em tempo - 28 de fevereiro de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,00 ANO XXVI – N.º 8.281 – SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÁX.: 31 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS PLANO OUSADO PARA RESGATAR MARCOLA 1 O PCC vinha organizando um plano para res- gatar da prisão seu líder, Marco Camacho, o “Marcola”, além de Célio Marcelo, o “Bin Laden”, e Luiz Marcondes, o “Du Bela Vista”, presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). 2 O plano inclui a utilização de dois helicópteros blindados camuflados com adesivos da Polícia Militar, para retirar os criminosos do presídio, e um avião para a fuga do grupo para uma fazenda no Paraguai, passando primeiro pelo Paraná. 3 Uma equipe de 15 homens do Comando de Operações Especiais (COE) com seis atira- dores de elite está de tocaia na mata ao redor da penitenciária com armamento suficiente para abater os helicópteros. País C6 Na operação de resgate, o PCC deveria usar um helicóptero Bell e um Esquilo blinda- do, com as cores da Polícia Militar e armado com uma metralhadora calibre 30 O Ministério Público oferecerá hoje à Justiça do Estado, denúncia, por fraudes, contra o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Carlos Bacelar Martins, e outros dez integrantes da corporação. Política A5 MP denuncia bombeiros por fraude NACIONAL DEIXA VITÓRIA ESCAPAR O Nacional deixou escapar a vitória no clássico re- gional contra o Clube do Remo, no estádio Mangueirão, em Belém, pela ida das quartas de final da Copa Verde 2014. O clube de Manaus saiu na frente, mas não aguentou a pressão. De qualquer forma, o 1 a 1 foi um bom resultado. Pódio E3 O governador Omar Aziz (foto) inau- gurou o novo hospital de São Paulo de Olivença e o programa Ronda no Bairro, em Tabatinga. O prefeito Arthur Virgílio Neto, o senador Eduardo Braga e o minis- tro da Saúde, Arthur Chioro, integraram a comitiva. Última Hora A2 Ronda no Bairro chega a Tabatinga ALDO JÁ PENSA EM UFC NA ARENA O lutador amazonense José Aldo Júnior, campeão peso-pena do UFC, visitou ontem a Arena da Amazônia (foto) e não descartou que o estádio também poderá ser palco de outros esportes, como lutas do UFC. Aldo se encontra em Manaus para participar do desfile do G.R.E.S Unidos do Alvorada, onde é tema do enredo. Pódio E3 DIEGO JANATÃ AKIRA ONUMA/O LIBERAL ALEX PAZUELLO/AGECOM FOTOS: DIVULGAÇÃO STF absolve mensaleiros do crime de formação de quadrilha Política A6 O plano cinematográfico tinha por objetivo o resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o “Marcola” Um avião Cessna 510 estava nos planos da facção para transportar os chefões do crime organizado para uma fazen- da no Paraguai, passando primeiro pelo Paraná No Mangueirão, contra o Clube do Remo, o Nacional foi bem melhor na etapa inicial, mas acabou cedendo ao empate

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Page 1: EM TEMPO - 28 de fevereiro de 2014

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

1,00

ANO XXVI – N.º 8.281 – SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÁX.: 31 MÍN.: 24

TEMPO EM MANAUS

PLANO OUSADO PARA RESGATAR MARCOLA1O PCC vinha organizando um plano para res-

gatar da prisão seu líder, Marco Camacho, o “Marcola”, além de Célio Marcelo, o “Bin

Laden”, e Luiz Marcondes, o “Du Bela Vista”, presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

2O plano inclui a utilização de dois helicópteros blindados camufl ados com adesivos da Polícia Militar, para retirar os criminosos do presídio,

e um avião para a fuga do grupo para uma fazenda no Paraguai, passando primeiro pelo Paraná.

3Uma equipe de 15 homens do Comando de Operações Especiais (COE) com seis atira-dores de elite está de tocaia na mata ao

redor da penitenciária com armamento sufi ciente para abater os helicópteros. País C6

Na operação de resgate, o PCC deveria usar um helicóptero Bell e um Esquilo blinda-do, com as cores da Polícia Militar e armado com uma metralhadora calibre 30

O Ministério Público oferecerá hoje à Justiça do Estado, denúncia, por fraudes, contra o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Amazonas, coronel Carlos Bacelar Martins, e outros dez integrantes da corporação. Política A5

MP denuncia bombeirospor fraude

NACIONALDEIXA VITÓRIAESCAPAR

O Nacional deixou escapar a vitória no clássico re-gional contra o Clube do Remo, no estádio Mangueirão, em Belém, pela ida das quartas de fi nal da Copa Verde 2014. O clube de Manaus saiu na frente, mas não aguentou a pressão. De qualquer forma, o 1 a 1 foi um bom resultado. Pódio E3

O governador Omar Aziz (foto) inau-gurou o novo hospital de São Paulo de Olivença e o programa Ronda no Bairro, em Tabatinga. O prefeito Arthur Virgílio Neto, o senador Eduardo Braga e o minis-tro da Saúde, Arthur Chioro, integraram a comitiva. Última Hora A2

Ronda no Bairro chega a Tabatinga

ALDOJÁ PENSA EM UFC NA ARENA

O lutador amazonense José Aldo Júnior, campeão peso-pena do UFC, visitou ontem a Arena da Amazônia (foto) e não descartou que o estádio também poderá ser palco de outros esportes, como lutas do UFC. Aldo se encontra em Manaus para participar do desfi le do G.R.E.S Unidos do Alvorada, onde é tema do enredo. Pódio E3

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STF absolve mensaleiros do crime de formação de quadrilhaPolítica A6

O plano cinematográfi co tinha por objetivo o resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o “Marcola”

Um avião Cessna 510 estava nos planos da facção para transportar os chefões do crime organizado para uma fazen-da no Paraguai, passando primeiro pelo Paraná

No Mangueirão, contra o Clube do Remo, o Nacional foi bem melhor na etapa inicial, mas acabou cedendo ao empate

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Page 2: EM TEMPO - 28 de fevereiro de 2014

A2 Última Hora MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Concurso n. 544 (27/02/2014)

Concurso n. 1024 (26/02/2014)

Extração nº 04844 (26/02/2014)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 94.181 250.000,00

2º 43.192 16.300,00

3º 06.635 16.000,00

4º 39.477 15.800,00

5º 38.799 15.223,00

Concurso n. 1258 (25/02/2014)

05 08 10 23 31 43

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

08 11 18 26 33 48

Segundo sorteio

Concurso n. 1430 (26/02/2014)

LOTOMANIALOTOMANIA

09 11 13 19 23

26 28 37 40 51

55 68 72 75 80

85 86 92 94 00

Concurso n. 3428 (27/02/2014)

09 10 24 59 66

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

01 02 04 07 09

10 11 12 13 14

17 20 21 22 23

TIMEMANIATIMEMANIA

07 23 26 33 46 48 75

Time do coração

YPIRANGA/AP

LOTERIAS

Concurso nº 1577 (26/02/2014)

11 14 25 32 51 59

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Alto Solimões recebe Ronda no Bairro e unidade do SamuEm visita aos municípios do Alto Solimões, Omar Aziz lançou e inaugurou novos serviços nas áreas de saúde e segurança

O lançamento de no-vos serviços e inau-gurações na área de saúde e segurança

marcaram a passagem do governador Omar Aziz pelos municípios de São Paulo de Olivença (a 985 quilômetros de Manaus) e Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus), no Alto Solimões, ontem. Ao lado do novo ministro da Saú-de, Arthur Chioro, do senador Eduardo Braga, do prefeito de Manaus, Arthur Neto, da presi-dente do Fundo de Promoção Social e primeira-dama do Es-tado, Nejmi Jomaa Aziz, entre outras autoridades, o governa-dor inaugurou, em São Paulo de Olivença, o novo hospital do município, pela manhã.

À tarde, a comitiva foi a Tabatinga para lançar o progra-ma Ronda no Bairro, inaugurar a primeira Unidade de Pronto Atendimento 24 horas do inte-rior (UPA 24h) e a maternidade Celina Villacrez Cruz. Na mesma ocasião, foi feito o lançamento do Serviço de Atendimento Mé-dico de Urgência (Samu) Regio-nal do Alto Solimões, que terá abrangência nos nove municí-pios da região.

Na entrega do hospital Robert Paul Backsmann, em São Paulo de Olivença, o governador des-

tacou outros investimentos que estão sendo feitos pelo governo do Estado no município. “Esse hospital era um compromisso que eu tinha com o povo de São Paulo de Olivença, que signifi ca mais qualidade de vida para a população. Além disso, temos o compromisso de melhorar o sistema viário, com 21 quilô-metros de ruas que já iniciaram as obras. Vamos também licitar a reforma de três escolas até o fi nal de março mas, antes dessa licitação, nós também vamos licitar um Ceti (Centro de Educação de Tempo Integral) atendendo o pedido de muitas mães de São Paulo de Olivença que querem educação de tempo integral para seus fi lhos”, res-saltou Omar Aziz.

RecursosNo total, foram anunciados

investimentos da ordem de R$ 58,5 milhões para São Paulo de Olivença. Além da reforma das escolas estaduais Nilce Rocha Coelho e Nossa Senhora de As-sunção e do Centro Educacional Domenico Mazo, da construção do Ceti e da recuperação de vias, o aporte inclui a reforma da orla do município e a construção de uma ponte na comunidade Santa Rita do Véu, visando o escoamento da produção. Governador Omar Aziz inaugurou uma série de obras e anunciou outras, em cidades do Alto Solimões, durante visita ao interior

ALEX

PAZ

UEL

LO/A

GEC

OM

Segurança para a Copa é elogiadaA estrutura de seguran-

ça montada pelo governo do Amazonas para a realização da Copa do Mundo de 2014 em Manaus foi elogiada, ontem, durante reunião do vice-gover-nador José Melo com o minis-tro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o ministro da Jus-tiça, José Eduardo Cardoso, e o general do Exército, José Elito Carvalho Siqueira. O encontro, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), faz parte do cronograma de reuniões entre representantes do governo fe-deral e das cidades-sede da Copa para alinhar as operações durante o Mundial.

Durante o encontro, que con-tou com a presença do secre-tário estadual de Segurança, coronel Paulo Roberto Vital, e o secretário executivo adjunto de Segurança Integrada para Grandes Eventos da Secretaria de Segurança Pública do Ama-zonas (SSP-AM), coronel Dan Câmara, o vice-governador apresentou os investimentos que estão sendo realizados

para reforçar a área de se-gurança e o planejamento da operação para a Copa.

“Foi uma reunião muito boa, em que apresentamos o nosso planejamento estra-tégico integrado, envolven-do as forças de segurança estadual e federal. Falta o mínimo de ajustes para que o Amazonas esteja pronto”, disse Melo, que destacou que os investimentos feitos pelo governo estadual na área da segurança, só este ano, serão da ordem de R$ 1, 5 bilhão.

EstruturasEntre as estruturas que es-

tão sendo implantadas está o novo Centro Integrado de Comando e Controle, que teve um investimento em estrutura e tecnologia de quase R$ 68 milhões. O espaço vai reunir alta tecnologia que será utili-zada no monitoramento de vá-rios pontos da cidade, incluindo áreas internas e externas da Arena da Amazônia.

Com o novo centro, que

terá estrutura similar com a do atual Centro Integrado de Operações (Ciops), o monito-ramento será feito tanto pelo Estado quanto pelo governo federal, em Brasília. Outro des-taque está na utilização dos centros móveis, das platafor-mas elevadas e na utilização de câmeras que detectam a presença de pessoas pelo ca-lor do corpo humano. O vice-governador ressaltou que tais investimentos fi carão como herança para a cidade após a Copa do Mundo.

ParceriasO trabalho conjunto entre as

polícias Militar, Civil e Federal, também foi elogiado durante o encontro. “Segundo palavras dos próprios ministros, o Ama-zonas está bem adiantado em relação a isso e daqui para fren-te essa integração será cada vez mais próxima. Todos disse-ram estar muito tranquilos em relação ao Amazonas, dados os avanços do Estado neste setor nos últimos anos”.

MANAUS

Municípios afetados pela cheia recebem assistência

Os municípios de Boca do Acre e Humaitá estão sendo assistidos por meio da Defesa Civil estadual que enviou equipes e kits de emergência (colchões, len-çóis, travesseiros, barracas etc.) que estão sendo distri-buídos para a população.

O secretário de Defesa Civil do Amazonas, coronel Roberto Rocha, esteve em Humaitá, na quarta-feira, 26 de fevereiro, e avaliou as difi culdades que a cidade está enfrentando com o de-sabastecimento de energia, água, alimentação, medi-camentos que estão sendo afetados pelo isolamento da BR-230 e BR-319 e deu parecer favorável para o de-

creto de calamidade pública ao município.

No Amazonas, seis cida-des estão em situação de emergência devido à cheia dos rios: Pauini, Guajará, Ipi-xuna, Boca do Acre, Envira e Lábrea. Já o município de Manicoré está em estado de alerta máximo. Os mu-nicípios de Canutama, Novo Aripuanã e Eirunepé estão em estado de atenção. Até o momento, o número de pes-soas afetadas pelas cheias dos rios no Amazonas é de 25.288, sendo que mais de 20 mil estão desalojados.

A Defesa Civil também busca apoio junto ao go-verno federal para ações no interior do Amazonas.

DEFESA CIVIL

Governo enviou ajuda aos municípios atingidos pelas cheias

AGEC

OM

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Page 3: EM TEMPO - 28 de fevereiro de 2014

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014 A3Opinião

Ao justifi car seu voto pela absolvição do crime de formação de quadrilha de oito condenados no jul-gamento do mensalão, o ministro Teori Zavascki deslocou o foco dos autos do processo para o terreno da crença. Um fato inusitado. “É difícil afi rmar que José Dirceu ou Genoino [núcleo político] tivessem se unido com o objetivo de praticar crimes contra o sistema fi nanceiro. Parece inverossímil que Kátia Rabello ou José Roberto Salgado [núcleo fi nanceiro] tenha se unido a agentes políticos com o objeto de cometer crimes de corrupção”. Ao mesmo tempo em que, “não se nega a ocorrência desses delitos”. E por considerar “inverossímil”, Zavascki não detecta a presença da “vontade livre de estar participando de ações do grupo”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, considerou “espantoso” esse tipo de argu-mento, ao lastimar o placar de seis votos pela absolvição e cinco pela condenação, que já fora tipifi cada em julgamento de 2012. “Como sustentar que isso não confi gura quadrilha? Crimes de corrupção ativa, passiva, peculato, contra o sistema fi nanceiro nacional, tudo provado, tudo documentado. [...] Ouvi até mesmo a seguinte alegação: eu não acredito que esses réus tenham se reunido para a prática de crimes. Há dúvidas de que eles se reuniram? De que eles se associaram e de que essa associação perdurou por pelo menos três anos? Ninguém ousou dizer que não existiu”, rebateu Barbosa, indignado.

