em tempo - 16 de fevereiro de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 MÁX.: 31 MÍN.: 25 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. ANO XXVI – N.º 8.269 – DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJOV O JORNAL QUE VOCÊ LÊ JORNALISTA ACIDENTAL Coletânea mostra como a atividade de Joaquim Na- buco como repórter internacional moldou sua escrita e influenciou seus livros. Ilustríssima G4 e G5 DOMINGO GOVERNO FEDERAL VAI ENCAMINHAR AO CONGRESSO NACIONAL UM PROJETO PARA REGULAMENTAR MANIFESTAÇÕES POPULARES COM OBJETIVO DE COIBIR AÇÃO DE VÂNDALOS E CRIMINOSOS. POLÍTICA A6 INFÂNCIA BANDIDA 1 DADOS DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA APONTAM QUE EM JANEIRO DESTE ANO FORAM REGISTRADAS 283 OCORRÊN- CIAS ENVOLVENDO MENORES. INFRATO BLACK BLOC NA MIRA VELHOS CARNAVAIS Regados a luxo e glamour, bailes inesquecíveis do Rio Negro, Ideal, Olímpico, entre tantos outros, marcaram a história do Carnaval de Manaus. Elenco 18 e 19 2 NO ANO PASSADO, FORAM 4.176 CASOS, UM AUMENTO DE QUASE 40% EM RE- LAÇÃO A 2012, QUANDO A SECRETARIA APONTOU 3.011 OCORRÊNCIAS. 3 AINDA ASSIM, AS DISCUSSÕES EM TOR- NO DO POLÊMICO PROJETO DE LEI QUE PREVÊ A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PE- NAL DIVIDEM OPINIÕES. ASSUNTO GA- NHA FÔLEGO E PASSA A SER DISCUTIDO NESTA SE- MANA, NO SENADO. DIA A DIA C4 E C5 A área externa do Diamond Convention Center será o palco do sunset com os shows do Chiclete com Banana, Latino e Banda 5%. A apresentação marca a despedida do vocalista Bell Marques. Plateia D1 CLIMA DE DESPEDIDA EM MANAUS SHOW Duas semanas após o fim do recesso parlamentar, o Se- nado Federal ainda não votou nenhum projeto em plenário. Última Hora A2 SENADORES SEM PRESSA DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO CLÁSSICO CARIOCA Pódio E5 VASCO X FLA O show marca a despedida do vocalista do Chiclete com Banana, Bell Marques (no centro) ARQUIVO CRIME PRATICADO POR MENOR CRESCE 40% DENÚNCIAS • FLAGRANTES 8177-2096

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

MÁX.: 31 MÍN.: 25TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

ANO XXVI – N.º 8.269 – DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJOV

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

JORNALISTA ACIDENTALColetânea mostra como a atividade de Joaquim Na-

buco como repórter internacional moldou sua escrita e infl uenciou seus livros. Ilustríssima G4 e G5

D O M I N G O

GOVERNO FEDERAL VAI ENCAMINHAR AO CONGRESSO NACIONAL UM PROJETO PARA REGULAMENTAR MANIFESTAÇÕES POPULARES COM OBJETIVO DE COIBIR AÇÃO DE VÂNDALOS E CRIMINOSOS. POLÍTICA A6

INFÂNCIA BANDIDA

1 DADOS DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA APONTAM QUE EM JANEIRO DESTE ANO FORAM REGISTRADAS 283 OCORRÊN-CIAS ENVOLVENDO MENORES. INFRATO

BLACK BLOC NA MIRA

VELHOS CARNAVAISRegados a luxo e glamour, bailes inesquecíveis do Rio

Negro, Ideal, Olímpico, entre tantos outros, marcaram a história do Carnaval de Manaus. Elenco 18 e 19

2 NO ANO PASSADO, FORAM 4.176 CASOS, UM AUMENTO DE QUASE 40% EM RE-LAÇÃO A 2012, QUANDO A SECRETARIA APONTOU 3.011 OCORRÊNCIAS.

3 AINDA ASSIM, AS DISCUSSÕES EM TOR-NO DO POLÊMICO PROJETO DE LEI QUE PREVÊ A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PE-NAL DIVIDEM OPINIÕES. ASSUNTO GA-

NHA FÔLEGO E PASSA A SER DISCUTIDO NESTA SE-MANA, NO SENADO. DIA A DIA C4 E C5

A área externa do Diamond Convention Center será o palco do sunset com os shows do Chiclete com Banana, Latino e Banda 5%. A apresentação marca a despedida do vocalista Bell Marques. Plateia D1

CLIMA DE DESPEDIDA EM MANAUS

SHOW

Duas semanas após o fim do recesso parlamentar, o Se-nado Federal ainda não votou nenhum projeto em plenário. Última Hora A2

SENADORES SEM PRESSA

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ULG

AÇÃO

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ULG

AÇÃO

CLÁSSICO CARIOCA

Pódio E5

VASCO X FLA

O show marca a despedida do vocalista do Chiclete com Banana, Bell Marques (no centro)

ARQ

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CRIME PRATICADO POR MENOR CRESCE 40%

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

8177-2096

CRIME PRATICADO POR MENOR CRESCE 40%

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Page 2: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Bala de borracha deve ser mantida na lei de protestoPreocupado com os excessos nas manifestações, governo vai enviar ao Congresso um projeto para conter a violência

O governo federal vai enviar ao Congresso Nacional, em regime de urgência, um pro-

jeto de lei para tratar do direito à liberdade de manifestação e para estabelecer sanções para casos de vandalismo, le-são corporal e homicídio.

O texto não deve prever veto ao uso de balas de bor-racha para conter excesso nas manifestações, que deverão ser anunciadas previamente. A restrição aos mascarados, porém, ainda é polêmica.

Os pontos principais foram discutidos ontem e anteontem em Aracaju, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante a reunião do Colégio Nacional de Secretários de Se-gurança Pública de todo país. Ele acredita que o texto estará pronto para ser enviado ao Con-gresso na próxima semana.

“Dessa forma, vamos garan-tir a segurança do cidadão que participa e dos profissionais que ali atuam, como os jor-nalistas. Atos de vandalismo são inaceitáveis, pois acabam atingindo pessoas, causando lesões e mortes, como nós vi-mos, lamentavelmente, no caso do cinegrafista”, disse o minis-tro, em referência a Santiago Ilídio Andrade, atingindo por um rojão em protesto no Rio.

Uso de máscarasCom relação ao projeto de lei,

Cardozo tem reservas sobre a proposta de punir ou tipificar como crime o uso de máscaras nas manifestações.

Uma possibilidade em dis-cussão é garantir à polícia o poder de exigir que mascarados se identifiquem. Quem se re-cusar poderia ser levado a um local à parte e liberado após a manifestação. No entanto, o assunto não é consenso entre os secretários de Segurança. O Rio, por exemplo, defende veto total às máscaras.

Aviso prévio Quanto a outro ponto polê-

mico, o aviso prévio das ma-nifestações, Cardozo sugeriu que tal exigência só ocorra em regiões onde possa haver

tumultos, como na avenida Paulista, em São Paulo. Segun-do o ministro, estuda-se “uma lei equilibrada, sem excessos, afirmada no contexto da demo-cracia brasileira”. Sobre o uso de balas de borracha por parte da polícia, o ministro defendeu o uso do recurso, considerando a “baixa letalidade”, e ressaltou que as forças de segurança só devem agir quando a situação se agravar.

O uso da bala de borracha para dispersar manifestantes deverá continuar sendo permitido de acordo com a lei proposta pelo governo

AE

EXCESSOSO texto não deve prever veto ao uso de balas de borracha para conter excesso nas manifes-tações, que deverão ser anunciadas previa-mente. A restrição aos mascarados, porém, ainda é polêmica

Durante o encontro de secretários, o ministro da Justiça também defendeu um “regramento” nacional para atuação das PMs. “A proposta que fizemos é justamente de termos uma

indicação, uma orientação para atuação das nossas po-lícias. Para que a sociedade saiba como elas atuam, os parâmetros, os limites.”

A secretária nacional de Segurança Pública, Regina

Miki, expôs uma coleta de dados e a discussão com todos os comandantes mili-tares do Brasil. O Ministério da Justiça trabalha em um texto a ser apresentado aos Estados. “O Brasil terá

um regramento unificado que defina o uso proporcional da força. Para que policiais não sejam acusados injustamen-te e para que situações inde-vidas de ação policial sejam coibidas e punidas”.

‘Regramento’ nacional para atuação das polícias

Senado: nenhum projeto aprovado após o recesso

Duas semanas após o fim do recesso parlamentar e a volta aos trabalhos legislati-vos, no último dia 3, o Sena-do Federal ainda não votou nenhum projeto em plenário. No final do ano passado, em balanço da atuação legislati-va dos senadores em 2013, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), come-morou a aprovação de 615 matérias, 210 a mais que em 2012. Parte dessas matérias foi resultado da chamada “agenda positiva”, criada para dar resposta à onda de manifestações de rua pelo país no ano passado.

Neste ano, os dois princi-pais assuntos que ganharam destaque na casa, o indexa-dor da dívida de Estados e municípios com a União e o projeto que tipifica crime de terrorismo, foram retirados de pauta, e a votação, adiada em pelo menos 15 dias.

Renan Calheiros marcou para a próxima terça-feira, 18, uma reunião com todos os líderes partidários, que deverão apresentar seus projetos prioritários para o primeiro semestre. A inten-ção é montar uma pauta capaz de ser votada neste ano, “encurtado” devido às eleições de outubro.

“Nessa reunião, nós vamos recolher de cada líder as suas prioridades para que pos-samos votar um calendário

com as prioridades e com um esforço para votação de modo a compatibilizar o calendário eleitoral com o funcionamento do Senado Federal”, disse o presidente em plenário.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), afirmou que a partir da próxima semana o trabalho dos senadores pode-rá deslanchar. “O que segurou um pouco as votações esta semana foi a busca por uma

agenda mais consensual”, justificou o parlamentar.

O vice-líder do gover-no, Jorge Viana (PT-AC), disse que a reunião entre as lideranças é necessá-ria para “estabelecer um cronograma de trabalho”. “Só após esse entendi-mento de líderes é que nós vamos, então, fazer a condução do debate e a votação de algumas ma-térias”, argumentou.

EM 15 DIAS

EM PAUTANeste ano, os dois principais assuntos que ganharam desta-que na casa, o inde-xador da dívida de Estados e municípios com a União e o pro-jeto que tipifica crime de terrorismo

PSB não descarta fazer alianças

De olho na movimentação do pleito que se avizinha, o Partido Socialista Brasilei-ro (PSB) deve conservar a aliança com o prefeito Artur Neto. O anúncio foi feito pelo presidente estadual do partido, o vereador Marcelo Serafim, em entrevista du-rante o 1º encontro com os filiados do PSB e Fundação João Mangabeira, na ma-nhã de ontem. Sem discutir nomes de possíveis candi-datos, no encontro foram debatidas as diretrizes que deverão compor o progra-ma de governo do PSB.

Mesmo com a possibili-dade de interesses do par-tido em âmbito nacional ir de encontro com quaisquer articulações locais, é inte-resse da base estadual do PSB aproximar-se do pre-feito. “O PSB é um partido que tem uma aliança com o prefeito Artur Neto e nós buscaremos a manutenção dessa aliança. No entanto nós temos entendimento que as questões nacionais podem em algum momen-to atrapalhar determinadas conversações locais. Porém, estamos bem conscientes do nosso papel, das nossas metas, e das nossas missões e não vamos nos furtar a corrermos riscos, inclusive para oferecemos alternati-vas reais para o Estado do Amazonas”, salientou.

GOVERNO

Em reunião do PSB, os líderes da legenda evitaram discutir nomes para uma possível chapa

ALB

ERTO

CÉS

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O presidente de honra do PSB e ex-prefeito de Manaus, Serafim Corrêa, explicou que não é interesse do partido anunciar nomes antes do prazo e que as atenções serão concentradas em defi-nir um programa de governo sólido. “A questão de nomes, vamos cuidar depois, quere-mos chegar com nomes no momento certo, que é até 30 de junho. Agora vamos che-gar com propostas e bandei-ra que são mais importantes

que os nomes. O PSB tendo candidato à Presidência, vai estar com bandeira em to-dos os Estados, inclusive no Amazonas defendo idéias e soluções”, disse.

O candidato à Presidência do PSB é o governador de Pernambuco, Eduardo Cam-pos. Serafim acredita que com um coerente programa de governo, que começa a ser formulado em todos os Estados, há chances de Cam-pos disputar o segundo turno.

“Temos convicção de que a bandeira e o programa vai permitir a ele um crescimen-to significativo levando-o ao segundo turno. Estamos nes-sa aposta”, afirmou.

No dia 22 de abril, o go-vernador Eduardo Campos virá a Manaus para discutir junto com militantes do PSB e da rede as pautas. Ele será homenageado na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).

Líderes da sigla adotam a cautela

IVE RYLO Equipe EM TEMPO

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Page 3: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 A3Opinião

Na primeira vez em que um processo de cassação teve voto aberto em plenário, a Câmara dos Deputados cassou, na semana passada, o mandato de Natan Donadon, até então um deputado-presidiário que havia sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão por formação de quadrilha e pelo desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia. Donadon cumpre pena na penitenciária da Papuda, em Brasília.

Foram 467 votos favoráveis e uma abstenção, bem diferente da votação secreta ocorrida no fi nal de agosto do ano passado quando o mandato do réu foi mantido. Na ocasião, 233 deputados votaram a favor de sua cassação, 131 contra e foram registradas 41 abstenções. Para cassá-lo, eram necessários 257 votos, o que representa a metade do total de deputados mais um voto, o que não ocorreu.

Dessa vez foi diferente. Elementar, meu caro Watson, já diria Sherlock Holmes. Afi nal, em um ano eleitoral é preciso fazer bonito, orgulhar o país e levantar a bandeira da democracia, da justiça, da boa-fé, da salvação da lavoura. Tudo bem para quem disser que não se pode generalizar, que existem, sim, políticos sérios, honestos e com boas intenções. Existem, porém infelizmente estão cada vez mais escassos. Precisamos apostar nesses e deixar de incorrer em erros como votar, lá na frente, em um político como um Donadon da vida, entre outros não menos culpados que ele. Apertar o botão certo na urna faz toda a diferença. E como faz.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o barco Samaúma, projeto re-alizado em parceria entre os empre-sários e o governo federal, que vai levar o saber aos jovens do interior do Amazonas.

Barco-escola Samaúma

APLAUSOS VAIAS

Não entra

Falando em arena, muitos jornalistas foram barrados na visita da presidente Dilma ao estádio, porque estavam sem tênis e as mulheres porque estavam de saia e sapatos abertos.

‘É que, pelas regras da cons-trutora, é obrigatório o uso de calça comprida e sapato fecha-do, preferencialmente tênis.

De saia não

Sandálias, calçados de salto ou tipo Croc não são permi-tidos.

Mulheres não podem usar saias, vestidos, camisas sem manga ou “tomara que caia”.

Valcke na praia

Neste domingo, quem visita o complexo turístico da Ponta Negra é o secretário-geral da Federação Internacional de Fu-tebol (FIFA), Jérôme Valcke.

Ele estará acompanha-do pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e por membros do Comitê Organizador Local (COL).

Fifa Fan Fest

É na Ponta Negra que será realizado o Fifa Fan Fest duran-te os jogos da Copa 2014.

A visita ao complexo está marcada para às 12h50.

A comitiva será recebida no complexo pelo prefeito Arthur Neto.

Do complexo turístico, a co-mitiva seguirá para a Arena da Amazônia Vivaldo Lima, onde será recebida pelo governador do Estado, Omar Aziz, para visita às obras.

Pela ZFM

Já tem data para a presi-

dente Dilma Rousseff ir brigar pela Zona Franca na União Europeia.

Será dia 24 de fevereiro, na 7ª Reunião de Cúpula entre Brasil e União Europeia, em Bruxelas.

Defesa

Dilma pretende discutir o questionamento europeu ao regime tributário da Zona Franca de Manaus.

— Vamos defender esse sistema tributário em todas as instâncias, na Organização Mundial do Comércio, onde for preciso.

ZFM na pauta

A presidente disse que estará na União Europeia e um dos temas da sua pauta será a Zona Franca de Manaus.

A garantia foi dada durante entrevista concedida sexta-feira a rádios de Manaus.

Rebecca na luta

Falando em Zona Franca, a deputada federal Rebecca Garcia (PP/AM) solicitou, essa semana, do presidente do Gru-po Parlamentar Brasil-União Europeia (UE), o deputado Sebastião Bala Rocha, uma reunião com a representação da UE no Brasil.

Relatório

Rebecca afi rmou que le-vará um relatório, elaborado por técnicos e economistas, com informações importantes sobre os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM).

— Vamos solicitar uma in-termediação para tentar aca-bar com os questionamentos da UE em relação ao modelo ZFM.

Te quero verde

Segundo a parlamentar, a reunião deverá ocorrer na pró-xima semana, em Brasília.

Rebecca disse ainda que levará também documentos elaborados por instituições in-ternacionais ligadas à questão do meio ambiente.

Floresta

Rebecca quer mostrar a im-portância de se manter a ZFM, como mecanismo de proteção das fl orestas.

Confraria do Bosque

Belíssima a homenagem, em forma de música que o médico Expedito Theodoro – membro do Clube dos Discófi los Faná-tico (CDF) –, fez ao “senado do Bosque”, uma confraria que reúne há mais de 20 anos no Bosque Clube.

In memoriamO CD com 32 canções clássi-

cas que lembram a geração da confraria, Expedito homena-geou todos os integrantes da confraria, inclusive a Raimundo Limongi Cabral (in memoriam), que nos deixou em 2012.

Guerra de smartphones

A briga pelo mercado de smartphones ganhou um novo capítulo.

Uma pesquisa recente da consultoria Gartner confi rmou que os celulares da Samsung superaram em vendas os celu-lares da Apple no mundo.

300 milhões

Os aparelhos da empresa sul -coreana foram comprados por 300 milhões de pessoas, quase o dobro das vendas da Apple – 150 milhões.

Para o ministro Moreira Franco que, agressivamente, disse que o problema na reforma dos aeroportos para a Copa, não é o atraso das obras, mas a jornalista que o entrevistava.

Ministro Moreira Franco

O governo do Amazonas recebe nesta segunda-feira, às 16h30, na Arena da Amazônia, o técnico da Inglaterra, Roy Hodgson.

O técnico que falou mal de Manaus estará acompanhado pelo Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido William Hague.

Que venha o técnico inglês

AGECOM

[email protected]

A hora de apertar o botão

Num mesmo dia leio nos jornais da cidade notícias de dois casos deploráveis e assustadores.

O primeiro deles falava de um adolescente que aplicou no próprio irmão um golpe de luta, se não me engano a tal MMA, designado como “Mata Leão” e, assim, simples-mente matou o outro, também um adolescente. Depois de preso (não entendo porque, após 18 anos, é-se preso e antes disso, apreendido, quando nos dois casos há retenção e subtração da liberdade), o infeliz autor afi rmou que fez o que fez para defender a mãe (no caso, de ambos) e que, ademais, o outro, a vítima, ainda seria dependente de drogas. Se confi rmadas, ou não, essas alegações com que pretendeu se justifi car, disso as notícias nada falaram. Resta ouvir a mãe, mas é bom lembrar que mãe é mãe e pode até mentir para resguardar o fi lho que lhe sobrou, já que o outro está irremediavelmente perdido.

O segundo caso também envol-veu dois menores, adolescentes, que se desentenderam durante um show, parece que de forró, brigaram e um acertou o pescoço do outro com um desses socos de kung-fu, provocando fratura da coluna cervical e morte quase imediata. O homicida, designação que cabe a menores ou maiores de idade, não teria, de pronto, apresenta-do uma explicação para tamanha violência.

Uma coisa, entretanto, precisa ser dita e ouvida por toda a so-ciedade. Lamentar e indignar-se com ocorrências como essas são atitudes inconsequentes, levianas e irresponsáveis, quando a mesma sociedade e os veículos de comuni-cação que nela se sustentam vivem a divulgar e, o que é mais grave, a valorizar e a prestigiar esses espetáculos de estúpida violência que têm como único objetivo o

massacre de outra pessoa, tal como se veem nos tais torneios de MMA, Muai-Tay e congêneres.

Mudando de pau para cacete, mas ainda insistindo na hipocrisia de uma sociedade que estimula e fomenta certos comportamentos para depois, ela mesma, conde-nar e reclamar providências contra esses mesmos fatos, choca-me o procedimento omisso, covarde e irresponsável com que o Estado, pelo menos o Estado Brasileiro não atua na questão da qualidade que as estações de televisão deveriam manterem suas programações. Afi -nal, os canais de rádio e de televisão são inalienavelmente propriedades do Estado, que apenas os concede, em caráter precário e provisório, às empresas privadas que os pos-tulam.

O posicionamento do Estado Bra-sileiro exala hipocrisia e cinismo quando o mesmo exerce o devi-do e necessário controle sobre as emissoras que mantém em suas mãos, as chamadas TVs Educativas, enquanto libera as outras à per-missividade, como se não tivesse responsabilidade sobre o que entra nas casas das famílias brasileiras.

Acontece que a sociedade é um organismo vivo e, assim, suas par-tes, seus elementos constitutivos interagem uns sobre os outros e contribuem para o resultado fi nal que será esse organismo como um todo.

O que desejo, em síntese, dizer é que não tem sentido criticar a erotização generalizada que ora presenciamos, a baixa moralidade, o desplante com que se anunciam e são consumidos as garotas e os garotos de programa, a sociopatia dos que fazem da pedofi lia o ob-jetivo da sexualidade e, ao mesmo tempo, sentar-se frente ao televisor para acompanhar com avidez o desenrolar do Big Brother Brasil.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo,

Diretor executivo

do Amazonas EM TEMPO

Os modelos que vingam

[email protected]

Regi

Acontece que a sociedade é um orga-nismo vivo e, assim, suas partes, seus elementos constitutivos interagem uns sobre os outros e con-tribuem para o resultado fi nal que será esse organis-mo como um todo”

DIVULGAÇÃO

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Page 4: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Em reunião com representantes dos principais partidos políticos, a TV Globo defi niu na sexta-feira as datas dos debates da eleição presidencial: 2 de outubro, no primeiro turno, e 24 de outubro, no segundo. Também fi cou acertado que só serão convidados os quatro candidatos mais bem posicionados na última pesquisa da semana anterior. A cobertura diária das atividades dos candidatos começará em agosto e também fi cará restrita aos quatro primeiros nos levantamentos.

Aerotrem Em 2012, a Glo-bo restringiu a seis o número de candidatos no debate da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Levy Fidelix (PRTB) con-seguiu na Justiça o direito de ser convidado, e o debate acabou suspenso.

Na bancada A emissora também defi niu as datas das entrevistas com os candidatos: no “Jornal Nacional” serão de 11 a 14 de agosto, no “Jornal da Globo”, de 1º a 4 de setembro e no “Bom Dia Brasil”, de 22 a 25 de setembro.

Convescote Michel Temer irá promover um jantar amanhã no Palácio do Jaburu com os 90 prefeitos do PMDB em São Pau-lo com a presença de Paulo Skaf. Pedirá todo o empenho pela candidatura do presidente da Fiesp ao governo do Estado.

RSVP Temer convidou Dilma Rousseff para o jantar, mas a presidente ainda não confi rmou presença.

Atestado No encontro com Lula e Alexandre Padilha em Ribeirão Preto, há uma sema-na, o empresário Maurílio Biagi alegou motivo de saúde para

declinar do convite para ser vice do petista. Padilha pediu que Biagi atue como conselheiro da pré-campanha, e ele topou.

Medida certa O petista per-deu 1 kg na primeira semana de caravana pelo interior. Como os eventos são tomados por discur-sos e fotos, faz as refeições no carro, com marmitas que sua mulher,Thássia, improvisa.

Vem cá Réu no processo do mensalão mineiro, Clésio Andra-de pode ser suplente de Josué Gomes (PMDB) na chapa para o Senado em Minas Gerais. Ele assumiu o Senado na cadeira de Eliseu Resende, que morreu em 2011.

Tampão A articulação está sendo costurada pela ala do PMDB de Minas Gerais que defende aliança com Fernando Pimentel (PT) e tenta conter ameaça de dissidência liderada por Clésio.

Vaivém A cúpula do PP re-cebeu recado de que Eduardo Campos pretende formalizar seu apoio à candidatura de Ana Amélia (PP) ao governo do Rio Grande do Sul no dia 22, data de evento do PSB e da Rede

no Estado. Em troca, pedirá apoio da senadora na corrida presidencial.

Prazo O PP ainda tenta re-verter o apoio de Ana Amélia a Campos e empurrá-la para o palanque de Dilma, atenden-do a um pedido do Planalto, mas nem os dirigentes pepis-tas acreditam no sucesso da empreitada.

Nova... Advogado de José Ge-noino, Luiz Fernando Pacheco entrará amanhã com petição no Supremo Tribunal Federal apre-sentando laudos que, segundo ele, “confi rmam o delicado esta-do de saúde’’ do ex-deputado.

...tentativa O cardiologista do petista atestou que ele man-tém “alto risco” cardiovascular. “Nosso pedido será para que ele continue a cumprir pena em regime humanitário de prisão domiciliar”, diz o criminalista.

Provisório No ano passado, Joaquim Barbosa prorrogou a prisão domiciliar de Genoino até fi m de fevereiro. Depois disso, ele deve ser submetido a novos exames para que o ministro decida se volta para a Papuda.

Dada a largada

Contraponto

Senadores da Comissão de Constituição e Justiça fi caram surpresos com o ritmo de Gleisi Hoff mann (PT-PR) em seu retorno ao Congresso. Depois que a ex-ministra da Casa Civil pediu vista de uma série de projetos, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse a um colega:— Desse jeito, a senadora vai ter que reforçar um estoque de óculos para ler todos os projetos!Mais tarde, na apreciação de outro texto, Álvaro Dias (PSDB-PR), adversário paranaense de Gleisi, insistiu: — Eu sei que a lente da senadora Gleisi está esverdeada e embaçada e ela não pedirá vista.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Olhando com lupa

Tiroteio

DE CARLOS BEZERRA, líder do PSDB na Assembleia paulista, sobre as críticas que o pré-candidato petista fez ao governo Alckmin em giro pelo interior.

Os ataques de Padilha ao PSDB mostram o fracasso de sua gestão na Saúde: falou mais do partido que nos três anos no ministério”

Fevereiro é tempo de cheia e às vezes de alagação. A água sobe e vai invadindo tudo, chegando ao assoalho das casas e dos tra-piches. Para a Igreja que vive ao longo dos rios é tempo de visita pastoral, as antigas desobrigas, passagem anual para celebrar os sacramentos. Fica mais fácil chegar até as comunidades ribei-rinhas e aldeias indígenas. Duran-te muitos anos tive o privilégio de fazê-las, desde os tempos em que os seringais ainda estavam ativos até a época de comunida-des organizadas.

Uma coisa não mudou em fe-vereiro, e continua nas pequenas cidades, e até na metrópole: o festejo de São Lázaro. Em quase todas as casas do interior não falta o quadro de um homem seminu rodeado de cães, com feridas em todo o corpo, mas de pé, com um cajado na mão. Dia 11 foi o seu dia. As casas se en-feitaram e também as pequenas capelas a ele dedicadas. O ponto alto foi o almoço farto oferecido a todos, até aos cachorros, que segundo a tradição foram os úni-cos companheiros que restaram ao santo. Numa região em que a dieta se resume ao peixe e a carne de caça, neste dia se mata um porco de casa que foi cevado durante longos meses, às vezes debaixo do barraco, para ser o prato principal do banquete.

O nome do santo com certeza vem do personagem principal da parábola de Jesus. Parábola conhecida. É um retrato da si-tuação da humanidade de todos os tempos. Uma humanidade que cria resíduos humanos, pessoas que não contam, ou só contam quando incomodam. Os mecanis-mos sociais, econômicos e até religiosos que criam estas situa-ções variam através dos séculos,

mas infelizmente persistem, e se tem a impressão de que se tornam até mais perversos. A imagem do menino amarrado e nu que invadiu as redes sociais neste fevereiro cinzento é um si-nal de que os Lázaros continuam a existir.

Festejar São Lázaro é reafi rmar o que está na parábola. Aos olhos de Deus é Lázaro que conta e se quisermos encontrar o ver-dadeiro sentido da história e da humanidade devemos ouvi-lo. É a nossa atitude e comportamento diante dos descartados que dá a medida de nossa humanida-de, pois afi nal somos da mesma carne, e ao desprezar um ser humano estamos desprezando a nós mesmos.

Temos nas grandes cidades grupos de pessoas que se dedi-cam a encontrar-se com homens e mulheres que por inúmeras razões acabaram na rua. Con-vivem com eles, respeitando as suas opções e ouvindo as suas histórias, oferecem seus serviços e os ajudam a se reintegrar se assim for o seu desejo, fazem isto a partir da fé e da convicção de que cada ser humano é imagem e semelhança de Deus e deve ser amado sem restrições. Lutam para que o mundo se transforme e não existam mais Lázaros, mas sabem que os que existem devem ser amados hoje, aqui e agora. Ao menos tomemos conhecimen-to da existência destes seres humanos, sejamos capazes de gestos de solidariedade e reco-nhecimento, do contrário nossa humanidade se degrada. Que nes-te tempo de Copa não caiamos na tentação de escondê-los e confi ná-los para mostrar aquilo que não somos. Infelizmente para tantos não serão dadas nem as migalhas da festa.

Dom Sérgio Eduardo Castriani [email protected]

Dom Sérgio Eduardo

Castriani, Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Uma coisa não mudou em fevereiro, e continua nas pequenas cidades, e até na metrópole: o festejo de São Lázaro. Em quase to-das as casas do interior não falta o quadro de um homem seminu rode-ado de cães, com feridas em todo o corpo, mas de pé, com um cajado na mão”

Lázaro

Olho da [email protected]

A linha azul, instalada na avenida Constantino Nery, ainda vai dar o que falar quanto às normas a serem obedecidas pelos motoristas de veículos de passeio. O chamado “jeitinho brasileiro” não vai colar para quem cometer a infração de trafegar na pista exclusiva para ônibus. Quem viver verá.

DIEGO JANATÃ

O medo das ruas, os toques de recolher, os abusos policiais, o medo infundido nos cidadãos para que se fechem em suas casas, é o fermen-

to que faz fermentar todas as ditaduras

Juan Arias, jornalista e escritor espanhol

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 5: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 A5Política

Manaus concentra 40% dos eleitores em oito bairrosO bairro da Cidade Nova, na Zona Norte, é o que mais contabiliza votantes: 144.285. Capital tem 55,2% dos eleitores do AM

Com 13 zonas eleito-rais, a capital ama-zonense concentra 55,2% do eleitorado

do Estado, com 1.205.167 milhões de votantes num complexo mapa eleitoral, em que oito bairros de diferentes áreas da cidade concentram a maior fatia do eleitorado, 40%, com destaque para a Cidade Nova, Zona Norte, que possui o maior número de votantes por bairro: 144.285 ou 11,9% do universo de eleitores da cidade.

Além disso, as Zonas Sul e Centro-Sul, Oeste e Centro-Oeste, juntas, representam 58% de todo o colégio elei-toral de Manaus, contabili-zando 699.186 votantes, dos quais 32,37% se concentram nas Zonas Sul e Centro-Sul e 25,64%, nas duas últi-mas. As informações foram levantadas pelo EM TEM-PO, com base nos dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), referentes a janeiro

deste ano.Abrangendo cinco zonas

eleitorais, estas quatro re-giões concentram seis dos oito bairros mais expressi-vos em número de votantes e quatro dos cinco locais de votação com maior número de eleitores cadastrados.

