed. Henfi l Educação e Susten-tabilidade | R$ 15 (cada livro), pelo site www.co-lecaofradim.org.br

‘Eu Matei Len-non’, desenho de Henfi l no ‘Fradim’ nº. 31

MARCELO COMPARINI, 33, é artista plástico.

MARCELO NINIO, 47, é correspondente da Folha em Pequim.

RAFAEL CAMPOS ROCHA, 43, é ilustrador, autor de “Deus, Essa Gostosa” (Quadrinhos na Cia.). Pág. 3

RUBENS FIGUEIREDO, 57, é professor, escritor e tradutor. Transpôs do russo, entre outros, “Guerra e Paz” (Cosac Naify), de Lev Tolstói, e escreveu o romance

“Passageiro do Fim do Dia” (Companhia das Letras).

SÉRGIO SANT’ANNA, 72, é escritor, autor de, entre outros, “Páginas sem Glória” e “O Livro de Praga” (ambos pela Companhia das Letras).

1

PALESTRA | O HAICAI NO BRASIL O poeta, tradutor e ensaísta Marcelo

Tápia aborda a origem do haicai e os autores brasileiros que se dedicaram a essa tradicional forma poética japonesa, como Pedro Xisto e Guilherme de Almeida, autor de poemas no gênero como “Quiriri”: “Calor. Nos tapetes/ tranquilos da noite, os grilos / fi ncam alfi netes”.

Casa Guilherme de Almeida | ter. (dia 4), das 19h às 21h | grátis (inscrições: tel. 11-3673-1883 ou [email protected])

LIVRO | HIPERCONEXÕES: REALIDADE EXPANDIDA A antologia propõe uma viagem poética ao futuro

e indaga o destino do homem em meio a transfor-mações tecnológicas. Temas como robótica, nano-tecnologia, neurociência e clonagem perpassam os versos dos 31 poetas que integram o volume (entre eles, Fausto Fawcett, Ronaldo Bressane e Sérgio Alcides). No lançamento, o professor de tecnologia e mídias digitais da PUC-SP Fábio Fernandes conduz debate sobre o pós-humano.

Terracota | organização de Luiz Bras | R$ 25 | 96 págs. | qua., das 19h às 21h30 | Casa das Rosas

LIVRO | HISTÓRIA DO MUNDO GREGO ANTIGO O historiador francês François Lefèvre demonstra

neste volume grande esforço de síntese para traçar, com clareza, um painel da trajetória da civilização grega, da pré-história até a dominação romana (por volta de 146 a.C.). “Não há dúvida de que essa história que chamam de ‘antiga’, que está tão viva, continuará a fascinar, pois nela é fácil reencon-trarmos a nós mesmos”, diz o autor, em prefácio à edição brasileira.

trad. Rosemary Costhek Abilio | WMF Martins Fontes | R$ 68 | 488 págs.

LIVRO | VIRGINIA WOOLF Fruto de duas palestras que a escritora britânica (1882-

1941) fez em 1928, “Um Teto Todo Seu”, em nova edição no Brasil, traça um panorama da condição social das mulheres e da presença feminina, como força criadora, na história da literatura. O volume traz ainda posfácio da crítica literária Noemi Jaff e, trechos do diário de Woolf (entre 1919 e 1940) e cronologia de sua vida.

trad. Bia Nunes de Sousa | Tordesilhas | R$ 34 | 190 págs.

DVD | BOB, O JOGADOR Neste suspense de 1956

dirigido por Jean-Pierre Melville, um velho gân-gster (Roger Duchesne) à beira da falência planeja roubar um cassino. O fi lme antecipa alguns dos prin-cipais pontos da nouvelle vague, movimento divi-sor de águas no cinema francês: baixo orçamento, fi lmagem nas ruas, atores não profi ssionais, a infl u-ência marcante do cinema americano (no caso, os fi lmes policiais).

Cult Classic |R$ 29,90

LIVRO | SCHMIDT RECUA Livro fi nal da trilogia pro-

tagonizada pelo personagem Albert Schmidt, advogado bem-sucedido cuja vida sofre uma reviravolta com a viuvez e a aposentadoria. Neste romance de Louis Begley, ele também ex-advogado, o personagem-título está, aos 78 anos, tentando reatar um amor do passado, com uma atraente editora fran-cesa de meia-idade. O primeiro livro da série, “Sobre Schmidt”, foi adaptado para o cinema, com Jack Nicholson no papel do protagonista.

trad. Rubens Figueiredo | Companhia das Letras | R$ 59 | 400 págs.

EXPOSIÇÃO | AS CÂMERAS DUPLAS Uma ideia extravagante do artista plástico Guto Lacaz

guia as fotografi as da mostra: a criação de câmeras imaginárias capazes de registrar frente e verso de uma imagem ou condensar dois momentos consecutivos. Os fotógrafos Arnaldo Pappalardo, Bruno Cals, Cris Bierrenba-ch, Tuca Vieira e o coletivo Garapa partem desse conceito e representam como seriam as imagens elaboradas por tais equipamentos futuristas.

Galeria Mario Schenberg da Funarte - São Paulo | seg. a qui., das 10h às 18h; sex. a dom., das 15h às 21h | até 23/2 | grátis

TEATRO | LES COMMEDIENS TROPICALES A peça “Quem Não Sabe Mais Quem É, o Que É

e Onde Está, Precisa se Mexer” fi naliza o projeto “Laboratório Permanente de Plágio”, em que o grupo Les Commediens Tropicales remonta peças de outras companhias, com direção dos artistas envolvidos na montagem original (neste caso, Georgette Fadel e Paula Klein, da Cia. São Jorge de Variedades). Criada a partir de fragmentos de textos do dramaturgo alemão Heiner Müller, “Quem Não Sabe” retrata, com humor anárquico, guerrilheiros que tramam uma ação revolucionária. A peça começa nas ruas do Bom Retiro e segue para dentro do teatro.