“Esta é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Federal. Com argumentos pífi os, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão plenária sólida, extremamente bem fun-damentada que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012”. A crença reforma o Supremo Tribunal Federal.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que resgatou a verdade sobre o assassinato, nos porões da ditadura, do ex-deputado Rubens Paiva, morto após sessões de tortura, pelo então tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho.

Comissão da Verdade

APLAUSOS VAIAS

Para a truculência da Polícia Militar que, ontem, colocou no camburão o re-pórter cinematográfi co da Band, Jackson Rodrigues, que só estava cumprindo sua missão de informar.

Truculência da PM

A viagem de Omar Aziz (PSD) a Tabatinga e São Paulo de Oli-vença, lado a lado de Eduardo Braga (PMDB) e do prefeito Arthur

Virgílio Neto (PSDB), pode ser uma forte evidência de que o gover-nador está mesmo propenso a apoiar o líder do governo Dilma à sucessão estadual, entregar o restante do mandato ao vice, José

Melo, e concorrer ao Senado em seu grupo de origem.

O voo do blocão

AG BRASIL DIVILGAÇÃO

[email protected]

‘Esta é uma tarde triste’

Décadas atrasada, a União Europeia representou na Organização Mundial do Comércio contra os incentivos con-cedidos à Zona Franca de Manaus, hoje pálido liberalismo econômico se comparados com os outorgados em 1967, refutação imediata da pre-sidente Dilma Roussef. À época, o ambientalismo não havia alcançado a preocupação que ora se proclama e o modelo adotado era e é em especial preservacionista. Excepcio-nada a voz de Dilma, nem mesmo no Amazonas houve reação mais enfática (preferiram falar de Coari) e o resto do país reiterou com o silêncio a lacuna que nos dedica.

Exceto se exportador para a Euro-pa, o sistema ISO, inicialmente para unifi car voltagens etc. entre cidades muito próximas de países diferentes, a meu ver, no primeiro momento nos foi imposição colonialista. Alcançou certa relevância, mas durante muito tempo serviu mesmo de barreira para exportações para a Europa. Não com-petimos com as exportações europeias, antes facilitamos, via produção local, que produtos da UE (e de outros con-tinentes) sejam oferecidos no mercado brasileiro depois do processo produtivo básico, exigência que se pode apontar como exclusivamente local.

O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rumpuy, disse que “quer ver os termos técnicos de garantia da ZFM contra o desmatamento da fl oresta amazônica”, insinuando que os incentivos seriam depredadores. Ainda bem que não encontrou uma jiboia – ou deveria ter encontrado, quem sabe... – para não perceber que a área original da ZFM é de dez mil quilômetros qua-drados da cidade de Manaus, enquanto o Estado mede mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados, com-parativamente um “delta x”.

Critica-se que a capital concentrou a atividade econômica – o que é ver-dade (a extração de petróleo etc. são especifi cidades desvinculadas do DL 288) – reclamando-se que “irradie seus efeitos positivos”, ao mesmo tempo

em que “se preocupam”, ago-ra, com o potencial “dizimador” do Distrito Industrial.

A contemporaneidade ensina que a globalização não eliminou as econo-mias nacionais e que, com o fi m da União Soviética, o patriotismo das an-tigas repúblicas aumenta e cada uma dela busca regimes políticos próprios. Ou seja, a geopolítica não saiu da or-dem do dia e vai além do impasse no Oriente Médio. Não por acaso ONGs e OCIPs teimam em reservar milhões de hectares de território fronteiriço, de mais difícil controle porque são várias as soberanias, entre Brasil, Peru, Co-lômbia e Venezuela para poucos índios “perambularem”. O Panamá fi rmou sua independência (em razão do Canal) em 1903, sob o protetorado dos Estados Unidos, cujo secretário de Estado, Fos-ter Dulles, décadas depois, disse que um país não tem amigos, tem interesses, em resposta ao nosso chanceler Juracy Magalhães, “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (só se for receber em dólar). Certos os americanos. Robert McNamara e George Kennan são biografi as sempre a revisitar. A maior tolice é acreditar que os EUA são a única superpotência por causa dos fi lmes de Hollywood, salvo se a referência for Ronald Reagan.

Lazaro Cárdenas, presidente do Mé-xico e criador da Pelmex (a Petrobrás deles e não a produtora de fi lmes) disse “pobre de ti, Mexico, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos”. Se hou-ve ocupação – o Texas, durante certo tempo república autônoma – hoje basta o controle a distância e quem se deixa controlar é projeto de colonizado. Os americanos não adotaram o boi-bum-bá, nós agora brincamos de Halloween e começamos até o “Thanks Given”. Daqui a pouco o nosso presidente da República vai anistiar um peru.

A investida da União Europeia contra o Polo Industrial de Manaus não é eco-nômica, é geopolítica. O “grande jogo” ainda não acabou e provavelmente jamais acabará. Quem conhece a ex-pressão sabe sobre o que escrevo.

Mário Antonio [email protected]

Mário Antonio Sussmann

Jornalista, advogado e escritor

O ‘grande jogo’

[email protected]

Hoje basta o controle a distância e quem se deixa contro-lar é projeto de colonizado. Os ameri-canos não adotaram o boi-bumbá, nós agora brincamos de Halloween e começamos até o ‘Thanks Given’. Daqui a pouco o nosso pre-sidente da República vai anistiar um peru”

O 4º passageiro

Quem estava progra-mado para voar no avião do governo era o senador Alfredo Nascimento.

Se isso acontecesse, aí sim, não daria para entender mais nada. Omar não quer – pelo menos até há alguns meses – , acordo com Alfredo nem para ir para o céu.

Cicatrizes

É que na última campanha para governo, Alfredo, no desespero, foi para o tudo ou nada e deixou cicatrizes profundas em Omar.

Pernada?

A decisão de mandar José Melo (PROS) a Brasília, justa-mente no dia da viagem, também pode ser um sinal de que vem “pernada” por aí.

Otimismo em gotas

Mas Zé Melo é otimista e tem plena confi ança de que contará com o apoio de Omar na busca de seu sonho.

Vai que é tua

Mas a explicação ofi cial é de que Omar, aos poucos, está di-recionando algumas missões de chefe de Estado a Melo, já que ele vai assumir mesmo.

Campos Cidadão

Dentro de dois meses, o go-vernador de Pernambuco e pre-sidente nacional do PSB, Eduardo Campos, deverá se tornar cida-dão manauense.

A proposta é de autoria do correligionário local, o vereador Elias Emanuel.

Alegria, alegria

O projeto de Decreto Legis-lativo pedindo a concessão do título de cidadão manauense a Campos foi apresentado no dia 11 deste mês.

Subscrita pelo vereador Mar-celo Serafi m – que preside o PSB no Estado –, a aprovação agradou os dois expoentes do partido na CMM.

Amigo da ZFM

Elias Emanuel explicou o que motivou a concessão do título a Eduardo Campos:

— O governador Eduardo Cam-pos se tornou um grande amigo da Zona Franca, quando ele se propôs a abrir em Pernambuco um entreposto para os produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus. Só por esse gesto, ele merece ser reconhecido.

Olho no samba

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) teve uma grande sacada.

Foi aos barracões das es-colas de samba do Grupo Especial fi scalizar a respon-sabilidade técnica na autoria dos projetos e execução da montagem e fabricação dos carros alegóricos.

Pegou geral

Das oito escolas vistoriadas, apenas a Grande Família e Moci-dade Independente de Aparecida’ encontravam-se regulares, isto é, com Anotação de Responsa-bilidade Técnica (ART).

As demais escolas fo-ram orientadas a se re-gularizarem até o fi m da tarde de ontem.

Multa

Caso alguma escola de samba não tenha providen-ciado a devida regularização nesse prazo, será autuada por exercício ilegal da profi ssão.

Greve silenciosa

A greve dos servidores dos Correios está completando um mês sem nenhuma perspectiva de solução.

É o tipo de greve silenciosa e insidiosa, cujos efeitos danosos só aparecerão no fi m, quando tivermos o conhecimento das contas não pagas.

Leão vai pegar

Vai pesar também a questão do Imposto de Renda.

Com a greve, documentos com informações para a declaração não serão entregues. E aí o bicho (leão) vai pegar.

Parece que nem funcionários, nem a direção da empresa ten-tam negociar.

Fraternidade

“Fraternidade e Tráfico Hu-mano”.

Este é o tema da campanha da Fraternidade CF-2014, apre-sentado por dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo metropolita-no de Manaus.

Mal do mundo

De acordo com dom Castriani, o tráfi co humano é uma realidade em todo o mundo e a Igreja Ca-tólica está chamando a atenção este ano para “refl etirmos com mais afi nco”.

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Page 4: EM TEMPO - 28 de fevereiro de 2014

A4 Opinião MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Frase

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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PainelVERA MAGALHÃES

Advogados de condenados no mensalão confi rmam, em caráter reservado, que já se articularam para pedir a revisão criminal do julgamento da ação. A possibilidade foi levantada na sessão de ontem do STF (Supremo Tribunal Federal) pelo ministro Gilmar Mendes. Os criminalistas vão esperar a aposentadoria de Joaquim Barbosa, que abrirá mais uma vaga na corte, para ingressar com a nova ação pedindo a anulação das condenações sob a alegação de erro judiciário.

Em casa De um petista sobre a virada no julgamen-to: “Agora o Supremo está mais equilibrado. Antes, era como jogar na Bom-bonera, com juiz argentino e torcida contra”.

Tem mais A defesa de João Paulo Cunha (PT) apos-ta que o voto de Teori Za-vascki deve ser definitivo para derrubar a condena-ção do petista por lavagem de dinheiro.

Histórico Em voto no STJ (Superior Tribunal de Justi-ça), o ministro afirmou que o crime só se configura se ficar comprovada a intenção de ocultar o dinheiro. Na sabatina no Senado, disse que a lavagem só existe se houver crime anterior, tese adotada pela defesa de João Paulo.

Deixa assim Diante do clima interno depois da derrubada da quadrilha, ministros que votaram a favor dos condenados on-tem diziam, no entanto, que o “melhor” é que ago-ra nada mais seja alterado no julgamento.

Em baixa Apesar de dizer que o “blocão” da Câma-ra liderado pelo PMDB é normal, o vice-presidente Michel Temer confidenciou a um aliado que o clima entre o partido e o governo Dilma Rousseff “nunca foi tão ruim”.

Novela Governistas e pe-emedebistas avaliam que a crise só acabará quando Dilma agir para encerrar a reforma ministerial. Au-xiliares da presidente, no entanto, dizem que ain-da é preciso contemplar o PROS e o PTB.

Torneira... A Sabesp fi-nalizou projeto para as obras que vão permitir a utilização do volume morto de duas represas do sis-tema Cantareira e espera assinar em até dez dias contratos emergenciais no valor de R$ 80 milhões para realizar a adequação.

... aberta A presidente da estatal, Dilma Pena, diz que, com as obras, parte da água estará disponível para uso já no início de maio. Os fornecedores estão

sendo avisados.

Dona Flor O PR voltou a negociar o apoio à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB). O deputado Milton Monti tem conversa marcada com Ed-son Aparecido (Casa Civil). Há duas semanas, o empre-sário Maurílio Biaggi, fi liado à sigla, recusou ser vice de Alexandre Padilha (PT).

Dois pesos Marcos Pe-reira e Celso Russomanno (PRB) se reuniram no início da semana com o tucano. Levaram ao governador a proposta de que as duas siglas se aliem na disputa pela Assembleia, mas não na corrida pela Câmara, onde Russomanno é aposta para puxar votos.

A fonte... Alckmin se re-úne hoje em Brasília com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aldo Re-belo (Esporte) para discutir a segurança durante a Copa.

... secou O tucano avi-sou a interlocutores que não pretende destinar mais recursos do Estado para a competição.

O céu é o limite

Contraponto

Em recente sessão, Gonzaga Patriota (PSB-PE) pediu a palavra na Câmara, mas confessou não saber o que dizer. – Meu Deus, o que é que eu vou dizer? Cheguei e o presidente é o deputado padre Luiz Couto. Estava falando o padre Ton e, depois, falou o padre João. Agora, três padres depois, vai falar um pecador... Em seguida, Patriota contou de duas visitas que fez a eventos católicos nos dias anteriores. Couto, que foi ordenado padre aos 31 anos, complementou: – V. Exa. foi tantas vezes chamado ao altar que eu o colocaria num nicho, no lugar dos santos!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

O pagador de promessas

Tiroteio

DO DEPUTADO RONALDO CAIADO (DEM-GO), sobre o placar de 6 votos a 5 pela absolvição de condenados no mensalão pelo crime de formação de quadrilha.

O STF, com os novos ministros nomeados por Dilma, confundiu as suas atribuições com as da Advocacia-Geral da União.

Manaus está numa semana de euforia porque reconquistou um es-paço que nunca deveria ter perdido: as calçadas do Centro. A última ten-tativa de devolver as calçadas aos pedestres aconteceu há quase 25 anos. Feito de uma forma truculenta, numa ação conjunta da prefeitura e governo do Estado de então, acabou surtindo efeito contrário. Os camelôs, explorando sua condição de vítimas, conquistaram tantos direitos quanto os comerciantes que pagavam impostos. Com um grande agravante: qual sobreviven-tes de um holocausto tornaram-se intocáveis com liberdade para ditar normas que em nada benefi ciavam o patrimônio comum.

As inúmeras banquinhas nas ruas do Centro não atrapalhavam apenas o tráfego de pessoas. Também es-condiam os detalhes arquitetônicos nas fachadas dos prédios. Com a limpeza das calçadas, os prédios voltam a mostrar estes detalhes que contam a história da própria cidade. O afastamento dos ambulantes é a continuação da revitalização do centro de Manaus que marcou um ponto muito importante na reforma do mercado Adolpho Lisboa e a “devolução” ao povo de Manaus.

Contudo, sem que se minimize o hercúleo esforço que custou, não só fi nanceiro, mas principalmente político, temos de ver que há um longo caminho pela frente. O tato diplomático na negociação com os ambulantes foi determinante para que estes se conscientizassem da necessidade de liberar as calça-das. Agora, as baterias devem ser assestadas contra os próprios co-merciantes que fazem das calçadas um “prolongamento” de suas lojas. A exibição de mercadorias em frente às lojas tem normas que devem ser cumpridas.

Alguns degraus de uma longa escada já foram construídos. Os mo-

toristas manauenses aprenderam a respeitar a faixa de pedestres; os camelôs compreenderam que de-vem ter seu espaço fora do espaço destinado ao público; os permissio-nários do mercado Adolpho Lisboa também receberam orientação e treinamento para fornecerem ali-mento seguro aos seus clientes. A educação normalmente é mais demorada de ser adquirida que uma mercadoria, mais demorada inclusi-ve que a construção ou reforma de prédios. Porém sabemos que sem ela nada se conserva e todo o esforço não será valorizado. A cara “nova” que a cidade está adquirindo só será mantida se a população internalizar que a cidade, como um todo, deve ser tratada com respeito.

