em tempo - 24 de fevereiro de 2013

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MÁX.: 31 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS ANO XXV – N.º 7.923 – DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. Guerra de poder na igreja Uma série de denúncias de boatos sobre a guerra de poder na cúpula da igreja, envolvendo notícias de chantagens e sexo teriam sido o motivo da renúncia de Bento 16. As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis. Última Hora A2 ALESSANDRA TARANTINO/AP PHOTO DO OUTRO LADO DA PONTE A ponte Rio Negro foi criada para abrir um leque de oportunidades de desenvolvimento para o interior, mas as comu- nidades da Região Metropolitana de Manaus ainda não puderam experimentar desse benefício. Dia a dia C4 e C5 DOMINGO DIVULGAÇÃO A entrega do Oscar acontece hoje, em Los Angeles (EUA). O grande favorito é “Argo”, filme dirigido por Ben Affleck sobre uma operação da CIA no Irã nos anos 70. Também es- tão no páreo “A hora mais escura”, de Kathryn Bigelow e “Lincoln”, de Steven Spielberg. Plateia D1 E o Oscar vai para... Pódio E6 Botafogo quer a vitória para continuar líder CONTRA O BOA VISTA ANDRÉ LUIZ MELLO/AE Em entrevista exclusiva ao EM TEMPO, o vice-governador do Amazonas, José Melo (foto), confirma o desejo de ser gover- nador do Estado. Política A5 Governar o Amazonas é a meta de Melo SONHO MEU DIVULGAÇÃO As palavras de ordem trans- parência, legalidade e desburo- cratização são do novo diretor- presidente do Implurb, arquiteto Roberto Moita. Política A7 A ordem é a legalidade, diz Moita PLANEJAMENTO A atriz Gra- zi Massafera (foto) será a protagonista de uma nove- la que estreia na primeira quinzena de março. Plateia D5 PLATEIA As dicas da arquiteta Cristiane Sotto Mayor (foto) para uma am- bientação local. Elenco 9 e 10 Bento 16 teria teria decidido renunciar após ser divulgado os documentos onde são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de “chantagens” internas 2013 Indomável sonhadora Argo Lincoln

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

MÁX.: 31 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUS

ANO XXV – N.º 7.923 – DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

Guerra de poder na igreja

Uma série de denúncias de boatos sobre a guerra de poder na cúpula da igreja, envolvendo notícias de chantagens e sexo teriam sido o motivo da renúncia de Bento 16. As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista Panorama, afi rmam que o papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um relatório secreto de 300 páginas, elaborado por três cardeais veteranos e considerados inatacáveis. Última Hora A2

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DO OUTRO LADO DA PONTE A ponte Rio Negro foi criada para abrir um leque de oportunidades de desenvolvimento para o interior, mas as comu-nidades da Região Metropolitana de Manaus ainda não puderam experimentar desse benefício. Dia a dia C4 e C5

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AÇÃO

A entrega do Oscar acontece hoje, em Los Angeles (EUA). O grande favorito é “Argo”, fi lme dirigido por Ben Affl eck sobre uma operação da CIA no Irã nos anos 70. Também es-tão no páreo “A hora mais escura”, de Kathryn Bigelow e “Lincoln”, de Steven Spielberg. Plateia D1

E o Oscar vai para...

ponte Rio Negro foi criada para abrir um leque de oportunidades de desenvolvimento para o interior, mas as comu-nidades da Região Metropolitana de Manaus ainda não puderam experimentar desse benefício. Dia a dia C

Pódio E6

Botafogo quer a vitória para continuar líder

CONTRA O BOA VISTA

AND

RÉ L

UIZ

MEL

LO/A

E

Em entrevista exclusiva ao EM TEMPO, o vice-governador do Amazonas, José Melo (foto), confi rma o desejo de ser gover-nador do Estado. Política A5

Governar o Amazonas é a meta de Melo

SONHO MEU

DIV

ULG

AÇÃO

As palavras de ordem trans-parência, legalidade e desburo-cratização são do novo diretor-presidente do Implurb, arquiteto Roberto Moita. Política A7

A ordem é a legalidade, diz Moita

PLANEJAMENTO

A atriz Gra-zi Massafera (foto) será a protagonista de uma nove-la que estreia na primeira quinzena de março.

Plateia D5

PLATEIA

As dicas da arquiteta Cristiane Sotto Mayor (foto) para uma am-bientação local. Elenco 9 e 10

Bento 16 teria teria decidido renunciar após ser divulgado os documentos onde são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de “chantagens” internas

2013

Indomávelsonhadora

Argo

Lincoln

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Page 2: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

O porta-voz do Vaticano diz que comentários partem de pessoas que só enxergam dinheiro, sexo e poder

Vaticano critica boatos relacionados à igreja

O porta-voz do Vatica-no, padre Federico Lombardi, criticou, ontem, a onda de

boatos sobre a guerra de poder na cúpula da igreja, envolven-do notícias de chantagens e sexo, que teria sido o motivo da renúncia de Bento 16. Lombar-di afi rma que, neste momento de espera e preparação para a escolha de um novo papa, há quem se aproveite para espalhar confusão e descrédi-to, recorrendo a instrumentos antigos, como a maledicência, a desinformação e a calúnia, ou exercendo pressões ina-ceitáveis para tentar mani-pular o exercício do voto de um ou outro cardeal.

As denúncias, publicadas pelo jornal La Repubblica e a revista “Panorama”, afi rmam que o papa decidiu abandonar o cargo depois de receber um

relatório secreto de 300 pági-nas, elaborado por três carde-ais veteranos e considerados inatacáveis. No documento são descritas as lutas internas pelo poder e o dinheiro, assim como o sistema de “chanta-gens” internas baseadas nas fraquezas sexuais, o chamado “lobby gay” do Vaticano.

“Na maior parte dos casos, quem se coloca como juiz, emitindo graves juízos mo-rais, não tem autoridade al-guma para fazê-lo. Quem tem em mente apenas o dinheiro, sexo e poder, não é capaz de enxergar outra realidade, porque o seu olhar não é ca-paz de captar as dimensões e as motivações espirituais da existência. De tudo isso resulta uma descrição pro-fundamente injusta da igreja e dos seus homens”, destaca o porta-voz.

Tempo de refl exãoFederico Lombardi acres-

centou que a igreja deseja, neste momento, que este seja um tempo de reflexão sincera sobre as expectati-vas espirituais do mundo e sobre a fidelidade da igreja ao Evangelho, de oração, de proximidade ao colégio de cardeais que vai escolher um novo papa.

“O caminho da igreja nestas últimas semanas do ponti-fi cado de Bento 16, até a eleição do novo papa, é muito trabalhoso, dada a novidade da situação. Não temos que chorar a morte de um papa querido, mas teremos que en-frentar uma outra realidade: as pressões e as considera-ções alheias ao espírito que a igreja queria viver neste tempo de espera e refl exão”, conclui Lombardi.

Semmas inicia combate ao caramujo

Somente nos dois primeiros meses do ano, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) registrou 45 ocorrências de infestação do caramujo afri-cano em Manaus. Na manhã de ontem a secretaria iniciou uma campanha de combate ao caramujo, no bairro Santa Etelvina, Zona Norte, onde já foram registrados 15 denún-cias até ontem. Técnicos do órgão visitaram casas no bair-ro e ensinaram a população a eliminar a praga.

Segundo dados da Sem-mas, os bairros Santa Etel-vina e Colônia Terra Nova, ambos na Zona Norte, são os que têm maior índice de infestação pela praga. No levantamento em toda cida-de pela secretaria, em 2010 foram registradas 253 ocor-rências, já em 2011 foram 291 casos, o índice caiu para 144 casos em 2012.

CAMPANHA

Lombardi se pronunciou em Roma sobre denúncias publicadas em jornal e revista internacional

GRE

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/AP

De acordo com o gerente de mobilização e educação ambiental da Semmas, Murilo Cirino, a população tem que tomar alguns cuidados para a prevenção da praga que se prolifera durante o inverno. “Como essa praga não tem um predador natural, a popu-

lação deve juntar e descartar corretamente o lixo domésti-co, impedindo que os resídu-os fi quem por muito tempo armazenado em local úmido”, diz o gerente, ao salientar que a pasta vem há muito tem-po conscientizanado os ma-nauenses sobre o assunto.

Cuidados devem ser tomados

O movimento iniciou, ontem, no Santa Etelvina, Zona Norte

Dilma promove Brasil na ÁfricaA presidente Dilma Rousseff

iniciará iniciou, ontem, uma visita de dois dias à Nigéria a fi m de impulsionar o comércio e o investimento bilaterais, para o que se reunirá com seu colega nigeriano, Goodlu-ck Jonathan, e participará de um fórum empresarial.

A líder brasileira viajou acompanhada por uma gran-de delegação de empresários que tentarão aumentar os in-

vestimentos do Brasil no país africano, assim como o volu-me de comércio entre os dois países, informou à Agência Efe o secretário da Câmara de Comércio e Indústria Ni-geriano-Brasileira (NBCCI, em inglês), Raymond Die.

“É uma visita muito importan-te, já que vamos ter um fórum empresarial no sábado e nossos membros terão a oportunidade de conhecer empresários bra-

sileiros. Acreditamos que do fórum sairão alguns negócios, mas, mesmo se as conversas empresariais não forem fecha-das, pelo menos terão sido fei-tos contatos que podem servir no futuro”, assinala Die.

O secretário da NBCCI indi-cou que um setor de interesse para seus membros é a avia-ção, em particular porque não há voos diretos que conectem Brasil e o país africano.

NEGÓCIOS

DIE

GO

JAN

ATÃ

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a coragem da presidente da AA-GLT, Bruna La Close, que vem denunciado grupos homofóbicos, acreditando que, por intolerância e preconceito, atacam e matam homossexuais.

Bruna La Close

APLAUSOS VAIAS

Fermento A Forma é aquela empresa

que se notabilizou, na época dos escândalos do Minis-tério dos Transportes, por ter crescido 86.500% em apenas dois anos.

GeladeiraO partido de Alfredo

Nascimento, PR, está sem cargos no primeiro escalão desde que o próprio Nas-cimento foi demitido por Dilma Rousseff, em julho de 2011, do Ministério dos Transportes, na esteira de acusações de irregularida-des na pasta.

Emenda VanessaA Proposta de Emen-

da Constitucional (PEC) 86/2011 da senadora do Amazonas, Vanessa Gra-zziotin (PCdoB-AM), que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª. Região com sede em Manaus, estará na pauta da próxima reunião da Co-missão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Emenda Vanessa 2Pelo texto, a 6ª Região

do Tribunal Federal terá jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia

e Roraima.A emenda Vanessa já con-

ta com parecer favorável do relator, que é o senador Jorge Viana (PT-AC).

Pecados da carneO deputado estadual Mar-

cos Rotta (PMDB) pressio-nou o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-AM).

Ele exige uma fiscalização mais rigorosa no abate e na comercialização de carne animal no Amazonas.

Na origemRotta cobra inspeção des-

de a origem da carne, nos abatedouros, até a venda do produto, nos supermercados.

Graça escreveDepois de “Senhoras da Jus-

tiça”, que conta a trajetória da mulher no Poder Judiciá-rio, a desembargadora Graça Figueiredo lança no próximo mês um novo livro que resga-ta a história das comarcas do interior do Amazonas.

Graça escreve 2A desembargadora disse

ontem ao CONTEXTO que o livro acaba de ir para a gráfica.

A magistrada vem traba-lhando há bastante tempo nessa nova obra.

— Demorou um pouco porque foi necessário um amplo trabalho de pesquisa – disse a desembargado-ra.

MotosserraAs florestas degradadas

na Amazônia Legal soma-ram 69 km2 em janeiro de 2013.

Isso representa um au-mento de 28% em relação a janeiro de 2012, quando a degradação florestal so-mou 54 km2.

Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Olha nósO Estado do Amazonas

derrubou 12% da floresta, seguido do Pará (9%), Rorai-ma (9%) e Rondônia (7%).

É campeãoMato Grosso foi o respon-

sável por 63% do desmata-mento da Amazônia Legal durante o mês de janeiro de 2013.

Para agentes da Manaustrans que, ao invés de orientar, primeiro aguardam os motoristas estacionarem em locais proi-bidos, para depois multá-los.

Marronzinhos

O senador Alfredo Nascimento tem um obstáculo que vem prejudicando sua reaproxi-mação com o governo da presidente Dilma Rousseff .

O problema agora é seu fi lho, Gustavo Pereira, que está sendo investigado pelo Mi-nistério Público Federal por suspeita de enriquecimento ilícito, após denúncia da revista “IstoÉ” em 2009. Gustavo agora é alvo de uma nova ação. De acordo com a revista, o publicitário, ao lado do advogado Adalberto Martins, amigo do ex-ministro, é acusado de forjar a prestação de contas da empreiteira Forma Construção, da qual era sócio.

Ligações perigosas

DIEGO JANATAJOEL ROSA

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Page 3: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 A3Opinião

Editorial

A irresolução do imbróglio criado pelo afastamento de Pauderney Avelino (DEM) do cargo de deputado federal para o de secretário municipal de Educação, deixou a Justiça Eleitoral parva, sem saber como se conduzir no labirinto paranoico que é a legislação.

Da mesma maneira como tempestades imprevistas liberam as administrações para o recurso de liberar contratos sem licitação pública, o cipoal de leis estimula a produção de liminares, sempre que um necessitado consegue encontrar um juiz de plantão; liminares que são superadas por outras liminares de outros juízes de plantão, num círculo vicioso que não leva em conta os prejuízos administrativos nem fi nanceiros. O Judiciário comporta-se como se a instrução, o trâmite e o julgamento dos processos não tivessem um custo em dinheiro para o cidadão que está à margem dessa circunstância.

“É dinheiro do governo”. Não é. Governo não tem dinheiro. Governo administra (quando não desvia) a poupança da sociedade. Quem assumirá a vaga de Pauderney? O sempre indeciso Plínio Valério (foi eleito suplente pelo DEM, mas se bandeou para o PSDB)? O sempre atento às “correlações de forças”, Eron Bezerra, indeciso entre o PCdoB e a Secretaria da Produção? Ou o anônimo de uns poucos mais de mil votos, que já nem lembrava mais da eleição?

Pauderney Avelino foi eleito (e merecia, como merecia ter sido eleito senador, quando foi tentado) para ser depu-tado federal, não para secretário da Educação de Manaus. Fabrício Lima (PRTB) foi eleito vereador e foi premiado com uma Secretaria de Esporte. Não existe eleição para secretário de Estado. Nesse sentido, o eleitor tem o direi-to de se sentir lesado. E o que desvia o candidato de um mandato para um cargo de confi ança em um governo é a quantidade de voto que ele detém, e não, necessariamente, sua capacidade de administrar um bem público.

Um ponto positivo no ainda não totalmente concluído estatuto do partido que a ex-senadora verde Marina Silva tentar criar: o parlamentar que virar secretário, perde o mandato. Mas ainda restará a briga de cego dos suplentes. Custeada pelo trabalhador.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Aos poucos uma mudança começa a ser percebida no formato do empreendedo-rismo brasileiro. O motor desse novo modelo é a ino-vação tecnológica, pilota-da, geralmente, por uma nova geração de jovens sem experiência no mer-cado, mas com alto nível de escolaridade e muita criati-vidade. Um prato cheio para investidores. Os futuros

se intimidam e mostram grande talento com inven-ções e ideias de dar inveja aos mais experimentados.

Representantes da gera-ção Y, eles mostram mais uma vez que o brasileiro tem potencial, sim, de ser criativo e de tocar o desen-volvimento desse país.

Luiz Gonzaga Bertelli

www.emtempo.com.br

No cinema, na televisão, existe um cuidado com o que se expõe às crianças; esse cuidado tem o nome de classifi cação indicativa, que resguarda esse público do contato com cenas de violência, linguagem de baixo calão, sexo explícito, uso de drogas e outros temperos que aumentam a audiência. Mas como criar, na rua, uma classifi cação indicativa? Uma criança com o pai e outra sem a menor proteção.

Briga de cego noescuro sem solução

Sem falso orgulho, mas com sufi -ciente modéstia e responsabilidade, posso dizer que participei dos 33 anos do Partido dos Trabalhadores, do qual sou fundador, e dos 10 anos dos governos Lula e Dilma. Orgulho, porque, pela primeira vez na história, é criado um partido popular, das lutas e mobilizações e sociais, de esquerda, de baixo para cima e, pela primeira vez na história, a partir deste partido foi eleito Presidente da República um operário metalúrgico e sindicalista e uma mulher e ex-presa política.

