em tempo - 17 de fevereiro de 2013

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MÁX.: 30 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS A despedida de dom Luiz ANO XXV – N.º 7.916 – DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ H O J E É D O M I N G O FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. “O fantástico corpo humano”, vista por mais de 20 milhões de pessoas, será aberta em Manaus nesta segunda-feira. Plateia D8 Uma viagem pelo corpo humano EXPOSIÇÃO Pesquisa afirma que o homem brasileiro está sedentário, acima do peso e negligente com a saú- de. Saúde & Bem-estar F7 Os perigos da gordura abdominal COMPORTAMENTO Salas de jantar deixam de ser coadjuvantes e conquis- tam destaque de luxo e requinte. Elenco 9 e 10 Com a Palavra A7 ‘Meu projeto é ser prefeito de Manaus’ CARLOS SOUZA Última Hora A2 Barco afunda em Autazes com 30 pessoas a bordo UM DESAPARECIDO Dia a dia C8 Renúncia do papa gera boatos sobre o ‘fim dos tempos’ APOCALIPSE? Economia B2 e B3 Estrangeiros trabalham na ilegalidade HAITIANOS Ao completar um ano do programa “Ronda no Bairro”, o governador Omar Aziz disse que a ação de combate à criminalidade é “um ato de coragem” de seu governo. Para ele, é uma nova forma de fazer segurança pública, com foco no cidadão, tornando a polícia mais proativa e preventiva, “a partir da intensificação do patrulhamento nas ruas”. Dia a dia C1 OMAR ‘RONDA NO BAIRRO É UM ATO DE CORAGEM’ Fogão confia em Seedorf (à esquerda), enquanto o Fla aposta em Rafinha O arcebispo emérito de Manaus, dom Luiz Soares Vieira, faz uma retrospectiva de 21 anos dedicados ao Amazonas DUELO DE LÍDERES Flamengo e Botafogo se enfrentam hoje, no Engenhão, pela penúltima rodada do primeiro turno do Estadual. Pódio E5 DIVULGAÇÃO/AGECOM FOTOS: DIVULGAÇÃO DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO ED VIGGIANI/AE Vinte e um anos depois que desembarcou em Manaus para cumprir a missão de sua vida, o arcebispo emérito da cidade, dom Luiz Soares Vieira, se despede hoje, às 10h, com uma missa realizada no Centro de Convenções do Studio 5. Ele assumiu a arquidiocese em 1992, nomeado pelo papa João Paulo 2º e deixa o cargo no dia 23 de fevereiro, quando toma posse o novo arcebispo. Dia a dia C4 e C5 ELENCO NESTA EDIÇÃO Em fevereiro de 2012, Omar Aziz lança o programa “Ronda no Bairro” EXCLUSIVO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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MÁX.: 30 MÍN.: 23TEMPO EM MANAUS

A despedida de dom LuizANO XXV – N.º 7.916 – DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

H O J E É D O M I N G O

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

“O fantástico corpo humano”, vista por mais de 20 milhões de pessoas, será aberta em Manaus nesta segunda-feira. Plateia D8

Uma viagem pelo corpo humano

EXPOSIÇÃO

Pesquisa afi rma que o homem brasileiro está sedentário, acima do peso e negligente com a saú-de. Saúde & Bem-estar F7

Os perigos da gordura abdominal

COMPORTAMENTO

Salas de jantar deixam de ser coadjuvantes e conquis-tam destaque de luxo e requinte. Elenco 9 e 10

Com a Palavra A7

‘Meu projeto é ser prefeito de Manaus’

CARLOS SOUZA

Última Hora A2

Barco afunda em Autazes com 30 pessoas a bordo

UM DESAPARECIDO

Dia a dia C8

Renúncia do papa gera boatos sobre o ‘fi m dos tempos’

APOCALIPSE?

Economia B2 e B3

Estrangeiros trabalham na ilegalidade

HAITIANOS

Ao completar um ano do programa “Ronda no Bairro”, o governador Omar Aziz disse que a ação de combate à criminalidade é “um ato de coragem” de seu governo. Para ele, é uma nova forma de fazer segurança pública, com foco no cidadão, tornando a polícia mais proativa e preventiva, “a partir da intensifi cação do patrulhamento nas ruas”. Dia a dia C1

O M A R‘RONDA NO BAIRRO É UM ATO DE CORAGEM’

Fogão confi a em Seedorf (à esquerda), enquanto o Fla aposta em Rafi nha

O arcebispo emérito de Manaus, dom Luiz Soares Vieira, faz uma retrospectiva de 21 anos dedicados ao Amazonas

Fogão confi a em Seedorf (à esquerda), enquanto o Fla aposta em Rafi nha

DUELO DE LÍDERESFlamengo e Botafogo se enfrentam hoje, no Engenhão, pela

penúltima rodada do primeiro turno do Estadual. Pódio E5

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Vinte e um anos depois que desembarcou em Manaus para cumprir a missão de sua vida, o arcebispo emérito da cidade, dom Luiz Soares Vieira, se despede hoje, às 10h, com uma missa realizada no Centro de Convenções do Studio 5. Ele assumiu a arquidiocese em 1992, nomeado pelo papa João Paulo 2º e deixa o cargo no dia 23 de fevereiro, quando toma posse o novo arcebispo. Dia a dia C4 e C5

ELENCO

NESTA EDIÇÃO

Em fevereiro de 2012, Omar Aziz lança o programa “Ronda no Bairro”

EXCLUSIVO

DOMINGO 17_2..indd 3 16/2/2013 13:08:49

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Milhares de membros de equipes de resgates russas foram às ruas ontem para limpar os estragos nos Urais

Rússia se mobiliza para limpar danos do meteoro

Professores vão às ruas em prol de reajuste salarial

A luta pelas conquistas sa-lariais atinge todas as classes trabalhadoras, com os pro-fi ssionais da educação não é diferente. E para aproveitar a chegada do mês de março para pôr o pingo nos “is” a Associação Movimento de Luta dos Profes-sores de Manaus já marcou a agenda de assembleias defi ni-doras das principais causas dos professores para 2013.

A primeira assembleia deste ano será no próximo sábado, dia 23, a partir das 9h, no Salão Paroquial da Igreja São Bento, localizada na rua Beija-fl or, 3, Cidade Nova 3, Zona Norte. Na ocasião, professores e representantes da classe de-baterão sobre estratégias de divulgação da campanha, que visa, além do ajuste salarial de acordo com o piso nacional, a inclusão do plano de saúde para os professores.

De acordo com o coordenador do movimento, professor Helton Francisco, é uma luta de quase

dois anos em prol do ajuste real do salário dos professores com aumento de 15%.

“Não temos plano de saú-de, nem vale transporte, nem auxílio alimentação”, reclama o professor Ivan Nascimento, presidente do Movimento Can-diru, há 10 anos em atividade em Manaus.

O método de fortalecimen-to da campanha também tem ênfase no próximo sábado a partir das 8h, no Terminal 5, no São José; a partir das 10h, na Feira da Compensa e às 12h no Terminal 3, da Cidade Nova.

REIVINDICAÇÃO

Ontem, mergulhado-res entraram em um lago perto de Che-lyabinsk, onde um

buraco de vários metros de espessura foi aberto no gelo, após a queda do meteorito que caiu na sexta-feira em uma zona povoada da região russa dos Urais, onde deixou pelo menos 950 feridos e cau-sou pânico entre a população, mas ainda não encontraram grandes fragmentos.

As evidências em solo espa-lharam teorias da conspiração sobre as possíveis causas da

bola de fogo e suas conse-quências na sexta-feira, na região que abriga muitas instalações da indústria de defesa nacional.

O líder nacionalista Vladimir Zhirinovsky disse a repórteres em Moscou que o fato pode ter sido causado por “monges da guerra” nos Estados Unidos. “Não são meteoros caindo. É uma nova arma sendo testada pelos americanos”, afi rmou.

Perguntado sobre as especu-lações, uma autoridade local do Ministério das Emergências da Rússia simplesmente retrucou:

“Asneira”. A bola de fogo via-jando a uma velocidade de 30 quilômetros por segundo, de acordo com a agência espacial russa Roscosmos, causou um rastro no horizonte de cerca de 200 quilômetros.

A Nasa calculou que o meteo-ro tinha 17 metros antes de entrar na atmosfera terrestre e pesava cerca de 10 mil to-neladas. Ele explodiu quilôme-tros acima da Terra, liberando quase 500 quilotoneladas de energia, cerca de 30 vezes a força da bomba nuclear que foi jogada em Hiroshima.

A queda do meteorito causou grande estrago na região, atingindo prédios e quebrando vidros

AP

Os professores querem um reajuste de 15% para este ano

DIVULGAÇÃO

Embarcação afunda com 30 pessoas

Uma embarcação naufra-gou por volta de 4h30 da madrugada deste sábado (16) no Lago do Juma, no rio Tupana, no município de Autazes, a 161 quilômetros de Manaus.

De acordo com informa-ções do Corpo de Bombeiros, o barco chamado “Coman-dante Bacurau” estava com 30 passageiro, a maioria membros da Igreja Batista dos municípios de Iranduba, Manaquiri e Castanho.

O naufrágio ocorreu no momento em que barco es-tava parado no local onde era realizado um retiro espiritual dos batistas.

Ainda não se sabe as cau-sas do acidente, mas tripu-lantes e passageiros acredi-tam que tenha sido um furo no casco que tenha levado a embarcação a pique.

Mesmo estando pratica-mente toda a tripulação e os passageiros dormindo na-quele horário, houve tempo para as pessoas se salvarem se jogando dentro dágua e nadando até a margem, isto porque o barco foi afundan-do lentamente. Se o barco tivesse afundado quando navegava teria ocorrido uma tragédia.

Só um passageiro de iden-tidade desconhecida conti-nua desaparecido. Todos os sobreviventes foram leva-do até a sede do município de Autazes.

Um inquérito será ins-taurado pela Capitania dos Portos para apurar o acidente.

TRAGÉDIA

EXTRACLASSEOutro tema abordado pelos professores são as HTP, as horas ofere-cidas aos professores para realização de ati-vidades extraclasses. É o período para corrigir provas, realizar even-tos, entre outras ações

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

RENATA PAULAEquipe EM TEMPO

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para dom Luiz, arcebispo emérito de Manaus, por toda uma vida dedicada a Manaus, aos humildes e à missão que Deus colocou em seu caminho e que ele cumpriu da forma mais digna.

DOM LUIZ

APLAUSOS VAIAS

Ouve quem querCyro argumenta que a im-

posição legal limita a liber-dade de expressão das rádios e a do ouvinte. O senador do Goiás, no entanto, esclarece que o programa Voz do Brasil não deixará de ser produzido e as rádios que se interessa-rem poderão colocá-lo no ar. Mas será que alguma rádio vai se interessar?

Rodízio de rádioO senador tucano adverte

que seu projeto não tem a fi nalidade de proibir a Voz do Brasil, mas não tornar obri-gatório que todas as rádios no mesmo horário tenham que transmitir.

— Você tem problemas nas grandes cidades nesse horário, das sete até as oito. Então, por que não fazer um rodízio de rádios e aquela que se interessar pela hora da Voz do Brasil, mas não se tornar obrigatoriedade?

Trânsito A Prefeitura de Manaus e

o governo do Amazonas co-municam que por conta de intervenções decorrentes da obra da Arena da Amazônia haverá interdição parcial, a partir do dia 19/2 (terça-feira), na alça de retorno da avenida Constantino Nery, sentido bairro/Centro, no tre-cho em frente ao estádio.

Afunilado Um trecho da alça será

estreitado, reduzindo o aces-so de veículos que saem da avenida Lóris Cordovil em direção à Constantino Nery.

A previsão é que o trecho permaneça interditado par-cialmente por aproximada-mente 30 dias.

Evite Por conta da intervenção

viária, o Instituto Municipal de Engenharia Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) recomenda aos condutores que evitem trafegar pela Ave-nida Lóris Cordovil para sair do bairro Alvorada.

OrientaçãoOs motoristas devem optar

pelas avenidas Pedro Teixeira e Desembargador João Ma-chado (antiga Estrada dos Franceses) para sair do bairro Alvorada e acessar ambos os sentidos da Avenida Constan-tino Nery.

Leia O Manaustrans vai distribuir

panfl etos com orientações de itinerário para os condutores e manterá agentes de trânsito nas vias próximas à obra.

Sucursal do infernoFalando em trânsito, uma

cena ocorrida na passagem de nível da Djalma Batista com a Darcy Vargas, na sexta-feira, era o retrato do trânsito de Manaus.

No início, um caminhão quebrado da White Martins transportando gás fechava a entrada do túnel, difi cultando o trânsito de quem vinha da

avenida Jacira Reis no sentido Amazonas Shopping.

Buzinaço Na saída da passagem de

nível, uma carreta, também quebrada completava o fu-zuê, gerando um engarrafa-mento homérico e um festival neurótico de buzinas.

Isso tudo debaixo de chuva. A situação estressaria até monge budista.

Carga pesadaNão cansamos de alertar.O trânsito de Manaus só vai

melhorar quando os carros pesados de carga e descarga forem retirados do d ia-a-dia do trânsito, passando a circu-lar na madrugada. O prefeito Arthur Neto já anunciou que vai fazer cumprir a lei. A ci-dade aguarda ansiosa.

Extrema pobreza A partir deste ano, o go-

verno do Amazonas inicia a implantação do Projeto de Economia Solidária como Es-tratégia de Enfrentamento à Extrema Pobreza.

O programa começa pe-los territórios do Madeira, Baixo Amazonas, Alto So-limões, Alto Rio Negro e Manaus e entorno.

Banco comunitárioO convênio de R$ 2,252

milhões celebrado entre o Amazonas e o Gover-no Federal, prevê, entre as ações, a implantação de três bancos comunitá-rios de desenvolvimento nessas regiões.

Para charlatães e falsos religiosos que, usando o nome de Deus, se aproveitam para arrancar dinheiro de pessoas que mal conseguem sobreviver, prometendo-lhes a recompensa divina.

CHARLATÃES

A transmissão do programa A Voz do Brasil pode deixar de ser obrigatória.É o que estabelece um projeto que está tramitando no Senado, de autoria do senador

Cyro Miranda (PSDB-GO). A lei que institui o Código Brasileiro de Telecomunicações estabelece que de segunda a sexta-feira, de sete às oito da noite, as emissoras de rádio são obrigadas a transmitir o programa ofi cial de informações dos poderes da República, a Voz do Brasil. Mas a verdade é que, o programa que todo mundo seria obrigado a ouvir, ninguém ouve. O projeto apresentado pelo senador Cyro Miranda retira da lei o artigo que trata dessa obrigação.

Em Brasília, 19 horas!

DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO

A02 - OPINIÃO - ÚLTIMA HORA.indd 2 16/2/2013 13:00:00

MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 A3Opinião

Editorial

O jeito democrático de ser do atual presidente da Câ-mara Municipal de Manaus, João Bosco Saraiva (PSDB) deixou a critério dos vereadores a escolha da primeira agenda de discussões e aprovações dessa legislatura, e defendeu e promoveu o que ele considera saudável para o bom andamento dos trabalhos, o distanciamento físico entre a imprensa e os parlamentares, que já não podem mais nem ler em paz o jornal do dia, enquanto seus pares discursam sem audiência. O contato dos jornalistas com os representantes do povo será mediado por seus assessores de imprensa, de quem se espera, desde sempre, melhores respostas às consultas que lhe fazem. Este é o início ofi cial do ano político municipal, na Câmara.

Não se sabe, exatamente, o que o Executivo municipal acrescentará à pauta, para decisões aceleradas, como aceleradas têm sido as intervenções e solicitações do prefeito Arthur Virgílio, nestes primeiros dias de governo, de aparições-relâmpago em blocos e bandas carnavales-cas, à mediação da greve anunciada, mas abortada, dos vigilantes, a um “chamado às falas” das empresas de transporte coletivo da cidade, num jeito, também, muito seu de ser democrático.

Da “votação” incentivada pelo presidente Bosco Saraiva, uma primeira decepção, que se espera logo se dissipe pelo trabalho dos 41 vereadores. Eles estão, e é justo que estejam, preocupados com as necessidades do seu eleitorado. Essa preocupação remete a um histórico de assistencialismo, proselitismo, demagogia, que só podem ser satisfeitos com o dinheiro do contribuinte, porque, quanto ao que recebem, essas senhoras e senhores não foram capazes, ainda, de entender o quanto é indecente o auxílio-paletó, por exemplo, e o uso do que chamam de “máquina pública” em benefício dos próprios interesses, a insaciável cooptação de votos e a manutenção de currais eleitorais.

Não é à toa que, em um panorama com esse espectro, surja entre as propostas apresentadas, a inclusão da criação do Dia de Combate à Violência Contra os Taxistas. Alguém, no mesmo banzeiro de criatividade, poderá sugerir a insta-lação de um monumento ao taxista morto em ação. Quanto à segurança e a garantia à vida desses trabalhadores, à construção de ruas que não se abram em buracos a cada dois meses... bom, ainda restam quatro anos de mandato. O rei Momo devolveu as chaves da cidade. E agora?

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

As famílias de classe mé-dia sentem-se penalizadas pelo esforço que fazem para que seus filhos te-nham chance de acessar o ensino superior público de qualidade. E agora a regra do jogo tornou-se outra, aumentando a concorrên-cia para alunos oriundos da rede particular. Em 2016, das 12 mil vagas ofereci-das pela Fuvest, 6 mil se-

questões se torna crucial para que as escolhas se-jam feitas pelos diretores de escola, professores e a comunidade em geral. Esse é o maior desafio de agora e para frente.

Leticia Bechara

www.emtempo.com.br

Depois do incêndio vem a bonança: os escombros do que foi um dia uma favela na entrada do bairro São Jorge recebe o peso pesado dos tratores que abrem caminho para mais uma etapa do Prosamim, que vai mudar a paisagem da bacia do São Raimundo.

Momo devolve as chavesda cidade. E agora?

A ex-senadora Marina Silva quer concorrer à Presidência da República em 2014 e, para isso, se propõe a criar um partido que seja diferente de todos os outros. Saiu do PT e do governo Lula por preferir “perder o pescoço a perder o juízo”. Concorreu em 2010 pelo PV, conseguiu 20 mi-lhões de votos, mas não teve uma boa experiência partidária: retirou-se para não se submeter às normas do pragmatismo dos donos do feudo “verde”, em nada diferentes dos ca-ciques das demais legendas.

Até aí, ponto para ela. É preciso mesmo dar uma sacudida nos meios e modos de se fazer política no Brasil. É necessário ousadia; uma boa dose de rebeldia não faz mal a ninguém nesse cenário de con-formismo e está mais do que na hora de aparecer alguém disposto a nadar contra a corrente, falando a linguagem da inovação. A questão é que o conjunto de boas intenções precisa também fazer sentido, esta-belecer alguns acertos com os dados de realidade para não correr o risco de se circunscrever ao mundo das boas ideias carentes de condições objetivas para se materializar.

E aí começam os problemas da ex-senadora, com declarada intenção de reunir “sonháticos” para abrir um espaço de participação de atuação que integre a sociedade à atividade política e permita a “participação direta do cidadão”. A não ser que da reunião de ontem tenha saído uma proposta clara de condução de um processo de mudança me-diante métodos exequíveis, o que se tem até agora é um conjunto de sugestões triviais sem grandes efeitos práticos.

Para falar apenas das legendas mais recentes, do “oito” representado pelo PSD na escala de extremos, o partido de Marina Silva vai ao “oitenta”, sem por enquanto se apre-sentar como um meio-termo entre o

pragmatismo rasteiro e o idealismo utópico que tanto afastam política e sociedade. As difi culdades do novo partido se expressam na resistência dos políticos a aderir. Por enquanto há muita solidariedade e pouca disposi-ção de embarcar nessa canoa.

Para início de conversa, há a atmos-fera de personalismo. A ex-senadora passou os últimos dois anos sem fazer gestos efetivos para agregar aliados e trabalhar de fato para al-terar a correlação de forças políticas vigente. Transitou como quem o faz do patamar dos que se colocam acima do bem e do mal e agora lança um partido com o propósito de sustentar uma candidatura. Isso cria insegurança nos políticos que dependem de visibilidade e espaço.

O mais fácil na trajetória da nova legenda, que já rejeita a denomina-ção de “partido”, parece ser a coleta das 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral, justamente porque a ideia genérica do “algo novo” é atraente. O mais difícil será tirar a ideia do papel. Os simpatizantes con-sideram excêntricas exigências como a limitação de 16 anos de mandato para parlamentares e realização de plebiscito daqui a 20 anos para de-cidir pela extinção ou continuidade da agremiação.

A reserva de 30% de vagas para candidaturas avulsas não pode ser considerada inusitada, mas no mo-mento é ilegal: só existe na legislação brasileira a fi gura do candidato com fi liação partidária. Daí a decisão da Justiça de que os mandatos per-tencem aos partidos. Tudo isso soa bonito, assim como a proibição de doações de empresas não compro-metidas com a “sustentabilidade”. Mas como nenhum desses pontos toca de fato nas feridas de um sis-tema eleitoral falido, soa também superfi cial, o que subtrai do novo par-tido substância para se apresentar como fator de real inovação.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

O mais fácil na trajetó-ria da nova legenda, que já rejeita a denomina-ção de “par-tido”, parece ser a coleta das 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral, justamente porque a ideia ge-nérica do ‘algo novo’ é atraente”.

Oito ou oitenta

rão oferecidas para alunos cotistas.

Se o sistema é meritocra-cia, porque as cotas? Por que não criar mais escolas de ensino médio de excelên-cia? Atraindo os melhores alunos das escolas públi-cas? O papel do governo é garantir essa formação básica, de forma atraente e efetiva, necessária para o ingresso no mercado de

trabalho. Se isso fosse fei-to, não haveria necessidade de políticas de cotas: me-lhores alunos acessam as melhores escolas.

Afinal, o que estamos en-sinando nas escolas? Por onde os nossos jovens irão começar? Como irão desen-volver seu potencial sem o mínimo de condições de competir no mercado de trabalho? Responder essas

DIEGO JANATÃ

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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A03 - OPINIÃO.indd 3 16/2/2013 13:11:39

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

PainelVERA MAGALHÃES

Diante das cobranças internas para que assuma retórica mais incisiva de candidato a presidente, Aécio Neves vai apontar, em discurso no Senado previsto para o dia 27, “13 fracassos” do PT no governo federal. Com base em dados levantados por técnicos do PSDB, criticará Dilma Rousseff por “inoperância” nas áreas de segurança e saúde, atrasos nas obras do PAC, a volta da infl ação e prejuízos da Petrobras. Será um ensaio para que o mineiro assuma o comando do partido, em maio.

Carrossel... Empenhado em conter o avanço de PT e PMDB no interior, Ge-raldo Alckmin receberá a partir de quarta-feira 60 prefeitos para maratona de jantares no Bandeirantes. O tucano programou cinco reuniões, nas quais recebe-rá pedidos para municípios que representam 70% do eleitorado paulista.

...caipira Pré-candidato à reeleição, Alckmin patro-cinará ainda o encontro de todos os recém-empossa-dos nas 645 cidades do Estado, nos dias 13 e 14 de março no Memorial da América Latina.

Reação Diante das decla-rações de Beto Albuquerque (PSB) de que pode enfrentar Tarso Genro na sucessão para o governo do Rio Gran-de do Sul, o PT gaúcho, que pretendia apoiar o lí-der socialista ao Senado, já começa a se movimentar para lançar um candidato próprio à vaga.

Cautela A orientação de Tarso, no entanto, é nego-ciar para manter o PSB na aliança para sua reeleição. O governador tem lembra-do a boa relação que tem com seu vice, Beto Grill, indicado por Albuquerque, e a participação do partido de Eduardo Campos em outras pastas do governo.

Armadilha Observadores da estratégia de Marina Silva para a criação da Rede dizem que, ao vetar alianças e doa-ções que não atendam aos critérios rígidos defi nidos, a senadora sofrerá críticas duras se tiver de se render à ‘’realpolitik’’ para conseguir tempo de TV para sua candi-datura à Presidência.

Termômetro Emissários de Renan Calheiros (PMDB-

AL) sondaram senadores na semana passada para sentir qual é a chance de prosperar o pedido de impeachment con-tra o procurador-geral da Re-pública, Roberto Gurgel. Não tiveram adesão à ideia.

Meteorito Ao chegar na quinta-feira à Rússia para participar da reunião do G-20, Guido Mantega e a comitiva brasileira jantaram em um restaurante perto do hotel. Na hora da conta, o res-taurante não aceitou cinco cartões de crédito. Ocupando o cargo mais alto na mesa, Mantega pagou para todos.

Oremos O governo quer acelerar a emissão de vistos para estrangeiros que virão ao Brasil, em julho, para a Jornada Mundial da Juventu-de. O evento deve inaugurar as incursões internacionais do sucessor de Bento 16. A ideia é criar um “fast-track” nos consulados de países que também pedem vistos a bra-sileiros, como os EUA.

Caixa... Aeroportos de Bra-sília e Guarulhos passam a contar, a partir de amanhã, com sistema que permite pa-gamento direto, via cartão de débito, dos impostos de importação à Receita Fede-ral. Hoje, se o passageiro não dispuser de dinheiro em es-pécie, as taxas precisam ser recolhidas na rede bancária.

...rápido A medida, parte do Plano Nacional de Gestão Aeroportuária, coordenado pela Casa Civil, entrará em vigor sexta-feira também no Galeão. Os três terminais res-pondem por 80% dos viajan-tes internacionais no país.

Marca Fernando Haddad apresentará amanhã aos vereadores o projeto da isenção da taxa de inspe-ção veicular, promessa de sua campanha.

