em tempo - 5 de fevereiro de 2012

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ANO XXIV – N.º 7.554 – MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO – PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 Solidariedade que chega dos pobres Situação precária em que se encontram os haitianos no Amazonas mobiliza diversos setores da sociedade, governo e igrejas. Mas, são das pessoas mais carentes os maiores exemplos de generosidade. EM TEMPO acompanhou a rotina de quem presta socorro aos imigrantes. Dia a dia C5 Dormir em rede é herança histórica, afirma sociólogo TRADIÇÃO Dia a dia C1 DIEGO JANATÃ/FREELANCER Política A8 Corrupção pode virar crime hediondo no país Com 15 e 16 anos, estudantes ingres- sam cada vez mais cedo no ensino su- perior. Decisão exige maturidade para planejar a carreira. Dia a dia C6 Universitários estão cada vez mais jovens FORMAÇÃO Joel Santana retorna ao Fla e diz que R10 não é ameaça APÓS 4 ANOS Lance! 5 PIM prepara concorrentes aos produtos Apple e Blackberry CELULARES Economia B1 Elenco 19 e 20 Estampas são apostas da nova estação TENDÊNCIA Dia a dia C2 Controle rígido nas atividades de flanelinhas PROJETO DE LEI JOEL ROSA SHANA REIS Musculação para esculpir corpo do público feminino PROCURA Saúde e bem-estar E6

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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ANO XXIV – N.º 7.554 – MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO – PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Solidariedade que chega dos pobres

Situação precária em que se encontram os haitianos no Amazonas mobiliza diversos setores da sociedade, governo e igrejas. Mas, são das pessoas mais carentes os maiores exemplos de generosidade. EM TEMPO acompanhou a rotina de quem presta socorro aos imigrantes. Dia a dia C5

Dormir em rede é herança histórica, afi rma sociólogo

TRADIÇÃO

Dia a dia C1

DIE

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CER

Política A8Corrupção pode virar crime hediondo no país

Com 15 e 16 anos, estudantes ingres-sam cada vez mais cedo no ensino su-perior. Decisão exige maturidade para planejar a carreira. Dia a dia C6

Universitários estão cada vez mais jovens

FORMAÇÃO

Joel Santana retorna ao Fla e diz que R10 não é ameaça

APÓS 4 ANOS

Lance! 5

AG O

DIA

PIM prepara concorrentes aos produtos Apple e Blackberry

CELULARES

Economia B1

MAR

CELO

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HAD

O/A

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Elenco 19 e 20

Estampas são apostas da nova estação

TENDÊNCIA

Dia a dia C2

Controle rígido nas atividades de fl anelinhas

PROJETO DE LEI

JOEL

RO

SA

– MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 –

SHANA REIS

Musculação para esculpir corpo do público feminino

PROCURA

Saúde e bem-estar E6

Solidariedade que

DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

Musculação para esculpir corpo do público feminino

Saúde e bem-estar E6

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A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Contexto3090-1011/9982-2702 [email protected]

Um acordo fi rmado entre o governador Omar Aziz (PSD) e a executiva estadual do PCdoB, na noite da última sexta-feira (3), em jantar com o ministro Aldo Rebelo, sacramentou a saída do secretário estadual de Esportes, Júlio César Soares, da pasta.

O governador já havia prometido trocar o comando da secretaria em maio do ano passado, quando o partido comunista indicou a ex-secretária-executiva da Sepror, Alessandra Campêlo, para o lugar de Júlio César.

Diz-se que o governador teria assinado, no jantar de sexta-feira, a nomeação de Alessandra Campêlo. A participação de Aldo Rebelo serviu para referendar a opinião do partido em relação à troca no comando da secretaria. O PCdoB entende que o cargo faz parte da fatia da sigla no apoio ao governo. E Júlio César, apesar de ser do partido, herdou a secretaria com a saída de Lupércio Ramos.

APLAUSOS

Acordo sacramenta saída de secretário do governo

CONVITEA senadora Vanessa Gra-

zziotin (PCdoB-AM) foi con-vidada pela embaixada dos Estados Unidos para visitar o Senado norte-americano com o objetivo de discutir a legislação que trata do tráfi co de pessoas.

CPI AJUDOUO convite ocorreu por conta

do trabalho da senadora ama-zonense à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfi co de Pessoas. A CPI entregou relatório parcial dos seus trabalhos no fi nal do ano passado, no qual consta proposta de reformulação do Código Penal, tipifi cando o crime do tráfi co de pessoas.

ORGANIZAÇÃOO Ministério Público Elei-

toral (MPE) já começa a se organizar para acertar o fun-cionamento da fi scalização durante o período eleitoral em Manaus e no interior do Estado. Na última sexta-feira (3), os promotores eleitorais se reuniram, na sede do MPE, para tratar do assunto.

ARBORIZAÇÃOO Fundo Municipal para De-

senvolvimento e Meio Am-biente (FMDMA) lançou edital convocando para seleção de projeto, “que tem por objeto complementar a aquisição de mudas dentro do “Programa Manaus Mais Verde”. Esse programa tem objetivo de arborizar as principais vias de Manaus.

IPÊS BRANCOSNo início do ano, o fundo

também lançou edital convo-cando Organização da Socie-dade Civil de Interesse Público (Oscips) para apresentarem projeto a fi m de arborizar, com mudas de ipês brancos, a avenida Djalma Batista.

EIA E RIMANa próxima quarta-feira

(8), o Prosamim vai realizar audiência pública para apre-sentar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para moradores de cinco bair-ros da bacia do São Raimundo. O evento antecipa o início das obras, previsto para maio.

Para o crescimento da comercialização de consórcios de carros novos no país, que deve avançar 9% este ano.

Consórcios

VAIAS

Para Cuba, que ne-gou permissão para a blogueira Yoani Sánchez venha ao Brasil lançar um documentário.

Cuba

EM BRASÍLIAO presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Érico

Desterro, viajará amanhã à tarde para Brasília, a fi m de se reunir com o ministro do TCU, Valmir Campelo, para conversar sobre as pendências do Amazonas em relação aos recursos federais para as obras da Copa de 2014.

REUNIÕESDesterro disse que também tentará uma reunião com a

Controladoria Geral da União (CGU), para tratar da mesma situação. O presidente do TCE disse que tudo isto é para evitar a inviabilização do contrato da obra da Arena da Amazônia.

O governador Omar Aziz participou na manhã deste sába-do, 4 de fevereiro,

da abertura de mais uma feira de produtos regionais, dessa vez no pátio do Clube dos Subofi ciais e Sargentos da Aeronáutica (Cassam), Zona Sul. O novo espaço, resultado de um convênio entre governo do Estado e o 7º Comando Aéreo Regional (7º Comar) da Aeronáutica, é prioritário para as produtoras do sexo feminino, batizado de Feira da Economia Feminista e So-lidária de Produtos Regionais

do Amazonas.Segundo o governador Omar

Aziz, a iniciativa de reservar o espaço às mulheres faz parte

da política de seu governo, que pretende melhorar as oportunidades de acesso à qualifi cação, emprego e renda ao público feminino. “Estamos abrindo espaço para a mulher ter o seu negócio e indepen-dência fi nanceira, para que tenha uma melhor qualidade de vida”, afi rmou.

Operacionalizada pela Agên-cia de Desenvolvimento Sus-tentável do Amazonas (ADS), em parceria com o sistema produtivo do Estado e Aero-náutica, a meta da feira, que acontecerá quinzenalmente, é movimentar R$ 90 mil a

cada edição. O espaço abriga cerca de cem produtores de 15 municípios.

Parceria Durante o evento de abertura

e assinatura do convênio para a realização da feira, o gover-nador anunciou que o próximo parceiro será a Marinha. As ou-tras feiras da ADS, em parceria com militares, funcionam no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), no bairro São Jorge, Zona Oeste, junto com o Exército, e no Comando Geral da Polícia Militar, em Petrópolis, Zona Sul.

O governador Omar Aziz inaugurou a feira feminina de produtos regionais, gerando oportunidade de emprego e renda

Haitianos vão trabalhar no Sul

OPORTUNIDADE

A empresa Multilog, que atua assessorando expor-tações em serviços adua-neiros, resolveu acreditar nos haitianos. Ontem, mais de 25 imigrantes embar-caram para Itajaí, Santa Catarina, contratados pela empresa para trabalhar.

A oportunidade é inédita e a credibilidade deposi-tada neles também. Além dos direitos assegurados em contrato, receberão

benefícios extras como plano de saúde e odon-tológico, seguro de vida e cestas básicas.

A iniciativa, segundo a coordenação de acolhida, abre portas para a desmis-tifi cação de falta de vagas de emprego no Brasil. Lá os contratados irão trabalhar com carga e descarga de materiais, serviços gerais e as mulheres como domésti-cas. Uma casa foi alugada

para abrigá-los e a expec-tativa é a de que esse nú-mero possa aumentar até o próximo semestre.

Ainda ontem, mais um grupo de 250 haitianos chegou de Tabatinga (a 1.607 quilômetros de Ma-naus). Segundo a irmã San-tina, o apoio das igrejas tem sido de total relevância, já que nenhum tipo de repasse de verba pública foi feito até o momento.

Grupo de haitianos embarca para Itajaí com garantia de emprego em Santa Catarina

DIEGO JANATÃ/FREELANCER

A feira de produtos regionais, em parceria com o 7º Comando Aéreo Regional, (7º Comar) é mais uma opção e funcionará aos sábados, no pátio do Cassam

Omar abre feira solidária na Zona Sul de Manaus

Morto no Beija-Flor com 7 tirosO autônomo Dioston do

Amaral Machado, 27, foi executado com sete tiros na cabeça na noite da última sexta-feira (3), no conjunto Beija Flor I, Zona Norte de Manaus. De acordo com in-formações da Delegacia Es-pecializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), o crime ocorreu às 18h30, enquanto Dioston passava em frente à praça do conjunto, na rua

Amazonas. O crime é de au-toria desconhecida. Na noite de sexta foram registrados mais dois assassinatos.

Na manhã de ontem (4), um homem foi assassinado com um tiro e teve uma faca cravada no seu peito enquanto transitava na rua Real, bairro Mauazinho, Zona Leste. O assassinato ocorreu às 11h20. Até o fechamento desta edição a vítima ainda

não havia sido identifi cada.

PrisãoNa sexta-feira, Celso Ro-

drigues Duarte, 27, foi preso em fl agrante por policiais militares com 81 papelotes de pasta-base de cocaína, 21 porções de pó da mesma substância, cinco pedras de óxi e R$ 163. O caso foi registrado no 4º Distrito In-tegrado de Polícia.

EXECUÇÃO

Operações apreendemveículos

Duas operações foram de-sencadeadas pela Polícia Mi-litar do Amazonas (PM-AM) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) na última sexta-feira (3) nas ruas de Manaus. Uma delas, a operação “Onça”, da PM-AM, permanece até a noite de hoje em todas as zonas de Manaus. Já a operação “Saturação e Barreiras” realizada sexta, apreendeu veículos e recupe-rou uma moto roubada.

Na operação “Onça” estão sendo realizadas barreiras com redutores de velocidade, abordagens de pessoas e veí-culos, fi scalização em bares e reforço do policiamento nas principais avenidas e áreas de maior ocorrência. O obje-tivo é combater o crime nas ruas, beco e vielas dos bairros com os maiores índices de criminalidade.

Coordenada pela SSP-AM, a “Saturação e Barreiras” con-tou com o apoio da Polícia Civil, do Departamento Esta-dual de Trânsito do Amazonas (Detran-Am) e do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans). Em uma noite, foram apreendidos 26 veículos, 66 motos e uma moto recuperada.

ArrastãoTrês menores e três adultos

foram presos em fl agrante por por PMS enquanto faziam arrastão na rua I, do conjunto Hiléia I, Zona Centro-Oeste. Alisson dos Santos de Paiva, 21, Samuel Santos da Silva, 21, Moacir Batista Costa Ju-nior, 18 e três menores leva-ram celulares e R$ 2,4 mil de pelo menos duas vítimas.

BLITZE

INCENTIVOO agricultor Antônio Silva, 61, de Iranduba, destacou que a política de incentivo ao produ-tor rural do governo do Estado vem mu-dando a vida de sua família, pelas oportu-nidades oferecidas

ALEX PAZUELLO/AGECOM

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MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

O jogo já não se apresenta muito limpo, e ainda nem começou; deve ser o clima tropical do país que se ufana de estar deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo; mas os dados estão lançados: a ONG A Caatinga, lidera um movimento para eleger o tatu-bola como mascote da Copa de 2014, que está prevista para acontecer em 12 cidades brasileiras.

A indicação tem o apoio de cientistas que conhecem o candidato pelo singelo nome de Tolypeutes tricinctus, uma espécie 100% nacional e está ameaçada de extin-ção, porque o tatu não é bom de bola, isto é, não sabe driblar caçadores humanos que não são bons da bola. Tudo que o Tolypeutes consegue fazer em legítima defesa diante do ataque dos predadores é dobrar-se sobre o próprio corpo, formando uma bola, o que, aliás, sustenta o argumento da ONG que pretende fazê-lo mascote, embora a proposta não venha embalada num discurso dos mais convincentes.

“A escolha do tatu-bola mostraria ao mundo a nossa rica natureza e o compromisso com a biodiversidade, além de sensibilizar o povo brasileiro para a defesa e a proteção da nossa natureza”, dizem os organizadores de A Catinga, esquecidos de que os brasileiros não costumam levar muito a sério esse compromisso com a natureza e o meio ambiente, a não ser o que o prostra em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo. E o Tolypeutes pode contribuir mais com a própria extinção, não em forma de bola, mas de sopa, guisado, churrasco no espetinho e outras maravilhas da gastronomia de calçada e calçadão.

O tatu-bola concorre com outros animais em extinção, como a onça-pintada. Essa corrida, que mal começou, pode ser vencida, no entanto, por outro personagem que nunca existiu, mas que muita gente viu (ao menos jura que viu), tem uma perna só, fuma cachimbo. É o saci-pererê, que tem torcida organizada entre os aliados políticos da presidente Dilma Rousseff , entre eles o mi-nistro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que defende uma consulta pública, mas não esconde sua preferência. No país da bola, tudo rola.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

A partir desta semana co-meça a funcionar, no Jar-dim Botânico de Manaus, o Clube da Floresta, um clubinho divertido que mis-tura leitura, jogos, artes, teatro e muita natureza. As atividades são voltadas para crianças entre 7 e 14 anos e acontecem de terça a domingo em diferentes horários. A inscrição é gra-tuita, e é possível participar

cos e dinâmicas de aprofun-damento de conteúdo); “Se-mear” (passeios na fl oresta e produção de canteiros, mudas e mini-hortas).

Lívia Brasil(3236-5326/8153-2925)

www.emtempo.com.br

Cachorro no meio da rua não pode mais nem morrer sossegado e os urubus não têm pressa, mas não levantam voo. O cachorro vai parar de latir em algum momento. Mundo cão. Mundo urubu. Parece até mundo de gente.

JOEL ROSA

Tatu-bola disputa Copa 2014 com saci-pererê

O Congresso aprovou, a presidente da República sancionou e em maio começa a vigorar a lei que obriga o poder públi-co a pôr à disposição da sociedade as informações que lhe forem solicitadas. É uma lei de difícil execução, implicará a criação de novos mecanismos admi-nistrativos, mas colidirá principalmente com a mentalidade do poder fechado em suas razões, na convicção de que o Estado tudo pode e nada deve ao cidadão. Muito se tem falado sobre essas difi culdades dentro do governo onde ainda reina a incerteza, mas muito pouco ou quase nada tem sido feito na prática em favor da aplicação da lei que tanto pode gerar tensões quanto produzir avanços.

A expressão nítida desse traço de obscuridade e da resistência a ser en-frentada é a maneira como o governo federal vem lidando com as demissões e admissões de ministros e dirigentes de estatais. Não se obedece ao pressu-posto de que é obrigação do governante dar informações e um direito do cidadão recebê-las. Auxiliares presidenciais vão e vêm sem que se saibam exatamente os motivos. A presidente nunca fala sobre eles. Mário Negromonte, por exemplo, acabou de deixar o Ministério das Ci-dades, mas do Palácio do Planalto não se ouviu qual a motivação: se saiu por ser incompetente, alvo de suspeita de prevaricação ou o quê.

Da mesma forma, ninguém disse quais são mesmo as qualifi cações específi cas do deputado Agnaldo Ribeiro - além de pertencer ao partido do “saído” - para assumir o comando de uma pasta com previsão orçamentária de R$ 22 bilhões para 2012. Sobre isso, o que se têm são versões anônimas e as palavras do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do vice-presidente Michel Te-mer dando conta da normalidade nesse tipo de ida e vinda. De fato, o entra e sai de gente no governo é absolutamente normal. Anormal, contudo, é ausência de transparência a respeito.

Nesse quesito da falta de compro-misso com a informação pública se inscreve com destaque e escândalo o caso recente da demissão do presidente da Casa da Moeda, o economista Luiz

Felipe Denucci. Consta que saiu por corrupção. Teria recebido propina de fornecedores em contas no exterior. Pode ser e pode não ser. O governo não se pronuncia, não esclarece afi nal de contas o que se passou realmente, informando apenas a abertura de uma sindicância para investigar se houve ou não houve o “malfeito”.

Mas, então, a demissão pode ter sido injusta? Não se sabe. O que há em tela até agora é um jogo de empurra, de pa-lavra contra palavra, entre o ministro da Fazenda e o presidente do PTB, Roberto Jeff erson. O ex-deputado diz que o parti-do apenas encampou o apadrinhamento a pedido do governo. Guido Mantega alega que não conhecia o economista e devolve a responsabilidade da indicação para o PTB, afi rmando que os políticos é que pressionaram pela saída dele.

A “Casa Civil” manda dizer, por via sem autoria, que alertou a Fazenda desde agosto das suspeitas sobre o presidente da Casa da Moeda. Uma história estranhíssima envolvendo uma estatal com receita de R$ 2,7 bilhões e lucro líquido de R$ 517 milhões em 2011. Enquanto isso, os partidos no Congresso discutem a conveniência ou não de con-vocar o ministro da Fazenda para dar explicações, com os governistas dividi-dos entre considerar a convocação uma inadequada “politização” ou usar essa hipótese como arma de retaliação.

Como se vê, tudo errado nesse epi-sódio emblemático em que o ministro da Fazenda mostra-se sem ingerên-cia sobre um subordinado a respeito de quem ninguém se responsabiliza, demitido não se sabe bem por quem, sob uma acusação cuja investigação ocorre depois do ato consumado. O mais esquisito que é a cena parece verossímil diante de nossas vistas já acostumadas à obscuridade, embora prestes a se depararem com a entra-da em vigor de uma lei que obriga o poder público a franquear a todos o acesso à informação. Inclusive as razões pelas quais as pessoas entram e saem da equipe presidencial. É de se perguntar se o governo vai se enquadrar ou se optará pela via da ilegalidade institucional.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Mário Ne-gromonte, por exem-plo, acabou de deixar o Ministério das Cida-des, mas do Palácio do Planalto não se ouviu qual a motivação

Dever de Estado

de uma atividade específi-ca ou de todas. As crianças que se inscreverem ganham uma carteirinha exclusiva do clube. O objetivo é ofe-recer alternativas de lazer e educação informal ao longo de toda a semana. O Jardim Botânico de Manaus fica na avenida Uirapuru s/nº Cidade de Deus.

As atividades foram tra-balhadas ao longo dos dois

últimos anos e o formato contínuo foi testado com grande sucesso no fi nal de 2011, durante o evento Fé-rias no Jardim. Na ocasião, cerca de 30 crianças e jo-vens participaram de 12 dias contínuos de atividades. O programa oferece entre outras atrações, “Contação de Histórias” (narração de histórias clássicas e lendas brasileiras, com uso de bone-

Presidente: Otávio Raman NevesDiretor-Executivo: João Bosco Araújo

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Chefe de ReportagemMichele Gouvê[email protected]

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A03 - OPINIÃO.indd 3 4/2/2012 12:45:21

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Gandhi tem muita razão em colocar o dedo em algumas feridas que podem ser vistas sem óculos ou binóculos ou telescópios. A riqueza sem traba-lho pode vir de herança, de roubo”.