Esperemos que a revitalização do centro seja um piloto para a melhoria da cidade também na periferia ou bairros adjacentes. Ainda perma-nece um vale tudo em locais não muito distantes do Centro, como Compensa, Alvorada e Coroado, para não falar da Zona Leste que ainda é um mundo à parte. Ao mos-trar que barreiras culturais podem ser quebradas, a prefeitura está abrindo caminhos para conquistas ainda maiores.

A euforia e a boa vontade que tomaram conta da população são uma conquista que não pode ser mensurada em preços, e sim em valores. Esta aura de simpatia em torno das boas causas deve servir de base para enfrentar outros desafi os. Houve gastos de vários milhões para apresentar a cidade aos turistas da Copa do Mundo. Para recebermos bem a uma visita, temos de ter uma casa apresentável e saudável para nós mesmos que fi camos nela o tem-po todo. Manaus não é apenas uma importante cidade grande. Merece também ser uma cidade limpa.

[email protected]

Luiz [email protected]

Luiz LauschnerEscritor

e empresário

Esperemos que a re-vitalização do centro seja um piloto para a melhoria da cidade também na periferia ou bairros adja-centes. Ainda permanece um vale tudo em locais não muito distantes do Centro, como Compensa, Alvorada e Coroado, para não falar da Zona Leste”

A nova cara de Manaus

Olho da [email protected]

Atenção, muita atenção: temos que dar o bom exemplo – para isso somos os melho-res amigos do homem. Olhar para a esquerda, Olhar para a direita... e para cima (um avião descuidado pode estar circulando por ali). Levantar a patinha, cada um na sua vez. Agora, sim, atravessar. Aprenderam? Vamos tentar de novo...

INSTAGRAM/MANAUSTRANS

Essa é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Federal. Com argumentos pífi os, foi reformada, foi joga-da por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada que foi aquela tomada por este plenário no segundo semes-

tre de 2012

Joaquim Barbosa, presidente do STF, criticou a posição da maioria do tribunal de reverter, quarta-feira 26, a deci-são tomada pela corte no julgamento principal, em 2012, e absolver do crime de formação de quadrilha oito condena-dos no processo do mensalão do PT, entre eles José Dirceu.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014 A5Política

Araújo será relator de 2º processo Conforme antecipou o EM

TEMPO, na edição de ontem, o relator prevento do pro-cedimento investigatório que resultou na prisão do prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP), o desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Wellington Araújo, deverá her-dar um segundo processo de favorecimento à prostituição envolvendo o prefeito detido há 20 dias. Por apresentar naturezas semelhantes, o pro-cesso 2792, que passou pelas relatorias de Claudio Roessing, Rafael Romano e Jorge Lins, será distribuído a Araújo, que não compõe Câmara Criminal. Apesar do apensamento, até o fechamento desta edição, Araújo ainda não havia rece-bido o processo.

A reportagem esteve no ga-binete de Wellington Araújo na manhã de ontem, que afir-

mou que até então desconhe-cia a vinculação dos proces-sos solicitada pelo Ministério Público do Estado (MPE) em 19 de fevereiro. Na ocasião, o então relator do processo, desembargador Rafael Ro-mano, remeteu o processo para o desembargador Jorge Lins, que alegou-se suspeito na última terça-feira, fina-lizando a movimentação do processo até a noite de on-tem. Por estar vinculado, os autos já deveriam estar sob a relatoria de Araújo.

Neste mesmo dia, Jorge Lins redistribuiu também o proces-so ingressado no TJAM em 7 de fevereiro de volta a Romano, que finalmente reconheceu os erros que estavam ocorrendo na distribuição dos casos e remeteu ao desembargador Araújo. Este último desem-bargador afirmou, ontem, que

só terá um posicionamento sobre caso quando “começar” a analisar o processo, coisa que, segundo ele, “talvez” seja feita hoje. Sem informações sobre a vinculação, Araújo pediu para seus assessores verificar o caso.

Consultado pelo EM TEM-PO, o vice-presidente do tri-bunal, desembargador Rafael Romano, confirmou que Araú-jo terá que relatar o segun-do processo e reconheceu o “equívoco” do Poder Judiciário na tramitação dos processos. “Ele herdará sim o segundo processo”, afirmou. Caberá agora a Wellington Araújo decidir se manterá ou não a prisão preventiva de Adail, decretada pelo desembarga-dor Djalma Martins no dia 7 deste mês e assegurada no despacho em que se retirou do processo. (RL)

CONTRA ADAIL

MP denuncia hoje Corpo de Bombeiros à JustiçaInformação é do promotor Fábio Monteiro, que investiga esquema dentro do órgão. Chefe do CBMAM vai aguardar notificação

O Ministério Público do Amazonas (MPE) oferecerá à Justi-ça local, na manhã

desta sexta-feira, denúncia contra o subcomandante-ge-ral do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM), co-ronel Carlos Bacelar Martins e outros dez integrantes da corporação, entre militares e peritos. Resultado de inves-tigações iniciadas em 2012, Bacelar é acusado de chefiar um esquema de venda de permissões para funciona-mento de estabelecimentos privados e de fraudes.

As investigações foram conduzidas pelo promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional de Crime Organizado (Cao-Crimo) do MP, Fábio Mon-teiro, que em dezembro do ano passado realizou, junto a Polícia Civil, a operação Agni. A ação apreendeu seis

computadores e centenas de documentos, entre vários Autos de Vistoria do órgão (AVCB). Esses documentos são permissões dadas pelos Bombeiros para que modi-

ficações na estrutura de prédios, casas e estabele-cimentos possam funcionar com segurança.

Segundo os resultados da investigação, Bacelar seria proprietário de uma empre-sa que oferece consultorias e elabora projetos e planos de prevenção e combate a

incêndio, documentos que precisam ser apresentados pelos empreendimentos e submetidos a análise da própria corporação para emissão da permissão de funcionamento. O MPE afir-ma que a função pública dos militares é usada para facilitar o trâmite dos pro-cessos de certificação dos estabelecimentos.

De acordo com Fábio Montei-ro, um shopping da capital te-ria desembolsado R$ 1 milhão para a empresa de Bacelar, para ter o aval de funcionamen-to, apesar de não apresentar as condições exigidas pela corpo-ração. “Se o projeto não tiver sido elaborado pela empresa deles, eles criam dificuldades, encalham a permissão. Depois, indicam a empresa para os empresários, que contratam e recebem a permissão. Apreen-demos documentos em que as próprias empresas assumem os riscos da construção, mas tiveram o projeto aprovado”, afirmou o promotor.

RESULTADODenúncia de Fábio Mon-teiro é resultado das investigações feitas, por meio da operação Agni, deflagrada em 2013 pelo Ministério Público, em parceria com a Polícia Civil, no Corpo de Bombeiros

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RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

Para driblar o estatuto da corporação que proíbe a participação dos militares no quadro societário, o subco-mandante teria utilizado o seu próprio filho, Carlos Barcelar Martins, como “laranja” da empresa que também presta serviços de treinamento de segurança no trabalho para brigada de incêndio. Ao longo de 2013, foram instauradas

investigações acerca do es-quema, uma delas decretada pelo governador Omar Aziz (PSD), após novas denúncias do sindicato da categoria.

De acordo com comandan-te-geral do CBMAM, Coronel Antônio Dias, a corporação não afastará os militares acusados até que a Justiça finalize o caso. “Se há culpa-dos, que sejam julgados, mas

a corporação irá aguardar as notificações para se posicio-nar sobre o caso. Não tomares nenhuma decisão antes da Justiça”, afirmou. “É uma coisa antiga. A própria corporação já investigou os casos. Não acredito que haja qualquer problema em um integrante oferecer serviços empresa-riais, limitados a essa condi-ção”, finalizou Dias.

CBMAM vai aguardar notificação

O Corpo de Bombeiros somente deverá se pronunciar após notificação da Justiça local

Desembargador não sabia que iria ser relator de novo processo contra Adail Pinheiro (PRP)

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Em dezembro de 2013, o MPE, em parceria com a Polícia Civil, deflagrou a operação Agni, na sede do Corpo de Bombeiros, apreendendo material sobre esquema de vendas de permissões

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A6 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Dilma jura ‘autossufi-ciência’, como Lula em 2006

Assim como ontem (27), quando o governo Dilma Rousseff anunciou que em 2015 o Brasil será “autos-sufi ciente em petróleo”, o ex-presidente Lula prome-teu exatamente o mesmo nesta época, no ano elei-toral de 2006, quando se preparava para a campanha de reeleição. Ele jurou que a Petrobras conquistaria a defi nitiva autossufi ciência na produção de petróleo. Oito anos depois, a promessa não foi cumprida.

Sabido, eleLula adotou a estratégia

de tentar ofuscar denúncias contra seu governo com “des-cobertas” frequentes de no-vas reservas petrolíferas.

Produção fracaEm março de 2006, o

Brasil produzia 1,75 milhão de barris/dia. Pouco mudou: em dezembro de 2013 a média não passou de 1,96 milhão/dia.

A culpa é suaA explicação do governo

para a perda da “autossufi -ciência” supostamente con-quistada em 2006 foi “au-mento do consumo”.

DetalhesChance de autossuficiên-

cia só mesmo no ano de 2020, quando novas refi-narias começarem a operar. Até lá o Brasil continuará importando.

Ministério do Trabalho prepara novo escândalo

Essa turma não aprende: um novo escândalo de cor-rupção pode estar em gesta-ção no Ministério do Traba-lho, alvo de duas operações da Polícia Federal em 2013, com a prisão de funcioná-

rios ligados ao ex-ministro Carlos Lupi. Agora, uma li-citação de R$ 10 milhões para contratar uma agência que cuide de sua assessoria de imprensa tem chamado a atenção pelas suspeitas de cartas marcadas.

CecelândiaYoani Sánchez, famosa dis-

sidente cubana, confi rma por linhas tortas no Twitter: além de desodorante, também fal-ta sabonete em Cuba.

TraírasCaciques do PT insatisfei-

tos com Dilma incentivam a rebelião da base aliada, por meio do “blocão”, e pregam a volta de Lula.

Sem discussãoSegundo o líder do PSB,

Beto Albuquerque (RS), se o partido lançar candidato em São Paulo, o nome hoje é o do deputado Márcio França.

Suprema pizzaA absolvição dos mensalei-

ros por formação de quadri-lha rendeu uma declaração grave do presidente do STF. Joaquim Barbosa soltou o verbo: “É apenas o primeiro passo (...) da sanha refor-madora.”

A comédia da vidaCom a absolvição dos

condenados por formação de quadrilha, o Supremo inaugura uma nova tese jurídica, o inciso de Cha-ves, do personagem da TV: cometeram crimes “sem querer querendo”.

Eles merecem O deputado Alfredo Ka-

efer (PSDB-PR) requereu à Câmara moção de louvor ao sargento Angelus e ao cabo Pamplona, que protegeram o opositor Roger Pinto Molina durante sua fuga da Bolívia para o Brasil.

Radical governistaApós aderir ao governo,

deixando a oposição para trás, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) tem sido ironi-zada por ex-companheiros de trincheira. “Virou uma dilmista radical”, desdenha um senador do DEM.

Aviso na popaOs petistas deveriam

avaliar melhor a escolha: o saguão do prédio Embassy Tower, na região central de Brasília onde deverá se instalar o QG de campanha de Dilma, lembra o salão de festas do Titanic.

DesarranjoÉ periclitante a ação in-

testina da Câmara dos De-putados, que após analisar a compra com potes para exames de fezes, contrata a SFDK Laboratório para analisar o açúcar cristal ao custo de R$ 843,50.

Sem pêPatrício, deputado distri-

tal que tirou Cabo do nome, corre o risco de ficar sem a legenda do PT pelo apoio ao motim da Polícia Militar contra o governo Agnelo Queiroz. Agora pode ficar sem partido e sem apoio.

Alô, AnatelA TIM encontrou uma for-

ma marota para burlar a regra que limita o tempo de espera nas ligações para seu 0800: diferentes gravações atribuem seus problemas, in-clusive de falta de atenden-tes, a greves nos transportes ou nos Correios. E o serviço continua muito ruim.

Pensando bem... ... “de onde menos se es-

pera é que não sai mesmo coisa nenhuma”, diria do julgamento do mensalão Apparício Torelly, o Barão de Itararé.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Interpretações diferentes

www.claudiohumberto.com.br

Esta é uma tarde triste para o Supremo Tribunal Federal”

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA sobre a impunidade assegurada à quadrilha do mensalão

Humberto de Alencar Castelo Branco era presidente e encontrou em uma solenidade o jornalista Carlos Castelo Branco, o maior de to-dos os colunistas de política. O marechal puxou papo:

- Você leu a notícia de um jornal do Uruguai dizendo que você é filho do presi-dente do Brasil?

Com seu jeito peculiar, divertido e fi rme, Castelinho corrigiu:

- Não, presidente. Li uma notícia di-zendo que sou fi lho do “ditador de plantão”...

NELSON JR/SCO/STF

Joaquim Barbosa, que votou pelo crime de quadrilha, disse que ontem “era uma tarde triste”

Seis ministros votaram pela absolvição de condenados. Presidente do STF, Joaquim Barbosa, criticou o resultado

Oito réus se livram da condenação por quadrilha

Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Fe-deral (STF) derrubou o crime de formação de

quadrilha no processo do men-salão e benefi ciou o ex-ministro José Dirceu (PT) e outros sete réus, que não terão suas penas aumentadas. Este resultado saiu ontem à tarde, duran-te julgamento dos embargos infringentes. Pouco antes de proclamar o resultado do julga-mento, o presidente do Supre-mo, ministro Joaquim Barbosa, disse que uma maioria “sob medida” foi formada e, com votos “pífi os”, criou uma “tarde triste para o Supremo”.

“Esta é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Fede-ral, porque, com argumentos pífi os, foi reformada, jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plená-ria sólida, extremamente bem fundamentada, que foi aquela tomada por este plenário no se-gundo semestre de 2012. Peço vênia à maioria que se formou e voto pela rejeição dos embargos infringentes”. Barbosa também fez referência à nova composi-ção da corte. No julgamento do mensalão 2012, dois ministros (Ayres Britto e Cezar Peluso) que foram favoráveis à condenação por quadrilha saíram e foram substituídos por Luís Roberto

Barroso e Teori Zavascki, que votaram pela absolvição do cri-me de quadrilha.

“Uma maioria de circunstân-cia, formada sob medida para lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012 (...) (Agora) estão sus-

cetíveis para o enquadramento do crime de quadrilha aqueles segmentos sociais dotados de certas características sócio-antropológicas. Aqueles que rotineiramente incorrem nos crimes de sangue ou patrimô-nio privado. Criou-se um novo determinismo social”, disse.

Se a condenação fosse man-tida, Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares deixa-riam o regime semiaberto de prisão, quando é possível tra-balhar fora do presídio durante

o dia, desde que exista autori-zação da Justiça, e seguiriam para o regime fechado.