Tiroteio

Se a presidente Dilma der um ministério a Lupi e Vieira da Cunha, eles estão com ela. Se não, estão fora. É muito fi siologismo”

Contraponto

Em janeiro, Aldo Rebelo (Esporte) inspecionou o estádio Anacleto Campanela, em São Caetano do Sul, no ABC, um dos possíveis centros de treinamento de seleções para a Copa. Após conhecer as instalações do complexo esportivo, Aldo concedeu entrevista coletiva. Uma jornalista perguntou ao ministro a sua opinião sobre a gestão anterior da prefeitura na área de esporte, alvo de contestação. Procurando escapar da bola dividida, o comunista recorreu a uma passagem da Bíblia:— Prefi ro olhar para o futuro para não correr o risco de virar uma estátua de sal.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DE JULIANA BRIZOLA (PDT-RS), sobre a articulação do grupo do ex-ministro do Trabalho para tirar da pasta Brizola Neto, irmão da deputada estadual.

Agora vai?

Está escrito

Frases

Esses dois tipos de comportamentos antissociais e crimes ambientais precisam ser combatidos, então

nós tomamos a iniciativa com a proposta de tratar de cuspe e urina em público como lixo

Clyde Loakes, vice-líder do conselho da subprefeitura de Waltham Forest, no nordeste de Londres, começou a cobrar multas no valor de 80 libras (cerca de R$ 244) de

quem cuspir ou urinar nas ruas.

Além do conteúdo ofensivo da matéria, vale registrar que as estudantes postaram-na durante o horário

de expediente, utilizando ferramentas de trabalho. O estágio tem o objetivo de preparar o educando para o

trabalho produtivo

Direção do Senado, justifi ca em nota a demissão das duas estagiárias que postaram na internet a foto de um rato que apareceu no setor onde trabalhavam e a

publicaram com a legenda: “E a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”.

Min Li, americano nascido na China, critica a sujeira e o serviço de táxis no Carnaval e chegou a colocar em dúvida a capacidade do Rio de Janeiro

de sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Hoje, às 10h, no Stu-dio 5, presi-direi a missa de encerra-mento de meu serviço como ar-cebispo da Arquidiocese de Manaus. Foram 21 anos em caminho com o povo desta região amazônica, tempo que marcou mi-nha vida de cristão, de padre e de bispo”.

Dom Luiz Soares Vieira

Um senhor de idade chegou a um con-sultório médico para fazer curativo em sua mão, onde havia profundo corte. E, muito apressado, pediu urgência no aten-dimento, pois tinha um compromisso. O médico, que o atendia, curioso, perguntou o que tinha de tão urgente para fazer. O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa, inter-nada num abrigo para idosos, com mal de Alzheimer muito avançado. O médico, preocupado com o atraso do atendimento, disse: “Então, hoje ela fi cará muito preo-cupada com sua demora?”.

– Não... ela já não sabe quem eu sou. Há quase 5 anos que não me reconhece mais.

– Mas, então, para que tanta pressa e a necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela não o reconhece mais?

O velhinho deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico, respondeu: “Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela é”. Esse fato, que li na revista “Livro da Família”, me impressionou por re-velar qual é o verdadeiro amor. É aceitação de tudo o que o outro é, de tudo o que foi, do que será amanhã e do que não é mais. Imaginemos uma sociedade baseada sobre esse tipo de amor, como seria o paraíso na Terra. As relações familiares e sociais teriam o rosto de Deus.

Conta-se o seguinte fato protagonizado pelo falecido cardeal James Hichey, ar-cebispo de Washington. Em conferência a doadores de fundos para programas sociais da igreja voltados para migrantes, um senhor perguntou ao cardeal por que ajudar pessoas que nem eram católicas. O arcebispo respondeu: “Damos abrigo aos sem-teto, educamos os que têm fome de conhecimento e cuidamos dos doentes. Não fazemos isso porque essas pessoas são católicas, mas sim porque nós somos católicos. Elas são Jesus disfarçado de pessoas comuns”.

Quem tem fé descobre a presença de Deus em cada homem e em cada mulher que passar por sua vida. Às vezes são encontros agradáveis, mas às vezes pro-vocam dor. É fácil ver Deus em pessoas sadias e simpáticas, mas é complicado vê-lo em drogados, alcoolizados, crimi-nosos, antipáticos e em quem nos tem como inimigos. Já me aconteceu de ter de dizer a uma jovem, que me olhava com ódio por eu ser bispo: “Somos irmãos e amigos, não inimigos”.

Hoje, às 10h, no Studio 5, presidirei a missa de encerramento de meu serviço como arcebispo da Arquidiocese de Ma-naus. Foram 21 anos em caminho com o povo desta região amazônica, tempo que marcou minha vida de cristão, de padre e de bispo. Aprendi muito mais do que ensinei. Relatei os fatos acima narrados justamente para dizer a que posso resumir o que pude fazer nesta terra abençoada. Procurei mostrar o rosto de Deus revela-do por Jesus, um Deus que é amor e que deve ser amado no amor aos homens e mulheres, um amor puro, sem interesses pessoais. Aquele amor que vem da pureza de coração. Espero que muitos tenham se encantado com nosso Deus.

Vinte e um anos passaram,mas parece que foi ontem

Gabi se serviu para levar Mala-faia ao seu programa do fato de a revista “Forbes” ter men-cionado o pregador como o quarto líder protestante mais rico do Brasil, ape-nas atrás de Edir Mace-do, Valde-miro San-tiago e R. R. Soares”.

No mesmo domingo, dia 3, em que o Su-per Bowl nos Estados Unidos era decidido numa partida extremamente disputada, onde, até pela permissividade das regras, a violência das jogadas levava aos choques corporais, paralelamente, na tela do SBT outro embate se desenrolava com acen-tuada crueza, numa entrevista em que se confrontaram a jornalista Marília Gabriela e o pastor Silas Malafaia, neopentecostal ligado à facção Assembleia de Deus.

O “gancho” de que Gabi se serviu para levar Malafaia ao seu programa foi o fato de a revista “Forbes” ter mencionado o pregador como o quarto líder protestante mais rico do Brasil, apenas atrás de Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R. R. Soares, com um patrimônio de US$ 150 milhões, cerca de R$ 300 milhões.

Como o pastor jamais poderia esclarecer a origem de tal fortuna, nada mais a fazer além daquilo que efetivamente fez, ao vivo e em cores: negou peremptoriamente e sustentou sua negativa na declaração de bens que teria apresentado ao Imposto de Renda, o que também poderia apenas signifi car que sua declaração não é um modelo de veracidade.

Na verdade, a riqueza de Malafaia não se sustenta apenas nos recursos vinculados ao seu nome, às suas contas bancárias e ao Brasil. Ele mesmo admite ter propriedade na Flórida, desfrutar de um jato particular e inúmeros outros sinais exteriores de riqueza. Só que, e então nos trata como lesos, nada é seu e, sim, da sua igreja e da editora, da qual é apenas sócio.

Depois, como o fazem em regra os protestantes, sobretudo nas seitas pente-costais, a Bíblia passou a ser tomada por Malafaia principalmente nos textos que compõem o chamado Velho Testamento, a Torá judaica, e nela valorizadas as senten-ças condenatórias, o realce dos pecados e a efi ciência de Satanás. O Evangelho de Jesus Cristo, como mensagem de amor, de perdão e de fraternidade é considerado apenas secundariamente.

Nunca se viu Jesus Cristo manifestar rancor ou ódio em nenhum momento nem contra qualquer dos homens, mas Silas Malafaia tem feito do seu “ministério” um campo de batalha para combater impie-dosamente os homossexuais, que nitida-mente considera como imorais e doentes do caráter. Não é capaz de perceber que ser homossexual não é uma decisão da vontade, nem uma doença ou aberração, mas sim uma defi nição global de um ser humano que preserva a sua dignidade e merece o nosso respeito, dentro da sua peculiaridade afetiva e sexual.

Nesse debate, como em qualquer situa-ção similar, o que se percebeu claramente é o esforço para desviar o foco na direção das questões doutrinárias, onde o terreno é sempre incerto e discutível, porque regido pela crença e pela fé.

O que não se consegue é entender como esses líderes religiosos que nunca se mostraram laboriosos e produtivos lograram todos, em exíguo tempo, acu-mular tanta riqueza e atingir padrões de vida que sequer se situam ao alcance das nossas vistas.

Nos EUA, é o Super Bowl, no Brasil, Gabi x Malafaia

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas EM

TEMPO

Arcebispo emérito de

Manaus

nós tomamos a iniciativa com a proposta de tratar de

estágio tem o objetivo de preparar o educando para o

Na Sapucaí, foi ex-celente, o resto não gostei. No ano que

vem, vocês receberão a Copa do Mundo,

em 2016 terão Jogos Olímpicos. Muitas

pessoas virão para cá, os taxistas irão cobrar a mais, as ruas fi carão

muito sujas, eu não acho que será bom

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 A5Política

Pacto federativo poderá ser revisto no CongressoAcordo criado para defender a autonomia política entre os entes federados tem sido alvo de insatisfação de gestores

Acordo firmado entre os entes da Federa-ção (União, Estados e municípios), o pacto

federativo seria, em tese, uma ferramenta para assegurar autonomia política, adminis-trativa e orçamentária entre eles. No entanto, na prática a desigualdade existente entre suas atribuições e o repasse de verbas que recebem do go-verno federal para a execução de políticas públicas tem pro-vocado o efeito contrário.

As consequências dessas desigualdades geram preocu-pações entre gestores e par-lamentares comprometidos com a causa municipalista. O pacto federativo estabelece as funções, direitos e deveres de cada um dos entes federa-tivos para garantir autonomia entre eles, mas com o passar do tempo, e em virtude de me-didas de desoneração fiscal tomadas pela administração federal com o intuito de tor-nar o país mais competitivo, os municípios estão perden-do essa autonomia e ficando impedidos de cumprir com as suas atribuições.

De olho nesse tema, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), chamou a pauta para si e promete discutir com todos os governadores a reformulação do pacto fe-derativo numa reunião mar-cada para o dia 13 de março. Segundo notícia veiculada no site da instituição, o deputado afirmou que o atual modelo de repartição de direitos, deve-res, Orçamento e administra-ção “está falido” e precisa ser revisto. Na opinião do deputa-

do federal amazonense Silas Câmara (PSD), o presidente da Câmara dos Deputados também deve conversar com os principais afetados pela medida: os gestores munici-pais. “Ele tem que ser capaz de articular a presença do ministro da Economia, Guido Mantega, ou da ministra do Planejamento, Miriam Bel-chior, para garantir medi das concretas”.

Para o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), o pacto deveria adotar uma divisão com critérios mais justos dos

repasses obrigatórios. Na sua avaliação, os recursos deve-riam ser menos concentrados nos Estados e na União. De acordo com Ramos, a refor-mulação do pacto federativo passa pela reforma tributá-ria. “Nas discussões sobre o tema, todos discutem ape-nas como é formado o bolo tributário e ignoram como é realizada a distribuição. De-vemos discutir como vamos distribuir o bolo tributário entre União, Estados e mu-nicípios, pois a crise do sis-tema federativo brasileiro se concentra na distribuição. Os recursos não são repassados na mesma proporção que as responsabilidades”, explicou.

O senador Eduardo Braga (PMDB), líder do governo federal no Sena-do, explica que o pacto fe-derativo é a essência do sistema federativo bra-sileiro. “Sem o pacto, não existiríamos enquanto Federação”, disse.

Para sustentar seu argumento, o senador exemplifica que o Fun-do de Participação dos Estados (FPE) e a ques-tão do imposto sobre o ICMS interestadual fazem parte do pacto federativo, uma vez que também são acordos fir-mados entre os Estados. “É preciso que nossos políticos entendam que quando somos benefi-ciados com a manu-tenção da alíquota de 12% de ICMS, todos os outros Estados estão colaborando para isso. É um acordo entre Es-tados para beneficiar o Amazonas, isso faz parte do pacto federa-tivo”, explicou.

Ele acrescentou que esse acordo nada mais é que Estados e União compactuando receitas compartilhadas. “Mas também são deveres e obrigações. O SUS, a segurança pública, o Fundeb, fazem parte do acordo”, finalizou.

Braga defende o acordo

Para o vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão (PPS), o principal problema gerado pela distorção na distribuição de recursos aos municípios é a manutenção de políticas públicas dire-cionadas às necessidades básicas da população e que cabem ao município. Hissa cita como exemplo a situa-ção das creches: “Recebe-mos uma parte dos recursos para a construção, mas não recebemos recursos para

a sua manutenção, como folha de pagamento, ali-mentação, energia elétrica, consumo de água, mate-rial de expediente, manu-tenção da estrutura física”, disse. A solução, defendeu, seria aumentar o volume de repasses para expansão dessas políticas públicas e a vinculação dos recursos para esta manutenção.

Ele defende ainda a dis-cussão sobre os recursos arrecadados entre os entes

federativos, dando priori-dade aos municípios, visto que as demandas muni-cipais são infinitamente maiores e que são nos ser-viços básicos municipais (educação, saúde, trans-porte coletivo e infraes-trutura) que se encontram o retorno dos impostos pagos pela população.

Hissa disse ainda que o acordo provoca insuficiên-cia de recursos para supri-mentos das demandas.

Vice-prefeito aponta soluções

Presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves (de óculos), vai discutir o assunto

CRÍTICASO presidente da As-sociação Amazonense de Municípios (AAM), Jair Souto, disse não concordar com as medidas do governo federal, que desoneram impostos que alteram a arrecadação municipal

IZABEL SANTOSEquipe EM TEMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Escândalo envolvendo mi-nistro ainda é mistério

Um anos após a denúncia de graves irregularidades, o Tribunal de Contas da União ainda aguarda que a Polícia Federal conclua investigação do escândalo do milionário pro-jeto Jampa Digital, sistema de internet gratuita, sem fi o, para toda cidade de João Pessoa, inaugurado pelo ministro pa-raibano Aguinaldo Ribeiro (Ci-dades), em 2010. Sob suspeita de superfaturamento, o proje-to previa também que a cidade seria monitorada por câmeras e escolas informatizadas.

ComissãoO projeto Jampa Digital foi

confi ado à empresa Ideia Di-gital Sistemas, cujo represen-tante admitiu pagar “de 5% a 10%” a quem a contratava.

Alô, galeraAguinaldo Ribeiro era se-

cretário de Ciência e Tecno-logia quando anunciou “inter-net de graça pra toda galera de João Pessoa”.

FantásticoO escândalo e as suspeitas

de superfaturamento foram revelados há quase um ano, em março de 2012, no programa “Fantástico”, da Globo.

FuiO ministro Aguinaldo Ribei-

ro não foi encontrado. Sua assessoria diz que ele está em férias até sexta (22), e não pode ser contatado.

Em Toronto, Itamaraty fez do assédio uma pizza

O embaixador Américo Fontenelle se livrou em 2007 da acusação de insultar e hu-milhar subordinados, como a que responde hoje em Sidney (Austrália). Era cônsul-geral do Brasil em Toronto (Cana-dá) e, apesar da gravidade da denúncia e da contundência

dos testemunhos, o correge-dor do Itamaraty arquivou a sindicância. Ainda foi premia-do com o posto em Sidney, onde é novamente acusado de assédio moral.

Sob proteçãoAmérico Fontenelle teria se

livrado da sindicância de To-ronto por suas ligações ao ex-ministro José Dirceu, a quem assessorou na Casa Civil.

Pizzaria PatriotaNo Itamaraty poucos apos-

tam que resulte em punição as investigações instauradas contra Fontenelle e seu adjun-to, Cezar Cidade, em Sidney.

GracinhasO site da revista americana

Forbes chama a Petrobras de “patinho feio” das petroleiras, mas não aponta quem é a “patinha feia” da empresa.

PTB com EduardoRéu condenado no mensalão,

o presidente licenciado do PTB, Roberto Jeff erson, acompanha com entusiasmo a consolida-ção da candidatura a presiden-te do governador de Pernam-buco, Eduardo Campos (PSB). Ele tem mágoas do PSDB e não suporta o PT, daí...

Persona non grataO artigo 9 da Convenção

de Viena prevê a declara-ção de “persona non grata” do embaixador que se me-ter em questões soberanas, como foi o caso do vene-zuelano Maximilien Arveláiz. Ninguém se mexe?

Contra corrupçãoDiretora da Escola de For-

mação dos Magistrados, a ministra Eliana Calmon (STJ) assinará acordo de coope-ração com o ministro Joa-quim Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Justiça, para preparar juízes a comba-

ter e julgar com mais rapidez crimes de corrupção.

Pauta comumOs senadores Aécio Neves

(PSDB-MG) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) articulam para vo-tar, logo após serem instaladas as comissões, o projeto que reformula a tributação sobre royalties da mineração.

ConsolidaçãoA carteira política do senador

Valdir Raupp (RO), presidente interino do PMDB, cresceu de signifi cado: consolidou o posto de ligação mais estreita da cúpula do partido com o vice-presidente Michel Temer.

Rose perde espaçoIsolada após disputar com

Henrique Alves (PMDB-RN), a deputada Rose de Freitas (ES) não vai apitar mais nada na Câmara. No PMDB, a ava-liação é que ela se queimou ao enfrentar Henrique, que a ajudou a alcançar a vice-presidência da Casa. Rose poderá deixar o partido.

Mal a piorMilitares de cidades onde

não há hospital do Exército comemoram: o plano de saúde da Força encaminha aos me-lhores especialistas. Os outros colegas aguardam na fi la de espera para serem atendidos.

Não é molePresidente do Partido Eco-

lógico Nacional (PEN), Adilson Barroso, não vê chance de a ex-senadora Marina Silva conseguir montar seu partido a tempo de disputar a Presi-dência em 2014: “Eu demorei cinco anos”.

Mão de DeusA Nasa informa: a ciência

ainda não descobriu como des-viar meteoritos para regiões com grande concentração de políticos corruptos.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

O instrumento é o juro”MINISTRO GUIDO MANTEGA (FAZENDA)

negando uso do dólar para controlar a infl ação

PODER SEM PUDOR

A dona da vozInterventor em Minas, Benedito Valadares era

apaixonado pela voz melodiosa de uma lo-cutora de Belo Horizonte, como lembra o escritor Petrônio Souza. Mas se a voz era bonita, a moça era feia de dar dó. Como a paixão é cega, os assessores de Valadares resolveram promover um encontro da locutora com o fã ilustre. Foi um desastre: ao ser apresentado à moça, no Lacmè, antigo “point” político e cultural da cidade, a paixão de Valadares parece ter entrado em estado de choque. Ele apenas balbuciou:

- É este fantasma que tem aquela voz maravilhosa?A pobre locutora morreu com raiva do fã que preferia não tê-la conhecido.

Ices podem ser regulamentadasComeçou a tramitar no

Senado neste início de ano projeto de lei que regula-menta o funcionamento das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Ices). Aprovada pela Câmara dos Deputados no fi nal de 2012, a proposta autoriza essas entidades a receberem dire-tamente recursos públicos para suas atividades.

O projeto de lei da Câ-mara 01/2013, de autoria da deputada federal licen-ciada Maria do Rosário, en-

contra-se na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado e depois será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será votado em decisão terminativa.

O texto lista as carac-terísticas básicas de uma universidade comunitária: constituição na forma de associação ou fundação de direito privado; patrimônio pertencente à sociedade civil ou ao poder público; não distribuição da sua

renda; aplicação integral dos recursos nas suas ati-vidades; e desenvolvimen-to permanente de ações comunitárias.

A matéria também deter-mina que as verbas repas-sadas pelo poder público devem ser aplicadas na prestação de serviços gra-tuitos à população, como oferta de vagas em cursos de graduação e pós-gradua-ção e o desenvolvimento de atividades culturais e esportivas.

SENADO

Capital amazonense deve se adequar às normas exigidas pela lei federal 12.305 até 2014, afi rma prefeito Arthur Neto

Política do lixo deve ser implantada em Manaus

Há um ano para o fi m do prazo de inclusão das cidades brasilei-ras na Política Nacio-

nal dos Resíduos Sólidos, em Manaus a obrigação deverá ser um dos grandes desa-fi os do prefeito Arthur Neto (PSDB). A pergunta que fi ca é: Como a cidade vai conseguir cumprir as determinações se sua produção de lixo é superior a duas mil toneladas por dia, segundo dados da Secretaria Municipal de Limpeza e Ser-viço Público (Semulsp).

A lei federal nº 12.305, san-cionada em 2010, que ins-titui a “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, traz como suas principais propostas a prática de hábitos de con-sumo sustentável e uso de alguns instrumentos para que haja aumento da reciclagem e da reutilização dos resídu-os sólidos. Entre as metas que devem ser cumpridas até 2014 está o fechamento dos lixões e a elaboração de planos municipais para im-plantação de coleta seletiva. Com a aplicação da lei, o Brasil dará um grande passo para enfrentar os principais problemas decorrentes do manejo de resíduos sólidos.

Arthur informou em entre-vista que é de sua vontade o cumprimento da lei na sua administração e que se pense na destinação fi nal do lixo. “Nós queremos cumprir a lei. Só quero que as pessoas en-tendam que eu cheguei agora. Mas o lixo está sendo vencido”, desabafou o prefeito.

Para o tratamento e des-tinação fi nal dos resíduos sólidos nos aterros sanitá-rios em 2013 o orçamento que a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) dispõe é de R$ 56,1 milhões, de acordo com valores divul-gados no Diário Ofi cial do Município (DOM) do dia 4 de janeiro deste ano.

O secretário da Semulsp, Paulo Farias, informou que Manaus deve conseguir se adequar à política nacional até 2014. “Já realizamos duas reuniões, que tinham como ob-jetivo a reativação do Fórum

de Lixo e Cidadania. Agora temos quatro representantes dos núcleos de catadores na secretaria que estão nos aju-dando nas ações para cumprir a meta”, explicou Paulo.

Na primeira reunião, ocor-rida no mês de janeiro, a Semulsp anunciou como prin-cipais ações deste ano para a continuidade da lei nacional o apoio logístico aos núcleos de “Ponto de Entrega Voluntária” (PEV), captação de recursos e construção de seis galpões para o alojamento dos mate-riais de reciclagem.

Na ocasião, o prefeito Ar-thur Neto informou ainda que provavelmente seja construí-do um galpão e meio por ano. “Não quero criar uma prefeitura de promessas, mas vamos sim construir aos pou-cos estes galpões e adequar essa política nacional de im-plementação de resíduos ao município”, garantiu.

ConscientizaçãoEmbora não seja obrigação

da prefeitura ‘ensinar’ méto-dos educacionais de como ter uma cidade mais limpa, está no plano municipal que esta conscientização seja feita para que a população crie a consciência de que é necessária uma prática de consumo sustentável para uma cidade mais limpa.

Segundo informou Farias, um dos maiores desafi os será com a sociedade manauense. “Já marcamos com a Secreta-ria de Comunicação para que este tema da conscientiza-ção de produção de lixo che-gue até a população. Vamos conversar com as pessoas, levar as informações e cobrar uma postura. Só com essa parceria conseguiremos or-ganizar nossa cidade”, adian-tou o secretário.

Para a bióloga Fabiane Al-meida, de nada vai adiantar o cumprimento da legislação se não houver investimento em campanhas de educação ambiental que conscientizem o cidadão. “Promover o en-contro da comunidade com o ambiente em que ela vive tornará os objetivos desta política atingíveis de forma mais efetiva”, disse.

NATHANE DOVALEEquipe EM TEMPO

A bióloga Fabiane Almei-da, que também é coorde-nadora do curso de pós-graduação em gestão de resíduos sólidos e efl uentes do Instituto de Desenvolvi-mento do Amazonas (Ida-am), destacou que embo-ra a lei seja difícil para muitas cidades grandes no Brasil, em nenhum aspecto será impossível.

Dentre os maiores proble-mas que deverão ser enfren-tados, Fabiane destaca a difi culdade de readequação de infraestrutura e a coleta seletiva. “Os coletores de maneira geral não chegam a

muitas partes da cidade e os moradores, por consequên-cia, jogam o resíduo que poderia ser reaproveitado nos igarapés ou lotes baldios tornando estes ambientes extremamente insalubres”, explicou a bióloga.

Porém, para Fabiane, mais preocupante que a coleta se-letiva e de resíduos de forma geral, será atender de forma satisfatória as exigências quanto a destinação fi nal, ambientalmente adequa-da, incluindo a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e o aproveita-mento energético ou outras

destinações admitidas pela legislação adequada, entre elas a disposição fi nal, ob-servando normas operacio-nais específi cas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

“Os problemas de dispo-sição fi nal trata da distri-buição ordenada de rejei-tos em aterros, observando normas operacionais, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais ad-versos” fi nalizou Fabiane.

Especialista defende legislação

METATodas as cidades brasileiras têm até o próximo ano para se adequarem à Política Nacional dos Resíduos Sólidos. A Prefeitura de Manaus prepara um plano para alcançar a meta nacional

Dados da Semulsp apontam que, por dia, são produzidos mais de duas mil toneladas de lixo

JOEL ROSA

A06 - POLÍTICA.indd 6 16/2/2013 13:16:56

MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 A7Com a palavra

Meu gran-de projeto político é ser prefeito de Manaus. Eu achei que quando me candidatei com Ama-zonino era uma porta que se abria para me em-penhar, mas foi um sonho frustrado”

O deputado federal Carlos Souza (PP) caiu no gosto do eleitorado graças

ao constante contato com a população de Manaus, princi-palmente a mais carente. Ao lado dos irmãos, o deputado estadual Fausto Souza e o ex-deputado estadual Wallace Souza, morto em 2010, Carlos comandou um dos programas de maior audiência da televi-são local, o “Canal Livre”. O sucesso dos apresentadores foi tão grande que colocou os “Irmãos Coragem”, como fica-ram conhecidos, no topo da lista de parlamentares mais bem votados do Amazonas. Após quase duas décadas de ascensão política, a família Souza sofreu um declínio ao ter seu sobrenome envolvido em uma trama que os ligava a um grupo de extermínio e tráfico de drogas. Carlos foi preso e viu sua família sofrer “a maior perseguição política já registrada na his-tória do Estado”, como ele mesmo define.