Somente no bairro da Compensa, na Zona Oeste, o segundo maior colégio elei-toral da capital, são cerca 64.734, dos quais 10.668 votam na Escola Estadual Eldah Bitton Teles da Rocha, o segundo centro de vota-ção de Manaus. Na terceira

posição, o bairro Alvorada, Centro-Oeste, tem 64.081 eleitores, onde 7.876 vo-tam na quarta maior zona eleitoral da cidade, a Escola Francelina Dantas.

Em seguida, o Centro, com 55.668 eleitores, possui o quinto maior local de votação, no Centro Federal de Educa-ção Tecnológica (Cefet), com 7.093 mil votantes.

Com grande apelo eleito-ral e reduto de muitos polí-ticos e candidatos, as Zonas Norte e Leste, juntas, so-mam 482.489 votantes, ten-do o bairro da Cidade Nova como o maior destaque, com 144.285 eleitores.

O bairro conta ainda com o terceiro maior local de vota-ção da capital, a Escola Al-deia do Conhecimento, onde votam 8.716 pessoas. A Zona Leste representa 21,56% do eleitorado capital e 11,86% de todo o Estado. Dentre a extensa quantidade de bair-ros, vilarejos e zonas rurais, o bairro São José Operário é o maior colégio daquela re-gião, com 44 mil eleitores.

SUPREMACIAJuntas, as Zonas Sul e Centro-Sul lideram o número de eleitores na cidade, com 390.125, o que representa 32,37% de todo os votantes da cidade de Manaus, que possui 1,2 milhões de eleitores

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

ZONASZona Sul e Centro Sul – 390.125 – 32,37% Zona Oeste e Centro Oeste – 309.061 – 25,64% Zona Leste – 259.925 – 21,56% Zona Norte – 222.564 – 18,46%

32,37%

25,64%

21,56%

18,46%

Filas quilométricas no dia da votação é uma cena comum nos grandes colégios eleitorais de Manaus, a exemplo das zonas e seções localizadas na Escola Estadual Eldah Bitton Teles da Rocha

RICARDO OLIVEIRA

Ao longo de 33 anos de existência, a Cidade Nova tornou-se o bairro mais po-puloso da capital e acumula problemas com segurança, saúde, educação e mobili-dade urbana. O maior re-duto eleitoral concentra-do da capital é também o bairro com maior índice de violência de Manaus, conforme apontado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) na última pesquisa sobre o mapa da violência, em 2011. Moradora do local há 10 anos, a dona de casa Francisca Soares, reclama da falta de planejamen-to para o crescimento do local. “Cresceu de forma irregular e hoje está dessa forma, desorganizado”.

A segurança do bairro – que possui cinco etapas e diver-sos nichos populacionais que

foram se formando ao longo dos anos - é o maior problema enfrentado pela população, segundo Maria do Carmo, moradora há 5 anos . “Até vemos o Ronda no Bairro aqui,

mas é preciso mais. Os assal-tantes não se intimidam. Em diversas ruas, ninguém tem coragem de sair depois das 22h”, afi rmou.

A presidente da Asso-

ciação dos Moradores da Cidade Nova 1, Marilza San-tos, afi rma que a assistên-cia médica nas unidades de saúde do local precisa avançar. “Ainda demora para conseguirmos marcar consultas em qualquer uma das unidades”, declarou.

O último resultado do Ín-dice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2012, apontou que duas escolas do bairro tiveram a melhor pontuação, segun-do o Ministério da Educa-ção. No entanto, a mora-dora Ana Carolina Amaral, professora de literatura, afi rma que ainda há muito para melhorar. “As esco-las precisam de melhores estruturas. Hoje ainda so-fremos com problemas an-tigos, como falta de água nas escolas e ainda faltam professores”, denunciou.

Reduto tem problemas sociais

CAMPEÃOLevantamento feito pelo EM TEMPO, com base em relatório do Tribunal Regional Elei-toral (TRE), o bairro da Cidade Nova é o que mais concentra elei-tores na capital, com 144.285 mil votantes

Mapa do Eleitorado de Manaus

ELEITORESEstado – 2.190,433Capital – 1.205,167 – 55,2% do EstadoInterior – 985.266 – 44,8%

Mapa do Eleitorado de Manaus

55,2%

44,8%

BAIRROSCidade Nova – 144.285 – Zona NorteCompensa 1, 2 e 3 - 64.734 – Zona OesteAlvorada 1, 2 – 64.081 – Centro-OesteCentro – 55.688 – Zona SulSão José Operário – 43.995 – Zona LesteJapiim – 43.982 – Zona SulPetrópolis – 42.246 – Zona SulParque 10 - 33.316 – Zona Centro-Sul

LOCAIS DE VOTAÇÃOSeção 1015 - Cefet – Centro – 7.093 – Zona SulSeção 1228 - Aldeia do Conhecimento – Cidade Nova – 8.716 – Zona NorteSeção 1023 – Escola Francelina Dantas – Alvorada 2 – 7.876 – Centro-OesteSeção 1147 - Escola Estadual Eldah Bitton Teles Rocha – Compensa 3 – 10.668 – Zona OesteSeção - 1090 - Colégio Tiradentes – Petrópolis – 10.009 – Zona Sul

*Fonte: TRE-AM

A05 - POLÍTICA.indd 5 2/15/2014 11:58:49 AM

Page 6: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Vacinado, PT-PE evita confronto com Campos

Desconfi ado de que o ex-presidente Lula trabalha para substituir Dilma Rousseff na disputa pela Presidência, o PT de Pernambuco decidiu evi-tar confrontos diretos com o governador Eduardo Campos (PSB), cotado nos bastidores para ser o vice do petista. Segundo dirigentes, “é me-lhor segurar a onda e obser-var bem os movimentos de Lula, para não acabar rifado”, como ocorreu nas eleições de Recife, em 2012.

Recordar é viverA intervenção de Lula em

2012, sacrifi cando a candidatu-ra de Humberto Costa (PT) em Recife, levou à vitória do candi-dato de Eduardo Campos.

Espelho meuPara políticos de Pernam-

buco, aos moldes do padrinho Lula, Campos não pensaria duas vezes para rifar Marina Silva e subir ao poder.

Circo armadoMinistros recém-saídos

do governo garantem que Lula está com tudo pre-parado para disputar a Presidência. Resta saber se Dilma já sabe.

Já foi tardeHorário de verão poupou R$

405 milhões, uma merreca, considerado o custo à qualida-de de vida. A Mega da Virada rendeu o dobro ao erário.

Dilma precisa arrumar um namorado, diz Lula

Habituado à rotina de re-ceber políticos, empresários e banqueiros, que o procuram para se queixar de “maus-tratos” de Dilma Rousseff , o ex-presidente Lula tem uma resposta na ponta da língua, que apresenta como “solu-ção” para o jeito búlgaro de

ser da presidente, arrancando gargalhadas. “Dilma precisa arrumar um namorado...” E ainda dá um jeito de fazer o governo atender o que ela nega aos interlocutores.

Governo-sombraLula mantém um gover-

no paralelo, formado por pessoas de confi ança e até ex-ministros como Anto-nio Palocci, para monitorar o governo Dilma.

FuturoSempre que é indagado so-

bre o “governo-sombra” no Instituto Lula, ele desconver-sa: “São pessoas dedicadas a discutir o futuro do Brasil”.

Tomando pulso“Futuro”, para Lula, é a

eleição. Ele e sua turma avaliam a situação todo dia: se a reeleição de Dil-ma estiver ameaçada, será ele o candidato.

Quem diria...Nunca antes na história

deste país houve tantos pe-tistas querendo trabalhar. O mensaleiro João Paulo Cunha, que já foi metalúrgico, ago-ra topa até uma vaga de auxiliar jurídico, para só dormir na cadeia.

ÍdoloA bancada do PT é só elo-

gios ao presidiário Delúbio Soares que, diferentemente dos outros mensaleiros petis-tas, optou por manter a dis-crição, após iniciar sua pena na Papuda, em Brasília.

Novo portalApós exigências da pre-

sidente Dilma e atraso de meses, o novo portal do Pla-nalto será lançado na próxima semana. Dilma fi cou irritada porque viu imitação da pági-na da Casa Branca, que ela mesma havia pedido.

Cabo de guerraSenadores do PMDB co-

bram reação mais dura do líder Eunício Oliveira (CE) à postura da presidente Dil-ma na reforma ministerial. Dono de cargos, o presi-dente Renan Calheiros (AL) coloca panos quentes.

Bem longePreterido para assumir

ministério, o senador Vi-tal do Rêgo (PMDB-PB) tem evitado participar de reuniões do partido, onde peemedebistas não deixam por menos e fa-zem arder as orelhas da presidente Dilma.

Lá vem balaNo Pará, a cidade de Mara-

bá que, de tão violenta, ga-nhou apelido de “Marabala”, 386 pessoas conseguiram do Ministério da Justiça a permissão para portar ar-mas de fogo. Em 2013, foram 29 concessões.

Dólar paraleloPromovida pelo governo

ao reajustar tarifas nas compras nos cartões no exterior, a crise da falta de dólar desencadeia a volta dos doleiros do mercado negro. Pode faltar máquina para tanta lavagem.

Zumbis O senador Jarbas Vascon-

celos (PMDB-PE) tem sido incluído entre os “zumbis” que se inviabilizaram após se aliar a Eduardo Cam-pos: André de Paula (PSD), Joaquim Francisco (PSB) e Mendonça Filho (DEM).

Vaquinha miaInfeliz era Al Capone:

amargou cadeia por so-negar imposto de renda e ninguém da Máfia coçou o bolso para tentar tirar o meliante de lá.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Não podemos rasgar o que o povo manda”

SENADOR CRISTOVAM BUARQUE (DF-DF), sobre o projeto que pretende legalizar a maconha

PODER SEM PUDOR

Entranhas de um protestoCompetente âncora do Jornal Gente, da

rádio Bandeirantes SP, José Paulo de Andrade se preparava para entrevis-tar o ex-presidente Jânio Quadros, candidato à prefeitura de São Paulo. Esbaforido e apoiado por amigos para subir os degraus, Jânio chega ao estúdio.

- Presidente, o senhor continua a beber?

Zé Paulo esperava uma resposta ríspida, mas Jânio o surpreendeu:

- Meu fígado protesta! Há muito que eu não bebo.

Redução da maioridade na pautaA redução da maioridade pe-

nal deve movimentar a Comis-são de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira. A pauta traz seis propostas de PECs que tratam do assunto e tramitam juntas. A que mais agrada ao relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é a PEC 33/2012, do sena-dor Aloysio Ferreira (PSDB-SP), que reduz a 16 anos a maioridade apenas em casos específi cos e, mesmo assim, após pedido de promotor e aceitação do juiz especializado

em infância e adolescência. As possibilidades de redução estariam relacionadas a cri-mes hediondos e a múltiplas repetições de lesão corporal grave ou roubo qualifi cado.

A proposta de Nunes reco-menda que a pena seja cum-prida em prisões especiais, sem contato com condenados adultos. O jovem infrator terá que passar ainda por exames para atestar se tem ou não compreensão da gravidade do crime praticado.

A expectativa é grande em

relação ao início do debate na CCJ. Na última quinta-feira, Ferraço criticou o governo, que estaria se movimentando para impedir a aprovação da proposta. O ministro da Jus-tiça, José Cardozo, já se ma-nifestou várias vezes contra a mudança. “O governo tem se movimentado para impe-dir que mesmo esse projeto seja votado. Eu acho isso um equívoco. Porque, a qualquer momento, nós vamos estar diante de um retrocesso que é a redução da maioridade”.

CCJ DO SENADO

Proposta é do governo federal, que alega que medida é para trazer segurança dos manifestantes e jornalistas

Protestos poderão ser regulamentados em lei

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quer disciplinar protestos e manifestações no país

O governo vai encami-nhar nos próximos dias ao Congresso Nacional um projeto

para regulamentar manifes-tações populares. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o objetivo da medida é garantir a se-gurança dos manifestantes e dos jornalistas que cobrem os protestos e impedir atos “ina-ceitáveis” de vandalismo.

“A ideia é fazer uma lei equi-librada, sem excessos, afi rmada no contexto da democracia bra-sileira, que não aceita atos ilíci-tos, que não tolera a violência, mas que garanta a liberdade das pessoas de se manifestar independentemente do conte-údo de suas manifestações”, afi rmou o ministro.

José Eduardo Cardozo pediu aos secretários de Segurança Pública dos Estados que con-tribuam com o texto do projeto

de lei, que será encaminhado aos parlamentares em regime de urgência. “A maior parte dos secretários opinou pela necessidade de uma nova lei”, disse o ministro, após se reunir com eles. De acordo com Car-dozo, aqueles que atuam no campo policial serão ouvidos nos próximos dias a fi m de aprimorar o texto.

A elaboração de um docu-mento unifi cado que defi na a atuação das polícias milita-res em todo o Brasil também foi tema da 53ª Reunião do Colégio Nacional de Secretá-rios de Segurança Pública, em Aracaju. Segundo o ministro, a proposta não vai desres-peitar a autonomia de cada corporação estadual. “O que propomos é uma orientação para atuação das nossas po-lícias, para que a sociedade saiba como atuam as polícias, os parâmetros e limites da sua

atuação”, explicou. A sugestão é trabalhada em conjunto com os secretários estaduais.

CrimesNa última terça-feira, José

Eduardo Cardozo disse que ainda não é possível concluir se a morte do cinegrafi sta da TV Bandeirantes Santiago Andrade pode ser considerada crime contra a imprensa e a liberdade de expressão.

Para o ministro, defi nir o uso proporcional da força vai permi-tir “saber quando há transgres-são e quando não há, para que policiais não sejam acusados injustamente ou para que si-tuações indevidas de atuação policial sejam coibidas e puni-das na forma da lei”.

Na reunião também foi dis-cutido o esquema policial que será implantado para garantir a segurança na Copa do Mun-do deste ano.

AGÊN

CIA

BRA

SIL

O ministro da Justiça in-formou que vai se reunir no-vamente com os secretários de Segurança Pública com o objetivo de ajustar o plano de segurança para o Mundial. Há possibilidade de as Forças Armadas serem convocadas para trabalhar em algumas cidades-sede. “Garanto que esse plano de segurança está bem feito, mas queremos ou-vir ainda mais os Estados, para que possamos ajustar, fazer a sintonia fi nal, nesta reta de chegada para esses grandes eventos”, disse ele.

Em entrevista coletiva após a reunião, o ministro da Justiça

também comentou as denún-cias de que manifestantes es-tão sendo cooptados por par-tidos políticos para participar dos protestos. “À medida em que denúncias de que pesso-as, por alguma razão, teriam sido induzidas a atos de vio-lência, isso será investigado pelas polícias competentes. Às polícias cabe investigar. Havendo ilícito, cabe ao Judi-ciário punir”, acrescentou.

ProjetosNa última semana, o

presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), selecionou dez

projetos sobre violência em manifestações para se-rem votados em plenário, em data a defi nir. Também foi anunciada a criação de uma comissão externa para acompanhar as investiga-ções da morte do repórter cinematrográfi co Santiago Andrade, atingido por um rojão durante uma manifes-tação no Rio de Janeiro.

Os projetos serão apresen-tados aos líderes partidários depois de amanhã. “A ideia é apensar todos os projetos em um só, pedir a urgência e trazer a discussão para o plenário”, afi rmou Alves.

Câmara também tem propostasDeputado Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, selecionou dez projetos de lei

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Page 7: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 A7Com a palavra

Vejo como salutar a ação do Conselho. Ele nos alerta, pois devido você estar focado no trabalho diário não tem con-dições de fazer essa radiografia que o CNJ faz”

Na magistratura há quase 34 anos, o desembargador do Tribunal de Justi-

ça do Estado do Amazonas (TJAM), Yedo Simões, decidiu colocar seu nome na disputa para concorrer a presidência da corte. Atual corregedor-geral da instituição, Yedo enfrentou duas correições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também a pressão da mídia sobre o julgamento dos processos contra o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP).

Promovido a cargo de de-sembargador, pelo critério de merecimento em 2005, o magistrado é o quarto no pleno do tribunal, entre os mais antigos da corte, aptos a disputarem o car-go. Como trunfo que deve usar na campanha em seu favor está a implantação do Processo Judicial Digital (Projud), sob a sua supervi-são, que tinha como principal meta resolver o problema do acúmulo de processos “encalhados” nas comarcas do Amazonas. O programa, iniciado no ano passado vem apresentando resulta-dos satisfatórios. Instalado já em 60 municípios, o Pro-jud tem agilizado em quase 80% os processos no interior do Estado, e principalmen-te criando uma interação entre os municípios.

Na semana passada, Yedo recebeu o EM TEMPO para falar sobre os trabalhos de-sempenhados pela correge-doria, a última correição do CNJ em Manaus e também do projeto de se tornar pre-sidente do tribunal.

EM TEMPO – Na últi-ma terça-feira o processo que solicita o aumento de vagas de magistrados no Amazonas foi novamen-te adiado após o pedido de vista do presidente da casa, desembargador Ari Moutinho. Como o senhor avalia a questão?

Yedo Simões – Essa ques-tão está sub judice, tem ainda uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no caso e sobre isso eu não posso me manifestar porque é um processo judicial e cada colega tem sua opinião. Hou-ve uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas

também tem um processo judicial que se discute a su-posta inconstitucionalidade da lei. Mas, isso tudo pre-cisa ser tratado no âmbito do Tribunal de Justiça e só assim veremos o decorrer da situação.

EM TEMPO – E em rela-ção aos juízes, como está o quadro de profissionais no Estado?

YS - Tivemos um concurso recente, mas os juízes ainda não têm previsão de serem chamados. Existe um calen-dário elaborado pela entida-de responsável pelo certame de responsabilidade da Fun-dação Getulio Vargas (FGV), e a previsão é que esses novos servidores sejam no-meados em setembro, mas o presidente Ari Moutinho ti-nha solicitado que essa data fosse diminuída, e que esses juízes sejam nomeados an-tes do fim da gestão dele, que será em 3 de julho. Es-tamos trabalhando para isso e esperamos que os concur-sados que já passaram nesta primeira fase continuem no processo. Na primeira etapa tínhamos 1,5 mil inscritos, mas apenas 22 foram apro-vados e ainda temos três fases a serem obedecidas. Atualmente, temos 36 vagas a preencher e é importante para o nosso órgão recompor isso para trabalharmos para melhoria da nossa corte e da população.

EM TEMPO – Atualmen-te, qual o maior problema do tribunal?

YS - Com certeza é a falta de servidores e juízes. Em termos de organização, eu penso que estamos muito bem. Nossa justiça hoje é toda virtual. Temos 100% das nossas uni-dades em sistema eletrônico. E estamos preparados para enfrentar a modernidade.

EM TEMPO – Em janeiro, o CNJ esteve em Manaus onde realizou uma correi-ção no sistema e apresen-tou um laudo crítico sobre o tribunal. O que o senhor tem a falar sobre isso?

YS – Vejo como salutar a ação do Conselho. Ele nos alerta, pois devido você estar focado no trabalho diário na questão administrativa não tem condições de fazer essa radiografia que o CNJ faz. Eles foram inclusive a car-tórios extrajudiciais e procu-

raram conhecer o trabalho de juízes e apontaram al-gumas falhas. Agora, vamos aguardar as recomendações que eles deverão pedir, mas posso adiantar que só com a visita do Conselho per-cebemos algumas situações que não conhecíamos, ago-ra cabe a nós ajustarmos tudo isso.

EM TEMPO – Mas, ape-sar de todos os inves-timentos a Associação de Defensores Públicos do Amazonas (Adepam) e também vários advo-gados têm reclamado da lentidão da tramitação eletrônica do tribunal.

YS – Na verdade foi muito desagradável esse comentá-rio. Essa não foi a posição da Defensoria Pública, mas sim, de apenas um defensor que entrou agora no órgão e não conhece o nosso sistema Projud. Checamos que esse servidor passou apenas três minutos logado no nosso sis-tema e esse período não é suficiente para conhecer toda situação. Esse servidor sequer formalizou uma re-clamação conosco, preferiu procurar a imprensa para emitir informações sobre o que ele não conhece. Mas, temos uma equipe eficiente à disposição para ajudá-lo.

EM TEMPO – Como está a implantação do Projud?

YS – Hoje, nós só temos 4% de processo físico. Faltam finalizar os trabalhos apenas em Coari, Codajás, Tapauá e Parintins. Os restantes de todos os municípios estão fe-chados. A expectativa é que em dois meses finalizemos esse trabalho. Já na capital temos ainda um acerto de processo que precisam ser cadastrados. Criamos tam-bém a assessoria virtual, que a partir de Manaus irá dar suporte às comarcas do inte-rior, onde temos uma grande deficiência de servidores.

EM TEMPO – Durante uma sessão da corte al-guns magistrados reve-laram que juízes do in-terior davam expediente nos shoppings de Manaus e frequentavam academia no horário em que deve-riam estar nas comarcas. Isso procede?

YS – Eu pouco saio da minha casa que não seja para o meu trabalho para

constatar essas situações, mas é possível sim que esteja ocorrendo isso. O ser hu-mano tem suas falhas, mas não posso afirmar. Mas, se uma denúncia dessas chegar à Corregedoria vamos sim investigar. Agora é verdade que temos um número ele-vado de procedimentos na Corregedoria, mas é claro que muitos casos são de denúncias de pessoas que tiveram problemas com pro-cessos ou desvio de conduta do servidor. Para evitar isso estamos fazendo nossas fis-calizações. Estou compondo uma comissão de correição permanente para agilizar ainda mais nossos trabalhos. Nosso objetivo é fazer 100% das correições nos cartórios eleitorais. Isso passou a ser um objetivo pessoal meu.

EM TEMPO – Em nível nacional o CNJ apontou uma crescente denúncia contra magistrados. E aqui no Estado como está este quadro?

YS – Eu não posso dizer da gestão passada, mas desde que assumi a Corregedoria esse índice tem sido normal. Na verdade, quando se fala em denúncia é de todo tipo, desde a morosidade de um juiz em um recurso como questões de prioridade em processos. Mas isso dá-se devido ao número excessivo de trabalho que cada juiz tem. Estamos com a defici-ência de 36 magistrados no interior. Chegamos ao ponto de não estarmos mais con-cedendo férias aos nossos juízes do interior devido ao acúmulo de tarefas.

EM TEMPO – Estamos às portas de uma eleição para presidência da corte. O se-nhor vai colocar seu nome à disposição da disputa?

YS- Eu sou candidato à su-cessão do cargo de presiden-te. Irei entrar nesta disputa oferecendo meu trabalho e também já tenho um plano de metas para o tribunal, mas isso eu vou divulgar somen-te daqui a um tempo. Mas posso adiantar que quero sempre trazer o progresso para o tribunal. Sou juiz de carreira e já vivi em todos os setores do tribunal e te-nho um diagnóstico do que a Justiça precisa e do que os meus colegas enfrentam. Eu não quero mais nada na minha profissão.

Yedo SIMÕES

‘Sou CANDIDATO à sucessão NO TJAM’

Sou candidato à suces-são do cargo de presi-dente. Irei entrar nesta disputa oferecendo meu trabalho. Já tenho um plano de metas para o tribunal. Sou juiz de car-reira e já vivi em todos os setores do tribunal e tenho um diagnóstico do que a Justiça precisa”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: IONE MORENO

Desde que assumi a Corregedoria esse índice tem sido nor-mal. Quando se fala em denúncia, é de todo tipo, desde a mo-rosidade de um juiz em um recurso como prio-ridades em processos”

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Page 8: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

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Page 9: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4 B5

‘Made in’Manaus para a Copa do Mundo

DIEGO JANATA

Apostar no mercado de franquias continua sendo um bom negó-cio no Brasil, e em

Manaus esse modelo começa a ganhar ares de amadure-cimento. Dados da Associa-ção Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o fatura-mento desse seguimento so-mente em 2013 deve atingir R$ 117 bilhões, uma evolução de 14% no comparativo com o ano anterior. Para 2014, a

ABN estima um crescimento percentual de 13% de fatura-mento das franquias.

Focados nesses números e nas vantagens que essse tipo de negócio oferece, o time de empreendedores formado pela advogada Juliana Valen-te Botelho, 26, o seu esposo, jornalista Thiago Botelho, 27, e mais um sócio, trouxe para Manaus a pizzaria ‘Os Muzza-rellas’. Uma franquia de São José dos Campos (SP). “Ganha-mos um modelo consolidado e uma inovação para Manaus no setor de delivery de pizza, com pedidos pela internet, sem a necessidade de falar com atendente”, afi rma Juliana.

A franquia ofereceu ao casal como item de inovação uma pizza com a forma quadrada, algo inédito para Manaus. Há dez meses funcionando na Zona Centro-Sul da capital, a pizzaria foi um investimento na ordem de R$ 250 mil, o qual Thiago estima que conseguirá recuperá-lo aproximadamen-

te em mais oito meses de funcionamento da empresa. “A franquia é um bom atalho por conta de todas as experiências que outros empreendedores já tiveram”, observa.

Primeiro empreendimento do casal e do sócio, a fran-quia funciona hoje com 15 funcionários, entre pizzaiolos,

operadores da internet e en-tregadores. Juliana e Thiago revelam que se sentem con-fi antes para, dentro de pou-co tempo, expandir o negócio para outra região da cidade. A segurança do casal está no franqueador, o qual Juliana classifi ca não como um ‘chefe’, mas sim um ‘professor’.

ShoppingsSegundo o consultor espe-

cializado em franquias Jor-ge Kemel, da empresa Vetor – Varejo e Franchising -, o crescimento deste seguimen-to segue o rastro da expansão de shoppings existentes e da implantação de novos espaços comerciais deste formato. De acordo com Kemel, para os próximos quatro anos, a ex-pectativa é que pelo menos 70 novos shoppings sejam inaugurados no Brasil.

Para estes empreendimen-tos, o setor que mais cresce, conforme o consultor, sãos as franquias das redes de fast-food. “Cada shopping possui em média cerca de 120 lojas. As franquias chegam a represen-tar até 50% das lojas desses empreendimentos. No setor de fast-food, por exemplo, elas já correspondem a 75% das

lojas instaladas nas praças de alimentação”, observa.

Apesar dos números que re-presentam arrecadações bilio-nárias e que por isso fazem brilhar os olhos de investidores eminentes, o consultor adverte que, como todo negócio, se faz necessário fi car atento sobre a franquia que pretende investir. Caso contrário, a experiência pode ser desastrosa, devido a inexperiência sobre o empre-endimento do franqueado; a falta de capital de giro; a in-disposição a atuar no negócio à distância, deixando a unidade na mão de funcionários; e prin-cipalmente, por não aceitar a orientação da rede.

Segundo o consultor, o in-vestidor precisa estudar mui-to a escolha que fará sobre uma franquia. Porque, uma vez feita a má escolha de uma franqueadora, pode levar o investidor a insatisfação, principalmente pela falta de inovação no negócio, pela inexistência dos suportes ne-cessários para o crescimento das unidades, também pela má escolha do ponto e por fi m, por conta da má administra-ção da verba de propaganda, o que prejudica a divulgação da marca na região.

Franquia: ‘uma boa ideia’ para começar um negócioEmpresários amazonenses que apostaram nesse seguimento se dizem satisfeitos e já trabalham nos seus planos de expansão

Açaí no Ponto cresce com um produto regio-nal consolidado dentro e fora do Amazonas

A pizza quadrada que fez sucesso em São

Paulo chegou a Manaus por meio da franquia

Os Muzzarellas

A franquia Açaí no Pon-to, que nasceu em Manaus, já conseguiu exportar seu modelo para 17 Estados brasileiros. Há um ano franqueada dessa empresa a empreendedora Ananda Carvalho, 22, presidente da Associação de Jovens Empresários do Amazonas (AJE), conta que antes de abrir a sua primeira empresa ela procurou uma alternativa que a oferecesse um produ-to consolidado, um mercado estudado e toda uma es-trutura de negócio testada.

“Encontrei tudo isso numa franquia”, afi rma.

Ananda observa que Ma-naus, geralmente importa franquias. Ela, por sua vez, resolveu escolher uma em-presa local por um relaciona-mento melhor, a possibilida-de de uma troca de ideias e uma negociação facilitada. “Imagina ser um franqueado como uma rede MCDonald, que não deixa de ser uma boa marca, mas você terá que se submeter a padrões com os quais não poderá negociar ajustes”, observa.

Hoje, com mais duas em-presas, além da franquia Açaí no Ponto – Traning Consultoria Soluções Em-presariais e a Interactive Mobile –, Ananda lembra que outro ponto determinante para a escolha da Açaí no Ponto foi o fato de ela ser do ramo de alimentação com um produtor regional e consolidado. “Para mim esse ramo tem um retorno muito rápido. Os shoppin-gs inclusive dão prioridade para empresas franqueadas desse ramo”, salientou.

Amazonas exporta franquias

Para evitar desas-tres é necessário ter disposição de atuar

no negócio, sem deixar a unidade

somente na mão de funcionários

Jorge Kemel, Consultor de Franquias

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EMERSON QUARESMAEspecial EM TEMPO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Caros Wilson Perico e Alfredo Lopes,1. Ao ler as vossas generosas

palavras, (Em Tempo, 1/2 pg...) que comentam algumas afirmações minhas, registradas com mestria pelos jornalis-tas Suelen Reis e Wilson Nogueira em entrevista publicada na revista “Valer” Cultural de outubro/ novembro 2013, pg.6 (www.valercultural.com.br ) e motivado pela menção ao jogo de bola relatado Condamine, lembrei de um outro jogo parecido praticado pelos astecas em que a bola (também de látex ou de chicle) devia ser atirada, com os quadris e as coxas, através de um furo circular de aproximadamente trinta centímetros de diâmetro, aberto em uma pedra também circular de um metro de diâmetro.

2. O que me impressionou porém nos relatos deste jogo é que o melhor jogador, o que mais ‘furos’ atravessaria com seus arremessos, era sacrificado ao deus Sol para garantir que ele voltasse a brilhar no céu no dia seguinte. Quantos Ronaldinhos sacrificados!

3. Outra questão, esta agora de caráter tecnológico, é que os aztecas antigos conheciam as rodas (encontram-se rodas em brinquedos e no mencionado jogo da pelota) mas não a utilizavam como máquina simples capaz de aliviar a fadiga no transporte e no deslocamento de pesos. Uma formidável máquina que usa o atrito(estático) para rodar, facili-tando o movimento.

4. Foram necessárias as refle-xões de físicos (teóricos e aplicados) como Galileu e Newton para que a volta do Sol no horizonte, todas as manhãs de cada dia fosse uma certeza e não uma dúvida angustiante na vida dos mortais.

5. Se dependesse dos doutri-nários ortodoxos bastaria sacrificar jogadores talentosos para garantir a luz do dia.

6. E aqui, quero apoiar minha alavanca e dar argumentos para um ponto de vista, ligeiramente diferente do vosso, sobre como se relacionam a ciência, a academia e a indústria ( creio que este é o nó das divergências):

7. Eu defendo que um sitema de inovação em C&T apoiado apenas em instituições e laboratórios de ci-ência aplicada, de engenharia voltada a fins específicos da indústria não se sustentam no longo prazo, não ajudam a indústria a se renovar e inovar, e mais grave, não se reproduzem, não formam novos ‘engenheiros’, quadros inventivos e capazes de promover inovações.