Votaram pela absolvição os ministros Luís Roberto Barros, Teori Zavascki, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Dias Toff oli e Ricardo Lewandowski. Optaram pela manutenção da condena-ção os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello. Este último, no entanto, apesar de ter votado pela existência da quadrilha, considerou que as penas fi xadas eram muito altas e reafi rmou que elas deveriam ser baixadas para um patamar que levasse o crime à prescrição.

PenasCom a derrubada do crime,

o chamado núcleo político do mensalão, que além de Dirceu e Delúbio conta com o ex-presi-dente do PT José Genoino, cum-prirá pena somente pelo crime de corrupção ativa. De acordo com advogados que atuam no caso, a derrubada da quadrilha tem um valor simbólico, uma vez que ela foi o fi o condutor da denúncia do MP. Na última peça de acusação apresentada no processo, o então procura-dor-geral da República Roberto Gurgel usou a palavra “quadri-lha” 42 vezes e disse que Dirceu era seu “chefe”.

Empresas poderão ser multadasA presidente da Comissão

Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adoles-centes, deputada federal Éri-ka Kokay (PT-DF), defendeu a aprovação de uma legislação no Brasil que puna, com multas, empresas que se utilizarem de campanhas publicitárias com mulheres com apelo sexual para vender seus produtos. A posição de Kokay foi manifes-tada ao comentar o caso da linha de camisetas da Adidas

sobre a Copa do Mundo, com estampas de duplo sentido, que estiveram à venda no site da empresa nos Estados Uni-dos. Ao mesmo tempo em que falavam da paixão do brasilei-ro pelo futebol, as camisetas reforçavam o apelo sexual. A Adidas é a fornecedora ofi cial de material esportivo da Copa do Mundo.

Também o deputado Danr-ley de Deus Hinterholz (PSD-RS), ex-goleiro do Grêmio, espera que a Adidas explique

o que motivou a empresa a comercializar as camisetas.

Numa delas, estava a fi gu-ra de uma moça de biquíni, com a frase “Lookin to Sco-re”, que pode ser traduzida por “em busca de gols”, mas também é uma expressão que signifi ca “Pegar Garo-tas”, de uma maneira mais sexual. Já outra camiseta trazia um coração amarelo que também podia ser enxer-gado no formato de nádegas, com um fi o dental verde.

APELO SEXUAL

Pela manhã, o primeiro a votar foi Zavascki. Segundo ele, os condenados não se uniram, exclusivamente, para cometer crimes e atingir a paz pública requisito para o crime de quadrilha. “Não se nega a ocorrência desses delitos, é difícil sustentar que o objetivo comum tenha sido a prática de todos aqueles crimes. Não está efetivamente a presença do dolo específi ca do crime de quadrilha, ou seja, a vontade livre de estar participando de ações do grupo”, disse.

Assim como Luís Barroso, que ontem também votou pela absolvição dos réus, Teori era peça decisiva na análise dos recursos, uma vez que ele

não participou da primeira etapa do julgamento. Depois do ministro, foi a vez de Rosa Weber proferir seu voto. Ela, que em 2012 foi a primeira a votar pela absolvição pelo crime de formação de quadri-lha, manteve sua posição e a maioria foi formada, já que os ministros Ricardo Lewan-dowski, Dias Toff oli e Cármen Lúcia haviam antecipado seus votos também pela derrubada de quadrilha anteontem.

CríticasGilmar Mendes criticou o

fato da composição da corte ter sido alterada em meio ao julgamento e insinuou que uma nova mudança pode

acontecer para inocentar os condenados por outros crimes quando um recurso conheci-do como revisão criminal for apresentado. “O julgamento se alongou e não precisava se alongar tanto. Dois colegas deixaram de integrar a corte. Quiçá no futuro, dali a pou-co, a corte será várias vezes recompostas para a revisão do crime”.

Apesar disso, ele disse que, como réus foram condena-dos e já cumprem pena por outros crimes, “o Brasil saiu fortalecido” do julgamento, uma vez que, em sua opi-nião, existia um projeto para transformar o STF numa “corte bolivariana”.

Novatos votaram contra o crime

CONSTATAÇÃOPara Celso de Mello, o “mensalão montou uma sofi sticada organização criminosa, composta de delinquentes travesti-dos de altos dirigentes políticos e partidários, meros e ordinários cri-minosos comuns”

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014 A7Política

Prefeito de Apuí relata tensão vivida no município

O clima de tensão e outras dificuldades enfrentadas pela população de Apuí, no sul do Amazonas, motivaram o pre-sidente da Assembleia Legis-lativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto (PSD), a convidar o prefeito Adimilson Nogueira (DEM), para expla-nar, da tribuna, a situação de vulnerabilidade na qual passa o município.

O prefeito falou que, existe um risco de novos conflitos, que se agrava devido à inter-dição de um trecho da BR-230, que liga Apuí ao município de Humaitá, no km 70, ao fechamento do aeroporto da cidade pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (De-cea) e ao quadro preocupante e instável após o conflito com

os índios da reserva Tenharim, depois das ocorrências de vio-lência entre brancos e índios no final do ano passado.

A cidade de Apuí já encon-tra-se em sistema de raciona-mento de energia e a popula-ção sofre sem atendimento de saúde fora do domicílio e sob permanente tensão. Atento e preocupado com todos esses problemas, o presidente Josué Neto encaminhou requeri-mentos solicitando ações do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) para a recuperação da rodovia; à Secretaria de Se-gurança Pública (SSP); Polícia Rodoviária Federal (PRF); e Polícia Federal, visando ga-rantir tranquilidade e segu-rança à população.

NA ALEAM

Adimilson Nogueira (à dir.) esteve, ontem, na Assembleia

DIVULGAÇÃO/ALEAM

Justiça federal aceita denúnciaA Justiça Federal em São

Paulo aceitou ontem denúncia contra 18 acusados de inte-grar um esquema de corrup-ção em órgãos federais. Os réus, que vão responder pelos crimes de formação de qua-drilha, tráfico de influência e corrupção ativa, foram alvo da operação Porto Seguro, defla-grada pela Polícia Federal, no final de 2012.

Entre eles, estão a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, o ex-di-retor de Hidrologia da Agên-cia Nacional de Águas (ANA), Paulo Vieira, e o ex-diretor de Infraestrutura Aeroportu-ária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Rubens Carlos Vieira.

O juiz Fernando Américo de Figueiredo Porto, substituto da 5ª Vara Federal Criminal, aceitou ainda o desmembra-mento do processo, pedido pelo Ministério Público Fe-deral (MPF). A solicitação foi feita para evitar, devido ao grande número de réus, que o processo tramitasse de for-ma muito lenta. “Analisando a denúncia, é possível per-ceber uma clara separação entre os fatos supostamente criminosos. Embora a investi-gação tenha origem comum, percebe-se que os supostos ilícitos não possuem relação umbilical entre si”, ressaltou o magistrado.

O primeiro núcleo proces-sual diz respeito ao caso Tecondi-Codesp-TCU. Nesse caso, o auditor do Tribunal

de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges é acusado de receber propina de Paulo Vieira para alterar pareceres em favor da em-presa Tecondi.

O segundo núcleo é sobre as acusações de irregularida-des em empreendimentos da Companhia Docas do Estado

de São Paulo (Codesp) na Ilha dos Bagres e na Ilha das Cabras. Segundo o MPF, Paulo Vieira pagou propina a funcionários da Secreta-ria do Patrimônio da União (SPU) para beneficiar empre-sas ligadas ao ex-senador Gilberto Miranda.

Em uma parte do processo, que deve ser enviada para Bra-sília, constam as acusações de tentativa de fraude em licitações da Empresa Brasi-leira de Correios e Telégrafos. O desaforamento foi pedi-do pelo juiz porque, apesar de que as vantagens ilícitas deveriam ser recebidas em São Paulo, as reuniões para combinar o esquema foram feitas na capital federal.

PORTO SEGURO

Rose Noronha era chefe de gabinete do governo Lula, em SP

DIVULGAÇÃO

Paulo Vieira é acusado ainda, no quarto núcleo, de ter oferecido favores e dinheiro a um servidor do Ministério da Educação, para conseguir aprovação de cursos da Faculdade de Ciências Humanas de Cru-zeiro (Facic). De acordo com a investigação, a institui-ção pertence ao réu.

O quinto núcleo diz res-peito às acusações de for-mação de quadrilha e troca de favores entre Rosemary Noronha e os irmãos Vieira

(Paulo, Rubens e Marcelo). A ex-chefe de gabinete é apontada, inclusive, como responsável por conseguir a nomeação de Paulo e Rubens para os cargos que ocupa-vam. Uma vez nomeados, eles são acusados de favo-recer ilicitamente Rosemary. Ela própria também é acu-sada de usar seu cargo para obter benefícios pessoais.

A reportagem não conse-guiu contato com os advo-gados de Rosemary e dos irmãos Vieira.

Grupo fazia tráfico de influência

CORRUPÇÃONo final de 2012, a Polícia Federal defla-grou a operação Porto Seguro, que investi-gava corrupção ativa, tráfico de influência e formação de quadri-lha de funcionários de órgãos federais

Gleisi Hoffmann critica presidente do SupremoSenadora lamentou que Joaquim Barbosa tenha lançado suspeitas sobre o processo de nomeação dos novos ministros do STF

A senadora Gleisi Hoff-mann (PT-PR) lamen-tou que o presidente do Supremo Tribunal

Federal (STF), Joaquim Bar-bosa, tenha colocado em sus-peita o processo de nomeação e designação de parte dos ministros da corte. Segundo a senadora, Barbosa fez as observações por divergir do resultado do julgamento que absolveu do crime de formação de quadrilha oito condenados no processo do mensalão.

“Por não estar de acordo com uma decisão da Suprema corte, coloca em suspeição todo o processo de nomeação e de-signação dos membros do STF. Como se ele próprio não fosse resultado desse processo. Isso não faz bem à democracia brasileira. Esse é um processo que tem guarida na Constitui-ção e na história da política brasileira”, disse.

Ao final do julgamento dos embargos infringentes, ontem, o ministro Joaquim Barbosa criticou a decisão da maioria do STF de absolver os oito condenados e afirmou que a atual composição do Supremo “lançou por terra” o trabalho do ano passado.

“Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas o primeiro passo. Esta maioria de cir-cunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora. Essa maioria de circunstância for-mada sob medida para lançar

por terra todo um trabalho pri-moroso, levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012”, afirmou Barbosa, que já havia acusado o ministro Luís Roberto Barroso de fazer “discurso político” ao votar contra a condenação por for-mação de quadrilha.

A Constituição prevê em seu artigo 101 que os ministros do STF são nomeados pelo presidente da República, de-pois de aprovados pela maioria absoluta do Senado.

Os ministros novatos na corte do Supremo são Teori Zavascki e Luís Barroso, que tomaram posse em 2013, após finalizada as sessões de julgamentos do processo do mensalão e decretadas as pe-nas de todos réus, envolvidos no caso. Estes dois votaram, ontem, pela absolvição de oito condenados pelo crime de formação de quadrilha, entre eles, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT, José Genoino. Senadora Gleisi Hoffmann repercutiu no Senado as declarações do presidente do Supremo Tribunal, ministro Joaquim Barbosa

REGRASA Constituição Federal prevê em seu artigo 101 que os ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo presidente da República, depois de aprovados pela maio-ria absoluta do Senado

DIVULGAÇÃO

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Page 8: EM TEMPO - 28 de fevereiro de 2014

A8 Política MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Ex-deputado federal renunciou o mandato na semana passada para escapar do processo de cassação, na Câmara dos Deputados

O ex-deputado Eduardo Azeredo apresentou, ontem, ao Supre-mo Tribunal Federal

(STF), defesa no caso do men-salão mineiro. No processo, Aze-redo, que renunciou ao mandato na semana passada, é inves-tigado por desvio de dinheiro público durante a campanha pela reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.

Com a renúncia, Azeredo per-deu o foro privilegiado, e o processo poderá ser remetido à Justiça de primeira instância, atrasando o julgamento. No en-tanto, o envio das acusações não é automático. No caso do ex-governador mineiro, o ple-nário do STF vai avaliar, em março, se a renúncia teve a intenção de retardar o fim da ação penal. Mesmo alegando

que o ex-deputado não teve a intenção de criar uma manobra para escapar de uma possível condenação, o advogado José Gerardo Grossi apresentou as alegações finais da defesa. Se-gundo ele, Azeredo não autori-zou e nem tinha conhecimento dos repasses de dinheiro público para eventos esportivos, por meio dos patrocínios de em-presas estatais mineiras.

“Não há prova alguma do en-volvimento do então governa-dor Eduardo Azeredo na deter-minação da aquisição de cotas de patrocínio dos eventos, pelas empresas citadas na denúncia. Sem ação não há dolo, isso é evidente”, diz a defesa.

O advogado também negou que Azeredo tivesse conhe-cimento da participação do publicitário Marcos Valério na

contratação de empréstimos fictícios. Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão federal, por ser operador do núcleo financeiro que abastecia o esquema.

“Na campanha eleitoral de 1998, Eduardo mal conhecia Marcos Valério. Não trocou te-lefonemas com ele. Valério, só-cio de empresa de publicidade, buscava trabalhar na campanha de eleição de Eduardo Azeredo a senador, o que não ocorreu’’, argumentou o advogado.

De acordo com a investigação do Ministério Público, entre julho de 2000 e 2004 foram feitas 57 ligações diretas entre Azeredo e Valério, o que indica “um relacio-namento muito próximo, sendo mais um elemento que, somado aos demais, comprova a incon-sistência da versão defendida,

de que Eduardo Azeredo não te-ria nenhum conhecimento sobre o desvio de valores públicos para emprego em sua campanha à reeleição”, segundo o MP.

Se o processo continuar no STF, a fase das alegações finais será a última antes do julga-mento pelo plenário da corte. Após a manifestação da defesa, o processo seguirá para o re-visor, ministro Celso de Mello, e em seguida para o ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação penal.

Nas alegações finais do MP, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Azere-do atuou como “um maestro” no esquema em que recursos públicos foram desviados em benefício próprio, para financiar sua campanha política à reelei-ção ao governo do Estado.

Proposta cria Conselho Nacional contra corrupção

A Câmara dos Deputa-dos analisa proposta que altera a Constituição Fe-deral para criar o Conse-lho Nacional de Combate à Corrupção. De acordo com a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 362/13, o conselho será composto por 15 repre-sentantes, que terão man-dato de 2 anos, admitida uma recondução.

O novo órgão terá re-presentantes de diversos setores da sociedade, incluindo os três pode-res, órgãos de contro-le, entidades de classe, movimentos sociais etc. Os membros serão no-meados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se-nado Federal.

Entre as atribuições do conselho estão: prevenir, detectar, punir e erradi-car as práticas corruptas; receber e conhecer as denúncias de corrupção; combater a corrupção eleitoral; garantir prote-ção para proteger ser-vidores públicos e cida-dãos que denunciarem de

boa-fé atos de corrupção, inclusive a proteção de sua identidade.