Passado o turbilhão, o de-putado optou por ter uma vida reservada, a valorizar ainda mais a família e a focar suas forças em seu mandato em Brasília. Em entrevista exclusiva ao EM TEMPO, ele falou de seus projetos futu-ros, de seu mandato fede-ral, de sua experiência como vice-prefeito de Manaus, do programa “Canal Livre”, e do sonho de se tornar, um dia, prefeito da cidade.

EM TEMPO – A ascensão política da família Souza começou com o programa “Canal Livre”, fora do ar há mais de 3 anos. O senhor sente falta do programa?

Carlos Souza – O progra-ma faz muita falta para mim. Aquilo ali era minha vida, meu ideal e tudo que fiz ali foi verdadeiro. E se um dia tiver a oportunidade de voltar ao ar, vou continuar com a mesma intensidade de vera-cidade, respeito e dignidade aos meus telespectadores. Diariamente a população me pergunta sobre o nosso retor-no. Creio que o programa faz

muita falta para Manaus.

EM TEMPO – Como vocês reagiram ao “Caso Walla-ce”?

CS – É um momento tão tris-te em nossas vidas que nem gosto de tocar nesse assunto. Foi um massacre tão grande que mexeu com todos nós, principalmente pela perda do meu irmão. É um assunto que não gosto de tratar. Já fui jul-gado por Deus e pelo povo.

EM TEMPO – Os trabalhos na Câmara Federal serão retomados esta semana. Como será a sua atuação em Brasília este ano?

CS – Com a ausência do programa me dediquei exclu-sivamente a minha atuação em Brasília. Tenho trabalhado com mais disponibilidade de tempo, sempre em prol da população de Manaus, que me deu a oportunidade de estar lá. Mas, sem ter o programa para apresentar não preciso ficar nessa ponte aérea entre as duas cidades. Isso, com certeza, me deu uma atuação melhor. Fui um dos parlamen-tares que mais apresentou projetos de lei e proposituras em 2012. Estes últimos anos sem o programa também pude me dedicar mais às comis-sões de Minas e Energia e da Amazônia, onde sou membro titular. Creio que tive uma boa atuação parlamentar.

EM TEMPO – E em 2013, qual será o seu principal foco?

CS – Além de dar continuida-de e celeridade aos trabalhos, estou mudando de comissão. Atualmente, estou nas comis-sões de Minas e Energia e da Amazônia, mas quero partici-par da Comissão de Defesa do Consumidor. Nesta nova comissão poderei ajudar ain-da mais a população.

EM TEMPO – O senador Eduardo Braga (PMDB) já anunciou que não pretende ser mais o coordenador da bancada federal. O senhor tem pretenção de ocupar essa função?

CS – Não vou colocar meu nome para apreciação. Se o senador não quiser mais, te-mos vários colegas que estão

colocando seu nome na dispu-ta. Mas, tenho certeza que se o Eduardo Braga desejar con-tinuar no cargo terá consenso da bancada. Ele é o líder do governo federal.

EM TEMPO – O senhor teve a experiência de atuar em Manaus como vice-pre-feito na gestão de Amazo-nino Mendes (PTB). Como foi esse período?

CS – Foi uma fase da mi-nha vida que infelizmente não foi satisfatória, mas tive um aprendizado, pois de todo li-mão tiro uma limonada. Me empenhei muito para que eu e Amazonino nos elegêssemos, e a proposta era que Manaus teria dois prefeitos. Esperava chegar na prefeitura e ter esse quadro, mas não foi o que aconteceu. Foi aí que eu caí na real de que vice-prefeito não mandava nada, era apenas uma figura decorativa. Eu não sou político que briga por cargos, por isso, renunciei e me candidatei de novo a deputado federal. Ser vice-prefeito não foi uma expe-riência boa para mim.

EM TEMPO- O senhor já atingiu a meta de ascensão política ao chegar à esfera federal ou pretende atingir cargos mais altos?

CS – Todo político que pre-tende dar o melhor para seu Estado é que nem jogador de futebol: não deseja ficar ape-nas na escolhinha, e sim pas-sar para o campo dos titulares. Eu pretendo ir buscar cada vez mais espaço na política local para que possa desempenhar um melhor papel no Estado.

EM TEMPO – O senhor pla-neja alçar voos mais altos nas eleições de 2014?

CS – Acho que essa questão ainda está muito longe e fazer lançamento precoce só faz o político ser “bombardeado” desde cedo. E no meu entendi-mento esse processo político passa pelo nosso grande líder, o governador Omar Aziz. E, pela sua experiência política, sei que ele irá trabalhar um bom nome para o cargo.

EM TEMPO – Recente-mente, a Câmara dos Depu-tados elegeu seu novo pre-

sidente. Qual a sua opinião sobre essa escolha? O seu voto foi do vitorioso?

CS – Vou fazer 12 anos naquela casa e já começei a conhecer um pouco do local. Lá as eleições costumam ser de “pacote feito”, que vem do Palácio do Planalto. Não que eu tenha nada contra a Dilma Rousseff (PT), é a pre-sidente que apoio, mas não aceito muito essas imposi-ções. O Henrique Alves é um grande nome, está no seu 11º mandato como deputado federal e tem 42 anos de Câmara dos Deputados, além de manter portas abertas nas instituições e nos ministérios. Não tenho dúvidas de que ele fará um bom mandato, mas não foi o meu candidato. Não sou traíra. Trabalhei e dei meu voto para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

EM TEMPO – O senhor tem algum desafeto po-lítico?

CS – É difícil na vida pú-blica você caminhar sempre na linha tênue. De onde você menos espera recebe ações que lhe deixam triste e até desencorajado em continu-ar a trajetória pública, mas são coisas da vida. Nem todos têm respeito e jogam limpo para ganhar espaço diante do seu adversário. Mas, não gosto de citar desafetos, já amadureci o bastante na política e vi ini-migos públicos declarados dividirem o mesmo palan-que no período de eleição. Não gosto de citar inimi-gos, mas tenho pessoas que me maltrararam bas-tante, que confundiram política com politicagem. Porém, eu não quero ter ódio no meu coração.

EM TEMPO – Que projeto ainda não conseguiu rea-lizar, mas que não deixou de lado?

CS - Meu grande projeto político é ser prefeito de Manaus. Eu achei que quando me candidatei com Amazoni-no Mendes era uma porta que se abria para me empenhar e aprender bastante, mas foi um sonho frustrado. Só que meu sonho não se acaba, ele sempre se renova.

Carlos SOUZA

‘Quero ser PREFEITO de MANAUS’

O programa faz muita falta para mim. Aquilo era minha vida, meu ideal e tudo que fiz ali foi verdadeiro. E se um dia tiver a opor-tunidade de voltar ao ar, vou continuar com a mesma intensidade de veracidade, respeito e dignidade aos meus telespectadores”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Me empe-nhei muito para que eu e Amazonino nos elegêsse-mos e a pro-posta era que Manaus teria dois prefei-tos. Esperava chegar na prefeitura e ter esse quadro, mas não foi o que aconteceu”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

AGU alerta sobre os vetosAdvogacia-Geral da União teme um colapso institucional se o Congresso Nacional for apreciar os mais de três mil vetos presidenciais em ordem cronológica, segundo determinação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal

A determinação do mi-nistro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), para

que o Congresso Nacional aprecie os vetos presiden-ciais a projetos de lei em ordem cronológica causarão impactos jurídicos, econômi-cos, políticos e fiscais ao país. É o que diz a Advocacia-Geral da União em parecer enviado ao ministro no mandado de segurança em que a decisão foi tomada. O braço jurídico da União afirma que, caso o Congresso decida derrubar todos os mais de 3 mil vetos, o país sofreria um impacto de R$ 471,3 bilhões.

No documento, encaminha-do ao STF na última quinta-feira, a AGU pede a afetação do MS ao plenário do tribunal, para que a decisão de Fux seja modulada. Afirma que, caso a determinação de votar os vetos em ordem cronológica se aplique ao que já foi dis-cutido pelos parlamentares, os efeitos serão irreversíveis. Seria, nas palavras da AGU, “um colapso institucional”.

O órgão calcula que são 3.060 os vetos pendentes de apreciação, referentes a 205 proposições legislati-vas. “Caso venha a prevale-cer o entendimento de que

deve ser seguida a ordem cronológica, inclusive para os vetos cujo prazo de apre-ciação já tenha se esgota-do, é indiscutível que novas discussões acerca de temas e estruturas já consolidadas gerará impactos sérios nas relações jurídicas, com con-sequente desrespeito ao tão caro postulado da segurança jurídica”, anotou a AGU.

Há insegurança sobre o que pode acontecer, caso a de-cisão de Fux seja aplicada indiscriminadamente. A AGU aponta que, dos 205 projetos cujos vetos estão pendentes de discussão, 80 foram veta-dos por inconstitucionalidade. Caso os parlamentares derru-bem o veto, a consequência inevitável é que a discussão vá parar no Supremo Tribunal Federal por meio de ações de inconstitucionalidade.

Como exemplo, a AGU cita o veto ao projeto que igualava o reajuste dos benefícios acima do salário mínimo ao mínimo de 2006. Subiria dos atuais 5% para 16%. A União calcula que o impacto, de 2006 a 2012, em valores nominais, de R$ 72,6 bilhões. Em valores cor-rigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de dezembro do ano passado, o impacto salta para R$ 90

bilhões. Já o veto ao projeto que extinguia o fator previ-denciário causaria impacto de R$ 8 bilhões.

DesestruturaçãoTambém é mencionado o

impacto da decisão de Fux no funcionamento da burocracia administrativa federal. São ci-tados 101 projetos de lei que envolvem servidores públicos,

com repercussão direta nos planos de carreira, remune-ração e estruturas adminis-trativas, por exemplo.

São projetos de lei que tra-tam de temas como a trans-posição de servidores sem concurso, mexendo em sua composição remuneratório (PLV 28/2008, decorrente da Medida Provisória 44/2008). Só esse caso afetaria 20

mil servidores e cerca de R$ 80 milhões.

A AGU afirma que as carreiras públicas foram readaptadas e estruturadas para funcionar de acordo com esses vetos. E rea-brir essas discussões “implica-ria desestabilização do próprio funcionamento da máquina administrativa”. “A fixação de entendimento diverso enseja-ria uma verdadeira corrida ao Poder Judiciário para se ques-tionar a legitimidade dos atos praticados pela administra-ção pública, por intermédio de seus agentes, circunstância que atentaria contra o próprio princípio da continuidade do serviço público.”

FiscoOutra grande preocupação

da União é com as questões fiscais. A Medida Provisória 472/2010, que reconheceu o direito ao crédito tributário do crédito-prêmio do IPI, teve alguns dispositivos vetados no projeto que a converteu em lei. Caso esses vetos sejam der-rubados, diz a AGU, o impacto seria de R$ 280 bilhões.

Já no caso da reabertura de prazos para inscrição nos programas de parcelamento de dívidas com a Receita, os Refis, o impacto previsto seria de R$ 8 bilhões.

Por mais que a análise da AGU seja fatalista — leva em conta que todos os vetos presidenciais serão inteiramente derrubados pelo Congresso, o parecer leva em conta um aspecto importante da decisão do ministro Fux: a completa paralisação das atividades do Congresso.

E isso mesmo com o esclarecimento do minis-tro sobre sua decisão. Em ofício, ele explicou que os deputados e senadores não são obrigados a passar os vetos na frente das demais discussões legislativas. Po-dem votar os projetos de lei normalmente. A discussão dos vetos é que deve seguir a ordem cronológica. Mas para derrubar um veto, é ne-cessária maioria absoluta de parlamentares presen-tes em sessão mista — 41 senadores e 257 deputados federais.

Numa conta hipotética, o documento da AGU diz que, se o Congresso conse-guisse fazer duas sessões

conjuntas por semana, to-das com alto quórum, e em cada um delas se de-liberasse sobre dez vetos, seriam necessárias 153 semanas. Ou seja, seriam três anos dedicados exclu-sivamente aos vetos.

Outra questão importan-te levantada pelo parecer da União é a realidade dos fatos. O Legislativo federal nunca observou a ordem cronológica para analisar os vetos presidenciais. Sempre observou a perti-nência política, a urgência do tema, o contexto da época ou até mesmo a po-pularidade da discussão.

“Se prevalecer a incons-titucionalidade de tal prá-tica, poderiam ser judi-cialmente questionados diversos diplomas legais, que disciplinam temas ca-ros à sociedade”, analisa o documento. Exemplos são a Lei de Responsabilidade Fiscal, a de Recuperação Judicial e Falências ou a Lei Kandir, que regula-mentou o ICMS.

Aspectos podem ser práticos

PERIGOPreocupada com os efeitos da decisão do Supremo, a AGU afirma que, caso o Congresso decida derrubar todos os mais de 3 mil vetos, o país sofreria um impacto de R$ 471,3 bilhões

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, determinou no final do ano passado que o Congresso Nacional apreciasse todos os vetos presidenciais a projetos de lei em ordem cronológica

REPRODUÇÃO

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Merenda rende R$ 30 milhões a produtores

DIVULGAÇÃO/ADS

PIM aprova medidas para ‘agilizar’ TV digital no país Governo quer adotar mecanismos para antecipar a digitalizaçao do sistema, além de conceder crédito para a compra dos televisores

Animadas com a previ-são de crescimento a partir deste ano, as fa-bricantes de televisores

do Polo Industrial de Manaus (PIM) têm outro motivo para comemorar. O governo tem estudado adotar algumas medi-das para antecipar a conclusão da digitalização do sistema de televisão brasileiro.

Além dos incentivos para as empresas, está em análise tam-bém a concessão de linhas de crédito para que a população compre aparelhos de televisão que venham com o sistema digital embutido.

A euforia se soma à aproxima-ção da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014, que podem trazer ganhos su-periores ao faturamento de R$ 7 bilhões conquistados no ano passado. O projeto do ministério visa permitir o uso da faixa de frequência, hoje utilizada por emissoras analógicas, para o serviço de internet móvel de quarta geração (4G).

O estudo busca também incentivos para as emissoras digitalizarem o sinal e formas de subsidiar para a população de baixa renda a compra de aparelhos de televisão com o sistema digital embutido. Os recursos viriam justamente da arrecadação do leilão da faixa de frequência de 700 me-gahertz (MHz), que será usada

para a tecnologia.Para o presidente do Sindicato

da Indústria de Aparelhos Elétri-cos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Celso Pia-centini, o projeto promove um adiantamento no plano original de desligamento do sistema de transmissão de TVs analógicas. “Melhora a imagem e som re-cebidos pela população, além de abrir caminho para outras funcionalidades que os televi-sores analógicos não podem

oferecer como, por exemplo, a interatividade”, enfatiza.

Segundo ele, caso se torne realidade, a medida abre es-paço na banda (espectro de frequências) para a instalação do 4G, tecnologia que permite considerável aumento na velo-cidade da internet. Sem entrar em detalhes, Celso Piacentini afi rma que a mudança vai trazer incremento considerável para a produção de televisores no PIM. “Certamente haveria um aumento na demanda por estes

aparelhos preparados para a re-cepção do sinal digital”, conta.

O vice-presidente de Novos Negócios da Samsung, Benja-min Sicsu, salienta que ainda é muito cedo para prever os efeitos, pois se trata apenas de um estudo. Porém, ele adianta que caso a medida seja aprova-da, somada à proximidade das copas, a previsão da fábrica é de produzir 4,5 milhões de aparelhos em 2013

A previsão nacional, confor-me o empresário, é de que 15 milhões de televisores sejam produzidos no país este ano, a maior parte concentrada no PIM. Segundo ele, o número de TVs de tubo (analógicas), que em 2012 foi de quase 1 milhão de unidades, deve cair para no máximo 300 mil este ano.

BalançoConforme indicadores da Su-

perintendência da Zona Fran-ca de Manaus (Suframa), em 2012, foram produzidas 12,2 milhões de TVs de LCD. O au-mento foi de 14,2% frente ao ano anterior, com faturamento de US$ 6,5 bilhões.

Por sua vez, os televisores de plasma somaram 440,8 mil unidades, incremento de 8,1%, e faturamento de US$ 332,7 milhões. Apenas as TVs de tubo recuaram no ano passado. Ao todo, foram um pouco mais de 1 milhão de unidades contra 2,5 milhões fabricadas em 2011, queda de 58,2%, e faturamento de US$ 181,1 milhões.

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

PREVISÃOConforme avaliação feita, no mês passado, pelo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, a produção de televisores conti-nuará em expansão no Polo Industrial de Ma-naus (PIM), em 2013

A produção de aparelhos de TVs deve alcançar a marca de 15 milhões de unidades no Brasil, em 2013, conforme estimativa do setor, que está otimista com a chegada da tecnologia digital

Publicada na semana passada, no Diário Ofi cial da União (DOU), portaria da Agência Nacional de Telecomunicações (Ana-tel) vai permitir o início dos procedimentos para a destinação da faixa de 700 MHz para a telefonia de quarta geração (4G).

Duas exigências serão im-postas às empresas que ven-cerem o leilão para oferecer o serviço 4G. A cobertura de serviço de telefonia móvel nas principais rodovias do país, e a construção de rede de fi bra ótica em cerca de 800 municípios para ofere-cer internet com velocidade

de pelo menos 10 megabits por segundo (Mbps).

Em 2012, o governo licitou a faixa de 2,5 gigahertz (GHz) para a oferta de 4G rural. A licitação para destinar a faixa de frequência deverá acon-tecer em fevereiro ou março do ano que vem, segundo previsão do ministério.

Portaria favorece migraçãoServiço 4G permitirá telefonia móvel de qualidade e internet com velocidade de 10 Mbps

LUCAS LACAZ/AE

RICARDO OLIVEIRA

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B2 Economia

Os estrangeiros que vêm para Manaus com permis-são para estudar não podem exercer atividade remunera-da, de acordo com a lei nº 6.815/80 do Conselho Na-cional de Imigração (CNIg). Quem libera essas permis-sões são as embaixadas brasileiras distribuídas nos cinco continentes.

O titular da Superinten-dência Regional do Traba-lho e Emprego no Amazonas (SRTE), Dermilson Chagas, explica que para obter o visto, é necessário que a pessoa tenha uma bolsa de estu-dos concedida pelo governo brasileiro ou pelo país de origem do estudante. No ato de outorga da bolsa, segundo ele, a família deve comprovar que tem condições de bancar os gastos do estudante com alimentação, moradia, trans-porte, entre outros.

O superintendente frisa ainda que se torna quase im-possível fl agrar as empresas que incorrem nessa prática

de contratar mão de obra ilegal. “Como eles não pos-suem qualquer vínculo com a empresa, são invisíveis ao sistema e às fi scalizações da SRTE. As empresas têm toda a responsabilidade em cobrar a legalidade dessas pessoas no mercado de tra-balho, mas a obrigação de-les é simplesmente estudar. Quanto a arranjar trabalho, é importante respeitar as leis brasileiras. Se não têm visto para trabalhar é preciso se regularizar”, ressalta.

De acordo com as normas da SRTE, se forem pegos, os estudantes estão passíveis de ser extraditados, enquan-to que as empresas que os contrataram podem receber uma multa pesada ou até mesmo responder judicial-mente pela prática. “Nada contra estrangeiros vir para o país, mas é preciso orde-namento jurídico, pois esta é uma garantia social para não serem explorados”, enfatiza Dermilson Chagas.

Lei veda trabalho de estudantes

Comércio empregde obra estrangeiSem permissão de trabalho, universitários de outros países são contratados sem carteira assinada por empresas de Manaus

Em busca do sonho de permanecer no Brasil, obter a dupla cidadania e ganhar um dinheiro

extra, universitários estrangei-ros sem permissão de trabalho encontram no emprego ilegal, em Manaus, uma saída para suas necessidades econômi-cas. Favorecidos por alguns fatores como a facilidade para a contratação, a conivência de empresários e a falta de fi scalização dos órgãos com-petentes, o comércio do Centro é a principal rota de escolha dos estudantes que imigraram para a capital amazonense.

Geralmente, eles são acolhi-dos como “estagiários” mesmo sem o visto federal necessário que os manteriam no merca-do com seguridade social e os direitos de um trabalhador legalizado. Os universitários explicaram ao EM TEMPO que, apesar de terem concordado com a regra de não trabalhar no Brasil, o emprego ilegal foi a forma encontrada para ajudar nas despesas com a faculdade, uma vez que o dinheiro envia-do pela família quase sempre não é sufi ciente para suprir os

gastos em Manaus.O estudante equatoriano

Paul*, 22, que trabalha há qua-tro anos numa grande loja de departamentos da cidade, afi rma que o custo de vida na capital amazonense é um fator proibitivo a qualquer pessoa permanecer na cidade sem um ganho extra. “A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) oferece habitação, comida e livros, mas falta transporte, vestuário, apostilas e lazer, gastos que não fazem parte do acordo de intercâmbio. O problema é que são itens que precisamos muito”, explica.

Por sua vez, o estudante marfi nense Ngaw*, 20, que atua como analista numa em-presa de variedades, destaca que o mercado local não é tão aberto aos trabalhadores estrangeiros como aparenta ser. Segundo o universitário, apesar da falta de mão de obra qualifi cada, as empresas têm dado preferência aos brasilei-ros na hora da disputa por uma vaga no mercado formal. “Não tiro a razão de ninguém prefe-rir empregar um compatriota a empregar um estrangeiro. Apesar de ser pouco dinheiro, não reclamo. Mas precisamos trabalhar e, enquanto não ob-

temos o visto federal para entrar no mercado, o jeito é burlar a lei”, conta.

Flexibilidade O universitário haitiano

Immanuel*, que reside em Manaus há mais de um ano, salienta que “seria muito bom se a política de trabalho para estrangeiros fosse mais fl e-xível. Ele veio para o Brasil

com o objetivo de estudar e sobrevive da mesada que re-cebe da família para suprir as necessidades básicas.

No entanto, por vontade própria e até para melhorar a condição fi nanceira dele, o estudante admite que sempre aceita um trabalho quando sur-ge a oportunidade. “A necessi-

dade é maior e a principal área de atuação é dar aula de lín-guas ou atuar em alguma área na qual o tema internacional seja primordial”, ressalta.

Immanuel revela que conhe-ce pessoas de outras naciona-lidades que trabalham ilegal-mente. Segundo ele, a maioria dos estrangeiros que conhece trabalha em acordo com o empregador, ou seja, sem a carteira assinada. “A gente ex-plica nossa situação ao patrão. Ele entende e nos aceita assim mesmo, pois sabe que precisa de mão de obra especializada ou de pessoas que façam o trabalho que muitos em Ma-naus rejeitam”, acrescenta o estudante haitiano.

Renda mensalOs universitários de outros

países recebem, em média, R$ 400 por mês, mas não soube-ram precisar como esse valor é declarado pelas empresas no fi m do mês. Entre os estrangei-ros encontrados trabalhando ilegalmente no comércio de Manaus, há pessoas da Costa do Marfi m, Colômbia, Equador, Guiné-Bissau, Haiti e até mes-mo da Alemanha.

*Nomes fi ctícios

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO ONLINE

ATÍPICOSegundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), Ralph Assayag, a con-tratação de estudantes estrangeiros não é uma prática comum no comércio local

Custo de vida na capital e as “despesas extras” são alguns dos fatores que levam os estrangeiros a atuarem na ilegalidade, formando um “exército de invisíveis” no mercado amazonense

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 B3

De acordo com a pá-gina da CNIg, embora a atividade remunerada seja proibida, o estágio obrigatório em cursos de graduação no Brasil é per-mitido. Sobre este ponto, a lei nada cita a respeito, mas como alguns cursos universitários exigem o estágio, é concedida a

permissão para a reali-zação da atividade, desde que esta esteja relaciona-da à área de graduação.

Já nos cursos de gra-duação em que o estágio é opcional, a regras do CNIg diz que os estran-geiros não podem exer-cer a atividade, caso seja remunerada. Se um deles

for pego nessa situação, ou ainda trabalhando ile-galmente, corre o risco de ser deportado.

Com base na lei 6.815/1980, o CNIg ga-rante o direito ao visto temporário para os estu-dantes estrangeiros que desejem prestar estágio no Brasil.

O governo federal anun-ciou, na semana passada, que pretende no curto prazo atacar o problema de es-cassez nacional de profis-sionais de alta qualificação. De acordo com o CNIg, está em andamento um estudo sobre a possibilidade de o estrangeiro vir ao Brasil procurar emprego.

Hoje, ele só entra no país com um contrato assina-do. Essa permissão geraria maior abertura à entrada de profissionais de outros paí-ses e menor custo para as empresas. “Atualmente não é simples, porque a empresa tem que recrutar o trabalha-dor lá fora e tem encargos com isso”, afirmou em nota o presidente do CNIg, Paulo Sérgio de Almeida.

Segundo ele, um mode-lo mais aberto, como está sendo analisado, é “melhor, dependendo da realidade” e,

por este motivo, o governo deve avaliar cuidadosamen-te. Segundo ele, há o receio de que regras mais flexíveis resultem em desemprego, em caso de mudança na

situação econômica do país. “A ideia é abrir com cri-térios bem definidos. Isso favoreceria a produtivida-de, porque é custoso trazer esse profissional qualificado, é um processo burocrático.