O nó da questão está no fato de que uma coisa é desen-volvimento econômico e outra coisa é desenvolvi-mento so-cial. Os dois em sinergia fazem uma nação de-senvolvida”.

João Bosco

Araújo

Não é muito saudável lembrar somente os males que infelicitam a sociedade. Essa atitude pode fazer-nos cair num pessimismo que não leva a nada. Se não estamos no mundo sonhado como o melhor de todos, também não mergu-lhamos no pior. Os progressos científicos e os avanços tecnológicos trouxeram um bem-estar que jamais foi gozado em todas as outras épocas da história. O próprio fato de o mal ser notícia e escândalo prova que o bem ainda pre-pondera. Depois dessa introdução e sem intenções de ser pessimista ou de induzir ao pessimismo, faço um desafio: em sua opinião, quais são os maiores males de nossa sociedade? As pesquisas de opi-nião, que andam por jornais e revistas, falam de corrupção, drogas, violência e de tantas outras coisas. Já houve pessoas que publicaram listas inteiras.

Mahatma Gandhi reduzia a sete os maiores males da humanidade. Vamos ver quais seriam: uma riqueza sem tra-balho, prazeres sem escrúpulo, conhe-cimento sem sabedoria, comércio sem moral, política sem idealismo, religião sem sacrifício, crença sem humanismo. Como toda tentativa de relacionar coisas, acontecimentos, pessoas ou mazelas, esta lista é incompleta ou pode ser dis-cutida. Um fato, porém, é certo: Gandhi tem muita razão em colocar o dedo em algumas feridas que podem ser vistas sem óculos ou binóculos ou telescópios. A riqueza sem trabalho pode vir de herança ou de roubo ou de prêmios de loteria.

Se vier de herança, em muitos casos, está nas mãos de dondocas que vivem em páginas de jornal como fúteis, na-babos e inúteis à busca de publicidade. Esse tipo de riqueza pouco acrescenta à sociedade e desaparece nas próximas gerações. Se vier de roubo, é criminosa e prejudica as camadas mais sofredoras da população. Enquadra-se no que cha-mamos de corrupção. São ladrões soltos e dificilmente punidos em países como o nosso. Se a riqueza for fruto de sorte em loteria, poucos são os exemplos de bom uso desse dinheiro. Basta olhar o que aconteceu por aí.

Prazeres sem escrúpulo são a principal causa da violência que nos apavora. Entre eles podemos enumerar a depen-dência química (drogas e alcoolismo), a prostituição, a pedofilia e a degradação da mulher. Conhecimento sem sabedoria é o orgulho, a vaidade, a grosseria, o pouco juízo de tantos mestres, doutores e pós-doutores que se colocam acima dos cidadãos comuns e os despreza. O comércio sem moral causa injustiças, explorações e miséria. Ao comércio sem moral acrescente-se economia e finan-ças sem moral. Está aí a crise atual para mostrar-lhes os efeitos. A política sem idealismo é cruel e egoísta. A religião sem sacrifício está aí como uso de Deus para enriquecer-se e até para vencer partidas de futebol. A religião autêntica consiste em reconhecer a Deus como Senhor e a nós como seus servidores. A crença sem humanismo coloca a opinião e as leis acima das pessoas. Gandhi foi um sábio e esta lista o demonstra.

PainelRENATA LO PRETE

O resultado do julgamento do Supremo sobre os limites da atuação do Conselho Nacional de Justiça representou derrota não apenas para os adversários de Eliana Calmon em TJs país afora, mas também para os que se opõem ao trabalho da corregedoria dentro do próprio CNJ. Quem acompanha de perto o órgão desde sua instalação, em 2005, sabe que a atual composição de 15 membros - eles são renovados a cada dois anos - é a que inclui mais con-selheiros refratários à simples ideia de controle externo do Judiciário. Vários chegaram ao CNJ com o propósito quase explícito de desidratá-lo. Agora, tendem a perder espaço.

Mergulho Apoiadores de longa data da missão do CNJ ponderam que, uma vez vencida a batalha no Supremo, Eliana Calmon deveria moderar sua ex-posição e se concentrar no trabalho investigativo. “O apelo à opinião pública surtiu efeito”, observa um ministro. “Agora é hora de buscar resultados.”

Em família Presidente interino da Casa da Moeda desde a demissão de Luiz Felipe Denucci, há uma se-mana, por suspeita de desvio de dinheiro, Carlos Roberto Oliveira tem dois irmãos trabalhando no órgão. Um deles é gerente. O outro, gravador.

Em família 2 Na época em que Oliveira chefi ava o Departamento de Matrizes, sua mulher foi acusada de furtar um estudo de projeto de cédulas. O órgão abriu uma sindicância e, poste-riormente, uma comissão de inquérito analisou o caso.

Outro lado Segundo a Casa da Moeda, a acusação foi leviana e resultou em pro-cesso administrativo contra o denunciante “pela prática de ofensa à honra”.

Lenda Um cardeal pe-tista observa: a difundida ideia de que no ministério de Lula predominavam po-líticos, e no de Dilma, técni-cos, não encontra respaldo na realidade. Basta cotejar ex e atuais ocupantes das pastas.

Colateral Onda de de-missões em indústrias plás-ticas alarma sindicatos da Grande SP. Os cortes são atribuídos ao fi m das saco-

linhas em supermercados, vigente desde 25 de janeiro. No eixo de Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Mora-to foram 200 rescisões. O polo fabril tem 4.000 fun-cionários ligados à produção desse item.

Colateral 2 O quadro é mais dramático nas empre-sas menores, que alegam incapacidade de quitar di-reitos trabalhistas diante da súbita queda nas encomen-das. Apesar da perspectiva de migração para fábricas de ecobags, o complexo maquinário é o entrave às contratações.

Sacolaço Na quinta-fei-ra, sindicalistas pretendem reunir representantes do co-mércio e indústria em mani-festação contra a medida.

Cartão-postal Um mês depois de iniciada a ação policial na cracolândia, pre-ocupa o governo paulista a migração de dependentes para o entorno do Itaquerão. A polícia usa seu QG de inteli-gência para sufocar o tráfi co próximo ao estádio.

Global Dirigentes do PSTU contabilizam atos em defesa dos moradores do Pinheirinho em 22 países. No Haiti, ativistas entrega-ram carta a Dilma pedindo a desapropriação do terre-no. Nos EUA, o Movimento Ocuppy Wall Street aderiu à causa.

Local Em São José dos Campos, o aluguel social de R$ 500 oferecido pelo governo infl acionou as lo-cações. Cadastrados pela prefeitura não acham ne-nhum imóvel por menos de R$ 700.

Tiroteio

Já passou da hora de o governador Jaques Wagner descer das nuvens para tomar co-nhecimento do que está acontecendo nas ruas de Salvador.

Contraponto

Enquanto aguardava para se submeter a mais uma sessão de radioterapia, Lula entrou num consultório qualquer do Sírio-Libanês, anteontem, para conversar com Miriam Belchior, hospitalizada em consequência de uma crise de hipertensão.De repente, um médico entrou na sala. Ao perceber que ali estavam o ex-presidente e a ministra do Planejamento, desculpou-se. Lula procurou tranquilizá-lo:-Tudo bem! Você ainda não deve estar sabendo, mas eu já estou atendendo aqui!

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEPUTADO ACM NETO (DEM-BA), sobre as mortes e saques registrados na capital baiana na esteira da greve da Po-lícia Militar. O petista é usuário frequente de helicóptero, mesmo para deslocamentos dentro da cidade.

Sabemos sobre mais casos agora porque

há melhores res-postas por parte da polícia, agências e serviços voluntários e por causa de uma mudança na forma

como a sociedade vê o crime

Chegamos agora ao nível de 6ª eco-nomia do mundo e superamos assim o PIB do Reino Unido que, até o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), era a maior de todas as potências e se jac-tava de que o sol nunca se deitava no Império Britânico.

Para o nosso ufanismo, chegar a esse 6º lugar, não poderia ser mais nu-tritivo, sobretudo depois de já ter sido o terreno devidamente adubado pelas bazófias do Lula que, depois de surfar nas ondas legadas pelo Plano Real, pela política econômica do governo Fernando Henrique e pela maré alta da economia mundial, num ataque de fanfarronice, passou a esnobar o FMI e a oferecer e conceder ajuda financeira a vários países, a perdoar calotes e descumpri-mentos de acordos internacionais, num comportamento que colocou o país na categoria de emergente e novo-rico.

O marketing político do ex-presidente foi intencionalmente montado para pas-sar ao povo brasileiro a falsa convicção de que deixamos a faixa dos países subdesenvolvidos e ingressamos defi niti-vamente no Clube dos Oito, ou seja, pas-samos à condição de superpotência.

Acontece que uma meia-verdade é, ao mesmo tempo, também uma meia-menti-ra e, portanto, nela não se pode confi ar, até porque difi cilmente se saberá onde termina uma e começa a outra.

Que o Brasil está hoje entre as dez maiores economias do mundo, pelo volu-me do seu Produto Interno Bruto, é a fra-ção verdadeira da enganosa propaganda que o governo Lula lançou nas cabeças dos brasileiros. O que, de propósito, ele deixou de propagar foi a outra fração da verdade, aquela que, ao ser omitida, transformou a primeira verdade numa desonesta e perniciosa falácia.

O nó da questão está no fato de que uma coisa é desenvolvimento econômico e outra coisa é desenvolvimento social. Se os dois se combinam em sinergia, então teremos realmente uma nação de-senvolvida. Se não, estaremos diante de um organismo desequilibrado, manco, em que a perna mais curta sempre será a do lado social. Faz lembrar o tempo em que o todo-poderoso ministro da economia, Delfi m Neto, afi rmava que a produção nacional de frangos garantia uma unidade diária para cada brasileiro. Na verdade, a grande maioria não tinha acesso sequer a um mísero pé de galinha.

A miséria social que assola o povo brasileiro desmente o ufanismo da pro-paganda de governo. Para quem duvida, basta entrar numa fi la do SUS para se convencer. Ou ainda, tomar conhecimen-to do vergonhoso fato recentemente apurado por credenciada instituição, se-gundo o qual, dentre trinta países, o Brasil ocupa o último lugar, no que se refere à transmutação de impostos recebidos, em benefícios e bem-estar sociais.

As economias da União Européia e dos Estados Unidos enfrentam uma crise da qual tivemos a competência de nos livrar, é o que nos diz o nosso governo. Compare-se, entretanto, o como estamos vivendo, com a qualidade de vida desses povos, mesmo com suas crises.

Orgulho de ser brasileiro nem sempre é racional

Gandhi e os sete maiores males da humanidade

Por fora e por dentro

Dono do pedaço

FrasesO homem se vê mais como humano e entende que tem o mesmo direito que a mulher, o de

reclamar e de fazer a queixa policial. Ele está per-dendo a vergonha de denunciar os maus-tratos

Gonzalo Ulloa, do Instituto de Criminolo-gia da Polícia Investigativa do Chile, explica porque os homens chilenos passaram a ter coragem de denunciar a agressão que so-

frem das mulheres em casa.

Não estava esperando o soco no rosto, que alguém fosse me bater tão rápido. Sabe

quando você ama alguém tanto e acredita que a pessoa simplesmente pode mudar? Eu tinha

esperança de que ela ia mudar

Peter conta à “BBC Brasil” ter sido vítima de maus-tratos físicos e emocionais pela esposa

durante quase um ano. Quando decidiu chamar a polícia, não teve coragem de apresentar queixa.

Carmel Napier, especialista em violência doméstica, relata que o número de mulheres presas por esse crime na Inglaterra e País

de Gales mais do que dobrou nos últimos cinco anos.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

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MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 A5Política

Pesquisas alcançam apenas 1,06% da intenção de votoPré-candidatos e partidos políticos baseiam ações no período eleitoral em análises de “consumo interno” para garantir vitória

Elas dão o “tom” das campa-nhas até mesmo um ano antes das eleições e seus idealizado-res garantem que representam 90% de certeza dos votos vá-lidos nas urnas. O “peso” das pesquisas eleitorais — cada vez mais próximas dos resultados do pleito — é indiscutível pelos pré-candidatos, mas na realida-de demonstram a intenção de voto de 1,06% dos eleitores.

Segundo donos de empre-sas e institutos de pesquisas, as análises divulgadas pela mídia em geral não infl uen-ciam na condução do voto ou nas estratégias de cam-panha dos candidatos.

O proprietário da empresa Action Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, informou que as pesquisas divulgadas para a população não correspondem a 1% das consultas feitas por partidos e pré-candidatos an-tes das eleições. “A maioria das campanhas se baseia nos resultados das pesquisas inter-nas para avaliar as ações que estão dando certo”, disse.

Segundo ele, a pesquisa divul-gada aos eleitores serve apenas para informar a distribuição dos votos em vários momentos do período eleitoral, mas não chega a interferir na intenção de voto. “Existe um grupo de pessoas que adere a técnica do voto útil, que é votar em quem está na frente nas pesquisas. No entanto, esse número não é signifi cativo ao ponto de decidir uma eleição”, garantiu o empresário.

EmpresasDurante as eleições de 2010

foram registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Amazo-nas (TRE-AM) 18 pesquisas eleitorais de intenção de voto para os cargos de senador da República, governador do Estado, além de deputados federais e estaduais. Destas, seis foram realizadas pela em-presa D.M. Duarte, cinco pelo instituto Ibope de Consultoria, três foram de responsabilidade da A.F. Soares Marketing e Pesquisas de Mercado, duas pela Vox Opinião, uma pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino (Ibrape) e a última pela empresa Sensus Data Ltda.

Em um período de seis me-ses e dez dias — de 5 de março a 25 de setembro do ano passado — as empresas em-bolsaram R$ 1,2 milhão para avaliar a intenção de voto de 22 mil eleitores. O número de “escolhidos” para respon-der aos questionamentos dos institutos representa 1,06% entre os mais de 2 milhões de eleitores do Estado.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

De acordo com o artigo 33 da lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições) as entidades e empresas devem regis-trar cada pesquisa eleitoral referente às eleições 2012 na Justiça Eleitoral até cin-co dias antes da divulgação dos resultados.

O Tribunal Superior Elei-toral (TSE) estabeleceu que as pesquisas só serão con-sideradas válidas se forem

registradas no Sistema de Re-gistro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle), disponível no portal eletrônico do TSE e dos Tribu-nais Regionais Eleitorais.

Entre as informações obri-gatórias prestadas ao TSE, as empresas devem infor-mar: o contratante; o valor e a origem dos recursos; a margem de erro; o sistema de controle, verifi cação, con-ferência e fi scalização da co-

leta de dados; o questionário a ser aplicado; o nome de quem pagou pelo trabalho; o contrato social e o nome do estatístico responsável.

A divulgação de pesquisa fraudulenta é considerada crime, com punição previs-ta pela legislação eleitoral em detenção de seis meses a um ano, além de multa que varia de R$ 53,2 mil a R$ 106,4 mil.

Legislação prevê o registro

Encomenda de candidatos O cientista político e pro-

fessor da Universidade Fe-deral do Amazonas (Ufam), Gilson Gil, garantiu que as pesquisas infl uenciam na condução das campanhas eleitorais. No entanto, ele explicou que a infl uência não se dá pelas pesquisas divulgadas na imprensa, mas sim as de “consumo próprio” encomendadas pelos candidatos e parti-dos políticos no período que antecede o pleito. “As pes-quisas de “consumo pró-prio” são realizadas a cada semana pelos partidos e candidatos majoritários. Elas são mais completas, com maiores detalhes a respeito da conjuntura política e com diversos tipos de metodologia para guiar a cam-panha para a

vitória”, ex-plicou. Na ava-

liação dele, as pesquisas

divulgadas pela mídia não che-

gam a infl uenciar nem mesmo a inten-

ção de voto do eleitor e representam um re-

corte do período em que a análise foi feita. “Se há 30 anos as pesquisas cau-savam um grande abalo na opinião pública, atual-mente os resultados já são aceitos mais naturalmente e não repercutem. Grande parte do eleitorado tem outras formas de decidir o seu candidato, que não é pela pesquisa ou pela divulgação de números”, disse Gilson Gil.

Segundo a empresa Action a pesquisa divulgada aos eleitores serve apenas para informar a distribuição dos votos em vários momentos durante o período eleitoral

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Ministro da Justiça de olho em licitação suspeita

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) fi cou im-pressionado com a escanda-losa licitação no Conselho Na-cional de Justiça, e determinou a Polícia Federal verifi car se órgãos da administração es-tão fazendo “adesão de ata de preço” com base no contrato da empresa NTC, parceira da multinacional Oracle que ven-ceu a licitação. A ampliação da base de dados do CNJ, inicialmente estimada por sua Diretoria de Informática em R$ 5 milhões saltou depois para R$ 68,6 milhões.

Mina de ouroA “adesão à ata de preços”

permite que outros órgãos pú-blicos contratem os mesmos serviços licitados pagando preços idênticos.

Obstáculos removidosO diretor de Informática e

a diretora-geral que discor-daram da compra milionária foram sumariamente afasta-dos do CNJ.

Proposta obscenaDizendo representar a ven-

cedora da licitação do CNJ, um Geraldo Tavares Jr. ofereceu dinheiro para calar um repór-ter da BandNews.

Como avestruzApos o escândalo da tentati-

va de suborno, o CNJ fez uma reunião a portas fechadas em que decidiu que a licitação havia sido “limpa”.

Ilegal, ‘galego’ do Lula palpitava no governo

Incansável defensor da pe-legada da CUT, o espanhol José Lopez Feijoo, há muitos anos no Brasil, não fez ques-tão da cidadania até obter uma boquinha no governo Dil-

ma, “por supuesto”. E assim desfrutou, como imigrante da Galícia, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ao lado de Delfi m Netto e Abílio Diniz, convidado pelo amigão Lula, em 2007. Em 2010, foi em comitiva à Espanha natal.

Sigam-meO ex-ministro José Dirceu

(Casa Civil) agora está com seu blog no Twitter. Festeja os mais de mil seguidores em menos de dois dias.

Apertando o passoO ritmo do Senado, este

ano, preocupa o tucano Fle-xa Ribeiro (PA): “Precisamos correr no primeiro semestre. Depois, é só eleições”.

CursinhoO DEM reunirá nesta se-

gunda em São Paulo 300 pré-candidatos a prefeito para um “intensivão” sobre aspectos jurídicos e de marketing.

Moeda podreA Casa da Moeda contratou

sem licitação uma perícia de R$ 92,5 mil para avaliar o estrago do incêndio no prédio de Moe-das de Medalhas em dezembro, quando já “ardia” no cargo o presidente Denucci Martins.

Em campanhaDo novo líder do PT, se-

nador Walter Pinheiro (BA), sobre disputa ao governo da Bahia: “Sérgio Gabrielli (presidente demitido da Pe-trobras) é que foi obrigado a se preocupar com 2014. Ninguém vai me demitir”.

Santo fortePacientes do Sírio e Liba-

nês frequentam a capela do hospital, dedicada a São Char-bel (popular santo libanês), e rezam pelo restabelecimento

da tranquilidade, quebrada desde que se tornou bunker de Lula.

UpgradeO senador José Agripino

(RN), presidente do DEM, mudou-se durante o recesso ao espaçoso gabinete da lide-rança, transferindo tudo para seu antigo gabinete. É que caiu muito o fl uxo de pessoas na liderança.

‘Sua Excelência’A Corregedoria da PF em Mi-

nas baixou a ordem: delegados devem ser tratados agora de “Vossa Excelência”, contra o Manual de Redação da Presi-dência da República, que não contempla tal exigência.

Só no fl ertePré-candidato a prefeito de

São Paulo, o presidente do PRTB, Levy Fidelix, procurou esta semana o presidente esta-dual do PTB, Campos Machado. Fidelix quer aliança entre dois os partidos nas eleições.

O lixo do BrasilSerá em março o julgamento

na Inglaterra de dois britânicos e dos irmãos brasileiros Júlio e Juliano da Costa, da Worldwide Biorecycling Ltd, que exportou lixo hospitalar em contêineres ao Brasil, em 2009.

Mantenha distânciaRecomeçou a temporada

dos “alambrados disciplina-dores” para a segurança das aparições de Dilma e do vice Michel Temer: a Presidência reservou R$ 294 mil para 73,5 mil metros de cercadinho.