Modéstia, porque muitas e muitos participaram e ainda participam desta história, são seus autores e artífi ces, uma multidão de jovens, mulheres, operários, empregadas domésticas, agricultores, funcioná-rios públicos, motoristas, aposenta-dos. Responsabilidade, porque, se partilho das conquistas, não tenho menos responsabilidade nos erros, nos desvios e fracassos.

Sempre que puxo a memória da fundação do PT em 1980, lembro de várias coisas. As reuniões do Núcleo de Base da Lomba do Pi-nheiro eram na Vila São Pedro na casa do Seu Cantílio (José Carlos Pintado), um pedreiro de mão cheia, mais ainda cheio de sabedoria e de compromisso com a melhoria de vida do povo das vilas populares e dos trabalhadores. Nossos candidatos em 1982 no município de Viamão, arredores de Porto Alegre, foram o pedreiro e mestre de obras Zé da Lomba a prefeito, o pedreiro Mário Declerque a vice e o operário Adão Lemos Alves a vereador.

Estes dias, almoçando com a Irmã Delvina Pasquali, em reencontro de-pois de anos de trabalhos pastorais e comunitários em Moçambique, ela lembrou que secretariou a reunião de fundação do PT de Venâncio Aires, minha terra. Estas e estes, tantas e tantos foram as fundadoras e fundadores do PT. Gente que nunca

atuara na política partidária, mas já lutava há anos na melhoria do transporte nas vilas populares, por postos de saúde, por asfalto nas ruas. Gente que se reunia nos Grupos de Refl exão da Bíblia, organizava as as-sociações de moradores, construía as Oposições Sindicais. E começava a se meter na política partidária pela primeira vez na vida.

O PT era uma ferramenta nas mãos desse povo trabalhador e mi-litante, como o eram as pastorais, os movimentos sociais de base, os sindicatos tirados das mãos dos pelegos e tornados combativos. A política estava no sangue, na alma, no espírito e no coração de brasilei-ros e brasileiras que queriam mudar o Brasil e o mundo, e precisavam também da ferramenta partidária para chegar ao governo e ao poder. E assim tornar os sonhos realidade. Mas vindos de baixo, da base popular, sempre no meio do povo.

Este mesmo povo trabalhador e militante elegeu primeiro Lula, depois Dilma. Como lembrou a presidenta há poucos dias, no 1º En-contro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC):”Eu estou aqui não por um milagre. Eu não estou aqui porque, oca-sionalmente, eu passei por aqui e aqui cheguei. Eu estou aqui porque milhões de brasileiras, milhões de lideranças, milhões de mulheres que lutaram neste país, que se reuniram em movimentos como este, do Movimento das Mulheres Camponesas, construíram a possi-bilidade de eu estar aqui. Eu estou aqui porque vocês estão aí.”

Por onde se mede a história de um partido? Por muitas coisas. Por sua fi delidade a um projeto de sociedade, a um sonho, a seu carisma e ideias de origem. Por fi delidade ao povo trabalhador que o construiu. Por não deixar de ser movimento, embora também seja instituição.

Selvino [email protected]

Selvino HeckAssessor Especial

da Secretaria Geral da Presidência da

República

O PT era uma fer-ramenta nas mãos desse povo trabalhador e militan-te, como o eram as pastorais, os movi-mentos sociais de base, os sindicatos tirados das mãos dos pelegos e tornados combativos

PT, 33 – Lula-Dilma, 10

empreendedores estabele-ceram uma nova relação com os computadores. Para eles, laptops, PCs e tablets não servem apenas para alimentar as redes sociais, trocar mensagens instan-tâneas ou mera diversão com joguinhos eletrônicos de última geração. São, na realidade dessa turma co-nhecida como “nerds”, pla-taformas para lançar novas

ideias para o mundo, já que, na era da globalização, as fronteiras caíram.

Foi assim na Campus Par-ty, - evento que reuniu os amantes da tecnologia do Brasil e de outras partes do mundo, em São Paulo. Apesar de não ter noções básicas de plano de negó-cios ou de gestão – uma falha dos currículos do en-sino brasileiro –, eles não

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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DIEGO JANATÃ

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Page 4: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

PainelVERA MAGALHÃES

A disputa pela vaga de Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal entre Heleno Torres e Humberto Ávila virou uma guerra nos bastidores. O Palácio do Planalto brecou a escolha diante da informação de que os dois travaram “batalha sangrenta” em 2010 e 2011 por uma cadeira da Faculdade de Direito da USP. Torres conseguiu anular o concurso vencido por Ávila. Diante de sinais de revanche em curso, interlocutores dizem que Dilma Rousseff pode escolher um “tertius”.

Dossiês Aliados de Heleno Torres atribuem ao desafeto Ávila a tentativa de queimar o advogado pernambucano sob a justifi cativa de que ele é muito próximo do advoga-do-geral da União, Luís Inácio Adams, que enfrentou des-gaste por conta da Operação Porto Seguro.

Medida certa Logo que desembarcou em Malabo, na Guiné Equatorial, Dilma chamou a atenção dos jor-nalistas, que perguntaram se ela havia perdido peso. “Ela fechou a boca” após a lesão no pé direito, con-firmou a ministra Helena Chagas (Secom).

1 + 1 Em conversa com Hen-rique Eduardo Alves (PMDB-RN) na sexta, Lula disse estar convicto de que Dilma terá melhor desempenho em 2014 que na primeira eleição. Se-gundo o ex-presidente, em 2010 o resultado foi muito atribuído a ele. Agora, seria uma soma de ambos.

Narrativa O petista dis-se ainda que “direita radi-cal’’ tentou intrigá-lo com a aliada no começo do go-verno, como se ela tivesse conquistado a classe média avessa a Lula. “A intriga não prosperou, e ela fi cou com o patrimônio de Lula e com esse novo”, reproduz o pre-sidente da Câmara.

Lado B Já aliados do gover-nador e presidenciável Edu-ardo Campos fazem leitura inversa: acham que, ao lan-çar a campanha da reeleição com a mesma antecedência da de 2010, o PT mostra que a articulação em torno da presidente ainda é frágil.

Sonho meu Decidida a contemplar Minas Gerais na reforma ministerial, a presi-dente gostaria que a vaga fosse para Josué Gomes da

Silva. Filho de José Alen-car, que foi vice de Lula, o empresário é sondado para se filiar ao PMDB desde o ano passado.

Vida... O governo investiga rota de tráfi co de pessoas, principalmente travestis e transexuais, da Paraíba para a Itália. É a segunda opera-ção desde que a novela glo-bal “Salve Jorge” passou a abordar o tema. A primeira quadrilha agia na Espanha.

... real Funcionários dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores e das se-cretarias de Mulheres e Direi-tos Humanos embarcam hoje para Roma para reuniões com autoridades italianas.

Wi-fi Geraldo Alckmin pas-sou a usar mais o Twitter para divulgar suas ações. Pediu a assessores que abasteçam páginas ofi ciais com boletins de inaugurações. Anteontem, posou para foto com a blo-gueira Yoani Sánchez.

Quilometragem O gover-nador monitora os passos dos secretários, de quem exigiu que ponham o pé na estrada em ano pré-eleitoral. Na últi-ma semana, registrou: sete deles viajaram pelo interior, atendendo 262 prefeitos.

Bunker Funcionará na Secretaria de Segurança Pública, no centro de São Paulo, a agência de ação integrada dos governos paulistas e federal no com-bate ao crime organizado. O prédio passa por reforma para abrigar o QG.

Bunker 2 Em reunião re-servada, na quinta-feira, o secretário Fernando Grella e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) defi niram detalhes da atuação do gru-po, que será coordenado pelo promotor Fábio Bechara.

Tiroteio

Junte-se algum estrategista Jim Jones e a re-lação romântica que o PT ainda vive com a Revolução Cubana e temos esse tiro no pé.

Contraponto

Em jantar há 15 dias no Rio, José Dirceu ouvia comentários de amigos sobre o anúncio de que o ator José de Abreu gostaria de se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PT do Rio. Enquanto os demais brindavam, o ex-ministro manteve a expressão séria e preocupada com o destino do amigo e comentou: - Eu disse para ele que voto não é fácil. Não se encontra voto em árvores. Diante da surpresa dos convidados, desabafou: - Eu disse mais: a política não é feita de caminhos, a política é feita de descaminhos.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DO EX-DEPUTADO FERNANDO GABEIRA (PV-RJ), sobre a repercussão dos protestos contra a blogueira Yoani Sánchez insufl ados por petistas e aliados.

Segundo round

Vai por mim

Frases

A ciência médica não pode ser relativizada ou mesmo in-viabilizada no seu livre e ético exercício, pelos altos riscos a que doravante estarão expostos os seus profi ssionais

Virgínia Soares Souza, médica indiciada por mortes ocorridas no Hospital Evangélico de Curitiba apresentou carta em própria

defesa, classifi cando a investigação como “o maior erro investiga-tivo e midiático da nossa história”.

Tem gente que fi cou doente mental, que se separou... as pessoas não conseguiram restabelecer suas vidas

ainda. Passados 15 anos, as pessoas ainda estão traumatizadas com isso. Cada ano que passa, as

famílias vão revivendo a tragédia

Nélio Andrade, da Associação de Vítimas do Palace 2, diz que 15 anos depois do desabamento do prédio, os moradores ainda esperam pelas indenizações. Tem R$ 5,3 milhões depositados em conta judicial para fazer a

partilha, mas o juiz não libera o dinheiro.

Adilson Paukoski Simoni, juiz, determinou que o estu-

dante Gil Rugai, condenado a 33 anos e 9 meses em regi-me fechado pelo assassinato de seu pai, Luis Rugai, e de sua madrasta, Alessandra

Troitino, em março de 2004, possa recorrer em liberdade.

Antes de mais nada, o bispo deve lem-brar-se de que pertence a um povo e não deve esquecer-se de que esse povo são seus diocesanos. Do meio de seu povo foi escolhido por Deus para servir aos que lhe foram con-fi ados

Dom Luiz Soares Vieira

Ontem, à noite, na catedral de Nossa Senhora da Conceição, tomou posse o novo arcebispo de Manaus, dom Sérgio Eduardo Castriani. A cerimônia teve a presença de vários bispos da região, de autoridades e de numeroso povo. Sem dúvida alguma, a Igreja Católica come-ça a viver em Manaus uma nova etapa que promete frutos de entusiasmo e de reafi rmação graças às bênçãos de Deus e às esperanças surgidas com a chegada do novo pastor. Podemos esperar dias melhores porque dom Sérgio reúne todas as qualidades exigidas de um bispo es-colhido para dirigir uma arquidiocese da importância da nossa. Foi bispo de Tefé por treze anos, compreende bem o povo amazonense e conhece-lhe a cultura.

Á frente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil por dois períodos de qua-tro anos cada um, é atualmente membro da Comissão Episcopal para a Amazônia. Antes de ser bispo, dom Sérgio foi con-selheiro geral da Congregação do Espírito Santo, com residência em Roma, e teve oportunidade de visitar as missões espi-ritanas na África e em outros continentes. Manaus ganha um presente de Deus que vem somar ciência, sabedoria, experiência e grandes dotes humanos e espirituais à caminhada desta Arquidiocese.

No livro Pontifi cal Romano existe um texto de homilia proposto para a ordenação episcopal em que se expõem quais qua-lidades se exigem de um bispo. Antes de mais nada, o bispo deve lembrar-se de que pertence a um povo e não deve esquecer-se de que esse povo são seus diocesanos. Do meio de seu povo foi escolhido por Deus para servir aos que lhe foram confi ados. “O episcopado é um serviço, não uma honra”, são palavras textuais do Pontifi cal. Foi-se, e foi-se graças a Deus, o tempo em que os bispos eram tratados como príncipes. É um serviço que lhes cabe de modo es-pecial e os fará servir e não ser servido à semelhança de Jesus que lavou os pés dos discípulos. Será terrível o pastor que se enriquece às custas dos fi éis ou deles se serve para ter poder. Como servidor, o bispo deve pôr-se à disposição do povo nas coisas de Deus.

Na história da Igreja existem exemplos de bispos que deram sua vida pelo povo quer morrendo por ele como Thomas Becket e John Fischer, quer doando-se totalmente ao bem de seus diocesanos como santo Agostinho e dom Luciano Mendes. Como consequência, explica o Pontifi cal, o bispo deve anunciar a Palavra de Deus sem medo, a tempo e a contratempo; deve interce-der junto ao Pai pelo povo e fazer dos habitantes de sua diocese a razão de sua existência. Seu amor não se restringe aos católicos mas deve abarcar também aos que seguem outros caminhos religiosos e aos que não acreditam em Deus. É um programa de vida exigente e bonito.

Tenho certeza de que a nova etapa inicia-da ontem com a posse de dom Sérgio sig-nifi ca muito mais do que imaginamos.

Manaus e o novo arcebispo,d. Sérgio Eduardo Castriani

Porque certamente é magoada em relação à Igreja, ex-pande ainda mais a sua agressão e vai atingir outro papa, João Paulo II, já mor-to, a quem rotula como “um misó-gino que se autofl age-lava para expiar suas culpas”

Já há algum tempo, quando Fidel Castro, doente, afastou-se do comando do Governo de Cuba e até parecia que para morrer, a revista “Veja” colocou sua foto na capa e legendou: “Já vai tarde Fidel”.

Àquela altura, mesmo sem aceitar qual-quer tipo de governo autocrático, arvorei-me a escrever e publicar um artigo para repudiar o desrespeito a um Chefe de Estado e de Governo, a um líder e estadista inquestionável, mesmo que se discorde de sua ideologia, e também a um dos políticos de maior presença no século 20.

Agora, neste momento, ocorre o anúncio da renúncia do papa Bento 16, um fato de múltiplas dimensões, porque religio-so, político, econômico, com repercussões também históricas, fi losófi cas e morais. Natural, portanto, que as mais diversas interpretações e reações se façam apre-sentar, porque assim o determinam a plu-ralidade e a originalidade dos humanos. Há, entretanto, um limite, não quanto à matéria da discordância, mas certamente quanto à forma com que se expressa a crítica.

Não pensa assim a colunista Bárbara Gancia, da “Folha de S. Paulo”, que não considerou o direito de livre arbítrio, nem a dignidade dos cargos de pontífi ce e de chefe de Estado, nem a história do teó-logo que hoje ultrapassa oitenta anos de caminhada e passou a detratá-lo mesmo como ser humano, que ela certamente nem chegou a conhecer como pessoa, e também à Igreja Católica, instituição que não ultra-passou o segundo milênio gratuitamente, mesmo carregando dentro de si a carga das administrações humanas.

Já no título do artigo o papa é cogno-minado de “Arregão” (o que “arrega”) e acusado de ter abandonado o seu rebanho, comparado adiante ao comandante que abandonou o navio “Costa Concórdia”. Não é aí que param os vitupérios da Sra. Gancia. Ao contrário, continuam e se espalham por todo o seu texto, que aqui é criticado com veemência, sem, contudo, extrapolar para o âmbito da pessoa da articulista, que não conheço, como também ela não conhece Bento 16 (nem o cardeal Ratzinger) e a cuja dignidade humana ela não poupa.

Pelo contrário, porque certamente é ma-goada em relação à Igreja, expande ainda mais a sua agressão e vai atingir outro papa, João Paulo II, já morto, a quem rotula como “um misógino que se autofl agelava para expiar suas culpas”, restando, ao fi m, segundo ela, a opção excludente entre ser católico ou ser humano.

Quase ao fi m aparece pelo menos uma das possíveis razões da sua má-goa, quando afi rma que “esses malucos de batina” teriam sentenciado que sua homossexualidade não se encaixa no modelo que fazem do amor.

Não sabe que ninguém é condenado ou excluído da Igreja, nem mesmo do sacer-dócio, apenas por ser homossexual. Pelo menos da Igreja Católica, onde o pastor Silas Malafaia não é papa. Como “Veja” fez com Fidel Castro, a sra. Gancia fecha o seu texto com um defi nitivo e muito pouco respeitoso “já vai tarde Bento 16”.