Ofi cina Cultural Oswald de Andrade | de sex. (dia 7) a 1/3 | sex., ao meio-dia, e sáb., às 16h | grátis

Foto de Cris Bierrenbach

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G3MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

2Romance de formação

Crítica

Vem de muito tempo a noção de que a literatura possui um estatuto de exceção entre as atividades humanas. Ocuparia uma dimensão tão específi -ca que poderia bastar-se a si mesma e sobre ela não teriam

RUBENS FIGUEIREDO

Como a Rússia viu crescer sua literatura

RESUMOA força da literatu-ra russa provém em grande parte da inte-gração de seus auto-res ao debate sobre o destino do país. “Antologia do Pensa-mento Crítico Russo (1802-1901)” expri-me em 22 ensaios, de nomes como Tolstói e Bielínski, o embate entre a mo-dernização ao estilo ocidental e o apego às raízes nativas.

efeitos relevantes os fatores que atuam no restante da vida social. E mais: supor que tais efeitos sejam relevantes sig-nifi caria diminuir a literatura, empobrecê-la.

Vista do presente, a litera-tura russa parece que nasceu para pôr em questão essa tese, hoje quase consolidada como norma. Pois a surpresa inicial com a quantidade de obras memoráveis dessa literatura, obras capazes de resistir às transformações históricas e até de ganhar mais força com elas, nos leva espontaneamen-te a perguntar de onde provém tudo isso.

O livro “Antologia do Pen-samento Crítico Russo (1802-1901)” [vários tradutores, Edi-tora 34, R$ 76, 608 págs.], organizado por Bruno Barret-to Gomide, permite entender melhor a questão. Podemos perceber que a vida intelectual russa se confi gurou como uma vasta polêmica em torno do destino de um país em forma-ção, cujos horizontes pareciam abertos para muitas direções e possibilidades.

A literatura russa se integra organicamente a essa polêmi-ca. Daí provém grande parte

de sua força e de seu alcance, pois por meio de tais debates ela se enraizou na dinâmica da sociedade. Os autores não viviam isolados em bolhas de uma genialidade inexplicável. O livro, recém-lançado, reúne ex-tratos dessa polêmica e assim abre caminho para refl etirmos de modo mais racional sobre o fenômeno da literatura russa.

CriançaUm ponto de partida pode ser

um trecho do ensaio de Vissa-rion Bielínski, de 1846, presente no volume. Após afi rmar que a literatura do país “ainda é uma criança”, ele propõe: “Por isso nossa literatura, semelhante a nossa sociedade, apresen-ta um espetáculo de possíveis contradições, contraposições, extremos e esquisitices. Isso porque ela não se iniciou por si mesma, mas foi, de iní-cio, transplantada de um solo alheio para o nosso”. Portanto, uma forma social foi transplan-tada em bloco para a Rússia, de uma só vez. E, dentro dela, veio a literatura.

Essa forma social e seus con-teúdos (a literatura é um deles) tendem a ser percebidos como invasores, que tomam o lugar de

formações sociais e expressões culturais próprias. Em maior ou menor medida, um sentimen-to de opressão estará sempre associado a esse processo e à presença de tais formas sociais, mesmo quando descritas como progresso. A modernização, ou seja, a introdução das relações capitalistas, é vivida em geral como um trauma.

Se Bielínski diz que a literatu-ra russa “ainda é uma criança”, outro autor, Piotr Tchaadáiev, em 1836, explorara a mesma imagem por outro ângulo: “As-similamos apenas ideias com-pletamente prontas e por isso aqueles vestígios indeléveis – que se depositam nas mentes por meio de um desenvolvimen-to consequente do pensamento e criam uma força intelectual – não sulcam nossas consci-ências. Crescemos, mas não amadurecemos [...] Parecemos aquelas crianças a quem nunca fi zeram raciocinar sozinhas, de modo que, quando crescem, não têm nada de próprio”. E mais: “Viemos ao mundo como fi lhos bastardos”.

A noção de “povos avan-çados” e “povos atrasados”, repetidas por Tchaadáiev, faz paralelo com as imagens de

adulto e criança, em que a his-tória procede à semelhança das etapas da vida do corpo. Assim, do ponto de vista da Rússia, a história tende a parecer uma corrida desigual em que os paí-ses tidos como modelos jamais poderão ser alcançados.

Também por isso chama atenção o ensaio de Lev Tolstói de 1859, cujo título basta para nos situar em outra perspecti-va: “Quem Deve Aprender a Es-crever com Quem: as Crianças Camponesas Conosco ou Nós com as Crianças Campone-sas?”. Aqui, a criança – e ainda por cima camponesa – ocupa a posição oposta e Tolstói inverte a direção da corrida. “Vemos nosso ideal à frente, quando ele está atrás”.

EducabilidadeOutro autor, Ivan Kiriêievski,

em 1852, arma sua argumen-tação por uma via diferente: “Havia a opinião geral de que a diferença entre ilustração da Europa e a da Rússia é apenas de grau e não de cará-ter, e menos ainda do espírito e dos princípios básicos da educabilidade. [...] diziam que antes, entre nós, havia apenas a barbárie, que nossa educação

tinha começado apenas a partir do momento em que passamos a imitar a Europa”.

O alcance do argumento é maior do que pode parecer, pois ele postula a possibilidade de um caminho alternativo para a sociedade se aprimorar, a par-tir de formas sociais enraizadas na vida popular.

Vale a pena citar novamente Kiriêievski: “Então será possí-vel na Rússia uma ciência ba-seada em princípios originais, diferentes daqueles que nos propõe a ilustração europeia. Então será possível na Rússia uma arte que fl oresça a partir de uma raiz nativa. Então a vida social na Rússia será fi rmada numa direção diferente da-quela que lhe pode transmitir a formação ocidental”.

Muito por alto, temos aqui uma ideia do rico e profundo debate entre as tendências es-lavófi las e ocidentalistas, que marcou a Rússia no século 19 e, como diz Bruno Gomide, sobreviveu de outras formas no século 20, prolongando-se até hoje. Não admira, pois tal debate exprime com pertinên-cia os dilemas históricos de fundo da Rússia e de países em situação similar.