O autor da PEC, depu-tado Beto Albuquerque (PSB-RS), lembrou que o Brasil encontra-se no 69º lugar no ranking mundial de corrupção entre 176 países, segundo a ONG Transparência Interna-cional. “A atual Constitui-ção Federal, que comple-tou 25 anos, só registra um dispositivo com o termo “corrupção”, para tratar da impugnação de mandato eletivo”, afirma Albuquerque, acrescen-tando que o conselho iria contribuir para o comba-te a práticas nocivas ao interesse público.

TramitaçãoInicialmente, a propos-

ta será analisada pela Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cida-dania da Câmara quan-to à admissibilidade. Se aprovada, ainda terá de ser discutida por comis-são especial criada es-pecialmente para esse fim antes de seguir para votação no plenário.

CÂMARA FEDERAL

Deputado Beto Albuquerque quer combater corrupção

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O ex-deputado, que está respondendo a processo no Supremo Tribunal Federal (STF), chamado de mensalão mineiro, é investigado por esquema de corrupção

Defesa de Azeredo nega desvios de recursos

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Nos últimos 12 me-ses, os municípios do Amazonas acumula-ram perdas de apro-

ximadamente R$ 80 milhões em arrecadação de receitas, devido ao menor repasse de ganhos federais para as loca-lidades do interior do Estado. Até o fi nal deste ano, mais R$ 31 milhões devem deixar de ser repassados para as localidades, conforme estima-tiva divulgada em estudo da Associação Amazonense de Municípios (AAM).

Segundo o levantamento da associação, a queda na transferência de recursos foi verifi cada nos repasses feitos pela União, por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e por outros recolhi-mentos federais que deixaram de ser computados nos cofres municipais. As perdas foram provocadas principalmente pe-las desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializa-dos (IPI), em 2013, e pela sus-pensão da Lei que redistribui os royalties do petróleo.

O secretário executivo da receita da Secretaria de Fa-zenda do Estado do Amazonas (Sefaz-AM), Jorge Jatahy, es-clareceu que, qualquer desone-

ração praticada pelo governo federal diminui a arrecadação e gera impactos negativos no momento do repasse para o Fundo. “A política de deso-neração do IPI, praticada no ano passado para automóveis nacionais e produtos de linha branca – geladeira e microon-das -, por exemplo, impactou o repasse”, detalhou.

Outro motivo de perdas, se-gundo Jatahy, seria a distri-buição atual dos royalties do petróleo. Em 2012, prefeitu-ras de todo o país se mobiliza-ram para tentar aprovar uma lei, sem vetos, que permitiria uma partilha igualitária dos royalties conquistados com a exploração da riqueza mineral, até então direcionadas em maior volume para os estados produtores de petróleo (Rio de Janeiro e Espírito Santo).

A Lei, no entanto, não foi aprovada da forma esperada pelos municípios. À época, a AAM calculou perdas de R$ 45 milhões pelas cidades ama-zonenses, em 2013, com os maiores impactos em Manaus, Coari e Parintins. Juntas, as três cidades perderam em torno de R$ 4,4 milhões em royalties.

CenárioDe acordo com o presidente

da AAM, Iran Lima, com o menor repasse de recursos para os municípios do inte-rior do Amazonas, o que vem mantendo a estrutura e os serviços públicos municipais para a população são os re-passes do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) feitos pelo Governo do Estado.

O secretário executivo da associação e atual prefeito do município de Juruá (a 674 qui-lômetros de Manaus), Tabira Ferreira concorda com Lima. Segundo ele, a queda de receita tem prejudicado os municípios e gerado desemprego no inte-rior. “As medidas federais são feitas para garantir a geração de empregos nas indústrias de todo o país, mas os tra-balhadores do interior fi cam desassistidos. Não fossem os repasses estaduais, a situação seria pior”, avaliou.

RECEITAMunicípios do interior com receita própria, como Presidente Fi-gueiredo, com a extra-ção de minério, e Coari, com a produção de gás e óleo, sofrem menos que os demais, muito dependentes do FPM

Menos R$ 80 milhões em repasse para o interiorResultado foi divulgado a partir de estudo da AAM, que estima para este ano uma perda de R$ 31 milhões aos municípios

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

Segundo a Associação de Municípios, as perdas foram provocadas principalmente pela desoneração do Imposto sobre Produto Industrializado e pela suspensão da Lei dos Royalties do Petróleo

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AAM mobiliza parlamentares

Prefeitos reunirão com a bancada amazonense, no mês de abril, para apresentar estudo

Os dados do estudo fei-to pela associação serão apresentados aos deputa-dos e senadores da bancada amazonense do Congresso Federal, em mobilização marcada para o mês de abril, na capital do Estado.

Entre os presentes esta-rão prefeitos do interior, ve-readores, deputados esta-duais e a bancada federal do Estado. Os representantes da associação afi rma que é

necessário aproveitar o ano eleitoral para garantir com-promissos com as forças políticas do Amazonas.

“Precisamos reafi rmar as reivindicações do mo-vimento municipalista para nossos representantes, es-pecialmente os que já estão em Brasília, e por isso mais próximos dos grandes cen-tros de decisão e votação de matérias no Congresso”, afi rmou Lima.

Principal fonte de recei-ta para a maior parte dos municípios brasileiros, so-bretudo das regiões Norte e Nordeste, o FPM é com-posto a partir da soma da arrecadação total da União com o Imposto de Renda (IR), somado aos valores do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e des-contados os índices de res-tituição e incentivos fi scais federais concedidos.

INDICADORES ECONÔMICOS

Salário MínimoJaneiro 2014: R$ 724,00

DÓLAR compra/venda Variação do câmbio livre BC OURO BM&F R$ 99,00-0,1009%

Poupança Aniversário Rendimento (%)

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no dia: -0,08%

na semana: -1,53%

no mês: -2,53%

dif.livre mercado/paralelo: 7,14%

Paralelo - R$ 2,20 / R$ 2,49 *

Câmbio livre BC - R$ 2,3431 / R$ 2,3436 **

Câmbio livre mercado - R$ 2,322 / R$ 2,324 *

Turismo - R$ 2,250 / R$ 2,410

Até R$ 682,50: R$ 35,00

de 682,51 até R$ 1.025,81: R$ 24,66

Salário Família/JaneiroINDICADORES ECONÔMICOS

(*) cotação do Banco do Brasil / (**) cotação do Banco Central / (***) cotação média do mercado (*) depósitos até 03/05/12 / (**) depósitos apartir de 04/05/12

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B2 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Ao todo, a Semef lançou 65,5 mil empresas contribuintes para o pagamento da taxa de funcionamento do comércio

Prazo para a cota única do Alvará encerra hoje

Os contribuintes do Alvará 2014 devem ficar atentos. Vence hoje o pagamento

da cota única ou da primeira parcela do imposto.

A Prefeitura de Manaus aler-ta para que os contribuintes não percam o prazo e, assim, não tenham suspensa a emis-são da Certidão Negativa.

O subsecretário da Receita Pública da Secretaria Munici-pal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno (Semef), Armínio Pontes, expli-cou que é o Alvará que atesta a regularidade do funciona-mento de estabelecimentos comerciais. A falta do paga-mento impede a participação em processos licitatórios e a

emissão de nota fiscal. “Quan-do a pessoa deixa de pagar essa taxa de verificação anual se torna ilegal e pode ter seu estabelecimento comercial in-terditado a qualquer momento. É importante o recolhimento da taxa para que se evitem transtornos com relação à fis-calização”, explicou.

As guias de pagamento es-tão disponíveis na internet no site semef.manaus.am.gov.br. Os interessados também po-dem se dirigir direto ao Manaus Fácil, na rua Japurá, nº 488, Praça 14, ou a qualquer Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC). “A novidade deste ano é que serão cinco parcelas, dando condição melhor para o contribuinte programar o

pagamento”, frisou. NúmerosPara 2014, a Semef lançou

65,5 mil empresas contribuin-tes da taxa de Alvará, um au-mento de quase 9% em relação ao ano anterior.

O acréscimo deve-se à des-burocratização do processo para atividades de menor im-pacto, em que o documento é liberado imediatamente. A medida ampliou as novas ins-crições municipais em 2014.

O total de receitas lançadas referentes ao Alvará 2014 foi de R$ 39 milhões, montante 12% maior que o lançamento do ano anterior. A meta é arrecadar, até o final do ano, mais de R$ 25 milhões.

Prefeitura estima arrecadar R$ 25 milhões com recolhimento da taxa de Alvará em Manaus

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OGMO assina TAC com intermediação do MPT

O Órgão Gestor da Mão de Obra (OGMO) de Ma-naus firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) perante o Ministé-rio Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11ª Região). Ele se compro-metendo em ajustar as irregularidades identifi-cadas durante uma for-ça-tarefa de fiscalização aos portos privados de movimentação de cargas, em Manaus, nos dias 18 e 19 de fevereiro último.

Em audiência realiza-da na sede no MPT, no último dia 26, os repre-sentantes do OGMO se comprometeram, entre outras determinações, a efetuar a escalação dos trabalhadores no sistema

de rodízio, não permitir mais a escalação de tra-balhador portuário em operações simultâneas, verificar se o trabalhador escalado estava de fato no local de trabalho, não permitir que seja realiza-do o serviço por traba-lhador não constante na escala de trabalho.

Caso o Órgão Gestor da Mão de Obra não cum-pra com as obrigações previstas no TAC, será cobrada multa de R$ 20 mil pelo simples des-cumprimento do termo e mais R$ 2 mil por item ou trabalhador prejudicado.

A aplicação da multa será renovada quantas vezes for constatado o descumprimento.

PORTO

Acordo foi obtido após realização de várias audiências

Taxa menor é registrada em 13 anos

O país registrou, em 2013, a menor taxa de poupança em propor-ção do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos 13 anos: 13,9% do PIB, ante 14,6% em 2012. É o pior resultado desde 2001, quando o indicador chegou a 13,5%.

Nesse período, o me-lhor resultado havia sido de 2008, quando bateu em 18,8%. Entende-se por taxa de poupança as economias das famílias mais os recursos dispo-níveis do governo e das empresas, e também o saldo das transações cor-rentes (exportações e im-portações de bens e ser-viços mais transferência de lucros e juros).

“A queda reflete prepon-derantemente o elevado grau de consumo das fa-mílias, que vem puxando o PIB há 10 anos”, afir-mou a professora Virene Matesco, da Fundação Getulio Vargas.

Gilberto Braga, profes-sor do Ibmec-Rio, destaca também o efeito alta de juros. “Com as taxas de financiamento ascenden-tes, as pessoas optam por gastar suas economias para consumir à vista, fazendo menos financia-mentos, o que deve ter ocorrido mais fortemente no fim do ano.”

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B3EconomiaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

CULTURA INGLESA

BANCO CENTRAL

Uso do cheque especial em altaAs famílias voltaram a recor-

rer ao uso do cheque especial em janeiro. O saldo da modali-dade subiu 7,7% de dezembro para janeiro, ao ficar em R$ 21,7 bilhões, de acordo com dados do crédito do sistema financeiro divulgados ontem pelo Banco Central (BC).

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, em dezem-bro, quando há pagamento de 13º salário, os clientes bancários costumam usar a renda extra para sair o cheque especial, mas em janeiro o saldo voltou a subir.

Em janeiro, a taxa de ju-ros do cheque especial para as pessoas físicas foi a que mais subiu. A taxa chegou

a 154% ao ano, com alta de 6,1 ponto percentual em relação a dezembro. Essa é a taxa mais elevada desde junho de 2012, quando ficou em 156,7% ao ano.

O cheque especial é a mo-dalidade com juros mais altos. A taxa do crédito pessoal (in-cluído o crédito consignado), por exemplo, ficou em 43% ao ano, em janeiro, com alta de 1,7 ponto percentual em relação a dezembro.

Segundo Maciel, ao acom-panhar a evolução da taxa básica de juros, a Selic, as modalidades de crédito com taxas altas, como o cheque especial, oscilam mais do que aquelas com juros mais baixos, como crédito con-

signado. Ou seja, quando a Selic, que serve de referên-cia para as demais taxas do mercado, é elevada, os juros das modalidades mais caras sobem mais do que aque-las com taxas mais baixas. E quando a Selic é reduzida, as modalidades mais caras tam-bém oscilam mais para baixo do que as outras.

AjustesA taxa básica, que serve

de referência para as demais taxas do mercado, vem sendo ajustada pelo BC desde abril do ano passado. Anteontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano.

Saldo da modalidade subiu 7,7% de dezembro para janeiro somando R$ 21,7 bilhões no período

REPRODUÇÃO

Aluguéis não devem sofrer com reajuste para cimaEssa conta se dá a partir da divulgação da baixa do IGP-M, que apresentou variação negativa de 0,38% no mês de janeiro

O momento não é o ideal para investir em imóveis para locação, o que sigi-

nifica um alívio para os loca-tários que não devem sofrer com ajustes para cima no valor dos seus aluguéis. Essa conta se dá porque o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) voltou a perder força, neste mês, com variação de 0,38% ante 0,48%, em janeiro.

Porém, o IGP-M ficou acima da taxa registrada em relação ao mesmo mês do ano passa-do (0,29%) e atingiu no acu-mulado de 12 meses alta de 5,76%, índice utilizado como base de cálculo em renovações de contratos de aluguel.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Eco-nomia (Corecon-AM), Marcus Evangelista, explica que os números do IGP-M represen-tam os índices para limitação dos ajustes dos contratos de aluguel no mês.

“Isso significa quanto o lo-cador pode majorar seus va-lores de aluguel. Tem os dois lados da moeda: quem loca e quem contrata. Para quem está locando, quanto maior o índice for, melhor”, esclarece Evangelista. Segundo ele, o Amazonas segue a mesma linha dos números apresen-tados em nível nacional.

A apuração feita pelo Insti-tuto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica decrés-cimos nos três componentes da taxa. O Índice de Preços ao

Produtor Amplo (IPA) teve alta de 0,27% ante 0,31%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,87% para 0,7% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) atingiu 0,44% ante 0,7%.

Para o diretor da Procasa Imobiliária, Marcos Pinto, o índice não irá sofrer grandes alterações nos próximos me-ses. Conforme observou, essa é a média do indicador em geral. “Os números estão den-tro do esperado, até porque o governo não deixa passar disso, e essa queda não tem

desanimado em nada o setor, uma vez que o próprio salário mínimo está acima das taxas de inflação”, afirma Pinto.

Entre as contribuições para a redução no ritmo de alta do IGP-M está a queda de 0,43% no grupo matérias-primas brutas que mede as oscilações de itens no setor atacadista entre os quais produtos com cotação no mercado internacional, caso do minério de ferro (de 1,98% para 0,73%) e da soja em grão (de -5,38% para -6,38%). Também houve recuo no preço das aves (de 0,24% para -3,49%).