Mas esse é um dos maiores desafios para aumentar a produtividade e ampliar os níveis de qualificação na mão de obra no mercado interno”, conclui Paulo Almeida.

Concessão de vistoNo ano passado, 1.333 es-

tudantes colombianos che-garam ao Brasil, 944 portu-gueses, 934 franceses e 745 angolanos. Na comparação com 2011, por exemplo, o número de colombianos inte-ressados em estudar no Bra-sil aumentou quase 50%.

Naquele ano, 972 estudan-tes colombianos pediram o visto, 441 portugueses, 798 franceses e 608 angolanos. Os números fazem parte de um balanço, feito pelo Minis-tério das Relações Exteriores, sobre os vistos de estudantes requisitados nas representa-ções diplomáticas brasileiras em 156 países.

País tem escassez de profissionais

Há 105 anos, Isaac Be-nayon Sabbá nascia em Belém, no dia 12 de fe-vereiro de 1907. Faleceu jovem, em Manaus, no ano de 1966. Apesar do tímido reconhecimento de seus pares amazôni-das, ele integra a galeria dos pioneiros da floresta, um verdadeiro self-made man, uma trajetória que emerge de origem humil-de e vai revelar muito cedo um obstinado em-preendedor. Oriundo de família judaica, o mais novo de cinco filhos de migrantes marroquinos, Primo Sabbá e Fortuna Benaion Sabbá, Isaac começou a vida como vendedor de cartela de cigarros, de onde con-seguiu acumular capital para fundar com seu ir-mão, Jacob Benayon Sab-bá, sua primeira empresa, a J. B. Sabba Ltda., na qual era responsável pela pu-blicidade e seu irmão pela administração. O sucesso da empresa permitiu a di-versificação de negócios investindo na extração de borracha e outros pro-dutos do extrativismo e de beneficiamento, alcan-cando consolidar mais de 42 empresas no ramo, como a produção de sa-cos de juta, curtume de pele de jacaré, extração de pau-rosa, castanha, etc. etc.. Seus negócios, incluindo depois uma re-finaria de petróleo - sua estupenda companhia, a Petróleo Sabbá - gerava mais de 10 mil empregos diretos e indiretos na ca-pital e 25 mil ao longo da cadeia produtiva pelo interior do Estado. Nos meados do século 20, foi o terceiro maior pagador de impostos à federação, um desempenho similar ao volume de tributos pagos pela Benchimol & Irmãos, a Bemol, um empreendimento de 70 anos, recordista de re-colhimento de tributos e empregos no Estado.

A refinaria, trazida des-montada da Costa Leste dos Estados Unidos, é o simbolo maior desta epopéia, a Copam, Com-panhia de Petróleo de Manaus. Foi construída entre os anos de 1953-56, numa cidade em que não havia mão-de-obra especializada, inexistia num raio de 1500 quilô-metros um guindaste ou itens similares e deman-dados pela empreitada. À força da obstinação, juntaram-se apenas pás, picaretas e carrinhos de mão. Na inauguração, em 1956, estavam JK, o pre-sidente dos 50 anos em 5, e Gilberto Mestrinho, prefeito de Manaus, dois arautos do progresso e da prosperidade geral. Em 1971 a refinaria foi estatizada, sob a ale-gação de que era infra-estrutura de segurança nacional e seu controle não poderia ficar na mão de particulares. Por isso foi entregue à Petrobras. Começava a intervenção marota do Estado, fonte atual de tantos entraves ao pioneirismo.

Há seis anos, a família Pinheiro, na esteira do pioneirismo de seu pa-triarca, Petronio Augusto, se atreveu a instalar um porto nas proximidades da refinaria histórica. Ousadia oportuna para atender a uma demanda de infraestrutura logís-tica que ora atravanca os negócios e subtrai do modelo ZFM a com-petitividade que poderá desconstruí-lo. A família juntou-se a uma empresa do ramo portuário/ca-botagem, com ações de sustentabilidade na bol-sa de valores, ou seja, proibida de sair do fi-gurino ambiental. E com seis poderosas embarca-ções, qualquer uma delas, apenas, com capacidade suficiente para transpor-tar com segurança, baixo custo e equilíbrio ambien-tal, a produção de 15 dias do polo industrial local. Foi cumprida toda a ritu-alística legal, ambiental, dentro dos mais rigorosos parametros de sustenta-bilidade – reposição am-biental e atendimento das demandas sociais. Resta-va enfrentar o arcaísmo da estrutura vigente.

Sabem o que aconte-ceu? Nada. Ou melhor, tudo o que poderia ser feito para nada aconte-cer. O processo de li-cenciamento está na Su-prema Corte, acusando, pasmem!, de destruir o Encontro das Águas, o mesmo fenômeno sobre o qual ancoram placida-mente há 60 ansos os megapetroleiros da refi-naria de I.B.Sabbá. Uma perversa, mafiosa, com-petente e escandalosa movimentação dos inte-resses inconfessos que a modernidade pioneira do Porto das Lajes ameaça-ria. Nessa estratégia de protelação pra provocar a desistência do projeto se envolveram agentes da hipocrisia ambiental, en-gravatados alguns, com cargos na magistratura, no parlamento, no poder executivo local, vend edo-res de dificuldades para amealhar facilidades, passando por acadêmi-cos meia boca, intelec-tuais, poetas e ascetas, psiquiatras perturbados, cineastas desavisados e militantes mal inten-cionados, uma cangalha marota, abrangendo figu-ras eclesiais. A refinaria de I.B.Sabbá está aí pra provar a encenação, inte-grada à paisagem, sobre-tudo socioeconômica e ambiental e a pronunciar permanentemente o po-tencial pioneiro de nossos empreendedores. A seu favor inexistiam tantos embaraços e pendurica-lhos legais, formais, usa-dos não para ordenar e ajustar os empreendimen-tos em favor do homem em seu habitat, mas pra refinar interesses, lavar dinheiro escuso, num des-vairado abuso do poder de plantão, enquanto o bem coletivo permanece parado, pregado, na es-pera do porto... de uma nova estação!

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo eEnsaista

A refinaria, trazida des-montada da costa leste dos Estados Unidos é o símbolo maior des-ta epopeia, a Copam, Companhia de Petroléo de Manaus.

A refinaria e o portoComércio empregde obra estrangei

ESTUDOGoverno federal tem estudado sobre a pos-sibilidade de adotar medidas que venham estimular a vinda de profissionais de alta qualificação do exte-rior para encontrar emprego no Brasil

Infrator pode ser deportado

Ministério do Trabalho realizou, ano passado, mutirões para regularizar estrangeiros no AM

GIOVANNA CONSENTINI/ARQUIVO EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Merenda escolar vai garantirR$ 30 mi a produtores do AMEm 2013, governo do Estado desembolsará 30,4% a mais do que gastou ano passado para adquirir itens regionais

A compra de alimentos regionais para a me-renda escolar da rede pública de ensino do

Estado deve render aos produ-tores rurais amazonenses, nes-te ano, R$ 30 milhões. O valor é 30,4% superior ao registrado no acumulado de 2012.

No ano passado, o gover-no destinou em torno de R$ 23 milhões para aquisição de frutas, verduras e hortaliças para garantir a merenda es-colar dos estudantes ama-zonenses. A substituição de gêneros alimentícios impor-tados de outros Estados por itens regionais contribui para resgatar hábitos saudáveis, ao trazer para o prato dos alunos, produtos mais ricos em proteína e nutrientes.

A produção dos pequenos agricultores será comprada pela Agência de Desenvolvi-mento Sustentável do Ama-zonas (ADS) por meio do Pro-grama de Regionalização da Merenda Escolar (Preme). A medida deve melhorar a qua-lidade nutricional da merenda nas escolas estaduais, além de garantir o escoamento da produção dos pequenos agri-

cultores do interior. Neste ano, pela primeira vez o

programa irá contemplar todos os 62 municípios do Estado. “Em 2013, chegaremos aos pro-dutores e cooperativas mais isolados do Amazonas, onde iremos comprar de acordo com os potenciais de cada região”, afirma o presidente da ADS Valdelino Cavalcante.

O Preme foi desenvolvi-do com o intuito de apoiar o desenvolvimento sustentável, incentivando a aquisição de gêneros alimentícios diversi-ficados, produzidos em âmbi-to local e preferencialmente pela agricultura familiar ou por empreendedores rurais, valori-zando as comunidades tradi-cionais. “Um dos benefícios do programa é gerar oportunida-des de emprego e renda para os produtores e associações participantes, principalmente, para as famílias do interior do Estado, e de forma sustentá-vel”, destaca o coordenador do Preme, Luis Otávio.

EscoamentoAlgumas cooperativas do in-

terior conseguem escoar até 50% de sua produção com o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme). Na Cooperativa dos Produtores

Rurais Novo Horizonte, no Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Manaus), o programa garan-te o escoamento da metade do que é plantado, permitindo estabilidade financeira para as despesas mensais das famílias. “Muitos pequenos produtores nunca tiveram acesso ao crédi-to. Não sabiam o que era com-prar a prazo. Mas agora, depois

que esse programa começou, tenho visto eletrodomésticos, motos e motores em lugares aonde esses equipamentos nunca chegavam”, salienta a presidente da cooperativa, Ma-ria das Graças.

Sem atravessadoresProdutora rural do município

de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), Walda Ferreira

relata que conseguiu ampliar os negócios com a ajuda do Pre-me. “Participamos desse proje-to porque é uma força grande para tirarmos nosso sustento. Só temos a crescer com esses incentivos, pois antes vendía-mos para os atravessadores e, hoje, vendemos direto para o governo, por meio da ADS que sempre nos incentiva a produzir”, enfatiza

‘Salvação’Em Manicoré (a 332 quilôme-

tros de Manaus), os produtores e associados rurais, que traba-lham em conjunto por meio de cooperativas, vendem banana pacovã, melancia e abóbora para o Preme. Segundo o pre-sidente da Cooperativa de Ma-nicoré (Copema), Walter Perin, o programa tem sido a “salvação” para os agricultores da região. “Se o projeto acabar, vamos ter sérios problemas porque os produtores não têm como chegar aos grandes mercados, pois a competitividade é alta e os preços devem ser mais atrativos para os varejistas”, frisa o produtor.

A Copema é formada por 65 sócios e mais 400 famílias que se beneficiam indiretamente com a produção e o escoamento das frutas e hortaliças.

BRUNO MARZZOEspecial EM TEMPO

PREMEOs produtos cultivados no interior do Estado são adquiridos pela Agência de Desenvol-vimento Sustentável do Amazonas (ADS) por meio do Programa de Regionalização da Merenda Escolar

Produção de alimentos é vendida de forma direta para o governo

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Câmera registrará imagens para monitoramento de recursos terrestres

Assistir à televisão, con-ferir a previsão do tem-po, falar ao telefone e até receber alertas por

causa de chuva são ativida-des comuns que se tornaram possíveis graças aos satélites. Os três últimos colocados em órbita pelo Brasil - chamados Cbers, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, do in-glês China-Brazil Earth-Resour-ces Satellite - foram lançados de base chinesa.

No ano em que o acidente na Base de Alcântara completa 10 anos, o país divulga o seu quarto programa espacial. O desafio é lançar até 2021 um satélite desenvolvido no Brasil, acoplado a um foguete nacio-nal, a partir de um centro de lançamento próprio.

Enquanto o plano ainda não for possível, o Brasil se prepara para colocar em órbita mais um satélite de uma base chinesa, o Cbers-3. O lançamento estava programado para o fim do ano passado, mas foi adiado para o primeiro semestre deste ano porque conversores comprados nos Estados Unidos apresenta-ram falhas nos testes finais.O Cbers-3 será o primeiro da famí-lia de satélites sino-brasileiros a integrar uma câmera para satélite 100% desenvolvida e produzida no Brasil. A câme-ra vai registrar imagens para

o monitoramento de recursos terrestres. Já foram lançados os Cbers 1, 2 e 2-B. Brasil e China são parceiros na área espacial desde 1988, quando iniciaram a cooperação para o desenvol-vimento do Programa Cbers. O objetivo é implantar um sistema completo de sensoriamento re-moto de nível internacional, no qual satélites sejam respon-sáveis pelo monitoramento de

desmatamentos, da expansão urbana e da agropecuária.Para fortalecer o Programa Espa-cial Brasileiro, em 2013, haverá mais ações voltadas para a formação de pessoas na área aeroespacial, entre elas, enviar estudantes brasileiros, por meio do Programa Ciência sem Fron-teiras, para se especializarem em países já desenvolvidos na área espacial e trazer especia-listas desses países.

Acusação de assédio moral é investigada

O Itamaraty informou que investiga uma acu-sação de assédio moral contra o cônsul-geral do Brasil em Sydney, Américo Fontenelle. Um embaixa-dor foi enviado à Austrália para levantar informações sobre a denúncia feita pelo servidor terceirizado Luís Henrique Aroeira Neves, responsável pelo Departa-mento de Promoção Co-mercial do Consulado, que acusa Fontenelle de ofen-dê-lo repetidamente.

A denúncia foi feita em uma carta enviada ao minis-tro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e ao cor-regedor do ministério, De-nis Fontes de Souza Pinto. Neves, que foi contratado em Sydney, afirma que Fon-tenelle tem por hábito ofen-der e humilhar servidores,

não apenas a ele. Também o adjunto do embaixador, Cezar Cidade, teria a mes-ma postura. A Corregedoria decidiu, então, abrir uma investigação sobre os dois diplomatas. Como se trata de uma missão investiga-tória, Fontenelle não possui advogado no caso. A repor-tagem não conseguiu locali-zá-lo nesta sexta devido ao fuso horário. Se as infor-mações passadas por Ne-ves em carta puderem ser confirmadas pela chamada “missão investigatória”, a Corregedoria do Itamara-ty abrirá uma sindicância que pode levar até mesmo a expulsão de Fontenelle do quadro de servidores, apesar de isso nunca ter acontecido no ministério por conta de acusações de assédio moral.

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Itamaraty anunciou que enviou embaixador a Austrália

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No ano em que o acidente na Base de Alcântara completa dez anos, o país divulga o seu quarto programa espacial. O desafio é mandá-lo em 2021

Brasil quer lançar satélite com foguete nacional

PLANOSEnquanto o plano não for possível, o Brasil se prepara para colo-car em órbita mais um satélite de uma base chinesa, o Cbers-3. O lançamento estava programado para o ano passado, mas foi adiado

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B7MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 Mundo

Países emergentes têm redução de derivativosProteção contra calote em títulos de dívida, os credit swaps (CDS) caíram 39% no quarto trimestre de 2012

As operações com deri-vativos para proteção contra calote em títu-los de dívida, os credit

default swaps (CDS), de países emergentes tiveram redução de 39% no quarto trimestre de 2012 ante o mesmo perío-do do ano passado, para US$ 142 bilhões. No acumulado de 2012, o volume foi de US$ 809 bilhões, queda de 23%. O Bra-sil e empresas como Petrobras seguem como líderes nesse tipo de derivativo, de acordo com um estudo da EMTA (uma associa-ção de corretores e operadores dos mercados emergentes).

Os CDS do Brasil mantiveram no quarto trimestre o posto de mais negociados entre os emer-gentes e tiveram volume de US$ 24 bilhões, seguido por Turquia, com US$ 16 bilhões e Rússia (US$ 14 bilhões). No caso do volume do Brasil, especialistas destacam que os investidores estrangeiros são muito expos-tos a papéis soberanos brasilei-ros e a títulos corporativos, como Vale e Petrobras, empresas que sempre emitem no exterior. Por isso, recorrem ao CDS como uma forma de proteção (hed-ge) das operações O CDS de Petrobras, por exemplo, foi o segundo em volume entre as empresas de países emer-

gentes no quarto trimestre, com US$ 1 bilhão, perdendo apenas para a petroleira russa Gazprom (US$ 1,5 bilhão).

O responsável por bancos emergentes no ING Wholesale Banking, David Spegel, destaca no estudo da EMTA que a queda acentuada das operações com CDS no quarto trimestre reflete a maior volatilidade no mercado

financeiro mundial no último pe-ríodo do ano e também a saída desse mercado ou a redução de exposição de alguns grandes bancos e corretoras. Na compa-ração do quarto com o terceiro trimestre de 2012, houve queda de 33% nas operações com esses ativos.

O mercado de CDS vem apre-sentando nos últimos anos que-da de volume também como

reflexo da ação de governos, que têm lançando novas regras para disciplinar o mercado de derivativos, como reflexo da crise financeira mundial. Desde 2010, por exemplo, a União Eu-ropeia vem apertando o cerco a algumas operações com esses papeis, proibindo operações a descoberto usando o CDS.

Na contramãoArgentina e Venezuela estão

na contramão do mercado de CDS. Enquanto as operações caem mundo afora, a dos papéis dos dois países cresceu no quar-to trimestre, destaca o estudo da EMTA sem citar números. A razão, diz o documento, foi o aumento do risco político e incerteza nos dois mercados, que levaram os investidores estrangeiros a buscarem mais proteção para suas aplicações no mercado de derivativos.

Para fazer o levantamento, a EMTA avalia dados dispo-nibilizados por 12 grandes bancos/corretoras que atuam com ativos de países emer-gentes, como Bank of Ameri-can Merrill Lynch e Goldman Sachs. O estudo leva em conta 19 mercados emergentes e nove empresas, sobretudo as mais ativas no mercado internacional de dívida. O mercado de CDS vem apresentando, nos últimos anos, queda de volume como reflexo dos governos

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ESTUDOArgentina e Venezuela estão na contramão do mercado de CDS. Enquanto as operações caem mundo afora, a dos papéis dos dois países cresceu no qua-tro trimestre, segundo o estudo

Marcas próprias ganham espaçoAs marcas próprias têm ga-

nhado cada vez mais espaço nas gôndolas dos supermer-cados e o que antes era uma alternativa de preço tem se tornado também mais uma opção de produto frente a nomes consagrados. No en-tanto, a participação desses produtos nas vendas totais dos supermercados ainda é pequena se comparada à mé-dia mundial. Para este ano, a expectativa é de que estas marcas representem 5,9% do faturamento dos supermer-cados no Brasil, conforme projeção da Nielsen.

De acordo com a pesquisa, em 2012 as marcas próprias responderam por 4,9% das vendas totais do autosservi-ço, enquanto a média global é de 16%. Na Suíça, a parti-cipação do segmento chega a 45%, no Reino Unido, 42% e nos Estados Unidos e Ca-

nadá, 18%.Mas o crescimento das

vendas de itens de marcas próprias (ou private label) no Brasil esbarra em ques-tões culturais dos diver-sos elos da cadeia (varejo, indústria e consumidor), segundo profissionais ou-vidos pelo Broadcast. “Pode ser um avanço não muito grande no ano, mas o fatu-ramento do setor mais do que dobrou (alta de 114,6%) desde 2006, passando de R$ 1,341 bilhão para R$ 2,878 bilhões, o que é bem expressivo”, conta o diretor de atendimento do instituto Nielsen, Olegário Araújo.

Ponto de Venda Antonio Sá, diretor de mar-

cas próprias do Walmart Bra-sil, afirma que a participação de produtos sazonais como, por exemplo, Páscoa e Na-

tal, tem grande importância nas vendas desse segmen-to. No entanto, segundo o executivo, ainda é clara a preferência por itens básicos da alimentação (óleo, arroz, feijão), limpeza e higiene. Em 2012, as vendas de itens de marcas próprias do varejis-ta norte-americana registrou incremento superior a 10% em relação ao período an-terior. “Neste ano esperamos crescimento 20%, sendo que 5% devem partir de vendas sazonais”, afirma Sá.

O Walmart conta com 1.500 itens de marcas pró-prias (varejo e atacado) dis-tribuídos em 40 categorias, atualmente, mas os produtos com seu nome são oferecidos desde que desembarcou no Brasil, em 1995. “Estamos constantemente desenvol-vendo produtos exclusivos e com alta qualidade.

SUPERMERCADOS

Gôndolas têm cada vez mais produtos fabricados pelos supermercados, sendo boas opções

Onda de choque deixa 1,2 mil feridos, diz Rússia

A passagem de um me-teoro que cortou o céu na região oeste da Sibéria assustou os moradores da cidade de Tcheliabinsk.

A explosão causou uma onde de choque que esti-lhaçou vidraças e derru-bou muros na cidade dei-xando 1,2 mil feridos, dos quais cerca de 200 crian-ças, segundo informações do governo russo.

EscolasCalcula-se que o evento

tenha atingido uma área de 100 mil metros quadra-dos e danificado cerca de 3 mil prédios, entre eles muitas escolas.

Segundo especialistas, esse é o maior objeto a atingir a Terra em um sécu-lo. O último havia sido em 1908 no lago Tunguska, na

Sibéria. Um objeto de 100 m explodiu sobre a região e tombou árvores.

Estima-se que o corpo celeste visto sexta-feira na Rússia tivesse até 15 m de diâmetro e 7 mil to-neladas antes de se partir na atmosfera.

“Estava sentado traba-lhando e a janela estava levantada. Em segundos, foi como se a cidade intei-ra tivesse sido iluminada. Olhei para fora e vi uma grande mancha brilhante no céu que durou dois, três minutos e então os cachor-ros começaram a uivar”, disse um homem identifica-do como Artyom que falou à rádio Moscou FM.

Tcheliabinsk tem pouco mais de 1 milhão de habi-tantes e fica cerca de 1,5 mil km a leste de Moscou.

METEORO

Tcheliabinsk fica cerca de 1,5 mil quilômetros a leste de Moscou

Comércio entre África e Brasil

O comércio bilateral en-tre Brasil e África cresceu 85% em seis anos e atingiu US$ 26 bilhões em 2012. Já o comércio do continente sul-americano com os pa-íses africanos foi US$ 39 bilhões em 2011 e cresceu 75% entre 2006 e aquele ano, segundo dados mais recentes do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, subsecretária-geral de Política do Itamaraty, ainda há espaço para ampliar o in-tercâmbio comercial entre as duas regiões e esse será um dos temas discutidos na 3ª Cúpula América do Sul-África, que começa na quarta-feira (20) e vai até sexta (23) em Malabo, capi-tal da Guiné Equatorial.

“O crescimento do comér-cio reflete uma tendência da última década entre os paí-ses do Sul. Cresceu também [o comércio] com os países árabes e a Ásia, com desta-que para a China. O espaço para continuar crescendo é grande, pois a tendência é que o poder aquisitivo (dessas populações) se amplie. Deve aumentar a demanda por bens de con-sumo e bens de capital”, disse a embaixadora.

A Cúpula América do Sul-África, que reunirá 76 países – 64 africanos e 12 latino-americanos – tratará de parcerias econômicas em uma mesa redonda sobre infraestrutura, energia e transportes e em painéis sobre oportunidades de co-mércio e investimento e agricultura e inovação.

CRESCIMENTO

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 (92) 3090-1041

Porto do São Raimundo abandonado

Dia a dia C3

DIEGO JANATÃ

‘O Ronda no Bairro é um ato de coragem’, diz OmarUm ano depois do lançamento do programa, governador ressalta sua importância para a segurança pública com a ampliação para outros municípios

“O Ronda no Bairro é um ato de co-ragem”. É assim que o governa-

dor Omar Aziz (PSD) traduz o programa de segurança públi-ca que completou um ano este mês, um investimento de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. A primeira fase do Ronda no Bairro foi lançada no dia 16 de fevereiro do ano passado, na Zona Norte de Manaus. Na ocasião, o governador anun-ciou reajustes para as polícias Militar e Civil, explicando que a nova metodologia baseada no policiamento comunitário e na proteção do cidadão passa-ria a ser empregada a partir daquele momento.

“É uma nova forma de fazer segurança pública no Estado, com foco no cidadão, tornando a polícia mais proativa e pre-ventiva, a partir da intensifi ca-ção do patrulhamento nas ruas, além de consolidar a atuação integrada dos órgãos de se-gurança”, disse o governador naquela ocasião.

Um ano depois, Omar disse ao EM TEMPO que antes do Ronda no Bairro, o governo primeiro teve a preocupação de estruturar toda a base do sistema de segurança pública. O governador disse que o programa é uma das principais prioridades de seu projeto de governo.

“Considero a área de seguran-ça pública fundamental para o equilíbrio da sociedade e para o anseio de todos à liberdade de ir e vir sem sobressaltos. As famílias desse Estado me-recem essa tranquilidade. Digo isso porque esse é o Estado e a cidade que escolhi para viver com minha família e, se Deus quiser, fi car até os últimos dias morando nessa cidade de Manaus”, disse Aziz.

A estratégia de segurança que vem sendo aplicada há um ano deverá, num segundo momento, ser expandida para o interior do Estado a partir da Região Metropolitana de

Manaus, divide a cidade em 192 setores, distribuídos nas seis zonas geográfi cas – Norte, Sul, Centro-Sul, Leste, Oeste e Centro-Oeste. Em síntese, a divisão territorial permite a ocupação plena dos espaços com base no sistema de geor-referenciamento. Cada setor, ou área, abrange um raio médio de 1,5 quilômetro quadrado a no máximo 3 quilômetros qua-drados, o equivalente a sete quarteirões. Nesse quadrante, uma ronda fi xa com 18 poli-ciais, amparados por uma viatu-ra embarcada com tecnologia moderna e duas motocicletas, vai atuar no policiamento os-

tensivo 24 horas por dia. O planejamento das ações é feito de modo que a polícia passe a utilizar 99% do seu tempo na proteção do cidadão e apenas 1% na repressão qualifi cada.

O governador disse que o primeiro passo para consolidar o Ronda no Bairro foi dado quando o governo concluiu a im-plantação do programa nas seis zonas de Manaus. A segunda fase é trabalhar para expandi-lo para os municípios do interior. Omar advertiu que é preciso que a sociedade se convença de que não se faz segurança pública sem investimento e sem homens e mulheres atu-ando dentro do sistema. “Não estão desvinculados homens e mulheres que trabalham na segurança pública dos mais modernos equipamentos que um Estado ou um país podem ter para atuar no combate à criminalidade”, afi rmou.