Por razões pessoais, crítica é apenas um ressentimento

João Bosco Araújo

Diretor executivo do Amazonas EM

TEMPO

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

A ciência médica não pode ser relativizada ou mesmo in-viabilizada no seu livre e ético exercício, pelos altos riscos

, médica indiciada por mortes ocorridas no Hospital Evangélico de Curitiba apresentou carta em própria

defesa, classifi cando a investigação como “o maior erro investiga-

Tem gente que fi cou doente mental, que se separou... as pessoas não conseguiram restabelecer suas vidas

Por não haver presente-mente encarceramento por estes autos, tratan-do-se ainda de réu pri-mário, sem anteceden-tes judiciais, faculto-lhe recorrer dessa decisão

em liberdade

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 A5Política

José Melo não esconde o desejo de ser governadorEm entrevista exclusiva ao EM TEMPO, o braço direito de Omar Aziz apresenta suas qualidades e faz declarações reveladoras

Nesta entrevista re-veladora, o vice-go-vernador José Melo (PMDB), mostra por-

que é considerado uma das figuras mais carismáticas da política amazonense. Polido, sem alterar o tom de voz, falando pausadamente, sem gaguejar ou errar palavra, ele faz um balanço da sua vida pública. Nascido no município de Ipixuna, como filho de serin-gueiro, mudou sua realidade através da educação. Iniciou sua carreira como datilógrafo e chegou a ser assessor espe-cial na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Tam-bém foi delegado do Ministé-rio da Educação (MEC), secre-tário de Estado de Educação e também do município de Manaus, secretário de gover-no do Amazonas, deputado estadual e federal. Com 24 meses de governo e rumores fortes sobre a sucessão de Omar Aziz (PSD), Melo admite que gostaria de governar o Es-tado como titular do cargo e, como qualquer outra pessoa, gostaria de subir na vida.

EM TEMPO - Quais são seus planos políticos para o futuro?

José Melo - Sou um ani-mal político. Já desempenhei muitas funções no Estado: fui delegado do MEC, assessor especial na Ufam, secretário de Educação por 3 vezes (2 vezes do Estado e 1 do municí-pio de Manaus), presidente do Idam, secretário de Produção, secretário do Interior, secre-tário de Governo e, hoje, sou vice-governador. Tenho uma carreira público-administrati-va muito grande, o que me fez amealhar muita experiência. Com minha idade, 66 anos, essa experiência é também aliada a muita ponderação e zelo com as coisas. Aos 66 anos estou na minha plenitude física e mental. Não ingiro álcool, não fumo, chego em casa cedo e pratico minha esteira todos os dias. Com um volume de experiência que tenho, quero colocar a serviço do meu Estado. Todos nós temos objetivos. Se você en-contrar um político que diga que não quer crescer, ele, no mínimo está tergiversando. Mas também sou daqueles que acha que há um tempo pra tudo. Diz em Eclesiastes que há tempo para tudo: um tempo para você semear, há um tempo para admirar as flores e outro para colher os frutos. Este momento atual é um momento que eu, Omar (Aziz) e todos nós estamos ten-tando construir um Amazonas diferente. Se você pega este momento e transforma numa guerra política estará pres-tando um enorme desserviço à sociedade, ao povo. Porque, politicamente, você se cons-trói com trabalho, tendo uma relação com o povo e também com apoiamentos políticos. Se você me perguntar qual é o meu futuro político, direi que está nessa linha: na vonta-de de Deus, na vontade da estrutura política e no meu trabalho. Se esses três pilares conseguirem se unir, então lá na frente, no tempo certo, sem prejudicar o atual momento

que é de trabalho, eu tomarei uma decisão como qualquer outro tomaria em relação ao seu futuro político. Todos so-nham subir na carreira política e esta possui dois ápices: o governo do Estado e o Senado da República. Eventualmente a prefeitura. É a vontade de qualquer um terminar a vida pública em um desses pa-tamares. Eu também sonho. Agora, realizar são outros qui-nhentos. Depende da vontade de Deus, o principal, o povo entender que você tem lastro de trabalho e experiência para tal e também de um arco de alianças que possa te alçar lá. Um desses três pilares falhan-do, falha a estrutura toda.

EM TEMPO - Seu nome está sendo cotado para ser o sucessor do governador Omar Aziz em 2014, como o senhor avalia isso?

JM - Eu diria que não é hoje. Tenho toda essa experi-ência que já te falei. Conheço o interior como poucos. Fui assessor do Amazonino e ele foi uma escola para mim, que me calçou as sandálias dos primeiros passos do campo político. Depois tive uma ex-periência muito produtiva com o senador Eduardo Braga, de quem fui secretário de Go-verno. E estou tendo hoje o prazer inenarrável de poder compartilhar um governo com o Omar, que é um governador diferente, despido de vaida-des, que me permite ajudá-lo a governar sem a vaidade boba de achar que estou querendo perpassar o poder dele ou o fato de ele ser o governa-dor. Nada disso! O Omar não tem essas coisas menores. Então isso está fazendo com que ele governe o Estado de uma forma diferente, gerando oportunidades, atento às ne-cessidades. É um governo de oportunidades no interior. Eu chego aos 66 anos de idade e acho, como outros também devem achar, que tenho o direito de me postar como

um nome que pode ser futu-ramente avaliado pelo povo. No meu caso pessoal, isto é uma construção de muito tempo. Governar o Amazonas é uma coisa muito compli-cada. É um Estado que hoje está em dois momentos im-portantes: de um lado está a Zona Franca fortalecida e, de outro, o despertar para as nossas riquezas regionais. O Amazonas é hoje a região bra-sileira mais rica em minérios; pode se transformar no maior produtor mundial de peixes de água doce. O Amazonas tem uma biodiversidade incomum, mas também tem muitos pro-blemas que outras regiões não têm, como a logística. Aos poucos temos que conseguir

fazer o sol irradiar para o in-terior, pois os nossos irmãos de lá merecem ter qualidade de vida. O Omar está fazendo isso. Governar esse Estado, com essas idiossincrasias é complicado. É para quem co-nhece e tem experiência. Tem várias pessoas no Amazonas com esse patamar de experi-ência, de conhecimento e eu, de forma muito humilde, me incluo entre elas.

EM TEMPO - O senhor co-gita deixar o PMDB? Como está a sua relação com o partido?

JM - Eu não tenho absolu-tamente nenhum desconforto com o PMDB. Meu partido era o PRP, que construí na capital e no interior. Esse partido, num determinado momento saiu da minha área de in-fluência e se tornou aliado da área de influência do ex-prefeito Amazonino Mendes. Quando o governador Omar foi candidato ao governo, o PMDB indicaria o vice e havia um compromisso do Braga comigo, de que eu, por conta de todo esse trabalho e minha experiência, seria o candidato do PMDB a vice-governador. Então tive que vir para o PMDB para cumprir essa etapa. Mas meu coração ainda bate muito forte pelo PRP. Mas no momen-to certo, terei uma conversa com as lideranças nacionais do partido, com o Braga, para naturalmente costurar uma eventual saída minha, ou não, do PMDB, mas da forma como tem que ser.

EM TEMPO - E o senhor recebeu convites de outros partidos?

JM - Não. Não recebi ne-nhum convite. Na verdade eu saí do meu partido por uma circunstância e vim para o PMDB, mas o meu coração ficou lá. Logo, uma eventual saída minha do PMDB, natu-ralmente, teria como cami-nho o partido que eu ajudei a construir.

EM TEMPO - Qual a visão que o senhor tem de partido político hoje?

JM - Primeiro, gostaria de falar do ponto de vista filosó-fico. O Brasil não tem uma fi-losofia de fortalecimento par-tidário, como em democracias fortalecidas, a exemplo dos EUA, que tem dois partidos, como a alemã, a francesa, que ancoram a classe política em no máximo três partidos. Nesses países está consoli-dada a institucionalização de partido político, pois têm toda uma cultura nesse sentido. O Brasil não tem essa cultura. Tem uma colcha de retalhos de partidos no país, com mais de 30 legendas. O Brasil criou uma legislação nesse sentido onde amarrou os detentores de mandatos proporcionais na questão da fidelidade partidá-ria. Em virtude disso, para ter poder, os partidos passaram a aglutinar quantidades de filiados e de pessoas detento-ras de mandato eletivos para poder negociar no Congresso Nacional e com os governan-tes. O PMDB é um partido que ao longo da sua história sem-pre teve um grande número de pessoas eleitas quer seja prefeitos, governadores, de-putados, etc. Por isso, sempre

foi um partido que esteve na crista da onda e participando das decisões políticas nacio-nais. Ele é hoje um partido grande e forte, que participa do Congresso Nacional, que detém a presidência da Câ-mara Federal e do Senado e tem, no governo da presidente Dilma, representatividade em relação aos ministros. É um partido forte e com muito po-der. Sempre esteve no olho do furacão durante as decisões importantes dos últimos 20 e poucos anos. Um partido que surgiu agora muito forte, o PSD, do governador Omar, tem uma bancada muito for-te com grande número de deputados. Então, como nós não temos uma cultura muito forte de partido como em outros países.

EM TEMPO - O senhor já participou de vários gover-

nos e é uma figura popular no interior. O que faltou para ser governador?

JM - Vou contar uma histó-ria que nunca falei antes. Um dia eu estava em Tabatinga, quando ainda era delegado do MEC, e fui chamado para conversar com o governador Amazonino, à época. Ele ia visitar Ipixuna e queria que eu o acompanhasse. Fui e lá ele me fez o convite para ser seu secretário de Educação. Nos tornamos amigos muito próximos. E foi ele que me ensinou os primeiros passos da política. Me convidou pra ser deputado estadual, depois deputado federal para ajudar a legenda do partido e, naque-la altura, fui o mais votado do

pleito. Durante seu governo, me permitiu alçar na política, isto para mim tem um grande valor. Após aquele episódio em que eu deveria ter sido o vice do Eduardo Braga, mas não fui por decisão do próprio Ama-zonino, eu me recolhi e não dei nenhuma entrevista, não falei nada disso e não guar-dei nenhum ressentimento por uma única razão: o Amazonino tinha, àquela altura, créditos ilimitados comigo, ele poderia fazer o que quisesse, porque àquela altura eu era o que era porque ele permitiu que eu chegasse até ali. Eu devia muito a ele pelas oportuni-dades que me deu, de fazer um trabalho que até hoje é lembrado. Aconteceu aquele fato, foi desagradável, mas ele tinha credibilidade para fazer aquilo. De lá para cá, eu construí uma vida pública com muito trabalho e sacri-fício sem ter que dever isso a ninguém. Cheguei hoje até aqui em igualdade de con-dições, na minha avaliação, com todo mundo. Reconhe-cendo que é direito de todos querer subir na vida, e meu também. O processo político é assim, mas só dá certo se unir aquele tripé para uma candidatura majoritária.

EM TEMPO - O que o senhor considera ter feito de mais importante na sua vida como homem, profes-sor e político?

JM - A coisa que mais me gratificou na vida, foi ser se-cretário de Educação. Sou da-queles que entendem que a educação é o que há de mais importante na sociedade e que nenhum país pode querer se transformar se não tiver uma base de conhecimento muito forte, por isso que digo que o Amazonas teve dois grandes momentos do ponto de vista do seu futuro. O primeiro foi quando o Amazonino teve a ideia de criar a Universida-de Estadual do Amazonas, o outro, quando o Omar teve a inspiração de levar a Cida-de Universitária para o outro lado do rio. Essa iniciativa vai permitir criar um modelo universitário único no mun-

do, diferenciado de todos, que vai atrair grandes estudiosos para que conosco possam de-senvolver pesquisas científi-cas que resultem em produtos da biodiversidade amazônica gerando emprego e renda para o nosso povo. Então o que considero ter feito de mais importante na minha vida e que me deu mais alegria, foi o meu trabalho na área da educação. É transformador dar oportunidades a filhos de pais pobres como eu, meu pai era seringueiro, para que eles possam chegar a ser vice-go-vernador pela educação, pelo conhecimento. Foi o que fiz na vida e que me deu mais alegria, que eu coloco no topo do meu currículo.

EM TEMPO - O senhor tem fama de ser um homem se-reno, ponderado e é muito querido por aqueles que o

conhecem.JM - A idade tem algumas

coisas ruins, mas também tem as coisas boas. Você fica mais ponderado, ouve mais, fica mais calmo, analisa as coisas de uma forma mais correta, não fica açodado, não se apressa e comete menos er-ros, injustiças. Sou um homem de natureza serena, sempre fui. Tanto é que quando tinha 23 anos as pessoas achavam que eu tinha sido seminaris-ta por essa minha forma de tratar. Acho que foi minha convivência com a natureza na minha juventude no interior, pois contemplar essa beleza por muito tempo nos faz pes-soas telúricas. Eu me conside-ro uma dessas pessoas.

IZABEL SANTOSEquipe EM TEMPO

Todos nós temos objetivos. Se você

encontrar um políti-co que diga que não quer crescer, ele, no mínimo, está tergi-

versando

José Melo,vice-governador

Estou tendo hoje o prazer inenarrável de poder compartilhar um governo com

o Omar, que é um governador diferente, despido de vaidades

José Melo,vice-governador

O que considero ter feito de mais im-

portante na minha vida e que deu mais

alegria foi o meu trabalho na área da

educação

José Melo,vice-governador

Com uma vasta experiência na vida pública, José Melo deixa a entender que está preparado

JOEL ROSA

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Page 6: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Brizola livra ministério da ‘fábrica’ de sindicatos

Torpedeado pela banda po-dre do PDT, que deseja apeá-lo do cargo, o ministro Brizola Neto decidiu publicar na pró-xima semana uma portaria cujo objetivo é acabar com a chamada “fábrica de sindica-tos” existente no Ministério do Trabalho. O ex-ministro Carlos Lupi, dono cartorial do PDT, que exige sua cabeça, foi demitido pela presidente Dilma em meio a denúncias de corrupção na concessão de registros sindicais.

Negócio rentávelNo submundo do sindicalis-

mo, o registro de um sindi-cato pode valer até R$ 300 mil, dependendo da categoria que pretende fi liar.

Espanta ONGsBrizola Neto decidiu nome-

ar um delegado da Polícia Fe-deral para o cargo de diretor de Qualifi cação, para atuar como um “espanta ONGs”.

MotivosBrizola Neto pode até dei-

xar o cargo, diz fonte do Palá-cio, “mas isso não acontecerá por causa dos seus defeitos, mas de suas qualidades”.

Ouro de MoscouA embaixada do Brasil e

residência do embaixador em Moscou vai ganhar uma “gua-ribada”: a reforma custará US$6 milhões.

Dilma visitou ditadura mais corrupta da África

A presidente Dilma ignorou a expectativa de grupos de direitos humanos que espe-ravam seu apoio a reformas políticas na Guiné Equatorial, uma das ditaduras mais fe-rozes e corruptas do planeta, onde ela participou da 3ª Cú-pula de Chefes de Estado e de

Governo América do Sul-África. O governo do tirano Teodorin Obiang, que é bilionário, tem sido alvo de generosas ofertas de crédito do Brasil.

CarnavalO fi lho do ditador da Guiné

Equatorial, Obiang Mangue, que herdará a Presidência, passeou com autoridades no Carnaval da Bahia.

FugitivoEnquanto esteve em Sal-

vador, Obiang Mangue deu festas e fugiu do mandado de prisão internacional por lava-gem de dinheiro e tráfi co.

ApreensãoEm 2011, a Justiça francesa

apreendeu na mansão do pre-sidente da Guiné Equatorial, em Paris, 11 carros de luxo, como Porsche e Ferrari.

Bem na fotoA objetividade do neuroci-

rurgião Wilson Martins (PSB), governador do Piauí, fez dele um dos interlocutores prefe-ridos de Dilma. Para ciúmes gerais da Esplanada dos Ministérios, madame adora papear com ele.

‘Compañera’Além de Yoani Sánchez,

outra cubana corre o mundo, mas sem incidentes: filha de Oswaldo Payá, morto em suposto acidente de carro, Rosa Payá brilhou na Confe-rência de Direitos Humanos na Suíça.

HeilOs grupelhos esquerdóides

que imitam os métodos dos “camisas negras” de Benito Mussolini, hostilizando Yoani Sánchez, já ofereceram seus “serviços” a Herr Franklin Martins, ex-jornalista e ex-ministro da Propaganda de Lula, para “agilizar” o “con-

trole social da mídia”.

Marcha da insensatezPior que agredir uma blo-

gueira famosa, talvez tenha sido a covardia, omissão e até a burrice das livrarias que lançaram o livro dela, aceitando a imposição da censura de grupelhos.

Briga à foiceLíder do PPS, Rubens Bueno

(PR) afi rmou que a bancada vai trabalhar para aprovar o projeto que inviabiliza o par-tido de Marina Silva: “Tem-po de TV e fundo partidário precisam refl etir a realidade da eleição”.