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Para consultor, o governo tem mantido a média índice, o que não desanima o setor imobiliário

ANDRÉ TOBIASEspecial EM TEMPO

INFLUÊNCIANesse primeiro bimes-tre, o IGP-M está em 0,87%. No comércio varejista, as maiores influências para o de-créscimo partiram dos grupos alimentação (de 1,06% para 0,49%) e educação

O diretor da Comissão da Indústria Imobiliária do Sindicato da Indús-tria da Construção Civil do Amazonas (Sindus-con-AM), Newton Veras, afirmou que os números são animadores para as construtoras. Segundo ele, a proximidade do Ín-dice de aluguel (5,76%) com a taxa de correção de imóveis (8%), faz com que as pessoas prefi-ram investir no sonho da casa própria.

“Os números são interessantes para as empresas do ramo de construção civil. Eles mostram que as pes-soas estão tendo uma oportunidade maior de adquirir imóveis pró-prios ao invés de pagar por um espaço que não é seu”, frisou Veras.

Para reforçar o otimis-mo de Veras favorável às vendas de imóveis, os índices no segmento da construção civil contri-buíram para a desacele-ração na velocidade dos preços. O principal fator para isso foi a mão de obra, com alta de ape-nas 0,22%, em relação a 1% de janeiro.

Investir no ‘sonho da casa própria’

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B4 Economia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

PIB cresce 2,3% apesar da retração no consumoDivulgado, ontem, pelo IBGE, índice que mostra incremento da economia do país foi considerado positivo pelo mercado

Em linha com as ex-pectativas, a econo-mia brasileira cres-ceu 2,3% em 2013,

segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divul-gados ontem pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado supera a alta de 1% de 2012, mas converte-se no terceiro ano de fraco crescimento econômico -em 2011, a alta foi de 2,7%.

No quarto trimestre, houve avanço de 0,7% em relação ao terceiro trimestre, quando o PIB se contraiu em 0,5%. Já na comparação com o quarto tri-mestre de 2012, o indicador registrou expansão de 1,9%. Em valores, o PIB de 2013 somou R$ 4,84 trilhões.

Na média dos três anos de governo Dilma, a economia do país avançou só 2%. Ao início do ano passado, es-perava-se mais. Mas vários fatores contribuíram para a frustração, dentre os quais o esfriamento do consumo diante de juros maiores, cré-dito restrito, inadimplência ainda em patamar elevado.

Outra trava ao cresci-mento do PIB e do consumo veio do preço mais altos. Com a inflação de 5,91%

de 2013 concentrada em alimentos e serviços, mui-tas famílias reduziram as cestas de consumo.

Com esses fatores, a indús-tria produziu só 1,3% mais em 2013. No caso dos serviços, a alta foi de 2% no ano passado. A agropecuária registrou ex-pansão de 7%, embalada pela safra recorde de grãos.

Pela ótica dos setores que demandam os produtos des-ses ramos, o consumo das famílias medido pelo PIB desacelerou e cresceu 2,3%, após alta de 3,2% em 2012. Já os investimentos reagi-ram e foram o destaque positivo, com expansão de 6,3%, invertendo a queda de 4% de 2012.

O consumo do governo

cresceu 1,9%. As exportações avançaram 2,5% em 2013, num ritmo menor do que o das importações alta de 8,4%. Esse descompasso mostra que o setor externo contribuiu negativamente para o PIB, pois as importações entram com sinal negativo já que são produtos e serviços gerados fora do país.

Trimestres Os dados do PIB do quarto

trimestre ficaram um pou-co acima das previsões, de uma alta em torno de 0,5% -no terceiro trimestre, houve recuo de 0,5%. Já no acumu-lado de 2013, o resultado verificado também se apro-ximou do previsto por analis-tas que esperavam uma taxa pouco inferior a 2,5%.

Para 2014, a expectativa de analistas é de mais um ano de fraco crescimento econômico diante das previsões de de-saceleração do emprego e do rendimento, da inflação ain-da alta e do crédito restrito, além da fraca confiança de empresários e consumidores esses dois últimos também limitaram o desempenho da economia em 2013. As previ-sões apontam para uma taxa entre 1,8% e 2,2%.

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Safra recorde de grãos registrada no país favoreceu o crescimento do PIB brasileiro em 2013

EXPECTATIVAO crescimento econô-mico em 2014 poderá ser um pouco maior do que o registrado no ano passado, quando o PIB teve expansão de 2,3%, na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega

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PCC prepara resgate de trafi cante

Ordenar o Centro envolve trabalho árduo e pacienteSaem os camelôs, entram os empresários ocupando as calçadas recém-liberadas como desafi o para reordenar o espaço

Após a liberação das calçadas com a realocação dos camelôs, manter o Centro arrumado implica agora conscientizar lojistas a não atrapalhar o trânsito de pessoas com mercadorias nas calçadas

Desobstruir o espaço público não é tare-fa fácil. A remoção de 650 ambulantes

das calçadas do centro da cidade para galerias provi-sórias, no último domingo (23), foi apenas parte do desafio. Em várias ruas do Centro, o desrespeito às cal-çadas protagonizada, ago-ra, pelos próprios lojistas, saltam aos olhos.

Nem mesmo as cinco multas aplicadas durante a fi scalização do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb) realizada no início da semana, intimidaram os empresários que insistem ainda em ocupar as cal-çadas com mercadorias e propaganda irregular.

Na rua Epaminondas, pla-cas de madeira em forma-to de cavalete, espalhadas pelas calçadas, anunciam descontos imperdíveis. Na José Clemente, um bar fez da calçada o estoque, onde armazenou diversas grades de cerveja. Nas ruas Joa-quim Sarmento e Saldanha Marinho, expositores com tênis, roupas e manequins ocupavam as calçadas. Já na Lobo D’Almada, a aposta do lojista foi chamar atenção da freguesia com um quarteto de “Joãos bobos” em pleno espaço público.

Parte das calçadas das ruas Guilherme Moreira, Quintino Bocaíuva, Theodoreto Souto e Floriano Peixoto também não escapam da presença dos manequins exibindo as últimas tendências, brinque-dos e da publicidade alertan-do para a promoção.

Mas, com certeza, uma das ruas que mais se destaca pelo desrespeito ao trânsito de pedestres é a Marechal

Deodoro. Lá, em alguns tre-chos, as calçadas funcionam como uma extensão da vitri-ne das lojas. Expositores com roupas, manequins, brinque-dos, cadeiras de plásticos têm lugar cativo dos dois lados do calçadão. Além de desviar das mercadorias, o pedestre também tem que tomar cuidado com os car-rinhos de lanche, de mingau e das máquinas de sorve-te que fi cam posicionadas no meio da calçada. “Aqui

é difícil mesmo de passar. Um dia começou a chover e para desviar de uma arara de roupas, me desconcentrei e tropecei em um cano que es-tava preso nesses buracos do ‘rego’. Quase perco a unha do ‘dedão’”, lembrou a dona de casa Valdívia Soares, 52.

O Implurb informou que serão intensifi cadas as fi sca-lizações no centro da cidade, para que as calçadas sejam destinadas ao uso exclusi-vo do pedestre. Ocupar as calçadas com mercadorias, propaganda ou realizar ope-ração de carga e descarga são ações proibidas segundo o artigo 38, parágrafo 5º do plano diretor de Manaus.

Além das mercadorias dos lojistas e ambulantes, as cal-çadas também são ocupadas por moradores de ruas que utilizam o espaço, principal-mente das praças do Centro, para descansar.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

TEIMOSIANem mesmo as cinco multas aplicadas du-rante fi scalização do Implurb, no início da semana, intimidaram os empresários que insis-tem em ocupar as cal-çadas com mercadoria e propaganda irregular

Pavilhão depredado na praça Tenreiro Aranha: aumento no número de mendigos na área, assim como uso de entorpecentes

A praça Tenreiro Aranha tem se tornado o local mais concorrido para a soneca. Segundo comerciantes da área, depois de a prefeitura cercar o entorno da Matriz e a praça dos Remédios para reforma, muitos mo-radores de rua têm buscado “abrigo” naquela área.

“Cada dia chega um di-ferente. Vem mendigo, vem hippie e eles fi cam por aqui, dormindo do lado das barra-cas e dos lanches”, disse um comerciante que pediu para não ter o nome divulgado.

Além de servir de dormi-tório, o local também se transforma em banheiro para quem não se intimida em urinar em plena luz do

dia. “O cheiro é insuportável, os turistas vêm e não aguen-tam fi car muito tempo esco-lhendo o artesanato, porque fede demais. Tem dias que eu mesmo não aguento. Eles urinam e defecam aqui mes-mo, não dá pra tolerar o cheiro”, reclamou.

Há também os “morado-res” mais antigos da área, que dominam o pavilhão universal, a estrutura de vidro e ferro localizada no meio da praça. Depredado, o pavilhão teve a maioria das vidraças quebradas, parte do telhado também foi destruído, o mofo e o lodo tomaram conta das colunas. Placas de ferro foram colo-cadas no lugar dos vidros,

impossibilitando a visão do interior do prédio. Lixo e dejetos adornam o redor da estrutura. “Ficam pelo menos umas 10 pessoas lá dentro - homens, mu-lheres e até adolescentes. Eles usam drogas na nossa frente. A polícia entra e sai e não muda nada. Se não fi car atento, eles roubam mesmo, já perdi duas bolsas com documentos e dinheiro, fi quei só com R$ 2 no bolso. Ficamos penalizados”, disse outro vendedor que teve o nome preservado.

A Secretaria Municipal do Centro (Semc) informou que a praça Tenreiro Aranha, incluindo o pavilhão univer-sal, serão restaurados pela

prefeitura com recursos do PAC Cidades Históricas, do governo federal. Contudo, mais informações da ação fi caram a cargo da Funda-ção Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Ma-nausCult). A equipe do EM TEMPO entrou em contato com a fundação, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Di-reitos Humanos (Semasdh) também foi procurada para saber se há programas de inclusão para moradores de rua, ou quaisquer ações programadas, mas até o fe-chamento desta edição não encaminhou resposta.

‘Abrigo’ mudou para pavilhão abandonado

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C2 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Até o encerramento do Carnaval, na madrugada de quarta-feira (5), a Prefei-tura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) realizará o monitoramento de mais de 200 eventos carnavalescos na cida-de, entre bandas, blocos e o desfile das escolas de samba no sambódromo.

Os eventos ocorrerão em todas as zonas da cidade e interditarão algumas vias de tráfego devido ao conside-rável número de pessoas na rua. Atenção especial será dada ao desfile das escolas de samba do Grupo Especial, amanhã. A banda do Galo, na

avenida das Torres, O Bloco das Piranhas e o Carnaboi (sambódromo) também re-ceberão um monitoramento específico.

O Manaustrans atuará com aproximadamente 300 agentes de trânsito duran-

te esse período. Além da fiscalização, equipes de Educação para o Trânsi-to do órgão vão trabalhar com orientação sobre trân-sito seguro e distribuição de panfletos nas avenidas Constantino Nery e Djalma Batista, principalmente nos horários que antecedem o início da folia.

O Centro de Controle Operacional do Manaus-trans estará funcionando 24 horas para registro e atendimento de ocorrências como estacionamentos irre-gulares, acidentes de trân-sito e semáforos apagados. Caso haja necessidade, o cidadão poderá ligar para o telefone 08000-921188.

Grupo de acesso realiza segunda noite de desfilesAmanhã à noite, as escolas de samba do Grupo Especial fecharão a programação de apresentações no sambódromo

A avenida do samba será comandada, hoje, pelas 12 escolas do grupo de acesso. O

desfile inicia às 21h com as cinco escolas do grupo B. Por volta de 0h10, entram as sete escolas do grupo A.

Seguindo regulamento, o desfile de cada escola deve ter a duração de 35 minutos. O Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Indepen-dente do Coroado será o pri-meiro a passar pela avenida, seguido da escola Unidos da Cidade Nova, do Império do Havaí, do Grêmio Recreativo Escola de Samba Meninos Levados da Praça 14 de Ja-neiro e pela escola Mocidade da Raiz, às 23h20.

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Indepen-dente de Presidente Vargas será a primeira do grupo A a desfilar no sambódromo. De-pois será a vez da escola Primos da Ilha, seguido da Acadêmicos da Cidade Alta e agremiação Dragões do Império. As três últimas a finalizar o desfile serão Unidos do Cophasa, a escola Império da Kamélia e o Grêmio Recreativo Escola de

Samba Beija-Flor do Norte.As escolas do Grupo Especial

iniciam amanhã, a partir das 20h, o desfile na capital. Na disputa pelo título, as oito agremiações prometem sur-preender o público. O desfile inicia com o Grêmio Recreati-vo Escola de Samba Andanças de Cigano, em seguida é a vez da Unidos do Alvorada, que entra na avenida às 21h20, se-gue com a Grande Família e a meia noite a Balaku Blaku. Por volta de 1h20 entra o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida, seguido da Reino Unido da Liberdade às 2h40, e às 4h é a vez da Sem Com-promisso. Finalizando o des-file, o Grêmio Recreativo Es-cola de Samba Vitória Régia ocupa a avenida às 5h20.

EstruturaPara o desfile, 445 poli-

ciais militares estarão distri-buídos pelo sambódromo, a fim de garantir a segurança dos participantes. De acordo com informações repassadas pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), serão inseri-das no centro de convenções barracas padronizadas de ali-mentação e bebidas, além de 60 banheiros químicos. Desfiles no sambódromo prosseguem, hoje, com o desfile das escolas dos grupos de acesso A e B, e amanhã com o Grupo Especial

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METAO monitoramento do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscaliza-ção do Trânsito (Ma-naustrans) abrangerá mais de 200 eventos carnavalescos na cidade, entre bandas, blocos e desfiles

Festas terão monitoramento

EVENTOS

Mapa divulgado pela Semcom mostra o esquema do trânsito na região do sambódromo

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COM Crea fiscaliza escolas de samba

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) reali-zou, na última quarta-feira (26), fiscalização nos barra-cões das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de Manaus, a fim de apurar a responsabilidade técnica na autoria dos projetos e execu-ção da montagem e fabrica-ção dos carros alegóricos.

Das oito escolas vistoriadas, a Superintendência Adjunta de Fiscalização, responsável pela ação, constatou que ape-nas duas, A Grande Família e Mocidade Independente de Aparecida, encontravam-se regulares, ou seja, com Ano-tação de Responsabilidade Técnica (ART). As demais es-colas foram orientadas a se regularizarem. Caso alguma escola de samba não tenha providenciado a devida re-

gularização no prazo dado até ontem, seria autuada por exercício ilegal da profissão.

O superintendente adjunto de Fiscalização do Crea-AM, Francisco Gonzaga, destaca a

importância de um profissio-nal habilitado para executar a montagem dos carros alegóri-cos: “Minimizar a possibilidade de ocorrer problemas técnicos

no momento do desfile, re-passando a responsabilidade para quem de fato tem com-petência legal. Na ocorrência de sinistro, não havendo a participação de profissional habilitado, a responsabilidade recai sobre a escola”.