EM TEMPO ― Um ano depois, como o senhor ava-liaria o Ronda no Bairro?

Omar Aziz ― Acredito que estamos vivendo um novo momento, deixando claro que com investimento é possível fazer mudanças. Agora é esperar que a gente possa reduzir a criminalida-de e que a polícia integrada possa servir a população, mas a população tem que fi scalizar e ser proativa. O importante para nós é evitar que o crime aconteça. Esta-mos lutando pela prevenção para que o cidadão possa ter tranquilidade ao saber que tem alguém cuidando da sua segurança.

EM TEMPO ― Quando o governo lançou o Ronda no Bairro, há um ano, tinha a dimensão de que esse investimento chega-ria a R$ 1 bilhão?

Omar Aziz ― É o que eu falei. Não faz se segurança pública sem investimento. Investimos R$ 1 bilhão e não vai parar por aí. Este ano vamos implantar o Ronda no Bairro em 12 municípios e vamos gastar imediata-mente R$ 100 milhões para que isso possa ser feito.

EM TEMPO ― O Ronda no Bairro mudou radical-mente a forma de pen-sar segurança pública, no Amazonas?

Omar Aziz ― Sim, a co-

meçar pela transformação, inclusive com novas instala-ções, do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), que foi ampliado e modernizado, e agora passa a funcionar como Centro de Comando e Controle.

EM TEMPO ― Isto sig-nifica dizer que além do investimento em equi-pamento e em profis-sionais, o programa também modernizou a filosofia de trabalho?

Omar Aziz ― Foi essa diferença de gestão que nós aplicamos na segu-rança pública. Passamos a usar novas tecnologias e iremos gastar agora R$ 8 milhões para modernizar ainda mais o Ciops e dotá-lo de mecanismos para que nós possamos fazer o que determina a Fifa em relação à segurança pública para a Copa 2014.

EM TEMPO ― O número de delegacias também foi ampliado?

Omar Aziz ― Tínhamos no município de Manaus 17 delegacias de polícia. Esta-mos construindo mais 13. Já entregamos algumas e vamos entregar as outras. Saímos de 17 Distritos In-tegrados de Polícia (DIPs) para 30, todos reformados e ampliados, trabalhando conjuntamente Polícia Civil de um lado e Polícia Militar

de outro.

EM TEMPO ― Esta in-tegração entre as polí-cias também tem sido fundamental para que o programa venha dando certo?

Omar Aziz ― É a inte-gração que nós queremos, que nós buscávamos para facilitar o trabalho das duas polícias e possa facilitar a vida das pessoas.

EM TEMPO ― Um dos problemas da segurança era a falta de viaturas. Isso foi resolvido?

Omar Aziz ― A falta de viatura sempre foi citada como um dos problemas de segurança. Agora, se uma delas quebrar, imediata-mente terá que ser substi-tuída para que não faça falta no trabalho de prevenção e repressão à criminalidade na cidade de Manaus. Isso foi um ganho importante para nossa sociedade.

EM TEMPO ― O pro-blema é que essas via-turas quebravam logo e tinham pouco tempo de vida útil.

Omar Aziz ― Nós tam-bém acabamos com isso. Era uma prática impressio-nante. O Estado não tinha estrutura de mecânicos para saber se o os equipamentos quebrados realmente pre-cisavam ser trocados… Ou

se era verdade que essas peças estariam quebradas. Se isso era verdade ou não. A gente vinha repetindo esse erro há anos, então, resolvemos mudar essa prá-tica, com nossos próprios profi ssionais fazendo esse serviço. Aparentemente, parece que o custeio vai aumentar, mas na realidade a atividade fi m será 10 vezes mais importante do que era antigamente e no final você vai ter uma economia tanto financeira para o Estado, como um ganho espeta-cular para a população.

EM TEMPO ― Quando o senhor deve começar a implantar o Sistema de Identificação Auto-matizado de Impressão Digital?

Omar Aziz ― Vamos começar a implantar ainda este ano, devendo terminar em 2014. A través desse pro-grama teremos a impressão digital de todas pessoas que vivem no Estado do Ama-zonas. Não existe política técnica capaz de identifi car uma digital se não tiver essa digital dentro do sistema para que a gente possa fazer as comparações. Estamos dotando a polícia de equi-pamentos, de inteligência e, principalmente, uma polícia científi ca que possa resolver os crimes num menor espa-ço de tempo para dar uma resposta à sociedade.

Estado vive novo momento na segurança

Em relação aos gastos com a segurança, o gover-nador disse que os anais da Assembleia Legislativa têm todos os orçamentos desde o início do trabalho legislativo do Estado do Amazonas. Para mensurar a importância que seu gover-no deu ao setor, basta fazer um comparativo em relação aos investimentos que os governos passados fi zeram na segurança pública.

“O nosso governo pode se orgulhar e dizer que saímos de pouco mais de

R$ 600 milhões de gastos em segurança pública para mais de R$ 1 bilhão por ano. Signifi ca um aumento de mais de 40% de inves-timento, quando o cresci-mento do nosso orçamen-to foi em torno de 15%”, comparou Omar. Para ele, foi a determinação e a vontade de corrigir os erros dentro da segurança que fi zeram com que seu go-verno realizasse “esse ato de coragem de fazer esse investimento da ordem de 1 bilhão de reais”.

Investimento 40% maior

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Omar Aziz durante o lançamento de uma das etapas do programa Ronda no Bairro, ano passado: expansão para o interior

ARQUIVO EM TEMPO/SHANA REIS

Agora é esperar que a gente possa reduzir a

criminalidade e que a polícia integrada possa servir a popu-lação, que tem que

fi scalizar e ser proativa

Omar Aziz, governador do Amazonas

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Presos sem antecedentesDados da Sejus revelam que, atualmente, 90% das pessoas que cumprem pena nas unidades prisionais do Amazonas enveredaram pela primeira vez no mundo do crime, enquanto o restante responde por outros atos criminosos

Ao contrário do que muitos podem pensar, hoje quase 90% das pessoas que cumprem

pena nas unidades prisionais do Amazonas não têm anteceden-tes criminais. Segundo dados da Secretaria de Estado de Jus-tiça e Direitos Humanos (Sejus) disponíveis no sistema e-Siga, do total de presos do Estado, que até dezembro eram 7,7 mil, somente 895 respondem por outros crimes.

De acordo com os dados da Sejus, mesmo representando pouco mais de 11,5% da popu-lação carcerária, o número de criminosos presos que possuem antecedentes criminais aumen-tou cerca de 28% em 2012, uma vez que em 2011 havia apenas 698 pessoas nessa situação.

Para o presidente do Grupo Permanente de Monitoramento Carcerário do Tribunal de Justi-ça do Amazonas (TJAM), desem-bargador Sabino da Silva Mar-ques, a diminuição da sensação de impunidade evita o costume de reincidir. “Muitas pessoas es-tavam desavisadamente mal-informadas. Aquelas levadas pela sensação de impunidade reduziram”, apontou.

O presidente disse que a rein-cidência é geralmente causada pela falta de chances que os ex-detentos enfrentam peran-te a sociedade. “Há a falta de oportunidade e assim alguns procuram o caminho mais cur-to, que é enganosamente o mais fácil, porém tem ocorri-do números extremamente in-significantes desse reincidir”, completou Sabino.

Sobre a população carcerária, o secretário executivo adjun-to da Sejus, coronel Bernardo Encarnação, diz que existem vários fatores que podem levar alguém a cometer o primeiro crime. “Essa é uma questão que pode ser explicada de diversas formas. A ilusão do dinheiro

fácil, a desestrutura familiar, além da falta de capacitação profissional, são fatores agra-vantes”, diz.

Segundo ele, a baixa escola-ridade acompanha o crime. “O perfil que contribui para a in-cidência criminal é a questão de escolaridade. Geralmente o preso tem apenas o ensi-no fundamental incompleto”, afirma. Porém, o secretário ressalta que a característica não é uma regra. “Muitas pessoas têm pouco nível es-colar, mas nem por isso são criminosos”, enfatiza.

De acordo com o Departa-mento do Sistema Peniten-ciário da Sejus, presos com antecedentes são aqueles que

foram detidos, encaminhados à cadeia e, após ter redução de pena ou benefício do regi-me semiaberto, voltam a ter liberdade e a cometer um novo crime. É um conceito diferente de reincidência, quando o pre-so, após ser julgado e cumprir pena, ganha liberdade e volta a cometer crimes.

Jovens e crimesConquistar mulheres, ter po-

der na comunidade e utilizar ar-mas. De acordo com a socióloga Sílvia Ramos, o maior fator de atração dos jovens para o crime é o reconhecimento social.

De acordo com a especia-lista, mitos sobre as razões do envolvimento de rapazes com traficantes estão caindo. Roubar para comprar um tênis

porque a família é desestrutu-rada ou para compensar sua pobreza não são os principais motivos apontados.

“Por que entram para um negócio tão ruim, que maltrata tanto, é tão perigoso? Porque ainda há um apelo simbólico. As meninas reconhecem os ban-didos, têm essa questão da sexualidade”, diz Sílvia Ramos.

Outro fator importante para atrair as pessoas à ilegalida-de, de acordo com a sociólo-ga, é a proximidade com os bandidos que controlam os locais onde eles crescem. “Ge-ralmente as crianças têm con-tato direto com os bandidos e traficantes nas comunidades mais próximas. Isso acarreta em um modelo, que acaba sendo seguido e às vezes até idolatrado”, explica.

SuperpopulaçãoA população carcerária do

Amazonas passou de 6,4 mil presos em 2011 para 7,7 mil em 2012, sendo registrado um aumento de quase 21% no número de presidiários no Estado. Dados da Sejus indi-cam que o sistema carcerário amazonense tem hoje um dé-ficit de 4,8 mil vagas.

“São fatores diversos. A questão que permanece é essa falta de estrutura familiar”, disse Sabino Marques sobre o aumento do número de pre-sos no Estado. O programa Ronda no Bairro também foi apontado por ele como um dos contribuintes. “É um trabalho que veio em boa hora e que merece elogios”, completou.

Apesar de aprovar o progra-ma, o magistrado disse que em alguns casos ocorre a super-valorização de pequenos cri-mes. “Em crimes de pequenas proporções, o policial deve ser mais sensível, não se deve fazer vista grossa, mas está ocorren-do o prender por prender e isso causa o inchaço. É preciso que haja um filtro, um equilíbrio”, concluiu o presidente.

MOTIVOSSegundo o presidente do Grupo de Monito-ramento Carcerário do Tribunal de Justiça do Amazonas, Sabino da Silva Marques, a di-minuição da sensação de impunidade evita o costume de reincidir

Desembargador Sabino da Silva Marques, do TJAM: “É preciso que haja um filtro, um equilíbrio”

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

MÁRIO OLIVEIRA/TJAM

DIVULGAÇÃO

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Porto do São Raimundo à espera da ‘ressurreição’Boxes desativados servem de abrigo para moradores de rua e usuários de drogas. SNPH anuncia licitação para novos serviços

Na margem do porto, o mato cresce rapidamente, sobretudo na época atual de chuvas no Estado

FOTOS: DIEGO JANATÃ

O cenário de abando-no e depredação é visível para quem utiliza ou visita o

Terminal Hidroviário de São Raimundo, localizado na rua Sagrado Coração de Jesus, 176, naquele bairro. As obras de revitalização do complexo custaram R$ 22 milhões, dis-ponibilizados por meio de con-vênio entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Secreta-ria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), e faz parte do proje-to de modernização de pontos estratégicos de Manaus para a Copa do Mundo de 2014.

Inaugurado no dia 15 de março de 2010, hoje nem de longe o local tem as atividades esperadas. A administração do porto previa trânsito para cer-ca de 3,5 mil veículos por dia, além de serviços de vendas de bilhetagem controlada e uma passarela de 120 metros com 14 quiosques para vendas de

comidas e bebidas. A reali-dade é outra: após quase 3 anos da entrega, quase todos os elementos que compõem a estrutura encontram-se em estado de abandono e tomados pelo mato abundante.

Com a inauguração da ponte Rio Negro, em 24 de outubro

de 2011, a principal proposta de serviço do terminal acabou virando um “tiro no pé’’, já que ideia inicial de embarque e desembarque de turistas por meio das balsas acabou sendo substituída pela comodidade da travessia rápida de veículos via

ponte, principalmente para os pontos de destinos mais procu-rados pela população, no caso Cacau-Pirêra e a sede do mu-nicípio de Iranduba.

Outro agravante é a falta de segurança no local. A equipe do EM TEMPO constatou que a guarita erguida para fazer o monitoramento de entrada e saída de veículos estava vazia e com a cancela levantada para livre acesso, sem nenhum controle aparente.

De acordo com o vendedor ambulante Amâncio Silva, 52, diversos boxes estão desati-vados há algum tempo, e ele tem receio de comercializar próximo ao local. “Já tive co-mércio aqui próximo, já vi de tudo nesse porto, inclusive quando ainda não era desse jeito. Hoje eu vendo água, refrigerante e cerveja em um carro que levo para todos os locais, e quando comerciali-zo aqui sempre vejo muitos ‘cheira colas’ e gente dor-mindo nesses boxes, fora os ‘galerosos’ que aparecem de vez em quando”, falou.

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

CUSTOSAs obras de revitaliza-ção do complexo cus-taram R$ 22 milhões, disponibilizados por meio de convênio entre Dnit e Seinfra, como projeto de moderniza-ção da capital para a Copa de 2014

A reportagem conversou com a assessoria da Su-perintendência Estadual de Navegação, Portos e Hi-drovias (SNPH) e foi infor-mada que o terminal está passando por uma fase de readequação do espaço, em vista que o mesmo está em processo licitatório para adesão de novos serviços.

Ainda de acordo com a assessoria do órgão, atual-

mente seis balsas fazem o transporte de mercadorias para Novo Airão e Barce-los, e dos 14 boxes apenas três estão funcionando, pois muitos dos comerciantes que pretendiam utilizar o espaço não possuíam os critérios le-gais para uso do local, e os comerciantes que permane-ceram consideraram baixo o retorno financeiro.

Segundo o órgão, a imen-

sa quantidade de mato que atinge o local é proveniente do período chuvoso, que cau-sa seu crescimento rápido, mas é o tipo de situação que pode ser sanada a qualquer instante pela administração. Quanto à segurança do local, a reportagem foi informada que dois vigilantes fazem a ronda nos turnos da manhã, tarde e noite, mesmo não ha-vendo expediente noturno.

‘Fase de readequação do espaço’Apenas três dos 14 quiosques construídos no porto funcionam, ainda de forma precária

Boxes do local estão fechados e foram até mesmo alvo da ação de vândalos, apesar da segurança

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 C5

Dom Luiz Soares Vieira: o religioso e o homemPrestes a ser sucedido no cargo de arcebispo de Manaus, ele faz uma retrospectiva de sua vida e revela que em 2 anos pretende voltar a seguir o caminho da fé

“A minha vida intei-ra sempre quis ser padre!”. A convicção sobre

esse desejo resultou em 21 anos de serviços voltados à capital amazonense do ar-cebispo emérito de Manaus, dom Luiz Soares Vieira, que hoje, às 10h, no Centro de Convenções do Studio 5, se despede da comunidade. Como seu saudoso cumpri-mento, um sorriso e palavras sábias repletas de saudades, mas o clérigo garante que, em menos de 2 ano, pretende retornar para continuar a sua caminhada como padre.

No dia 2 de maio de 1937, em Conchas (SP), nascia Luiz Soares Vieira, filho caçula do funcionário público Luiz Car-los Vieira e da professora Judi-th Soares Vieira, menino cuja vocação marcaria a história da diocese de Manaus. Por causa da transferência a ser-viço de seus pais, Luiz e seus dois irmãos foram morar em Itatinga (SP). O pai e a mãe, sempre fiéis, levavam os filhos a participarem das missas di-árias, mas não imaginavam que esse ato colaboraria na vocação do filho.

“Quando tinha 5 anos, junto com um dos meus irmãos, começamos a ajudar na litur-gia no serviço do altar como coroinhas, e naquele tempo o nosso pároco, espanhol, já idoso se tornou um exemplo pela sua humildade. Lembro que quando ele morreu, suas coisas couberam em uma ma-letinha. A família até pediu uma túnica para guardar de recordação, mas a única que tinha foi enterrada junto com ele. Após isso, passaram pela nossa comunidade dois pa-dres que logo depois se orde-naram bispos, e pelo exemplo dessas vidas, desde novo já havia decidido que queria ser padre”, relembrou.

Dom Luiz, até os 10 anos, conseguiu concluir o ensino primário no Grupo Escolar de Itatinga, após optar pela vocação foi mandado para Botucatu (SP), ao Seminá-rio Diocesano, onde estudou o ensino médio, ginásio e clássico. “Tenho muita sau-dade dessa época, pois tive ótimos educadores, que tam-bém eram padres. Com o meu estudo no clássico, aprendi as línguas antigas, o grego e o latim, após concluir tudo fui em busca de fazer a faculdade de filosofia”, contou.

O Seminário Central do Ipiranga (SP) acolheu o bis-po durante seus 3 anos de faculdade em filosofia. “Por

ter começado muito novo os estudos, o arcebispo encami-nhou uma carta para Roma, pois já havia concluído a primeira faculdade e preci-sava estudar teologia. Lá em Roma havia um colégio para seminarista brasileiro, que atualmente é para padres, e lá eu estudei meus 4 anos de teologia. Na metade do ano letivo, nós nos ordenávamos padres, mas a idade canôni-ca era 24 anos e eu tinha ape-nas 22 anos, e necessitava de uma licença do papa daquela época, João 23, e consegui conversar com um cardeal que havia estado um tempo no Brasil e ele então falou com o papa, que autorizou a minha liberação”, disse.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Passaram pela nossa comunidade

dois padres (...). Pelo exemplo de suas vidas, desde novo decidi querer ser

padre

Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus

Com a conclusão da facul-dade de teologia na Ponti-fícia Universidade Gregoria-na em Roma, o padre Luiz Soares Vieira se ordenou no dia 21 de janeiro de 1960. Ele retornou ao seminário para colaborar com o estu-do de muitos seminaristas, ficando assim por 2 anos, após isso recebeu a sua primeira paróquia.

“Foi no Estado de São Paulo que eu iniciei com o meu trabalho de padre. Fi-quei durante 8 anos no local, mas fui encaminhado para o Paraná, em uma paróquia rural, bem pequena. Fiquei lá mais de 8 anos, quando resolvi pedir do bispo 1 ano sabático. Passou em minha cabeça ir para a Região Nordeste para trabalhar, mas vi que não era o que queria, e resolvi realizar uma viagem pelo mundo inteiro, passei por EUA, China, Ja-pão, Indonésia, Malásia e fui terminar na Austrália, Nova Zelândia, Ilha de Páscoa e Chile”, relembra.

Quando retornou ao Bra-

sil, Luiz Vieira foi transferido para a paróquia da periferia de Apucarana (SP), pois o pároco local estava em cri-se, e por isso o padre Luiz ficou no local por 1 ano, e acolheu outra paróquia rural. Por necessidade, o bispo o transferiu para o

seminário de filosofia e para as faculdades que a diocese tinha. Além de dirigir as faculdades, ficou responsá-vel pela administração da arquidiocese de Apucarana em 1983. Com tantos cri-térios, em junho de 1984 o padre foi nomeado bispo de

Macapá (AP). “Vim conhecer a região amazônica neste período. Cheguei dois dias antes da minha posse. Fui a Belém, de lá me encaminhei para a capital do Amapá, onde tomei posse”, disse.

Por motivo da transfe-rência do então bispo da Arquidiocese de Manaus em novembro de 1991, dom Luiz Soares Vieira foi nomea-do pelo papa João Paulo 2º como bispo da capital amazonense. “Em janeiro de 1992 tomei posse. Já se passaram 21 anos e um mês, sou um administrador apostólico e fico neste cargo até o dia 23 de fevereiro, quando toma posse o novo arcebispo”, explicou dom Luiz.

No dia 4 de março dom Luiz irá para Apucarana (SP) colaborar com suas orien-tações a uma pároco da catedral, mas o próximo ano é de pretensão de retorno para Manaus. “No que o bispo precisar, estarei junto, disposto a colaborar para qualquer paróquia”, disse.

Colaboração sempre permanente

HISTÓRIADevido à transferência do bispo da Arquidio-cese de Manaus, em novembro de 1991, dom Luiz foi nomeado pelo papa João Paulo 2º como bispo da capital amazonense, tomando posse no início de 1992

Com a lei canônica da Igreja, ao completar 75 anos de idade os bispos precisam reescrever uma carta ao papa e colocar a diocese à disposição. O ato não foi diferente com dom Luiz. O bispo ainda garantiu que o processo foi tranquilo, pois aguarda uma vida nova.

“Tento cumprir com to-dos os processos a mim instituídos, pois sou muito adepto ao cotidiano e sem-pre cumpro com as normas da Igreja. Se é necessário realizar a entrega aos 75 anos, fiz a carta e deixei à disposição da Diocese de Manaus para uma nova administração, e tenha cer-teza de que um ótimo traba-lho continuará”, informou.

Para dom Luiz, o processo de evangelização deve ser gradativo. “Não devemos nos preocupar com núme-ros, e sim com a qualida-de e a missionariedade da Igreja, que ajuda o mundo a se encontrar com Deus em Jesus Cristo”, explicou.

Momentos marcantesPentecostes, festa da

padroeira do Amazonas Nossa Senhora Imacula-da da Conceição e Corpus Christi são os momentos que marcaram - e mar-cam até hoje - a vida de dom Luiz. “É o momento que mais presencio onde o povo é feliz por ser ca-tólico”, disse.

A morte de dom Jacson Rodrigues, que foi bispo auxiliar de dom Luiz, em 16 de março de 1998, foi um dos momentos que também marcaram a vida do arcebispo. Dom Jacson, seis meses depois da sua ordenação, estava em ser-viço no interior e retornou à capital muito doente, com um tumor maligno na cabeça. Ele morreu uma semana depois do primei-ro aniversário biscopal.

“Quem vive muito, vê muitas pessoas morrerem, mas como temos a espe-rança na vida eterna, elas não desaparecem, estão vivas em Deus”, afirmou.

Da diocese para uma vida nova

Por seus pais serem muito abertos com a vocação de cada um dos três filhos, sempre apoiaram a decisão de dom Luiz e seus dois irmãos. O irmão mais velho do bispo se tor-nou militar do Exército e hoje é aposentado aos 86 anos e mora em Florianópolis (SC) com dois filhos e netos. O outro irmão escolheu ser professor, atual-mente tem 78 anos e mora em Botucatu (SP), com filho casado e neto. A mãe de dom Luiz morreu aos 67 anos, quando ele era padre, e seu pai, aos 88 anos, quando era bispo. “Mesmo sendo o único que escolheu a voca-ção de ser padre, sou feliz por minha família continuar sendo muito religiosa”, finalizou.

Relação perfeita com a família

Dom Luiz nasceu no interior paulista e passou a liderar a comunidade católica local em 1992Dom Luiz Soares Vieira, prestes a sair da diocese, afirma que vai manter ligação com a igreja

C04 E 05 - DIA A DIA.indd 4-5 15/2/2013 22:35:30

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013 C5

Dom Luiz Soares Vieira: o religioso e o homemPrestes a ser sucedido no cargo de arcebispo de Manaus, ele faz uma retrospectiva de sua vida e revela que em 2 anos pretende voltar a seguir o caminho da fé

“A minha vida intei-ra sempre quis ser padre!”. A convicção sobre

esse desejo resultou em 21 anos de serviços voltados à capital amazonense do ar-cebispo emérito de Manaus, dom Luiz Soares Vieira, que hoje, às 10h, no Centro de Convenções do Studio 5, se despede da comunidade. Como seu saudoso cumpri-mento, um sorriso e palavras sábias repletas de saudades, mas o clérigo garante que, em menos de 2 ano, pretende retornar para continuar a sua caminhada como padre.

No dia 2 de maio de 1937, em Conchas (SP), nascia Luiz Soares Vieira, filho caçula do funcionário público Luiz Car-los Vieira e da professora Judi-th Soares Vieira, menino cuja vocação marcaria a história da diocese de Manaus. Por causa da transferência a ser-viço de seus pais, Luiz e seus dois irmãos foram morar em Itatinga (SP). O pai e a mãe, sempre fiéis, levavam os filhos a participarem das missas di-árias, mas não imaginavam que esse ato colaboraria na vocação do filho.

“Quando tinha 5 anos, junto com um dos meus irmãos, começamos a ajudar na litur-gia no serviço do altar como coroinhas, e naquele tempo o nosso pároco, espanhol, já idoso se tornou um exemplo pela sua humildade. Lembro que quando ele morreu, suas coisas couberam em uma ma-letinha. A família até pediu uma túnica para guardar de recordação, mas a única que tinha foi enterrada junto com ele. Após isso, passaram pela nossa comunidade dois pa-dres que logo depois se orde-naram bispos, e pelo exemplo dessas vidas, desde novo já havia decidido que queria ser padre”, relembrou.

Dom Luiz, até os 10 anos, conseguiu concluir o ensino primário no Grupo Escolar de Itatinga, após optar pela vocação foi mandado para Botucatu (SP), ao Seminá-rio Diocesano, onde estudou o ensino médio, ginásio e clássico. “Tenho muita sau-dade dessa época, pois tive ótimos educadores, que tam-bém eram padres. Com o meu estudo no clássico, aprendi as línguas antigas, o grego e o latim, após concluir tudo fui em busca de fazer a faculdade de filosofia”, contou.