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G4 MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 G5

Ciência

RESUMOEm visita à Universi-dade de Cambridge, físico argentino entre-vista o cientista mais popular da atualidade. Um retrato da vida e do pensamento de Stephen Hawking, que voltou ao noticiário nesta semana ao ne-gar, em novo artigo, a existência dos buracos negros, contrarian-do conclusões de 40 anos de suas próprias pesquisas.

3Senhor do tempo

Os corredores dos pago-des modernos que compõem o Centro de Ciências Ma-temáticas da Universidade de Cambridge convidam ao assombro. No primeiro andar, uma porta se destaca em meio à coreografi a confusa criada pela infi nidade de salas idênticas. É a única que não tem maçaneta; abre-se com um código numérico, e nela ainda se veem quatro furi-nhos nos quais, até há pouco, parafusos sustentavam uma discreta placa dourada, com 17 caracteres negros grava-dos em tipografi a clássica, em letras maiúsculas, dizendo “LUCASIAN PROFESSOR”.

A placa percorreu uma breve distância até parar na porta de Michael Green, um dos pais da teoria das cordas. O mesmo rótulo tinha sido fi xado, em 1669, à porta de um jovem professor univer-sitário de apenas 26 anos que respondia pelo nome de Isaac Newton. A partir daí, ser titular da cátedra Luca-siana converteu-se em distin-ção superlativa, legendária, compartilhada por gigantes da história da ciência. Como aquele que me aguarda atrás da porta da sala B1.07, Ste-phen William Hawking.

Se um encontro com Ha-wking é sempre aguardado com ansiedade máxima, a minha ansiedade se viu re-dobrada pela frustração da primeira tentativa.

Algumas semanas antes, eu tinha visita marcada à sua casa, mas um problema de última hora causou seu can-celamento. Foi preciso trocar o ambiente sóbrio e acolhe-dor da residência de Hawking pelo de sua sala de trabalho, luminosa e moderna. Em seu lar, eu o teria encontrado, como anos antes, mais des-contraído, diante de estantes de madeira, nas quais livros convivem com desenhos que lhe são enviados por dezenas de crianças do mundo todo e com algumas primeiras edições que ele coleciona, e ouvindo Wagner. “Ninguém conseguiu, nem antes nem depois dele, transmitir tanta emoção com a música.”

DoençaComo se sabe, Stephen Ha-

wking sofre de uma doença degenerativa que o imobili-zou quase por completo. Não obstante essa defi ciência grave, cujos primeiros sinto-mas apareceram na época de sua tese de doutorado, quan-

JOSÉ EDELSTEINTRADUÇÃO CLARA ALLAINFOTOGRAFIAS JAIME TRAVEZÁN

Stephen Hawking em 120 minutos

LEGADOBoa parte do que sa-bemos quanto aos as-pectos teóricos mais fundamentais acerca da origem do universo e seus mais misterio-sos habitantes, os bu-racos negros, é obra de Hawking.

do completou 21 anos, ele conseguiu desenvolver uma carreira científi ca que o ele-vou ao Parnaso dos maiores físicos teóricos da segunda metade do século 20.

Para dar a dimensão de sua importância como cientista, serei categórico: boa parte do que sabemos quanto aos aspectos teóricos mais fun-damentais acerca da origem do universo e seus mais mis-teriosos e monstruosos habi-tantes, os buracos negros, é obra dele.

Apesar de toda sua carreira ter sido marcada pelas limi-tações impostas pela doença, foi nos primeiros anos que ela avançou mais rapidamente. O jovem Stephen Hawking tinha grandes aspirações quando chegou a Cambridge e, em muito pouco tempo, viu-se diante da possibilidade real de não viver nem para concluir o doutorado.

O prognóstico habitual para os pacientes com esclerose lateral amiotrófi ca é de dois ou três anos de vida. A ponto de jogar a toalha, Hawking se apoiou em três pilares: o amor de sua primeira mulher, Jane Wilde; o incentivo intelectu-al que foi conhecer o físico matemático Roger Penrose; e, não menos importante, um aspecto de sua personalidade que se fará notar neste encon-tro: sua rebeldia impetuosa, obstinada e por vezes presun-çosa. A rebeldia de alguém que vê a ciência “como uma disciplina não apenas racio-nal mas também romântica e passional”.

Seu caráter indômito o le-

vou a enfrentar a autoridade acadêmica da época, Fred Hoyle, e sua “teoria do estado estacionário” (segundo a qual o universo, em permanente expansão, não se dilui graças à criação contínua de maté-ria), que era vista como al-ternativa promissora à então infamada teoria do Big Bang (cujo nome, paradoxalmente, foi cunhado por Hoyle).

Apesar de sua difi culdade crescente para escrever ou caminhar, Hawking publicou uma série de trabalhos cujo ápice foi um artigo assina-do com Penrose, em janeiro de 1970. Nesse texto, eles demonstraram matematica-mente que eventos em que o espaço e o tempo nascem e morrem, como o Big Bang e os buracos negros, não apenas são prováveis na teoria da relatividade ge-ral como são simplesmente inevitáveis. Os cientistas só se encontraram cara a cara uma vez durante o processo de redação do que hoje se conhece como o “teorema da singularidade”.

Casca de nozPouco antes, Arno Penzias

e Robert Wilson tinham des-coberto acidentalmente que o universo emitia, a partir de toda e qualquer direção, uma radiação térmica, indi-cação de que, levando em conta que a expansão produz resfriamento, ele teria de ter sido menor e mais quente no passado. Se regredísse-mos no tempo tanto quanto a imaginação nos permitisse, chegaria um momento em que o universo inteiro caberia numa casca de noz e que sua temperatura seria altíssima. O Big Bang, como fruto desse teorema e dessas observa-ções, adquiriu desde então status de teoria científi ca.

O trabalho feito com Penro-se bastaria para que Hawking conquistasse um lugar na his-tória da física. Mas suas con-tribuições mais característi-cas têm a ver com os buracos negros, criaturas fantásticas cuja história é fascinante.