A Anotação de Responsa-bilidade Técnica (ART) foi instituída em 1977 e estabe-lece que todos os contratos referentes à execução de serviços ou obras de enge-nharia, agronomia, geologia, geografia ou meteorologia deverão ser objeto de anota-ção no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. É o instrumento que assegura que as atividades contrata-das são desenvolvidas por profissionais habilitados, uma vez que registra a res-ponsabilidade técnica pela obra ou serviço.

ALEGORIAS

Fiscalização do Crea-AM deu prazo até ontem para escolas regularizarem sua situação

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AÇÃO

AÇÃOA fiscalização apurou a responsabilidade técnica na autoria dos projetos e execução da montagem e fabrica-ção dos carros alegó-ricos. Somente duas agremiações estavam regulares

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C3Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Campanha contra DSTs e Aids ganha força hojeDurante o Carnaval e até dia 14 de março, meta é distribuir 1,2 milhão de preservativos na capital e no interior do Estado

A partir de hoje até do-mingo (1º de março), a Campanha de Pre-venção contra Doenças

Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids, no Carnaval, promo-vida pela Secretaria de Esta-do da Saúde (Susam), estará com equipes posicionadas no sambódromo de Manaus, in-tensificando as ações junto aos brincantes. A campanha come-çou no início de fevereiro, com ações de orientação em todos os 61 municípios do interior e na capital, aproveitando oca-siões como ensaios de escola de samba e apresentação de bandas de rua. A programação segue até 14 de março e inclui a distribuição de 1,2 milhão de preservativos, testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C, blitze informativas com dis-tribuição de panfletos, dentre outras atividades.

A campanha é organizada pela coordenação de DST/Aids e Hepatites Virais, vinculada à Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), e é executada pelas se-cretarias municipais de saúde. Conta com o apoio de Organi-zações Não Governamentais, como o Fórum de OSC Aids, Associação Garotos da Noite, Rede Amizade e Solidariedade

às Pessoas Vivendo com HIV/Aids, dentre outras.

As equipes que atuam na campanha estiveram, ontem, na Manaus Moderna, com dis-tribuição orientada de preser-vativo masculino. Hoje, estarão na banda Corô-corô.

O secretário estadual de Saú-de, Wilson Alecrim, explica que a programação tem caráter es-

tratégico e busca intensificar, neste período, as ações que vêm sendo realizadas durante todo o ano. Ele frisa que um dos desta-ques da campanha deste ano é que as ações serão estendidas ao período pós-carnavalesco, com o objetivo de incentivar as pessoas a se submeterem ao exame para o diagnóstico precoce de HIV/Aids, Sífilis e Hepatites B e C. “Quanto mais

cedo for feita a identificação da doença, maior é a chance de cura do paciente acometido por sífilis ou hepatites B e C. No caso do HIV, o diagnóstico precoce é, também, fundamental para manter a doença sob controle e oferecer maior qualidade de vida a esse paciente”, explica. No período de 10 a 14 de mar-ço, serão oferecidas testagem rápida e orientações na Funda-ção Alfredo da Mata, órgão do governo do Estado, e em outras 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS) vinculadas à Semsa.

Mais de 9 mil pessoas já foram infectadas pelo vírus da Aids, desde o surgimento da doença do Amazonas, em 1986, conforme destaca a diretora-presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim. A instituição, órgão do governo do Amazonas, é referência no diagnóstico e tra-tamento de pessoas vivendo com HIV, no Estado. Atualmen-te, mais de 5 mil portadores estão em tratamento. “A me-dida de prevenção mais eficaz contra doenças sexualmente transmissíveis ainda é o uso do preservativo. Trata-se de uma ação simples, que afas-ta a possibilidade da pessoa contrair uma doença que ainda mata, como é o caso da Aids”, destacou.

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Segundo o secretário de Saúde, Wilson Alecrim, a programação tem caráter estratégico

PERÍODOA programação da Campanha de Preven-ção contra Doenças Sexualmente Transmis-síveis e HIV/Aids conti-nuará até 14 de março, com distribuição de 1,2 milhão de preservati-vos e outras ações

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C4 Dia a dia MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Trio é acusado de estupro e assassinato no CentroDois irmãos e um terceiro elemento foram acusados de estuprar e matar a deficiente auditiva Mey-Lee de Oliveira Cintra

Assassinos confessos, os irmãos Emerson Santos Gama, 26, Maelson Frota San-

tos, 24, e o namorado de Maelson, Daniel Santos Cruz, 20, foram presos por estuprar e estrangular a adolescente Mey-Lee de Oliveira Cintra, 17, deficiente auditiva. O cri-me ocorreu na última quar-ta-feira (26), em um terreno baldio na esquina da avenida Epaminondas com a rua Ra-mos Ferreira, Centro.

De acordo com a dele-gada adjunta da Especia-lizada em Homicídios e Sequestros (DEHS) Débora Mafra, o trio confessou, em depoimento, que fez sexo com a adolescente antes e depois de matá-la.

Conforme a delegada, Emerson foi apontado pelos outros suspeitos como autor do crime. “Segundo o casal de namorados, Emerson levou a adolescente ao terreno baldio, a estuprou, depois a estrangu-lou. Os outros suspeitos rela-taram que ouviram gritos de socorro e quando chegaram ao local encontraram a vítima agonizando”, disse.

A dupla de namorados teria terminado de matar a vítima com uma gravata e, em segui-da, a estuprado novamente depois de morta. “Após abusar sexualmente da adolescente já morta, a dupla de namora-dos dormiu ao lado do corpo da vítima”, comentou.

Maelson e Daniel foram pre-sos ainda na manhã de quar-ta-feira pelos policiais da 24ª Companhia Interativa Comu-nitária (Cicom), dormindo ao lado do cadáver. Emerson foi preso durante a tarde, na sua residência no bairro Armando Mendes, Zona Leste.

Na DEHS, Emerson alegou inocência. “Até Deus pagou um erro por nós, agora eu vou pagar um erro que não fiz”, justificou. Mesmo assim, o suspeito acrescentou que conhecia a adolescente do Centro, por ser prostituta e usuária de drogas, mas a informação é desconhecida pela polícia, que informou que a jovem residia com a família no Parque Residencial Prosamim, no Centro.

Os trio foi autuado por homicídio qualificado, em seguida encaminhado para a cadeia pública De-sembargador Raimundo Vidal Pessoa, Centro. Corpo de Mey-Lee foi encontrado no matagal na quarta-feira. Dois de seus assassinos estavam dormindo ao lado do cadáver

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Casal é executado na CachoeirinhaUm casal foi executado

com um tiro na cabeça cada, na manhã de ontem, dentro de um carro estacionado na avenida Carvalho Leal, Ca-choeirinha, Zona Sul.

A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) identificou as vítimas como Wernek Ferreira Wol-ter, 36, acusado de homicídio e estelionato, e a suposta amante dele, Maria Nazaré Rebolças Arce, 57.

Wernek tinha dois man-dados de prisão em aberto, expedidos pela Justiça do Acre e Amazonas. Ele havia sido condenado a 40 anos e 7 meses de prisão em regime fechado por homicí-dio cometido em 2012, em Rio Branco (AC). Em Manaus tinha mandado de prisão por estelionato, conforme a polícia.

Uma testemunha contou que um carro modelo Cross Fox, de cor cinza e placa DAM 1147, parou ao lado do carro do casal. Um homem ainda não identificado efetuou os disparos no casal de dentro do próprio veículo. Uma mu-lher loira que estava dentro do carro das vítimas, saiu do veículo e foi embora com os assassinos. Dentro do carro do casal, a polícia encontrou um isopor com várias lati-nhas de cerveja.

Outras testemunhas con-taram que o casal ainda che-gou a discutir com o assassi-no. Wernek estava de bruços no banco do motorista. A outra vítima morreu na beira da rua, quando tentava fugir do suspeito.

Os policiais da DEHS inves-tigam um possível acerto de conta contra as vítimas, que supostamente eram envolvi-das com crimes de estelio-nato na capital. (JP)

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Maria Nazaré Arce foi morta ao tentar fugir do assassino

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TRIPLO HOMICÍDIO

PF conclui inquérito de Humaitá

Quase dois meses e meio após o desaparecimento e morte dos três homens na reserva indígena Tenharim, localizada no município de Humaitá, a 591 quilômetros de Manaus, os investigado-res da Polícia Federal (PF) enfim concluíram o inquérito que apurou o envolvimento de índios da etnia no triplo homicídio.

O caso foi encerrado on-tem. O inquérito foi entregue pelo delegado da PF, Alexan-dre Alves, responsável pelas investigações, ao juiz Márcio André Lopes Cavalcante, da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal em Manaus, que de-verá decidir até a próxima quinta (6) se acata ou não a denúncia contra os cin-co índios tenharins presos acusados pelos crimes e se aceita o pedido da conver-são de prisão temporária (cuja detenção máxima para

pessoas sem anteceden-tes criminais, como neste caso, é de 30 dias, pror-rogáveis por igual período) em prisão preventiva.

À reportagem, a assessora jurídica Pryscila Duarte expli-cou que a prisão preventiva é uma ferramenta aplicada quando se tem indícios contra o acusado. A advogada infor-mou que o recurso é utilizado principalmente para preve-nir que o envolvido cometa danos à investigação, sendo mantido em cárcere até que ocorra o seu julgamento, se assim for necessário. “Tanto a prisão preventiva quanto a temporária são medidas cau-telares. O que as diferencia é quem pode decretá-las, em quais circunstâncias e o prazo de duração”, acrescentou a jurista.

Além da modificação na prisão dos índios, fontes de dentro da PF contaram que foi pedida a prisão de outros 25 índios, acusados de coparticipação no triplo

homicídio. A informação não foi confirmada pela Justiça Federal e nem pelo dele-gado Alexandre Alves, que alegou à reportagem sigilo profissional.

Os corpos do professor Stef Pinheiro de Souza, 43, do representante comercial Luciano Ferreira Freire, 30, e do técnico Aldeney Ribeiro Salvador, 40, sequestrados e mortos provavelmente no dia 16 de dezembro do ano pas-sado, quando atravessavam a área indígena, só foram encontrados no dia 3 de fe-vereiro, enterrados em uma cova única, com marcas de espancamento e perfurações feitas por facas e balas.

Policiais contaram às fa-mílias das vítimas que as investigações se voltam para a forte possibilidade de que os índios tenham matado os três homens em vingança pela morte do ca-cique Ivan Tenharim, após um acidente de motocicleta, em 3 de dezembro.

Depois da crise desencadeada em Humaitá, inquérito segue agora para a Justiça Federal

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O cinegrafista de uma emissora de TV local, Ja-ckson Rodrigues, foi agre-dido e preso enquanto captava imagens no local onde ocorreu o duplo ho-micídio. Ele recebeu ordem de prisão do tenente da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), Car-los Eduardo Esteves Zedor, após supostamente ultra-passar a faixa de isolamen-to do local do crime.

O cinegrafista comentou que teve o equipamento de trabalho quebrado, após ser jogado no chão pelo tenente. “Tenho 25 anos de profissão, e nunca havia passado por isso. Fui chamado de vaga-bundo, ameaçado e jogado dentro da viatura”, disse.

Levados para o 1º DIP,

o cinegrafista foi indicia-do por desacato a autori-dade. O titular do 1º DIP, Mariolino Brito, indiciou o tenente por lesão corporal e danos ao equipamento.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) dis-se que a Corregedoria-Geral do Sistema irá instaurar pro-cedimento administrativo para apurar a ocorrência.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas repudiou a ação do tenente contra o pro-fissional, solidarizando-se com Jackson. “Solicitare-mos a apuração dos fatos (...) para que o agressor, ao final, possa ser punido”, diz a nota. O sindicato colocou à disposição da vítima sua assessoria jurídica. (JP)

Cinegrafista é agredido e preso

JUCÉLIO PAIVAEquipe do AGORA

HENRIQUE XAVIEREM TEMPO ONLINE

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C5Dia a diaMANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

Ex-internos de manicômio se adaptam a novo espaçoO Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya recebeu 32 pacientes transferidos do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro

Os 32 pacientes que viviam institucionali-zados no Centro Psi-quiátrico Eduardo Ri-

beiro, unidade da rede estadual de saúde que está em processo de desativação, iniciaram, on-tem, a fase de adaptação na sua nova moradia, o Serviço Re-sidencial Terapêutico Lar Rosa Blaya. De acordo com o secre-tário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, além da assistência da equipe de cuidadores espe-cialmente contratada para dar o suporte à rotina dos pacien-tes, o processo de adaptação está sendo acompanhando pela equipe de psicólogos, psiquia-tras e médico clínico do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Silvério Tundis, que funciona em prédio anexo.

A maioria dos 32 pacientes oriundos do Centro Psiquiátri-co Eduardo Ribeiro é bastante idosa e extremamente depen-dente de cuidados básicos, ne-cessitando de ajuda para se alimentar e realizar sua higiene pessoal, por exemplo. “Neste primeiro dia, tudo transcorreu bem. Os pacientes cumpriram uma rotina de alimentação, re-ceberam seus medicamentos, foram avaliados pelo médico clínico e por psicólogo e pude-ram desfrutar do novo ambiente

em que passarão a viver”, conta Raimunda Pinheiro, administra-dora do Lar Rosa Blaya.

Inaugurado na última quarta-feira (26) pelo governador Omar Aziz, o SRT Lar Rosa Blaya representa mais uma etapa da estruturação da Rede de Aten-ção Psicossocial, com a desa-tivação progressiva do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. Alecrim destaca que a principal finalidade da Rede de Atenção Psicossocial é a superação do antigo modelo de assistência que tinha, como principais refe-rências, o hospital psiquiátrico e a internação manicomial. “A implantação deste novo ser-viço é um marco na rede pú-blica de saúde do Amazonas”, afirmou o secretário.

Os 32 pacientes do CPER que passaram a viver no SRT Lar Rosa Blaya, sob o amparo de um novo modelo de assistência, são pessoas que não dispõem mais de nenhum suporte fami-liar e social e têm de ficar sob a responsabilidade do Estado. “Neste processo de desativa-ção do modelo de assistência manicomial foi realizado um trabalho, que permitiu a vários pacientes institucionalizados retornar ao convívio familiar, tendo na retaguarda a assis-tência prestada pelos Capss e

policlínicas da rede pública mu-nicipal e estadual de saúde”, ex-plicou Alecrim. Ele informou que, na antiga estrutura do CPER, permanecerá ativado apenas o Pronto Atendimento Humberto Mendonça, serviço que funciona 24 horas, todos os dias da sema-na, prestando atendimento de urgência e emergência psiquiá-trica. Dentro de seis meses, essa assistência será prestada na rede de urgência da cidade.