14º fracassoPara o deputado Júlio Del-

gado (PSB-MG), faltou o tu-cano Aécio Neves (MG) abor-dar mais uma contradição da gestão petista em seu discurso: “Eles dizem estar erradicando a miséria, mas ampliam o Bolsa Família”.

Recordar é viverO deputado Onyx Loren-

zoni (DEM-RS) terá ajuda de Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, para escrever o livro “Máfi a da Estrela II”, sobre como a comissão, de início governis-ta, deu certo.

Maluco feiúraO “soçiólogo” petista Emir

Sader deu no Twitter nova versão para a visita de Yo-ani Sánchez: ela seria “uma agente do governo cubano, mandada para reativar o movimento de solidariedade com Cuba.”

O que faz deputado?O deputado Tiririca (PR-SP)

fi cou surpreso com a reper-cussão dos cabelos pintados de amarelo:“De projetos de lei, ninguém quer saber...”

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Se o PT indica o Temer, o Alckmin papa no primeiro turno”

PRESIDENTE DO PT, Rui Falcão, sobre disputa ao governo de São Paulo em 2014

PODER SEM PUDOR

Paladar apuradoMuita gente fi cou escandalizada com

o Romanée-Conti de R$ 6 mil que o marqueteiro Duda Mendon-ça ofereceu a Lula após ser eleito presidente, certamente achando que o petista tem mais é que continuar bebendo a pinga com cambucy dos seus tempos metalúrgicos. Mas há muito Lula conhece bons vi-nhos. Quando foi libertado dos calabouços do Dops, nos anos 80, o jornalista Mino Carta (genial criador de Veja, IstoÉ e CartaCapital, entre outros) convidou Lula e Marisa para jantar. E abriu um magnífi co Brunello de Montalcino, que guardara durante vinte anos para uma “ocasião especial”.

JOEL ROSA

Em 2012, a Câmara foi alvo de dez ações de inconstitucionalidade no Tribunal de Justiça

No ano passado, mais de 12 leis elaboradas pelas casas legislativas viraram alvo de ações de inconstitucionalidade

CMM é campeã em leis questionadas na Justiça

Um total de 12 leis elaboradas pela As-sembléia Legisla-tiva do Estado do

Amazonas (Aleam) e Câmara Municipal de Manaus (CMM), somente no ano passado, es-tão sendo questionadas na Justiça, alvo de Ações Dire-tas de Inconstitucionalidades (Adins) no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), confor-me levantamento feito pelo EM TEMPO.

O fato poderia gerar certo desconforto entre os poderes, haja vista que as leis sanciona-das ou promulgadas e alvo de Adins tramitaram pela Comis-são de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e ainda pelas procuradorias das respectivas casas legislativas e, apesar de todo o trabalho, foram questionadas. Onde estaria o erro para que tanto tempo seja perdido, visto que quando julgadas inconstitucionais, as leis passam a ser inválidas?

Entre leis que ferem a Cons-tituição Federal ou que não compete ao Legislativo, a Câ-mara Municipal apresenta o maior número de matérias in-constitucionais neste período: 10. A mais recente e que tem dado muito que falar é o inciso III do artigo 54 da Lei Orgâni-ca do Município (Loman), que autoriza vereador assumir su-plência em mandato federal, considerada inconstitucional em 2009 pelo desembarga-dor Rafael Romano, após ação ingressada pelo PSB.

A ilegalidade deste item im-possibilitou o vereador Plínio Valério (PSDB) assumir como

suplente a vaga aberta na Câmara dos Deputados, dei-xada pelo deputado federal Pauderney Avelino (DEM), que se licenciou do mandato para assumir a Secretaria Munici-pal de Educação (Semed), em janeiro deste ano.

Para “salvar” um possível mandato federal, a base alia-da do prefeito Arthur Neto (PSDB), na Câmara, apresen-tou na semana passada uma emenda à Lomam, de forma a alterar a redação do artigo 54, de forma a permitir que Plínio

assuma a vaga em Brasília. Mesmo julgada inconstitu-cional pelo TJAM, a emenda recebeu parecer favorável da CCJ da casa e, inclusive, foi aprovada em primeira discus-são, devendo retornar à pauta nesta semana.

Em questões que não com-petem ao Legislativo, a lei municipal nº 296/2012, que instituía o sistema sustentá-vel de uso racional de água com a captação de águas plu-viais em escolas municipais de ensino, foi julgada pelo TJAM inconstitucional. A justifi cati-va da relatora do processo, desembargadora Carla Reis, foi que privativamente o teor

da lei municipal cabe ao pre-feito da cidade.

Mea culpaO presidente da Câmara, ve-

reador Bosco Saraiva (PSDB), informou que já estão sendo tomadas providências para que se elimine a incidência. O parlamentar instituiu uma comissão interna para fazer um levantamento de todas as leis consideradas inconstitu-cionais. O grupo é composto por três procuradores, tendo como presidente o procura-dor-chefe do Centro de Es-tudos e Divulgação da casa, José Fernandes Júnior.

Bosco explicou que o proble-ma será tratado no seio das comissões, por entender que é preciso ser discutida com profundidade para se forta-lecer. “A proposta é livre e ela tem que ser recepcionada. Muitas leis que são apresenta-das já existem, são problemas principalmente de vereadores em início da legislatura. Mas as comissões precisam reunir para se fortalecerem”, disse o presidente, acrescentando que um calendário de reuniões será distribuído na próxima semana. O procurador José Fernandes Júnior explicou que as leis da casa têm sido di-recionadas automaticamente para a CCJ, saem de lá e votam ao plenário para aprovação. Fernandes explica que, quando se argumenta a constituciona-lidade de uma lei, a procura-doria age apresentando de-fesa . “Há uma seriedade da comissão, que tem poderes de permitir parecer sobre as leis. Quando precisam, eles pedem informações, tiram dúvidas”, salientou.

AÇÕESEntre as lei que ferem a Constituição Federal, ou que não competem ao Legislativo, a Câma-ra Municipal de Ma-naus apresenta o maior número de incidências. No ano passado totali-zaram dez ações

A Assembleia Legislativa do Estado foi a que menos sofreu Adins para as leis elaboradas pelos deputados. Em 2012 apenas duas ma-térias foram questionados pelo Ministério Público do Estado (MPE).

A primeira se trata do qua-dro de pessoal e o Plano de Cargos, Carreiras e Remune-rações do Tribunal de Con-tas do Estado do Amazonas (TCE-AM). A segunda, sobre a destinação de 10% do horá-

rio de programação de Rádio AM-FM para divulgação de trabalhos musicais de artis-tas amazonenses. As duas leis ainda tramitam no Tribu-nal de Justiça e não tiveram seus processos julgados.

O procurador-geral da As-sembleia, Vander Goés, ex-plicou que quando uma lei estadual é questionada por Adins, a procuradoria elabo-ra e presta as informações da Aleam ao Judiciário ou ao MPE, oportunidade em

que contesta e rejeita os argumentos oferecidos pelo autor da ação. “Em todos os parlamentos existem leis aprovadas que são questio-nadas e tanto é assim, que as supremas cortes têm dentre suas atribuições o controle de legalidade. Se algum dia eu fosse presidente de Le-gislativo criaria uma equipe de técnicos vinculada à pre-sidência para exame prelimi-nar de constitucionalidade, legalidade”, disse.

Aleam sofreu apenas duas Adins

Assembleia, em 2012, sofreu apenas duas ações. Projetos apresentados já estavam em tramitação

DANILO MELLO/ALEAM

NATHANE DOVALEEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 A7Política

A sensibilida-de de trazer pessoas para somar com o Implurb e saber a importância da experiên-cia dos mais antigos na casa que co-laboram com esse momen-to novo que queremos criar”

O novo diretor-presi-dente do Instituto Municipal de Or-dem Social e Pla-

nejamento Urbano (Implurb), arquiteto Roberto Moita, pre-tende usar sua experiência na profissão para buscar um me-lhor ordenamento de Manaus, cidade hoje repleta de proble-mas que se acumularam ao longo dos anos e de gestões, sem solução definitiva.

Nesta entrevista, Roberto Moita fala sobre os proble-mas que encontrou na cidade ao assumir o Instituto, como a situação da interdição da Ponta Negra, colaboração da população e responsabilida-des de cidadão.

EM TEMPO - Em quase dois meses da nova administra-ção, a cidade que o senhor encontrou correspondeu ao que imaginava na área de ordem urbana?

Roberto Moita - No final de novembro nós fomos chamados a fazer a transição do plane-jamento e do controle urbano, isso nos deu a oportunidade de mais de um mês antes do início do atual governo ficar a par das questões administrativas e gestão, como também dos problemas da cidade. Claro que utilizamos toda nossa experi-ência de arquiteto atuante na cidade, uma visão voltada para os empreendimentos privados, mas sempre realizando leituras não só de cidadão, mas também de arquiteto engajado nas ques-tões públicas. No passado, tive-mos vários envolvimentos em entidades de classe e também de discussões do Plano Diretor onde participamos ativamen-te, fora as experiências mais recentes, como organizar um grupo no Facebook, que tinha como pauta a cidade de Ma-naus, seus problemas e suas soluções. Tudo isso nos deu uma possibilidade de pensar a cidade sobre a ótica dos seus problemas e das possibilida-des de solução.

EM TEMPO - Um dos pro-blemas “herdados” da ges-tão passada diz respeito ao complexo da Ponta Negra. A imprudência dos banhistas chegou a ser colocada como elemento de culpa nos casos dos afogamentos ocorridos na praia. Onde termina a responsabilidade da admi-nistração municipal?

RM - O principal problema da Ponta Negra, assim como dos lugares públicos em geral no Brasil, é a falta de regras. Temos a sensação de que nos lugares públicos as pessoas são livres para fazer tudo. É muito comum em países do primeiro mundo,

por exemplo, ser proibido até o consumo de álcool. Na minha opinião, na Ponta Negra houve uma mistura explosiva de álcool e funcionamento sem horário. Não é possível não haver salva-vidas e ter venda sem controle de bebida alcoólica dentro de uma praia, que é utilizada por centenas – até milhares - de pessoas. Essa mistura não pode resultar positiva. Então, esta-mos hoje muito mais preocupa-dos em definir quais as regras seriam adequadas para serem impactadas para os usuários, com o próprio Ministério Públi-co do Estado que se envolveu na ação propondo um Termo de Ajustamento de Conduta para o município, Corpo de Bom-beiros e as partes envolvidas na operação.

EM TEMPO - A tragédia de Santa Maria (RS) acabou criando um efeito dominó em todo o país. Em Manaus, um festival de irregularidades veio à tona, começando pe-los alvarás irregulares. Como agir hoje para tentar rever-ter esse quadro nos próximos 4 anos?

RM - Acho que Santa Maria traz lições muito importantes para o Brasil. A primeira de-las é que as nossas normas do Corpo de Bombeiros para esses lugares públicos são in-suficientes, porque a boate Kiss tinha um projeto aprovado pela corporação. O que não hou-ve foi a renovação da licença de operação, ou seja, aquele material propagador de fogo estava aprovado, a dimensão da saída de emergência es-tava aprovada, então de um lado tem essa discussão das normas de bombeiros e da sua real fiscalização, de outro lado tem um componente importan-te que precisamos colocar em pauta, acho que no Brasil e em Manaus em particular, que é a responsabilidade civil de quem tem negócios. É impossível o poder público ser onipresente e impedir, por exemplo, super-lotação de uma casa. Toda tra-gédia não tem um único fator, e sim uma sequência de fatores. Então, na sequência dos fatos, temos uma banda que resolve soltar fogos de área externa em um ambiente interno. Esse é o ponto um, isso não é le-gislação e operação, mas sim a responsabilidade de quem fez ou até mesmo promoveu o evento. O segundo, um extintor de incêndio que não funcionou; o terceiro fato, o fogo se pro-pagou em grande velocidade e produziu fumaça tóxica. Os dois primeiros estão na raiz do licenciamento do Corpo de Bombeiros, na renovação da licença, e ainda temos o fato da superlotação que certamente promoveu um enorme tumulto, pois as saídas de emergência

foram insuficientes. Entre mil e 1,5 mil pessoas tentaram passar pela mesma porta, que estava dimensionada patetica-mente para mil. Isso provoca uma série de situações que aumentam a mortandade.

EM TEMPO - Qual a avalia-ção que o senhor faz desses primeiro 50 dias de sua ad-ministração no Instituto?

RM - Estamos tentando im-plantar uma política traçada pelo prefeito e a ordem é a desburocratização do licencia-mento das obras. Por isso que o Implurb é o órgão que examina e controla, fiscaliza e licencia as obras públicas e privadas. As palavras de ordem são transpa-rência, legalidade e desburocra-tização e estamos desenvolven-do várias ações neste sentido. A outra missão do Instituto é do planejamento urbano, ou seja, de promover projetos de pequeno, médio e grande porte, intervenções na cidade visando a melhoria do ambiente urbano, do serviço urbano, visando a mobilidade, lazer, organização urbana na área central, implan-tar espaços públicos. Definimos três grandes eixos: projeto de planejamento para diversas áreas da cidade, para a des-burocratização e transparência em diversas obras da cidade e um projeto voltado para o Centro, pois temos um nível maior de prioridades. Já de-senvolvemos o trabalho voltado para as galerias, que são os camelódromos. Na questão do planejamento da cidade como um todo, desenvolvendo os projetos de requalificação do primeiro ciclo que chamamos da reforma urbana e se esten-de até a Copa do Mundo. Em termos de a desburocratiza-ção, precisamos definir mais racionalidade nas análises visando encurtar o tempo de tramitação dos processos e conseguir aumentar o nível de legalidade na cidade.

EM TEMPO - Faltando pouco mais de um ano para a Copa, o senhor acredita que no quesito planejamen-to urbano, mesmo nesse caos em que a cidade está, é possível que sejam criadas soluções definitivas para esses problemas?

RM - Seria exigir demais de uma única administração con-seguir soluções definitivas para todos os problemas. Sempre digo que os problemas de Ma-naus não foram criados pelas administrações anteriores, pois temos 50 anos de passivos que vão se acumulando um ano atrás do outro. A própria formação da cidade e, durante um bom tem-po, foi baseada nas invasões. Isso demonstra a nossa matriz urbana, pois é a desordem e, não temos a menor dúvida. A cidade

de Manaus tem a maior parte do seu território desordenado, o enfrentamento deste problema acaba investindo em políticas de curto prazo, principalmente ações de médio e longo prazo, e necessitamos encontrar formas para resolver esses problemas, como estrutura de ruas e suas distâncias, transformando o sis-tema viário caótico, a mobilida-de urbana não se resolve rápido, mas são prováveis 25 anos.

EM TEMPO - Enquanto pro-fissional de arquitetura que está assumindo uma pasta importante nesta gestão, que avaliação o senhor faz dos trabalhos realizados nes-sa área?

RM - O Centro tem que ser a prioridade, pois é o local onde a cidade nasceu e de onde partiu toda a formação da cidade e a identidade de Manaus está toda no Centro. Outra situação é a mobilidade, que é notória e retira um tempo importante para a população, pois no trân-sito não se pode realizar outro afazer além de esperar, e isso faz a perda de tempo para o lazer, família e trabalho, e assim há uma diminuição no siste-ma econômico da sociedade. O exercício da cidadania também é outro ponto: precisamos des-cobrir uma forma de dialogar com a sociedade manauense, para ver o que cada um pode fazer para melhorar a situação da sociedade humana. Existe pouca doação para Manaus, desde os gestos mais sinceros como evitar jogar a embalagem do papel no chão, o respeito de deixar até um carro passar à frente, pois são os pequenos gestos que fazem a diferença e precisamos respeitar as le-gislações, evitar depredar os espaços públicos, não invadir calçadas. Isso que devemos despertar nas pessoas.

EM TEMPO - Qual o dife-rencial que se pode esperar do Implurb nesta gestão?

RM - O diferencial é de ter-mos um arquiteto que é gestor, unir um olhar sobre a cidade ao mesmo tempo crítico e radical, e que vai fundo nos problemas; e poético - pois enxerga nos problemas oportunidades, a sensibilidade para olhar nessa desordem uma certa lógica que precisa ser antes compreendi-da e depois melhorada, e de outro lado, o foco do gestor que sabe e tenta organizar pessoas e equipe para que se crie ação por objetivos. A sensi-bilidade de trazer pessoas para somar com o Implurb, e saber a importância da experiência dos mais antigos na casa que colaboram com esse momento novo que queremos criar. Essa junção do gestor e do arquiteto pode fazer o diferencial.