O Seminário Central do Ipiranga (SP) acolheu o bis-po durante seus 3 anos de faculdade em filosofia. “Por

ter começado muito novo os estudos, o arcebispo encami-nhou uma carta para Roma, pois já havia concluído a primeira faculdade e preci-sava estudar teologia. Lá em Roma havia um colégio para seminarista brasileiro, que atualmente é para padres, e lá eu estudei meus 4 anos de teologia. Na metade do ano letivo, nós nos ordenávamos padres, mas a idade canôni-ca era 24 anos e eu tinha ape-nas 22 anos, e necessitava de uma licença do papa daquela época, João 23, e consegui conversar com um cardeal que havia estado um tempo no Brasil e ele então falou com o papa, que autorizou a minha liberação”, disse.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Passaram pela nossa comunidade

dois padres (...). Pelo exemplo de suas vidas, desde novo decidi querer ser

padre

Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus

Com a conclusão da facul-dade de teologia na Ponti-fícia Universidade Gregoria-na em Roma, o padre Luiz Soares Vieira se ordenou no dia 21 de janeiro de 1960. Ele retornou ao seminário para colaborar com o estu-do de muitos seminaristas, ficando assim por 2 anos, após isso recebeu a sua primeira paróquia.

“Foi no Estado de São Paulo que eu iniciei com o meu trabalho de padre. Fi-quei durante 8 anos no local, mas fui encaminhado para o Paraná, em uma paróquia rural, bem pequena. Fiquei lá mais de 8 anos, quando resolvi pedir do bispo 1 ano sabático. Passou em minha cabeça ir para a Região Nordeste para trabalhar, mas vi que não era o que queria, e resolvi realizar uma viagem pelo mundo inteiro, passei por EUA, China, Ja-pão, Indonésia, Malásia e fui terminar na Austrália, Nova Zelândia, Ilha de Páscoa e Chile”, relembra.

Quando retornou ao Bra-

sil, Luiz Vieira foi transferido para a paróquia da periferia de Apucarana (SP), pois o pároco local estava em cri-se, e por isso o padre Luiz ficou no local por 1 ano, e acolheu outra paróquia rural. Por necessidade, o bispo o transferiu para o

seminário de filosofia e para as faculdades que a diocese tinha. Além de dirigir as faculdades, ficou responsá-vel pela administração da arquidiocese de Apucarana em 1983. Com tantos cri-térios, em junho de 1984 o padre foi nomeado bispo de

Macapá (AP). “Vim conhecer a região amazônica neste período. Cheguei dois dias antes da minha posse. Fui a Belém, de lá me encaminhei para a capital do Amapá, onde tomei posse”, disse.

Por motivo da transfe-rência do então bispo da Arquidiocese de Manaus em novembro de 1991, dom Luiz Soares Vieira foi nomea-do pelo papa João Paulo 2º como bispo da capital amazonense. “Em janeiro de 1992 tomei posse. Já se passaram 21 anos e um mês, sou um administrador apostólico e fico neste cargo até o dia 23 de fevereiro, quando toma posse o novo arcebispo”, explicou dom Luiz.

No dia 4 de março dom Luiz irá para Apucarana (SP) colaborar com suas orien-tações a uma pároco da catedral, mas o próximo ano é de pretensão de retorno para Manaus. “No que o bispo precisar, estarei junto, disposto a colaborar para qualquer paróquia”, disse.

Colaboração sempre permanente

HISTÓRIADevido à transferência do bispo da Arquidio-cese de Manaus, em novembro de 1991, dom Luiz foi nomeado pelo papa João Paulo 2º como bispo da capital amazonense, tomando posse no início de 1992

Com a lei canônica da Igreja, ao completar 75 anos de idade os bispos precisam reescrever uma carta ao papa e colocar a diocese à disposição. O ato não foi diferente com dom Luiz. O bispo ainda garantiu que o processo foi tranquilo, pois aguarda uma vida nova.

“Tento cumprir com to-dos os processos a mim instituídos, pois sou muito adepto ao cotidiano e sem-pre cumpro com as normas da Igreja. Se é necessário realizar a entrega aos 75 anos, fiz a carta e deixei à disposição da Diocese de Manaus para uma nova administração, e tenha cer-teza de que um ótimo traba-lho continuará”, informou.

Para dom Luiz, o processo de evangelização deve ser gradativo. “Não devemos nos preocupar com núme-ros, e sim com a qualida-de e a missionariedade da Igreja, que ajuda o mundo a se encontrar com Deus em Jesus Cristo”, explicou.

Momentos marcantesPentecostes, festa da

padroeira do Amazonas Nossa Senhora Imacula-da da Conceição e Corpus Christi são os momentos que marcaram - e mar-cam até hoje - a vida de dom Luiz. “É o momento que mais presencio onde o povo é feliz por ser ca-tólico”, disse.

A morte de dom Jacson Rodrigues, que foi bispo auxiliar de dom Luiz, em 16 de março de 1998, foi um dos momentos que também marcaram a vida do arcebispo. Dom Jacson, seis meses depois da sua ordenação, estava em ser-viço no interior e retornou à capital muito doente, com um tumor maligno na cabeça. Ele morreu uma semana depois do primei-ro aniversário biscopal.

“Quem vive muito, vê muitas pessoas morrerem, mas como temos a espe-rança na vida eterna, elas não desaparecem, estão vivas em Deus”, afirmou.

Da diocese para uma vida nova

Por seus pais serem muito abertos com a vocação de cada um dos três filhos, sempre apoiaram a decisão de dom Luiz e seus dois irmãos. O irmão mais velho do bispo se tor-nou militar do Exército e hoje é aposentado aos 86 anos e mora em Florianópolis (SC) com dois filhos e netos. O outro irmão escolheu ser professor, atual-mente tem 78 anos e mora em Botucatu (SP), com filho casado e neto. A mãe de dom Luiz morreu aos 67 anos, quando ele era padre, e seu pai, aos 88 anos, quando era bispo. “Mesmo sendo o único que escolheu a voca-ção de ser padre, sou feliz por minha família continuar sendo muito religiosa”, finalizou.

Relação perfeita com a família

Dom Luiz nasceu no interior paulista e passou a liderar a comunidade católica local em 1992Dom Luiz Soares Vieira, prestes a sair da diocese, afirma que vai manter ligação com a igreja

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

A vida recomeça aos 40 anos, ensina ‘seu’ CarlosDesempregado na meia idade, professor de matemática e sua família mostram que recuar não faz parte de suas rotinas

Desempregado aos 40 anos de idade com mulher e duas filhas pequenas para sus-

tentar. O enredo que tinha tudo para terminar em tragédia, teve final feliz. Com apoio da mulher e das filhas, ele driblou as adversidades, voltou para a sala de aula, tornou-se bacharel em matemática, foi aprovado em dois concursos públicos e hoje, aos 54 anos, o professor da rede estadual de ensino não deixou de sonhar.

Com efeito, os dramaturgos gregos invejariam os dramas brasileiros. Depois de 20 anos de trabalho dedicados a uma fábrica no Distrito Industrial de Manaus, Carlos Francisco Alves Pereira viu-se desempregado e com família para sustentar. Aos 40 anos, idade em que todo mundo pensa em desacelerar e curtir mais a vida, a necessida-de repentina o obrigou a mudar completamente e buscar nova fonte de renda. Em busca de estabilidade - e desempregado há 4 anos - ele resolveu investir na formação para quem sabe,

no futuro, disputar uma vaga no funcionalismo público. Foi quando, após a liberação de um empréstimo e do apoio da família, Carlos voltou à sala de aula. “Tenho comigo um oti-mismo muito grande de achar que podemos conseguir. E Deus realmente tem nos proporcio-

nado isso. Fui fazer curso de matemática, tinha atração pela área. Como passei muito tem-po fora da sala de aula, havia esquecido quase tudo. Também foi muito difícil encarar, porque ainda estava desempregado. Tinha tudo para começar e desistir logo, mas eu não sei

desistir”, revela.Embora o início tenha sido

difícil, a esposa Vilma Brito Pereira, 49, lembra que a mu-dança repentina na vida da família já era esperada. “Ele é uma pessoa muito determina-da e sempre busca algo novo. Para a gente não foi surpresa, porque ele sempre quis fazer a faculdade de matemática e exercer a função. Na época as nossas filhas estudavam em escola particular e tinha que conciliar a faculdade dele com o estudo delas. Mas superamos tudo isso”, afirma.

Durante o segundo período da faculdade, Carlos resolveu arriscar um concurso para a vaga de vigia e foi aprovado. Mesmo com a estabilidade alcançada, Carlos levou os estudos até o fim. “Prossegui com o curso. Nossa sala tinha 36 alunos muito bons, e eu me considerava bem fraco, por ter passado muito tempo longe dos estudos. Durante o curso, os melhores foram saindo e restaram oito alunos. Eu terminei com a segunda melhor média da sala, fui re-presentante e escolhido como orador da turma”, lembra.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Além do incentivo da espo-sa, Carlos Francisco resolveu levar o curso adiante por con-ta das filhas. “A dona Vilma deu apoio para tudo. Toda essa caminhada foi sempre em direção ao fortalecimen-to da família, que está em primeiro lugar. Queria mi-nhas que filhas se tornassem forte no conhecimento para que decidissem o melhor para a vida delas e, com isso, acabei me fortalecendo. Foi um sonho muito bonito que se tornou realidade. Na vida tudo tem a cor que costuma-mos pintar”, considera.

Terminado o curso, o ba-charel arriscou outro concur-so, dessa vez voltado para a nova área de atuação, e foi aprovado. Mais de 1 ano depois da nomeação, Carlos foi chamado para assumir o cargo e há duas semanas iniciou as atividades. “Essas duas semanas têm sido um desafio, mas já tenho percebi-

do os frutos aos poucos. Digo para eles que é importante estudar, saber a tabuada, e falo que já armo conta para o meu filho de 6 anos fazer, o Nicolas Gabriel. Mas eles não acreditam e pedem para eu

não exagerar”, brinca.Na sala da nova casa, para

onde acabou de se mudar, ele mostra com carinho o quadro feito com foto das duas filhas, da esposa e dele. Vinte e oito anos de história

em que as filhas foram o incentivo e a mulher a ver-dadeira inspiração.

Hoje as meninas seguem o exemplo do pai com apoio da mãe e colecionam apro-vações em concursos. A mais velha, Carla Vanessa Perei-ra de Santoris, 28, formada em letras, passou em dois concursos e hoje é policial civil. A mais nova, Carine Brito Pereira, 25, assistente social, já passou em dois e não abandona os livros, já planejando o próximo. “É impossível sair da linha, aca-bei sendo influenciada, como minha irmã deve ter sido, por ele também. Porque pude ver que quem estuda para con-curso acaba conseguindo passar. Tem que perseverar. Minha mãe também teve um papel fundamental. Ela nos deu suporte muito importan-te no nosso dia a dia. São coisas que nos dão forças pra continuar”, reconhece.

Família em primeiro lugar

Foi muito difícil encarar (os estudos), porque ainda esta-va desempregado. Tinha tudo para

desistir logo, mas eu não sei desistir

Carlos Francisco Pereira,professor de matemática

CHANCETerminado o curso de matemática, Carlos arriscou um concurso e foi aprovado. Mais de 1 ano depois da nomeação, foi cha-mado para assumir o cargo na rede estadu-al de ensino

HUDSON FONSECA

Carlos Francisco Alves Pereira junto ao painel em que coloca os momentos importantes da vida de sua família: perda de emprego na meia idade não afetou a vontade de lutar por oportunidades

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Projeto estimula família a resgatar seus pacientesIniciado em outubro de 2012 em São Paulo pelo Conselho Nacional de Justiça, trabalho é voltado para doentes psiquiátricos

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está executando projeto para que o doente

psiquiátrico receba documen-tação civil que lhe assegure o direito aos benefícios sociais e previdenciários e com isso ser resgatado pela família para esvaziar os leitos hospitalares. O projeto Resgate da Cida-dania de Pessoas Internadas em Hospitais Psiquiátricos foi iniciado em outubro do ano passado no Hospital Vera Cruz, em Sorocaba (SP).

Do total de 405 internados, 252 não recebem os bene-fícios a que têm direito e 131 não possuem sequer do-cumento civil. O censo reve-lou também que 15 pacientes estão internados há mais de 30 anos, outros 90 estão lá há mais de 10 anos, e 286 há mais de 5 anos. “Não imagi-návamos que encontraríamos tanto abandono”, afirmou o conselheiro Silvio Rocha, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que participou do censo como membro da Comissão Permanente de Acesso à Jus-tiça. Em entrevista à Agência CNJ, Silvio Rocha falou sobre esse trabalho.

Por que o CNJ abraçou a causa dos pacientes psiqui-átricos?

O projeto de Resgate da Cidadania de Pessoas Interna-das em Hospitais Psiquiátricos nasceu com a intenção de promover a obtenção da docu-mentação civil dos internados e a obtenção de benefícios sociais e previdenciários a que tiverem direito, com o objetivo de que estas intervenções sir-vam de mais um instrumento para a desinstitucionalização das pessoas internadas em hospitais psiquiátricos, e a consequente inserção delas ao meio social, em conso-nância com a Política Anti-manicomial, estipulada pela lei 10.216/2001.

Qual foi a situação en-contrada no Hospital Vera Cruz?

Escolhemos o Vera Cruz após a denúncias de maus-tratos às pessoas ali interna-das. Face a essas denúncias, o hospital foi alvo de inves-tigações do Ministério Públi-co e sofreu intervenção pelo Ministério da Saúde. Devido à gravidade das afrontas à dignidade ocorridas no Hos-pital Vera Cruz e devido ao elevado número de pacientes e hospitais psiquiátricos na região de Sorocaba, o Mi-nistério Público do Estado de São Paulo promoveu um Termo de Ajustamento que envolveu as secretarias mu-nicipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, Secretaria de Direi-tos Humanos da Presidência da República e vários outros órgãos e instituições. Ainda, pela gravidade das denúncias contra o Hospital Vera Cruz, promovemos, em parceria com vários órgãos e institui-ções, o censo junto às pes-soas internadas na referida instituição. O levantamento revelou que lá há 405 pesso-as internadas, a maioria há mais de 5 anos. Ao todo, 286 pessoas vivem no hospital há mais de 5 anos. Há 90 pessoas internadas há mais de 10 anos e 15 pacientes vivendo ali há mais de 30 anos.

Desses pacientes inter-nados, quantos cumprem medidas de segurança?

O censo revelou que dos 405 internos, 13 cumprem medidas de segurança. As fichas dessas pessoas serão encaminhadas para o Departamento de Mo-nitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ para que a validade dessas in-ternações seja analisada. Mui-ta gente já poderia ter saído desse regime de internação há muito tempo, mas conti-nuaram por várias razões. A situação mais comum desse abandono está na falta de

uma rede de assistência social e de saúde que acompanhe essas internações, essas pes-soas. No levantamento, per-cebemos que muitos ali não possuem sequer documentos civis, como documento de identidade, CPF ou certidão de nascimento. Existem 131 pessoas nessas condições.

Como a emissão desses documentos contribui dire-tamente nessa questão?

O fornecimento de docu-mentos a esses pacientes é fundamental. Sem esses do-cumentos essas pessoas não conseguem qualquer benefí-cio social ou previdenciário, ou seja, ficam desassistidas. Ao obter benefícios, essa pes-soa passa a ter uma capaci-dade contributiva em casa. É um apoio financeiro que serve de estímulo para que essas famílias acolham esse membro e restabeleçam seus laços. Esse é um dado real. Só no Vera Cruz existem 252 pacientes que não recebem quaisquer benefícios previ-denciários ou sociais.

Como vai ocorrer esse le-vantamento e impressão de documentos?

Esse é um trabalho que conta com diversos órgãos e enti-dades; INSS; Associação de Notários e Registradores do Brasil; Ministério do Desen-volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde; Conselho Nacional do Ministé-rio Público; Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, entre outras entida-des e órgãos governamentais. A expectativa é que fixemos uma metodologia para ser disponibilizada para os de-mais Estados. Estamos crian-do esse ‘como fazer’ agora e isso será exportado para os próximos mutirões. É muito interessante perceber como as demandas foram surgindo. Foi com o contato e o pensar em como resolver determi-

nados problemas que outras questões foram aparecendo. Por exemplo, percebemos que há muitos entraves, muita bu-rocracia, para permitir que se faça o registro tardio de um adulto. Neste aspecto a Cor-regedoria Nacional de Justiça, com a colaboração de vários órgãos e entidades (Associa-ções de Registradores, Con-selho Nacional do Ministério Público, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Procuradoria Fe-deral de Direitos do Cidadão e INSS) editou o provimento que dispõe sobre o registro tardio de nascimento. Esse provimento contribuirá para eliminar dúvidas que se apre-sentam quando da solicitação do registro e contribuirá para maior celeridade na obtenção do registro.

Já há previsão para o pró-ximo mutirão?

Sim, já estão confirmados censos nos sete hospitais psi-quiátricos da região de Soro-caba. Nessa região, a previ-são é de que 2.200 pessoas tenham suas documentações avaliadas. Além de São Paulo, outros Estados também pro-vavelmente receberão nossa visita. A escolha desses locais observará duas premissas: a quantidade de pessoas inter-nadas e a denúncia de afronta à dignidade humana. Com o objetivo de estabelecer as interfaces necessárias para continuidade dos trabalhos está em vias de concreti-zação a assinatura de Ter-mo de Cooperação Técnica que envolverá vários órgãos e instituições.

Como ocorrerá a entrega desses documentos?

Primeiro vamos dar publi-cidade ao resultado do censo em solenidade que será pro-movida por todos os órgãos e instituições que participaram do censo. Estimamos que os primeiros lotes de entrega de documentos ocorram no decor-rer do mês de abril de 2013.

O projeto de Resgate da Cidadania de Pes-soas Internadas em Hospitais Psiquiátricos nasceu com a intenção de promover a obten-ção da documentação civil dos internados e de benefícios sociais e previdenciários a que tiverem direito

REGINA BANDEIRAAgência CNJ

Sem esses documentos essas pes-soas não conseguem qualquer benefício social ou previdenciá-rio, ou seja, ficam de-sassistidas. Ao obtê-los, passam a ter capacidade contributiva

Além de São Paulo, ou-tros Estados também pro-vavelmente receberão nossa visita. A escolha desses locais observará a quantidade de pessoas internadas e a denúncia de afronta à dignidade

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Fatos históricos iniciam proliferação de ‘teorias’Últimos incidentes abrem a temporada de novas interpretações sobre conspirações e, mais uma vez, o fim do mundo

A renúncia do papa Bento 16 e a queda do mete-orito na Rússia fizeram com que algumas teo-

rias apocalípticas fossem re-lembradas pelos supersticiosos. A “Profecia de são Malaquias”, ou “Profecia dos papas”, que fala sobre o fim da igreja e do mundo, e a do profeta Nostrada-mus ganharam destaque, prin-cipalmente nas mídias sociais, campo vasto para proliferação desse tipo de “informação”.

A profecia atribuída a são Malaquias, publicada em 1595, é composta por 112 frases cur-tas. Escritas em latim, a obra revela que o futuro chefe da Igreja Católica Romana, o su-cessor de Bento 16, seria o último antes de Roma e a Igreja Católica serem destruídas. Um trecho da profecia atribuída a Nostradamus diz que “o homem de Roma deixará seu posto. A fé humana se cobrirá com véu. A morte enviará seu rosto, en-viando fogo e rochas do céu”, que logo foi atribuído à queda do meteorito, no leste europeu, ocorrida na sexta-feira (15).

De acordo com dom Luiz Soa-res Vieira, arcebispo de Manaus, a profecia imputada a são Ma-

laquias não deve ser levada a sério. Os redatores da última edição da Enciclopédia Católica afirmam que a profecia é uma farsa elaborada por um falsá-rio italiano, Alfonso Ceccarelli, para influenciar os cardeais no conclave de setembro de 1590, que elegeu o papa Urbano 8º. “A Igreja Católica não aceita como verdadeira, pois prova-

velmente não foi escrita por são Malaquias”, disse. Ele pediu que as pessoas parem de tentar adivinhar quando será o “final dos tempos”, pois segundo a Bíblia somente Deus sabe o dia e a hora em que tudo terá um fim. Apesar das evidências de ser falsa, ao falar sobre a sucessão de papas o imaginário popular volta a lembrar sobre a “profecia de são Malaquias”.

Na opinião do sociólogo Ade-mir Ramos, todo imaginário popular é construído pelos ele-mentos históricos e também religiosos, o que determina a formulação de certas repre-sentações, e no contexto da renúncia do papa, vem à tona os textos religiosos sobre o Apocalipse. “Isso acontece há séculos, o que favorece a cons-trução de representações, tan-to em obras de arte, literatura e até no cinema”, diz, completan-do que a construção das teorias é para tentar compreender os fatos. “Os homens recorrem à tradição simbólica para ex-plicar algo. Nessa situação específica da sucessão tem a ver com o poder político, mis-turado à questão histórica e sociológica, afinal não é um fato corriqueiro e, também por isso, as pessoas começam a construir diversas repre-sentações, pois o Vaticano é um mundo hermético com pouca visibilidade, e quan-do o papa também recorre a metáforas, dá margem às teorias”, avalia

Para o estudioso, as redes so-ciais ajudam na divulgação das diversas versões das teorias. Entretanto, Ramos defende que isso é bom para enriquecer o “cardápio” da discussão. A renúncia de Bento 16 foi o princípio da proliferação de novas teorias conspiratórias e crenças

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CIAT

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RESS

CRENÇASA profecia atribuída a são Malaquias, publica-da em 1595, é composta por 112 frases curtas em latim, revelando que o futuro chefe da Igreja seria o último antes de Roma e a Igreja serem destruídas

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

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Exposição sobre o corpo humanochega a Manaus

‘Não sei fazer outra coisa além de cantar’ Prestes a completar 25 anos de carreira, a cantora Márcia Siqueira, conhecida também como “Rosa Vermelha do Garantido”, anuncia a gravação do DVD “Ritual”

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Em abril, Márcia Siqueira co-memora 25 anos de carreira

DIVULGAÇÃO

“Hoje, vivo a fase do recomeço. Conquistei o a m a d u r e c i -

mento e mesmo assim não deixo de passar pelos obs-táculos, que sempre resul-tam em aprendizado”. Essa é a avaliação que a cantora Márcia Siqueira faz da tra-jetória profi ssional dela, que no mês de maio chega aos 25 anos. Em comemoração à data, a artista anuncia os preparativos para a grava-ção de um DVD em abril e o lançamento logo após o festival de Parintins 2013.

Márcia Siqueira afi rma que o DVD recebe o nome homôni-mo do CD “Ritual”, mas o título ainda é provisório. O projeto está em fase de elaboração e fechamento dos detalhes. A mídia terá 20 canções, toa-das que marcaram a história do boi-bumbá Garantido no período entre 1995 e 2012. Márcia faz parte da nação vermelha e branca, onde é conhecida como “A Rosa Vermelha do Garantido”. No show, o público ainda vai ouvir a gravação de duas toadas do Boi Caprichoso.

Além da parte musical, o DVD também vai conter um documentário sobre a

trajetória profi ssional da amazonense. Outro detalhe divulgado pela cantora é a participação de amigos que também são músicos. “Posso afi rmar que um dos nomes a serem chamados é o de Sid-ney Rezende. Tenho o prazer de dividir o palco com meus amigos neste momento tão especial”, informa.

“Há 1 ano tenho traba-lhado no levantamento dos registros de minha carreira. Esse trabalho é dedicado a todas as pessoas que acom-panham e apoiam minha trajetória”, completa. O DVD será desenvolvido pela pro-dutora Olha Já Filmes.

HistóriaPara a cantora, os 25 anos

de atividades representam o fechamento de um ciclo, onde as difi culdades fi zeram parte da caminhada, da mes-ma forma que as conquis-tas. A artista enfatiza que os problemas logísticos re-lacionados ao atendimento à capital amazonense podem ser considerados como um dos principais obstáculos à atividade de qualquer can-tor manauense. “Apesar de todas essas problemáticas, estou feliz por ter conquis-tado um espaço em minha terra. O reconhecimento e o carinho das pessoas é o

melhor resultado de uma vida no segmento musical. Não sei fazer outra coisa, a não ser cantar”, expressa.

Outra barreira encontra-da pelos artistas locais, de acordo com Márcia, é a falta da valorização profi ssional. A cantora lamenta o fato de a população não ter iniciativa para investir em produtos e eventos promovidos por mão de obra amazonense. “Isso é algo constante e natural. Po-rém, é uma mentalidade que precisa ser mudada. Às vezes, o artista produz um show e o público não comparece porque não quer investir um preço simbólico como R$ 10, por exemplo”, lamenta.

Segundo a artista, durante o período de atuação o cantor passa por diversas situações, defi nidas por Márcia como inusitadas, engraçadas e emocionantes. A manauense recorda ao menos duas datas que lhe causaram “marcas”: a primeira, a da apresentação na noite dos 25 anos do Fes-tival da Canção de Itacoatiara (Fecani), onde interpretou a canção “Dança”, de Rezende, uma das primeiras coloca-das durante a história do concurso; a segunda, foi a produção de um espe-táculo baseado no repertório da cantora nor-

te-americana Billie Holiday, em 2003. “Esse show foi um dos maiores desafi os que enfrentei. Como não falo inglês, precisei passar por um curso rápido. O resul-tado da dedicação, foi um belo trabalho”, celebra. “Até mesmo as programações que não deram certo merecem ser tidas como motivos de aprendizagem”, comenta.