8. A grande maioria das apli-cações é resultado de pesquisas bási-cas, desinteressadas ou interessadas apenas em aplicações de interesse da própria pesquisa. A internet surgiu nos laboratórios do CERN e tinha por obje-tivo compartilhar um grande numero de informações entre pesquisadores que analizavam os registros dos detectores das partículas que se formavam nas colisões de elétrons, protons, pósitrons a altíssimas energias. Vale observar que a Europa investiu no CERN dez bilhões de Euros para construir uma máquina que produz resultados de remota aplicação mas imenso significado para a evolução

das teorias físicas e a compreensão do micro e macrocosmo e beneficiar-se do que se costuma chamar de ‘spin off’ tecnológico da pesquisa cientifica desinteressada.

9. O laser, a fissão nuclear, a fusão nuclear nas estrelas, a energia elétrica, as ondas eletromagnéticas, o DNA e a dupla helice, são descobertas que mudaram os rumos da nossa vida cotidiana e o caminhar da humanidade. Não foram encomendas da indústria .

10. Não se trata, a meu ver, de herança de Coimbra, dos padrões acadê-micos eruditos e livrescos, trata-se de uma falsa visão da relação entre o papel da pesquisa básica nas universidades e da formação prática voltada às aplica-ções supostamente úteis à industria.

11. Atribuo as nossas deficiên-cias nas virtudes competitivas (com-paradas com os padrões nacionais) em pesquisa, ensino e extensão à falta de apoio à pesquisa básica, aparen-temente desinteressada ( do ponto de vista da produção de bens para o mercado), dada pelos órgãos que influem nas diretrizes da política de C&T no Amazoas e que devem sim dar apoio também à pesquisa aplicada.

12. Convém lembrar que a pes-quisa básica e a formação de recursos humanos a ela associada, tem sido objeto de rígidos padrões de avaliação pelas agencias nacionais e internacio-nais. Enquanto a avaliação da pesquisa tecnológica, aplicada, é mais complexa e ainda não encontrou sistemas confiá-veis de medida e comparação. Enquanto a avalição da produção cientifica em ciencias exatas é razoavelmente (e há criticas severas a esse sistema) caliba-rada pela produção de artigos indexados em revistas qualificadas, o sistema de avaliação de qualidade na área tenoló-gica através do número de patentes não é uma referência consensual.

13. Entendo que os recursos in-vestidos em treinamento de quadros especializados e pesquisas voltadas a objetivos de atender às demandas das empresas, poderiam oferecer melhores condições de competitividade à industria, se o ambiente de pesquisa basica e de-senvolvimento tecnológico obedecesse a uma rígida avaliação de qualidade e essa fosse um característica permanente de nosso ambiente industrial – acadêmi-co.

14. Defendo que o ambiente de pesquisa básica bem avaliado e exigente em seus padrões de qualidade poderia fertilizar a pesquisa aplicada e industrial através do intercâmbio de idéias e a boa formação de quadros. Inclusive colabo-rando como observatório de ideias novas que surgem no horizonte da indústria ( vejam p.e. a fotônica substituindo a eletrônica nos dias de hoje ).

15. Como justificar que o quinto PIB do país convive com a centésima po-sição de suas universidades e institutos de pesquisa tecnológica? Sabendo que na classificação da produção científica, na qualidade do ensino e no impacto na produção industrial as istituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico acompanham o PIB na Eco-

nomia nacional. 16. É da resposta a esta pergunta

que quero recolher elementos que nos permitam, na próxima década, reverter as incomodas posições ora ocupadas por essas instituições.

17. Ficaria feliz em pedir descul-pas às instituições cujo desempenho critiquei, e o farei sem vacilar, desde que esse abjuro seja apoiado nas conclusões de um programa severo de avaliação, local, nacional e/ou internacional ( como se fez em outras instituições nacionais como p.e. Unicamp, UFRJ-COPPE). Uma avaliação técnico - científica das nossas instituições de P&D, financiadas com recursos públicos, federais, estaduais ou da Suframa.

18. Se considerarem oportuno posso pedir desculpas antecipadas pela suspeita levantadas e, caso as avaliações me dêem razão, fica o compromisso de me devolver as desculpas.

19. Quando insisto na severidade da avaliação o faço porque entendo que o valor dos investimentos públicos foi e é muito alto. A prestação de contas dessas instituições deve ser pública e expressa em forma que todos a possam entender (e não apenas os tribunais e a burocracia das contas). Não se trata de lisura na utilização dos recursos, se trata de avaliação das efetivas contribuições técnico científicas capazes de contribuir para a renovação e competitividade da indústria e a permanência dos melhores talentos em Manaus .

20. Entendo que os recursos dos incentivos fiscais (ou dos recolhimentos de 1% para a UEA ou 5% da industria de informatica para P&D), são recursos públicos que a legislação, por vezes permite, sejam investidos em projetos de interesse comum do poder público e das próprias empresas.

21. Creio que deveríamos enten-der melhor a natureza desses recursos, ( incentivos fiscais , % do faturamento destinados a P&D, UEA etc), são eles públicos ou privados? Se há uma lei que determina o valor e regula seu recolhimento são públicos, se são ofertas voluntárias são privados. Lembro que em 2005 na Comissão de Orçamento do Con-selho Nacional de Ciencia e Tecnologia, os recolhimentos de % do faturamento de empresas ao FNDCT para os fundos setoriais, impostos etc. eram contabi-lizados pelos orgãos responsáveis pelo orçamento de C&T como públicos. O seu uso foi em 2006 distribuido pelo MCT, em parte, em programas horizontais de P&D que nem sempre interessavam às indústrias de origem dos recursos.

22. Participei (antes como vice presidente e depois como presidente da SBPC) na segunda metade dos anos 80 das batalhas no Congresso Nacional em que se criaram legislações voltadas a fomentar os investimentos em tecno-logias da informação. Lembro que nos-so propósito era encontrar fontes de financiamento para o desenvolvimento de pesquisas capazes de permitir o desenvolvimento de projetos nacionais em TI e propiciar a competitividade da nossa industria de informática então nascente.

23. Naquela época a Coréia era apenas um pequeno país em busca de desenvolvimento, hoje lá se desenham os dispositivos que montamos no Polo Industrial. Pena, passados trinta anos poderíamos ter chegado mais longe, em Manaus e no país. O que gostaria de chamar a vossa atenção é que não é (apenas) por falta de recursos, financei-ros e humanos, que a produção científica e tecnológica no Amazonas nos preocu-pa e compromete a competitividade e o desempenho das industrias do Polo Industrial.

24. Há uma outra questão que, para finalizar, gostaria de levantar: a da autonomia da universidade e dos institutos de pesquisa ( conforme consta na Constituição Federal Art. 217 ) estadu-ais e federais. Novamente discordamos, não se trata de distanciamento entre a realidade produtiva e o ócio improdutivo. Trata-se, a meu ver, de uma condição necessária para bem administrar o bom senso e o uso dos recursos públicos em áreas de ensino e pesquisa: produzir conhecimentos novos, formar jovens, atender a demandas de interesse social e industrial, competir internacionalmente e dar significado moral à realidade em que estamos imersos. As universidades estaduais paulistas conseguiram au-tonomia financeira (mesmo que parcial) no início dos anos noventa.

25. A falta de autonomia impede por exemplo que a UEA implante e/ou consolide a pesquisa científica em suas unidades, uma vez que os controles dos tribunais ( e a opinião das ‘elites’ conser-vadoras ) se concentra na contabilidade das horas de aula efetivamente dadas pelos professores: dizem que quem não leciona em sala de aula vive no ócio. Pesquisar ? Isso é coisa que se faz em Miami ou Paris.

26. A batalha não é nova, lembro que em 1975 na UFRJ ao criar o Instituto de Física, enfrentávamos querelas se-melhantes que foram contornadas pelo crescente financiamento recebido por órgãos externos de apoio à pesquisa ( o BNDES e a Finep no caso ). Venceram as pesquisas e o bom senso prevaleceu na UFRJ. A carga horaria se limitou a seis ou oito horas de aula por semana. Hoje o Instituto de Fisica é um dos melhores do país e a COPPE e as engenharias se beneficiam com a presença do ilustre vizinho.

27. Lá, mas ainda não aqui. Por que ainda não há um Instituto de Física, de Química ou de Matemática na UEA (apesar de seus últimos tres reitores estarem sinceramente empenhados em criá-los)? Não será porque predomina entre nossas lideranças academico- in-dustriais conservadoras a visão de que a UEA deve se concentrar em preparar quadros para a indústria e para a admi-nistração pública e não deve se preocupar com pesquisa e conhecimento?

28. Parece fora de propósito di-zer que a UEA também deva contribuir para decifrar a biblioteca da biodiver-sidade e dos ambientes amazônicos, aprender a ler os livros da natureza e quando possível tirar proveito dos segredos das culturas indigenas, da

fauna e da flora e seu convivo com os ambientes naturais. Os conservadores, pragmáicos, repetem o mantra: a nos cabe conservar, devemos apenas evitar que se derrubem as árvores (quando possível). Não é nossa tarefa entender como e porque esta foresta cresce e se multiplica em solos pobres (façanha que os sojicultores gostariam imitar).

29. Sempre lembro de uma obser-vação que ouvi em uma conferência inter-nacional sobre meio ambiente: a vocês brasileiros cabe conservar a floresta. As pesquisas sobre toxinas, enzimas, fotos-síntese, fitoterápicos e produtos naturais , devem ser feitas em Londres, N.York ou Paris, pois são necessários grandes laboratórios, exigem investimentos de grande porte e os resultados devem obedecer à legislação internacional que regula a propriedade industrial!

30. Finalizo para reafirmar minha convicção que o CBA sofre de doença crônica consequência da falta de auto-nomia em sua gestão e de um Conselho Técnico Científico, com caráter delibe-rativo que zele pela qualidades de sua produção científica e técnica e o proteja dos miopes tutores do Mdic.

31. A falta de consistência cien-tífica contamina a sua estrutura jurídica e institucional. A idéia, que até agora prevaleceu em sua gestão, que um ins-tituto de grande porte como o CBA deve limitar suas ações ao mundo aplicado e prestar serviços apenas às indústrias, é a meu ver equivocada, pequena para os desafios que o entender (e aplicar) a biodiversidade amazônica colocam aos pesquisadores tanto puros como aplica-dos.

32. O estoque de conhecimentos da biodiversidade amazônica é ainda muito pequeno para que um instituto possa se dedicar apenas às suas aplica-ções, sem se preocupar com a pesquisa básica e a formação especializada de novos quadros (sem eles em pouco tempo a instituição se torna estéril) .

33. Novamente, a avaliação da produção científica e da formação es-pecializada da instituição nos poderia dar um claro retrato de sua eficiência na realização da missão institucional que lhe foi dada: ampliar o estoque de conhecimentos e apoiar a indústria ( onde ela estiver, se em Manaus, melhor). As atividades aplicadas seriam apenas uma das consequencias naturais do bom desempenho da pesquisa fundamental. Os jovens formados se encarregariam de renovar e dar continuidade ao projeto institucional.

Perdoem a extensão de minha ‘res-posta’, não imagino que ela possa ser publicada integralmente, eventualmente em partes, o vosso bom senso e ex-periência o decidirá. Talvez os pontos levantados (33!) possam servir, junto com outras reflexões, como roteiro para promover um debate dedicado a exami-nar as razões que nossas instituições encontram para promover a pesquisa e o desenvolvimento capazes de respon-der aos desafios sociais, ambientais e industrias da Amazônia.

Com cordialidade, Ennio Candotti

Ennio [email protected]

De E.Candotti para A.Lopes e W.Perico

Ennio Candottifísico

O laser, a fissão nucle-ar, a fusão nuclear nas estrelas, a energia elé-trica, as on-das eletro-magnéticas, o DNA e a dupla hélice, são desco-bertas que mudaram os rumos da nossa vida cotidiana e o caminhar da humanidade. Não foram encomendas da indústria”

Pesquisador ‘aposta’ no uso comercial do gengibreMercado de cosmético será abastecido em setembro com sabonete feito a partir dessa planta com potencial econômico

Após 15 anos de pes-quisas com o Zingi-ber Zerumbet, conhe-cido como gengibre

amargo, o pesquisador do Instituto Nacional de Pes-quisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o doutor em Biotec-nologia e Recursos Naturais Carlos Cleomir e seu grupo de pesquisa, desenvolveu a partir do óleo essencial desta planta e de frutos amazôni-cos, sabonetes que auxiliam no combate a acne vulgar.

A dermatose atinge apro-ximadamente 90% dos ado-lescentes. A expectativa do pesquisador é lançar o produto até setembro de 2014.

O sabonete vegetal antiac-ne e anticéptico foi patente-

ado pela empresa Biozer da Amazônia, que é de proprie-dade de Carlos Cleomir e uma das sete empresas incubadas pelo Inpa. A primeira etapa já foi concluída, inclusive com a obtenção do protótipo (pro-duto de teste nos resultados parciais do projeto).

“Este produto tem um dife-rencial se comparado aos ou-tros que já estão no mercado, pois os extratos retirados do gengibre possuem ação anti-inflamatória, antioxi-dante e antibacterianas”, explica o pesquisador.

Originário da Ásia, o gen-gibre amargo foi encontra-do pelo pesquisador e sua equipe em visitas técnicas e excursões realizadas em

Iranduba, Parintins, Itacoa-tiara e Presidente Figueiredo, municípios amazonenses que possuem grande quantidade da planta. Em Manaus, o gen-gibre amargo, foi localizado em áreas rurais como Tarumã Mirim e Puraquequara.

Segundo o pesquisador, apesar das potencialidades medicinais e econômicas, as pessoas utilizam a planta basi-camente para ornamentação, neste caso a flor.

Carlos Cleomir lembra que antes suas pesquisas estavam voltadas para a potencialida-de de combate ao câncer com o uso do gengibre amargo, porém ele observou que a planta tinha base científica para expansão dos estudos. Sabonete de gengibre amargo será usado para combater acne vulgar que atinge adolescentes

DIVULGAÇÃO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

IME

Planejar antes de gastar faz bem ao consumidorA dica parte de especialistas no momento em que há no Brasil uma crescente constante nos índices de inadimplência

O consumidor ama-zonense precisa to-mar mais cuidado na hora de gastar,

principalmente quando usar o cartão de crédito. O aler-ta é feito por especialistas em planejamento econômico, após a divulgação de dados que confirmam ser crescente o índice de inadimplência.

Em janeiro, por exemplo, da-dos da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Ma-naus) aponta que 3,1% dos consumidores deixaram de pagar suas contas em dia. A pesquisa ainda aponta que 30% das dívidas foram adqui-ridas por meio de compras em carnês de lojas, outros 25% pelo uso indiscriminado dos cartões de créditos.

O presidente da CDL-Manaus, Ralf Assayag, considera esse ín-dice de inadimplência aceitável pelo elevado volume de compras realizado em dezembro do ano passado, as quais são cobradas somente em janeiro.

O vigilante Bruno Silva, 24, conta que começou o ano com uma dívida de R$ 5 mil. De acordo com ele, a ‘bola de neve’ cresceu depois que ficou desempregado no ano passado, uma vez que, já tinha feito compras no comércio local. “Quando contraí a dívida eu estava empregado. Havia comprado no cartão de crédito para pagar parcelado. Porém, saí do trabalho e não tive como quitar os débitos”, afirma.

Para Bruno, o seu principal erro foi a falta de planeja-mento adequado na hora de atender o desejo de comprar

um pouco mais. “Ao invés de pagar o que devia, gastei com outras prioridades que na-quele momento eram mais urgentes”, lamenta o vigilante, ao garantir que, por estar com

emprego novo buscará como meta pagar todas as suas dívidas ainda este ano.

A engenheira ambiental Catriana Figueiredo, 28, re-

conhece que faltou planeja-mento e acabou passando dos limites ao comprar além do que o seu bolso permitia. Assim como Bruno, ela saiu do emprego recentemente. Isso dificultou ainda mais a qui-tação das dívidas contraídas via cartão de crédito e no seu descuido ao deixar uma conta corrente bancária aberta, sem movimentá-la.

“Acabei deixando uma con-ta corrente em aberto num banco, e quando fui fechar as taxas de manutenção vi que elas eram altíssimas. Fiquei muito mais atrapalhada”, sa-lienta. No momento, Catriana se dedica aos estudos e sonha em passar em algum concurso público da sua área. Ela espera arrumar um emprego o quanto antes para poder limpar o seu nome na praça e pagar tudo aquilo que deve.

Para o economista Antônio Gadelha falta planejamento para a maioria dos consumi-dores. Ele alerta que antes de ter crédito é necessário ter cautela. “Tentar poupar e gastar o necessário é a fórmula mágica para quem não deseja se complicar fi-nanceiramente. Isso deixa o nível de endividamento sob controle e diminui a inadim-plência”, sugere.

Gadelha frisa que o con-sumo exagerado é desne-cessário, portanto é um dos principais motivos de endividamento, o que con-tribui para o aumento da inadimplência do consumi-

dor. “Hoje as pessoas vi-vem numa sociedade con-sumista. O ideal é gastar somente aquilo que você pode e comprar o neces-sário. É preciso ter cons-cientização financeira e planejamento”, salienta.

O economista fala que o consumidor brasileiro não tem o costume de poupar e por isso perde muito. “Se o fizesse, isso seria uma ex-celente válvula de escape na hora de fazer compras emergenciais, recorrendo ao dinheiro guardado ao invés de fazer empréstimos ban-cários e mais dívidas no car-tão de crédito”, acrescenta.

‘Antes do crédito tenha cautela’

ALTASNo Brasil, a inadim-plência do consumidor registrou alta de 1,1%, em relação a dezem-bro, o que representa a quarta alta mensal consecutiva, segundo indicadores levantados pela Serasa Experian.

ANDRÉ TOBIASEspecial EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 B5

BSN VEÍCULOS

Empresários amazonenses aproveitam o evento esportivo mundial para vender ideias e alavancar seus negócios

A apenas quatro meses da Copa do Mundo, empreendedores de diversos segmentos

em Manaus aceleram os pre-parativos na busca de empla-car produtos e serviços exclu-sivos para o mundial. Novos pratos e peças de vestuário elaboradas com exclusividade para o período estão entre as iniciativas que prometem con-quistar os torcedores durante e depois dos jogos.

Entre os empresários que vão apostar no evento fute-bolístico está o proprietário do restaurante Tambaqui de Banda, Mário Valle. Em fase de fechamento dos últimos detalhes junto à organização dos jogos, o empreendedor está com tudo pronto para o lançamento do fi sh n’chips, um box (caixa) pequeno que contém 150 gramas de fi lé de tambaqui empanado, batatas fritas e um molho especial de maionese e mostarda.

Inspirado em um prato tra-dicional inglês, feito a base de peixes dos rios da Amazônia, Valle diz que o petisco será vendido a R$ 12 na Arena da Amazônia, durante os jogos e promete conquistar principal-mente o paladar dos torcedores estrangeiros. O lanche também poderá ser encontrado em for-

mato de combo (fi sh n’chips e refrigerante), com preço ainda não defi nido. “Os boxs serão equipados com lâmpadas de infravermelho para manter a comida aquecida para o clien-te”, garante o empresário.

Para ganhar os visitantes ‘pela boca’, o empreendedor projeta um investimento de R$ 80 mil, que será utilizado no aluguel e adaptação de três contêineres para comercializar o produto, e contratar 16 funcionários que serão responsáveis pela pro-

dução do fast-food. “A meta é comercializar em torno de oito mil unidades no primeiro jogo (Inglaterra e Itália), apostando na tradição britânica do prato e entre quatro e seis mil caixinhas nos outros três jogos” estima.

Valle lembra que a inovação surgiu durante a Copa das Confederações, no ano pas-

sado, quando comerciantes de outros Estados investiram na venda de pratos típicos de suas regiões durante os jogos nos estádios.

ModaOutra iniciativa partiu da jor-

nalista Cristiane Batista e da sua sócia Michele Guimarães, proprietárias da grife de roupas femininas Santa Cris. De olho no número de turistas que escolhe-rão Manaus como destino, elas iniciaram a confecção de uma coleção moda praia que incluirá, biquínis, saídas de banho, túni-cas e calças de tecidos leves, adaptadas ao clima local.

Cristiane detalha que as es-tampas das peças compostas de araras, onças, do grafi smo de pedras do Largo São Sebastião, entre outras. “Nosso conceito é proporcionar ao turista um vestuário de acordo com o clima amazônico. Queremos ajudar a criar uma identidade de moda no Estado”, argumenta.

Cristiane, que desde 2007 comercializa vestuários rela-ta que em 2013, durante um evento recebeu um grande pedido de biquínis que seriam comprados por um empresário mexicano. “Foi quando percebi o potencial do nosso produto para os estrangeiros”, conta a empresária, que ainda não defi niu o preço das peças, mas, projeta vendê-las futuramente em um quiosque.

Já que o tambaqui é o peixe que melhor

representa o Estado, resolvemos vender essa ideia, apos-tando na tradição britânica do prato

Mário Valle, Tambaqui de Banda

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Inspirado nos ingleses, o Tambaqui de Banda lançará para a Copa o fi sh n’chips, que é um box (caixa) contendo 150 gramas de peixe regional Empresário Mário Valle acredita que a idéia poderá dar certo ao ponto de abrir franquias para ser vendida em outras localidades

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

Além dos produtos ‘made in’ Manaus para a Copa, alguns serviços estão em fase de forma-tação para atender melhor aos turistas em junho. A blogueira Carol Castro, 24, uma das autoras do blog “O Bom Daqui” (OBD), está preparando o espaço virtual para os visitantes. A página eletrônica que dá dicas de restaurantes, hotéis e festas em Manaus terá uma editoria exclu-siva para auxiliar quem visitar a cidade.

Entre os serviços ofe-recidos, Carol destaca as dicas de restaurantes e hotéis próximos à are-na. Segundo ela, a ideia da página não é obter lucro, mas sim, facilitar a vida do turista e ajudar Manaus a construir uma boa imagem quanto à qualidade dos serviços oferecidos. A blogueira acrescenta que preten-de preparar uma versão em inglês dos textos do site, a fi m de atender tu-ristas estrangeiros que desejam conhecer mais sobre cidade.

Serviço de ‘dicas’ para estrangeiros

Produtos e serviços ‘made in’ Manaus para a Copa

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 B5

BSN VEÍCULOS

Empresários amazonenses aproveitam o evento esportivo mundial para vender ideias e alavancar seus negócios

A apenas quatro meses da Copa do Mundo, empreendedores de diversos segmentos

em Manaus aceleram os pre-parativos na busca de empla-car produtos e serviços exclu-sivos para o mundial. Novos pratos e peças de vestuário elaboradas com exclusividade para o período estão entre as iniciativas que prometem con-quistar os torcedores durante e depois dos jogos.

Entre os empresários que vão apostar no evento fute-bolístico está o proprietário do restaurante Tambaqui de Banda, Mário Valle. Em fase de fechamento dos últimos detalhes junto à organização dos jogos, o empreendedor está com tudo pronto para o lançamento do fi sh n’chips, um box (caixa) pequeno que contém 150 gramas de fi lé de tambaqui empanado, batatas fritas e um molho especial de maionese e mostarda.

Inspirado em um prato tra-dicional inglês, feito a base de peixes dos rios da Amazônia, Valle diz que o petisco será vendido a R$ 12 na Arena da Amazônia, durante os jogos e promete conquistar principal-mente o paladar dos torcedores estrangeiros. O lanche também poderá ser encontrado em for-

mato de combo (fi sh n’chips e refrigerante), com preço ainda não defi nido. “Os boxs serão equipados com lâmpadas de infravermelho para manter a comida aquecida para o clien-te”, garante o empresário.

Para ganhar os visitantes ‘pela boca’, o empreendedor projeta um investimento de R$ 80 mil, que será utilizado no aluguel e adaptação de três contêineres para comercializar o produto, e contratar 16 funcionários que serão responsáveis pela pro-

dução do fast-food. “A meta é comercializar em torno de oito mil unidades no primeiro jogo (Inglaterra e Itália), apostando na tradição britânica do prato e entre quatro e seis mil caixinhas nos outros três jogos” estima.

Valle lembra que a inovação surgiu durante a Copa das Confederações, no ano pas-

sado, quando comerciantes de outros Estados investiram na venda de pratos típicos de suas regiões durante os jogos nos estádios.

ModaOutra iniciativa partiu da jor-

nalista Cristiane Batista e da sua sócia Michele Guimarães, proprietárias da grife de roupas femininas Santa Cris. De olho no número de turistas que escolhe-rão Manaus como destino, elas iniciaram a confecção de uma coleção moda praia que incluirá, biquínis, saídas de banho, túni-cas e calças de tecidos leves, adaptadas ao clima local.

Cristiane detalha que as es-tampas das peças compostas de araras, onças, do grafi smo de pedras do Largo São Sebastião, entre outras. “Nosso conceito é proporcionar ao turista um vestuário de acordo com o clima amazônico. Queremos ajudar a criar uma identidade de moda no Estado”, argumenta.

Cristiane, que desde 2007 comercializa vestuários rela-ta que em 2013, durante um evento recebeu um grande pedido de biquínis que seriam comprados por um empresário mexicano. “Foi quando percebi o potencial do nosso produto para os estrangeiros”, conta a empresária, que ainda não defi niu o preço das peças, mas, projeta vendê-las futuramente em um quiosque.

Já que o tambaqui é o peixe que melhor

representa o Estado, resolvemos vender essa ideia, apos-tando na tradição britânica do prato

Mário Valle, Tambaqui de Banda

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Inspirado nos ingleses, o Tambaqui de Banda lançará para a Copa o fi sh n’chips, que é um box (caixa) contendo 150 gramas de peixe regional Empresário Mário Valle acredita que a idéia poderá dar certo ao ponto de abrir franquias para ser vendida em outras localidades

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

Além dos produtos ‘made in’ Manaus para a Copa, alguns serviços estão em fase de forma-tação para atender melhor aos turistas em junho. A blogueira Carol Castro, 24, uma das autoras do blog “O Bom Daqui” (OBD), está preparando o espaço virtual para os visitantes. A página eletrônica que dá dicas de restaurantes, hotéis e festas em Manaus terá uma editoria exclu-siva para auxiliar quem visitar a cidade.

Entre os serviços ofe-recidos, Carol destaca as dicas de restaurantes e hotéis próximos à are-na. Segundo ela, a ideia da página não é obter lucro, mas sim, facilitar a vida do turista e ajudar Manaus a construir uma boa imagem quanto à qualidade dos serviços oferecidos. A blogueira acrescenta que preten-de preparar uma versão em inglês dos textos do site, a fi m de atender tu-ristas estrangeiros que desejam conhecer mais sobre cidade.

Serviço de ‘dicas’ para estrangeiros

Produtos e serviços ‘made in’ Manaus para a Copa

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Mais Médicos: intervenção policial nos casos de faltasResolução federal irá punir com rigor profissionais que se ausentarem de suas atividades sem prévia comunicação

Após admitir que 89 profissionais abando-naram o Mais Médicos, o governo determinou

que, a partir de agora, quando um médico estiver sumido por mais de 48 horas, as comissões estaduais ou do Distrito Fede-ral responsáveis pelo programa terão que informar a ausência aos órgãos de segurança.

A determinação faz parte de uma resolução publicada pelo Departamento de Pla-nejamento e Regulação da Provisão de Profissionais da Saúde, no “Diário Oficial” da União. A medida, de acordo com a pasta, tem o objetivo de garantir a integridade física dos médicos participantes.

A resolução determina ainda que a Organização Pan-Ameri-cana de Saúde (Opas) também seja comunicada sobre a ausên-cia de um médico no caso de ele ser estrangeiro.

Além destas medidas, o governo publicou também novas regras para fazer o desligamento de profissionais que descumprem as normas médicas e têm ausências in-justificadas no programa.

As medidas são uma ten-tativa do governo de melhor controlar o número de desis-tências do programa, e garantir condições mínimas para que os profissionais vivam nas cidades para onde foram designados.

O governo orienta que ausências injustificadas por mais de dois dias úteis já sejam objeto do desligamento do profissional do programa, dando ao médico o prazo de cinco dias para que ele apre-sente uma justificativa.

Nesta semana, o governo pu-blicou uma lista com os nomes de 89 profissionais que não es-tão atuando no programa, den-tre eles 80 brasileiros. Caso não informem seu paradeiro, serão desligados do programa.

No grupo estão cinco cuba-nos que abandonaram o pro-grama. Um deles é a médica Ramona Rodriguez, que pediu ajuda ao DEM e está em Bra-sília. Ela já apresentou um pedido formal de refúgio ao Brasil e está empregada na As-sociação Médica do Brasil.

O segundo caso revelado é o do médico Ortelio Jaime Guerra, que abandonou o programa e está nos Estados Unidos. O mi-nistério não tem informações sobre o paradeiro dos outros três médicos cubanos.

Justiça ouve réus de acidente aéreoA Justiça Federal em São

Paulo começou a ouvir, na úl-tima sexta-feira, 14, os réus apontados como responsáveis pelo acidente com o voo da TAM JJ 3054, em que morre-ram 199 pessoas. No acidente, ocorrido no dia 17 de julho de 2007, um avião proveniente de Porto Alegre chocou-se contra o prédio da TAM Express, ao lado do aeroporto de Congo-nhas, por não ter conseguido parar na pista, ao pousar. Além dos passageiros e da equipe de bordo, morreram pessoas que estavam em terra.

Estão sendo ouvidos pela

8ª Vara Criminal Federal em São Paulo a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o vice-presidente de Operações da TAM, Alberto Fajermann, e o diretor de Segurança de Voo da TAM, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro.

Os três são acusados pelo crime de atentado à segurança do transporte aéreo e podem pegar pena de até 12 anos. “Este julgamento é um marco para que as pessoas tenham mais responsabilidade no trato do transporte aéreo. Existe o risco, existe, mas vamos tentar

minimizá-lo ao máximo. Uma companhia aérea despachar um avião completamente car-regado, com um reverso inope-rante para um aeroporto que eles sabem que não tem área de escape. Para mim, isso é irresponsabilidade. É isso que está sendo julgado aqui”, disse o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Víti-mas do Voo TAMJJ3054, Dario Scott, que perdeu a única filha, de 14 anos, no acidente.

Scott destacou que o jul-gamento dá uma satisfação para a sociedade de uma forma geral. “E [serve] para

que as autoridades e as pes-soas que trabalham no setor do transporte aéreo tenham mais responsabilidade. Que eles saibam que vão ter que responder por seus atos. Não é simplesmente por conta de interesses econômicos, abrir um aeroporto nas condições que foi aberto.”

Segundo o advogado dos pa-rentes das vítimas do acidente, Ronaldo Marzagão, a sentença deverá ser proferida possivel-mente, em agosto. “Temos a expectativa de que apresenta-dos os memoriais,só faltará a sentença”, disse Marzagão.Acidente com avião da TAM matou 199 pessoas, em 2007

AE TAM

Outros 22 médicos de Cuba desistiram formalmente do Mais Médicos e retornaram à ilha. A resolução determina ainda que seja aplicada uma advertência para o médico que se ausentar do trabalho por mais de quatro horas até dois dias sem justificativa. Em caso de reincidência ou au-sência por mais de 48 horas, o profissional será desligado

do programa.A presidente Dilma Rousseff

não esconde sua opinião e sempre que pode faz uma avaliação positiva do progra-ma Mais Médicos e ignora as recentes desistências dos profissionais, sobretudo cuba-nos. “Esse é um programa do meu coração, eu cuido dele todo dia, fico olhando. Óbvio que você tem, sempre vai ter,

um problema aqui e outro ali. Mas sobretudo é isso: um programa feito para pessoas”, afirmou. “O Norte é a região mais beneficiada pelo Mais Médicos. Não só não haviam médicos mas, quando haviam, não ficavam permanentemen-te. O Mais Médicos, pra mim, está sendo um sucesso por resolver uma série de proble-mas”, afirma a presidente.