Sua descoberta matemáti-ca foi feita por Karl Schwar-zschild, que completou os

cálculos nas trincheiras do front russo na Primeira Guer-ra, pouco após Einstein pu-blicar a teoria da relativida-de geral. Schwarzschild não chegaria a saber que, por um quarto de século, seus resul-tados seriam recebidos como uma extravagância. Algo tão excêntrico quanto o pênfi go paraneoplásico, doença au-toimune que o mataria meses mais tarde.

Em 1939, Robert Oppe-nheimer e Hartland Snyder demonstrariam que uma

estrela sufi cientemente pe-sada poderia implodir de-vido à atração gravitacio-nal, colapsando até chegar ao estado descrito por Karl Schwarzschild.

Muitos outros físicos contri-buiriam com pistas relevantes. Mas a mudança que fez com que esses seres mitológicos, cuja força gravitacional é tão intensa que nem sequer a luz consegue escapar, fossem considerados como entidades possivelmente reais deve mui-to a John Archibald Wheeler, que em 1967 os chamou bu-racos negros.

Nessa época o jovem doutor Stephen Hawking começava a domesticá-los, armado com papel e lápis, ao mesmo tem-po em que sua mulher, Jane, se ocupava de Robert, seu recém-nascido primogênito.

Já confi nado a uma cadeira de rodas, Hawking viu nascer sua fi lha Lucy, cuja chegada auguraria outras alegrias: pouco depois ele descobriu que os buracos negros deviam ter entropia, conceito esta-tístico associado a sistemas compostos. Mas, diferente-mente do que ocorre em todos os sistemas naturais conhe-cidos, sua entropia parecia residir em sua fronteira, e não no buraco negro em si.

Toda a informação se en-contraria, portanto, na super-fície que o rodeia, como uma lata de alimento em conserva que não se pode abrir, mas cujos detalhes podemos aces-sar pela leitura do rótulo. De acordo com o estabelecido então pelo cientista, os bu-racos negros seriam como hologramas.

As contribuições teóricas de Hawking dotaram de substância física esses en-tes misteriosos que, segundo ele, se emitissem radiação, evaporariam, levando junto o que haviam deglutido. Isso causa um confl ito frontal com as leis da física quântica: a informação, como a energia, não pode ser perdida. Se os buracos negros evaporam sem deixar rastro daquilo que engoliram, tanto faz se o livro era uma antologia poética de Vinicius de Moraes ou se era o mesmo livro, mas com páginas em branco.

Agora, depois de 40 anos de intensos debates, durante os quais Stephen Hawking ajudou a dar entidade aos buracos negros, o físico bri-tânico a nega.

Ele divulgou sua nova po-sição, na semana passada, em um artigo na plataforma arXiv, que acolhe trabalhos antes de sua publicação em revistas científi cas.

No texto, Hawking sugere que o chamado horizonte dos eventos, fronteira matemá-tica a partir da qual toda e qualquer coisa desapareceria dentro de um buraco negro, simplesmente não existe. Se não há horizonte de eventos, não há buracos negros! Para ele, em vez de horizonte de eventos, haveria um “horizon-te aparente”, capaz de cap-turar a luz por um tempo. O processo pelo qual o buraco negro engoliria matéria seria assim tão caótico que, ainda que a informação não se per-desse, estritamente, recons-trui-la seria tão difícil quanto, digamos, prever que tempo

vai fazer em São Paulo no instante preciso em que você estiver lendo estas linhas.

O novo artigo ainda não foi revisado por outros cientistas nem apresenta fundamenta-ção matemática para suas conclusões audazes e provo-cadoras. De fato, nenhuma das previsões de Stephen Hawking pôde ser compro-vada.

NobelPor isso ele não recebeu

o Nobel. Foi, no entanto, agraciado com uma distin-ção ainda mais prestigiosa, a medalha Copley, prêmio cien-tífi co mais antigo do mundo, outorgado pela Royal Society de Londres desde 1731.

Hawking a recebeu em 2006, dois anos antes de Penrose. Enquanto o Nobel de Física, Química ou Fisiologia é habitualmente dividido, a medalha Copley é entregue

a uma só pessoa por ano. Darwin, Einstein e Pasteur a receberam. Em 1838, numa rara ocasião em que foi difícil escolher um nome, ela foi compartilhada por Michael Faraday, um dos dez físicos mais importantes da história, e Carl Friedrich Gauss, rei da matemática.

No início dos anos 80, Ha-wking se propôs a escrever um livro em que pudesse explicar os conceitos avançados da física fundamental ao grande público. Recusou-se a fazê-lo com editoras acadêmicas, pois lhe interessava que o texto pudesse ser acessível a qualquer leitor. Habituado a usar uma linguagem metafó-rica e carregada de imagens em suas palestras, sentia-se preparado para lançar uma ponte sobre a enorme dis-tância que separa do cidadão comum as sofi sticadas teo-rias da física moderna, cuja expressão natural depende do idioma das matemáticas.

O lento processo de redação e correções do livro acabou difi cultado por um enorme contratempo. Em meados de 1985, numa visita que fazia ao Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), uma pneumonia deixou Hawking à beira da morte, e foi necessá-ria uma traqueostomia para salvá-lo. Desde então, ele fi -cou mudo. Apesar disso, em 1988 saiu, fi nalmente, “Uma Breve História do Tempo”, que catapultou a divulgação científi ca ao status de best-seller. O estímulo que o livro representou para que milha-res de jovens se inclinassem à ciência é incalculável.

HONRANenhuma das previ-sões de Hawking foi comprovada. Por isso, não levou o Nobel, mas sim uma distinção ainda mais prestigio-sa, a medalha Copley, prêmio científi co mais antigo do mundo.