Os SRTs são residências lo-calizadas em espaço urbano, construídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de trans-tornos mentais graves, princi-palmente aquelas oriundas de internação psiquiátrica prolon-gada. O processo de reabilita-ção psicossocial dos moradores da SRT deve buscar a inserção dos mesmos na rede de serviços, organizações e relações sociais da comunidade, visando à pro-gressiva inclusão social.

O SRT Lar Rosa Blaya é for-mado por um conjunto de oito casas, cada uma projetada para abrigar cinco pacientes. Todas as casas são dotadas de dois quartos, sala de estar/jantar, co-zinha, banheiro e área de serviço e foram mobiliadas (com móveis e eletroeletrônicos) para todo o conforto dos residentes.

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SRT Lar Rosa Blaya tem uma estrutura projetada para o melhor conforto possível dos internos

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C6 País MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

PCC tem plano de fuga de Marcola usando helicópteroPlano audacioso de traficantes incluía o resgate de Marcola e outros integrantes do PCC presos no interior de São Paulo

O Primeiro Coman-do da Capital (PCC) planeja resgatar o líder

Marco Willians Herbas Ca-macho, o Marcola, e outros três membros da facção presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista.

Reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” mos-tra que o plano audacioso envolve um avião Cessna 510, um helicóptero Bell e um Esquilo blindado e com as cores da Polícia Militar armado com uma metralha-dora calibre .30. Para a po-lícia, a tentativa de resgate pode ocorrer a qualquer mo-mento. As informações es-tão em um relatório sigiloso preparado pela inteligência das Polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público Estadual (MPE) em mãos da Justiça paulista.

O PCC queria treinar seus integrantes para pi-lotagem de helicópteros. A dificuldade para usar dife-rentes aeronaves frustrou parcialmente a estratégia. Ela foi abandonada depois que o professor do curso ter sido preso no final do ano passado no Espírito Santo pela Polícia Federal quando descarregava 450 quilos de cocaína de um helicóptero, a aeronave pertencia ao deputado federal Gustavo Perrella (SDD-MG).

Conforme “O Estadão”, o plano alternativo passa pelo Paraná. Os bandidos montaram uma base em Porto Rico, no noroeste do Estado. De lá, iriam de carro

até o aeroporto de Loanda, que seria o ponto central do plano. A facção cogita a usar pilotos sequestra-dos na ação, que seriam feitos reféns e obrigados a levar a tropa de assalto da facção até o presídio, no interior paulista.

TestesA reportagem relata que

no dia 6 deste mês, os crimi-nosos agendaram um voo de helicóptero para testar o esquema. O serviço foi feito por uma mulher. No

dia 8, outro helicóptero foi alugado para simular voos até as cidades de Porto Rico e de Loanda, ambas na região de Maringá.

Aeronaves compradas em São Paulo ou sequestra-das pousariam em Loanda, onde carregariam a tropa de assalto do PCC. Seriam dois helicópteros – o Esquilo é o modelo usado pela PM de São Paulo. A intenção dos bandidos é camuflá-lo, para que policiais que guardam a muralha da penitenciária o confundissem com uma helicóptero Águia.

Avião modelo Cessna seria utilizado na fuga dos traficantes

A outra aeronave car-regaria a metralhadora e daria proteção ao Esquilo. Durante a aproximação, Marcola, Claudio Barbará da Silva, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista, sairiam de suas celas em direção ao pátio interno. As grades delas já estão serradas e camufladas. Os quatro bandidos subiriam em um cesto blindado, preso ao helicóptero.

Do aeroporto de Loan-da, os quatro criminosos do PCC seriam levados

para fora do país, prova-velmente em um Cessna 510. O destino seria o Paraguai. “O Estadão” revelou que a polícia de São Paulo já está pre-parada para interceptar o plano do PCC. Uma equipe de 15 homens do Comando de Operações Especiais (COE) com seis atiradores de elite está de tocaia na mata ao redor da penitenciária 2 de Presidente Vences-lau. O armamento usa-do pelos policiais podem até derrubar aeronaves que se aproximar.

Ação policial no ‘aguardo’

O governador de São Pau-lo, Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou na manhã de on-tem, em entrevista à rádio Jovem Pan, que a polícia descobriu o plano da facção criminosa PCC pra resgatar a prisão de seu principal chefe, Marco Willians Her-bas Camacho, o Marcola, e outros três detentos que es-tão presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (a 611 km de SP).

Segundo o governador, “lamentavelmente o caso acabou vazando” para a imprensa. Ele disse ainda

que está confiante no tra-balho da polícia, para que o resgate não ocorra.

“Primeiro o empenho da polícia de São Paulo, 24 horas, permanentemente, contra qualquer tipo de organização criminosa, te-nha a sigla que tiver. São Paulo não retroage, não se intimida. É a maior polícia do Brasil, mais preparada. Segundo em relação a esse caso (o plano de fuga), a polícia investigou, lamen-tavelmente isso acabou va-zando. Mas a polícia está toda preparada”, disse.

Alckmin lamenta vazamento

O principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, seria resgatado por traficantes do pátio de um presídio de segurança máxima em SP

LOGÍSTICAEstratégia para libertar os traficantes do PCC envolve um avião Cess-na 510, um helicóptero Bell e um Esquilo blin-dado e com as cores da Polícia Militar armado com uma metralhadora calibre .30

Governador Geraldo Alckmin disse não se intimidar com PCC

Presídio de segurança máxima em SP reforça policiamento

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C7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 2014 País

Ministra disse que o caso de Vinícius, que é negro, revela que o racismo no país não foi superado pelas instituições de segurança

‘Instituições tiveram prática racista na prisão de ator’

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Re-pública, Maria do Rosá-

rio, criticou ontem a prisão do ator Vinícius Romão de Souza, erroneamente acusado de ter roubado uma pessoa. Para ela, as instituições públicas envolvi-das no caso mostraram prática racista. O jovem passou 16 dias em uma cadeia pública de São Gonçalo, na região metropolita-na do Rio, e foi liberado ontem, depois de uma intensa campa-nha de amigos e familiares.

Maria do Rosário disse que o caso de Vinícius, que é negro, revela que o racismo no país não foi superado pelas insti-tuições de segurança pública. Vinícius Romão foi preso acu-sado de assaltar uma pessoa, na zona norte do Rio, no último dia 10. Vídeos de segurança do local onde o crime ocor-reu mostram, no entanto, que o verdadeiro ladrão, que era negro como Vinícius, usava bermudas, enquanto o ator tra-java calças. A vítima, que an-tes havia reconhecido Romão, voltou atrás no depoimento e disse que se confundiu.

A ministra pediu “que os go-vernos possam fazer uma fir-me autocrítica” sobre o caso.

Ela também recomendou que o jovem procure a Justiça para ser indenizado pela prisão in-justa. “Ele tem total direito à reparação e o governo federal oferece apoio”, disse. O ideal, completou, é que os governos se antecipe para “estabelecer acordos que adiantem proces-sos judiciais”, como é possível nesse caso, por danos morais.

PreconceitosSegundo a ministra, no mes-

mo ano em que a lei 7.716, chamada Lei Caó, que define crimes de racismo e outros ti-pos de preconceito, completou 25 anos, a prisão de jovens negro por engano, ainda é uma realidade. Segundo ela, as ins-tituições brasileiras precisam rever práticas racistas.

“Isso deve chamar muita atenção do Estado, que não pode produzir uma prisão dessa forma sem observar o contexto, sem verificar a responsabilida-de da pessoa, lavrando um fla-grante sem ter sido um flagran-te efetivo, porque ele (Vinícius) foi apontado como responsável posteriormente, em testemu-nho”, reforçou a ministra. Neste caso, para ela, a Polícia Civil e o Ministério Público no Rio de Janeiro erraram. Ator Vinícius Romão ficou preso por 16 dias, em um presídio do Rio de Janeiro, após ser acusado de ter roubado a bolsa de uma mulher

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Mega-Sena é dividida após 7 anosUm acordo entre o patrão e o

ex-empregado acertadores do concurso da Mega-Sena 898, de 2007, encerrou sete anos de disputa na justiça pelos R$ 27,7 milhões do prêmio. En-quanto esteve retido na Caixa Econômica Federal à espera de uma decisão, o valor corrigido ultrapassou os R$ 40 milhões. Os dois envolvidos decidiram dividir o dinheiro, para evitar mais espera.

O bilhete premiado saiu em Joaçaba, a 470 quilômetros de Florianópolis. O patrão entrou com o dinheiro e ex-emprega-do com o palpite, mas os dois se desacertaram na hora de receber o prêmio.

O empresário Altamir José da Igreja, caminhoneiro e dono de uma pequena serralheria, e o marceneiro Flávio Bassi Junior fizeram o jogo juntos, combinando que dividiriam em partes iguais caso vencessem. O bilhete ficou com o patrão.

Quando os números foram

sorteados, Igreja ligou para o pai de Bassi e disse que lhe daria apenas uma motocicle-ta. Em seguida, sacou R$ 2 milhões e saiu da cidade.

Bassi foi à justiça de pri-meira instância, em Joaçaba.

O dinheiro foi bloqueado. Al-tamir Igreja voltou à cidade e, em sua defesa, alegou que os números eram uma combinação das datas de nascimento dos filhos.

Em segunda instância, a

disputa foi para o Tribunal de Santa Catarina. Flávio Bassi venceu, provando que os números eram do seu telefone celular.

CasoO caso subiu ao Superior

Tribunal de Justiça. Em 2012, o STJ decidiu pela divisão do prêmio em partes iguais. Não satisfeito, Igreja recorreu da sentença. Passou-se mais um ano e meio até a publicação da decisão, que devolveu o processo à Vara de Joaçaba para a divisão judicial.

No período, Altamir Igreja mudou-se para o interior do Paraná. Flávio Bassi, ago-ra com 31 anos, mudou-se para Catanduvas, no inte-rior catarinense.

Para a decisão final, acerta-da na quarta-feira , 26, apenas os advogados das duas partes compareceram ao juizado de Joaçaba para selar o acordo, encerrando a disputa.

R$ 40 MILHÕES

ESPERAEnquanto esteve reti-do na Caixa à espera de uma decisão, o va-lor corrigido ultrapas-sou os R$ 40 milhões. Os dois envolvidos decidiram dividir o dinheiro, para evitar mais espera

Versão sobre morte de Rubens PaivaA Comissão Nacional da

Verdade apresentou, na tarde de ontem, relatório preliminar da pesquisa sobre a prisão e morte do ex-deputado federal Rubens Paiva. Segundo o relatório, apresentada pela pesquisadora e advo-gada Rosa Maria Cardoso, no auditório do Arquivo Nacional, no Rio de Ja-neiro, Paiva foi preso na manhã do dia 20 de ja-neiro de 1971, torturado até o dia seguinte, quando não suportou a violência dos militares e morreu. Os militares ainda foram acusados de de ocultação de cadáver.

Até hoje, a versão oficial do Exército é que Paiva foi resgatado por guerrilhei-ros quando estaria sendo transferido, o que agora é contestado pela comissão - e desde lá nunca mais teria sido encontrado.

ProvasSegundo o relatório, que

tem como base documentos e depoimentos, Paiva esta-va morando no Rio, escon-dido dos militares, mas foi dedurado por uma mulher, que foi presa na madrugada do dia de sua prisão, com cartas que seriam entre-gues ao ex-deputado.

“Cecília de Castro e Marilene Corona traziam cartas para Rubens Paiva, e seriam mediadoras da entrega. Uma delas, por pressão dos agentes que as prenderam, telefona para a casa de Rubens e confirma se ele esta-rá em casa pela manhã. Então, aparecem seis militares da Aeronáutica para o prender”, contou a pesquisadora.

RELATÓRIO

Comissão afirma que Rubens Paiva foi torturado até a morte

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O ex-deputado foi levado para Quartel General da 3ª Zona Aérea, ao lado do Aeroporto Santos Dumont. Documentos apontam a entrada de Paiva no local naquele dia, onde teria sido torturado por horas.

“Nesse lugar ele é mui-to espancado e torturado. Algumas horas depois sai levado para o Doi-Codi. Nesse carro, ele encontra a Cecília, que comprova as marcas de tortura no seu corpo. Ele chega no Doi e é

recebido por duas pessoas conhecidas, do Serviço de Inteligência do Exército, o Perdigão e o Rubens Paim Sampaio. Ele come-ça a ser interrogado e é torturado e barbaramente espancado”, afirmou.

O relatório aponta ain-da que, naquela noite, os chefes militares foram in-formados de que o esta-do de saúde de Paiva era grave, e que ele precisa-ria de cuidados especiais para não morrer.

Torturado em quartel militar

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C8 Mundo MANAUS, SEXTA-FEIRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2014

TIM CELULAR

Ministro venezuelano afirmou, em visita à presidente argentina Cristina Kirchner, que seu país sofre um complô internacional

‘Há uma campanha para satanizar Nicolás Maduro’O ministro das Relações

Exteriores da Vene-zuela, Elías Jaua, se reuniu ontem pela ma-

nhã, com a presidente argentina, Cristina Kirchner, na residência oficial de Olivos, para pedir apoio ao presidente Nicolás Maduro.

Após o encontro, o chanceler concedeu uma entrevista na Casa Rosada ao lado de seu par argentino, Héctor Timer-man. “A Argentina vai apoiar o direito do povo venezuelano de ser governado por Nicolás Maduro como foi expressado em eleições diretas há oito meses”, declarou Timerman.

O chanceler venezuelano afir-mou que “a força popular que governa a Venezuela ganhou 18 de 19 eleições” em 25 anos e que seu país sofreu uma “campanha internacional que tinha como objetivo satanizar o governo” de Maduro.

Segundo ele, por meio da “descontextualização de ima-gens, se promoveu a interven-ção política e a intervenção direta de diferentes governos para se equiparar um go-verno democráticos e legíti-mo com grupos que buscam derrubar o governo”.

A passagem de Jaua pela Ar-gentina faz parte de uma série

de viagens iniciada ontem aos países que participam do Mer-cosul, em busca de respaldo ao governo de Maduro em meio às manifestações violentas que tiveram início na Venezuela há três semanas.

Da Argentina, o venezuelano seguirá para o Uruguai e, no fim da tarde, é esperado em Brasília. Ontem, Jaua esteve na Bolívia e no Paraguai.

Mujica no páreoO presidente uruguaio, José

Mujica, que recebe ontem o chanceler venezuelano, Elías Jaua, está disposto a ofere-cer sua ajuda para diminuir a tensão no país vizinho, mas apenas se as duas partes em disputa pedirem isso. “Tenho de fazer minha parte. E vou fazer oportunamente falando com os venezuelanos”, assina-lou à revista Búsqueda.

Mujica disse que está disposto a colaborar com tudo que estiver a seu alcance, mas que o fará apenas se houver um pedido das duas partes.

Acrescentou que sua inten-ção não é intrometer-se e que, por isso, se nega a falar com a imprensa sobre as mani-festações que já deixaram 14 mortos na Venezuela. Para ministro venezuelano, o presidente Nicolás Maduro sofre uma campanha internacional com o objetivo de satanizar o governo

AFP

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