‘Um probleminha aqui, outro ali’A Associação Médica Brasi-

leira (AMB), uma das entida-des de classe que têm feito oposição ao Mais Médicos, divulgou nota anunciando o lançamento, de um serviço de apoio para profissionais estrangeiros que atuam no programa e que estejam insa-tisfeitos. “Visando a proteção da liberdade e integridade dos profissionais trazidos de

outros países pelo governo federal através do Programa Mais Médicos, a Associação Médica Brasileira (AMB) dis-ponibiliza oficialmente o Pro-grama de Apoio ao Médico Estrangeiro”, diz o comuni-cado. “O objetivo da entidade é atender médicos, tanto de Cuba como de outras nacio-nalidades, que necessitem de orientação”, acrescenta.

Associação auxilia estrangeiros

Governo brasileiro publicou uma série de medidas para “frear” a fuga de profissionais que integram o programa federal Mais Médicos sem justificativas prévias

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B7MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 País

Lei para crimes em manifestaçõesO ministro da Justiça, José

Eduardo Cardozo, disse que a pasta já trabalha num es-boço do projeto de lei para punir excessos e padronizar a ação das forças policiais em manifestações.

O texto será enviado pelo governo ao Congresso Nacio-nal em regime de urgência e seria uma resposta à morte do cinegrafista Santiago Andra-de, 49. “Teremos nos próximos dias definição desse texto que tem como objetivo assegurar a liberdade de manifestação”, disse. Entre as proibições es-tariam o uso de explosivos e o anonimato em protestos.

Cardozo diz que é preciso sanções para quem transgri-

da o direito da população de se manifestar, independente-mente da causa. “Queremos garantir segurança ao cida-dão que participa e à im-prensa, indispensável nesse processo, fazendo com que não se admita atos de van-dalismos em protestos.”

O ministério vai recolher sugestões dos Estados para o projeto. Segundo Cardozo, foram coletados dados em reuniões com comandantes de todo o país para propor uma espécie de “cartilha” da atuação policial nos protestos que esteja enquadrada num maior consenso possível.

Ainda segundo o ministro, é necessário que o Brasil tenha

esse regramento unificado que defina o uso da força, para que policiais não sejam acusados indevidamente ou que não cometam abusos.

Até o fim da próxima sema-na, a minuta do projeto deverá ser compartilhada com secre-tários de segurança.

Cardozo tem pressa, apesar de não ter estabelecido prazo para concluir o projeto de lei e encaminhá-lo para análise dos deputados e senadores.

Criar uma lei específica para coibir violência em pro-testos, contudo, está longe de ser consenso, pois o Có-digo Penal já prevê punições para crimes como agressão e dano ao patrimônio.

Cardozo afirma que enviará projeto que prevê punição para manifestantes para o Congresso

ABR

PUNIÇÃO

Copa: governo prevê gastar R$ 1,17 bi com segurançaProjeto vai envolver mais de 100 mil profissionais de segurança e defesa civil, sem considerar o contingente das Forças Armadas

Além da construção de 14 Centros Inte-grados de Comando e Controle (12 re-

gionais e dois nacionais, em Brasília e no Rio), os Esta-dos vão receber 27 Centros de Controles Móveis (cami-nhões equipados que ficarão nas proximidades dos está-dios), 12 imageadores aére-os (equipamentos instalados em helicópteros, capazes de captar e transmitir imagens em tempo real para os cen-tros de controle), robôs para detonação de explosivos e 36 Plataformas de Obser-vação Elevadas (com 12 câmeras de alta resolução capazes de captar, tratar e transmitir imagens).

Todo o aparato de se-gurança estará em pleno funcionamento no perío-do entre 20 dias antes da Copa (20 de maio) até 5 dias depois do término (18 de julho). Neste período, to-dos os 14 Centros Integra-dos de Comando e Controle (CICCs) estarão operando 24 horas por dia.

A Força Nacional de Segu-rança (FNS) colocará 10,6 mil homens à disposição das 12 cidades que vão sediar jo-gos. No entanto, pelo menos cinco governos estaduais não pretendem, a princípio, solicitar apoio da Força: São Paulo, Paraná, Ceará, Bahia e Amazonas. Ainda não deci-diram a utilização da mesma Rio, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso. Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Pernambuco não responderam aos questiona-

mentos da reportagem.

PreparaçãoA secretária nacional de

Segurança Pública, Regina Miki, disse que foram mi-nistrados mais de 40 cursos para os agentes da FNS, como mediação de confli-tos e controle de distúrbios, no caso de haver protestos. “Nossa preocupação é ga-rantir o direito legítimo dos brasileiros à manifestação. Para aqueles que usarem os protestos para praticar crimes, os policiais da Força foram treinados para discer-ni-los e individualizar suas condutas para que sejam punidos de acordo com a lei”, disse Regina.

ContigênciaA função que a FNS vai

desempenhar em cada ci-dade vai variar. Em alguns locais, ficará aquartelada como força de contingência. Em outros, auxiliará a Polícia Militar no patrulhamento os-tensivo. Em Estados, poderá acompanhar as delegações, com batedores.

A quantidade de chefes de Estado que virão ao Brasil ainda não está fechada, mas a Sesge já trabalha com a presença dos presidentes dos países dos BRICs (Rússia, Ín-dia, China e África do Sul), já que a reunião de cúpula do grupo foi marcada para logo depois da final da Copa, em Fortaleza. Mandatários de EUA, Israel, Irã e países em con-flito serão classificados como de alto risco, e terão esquema de segurança especial.

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Forças Armadas e de Segurança vão atuar em conjunto antes, durante e após o período de realização da Copa no Brasil este ano

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

O Alto Comissaria-do de Direitos Humanos das Na-ções Unidas (ONU)

pediu que os responsáveis pelos ataques a manifes-tantes na Venezuela não fiquem impunes. Na última quarta-feira, 12, protestos estudantis e marchas em apoio ao governo venezue-lano deixaram três mortos e pelo menos 60 feridos. “Os autores devem ser julgados com penas adequadas”, afir-mou em Genebra, o porta-voz Rupert Colville.

O representante do Alto Comissariado disse que as Nações Unidas estão “pre-ocupadas” com as infor-mações sobre os ataques a manifestantes por parte de grupos armados ilegais. “Também nos preocupa que a situação possa desencadear mais violência”, ponderou.

Colville mencionou tam-bém que as denúncias sobre intimidações que jornalistas sofreram durante a cober-tura dos protestos são, de igual maneira, preocupan-tes. “Soubemos que alguns profissionais tiveram equi-pamentos apreendidos e que houve agressão a jornalistas estrangeiros e locais, en-quanto cobriam os protes-tos”, alertou.

Outro ponto lembrado pelo porta-voz diz respeito à prisão de alguns manifes-tantes, que estariam sendo acusados de terrorismo. “É grave a informação de que há, inclusive menores de-tidos, e que a alguns foi negado o direito de ter con-tato com seus familiares e advogados”, acrescentou.

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Comissariado de Direitos Humanos da ONU pediu que sejam apuradas com rigor as mortes de três pessoas durante manifestações nas ruas venezuelanas

ONU mostra preocupação com mortes na Venezuela

Líderes estudantes dis-seram que o objetivo dos protestos é pedir mais se-gurança pública, medidas econômicas efetivas para conter a crise que afeta o país e também por maior liberdade de expressão.

O governo, entretanto, afir-ma que entre os manifestan-

tes há grupos “fascistas” que causaram os tumultos, ata-ques ao patrimônio público e incitaram à violência. Na visão governista, o objetivo final seria um golpe de Estado.

A Justiça no país decretou a prisão de Leopoldo López, um dos líderes da direita ve-nezuelana, acusado de ter pla-

nejado os ataques ocorridos em meio aos protestos. López apoiou a candidatura presi-dencial de Henrique Capriles, nas eleições presidenciais de abril do ano passado. De acor-do com a imprensa no país, no entanto, a aliança foi desfeita e atualmente López agiria de maneira mais independente.

Manifestantes pedem segurança

Onda de protestos na Venezuela espalha desconfiança no governo do presidente Nicolás Maduro

Crueldade contra crianças na África é preocupante

Representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Áfri-ca Ocidental informaram estar horrorizados com a crueldade e a impunidade que crianças são mortas ou mutiladas na Repúbli-ca Centro-Africana (RCA), onde pelo menos 133 me-nores foram vítimas des-ses crimes nos últimos dois meses. A RCA passa por uma crise desde março do ano passado, quando a coligação Séléka, de maio-ria muçulmana, derrubou o governo do país majorita-riamente cristão. O caso desencadeou uma espiral de violência, que já deixou milhares de mortos e de deslocados. “As crianças são cada vez mais visadas devido à sua religião ou co-munidade”, disse o diretor regional do Unicef para a África Central e Ocidental, Manuel Fontaine.

Em comunicado divulga-do na página do Unicef na internet, Fontaine explica que a violência na Repú-blica Centro-Africana tem se intensificado na capital, Bangui, e no Oeste do país.

De acordo com ele, os con-frontos entre milícias Anti-balaka, de maioria cristã, e ex-combatentes Séléka, nas últimas semanas, têm revelado “níveis sem pre-cedentes de violência con-tra crianças”.

“Pelo menos 133 crian-ças foram mortas ou mu-tiladas, algumas de modo horrível, em dois meses”, informa o Unicef.

DecaptaçõesSegundo o comunicado,

foram verificados casos de crianças intencionalmente decapitadas. A organiza-ção diz ter conhecimento de outros casos em que crianças, feridas em tiro-teios, ficaram isoladas e, quando conseguiram che-gar a um hospital, tiveram de ser amputadas.

O Unicef apela ao gover-no da RCA, à comunidade internacional e a líderes religiosos e civis do país que ajudem a acabar com a violência. Para o fundo da ONU, os graves crimes contra crianças têm de ser investigados e os respon-sáveis, punidos.

UNICEF

Unicef alerta contra a crueldade com crianças africanasAF

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Dia a diaCade

rno

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[email protected], DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 (92) 3090-1041

Em defesa dos animais silvestres

Dia a dia C2-C3

BRENO FREITAS/ARQUIVO EM TEMPO

Inca aponta redução de casos de câncer no AMOcorrência da enfermidade está relacionada ao envelhecimento da população. Estado ocupa a 22ª posição no ranking

Edson Andrade lem-bra que, só em 2012, a FCecon registrou cerca de um milhão de proce-dimentos, entre ambu-latoriais e hospitalares. Hoje, a instituição aten-de pacientes de Esta-dos e países vizinhos. “Também por este mo-tivo, a instituição tem se empenhado em am-pliar suas ações de pre-venção, principalmente no que diz respeito aos tipos mais incidentes de cânceres, que são o de pulmão e próstata, entre os homens, e de colo uterino e mama entre as mulheres”, assegurou.

Ainda conforme a estimativa divulgada pelo Inca, devem ser registrados, em 2014, no Estado, 510 casos de câncer de próstata, mesmo número estima-do para 2012. Já mama e colo uterino devem registrar aumento este ano. O primeiro, cuja es-timativa de dois anos atrás apontava para 340 casos, deve regis-trar, este ano, 390. O segundo passará de 600 para 630.

Principais tipos da doença

A estimativa para 2014, divulga-da recentemente pelo Instituto Na-

cional do Câncer (Inca), órgão vinculado ao Mi-nistério da Saúde, apon-tou uma leve redução no número de casos de câncer no Amazonas. A previsão é que sejam registrados 4.830 novos diagnósticos no Estado, 130 a menos que a publicação anterior, lançada em 2012.

No ranking nacional, o Amazonas figura em 22º lugar em número de casos por taxa bruta de inci-dência, com 267,16 diag-nósticos para cada 100 mil habitantes, a maioria (143,56) entre as mulhe-res. De acordo com o di-retor-presidente da Fun-dação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), pneumologista Edson de Oliveira Andrade, o nú-mero ainda é considerado alto e tem relação direta com o envelhecimento da população.

“O Brasil vive hoje um momento de transição epidemiológica, em que se tem resquícios de do-enças infectocontagiosas. Já passamos de países que tiveram aumento na taxa de sobrevida, o que ele-

vou, também, os índices relacionados às doenças crônicas degenerativas, entre elas o câncer”, ex-plica o especialista.

De acordo com ele, o grande desafio neste mo-mento é conscientizar a população acerca dos fatores de risco, aler-tando para a mudança de comportamento de vida, o que inclui, por exemplo, acabar com hábitos como o taba-gismo, que está rela-cionado diretamente com vários tipos de neoplasias malignas, entre elas os tumores de garganta, pulmão e mama. Ele pede atenção, ainda, para o consumo excessivo de álcool e alimen-tos industrializados, este último trata-do como principal causa das doenças do trato digestivo, entre elas o câncer de estômago e o de intestino.

Edson Andrade r e s s a l t a que, nos ú l t i m o s anos, o a v a n ç o no nú-mero de casos foi

JOEL ROSA/ARQUIVO EM TEMPO

Prédio da Fundação Cecon, no bairro Dom Pedro: apesar da es-timativa, número de

casos ainda é alto

acompanhado por mudan-ças nos protocolos de tra-tamento do câncer no Bra-sil e no mundo, permitindo que novas drogas, a exem-

plo do Trastuzumabe (Herceptin), utilizado no tratamento e con-

trole do câncer

de mama, fossem inseridas na lista de medicamentos padronizados pelo Minis-tério de Saúde. Com isso, a margem de segurança no tratamento aumentou significativamente.

“Também com base na literatura e com-

provação da

eficácia de outros medi-camentos, aqui na FCe-con, os profissionais têm optado por utilizar alguns quimioterápicos fora da lis-ta de padronização, o que resulta na injeção de recur-sos exclusivos do Estado

para esta finalidade”,

ressaltou. Segundo o pneu-mologista, o medicamento Trastuzumabe, por exem-plo, já era adquirido com recursos exclusivos do go-verno do Estado, para pa-cientes da Fundação, mes-mo antes da padronização, ocorrida em 2012.

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

A ordem do dia é proteger!Proteção a animais silvestres contra o comércio ilegal e a caça predatória vem sendo intensifi cada no Estado do Amazonas com a disseminação de informações sobre o crime e a busca da legalização dos criadouros pelo Ipaam

GERSON FREITASEspecial para o EM TEMPO

A falta de aten-

dimento a algumas ocor-

rências acontece pela difi culdade de

acessibilidade aos lo-cais onde esses animais se encontram, ou por muitas vezes os endereços infor-mados por quem procura o instituto estarem incorretos ou incompletos.

Quem praticar ato de abu-so e maus-tratos, ferir ou

mutilar animais silvestres, domésticos ou domestica-dos, nativos ou exóticos, será punido com pena-de-tenção de três meses a um ano, e multa que va-ria de R$ 500 a R$ 3 mil por indivíduo.

Segundo a mesma lei, “quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósi-to, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota

migratória, bem como produ-tos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente (art. 1°, inciso III)” também está sujeito a estas penalidades.

Essa tem sido a luta do Ipaam, desde o ano pas-sado, quando assumiu a responsabilidade de cuidar dos processos relaciona-dos à fauna amazônica.

Multa de até R$ 3 mil

AE

XSXSXSXSXRelatoriaUtem nostra-vo, nintiamquam etidiu macia vis hilici con-dium in senatum opor-sul vit L. Marteris. Es res vid consu imponlo ctant, Cat nonfi ca voli-ca nos re in nenterum pulos bon viverfVales

A falta de uma legislação própria sobre a fauna transforma o Ama-zonas em um grande

mercado a céu aberto para comercialização de animais sil-vestres. Esse tráfi co, segundo a gerente de fauna do Instituto de Proteção Ambiental do Amazo-nas (Ipaam), Sônia Canto, é a segunda maior atividade ilícita do mundo, gerando anualmen-te bilhões de dólares.

Uma forma de combater esse crime ambiental é tirar as pessoas envolvidas da ilega-lidade por meio de campanhas feitas pela mídia. “Qualquer comércio de animais silvestres só é possível mediante a au-torização do órgão ambiental responsável”, afi rma Sônia. De acordo com o artigo 32 da lei de crimes ambientais (Lei 9.650, de 12 de fevereiro de 1998), é passível de san-ções penais e administrati-vas as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

De julho de 2013 até este mês, o Ipaam realizou 265 resgates, feitos todos os dias. De acordo com Sônia, foram relatadas 380 solicitações de resgate, algumas situações fáceis de resolver. “Em alguns casos, orientamos as pessoas por telefone sobre os procedi-mentos que devem ser toma-dos para a devolução desses animais para a natureza. Às vezes só precisam destinar esses animais ao seu habi-tat natural - rios, igarapés e fl orestas”, diz a gerente.

Um dos objetivos do Ipaam é criar uma legislação com instruções normativas para a exportação, que determine e regularize a parte relativa aos animais silvestres, o processo de criação e pesquisas sobre

a biopirataria. O maior desafi o do instituto

tem sido a fi scalização. Con-tando com o apoio de parcerias com órgãos públicos, o Ipaam tem repassado material aos municípios do Amazonas no intuito de divulgar sobre a ile-galidade da comercialização de animais silvestre e suas pena-lidades. O Amazonas tem uma grande vocação extrativista, na grande maioria das vezes esse extrativismo vem da população do interior, que trabalham com atividade de caça e pesca.

O trabalho de educação ambiental feito pelo Ipaam é justamente alertar a todos o que eles podem e não podem fazer, pois a falta de informa-ção na maioria das vezes tem sido o maior fator para que o comércio de animais silvestre cresça a cada dia.

Linha diretaPor ano, o Ipaam recebe mais

de mil denúncias de todas as esferas, e 90% delas são aten-didas. Existe uma linha direta para a fi scalização, onde as denúncias são anotadas, ge-rando um protocolo para que o denunciante acompanhe o processo. Além disso, o site do instituto (www.ipaam.am.gov.br) disponibiliza um link para quem quiser fazer a ocorrên-cia pela internet. As denúncias podem ser feitas anônimas ou identifi cadas. A gerente de fau-na garante que aquelas iden-tifi cadas fi cam em total sigilo e que em hipótese alguma é revelado o autor. “Quando alguém se identifi ca, facilita muito nosso trabalho. Em caso de algum desencontro ou de uma informação incorreta, o instituto entra em contato com o denunciante e informa o que está acontecendo” , afi rma Sônia.

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MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 C3Dia a dia

A ordem do dia é proteger!

O Ipaam tem investido em campanha para a educação e conscientização ambiental na capital e no interior do Amazonas. Segundo o pre-sidente do instituto, Ademir Stroski, foi determinada como uma das prioridades do Ipaam em 2014 a reali-zação de campanhas para esclarecer à população que a gestão de fauna há um

ano é uma competência do governo estadual e também orientar quanto ao que é certo e errado no relacio-namento do homem com a fauna silvestre, assim como os casos passíveis de licen-ciamento ambiental.

“Primeiro precisamos orientar para o que diz a lei que regulamenta as questões de fauna no âmbito federal e

criar os normativos estadu-ais, porque existem hábitos culturais no amazônida em relação à fauna silvestre”, afi rma Stroski. Como exem-plo, ele cita o consumo de carne de caça e a manuten-ção em cativeiro de animais silvestres como bichos de estimação, que não podem ser ignorados e requerem uma educação ambiental.

Conscientização é a maior meta

O instituto tem recebido chamados de resgate do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba-ma), Ministério Público e Polícia Federal, órgãos que atuam em parceria com o Ipaam no combate ao co-mércio ilegal de animais.

Dos que são resgatados, 90% são devolvidos para a natureza. No momento do resgate, os veterinários do Ipaam fazem uma análise clínica do animal, quando passa por exames. Caso seja identifi cada alguma doença, o animal fi ca no instituto e depois é levado ao centro de

triagem do Ibama, ou é levado

para o Instituto Sauim Cas-tanheiras, lá são tratados, medicados e quando já es-tão em ótimo estado físico são soltos na natureza. Um trabalho em conjunto mul-ti-institucional é realizado com a ajuda da Eletrobras Amazonas Energia e Corpo de Bombeiros para o resgate das espécies. Todos os dias temos ligações de resgate para três espécies: a iguana, jiboia e preguiça. “O des-matamento contribui muito para que esses animais in-vadam cada dia mais o meio urbano”, comenta Sônia.

O instituto destaca ain-da que a sociedade precisa fi car alerta sobre os riscos de criar um animal silves-tre como doméstico: além de comportamentos agres-sivos no decorrer do tem-

po, esses animais pode-rão transmitir doenças

como a raiva, leptos-pirose, vírus, vermes e doenças ainda não conhecidas pela medicina, po-dendo causar até uma epidemia.

Parcerias para o trabalho

O Ipaam tem investido em campanha para a educação e conscientização ambiental na capital e no interior do Amazonas. Segundo o pre-sidente do instituto, Ademir Stroski, foi determinada como uma das prioridades do Ipaam em 2014 a reali-zação de campanhas para esclarecer à população que a gestão de fauna há um

ano é uma competência do governo estadual e também orientar quanto ao que é certo e errado no relacio-namento do homem com a fauna silvestre, assim como os casos passíveis de licen-ciamento ambiental.

“Primeiro precisamos orientar para o que diz a lei que regulamenta as questões de fauna no âmbito federal e

Conscientização é a maior meta

clínica do animal, quando passa por exames. Caso seja identifi cada alguma doença, o animal fi ca no instituto e depois é levado ao centro de

triagem do Ibama, ou é levado

para que esses animais in-vadam cada dia mais o meio urbano”, comenta Sônia.

O instituto destaca ain-da que a sociedade precisa fi car alerta sobre os riscos de criar um animal silves-tre como doméstico: alde comportamentos agres-sivos no decorrer do tem-

po, esses animais pode-rão transmitir doenças

como a raiva, leptos-pirose, vírus, vermes e doenças ainda não conhpela medicina, po-dendo causar até uma epidemia.

O maior problema no combate à criação irre-gular e comercialização de animais silvestres é a falta de informação

DIOGO LAGROTERIA

HUDSON FONSECA

Quelônios apreendidos em blitz: pessoas ainda desconhecem o que é certo e errado

ALEXANDRE FONSECA/ARQUIVO EM TEMPO

BRENO FREITAS ARQUIVO EM TEMPO

C02 E C03 - DIA A DIA.indd 3 14/2/2014 22:35:36

Page 20: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 C5

Nesta semana, um adolescente de 17 anos foi acusado de matar o irmão de 21,

com um golpe “mata leão”, no bairro Petrópolis, Zona Sul. Dados da Secretaria de Se-gurança Pública do Amazonas (SSP) apontam que em janeiro deste ano foram registradas 283 ocorrências envolvendo menores infratores. No ano passado, foram 4.176 casos, um aumento de quase 40% em relação a 2012, quando a SSP apontou 3.011 ocorrên-cias. Ainda assim, toda vez que um fato policial envolvendo crianças e adolescentes choca a opinião pública, as discussões em torno do polêmico projeto de lei que prevê a redução da maioridade penal ressurgem.

Na próxima quarta-feira (19), a comissão de Constituição e Justiça do Senado deve votar o projeto que prevê a redução da maioridade penal para 16 anos. A proposta admite que jovens maiores de 16 anos, que se envolvam em crimes hediondos e múltiplas repeti-ções de lesão corporal grave ou roubo qualifi cado, possam cumprir penas como adultos. O autor do PL é o senador Aluysio Nunes Ferreira (PSDB) de São Paulo.

A proposta divide opiniões não somente nas casas legis-lativas, onde alguns senadores criticam o fato de o governo se posicionar contra a matéria. Para uns, o projeto é válido porque pode ajudar inclusive a enfraquecer o mercado do tráfi co de drogas, que recruta adolescentes. Outros prezam por maiores esforços e inves-timentos do governo na forma-ção da juventude.

O advogado Luis Eduardo Valois, que foi presidente da

Comissão de Direitos Humanos da Seção Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), apontou que cerca de 75% dos atos infracionais cometi-dos por menores delinquentes ocorrem contra o patrimônio. “Os crimes contra a vida que cometem são muito peque-nos num universo percentual. Quando comete crime violento, ou é porque ele está ligado ao tráfi co ou é drogado. Uma gama de fatores sociais levam o menor a delinquir. Colocar o menor de 18 inimputável é uma questão de proteção contra o Estado omisso”, disparou.

Para ele, somente a implanta-ção efetiva de políticas voltadas para menores poderá reduzir a criminalidade juvenil. “Enquan-to os jovens fi lhos de ricos estão nas escolas públicas ou privadas, você vê nos sinais crianças de 6, 7 anos fazendo malabarismos, cheirando cola. Como você pode pedir de uma criança dessas que ela seja um primor, um exemplo, uma pessoa que tenha retidão de caráter? Não dá”, justifi cou.

Valois explicou que o direito sozinho não tem condições de resolver o problema da crimina-lidade juvenil. Uma das saídas apontadas pelo advogado seria trabalhar na base da estrutura familiar. “Se você não trabalhar a criança na origem, você não vai reduzir a criminalidade ju-venil, nem a adulta, porque o crime é um fator social. O direito entra (como diz no popular) de gaiato, não resolve crimina-lidade. O que resolve é uma base socioeconômica sólida, uma distribuição de renda, boa aplicação do dinheiro público e, quando falo ‘resolve’, quero que você entenda ‘diminui’, porque o crime nunca vai deixar de existir. Agora se você tiver uma sociedade perto da igualdade, você tem baixíssimos níveis de criminalidade”, explicou.

Velho tema volta ao debateTrâmite do projeto de redução da maioridade penal para 16 anos reacende a polêmica sobre sua efi cácia. Enquanto isso, no Amazonas houve crescimento de quase 40% nos delitos praticados por menores de idade entre 2012 e 2013

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Hoje, menores de 18 anos que cometem crimes, depen-dendo do caso, ou são con-duzidos a um dos cinco polos de liberdade assistida ou à internação em centros onde são submetidos a medidas socioeducativas que visam a ressocialização, conforme previsto no Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA). Lá eles podem permanecer por até 3 anos. “Só que nesses 3 anos ele tem que ser tra-balhador. Não é só jogá-lo lá como num depósito humano. Isso são políticas públicas que têm que ser efetivadas. O ECA não é uma legislação da impu-nidade”, ressaltou Valois.

Apesar de haver necessida-de urgente de investimentos,

em âmbito estadual, o advo-gado já observou algumas melhorias. “O governo desati-vou a Delegacia do Menor, que funcionava atrás do sambó-dromo. Hoje a estrutura física é melhor. A delegada Linda Glaucia trabalha inquéritos com muita competência. A omissão não é total, o que falta são políticas públicas voltadas para o menor que po-deriam tratar mais questão da jovialidade e inexperiência e tentar conduzi-lo para o caminho do bem”, fi nalizou.

Políticas públicas O sociólogo Ademir Ramos

defende a implantação de políticas públicas efi cientes, que deem condições a todos

adolescentes terem acesso às oportunidades. “Trata-se de defi nir políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente. O governo brasileiro só tem política no papel. Antes de criminalizar é necessário cobrar o cumpri-

mento de políticas públicas em atenção à criança e ao adolescente. O ECA já con-templa medidas, punições e penas para quem comete delito”, apontou.

Em conformidade com o advogado Valois, o sociólogo vê falhas em centros de in-ternação e instituições onde jovens envolvidos em delitos são submetidos a medidas socioeducativas. “Do jeito que estão sendo aplicadas não resolvem. Estão fazen-do um faz de conta. Para ser efi ciente seria necessá-rio investimento. As escolas são um exemplo disso, que têm graves problemas e não atendem mais a demanda da juventude”, ressaltou.

‘Governo brasileiro só tem política no papel’

Quando o assunto é a maioridade penal, há confl itos por conta da falência do papel do Estado e da insegurança crescente

Cerca de 95% dos 235 jovens que cumprem medi-da socioeducativa no projeto Tocando em Frente come-teram roubo. Em seguida, o maior número de atos infra-cionais diz respeito a envolvi-mento com tráfi co de drogas. Dos 235, 223 são meninos e 12 são meninas, com idades de 12 a 17 anos.

Para a coordenadora e uma das idealizadoras do projeto, Janete Canto, a de-sestruturação familiar e a falta de oportunidade em quase 100% dos casos cons-tituem o enredo de vida des-ses jovens infratores. “Em todas as histórias de vida desses adolescentes, o mo-tivo é unânime. Primeiro a família: muitos são fi lhos de pais separados, e o motivo da separação é sempre violên-cia doméstica, pai usuário de droga ou alcoólatra, infi de-lidade... Ou ainda, a criança não tem a companhia da mãe e vai encontrar na rua pessoas de má-fé, ou porque fugiram de casa para se livrar da violência. Isso vira um ciclo vicioso”, pontuou.

Para Janete, que está há 11 anos à frente do proje-to de inclusão de pessoas em vulnerabilidade social - atividade independente composta por iniciativa da sociedade civil - a redução da maioridade penal não irá contribuir com a redução do envolvimento dos jovens em crimes. “Reduzir não irá re-solver o problema, se os valo-

res familiares não mudarem, teremos meninos de 12, 14 anos pagando por crimes em penitenciárias”, ressaltou.

Ela defende que as me-didas socioeducativas são efi cazes e podem auxiliar na ressocialização. “O juiza-do mesmo afi rmou que as medidas são mais efi cazes que a internação, dependen-do de como o trabalho é feito. Se o governo nas três esferas investir em projetos com metodologia bacana de inclusão, com certeza vai ter mais resultados”, disse.

Prova disso, é um rapaz que aos 15 anos foi enca-minhado ao projeto, após cometer roubos. A família, já desacreditada da possibi-lidade de recuperação, cogi-tava abandonar o jovem. Um ano após seguir as medidas de liberdade assistida reco-mendadas pelo juiz, o menino mudou completamente de postura e hoje volta ao centro para dividir sua experiên-cia e incentivar pessoas na mesma situação. “Hoje ele faz o segundo período da faculdade de psicologia. A mãe dele vende Natura para ajudar a pagar o curso. É um rapaz responsável, um orgu-lho para a família e para nós, que hoje nos ajuda. Na época em que chegou aqui, ele foi excluído, expulso da escola. Mas graças a Deus ele veio, foi acolhido, não desistiu dos estudos e hoje nos motiva e faz acreditar que realmente é possível”, afi rmou.

Ressocialização ainda possível

FALHASEm conformidade com o advogado Luis Eduar-do Valois, o sociólogo vê falhas em centros de internação e insti-tuições onde jovens en-volvidos em delitos são submetidos a medidas socioeducativas

Nas ruas, redução é unanimidade

“Sou a favor da redução . Se o adoles-cente pode votar, por que não pode assu-mir pelos seus atos?”