JEITOFica a impressão de que Hawking sempre apostou contra o que julgava mais provável, como se ele desafias-se a natureza a seguir por um rumo inespe-rado, levado por sua própria rebeldia

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Ciência

RESUMOEm visita à Universi-dade de Cambridge, físico argentino entre-vista o cientista mais popular da atualidade. Um retrato da vida e do pensamento de Stephen Hawking, que voltou ao noticiário nesta semana ao ne-gar, em novo artigo, a existência dos buracos negros, contrarian-do conclusões de 40 anos de suas próprias pesquisas.

3Senhor do tempo

Os corredores dos pago-des modernos que compõem o Centro de Ciências Ma-temáticas da Universidade de Cambridge convidam ao assombro. No primeiro andar, uma porta se destaca em meio à coreografi a confusa criada pela infi nidade de salas idênticas. É a única que não tem maçaneta; abre-se com um código numérico, e nela ainda se veem quatro furi-nhos nos quais, até há pouco, parafusos sustentavam uma discreta placa dourada, com 17 caracteres negros grava-dos em tipografi a clássica, em letras maiúsculas, dizendo “LUCASIAN PROFESSOR”.

A placa percorreu uma breve distância até parar na porta de Michael Green, um dos pais da teoria das cordas. O mesmo rótulo tinha sido fi xado, em 1669, à porta de um jovem professor univer-sitário de apenas 26 anos que respondia pelo nome de Isaac Newton. A partir daí, ser titular da cátedra Luca-siana converteu-se em distin-ção superlativa, legendária, compartilhada por gigantes da história da ciência. Como aquele que me aguarda atrás da porta da sala B1.07, Ste-phen William Hawking.

Se um encontro com Ha-wking é sempre aguardado com ansiedade máxima, a minha ansiedade se viu re-dobrada pela frustração da primeira tentativa.

Algumas semanas antes, eu tinha visita marcada à sua casa, mas um problema de última hora causou seu can-celamento. Foi preciso trocar o ambiente sóbrio e acolhe-dor da residência de Hawking pelo de sua sala de trabalho, luminosa e moderna. Em seu lar, eu o teria encontrado, como anos antes, mais des-contraído, diante de estantes de madeira, nas quais livros convivem com desenhos que lhe são enviados por dezenas de crianças do mundo todo e com algumas primeiras edições que ele coleciona, e ouvindo Wagner. “Ninguém conseguiu, nem antes nem depois dele, transmitir tanta emoção com a música.”

DoençaComo se sabe, Stephen Ha-

wking sofre de uma doença degenerativa que o imobili-zou quase por completo. Não obstante essa defi ciência grave, cujos primeiros sinto-mas apareceram na época de sua tese de doutorado, quan-

JOSÉ EDELSTEINTRADUÇÃO CLARA ALLAINFOTOGRAFIAS JAIME TRAVEZÁN

Stephen Hawking em 120 minutos

LEGADOBoa parte do que sa-bemos quanto aos as-pectos teóricos mais fundamentais acerca da origem do universo e seus mais misterio-sos habitantes, os bu-racos negros, é obra de Hawking.

do completou 21 anos, ele conseguiu desenvolver uma carreira científi ca que o ele-vou ao Parnaso dos maiores físicos teóricos da segunda metade do século 20.

Para dar a dimensão de sua importância como cientista, serei categórico: boa parte do que sabemos quanto aos aspectos teóricos mais fun-damentais acerca da origem do universo e seus mais mis-teriosos e monstruosos habi-tantes, os buracos negros, é obra dele.

Apesar de toda sua carreira ter sido marcada pelas limi-tações impostas pela doença, foi nos primeiros anos que ela avançou mais rapidamente. O jovem Stephen Hawking tinha grandes aspirações quando chegou a Cambridge e, em muito pouco tempo, viu-se diante da possibilidade real de não viver nem para concluir o doutorado.

O prognóstico habitual para os pacientes com esclerose lateral amiotrófi ca é de dois ou três anos de vida. A ponto de jogar a toalha, Hawking se apoiou em três pilares: o amor de sua primeira mulher, Jane Wilde; o incentivo intelectu-al que foi conhecer o físico matemático Roger Penrose; e, não menos importante, um aspecto de sua personalidade que se fará notar neste encon-tro: sua rebeldia impetuosa, obstinada e por vezes presun-çosa. A rebeldia de alguém que vê a ciência “como uma disciplina não apenas racio-nal mas também romântica e passional”.

Seu caráter indômito o le-

vou a enfrentar a autoridade acadêmica da época, Fred Hoyle, e sua “teoria do estado estacionário” (segundo a qual o universo, em permanente expansão, não se dilui graças à criação contínua de maté-ria), que era vista como al-ternativa promissora à então infamada teoria do Big Bang (cujo nome, paradoxalmente, foi cunhado por Hoyle).

Apesar de sua difi culdade crescente para escrever ou caminhar, Hawking publicou uma série de trabalhos cujo ápice foi um artigo assina-do com Penrose, em janeiro de 1970. Nesse texto, eles demonstraram matematica-mente que eventos em que o espaço e o tempo nascem e morrem, como o Big Bang e os buracos negros, não apenas são prováveis na teoria da relatividade ge-ral como são simplesmente inevitáveis. Os cientistas só se encontraram cara a cara uma vez durante o processo de redação do que hoje se conhece como o “teorema da singularidade”.

Casca de nozPouco antes, Arno Penzias

e Robert Wilson tinham des-coberto acidentalmente que o universo emitia, a partir de toda e qualquer direção, uma radiação térmica, indi-cação de que, levando em conta que a expansão produz resfriamento, ele teria de ter sido menor e mais quente no passado. Se regredísse-mos no tempo tanto quanto a imaginação nos permitisse, chegaria um momento em que o universo inteiro caberia numa casca de noz e que sua temperatura seria altíssima. O Big Bang, como fruto desse teorema e dessas observa-ções, adquiriu desde então status de teoria científi ca.

O trabalho feito com Penro-se bastaria para que Hawking conquistasse um lugar na his-tória da física. Mas suas con-tribuições mais característi-cas têm a ver com os buracos negros, criaturas fantásticas cuja história é fascinante.