Roberto MOITA

A ORDEM é DESBUROCRATIZAR’

Claro que utilizamos toda nossa experiência de arquiteto engajado nas questões públicas. No passado, tivemos vários envolvimentos em entidades de classe e também discussões do Plano Diretor, onde par-ticipamos ativamente, fora outras experiências”

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

PAULO LIEBERT/AE

A ordem é a desburocrati-zação do li-cenciamento das obras. As palavras de ordem são transparên-cia, legalida-de e desbu-rocratização e estamos desenvol-vendo várias ações neste sentido”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Que poderes Adail tem?Apesar dos inúmeros processos na Justiça Eleitoral e na comum, inclusive enquadrado na Lei da Ficha Limpa e preso em uma operação da PF, o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, ignora as irregularidades e se mantém ‘blindado’ no cargo

Desafiando a Justiça, o prefeito do município de Coari (a 780 qui-lômetros de Manaus)

Manoel Adail do Amaral Pi-nheiro (PRP), usa as inúmeras brechas da lei para se manter no cargo. Ficha-suja e alvo de um inquérito policial por pedofilia, Adail já foi preso pela Polícia Federal na ope-ração “Vorax”, em 2009, por envolvimento com um esque-ma de corrupção, fraudes em licitações e falsificação de do-cumentos, além de abuso do poder econômico e desvio de dinheiro público. Mesmo com este currículo, Adail se elegeu em 2012 prefeito do município para o terceiro mandato com 43,01% dos votos válidos, o equivalente a 15.271 votos.

A presidente do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, declarou, em outubro passado, que nenhum candidato ficha-suja tomaria posse, mas Adail Pinheiro está no cargo. Em 45 dias após assumir a prefeitura, decretou situação de emergência no município e celebrou vários contratos sem licitação com empresas, cujo montante já alcança valores de quase R$ 15 milhões. A justificativa foi para a aquisição de material de consumo; fornecimento de sistemas de folha de paga-mento; combustível, serviço de transporte emergencial de

pacientes, recursos humanos; serviços de hospedagem, for-necimento de refeições e for-necimento de faixas.

Adail teve suas contas do exercício de 2006, quando es-tava à frente da prefeitura, re-provadas pelo pleno Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele foi condenado a devolver aos cofres públicos R$ 9 mi-lhões. O prefeito teve ainda outras duas condenações no Tribunal de Contas da União (TCU) por superfaturamento de obras, uso de notas fiscais falsas e fraude em licitações. Ele foi condenado a pagar R$ 2,5 milhões por não executar parte de um convênio firmado para a implantação de aterro sanitário e de uma usina de reciclagem de lixo na cidade.

Mesmo assim, Adail teve o registro de candidatura deferido pelo Tribunal Re-gional Eleitoral (TRE) sob o entendimento de que não há comprovação de envolvimen-to intencional direto dele nas irregularidades. O Ministério Público Eleitoral (MPE) apre-sentou recurso especial junto ao TSE para impugnar o re-gistro de candidatura. Este recurso especial tramita no TSE desde 2012, mas o mi-nistro Dias Toffoli, relator da matéria, tirou-o da pauta de votação sem qualquer expli-cação e até agora não foi recolocado em pauta.

Ontem, foi instalado o Conselho de Cidadãos de Coari (Concico), uma ini-ciativa de inúmeras enti-dades da sociedade civil organizada do município, contando, inclusive, com apoio da Igreja Católica e da maioria das igrejas evangélicas. O grupo busca combater essas irregulari-dades no município e até mesmo alertar a sociedade coariense da realidade que envolve o prefeito. “Aqui em Coari vivemos na era do coronelismo, onde o que o prefeito diz é lei”, denunciou um morador que preferiu não se identificar.

O presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção no Congresso Nacional, deputado fede-ral Francisco Praciano (PT-AM), protocolou na semana passada uma representa-ção no Ministério Público Estadual (MPE) e no Tribu-nal de Contas do Estado (TCE), contra atos do pre-feito. “Coari não pode mais ser notícia nacional por conta dos escândalos de corrupção. O conselho será um importante instrumen-

to de controle social que possibilitará a participa-ção dos cidadãos de Coari na fiscalização, das ações da administração pública, principalmente no que diz respeito a uma correta e transparente aplicação das verbas públicas”, dis-se Praciano.

No fim do ano passado, o morador de Coari Joel de Souza Rocha, 42, acampou em frente ao TSE para ten-tar ser ouvido sobre o caso do município. Com uma fai-xa com a frase: “Por favor, TSE. Faça valer a lei da Ficha Limpa na minha cida-de, Coari/Amazonas”, Joel passou 40 dias acampado em frente à corte eleito-ral, mas não foi atendido. “Não entendemos porque esse homem ainda está im-pune. Mas, eu não tenho medo. Vamos implantar o Movimento de Combate ao Crime Eleitoral e recolher assinaturas para entregar no TSE. Eu acredito que a Justiça será feita”, de-clarou. Procurado pela re-portagem, o prefeito Adail Pinheiro não foi localizado para comentar os fatos.

Conselho deverá apurar fatos

Adail assumiu em janeiro seu terceiro mandato executivo

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Tijolos sem qualidadevendidos no AM

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Conhecido por ser a “terra da laranja”, Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Ma-

naus) apostará suas “fi chas” no cultivo da melancia. Fa-vorecidos pelo solo fértil e a facilidade de escoamento para a capital, os agricultores do município querem ampliar a produção para 3 mil tonela-das este ano. incremento de 1.500% em relação ao plan-tio atual de 200 toneladas. “A iniciativa visa abastecer a capital amazonense, eli-minando a dependência de Manaus em relação a Rorai-ma”, conta o presidente da Agência de Desenvolvimen-to Sustentável do Amazonas (ADS), Valdelino Cavalcante.

Com a produção de melancia mais próxima da cidade, o preço da fruta irá baratear até 50%, segundo o Presidente do Feirão da Secretaria de Estado da Produção (Sepror), Antonivaldo de Souza. “As melancias que abastecem as feiras de Manaus vem de Roraima a um preço de R$18 a unidade. Com as produções do entorno da cidade, esse preço poderá ser reduzido para a metade”, declara.

O cultivo de melancia em Rio Preto da Eva é realizado em terrenos do assentamen-to Iporá, local que faz parte de um dos maiores proje-tos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No mesmo local, antes, os agricultores cultivavam a mandioca.

Além do apoio do Incra e da ADS, os agricultores recebem também o suporte técnico do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (Idam). Conforme Valdelino Cavalcante, o im-portante é aproveitar a terra em todas as épocas do ano, pois o tempo entre o plantio e a colheita da melancia é de 90 dias. “Os produtos são de excelente qualidade. Não tem como comparar a qualidade de uma melancia que viaja uma hora de Rio Preto a Manaus e outra que passa mais de oito horas na estrada”, afi rma o presidente da ADS.

Para a presidente da Coope-rativa Produtores Rurais Novo Horizonte, Maria das Graças Silva, a capacidade de pro-dução por hectare favorece o cultivo de melancia em Rio Preto da Eva. Segundo ela, em apenas 2,5 hectares de terra cultivada, é possível colher 50 toneladas de melancia, o equivalente em dinheiro a R$ 250mil. “Conseguimos com-prar mil sementes por R$ 250 e não se perde nenhuma”, revela a presidente da cooperativa.

O prefeito de Rio Preto da Eva, Ricardo Chagas, garante que a administração munici-pal vai se empenhar em ala-vancar o plantio de melancia no município. “Esse projeto é um grande exemplo de econo-mia e lucro. Por este motivo, deve ser seguido e ampliado”, enfatiza o político.

Produção de melancias sobe 1.500% em município Cultivo de Rio Preto da Eva abastecerá Manaus com a fruta, que será vendida a um preço 50% mais em conta na capital

BRUNO MARZZOEspecial EM TEMPO

Um dos fatores que benefi cia a produção de melancia em Rio Preto da Eva é a proximidade com Manaus. A facilidade de escoamento para a capi-tal amazonense anima os produtores a diversifi car o plantio. “Deixei de fabricar farinha para priorizar o plantio das frutas e, desta forma, garantir renda o ano todo na minha casa”, comenta o agricultor Os-vany Torres dos Santos, que é proprietário do lo-cal onde são armazenadas e tratadas as melancias antes de serem transpor-tadas para Manaus.

De acordo com o ve-reador e presidente da Associação dos Assenta-dos do Iporá, Francisco de Assis de Oliveira Moraes, conhecido como Barbado, a logística de distribuição dos produtos funciona de forma adequada. Segundo ele, os ramais de acesso as plantações estão em boas condições. “A meta de to-dos os trabalhadores rurais é plantar e comercializar os produtos, pois quem traba-lha consegue obter lucro garantido”, enfatiza.

Por sua vez , o presidente da Federação de Agricul-tura e Pecuária do Ama-zonas (Faea), Munir Lou-renço Junior destaca que a iniciativa dos produtores do Iporá agrega valor a economia local. “Como o grande centro consumidor fi ca a poucos quilômetros dos produtores, a logística

de entrega e venda fi ca mais fácil”, frisa.

O escoamento da pro-dução é feito por cinco caminhões, sendo quanto da Secretaria Municipal de Produção do Rio Preto da Eva, que transporta duas mil melancias, e um cedido pelo Incra, com capacidade para 950 unidades.

Logística favorece escoamento

NEGÓCIOSPlantio de melancias cria oportunidades para os agriculto-res de Rio Preto da Eva diversifi carem a produção local e, consequentemente, ampliarem a renda mensal da família

Propícia para o clima quente amazônico devido ao seu poder hidratante, melancia plantada na cidade vizinha do interior substituirá a produção vinda de Roraima

Plantio de melancias deverá chegar a 3 mil toneladas até o fi nal deste ano, afi rmam produtores

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Com quase dois anos de antecedên-cia em relação ao pleito, e a despeito de o país estar vivendo momentos de indefi nições e inseguranças es-truturais e iminência de instabilidade econômica, a classe política do Brasil está predominantemente concentrada na preparação e expectativa do jogo eleitoral. A intensidade e prioridade dessa obsessão têm trazido danos substantivos para o conjunto da socie-dade, posto que os interesses privados e do imediatismo eleitoreiro, costu-mam negligenciar o bem comum. O debate entre os atores e pensadores da questão nacional, suas alternativas de crescimento, do combate à desigual-dade social e da distribuição injusta dos frutos do progresso, é substituído por medidas messiânicas de abolição da miséria, focadas na compulsão pelo voto, o substrato institucional do poder. Como se a miséria fosse apenas pecuniária.

Neste sábado, Gilberto Mestrinho, que partiu em 2009, completaria 85 anos, de uma trajetória que foi marca-da por um conceito e uma prática po-litica diferenciada. Igualmente focado nos parâmetros do respaldo eleitoral, com virtudes e vícios como todos os mortais, sua conduta, contudo, era a de quem pautava a promoção do interesse coletivo, materializada em medidas, projetos e ações de longo prazo tendo em vista a transformação das condições de vida e de prosperida-de do tecido social. Daí sua presença, envolvimento e contribuição, a partir dos anos 50, nos momentos decisivos que tiraram o Amazonas da estagna-ção provocada pela segunda falência da economia da borracha, após a II Guerra Mundial.

Governador do Amazonas, pela pri-meira vez em 1958 – ele já tinha sido prefeito de Manaus em 1956, depois deputado federal, mais dois mandatos de governador e, fi nalmente, senador da República, de 1999 a 2006, o Boto, como se permitia tratar nos últimos anos, era um homem atento ao seu tempo, sem desgrudar o olhar no fu-turo de sua gente. Com Almino Afonso, que depois chegou a ser governador de São Paulo, Arthur Virgílio Filho, e tantos outros companheiros, Gilberto lutou pela Fundação Universidade do Amazonas, pela homologação da Zona Franca de Manaus, 10 anos antes do Decreto-Lei 288/67, através do

projeto do deputado Pereirinha, apro-vada pelo Congresso, com a lei de nº. 3.173/57. Eram anos difíceis, em seus três mandatos executivos, conjuntura nacional adversa, receitas escassas e tudo por ser feito. Na educação, na saúde e na segurança, a intuição de uma sociedade próspera fi cou retida na lembrança de quem acompanhou ações, intenções e conquistas do Boto Navegador. No Senado, soube costurar com Arthur Neto e Jeff erson Peres e uma bancada na Câmara Federal mobilizada e atenta, os interesses do Estado, a prorrogação da Zona Franca, as verbas do Prosamim, do linhão de Tucuruí, da unidade da Embrapa no Alto Solimões, depois esquecida pelo descaso habitual, nas verbas para bi-blioteca e recuperação física da Ufam, o volume mais robusto para educação e saúde, que o Amazonas jamais viu no Orçamento da União, nas três oportunidades em que presidiu esta importante Comissão no Congresso Nacional... e por aí foi.

Sem se importar com desgastes junto à imprensa ambientalista, de-fendeu manejo sustentável de jacaré, das árvores com fi ns comerciais e ousou denunciar a armação do mundo desenvolvido – os grandes poluidores do planeta - em responsabilizar su-postas queimadas da Amazônia pelo aquecimento global nos preparativos da Conferência da ONU, a Rio-92. “O fator humano é o único ser sagrado da escala evolutiva e, se a miséria polui, porque a fome depreda, a melhor maneira de conservar o ambiente é atribuir-lhe uma função econômica”. Essas premissas lhe custaram uma imagem adversa, associada à conivên-cia com a depredação, uma injustiça que a Ciência tratou de remediar e esclarecer em poucas décadas. Antes de partir, e fora do páreo político por opção, planejava mobilizar cientistas, gestores e lideranças comunitárias do beiradão, para traçar um programa mínimo de governo e compromissos para oferecer a quem pretendesse governar seu Amazonas. Lições de um diapasão coerente na arte e desafi o de fazer política, no sentido original e literal de sua raiz na Antiga Grécia, de ordenar a polis, o tecido social. Eis a intuição política do Boto, uma paixão que moveu toda sua vida e sobre a qual ainda é oportuno meditar. Parabéns, Gilberto!

Alfredo MR Lopes [email protected]

A intuição do Boto

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

Neste sába-do, Gilberto Mestrinho, que partiu em 2009, completaria 85 anos, de uma traje-tória que foi marcada por um conceito e uma prá-tica política diferenciada.

A África está na rota de destino dos produtos fabricados no Ama-zonas. Representan-

tes da indústria local apos-tam no continente como um mercado promissor que deve se consolidar nos próximos três anos. “O potencial de importação dos países afri-canos é grande. Apesar de não termos números repre-sentativos, acreditamos na possibilidade de incrementar as vendas para esses desti-nos até 2016, dependendo da respostas dos investidores in-ternacionais. Temos todas as condições e ferramentas para negociar”, afi rma o gerente executivo do Centro Interna-cional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Marcelo Lima.

Atualmente, as vendas para o continente africano são tími-das. Elas representam menos de 1% de tudo que Amazonas exportou no ano passado.

Marcelo Lima conta que o governo federal, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) do Mi-

nistério do Desenvolvimen-to da Indústria e Comércio Exterior (Mdic), trabalha há dois anos no sentido de for-talecer a relação Brasil-África com estudos de mercado e prospecções de negócios. “Em relação ao Amazonas, plane-jamos missões prospectivas até o fi nal de 2013. Quere-

mos levar empresários locais de segmentos variados para uma feira multissetorial em Angola. Estamos abrindo as perspectivas”, revela.

A China é vista como o principal empecilho para a consolidação dos produtos amazonenses. Porém, de acor-do com o gerente, essa visão deve ser modifi cada por parte dos empresários. “Os empre-sários acreditam que por ser

mais próxima, a China tenha vantagens na exportação para o continente africano, o que não é correto afi rmar. A China pode ter vantagens na venda de produtos eletroeletrônicos, tecnologia dominada por ela, mas em produtos como açaí, castanha, bebidas, e medi-camentos fi toterápicos, nós temos espaço”, observa.

Atualmente as exportações do Amazonas para a Áfri-ca somam apenas US$ 6,9 milhões, 0,63% do total de US$ 1,1 bilhão enviado para o exterior pelo Amazonas em 2012, segundo dados do Mdic. As motocicletas são os principais produtos vendidos, sendo as motos de 250 ci-lindradas responsáveis pela maior fatia desse total (US$ 5,49 milhões). “Todos temos a impressão de que a África é um continente pobre sem perspectiva, o que não é ver-dade. Nos últimos anos, vários países africanos expandiram sua renda per capita. Esse fator somado à uma baixa produção industrial e à grande demanda da população por produtos formam cenário fa-vorável para nós”, destaca o superintendente do Centro da Indústria do Estado do amazo-nas (Cieam), Ronaldo Mota.