Alexandre César Frota, 42, autô-nomo

“Acho que aos 16 anos já se sabe distinguir o certo do erra-do e é justo que ele seja julgado como os maio-res de 18”

Alexsandro Gama, 16, estudante

“Do jeito que está, acho que não funciona porque o menor infrator vai fa-zer um trabalho social que não surte efeito”

Edson Menezes, 40, instrutor

“O Brasil precisa ser mais rigoro-so e não aliviar para o menor. Mas acho que devem ter mais políticas para os jovens”

Emerson Monteiro, 23, industriário

“A lei que temos hoje ampara muito os jovens infra-tores. Acho que eles têm que assumir o que fi zeram”

Ewerton Correa, 34, agente de portaria

“Se for reduzida a maioridade penal, que seja feita de uma forma que o adolescente pague pelos crimes”

Janaína Alves, 28, vendedora

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FOTOS: DIEGO JANATÃ

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 C5

Nesta semana, um adolescente de 17 anos foi acusado de matar o irmão de 21,

com um golpe “mata leão”, no bairro Petrópolis, Zona Sul. Dados da Secretaria de Se-gurança Pública do Amazonas (SSP) apontam que em janeiro deste ano foram registradas 283 ocorrências envolvendo menores infratores. No ano passado, foram 4.176 casos, um aumento de quase 40% em relação a 2012, quando a SSP apontou 3.011 ocorrên-cias. Ainda assim, toda vez que um fato policial envolvendo crianças e adolescentes choca a opinião pública, as discussões em torno do polêmico projeto de lei que prevê a redução da maioridade penal ressurgem.

Na próxima quarta-feira (19), a comissão de Constituição e Justiça do Senado deve votar o projeto que prevê a redução da maioridade penal para 16 anos. A proposta admite que jovens maiores de 16 anos, que se envolvam em crimes hediondos e múltiplas repeti-ções de lesão corporal grave ou roubo qualifi cado, possam cumprir penas como adultos. O autor do PL é o senador Aluysio Nunes Ferreira (PSDB) de São Paulo.

A proposta divide opiniões não somente nas casas legis-lativas, onde alguns senadores criticam o fato de o governo se posicionar contra a matéria. Para uns, o projeto é válido porque pode ajudar inclusive a enfraquecer o mercado do tráfi co de drogas, que recruta adolescentes. Outros prezam por maiores esforços e inves-timentos do governo na forma-ção da juventude.

O advogado Luis Eduardo Valois, que foi presidente da

Comissão de Direitos Humanos da Seção Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), apontou que cerca de 75% dos atos infracionais cometi-dos por menores delinquentes ocorrem contra o patrimônio. “Os crimes contra a vida que cometem são muito peque-nos num universo percentual. Quando comete crime violento, ou é porque ele está ligado ao tráfi co ou é drogado. Uma gama de fatores sociais levam o menor a delinquir. Colocar o menor de 18 inimputável é uma questão de proteção contra o Estado omisso”, disparou.

Para ele, somente a implanta-ção efetiva de políticas voltadas para menores poderá reduzir a criminalidade juvenil. “Enquan-to os jovens fi lhos de ricos estão nas escolas públicas ou privadas, você vê nos sinais crianças de 6, 7 anos fazendo malabarismos, cheirando cola. Como você pode pedir de uma criança dessas que ela seja um primor, um exemplo, uma pessoa que tenha retidão de caráter? Não dá”, justifi cou.

Valois explicou que o direito sozinho não tem condições de resolver o problema da crimina-lidade juvenil. Uma das saídas apontadas pelo advogado seria trabalhar na base da estrutura familiar. “Se você não trabalhar a criança na origem, você não vai reduzir a criminalidade ju-venil, nem a adulta, porque o crime é um fator social. O direito entra (como diz no popular) de gaiato, não resolve crimina-lidade. O que resolve é uma base socioeconômica sólida, uma distribuição de renda, boa aplicação do dinheiro público e, quando falo ‘resolve’, quero que você entenda ‘diminui’, porque o crime nunca vai deixar de existir. Agora se você tiver uma sociedade perto da igualdade, você tem baixíssimos níveis de criminalidade”, explicou.

Velho tema volta ao debateTrâmite do projeto de redução da maioridade penal para 16 anos reacende a polêmica sobre sua efi cácia. Enquanto isso, no Amazonas houve crescimento de quase 40% nos delitos praticados por menores de idade entre 2012 e 2013

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Hoje, menores de 18 anos que cometem crimes, depen-dendo do caso, ou são con-duzidos a um dos cinco polos de liberdade assistida ou à internação em centros onde são submetidos a medidas socioeducativas que visam a ressocialização, conforme previsto no Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA). Lá eles podem permanecer por até 3 anos. “Só que nesses 3 anos ele tem que ser tra-balhador. Não é só jogá-lo lá como num depósito humano. Isso são políticas públicas que têm que ser efetivadas. O ECA não é uma legislação da impu-nidade”, ressaltou Valois.

Apesar de haver necessida-de urgente de investimentos,

em âmbito estadual, o advo-gado já observou algumas melhorias. “O governo desati-vou a Delegacia do Menor, que funcionava atrás do sambó-dromo. Hoje a estrutura física é melhor. A delegada Linda Glaucia trabalha inquéritos com muita competência. A omissão não é total, o que falta são políticas públicas voltadas para o menor que po-deriam tratar mais questão da jovialidade e inexperiência e tentar conduzi-lo para o caminho do bem”, fi nalizou.

Políticas públicas O sociólogo Ademir Ramos

defende a implantação de políticas públicas efi cientes, que deem condições a todos

adolescentes terem acesso às oportunidades. “Trata-se de defi nir políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente. O governo brasileiro só tem política no papel. Antes de criminalizar é necessário cobrar o cumpri-

mento de políticas públicas em atenção à criança e ao adolescente. O ECA já con-templa medidas, punições e penas para quem comete delito”, apontou.

Em conformidade com o advogado Valois, o sociólogo vê falhas em centros de in-ternação e instituições onde jovens envolvidos em delitos são submetidos a medidas socioeducativas. “Do jeito que estão sendo aplicadas não resolvem. Estão fazen-do um faz de conta. Para ser efi ciente seria necessá-rio investimento. As escolas são um exemplo disso, que têm graves problemas e não atendem mais a demanda da juventude”, ressaltou.

‘Governo brasileiro só tem política no papel’

Quando o assunto é a maioridade penal, há confl itos por conta da falência do papel do Estado e da insegurança crescente

Cerca de 95% dos 235 jovens que cumprem medi-da socioeducativa no projeto Tocando em Frente come-teram roubo. Em seguida, o maior número de atos infra-cionais diz respeito a envolvi-mento com tráfi co de drogas. Dos 235, 223 são meninos e 12 são meninas, com idades de 12 a 17 anos.

Para a coordenadora e uma das idealizadoras do projeto, Janete Canto, a de-sestruturação familiar e a falta de oportunidade em quase 100% dos casos cons-tituem o enredo de vida des-ses jovens infratores. “Em todas as histórias de vida desses adolescentes, o mo-tivo é unânime. Primeiro a família: muitos são fi lhos de pais separados, e o motivo da separação é sempre violên-cia doméstica, pai usuário de droga ou alcoólatra, infi de-lidade... Ou ainda, a criança não tem a companhia da mãe e vai encontrar na rua pessoas de má-fé, ou porque fugiram de casa para se livrar da violência. Isso vira um ciclo vicioso”, pontuou.

Para Janete, que está há 11 anos à frente do proje-to de inclusão de pessoas em vulnerabilidade social - atividade independente composta por iniciativa da sociedade civil - a redução da maioridade penal não irá contribuir com a redução do envolvimento dos jovens em crimes. “Reduzir não irá re-solver o problema, se os valo-

res familiares não mudarem, teremos meninos de 12, 14 anos pagando por crimes em penitenciárias”, ressaltou.

Ela defende que as me-didas socioeducativas são efi cazes e podem auxiliar na ressocialização. “O juiza-do mesmo afi rmou que as medidas são mais efi cazes que a internação, dependen-do de como o trabalho é feito. Se o governo nas três esferas investir em projetos com metodologia bacana de inclusão, com certeza vai ter mais resultados”, disse.

Prova disso, é um rapaz que aos 15 anos foi enca-minhado ao projeto, após cometer roubos. A família, já desacreditada da possibi-lidade de recuperação, cogi-tava abandonar o jovem. Um ano após seguir as medidas de liberdade assistida reco-mendadas pelo juiz, o menino mudou completamente de postura e hoje volta ao centro para dividir sua experiên-cia e incentivar pessoas na mesma situação. “Hoje ele faz o segundo período da faculdade de psicologia. A mãe dele vende Natura para ajudar a pagar o curso. É um rapaz responsável, um orgu-lho para a família e para nós, que hoje nos ajuda. Na época em que chegou aqui, ele foi excluído, expulso da escola. Mas graças a Deus ele veio, foi acolhido, não desistiu dos estudos e hoje nos motiva e faz acreditar que realmente é possível”, afi rmou.

Ressocialização ainda possível

FALHASEm conformidade com o advogado Luis Eduar-do Valois, o sociólogo vê falhas em centros de internação e insti-tuições onde jovens en-volvidos em delitos são submetidos a medidas socioeducativas

Nas ruas, redução é unanimidade

“Sou a favor da redução . Se o adoles-cente pode votar, por que não pode assu-mir pelos seus atos?”

Alexandre César Frota, 42, autô-nomo

“Acho que aos 16 anos já se sabe distinguir o certo do erra-do e é justo que ele seja julgado como os maio-res de 18”

Alexsandro Gama, 16, estudante

“Do jeito que está, acho que não funciona porque o menor infrator vai fa-zer um trabalho social que não surte efeito”

Edson Menezes, 40, instrutor

“O Brasil precisa ser mais rigoro-so e não aliviar para o menor. Mas acho que devem ter mais políticas para os jovens”

Emerson Monteiro, 23, industriário

“A lei que temos hoje ampara muito os jovens infra-tores. Acho que eles têm que assumir o que fi zeram”

Ewerton Correa, 34, agente de portaria

“Se for reduzida a maioridade penal, que seja feita de uma forma que o adolescente pague pelos crimes”

Janaína Alves, 28, vendedora

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Page 22: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Chegou a vez do gengibreProduzido pela empresa incubada Biozer da Amazônia, o sabonete de gengibre amargo é um dos sete produtos e registros de patentes depositados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) em 2013

Após 15 anos de pes-quisas com o Zingiber Zerumbet, conhecido como gengibre amar-

go, o pesquisador do Insti-tuto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o doutor em Biotecnologia e Recursos Naturais Carlos Cle-omir e seu grupo de pesquisa, desenvolveu a partir do óleo essencial dessa planta e de frutos amazônicos, sabonetes que auxiliam no combate a acne vulgar. A dermatose atin-ge aproximadamente 90% dos adolescentes. A expectativa do pesquisador é lançar o produto até setembro de 2014.

O sabonete vegetal antiacne e antisséptico foi patentea-do pela empresa Biozer da Amazônia, que é de proprie-dade de Carlos Cleomir e uma das sete empresas incubadas pelo Inpa. A primeira etapa já foi concluída, inclusive com a obtenção do protótipo (pro-duto de teste nos resultados parciais do projeto).

“Este produto tem um diferencial se com-parado aos outros que já estão no m e r c a d o , pois os

extratos retirados do gengibre possuem ação anti-infl ama-tória, antioxidante e antibac-terianas. Esta é a proposta do sabonete, que chegará ao mercado até setembro”, expli-cou o pesquisador.

Originário da Ásia, o gen-gibre amargo foi encontrado pelo pesquisador e sua equipe em visitas técnicas e excursões realizadas em Iranduba, Parin-tins, Itacoatiara e Presidente Figueiredo, municípios ama-zonenses que possuem grande quantidade da planta. Em Manaus, o gen-gibre amargo foi localiza-do em áreas rurais como Tarumã Mirim e Puraquequara.

Segundo o pesquisador, ape-

sar das potencialidades me-dicinais e econômicas, as pessoas utilizam a planta basicamente para ornamen-tação, neste caso a fl or. Car-los Cleomir lembra que antes suas pesquisas estavam vol-tadas para a potencialidade de combate ao câncer com o uso do gengibre amargo, porém ele observou que a plan-ta tinha base científi ca para expansão dos estudos.

A substância Zerumbona é o principal composto bioativo dos rizomas da planta. Mas, segundo Cleomir, é possível uti-lizar a planta inteira, inclusive as folhas para a produção de produtos e pesquisas à base do gengibre amargo.

De acordo com a coordena-dora de Extensão Tecnológi-ca e Inovação (Ceti) do Inpa, Rosangela Bentes, o produto tem um grande valor potencial e econômico para o norte do Brasil. “É um dermocosméti-

co com potencial de

tecnologia verde, que para a produção demanda a valoriza-ção da cadeia produtiva, para que haja desenvolvimento do produto”, disse.

O sabonete é um dos sete produtos e registros de pa-tentes depositados pelo Inpa no Instituto Nacional de Pro-priedade Industrial (Inpi), em 2013. O projeto para desen-volver o sabonete contou com o fi nanciamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-tado do Amazonas (Fapeam) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

MercadoPara o pesquisador Carlos

Cleomir, é necessário que haja investimento na maté-ria prima, para que se possa ter produção industrial. Desta

forma, o Inpa juntamente com a Biozer da Amazônia tem um projeto de desenvolvimento sustentável, que visa criar uma “Unidade Demonstrativa de Cultivo e Bioprospecção de Espécies Amazônicos”, que será construída na comunida-de Tarumã Mirim, propriedade da União Federal e que está em fase de tramitação para liberação da área.

A unidade irá atuar na cadeia produtiva de fi toterápicos (gel, pomadas, extratos), cosméti-cos (gel, pomadas e sabonetes) e alimentos, como geleia mista de frutos amazônicos e iogurte funcional. Os nomes dos frutos seguem em sigilo contratual. A Unidade Demonstrativa é fi nanciada pela Finep, Inpa e Fundação Amazônica de De-fesa da Biosfera (FDB).

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Page 23: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 C7Dia a dia

Chegou a vez do gengibre

Para avançar na compreen-são dos processos que pro-duzem chuva na região dos trópicos úmidos e medir níveis de poluição na área urbana de Manaus e sua infl uência no ciclo de vida das nuvens, uma parceria entre Brasil e Estados Unidos investirá R$ 24 milhões para realizar o maior esforço observacional já empreendido nesse campo. Isso será possível por meio do Projeto Green Ocean Ama-zon (GOAmazon) que produ-zirá novos conhecimentos científi cos sobre a atmos-fera, formação de nuvens e precipitação de chuva.

O lançamento do GOAma-zon acontecerá na próxima terça-feira (18), às 19h, no Instituto Nacional de Pes-quisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), parceiro do projeto. “É um projeto extremamente ambicioso. Com ele, também iremos conhecer melhor vá-rios aspectos da interação entre a fl oresta e a atmosfe-ra e obter informações mais

precisas para serem usadas em outras pesquisas”, disse o pesquisador responsável pelo GOAmazon no Inpa, o dou-tor em física da atmosfera Antonio Manzi.

Durante 2 anos, o GOAma-zon objetiva ainda avançar nos conhecimentos científi -cos de como os processos superfície-atmosfera afetam a hidrologia e o clima tropical. A estrutura física do projeto é composta por 11 contêineres-laboratórios que estão em fase fi nal de instalação na Fazenda Agropecuária Exata S/A, em Manacapuru, a 68 quilômetros da capital.

Esses laboratórios pos-suem uma série de equipa-mentos que medirão proprie-dades da atmosfera, como concentração de gases e ma-terial particulado (aerossóis), formação e desenvolvimento das nuvens, fl uxos de radiação solar e atmosférica, variáveis meteorológicas como tempe-ratura, velocidade e direção do vento, umidade, velocidade

da chuva, pressão atmosfé-rica, fl uxo do gás carbônico, de calor latente e sensível, entre outros. Os equipamen-tos foram estrategicamente instalados em um local com pouca interferência humana, porém, é onde chega com certa regularidade a pluma de poluição de Manaus, por conta do transporte provoca-do pelos ventos alísios (ven-tos que sopram de leste para oeste nos trópicos).

As pesquisas serão rea-lizadas em diversos sítios experimentais em Manaus e seu entorno e, também, com aeronaves equipadas para obter dados para o es-tudo do ciclo de vida dos aerossóis (partículas de sus-pensão na atmosfera) e das nuvens e da interação entre eles. “As cidades produzem poluição pela queima de combustível dos automóveis e das termelétricas. Essa poluição tem impacto dire-to na formação das nuvens”, destaca Antonio Manzi.

Níveis de poluição em estudo

O projeto GOAmazon vai estudar a relação da poluição do ar com a formação das nuvens

JOEL ROSA/ARQUIVO EM TEMPO

O sabonete será sólido, porém não será descartada a opção de produção líqui-da, terá tamanho e preço semelhantes aos produtos disponíveis no mercado.

“Esse produto chegará ao mercado, pois está sendo desenvolvido pela empresa incubada no Inpa tendo, em vista que tais produtos são oriundos de dois pedidos de patentes de processo e composi-ção transferida para a empresa em 2011, e que culminou no desenvolvi-mento do mix de produ-tos, que durante 2 anos a empresa licenciada re-alizou caracterização dos produtos que hoje tam-bém são protegidos em cotitularidade”, contou Rosangela Bentes.

OrigemO gengibre (Zingiber

offi cinale) é uma planta herbácea da família das Zingiberaceae, originária da ilha de Java, da Índia e da China, de onde se difun-diu pelas regiões tropicais

do mundo. Outro nome co-nhecido no norte do Brasil, é a mangarataia.

Trata-se de uma plan-ta perene da Família das Zingiberáceas, que pode atingir mais de 1 m de altura. As folhas verde-es-curas nascem a partir de

um caule duro, grosso e subterrâneo (rizoma). As fl ores são tubulares, ama-relo-claro e surgem em espigas eretas.

O seu caule subterrâneo é utilizado como especiaria desde a antiguidade, na culinária e na preparação de medicamentos.

Produto em desenvolvimento

AMBIENTE

PROMESSASegundo a coordenado-ra Rosângela Bentes, o sabonete de gengibre chegará ao mercado, pois está sendo desen-volvido pela empresa incubada no Inpa e os produtos são oriundos de dois pedidos

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Page 24: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Fundação abre inscrições para cuidadores de idososPrazo inicia amanhã e vai até 21 de fevereiro, com 100 vagas para o primeiro semestre e outras 100 para o seguinte

A Fundação Doutor Tho-mas (FDT) está ofere-cendo 200 vagas para o curso de Cuidador

de Idosos. Serão 100 vagas neste primeiro semestre e ou-tras 100 no segundo. As ins-crições começam amanhã e seguem até o dia 21, na pró-pria sede da FDT. O candidato deve ter mais de 18 anos e ensino médio completo.

A realização do curso tem como base a crescente deman-da da população de idosos no país. Pesquisas recentes do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam que em 2050 a população de idosos no Brasil será de 63 milhões de pessoas. Em 1980 eram dez idosos para cada 100 jovens. Em 2050, serão 172 idosos para cada 100 jovens.

No ano passado, foram três turmas formadas na FDT, com cerca de 300 profissionais ca-pacitados. Este ano serão duas turmas, devido aos ajustes na carga do curso, que antes era de 130 horas e a partir de agora passa a ser de 300 horas.

A diretora-presidente da FDT, Martha Cruz, explica que a mu-dança surgiu devido à preocu-pação de melhorar a qualidade técnica do curso. “É um curso que tem ganhado cada vez mais

espaço no Brasil. Com o au-mento da população da terceira idade, estes profissionais estão cada vez mais requisitados. No entanto, para exercer a função é preciso se profissionalizar’’.

A gerente em exercício do Núcleo de Ensino e Pesquisa sobre Envelhecimento em Ma-naus (Nepem), Valtimar Car-neiro, lembrou que, segundo o Ministério da Saúde, existem, hoje, aproximadamente 3,8 mi-lhões de idosos com algum grau de dependência no país. “Logo, tanto nos hospitais, quanto em clínicas, e até mesmo nos do-micílios, as pessoas buscam por profissionais que tenham o cur-so, que sejam qualificados’’.

O curso tem a parceria da Fundação com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Escola de Serviço Público Mu-nicipal (ESPI) e Ministério Pú-blico. A entrega dos documen-tos deve ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na recepção da FDT, localiza-do no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul de Manaus. Os interessados devem apresentar RG, CPF, comprovante de conclusão de ensino médio e comprovante de residência. Todos os docu-mentos devem ser originais. A taxa é de R$ 30. O curso de cuidadores de idosos oferecerá 200 vagas este ano, com carga horária de estudo ampliada para 300 horas-aula

MAR

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SERVIÇOCHICLETE COM BANANA E LATINO

Quando:

Onde:

Ingressos:

Pontos de venda:

Informações:

Hoje, a partir das 17hDiamond Conven-tion Center – ave-nida do Turismo, TarumãPista – R$ 50Camarote VIP (3º lote) – R$ 200(2x no cartão) com open bar até às 23h (Chopp Brahma, caipirinha, caipiroska, água e refrigerante).Estande da Fá-brica de Eventos (Amazonas Sho-pping – 2º piso), Asya Fashion (Shopping Cidade Leste), Óticas Veja e Bar Chopp Brahma (av. André Araújo – Aleixo).3303-0100 / www.fabricain-gressos.com

A despedida de Bell Marques da banda baiana será uma “pimenta” a mais ao sunset da Fábrica de Eventos, que terá ainda os shows de Latino e Banda 5% na tarde de hoje, na área externa do Diamond Convention Center, no Tarumã

Enfi m, está chegando a hora dos shows que vão dar o pontapé inicial ao Carnaval de Manaus.

É hoje que a área externa do Diamond Convention Center, na avenida do Turismo, será o palco de um sunset inesquecí-vel com os shows de Chiclete com Banana, Latino e Banda 5%. A tarde deste domingo promete fi car na memória, prin-cipalmente dos chicleteiros de carteirinha, já que será a últi-ma oportunidade de conferir o vocalista Bell Marques à frente do grupo baiano.

Para não perder um minuto sequer da festa, vale ressal-tar que o sunset terá início às 17h e a primeira apresentação será a do cantor Latino, em seguida será a vez do Chiclete com Banana subir ao palco. E a animação segue com a terceira atração, os meninos baianos da Banda 5%.

No entanto, quando o assunto é a despedida do vocalista Bell Marques do Chiclete com Ba-nana, a expectativa toma conta das opiniões até de quem está organizando a festa. A proprie-tária da Fábrica de Eventos, Bete Dezembro, considera a banda de axé music uma das atra-ções musicais que melhor representam o ritmo baia-no no mundo. Para ela, a saída de Bell Marques do grupo vai gerar um “va-zio”, principalmente aos chicleteiros, mas no show em Manaus, a despedida do cantor será regada de alto as-tral, marca conquistada pela banda ao longo dos 30 anos de carreira.

“Essa banda marcou a his-

tória de vida de muita gente, as músicas simbolizam alegria, amor e festa. Mesmo que Bell siga carreira solo, ele sempre vai ser a ‘cara’ do Chiclete. Eles não são um grupo, são um time ou, como dizem, são ‘um estado de espírito’. Nossa intenção é que, apesar da despedida, o show seja para cima, divertido e alegre, como sempre foram as apresentações da banda. Vai ser lindo, tenho certeza. Chiclete é Chiclete e eles vão deixar saudade”, afi rma.

O Chiclete com Banana é composto por Wado Marques (teclado), Waltinho Cruz (percus-são), Lelo Lobão (contrabaixo), Deny (persussão), Walmar Paim (bateria) e Bell Marques (vocal). A banda, que fará sua despedida ofi cial durante o Carnaval de Sal-vador deste ano, tem 27 discos gravados, além de dois DVDs, faz uma média de 130 shows por ano e já conquistou prêmios no Brasil e no exterior.

O show em Manaus ocorrerá pouco mais de 20 dias antes da despedida ofi cial do vocalista do Chiclete com Banana. O grupo faz shows ainda em Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do

Norte, Alago-as, Sergipe,

Piauí, Ma-ranhão , C e a r á , Rio de Janeiro,

São Paulo, entre outros Esta-dos brasileiros até o Carnaval de Salvador, onde arrastarão o trio Nana Banana.

Mais atrações do sunsetOutra atração que merece

destaque no sunseté o cantor Latino. Irreverente, estiloso e ousado, o carioca é sinônimo de “festa”. “Latino é um sho-wman. Tem um perfi l versátil e muitas vezes até polêmico, mas, sobretudo, é um cantor com identidade própria impres-sa em suas músicas. Ele tem grande empatia com o público e com certeza vai fazer uma grande apresentação. Esse ‘ca-samento’ de Latino e Chiclete é perfeito e não tenho dúvidas que o público vai gostar do resultado”, opina Bete.

Com 20 anos de carreira, o cantor está em turnê pelo Brasil com o CD/DVD Latino Live in Co-pacabana, que reúne hits e mú-sicas inéditas. Entre as faixas do novo trabalho estão “Me Leva”, “Só Você”, “Renata”, “Dança Ku-duro” e as novas “Caranguejo”, “In Love” e “Gigante”, esta com-posta para festejar a Copa do

Mundo no Brasil.

Latino já fez inúmeras parce-rias musicais ao longo de sua carreira, entre as quais, com Bruno & Marrone, Perla, Belo, Buchecha, Banda Calypso, Dudu Nobre, Maria Cecília & Rodolfo, Double You, entre outros.

Quem for prestigiar o sunset da Fábrica vai poder conferir ainda, pela primeira vez em Manaus, as músicas do CD de trabalho de Latino, intitulado “Bonde do Carrel”, o qual reúne 12 músicas que falam sobre sexo de uma forma divertida e, ao mesmo tempo, provocante com um pouco de malícia nas letras. Carrel é o primeiro single do novo trabalho e pode ser baixado na internet.

O encerramento da festa fi -cará por conta de outra atração também carregada de axé, a Banda 5%. O sexteto baiano é formado por amigos que começa-ram a carreira musical se apresen-tando em bares de Salvador. Não demorou muito e começaram a surgir os convites para que a banda participasse dos carna-vais fora de época em todo o país. Atualmente, a Banda 5% já tem mais de 600 shows reali-zados, três turnês internacionais na bagagem e dois CDs gravados.

Sunset dos ‘chicleteiros’

é hoje Entre os artistas com os

quais a Banda 5% já dividiu o palco estão nomes como Ivete Sangalo, Thiaguinho, Zezé di Camargo e Luciano, Naldo, Asa de Águia, entre outros. Além do Brasil, a ban-da já alcançou voos mais altos ao tocar em festivais na Alemanha, na Holanda e no Brazilian Day, em Nova Iorque (EUA), em 2012. O novo trabalho do grupo, o CD “Música& Parceria”, é um trabalho completamente au-toral. “O conceito de ‘música & parceria’ faz referência

aos amigos que a música nos deu por essas estradas e palcos da vida. Assim, par-ticiparam desse CD artistas, como, Claudia Leitte, Sidney Magal, Gilmelândia, Adelmo Casé, Rafa Chaves e a Con-fraria da Música, além de muitos músicos competen-tes”, diz Topera.

Se a intenção é curtir um domingo diferente e anima-do, a aposta é o sunset da Fábrica de Eventos. Ainda dá tempo de garantir o ingresso e, assim, participar de um show inesquecível.

Axé com pitada internacional

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Uma das atrações é a banda 5%

O show marca a despedida de Bell Marques, do Chicle-

te com Banana

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Sunset dos ‘chicleteiros’Sunset dos ‘chicleteiros’

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O show marca a despedida de Bell Marques, do Chicle-

te com Banana

Livro falade amor gay

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

>> Imperdivel 1: Todos os caminhos levam, no próximo sábado ao Dia-mond, para a feijoada de Carnaval comandada por esta coluna, que está em sua 15ª edição. É o “Feijão Top”, a opção chic da temporada de Momo em Manaus. Socialites surgi-rão usando sensacionais camisetas customizadas especialmente para o evento, que terá a ban-da da pagode Poxa Vida inciando o evento, além da bateria Swing Samba Show. Camisetas/ingres-sos podem ser adquiridas por meio dos números: 8118-9717 e 9985-1422. Nos encontramos por lá!

>> Imperdivel 2: o Cieam - Centro das In-dústrias do Estado do Amazonas promoverá, no próximo dia 20, o 147º Encontro com No-táveis, trazendo a Ma-naus a palestra com Oscar Schmidt, do bas-quete, no Studio 5. In-formações: 3627-3800/ [email protected].

>> Imperdivel 3: Nes-te domingo, a pedida é se jogar no sunset da Fábrica de Eventos com grande show do Chicle-te com Banana e Latino no Diamond. A turma mais bonita da cidade vai estar por lá.

>> O aniversário de 70 anos de Gerson Paiva será

comemorado hoje com festa no Parque Tropical.

>> Tendo como so-lista o maestro Marce-lo de Jesus ao piano, a Orquestra Experimental da Filarmônica sobe ao palco do Teatro Amazonas neste domingo, às 19h, para concerto dedicado à Mozart e Tchaikovsky, em mais uma apresen-tação da Série Guaraná, promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura.

>> Jander Vieira come-morou seu aniversário com um grande almoço ontem no Le Rêve.

>> Maria Eug6enia Lins Catunda e Cacilda Antonaccio Senna es-tão no alvo dos cum-primentos, hoje, pelos seus aniversários.

>> A Paradise Turis-mo, da competente Clau-dia Mendonça, acaba de fi rmar parceria com a tradicional companhia de turismo Tumlare espe-cializada em programas personalizados e de alta qualidade, sendo atual-mente uma das maiores operadoras europeias, com uma das maiores redes de escritórios pela Europa. Circuitos chics!

>> Na terça-feira é o aniversário do stylist Edi-nho Serrão. Cumprimen-tos da coluna.

>> Vitrine

. Alberto e Sandra Lucia Saraiva foram anfitriões, na quinta-feira, no Village. O motivo do get-together? Comemorar o aniversário de 50 anos dele, reunindo um grupo de amigos e a família.

. Noite agradável em roda fechadíssima.

>> Niver

O vice-governador José Melo, a primeira-dama Nejmi Aziz e o governador Omar Aziz recebendo a presidente Dilma Rousseff em sua chegada a Manaus, onde esteve em visita ofi cial

Alex Deneriaz, Eliane Schneider e Amilcar Silva

Sandra Lucia e Alberto Sa-raiva na festa de aniversário dele no Village

Marco e Gizella Bolognese

Hellen e Gutemberg Alencar, Sérgio e Luciane Novaes

Dora Saraiva, Socorro e Luis Antonio Vascon-cellos Dias

Kátia Sebbem, Denise Santana e Cristiane Aguiar

. Maria Eugênia e André Catunda batizaram o fi lho Bernardo, na Igreja de Nossa Senhora das Graças, com cerimônia celebrada pelo padre Mauro Cleto.

. Após a cerimônia religiosa, os avós maternos, Maria do Carmo e Wellington Lins, receberam para dinner no casarão do Vieiralves, comemorando a data. Noite ótima, assim como os anfi triões.

>> Batizado

Wellington e Maria do Carmo Lins

André e Maria Eugênia Catunda com o fi lho Bernardo em seu batizado na Igre-ja de Nossa Senhora das Graças

Juliana e Wellington Lins Jr., padrinhos de Bernardo

FOTOS: BARROS

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Obras de Mozart e Tchaikovsky As obras de dois dos maio-

res gênios da música de todos os tempos, Wolfgang Amadeus Mozart e Pyotr Ilyich Tchaikovsky, são os temas do quinto espetá-culo de fevereiro da “Série Guaraná” de concertos pro-movidos pelo governo do Amazonas, por meio da Se-cretaria de Estado de Cultu-ra, e patrocínio da Ambev, no Teatro Amazonas.

O show hoje começa às 19h, com ingressos para a plateia a R$ 20 (inteira) e demais lugares nas frisas e camarotes gratuitos.

A composição do austríaco escolhida para abrir a noite,

que terá no palco do teatro a Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica pela primeira vez sem maestro, uma vez que o regente Mar-celo de Jesus será o solista do recital, será o Concerto para Piano nº 23 em Lá Maior, es-crito em 1786 e considerado por especialistas como uma das mais impressionantes ilustrações da sensibilidade e do estilo de Mozart.