Sua descoberta matemáti-ca foi feita por Karl Schwar-zschild, que completou os

cálculos nas trincheiras do front russo na Primeira Guer-ra, pouco após Einstein pu-blicar a teoria da relativida-de geral. Schwarzschild não chegaria a saber que, por um quarto de século, seus resul-tados seriam recebidos como uma extravagância. Algo tão excêntrico quanto o pênfi go paraneoplásico, doença au-toimune que o mataria meses mais tarde.

Em 1939, Robert Oppe-nheimer e Hartland Snyder demonstrariam que uma

estrela sufi cientemente pe-sada poderia implodir de-vido à atração gravitacio-nal, colapsando até chegar ao estado descrito por Karl Schwarzschild.

Muitos outros físicos contri-buiriam com pistas relevantes. Mas a mudança que fez com que esses seres mitológicos, cuja força gravitacional é tão intensa que nem sequer a luz consegue escapar, fossem considerados como entidades possivelmente reais deve mui-to a John Archibald Wheeler, que em 1967 os chamou bu-racos negros.

Nessa época o jovem doutor Stephen Hawking começava a domesticá-los, armado com papel e lápis, ao mesmo tem-po em que sua mulher, Jane, se ocupava de Robert, seu recém-nascido primogênito.

Já confi nado a uma cadeira de rodas, Hawking viu nascer sua fi lha Lucy, cuja chegada auguraria outras alegrias: pouco depois ele descobriu que os buracos negros deviam ter entropia, conceito esta-tístico associado a sistemas compostos. Mas, diferente-mente do que ocorre em todos os sistemas naturais conhe-cidos, sua entropia parecia residir em sua fronteira, e não no buraco negro em si.

Toda a informação se en-contraria, portanto, na super-fície que o rodeia, como uma lata de alimento em conserva que não se pode abrir, mas cujos detalhes podemos aces-sar pela leitura do rótulo. De acordo com o estabelecido então pelo cientista, os bu-racos negros seriam como hologramas.

As contribuições teóricas de Hawking dotaram de substância física esses en-tes misteriosos que, segundo ele, se emitissem radiação, evaporariam, levando junto o que haviam deglutido. Isso causa um confl ito frontal com as leis da física quântica: a informação, como a energia, não pode ser perdida. Se os buracos negros evaporam sem deixar rastro daquilo que engoliram, tanto faz se o livro era uma antologia poética de Vinicius de Moraes ou se era o mesmo livro, mas com páginas em branco.

Agora, depois de 40 anos de intensos debates, durante os quais Stephen Hawking ajudou a dar entidade aos buracos negros, o físico bri-tânico a nega.

Ele divulgou sua nova po-sição, na semana passada, em um artigo na plataforma arXiv, que acolhe trabalhos antes de sua publicação em revistas científi cas.

No texto, Hawking sugere que o chamado horizonte dos eventos, fronteira matemá-tica a partir da qual toda e qualquer coisa desapareceria dentro de um buraco negro, simplesmente não existe. Se não há horizonte de eventos, não há buracos negros! Para ele, em vez de horizonte de eventos, haveria um “horizon-te aparente”, capaz de cap-turar a luz por um tempo. O processo pelo qual o buraco negro engoliria matéria seria assim tão caótico que, ainda que a informação não se per-desse, estritamente, recons-trui-la seria tão difícil quanto, digamos, prever que tempo

vai fazer em São Paulo no instante preciso em que você estiver lendo estas linhas.

O novo artigo ainda não foi revisado por outros cientistas nem apresenta fundamenta-ção matemática para suas conclusões audazes e provo-cadoras. De fato, nenhuma das previsões de Stephen Hawking pôde ser compro-vada.

NobelPor isso ele não recebeu

o Nobel. Foi, no entanto, agraciado com uma distin-ção ainda mais prestigiosa, a medalha Copley, prêmio cien-tífi co mais antigo do mundo, outorgado pela Royal Society de Londres desde 1731.

Hawking a recebeu em 2006, dois anos antes de Penrose. Enquanto o Nobel de Física, Química ou Fisiologia é habitualmente dividido, a medalha Copley é entregue

a uma só pessoa por ano. Darwin, Einstein e Pasteur a receberam. Em 1838, numa rara ocasião em que foi difícil escolher um nome, ela foi compartilhada por Michael Faraday, um dos dez físicos mais importantes da história, e Carl Friedrich Gauss, rei da matemática.

No início dos anos 80, Ha-wking se propôs a escrever um livro em que pudesse explicar os conceitos avançados da física fundamental ao grande público. Recusou-se a fazê-lo com editoras acadêmicas, pois lhe interessava que o texto pudesse ser acessível a qualquer leitor. Habituado a usar uma linguagem metafó-rica e carregada de imagens em suas palestras, sentia-se preparado para lançar uma ponte sobre a enorme dis-tância que separa do cidadão comum as sofi sticadas teo-rias da física moderna, cuja expressão natural depende do idioma das matemáticas.

O lento processo de redação e correções do livro acabou difi cultado por um enorme contratempo. Em meados de 1985, numa visita que fazia ao Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), uma pneumonia deixou Hawking à beira da morte, e foi necessá-ria uma traqueostomia para salvá-lo. Desde então, ele fi -cou mudo. Apesar disso, em 1988 saiu, fi nalmente, “Uma Breve História do Tempo”, que catapultou a divulgação científi ca ao status de best-seller. O estímulo que o livro representou para que milha-res de jovens se inclinassem à ciência é incalculável.

HONRANenhuma das previ-sões de Hawking foi comprovada. Por isso, não levou o Nobel, mas sim uma distinção ainda mais prestigio-sa, a medalha Copley, prêmio científi co mais antigo do mundo.

JEITOFica a impressão de que Hawking sempre apostou contra o que julgava mais provável, como se ele desafias-se a natureza a seguir por um rumo inespe-rado, levado por sua própria rebeldia

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No horário novamente agenda-do, ali estava eu, à porta da sala de trabalho de Hawking; e, quando passei por ela, ali estava o próprio Hawking. O primeiro contato visual teve um ingrediente inesperado: o cientista mais famoso do planeta usava óculos escuros que pareciam saídos do “CQC” – lembrei-me de que era possível, pois, quando em visita a Santiago de Compostela, ele havia participado da versão espanhola do programa.