SUFRAMAPara o superintenden-te Thomaz Nogueira, a África é um destino interessante para o Amazonas a longo pra-zo. Hoje, os trabalhos da autarquia estão mais voltados para os países do Mercosul

Amazonas quer aumentar exportações para a ÁfricaEstado tem planos de estreitar relações com países africanos para vender produtos “made in” Zona Franca de Manaus (ZFM)

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Tijolos de baixa qualidade são vendidos em Manaus

Olarias amazonen-ses reduziram a qualidade do ma-terial cerâmico

usado em Manaus. A medida coloca em risco a constru-ção de imóveis na capital do Estado, conforme denúncia de empresários do setor. “Os tijolos de cerâmica ver-melha vendidos em Manaus e, possivelmente, em outros municípios, estão fora das normas técnicas de quali-dade”, afirma o empresário Flávio Diniz.

Segundo ele, os tijolos não passaram nos testes de laboratórios nos quesi-tos resistência, tamanho e umidade. Diniz explica ain-da que, mesmo fechando contrato de compra anteci-padamente, os empresários correm o risco de receber um produto de qualidade inferior e sem garantias, resultando em prejuízo na hora da venda direta ao consumidor final.

Conforme apurou a re-portagem do EM TEMPO, o prejuízo começa já na hora de desembarcar o produto na loja. Usando de má-fé, ex-plica o empresário, algumas indústrias encapam deter-minadas quantidades para evitar as quebras antes de serem vendidas. “Acontece que mesmo dentro das em-balagens, várias unidades já chegam partidas. Não sei precisar se houve erro em uma ou duas fornadas, mas o que temos atualmente são tijolos que quebram facil-mente, não oferecem bom padrão de acabamento da obra, provocam rachaduras nas paredes e não vedam infiltrações”, conta Diniz .

Por sua vez, o empresário L.S.S, que pediu para não di-vulgar o nome, informa que notou esse problema não apenas em um fornecedor, logo após ter comprado dez milheiros do tijolo fabrica-do em Iranduba e perceber no seu estoque a série de cascalhos provenientes da pouca resistência. “Notei que comprei ‘gato por lebre’ tarde demais. Quando fui reclamar, os revendedores alegaram que não soube-mos estocar o produto, o que não é verdade, já que vários lotes apresentaram racha-duras. Mas não iremos arcar com o prejuízo. Vou tentar revender esses tijolos assim mesmo”, ressalta.

O empresário Luiz Benze-cry promete entrar com de-núncia formal no Programa de Proteção e Orientação ao Consumidor do Amazonas (Procon-AM) e pedir provi-dências de fi scalização os-tensiva junto ao Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Amazonas (Ipem-AM) em relação aos tijolos vendidos na região. Segundo ele, os produtos deixam a desejar em termos de qualidade. “Eles estão à venda em todo o Estado. Não bastasse a baixa qualidade, nos últimos meses, os fornecedores rea-justaram os preços em mais de 50%, deixando de lado itens como durabilidade. Atualmente, o milheiro de tijolos de cerâmica verme-lha que custava até R$ 400, agora pode chegar até R$ 500”, lamenta.

Conforme o arquiteto Alexandre Lemes, com o incremento da indústria da construção civil, novos fornecedores de tijolos de

cerâmica surgiram no mer-cado amazonense. Segundo ele, a maioria dessas novas indústrias desenvolve pro-dutos de baixa qualidade devido à utilização inade-quada de processos quase

artesanais de secagem e queima da cerâmica. “Ti-jolos mal cozidos podem representar um risco direto para quem decide utilizá-los, uma vez que as microfi s-suras podem se expandir e ocasionar rachaduras, con-denando a obra”, explica.

“Sem perigo”Por sua vez, o presidente

do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Amazonas (Sinduscon), Eduardo Lopes, ressalta que devido a utilização somente nas paredes divisórias sobre estrutura de concreto arma-do, os tijolos cerâmicos não representam perigo para as grandes obras. “O prejuí-zo para o consumidor fi nal começa na hora da entrega do produto. Se comprar um milheiro, por exemplo, com o decorrer da obra, essa quan-tidade será reduzida para 700 unidades”, acrescenta.

O EM TEMPO procurou a presidente da Associação de Ceramistas do Estado do Amazonas (Aceram), Irlene Batalha, mas ela não quis falar sobre o assunto.

Iranduba e Manacapuru, localizados, respectivamen-te, a 27 e 68 quilômetros de Manaus, são os únicos municípios que produzem tijolos no Estado.

Empresário apresentará denúncia

IPEMInstituto de Pesos e Medidas do Amazo-nas, em nota, informa que sempre fi scaliza os tijolos produzidos no Estado, verifi can-do, itens como com-primento, largura e altura dos produtos

Tijolos comprados em olarias de Iranduba e Manacapuru por comerciantes de Manaus apresentam fissuras e quebram antes de serem comercializadas

Sem qualidade, tijolos provocam rachaduras nas paredes

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HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO ON-LINE

são vendidos em ManausConforme comerciantes, cerâmicas vêm com defeitos de fábrica e ameaçam construção de imóveis na capital

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Corretores apostam nas vendas on-line de imóveisNegócios realizados pela internet representam, hoje, aproximadamente, 20% das transações em imobiliárias de Manaus

Cientes da comodidade oferecida pela internet, corretores de imóveis, em Manaus, têm ade-

rido à rede virtual para con-quistar clientes e fechar novos negócios. As transações on-line chegam a representar até 18% das vendas de imobiliárias na capital. “As construtoras atual-mente têm investido no aten-dimento por meio da internet”, afirma o diretor da C&Castro Imóveis, Jorge Ayoub.

O investimento em marke-ting pessoal na internet tem surtido efeito em relação ao aumento das vendas para al-guns profissionais. O corretor de imóveis, Renan Valcácio, tem apostado nas redes so-ciais como principal forma de marketing desde meados do ano passado, o que lhe garante uma renda mensal de quase R$ 4 mil. “Procuro me preocupar com meu comportamento diante dos clientes, incluindo, o modo de me vestir e até com pequenos detalhes, como uma simples saudação”, acrescenta.

Ele destaca que passou a usar as mídias sociais para apre-sentar imóveis ou empreendi-mentos aos potenciais clien-

tes. “A rede de amigos sempre foi o meu foco. No começo compartilhava os banners das construtoras e outros materiais de vendas. Agora, sempre me apresento como corretor de imóveis e, logo após, digo quem sou. Assim, o cliente sempre irá ligar meu nome à minha profissão”, comenta.

A corretora Neide Castro, com cinco anos de atuação na área, conta que o momento hoje é propício para aderir aos negó-cios on-line. Ela possui um site para divulgar seu trabalho e oferta os empreendimentos por meio do Facebook. “É necessá-rio estarmos sempre um passo à frente dos demais concorren-tes”, ressalta.

Ela revela que usa as novas tecnologias e investe quase R$ 2 mil com anúncios de jornal, sites, internet, telefone e até gasoli-na. “O retorno varia de acordo com o mês, mas preciso sempre correr atrás para manter o meu salário”, afirma.

Embora esteja há pouco tem-po na profissão, a corretora Liliane Rolim percebeu que a internet é uma ferramenta poderosa para divulgar os ne-gócios. “A cada dez contatos feitos pela internet, consegui-mos fechar em média 20% das transações”, explica. Profissionais descobriram na rede virtual um meio potente para atrair clientes na capital

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Para especialistas em marketing digi-tal, o mercado local passou por mudanças, obrigando o corretor de imóveis a ficar atualizado quanto ao comportamento do consumidor. Segundo o gestor estratégi-co, Arnaldo Rocha, os corretores precisam investir no planeja-mento digital, pois as redes sociais não devem ser usadas de qualquer forma, prin-cipalmente quando es-tão tratando da área de atuação profissio-nal. “A internet permite uma enorme aborda-gem, mas é necessá-rio que o profissional esteja preparado para estar presente, mes-mo que virtualmente”, enfatiza o gestor.

Investimento em marketing digital

CAROL CASTROEspecial EM TEMPO

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Atualmente, o Glonass tem margem de erro considerada grande, segundo especialistas

Desde a última terça-feira (19) o Brasil pas-sou a sediar a primeira estação de um sistema

russo de localização global - se-melhante ao modelo americano Global Positioning System (GPS) - fora do país. A unidade, insta-lada no campus da Universidade de Brasília (UnB), vai permitir que novos ajustes sejam feitos ao sistema Global Navigation Satellite System (Glonass) para que as informações sobre loca-lização de pontos em qualquer parte do mundo sejam ainda mais precisas.

Atualmente, o Glonass tem uma margem de erro conside-rada grande. A imagem captada por qualquer um dos 24 satélites do modelo russo que aponta a localização de algum objeto em qualquer local da Terra pode estar, na realidade, deslocada 7 metros para a frente, para trás ou para qualquer dos lados. Os pesquisadores brasileiros acre-ditam que com as novas calibra-gens do satélite, ou seja, com o acréscimo de novos pontos de referência, essa margem caia para 1 metro até 2020. Além da inauguração da estação, na última semana, representantes do governo brasileiro assinaram um convênio, no dia 20, para a criação de uma estação óptica que vai complementar o traba-lho dos pesquisadores.

Selic deveria subir para que IPCA atingisse 4,5%

Qual é o aumento de ju-ros necessário para levar a inflação de volta à meta de 4,5% em 2014? Econo-mistas acreditam que se-ria necessário pelo menos uma alta entre dois e três pontos porcentuais da Selic em 2013, que na avaliação deles deveria ocorrer rapi-damente, se possível já em março, a fim de causar im-pactos no nível de atividade a partir do começo do ano que vem. “O mais adequado seria um conjunto de ações do governo, aperto fiscal e câmbio apreciado, para re-duzir o peso do esforço da política monetária pelo Ban-co Central”, comentou Juan Jensen, sócio e economista da consultoria Tendências. “Em tais circunstâncias, o Copom (Comitê de Política Monetária) deveria aumen-

tar a Selic para uma marca muito próxima de 10% nes-te ano. O IPCA está muito alto, rodando ao redor de 6,5%. Só não mostra que está neste patamar porque está maquiado, devido a ações do Poder Executivo, como redução dos custos de energia e adiamento da alta da tarifa de ônibus em São Paulo e Rio de Janeiro”, do começo do ano para o fim deste semestre.

Segundo as estimativas do economista-chefe da MCM Consultores, Fernan-do Genta, seria necessário o BC elevar os juros em dois pontos porcentuais, tudo o mais constante, para que a inflação atinja o patamar de 4,4% em 2014, o que ocorre-ria pela primeira vez nos 4 anos de mandato da presi-dente Dilma Rousseff.

EM 2014

Conjunto de ações quer reduzir peso do esforço monetário

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País passou a sediar, na última terça-feira, o primeiro satélite de um sistema russo de localização, fora da nação. Unidade está instalada na Unb, em Brasília

Brasil ganha 1ª estaçãodo sistema global russo

Além do uso cotidiano dos dados que podem ser acessados por aparelhos celulares ou receptores de sinais de posicionamen-to global, as informações geradas pelo sistema se-rão usadas para estudos técnicos conduzidos pela equipe formada pelos pro-fessores Ícaro dos Santos

e Giovani Araújo Borges, e por três alunos do cur-so de engenharia elétrica. A expectativa é que com dados mais precisos, seja possível aperfeiçoar pes-quisas que já estão em andamento, como a que busca o aperfeiçoamento de veículos aéreos não tripulados (Vant) e o de

posicionamento marítimo de embarcações em cais. “Hoje, com o sistema atual, não conseguimos guiar os barcos até o cais”, explicou Ícaro, destacando a mar-gem de erro atual.

O desenvolvimento do sistema russo não vai impe-dir que outras tecnologias sejam utilizadas.

Informações usadas para estudos

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B7MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 Mundo

Televisão digital aberta foi lançada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza

O governo da Venezuela inaugurou esta sema-na o novo sistema de televisão digital aber-

ta (TDA) no país. A meta é alcançar 58,3% da população venezuelana com o sinal digital aberto gratuito. O governo de-finiu que a plataforma terá 11 canais estatais e três privados. O canal Globovisión, principal opositor do governo ficará fora da TDA. Para instalar o sistema, o vice-presidente da Repúbli-ca, Nicolás Maduro, anunciou um investimento de U$ 256 milhões de dólares. Segundo Maduro, o dinheiro será inves-tido na instalação de teleportos, 13 antenas de transmissão e nove estações adicionais em território venezuelano.

Ao lançar o projeto em Cara-cas, ao lado de Maduro, o mi-nistro de Ciência e Tecnologia do país, Jorge Arreaza, disse que a plataforma digital terá 11 canais estatais e três priva-dos (Meriado TV, Venevisión e Televen) e alguns comunitários. O sinal da TV digital do país tem tecnologia japonesa e seus decodificadores serão monta-dos no país com tecnologia brasileira e argentina.

Depois do anúncio, a TV Glo-bovisión questionou o fato de não ter entrado na lista dos canais escolhidos para operar com sinal digital.

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A meta do país é alcançar 58,3% da população venezuelana com o sinal aberto gratuito. A plataforma terá 11 canais estatais e três privados

Governo da Venezuela lança TV digital aberta

Ricardo Antela assegurou que a Globovisión acionará a Justiça. “Mas como já aconteceu antes, nenhum tribunal dará ao canal di-reito à justiça”, disse.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Arreaza, respondeu, na sexta-feira, as queixas da emissora via Twitter. Segundo ele, a

Globovisión não foi inclu-ída na plataforma digital, por não ser um canal de cobertura nacional. “Não há nenhum canal com co-bertura regional convida-do”, respondeu Areaza a um seguidor no microblog que pedia uma explicação para a exclusão da Globo-visión do sinal digital.

O governo também diz que ainda haverá sinal analógico até 2015, ano em que ter-mina a concessão da Glo-bovisión. A implementação do sistema é parte de um convênio de cooperação bi-lateral firmado em 2004 com o presidente Hugo Chávez e o ex-presidente argentino Néstor Kirchner.

Globovisión acionará a Justiça

Discurso de Raúl Castro é esperado para hoje

O ditador Raúl Castro, cuja ratificação no posto máximo do governo de Cuba por mais cinco anos é es-perada para hoje, surpreen-deu jornalistas ao prometer, na sexta-feira, ainda que aparentemente em tom de brincadeira, que pretende renunciar ao poder. “Vou renunciar. Já vou completar 82 anos. Tenho direito de me aposentar já. Não acre-ditam?”, lançou, com leve sorriso, aos que acompa-nhavam seu encontro com o premiê russo, Dmitri Med-

vedev, em Havana. “Esperem meu discurso.

(Será) um discurso interes-sante. Assistam”, disse.

O irmão mais novo de Fidel, no comando formal da ilha desde 2008, deve fa-lar domingo na abertura da nova legislatura cubana.

Os 612 deputados do Partido Comunista, o úni-co legal no país, foram chancelados nas urnas neste mês e votarão para escolher os integrantes do Conselho de Estado, a cúpula do Executivo.

RENÚNCIA

Farc duvidam da intenção de paz do governo colombiano

O anúncio do governo co-lombiano de entregar a cam-poneses 500 mil hectares que teriam sido usurpadas pelas Forças Armadas Revolucioná-rias da Colômbia (Farc) pro-vocou reação contrária da guerrilha , na última sexta.Segundo um comunicado do líder máximo das Farc, Timo-león Jiménez, conhecido como Timochenko a atitude do go-verno “coloca em dúvida se o governo quer mesmo a paz”.No comunicado, a guerrilha pediu a criação de uma comissão composta por representantes do governo, da Farc e de organi-

zações sociais para investigar a situação real das terras em San Vicente de Caguán, depar-tamento de Caquetá, Sudeste do país, onde o presidente Juan Manuel Santos, anunciou esta semana, a entrega de títulos aos camponeses.

Timochenko destacou no texto que “acreditava na sin-ceridade do presidente Santos, ao dizer que queria ficar na história como o presidente que conseguiu a paz na Colômbia”, disse. “Mas seu comportamen-to e suas palavras em San Vi-cente del Caguán nos deixaram perplexos”, completou.