Dividida em três movimen-tos, a composição passa pelo equilíbrio elegante, divertido e incansavelmente otimista do primeiro ato, para um mo-vimento mais lento e triste no segundo até o retorno ao

clímax eufórico no final.“Além do desafio natural de

trabalhar em uma obra tão complexa, este espetáculo também marca o amadure-cimento técnico individual e coletivo de nossos músicos, em sua quase totalidade formados no Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro”, destacou Marcelo de Jesus.

TchaikovskyComposta entre 1869 e

1880 e abertamente inspira-da na eterna obra de William Shakespeare, a belíssima Ro-meu e Julieta – Abertura Fan-tasia, do russo Tchaikovsky encerra o concerto da Or-

questra Experimental, desta vez sob regência do maestro Otávio Simões.

A peça inspira-se nas três principais vertentes do livro de Shakespeare para criar um dos mais conhecidos poemas românticos sinfônicos, utiliza-do incontáveis vezes em filmes e comerciais.

A entrada do público no Te-atro Amazonas será permitida 30 minutos antes do início do espetáculo. Para mais infor-mações sobre shows, eventos, projetos, centros culturais e demais atividades desenvolvi-das pela Secretaria de Estado de Cultura acesse facebook.com/culturadoamazonas.O maestro Marcelo de Jesus irá tocar piano na noite de hoje

SXSX

S CONCERTO

Caracterizador de atores, Ivann Willig relança o livro “Grades do preconceito” e ganha apoio do elenco da Rede Globo da obra sobre um amor gay

Quinze dias após o término da novela “Amor à Vida” (TV Globo), o esperado

beijo entre os personagens Félix (Mateus Solano) e Nico (Thiago Fragoso) ainda re-percute no país. A quebra desse tabu, orquestrada pelo autor da trama, Walcyr Carrasco, também serviu, de alguma forma, para driblar preconceitos, e há quem agradeça.

É o caso de Ivann Willig, 43, autor do livro “Grades do Preconceito”, que embora lançado há quase 3 anos, voltou a ficar em evidência no cenário literário nacional, conquistando apoio, inclusi-ve, de vários artistas, como Antônio Fagundes, Glória Pi-res, Suzana Vieira, Ary Fon-toura, entre outros.

Nascido em Cachoeira do Sul (RS), Willig é formado em artes cênicas pela UNI-Rio e em cinema pela Unesa. Já dirigiu três curtas-me-tragens, sendo um deles “A Idade da Inocência”, com Marcos Caruso e Roberto Bonfim. Desde 2008, tra-balha como caracterizador de atores para as novelas da Globo, mas foi na lite-ratura que encontrou uma forma de expressar seu lado pessoal. “Grades do Precon-ceito” conta a história de um adolescente de 14 anos que se apaixona por um jovem de 18 e decide enfrentar a família e a sociedade para viver esse amor.

Desabafo“A ideia de escrever meu

livro surgiu em 1995, depois de ter perdoado completa-mente todos os envolvidos na minha prisão. Queria es-crever, relatar os fatos sem rancor, sem ódio no coração. Levei 15 anos procurando uma editora que se interes-sasse em publicar. Hoje em dia, encontro muita recepti-vidade naqueles que leem. O próprio Faustão (apresenta-dor) leu em uma semana e indicou o livro no programa dele”, relata Ivann.

Segundo ele, a aceitação do livro, hoje em dia, tem sido uma enorme surpresa, pois toda a divulgação foi feita inicialmente no “boca a boca”. “Os atores estão descobrindo agora e tenho recebido apoio verbal deles, me achando muito corajoso em ter exposto tudo de forma tão clara e honesta. A atriz Irene Ravache deu um de-poimento no programa ‘Mais Você’ e depois me avisou que tinha indicado meu livro”, conta. E não parou por aí. Além de Faustão, Ana Maria Braga e Irene Ravache, a atriz Eliane Giardini se ofe-receu para trabalhar quando o projeto virar filme. “Ela quer fazer o papel de minha mãe”, antecipa.

Após a divulgação do livro em programas de TV, Ivann conta que passou a ser pro-curado por pessoas que nem conhecia. “Muita gente me escreveu suas dificuldades em relação ao assunto. Virei uma espécie de confidente dessas pessoas”, afirma.

Livro desmistifica preconceito

TRICIA CABRALEquipe EM TEMPO

Para Ivann Willig, é notó-ria uma tolerância maior à homossexualidade median-te “tantas passeatas gays, reportagens, filmes sobre o tema, mas numa visão mais particular se vê a homofobia pelo interior de qualquer Es-tado brasileiro”. “Percebo que atualmente é politicamente correto aceitar a condição de quem se descobre gay, mas na verdade ainda é uma hi-pocrisia mascarada, pois não é tratado efetivamente como

algo dentro dos ‘padrões nor-mais’”, desabafa.

Sobre a postura do depu-tado-pastor Marco Feliciano, que defende a “cura gay”, Ivann é direto: “É um equívoco to-tal. Quem precisa ser curado de uma condição que não é nenhuma doença? Eu nunca me senti como um homem optando em me tornar ho-mossexual. Eu me descobri homossexual e percorri um caminho interno pela minha própria aceitação”.

Ivann conta que fez questão de contar a própria história no livro para alertar famílias que estejam passando por confli-tos. “Eu me acho no dever de expor minha experiência para mostrar que é possível ser for-te e crescer como integrante de uma sociedade”.

Quanto ao beijo gay de “Amor à Vida”, produção na qual trabalhou nos bastidores, ele conta que havia uma an-siedade por parte do elenco. “Estávamos todos ansiosos

pela cena do beijo na festa do último capítulo, pois sabíamos que ela tinha sido gravada com e sem o beijo. Ninguém sabia qual cena iria ao ar. Quando aconteceu foi uma explosão de alegria”, lembra.

“O caminho é esse. Só não podemos nos acomodar. É uma luta diária como em qualquer relacionamento. É uma conquista diária”, conclui. “Grades do Preconceito” tem 108 páginas e está à venda na Livraria Cultura.

Comemoração ao lado do elenco global

O escritor Ivann Willig ganha apoio para divulgar seu livro do elenco da novela “Amor à vida”, que exibiu o beijo gay

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MR PIZZO

Luz, som, conspiração!RESENHA

PERFIL

César Augusto é jornalista, editor do Dia a dia

Brian De Palma é um dos meus diretores prediletos, e de vez em quando revisito

alguns de seus fi lmes, prin-cipalmente os produzidos em sua melhor época, nas déca-das de 1970 e 1980. É desse período que vem “Um tiro na noite” (Blow out, 1981), um thriller tenso vindo na esteira dos sucessos “Carrie, a estranha” (Carrie, 1976), “A fúria” (The fury, 1978) e “Vestida para matar” (Dres-sed to kill, 1980).

Conhecido pela técnica cinematográfi ca apurada e homenagens a outros cine-astas a quem considerava mestres, De Palma retoma esses elementos em “Um tiro na noite” ao homenage-ar Michelangelo Antonioni, realizador de “Depois da-quele beijo” (Blow up, 1966), e Alfred Hitchcock, com suas referências a “Janela indiscreta” (Rear window, 1953). Enquanto em “Blow up” um fotógrafo descobre, por meio de ampliações de suas fotos, que registrara acidentalmente um assassi-nato (e em “Rear window”, outro fotógrafo suspeita de

um crime cometido por seu vizinho a quem espiona), no fi lme de De Palma um técnico de efeitos sonoros de fi lmes de terror baratos, Jack Terry (John Travolta), grava um acidente no mo-mento em que captava sons durante a noite: um carro aparentemente estoura o pneu, perde o controle e cai em um lago. Ele pula nas águas para salvar os ocu-pantes do veículo e acaba retirando das águas a jovem Sally (Nancy Allen), mas o motorista acaba morrendo.

Jack, no entanto, com sua experiência, percebeu outro som imediatamente antes do estouro do pneu, que po-deria ser um tiro. Ao saber, no hospital para onde levara Sally, que o homem morto no veículo era o governador Ge-orge McRyan, um potencial candidato à presidência dos Estados Unidos, os instintos de Jack o levam a investigar o que poderia haver por trás do acidente, usando suas gra-vações e imagens do carro caindo no lago, registradas oportunamente e vendidas para emissoras de televisão pelo vigarista Manny Karp (Dennis Franz). Ao descobrir o envolvimento de Sally com Manny em golpes onde eram

forjados fl agrantes de encontros amoro-sos para prática de chantagem, ele per-cebe que de fato o desastre foi arma-do e acaba se en-volvendo em uma conspiração polí-tica. A partir de então, Jack e Sally se tornam alvos do matador pro-fi ssional Burke (John Lithgow), que tentará apa-gar quaisquer indícios da tra-ma armada para liquidar o governador.

O uso da câmera len-ta, uma das marcas de De Palma, surte o mesmo efei-to da técnica em filmes anteriores como “Carrie, a estranha” - apesar de exagerada e cansativa em “Irmãs diabólicas” (Sisters, 1974) -: suspense extremo de fazer prender a respi-ração. Há espaço também para humor negro e chocan-te: na busca por um grito de mulher para a dublagem do último filme de terror em que trabalha, Jack aca-ba conseguindo-o de uma maneira irônica e cruel.

De Palma, em “Um tiro

na noite”, só confi rmou meu respeito e admiração obtidos com seus fi lmes anteriores. Como um discípulo de Alfred Hitchco-ck, a quem sempre faz refe-rência em suas obras, sabe como nenhum outro fazer o verdadeiro cinema. Seu fi lme seguinte, o remake de “Scar-face” (1983), com Al Pacino, serviria como consolidação de um grande talento que hoje faz falta, depois de “Dá-lia negra” (2006) e “Guerra sem cortes” (2007). Aos 73 anos, De Palma está com seu lugar reservado entre meus melhores cineastas do século 20.

“Um tiro na noite” reafi r-mou o talen-to do diretor Brian De Palma em abusar das técnicas ci-nematográ-fi cas para fazer fi lmes de sucesso”

CÉSAR AUGUSTOEquipe EM TEMPO

Samba, chope gelado e futebol Tradicional point de do-

mingo, o Lappa Bar será palco de mais uma edição do projeto musical “Escritó-rio do Samba”. A partir das 15h, o público que for até o local poderá conferir as bandas Amizade do Samba, Tayna Pimentel & Poxa Vida e Nosso Caso. O evento conta, ainda, com chope Brahma li-berado das 15h às 18h. Ainda neste hoje, será transmitido, ao vivo, o jogo Flamengo e Vasco, que disputam o Cam-peonato Carioca.

Para Rafhael Pina, um dos realizadores do projeto, o “Escritório do Samba” já vi-rou parada obrigatória dos

manauenses que não dispen-sam um bom samba. “Hoje já conseguimos detectar que as pessoas se programam para ir até o Lappa aos domingos. Antigamente a maior diver-são era ir até um fl utuante e passar o dia lá. Atualmente esse quadro tem mudado e estamos bem satisfeitos”.

Pina adianta, ainda, que no próximo dia 16 de março, o cantor Gustavo Lins fará parte do evento. “Estamos com esse desejo de sempre trazer uma atração nacional para o nosso evento. Tivemos o Délcio Luiz e agora será o Gustavo Lins. O retorno tem sido bastante positivo

até porque sabemos da ne-cessidade de trazer artistas renomados ligados ao samba e pagode para Manaus”.

Ele comenta também que em março o projeto se esten-derá até Boa Vista (RR). “Te-mos uns amigos lá compra-ram a nossa ideia. O evento será realizado no Santa Ce-vada, que segue os mesmos padrões do Lappa. Porém, o “Escritório do Samba” só será realizado aos sábados, quando trouxermos também a atração para Manaus. Es-tamos bastante ansiosos e já soubemos que a cidade está bastante animada com o show”, fi naliza.

HOJE

Uma das atrações do “Escritório do samba”, realizado hoje, é o grupo de pagode Nosso Caso

SERVIÇO“ESCRITÓRIO DO SAMBA”

Quando:

Onde

Quanto

Domingo, 16, a partir das 15hLappa Bar (rua Rio Mar, 98, Vieiralves)R$ 25, por pessoa

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoJornalismoA apresentadora Amanda

Klein fi cará 20 dias afastada do “RedeTVNews”.

Em férias, já a partir da próxima terça-feira, ela fará uma viagem a Cinga-pura e Tailândia. Claudia Barthel será a sua subs-tituta no período.

GPS Renata Fan, sem interferir

nas suas atividades esporti-vas, fechou com o Google.

A partir de março, ela será a voz feminina do aplicativo de trânsito Waze, um GPS que mostra as condições do trânsito em tempo real com base na captura de dados e informações de seus milha-res de usuários.

Declaração de guerra O assédio do SBT a Da-

nilo Gentili e a sua conse-quente contratação é uma novela que ainda promete vários capítulos.

A Bandeirantes, através de seu executivo de conteúdo, Diego Guebel, como esta co-luna já informou, não pou-pará esforços para cobrar responsabilidades.

Declaração de guerra 2Internamente, na Band, a

bronca com o Danilo Gentili é muito grande, que se estende nas mesmas proporções ou

Bate-rebate• A Conspiração Filmes pre-

tende começar as gravações da série “Boca do Lixo” no meio de março...

• ...O elenco ainda está em fase de escalação.

• Claudia Leitte também vai entrar na casa do “BBB” para apresentar o seu show...

• ...Só falta definir quan-do.

• A Globo intensificou as chamadas anunciando para segunda-feira a inversão dos horários de exibição do “Vale a Pena... “ e “Sessão da Tarde”.

• Patrícia Maldonado e Téo José vão fazer o carnaval da Band em Vitória...

• ...A transmissão, que ain-da era dúvida, foi confirmada nesta última semana.

• O GNT confirmou ontem Grazi Massafera como nova apresentadora do “Super-bonita”, no lugar de Luana Piovani. Ela estreia dia 7 de abril.

Fechando a contaA Bandeirantes ainda não conseguiu

chegar ao número exato de profi s-sionais da sua equipe que estarão envolvidos diretamente na cobertura da Copa do Mundo.

Acredita-se que, considerando o pes-soal das praças, deve passar de mil até com certa folga.

O bicampeão mundial Zito é o convidado de hoje no “Loucos por Futebol”, da ESPN Brasil, às 20h30.

Além de relembrar fatos marcantes de sua passagem pela seleção brasileira, o ex-jogador contou que foi um dos responsáveis por levar o atacante Neymar para o Santos.

C’est fi ni

ELVIS

GILMAL

MÁRIO ADOLFO

REGI

Cada vez mais o racionalismo se impõe como medida de suplantar os atributos da ilusão agindo so-bre a realidade vivida libertando o homem de certa passividade franciscana e recolocando a sua situação moral, material e es-piritual no centro das grandes discussões. O drama como veio condutor para o encantamento, a fantasia e a ilusão é um gênero nascido no ambiente capitalista, na realidade das cidades, técnica de dominação de um mundo cada vez mais ciente do seu papel no sistema de mercados. De modo inconsciente (ou não) os agentes devotados ao intento do “desen-catamento” estariam partilhando de ideias onde Brecht foi o pionei-ro: o distanciamento nada mais é do que a primeira revolução teatral pós-dramática da histó-ria, movimento de superação de uma plateia passiva, alienada, ao nível da consciência - tanto é que Hans-ThiesLehmann afi rma que o teatro pós-dramático é, sobretu-do, um teatro pós-brecthiano.

É claro que se trata aqui de uma rasteira observação do tipo marxista e que de modo algum pretenderei abordar neste artigo, que por si só já daria pano pra manga. O que não quer dizer, evi-dentemente, que estamos diante de uma observação descartável, cabendo, portanto, um estudo menos mecânico para se chegar a conclusões precisas.

Um dos pontos signicativos atribuídos à suspensão do pós-dramático tem haver com o que o prof. Dr. MatteoBonfi tto es-clarece em seu artigo “O ator pós-dramático: um catalisador de aporias?” em livro organizado por J. Guinsburg e Sívia Fernandes. A “referencialidade” como im-plicação da representação é um conceito importante que o autor

não desenvolve em seu artigo, claro, pois este não suportaria tal desenvolvimento em curto espaço. Mas, se “refl etir sobre a referencialidade envolve, por sua vez, o reconhecimento da existên-cia no objeto ou campo de obser-vação de códigos e convenções reconhecíveis culturalmente”, o teatro pós-dramático trataria da ressignifi cação de objetos e ele-mentos gestuais que exigiriam da plateia um esforço de “presen-tifi cação” ao relacionar-se com a nova conduta apresentada. É a reinvenção de tais elementos que nos sugerem a natureza do ator pós-dramático, na sua in-terrelação com o objeto e com os elementos postos em jogo de modo diferente dos usuais, longedas prefi gurações diretas e comunicações imediatas que aquele objeto ou gesto teria com o público.

O pós-dramático seria, em nossa análise, uma experiência ousada de certo racionalismo na tentativa de ressignifi car espaços, objetos, tempo, coisas, pessoas e situações de modo a abstrair a ilusão e a fantasia incidindo sobre o público um novo olhar, um novo pensa-mento. O teatro pós-dramático, afi rma Lehmann, obedece a “uma nova etapa [do drama] [...] dentro da história do teatro, que tem um desenvolvimento”. A totalidade, a ilusão, a primazia do texto e a reprodução do mundo são, para Lehmann, as características do teatro dramático. O teatro dramá-tico – a que o autor inclui como praticante o fi lósofo e dramaturgo alemão Bertolt Brecht– obedece a uma série de teknés teatrais de modo a afetar o público pela fan-tasia, pela ilusão, numa tradução mimética da realidade. No teatro dramático, o espectador é passivo, ele apenas “assiste”.

Márcio [email protected]

Márcio BrazAtor, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural

O pós-dra-mático seria, em nossa análise, uma experiência ousada de certo racio-nalismo na tentativa de ressignifi car espaços, ob-jetos, tempo, coisas, pes-soas e situa-ções”

A realidade pós-dramática

tamanho para o SBT.Já se fala em boicote a

tudo que se refira ao concor-rente. E isso inclui também o próximo Teleton.

Reality da Rede TV!Em relação ao reality “The

Bachelor”, as gravações, se-gundo informa a Rede TV!, terão início a partir de maio e sua estreia está prevista para outubro.

Cacá Marcondes, com pas-sagem pela extinta MTV Brasil, e atualmente no Arte 1, vai se desligar desse canal de cultura do Grupo Band para assinar a direção-geral do programa.

EnrustidoPessoas da produção do

“Big Brother” trabalham com a possibilidade de uma grande revelação nas próximas edi-ções do programa. Existem desconfi anças internas de que um outro participante poderá sair do armário a qualquer momento. Já tem alguns dias

que ele está ameaçando. Mestre de cerimôniasLuigi Baricelli vai fazer a

abertura do Rio Open de Tênis, segunda-feira, no Hotel Shera-ton Niemeyer. A competição terá as participações de Rafael Nadal, Ferrer, Robredo e Alma-gro entre outros. Transmissão do SporTV.

DueloO grande objetivo do SBT,

através do “Arena”, que estreia dia 8, das 23h15 à 01h15, é interromper a sequência de vitórias do “Legendários”, da Record, que há quase 4 anos se mantém na vice-liderança de audiência.

A emissora de Silvio San-tos promete um bom inves-timento nesse programa, misto de esporte e humor, para voltar ao segundo lu-gar. Como mais um detalhe, o duelo que se dará entre a corintiana Lívia Andrade e a palmeirense Juju Salimeni.

Dentro e fora Na volta do “CQC”, Dani Ca-

labresa vai fazer a bancada, ao lado do Marcelo Tas e Marco Luque.

Mas não deixará de gravar matérias ou mesmo quadros, como o “Sem saída”, o da máquina da mentira.D

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Page 30: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Programação da TV

05:00h Jornal Da Semana

06:00h Brasil Caminhoneiro

06:30h Aventura Selvagem

07:30h Vrum

08:00h Sorteio Amazonas Da Sorte (Local)

09:00h Domingo Legal

13:00h Eliana

17:00h Roda A Roda Jequiti

17:45h Sorteio Da Telesena

18:00h Programa Silvio Santos

22:00h De Frente Com Gabi

23:00h Série: True Blood

00:00h Série: Crimes Graves

01:00h Série: Alcatraz

02:20h Big Bang

03:00h Igreja Universal

SBT

GLOBO02h40 Olimpíadas De Inverno

(Esqui Alpino Super G Masculino /

Snowboord Cross Feminino

6h Amazônia Rural

6h30 Pequenas Empresas,

Grandes Negócios

7h00 Globo Rural

7h55 Auto Esporte

8h30 Esporte Espetacular

Tour Do Brasil - Ciclismo - Compacto)

11h45 Temperatura Máxima

13h45 Divertics

15h00 Futebol 2014: Campeonato Carioca

- Vasco Da Gama X Flamengo

17h00 Domingão Do Faustão

3h45 Bíblia Em Foco4h Santo Culto Em Seu Lar4h30 Desenhos Bíblicos7h Desenhos Bíblicos

RECORD

04:00 Sochi 2014 Olimpíadas De Inverno06:30 Santa Missa No Seu Lar07:30 Sabadão Do Baiano08:00 Desenho09:30 Mackenzie Em Movimento09:45 Infomercial Polishop10:45 Verdade E Vida11:05 Minuto Da Copa - Boletim11:10 Pé Na Estrada11:30 De Olho No Futebol - Boletim11:35 Sochi 2014 Olimpíadas De Inverno13:15 Band Esporte Clube14:00 Gol, O Grande Momento Do Futebol14:30 Futebol 2014 Ao Vivo16:50 Terceiro Tempo 19:00 Minusculos 19:10 Caçadora De Relíquias20:00 Só Risos21:00 Pânico Na Band00:00 Canal Livre01:05 Minuto Da Copa Boletim01:40 Show Business-reapresentação02:30 Igreja UniversalNa semana passada, Silvio Santos liderou a audiência no domingo, ultrapassando o “BBB14”

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Fascínio por alguma pessoa ou situação que lhe suscita a criatividade e o amor. Poderá alterar toda a rotina em nome desse fascínio. Os sentimentos surgem com força.

TOURO - 20/4 a 20/5 Bom momento para a vida em família, para resolver pendências e para fazer um bom uso de seu dinheiro e recursos para investir e cuidar destes assuntos.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Você está altamente apaixonado e apaixo-nante. Dirija sua paixão para algo positivo e que propicie felicidade. As relações humanas e afetivas estão altamente estimuladas.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Um certo interesse ou atração inspira você a assumir atitudes e fazer coisas no trabalho e na vida fi nanceira. Aproveite as facilidades para construir algo que lhe seja bom.

LEÃO - 23/7 a 22/8 As pessoas e ambientes fora do convencio-nal atraem muito você. Poderá se fascinar por algum interesse ou pessoa. Os assuntos intelectuais e culturais estão favorecidos.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Algum trabalho lhe atrai e faz parecer que algo de espetacular vai acontecer - sem exageros, há algo de bom por acontecer: você vai ter mais liberdade no trabalho.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Uma visão romântica do futuro favorece o entendimento na vida a dois. Também as parcerias de trabalho são favorecidas por ali-mentarem esperanças e sonhos conjuntos.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 O trabalho está favorecido por bons relacio-namentos e pelo suporte e apoio que certas pessoas irão lhe prodigalizar. Aproveite o bom momento para fazer algo legal.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Forte atração amorosa e sexual por alguma pessoa, talvez até mesmo pela pessoa amada. Urano é não-convencional: simboliza uma atração fora do que poderia esperar.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 As relações de trabalha causam fascínio e frisson, mas podem também ser produ-tivas. Entusiasmo e inspiração favorecem as atividades criativas. Nada de rotinas vazias, hoje.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Você é capaz de comunicar seus sentimentos e desejos na vida amorosa, de tal modo que se encanta ainda mais com seu amor. Uma forte paixão rasga todas as razões.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Os encantos de sua família surgem espontâ-nea e inesperadamente aos seus olhos. Mas algo também se modifi ca na relação com os familiares. Bom momento para negócios.

CruzadinhasCinema

ESTREIA

Caçadores de Obras-Primas: EUA. 12 anos. Baseado nos fatos reais de uma das maiores caças ao tesouro da história, Os Caçadores de Obras-Primas é um fi lme de ação que conta a jornada de um pelotão da Segunda Guerra Mundial, liderado por FDR, em direção à Alemanha para resgatar obras-primas de arte das mãos de ladrões nazista e devolvê-las aos seus verdadeiros donos. Seria uma missão impossível: com as peças presas em território inimigo, e os alemães com ordens de destruir tudo, como este grupo - de sete diretores de museus, curadores e historiadores de arte, mais familiarizados com Michelangelo que com uma M-1 -- poderiam ter êxito? Os Caçadores de Obras-Primas, como são chamados, se encontrarão em uma corrida contra o tempo para evitar a destruição de mil anos de cultura, eles arriscarão suas vidas para proteger e defender as maiores conquistas da humanidade. Cinemais Millennium – 14h40, 17h, 19h20, 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Plaza – 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (dub/diariamente); Cinemark 6 – 18h15 (dub/diariamente), 00h10 (dub/somente sexta-feira e sábado), 12h50, 15h30, 21h15 (dub/diariamente); Cinépolis – 19h35, 22h35 (leg/diariamente); Cinépolis – 14h, 19h30 (dub/diariamente), 16h40, 22h15 (leg/diariamente); Playarte 9 – 13h15, 15h35, 17h55, 20h15 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Amazônia Eterna: BRA. Livre. Este documentário apresenta uma nova abordagem sobre o uso sustentável da Floresta Amazônica. Empresários, ambientalistas e moradores falam da sua relação com um dos maiores patrimônios naturais do planeta e discutem soluções para os dilemas da região. O fi lme apresenta nove experiências bem-sucedidas que comprovam é possível que a Amazônia se desenvolva economicamente sem que seu ecossistema seja afetado. Cinemark 8 – 16h20, 20h50 (diariamente), 23h20 (somente sexta-feira e sábado); Cinépolis – 15h, 17h30 (diariamente).

DIVULGAÇÃO

BAND

Hércules: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium – 15h, 17h10, 19h30, 21h30 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza – 18h50, 21h (3D/dub/diariamente); 15h20, 17h30, 19h40, 21h50 (dub/diariamente); Cinemark 4 – 12h (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h20, 16h50, 19h20, 21h50 (3D/dub/diariamente); Cinépolis – 14h30, 19h20 (3D/dub/diariamente), 17h, 21h45 (3D/leg/diariamente); Playarte 5 – 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (dub/diariamente), 23h15 (dub/somente sexta-feira e sábado).Trapaça: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium – 14h, 16h40, 19h25, 22h (leg/dia-riamente); Cinemark 2 - 15h50, 21h30 (dub/diariamente); Cinépolis 15h25, 18h40, 21h50 (leg/diariamente); Cinépolis – 13h, 16h, 19h05, 22h20 (leg/diariamente).

Operação Sombra – Jack Ryan: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium – 19h10, 21h20 (leg/diariamente); Cinemais Plaza – 15h, 17h10, 19h35, 21h40 (dub/diaria-mente); Cinemark 2 – 13h10,18h50 (dub/diariamente); Cinépolis – 20h (dub/dia-riamente), 22h30 (leg/diariamente); Playarte 10 – 18h, 20h10 (dub/diariamente), 22h20 (dub/somente sexta-feira e sábado).Uma Aventura Lego: EUA. Livre. Cinemais Millennium – 14h30, 16h50, 19h (3D/dub/diariamente, 14h, 16h10 (dub/diariamente); Cinemais Plaza – 14h10, 16h30 (dub/diariamente); Cinemark 1 – 11h50 (dub/somente sábado e domingo), 14h30, 17h10, 19h45 (dub/diariamente), Cinemark 3 – 12h55, 15h20 (3D/dub/diariamente), Cinemark 7 – 13h30, 16h10, 18h40, 21h05 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 13h10, 16h05 (3D/dub/diariamente), 13h45, 16h15, 18h45, 21h15 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 12h40, 14h50, 17h (3D/dub/dia-riamente); Playarte 6 – 13h40, 15h55, 18h10, 20h25 (dub/diariamente), 22h35 (somente sexta-feira e sábado).

Quarenta e Sete Ronins: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium – 21h15 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza – 14h30, 17h, 19h30, 22h (dub/diariamente); Cinemark 5 – 13h20, 19h (3D/dub/diariamente); Cinépolis – 15h30 (leg/diariamente); Playarte 10 – 13h20, 15h40 (leg/diariamente).A Menina Que Roubava Livros: EUA. 14 anos. Cinemais Millennium – 14h10, 16h45, 19h15, 21h50 (leg/diariamente); Cinemais Plaza – 14h, 16h35, 19h10, 21h45 (dub/diariamente); Cinemark 5 – 16h, 22h (dub/diariamente); Cinépolis 14h10, 17h20 (leg/diariamente); Cinépolis – 18h15, 21h30 (diariamente).

O Lobo de Wall Street: EUA. 16 anos. Cinépolis – 20h30 (leg/diariamente); Playarte 20h (leg/diariamente), 23h20 (leg/somente sexta-feira e sábado).

O Herdeiro do Diabo: EUA. 12 anos. Cinemais Millennium – 18h40, 21h (leg/diariamente); Cinemais Plaza – 19h15, 21h15 (dub/diariamente); Cinemark 1 – 22h10 (dub/diariamente).

Frankstein – Entre Anjos e Demônios: EUA. 14 anos. Playarte 2 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (leg/diariamente), 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado);

CONTINUAÇÕES

Playarte 7 – 14h, 16h, 18h, 20h05 (dub/diariamente), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Muita Calma Nessa Hora 2: BRA. 12 anos. Cinemais Millennium – 14h50, 16h50, 18h50, 21h10 (diariamente); Cinemais Plaza – 15h10, 17h20, 19h20, 21h30 (diariamente); Cinemark 8 – 11h40 (somente sábado e domingo), 14h, 18h30 (diariamente); Cinépolis – 13h15 (diariamente); Playarte 3 – 13h10, 15h05, 17h, 18h55, 20h50 (diariamente), 22h45 (somente sexta-feira e sábado).Tarzan – A Evolução da Lenda: ALE. Livre. Playarte 8 – 14h, 16h, 18h (dub/diariamente).

Frozen, Uma Aventura Congelante: EUA. Livre. Cinemais Millennium – 14h20, 16h30; Cinemais Plaza – 14h40, 16h50 (dub/diariamente); Playarte 4 – 12h40, 14h50, 17h (dub/diariamente).

Até Que a Sorte Nos Separe 2: BRA. 10 anos. Playarte 4 – 19h10, 21h20 (diariamente), 23h25 (somente sexta-feira e sábado).

7h30 Record Kids

8h Amazonas Da Sorte

9h Record Kids

12h Jogos Olimpicos De Inverno

13h15 O Melhor Do Brasil

17h20 Domingo Espetacular

21h15 Série Spartacus

22h15 50 Por 1

23h10 Programação Iurd

19h45 Fantástico21h15 Big Brother Brasil 22h50 Domingo Maior 00h50 Flash Big Brother Brasil1h25 Corujão 2h45 Havaii Five - 0.3h40 Festival De Desenhos

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Page 31: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Mário Cruz, Rosalina Maués, Lourdes Freire, Joice Rezende e Zeneide Souza estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Amanhã, Samantha Atala, Elizandra Ro-drigues, Cacilda Antonaccio, Atila Dennys, Manoel Paiva e Marcelo Barreto estão aniversariando. Viva!