Não tem jeitoAlém de “Cachaçolândia”,

sugere-se também “Arena 51” para denominar a área doada a Lula na região da antiga Cacolândia.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM TERESA BARROS E LEANDRO MAZZINI

Jornalista

Como recuperar o juízo

www.claudiohumberto.com.br

Isso é tirar o direito de ir e virdas pessoas”

SENADOR JORGE VIANA (PT-AC) sobre os preços abusivos das passagens aéreas

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindi-cal, tentava forçar o então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a suspender o aumento salarial dos deputados:

- Se você colocar isso em votação, não poderei convidá-lo à festa de 1º de Maio da Força. Você ia ser mais vaiado que o Severino Cavalcanti...

Chinaglia é truculento, mas não é louco: as festas de 1º de Maio da Força Sindical atraem até dois milhões de pessoas, interessados em sorteios de carros e até de apartamentos. E a discussão do reajuste foi suspensa.

Na próxima semana, os deputados amazonenses devem se reunir para discutir o projeto que prevê mais duas vagas

Bancada federal defende o aumento de cadeiras

A articulação a respeito do aumento da ban-cada federal também faz parte da atuação

dos deputados amazonenses em Brasília. Na próxima sema-na, o senador Eduardo Braga (PMDB) deve se reunir com os outros representantes do Es-tado para discutir o projeto.

Segundo a deputada fede-ral e também subcoordena-dora do grupo político que representa o Amazonas em Brasília, Rebecca Garcia (PP), na última legislatura – na qual ela atuava no mesmo cargo de agora – este pro-cesso também esteve entre as pautas da bancada, com a realização de uma audiência pública que contou com pro-nunciamentos dos deputa-dos a respeito da questão.

Rebecca argumenta que há necessidade deste aumento para que a briga de votos pos-sa ter mais força na Câmara dos Deputados, culminando na aprovação de projetos em be-nefícios ao Estado. “Cada um busca apoio para aumentar duas vagas no Amazonas. É

preciso que aja articulação”, ressaltou.

A parlamentar esclarece que, dentre assuntos diver-sos, a prioridade na conversa da bancada federal a respeito da reabertura das atividades é este salto de oito para dez no número de deputados da Câ-mara e, consequentemente, na quantidade de membros da Assembleia Legislativa do Es-tado do Amazonas (Aleam).

O deputado Átila Lins (PSD) detalha que, em virtude das eleições de 2010, o projeto acabou não sendo aprovado. Segundo Lins, as alterações só poderiam acontecer no ano anterior ao período eleitoral.

Conforme o deputado esta-dual, Belarmino Lins (PMDB) – por sinal, irmão do deputado federal –, “não basta somente abraçar esta luta, tem que ter apoio da bancada federal e o fato é que só se tem notícia do silêncio”.

Átila Lins declara que deve pedir à subcoordenadora, de-putada Rebecca, para realizar audiência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão no qual o procurador-geral eleitoral deverá comparecer este mês, para tratar da votação da

matéria. Em 2010, o relator da solicitação, ministro Arnaldo Versiani, foi quem elaborou a audiência para debater o assunto.

O membro do PSD confessa que no primeiro ano de man-dato, a bancada não esteve a frente do assunto, por con-ta da retomada de trabalhos legislativos, mas avalia que “agora está na hora de vol-tar a trabalhar na demanda”, ressaltando que o projeto será complicado, tendo em vista que a elevação do número de vagas para o Amazonas refl ete na perda de outros Estados, como o Piauí. “Eles tem menos eleitores, mas uma bancada maior que a nossa”, destaca, observando que ainda é preciso fazer um intenso debate, pois todos os Estados tentarão se mobilizar para manter suas vagas.

O deputado federal Fran-cisco Praciano (PT) declara que é contrário ao projeto, justifi cando que o aumento não interfere na atitude do parlamento. Praciano garante que a bancada é pequena, mas é sufi ciente para tratar dos assuntos estaduais, só é preciso mais compromisso.

LUANA GOMESEquipe EM TEMPO

De acordo com a deputada federal Rebecca Garcia, o aumento de vagas dará mais força na casa

ARQUIVO EM TEMPO/ARLESSON SICSÚ

De forma menos radical, o principal aliado de Praciano no Estado, deputado José Ricardo (PT), avalia que não há necessidade de aumen-tar as vagas na Assembleia, atualmente composta por 24 parlamentares, mas de-clara que defende o aumen-to na Câmara Federal que, consequentemente, resulta no aumento da casa legis-lativa amazonense.

Conforme o parágrafo

segundo do artigo 20 da Constituição do Estado, a quantidade de deputados estaduais é equivalente ao triplo da representação na Câmara dos Deputados. “Acho que 24 é sufi ciente, se cada um se empenhasse”, assevera José Ricardo, apon-tando que a sua defesa a nível federal se dá por conta da população do Amazonas. O último Censo Demográfi co do IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografi a e Estatística) estima que a população do Amazonas seja de 3,3 mi-lhões de habitantes.

Por conta do mesmo moti-vo, Belão explica que é preciso posicionar a Aleam de acordo com sua dimensão, já que a casa trata de interesses públicos, enfatizando que o Amazonas já foi um território pequeno, mas hoje é um Esta-do pujante, visto e ouvido em todo território nacional.

Aleam também avalia projeto

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MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 A7Com a palavra

A maioria dos haitia-nos tiveram que desem-bolsar entre 2 a 3 mil dólares para chegar ao Brasil. Eles juntaram suas últimos economias na esperan-ça de um futuro me-lhor”

Os haitianos têm o Brasil como se fos-se o “Eldo-rado”, devido inclusive ao momento econômico favorável do Estado, a exemplo do mercado da construção civil que vem crescendo”

Em fuga para chegar até o trapézio ama-zônico, fronteira do Brasil com o Peru e

Colômbia, alguns haitianos se tornam vítimas de espan-camentos, extorsão, roubos, tráfico de órgãos e estupros, no lado peruano.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Trabalha-dores Haitianos no Amazonas (Atham), Cláudio Castro, 53, a entidade que conta com o aval da embaixada haitiana em Brasília (DF), busca alterna-tivas para que os responsáveis pelos abusos sejam punidos. De acordo com ele, há em Manaus haitianas grávidas vítimas de estupros.

Na entrevista ao EM TEM-PO, Castro, que há 17 anos atendeu causa semelhante na República das Filipinas, país asiático, diz que faltam programas assistenciais para ajudar os haitianos, as-solados pelo terremoto - de magnitude 7 -, que devastou aquele país no dia 12 de janeiro de 2010.

Apesar do Termo de Coo-peração Técnica firmado por vários órgãos do Estado do Amazonas, para que os hai-tianos tenham apoio, Castro, pondera que ainda há muito o que fazer, para que o país não se torne “tutor de haitianos pelo resto da vida”.

EM TEMPO – Na última semana o diretor da Orga-nização Internacional dos Migrantes (OIM), Juan Ar-tola, declarou que por trás do fluxo de haitianos para o Brasil, está montado um sofisticado esquema feito por “coiotes” (traficantes de seres humanos). O se-nhor confirma essa infor-mação?

Cláudio Castro – Sim, a maioria dos haitianos teve que desembolsar entre 2 a 3 mil dólares para chegar ao Brasil. Eles juntaram suas últi-mas economias na esperança que as coisas melhorem. No Haiti muitas pessoas estão morando na rua sem ter o que comer, os mais afetados são as crianças e os idosos.

EM TEMPO – Que re-

latos os haitianos fazem ao senhor, em relação à jornada que realizam até chegar ao Brasil?

Cláudio Castro – Eles pas-sam por uma série de perigos e sofrem influências de muitas pessoas que prometem aju-da, mas não cumprem. Várias haitianas estão sendo estu-pradas durante o trajeto até o Brasil, a maioria dos casos acontecem no Peru. O abuso sexual é feito pelos chamados “coiotes”. Além do problema que assolou o Haiti, eles ainda têm que conviver com esse tipo de crime. Parte das hai-tianas que sofreu abuso sexual está grávida e passam por problemas psicológicos.

EM TEMPO – De que forma a associação dos trabalhadores haitianos, outras associações e as igrejas combatem esse tipo de situação?

Cláudio Castro – É lamen-tável, porque as pessoas já chegam abaladas psicologica-mente pela perda de membros da família, bens materiais e ainda por serem violentadas, isso é repugnante. As autori-dades têm que tomar posição para que esta tragédia seja revertida, não adianta abrir as portas e deixar essas pessoas sem assistência. Esse povo ne-cessita de ajuda, eles não têm para onde ir. O que fazemos pelos haitianos é dar assistên-cia básica, com a doação de alimentos, colchões e roupas e quando somos solicitados por consultores de empresas, garantimos emprego a eles.

EM TEMPO – Para o se-nhor, as autoridades são morosas quanto ao abrigo dos haitianos que buscam refúgio humanitário no Brasil?

Cláudio Castro – Sim. Na carta do procurador da Repú-blica Anselmo Henrique Lo-pes, ele realça esta situação. O documento recomenda o prazo de 20 dias para que a União tome medidas efetivas quanto à falta de condições de higiene, saúde e violação dos direitos humanos, como a dig-nidade e o trabalho, além do efetivo respeito aos direitos que resguardam a integridade física e psicológica, além de ações para reprimir agentes

autores de eventuais abusos sexuais, tráfico de órgãos e tráfico de pessoas. Caso seja descumprida a recomenda-ção, serão tomadas medidas cabíveis ao caso.

EM TEMPO – Essa omis-são é credenciada ao go-verno Federal, que em tese seria o responsável por cumprir tratados interna-cionais dos quais o Brasil é signatário?

Cláudio Castro – Exato. O Ministério das Relações Exteriores deveria progra-mar, por meio de acessos diplomáticos e instrumentos de cooperação jurídica inter-nacional, medidas efetivas a fim de que os governos estrangeiros fiscalizem seus agentes públicos com o obje-tivo de evitar o cometimento de delitos em detrimento dos imigrantes haitianos que se encaminham para o Brasil.

EM TEMPO – Pelo menos seis mil haitianos estão no Brasil. Desse total, quan-tos estão no mercado de trabalho?

Cláudio Castro – Mais de 10% dos seis mil haitianos no país já estão desempenhando algum tipo de função legali-zada. Recebemos pelo menos dez e-mails via embaixada haitiana em Brasília (DF), de consultores parlamentares e empresários que se co-moveram com a situação e oferecem todo tipo de apoio aos haitianos, o principal é o emprego. A maioria das empresas que contam com haitianos em seu quadro em-pregatício está satisfeitas com o desenvolvimento deles. Mas, ainda há pessoas ines-crupulosas que se aproveitam da humildade dos haitianos e praticam a exploração de trabalho, pagando uma quan-tia irrisória para uma ampla jornada de trabalho.

EM TEMPO – Em sua opi-nião esse tipo de assisten-cialismo é a forma certa de se estender a mão?

Cláudio Castro – Não, sou contra o Brasil ajudar, porque precisamos de investimentos em certas áreas, mas já que as portas da fronteira foram abertas, agora vamos ter que arcar com a responsabilidade,

o que não podemos é convidar uma pessoa para entrar em casa e horas depois dizer a ela para ir embora, ou seja, dormir na rua. Isso é inacei-tável. Quem não pode ajudar, por favor, não atrapalhe e não tente denegrir a imagem des-sas pessoas tão sofridas.

EM TEMPO – A falta de uma assistência eficaz compromete a índole des-ses haitianos, uma vez que eles podem ser atraídos para os diversos tipos de criminalidade?

Cláudio Castro – Sem dú-vida, a falta de assistência de modo urgente pode acarretar na prática de crimes, princi-palmente, a cooptação para o tráfico de drogas, que é a maneira ilegal de se ganhar dinheiro fácil. Para combater isso, devemos tomar decisões eficazes como um todo, o que não podemos é ficar receben-do ajuda aqui e acolá. Tem que haver um programa sério para apoiar essas pessoas com moradias decentes, saúde e emprego.

EM TEMPO – Para os haitianos o Brasil equivale aos Estados Unidos para os brasileiros?

Cláudio Castro – Sim, eles têm o Brasil como se fosse o “Eldorado”, devido inclusive ao momento econômico favo-rável a exemplo do mercado na construção civil que vem dobrando a cada ano a oferta de emprego. Sem falar nos eventos como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

EM TEMPO – O que o senhor espera que acon-teça nos próximos anos com fixação dos haitianos no país?

Cláudio Castro – Não po-demos ser tutores de haitia-nos pelo resto da vida. Temos que encontrar formas para adaptá-los à região, a exem-plo do que aconteceu com os japoneses que vieram para o Brasil há oito décadas, que atualmente, conta com uma forte colônia no Amazonas. O mesmo exemplo acontece em outras regiões do país, com a chegada de estrangei-ros que após se adaptarem contribuíram para o desen-volvimento da região.

Cláudio CASTRO

“HAITIANAS estupradas e grávidas”

O abuso sexual é fei-to pelos chamados “coiotes”. Além do de-sastre que assolou o Haiti, elas ainda têm que conviver com vá-rios crimes. Parte das haitianas que sofreu abuso sexual estão grávidas e passam por problemas psico-lógicos”

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

ARQUIVO EM TEMPO/MICHELL MELLO

SHANA REIS

ARQUIVO EM TEMPO/MICHELL MELLO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Corrupção pode se tornarcrime hediondo no BrasilProjeto pretende estipular punições mais rígidas nas infrações cometidas por autoridades públicas que afetam o erário

O projeto de lei do Senado (PLS) n° 660/2011 que transforma os cri-

mes de corrupção, peculato e obtenção de vantagens ilícitas em hediondos pas-síveis de prisão temporária, inafi ançável e insuscetível de graça ou anistia, tem causa-do divergência entre as au-toridades do Poder Judiciário e a bancada amazonense no Senado. O PLS aguarda defi -nição de relatoria da Comis-são de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), para rece-ber decisão terminativa.

A senadora Vanessa Gra-zziottin (PCdoB) acredita que seja necessário consultar, amplamente, os juristas a respeito do tema, visto que, para ela, somente classifi -car a corrupção como crime hediondo pode vulgarizar o termo. “A matéria é delicada e exige uma análise minu-ciosa no âmbito jurídico, por isso, devo ouvir os profi ssio-nais competentes do Poder, porque expor uma posição prévia sobre o projeto seria um equívoco. É preciso esta-belecer critérios nessa tipi-fi cação como, por exemplo, o homicídio é um ato grave, mas não necessariamente tido como hediondo”, disse.

Já o senador Eduardo Bra-ga (PMDB) analisa a maté-ria como uma possibilidade de proporcionar um controle maior do poder público sobre esses crimes. “Sou favorável, o Brasil precisa, cada vez mais, combater a corrupção e ter claro o comando e controle do poder público sobre esse crime, que existe desde que o mundo é mundo. Quanto mais controle tiver, melhor. Trans-parência e democracia são os meios para combater esse tipo de prática”, afi rmou.

Para o presidente do Tribu-nal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Érico Desterro, a coibição dessas infrações não está na criação de novas leis, e sim, na execu-ção da legislação existente. “Categorizar não é a solução, nada adianta classifi car os crimes com novas leis, falta é a aplicação das leis que já existem. Por isso, aumentar a pena, tipifi car os delitos, são medidas que servem só para dizer que está sendo feito

algo contra os corruptos. No geral, não ocorre a punição devida às autoridades envol-vidas. Penso que o caminho é a efetividade da legislação em vigor”, expôs.

Por outro lado, o desembar-gador do Tribunal de Justiça do Estado Amazonas (TJAM), Rafael Romano, avalia a pro-posta de modifi cação do Có-digo Penal como um avanço, pois para ele as ilegalidades listadas constituem-se em atos que afetam diretamen-

te a sociedade, já que, fre-quentemente, eles desviam os recursos públicos destina-dos aos diversos segmentos sociais para causa própria. Opinião, compartilhada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), Antonio Fábio Barros de Mendonça, que vê como uma ação positiva a elaboração da lei, considerando que as referidas ilegalidades resul-tam em prejuízo ao erário e refl etem na sociedade.

Modifi cação do Código Penal

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

Senador Eduardo Braga diz que o projeto poderá proporcionar melhor controle do poder público

JOSÉ CRUZ/ABR

A matéria pretende alterar vários artigos do Código Penal

REINALDO OKITA

De acordo com o autor do PLS n° 660/2011, senador Wellington Dias (PT-PI), a proposta foi impulsiona-da pela necessidade de maiores punições contra ilegalidade na administra-ção pública, de maneira a prezar pela proporciona-lidade entre a conduta e as penas. “A ideia é dar um tratamento mais ri-goroso às irregularidades que decorrem de cargos de natureza pública, cujos

ocupantes devem observar com maior empenho os pa-drões éticos de probidade e moralidade”, ressaltou.

O petista enfatizou em sua justifi cativa que a he-diondez assegura que a pena será cumprida inicial-mente em regime fechado e a progressão de regime ocorrerá após o cumpri-mento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for réu primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.

Penas serão asseguradas

GERALDO MAGELA AG SENADO

A08 - POLITICA.indd 6 4/2/2012 12:47:34

EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B2

Empresários apostam em serviços delivery

AXAXAXAX

Indústria declara ‘guerra’ contra Apple e Blackberry

Nokia e Samsung preparam as “armas” para se tornarem mais competitivas

O investimento em pes-quisa tem sido uma das “es-tratégias” que as empresas

instaladas no país têm ado-tado para enfrentar a concor-rência estrangeira. Elas têm buscado apoio na lei 11.196, a chamada “Lei do Bem”, que prevê incentivos fi scais para quem investir em inovação e elaborar novos projetos.

Conforme a diretora de co-municação da Nokia, Jô Elias, a empresa tem se benefi cia-do da “Lei do Bem” para de-senvolver novos modelos de telefone celular, melhorias de processos de manufatura, de-senvolvimento de aplicativos,

soluções e serviços para tele-fonia móvel.

A Samsung salienta que a aprovação por parte do Con-gresso Nacional da medida provisória (MP) que trata da isenção fi scal aos tablets dá mais segurança aos fabrican-tes sobre as regras exigidas para a desoneração.

Dados do Ministério de Ci-ência e Tecnologia (MCT) mostram que menos de 400 empresas brasileiras utilizam a “Lei do Bem” de incentivo à inovação. Um dos principais motivos é a falta de conheci-mento da legislação por parte dos empresários.

Investimentos em inovação

O avanço dos apa-relhos da Apple e da Blackberry no mercado brasilei-

ro tem obrigado empre-sas como a Samsung e a

Nokia, ambas com fábricas em Manaus, a buscar “armas”

para enfrentar a concorrên-cia. Após amargar uma que-

da de 31% na venda total de smartphones, que alcançou 19,6

milhões de unidades, no último trimestre de 2011, período em que a Apple vendeu 37 milhões de iPhones, a Nokia vai apostar no aumento da oferta dos produ-tos, principalmente, os celulares, para alavancar os negócios.

Uma das apostas é o grupo de smartphones da família Nokia Lumia, com sistema operacional Windows Phone. “A plataforma do WP7 tem 90% de aprovação en-tre seus usuários e acreditamos que ela é bastante competitiva para superar a concorrência. Te-remos para 2012 um portfólio bem amplo com soluções com-pletas, incluindo a parceria estra-tégica com a Microsost ”, afi rma a diretora de comunicação da Nokia, Jô Elias, ao salientar que, apesar da concorrência, a em-presa fi nlandesa continua sendo referência em mobilidade.

Desde o lançamento do mo-

delo Lumia, equipado com sistema operacional Win-dows, já foi vendido um milhão de unidades. “A partir desse resulta-do, queremos avançar ainda mais em vendas, marketing e em suces-sivas introduções de produtos necessárias para o sucesso”, afirmou o presidente executivo da empresa, Stephen Elop.

Para entrar no “campo de batalha”, nos últimos dois anos, a Samsung investiu mais de US$ 8 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. A empresa aposta nos apare-lhos Galaxy S II, um dos mais vendidos do mundo e escolhi-do na Europa como o melhor smartphone do ano passado, e Galaxy Note, recém-lançado no mercado.