Diante do espanto que não tive como esconder, Jonathan Wood, o assistente técnico que monitora com extrema atenção o sistema através do qual Hawking se comu-nica, assinalou a claridade ofus-cante que chegava pelas grandes janelas da sala: “Ele precisa dos óculos de sol para poder utilizar o sistema de comunicação”.

Há quase três décadas, Stephen Hawking se comunica com o mundo externo por meio de um compu-tador integrado à sua cadeira de rodas e de um programa especial com que monta suas frases, emi-tidas por um sintetizador de voz. Apesar dos avanços tecnológicos Hawking não quer nem ouvir falar em melhorar a qualidade do sinteti-zador – cuja voz, além de metálica, para o constrangimento de um professor britânico, tem sotaque americano. “Essa é minha voz”, diz, com lógica arrasadora.

Até o início da década passada ele era capaz de mover os dedos de sua mão direita com agilidade su-ficiente para manipular um mouse. Mas, quando perdeu a mobilidade da mão, teve que recorrer ao re-conhecimento de movimentos fa-ciais. Seu assistente anterior, Sam Blackburn, concebeu um detector que sai da parte superior de seus óculos, semelhante a uma pequena lâmpada de leitura, registrando os movimentos de sua bochecha.

Com essa única maneira de cli-car, Hawking não pode navegar pela tela, como antes fazia. Sua velocidade de comunicação dimi-nuiu muitíssimo, até chegar a uma palavra por minuto. Alternativas de todo tipo vêm sendo exploradas

– desde o scanning cerebral até o rastreamento dos olhos, passando por um sistema sofisticado que monitora seu rosto, aproveitando a complexidade de movimentos a seu alcance. Mas, por ora, ele continua usando esse sistema.

A perspectiva de encará-lo numa conversa tão cheia de silêncios prolongados era perturbadora. Eu o cumprimentei e me sentei ao seu lado. Ele me observou com especial atenção quando eu lhe disse que María, uma menina que ele conheceu na Galícia e que tinha recebido o diagnóstico de uma doença semelhante à dele, estava muito bem. Reforçado pela imobilidade do resto de seu cor-po, o efeito que produz o olhar de Hawking quando seus olhos

claros se fixam sobre os nossos é assombroso: você tem a certeza de estar com ele e de que ele está com você. É um breve instante de comunicação intensa.

MenuNo primeiro almoço que tivemos

em Santiago de Compostela, veio à tona, devido ao menu, seu gosto pela boa carne. A imobilidade de seu rosto converte o momento da refeição numa situação difícil, e ali se manifesta sua proverbial deter-minação. Hawking jamais parece fazer uma opção culinária pen-sando em simplificar a operação de comer. Não se priva de nada. Na Galícia, não deixou de provar nenhum marisco e comeu polvo e crustáceos até se cansar.

VOZHá quase três décadas, ele se comunica com o mundo externo por meio de um computa-dor e de um progra-ma especial com que monta suas frases, emitidas por um sinte-tizador de voz.

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4 Rock rebelde, pop de araque

Diário de Pequim O MAPA DA CULTURA

A ‘rosa de segunda mão’ faz barulho na China

Encravado no coração de San-litun, o bairro mais badalado de Pequim, o Estádio dos Trabalha-dores, inaugurado em 1959, só mantém o espírito proletário no nome e nas épicas estátuas de atletas no estilo socialista.

Hoje elas convivem com lojas de grife e revendedoras de re-luzentes carros de luxo.

Os aposentados que jogam peteca em volta do estádio não esquecem que o local foi usado para execuções públicas durante a Revolução Cultural (1966-76).

O ginásio anexo recebe vez por outra astros da música in-ternacional, numa constelação variada, mas rarefeita, que nos últimos anos foi de Bob Dylan à conhecida cantora nipo-bra-sileira Lisa Ono.

Bandas chinesas com letras politizadas e um pé no under-ground não costumam ter vez; pelo menos não até dezembro

passado, quando a veterana Er-shou Meigui (ou “rosa de segunda mão”) tocou lá.

Foi o primeiro show da banda, em seus 14 anos de carreira, no principal palco de Pequim. Para Liang Long, líder e voca-lista do grupo, a ideia era dar um atestado de maioridade ao rock chinês.

“Há dez anos não havia mer-cado para a música; hoje ele está bombando”, disse Liang à Folha no dia seguinte ao show, entre goles de chá verde. “O que mudou não foram as pessoas ou as bandas, mas o governo.”

A abertura do mercado signi-fi ca que há mais liberdade de ação, mas ela permanece vigia-da. Nove músicas programadas para o show foram previamente censuradas pelas autoridades.

Ignorando a ordem, a banda to-cou sete das canções proibidas. Depois do show, Liang recebeu o telefonema de um censor do governo, irritado com a desobe-diência. A banda foi convocada para uma “conversa séria” no

dia seguinte. “Mas depois nunca mais ouvi falar dele”, diz o cantor, terminando o chá. “Ficou por isso mesmo, como muita coisa na China”.

O veto do padrinhoComo fazem todos os anos, os

chineses receberam o seu Ano- Novo, na última sexta-feira, co-mendo “jiaozi”, espécie de ravióli, na frente da televisão, atentos à tradicional “noite de gala” da CCTV, a emissora estatal.

Canções patrióticas dão o tom, numa sucessão de apre-sentações de comediantes, can-tores, dançarinos e lutadores. Mas a atração mais esperada não apareceu.

Cui Jian, conhecido como o pa-drinho do rock chinês, recusou o convite para participar ao saber que não poderia cantar sua mú-sica mais conhecida, “Nada em Meu Nome”, um hino do protesto estudantil de 1989.