Com inauguração prevista para outubro deste ano, o Manaus ViaNorte está com suas obras em estágio avançado. O maior centro de compras da

Região Norte, localizado no Monte das Oliveiras, atualmente começou o processo de cobertura e fechamento das paredes laterais.

A empresária Cristiana Arcangeli e o estilista britânico Matthew Williamson

– queridinhos da cena-tendência – convidam para conferir a festa pós-desfi le do London Fashion Week, hoje. O auê fashionista será realizado na recém-inaugurada balada Whisky Mist.

No Diamond, hoje, aconte-ce o imperdível show duplo do Chiclete com Banana e Latino. A ala bonita da cidade desabará em peso.

A garotada que curte os per-sonagens da turma da Galinha Pintadinha tem mais um encon-

tro marcado (hoje) no Amazonas Shopping, no horário das 16h às 20h, a personagem mais querida do cenário infantil vai estar lá para receber os pequenos que comparecerem ao espaço para brincar e se divertir.

A agenda social carnavalesca está divertidíssima. No próximo dia 22, nos domínios do Dulcila da Ponta Negra, tem feijoada chic assinada por Marko Belém e

Júlio Ventilari.

::::: Sala de Espera

A diretora da Faculdade e Colégio Martha Falcão, Nelly de Souza, visitou uma oca da tribo baré, onde há 10 anos a insti-tuição promove um trabalho social junto aos habitantes daquela

aldeia, localizada na Comunidade do Livramento, próximo à praia do Tupé. Aos desinformados: por meio do escritório jurídico do curso de Direito da FMF, são realizadas ações de orientação jurídica e de doações junto aos moradores, que fizeram uma bonita homenagem para estudantes e professores que visitaram o local.

::::: Do bem

Ao ler sobre a Manaus Moderna em vários matutinos da cidade, uma fala de um permissio-nário chamou atenção deste colunista. Segundo ele, o povo da feira já reúne o lixo em lixeiras e impede que os urubus passeiem pela avenida espalhando vísceras de peixe, boi, porco e o que mais tiver. Nossa, que avanço!

::::: Educados

O coronel Hélcio Mota é o novo diretor do Ciops. Ele substitui o coronel Oliveira Filho, que as-sumiu a coordenação da Secretaria Executiva de Grandes Eventos. Esta semana, o novo coman-dante e o secretário executivo da Secretaria de Grandes Eventos, co-ronel Dan Câmara, rece-beram a visita da equipe de reportagem do Ca-nal Fox Sports, que está em Manaus mostrando a preparação da segu-rança para os jogos da Copa do Mundo.

::::: Sob nova direção

Nossa primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, ao lado da presidente Dilma Rousseff , que esteve na cidade para inauguração do residencial Viver Melhor

Já estão no chão da Constantino Nery e em breve em mais uma dezena de aveni-das da cidade, a faixa azul e branca do BRS (Bus Rapid System). Esta será a segunda tentativa de Manaus em dar qualidade ao transporte coletivo ur-bano. A primeira foi o malfadado “Expresso”. A faixa será exclusiva para os “busões” e espe-ra-se que os motoristas de veículos particulares respeitem o espaço, vi-ram? Oremos.

::::: Faixas

::::: Puro-poderDe passagem por Manaus, vindo de Nova York, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou cerca de uma hora e meia com o governador Omar Aziz, na madrugada da última quinta-feira. Eles jantaram juntos e conversaram sobre a conjuntura política. Foi um encontro amistoso entre dois líderes políticos.

estágio avançado. O maior centro de compras da Região Norte, localizado no Monte das Oliveiras,

atualmente começou o processo de cobertura e fechamento das paredes laterais.

A empresária Cristiana Arcangeli e o estilista britânico Matthew Williamson

– queridinhos da cena-tendência – convidam para conferir a festa pós-desfi le do London Fashion Week, hoje. O auê fashionista será realizado na recém-inaugurada balada Whisky Mist.

No Diamond, hoje, aconte-ce o imperdível show duplo do Chiclete com Banana e Latino. A ala bonita da cidade desabará em peso.

A garotada que curte os per-sonagens da turma da Galinha Pintadinha tem mais um encon-

tro marcado (hoje) no Amazonas Shopping, no horário das 16h às 20h, a personagem mais querida do cenário infantil vai estar lá para receber os pequenos que comparecerem ao espaço para brincar e se divertir.

A agenda social carnavalesca está divertidíssima. No próximo dia 22, nos domínios do Dulcila da Ponta Negra, tem feijoada chic assinada por Marko Belém e

Júlio Ventilari.

aldeia, localizada na Comunidade do Livramento, próximo à praia do Tupé. Aos desinformados: por meio do escritório jurídico do curso de Direito da FMF, são realizadas ações de orientação jurídica e de doações junto aos moradores, que fizeram uma bonita homenagem para estudantes

Ao ler sobre a Manaus Moderna em vários matutinos da cidade, uma fala de um permissio-nário chamou atenção deste colunista. Segundo ele, o povo da feira já reúne o lixo em lixeiras e impede que os urubus passeiem pela avenida espalhando vísceras de peixe, boi, porco e o que

Nossa primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, ao lado da presidente Dilma Rousseff , que

Desfi lando educação única: os ir-mãos Marina e Eduardo Schneider, ele o feste-jado aniver-sariante da temporada

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

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Page 33: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

3 Joaquim Nabuco: repórter Andanças jornalísticas do intelectual, por Angela Alonso Págs. 4 e 5

2 Profi ssão: roteirista Um café com Mark Peploe em Florença. Pág. 3

1

4

O mundo ao revés de Fernando Zarif E outras 8 indicações culturais. Pág. 2

5

6

Do arquivo de Marcos Caldeira Mendonça

Diário de WashingtonMeditação, ioga e tai chi chuan na catedral. Pág. 6

A imaginação de Rodrigo Naves. Pág. 8Um dia despertei com o cão a meu lado

Itabira, 2007. Pág. 7

Capailustração deElisa von Random

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Page 34: EM TEMPO - 16 de fevereiro de 2014

G2 MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

Ilustríssima Semana O MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

FOTOGRAFIAExposição do francês Jacques Henri Lartigue no IMS (SP)

A BIBLIOTECADE RAQUELA colunista do Painel das Letras e repórter da “Ilustríssima” co-menta o mercado editorial

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

>>folha.com/ilustrissima

ANGELA ALONSO, 44, é professora livre-docente do departamento de sociologia da USP e diretora científi ca do Cebrap. Escreveu, entre outros, “Joaquim Nabuco: Os Salões e as Ruas” (Companhia das Letras).

CLAUDIUS CECCON, 76, é arquiteto e cartunista.

ELISA VON RANDOW, 38, é designer e ilustradora.

FRANCISCO FOOT HARDMAN, 61, é professor do Ins-tituto de Estudos da Linguagem da Unicamp e, atualmente, hóspede acadêmico da Universidade de Bolonha. É autor de “A Vingança da Hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a Literatura Moderna” (Unesp), entre outros.

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

ADRIANA VICHI/DIVULGAÇÃO

LIVRO E EXPOSIÇÃO | FERNANDO ZARIF A obra do artista plástico (1960-2010) é revistada

duplamente. O livro “Fernando Zarif “’ Uma Obra a Contrapelo” compila reproduções de 300 desenhos e pinturas, além de textos assinados pelo próprio artista e por intelectuais como Décio Pignatari e Arnaldo Antunes. No lançamento do volume, a galeria Millan inaugura mostra com 40 obras do artista, em diversas técnicas.

“Fernando Zarif - Uma Obra a Contrapelo” | Metalivros | R$ 100 | 270 págs.

Lançamento - amanhã, das 19h às 22h, na galeria Millan

Exposição - de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 18h | grátis | até 27/2

‘Europe 3’ (1989), dese-nho de Fernan-do Zarif

RAFAEL CAMPOS ROCHA, 43, é ilustrador, autor de “Deus, Essa Gostosa” (Quadrinhos na Cia.).

RAUL JUSTE LORES, 38, é correspondente da Folha em Washington.

RODRIGO NAVES, 59, é crítico e professor de história da arte. É autor de “A Forma Difícil” e “O Vento e o Moinho” (ambos pela Companhia das Letras).

RODRIGO BIVAR, 32, é artista plástico.

1

LIVROS | TEATRO As artes cênicas são temas de

livros lançados por atrizes e pro-fessoras da UFBA, ambos editados pela Perspectiva. “A Voz Articulada pelo Coração”, de Meran Vargens, trata da formação vocal do ator, da mecânica da fala à apropriação do texto, por meio da conjugação da técnica com a sensibilidade do artista. Jacyan Castilho, por sua vez, enfoca a relevância da musicalida-de nas performances em “Ritmo e Dinâmica no Espetáculo Teatral”.

“A Voz Articulada pelo Coração” | R$ 53 | 240 págs.

“Ritmo e Dinâmica no Espetácu-lo Teatral” | R$ 53 | 248 págs.

LIVRO | TUDO COMEÇA NA OUTRA VIDA Professora do departamento de

antropologia da Universidade de Illinois, Alma Gottlieb investiga as maneiras pelas quais a religião e a pobreza afetam a criação dos bebês do povo beng, no Oeste afri-cano, do banho ao modo de ensiná-las a engatinhar. A pesquisadora alia o rigor investigativo a refl exões pessoais sobre a maternidade.

trad. Mara Sobreira | FAP-Unifesp | R$ 120 | 536 págs.

EXPOSIÇÃO | MALLARMÉ, O LIVRO O austríaco Klaus Scherübel toma como

centro desta mostra um projeto inacabado do poeta Stéphane Mallarmé – um livro, soma de todos os outros livros, que conteria “a totalidade das relações existentes entre todas as coisas”. Com base em anotações do poeta francês, Scherübel elaborou ví-deos, fotografi as e objetos.

Centro Universitário Maria Antonia abertura na quarta (dia 19), às 20h de ter. a sex., das 10h às 21h; sáb., dom. e feriados, das 10h às 20h até 20/4 | grátis

TEATRO | NÚCLEO BARTOLOMEU DE DEPOIMENTOS O coletivo remonta um de seus principais trabalhos recentes.

“Antígona Recortada”, com direção e texto de Claudia Schapira, transporta a tragédia grega de Sófocles para a periferia de uma grande cidade, onde garotas são acossadas pelo tráfi co de droga. A trilha composta pelo DJ Eugênio Lima conduz o espetáculo, que traz MCs no elenco.

“Antígona Recortada” | estreia na sex. (dia 21) | qui., sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h | contribuição voluntária | até 9/3

EXPOSIÇÃO | FOOD Marina Abramovic (Sérvia), Shima-

buku (Japão), Pipilotti Rist (Suíça) e Lenora de Barros (Brasil) são alguns artistas do elenco “all star” da mos-tra, que discute a relação do homem (e da arte) com a comida. Composta de instalações, pinturas e esculturas, a exposição tem curadoria da suíça Adelina von Fürstenberg, que falou à Folha sobre o tema – leia em folha. com/ilustrissima.

abertura na qua. (dia 19), às 20h de ter. a sex., das 10h30 às 21h30; sáb. e dom., das 10h30 às 18h30 até 4/5 | Sesc Pinheiros

LIVRO E EXPOSIÇÃO | CAR-LOS MOREIRA - SÃO PAULO

O veterano fotógrafo apre-senta um extenso ensaio so-bre a capital paulistana,com mais de cem imagens produ-zidas aolongo dos últimos 50 anos.Algumas das fotografi as estão em exposição retros-pectiva no Sesc Bom Retiro.

‘Carlos Moreira - São Pau-lo’ Ed. Tempo d’Imagem e Ed. Sesc SP | R$ 95 | 204 págs. | Lançamento sáb. (dia 22), às 16h, no Sesc Bom Retiro Exposição - de ter. a sex., das 9h30 às 20h30; sáb., das 10h30 às 18h30; dom., das 10h30 às 17h30 até 23/2

EXPOSIÇÃO | JACQUES HENRI LARTIGUE Após temporada no Rio em 2013, a mostra dedicada ao fotógrafo

francês (1894-1986) chega a São Paulo. “A Vida em Movimento” reúne cerca de 225 obras, entre fotos, fac-símiles de páginas de diários e fi lmes, todas do acervo da Donation Lartigue, na França. O título da exposição expressa o tema central das imagens de Lartigue, o que ele chamava de “a alegria do movimento” – cam-balhotas e saltos, carros correndo, aviões em pleno voo.

Instituto Moreira Salles | de ter. a sex., das 13h às 19h; sáb., dom. e feriados, das 13h às 18h | grátis

LIVRO | JENNIFER EGAN Publicado em 2001, antes do premiado “A Visita Cruel

do Tempo”, “Olhe para Mim” ganha agora edição no Brasil. O enredo interliga uma série de personagens, com destaque para duas Charlottes: uma modelo que precisa reconstruir sua identidade após um sério acidente e uma jovem às voltas com um relacionamento secreto. Egan lança olhar sombrio sobre as relações interpessoais e o culto à beleza.

trad. Adalgisa Campos da Silva | Intrínseca | R$ 29,90 | 432 págs.

‘Sala na Rocha da Virgem’ (Biarritz, agosto de 1927)

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G3MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014

2Cenas fora de campo

Cinema

O cenário não poderia ser melhor. Mark Peploe marcou nosso encontro no Giubbe Rosse, no meio de uma tarde invernal ensolarada como só em Florença. Esse “caff è lette-

FRANCISCO FOOT HARDMAN

Os roteiros inéditos de Mark Peploe

RESUMORoteirista de “Profi s-são: Repórter” e de longas de Bernardo Bertolucci fala dos fi lmes que escreveu e que não foram roda-dos. Entre os scripts inéditos, estão dois que Mark Peploe criou com Antonioni: um que se passa-ria parcialmente na Amazônia e outro que o cineasta espera ver fi lmado por Kleber Mendonça Filho.

rario”, surgido no fi m do século 19 num dos cantos da praça da República, é uma rara conces-são da capital renascentista italiana à modernidade “art nouveau”. Lugar ideal para fa-lar de projetos perdidos; para evocar sonhos cinematográ-fi cos frágeis entre sua difícil fi xação em película ou sua de-saparição no arquivo de fi lmes incríveis jamais fi lmados.

Mas quem é esse interlocu-tor que liga para avisar que atrasará uns cinco minutos, e ao chegar, nem bem tirando o chapéu, pede água, café e uma dose de Averna, tradicional licor amargo típico da melhor época do Giubbe Rosse? Quem se lem-bra de Mark Peploe? Quem o conhece logo percebe a enorme identidade que ele guarda com seu personagem mais famoso, David Locke, protagonista de “Profi ssão: Repórter”, interpre-tado por Jack Nicholson no fi lme feito por Antonioni em 1975.

Autor do argumento inicial e do roteiro dessa obra-prima, Peploe conheceu Michelangelo Antonioni na “swinging” Lon-dres durante as fi lmagens de “Blow-up”, uma década antes, nascendo daí grande amizade

e parcerias. Trabalhou depois muito tempo com Bernardo Bertolucci, sendo o roteirista premiado de “O Último Impera-dor” (levou o Oscar, o Globo de Ouro e o David de Donatello), além de “O Pequeno Buda” e “O Céu que Nos Protege” (este, uma adaptação do romance de Paul Bowles). Dirigiu também dois longas, “Medo de Escuro” (1991) e “Victory” – este, de 1996, adaptado da novela de Joseph Conrad e ambientado na Indonésia colonial.

Nascido no Quênia, em 1943, de pais britânicos, Peploe teve educação cosmopolita e, além da África a que se sente afeti-vamente vinculado, teve sempre muita proximidade com a Itália. Mas sua base logística foi e continua a ser Londres.

Documentarista de destaque na BBC por décadas, conheceu o Brasil nos anos 1960, para fazer uma reportagem-ensaio sobre Oscar Niemeyer. “Era uma épo-ca de muita liberdade de criação na BBC, rodávamos o mundo com equipes mínimas e grande abertura para o trabalho”, diz. “Isso marcou profundamente minha formação, e viajar ao Brasil foi sem dúvida importan-

te para forjar esse imaginário do deslocamento que aparece em ‘Profi ssão: Repórter’.”

Bem mais recentemente, vol-tou fascinado de uma viagem ao Recife, onde esteve, em outubro passado, como membro do júri do festival independente Janela Internacional de Cinema. “Não há dúvida de que o Brasil está repleto de problemas, como o mundo todo. Mas sinto ali uma vitalidade e força criativa difíceis de serem percebidas aqui na Europa. É mais fácil acreditar e ter esperança do lado de vocês”.

E daí os ventos benfazejos de uma proposta de parceria talvez impensável há poucos anos. Tendo conhecido o dire-tor Kleber Mendonça Filho no festival de Locarno, em 2012, e tendo gostado demais de seu “O Som ao Redor”, convidou-o para dirigir um roteiro inédito que ainda guarda daqueles pro-dutivos anos 1970, nascido de outra colaboração com Antonio-ni: “The Crew” (a tripulação).

Argumento original do mestre de Ferrara, é uma história inspi-rada numa notícia de naufrágio, na distante costa de Nova Gales do Sul, Austrália, num trecho

em que o Pacífi co se chama mar da Tasmânia. A história inicialmente foi chamada por Antonioni de “Quatro Homens ao Mar”. O roteiro original em inglês foi subscrito pelos dois, mas aparece também no livro de Antonioni, “I Film nel Cassetto” (os fi lmes na gaveta), com o argumento mais trabalhado e título de “La Ciurma” (a escuma-lha), que tem uma carga mais negativa do que em inglês.

O fato é que, a depender de fi -nanciamento viável, poderemos ter, em futuro breve, uma nova e interessante cooperação cine-matográfi ca, não só pelas geo-grafi as envolvidas mas também e sobretudo pelas histórias.

O tempo escoa pelas vidraças do Giubbe Rosse, e eu estou ali para saber das memórias de Peploe sobre outro projeto fílmico de Antonioni também nunca realizado: “Tecnicamente Doce”. A história deveria se pas-sar, em tramas paralelas, entre a ilha da Sardenha e a fl oresta amazônica. O diretor, depois do fracasso defi nitivo da produção do fi lme, publicou o roteiro em 1976. E lá, no prefácio, anotou que colaboraram em sua reda-ção, “em momentos e doses

diversas”, Mark Peploe, Niccolò Tucci e Tonino Guerra.

“Sim, Michelangelo chamou-me, e fui algumas vezes para o seu apartamento, em Roma, onde trabalhamos juntos no tex-to”. Pergunto-lhe em que idioma escreviam, se em italiano ou em inglês. Ele vacila para responder. É sob visível emoção que reage a um original datilografado em inglês, com correções manus-critas, que lhe ponho diante dos olhos.

Explico-lhe que, num golpe de sorte, localizei-o num livrei-ro antiquário de Baltimore, e que provém do inventário de Hercules Bellville – produtor e diretor norte-americano, cola-borador de grandes cineastas, morto em Londres em 2009. “Era meu amigo íntimo”, diz. Depois de várias folheadas, ele começa a lembrar: “Sim, essa letra é dele. Mas continuo a achar surpreendente que este original estivesse com ele”.

Antonioni havia escolhido Bellville para ser assistente de direção na Amazônia, respondo. “Sim, mas essas equipes, você sabe, eram incertas, até que o fi lme se fi zesse, e o fi lme não se fez”.

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G4 MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 16 DE FEVEREIRO DE 2014 G5

História

RESUMONova coletânea mos-tra como a atividade de Joaquim Nabuco como repórter inter-nacional, com base em Londres, moldou sua escrita. Os arti-gos publicados em meios como o “Jornal do Comércio”, onde começou essa car-reira, após derrota nas urnas, permitem acompanhar o trajeto ideológico do autor de “O Abolicionismo”.

3O jornalista acidental

No momento em que você lê este artigo, ele já envelheceu. No hiato entre eu o ter escrito e sua publicação, você foi bombardeado por milhares de informações que pululam na internet. Mas não é de agora que o jornalismo impresso perde para novas tecnologias. Joaquim Nabuco (1849-1910), conhecido como fi gura-chave do movimento pela abolição da es-cravidão no Brasil, quando se viu jornalista, em 1882, penou da mesma agrura.

Correspondente em Londres, responsável também por Viena e Berlim, Nabuco reclamava de que o telégrafo, inaugurado no Brasil na década de 1870, sabotava o repórter com notícias frescas, enquanto seus artigos mofavam cerca de três semanas no navio até atingirem o leitor.

De modo que notícia velha não é coisa nova. Nos seus 300 artigos como correspondente estrangei-ro, coligidos por Leslie Bethell, José Murilo de Carvalho e Cícero Sandroni na recém-lançada edi-ção “Joaquim Nabuco Correspon-dente Internacional 1882-1891” [ed. Global/Academia Brasileira de Letras; vol. 1, R$ 79, 672 págs.; vol. 2, R$ 65, 512 págs.], Nabuco se houve com a perenidade da informação optando por ser mais analítico que noticioso. Dava mais a visada geral que o fato a fato.

O jornalismo não estava nos seus planos. Filho de político, es-treou no Parlamento em 1879 e se destacou chamando para si a causa da abolição. Correu a Eu-ropa em busca de apoio e fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Essa estrela política ascendente, contudo, desafi ou a liderança de seu Partido Liberal, ao se decidir por abolicionista. E assim, em 1882, não se reelegeu deputado geral pela Província de Pernambuco. Tornou-se, então, correspondente em Londres do “Jornal do Comércio”, enquanto

ANGELA ALONSO ILUSTRAÇÃO ELISA VON RANDOW

O que Joaquim Nabuco aprendeu como correspondente internacional

esperava as próximas eleições. A atuação como jornalista nas bai-

xas políticas se confi guraria como padrão. O ofício provisório virou ocu-pação duradoura.

EditorNos tempos em que são comuns os

ataques à norma culta em textos que vão direto do computador do autor para o do leitor, a fi gura do editor perdeu a aura que teve no passa-do. Editores pautadores, corretores, eruditos. Joaquim Nabuco teve um desses: Francisco Picot, que viveu no Rio, mas, nos anos 1880, editava da capital francesa o maior e melhor dos periódicos brasileiros do século 19, o “Jornal do Comércio”. E lia com lupa em Paris o que Nabuco escrevia à pena em Londres.

Quem ligou um homem ao outro foi o barão de Penedo, que era quase um pai substituto de Nabuco e chefe da diplomacia brasileira em Londres. A morte do correspondente do jornal, um experiente analista econômico, abriu o emprego, com o qual Nabuco garantiria sua sobrevivência física e política nos próximos dois anos, independente do Estado escravista que vinha combatendo.

Assim, Picot não escolheu Nabuco, Nabuco não escolheu Picot. O editor esclareceu logo que, em sua escala de valores, o sobrenome Nabuco, seu livro de poemas em francês (“L’Amour et Dieu”) e seu brilho político valiam

pouco. Diferentemente da maioria das pessoas que Nabuco conheceu, Picot não se rendeu ao seu charme. Ao contrário. Implicava, contrariado por ter o moço inexperiente no lugar de seu velho amigo Clark.

Picot exigia muito, sempre. Além de pautar os artigos, depois os comen-tava, catando deslizes, ausências, excessos. A relação com Nabuco foi tensa por conta desse olho de águia, atento à menor das faltas. Reclamava da substância e de tudo que a envolvia, até do fecho dos envelopes em que iam os artigos, como nesta carta de 2 de abril de 1882 (que se encontra no acervo da Fundação Joaquim Na-buco): “Teria sido bom dizer na carta de Londres, sem comentário, que o ‘Financier’ publicou o artigo sobre garantias de juros [...]. Também teria sido bom dar o resultado do emprés-timo do Baring para Buenos Aires.[...] Por último, vou recomendar-lhe que molhe bem molhada a goma que fecha a capa das suas cartas”.

Nabuco nunca antes trabalhara e cedo se cansou. Mas, cheio de dívidas, sem alternativas, permaneceu sob ordens de Picot. O editor o discipli-nou, incutiu-lhe a ética do trabalho. Cobrava concentração em assuntos áridos para quem antes aspirava a poeta, exigia precisão de um habi-tuado ao diletantismo e sobriedade de um pendente ao derramamento. Pedia acurácia no trato de temas que Nabuco antes não dominava – a

economia – e objetividade naqueles sobre os quais antes divagava – a ge-opolítica. Quem lê o drama “L’Option”, sobre a guerra da Alsácia-Lorena, que Joaquim Nabuco rascunhou nos anos 1870, e vai depois aos artigos sobre a expansão do imperialismo inglês, reunidos nesse volume, enxerga uma metamorfose.

Francisco Picot foi para Joaquim Nabuco o que um bom editor é para um iniciante: uma escola. Obrigou-o a dois aprendizados.

O substantivo diz respeito à pro-fundidade analítica e teve consequ-ências para tudo aquilo que Nabuco escreveria depois, em particular para seu livro londrino, “O Abolicionismo”, que saiu às carreiras, em 1884, para ajudar a campanha abolicionista no Brasil e impedir que Nabuco desapa-recesse dela, estando do outro lado do Atlântico, enquanto seus compa-nheiros a radicalizavam. O livro é de uma argúcia que seu autor não evidenciara antes.

Outro ganho dos tempos sob Picot foi o apuro do estilo. Basta fazer o “antes e depois”. Os discursos parla-mentares e os artigos para o jornal “O Globo” (que não estão na coletânea), nos anos 1870, são de sentenças compridas, muitos apostos, afran-cesados. Já “O Abolicionismo” [Ed. UnB, R$ 32, 252 págs.] é livro de contundências, de frases que são como tiros.

Os artigos reunidos na coletânea

não são todos de mesmo tipo. O primeiro volume traz os para o “Jornal do Comércio” e os produzidos quase simultane-amente para o “La Rázon”, de Montevidéu. São artigos de jornalista.

A correspondência de Londres para o “Jornal do Comércio” aborda a geopolítica inglesa, sua política doméstica e a candente questão irlandesa. A economia é pauta obrigatória, sobretudo no que tocava os negócios brasileiros. Já os arti-gos de Viena e Berlim visavam “resumir os acontecimentos” da política local e eram escritos a partir de Londres.

Em conjunto, as três corres-pondências traçam cenários ge-

opolíticos e perfi s e estratégias dos grandes líderes políticos do período, William Gladstone, na Inglaterra, e Otto von Bismarck, na Alemanha. O foco se abre para abarcar Rússia, Prússia, França, políticas dinástica e eclesiástica, reformas moder-nizadoras, como o voto secre-to e a ampliação do sufrágio – Joaquim Nabuco, aliás, não se mostra entusiasta do voto feminino –, e a disputa por territórios na África e mesmo da Europa – caso da Bósnia e da Sérvia.

Os artigos reconstroem as relações de força, o campo de poder internacional cujos desdobramentos alcançariam o século 20. Registram aten-

tados e assassinatos políticos orquestrados pelos “niilistas” (anarquistas); avanços do so-cialismo, com suas “paredes” (greves); confl itos entre as grandes potências e o Con-gresso Antissemítico Interna-cional, de 1882, que, narra Nabuco, tomava os judeus por “animais daninhos”.

O fecho dos artigos abriga as variedades: a passagem de um cometa, um banquete com Wagner e Lizst, um naufrágio, um livro, um baile, um obituário – o de Darwin, Garibaldi, Marx. Aí o autor externava mais per-sonalidade, mas, se opinasse muito, Picot cortava suas asas – e o trecho do artigo.

Só ao fi nal de seu período

de correspondente, quando o editor amansou, os textos ad-quiriram tom pessoal. Nabuco inseria referências oblíquas à questão escravista que ar-dia no Brasil, por exemplo, ao comentar a escravidão no Egito e o livro do norte-ame-ricano Henry George, “Pro-gress and Property” (1879), que defendia a socialização da propriedade da terra. Nabuco criticou seu socialismo, que resultaria em Estado “colos-sal” e inefi ciente, colonizado por “classes parasíticas”, mas aproveitou para propalar seu próprio ideal liberal, a taxação moderada e progressiva, com vistas a generalizar a pequena propriedade.

No “La Razón”, Nabuco escre-veu pouco, entre 1883 e 1884, mas opinava mais, em artigos quase normativos sobre libera-lismo, democracia, socialismo, nos quais sobressai sua admira-ção incontida pelo reformismo político inglês.

Aqui e ali, algo de política americana, como o tratado de paz entre Chile e Peru, em 1883, mas o grosso dos tex-tos cozinhava o antes enviado para o “Jornal do Comércio” – a situação desgostou Picot e foi um motivo para interromper sua correspondência em Lon-dres. Outro foram as eleições parlamentares brasileiras de 1884. Nabuco voltou para se jogar de cabeça na campanha abolicionista.

PalanqueO segundo volume da cole-

tânea traz textos desse tempo, quando enviou do Rio alguns artigos para o “La Razón”, e es-creveu para “O País”. Quintino Bocaiuva, abolicionista e edi-tor do jornal carioca, convidou Nabuco para uma coluna que seria seu palanque abolicionis-ta, com críticas furibundas à política escravista do governo do Partido Conservador.

Entre 1886 e 1888, escreveu cerca de uma centena de arti-gos. A coletânea, para manter sua unidade como “correspon-dência internacional”, incluiu só os escritos da Europa, para onde foi, como enviado especial, a fi m de cobrir tratamento de saúde de dom Pedro Segundo.

Como o imperador se restabe-leceu, os artigos se concentra-ram na linha dos anteriores para o “Jornal do Comércio”, com foco na política inglesa. Mas, nos tex-tos de 1888, a política brasileira sobressai, como quando narra suas visitas a Glad- stone e ao papa, em busca de apoio para

a abolição da escravidão. Foi justo a política que tirou

Nabuco de “O País”, quando o republicanismo tornou-se pre-ponderante na linha editorial. Ao contrário de Picot, Bocaiuva não logrou enquadrar Nabuco, que recorreu ao dono do jornal e assim manteve coluna autô-noma, “Campo Neutro”. Mas o arranjo durou pouco.

Pós-13 de Maio, os abolicio-nistas se dividiram. Boa par-te, como Bocaiuva, foi para a campanha republicana. Nabuco fi cou entre os poucos esperan-çosos de que o Terceiro Reina-do, o de Isabel, faria reformas complementares à abolição. Essa divergência encerrou sua participação em “O País” em 1889. Neste ano, a monarquia, assoreada por várias frentes de descontentamento, caiu, e Na-buco, recém-reeleito deputado, fi cou sem emprego. Voltou à imprensa, em 1891, no “Jornal do Brasil”, criado por monar-quistas como polo de crítica ao novo regime.

Esses artigos, escritos de Londres e Buenos Aires, como aqueles para o “Jornal do Co-mércio”, produzidos no retorno ao Brasil (por isso excluídos da seleção), são salpicados de antirrepublicanismo e acusam o militarismo não apenas na-cional como noutras partes da América Latina – expressão que usa aí por primeira vez.

Na coletânea, o leitor vai en-contrar então três Nabucos: o jornalista, o abolicionista e o monarquista.

“O Abolicionismo” deve ao jornal, embora não tenha sido escrito nele, mas outros qua-tro livros de Nabuco surgiram na imprensa e conformam dois pares.

“Balmaceda” [Cosac Naify, R$ 59, 272 págs.], sobre a guerra civil no Chile, e “A Intervenção Estrangeira durante a Revolta de 1893” [Senado Federal, R$ 10, 150 págs.], a respeito da Revolta da Armada, saíram se-riados no “Jornal do Comércio”, entre 1895 e 1896, anos de fl orianismo feroz e de reação monarquista à República, com a Armada. Tempo de militância, para Nabuco, como um dos fundadores do Partido Monar-quista. E tempo de governo militar. Por isso, a análise da política interna chilena, em “Bal-maceda”, serve para criticar o republicanismo do Brasil de es-guelha. “A Intervenção Estran-geira”, publicado já no governo Prudente de Morais, é explícito em acusar o apoio dos EUA a Floriano como decisivo na

vitória dos republicanos sobre os monarquistas.