Na parte de tablets, as fichas da Samsung estão depositadas nos atuais modelos Galaxy Tab 7, o Galaxy Tab 8.9 e o Galaxy Tab 10.1. “A Samsung aposta no portfólio variado, porque acredi-ta que cada consumidor tem um tipo diferente de perfil e portan-to necessita de um tipo diferente de aparelho. Nós acreditamos que com nosso vasto portfólio podemos atender as expecta-tivas de qualquer consumidor”, enfatiza a multinacional, por meio da assessoria.

Para o economista Guebryan Rezende, especialista na área de tecnologia, a Samsung está em melhores condições do que a Nokia em fazer frente ao “as-sédio” da Apple, que vai instalar em breve uma fábrica no interior

de São Paulo, com projetos de investimentos de US$ 12 bilhões, em cinco anos. No primeiro mo-

mento, a nova uni-dade brasileira vai

produzir o iPad, o cobi-çado tablet da Apple. “A

Nokia hoje tem focado em outro público, que

não é o dos smartphones. Ela tem se direcionado a um público de médio porte, diferentemente da Apple e da Samsung, que bus-cam atingir todos os públicos, competindo entre si”, declara, ao ressaltar que os smartpho-nes da Apple e da Samsung possuem similaridades na parte de hardware.

Segundo Guebryan, a Blackberry não amea-ça a Nokia e a Sam-sung porque as duas empresas não focam o público principal da mar-ca norte-americana, que é o mundo corporativo.

Apple ameaça fabricantes do PIM

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

de São Paulo, com projetos possuem similaridades na

Do outro, os novos “que-

ridinhos”ganham

ainda mais espaço no

mercado nacional

De um lado, indústria local busca estratégias inovadoras para se destacar no mercado

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Por iniciativa dos familiares, e apoio efetivo dos amigos, está na web o Memorial Pe-tronio Augusto Pinheiro, um justo tributo e reconhecimen-to a um membro diferenciado da confraria dos guerreiros, responsável pela resistência e persistência em favor de uma Amazônia aguerrida, protagonista a um só tempo de um século de glamour e depressão. Uma confraria da reinvenção da Amazônia, que é preciso revisitar, compreen-der e tomar como parâmetro de luta e determinação. Por isso, o Memorial, que é digital, moderno, ousado e dinâmico, como seo Petronio. E um con-vite para nós todos, retirantes que somos de uma contradi-ção visceral que importa diluir e superar. A contradição de habitar o quintal da bio-pros-peridade a exibir índices tão constrangedores de desigual-dade e exclusão social.

Nascido no dia dois de dois de vinte e dois, Petronio encar-nou “...uma conjunção binária, rara e curiosa, que sugere, de acordo com os numerólogos, uma postura visionária, refi -namento de ideais, intuição apurada, atenta à revelação e à comunhão transcenden-tal, capaz de unir vidas e propósitos, na dialética rara de partilhar e empreender”. Magia ou profecia, será exa-tamente isso que os visitantes do projeto multimídia, www.memorialpetroniopinheiro.com.br, vão encontrar nessa celebração da perseverança e da esperança que se estri-

ba na genética e poética da saga nordestina na Amazônia, precisamente no Amazonas, fundamentalmente cearense, do apogeu e da débâcle do Ciclo da Borracha, ocorrida há cem anos e na persistência da semeadura de preparação de um novo tempo, mais próspero e preferencialmente mais fra-terno. Petronio é a própria per-sonifi cação dessa identidade, de teimosia e audácia, um verdadeiro patrimônio social e cultural que se reinventa permanentemente, se recu-sa à intimidação, e avança na afi rmação e consciência desse modo singular de ser e proceder. Um movimento de fi bra e força que emerge e se explica a partir de uma dialética de sangue, lágrimas e suor, típica da contradição e comunhão entre amor e dor, entre o fl agelo da seca e as promessas de fartura, da cobi-çada fortuna que a Hevea bra-siliensis representou. Foram 500 mil retirantes da penúria à procura do látex, que desem-barcaram na Amazônia, e a fi zeram própria, defi niram sua identidade, e na somatória de dois Ciclos de riqueza, mazela e explicitação, desenharam o que somos, ensaiaram o que queremos e ilustraram com a própria vida de que é capaz nossa obstinaç ão.

A saga de Petronio na Ama-zônia, suas origens, ações, convicções, conquistas e li-ções, que o Memorial ape-nas começa a mostrar, num universo fecundo e impres-sionante de realizações, se

funda em mais duas premis-sas, que remetem, uma delas, a Cosme Ferreira Filho, seu mestre, patrão, depois sócio e sempre amigo, um cearen-se visionário, que viveu radi-calmente a convicção de que é preciso conhecer e se valer da inovação tecnológica e da pesquisa científi ca para empreender na fl oresta; e a outra aos ensinamentos de Dom Bosco - onde Petrônio se formou - que se susten-tam no binômio fecundo da oração e trabalho, condição primeira da realização pes-soal, na priorização familiar e na determinação empre-sarial. Omnia vincit labor, o trabalho vence tudo, um lema de vida e manual de ins-trução existencial, simples e efi caz como as premissas das grandes invenções e transformações de toda a História. Essa equação efi caz e profética ele transformou em governança corporativa, moderna e arrojada, que con-juga os tempos verbais do empreender na perspectiva do partilhar, como mecanis-mo seguro e promissor de f azer avançar. Uma equação que descreve o legado de Petronio, companheiro amo-roso de Iclé, sua referência e porto, na relação com os fi lhos, e vínculos de afeto com amigos e colaboradores, per-seguindo a primazia da har-monia e na alegria, que lhe importava sempre assegurar, “a fi m de que todos tenham vida e a tenham em abundância”, a maior lição que nos deixou...

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Uma confra-ria da rein-venção da Amazônia, que é preci-so revisitar, compreen-der e tomar como pa-râmetro de luta e deter-minação”

Petronio Augusto Pinheiro, a lição maior

Empresários apostam em novos serviços ‘delivery’Atividades, que antes só poderiam ser feitas fora de casa, começam a ser adaptadas em atendimento em domicílio

Oferecer atendimen-to personalizado e comodidade está entre as priorida-

des de pequenas empresas amazonenses, que capricham ao levar novos serviços até a casa do consumidor. Com ati-vidades que vão de lavagem de carro a consultas veterinárias, o mercado delivery conquistou a clientela da capital.

Se antes para lavar um carro o manauense tinha de levar o seu veículo até um posto de lavagem, hoje o lava a jato vai até a casa do consumidor. O responsável pelo serviço delivery é o comerciário Mar-cos Gomes, que nos fi nais de semana garante uma renda extra com o trabalho de lim-peza ecológica de veículos.

“Montei o lava a jato Eco Clean há dois meses para aumentar a minha renda e o negócio tem dado certo. Basta ligar e agendar que vou até a residência do cliente limpar o carro pelos preços de R$ 25 e R$ 50”, afi rma o empreendedor, que oferece o serviço munido de produtos importados - um “trato” que vai além da lataria.

No início a lista de clientes da Eco Clean era pequena, mas hoje a empresa está com

a agenda cheia. “Começamos lavando os carros de amigos e hoje, graças à divulgação do atendimento a demanda pelas nossas lavagens está em alta. São cerca de 20 lavagens em domicílio por fi nal de semana, o que rende ao lava a jato até R$ 500”, revela Gomes.

O empreendedor diz ainda que, com o aumento da de-manda pela limpeza ecológica do lava a jato domiciliar, até

pouco tempo realizada ape-nas em estacionamentos de shoppings, já contratou um ajudante. “Cada lavagem dura em média 45 minutos, então preciso de uma pessoa para me auxiliar”, destaca o micro-empresário, ao lembrar que a lavagem é ecológica - método que utiliza pouco menos de 600 mililitros de água com líquidos biodegradáveis.

RENDA

500É o valor que o lavador de carros garante, por fi nal de semana, com o serviço feito na casa do cliente

REAIS

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Enquanto a Eco Clean lava carros em domicílio, a Lig Lav também faz delivery de lavagem de sofás, cadeiras, poltronas e bancos de veí-culos no local de escolha do

cliente. Os serviços custam a partir de R$ 80.

“Atendemos de segun-da a sábado e basta o agendamento para que os serviços sejam efetuados”,

completa o proprietário da Lig Lav, Geraldo Lira. O em-presário afi rma ainda que a empresa oferece produtos específi cos para cada tipo e cor de estofamento, o

que, segundo ele, é um dos diferenciais da lavanderia, que hoje conta com seis co-laboradores e faz cerca de 30 lavagens em domicílio por semana.

Todo o aparato de lavanderia em casa

Marcos Gomes, que começou oferecendo o serviço de lava a jato para os amigos, hoje tem agenda cheia em toda a cidade

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Consultas veterinárias também estão entre os serviços requisitados. O Centro Médico Veterinário aposta na ida até o clien-te para se diferenciar da concorrência em Manaus. “Só não fazemos proce-dimentos cirúrgicos, mas consultamos e aplicamos medicação no animal no local escolhido por quem solicita o atendimento”, afi rma o veterinário Ale-xandre Lima.

De acordo com Lima, a demanda pela consulta em domicilio, que custa R$ 100, está em alta. “Todos os dias realizamos em mé-dia três consultas direto na casa do cliente”, destaca Lima.

Fortalecimento no mercado localPara o presidente da Fe-

deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

do Amazonas (Fecomer-cio), Roberto Tadros, o segmento de serviços se fortalece a cada ano no Estado. Ele ressalta que os serviços delivery são uma das formas que as empre-sas e empreendedores en-contraram para fortalecer suas atividades, além de considerar a prática benéfi -ca para a economia local.

O dirigente afi rmou ainda que atualmente os serviços estão mais acessíveis, pois há menos burocracia para abrir um negócio e até mes-mo para aderir ao crédito para expandir o empreen-dedorismo.

Veterinário em domicílio

dia três consultas direto na casa do cliente”, destaca Lima.

Fortalecimento no mercado localPara o presidente da Fe-

deração do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

ERLON

ROD

RIGU

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Veterinário atende na casa de até clientes, diariamente

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Venda de consórcios disparaCom parcelas fixas e sem comprometer o orçamento, a modalidade ganha espaço no Amazonas pelos juros mais baixos se comparada ao financiamento. Projeção da Abac é de que o comércio dos consórcios cresça 9% neste ano

Com a liberação de crédito “apertada” para financiar veí-culos, a comerciali-

zação de consórcios no país deve avançar até 9% neste ano. Com parcelas fixas e sem comprometer o orçamento, a modalidade tem conquis-tado espaço no Amazonas pelo sonho de adquirir o carro próprio sem entrar no “aper-reio”, segundo a Associação Brasileira de Administrado-ras de Consórcio (Abac).

Dados da entidade apontam que somente nos dez primei-ros meses do ano passado, a venda de novas cotas regis-trou total acumulado superior a dois milhões de transações, montante 20,7% superior ao mesmo período de 2010. “Os números demonstram que o consumidor tem encontrado no consórcio uma forma in-teligente de poupar”, destaca o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi.

Ao comentar as perspecti-vas para o próximo ano, consi-derando as informações sobre eventual influência da crise internacional, Rossi mostrou-se otimista. “Entendemos que o sistema de consórcios continuará crescendo. Mes-mo com a perspectiva de um cenário instável, projetamos crescimento de 7% a 9% para

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

A funcionária pública Maria Carolina Pereira, optou pelo consórcio para conseguir o tão espera-do carro. Ela alega que o consórcio foi a melhor ma-neira que encontrou para comprar o veículo próprio pela facilidade que a mo-dalidade oferece.

“As tarifas são mais em conta do que um finan-ciamento e, além disso, tive várias opções da me-lhor maneira para pagar as parcelas. Optei pelo prazo de 72 meses, mas antes mesmo de terminar

de pagar fui contemplada e hoje já estou com o meu carro”, revela a funcionária pública que paga parcelas fixas de R$ 450 de um carro de R$ 33 mil.

A nutricionista Caroline Fonseca também preferiu o consórcio para ter o car-ro próprio. “Foi o método mais econômico de com-prar um automóvel, pois as parcelas não compro-metem o meu orçamento”, ressalta ao destacar que paga uma carta de crédito de R$ 30 mil, com parcelas de R$ 586.

Negócio sem arrependimentos

Abac orienta que para que não tem pressa de ter o carro, consórcio pode ser a melhor opção

Entre os que disputam clientes para vender consór-cios estão instituições finan-ceiras como o Bradesco e o Itaú. O Bradesco Consórcio aposta em planos de até 72 meses para atrair os consu-midores que desejam pagar um carro na “valsa”.

Conforme o Bradesco, o cliente que optar pelos seus

consórcios recebe uma car-ta de crédito para comprar um veículo, o que permite liberdade de escolha na hora de comprar o carro próprio. O banco observa, ainda, que se o consumidor fizer o consórcio de um determinado carro e mudar de ideia, não há problemas quando for contemplado.

Já o Itaú aposta no prazo de até 80 meses para garan-tir o sonho do consumidor. Além de poder pagar o carro a logo prazo, o consumidor que adquirir um consórcio do Itaú não tem juros e as taxas administrativas são bem mais em conta do que as cobradas em um financia-mento, segundo o banco.

Bancos na disputa por clientes

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

GIOVANNA CONSENTINI

Caroline paga carta com parcelas mensais de R$ 586

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Economia até dez vezes maior com reutilização Mais de 70 empresas do parque fabril local conseguem produzir da mesma maneira, reduzindo os gastos com água

Produzir e economizar ao mesmo tempo sem causar impactos ne-gativos ao meio am-

biente já é possível para ao menos 10% das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). Só com pro-jetos de reutilização de água essas fábricas conseguem re-duzir os gastos com o líquido em até dez vezes.

De acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), 73 empresas informaram à autarquia a utilização da nor-ma ISO 14.001, que defi ne medidas para se estabelecer um Sistema de Gestão Am-biental (SGA).

“Antes de aderirmos à nor-ma, o gasto mensal de água girava em torno de 30 mil a 40 mil metros cúbicos por mês. Depois que começamos o tratamento de efl uentes, passamos a reutilizar 85% de água e reduzimos esse gasto em mais de dez vezes”, revela o engenheiro de segurança do trabalho Clewdson Costa, responsável pela implementa-ção do projeto na Technicolor,

fabricante de componentes eletrônicos do polo.

A empresa atua seguin-do os requisitos da norma desde 2003 e estabeleceu planos de sustentabilidade não apenas para economizar financeiramente.

“Fizemos investimentos fi -nanceiros para tratar água e resíduos sólidos. Não só con-tabilizamos a economia com gastos ou materiais, mas com o investimento feito na preser-vação dos bens renováveis”, destaca o presidente regional da empresa, Wilson Périco.

Consumo recua 28%Na fabricante de motoci-

cletas Yamaha, a economia também é certa. De 2009 a 2011, o consumo de água por produto recuou 28,16%, en-quanto que o gasto com ener-gia elétrica diminuiu 13,87% entre 2010 e 2011.

De acordo com o diretor da empresa no Amazonas, Genoir Pierosan, a economia energética foi possível após a realização de estudos lu-minotécnicos e instalação de sensores de movimento em interruptores e projetos que utilizam a luz natural para iluminação de ambientes.

LARISSA VELOSOEspecial EM TEMPO

A empresa Honda, que também fabrica veículos de duas rodas, reduziu o consu-mo de água de 1,21 para 0,73 metros cúbicos por motoci-cleta produzida, por meio do reuso em processos internos e da implantação de uma estação de tratamento, com

capacidade para tratar 2,58 mil metros cúbicos por dia.

Única produtora de lava-louças em Manaus, a Whirl-pool conta com a água como uma de suas matérias-pri-mas. O reaproveitamento mensal gira em torno de 52 mil litros, o que repre-

sentou economia de mais de 585 mil litros em 2011, de acordo com o gerente-geral de manufatura da empresa, Evandro Cavalieri.

Para o superintendente da Suframa, Thomaz Noguei-ra, além de otimizarem os seus processos produtivos,

as empresas que buscam essa iniciativa agregam valor ambiental aos seus produtos, o que garante um diferencial no mercado, am-pliando a competitividade do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) no âmbito nacional e internacional.

Gigantes aderem à redução de desperdícios

Fabricante de componentes eletrônicos do PIM, a Technicolor consegue reaproveitar 85% da água que é utilizada na empresa

JOEL

RO

SA

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

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B6 MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012País

Ao tomar conheci-mento que o gover-no brasileiro preten-dia romper o acordo

automotivo com o México, o presidente daquele país, Feli-pe Calderón, telefonou no fim de semana para a presidente Dilma Rousseff. Na conversa, eles decidiram reabrir as ne-gociações para garantir um equilíbrio maior no intercâm-bio comercial não apenas de automóveis de passeios, mas também de outros produtos. Atualmente, o Brasil tem um déficit de cerca de US$ 1,17 bilhão com o México.

Na próxima semana, a chanceler do México, Patri-cia Espinosa, e o secretário de Economia, Bruno Ferrari — responsável também pelo comércio exterior — virão a Brasília. A expectativa é que ao longo deste mês se chegue a um entendimento que dê equilíbrio à balança comercial entre os dois pa-íses. Até 2008, a balança bilateral era favorável ao Brasil, com um superávit de US$ 1,555 bilhão.

“Queremos rever os termos do acordo e a expectativa é que ao longo deste mês cheguemos a um bom ter-mo. O presidente Calderón

mostrou-se disposto a rever o acordo”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Fernan-do Pimentel, que ao lado do chanceler Antonio Patriota acompanhou o diálogo entre Dilma e Calderón.

“A expectativa é que este mês deve ser concluída a ne-gociação. É uma reafirmação do engajamento do governo mexicano”, disse Patriota.

O Brasil defende o aumen-to do conteúdo regional na produção dos veículos nos dois países e a ampliação do acordo, para que sejam incluídos caminhões, ônibus e utilitários, e não apenas car-ros de passeio. Também quer que o comércio bilateral seja expandido para o maior nú-mero de itens possível, como alimentos e químicos.

“O acordo é desequilibra-do, mas há um enorme inte-resse do México em mantê-lo”, disse Pimentel.

O acordo automotivo com o México está em vigor desde 2002. Com a exclusão do Mé-xico do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializa-dos (IPI) sobre carros impor-tados em 2011, há um déficit do lado brasileiro de US$ 1,5 bilhão somente no comércio de veículos.

México teme ameaça de perder acordo com BrasilO governo brasileiro pretendia romper o acordo automotivo com os mexicanos, mas em um telefonema reatou o diálogo

O presidente da Associa-ção Nacional dos Fabrican-tes de Veículos Automotivos (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou que a indústria na-cional é favorável à manu-tenção do acordo entre Brasil e México em vigor desde

2002. No entanto, admitiu que haveria vantagens ao Brasil, se fossem alteradas certas condições em sua renovação. “Hoje existe um desequilíbrio na balança co-mercial que está preocupan-do o governo”, disse ele, após

se reunir com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Para o presidente da An-favea, por enquanto não há risco de o déficit com o Mé-xico levar a um processo de demissões nas montadoras

brasileiras e a revisões nos planos de investimentos da indústria nacional. “De um lado, temos superávit com a Argentina e, do outro lado, temos déficit com o México. Já foi o contrário, são perío-dos cíclicos”.

Anfavea é favorável a parceria binacional

DIVULGAÇÃO

O Brasil quer mais conteúdos nacionais na produção de caminhões, ônibus e utilitários e não apenas em carros de passeio

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B7MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012 País

ONG sugere tatu-bola para mascote da Copa de 2014

Uma ONG dedicada à pre-servação ambiental, apoia-da por cientistas, lançou uma campanha para ele-ger o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) - espécie 100% nacional e ameaçada de extinção - como masco-te da Copa de 2014, que acontecerá no Brasil.

O animal traz no nome, não por acaso, a protago-nista do futebol.

Para despistar os predado-res, o tatu-bola consegue se dobrar sobre o próprio corpo, formando uma esfera.

Os dribles, porém, não funcionam com os muitos humanos que caçam a espé-

cie, já desaparecida de várias áreas. “A escolha mostraria ao mundo a nossa rica na-tureza e o compromisso com a biodiversidade, além de sensibilizar o povo brasileiro para a defesa e a proteção da nossa natureza”, diz a ONG A Caatinga, que lidera o movimento.