TERRAS

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 (92) 3090-1041

Livros didáticos em destaque

Dia a dia C3

DIEGO JANATÃ

Polêmica sobre Revalida agita comunidade médicaArgumentos contrários e a favor apontam para o mesmo fato: há falta de médicos para atender a demanda no país

O projeto de lei 15/2012, da sena-dora Vanessa Graz-ziotin (PCdoB), que

está tramitando no Senado e propõe a revalidação dos diplomas de alunos estran-geiros do curso de medi-cina de forma simplifi cada, continua sendo alvo de uma grande polêmica, que envol-ve estudantes de medicina, Conselho Regional de Me-dicina (CRM-AM), Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), além de parlamen-tares municipais e estaduais, todos propondo discussões para tratar o assunto com os interessados. Um dos objeti-vos do PL é tentar resolver a falta de médicos no interior do Amazonas.

Uma das questões cruciais para oposição ao projeto é o fato de que poucos profi s-sionais estrangeiros passa-ram nas provas. Em 2012, segundo dados do Conselho Federal de Medicina, o exame de revalidação dos diplomas de profi ssionais formados no exterior, o Revalida, reprovou na primeira fase, que era teó-rica, 87,5% dos candidatos. Em 2010, quando aconteceu o início do sistema de avalia-ção, o percentual fi nal de re-provação dos graduados em outros países foi de 99,6%,

e em 2011, 90,3%. O Sindicato dos Médicos

do Amazonas já se posicio-nou contra a fl exibilização do Revalida. O presidente do Simeam, Mario Vianna, revelou que no último exa-me de 628 médicos, apenas dois foram aprovados. Ele afi rma que a categoria não é contra a vinda de médicos estrangeiros para atuarem no Brasil, mas querem que haja qualifi cação. “Eles têm que fazer a prova e passar,

pois em todos os países do mundo é isso que aconte-ce, os diplomas precisam ser requalifi cados”, analisa, lembrando que isso está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

O representante dos mé-dicos também explica que o sindicato defende a questão da saúde pública da popu-

lação do interior do Estado e entende que é uma área defi ciente, que há mais de 20 anos não tem solução. Vianna lembrou que a “im-portação” de médicos já foi realizada em outra ocasião, porém é altamente arriscada e prejudicial à população. Citando especifi camente o curso de Cuba, ele esclarece que a grade não chega a ter mil horas, enquanto que no Brasil passa de 8 mil horas. “Além da diferença da carga horária, os médicos daquele país são preparados como técnicos, e este profi ssio-nal trará mais problemas do que ajuda para nossa região, e somente vamos adiar a solução de um problema”, resume, completando que a classe defende a carrei-ra de Estado, semelhante à carreira dos magistrados e membros do Ministério Pú-blico, com direito a salário digno, moradia, alimentação e transporte, além de melho-res condições de trabalho.

O Simeam defende a im-plantação do piso nacional para a categoria proposto pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) de R$ 10.412 por 20 horas se-manais. “Não é preciso que contratem pessoas de fora. O que falta é uma políti-ca séria de medicina para aproveitamento de nossos profi ssionais”, disse.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) regula o processo de reva-lidação, não somente para os cursos de medicina, mas para qualquer pessoa (brasi-leiro ou estrangeiro) que se gradue em qualquer curso, em qualquer universidade do mundo fora do Brasil, nos seguintes termos: os diplo-mas de cursos superiores reconhecidos, quando regis-trados, terão validade nacio-nal como prova da formação recebida por seu titular e os diplomas de graduação ex-pedidos por universidades estrangeiras serão reva-lidados por universidades públicas que tenham cur-so do mesmo nível e área ou equivalente, respeitan-do-se os acordos interna-cionais de reciprocidade ou equiparação.

Os que são contra a revalidação simplifi cada apontam o fato de que no interior e nas periferias não faltam só médicos, mas também odontólogos, en-fermeiros, farmacêuticos e fi sioterapeutas, mas destacam que a pressão é apenas para revalidação automática de diplomas

estrangeiros de médicos. Além disso, apontam que o diploma, após revalidado, terá validade nacional, e o profi ssional poderá exercer a profi ssão em qualquer municípios brasileiros de qualquer dos 27 Estados.

Para discutir sobre o as-

sunto com mais ênfase, o Simeam solicitou a reali-zação de duas audiências públicas. A primeira ocorre dia 4 de março, às 14h, na Câmara Municipal de Ma-naus (CMM), e a outra no dia 5, às 15h, no auditório Cônego Azevedo da Assem-bleia Legislativa do Estado do Amazona (Aleam).

LDB regulamenta processoCHRIS REIS Equipe EM TEMPO

Além da diferença da carga horária,

os médicos daquele país são preparados

como técnicos, e esse profi ssional tra-rá mais problemas

Mario Vianna, presidente do Simeam

ARGUMENTOOs que são contra a revalidação simplifi -cada apontam o fato de que no interior e nas periferias não faltam só médicos, mas tambem odontó-logos, enfermeiros e outros profi ssionais

CONTINUA NA C-2

Outro que tem opinião contrária ao projeto da senadora comunista é o vereador Marcelo Se-rafi m (PSB), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (CMM), ao apontar que o nível dos estudantes estrangei-ros oriundos de outros países é muito abaixo do o esperado. A pro-va, segundo ele, é que a maioria não passa na prova do Ministério da Educação (MEC), o Revalida. Ele enfatiza também não ser contra a atuação no Brasil de médicos formados em instituições estrangei-ras, mas defende que a revalidação tem que ser rigorosa para que o nível dos profi ssionais seja alto. “O afrouxamento das regras é o que nos preocupa. A revalidação não pode ser simplifi ca-da, afi nal esses profi s-sionais tratarão da vida de pessoas”, avalia.

Níveis estão bem abaixo do esperado

ALEX PAZUELLO/AGECOM

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Proposta de senadora iria beneficiar interior do AMPara Vanessa Grazziotin, simplificação do Revalida garantiria acesso médico mais adequado aos cidadãos interioranos

O projeto de Vanessa Grazziotin diz que a revalidação tem que ser simplificada, en-

tretanto, não define os critérios, que ainda devem ser discutidos com o Ministério da Educa-ção. A senadora, em discurso no Senado, lamentou ter sido mal interpretada por algumas entidades médicas, ao apre-sentar o projeto de lei sobre a revalidação de diplomas de médicos formados no exterior. “Não propus uma revalidação automática e nem para sim-plificar o método para que não constem provas de proficiência e sem nenhum critério. A maté-ria, que está em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais sob a relatoria do senador Paulo Davim, que é médico, tem como principal objetivo garantir ao cidadão que mora no interior o atendimento médico”, expli-cou, conclamando o governo, entidades médicas, prefeitos, governadores e o parlamento para que encontrem o que ela definiu como solução emergen-cial e para buscar o aperfeiço-amento do projeto.

A parlamentar defendeu o projeto lamentando a situação da falta de médicos no interior do Estado e lembrou que re-centemente, no encontro com prefeitos, a presidente Dilma Rousseff recebeu abaixo-as-sinado com mais de 4,6 mil assinaturas pedindo a contra-tação de médicos formados em outros países. Segundo Grazziotin, a presidente auto-rizou o Ministério da Saúde a viabilizar a proposta do ponto

de vista jurídico, pois mesmo com salário que chegam a R$ 20 mil, os prefeitos não conse-guem contratar profissionais. “Enquanto isso, os cidadãos são obrigados a enfrentar as dificul-dades logísticas para conseguir o direito básico de ter um aten-dimento médico”, argumentou, citando a logística que sofre o interior do Amazonas. “Imagine um cidadão que necessite de um tratamento emergencial em Manaus saindo de São Paulo de Olivença, distante quase mil quilômetros da capital. Depen-

dendo das condições, o pacien-te pode enfrentar duas horas de voo, mas se for de barco levará um dia e meio para chegar ao destino”, criticou.

Segundo ela, o Ministério da Saúde abriu as inscrições da segunda edição do Programa de Valorização do Profissional na Atenção Básica, o Provab, onde o governo propõe uma bolsa mensal de R$ 8 mil, pelo período de 1 ano, para o profissional cursar pós-gra-duação em Saúde da Família, com atividades práticas em locais carentes nos municí-pios do interior e periferia das grandes cidades.

DEFESAA senadora Vanessa Grazziotin defendeu o projeto lamentando a situação da falta de médicos no interior do Estado, citando abaixo-assinado recebido pela presidente para contra-tação de profissionais

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Para a autora do projeto, além da má distribuição dos médicos no território nacio-nal, o governo aponta carên-cia desses profissionais no país, por isso a necessida-de de estimular a abertura onde há demanda reprimi-

da. A senadora lembrou que para enfrentar o problema da falta de médico no interior o governo federal chegou a estudar a possibilidade de criar para a área médica carreira típica de Estado, nos mesmos moldes de procura-

dores e auditores fiscais.Ela citou um levanta-

mento feito pelo jornal “O Globo”, que mostra que em abril do ano passado 1.228 municípios pediram ajuda ao Ministério da Saúde para atrair médicos recém-for-

mados para o interior. “Mas, das 7.193 vagas ofereci-das, somente 20% foram preenchidas, isto é, apenas 1.460 médicos demonstra-ram interesse, e somente 460 começaram, efetiva-mente, a trabalhar”.

Mais abertura para demanda reprimida

Rafael Nascimento (à direita) e outros estudantes de medicina em Cuba: especificações típicas da grade curricular brasileira

RAFAEL NASCIMENTO/ARQUIVO PESSOAL

O amazonense Rafa-el Nascimento está há 5 anos em Cuba estudando medicina. Ele se formará em 2014 em clínica geral e pretende retornar ao Bra-sil para atuar no interior. Rafael afirma ser a favor de um processo que seja justo não somente para os que estudam em Cuba, mas para todos que estudam em outros países. Ele garante que os estudantes de Cuba não apoiam a revalidação automática, mas uma simplificada e mais justa com a inserção de todos os graduados estrangeiros

no Sistema Único de Saúde (SUS), como o Ministério da Saúde está fazendo com o Provab. “Nada mais é que a inserção do recém-gradua-do no SUS com o sistema de médico da família nas áre-as onde o governo acredite necessária”, defende, com-pletando que os estudantes querem chegar ao Brasil e passar por um processo de revalidação. “Mas também queremos que o governo possa colaborar no senti-do de fazer algumas com-plementações que seriam mais específicas da medi-cina brasileira”, solicita.

Um olhar amazonense em CubaFoi publicada no dia 18

de março de 2011 portaria interministerial que instituiu o Exame Nacional de Revali-dação de Diplomas Médicos expedidos por Universidades Estrangeiras (Revalida), que é aplicado pelo Instituto Na-cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em colaboração com a Subcomissão de Revalida-ção de Diplomas Médicos, da qual participam repre-sentantes dos ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores e da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais do En-

sino Superior (Andifes).As universidades públicas

interessadas em aderir ao exame firmarão termo de adesão com o Ministério da Educação. Pode inscrever-se o candidato que tenha diploma expedido no exterior em curso reconhecido pelo Ministério da Educação ou órgão correspondente do país onde se formou. O edi-tal também definirá os locais onde a prova será aplicada.

O Revalida é realizado em duas etapas, sendo a primeira prova teórica, e a segunda prova prática de habilidades clínicas.

Como funciona o Revalida

Vanessa Grazziotin atribuiu polêmica a má interpretação

JOEL ROSA

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Uma eterna porta aberta para nosso conhecimentoLivros didáticos permanecem firmes como aliados da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, avaliam pedagogos

Quem não se lem-bra das antigas coleções de livros didáticos “Cami-

nho Suave”, “Eu Gosto” ou já ouviu falar das mais atu-ais como “Aprender e Viver”? Tido por alguns como prin-cipal fonte de aprendizado de grande parte dos alunos, principalmente das localida-des menos assistidas, o livro didático ainda é o queridi-nho defendido por muitos profissionais. Com novo co-lorido e abordagens mais direcionadas à realidade do estudante, ele sobrevive ao tempo e, dentro da mochila, divide espaço com o tablet, o celular e o notebook.

Apesar dos variados meios de pesquisa, com a populari-zação dos meios de comuni-cação, o livro didático ainda tem espaço e é ferramenta importante de aprendizado. “Livro ainda é uma referência física, palpável do conheci-mento. Para muitos alunos, o livro didático é a única porta para o conhecimento”, explica a pedagoga Aline Leal.

Para ela, o livro abandonou a natureza estática, com a busca da maioria dos auto-res em atualizar as coleções, ajustando-se à realidade dos estudantes. “Ele ainda é uma espécie de mediador do co-nhecimento e do processo de aprendizagem. Alguns cole-gas entendem que ele não tem espaço como de tempos atrás. Mas ainda entendo que ele nos oferece um leque de possibilidades”, analisa.

Prova disso é que grande parte dos autores - segundo a pedagoga - busca nas co-

leções atuais aproximar os conteúdos da realidade vivida pelos estudantes, diferente-mente das obras mais anti-gas. “Ele proporciona uma li-gação mais próxima do aluno, com conteúdo mais globaliza-do. Não é mais aquela coisa distanciada”, comenta.

Como exemplo, ela cita o emprego do regionalismo utilizado como ferramenta importante no ensino. “Verifi-camos, inclusive, em algumas obras, referências à cultura de determinada região, o que proporciona ao alunos se iden-tificar ao formato”, avalia.

AtuaçãoApesar das transformações

sofridas pelos didáticos, Leal aponta como imprescindível a atuação do professor, que vai dar vida às obras. “O li-vro didático, aliado ao projeto pedagógico, é uma estratégia mediadora. Bem trabalhada, é uma ferramenta que atende muito bem ao processo. Assim como o computador, o tablet, qualquer recurso pode inter-mediar a aprendizagem, mas se não for bem explorado, não tem validade. O segredo está muito mais em como explorar o material e a consciência do professor em valorizar o livro didático”, aponta.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

BENEFÍCIOPara a pedagoga Aline Leal, o livro abandonou a natureza estática, com a busca da maioria dos auto-res em atualizar as coleções ajustando-se à realidade dos estu-dantes

Livros de hoje ajustam-se à realidade dos novos estudantes

Menino examina livros didáticos em prateleira de livraria: obras sobrevivem ao tempo, sempre ao lado das novas tecnologias

Professora há mais de 25 anos, Ana San-tos, 48, observa que foram realizadas mui-tas mudanças no ma-terial didático, o que tem tornado o ensino mais dinâmico. “A ‘cara’ nova do livro didático não é tão somente no colorido de suas fo-lhas nem nas inúme-ras gravuras apresen-tadas (características não apresentadas em livros anteriores). Vejo que entre tantas ino-vações, a preocupação de produzir livros que nos permitisse ter uma visão mais ampla de mundo se fez presen-te. Desta forma, encon-tramos diversidades de textos capazes de nos proporcionarem esse conhecimento. Na mi-nha opinião, a principal diferença do livro didáti-co de hoje para o de ontem é que hoje o livro nos dá a oportunidade de pensar e produzir”, analisa.

Principais mudanças no material

Outro fator que tem muda-do a cara dos livros didáticos é a preocupação com o “poli-ticamente correto”. Segundo o sociólogo Ademir Ramos, a atual política editorial busca assimilar as transformações sociais e valorizar a cultu-ra que antes era ignorada. “Antigamente a imagem do índio, por exemplo, trazida nos livros, era de um bicho. Agora, isso é repensado. Isso faz parte da política do con-

selho editorial que avalia a qualidade dos livros. Não é qualquer livro que entra nas escolas”, afirma.

O sociólogo destaca a im-portância de proporcionar es-truturas adequadas em cada escola, para que os jovens tenham contato com livros. “Precisamos de mais bibliote-cas, muitas escolas não têm bibliotecas e isso é lamen-tável. O que eles chamam de biblioteca é uma salinha,

um cubículo, que muitas ve-zes não tem nem estantes. O governo federal manda livros, tem um investimento alto e não tem estrutura. Os livros ficam no chão e os alunos não têm acesso”, lamenta. “No passado, os alunos que não se comportavam eram man-dados para a biblioteca, que era uma espécie de lugar de purgação para ‘pagar os peca-dos’. O melhor lugar da escola era visto assim”, afirma.