O movimento foi esmaga-do pelo Exército, e Cui fi cou proibido de tocar para grandes

plateias durante anos. Só recen-temente voltou a se apresentar regularmente.

Ao recusar o surpreendente convite da CCTV, ele dispensou o programa de maior audiência da televisão mundial, estimada em 1 bilhão de espectadores.

Estrela de laboratórioA China é a segunda economia

do mundo, possui cada vez mais poder, mas seus líderes não escondem a ambição de ter mais infl uência cultural – ou, no jargão diplomático, ampliar o seu “sost power”.

Um dos projetos é ter um artista do país nas paradas de sucesso internacionais. Forma-da nos melhores conservatórios musicais da China, com um es-tilo comparado à da canadense Celine Dion, a cantora Ruhan Jia, 29, é a aposta de Pequim para conquistar o mundo.

“Um país só é visto como superpotência quando é forte culturalmente”, disse Bill Zang, vice-presidente da Synergy,

gravadora estatal por trás da carreira de Ruhan.

Sonho chinêsO maior sucesso do cinema

chinês na virada do ano foi um deboche pouco sutil do patrió-tico slogan adotado pela atual liderança do país, o “Sonho Chinês”.

Dirigido por Feng Xiaogang, maior campeão de bilheteria do cinema chinês, “O Alfaiate Pesso-al” (em tradução livre) arrecadou US$ 60 milhões (cerca de R$ 145 milhões) nos primeiros quatro dias de exibição, um recorde.

O fi lme conta a história de uma empresa especializada em realizar sonhos. Entre seus clientes está um taxista que fracassa ao tentar ser um po-lítico honesto.

Muitos se espantaram com o fato de o filme ter sido libe-rado pela censura, apesar das fartas doses de crítica social e do final sombrio, um lamento sobre a degradação do meio ambiente.

MARCELO NINIO

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Arquivo Aberto

5MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIA

O mini Jorge Amado sorriu para mim

“O Bóris não quer morrer, Zélia”. A voz era do Jorge Amado, e o co-

mentário em voz alta tinha sido dirigido para Zélia Gattai. Cada um estava em uma sala dentro da casa, escrevendo, enquanto eu esperava do lado de fora, sentado na varanda, a hora certa para fotografar o escritor.

Estávamos em 1994. A casa era a da rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, casa que ele tinha construído com a venda para o cinema dos direitos de “Gabriela, Cravo e Canela”.

Na época eu morava em Nova York e fui contratado pela Standard Ogilvy, uma agência no Brasil, com a missão de fotografar Jorge Amado para uma campanha publicitária do cartão de crédito American Express.

A tarefa não era simples; normalmen-te as fotos publicitárias para o cartão eram feitas por Annie Leibovitz, uma das feras – e um dos meus ídolos – da fotografi a mundial. Por reentrâncias e

saliências da vida (questão de agenda, se falou), ela não poderia fazer esse trabalho. Eu teria de entrar no seu lugar e, claro, mimetizar seu estilo.

Era uma tarefa bastante inglória, tanto quanto seria a de um reserva do Barcelona ter que entrar no lugar do Lionel Messi e fazer dois gols nos últimos 15 minutos de um jogo de futebol.

No dia do trabalho, chegamos antes da hora combinada e nos pediram, gentilmente, para esperar um pouco. Foi aí, tomando um cafezinho, que ouvi a frase. “O Bóris não quer morrer, Zélia.” “Que safado”, respondeu ela.

Demorei alguns minutos para enten-der que Jorge Amado comentava alguma coisa que estava escrevendo, e que eu tinha o privilégio de presenciar esse fenômeno criativo em que os persona-gens começam a ter vida própria e vão traçando eles mesmos seu destino. Os escritores costumam dizer que, nesse momento, a magia do ato de escrever atinge seu ápice.

Só anos mais tarde me dei conta de que naquele instante ele deveria estar

lidando com o protagonista de um livro que nunca seria concluído: “Bóris, o Vermelho”.

Na hora certa, Jorge Amado se sub-meteu a todas as solicitações. Foi sim-pático, gentil e educado, mesmo com os constantes pedidos que eu fazia ao tentar achar a imagem que, imaginava, passaria à história da fotografi a publi-citária dos cartões de crédito.

Aproveito sempre, quando tenho a oportunidade de fotografar alguma ce-lebridade, para fazer alguns registros para um livro que, desconfi o, nunca será publicado.

Dessa vez, além de Jorge sozinho e ao lado de Zélia, pedi autorização para fazer algumas fotos retratando o escritor em seu lugar de trabalho. Com paciência, ele aceitou. Uma forte luz iluminava as folhas de texto colocadas sobre uma mesa, que me surpreendeu pelo seu tamanho reduzido.

Em certo momento, o que me pa-receu o sinal para que o deixasse em paz, ele me deu um exemplar de “Na-vegação de Cabotagem” autografado

com um generoso “Para J.R. Duran, mestre da fotografi a, um obra de Jorge Amado. 1994”.

O tempo passou e voltei à Bahia para um outro trabalho. Fiz uma série de fotos de moda para uma revista italiana. A editora, uma moça divertida e culta, quis conhecer o Pelourinho e, como não, entramos no casarão da Fundação Casa de Jorge Amado.

Uma prateleira, encostada em uma parede, alinhava bonecos de todos os tamanhos reproduzindo a imagem do escritor. Para minha surpresa, uma das fotos que tínhamos feito para o American Express – a de Jorge Amado sentado numa rede laranja, vestindo shorts azuis, com uma camisa fl orida, chapéu de palha e chinelos brancos com listras azuis, segurando um bastão de madeira – tinha se convertido em um boneco de barro, daqueles feitos pelo Mestre Vitalino. O escritor, com não mais do que dez centímetros de altura, estava lá sorrindo para mim.

Sem querer querendo, tinha entrado na vida de Jorge Amado.

J. R. DURAN

Salvador, 1994 J.R. DURAN/ACERVO PESSOAL

Jorge Amado autografa ‘Navegação de Cabotagem’ para o fotógrafo

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