A briga, porém, não vai ser fácil. Animais “pop”, como a onça-pintada, também es-tão no páreo, disputando até com personagens da litera-tura. O ministro dos Espor-tes, Aldo Rebelo, defendeu uma consulta pública, mas já mostrou uma certa incli-nação pelo saci-pererê.

CIENTISTAS

Falta de seis moradores derruba incentivo federal

O que muda em uma cida-de de pouco mais de 10 mil habitantes quando seis pesso-as resolvem morar em outro lugar? Tudo, considerando o que aconteceu em Açucena, pequeno município da região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Seis cidadãos a menos nas estimativas de população feitas pelo IBGE reduziram ofi cialmente o total de mora-dores da cidade para 10.183 pessoas, representando uma queda de R$ 160 mil mensais nos repasses do Fundo de Par-ticipação dos Municípios.

Com isso, o prefeito teve que demitir os secretários de Obras, Administração, De-senvolvimento Social e Agri-cultura. Ele já fez cortes em programas sociais e em Saúde e Educação. Há menos funcio-nários na varrição de ruas e menos médicos. “Exonerei 70 funcionários e não cheguei a R$ 100 mil de economia mensal. Vou ter de administrar as secretarias via decreto”, lamenta o prefeito Ademir Siman (PT), que recorreu ao IBGE e à Justiça Federal, mas não obteve sucesso.

AÇUCENARodovias seriam melhores se o valor arrecadado com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico tivesse ido para os 67 mil quilômetros de rodovias no país

Ausência de recursos é realidade nas estradas

A realidade brasileira da falta de recursos para a manutenção das rodovias do país

seria completamente diferen-te se os R$ 80 bilhões arreca-dados pela Cide, a Contribui-ção de Intervenção no Domínio Econômico, tivessem sido de fato aplicados na manutenção de estradas, conforme deter-mina a lei 10.336, que criou a taxa com essa fi nalidade. Na avaliação do professor Creso de Franco Peixoto, do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI), de São Bernardo do Campo, somente um quarto desse va-lor foi de fato aplicado nas rodovias. “Desde que foi cria-

da (em dezembro de 2001) a Cide já coletou R$ 80 bilhões, mas apenas 25% desse total foram efetivamente pagos para obras nos 67 mil quilô-metros das rodovias federais no país”, afi rma o professor, que é engenheiro civil e mestre em transportes.

Como os recursos dispo-níveis sem a Cide são pou-cos, observa Creso Peixoto, difi cilmente os responsáveis pelas estradas brasileiras conseguem ter uma estra-tégia efi ciente de gestão de pavimento, o que encurta a vida útil das rodovias. Do que é arrecadado pela Cide, 71% são da União e 29% dos Estados e municípios. Segun-

do ele, quando uma rodovia chega a um terço de sua vida útil, que varia de 10 a 15 anos, perdeu cerca de 10% de sua estrutura. Nessa fase, explica, o trabalho de reabili-tação é mais fácil, mais viável e mais barato. Mas como os governos federal, estaduais e municipais não têm recursos, as estradas acabam fi cando sem a devida manutenção.

“A gestão não consegue usar técnicas de gerência de pavi-mentação porque os recursos são parcos, não são sufi cien-tes para garantir o bom rodar nas estradas do Brasil inteiro. Daí a tendência de deixar a manutenção para longos pe-ríodos de tempo. E remediar a

situação com operações tapa-buraco”, explica.

De outro lado, lembra Creso, as rodovias concessionadas, principalmente em São Paulo, tiveram os pedágios corrigidos de 20 anos, como previam os contratos iniciais, para mais de 28 anos. Esse período, na sua avaliação, é “muito longo” porque os pedágios são corrigi-dos pelo IGP-M e acabam com preços muito altos. “Faltam recursos para as rodovias pú-blicas, mas a taxa da Cide não é repassada para seu devido fi m. E as rodovias concessionadas têm pedágios cada vez mais caros. Essa disparidade inter-fere diretamente na superfície rodante”, explica.

Os governos federal, estaduais e municipais não têm recursos, as estradas acabam ficando sem a devida manutenção

ARQUIVO/ABR

País

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Estudo feito por pesquisadores britânicos concluiu que casos de dependência química tendem a ser comuns na mesma família, cuja história indica um risco de consumir tipos diferentes de produtos

Genética explica vícios

Que os cérebros de viciados em drogas são diferentes da-queles de pessoas

saudáveis já se sabia, mas uma nova pesquisa resolveu o principal dilema que pre-judicava o entendimento da questão - as anormalidades cerebrais são preexistentes ou surgem devido ao consumo de droga por longos períodos?

O estudo feito por pesqui-sadores britânicos concluiu pela primeira alternativa, o que ajuda a explicar por que casos de dependência quí-mica tendem a ser comuns na mesma família. “Drogas estimulantes como a cocaína são altamente viciantes, mas nem todos os que usam a droga se tornam dependentes. Os dados indicam que menos de 20% das pessoas que ex-perimentam cocaína vão se tornar dependentes dela em um prazo de dez anos”, declara Karen Ersche, da Universidade de Cambridge, Reino Unido.

Ela lembra que a história familiar indica um risco ge-nético de adquirir um vício em droga. Por isso os pes-quisadores, que publicaram seus resultados na revista “Science”, testaram 50 pares de irmãos que incluíam um viciado e outro sem vícios. Como grupo-controle, foram analisados 50 outros voluntá-rios com idades e quociente de inteligência semelhantes.

O resultado deixou claro que os pares de irmãos tinham cer-tas características anormais no cérebro que os distinguiam do grupo-controle. Imagens de ressonância magnética do cérebro revelaram alterações na substância branca dos pa-res de irmãos em comparação aos voluntários saudáveis.

O tamanho de estruturas cerebrais ligadas ao controle de impulsos estava modifi-cado nos dependentes e em seus irmãos.

Todos os participantes fi-zeram um teste tradicional para checar a capacidade de controlar impulsos. A pessoa tem de repetir uma ação e parar assim que ouvir um som. O resultado era previsí-vel: os irmãos se saíram pior no teste. As drogas estimu-lantes agem reforçando esse comportamento, pois afetam diretamente sistemas cere-brais ligados a motivações, além de modularem sistemas de controle em regiões como o córtex pré-frontal.

O mal funcionamento des-ses circuitos pode facilitar o desenvolvimento de de-pendência química, afirmam Ersche e colegas.

A grande dúvida ainda é por que um irmão desenvolve o vício e outro não. Os irmãos participantes do estudo têm idade média de 33 anos, o suficiente para terem sido expostos a drogas.

O próximo passo da pes-quisa, segundo Ersche, é explorar os motivos pelos quais os não viciados con-seguiram superar o risco de se tornar dependentes.

Isso ajudaria médicos a traçar estratégias para evi-tar o vício e servir de guia para a reorientação de de-

pendentes. O perfil de anor-malidades cerebrais lembra as mudanças na estrutura do cérebro que ocorrem nor-malmente na adolescência, com os sistemas pré-fron-tais demorando mais para amadurecer.

Esse descompasso no desenvolvimento do ór-

gão, lembram os pesquisa-dores, criaria um desequi-líbrio entre os sistemas de controle e de recompensa, “que predisporia os ado-lescentes à busca de sen-sações e comportamento impulsivo, tornando-os po-tencialmente vulneráveis a consumir drogas”.

A ajuda para superar o risco

DIVULGAÇÃO

Boa parte do mundo usa drogas

O consumo de drogas ile-gais é tanto uma questão de saúde pública como de polí-cia, mas é essa ilegalidade que torna difícil ter estima-tivas precisas do impacto do problema, segundo análise publicada no “Lancet”. Isso fica claro nas estatísticas do trabalho: o mundo teria entre 149 milhões e 271 mi-lhões de usuários de drogas, ou algo entre 2,8% e 4,5% da população.

São entre 125 milhões e 203 milhões de usuários de maconha e haxixe; entre 15 e 39 milhões de usuários de opióides, anfetaminas ou cocaína; e entre 11 e 21 milhões de usuários de drogas injetáveis.

O maior índice de consumo de drogas ilegais está nos países mais ricos ou próximos a áreas de produção de droga - rota do tráfico e próximo de países produtores como Colômbia e Bolívia. As esta-tísticas nos países pobres são menos confiáveis. Apesar do seu uso mais intenso, maco-nha e haxixe não aumentam a mortalidade, pois não existem casos de overdose da doença. Mas o consumo de Cannabis está ligado ao aumento de doenças mentais como psi-coses. Já o uso de opióides causa overdoses fatais além de disseminar HIV, hepatites C e B, algo que também aconte-ce com os que usam cocaína ou anfetaminas.

SAÚDE

Dados indicam que menos de 20% das pessoas que experimentam cocaína se tornam dependentes

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Dia a diaCade

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Dormir,Dia a Dia C6

Cada vez mais cedo na universidade

JOEL ROSA

Dia a diaa diaaCade

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[email protected], DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

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Dormir,Dormir,Dormir,Dormir,Dormir,Dormir,

Mesmo com a modernidade das camas, muitas pessoas ainda associam uma boa noite de sono à rede atada em casasó se for na rede

Graça diz que o hábito de dormir em rede já foi herdado por fi lhos e netos. É nela que ela sempre faz, de forma aconchegante, o neto mais novo dormir

Dores nas costas é um mitoPREFERÊNCIAO costume de se embalar ultrapassa a hora da sesta ou a hora de descanso na varanda. Amazonenses aderem à rede durante a noite toda e dizem não trocá-la por ne-nhuma cama

“(...) Independente-mente de onde esti-vermos situados, o fe-nômeno, ou o fato de dormir em rede pode ser pensado como uma re-presentação de nossos hábitos culturais cons-tituídos socialmente ao longo da história de nossa formação, o que caracteriza ge-neralizadamente um “costume” bastante observável em nossas sociedades amazôni-cas, o que levou a uma identifi cação maior e visivelmente aceita, sobretudo entre grupos sociais rurais. Mas isso não pode ser tomado como uma verdade já que no mundo urbano, dormir na rede tam-bém confi gura outras condições para além do hábito constituído. A rede também se traduz, na maioria das vezes, como o único meio de dormir entre as famí-lias que não possuem condições econômicas de adquirir, por exem-plo, uma cama. Se esse hábito tem ultrapassado décadas, pode explicar como carregamos os elementos que refl etem na linguagem, na alimen-tação e em outras repre-sentações culturais”.

*SociólogoPedro Rapozzo

Como única forma de dormir

Para o sociólogo Pedro Rapozzo, quando se trata da constituição das socie-dades amazônicas, obser-va-se que o ato de dormir nas redes refl ete, entre ou-tros aspectos, uma con-dição social formada his-toricamente pelo passado rural, sobretudo marcado pelas sociedades amerín-dias que possuíam na rede um hábito de dormir ou descansar bem antes da colonização portuguesa.

“Podemos talvez imagi-nar que o ato de dormir em rede também pode

ser pensado como um fenômeno de resis-

tência aos hábitos impostos pela so-ciedade ocidental europeia no mo-mento da coloni-zação”, comenta.

Por se virar muito na cama e incomodar a mu-

lher, o aposen-

tado José Clemente, 75, diz que prefere dormir na rede. “Isso já é um hábito. E não é só dormir à noite. Às ve-zes, eu termino de almoçar e vou para a rede. Minha mulher também gosta, mas para passar a noite toda dormindo, só eu”.

De acordo com o mé-dico ortopedista Frederico Veiga, a afi rmação de que dormir em rede prejudica a saúde é um mito. Ele afi rma que o amazonense, que já está acostumado, não tem a coluna afetada.

O especialista esclare-ce, porém, que as pessoas que já apresentam algum problema na coluna devem ter cuidado. “Nesses ca-sos, dormir em rede não é recomendado, pois ela pode agravar o problema. As indústrias de colchões também jogam pesado na mída e levam à compra de colchões que nem sempre resolvem o problema”.

HUDSON FONSECA

um hábito de dormir ou descansar bem antes da colonização portuguesa.

“Podemos talvez imagi-nar que o ato de dormir em rede também pode

ser pensado como um fenômeno de resis-

tência aos hábitos impostos pela so-ciedade ocidental europeia no mo-mento da coloni-zação”, comenta.

Por se virar muito na cama e incomodar a mu-

lher, o aposen-

dormir em rede prejudica a saúde é um mito. Ele afi rma que o amazonense, que já está acostumado, não tem a coluna afetada.

O especialista esclare-ce, porém, que as pessoas que já apresentam algum problema na coluna devem ter cuidado. “Nesses ca-sos, dormir em rede não é recomendado, pois ela pode agravar o problema. As indústrias de colchões também jogam pesado na mída e levam à compra de colchões que nem sempre resolvem o problema”.

Dormir em rede é um costume antigo, her-dado dos índios que já mantinham o hábito

antes mesmo de Pedro Álvares Cabral desvendar o Brasil, há mais de 510 anos. Originalmen-te chamada de “ini”, o objeto foi batizado de “rede de dormir” pelo escrivão da frota de Cabral, Pedro Vaz Caminha, que ao ter o primeiro contato achou seme-lhanças com a rede de pescar. E hoje, mesmo passados mais de cinco séculos, muita gente ainda mantém o hábito. Em Manaus, há quem prefi ra o embalo de uma boa rede do que o conforto de uma moderna cama.

Algumas pessoas não limi-tam o uso da rede ao pouco tempo da sesta (descanso após o almoço), ou ao lazer dos fi ns de semana no sítio e nas varan-das de casa, por exemplo. Elas

usam a rede para substituir suas camas, por não

se sentirem confortáveis e não conseguirem dormir.

Aos 60 anos, a aposenta-da Marilene Soares disse que, desde jovem, dorme em rede mesmo tendo uma cama em seu quarto. “Dizem que o certo é a gente dormir de peito para cima, mas eu não consigo e acordo com dores no corpo quando não durmo na rede”, justifi ca.

Para ela, uma boa noite de sono é no embalo da rede. Os armadores estão no quintal da casa e no quarto da apo-sentada . “Às vezes,

quando e s t á

ventando, eu armo a rede lá no quintal e fi co me embalando. À noite, ligo o ar-condicionado e durmo na rede. Cama para mim, só de enfeite”.

Aos 58 anos, a aposentada Graça Tavares diz que nunca fi cou sem uma rede em casa e que o seu costume passou para fi lhos e netos. Segundo ela, quando eles chegam à sua casa procuram logo a rede para se embalar. É nela que Graça faz o neto mais novo pegar no sono.

“Meu fi lho também tem uma rede no quarto dele. Já dor-mi tanto em rede nessa vida. Pego os travesseiros coloco um embaixo da cabeça e outra debaixo das pernas para fi car confortável e fi co me emba-lando”, diz.

Segundo Graça Ta-vares, algumas noi-tes ela dorme na rede e, durante a madrugada, pas-sa para a cama. “Mas não consigo e volto para rede. É nela que eu fi co vendo televisão de forma mais confortável”, conclui.

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Prisão para o ‘fl anelinha’ que extorquir motoristasProposta de deputado do Mato Grosso do Sul visa punir “guardador de carro” que cobrar ou constranger “clientes”

MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Não adianta tentar disfarçar, correr ou fi ngir-se de bêba-do. Sempre haverá

alguém para acompanhá-lo até o veículo para dar dicas de manobras e, de quebra, abocanhar uma gorjeta. Na tentativa de evitar constran-gimentos ou mesmo extor-sões, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL) que visa criminalizar a conduta dos “fl anelinhas”, responsáveis em “reparar” os carros estacionados em vias públicas. De autoria do deputado Fábio Trad (PMDB-MS), o projeto atribui pena de 1 a 4 anos de detenção para o “guardador de carros” que extorquir ou constranger o condutor do veículo. As penas podem dobrar se ocorrer qual-quer dano aos veículos, em virtude do não consentimento do proprietário.

Para os motoristas entre-vistados, a lei poderia auxiliar a evitar possíveis desconfor-tos. “Já me senti constrangi-

do. Alguns impõem preço e não dá para pagar toda vez que estaciono o carro. Pago quando posso, mas tem uns que além de cobrar, ainda ta-belam o valor e querem de R$ 5 para cima. Por isso, prefi ro estacionar onde já conheço”, afi rma o profi ssional liberal Rubens Cavalcante.

Já o comunicador visu-al Abrahão Melo diz que a classe precisa se organizar. “Acho que deveria ter uma or-ganização, administrado por empresa privada. Com isso, evitaria constrangimentos e danos. Não são todos os “fl a-nelinhas” que são gente boa. Tem uns que se você não pagar ou repassar uma quantia baixa eles xingam a gente”, diz.

O universitário Eduardo Pontes discorda da falta de organização da categoria, sendo que muitos entregam ao “cliente” fi chas com o valor do estacionamento. “Fui para uma casa de forró e tive que deixar o carro longe do local da festa. Quando saí do car-ro, uma senhora me deu um papel escrito à caneta com o valor anotado”.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Quando o assunto pas-sa para os guardadores noturnos, que cuidam dos veículos, principalmente próximo às festas, a ideia muda. “Se o guardador tiver um terreno, ele tem que cobrar sim. Caso con-trário, ele não tira nem o aluguel do espaço.

Fora que ainda tem que enfrentar bêbado, que gasta tudo com bebida e ainda dá o cano no guardador. Mas na rua, não acho certo cobrar”, desabafa Anderson.

O pintor profi ssional

Manoel de Souza, 56, que há 17 anos comple-menta a renda de casa “reparando” os carros dos convidados de uma casa de festas na Compensa, Zona Oeste, se posiciona contra os guardadores que taxam a “reparada”. “Eu distribuo uma senha para que as pessoas te-nham a segurança que eu estou guardando o car-ro, mas não cobro nada. Os clientes que me co-nhecem, confi am no meu trabalho e dão gorjeta”, esclarece Manoel.

Para “noturnos”, cobrar é certoDo lado de fora do veí-

culo, entre os “fl anelinhas” entrevistados, nenhum reco-nheceu realizar a cobrança pelo serviço prestado. “Acho esse projeto até bom, porque tem muito “fl anelinha” que gosta de cobrar taxa para guardar. Eu nunca cobrei, se a pessoa dá, tudo bem. Não é obrigado”, disse o guardador Antônio da Silva, que há cin-co meses trocou as vendas de água e refrigerante para guardar carros no Centro.

Por outro lado, os guarda-dores dizem acreditar que somente a organização da

categoria pode evitar esse tipo de constrangimento. “Acho que deveria ter uma organização melhor, distri-buir fardamento, fazer uma coisa certa. Não acho correto cobrar pelo serviço, não te-mos esse direito. As pessoas dão o que quiserem”, disse o guardador Anderson Nas-cimento, que há 16 anos cuida dos veículos na avenida Eduardo Ribeiro, Centro.

Com o serviço, Anderson chega a faturar uma média de R$ 800 mensais, que sus-tentam uma família de cinco pessoas. Ele afi rma que tem

apreço pelo que faz e não pensa em deixar o posto. “O lado bom daqui é que você faz o seu horário. Eu ain-da incremento o orçamento com a venda de acessórios para carro”, relata.

Nascimento aposta que o trabalho informal traz mais retorno fi nanceiro. “Está vendo aquele vendedor ali? (aponta para um funcionário de uma loja de calçados). Ele deve ganhar uma média de R$ 700 por mês. Eu tiro isso em quatro dias, reparando os carros e com a venda de produtos”, justifi ca. Segundo

ele, o faturamento chega a aumentar 20% nas datas co-memorativas, como Dia das Mães, Natal e Ano Novo.

O guardador Paulo Júnior Colares, que trabalha há 18 anos na avenida Eduardo Ri-beiro, disse já ter conquista-dou muitos clientes. “Nunca cobrei nada. E já tem muita gente que nos procura e confi a no serviço. Aqui é bom porque você é seu próprio chefe, mas em compensa-ção, tem de aguentar o sol quente e uns xingamentos, de vez em quando”, afi rma Paulo Júnior.

‘Guardadores’ dizem concordar com medida

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Além de “reparar” os veículos, alguns “fl anelinhas” incrementam o trabalho e também oferecem o serviço de lavagem de carro

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

De acordo com o projeto de lei, o registro das armas de incapacitação neuromus-cular será obrigatório, mas não será cobrada taxa para a expedição e a renovação do documento.