O outro par de livros é da virada do século. “Escritos e Dis-cursos Literários” (1901) traz artigos publicados aqui e ali, que destilam a adesão cultural ao antigo regime. Nabuco já não propagandeava a monarquia, a República estava consolidada, mas sua fi delidade ao modo de vida aristocrático persistia e está patente na reconstrução precoce da própria trajetória (tinha 40 anos), escrita em outro jornal monarquista,”O Comér-cio de São Paulo”.

A série era explicitamente po-lítica, com o cabeçalho “Minha Formação Monárquica”. Ao coli-gi-la em livro, em 1900, Nabuco encurtou o nome para “Minha Formação” [Editora 34, R$ 49, 288 págs.] – ele aceitara cargo diplomático do governo republi-cano. Mas o livro guardou certa nostalgia do Império, até ao falar da escravidão que tanto combatera. Prosa evocativa e de um lirismo evidente no trecho que Caetano Veloso musicou como “Noites do Norte”.

TraçaLi por primeira vez o que

vai nesta coletânea em cópias nas quais às vezes o fi lé mig-non do artigo tinha sido refei-ção de uma traça. A edição em livro recupera a íntegra e ajunta o que era preciso caçar em diferentes arquivos. Assim, presta inestimável serviço ao pesquisador. Contudo, o leitor de jornais velhos espera que o livro traga refrigério gráfi co. Este não traz. Como o volume de artigos é grande, optou-se pelas letras miúdas – com que o martírio para os olhos não se altera.

Também seria bom um sumá-rio detalhado, que orientasse o leitor entre jornais e datas, e uma advertência sobre a autoria de alguns artigos – os do “Jornal do Comércio” não eram assi-nados, vinham apenas como “correspondência”. O que se lê é variado em assuntos, épocas e fi nalidades. Notas de rodapé mais abundantes ajudariam o leitor menos informado sobre Nabuco e seu tempo. A edição o compensa, porém, com quatro textos introdutórios. O primeiro é o erudito, do historiador Les-lie Bethell, professor emérito das universidades de Londres e Oxford, sobre a geopolítica e a política inglesa do século 19.

O também historiador José Murilo de Carvalho, professor emérito da UFRJ, assina o se-gundo, apresentando a con-juntura política doméstica em que Nabuco se movia. Bethell e Carvalho são especialistas consagrados no período e an-tes coligiram a correspondência de Joaquim Nabuco com os abolicionistas ingleses. A apre-sentação do jornalista Cícero Sandroni dá o panorama da imprensa brasileira no período, e a de Adriana Mirel Clavijo, es-pecialista em relações interna-cionais, informa sobre o jornal uruguaio “La Razón”.

Para quem nunca leu Nabu-co, a coletânea é oportunidade de adentrar o universo de um de nossos melhores analistas e fl agrá-lo em formação e buri-lamento. Quem o conhece vai dar com novo ângulo da fi gura e aquilatar o que signifi cava ser jornalista no estrangeiro no século 19. Boa companhia na leitura deste livro são textos oitocentistas correlatos.

O “Times” de Londres enviou William Howard Russel para co-brir os confl itos na Crimeia, em 1854, fazendo dele um pioneiro da correspondência de guerra. José Martí acompanhou a Pri-meira Internacional socialista para o “La Nación”, em 1888. E Eça de Queiroz, de quem Nabuco foi amigo na velhice, escreveu para um jornal suas “Cartas da Inglaterra”, mais ácidas que as de Nabuco, mas igualmente saborosas.

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História

RESUMONova coletânea mos-tra como a atividade de Joaquim Nabuco como repórter inter-nacional, com base em Londres, moldou sua escrita. Os arti-gos publicados em meios como o “Jornal do Comércio”, onde começou essa car-reira, após derrota nas urnas, permitem acompanhar o trajeto ideológico do autor de “O Abolicionismo”.

3O jornalista acidental

No momento em que você lê este artigo, ele já envelheceu. No hiato entre eu o ter escrito e sua publicação, você foi bombardeado por milhares de informações que pululam na internet. Mas não é de agora que o jornalismo impresso perde para novas tecnologias. Joaquim Nabuco (1849-1910), conhecido como fi gura-chave do movimento pela abolição da es-cravidão no Brasil, quando se viu jornalista, em 1882, penou da mesma agrura.

Correspondente em Londres, responsável também por Viena e Berlim, Nabuco reclamava de que o telégrafo, inaugurado no Brasil na década de 1870, sabotava o repórter com notícias frescas, enquanto seus artigos mofavam cerca de três semanas no navio até atingirem o leitor.

De modo que notícia velha não é coisa nova. Nos seus 300 artigos como correspondente estrangei-ro, coligidos por Leslie Bethell, José Murilo de Carvalho e Cícero Sandroni na recém-lançada edi-ção “Joaquim Nabuco Correspon-dente Internacional 1882-1891” [ed. Global/Academia Brasileira de Letras; vol. 1, R$ 79, 672 págs.; vol. 2, R$ 65, 512 págs.], Nabuco se houve com a perenidade da informação optando por ser mais analítico que noticioso. Dava mais a visada geral que o fato a fato.

O jornalismo não estava nos seus planos. Filho de político, es-treou no Parlamento em 1879 e se destacou chamando para si a causa da abolição. Correu a Eu-ropa em busca de apoio e fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Essa estrela política ascendente, contudo, desafi ou a liderança de seu Partido Liberal, ao se decidir por abolicionista. E assim, em 1882, não se reelegeu deputado geral pela Província de Pernambuco. Tornou-se, então, correspondente em Londres do “Jornal do Comércio”, enquanto

ANGELA ALONSO ILUSTRAÇÃO ELISA VON RANDOW

O que Joaquim Nabuco aprendeu como correspondente internacional

esperava as próximas eleições. A atuação como jornalista nas bai-

xas políticas se confi guraria como padrão. O ofício provisório virou ocu-pação duradoura.

EditorNos tempos em que são comuns os

ataques à norma culta em textos que vão direto do computador do autor para o do leitor, a fi gura do editor perdeu a aura que teve no passa-do. Editores pautadores, corretores, eruditos. Joaquim Nabuco teve um desses: Francisco Picot, que viveu no Rio, mas, nos anos 1880, editava da capital francesa o maior e melhor dos periódicos brasileiros do século 19, o “Jornal do Comércio”. E lia com lupa em Paris o que Nabuco escrevia à pena em Londres.

Quem ligou um homem ao outro foi o barão de Penedo, que era quase um pai substituto de Nabuco e chefe da diplomacia brasileira em Londres. A morte do correspondente do jornal, um experiente analista econômico, abriu o emprego, com o qual Nabuco garantiria sua sobrevivência física e política nos próximos dois anos, independente do Estado escravista que vinha combatendo.

Assim, Picot não escolheu Nabuco, Nabuco não escolheu Picot. O editor esclareceu logo que, em sua escala de valores, o sobrenome Nabuco, seu livro de poemas em francês (“L’Amour et Dieu”) e seu brilho político valiam

pouco. Diferentemente da maioria das pessoas que Nabuco conheceu, Picot não se rendeu ao seu charme. Ao contrário. Implicava, contrariado por ter o moço inexperiente no lugar de seu velho amigo Clark.

Picot exigia muito, sempre. Além de pautar os artigos, depois os comen-tava, catando deslizes, ausências, excessos. A relação com Nabuco foi tensa por conta desse olho de águia, atento à menor das faltas. Reclamava da substância e de tudo que a envolvia, até do fecho dos envelopes em que iam os artigos, como nesta carta de 2 de abril de 1882 (que se encontra no acervo da Fundação Joaquim Na-buco): “Teria sido bom dizer na carta de Londres, sem comentário, que o ‘Financier’ publicou o artigo sobre garantias de juros [...]. Também teria sido bom dar o resultado do emprés-timo do Baring para Buenos Aires.[...] Por último, vou recomendar-lhe que molhe bem molhada a goma que fecha a capa das suas cartas”.

Nabuco nunca antes trabalhara e cedo se cansou. Mas, cheio de dívidas, sem alternativas, permaneceu sob ordens de Picot. O editor o discipli-nou, incutiu-lhe a ética do trabalho. Cobrava concentração em assuntos áridos para quem antes aspirava a poeta, exigia precisão de um habi-tuado ao diletantismo e sobriedade de um pendente ao derramamento. Pedia acurácia no trato de temas que Nabuco antes não dominava – a

economia – e objetividade naqueles sobre os quais antes divagava – a ge-opolítica. Quem lê o drama “L’Option”, sobre a guerra da Alsácia-Lorena, que Joaquim Nabuco rascunhou nos anos 1870, e vai depois aos artigos sobre a expansão do imperialismo inglês, reunidos nesse volume, enxerga uma metamorfose.

Francisco Picot foi para Joaquim Nabuco o que um bom editor é para um iniciante: uma escola. Obrigou-o a dois aprendizados.

O substantivo diz respeito à pro-fundidade analítica e teve consequ-ências para tudo aquilo que Nabuco escreveria depois, em particular para seu livro londrino, “O Abolicionismo”, que saiu às carreiras, em 1884, para ajudar a campanha abolicionista no Brasil e impedir que Nabuco desapa-recesse dela, estando do outro lado do Atlântico, enquanto seus compa-nheiros a radicalizavam. O livro é de uma argúcia que seu autor não evidenciara antes.

Outro ganho dos tempos sob Picot foi o apuro do estilo. Basta fazer o “antes e depois”. Os discursos parla-mentares e os artigos para o jornal “O Globo” (que não estão na coletânea), nos anos 1870, são de sentenças compridas, muitos apostos, afran-cesados. Já “O Abolicionismo” [Ed. UnB, R$ 32, 252 págs.] é livro de contundências, de frases que são como tiros.

Os artigos reunidos na coletânea

não são todos de mesmo tipo. O primeiro volume traz os para o “Jornal do Comércio” e os produzidos quase simultane-amente para o “La Rázon”, de Montevidéu. São artigos de jornalista.

A correspondência de Londres para o “Jornal do Comércio” aborda a geopolítica inglesa, sua política doméstica e a candente questão irlandesa. A economia é pauta obrigatória, sobretudo no que tocava os negócios brasileiros. Já os arti-gos de Viena e Berlim visavam “resumir os acontecimentos” da política local e eram escritos a partir de Londres.

Em conjunto, as três corres-pondências traçam cenários ge-

opolíticos e perfi s e estratégias dos grandes líderes políticos do período, William Gladstone, na Inglaterra, e Otto von Bismarck, na Alemanha. O foco se abre para abarcar Rússia, Prússia, França, políticas dinástica e eclesiástica, reformas moder-nizadoras, como o voto secre-to e a ampliação do sufrágio – Joaquim Nabuco, aliás, não se mostra entusiasta do voto feminino –, e a disputa por territórios na África e mesmo da Europa – caso da Bósnia e da Sérvia.

Os artigos reconstroem as relações de força, o campo de poder internacional cujos desdobramentos alcançariam o século 20. Registram aten-

tados e assassinatos políticos orquestrados pelos “niilistas” (anarquistas); avanços do so-cialismo, com suas “paredes” (greves); confl itos entre as grandes potências e o Con-gresso Antissemítico Interna-cional, de 1882, que, narra Nabuco, tomava os judeus por “animais daninhos”.

O fecho dos artigos abriga as variedades: a passagem de um cometa, um banquete com Wagner e Lizst, um naufrágio, um livro, um baile, um obituário – o de Darwin, Garibaldi, Marx. Aí o autor externava mais per-sonalidade, mas, se opinasse muito, Picot cortava suas asas – e o trecho do artigo.

Só ao fi nal de seu período

de correspondente, quando o editor amansou, os textos ad-quiriram tom pessoal. Nabuco inseria referências oblíquas à questão escravista que ar-dia no Brasil, por exemplo, ao comentar a escravidão no Egito e o livro do norte-ame-ricano Henry George, “Pro-gress and Property” (1879), que defendia a socialização da propriedade da terra. Nabuco criticou seu socialismo, que resultaria em Estado “colos-sal” e inefi ciente, colonizado por “classes parasíticas”, mas aproveitou para propalar seu próprio ideal liberal, a taxação moderada e progressiva, com vistas a generalizar a pequena propriedade.

No “La Razón”, Nabuco escre-veu pouco, entre 1883 e 1884, mas opinava mais, em artigos quase normativos sobre libera-lismo, democracia, socialismo, nos quais sobressai sua admira-ção incontida pelo reformismo político inglês.

Aqui e ali, algo de política americana, como o tratado de paz entre Chile e Peru, em 1883, mas o grosso dos tex-tos cozinhava o antes enviado para o “Jornal do Comércio” – a situação desgostou Picot e foi um motivo para interromper sua correspondência em Lon-dres. Outro foram as eleições parlamentares brasileiras de 1884. Nabuco voltou para se jogar de cabeça na campanha abolicionista.

PalanqueO segundo volume da cole-

tânea traz textos desse tempo, quando enviou do Rio alguns artigos para o “La Razón”, e es-creveu para “O País”. Quintino Bocaiuva, abolicionista e edi-tor do jornal carioca, convidou Nabuco para uma coluna que seria seu palanque abolicionis-ta, com críticas furibundas à política escravista do governo do Partido Conservador.

Entre 1886 e 1888, escreveu cerca de uma centena de arti-gos. A coletânea, para manter sua unidade como “correspon-dência internacional”, incluiu só os escritos da Europa, para onde foi, como enviado especial, a fi m de cobrir tratamento de saúde de dom Pedro Segundo.

Como o imperador se restabe-leceu, os artigos se concentra-ram na linha dos anteriores para o “Jornal do Comércio”, com foco na política inglesa. Mas, nos tex-tos de 1888, a política brasileira sobressai, como quando narra suas visitas a Glad- stone e ao papa, em busca de apoio para

a abolição da escravidão. Foi justo a política que tirou

Nabuco de “O País”, quando o republicanismo tornou-se pre-ponderante na linha editorial. Ao contrário de Picot, Bocaiuva não logrou enquadrar Nabuco, que recorreu ao dono do jornal e assim manteve coluna autô-noma, “Campo Neutro”. Mas o arranjo durou pouco.

Pós-13 de Maio, os abolicio-nistas se dividiram. Boa par-te, como Bocaiuva, foi para a campanha republicana. Nabuco fi cou entre os poucos esperan-çosos de que o Terceiro Reina-do, o de Isabel, faria reformas complementares à abolição. Essa divergência encerrou sua participação em “O País” em 1889. Neste ano, a monarquia, assoreada por várias frentes de descontentamento, caiu, e Na-buco, recém-reeleito deputado, fi cou sem emprego. Voltou à imprensa, em 1891, no “Jornal do Brasil”, criado por monar-quistas como polo de crítica ao novo regime.

Esses artigos, escritos de Londres e Buenos Aires, como aqueles para o “Jornal do Co-mércio”, produzidos no retorno ao Brasil (por isso excluídos da seleção), são salpicados de antirrepublicanismo e acusam o militarismo não apenas na-cional como noutras partes da América Latina – expressão que usa aí por primeira vez.

Na coletânea, o leitor vai en-contrar então três Nabucos: o jornalista, o abolicionista e o monarquista.

“O Abolicionismo” deve ao jornal, embora não tenha sido escrito nele, mas outros qua-tro livros de Nabuco surgiram na imprensa e conformam dois pares.

“Balmaceda” [Cosac Naify, R$ 59, 272 págs.], sobre a guerra civil no Chile, e “A Intervenção Estrangeira durante a Revolta de 1893” [Senado Federal, R$ 10, 150 págs.], a respeito da Revolta da Armada, saíram se-riados no “Jornal do Comércio”, entre 1895 e 1896, anos de fl orianismo feroz e de reação monarquista à República, com a Armada. Tempo de militância, para Nabuco, como um dos fundadores do Partido Monar-quista. E tempo de governo militar. Por isso, a análise da política interna chilena, em “Bal-maceda”, serve para criticar o republicanismo do Brasil de es-guelha. “A Intervenção Estran-geira”, publicado já no governo Prudente de Morais, é explícito em acusar o apoio dos EUA a Floriano como decisivo na

vitória dos republicanos sobre os monarquistas.

O outro par de livros é da virada do século. “Escritos e Dis-cursos Literários” (1901) traz artigos publicados aqui e ali, que destilam a adesão cultural ao antigo regime. Nabuco já não propagandeava a monarquia, a República estava consolidada, mas sua fi delidade ao modo de vida aristocrático persistia e está patente na reconstrução precoce da própria trajetória (tinha 40 anos), escrita em outro jornal monarquista,”O Comér-cio de São Paulo”.

A série era explicitamente po-lítica, com o cabeçalho “Minha Formação Monárquica”. Ao coli-gi-la em livro, em 1900, Nabuco encurtou o nome para “Minha Formação” [Editora 34, R$ 49, 288 págs.] – ele aceitara cargo diplomático do governo republi-cano. Mas o livro guardou certa nostalgia do Império, até ao falar da escravidão que tanto combatera. Prosa evocativa e de um lirismo evidente no trecho que Caetano Veloso musicou como “Noites do Norte”.

TraçaLi por primeira vez o que

vai nesta coletânea em cópias nas quais às vezes o fi lé mig-non do artigo tinha sido refei-ção de uma traça. A edição em livro recupera a íntegra e ajunta o que era preciso caçar em diferentes arquivos. Assim, presta inestimável serviço ao pesquisador. Contudo, o leitor de jornais velhos espera que o livro traga refrigério gráfi co. Este não traz. Como o volume de artigos é grande, optou-se pelas letras miúdas – com que o martírio para os olhos não se altera.

Também seria bom um sumá-rio detalhado, que orientasse o leitor entre jornais e datas, e uma advertência sobre a autoria de alguns artigos – os do “Jornal do Comércio” não eram assi-nados, vinham apenas como “correspondência”. O que se lê é variado em assuntos, épocas e fi nalidades. Notas de rodapé mais abundantes ajudariam o leitor menos informado sobre Nabuco e seu tempo. A edição o compensa, porém, com quatro textos introdutórios. O primeiro é o erudito, do historiador Les-lie Bethell, professor emérito das universidades de Londres e Oxford, sobre a geopolítica e a política inglesa do século 19.

O também historiador José Murilo de Carvalho, professor emérito da UFRJ, assina o se-gundo, apresentando a con-juntura política doméstica em que Nabuco se movia. Bethell e Carvalho são especialistas consagrados no período e an-tes coligiram a correspondência de Joaquim Nabuco com os abolicionistas ingleses. A apre-sentação do jornalista Cícero Sandroni dá o panorama da imprensa brasileira no período, e a de Adriana Mirel Clavijo, es-pecialista em relações interna-cionais, informa sobre o jornal uruguaio “La Razón”.

Para quem nunca leu Nabu-co, a coletânea é oportunidade de adentrar o universo de um de nossos melhores analistas e fl agrá-lo em formação e buri-lamento. Quem o conhece vai dar com novo ângulo da fi gura e aquilatar o que signifi cava ser jornalista no estrangeiro no século 19. Boa companhia na leitura deste livro são textos oitocentistas correlatos.

O “Times” de Londres enviou William Howard Russel para co-brir os confl itos na Crimeia, em 1854, fazendo dele um pioneiro da correspondência de guerra. José Martí acompanhou a Pri-meira Internacional socialista para o “La Nación”, em 1888. E Eça de Queiroz, de quem Nabuco foi amigo na velhice, escreveu para um jornal suas “Cartas da Inglaterra”, mais ácidas que as de Nabuco, mas igualmente saborosas.

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Geena Davis contra a invisibilidade feminina

Diário de Washington O MAPA DA CULTURA

4Namoradinha nunca mais

Protagonista do clássico fe-minista “Thelma & Louise” e do extinto seriado “Commander in Chief”, no qual interpretou a primeira mulher a ser pre-sidente dos Estados Unidos, a atriz Geena Davis, 58, nunca se submeteu aos papéis subalter-nos que Hollywood dispensa ao sexo feminino.

Ela se tornou uma importante lobista no circuito Los Angeles-Washington para aumentar e melhorar a presença das mu-lheres na TV e no cinema. Davis criou um instituto que estuda políticas de gênero na mídia e pressiona produtores a rever-ter a invisibilidade feminina nas telas.

Entre os números divulgados pelo Geena Davis Institute on Gender in Media, descobrimos que, nos últimos 20 anos, de

todos os personagens com al-guma fala em fi lmes, 71% eram masculinos e 29% femininos.

Em uma palestra no mês pas-sado, Davis indicou um aspec-to perturbador dessa narrativa. Em uma economia com de-semprego relativamente alto e onde os maiores salários (e muitos dos novos empregos) estão em áreas ligadas à tecno-logia e às engenharias, as mu-lheres não veem muitos “role models” (exemplos a seguir) nesses setores promissores.

Nos fi lmes lançados nos úl-timos cinco anos, há 14,25 personagens masculinos que trabalham em engenharia ou computação para cada papel feminino nessas áreas.

Em um evento na Casa Bran-ca, executivos do Vale do Silício disseram ao presidente Obama que um fi lme como “A Rede So-cial” tinha impacto enorme para estimular jovens a buscarem a carreira de programadores. Mas quase todas as personagens femininas eram namoradinhas dos protagonistas.

O exemplo de Michelle Michelle Obama, 50, também

acredita no poder do exemplo – o dela próprio. Nos últimos 15 dias, a primeira-dama america-na já participou de cinco eventos na região metropolitana da ca-pital para convencer estudantes de baixa renda a tentarem vagas na universidade.

“Vocês têm de continuar seus estudos”, disse a um grupo de estudantes do equivalente americano ao ensino médio. “Há bolsas, programas de cré-dito escolar e de premiação a melhores alunos”, discursou. Aos 16 anos, Michelle gastava três horas de ônibus diariamen-te para ir e voltar de uma esco-la secundária para estudantes de altíssimo desempenho, bem longe da proletária zona sul de Chicago em que cresceu.

Ela acabou estudando socio-logia em Princeton e se formou em direito por Harvard. Em ambas, participou de associa-ções de mentores para outros universitários de baixa renda. Michelle já liderou uma campa-

nha por alimentação saudável e mais exercícios para combater a obesidade infantil.

Ioga na catedralA Catedral de Washington

também busca novo alcance popular. Criada em 1893 pelo governo como templo ecumê-nico, ela já abrigou sermões de Martin Luther King e funerais de ex-presidentes. Com o corte de verbas federais e uma cara reforma, após o tremor que sacudiu a capital americana em 2011, a catedral quer au-mentar o número de doações, que respondem por 65% de seu orçamento.

O templo passou a cobrar US$ 10 (R$ 24) de entrada de turistas e a organizar aulas de meditação, ioga e tai chi chuan – para isso os bancos são retira-dos. Segundo o administrador, as novas atividades têm a ver com espiritualidade.

A mídia americana tem pin-tado um quadro sombrio da Olimpíada de Inverno de Sochi, acusando o presidente russo

RAUL JUSTE LORES

Vladimir Putin de usá-la para propaganda interna.

A rede conservadora Fox News deixou a homofobia de lado para criticar a perseguição contra gays na Rússia. Outras emissoras sugerem que atletas e turistas americanos evitem usar uniformes ou bandeiras do país para fugir de agressões.

Até o “New York Times” tas-cou um ponto de exclamação e

recorreu a Stálin no subtítulo de uma reportagem sobre os jogos. “Bem-vindos a Sochi, um mega-projeto de estilo soviético que faria Josef Stálin orgulhoso!”, escreveu. A TV NBC, que pagou US$ 775 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão) pelos direitos de transmissão dos jogos, fi cou so-zinha na promoção do “espírito olímpico”. Os demais parecem ter ressuscitado a Guerra Fria.

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5 Nos trilhos de Millôr

Arquivo Aberto MEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

Itabira, 2007

Nós, do interior, precisa-mos criar caso para fazer o tempo passar. Foi numa dessas que desafi ei-me: se-ria capaz de conseguir um cartum exclusivo de Millôr Fernandes para a capa do segundo aniversário de “O TREM Itabirano”, jornal men-sal que edito na cidade mi-neira, terra de Drummond?

Sim, queria um desenho do superabundante Millôr, o homenageado da Flip deste ano, ótimo escritor, frasista perfurocortante, jornalista invenal, um dos criadores do mítico “O Pasquim”, fusti-gador da burrice, cartunista de primeira, tradutor de res-peito, humorista fi no e culto, enfi m, um brasileiro que o Nobel de Literatura não teve a honra de ganhar. Pensei: se convidar Millôr para fazer

o cartum e ele não aceitar, só duas pessoas saberão da minha derrota, ele e eu. Se topar, o mundo é meu.

Se é para gastar atrevimen-to, que seja com graúdos. Man-dei um e-mail a ele, fazendo o convite e perguntando preço. Uns dois dias depois, me res-pondeu: “Topo, desde que você me mande dizer formato, cor e, mais ou menos, o que devo fazer. Meu preço é, adiantado, R$ 55,20. Abracadabraço”.

Brincadeira por brincadei-ra, pus R$ 55,25 num enve-lope, e escrevi: “Pagamento ao Millôr. Bom negociar com você. Não queremos o tro-co”. Mandei pelos Correios, com exemplares do jornal.

Dei uma semana e enviei outro e-mail, perguntando pelo cartum. Resposta: “Que fazer?, como pergun-tava Lênine. Estou em falta com vocês, brilhantes itabi-ranos, que me tratam com tanta condescendência – é essa a palavra? Afinal, qual seria o meu compromisso? Um desenho qualquer? Uma

obra-prima? Kisses”. Quero sua visão sobre um

trem mineiro, expliquei, re-fletindo preocupadamente sobre a audácia de pautar um gênio. Senti-me um pou-co Rosário Fusco, da revista modernista mineira “Ver-de”, que, ao pedir colabo-ração a Mário de Andrade, sugeriu ao paulista mandar uma “bosta qualquer”.

Dias depois, chegam-me dois desenhos por Sedex. Bolei a capa, deixei a Re-dação e, ao retornar, ouvi da nossa secretária: “Ó, um tal Millôr Fernandes ligou para você”. Não telefonei de volta, agradeci-o por e-mail e insisti em pagá-lo. “Mesmo sendo você um ‘jornalista sem fi ns lucrativos’ e mes-mo não tendo dinheiro que pague, mande-nos a conta, por favor.” Não mandou e nem resposta deu.

Não sei se exagero, mas acho que o caso dá um pará-grafo numa boa biografi a de Millôr: um gigante que, aos 83 anos, colaborou cortesmente

com um novato jornal de inte-rior, que ele nem conhecia.

Desde então, passei a mandar “O TREM” para o Millôr, e – faço questão de ressaltar – nunca mais o incomodei. Até pensei em contratá-lo para criar a lo-gomarca do jornal, mas me contive. Espontaneamente, porém, ele passou a me dar dicas por escrito.

Sugeriu melhorar a diagra-mação. “Ô pessoal d’O TREM Bão, menos matéria, gente! Senão fi ca ilegível. É como o cara bacana que tem muita ideia e quer dizer todas ao mesmo tempo. Vamos ARE-JAR o pedaço”, aconselhou.

Também reclamou do ta-manho das frases no alto das páginas. “Caro Caldeira (valha a aliteração), o jornal vai de vento em popa (sobretudo, es-pero, a popa), arejou bastante. Claro, pode arejar mais. Não desculpo as frases estarem com tipos tão pequenos e claros. De modo geral, estão muito bem escolhidas. Mas por que não, uma vez ou outra,

dar, entre parênteses, uma ripada no ‘pensador’ mais pomposo? AbrAÇO.”

Em outra mensagem, citou um tal Ciro, que até hoje não descobri quem é. “É esse o caminho, Caldeira – apre-sentar ao mundo o Brasil, o cosmopolitismo da província. Sapato neles! Como diria o Ciro, O TREM é do caralho”.

Outra sugestão foi brin-carmos com a escultura de Drummond na capital fl umi-nense. “Por que vocês não pegam a estátua do Drum-mond, aqui no posto 6 de Copacabana, e fazem dela o embaixador de Itabira no Rio de Janeiro? A estátua, que poderia fi car ‘relegada’, já está virando uma integração na paisagem. Itabira hoje é uma estátua alegre ali no posto 6”.

Desconheço se outro jor-nal mineiro teve a graça de ter uma capa de aniversário feita com exclusividade por Millôr, inspiração permanen-te para “O TREM”. Millagra-decimentos e sapato neles!

MARCOS CALDEIRA MENDONÇA

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Imaginação

RESUMOEste conto inédito faz parte do segun-do volume de prosa de Rodrigo Naves. O livro “A Calma dos Dias”, a ser lança-do em março, pela Companhia das Le-tras, segue a trilha da elogiada estreia do crítico de arte na ficção. A concisão da prosa, visível em “O Filantropo”, de 1998, também marca a nova reu-nião de textos. Na nova obra, no entanto, Naves abre mais frestas para o convívio de diferen-tes gêneros literá-rios. Poesia, conto e ensaio se costuram, numa busca do de-nominador comum entre uma breve história de um vira-lata e uma pensata sobre a übermodel Gisele Bündchen.

ImaginaçãoPROSA, POESIA E TRADUÇÃO

6Teoria do cão

Jacobina era um mendigo do bairro a quem me afeiçoara havia muitos anos. Todos os dias trocávamos algumas palavras: conse-lhos recíprocos, novidades, palpites sobre o tempo. Dava-lhe dinheiro com regularidade, que ele aceitava quase como o pagamento de uma dívida. Ele vivia com Coronel, um vira-lata em cuja pelagem indefi nida con-vergiam muitas linhagens de cães. O bicho não era dado a expansões, mas aos poucos cedeu a meus afagos. Jacobina e Coronel passavam o tempo todo juntos. À noite dormiam colados um ao outro, em meio ao ninho de papelão e cobertores baratos que os agasalhava.

A morte de Jacobina não me deixou escolha: levei Coronel para casa e procurei ocupar o lugar que o mendigo tivera em sua vida

O animal recusou-se terminantemente a dormir na área de serviço do aparta-mento: arranhava a porta, gania. Resolvi então arrumar sua cama ao pé da minha. Por uns dias ele aceitou a nova situação. Um dia, despertei com o cachorro a meu lado. E não houve jeito de reconduzi-lo ao lugar anterior.

O pior, porém, ainda estava por vir. Em pouco tempo Coronel teimou em voltar para o chão e não sossegou enquanto não lhe fi zesse companhia. Soube responder estoicamente às novas circunstâncias e em poucos dias já me sentia à vontade na aco-modação precária.

Poucos meses depois comecei a perceber mudanças no comportamento de meu com-panheiro. Sentia-o intranquilo, como se os limites de meu apartamento o oprimissem. O animal não tinha sossego e rodava pelos ambientes à procura de uma saída. Uma manhã, ao retornarmos do passeio matinal, mal pude contê-lo. Coronel queria voltar à rua de todo modo. Tornara-se até violento.

Não foi uma escolha fácil. Por fi m cedi a seus apelos. Hoje vivemos sem nada, à mercê da caridade alheia. Tratamos com afeto aqueles que nos ajudam. Não me arre-pendo um só momento pela decisão tomada. Entendo o ar de compaixão dos homens e mulheres que zelam por nós. E nossas faces maltratadas pelo tempo quase não deixam transparecer o que sentimos por eles.

RODRIGO NAVES ILUSTRAÇÃO RODRIGO BIVAR

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