ProjetosAlém da gravação do DVD,

Márcia anuncia que se dedica a novas produções do projeto “Elas cantam Samba”, onde atua em parceria com as amigas, também cantoras, Lucilene Castro, Fátima Silva e Cinara Nery. De acordo com Márcia, ainda não há previsão para a próxima apre-sentação. Outro tra-balho que ganha a voz da manauense é a gravação do DVD do Garanti-do 2013.

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

A banda local The Dust Road foi selecionada para participar de um festival em Berlim

O colunista Fernando Coelho está em férias

The Dust Road prepara sua estreia em palco alemãoAlém de conquistar espaço fora de Manaus, a banda nortista foi selecionada para participar do Grito Rock Berlin Festival

Após tentar ascenção musical no Sudeste do país, a banda nor-tista The Dust Road

está entre os quatro nomes selecionados para fazer parte do Grito Rock Berlin Festival, evento que acontece no dia 2 de março em Berlim, na Ale-manha. Na tentativa de realizar esse sonho, os músicos pro-movem uma campanha online para arrecadar recursos para custear as passagens.

O grupo é composto por qua-tro integrantes: Collins Freitas, Cahê Paixão, Gil Santos e Léo Cólera. Para chegar a ocupar uma das vagas no elenco do festival, os artistas concorreram com mais 31 bandas nacionais. Além da The Dust Road a pro-gramação conta com a partici-pação de Barracuda Project e Quinze Meses, de Caxias do Sul; e os mineiros da Ozome.

Agora, os nortistas pedem ajuda ao público para que con-tribuam por meio do site www.vakinha.com.br para a compra de cinco passagens ida e volta São Paulo-Berlim, que inclue o

passaporte da produtora. Os músicos devem viajar no dia 28 e após a apresentação, retornar para o Brasil no dia 4, período em que precisam atender a compromissos agen-dados, como shows.

De acordo com o tecladista da banda, Collins Freitas, a no-tícia de que estariam na lista

dos aprovados para o evento significa a resposta positiva do trabalho desenvolvido há 8 anos juntos. Empenho, dedicaçao e esforço são citados pelo rorai-mense como marca principal do grupo. “Tenho a sensação de que as coisas estão dando certo e que todo o trabalho não foi em vão. Isso quer dizer

reconhecimento, o que nos deixa gratificados”, comemora.

Para o guitarrista e vocalis-ta do grupo, Cahê Paixão, a aparição do nome da banda na lista dos selecionados re-presenta o profissionalismo e ainda a possibilidade de evolu-ção aos artistas amazonenses. Paixão nasceu em Manaus e concorda que a cidade é um campo aberto, que apresenta diversidade de talentos musi-cais. “A aprovação é resultado do nosso trabalho. Manaus tem profissionais capacitados para ganhar o mundo, porém, ainda falta o incentivo por parte do governo”, declara.

MudançasOs artistas residem em São

Paulo há oito meses, tempo que precisavam para “enfrentar o mundo e conquistar a ascenção musical”. E não deu outra. Após a adaptação na nova terra, Collins lembra que passaram a realizar shows em novos lugares, o que foi proveitoso. “Nosso foco era avançar e para isso foi neces-sário sair de onde estávamos. Hoje, comemoramos o fato de chegarmos a ser atrações in-ternacionais”, finaliza.

SELECIONADOSO grupo local The Dust Road passou por um processo seletivo jun-tamente com mais 31 bandas nacionais para participar do Grito Rock Berlin Festival, que será realizado em março, na Alemanha

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

DIVULGAÇÃO

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Opções gratuitas para curtiro domingo em toda a cidade

Hoje será realizada mais uma edição da “série Guaraná”. A Orquestra de Câmara, sob regência do maestro Marcelo de Jesus, apresenta seu repertório clássico a partir das 19h, no Teatro Amazonas. A entrada é gratuita.

No mesmo dia, o trio Em Si, se apresenta no largo São Sebastião dentro do projeto “Arte por Toda Parte”, às 18h30. Para as crianças opções não faltam: os palhaços Gororoba, Quiabo e Alegria são algumas das opções durante todo o dia.

A praça de alimentação do Manaus Plaza terá a banda Moinhos de Vento, a partir das 18h30. A entrada gratuita. saxofonista e vocalista Caio Camargo antecipa que o show será uma espécie de comemoração à MPB, incluindo desde os clássicos gravados por Geraldo Azevedo, Naldo, Djavan, Alceu Valença, até os sucessos da atualidade.

Ingressos à venda para a noite com ícones do sertanejo

Em março o público amazonense que é fã do sertanejo terá a oportunidade de conferir os shows das duplas Jorge & Mateus, Humberto & Ronaldo, além de Gusttavo Lima e Israel Novaes e o melhor: em uma única noite. Trata-se do evento “Villa Mix”, que já passou por cidades como Brasília, Fortaleza, São Paulo e, em 2013, chega a Manaus. A festa será realizada no Centro de Convenções (sambódromo).

Os ingressos já estão à venda e custam R$ 40 (pista/1º lote); R$ 240 (camarote/2x no cartão); R$ 250 (área VIP com open bar até às 3h/2x no cartão); R$ 500 (camarote Stage com open bar, bufê Empório dos Reis/2x no cartão).Um dos diferenciais do “Villa Mix” é a estrutura. O palco tem um acabamento próprio. Ao lado dele, são usados telões verticais em LED, no recuo da bateria – no sambódromo – será a área VIP.

Site na internet divulgará as obras de Candido Portinari

Democratizar a obra de Candido Portinari. Esta é a principal proposta do novo portal do Projeto Portinari – www.portinari.org.br, que estará no ar a partir do dia 21 de fevereiro. Fruto de mais de 30 anos de pesquisa e uma catalogação minuciosa sobre a obra do pintor, sua vida e época, o Portal Portinari agrega a este complexo conteúdo, totalmente disponível na web, uma interface inovadora, que explora as tecnologias disponíveis para propor uma navegabilidade mais acessível e lúdica para o grande público.O novo portal acessa diretamente todo o acervo do Projeto Portinari, uma complexa base de dados com cerca de 30 mil itens relacionados, entre obras, cartas, fotografi as, periódicos, depoimentos, que se referem não só a Portinari como também a seus contemporâneos, como Carlos Drummond de Andrade.

Marcelo Marrom promete rimas e interação total Esta é a quarta vez que o comediante vem a Manaus para apresentar espetáculo de humor com Rodrigo Capella

Rosto conhecido há 1 ano (completado em março) pela televi-são aberta e voz ca-

racterística em rede nacional de rádio, o humorista Marce-lo Marrom chega a Manaus no primeiro fi m de semana do mês que vem para apresen-tar, ao lado do comediante Rodrigo Capella, o show “Co-média em preto e branco”, no palco do Teatro Direcio-nal. Na bagagem, Marrom traz um violão, piadas não inventadas e lembranças de outras três passagens pela capital amazonense.

Em entrevista por telefo-ne ao EM TEMPO, Marcelo Marrom afi rma que o tex-to de “Comédia em preto e branco” é bem diferente do que costumava apresentar no stand-up “Preto combina com tudo”. “É um roteiro bem mais atualizado. Pouca coisa fi cou do espetáculo que eu fa-zia sozinho que, aliás, deixei de lado por conta desse novo projeto com o Capella”, diz.

DestaqueSegundo Marrom, um dos

pontos fortes do espetáculo em dupla é a inserção de elementos do quadro que apresenta no programa “Al-tas Horas”, da TV Globo, se-manalmente, onde interage com o público pedindo pa-lavras avulsas para compor rimas musicadas na base do improviso. “As pessoas gritam palavras para mim. Qualquer coisa mesmo. Eu vou pescando essas suges-tões e anotando num qua-dro. Aí, faço uma música de improviso com algumas delas. Muitas pessoas vão para esse show para ver e participar disso, porque é um quadro muito assistido no programa de TV e que gerou até um braço na (rádio) Tran-samérica, onde batizamos de “Na rima do Marrom”, para o qual os ouvintes mandam e-mail contando alguma si-tuação pela qual passaram ou mesmo fornecendo dados sobre alguém que queiram zoar um pouco”, explica.

Embora não haja ensaio entre os comediantes, o es-petáculo que vem pela pri-meira vez a Manaus está há 1 ano e dois meses em cartaz, semanalmente, em São Paulo. “A gente tem um esqueleto que dá uma dire-

ção de onde podemos partir e onde queremos chegar, mas o meio do caminho depende muito das possibilidades e até das respostas da pleteia. Às vezes, a melhor piada nem é nossa. Já teve situações em que o público foi responsável por isso, tamanha é a zoação em cena, entre nós mesmo e com as pessoas”, afi rma Marcelo Marrom.

ExperienteO humorista já esteve em

Manaus em outras três opor-tunidades. A última delas foi em 2011, quando esteve em um evento em que dividia o palco – não juntos – com a personagem de comédia Nany People. “Já estive aí com o (grupo) Deznecessá-rios (onde chegou a atuar ao lado de Rodrigo Capella) e com o espetáculo ‘Dezim-provisa’, mas posso dizer que seguramente não conheço praticamente nada da cida-de. Não dá tempo mesmo. Por outro lado, tenho muitas lembranças boas daí. Sem-pre com a casa cheia. Às vezes, mesmo não estando lotado o ambiente, nunca esteve desconfortável para nós, artistas”, diz.

Para ele, fazer rir é o prin-cipal objetivo de ambos os atores. “Quase a totalidade das piadas foram e ainda são criadas no palco. Às vezes, não dá certo e quando isso acon-tece a gente tira aquilo que não funcionou. Mas, em geral, as pessoas difi cilmente fi cam mais de 30 segundos sem rir nessa montagem”, garante o comediante que tem como ídolo, entre os vivos, Jô Soares. “Estamos muito felizes com a repercussão do show. Há mais de 1 ano, começamos fazendo em um lugar para umas 30 pessoas e hoje é sucesso em diversas cidades. Em 2013, estamos com a perspectiva de realizar uns 200 shows, incluindo os eventos corpo-rativos”, conclui.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

SHOWUm dos pontos fortes do espetáculo em du-pla é a inserção de ele-mentos do quadro que apresenta no programa “Altas Horas”, da TV Globo, semanalmente, onde interage com o público

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SERVIÇOSERVIÇOCOMÉDIA EM PRETO E BRANCO

Quando:

Onde:

Pontos de vendas:Quanto:

Informações:

dias 2 e 3 de março, às 20h e às 19h, respecti-vamenteTeatro Direcio-nal (Manauara Shopping)Bilheteria do Teatro DirecionalR$ 50(92) 3342-8030

O ator e humorista Marcelo Marrom divide a cena com Rodrigo Capella no teatro

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Diana Damrau fará ‘La Traviata’Nem mesmo os trechos de

ópera que o avô cantarolava para ninar a neta foram sufi -cientes para fazer com que a pequena Diana aturasse em paz as horas na sala de casa, ouvindo LPs ou assistindo a fi tas com as principais obras do repertório. Isso até os 11 anos, quando algo mudou. Culpa de um senhor chama-do Giuseppe Verdi e de uma história por ele narrada - a da cortesã Violetta e seu difícil caso de amor com o jovem Alfredo.

Diana Damrau cresceu e, aos 41 anos, fará no próximo mês sua estreia no papel de Violetta, na Traviata, em montagem do Metropolitan Opera House, de Nova York. Vai contracenar com o tenor Plácido Domingo que, fa-zendo as vezes de barítono, interpretará o pai de Alfre-do, Giorgio Germont. “Você pode imaginar a sensação de estrear nesse papel, res-ponsável por minha paixão pela ópera, e ainda mais ao lado do Domingo, que canta-va naquele vídeo que assisti na infância? Uau...É daqueles momentos em que você se dá conta de que adianta ter sonhos, porque eles de fato podem se realizar!”.

Antes da Traviata, porém, Diana está às voltas com um outro papel de Verdi: Gilda, no

“Rigoletto”, que será trans-mitido nos cinemas brasilei-ros. A montagem foi muito aguardada - e tem sido bas-tante discutida. O motivo? O diretor Michael Mayer tira a ação da Mântua do século 16 e a passa para a Las Vegas dos anos 60. No New York Times, por exemplo, Anthony Tommasini, normalmente o mais gentil dos críticos, de-fi ne a produção como uma “mistura frustrante entre ideias inventivas e outras mal ajambradas” - e questio-na se uma produção que faz referência ao Rat Pack é ca-paz de atrair jovens plateias. “Será que eles têm ideia do que foi o Rat Pack?”.

Diana confessa que, de cara, quando foi chamada para a produção, teve lá suas dúvidas. Mas reconhece - im-porta menos o local em que a trama está ambientada e mais se o diretor é capaz de narrar de modo efetivo a história nesse novo universo. “Eu estudo meu personagem, entro nele e então paro para pensar: vou conseguir narrar o seu drama nesse ambien-te?”, ela diz, em entrevista concedida ao Estado na quin-ta-feira. “Sinatra, a máfi a, o jogo...onde eu entro? Mas há algo de decadente na Las Vegas recriada pelo diretor, e isso se relaciona com Verdi.

E então você se dá conta de que tudo funciona muito bem e que é possível narrar a história que queremos”.

Verdi é um território rela-tivamente recente para Da-mrau. Nascida em Günzburg an der Donau, cidade de pouco mais de 15 mil habitantes às margens do Danúbio, no sul da Alemanha, ela iniciou a carreira no repertório ger-mânico. Seu primeiro grande

sucesso foi com o papel da Rainha da Noite, em “A Flau-ta Mágica”, de Mozart, que a fez correr o mundo todo em montagens e gravações premiadas. Seguiram-se uma série de papéis do chamado bel canto, a ópera da passa-gem do século 18 e para o 19 - em especial Rossini e Donizetti -, que ela mantinha em seu repertório ao lado de canções de autores como Ri-

chard Strauss e peças sacras de Mozart ou Bach.

“Saber quando mudar seu repertório, quando enfrentar um papel, é algo muito com-plicado. Não há regra, cada voz é diferente”, ela explica. “E mais do que isso, a voz não é uma só. Você tem a voz de quando está bem, a voz de quando está um pouco indis-posta, a voz de quando há algo te incomodando. É só quando você conhece a si mesmo, a seu corpo, que pode começar a ousar e correr riscos”. Ela, ainda assim, se considera uma cantora de sorte. “Nos anos 90, iniciei minha carreira como membro estável do Teatro de Mannheim, que tinha muitos cantores e, por isso, eu podia cantar apenas o que era bom para mim, sem forçar, sem machucar meu instrumento.”

Sua primeira Traviata esta-va prevista para o ano passa-do, mas ela fi cou grávida do segundo fi lho. “Tive bastante tempo para me preparar, mas ainda é assustador! Não dá para ignorar o fato de que é um enorme passo.” Mas ela se tranquiliza, afi nal, não está sozinha. Quem a acompa-nha? Aquele mesmo senhor, Giuseppe Verdi. “O poder do drama de sua música, cada pedaço dela, é um presente especial ao cantor”.

Por João Luiz Sampaio

ERUDITO

Diana Damrau fará pela primeira vez a ópera “La Traviata”

REPRODUÇÃO

ÓPERAA cantora Diana Da-mrau, 41 anos, dividirá o palco com o tenor Plácido Domingo na ópera “La Traviata”. A apresentação será realizada no Metropo-litan Opera House, de Nova York

Kathryn Bigelow, que ganhou seis Oscars por “Guerra ao Terror”, retorna à premiação com “A Hora Mais Escura”, concorrendo em cinco categorias

Os últimos anos na busca pelo terrorista Bin Laden

Os americanos pro-vam, mais uma vez, que o fatídico atentado de 11 de

setembro está vivo – e muito! – em suas memórias com o fi lme “A Hora Mais Escu-ra” (Zero Dark Thirty) que leva assinatura da premia-da diretora Kathryn Bigelow (“Guerra ao Terror”). O longa-metragem, que infelizmente não chegou as salas de Ma-naus, conta a saga heroica em busca do responsável do ataque: Osama Bin Laden.

Usando e abusando de imagens escuras e carre-gadas, o fi lme tem como protagonista a atriz Jessica Chastain, que vive Maya, uma agente da CIA que es-quece de sua vida pessoal em busca do temido terrorista. A cena inicial provoca uma sensação de desconforto, pois são colocadas diversas gravações de pessoas que estavam presentes no World Trade Center, no Pentágono e no Voo United 93, tendo como fundo apenas uma tela preta. A partir daí, o roteiris-ta Mark Boal mostra os úl-timos 4 anos que coincidem

com a morte de Bin Laden em 3 de maio de 2011. Vale ressaltar que a agente de fato existe, mas por ainda trabalhar na CIA, sua iden-tidade é preservada.

Enviada ao Paquistão, Maya, que, ao que tudo in-dica, não tem experiência no quesito tortura devido a sua reação, depare-se com Dan (Jason Clarke), responsável por torturar presos que são ligados ao terrorista. A re-alidade pesa, causando no espectador momentos de confronto sentimental: seria necessária tanta brutalidade na hora de interrogar? O que facilmente é esquecido com o diálogo seguinte, nos trazendo para a realidade e nos fazendo lembrar quantas pessoas morreram durante o ataque. Aliás, a própria Maya, no decorrer do longa, começa a se familiarizar com sofrimento dos seguidores de Bin Laden.

Entre idas e vindas pelo Oriente Médio e sem muito prestigio por parte de seus superiores, Maya não desiste um só segundo de suas evi-dências que cada vez mais são cabíveis. Mesmo aban-donada pelo parceiro Dan – que não suporta mais o

fato de viver no Paquistão -, sua saga continua. Ela perde amigos em um atentado, so-fre dois ataques – um saindo o local onde mora e outro em um restaurante -, per-de confi ança a confi ança do

próprio governo, é mandada de volta aos Estados Unidos, mas não desiste.

E como mostra o longa, ela estava certa. O ápice da história são os momentos que antecedem a invasão a casa onde morava o lí-der da rede Al-Qaeda. Aliás, uma verdadeira fortaleza tamanha era quantidade de concreto e mecanismos de defesa que o local possuía. Quando parecia fácil, Maya teve mais uma missão: con-vencer a SEAL Team 6, de

que estava certa, mas isso ela tirou de letra tamanha sua força e determinação.

Com dois helicópteros, ar-mamento moderno, monito-rados por Barack Obama e com sede de vingança os soldados iniciam a invasão a casa de Bin Laden. São mostradas diversas mortes nos andares de todo o local. E, sem dúvida, o que mais choca são as reações das mulheres – sendo algumas delas poupadas – e seus fi lhos. Neste momento, a tensão é a única sensação existente no espectador. E no último andar aparece o terrorista que se encontra armando, mas é morto por um dos soldados. Seu corpo é transferido para base ame-ricana ainda no Pasquistão onde é realizado seu reco-nhecimento por Maya.

Ao fi nal de tudo, a sensação de dever cumprido da perso-nagem é visível. Porém, nos levar a questionar até que ponto tudo que foi mostrado é real. Onde está o corpo de Bin Laden? O que foi feito com sua família? E o princi-pal: quanto o governo ame-ricano investiu na produção do fi lme? Questionamentos que não param.

BRUNO MAZIERIEquipe EM TEMPO

SINOPSEO longa-metragem “A Horas Mais Escuras”, da diretora Kathryn Bigelow, conta a saga da CIA em busca de Bin Laden, respon-sável pelo ataque de 11 de setembro aos Estados Unidos

REPRODUÇÃO

CRÍTICA

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV Tudo O exercício do bom jornalismo

O exercício do bom jornalismo deveria ser uma coisa integrada à vida de todas as TVs. Chamou atenção a forma desprezível como foi tratada, por parte de várias delas, a renúncia de Bento 16. Está certo que o fato se deu em pleno Carnaval, mas notícia não escolhe hora ou lugar, ainda mais se tra-tando de algo tão relevante como o afastamento de um Papa. Algumas, ignorando completamente o fato, fi caram no baticumbum e nem aí. Aliás, qualquer coisa mais impor-tante, no Brasil ou em qualquer outra parte, só poderá ocorrer antes ou depois do Carnaval. Du-rante, por favor, jamais.

A Rede TV! está mesmo empenhada em reforçar o seu departamento de espor-tes e em ampliar a sua par-ticipação na grade de pro-gramação. Daí o empenho da sua direção em viabilizar novas contratações. Flávio Prado é apenas um nome. Existem outros na mira, in-clusive já conversados.

C’est fi ni

Bate–Rebate• A passagem da Bandei-

rantes por Vitória, no Car-naval, foi considerada bem positiva pelo pessoal de lá.

• Os organizadores do evento já manifestaram in-teresse em repetir a dose na temporada 2014.

• Ficou prometida a parti-cipação da Luciana Gimenez no programa do Raul Gil.

• Só que não foi marcado nada até agora.

• Há um certo suspense na Anhanguera botando medo em alguns.

• Os rumores de corredor indicam que as mudanças no SBT devem começar a partir desta segunda-feira.

• Fúlvio Stefanini, casado com Cássia Kis Magro, será pai do Malvino Salvador na novela do Walcyr.

ChiquititasO SBT tem certeza de

uma coisa: a “Menina Fan-tasma” estará na trilha sonora de “Chiquititas”. Só não se decidiu ainda, se ela, Anna Livya Padilha, se fará acompanhar de al-guém nesta interpretação. Na novela, ela fará a per-sonagem Janu, uma criança fora do orfanato.

Chiquititas 2 Pelo projeto armado

com a gravadora Building Records, a estratégia de lançamento de “Chiqui-titas” será a mesma de “Carrossel”. O CD estará no mercado 30 dias depois da estreia da novela.

No arAinda sem entrar nos

maiores detalhes, como data de estreia e os novos participantes, o canal GNT já tem no ar as primeiras chamadas do “Saia Justa”. Aliás, um trabalho do maior bom gosto.

Nova ordemA novela do Walcyr Car-

rasco, substituta de “Salve Jorge” na Globo, está com a sua sequência de traba-lhos invertida, em relação ao que inicialmente foi in-formado por aqui. Começa com gravações no Rio e em São Paulo, para só em abril viajar ao Peru.

A favorA Bandeirantes fez algu-

mas mudanças na sua pro-gramação e o lançamento de séries, como “Simpsons” e “The Walking Dead”, por exemplo, vieram acrescen-tar pontos importantes na

sua audiência. O responsável por isso, Diego Guebel, me-rece o reconhecimento.

ContraO que a Bandeirantes pre-

cisa evitar é o erro de mexer a todo instante na sua grade, sem ao menos comunicar o seu telespectador. Foi o que aconteceu no começo da semana que passou, em relação aos horários de exi-bição dessas séries. Pode mudar, mas avisa com al-guma antecedência.

Não existe esse papoEspalharam por aí que o

Rogério Gallo estaria dei-xando o seu trabalho no canal Arte 1, para assumir outras funções no Grupo Band, inclusive em setores ligados à TV aberta. Nada disso. Gallo permanecerá cuidando da nova emissora,

que será ofi cialmente inau-gurada no começo de março, quando se completará a sua fase de testes.

AquecimentoComeçaram as leituras de

texto da série “As Teresas”, com Denise Fraga e Cláudia Mello, sob encomenda para o GNT. O elenco, nas últimas horas, ganhou o reforço de outro craque, Enrique Diaz.

ExplicaçãoNo dia 3 de março, a Glo-

bo vai fazer o lançamento do “Senhores das Águas”, no “Esporte Espetacular”. O repórter Clayton Conservani vai informar o funcionamen-to do quadro e apresentar os participantes - Pedro Oliva, Benjamin Stooksber-ry e Chris Korbulic, que irão desafi ar as principais cacho-eiras do planeta.

Versátil Amanda Françozo, após vários trabalhos na TV

como apresentadora, vai investir também na carreira de atriz. Ela está se preparando para fazer participa-ção no longa-metragem “Dona Beija”, que terá Tais Pacholeck no papel título. As fi lmagens acontecerão a partir de agosto, em Minas.

REPRODUÇÃO

Totia comemora o sucessoOs revoltados com as malda-

des que Wanda (Totia Meirelles) pratica contra Morena (Nanda Costa), em “Salve Jorge” (Globo), podem comemorar. A trafi cante deve apanhar novamente em breve. E a torcida não é ape-nas do telespectador. “Ela tinha que apanhar mais umas quatro vezes’’, diz Totia. Surpresa com a repercussão de sua primeira vilã em novelas, a atriz mato-grossense comemora o fato de ser abordada nas ruas por fãs que pedem a ela que pare de maltratar a mocinha. “Alguns me elogiam, mas nenhum deles deixa de me falar para pegar mais leve com a Morena. Eu me divirto muito’’, conta.

A atriz global tem em seu currículo personagens do bem, que sempre são confi áveis e que ganham a simpatia do público. Foi assim com a paz e amor Zambeze, de “Fina Estampa’’ (2011-2012), a Laurinda, de “O Clone’’ (2001), a Vera, de “América’’ (2005), e a Aida, de “Caminho das Índias’’ (2009). O curioso é que, com “Salve Jorge’’, Totia fi gura no elenco de quatro novelas da autora Gloria Perez. “Ela é minha madrinha na televisão. Meus melhores papéis foram em tramas dela. Considero-a uma heroína que escreve uma novela sozinha. Fico impressionada’’, diz.

Segundo a atriz, Gloria quis aproveitar que o público a re-conhece por ter interpretado personagens bonzinhos para

lhe dar uma vilã duas caras. O resultado? Wanda é mais odia-da por muitos telespectadores do que a chefe do tráfi co, Lívia (Claudia Raia), a grande vilã da trama das nove. Para construir a trafi cante, Totia conversou com pessoas trafi cadas sobre como elas eram humilhadas e aliciadas pelos bandidos. “Elas me contaram histórias cruéis. Isso, aliado ao texto, ajudou-me a criar uma Wanda falsa e obs-tinada. Mas eu realmente não esperava que ela fosse ganhar tanto espaço na novela’’.