Para obter o

registro, o cidadão não terá de comprovar capacidade técnica, nem aptidão psi-cológica, requisitos exigidos para que seja concedido o registro de arma de fogo. O interessado em obter uma arma não letal deverá ter

i d a d e m í n i -

ma de 18 anos e comprovar idoneidade, ocupação lícita e residência fi xa.

Para o deputado Luiz Ar-golo (PP-BA), os requisitos vão ajudar a impedir a com-pra de armas por pessoas com antecedentes criminais ou que tenham pendências com a Justiça.

Expedição não será cobrada

Uso de arma não letal por cidadão comum é defendidoProjeto de lei apoia a compra desse tipo de armamento para defesa pessoal e não exige treinamento do comprador

Diante do alto índi-ce de violência nas capitais brasileiras, a população poderá

ganhar, em breve, uma alter-nativa de proteção pessoal: o uso de armas não letais. Está em análise na Câmara Federal, o projeto de lei (PL) 2.801/11 que, caso seja apro-vado, permitirá também ao ci-dadão comum o uso desse tipo de armamento. Atualmente, o artifício é utilizado apenas pela polícia.

A proposta consiste na lilberação do uso da arma Taser M26, que funciona na incapacitação neuromuscu-lar. Ela funciona com um dispositivo dotado de ener-gia autônoma que ao entrar em contato ou ao efetuar disparo de projétil, por mais leve que seja, faz com que uma pessoa perca o contro-le neuromuscular por alguns segundos, deixando-a total-mente imobilizada, conforme explicações do comandante do 1º Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Amazonas, major Antônio Júnior de Souza Brandão.

De acordo com ele, o uso des-se tipo de armamento pode ser liberado para a população desde que sejam obedecidos critérios como a análise de comportamento das pessoas que solicitarem o porte da arma. O manuseio feito de forma incorreta pode causar acidentes relacionados à per-da no controle muscular, ga-rante ele. “As pessoas podem usar para defesa pessoal, mas se houver excessos, podemos

ter graves problemas com a liberação desse uso. Entre as consequências estão os trau-mas físicos, que podem levar à morte durante a queda da pessoa que perdeu o controle muscular ao receber a descar-ga elétrica”, esclarece.

Mesmo com o benefício da defesa pessoal, Brandão res-salta a consciência de que, mesmo com uma arma des-sas, ninguém está salvo da ação de bandidos, por isso a arma não letal só deve ser usada em situações que a pessoa possa surpreender em uma ação e nunca, servir para uma reação.

A proposta será analisa-da pelas comissões de Se-gurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, será vo-tada em plenário.

Cuidados com os cardíacosPor ser um mecanismo de

defesa, a Taser M26 difi cil-mente não será associada ao trânsito. Em discussões entre motoristas, porém, o uso in-correto pode representar ris-cos maiores aos portadores de problemas cardíacos.

De acordo com o cardio-logista Mariano Brasil, as descargas podem causar arritmias cardíacas. Em pes-soas com diagnóstico de cardiopatia, uma descarga da Taser M26 pode resultar em sequelas irreparáveis, po-dendo levar à morte. “O uso descontrolado dessas armas pode torná-las letais, princi-palmente se o alvo for uma pessoa com esse tipo de pro-blemas cardíacos”, explica.

de incapacitação neuromus-cular será obrigatório, mas não será cobrada taxa para a expedição e a renovação do documento.

Para obter o

registro de arma de fogo. O interessado em obter uma arma não letal deverá ter

i d a d e m í n i - com a Justiça.

Se houver excessos podemos ter graves problemas com essa liberação. Entre eles estão os traumatis-

mo físicos que levam à morte

Antônio Brandão, do 1º Batalhão de Choque

Medida aprovadaNas ruas de Manaus, a

população se mostrou fa-vorável à proposta, princi-palmente por se tratar de um mecanismo de defesa pessoal, no momento em que ações de bandidos as-sustam os cidadãos.

Para a enfermeira Maria Fernanda Almeida, 34, é uma alternativa para ‘armar’ a população, com um equipa-mento que poderá intimidar

a ação dos bandidos. “Acre-dito que assim nós podere-mos andar mais tranquilos na rua, pois depois de um assalto, quando o bandido virar de costas, podemos surpreendê-lo”.

Para o motorista de trans-porte coletivo, Antonio Ro-cha da Silveira, 38, vítima de três assaltos durante o trabalho, a liberação da arma poderá ajudar a in-

terceptar a fuga de assaltantes. “Já que não podemos ter ar-mas de fogo, acho que a população pode ter algum tipo de mecanis-mo para intimidar os bandidos que se sentem cada vez mais à von-tade para atuar no crime”.

NÁDUA MOURA Equipe EM TEMPO

DIEGO JANATÃ/FREE LANCER

Ao tocar na pele, a Taser M26 faz com que a pessoa perca o todo o controle neuromuscular

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C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

A ajuda vem do vizinhoEnquanto discussões sobre possíveis repasses para auxiliar na manutenção e reerguimento da vida de haitianos no Amazonas é discutida por governantes, população, na maioria carente, tem “arregaçado as mangas” e ajudado imigirantes como pode

Dia FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Famílias de baixa renda expressam compaixão na ajuda aos imigran-tes haitianos. De acor-

do com igrejas católicas e evangélicas, além de organi-zações não governamentais (ONGs), que prestam assis-tências aos recém-chegados, a maior parte das doações vêm de famílias carentes e não do poder público.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Haitia-nos no Amazonas (Atham), Cláudio Castro, 53, as enti-dades não têm como arcar com essas responsabilidades pelo resto da vida. “Quem deveria promover assistência é o governo federal, que abriu as portas da fronteira para a entrada dos haitianos no Brasil. O povo brasileiro tem seus problemas para resolver, mas foi o governo brasileiro que os convidou para entrar em nossa casa. O que não po-demos é deixar essas pessoas dormirem nas ruas e passa-rem fome”, argumenta.

Castro ressalta que há precariedade na alimenta-ção, na higiene, saúde, no tratamento médico e , ainda, há violação de outros direitos humanos como a dignidade e o trabalho.

Embora, o Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome tenha anunciado o repasse de R$ 900 mil aos Estados do Amazonas e Acre para a elaboração de pro-gramas de assistência aos imigrantes haitianos, um dos coordenadores da organiza-ção ONG “Ame Haiti”, Manoel Almeida ressalta que, enquan-to o governo federal teoriza sobre fazer algo em prol dos haitianos, a sociedade orga-nizada tem apoiado a causa há mais de um ano.

Os recursos foram calcu-lados com base no número de haitianos que cada Es-tado recebeu. O Amazonas,

que tem 4,6 mil haitianos, vai receber R$ 540 mil. Já o Acre, com o registro de 1,4 mil imigrantes fi cará com R$ 360 mil. “É isso que o go-verno pode fazer por essas pessoas? E ainda temos que dividir esse mínimo de recurso com o Acre, que já recebeu mais incentivo”, diz Almeida, ao se referir a verba de R$ 1,3 milhão, repassada no dia 19 de janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde ao Acre. “A esfera federal só apoiou a causa devido a pressão da sociedade. Cadê os governos e os grandes empresários?”, completa Manoel, que tam-bém é líder estudantil.

Para amenizar no atendi-

mento aos haitianos, um gru-po de 20 pessoas ligadas às diversas áreas sociais está sendo capacitado. O curso é ministrado no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na ave-nida Boulevard Álvaro Maia, Praça 14 de Janeiro, Zona Centro-Sul.

De acordo com Stênio Ma-ciel, 27, que coordena o pro-jeto, desde agosto de 2011 quando o “Ame Haiti” foi cria-do, mais de 2 mil haitianos foram atendidos com doações de famílias carentes. Maciel enfatiza a falta de apoio dos órgãos públicos. “Agradece-mos à sociedade, às pessoas que tem se dedicado a essa causa”, conclui Stênio. Na sex-ta-feira (3), mais 300 haitia-nos chegaram a Manaus.

MOBILIZAÇÃOPastorais e ONGs pe-dem auxílio de gover-nantes para lidar com a situação precária com que os imigrantes haitianos têm chegado ao Brasil. Eles dizem não ter condições de ajudá-los para sempre

Stênio (de camisa branca) coordena a ONG Ame Haiti e se esforça para auxiliar os haitianos

Imigrantes recebem ajuda, na maioria das vezes, de vizinhos e pessoas carentes sensibilizadas

O pastor Ozias Miguel, do Ministério Apostóli-co Fonte de Vida, São José Operário 2, Zona Leste, também se sen-sibilizou com o proble-ma. Ele dedica parte de seu tempo na ajuda aos haitianos, atuando no repasse de alimentos doados pelos membros de seu ministério e na procura por abrigos.

Foi na rua Terra Nova, no bairro São José Operário 2, Zona Leste, que Miguel teve a colaboração do amigo Domingos das Dores de Souza, 53, o “Dominguinhos”, proprietário de uma estância. Domingos diz que preparava os quartos para alugar, a fim de garantir uma renda a mais no bolso, contudo, ao se deparar com a situação, cedeu dois quartos.

“Já tinha até recebido propostas de aluguel, mas pensei que eles, além de terem perdido familiares, estão aqui tentando se recuperar”.

Em uma das depen-dências da estância, está o haitiano Edmund Dantas, 25, que hoje atua no setor de produ-ção de uma empresa no Distrito Industrial. Ele revelou que metade do salário que recebe, de R$ 640, encaminha à família no Haiti. Emo-cionado, ele lembrou da mãe, que morreu na tragédia. “Ela foi uma boa mãe”, diz.

Dominguinhos doou dois quartos

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Focados na necessi-dade de formação superior para obter melhor colocação no

mercado de trabalho, estu-dantes têm ingressado cada vez mais cedo nas universida-des da capital amazonense. Com 15 ou 16 anos e com sa-ída recente do ensino médio, muitos dos novos universitá-rios enfrentam difi culdades de adaptação e entrosamen-to na nova fase, assumida tão precocemente.

Fernanda Costa, de 16 anos, é uma das estudantes que cedo terão de encarar o ambiente acadêmico. Apro-vada no curso de ciências naturais da Ufam neste ano, Fernanda conquistou uma vaga por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), logo na sua primeira tentativa. “Hoje em dia tudo tem começado mais cedo. Como eu me alfabetizei an-

tes, acabei entrando na facul-dade assim que realizei meu primeiro vestibular”, explica a acadêmica, que aos 4 anos já estava alfabetizada

Natural de Belém (PA), ela vai se mudar para Manaus a fi m de concluir seu curso e de-dicar-se integralmente à fa-culdade. “Tenho certeza que vou me sair bem nessa nova fase. Pretendo, após concluir o curso, me especializar em uma área, realizar um estágio fora e ingressar no mercado de trabalho”, adianta.

Jonathan Brasil é outro exemplo de jovens que vão entrar cedo na universidade. Também com 16 anos, ele foi aprovado para o cur-so de engenharia civil da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

“Sempre me foquei nos es-tudos e sou muito curioso em tudo o que faço. Ser aprova-do tão cedo na universidade sempre foi uma das minhas metas”, revela o calouro.

Para Jonathan, a nova fase

educacional representa vitó-ria e felicidade. “Com certe-za estou muito contente por essa conquista tão rápida, mas tenho medo do que vou encontrar. Muitos professo-res contam que na faculdade o nível de estudo é muito maior”, desabafa.

Mas o calouro de engenha-ria impressiona desde pe-queno. De acordo com sua mãe, a nutricionista Nádia Brasil, ainda quando criança, o garoto surpreendeu a todos na escola em que estudava ao ler mais de 66 livros em apenas um ano. “Quando ele era pequeno, ganhou até um prêmio. Em vez de brincar, ele se trancava na biblioteca do colégio e “devorava” os livros”, lembra.

Para o pró-reitor da U n i v e r s i d a d e Federal do Ama-zonas (Ufam), Francisco de Melo, a criação de novos cursos e o aumento do número de vagas são razões para que os alunos che-guem cada vez mais cedo às uni-versidades. “Mas em outros cursos, os mais competi-tivos, eles entram mais tardiamente”, explica.

Outro fator importante ci-tado por Melo é o Processo Se-letivo Contínuo (PSC) feito pela Ufam. O sistema consiste em três provas re-alizadas durante o ensino médio. Nelas, é possível acumu-lar pontos mínimos para que uma vaga seja conquistada.

“O PSC é um dos principais respon-sáveis por toda a juventude cada vez mais presente nas instituições de nível supe-rior”, disse.

Nova geraçãoEm tempos

de tecnologia, a internet tor-nou muito mais rápidas a trans-missão e disse-minação de informa-ções entre todos, o que tem estimulado cada vez mais a juventude na busca pelo co-

nhecimento, que é cada vez mais apurada.

Segundo a professora uni-versitária Jônia Quédma, mui-tas vezes a rotina não ocupa todo o tempo da nova geração de estudantes e eles buscam no estudo uma forma de li-bertação e ocupação.

Jônia explica que esses jo-vens são imediatistas e têm difi culdades para esperar por tudo. Da mesma forma, que sentem a necessidade da no-vidade, tendo a universidade como principal foco.

“Hoje se cria muito cedo uma necessidade impressio-nante pelo saber”, justifi ca a a professora universitária Jônia Quédma.

WILLIAM GASPAR Especial EM TEMPO

Entrar mais cedo em um curso superior exige matu-ridade para

planejar a carreira e a escolha do curso. De

acordo com a psicóloga Ednéia

Leda, muitas das vezes os jovens não estão pre-parados para tomar esse tipo de decisão, que deve ser sempre acompanhada e

orientada pelos pais. “Sen-do ainda muito cedo para decidirem sozinhos sobre esse tipo de questão, os candidatos têm de ser orientados pelos respon-sáveis sempre”, explica.

Para Leda, no aspecto educacional, a imaturidade também é constante. “Ao sair do ensino médio, que muitas vezes é defi ciente, os alunos não adquiriram a postura que lhes é exigi-da em uma universidade”, conclui a psicóloga.

Pais devem orientar

OPOSTOSEnquanto os pais dos adolescentes aprovados no vestibular comemo-ram vaga conquistada, calouros admitem que o “novo” que será encontrado na faculdade assusta

Universidade com calouros cada vez mais ‘meninos’Nova fase tem sido encarada por adolescentes de 16 anos. Acompanhamento dos pais é fundamental para adaptação

ele se trancava na biblioteca do colégio e “devorava” os

Para o pró-reitor da U n i v e r s i d a d e

Francisco de

e o aumento do número de vagas são razões para que

guem cada vez mais cedo às uni-versidades. “Mas em outros cursos, os mais competi-tivos, eles entram mais tardiamente”,

Outro fator importante ci-tado por Melo é

letivo Contínuo (PSC) feito pela Ufam. O sistema consiste em três provas re-alizadas durante o ensino médio. Nelas, é possível acumu-lar pontos mínimos para que uma vaga seja

“O PSC é um dos principais respon-sáveis por toda a juventude cada vez mais presente

minação de informa-ções entre todos, o que tem estimulado cada vez mais a juventude na busca pelo co-

Jônia Quédma.

cedo em um curso superior exige matu-

a psicóloga Ednéia Leda, muitas das vezes

os jovens não estão pre-parados para tomar esse tipo de decisão, que deve ser sempre acompanhada e

Jonathan vai entrar na faculdade com 16 anos

JOEL ROSA

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Ecologicamente corretos até na hora de construirA fim de reduzir a emissão de gases poluentes, pessoas já erguem construções tendo em vista o meio ambiente

A preocupação com o meio ambiente tem despertado o interes-se de pessoas para a

criação de espaços sustentá-veis. As técnicas de biocons-trução e permacultura já são usadas em Manaus, a fim de reduzir a emissão de poluen-tes e levar a sociedade a co-nhecer ideias de preservação do meio ambiente.

Buscando reduzir impac-tos ambientais, empresas da construção civil têm investido na chamada responsabilidade ambiental. Muitas têm usado, inclusive, a técnica da biocons-trução, uma modalidade da arquitetura e da construção que tem como objetivo reu-nir tecnologias milenares às atuais e aproveitar recursos naturais para a criação de ambientes ecológicos, tudo utilizando matéria-prima com menos poluentes.

O turismólogo Orlando Ri-vero, especialista em perma-cultura, divulga há cinco anos os conceitos da bioconstru-ção. Ele comenta que, em Manaus, o conceito sempre existiu, mas nunca foi tão divulgado. “A proposta da bio-construção é trabalhar a favor

da vida usando materiais me-nos poluentes e encontrados no próprio ambiente. Tudo para reduzir gastos, princi-palmente com transporte, contribuindo então, para a diminuição da quantidade de calor. A bioconstrução é um ramo da permacultura. Os dois interagem com o que está em nossa volta. Na visão dessas ideias o que existe é a falta de perspectiva para um destino sustentável”, explica.

Segundo Rivero, qualquer pessoa pode ter iniciativas que poluam menos o meio am-biente. “A partir do momento que o assunto for mais divul-gado, as pessoas vão começar a criar coisas com o que elas têm no espaço em que vivem como, por exemplo, construir um fogão de barro com os pneus velhos do carro juntan-do barro e garrafas de vidro. Basta ter ideias e botar a mão “na massa”, comenta.

Orlando ministrou um cur-so sobre bioconstrução, no último dia 28, para mora-dores da vila de Paricatuba, no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus). Na ocasião, ele construiu uma cozinha de sete metros quadrados utilizando garrafas de vidro, garrafas PET, pneus usados e barro.

De acordo com o presi-dente da Associação Bra-sileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), Werner Albuquerque, os empresários esbarram nos custos. Os pro-fissionais até empregam es-sas questões nos projetos,

mas muitas vezes, os clientes descartam por serem mais caros. Como não existe obri-gatoriedade na legislação de construção civil, eles não po-dem obrigar.

“Na verdade, muito se fala e pouco se faz. As soluções

existem, mas pessoas nunca priorizam a questão ambien-tal e preferem coisas mais baratas. O governo precisa verdadeiramente incentivar a questão energética que, comprovadamente, é alta-mente poluente. Existem

muitas formas de gerar ener-gia. Devia haver reais incen-tivos de eficiência energéti-ca e a criação de estações de tratamento de esgotos para amenizar a degradação do meio ambiente”, sugere Werner Albuquerque.

É preciso incentivar iniciativas empresariais

ARQUIVO PESSOAL.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Rivero utiliza métodos menos poluentes e repassa a outros Fogão de barro é um exemplo de ideia favorável ao ambiente

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

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Tesc preparanova peçapara 2012

Artistas do mundo cristão, comumente chamados de “gos-pel”, acreditam que a

principal diferença de tocar para o público evangélico, ca-tólico e demais segmentações religiosas, é a preocupação em levar uma mensagem que faça o indivíduo evoluir como ser humano. A afi rmação é do presidente da Associação de Músicos e Artistas Cristãos do Amazonas (Amacam), pastor Francisco Mesquita.

Mais conhecido como Tio Mesquita, o líder evangélico diz que o lado espiritual pode ser “tocado” independente das preferências rítmicas de cada um. “O músico secular (como chamam os artistas que não fazem parte do rol gospel) se preocupa com sucesso pesso-al e esquece a espiritualidade. Nós temos a necessidade de falar sobre o Evangelho, sem bebidas e demais vícios. O Evangelho é para todos. Se o camarada praticava o pagode antes de se converter, não tem porque evitar agregar isso à sua nova realidade”, justifi ca o pastor em relação a existência de diversos grupos de música gospel em diferentes gêneros, incluindo rock, brega e forró, por exemplo.

A diversidade de estilos mu-sicais no universo cristão, de acordo com Mesquita, facilita a construção de eventos varia-dos, fomentados, sobretudo, pelas igrejas. “Se uma institui-ção realiza uma feijoada bene-fi cente, ela pode contar com a participação de uma banda de pagode gospel ou “pagospel”, como inventamos”, diz. Atu-almente, a Amacan abraça aproximadamente 60 artis-tas, entre bandas e cantores individuais, incluindo o grupo de pagode Eterna Morada e Ministério Ariel, de forró, das quais o próprio pastor é integrante.

Mesquita explica que todos os artistas cristãos têm um compromisso em criar letras que estejam de acordo com

os ensinamentos da igreja. “A maioria tem música auto-ral, que por sua vez é ampa-rada pelos seus ministérios (igrejas), pois as músicas são avaliadas previamente pelos pastores”, afi rma.

Contudo, nem sempre as letras precisam ser “sisudas”. A canção “Desliga o teu celu-lar” da banda Eterna Morada, por exemplo, é um samba ao estilo partido alto, que dá uma espécie de repreensão bem humorada aos “irmãos” incon-venientes. O trecho principal da canção diz “quando você entrar na igreja, desliga o teu celular/ não deixa a tua bênção escapar/ e na hora da oração, fecha teus olhos, meu irmão/ de olho fechado tu falas com Deus/ e de olho aberto tu perde a unção”.

Em termos de organização de classe, a Amacam vem se consolidando como entidade

representativa desses artis-tas, em apenas oito anos de criação (embora tenha sido constituída formalmente em 2009). “As igrejas conhecem a associação e os pastores ligam para solicitar bandas para seus eventos. Como te-mos um cadastro atualizado, fazemos esse papel de in-termediação. De uma forma geral, os músicos doam seus talentos. Apenas quem tem registro na Ordem dos Mú-sicos do Brasil recebe cachê, quando o evento permite isso, claro”, explica Mesquita. Para agosto desse ano, o presi-dente da Amacam pretende organizar o 6º Fest Music.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

GOSPELem todos os ritmos

Bandas e artistas fazem sucesso com músicas religiosas nos mais variados gêneros, do pagode ao heavy metal

Cantora profi ssional des-de os 15 anos de idade, a amazonense Eliane Feijó é uma das cantoras cristãs de maior projeção fora do Es-tado. Atualmente, a artista produz o segundo disco da carreira, cujas gravações devem ser concluídas no fi m deste mês, em Manaus. Depois disso, ela volta para a cidade de São Paulo, onde reside, para fi nalizar mi-xagem e masterização do álbum, que vem com 12 faixas, contemplando es-tilos como pop, adoração, pop rock e hinos.

A primeira viagem de Eliane para divulgar seu trabalho foi em 2007, 11 anos depois de iniciar sua trajetória artística. Um ano depois, já casada, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fi cou por sete meses,

promovendo suas músicas, incluindo as mais famo-sas “Deus luta por você” e “Por suas pegadas”, que dá nome ao primeiro disco. Além do Rio de Janeiro e São Paulo, Eliane passou por algumas cidades de Minas Gerais, nesse período. “Meu maior público fi cou em tor-no de 8 a 10 mil pessoas, dentro de uma igreja no Rio”, diz.

Entre outros nomes do mundo artístico gospel, está o de Jamily de Jesus, de apenas 9 anos de idade, descoberta pela Amacam em um festival de novos talentos. A pequena está em fase inicial de gravação de um disco, cuja previsão de conclusão é para julho de 2012. No repertório, consta a música autoral “Fonte de vida”, título do disco.

Eliane Feijó: destaque local

DIVULGAÇÃO

JEOL ROSA

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Eliane Feijó é uma das cantoras de maior projeção fora

O grupo Louva Senhor faz canções gospel no ritmo do axé

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Associação de Músicos e Artistas Cristãos tem oito anos

Se o camarada praticava o pagode antes de se conver-ter, não tem porque evitar agregar isso à sua nova realidade

Francisco Mesquita, presidente da Associação de

Músicos e Artistas Cristãos do Amazonas

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. O novo point do Vieiralves, o ‘Touchdown’ que se prepara para inaugurar, em breve, terá hoje uma noite de testes de serviços, apenas para um grupo de convidados íntimos dos proprietários.

. O local está bacanérrimo, com temática esportiva, e deverá se confi rmar como o novo e principal ponto convergente da nova geração da cidade. O bar é um investimento da charmante Maria Helena Gesta de Melo e Yuri Czovny.

>> Novo point

A senadora Vanessa Grazziotin acompanhou a visita ministerial de Aldo Rebelo às obras da Arena da Amazônia e aproveitou o encontro com a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz para uma discreta conversa que pautou ações so-ciais. Ao fi nal, muita alegria em ver de perto as obras da Copa de 2014 avançando

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1- Os anfi triões Júlia e George Lins de Albuquerque; 2- A elegante Rita e o deputado federal Átila Lins; 3- Mozart e Julinha Aguiar; 4- Agnelo Rodrigues Neto e a bela fi ancée Gabriela Bandeira de Melo Lins de Albuquerque; 5- Os irmãos Belarmino, George, Átila, Welling-ton e Ademar Lins de Albuquerque; 6- Geórgea Lins de Albuquerque e Ivan Queiroz; 7- Gisella Lins de Albuquerque e Matheus Alexandre

. A sociedade de Manaus está de luto pela morte do empresário Walter Oliva Pinto.

. Era um dos nomes tradicionais entre o alto empresariado local, pai do querido amigo Wal-tinho Oliva Pinto. A coluna se associa a todos e envia votos de pesar à família.

>> Luto

. A badalada griff e italiana Missoni, que é sempre um nome em alta quando o assunto é moda com charme, lança nova coleção de bolsas.

. Além de carteiras e clutchs, a Missoni agora investe nas maxbolsas com o mesmo zig-zag famoso da marca.

>> Objeto de desejo

. Foi para comemorar o aniversário do anfi trião, a festa que George e Júlia Lins de Albuquerque or-questraram, no casarão da família no Parque das Laranjeiras, também comemorando o noivado da fi lha Gabriela com Agnelo Rodrigues Neto.

. A noite tinha a assinatura dos Lins, que sempre fazem festas sensacionais, com tudo no ponto certo, incluindo nisso boa mesa, ótima música e ambientação sempre passando pelo chic e tradicional. Júlia Bandeira de Melo Lins de Albuquerque é uma das anfi triãs mais elegantes do Amazonas.

>> Duplo motivo

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FOTOS: CÉSAR CATINGUEIRA

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Depois da Europa, Tesc prepara novo espetáculoA peça “Operação Macunaíma” utiliza a comédia para falar de sobre Amazônia, índios, militares e missionários

O Teatro Experimen-tal do Sesc (Tesc) está de volta a ci-dade para os novos

projetos de 2012, após uma pequena turnê por algumas cidades da França com a peça “A Paixão de Ajuricaba”, um clássico do teatro amazonen-se. A montagem foi reapre-sentada em Manaus ontem e no próximo dia 11 será levada à uma cidade do interior, ain-da não definida.

Para este ano, o grupo tam-bém está preparando a peça “Operação Macunaíma”, uma comédia que se passa nos dias atuais e contará a história de um capitão do exército que é enviado a São Gabriel da Cachoeira. Por lá, o militar recebe como missão fazer na cidade um evento de democra-cia e sustentabilidade, onde acontecerão algumas situa-ções hilárias, de acordo com o diretor Márcio Souza. “Será uma peça sobre a Amazônia, índios, militares e missioná-rios. Mostrará os encontros e

desencontros entre a cultura do povo indígena e do homem branco”, conta.

Sobre o espetáculo de co-média “Sábados Detonados”, um dos maiopres sucessos do Tesc que, no passado, foi apre-sentado no Teatro Direcional, o diretor diz que não existe

previsão de volta. “Estamos aprofundando pesquisas que demandam muito tempo e, com isso, não podemos dar continuidade aos “Sábados”. Além disso, o resultado não tem nos agradado, mas não é em relação ao número de pú-blico, pois estamos procuran-do mais que isso”, conclui.

CHRIS REIS Equipe EM TEMPO

SEM PREVISÃODe acordo com o di-retor Márcio Souza, o projeto de humor “Sábados detonados”, um dos maiores sucessos de público do Tesc, não tem pre-visão de entrar em cartaz este ano

Montagem criada em 1974, “A Paixão de Ajuricaba” foi apresentada nas cidades de Rennes, Toulouse e Aix en Pro-vence, na França. “A recepção foi fantástica. Melhor ainda do que esperávamos, todas as apresentações com casa lotada”, afirma o dramaturgo Márcio Souza que escreveu e dirige a peça.

Além da procura para assis-tir a peça, segundo ele, o pú-blico também tinha interesse em debater com mais profun-didade o que estava sendo mostrado. “Em cada cidade que chegávamos os ingressos já estavam esgotados. Em

Rene houve debate no dia seguinte da apresentação, foi muito bom”, recorda.

Em Toulouse houve dois espetáculos com casa lota-da, sendo que uma sessão foi direcionada a estudan-tes, onde foi realizada uma programação de integração entre o elenco e os alunos co conservatório de teatro da cidade. “Apresentamos a pesquisa que fizemos e o encontro terminou com uma espécie de aquecimento que fazemos com cantos indíge-nas” , lembra o dramaturgo.

Em Aix en Provence, última cidade visitada pelo grupo,

Márcio Souza destaca que ficou na plateia a metade dos expectadores, cerca de 250 pessoas, para o deba-te que começou imediata-mente após o término da apresentação. “Começamos a discussão às 8h30 e ter-minou depois da meia-noite”, relembra com orgulho.

O diretor conta que as apresentações foram em português, mas que havia uma narração e legendas em francês com um resumo do contexto geral, ao final de cada ato. “Os expectadores não encontravam dificulda-de para o entendimento da

peça porque a maioria já tinha lido o livro”, destaca, complementando que esta preparação dos expectado-res era percebida ainda mais durante os debates.

“Sempre tinham teóricos ligados as universidades que analisavam os espetáculos, que tinham uma perspectiva muito boa do que era apresen-tado. Eles entenderam, por exemplo, que esta montagem não é épica”, analisa.

Segundo Souza, o grupo recebeu convites para fazer outra turnê, que deve aconte-cer na Itália. “Ainda estamos em negociação”, disse.

Montagem com sessões lotadas na França

Márcio Souza disse que o Tesc foi bem recebido na França

“A paixão de Ajuricaba” foi apresentada em três cidades francesas, em janeiro, e tem previsão de entrar em turnê na Itália

ARQUIVO EM TEMPO

Conflitos familiares na telona

O filme “Precisamos falar sobre o Kevin” é um relato angustiante sobre o relacio-namento entre mãe e filho que culmina em um massacre. Baseado no livro homônimo de Lionel Shriver, o filme con-ta a história ficcional de Eva Khatchadourian e seu filho, Kevin. Sempre sob perspecti-va da mãe, o longa se inicia revelando uma multidão de pessoas em meio a um lí-quido vermelho, que parece uma pintura aterrorizante de corpos sujos de sangue.

O longa marca a volta de Lynne Ramsay à direção, após hiato de nove anos desde Mor-vern Callar. Dona de uma di-reção eficiente, Ramsay esta-belece alternâncias bastante dinâmicas e fluidas entre as temporalidades. Mostra Eva desde a gestação até o des-dobramento pós-tragédia. O roteiro nos apresenta uma mu-lher amargurada e deprimida,

que deixou sonhos promisso-res em detrimento da família. O espectador consegue ver a sensação de impotência da protagonista no passado, e percebe que se atenua cada vez mais sob os olhares vazios de uma mulher que não mais vive, apenas sobrevive. Sozi-nha, ela é vítima de agressões verbais e físicas.

Desde pequeno Kevin não consegue interagir com a mãe. Quais são os culpados pela relação conflituosa e a postura hostil do menino? A frustra-ção da mãe se contrapõe à alegria do pai, que sempre desejou o filho e não entendia as reclamações de Eva sobre a postura de Kevin. Ela é a única capaz de enxergar o filho como ele realmente é. Torna-se óbvio diante de tan-tas provocações e conflitos, que a eminência não era po-sitiva, mas o desfecho dessa relação atinge um grau mais angustiante e perturbador do que se espera. Aos leitores do livro, não é impactante, mas

muito bem construído.As atuações dão o tom e

o transtorno necessário aos personagens. O frio parece sair da tela e ir direto para o estômago de quem assis-te, causando inquietação e

incômodo. Tilda Swinton in-terpreta Eva, e mostra mais uma vez a competência e as escolhas certeiras. É uma atriz que provoca emoções a partir de outras e não de atuações mecânicas e falas decoradas. Também é preciso destacar os atores que interpretam Kevin.

Dos 6 aos 8 anos fica a cargo do excelente Jasper Newell, que consegue mostrar o perfil de uma criança com traços de psicopatia e se distanciar dos mimados e birrentos por natu-reza. Já Ezra Miller o interpreta na adolescência e consegue ser assustador. O olhar dos dois atores parece o mesmo. É impressionante como am-bos conseguiram transmitir os sentimentos de Kevin – ou a falta deles. Miller é, sem dúvida, uma das melhores re-velações do ano.

“Precisamos falar sobre o Kevin” não se reduz a um fil-me de psicopata. Longe disso. Mostra a percepção de uma mãe na formação de um filho sem emoções. Alguém frio e calculista que é um lobo em pele de cordeiro. Mostra a história de uma mãe que car-rega amor, dor e culpa por ser o ponto de partida de uma tragédia que ela sempre soube que aconteceria.

*Cibele Chacon é colabo-radora do PLATEIA

RESENHA

CIBELE CHACON*Especial EM TEMPO

Dois atores intepretam Kevin, em fases diferentes da vida

A mãe problemática é interpretada por Tilda Swinton

ENREDO “Precisamos falar so-bre o Kevin” é um re-lato angustiante sobre o relacionamento entre mãe e filho que culmi-na em um massacre. O longa já estreou nos EUA e ainda não tem data no Brasil

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Baile infantil ‘A magia das artes’Marchinhas e os melhores

sucessos dos carnavais de to-dos os tempos ganham adap-tações de música eletrônica no bailinho de Carnaval “A magia das artes”, que acon-tece no Teatro Direcional, no próximo dia 20, às 17h.

Com produção especialmen-te montada para agradar aos baixinhos, o Teatro terá uma decoração circense, com mui-tos palhaços, mágicos e, claro, alegria infantil com muitas cores e luzes.

Para completar, a coorde-

nação será da ArtCena Produ-ções que incluirá no bailinho muitas brincadeiras e até um playground à disposição das crianças.

Para agitar o evento, vários DJs vão tocar no espaço repa-ginando os grandes sucessos do Carnaval, mas com batida eletrônica. “Será um bailinho de Carnaval moderno e ainda com uma produção visual bem elaborada para incrementar a festa da criançada”, declara o diretor geral do Teatro Dire-cional, Adriano Gobeth.

CARNAVAL

O evento, direcionado ao público infantil, contará com decoração temática e vários DJs locais

Dança e teatro em vários pontos da cidade

Hoje, a partir das 17h, três pontos da cidade receberão espetáculos de dança e teatro ofe-recidos pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). O primeiro deles é a montagem infantil “Quem tem medo do escuro”, da Cia. de Arte Cristã. A peça consiste em uma apresentação de teatro de bonecos e será encenado na Casa Ivete Ibiapina. Às 18h, no Teatro Jorge Bonates, a Associação dos Artistas Cênicos do Amazonas Arte & Fato apresenta ”O dia em que a ter-ra dançou”. E, ainda, às 18h, no Centro Cultural Largo São Sebastião, o Palhaço Puxa Puxa e Trupe reapresentam “Os trapalhões do riso”.

Já às 19h30 é a vez de “A guerra dos farrapos e suas influências para o gaúcho de hoje”, que será encenado no Cen-tro Cultural Largo São Sebastião. A montagem, que é inspirada na maior guerra civil de todo o con-tinente, irá apresentar a invasão do império brasi-leiro no Rio Grande do Sul. As coreografias vão enal-tecer grandes nomes que estiveram à frente desse episódio e também retra-

tar os gloriosos bailes que aconteciam antes e após a guerra no período de 1835 a 1845. Direção de Tarcísio Fabrício e Rays-sa Reis. Coreografia de Ulisses Aquino e Odeilson Pantoja.

HOJE

SERVIÇO“QUEM TEM MEDO DO ESCURO”

Quando: Onde:

Quanto:

Hoje, às 17hCasa da Música Ivete Ibiapina (rua 10 de Julho, nº 451, Centro)Gratuito

“A GUERRA DOS FARRAPOS”

Quando: Onde:

Quanto:

Hoje, às 19h30Centro Cultural Largo São SebastiãoGratuito

”O DIA EM QUE A TERRA DANÇOU”

Quando: Onde:

Quanto:

Hoje, às 18hTeatro Jorge Bonates (rua Recife, s/nº, sede da Sead, Flores)Gratuito

Um dos espetáculos será no largo São Sebastião

JOEL ROSA

As amazonenses Márcia Siqueira, Simone Ávila e Cinara Nery interpretarão os grandes sucessos de Elis Regina que, este ano, completa 30 anos de morte

Cantoras homenageiam o talento da ‘Pimentinha’

O trio formado pe-las cantoras ama-zonenses Cinara Nery, Simone Ávila

e Márcia Siqueira, serão as responsáveis por homenagear a cantora Elis Regina, hoje, a partir das 20h, no Teatro Amazonas, com o espetáculo “Nós, voz, Elis”, com entrada gratuita.

Com aproximadamente uma hora de duração, o tri-buto – que será mais uma das inúmeras homenagens pelos 30 anos de morte da cantora - terá arranjos e direção musical do maestro Paulo Marinho. A primeira edição do show acon-teceu em 2006, também rea-lizado por Márcia, uma grande admiradora da “pimentinha” Elis. “Todo cantor que se preze tem que escutá-la. É uma refe-rência, tanto como intérprete quanto pelo vasto repertório que possuía. Ouvir Elis é uma

obrigação”, opina. Márcia destaca, ainda, que

o show tem como objetivo principal homenagear a gran-de artista que foi Elis sua importância para Música Po-pular Brasileira (MPB). “Na primeira vez que montamos a apresentação a repercussão foi excelente, tanto de público como de crítica. E, apesar de que com o passar do tempo termos modificado o repertó-

rio e mudado as participações, o foco continua sendo home-nageá-la”, assegura.

As intérpretes se revezarão no palco, cada uma apresen-tará cinco canções que fi-caram famosas na voz da cantora gaúcha. O cenário será composto por projeções de imagens da cantora. O show terá participações dos instrumentistas da Orques-tra de Câmara do Amazonas (OCA), que apresentará sob a regência do maestro titular Marcelo de Jesus. A banda que acompanhará as cantoras será formada pelos músicos: Paulo Marinho e Aírton Silva (piano), Gaúcho (bateria), Ênio Prieto (sax/flauta) e Wilson Assis (contrabaixo)

O set-list será compos-to pelas músicas: “Atrás da porta” (Chico Buarque); “Upa neguinho” (Edu Lobo); “Como nossos pais” (Belchior); “Canto

de Ossanha” (Tom Jobim e Ba-den Powell); “Alô, alô marciano” (Rita Lee); “Travessia” (Milton Nascimento); “O bêbado e a equilibrista” (Aldir Blanc e João Bosco); “Trem azul” (Lô Borges); “Dois pra lá, dois pra cá”( Aldir Blanc e João Bosco) e, claro, “Madalena” de Ivan Lins e Ronaldo Souza que não poderia ficar de fora e será cantada em duetos e em um trio.

SERVIÇOSHOW “NÓS, VOZ, ELIS”

Quando: Onde:

Quanto:

Informações:

Hoje, às 20hTeatro Amazonas, largo de São Se-bastião, CentroEntrada gratuita(92) 3232-1768

SET-LISTNo repertório do show “Nós, voz, Elis” estão músicas como “O bê-bado e o equilibrista”, “Trem azul”, “Como nossos pais”, “Alô, alô marciano”, “Dois pra lá, dois pra cá” e “Can-to de Ossanha”

Márcia Siqueira, idealizadora do projeto, interpretará, juntamente com Cinara Nery e Simone Ávila, sucessosd de Elis Regina

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SERVIÇOBAILINHO “A MAGIA DAS ARTES”

Quando:

Onde:

Quanto:

Dia 20 de feve-reiro, às 17hTeatro Direcional (Av. Mario Ypi-ranga Monteiro, 1.300, Adrianó-polis)R$ 30 (meia)

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Igha comemora 95 anos em 2012Será montada uma programação comemorativa ao longo do ano, focada na música e na literatura, com lançamento de livros, recitais e seminários

Em 2012, o Instituto Geográfi co e Históri-co do Amazonas (Igha) completa 95 anos de

existência e contribuição com a cultura do Estado. A data exata do aniversário será no dia 25 de março, mas as ati-vidades comemorativas ocor-rerão ao longo do ano

“Para comemorar, vamos fa-zer atividades que envolvam a sociedade amazonense como um todo”, ressalta o presiden-te do Igha, Geraldo dos Anjos. De acordo com dos Anjos, os lançamentos de livros ocor-rerão duas vezes por mês no instituto, um sábado sim e outro não. “Como fi zemos uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), faremos vários lançamentos dos livros”, explica.