ParceriaEm cena, Totia volta a tra-

balhar com Claudia Raia, sua parceira no musical “Gypsy’’ (2010), e descobre as facetas de Nanda Costa, recém-che-gada ao time de protagonistas da Globo. Segundo a atriz, elas se divertem com o ódio que suas personagens sentem uma pela outra, principalmen-te nas cenas em que brigam. “Nos tornamos muito próxi-mas, e estou adorando apa-nhar dela. As cenas de luta são gravadas com muita técnica, mas o resultado emociona’’, afi rma. Aos 54 anos, Totia, que vive a melhor fase da sua carreira, conta que, para aguentar o pique da aliciado-ra de mulheres, dedica-se à musculação, corrida, aeróbica e dança. “Eu espanto a pregui-ça e me exercito sempre que posso’’, diz.

TV

A atriz está tendo bom resultado com sua personagem Wanda

REPRODUÇÃO

Totia Meirelles adianta que, após descobrir que Morena está grávida, Wan-da vai torturá-la dizendo que venderá o bebê e que já tem até um casal inte-ressado. Mas Lívia, com medo de que liguem sua imagem ao esquema do tráfi co, dará ordens para a comparsa se afastar da jovem. “Ela vai fi car muito brava e vai voltar ao Bra-sil. O que ela mais quer é acabar com a Morena, mas sempre é impedida, e esse ódio só aumenta’’.

Lívia também proibirá Wanda de se aproximar de Mustafa (Antonio Calloni), já que a trafi cante tem a intenção de se aproveitar de um momento de fra-gilidade do casamento do turco com Berna (Zezé Po-lessa). “Ela aproveita todas as oportunidades. É uma chance de se manter lon-ge de suspeitas’’, defi ne a atriz. Além disso, Lurdinha (Bruna Marquezine) conta-rá a Helô (Giovanna Anto-nelli) que Santiago (Junno Andrade) foi apresentado como sobrinho de Wanda, e a vilã entrará para a lista de suspeitos da morte do

policial - que, de fato, ela atropelou e matou.

EmbateCom o cerco se fechando

para a vilã, Totia revela que torce para que o grande embate fi nal da trama seja entre Wanda e a mocinha. “Como atriz, eu acabo tor-

cendo para a minha per-sonagem, mas quero, sim, que ela seja punida e tenha um fi nal terrível. E que seja pelas mãos de quem ela maltratou a novela inteira’’, encerra.

Por Alex Francisco

Próximos capítulos da novela

Ela (Glória Perez) é minha madrinha na televisão. Meus me-lhores papéis foram

em tramas dela. Considero-a uma

heroína

Totia Meirelles, atriz

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

5:55 Abertura da Emissora/Hino Nacional

6:00 Via Legal

6:30 Brasil Eleitor

7:00 Palavras da Vida

8:00 Santa Missa

9:00 Viola, Minha Viola

9:30 Nova Amazônia – Local

10:00 Escola Pra Cachorro

10:15 Meu Amigaozão

10:30 Turma do Pererê

11:00 ABZ do Ziraldo

11:30 Anima TV Tromba Trem

11:45 Anima TV Carrapatos e Catapultas

12:00 Turma do Pererê

13:00 Dango Balango

13:30 TV Piá

14:00 Stadium

15:00 Os Protetores do Planeta

16:00 Ver TV

17:00 De Lá, Pra Cá

17:30 Cara e Coroa

18:00 Papo de Mãe

19:00 Conexão

20:00 Esportvisão

21:30 MPTV – Local (Reprise)

22:00 Roda Viva Amazonas – Local (Reprise)

23:00 Doc Especial

0:00 Encerramento da Emissora/Hino Nacional

CULTURA

Programação da TV

5:00 Aventura Selvagem – Reprise

5:30 Pesca Alternativa

6:30 Brasil Caminhoneiro

7:00 A Grande Ideia

7:30 Vrum

8:00 Programa da Manazinha – Local

8:30 Chaves

9:00 Sorteio Amazonas da Sorte – Local

10:00 Domingo Legal

14:00 Eliana

18:00 Vamos Brincar de Forca

18:40 Sorteio da Telesena

18:45 Programa Sílvio Santos

23:00 De Frente com Gabi

0:00 Série - O Mentalista

1:00 Série – Alvo Humano

2:00 Série – Chase

3:00 Encerramento de Emissora

SBTGLOBO REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar

5:45 Sagrado: Compacto

5:55 Amazônia Rural

6:25 Pequenas Empresas, Grandes Negócios

7:05 Globo Rural

8:05 Auto Esporte

8:38 Esporte Espetacular

11:30 Temperatura Máxima

13:53 Esquenta

15:17 Domingão do Faustão

19:30 Fantástico

21:50 Domingo Maior

0:05 Sessão de Gala

1:48 Corujão

3:15 Sob Medida

4:00 Festival de Desenhos

6:30 Igreja Internacional da Graça – Local

7:30 Igreja Internacional da Graça – Local

8:55 Break obrigatório

9:00 TV Shopping Manaus – Local

10:00 Show de Ofertas da Cidade – Local

10:30 TV Kids – Local

11:00 Igreja Internacional da Graça – Local

12:00 Fique Ligado – Local

13:00 TV Kids – Local

14:00 Encircuito – Local (Reprise)

15:30 Amazonas Mix – Local

16:00 Break obrigatório

16:05 TV Kids

16:45 Ritmo Brasil

17:20 O Último Passageiro

18:40 Super Bull Brasil

19:40 Star Trek

21:00 TV Shopping Manaus – Local (Reprise)

22:00 Cine Total

23:30 Dr. Hollywood

0:15 É Notícia

1:15 Bola na Rede

1:45 Igreja Internacional da Graça – Local

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Momento para você afi rmar um sonho ou projeto que venha a orientar a forma geral de sua vida. Este sonho deve caber sua realidade, de algum modo em, para dar forma a ela.

TOURO - 20/4 a 20/5 Procure entender com clareza a situação pro-fi ssional, para poder tomar as decisões certas e positivas. Importantes passos estão para ser dados e é preciso saber por onde ir.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Os estudos elevados e o desenvolvimento fi -losófi co estão em momento decisivo. Procure conciliar a visão dos detalhes com a visão de conjunto para embasar uma boa decisão.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 A Lua Crescente indica possível transforma-ção profunda em seus sentimentos com as pessoas ou na maneira de se relacionar com elas. É tempo para ser mais participativo.

LEÃO - 23/7 a 22/8 É hora de você dar um encaminhamento justo e harmonioso para sua relação com as pessoas. Este é um momento decisivo para a relação a dois e para as associações.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Momento onde é necessário tomar decisões ligadas ao trabalho e ao aumento de produ-tividade. As boas ideias são aquelas capazes de fazer parte da realidade prática.

LIBRA - 23/9 a 22/10 É tempo de se decidir na vida amorosa. Os sentimentos estão em um ponto que precisam ser expressos e vividos com plenitude. Evite racionalizar e desviar-se do amor.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Você fará bem em estar mais próximo dos familiares e de sua casa, neste momento. Uma decisão está sendo necessária em relação à família ou à moradia.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Pequenas mudanças no ritmo de cotidiano e nos ambientes são bem vindas. É tempo de reorganizar a rotina e o estilo de vida. Procure formar ambientes mais intimistas.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Momento de tomar um partido diante das di-fíceis opções na vida fi nanceira. Não tema ter que lidar de modo franco com aquilo que lhe afl ige. A realidade cobra total franqueza.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Este é o momento de você tomar consciên-cia a respeito de quem você é, de qual sua identidade é legítima. A partir disso, poderá fi rmar um jeito melhor de viver.

PEIXES - 19/2 a 20/3 É tempo de liberdade conquistada por meio de esforço pessoal. Você pode se desembaraçar de algum nó ou empecilho que lhe amarrava e travava os movimentos.

Regina Casé apresenta o pro-grama “Esquenta” na Globo

REPRODUÇÃO

4:45 Bíblia Em Foco

5:00 Nosso Tempo

5:30 Desenhos Bíblicos

7:00 Voto na Record – Local

11:15 Tudo É Possível

14:00 Top Model – HD

15:00 Programa do Gugu

19:30 Domingo Espetacular – HD

22:15 Repórter Record

23:15 Série – Todo Mundo Odeia o Chris

0:15 Programação IURD

RECORD

Cruzadinhas

Cinema

Meu Namorado é Um Zumbi - 10 anos: Cinemark 8 – 11h (dub/somente sábado e domingo), 13h05, 15h20, 17h40, 20h, 22h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 4 – 15h20, 17h30, 19h30 e 21h40 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 15h, 17h, 19h15 e 21h20 (dub/diariamente).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Cinemark 6 – 12h30, 14h50, 17h10, 19h20, 21h30 (dub/diaria-mente) e 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 1 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (dub/diaria-mente), 21h30 (leg/diariamente) e 23h30 (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 3 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (leg/diariamente) e 23h (leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 6 – 14h, 16h, 18h, 20h (dub/diariamente) e 22h (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 7 – 14h01, 16h01, 18h01,

20h01 (dub/diariamente) e 22h01 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium 3 – 19h15 e 21h15 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 3 – 15h10, 17h20, 19h35 e 21h35 (dub/diariamente).

O Mar Não Está Pra Peixe 2

– Livre: Playarte 2 – 14h20 e 16h20 (dub/diariamente).

Os Penetras – 14 anos: Playarte

2 – 18h20, 20h20 (diariamente) e 22h20 (somente sexta-feira e sá-bado).

A Viagem – 16 anos: Playarte 4 – 14h, 17h20, 20h40 (leg/diariamen-te) e 23h59 (leg/somente sexta-feira e sábado).

A Sombra do Inimigo – 14 anos:

Playarte 8 – 13h25, 15h30, 17h35 e 19h40 (dub/diariamente).

O Homem Mais Procurado

do Mundo – 14 anos: Playar-te 8 – 21h45 (leg/diariamente) e 23h50 (leg/somente sexta-feira e sábado).

O Resgate – 14 anos: Playarte 9 – 14h10, 16h10, 18h10, 20h10 (dub/diariamente) e 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 10 – 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10 (leg/diariamente) e 23h10 (leg/so-mente sexta-feira e sábado).

Lincoln – 12 anos: Cinemais Millennium 2 – 18h10 e 21h10 (leg/diariamente).

Monstros S.A. 3D – Livre: Cine-mais Millennium 3 – 14h50 e 17h (3D/dub/diariamente).

CONTINUAÇÕESDIVULGAÇÃO

Tainá 3: A Origem – 10 anos: Cinemark 3 –12h40, 14h40, 16h40 e 18h50 (diariamente); Cinemais Millen-nium 2 – 14h10 e 16h10 (diariamente); Cinemais Plaza 7 – 14h30 e 16h40 (diariamente).

O Voo - 14 anos: Cinemark 1

– 12h50, 15h40, 18h40 e 21h50 (leg/diariamente); Cinemais Millennium 5 – 14h, 16h40, 19h20 e 22h (leg/dia-riamente); Cinemais Plaza 6 – 19h e 21h40 (leg/diariamente).

Fogo Contra Fogo - 14 anos: Ci-

nemark 5 – 16h10, 21h10 (dub/dia-riamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado); Playarte 5 – 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (leg/diariamen-te) e 22h30 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 8 – 15h20, 17h30, 19h40 e 22h (dub/diariamen-te).

As Aventuras de Tadeo – Livre:

Cinemark 7 – 11h20 (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h30, 15h50, 18h e 20h10 (3D/dub/diariamente); Cine-mais Millennium 1 – 15h10 e 17h10 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 14h50 e 16h50 (3D/dub/diaria-mente); Cinemais Plaza 6 – 14h e 16h (dub/diariamente).

João e Maria: Caçadores de Bru-

xas – 14 anos: Cinemark 4 – 11h10 (dub/somente sábado e domingo), 13h10, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (dub/diariamente) e 23h50 (dub/so-mente sexta-feira e sábado); Cinemark 7 – 22h20 (3D/dub/diariamente); Cine-mais Millennium 1 – 19h40 e 21h50 (3D/dub/diariamente); Cinemais Mil-lennium 8 – 14h40, 16h45, 18h50 e 21h (leg/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 19h20 e 21h30 (3D/dub/diariamen-te); Cinemais Plaza 2 – 14h20, 16h20, 18h30 e 20h40 (dub/diariamente).

De Pernas Pro Ar 2 – 12 anos:

Cinemark 2 – 13h, 15h, 17h30, 19h50 e 22h10 (diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h40, 17h10, 19h10 e 21h10 (diariamente).

Os Miseráveis – 14 anos: Cinemark

3 – 23h20 (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium 7 – 15h, 18h20 e 21h20 (leg/diariamente).

Caça Aos Gângsteres – 16 anos:

Cinemark 3 – 20h50 (dub/diariamen-te).

O Lado Bom da Vida – 12 anos:

Cinemark 5 – 13h20 e 18h30 (leg/diariamente); Cinemais Millennium 6 – 14h30, 16h50, 19h10 e 21h30 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 19h30 e 21h50 (leg/diariamente).

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Será uma verdadeira fes-tança com repertório do top DJ Sidney Alamada a sessão parabéns, que este editor co-mandará, no próximo dia 16, no Morada Buff et, para cele-brar sua troca de idade. Uma feijoada servirá de pretexto para reunir os amigos que-ridos. O festim promete ser contagiante.

::::: Só para os amigos...

Naldo fará show em Manaus

SHOW

A piscina Vitória-Régia do Tropical Hotel será cenário para o show de duas atra-çõea nacionais: o funkeiro Naldo e do grupo Monoblo-co, no dia 30 de março.

Considerado um dos novos fenômenos do pop nacional, o cantor Naldo apresentará em Manaus o show “Na Veia Tour”, no qual estão garan-tidos hits como “Exagera-do”, “Amor de Chocolate”, “Chantilly”, “Se Joga”, que, em 2012, ganhou videoclipe gravado nos Estados Unidos com participação do rapper norte-americano Fat Joe; e “Meu Corpo Quer Você”, des-taque na trilha sonora da novela “Salve Jorge”.

No mesmo tom alto astral,

o Monobloco promete agitar a pista com o repertório que vai das marchinhas tradicio-nais de João Roberto Kelly ao samba de Cartola e Clara Nunes, passando pelo forró de Luiz Gonzaga até canções de Paralamas, O Rappa e Cidade Negra.

Na voz dos cantores Pedro Luís, Fábio Allman, Renato Biguli, Alexandre Momo e Pedro Quental, o Monobloco exibirá músicas como ‘Sam-ba de Arerê’, de Arlindo Cruz, Xande de Pilares e Mauro Júnior; “Eu Também Quero Beijar”, de Pepeu Gomes; “Do Seu Lado”, de Nando Reis; e “Girassol”, de Pedro Luís e Cidade Negra,

Os ingressos limitados es-

tão à venda por R$ 70 (pista) e R$ 150 (área VIP com open bar) nas lojas Granada Be-ach (Amazonas Shopping) e Companhia Athletica (Ma-nauara Shopping).

O funkeiro será uma das atrações no dia 30 de março juntamente com o Monobloco

REPRODUÇÃO

SERVIÇOSHOW DO NALDO E MONOBLOCO

Quando:

Onde:

Quanto:

30 de março

Piscina Vitória-Régia (Tropical Hotel Manaus”

R$ 70 (pista)

DPlateia

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

O Carnaval da Vila Isa-bel teve não só os dedos, mas as mãos e o talento-so elenco de artistas de Parintins assinando seu campeonato de 2013. Dez artistas parintinen-ses, entre escultores, pintores e decoradores, todos sob a batuta de Rossi Amoedo, atuaram na confecção das alego-rias da escola campeã do skindô carioca. Da pintu-ra aos movimentos ro-bóticos, passando pelas esculturas e decoração, as alegorias tiveram a assinatura da grife pa-rintinense. Palmas.

::::: É preciso saber que...

Os órgãos responsáveis pela segurança no Estado estão em estado de graça, tudo porque, segundos fontes fi dedignas, o Carnaval ama-zonense foi um dos menos vio-lentos do país. Com o rigor da Lei Seca, o Ronda nos Bairros e a forte presença de poli-ciais nos eventos momescos, a população sentiu o clima seguro para brincar à vonta-de. Pontos para o governador Omar Aziz que colhe os frutos pelo investimento pesado em segurança pública.

::::: Balanço positivo

Vem aí o aniversário da mais poderosa autarquia do norte do país. A Suframa, entidade que administra o maior parque fabril do Brasil setentrional fará 46 anos de existência. O quase meio século de atuação do órgão mudou a feição de Manaus e ajudou a consolidar o modelo que auxiliou a preservar a fl o-resta amazônica. Ao concentrar investimentos em tecnologias, o polo industrial tirou as motosserras dos troncos das árvores no Estado. Merece aplausos.

::::: Aniversário poderoso

Falando em Suframa, será que pelo menos no aniversário do órgão que ajuda a engordar o PIB brasileiro, o ministro Fernando Pimentel do Ministério da Indústria e Comércio Exterior – Mdic, fi nalmente virá a Manaus? Mistério...

::::: Será? Manoel Paiva, Átila Denys e Elizandra Rodrigues estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

Na próxima quinta-feira os tambores rufarão durante o

ensaio da Marujada de Guerra, rumo ao bicam-

peonato, no Atlético Rio Negro Clube.

Eliane Schnei-der encerrou

a temporada de verão nas praias de Maués com Hamilcar Sil-va, ao lado,

e seus fami-liares da Terra

do Guaraná.

O querido Aluisio Gonçal-ves vai reunir os amigos mais chegados na Musique Nuit, no próximo dia 23, para celebrar seu aniversário. No menu: as indispensáveis batidas eletrô-nicas do lugar.

Hoje, Baby Rizzato e Wais-ser Botelho apadrinham a Feijoada InComum, de Júlio Ventilari e Marko Belém, no Diamond, a partir das 12h30. O evento sobreno-mado faz parte dos festejos pós-Carnaval.

O Dulcila Festas e Conven-ções estará realizando pela pri-meira vez a promoção “Outlet de Salão” que garante 50% de desconto para aluguel dos seus salões para qualquer tipo

de festa e evento coorporativo. Informações: 3658-6334.

O Sesc Amazonas e a Strategos Gestão Cultural realizam, no próximo dia 24, a 1ª Mostra Cosplay 2013. Concurso de Cosplay, apresentações de K-pop (dança coreana), exibição de fi lmes e documentários, exposição de quadrinhos, exposição e demonstrações de jogos de mesa (tabuleiros e similares), ofi cinas e con-cursos de desenho e pintura, estandes de livrarias e pro-dutos relacionados ao tema, bancas de comida típica e ofi cinas de maquiagem fa-rão parte da programação do evento, que acontecerá de 13h às 19h, na sede da Henrique Martins.

::::: Sala de Espera

Em recente visita pela Aleam, as len-tes da coluna cli-caram os atuantes: deputado Francisco Souza e a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, esbanjando sua peculiar simpa-tia ímpar

Hoje, a queri-da Regina vai ser alvo de cumprimentos pela troca de idade com homenagem pilotada pelo maridão-músico Beto Spener e as fi lhas Roberta, Renata, Ramo-na e a bambi-na Marina

que ajuda a engordar o PIB brasileiro, o ministro Fernando Pimentel do Ministério da Indústria e Comércio Exterior – Mdic, fi nalmente virá a Manaus? Mistério...

cumprimentos da coluna.

Na próxima quinta-feira os tambores rufarão durante o

ensaio da Marujada de Guerra, rumo ao bicam-

peonato, no Atlético Rio Negro Clube.

Eliane Schnei-der encerrou

a temporada de verão nas praias de Maués com Hamilcar Sil-va, ao lado,

e seus fami-liares da Terra

do Guaraná.

Roberto Chagas e Ozeneide Casanova Nogueira, respectivamente, vice-presidente e presidente, da ABRH Amazonas, que tomarão posse na próxi-ma terça-feira. Ambos atuam em grandes corporações locais como executivos de recursos humanos

ALEX

PAZ

UEL

LO/A

GEC

OM

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2013

‘ArteOCupa Manaus’ é realizada hoje, no Centro

Hoje será realizado mais uma edição do movimento “Ar-teOCupa Manaus”, na praça Dom Pedro II, Centro (conheci-da como Itamaracá, em frente à antiga sede da Prefeitura de Manaus). A ação é um evento artístico independente ideali-zado por um grupo de cidadãos comuns, onde serão exaltadas as mais diversas expressões artísticas, tais como: canto, dança, música, artes cênicas, poesia, artes plásticas, foto-grafia, cinema.

A praça se transformará em uma galeria de arte a céu aberto. O evento conta com o apoio da comunidade da área, onde atualmente é conhecida como ponto de prostituição, marginalização e consumo de entorpecentes por parte de crianças, jovens e adultos. O principal objetivo é promover de maneira gratuita a intera-ção com a arte, priorizando a qualidade de vida e o bem estar social, proporcionando ao público presente uma vasta programação cultural.

A programação conta com o lançamento da revista na-cional de graffiti Collorzine; exposições de artes plásti-cas, de fotos, vídeos e do-cumentários; distribuição de preservativos; feira da pro-dução dos artistas e demais apoiadores que quiserem le-var suas obras, para expor, trocar, doar ou comercializar; pista de skate; apresentação de DJ, MCs, grupos musicais.

Além disso, o evento marca-rá a realização da I Mostra de Throw Up, um espetáculo onde os escritores de graffiti pintarão letras grandes, tam-bém conhecidos como bom-bs, durante todo o evento.

A ação conta com 50 artistas confirmados, entre escritores, artistas plásticos, músicos, entre outros, destacando a cantora Karine Aguiar, a ban-

da: Extremamente Tosco, os artistas plásticos Marius Bell, Turenko Beça, Hadna Abreu, Raiz Campos, Thaizis Izy, Afrâ-nio Pires, além da cineasta Dheik Praia e os fotógra-fos Daniely Gomes, Wanessa Leal, Jimmy Christian e Ruth Jucá. O DJ Marcos Tubarão também confirmou presença. A ação conta com o apoio dos movimentos Bumerangolân-dia (bumerangue), Capoeira Matumbé, Vira Lata (hip hop), Slackline, Gente Limpa e Cle-an Up Amazônia. Informações: (92) 8215-5601.

MOVIMENTO

ATIVIDADES A programação conta com o lançamento da revista nacional de graffiti Collorzine; ex-posições de artes plás-ticas, de fotos, vídeos e documentários; além de feira da produção dos artistas

A praça se transformará em uma galeria de arte a céu aberto com intervenções artísticas

Gaga teráprejuízo deR$50 milhões

O cancelamento da turnê de Lady Gaga para que ela possa realizar uma cirurgia no quadril custará aproxima-damente 18,5 milhões de eu-ros- o equivalente a R$ 48,4 milhões. A informação é da revista britânica “NME”.

Mais cedo nesta semana, a cantora anunciou que can-celaria todas as 20 datas faltantes de sua turnê, “Born This Way Ball”, nos Estados Unidos e no Canadá, por moti-vos médicos.Cerca de 200 mil ingressos já haviam sido ven-didos, que, juntos, custavam cerca de R$ 48,4 milhões.

Agora, a empresa responsá-vel pelos shows, a Live Nation Global Touring, está planejan-do como fará para devolver o dinheiro aos fãs.

Até 17 de janeiro (data do úl-timo show de Gaga), a turnê já havia arrecadado US$ 108,2 milhões (R$ 211,8 milhões) ao redor do mundo, passando por Ásia, Europa e América do Sul - inclusive o Brasil, visitado pela cantora em 2012.

A única parte dos shows planejados que faltava para a cantora fazer ocorreria na América do Norte. O lucro obtido por Gaga até o cance-lamento das datas restantes foi suficiente, porém, para co-locar sua turnê entre as 20 mais lucrativas da história. Ela deve lançar seu terceiro álbum, “ARTPOP”.

POPFOTOS: DIVULGAÇÃO

‘O fantástico corpohumano’ chega a Manaus

Visto por mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, exposição entra em cartaz no Manauara Shopping

Esta semana, Manaus receberá a exposição “O fantástico corpo humano”, que já foi

visto por mais de 20 milhões de pessoas em outros paí-ses. A mostra permite aos visitantes conhecerem mais sobre seus próprios corpos e ensina como cuidar da sua saúde e optar por estilos de vida saudáveis. O lançamento oficial para a imprensa e con-vidados será amanhã.

A exposição é composta por espécies humanas reais, como as utilizadas em universidades e hospitais, preservados para fins educativos por um proces-so chamado de plastinação. Apenas recentemente (2007) estas espécies ficaram dispo-níveis para o público, provendo uma oportunidade única para aprendizado visual.

O “O fantástico corpo humano” ajuda a ver e com-preender as doenças de ma-neira totalmente nova, pois enfatiza problemas de saúde, como câncer de mama, cân-cer de cólon, cirrose hepática (do fígado), gravidez ectópica,

artrite, osteoporose e fraturas ósseas. A exposição também ilustra danos ou lesões a ór-gãos, como os causados por tabagismo e obesidade.

Na mostra, o visitante po-derá fazer um mergulho tridi-mensional para dentro destes sistemas – pele e ossos, dos pés à cabeça – todos com o objetivo de ajudar as pessoas, a tomar decisões mais infor-madas sobre os cuidados com a saúde e o estilo de vida.

Durante a visitação, o pú-blico recebe dicas e infor-mações interessantes sobre os cuidados que devemos ter com a saúde.

SERVIÇO “O FANTÁSTICO CORPO HUMANO”

Quando:Onde:

Informações:

FevereiroManauara Shop-ping, piso G8(92) 3342-8032 / 9258-0558 ou 3342-8030

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