Além disso, o Igha realizará, neste ano, alguns seminários. Um deles será em homenagem à chegada dos italianos no Brasil. “Ainda não temos data, mas já conversei com o cônsul da Itália no Brasil e estamos ajustando apenas a questão de patrocínio”, informou dos Anjos. Outro seminário terá

como tema o folclóre e será organizado pela professora Marita Monteiro, secretária-geral do Igha.

“Vamos fazer também as atividades das comemora-ções também da semana na-cional do museu, com ativi-dades relacionadas ao Centro histórico de Manaus. Vamos contar com o apoio de es-

tagiários de história para a realização de passeios com alunos de escolas públicas”, lembra Geraldo dos Anjos.

O presidente do Igha expli-ca que, para o instituto fi car mais próximo do público, há a possibilidade da realização, uma vez por semana, de uma apresentação musical no lo-cal, com o projeto “Música no

museu”. “Estou em negociação com o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga, para realizar esse projeto na sexta ou sábado, a partir de junho. Mas ainda é algo que está em negociação”, indica.

O museu do Igha, está loca-lizado na rua Bernardo Ramos, 117, no Centro. O atendimento funciona de terça a sexta-feira, das 14h às 17h e, aos sábados, das 8h às 12h. Já o Centro de documentação, com entrada pela rua Frei José dos Inocentes, funcionará de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.

O Igha é constituído por 50 membros eleitos pelos seus pares. Este ano, deve-rá tomar posse a professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a soció-loga Isabel Valle, no dia do aniversário do instituto. O ins-tituto foi fundado em 25 de março de 1917, considerado de utilidade pública pela lei estadual nº 897 e pela lei mu-nicipal nº 1.071 sendo, dessa forma, tutelado e fi nanciado pelo Estado do Amazonas e pelo município de Manaus. No acervo do Igha há 450 peças da arqueologia e etnografi a amazônica guardadas.

SILVIO LIMAEquipe EM TEMPO

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DESTAQUEO Igha realizará alguns seminários, um deles será em homenagem à chegada dos italianos no Brasil e o outro terá como tema o folclórico, organizado pela professora Marita Monteiro

Segundo o presidente do Igha, Geraldo dos Anjos, o instituto homenagem aos italianos

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

BAND03h45 – Espaço Vida Vitoriosa I05h00 – Sol Brilhante05h30 – Santa Missa06h30 – Fé na Verdade07h30 – Conexão Cargas08h30 – Brasil Caminhoneiro09h00 – Infomercial

Programação de TV

04h00 – Aventura Selvagem – re-prise05h00 – Pesca Alternativa06h00 – A Grande Ideia06h30 – VRUM07h00 – PGM Manazinha 07h30 – Programa Expressão (Local)08h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte (Local)09h00 – Domingo Legal13h00 – Eliana17h00 – Roda a Roda Jequiti17h40 – Sorteio da Telesena17h45 – Programa Sílvio Santos22h00 – De Frente com Gabi23h00 – Série: O Mentalista / The Mentalist00h00 – Série: Divisão Criminal / The Closer01h00 – Série: Os Esquecidos02h00 – Encerramento da Progra-mação

SBT

GLOBO

RECORD

REDE TV

03h44 – Santa Missa em Seu Lar04h44 – Sagrado: Compacto – Con-versão

04h30 – Desenhos Bíblicos06h20 – Todo Mundo Odeia o Chris – HD08h00 – Amazonas dá Sorte – bin-go - local09h00 – Record Kids – local10h30 – Tudo é Possível – PGM 33914h30 – Programa do Gugu – PGM 12818h30 – Domingo Espetacular – PGM 40621h15 – Repórter Record22h00 – Amazônia – PGM 005 - HD22h30 – Série: Aprontando na Índia23h00 – Programação IURD

05h30 – Igreja Internacional da Graça – local09h15 – Programa Viva Amazônia – local09h45 – Break Obrigatório09h50 – Melhores Momentos do Futebol12h00 – Igreja Internacional da

Graça – local13h00 – Programa Esporte Perfor-mance – local14h00 – Programa Semeando Bên-çãos – local14h30 – Programa Amigos do Volante – local15h00 – Break Obrigatório15h05 – Programa Na Geral – local15h35 – Programa Fé e Milagres – local16h05 – Break Obrigatório16h15 – Ritmo Brasil16h45 – Belas na Rede17h50 – O Último Passageiro19h00 – Pânico na TV21h30 – Dr. Hollywood22h30 – É Notícia23h30 – Bola na Rede00h00 – Igreja Internacional da Graça – local

TV CULTURA03h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional04h00 – Via Legal04h30 – Brasil Eleitor05h00 – Palavras de Vida06h00 – Santa Missa07h00 – Viola, Minha Viola08h00 – Curta Criança08h30 – Janela Janelinha09h00 – Escola Pra Cachorro09h15 – Meu Amigãozão

09h30 – Turma do Pererê

10h00 – ABZ do Ziraldo

10h30 – Anima TV Tromba Trem

10h45 – Anima TV Carrapatos e

Catapultas

11h00 – Turma do Pererê

11h30 – Catalendas

11h45 – Copa São Paulo de Júnior

13h00 – Stadium

14h00 – O Planeta Azul

15h00 – Ver TV

16h00 – De Lá Pra Cá

16h30 – Cara e Coroa

17h00 – Papo de Mãe

18h00 – Conexão Roberto D’Ávila

19h00 – Filarmônica de Berlim

20h30 – Curta TV

21h00 – MPTV – Reprise – local

21h30 – Roda Viva Amazonas – Re-

prise – Local

22h30 – Lado – B – Local – Re-

prise

23h00 – Programa de Apoio

23h30 – Programa de Cinema

01h00 – Hino Nacional / Encerra-

mento da Emissora

10h00 – Auto +10h45 – Band Clássicos (HD)13h45 – Gol, o Grande Momento do Futebol (HD) 14h15 – Futebol – ao vivo (HD) – Vasco x Friburguense – direto do Rio de Janeiro/RJ17h00 – Terceiro Tempo19h00 – Lassi19h30 – Um Hóspede da Pesada20h00 – Um Tio da Pesada20h30 – Família Moderna21h00 – Bones (HD)22h00 – Prision Break (HD)23h30 – Canal Livre (HD)00h30 – Isto é Manaus01h00 – Show Business (HD)01h45 – Cine Band – Arizona Nunca Mais

04h55 – Amazônia Rural

05h25 – Pequenas Empresas

– Grandes Negócios

05h58 – Globo Rural

06h55 – Auto Esporte

07h30 – Esporte Espetacular (Des-

cida das Escadas de Santos)

10h30 – Esquenta

11h46 – Temperatura Máxima.

Filme: Uma Noite no Museu

13h39 – Domingão do Faustão I

15h00 – Futebol 2011: Campeo-

nato Carioca – Vasco da Gama x

Friburguense

17h00 – Domingão do Faustão II

18h45 – Fantástico

21h06 – Big Brother Brasil

21h52 – Domingo Maior. Filme: The

Edge - No Limite

23h50 – Flash Big Brother Brasil

23h56 – Sessão de Gala. Filme: O

Último Golpe

01h25 – Corujão I. Filme: Popula-

ção 436

02h36 – Série Americana

03h44 – Festival de Desenhos

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Os equívocos com os amigos tendem a

ser inofensivos, apesar de perturbar os senti-mentos. Seus interesses maiores podem não encontrar bom apoio concreto.

TOURO - 20/4 a 20/5Um dia difícil para você organizar as ações

práticas. Você é bastante rígido, então poderá ser muito infl exível e com isso difi cultar os ajustes necessários neste momento.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6As idealizações são emperradas pela má

lida com as situações práticas e concretas. As viagens são desfavorecidas, por falta de condução realista.

CÂNCER - 22/6 a 22/7As situações maiores que você mexem com

pontos sensíveis. Você pode se magoar ou se sentir diminuído. Não perca tempo se lamu-riando diante das mudanças necessárias.

LEÃO - 23/7 a 22/8O convívio com parceiros e no casamento

exige hoje algum sacrifício; ou então pode sofrer restrições, o que, de qualquer modo, é um sacrifício, só que forçado.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Os trabalhos rendem menos do que espera-

va. Redefi na expectativas, pois nem tudo pode crescer como gostaria. Aqueles que parecem lhe ajudar, talvez sem querer, atrapalhem.

LIBRA - 23/9 a 22/0Momento difícil na vida afetiva: as respon-

sabilidades exigem mais de você, do que está recebendo em afago e carinho. Há momentos em que é preciso dar mais do que receber.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11Em casa, as exigências crescem, e você

pode não ter a habilidade de conduzir bem as situações. A falta de discernimento e or-ganização tendem a se fazer presentes.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12As repreensões que o mundo lhe faz calam

fundo. Pode ser aconselhável rever os valores que pretendia seguros. Nem sempre o mundo concorda conosco, e é preciso aceitar isso.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1As tensões levam a confrontos com pessoas

que tocam seus pontos sensíveis. Valores são colocados em cheque. Não tente interpretar as situações com a mente instável.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2O aspecto entre Sol e Lua evidencia pos-

síveis falhas em sua atuação no trabalho ou mesmo quanto à integridade de certas atitudes. Cuide melhor de seu bem estar.

PEIXES - 19/2 a 20/3Seus desejos e sentimentos confrontam-se

com adversidades. Um dia para reconsiderar o que você estava sentindo e desejando. Há uma ordem melhor a ser alcançada.

Cruzadinhas

À beira do abismo – 12 anos: Cinemark 1 - 11h20 (dub / sábado e do-mingo), 14h, 16h20, 18h50, 21h20 (dub / diariamente) e 23h50 (dub / sexta-feira e sábado); Playarte 5 – 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (leg / diariamente) e 22h50 (leg / sexta-feira e sábado); Cinemas Ama-zonas 5 – 16h20, 18h40 e 21h10 (dub / diariamente).

Alvin e os esquilos 3 – Livre: Ci-nemark 2 - 12h40, 15h, 17h10 e 19h30 (dub / diariamente); Playarte 7 – 12h, 14h, 16h, 18h, 20h (dub / diariamente) e 22h (dub / sexta-feira e sábado); Cinemas Amazonas 4 – 13h40, 15h50 e 17h50 (dub / diariamente).

Os descendentes – 12 anos: Cine-mark 2 – 22h (leg / diariamente); Playarte 10 – 13h20, 15h40, 18h, 20h20 (leg / diariamente) e 22h40 (leg / sexta-feira e sábado).

Sherlock Holmes 2 – 14 anos: Cine-mark 3 – 14h40, 20h40 (dub / diariamen-te) e 23h40 (dub / sexta-feira e sábado); Playarte 4 – 13h20, 16h, 18h40, 21h20 (leg / diariamente); e 23h59 (leg / sexta-feira e sábado).

2 coelhos – 16 anos: Cinemark 3 - 12h20 e 17h50 (diariamente); Playarte 8 – 14h, 16h10 e 18h20 (diariamente).

J. Edgar – 10 anos: Cinemark 4 – 21h40 (leg / diariamente); Playarte 2 – 16h e 21h15 (leg / diariamente).

As aventuras de Agamenon, o re-pórter – 14 anos: Cinemark 5 – 13h e 14h50 (diariamente).

Os homens que não amavam as mulheres – 16 anos: Cinemark 5 – 16h40, 20h (dub / diariamente) e 23h20 (dub /

sexta-feira e sábado); Playarte 9 – 14h, 17h05, 20h10 (leg / diariamente) e 23h15 (leg / sexta-feira e sábado); Cinemas Ama-zonas 4 – 20h30 (dub / diariamente).

As aventuras de Tintim – 10 anos: Cinemark 8 – 11h (dub / sábado e do-mingo), 13h20, 15h40, 18h30, 21h (dub / diariamente) e 23h30 (dub / sexta-feira e sábado); Playarte 3 – 13h45, 16h, 18h15, 20h30 (dub / diariamente) e 22h45 (dub / sexta-feira e sábado); Cinemas Amazonas 5 – 14h (dub / diariamente).

O espião que sabia demais – 14 anos: Cinemark 2 – 13h30, 18h45 (leg / diariamente) e 23h59 (leg / sexta-feira e sábado).

Forças especiais – 14 anos: Playarte 8 – 20h30 (leg / diariamente) e 22h45 (leg / sexta-feira e sábado).

CONTINUAÇÕES

CinemaESTREIAS

DIVULGAÇÃO

A Bela e a Fera 3D: EUA. Livre. Um dos clássicos do Walt Disney está sendo relançado em 3D. Trata-se de “A Bela e a Fera”, produzido originalmente em 1991, que conta a história de um príncipe que é transformado em uma fera e uma jovem chamada Bela que ele aprisiona em seu castelo. Para se tornar príncipe novamen-te, a Fera deve amar Bela e ganhar seu coração, ou ele será Fera para sempre. Cinemark 4 – 12h10 (dub / sábado e domingo), 14h30, 16h50 e 19h10 (dub / diariamente);

Viagem 2: A ilha misteriosa: EUA. 10 anos. Desta vez, Hutcherson, que fez no primeiro filme o sobrinho do geólogo in-terpretado por Brendan Fraser, embarca a contragosto em uma aventura com a sua mãe, em busca de seu avô desaparecido (Michael Caine). The Rock será o namorado da mãe e Vanessa Hudgens entra para

viver uma nativa da ilha do Pacífico que ambienta a trama, e acaba se envolvendo na aventura. Cinemark 6 – 12h50, 15h10, 17h30, 19h50 e 22h10 (dub / diariamente); Playarte 1 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (3D / dub / diariamente) e 21h30 (3D / leg / diariamente); Playarte 6 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (dub / diariamente) e 23h (dub / sexta-feira e sábado); Cinemas Amazonas 6 – 13h20, 15h25, 17h30, 19h35 e 21h40 (dub / diariamente);

Filha do mal: EUA. 16 anos. O filme mostra a história de uma mulher que foi convencida de que a mãe matou três pes-soas após enlouquecer. Quando descobre que os assassinatos eram parte de um ritual exorcista, ela parte com uma equipe para filmar um documentário. Cinemark 7 – 11h40 (leg / sábado e domingo), 13h50, 16h, 18h10, 20h20 e 22h30 (leg / diariamente);

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Zezia Araújo, Marcelo Monteiro e Daniel Na-zzaro estão trocando de idade hoje. Amanhã é a vez de cumprimentar o juiz Mauro Antony.

O Japa Food Temakeria inaugura, na próxima terça-feira, mais um templo de delícias orientais. O lugar escolhido foi na Ephigênio Salles, precisamente no Sho-pping Mundi.

Lucilene Castro e Ze-zinho Corrêa agendaram para o próximo dia 10, a partir das 23h, no Toc Toc Delícias & Chopp, o show “Ó abre alas”.

As cantoras Cinara Nery e Lívia Mendes sobem ao palco do bar Botequim, no próximo sábado, com o show “Carmen do Brasil” – às 22h.

Os alunos dos colégios Martha Falcão e Pinoc-chio serão recebidos em grande estilo assim que pisarem na escola de Adrianópolis. É que a di-reção da escola preparou uma equipe de fotógra-fos para recebê-los. Cada estudante ganhará uma foto personalizada como lembrança do primeiro dia de aula, na próxima terça-feira, início do ano letivo. A foto será emoldurada e entregue no mesmo dia.

O grupo TVLar comemo-ra, amanhã, 48 anos de atividades e para celebrar a data lançará uma pro-

moção para sua contagem regressiva rumo ao Jubi-leu de Ouro, em 2014, ano da Copa do Mundo. Neste mês de aniversário, todos os móveis, em todas as lojas, estão com condições de pa-gamento excepcionais. Se é que você me entende...

A PDG defi nitivamente fi ncou suas bases em Ma-naus. A empresa ampliou seu espaço na torre Busi-ness do Millennium Sho-pping com um moderno escritório para atender às demandas cada vez mais crescentes na ca-pital amazonense, com obras em andamento na Ponta Negra e no Mora-da do Sol.

As atividades do Parque Municipal do Idoso serão re-tomadas na próxima terça-feira, no tradicional evento da “Acolhida 2012”, que será realizado em dois turnos: a partir das 9h para os usuá-rios do turno matutino e às 14h para os participantes da tarde. O objetivo do projeto “Envelhe-cendo Feliz” é preparar as pessoas na t rans i ção para a ter-ceira idade, evitando o apare-cimento de doen-ças e pro-movendo a qualidade de vida.

::::: Sala de Espera

Ao lado do governador Omar Aziz a primeira-dama, Nejmi Jo-maa Aziz participou do receptivo ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para a apresentação do projeto Arena da Amazônia e fi scalização das obras que estão 35% concluída com recursos do Governo do Estado

Sandra Lúcia Saraiva e Alexandre Prata no setor gastro-nômico chique do Empório dos Reis

Champanhe, feijoadíssima e vaivém da ala puro-poder do setor feminino chique da cidade não faltarão. Onde? No skindô pré-carnavalesco deste editor, para celebrar seus trinta e uns aninhos, no Stravaganza, a partir das 12h33, do próximo dia 11. O menu musical fi cará a cargo do DJ-colunista Alexandre Prata, que irá abusar das marchinhas e sambas enredos que fazem sucesso nos grandes bailes indispensáveis da folia de momo. Creia: vai ser um deboche!

::::: Confete-com-fl ash

As crianças que forem ao Millennium Shopping durante o feriado de Carnaval vão contar com uma programação ex-

clusiva para a garotada, que vai de ofi cinas de máscaras e reciclagem, passando por pintura facial e baile de Car-

naval infantil. As atividades são gratuitas, começam no próximo dia 17 e seguem até o dia 21, das

16h às 20h. A programação para a recreação infantil do centro de compras permite que as

famílias tenham um espaço para lazer na capital amazonense, em que a garotada não fi ca de fora.

::::: Skindô infantil

CIA ATLETICA

da tarde. O objetivo do projeto “Envelhe-cendo Feliz” é preparar as pessoas na t rans i ção para a ter-ceira idade,

a qualidade

As crianças que forem ao Millennium Shopping durante o feriado de Carnaval vão contar com uma programação ex-

clusiva para a garotada, que vai de ofi cinas de máscaras e reciclagem, passando por pintura facial e baile de Car-

naval infantil. As atividades são gratuitas, começam no próximo dia 17 e seguem até o dia 21, das

16h às 20h. A programação para a recreação infantil do centro de compras permite que as

famílias tenham um espaço para lazer na capital amazonense, em que a garotada não fi ca de fora.

Os irmãos Gigi e Jeff erson Cunha – editores da “Em Visão” – transpi-rando alegria com a nova edição da revista que tem na capa e recheio o empresário Waldery Areosa Ferreira

O amazonense Marcelo Mourão Gomes, primeiro baila-rino do American Ballet Theatre, comparado pela crítica especializada ao Clark Gable dos palcos de dança, con-quistou mais uma vitória internacional. Ele se apresentará como convidado especial, no próximo dia 9, na Inglaterra, no Royal Ballet de Londres, companhia de dança que fi gura as cinco melhores do mundo. Que tal?

::::: Astro

Os membros da Executiva Nacional do Partido Social Cristão (PSC) estiveram em Manaus visitando o diretório regional presidido pelo deputado Francisco Souza. Durante os dias que fi caram na capital, os membros discutiram assuntos admi-nistrativos relacionados à sigla no Amazonas. É a primeira visita que a Executiva faz ao Amazonas em 2012. “Desde que assumimos o partido, estamos buscando melhorar algu-mas questões administrativas como forma de reestruturar o diretório e assim fortalecer a sigla”, disse Souza.

::::: Arrumando a casa

HER

ICK

PERE

IRA/

AGEC

OM

FOTOS: WILLIAM REZENDE

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 5 DE FEVEREIRO DE 2012

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