A era do politicamente correto

A preocupação com o “politicamente correto” mudou a cara dos livros didáticos da atualidade

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 C5

À espera de um À espera de um ‘milagre econômico’

Do outro lado da ponte Rio Negro, comunidades da Região Metropolitana de Manaus amargam falta de infraestrutura e abandono no lugar do sonhado desenvolvimento

Inaugurada há um ano e quatro meses, a ponte Rio Negro foi criada para abrir um leque de novas oportu-

nidades e de desenvolvimento socioeconômico para o inte-rior. Porém, muitas comunida-des da Região Metropolitana de Manaus (RMM) ainda não puderam experimentar des-ses benefícios, tendo sentido muito pouco as melhorias tra-zidas pelo empreendimento feito pelo Estado.

Os moradores do distrito de Cacau-Pirêra, pertencente ao município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), foram os mais afetados pela construção da ponte, porém não de um modo benéfi co. Antes da estrutura ser er-guida, o distrito era o porto das balsas na travessia da capital para Iranduba. “Tudo por aqui fi cou pior depois da

inauguração da ponte. Antes passavam milhares de pesso-as pelo distrito todos os dias, hoje só há os próprios mora-dores”, disse o comerciante Evaldo de Oliveira, 37, que vive no local com outras seis pessoas há 25 anos.

De acordo com ele, o desen-volvimento prometido e es-perado pela população nunca chegou. Para Evaldo, a única mudança foi o abandono da administração pública com

os moradores. “Estamos sem água na maior parte da comu-nidade, as ruas estão cheias de buracos e intransitáveis, o comércio que sustentava várias famílias por aqui foi completamente destruído. Na verdade, tudo piorou depois da ponte”, reclamou.

Além dos problemas econô-micos e de estrutura, a popu-lação do Cacau-Pirêra também tem sofrido com a falta de policiamento e atendimento de saúde precária. “Os bandidos tomaram conta daqui. A central de polícia funcionava, hoje é um ‘fumódromo’, onde os droga-dos fumam maconha”, disse o servente, Sidney Seixas, 35.

Ainda segundo Seixas, a úni-ca unidade de saúde do local sofre com a falta de pessoal para atendimento e de medica-mentos. “Nós chegamos lá e só tem dipirona e paracetamol. Se tivermos outra doença, que não sejam febre e dengue, temos de ir para a capital”, afi rmou.

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Ao longo da rodovia AM-070, que liga a capital amazonense a Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, são encontradas várias ou-tras comunidades menores, que também ainda não so-freram o impacto benéfi co causado pela ponte. No qui-lômetro sete, na margem direita da via, existe a co-munidade São José, que de acordo com seus morado-res, está abandonada pela administração municipal.

Lixo e buracos pelas ruas, falta de saneamento e esgoto a céu aberto foram relatados pelos moradores à equipe do

EM TEMPO. “Aqui nós não temos um serviço de coleta regular, um atendimento de saúde e nem policiamento. As nossas ruas estão fazendo

vergonha e a prefeitura não parece se importar”, afi rmou a dona de casa, Lucélia Cor-deiro, que vive na comuni-dade com três fi lhos.

Segundo ela, houve muita expectativa de melhoria no local com a construção da ponte, porém até agora a situação é a mesma ou pior que antes do empreendi-mento. “Eu, meu marido, acho que todo mundo aqui pensou que seria tudo uma maravilha, mas até agora não houve diferença algu-ma na nossa vida. Conti-nuamos tão abandonados quanto antes”, disse.

Ausência da administração

Estradas de acesso a vários locais no município estão sem condições adequadas de uso

PROBLEMASSegundo moradores das comunidades de Iranduba, o abandono pela administração municipal é evidente, com lixo e buracos pelas ruas e falta de saneamento e esgoto a céu aberto

Local onde havia o porto de balsas hoje mostra sinais de total abandono no Cacau-Pirêra

Já perto da sede de Irandu-ba, primeiro município após a ponte Rio Negro, a população da comunidade agrícola Vila das Flores também se mos-tra insatisfeita com os atuais resultados. “Eu esperava que além de poder escoar minha plantação mais rápido, a ci-dade fosse crescer e os servi-ços fossem melhorar. Sei que faz pouco tempo, mas já tem mais de um ano e ninguém aqui sofreu uma grande influência dessa ponte”, disse a agricultora Simone Farias da Silva, 25.

Ela e seu marido, o também

agricultor Marco Vieira, 38, vivem com suas três fi lhas na comunidade e dependem exclusivamente de sua plan-tação caseira para garantir o sustento de toda a famí-lia. “A plantação só dá uma vez por ano, quando o rio não está cheio, após isso nós dependemos diretamente do Bolsa Família. Eu esperei que, com a ponte, houvesse mais empregos, assim eu e minha esposa poderíamos conseguir dinheiro, mas isso ainda não ocorreu”, disse Marco.

Vizinho de Marco e Simone, o pescador Raimundo Castro,

43, reconheceu que houve me-lhoria no escoamento de seus produtos, porém reclamou da falta de infraestrutura, que de acordo com ele poderia ser melhor, uma vez que a comu-nidade é bem próxima à sede do município. “Com certeza é mais fácil levar a pesca para outros lugares, mas aqui já devia ter asfalto, um posto de saúde próximo, mais se-gurança e outras coisas que deveriam acompanhar o de-senvolvimento”, completou. O prefeito de Iranduba, Xinaik Medeiros, não foi encontrado pela equipe do EM TEMPO.

Estagnação e total abandono

Com 3,5 mil metros de comprimento, a primeira ponte de grandes dimen-sões construída sobre um rio em solo amazônico é também a maior ponte es-taiada (com 400 metros de trecho suspensos por cabos) do Brasil em águas fl uviais e a segunda no mundo, atrás apenas da ponte sobre o rio Orinoco, na Venezuela.

Durante a inauguração, o governador do Estado, Omar Aziz, fez referência aos benefícios que, segun-do ele, seriam proporcio-nados pela obra. “O maior ganho será o desenvolvi-mento que vai proporcio-

nar à região”, observa, ao destacar que o empreen-dimento, além de facilitar o escoamento da produ-ção, também vai permitir avançar em projetos de infraestrutura do governo estadual, como a implan-tação da Cidade Universi-tária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Iranduba, que também ganhará uma Central de Abastecimento, orçada em R$ 5,5 milhões, para atender feirantes, comer-ciantes e produtores ru-rais do município, além de Manacapuru, Novo Airão, Careiro e adjacências.

Expectativas da inauguração

DECADÊNCIAOs moradores do dis-trito do Cacau-Pirêra, em Iranduba, foram os mais afetados pela construção da ponte Rio Negro, porém não de um modo benéfi co, após o fi m da travessia das balsas

Segundo denúncia de moradores, a falta de segurança é grande na área do município

Evaldo de Oliveira sentiu efeitos negativos da ponte Rio Negro

FOTOS: JOEL ROSA

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 C5

À espera de um À espera de um ‘milagre econômico’

Do outro lado da ponte Rio Negro, comunidades da Região Metropolitana de Manaus amargam falta de infraestrutura e abandono no lugar do sonhado desenvolvimento

Inaugurada há um ano e quatro meses, a ponte Rio Negro foi criada para abrir um leque de novas oportu-

nidades e de desenvolvimento socioeconômico para o inte-rior. Porém, muitas comunida-des da Região Metropolitana de Manaus (RMM) ainda não puderam experimentar des-ses benefícios, tendo sentido muito pouco as melhorias tra-zidas pelo empreendimento feito pelo Estado.

Os moradores do distrito de Cacau-Pirêra, pertencente ao município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), foram os mais afetados pela construção da ponte, porém não de um modo benéfi co. Antes da estrutura ser er-guida, o distrito era o porto das balsas na travessia da capital para Iranduba. “Tudo por aqui fi cou pior depois da

inauguração da ponte. Antes passavam milhares de pesso-as pelo distrito todos os dias, hoje só há os próprios mora-dores”, disse o comerciante Evaldo de Oliveira, 37, que vive no local com outras seis pessoas há 25 anos.

De acordo com ele, o desen-volvimento prometido e es-perado pela população nunca chegou. Para Evaldo, a única mudança foi o abandono da administração pública com

os moradores. “Estamos sem água na maior parte da comu-nidade, as ruas estão cheias de buracos e intransitáveis, o comércio que sustentava várias famílias por aqui foi completamente destruído. Na verdade, tudo piorou depois da ponte”, reclamou.

Além dos problemas econô-micos e de estrutura, a popu-lação do Cacau-Pirêra também tem sofrido com a falta de policiamento e atendimento de saúde precária. “Os bandidos tomaram conta daqui. A central de polícia funcionava, hoje é um ‘fumódromo’, onde os droga-dos fumam maconha”, disse o servente, Sidney Seixas, 35.

Ainda segundo Seixas, a úni-ca unidade de saúde do local sofre com a falta de pessoal para atendimento e de medica-mentos. “Nós chegamos lá e só tem dipirona e paracetamol. Se tivermos outra doença, que não sejam febre e dengue, temos de ir para a capital”, afi rmou.

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Ao longo da rodovia AM-070, que liga a capital amazonense a Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, são encontradas várias ou-tras comunidades menores, que também ainda não so-freram o impacto benéfi co causado pela ponte. No qui-lômetro sete, na margem direita da via, existe a co-munidade São José, que de acordo com seus morado-res, está abandonada pela administração municipal.

Lixo e buracos pelas ruas, falta de saneamento e esgoto a céu aberto foram relatados pelos moradores à equipe do

EM TEMPO. “Aqui nós não temos um serviço de coleta regular, um atendimento de saúde e nem policiamento. As nossas ruas estão fazendo

vergonha e a prefeitura não parece se importar”, afi rmou a dona de casa, Lucélia Cor-deiro, que vive na comuni-dade com três fi lhos.

Segundo ela, houve muita expectativa de melhoria no local com a construção da ponte, porém até agora a situação é a mesma ou pior que antes do empreendi-mento. “Eu, meu marido, acho que todo mundo aqui pensou que seria tudo uma maravilha, mas até agora não houve diferença algu-ma na nossa vida. Conti-nuamos tão abandonados quanto antes”, disse.

Ausência da administração

Estradas de acesso a vários locais no município estão sem condições adequadas de uso

PROBLEMASSegundo moradores das comunidades de Iranduba, o abandono pela administração municipal é evidente, com lixo e buracos pelas ruas e falta de saneamento e esgoto a céu aberto

Local onde havia o porto de balsas hoje mostra sinais de total abandono no Cacau-Pirêra

Já perto da sede de Irandu-ba, primeiro município após a ponte Rio Negro, a população da comunidade agrícola Vila das Flores também se mos-tra insatisfeita com os atuais resultados. “Eu esperava que além de poder escoar minha plantação mais rápido, a ci-dade fosse crescer e os servi-ços fossem melhorar. Sei que faz pouco tempo, mas já tem mais de um ano e ninguém aqui sofreu uma grande influência dessa ponte”, disse a agricultora Simone Farias da Silva, 25.

Ela e seu marido, o também

agricultor Marco Vieira, 38, vivem com suas três fi lhas na comunidade e dependem exclusivamente de sua plan-tação caseira para garantir o sustento de toda a famí-lia. “A plantação só dá uma vez por ano, quando o rio não está cheio, após isso nós dependemos diretamente do Bolsa Família. Eu esperei que, com a ponte, houvesse mais empregos, assim eu e minha esposa poderíamos conseguir dinheiro, mas isso ainda não ocorreu”, disse Marco.

Vizinho de Marco e Simone, o pescador Raimundo Castro,

43, reconheceu que houve me-lhoria no escoamento de seus produtos, porém reclamou da falta de infraestrutura, que de acordo com ele poderia ser melhor, uma vez que a comu-nidade é bem próxima à sede do município. “Com certeza é mais fácil levar a pesca para outros lugares, mas aqui já devia ter asfalto, um posto de saúde próximo, mais se-gurança e outras coisas que deveriam acompanhar o de-senvolvimento”, completou. O prefeito de Iranduba, Xinaik Medeiros, não foi encontrado pela equipe do EM TEMPO.

Estagnação e total abandono

Com 3,5 mil metros de comprimento, a primeira ponte de grandes dimen-sões construída sobre um rio em solo amazônico é também a maior ponte es-taiada (com 400 metros de trecho suspensos por cabos) do Brasil em águas fl uviais e a segunda no mundo, atrás apenas da ponte sobre o rio Orinoco, na Venezuela.

Durante a inauguração, o governador do Estado, Omar Aziz, fez referência aos benefícios que, segun-do ele, seriam proporcio-nados pela obra. “O maior ganho será o desenvolvi-mento que vai proporcio-

nar à região”, observa, ao destacar que o empreen-dimento, além de facilitar o escoamento da produ-ção, também vai permitir avançar em projetos de infraestrutura do governo estadual, como a implan-tação da Cidade Universi-tária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Iranduba, que também ganhará uma Central de Abastecimento, orçada em R$ 5,5 milhões, para atender feirantes, comer-ciantes e produtores ru-rais do município, além de Manacapuru, Novo Airão, Careiro e adjacências.

Expectativas da inauguração

DECADÊNCIAOs moradores do dis-trito do Cacau-Pirêra, em Iranduba, foram os mais afetados pela construção da ponte Rio Negro, porém não de um modo benéfi co, após o fi m da travessia das balsas

Segundo denúncia de moradores, a falta de segurança é grande na área do município

Evaldo de Oliveira sentiu efeitos negativos da ponte Rio Negro

FOTOS: JOEL ROSA

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Da linha de produção para o trabalho rústicoEx-industriário ganha a vida produzindo vassouras de forma rústica, satisfazendo sua vocação para sustentar a família

Objeto indispensá-vel dentro de uma casa, a vassoura é produzida hoje

com avançados métodos tecnológicos, mas há ainda pessoas que de maneira ar-tesanal ganham a vida fabri-cando esses produtos.

É na profi ssão de vassou-reiro que Armando Sarmento dos Santos, 57, trabalha há mais de 15 anos nessa linha de produção. Antes ele traba-lhava em uma fábrica do Polo Industrial de Manaus (PIM), porém decidiu sair da empresa e viajou para sua cidade natal, Santarém (PA), para visitar familiares. Lá encontrou com um amigo que tinha uma ofi ci-na de produção de vassouras, onde aprendeu o ofício.

“Quando saí da empresa, estava decidido a trabalhar por conta própria. Como es-tava muito cansado, viajei para Santarém. Um amigo de infância já trabalhava com isso, então me interessei em aprender como era feito, para posteriormente montar a mi-

nha ofi cina e produzir aqui em Manaus. Passei nove meses lá e aprendi a fazer as vassouras de forma manual e rústica. De lá para cá já são 15 anos, e esse emprego não pretendo trocar por nada. Quando a gente faz o que gosta, mesmo que seja trabalhoso, é grati-fi cante. Não há dinheiro que

pague”, comenta.Como não tem todas as

máquinas necessárias para a produção das vassouras, em uma pequena ofi cina no quintal de sua casa, seu Ar-mando compra os produtos pré-fabricados em uma loja especializada, e monta as vas-souras com ajuda da esposa e

de um dos fi lhos. “Só não faço tudo porque não tenho todas as máquinas. Compro a pia-çava de Barcelos (a 399 qui-lômetros de Manaus), e aqui vou moldando ela para fi car pronta e colocar na base da vassoura. Faço vassouras de náilon e de cipó também. Ago-ra estou comprando a maioria dos materiais de plástico, para ajudar na preservação do meio ambiente”, destaca.

O vassoureiro comenta que, apesar do trabalho, a renda dá para manter a família e pagar as dívidas da casa. De acordo com ele, por mês chega a produzir 1,6 mil vassouras, que são vendidas através de encomendas feitas por comer-ciantes. A dúzia do produto custa R$ 26. “Antes eu tinha um ponto na feira, onde minha esposa vendia, mas resolvi só fi car produzindo. Daqui eu consigo manter a família, não é muita coisa mas dá para so-breviver. Consigo fazer cinco dúzias por dia, com a ajuda de minha esposa. Mensalmente consigo fazer entre R$ 800 a R$ 1 mil, dependendo da de-manda, mas só não vendo se não tiver mesmo”, ressalta.

COMEÇOÉ na profi ssão de vas-soureiro que Armando Sarmento dos Santos, 57, trabalha há mais de 15 anos, após sair do emprego em uma fábri-ca do Polo Industrial de Manaus e viajar para Santarém (PA)

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Antes de ter a atual clien-tela, seu Armando saía pelas ruas do bairro onde mora com uma dúzia do produto, ofere-cendo-o de porta em porta. Porém, uma doença o impediu de continuar vendendo nas

ruas. “Saía com as vassouras nas costas, vendendo. Chega-va a andar cinco quilômetros por dia, porque eu não tinha cliente e vendia por unidade. Como trabalhava no sol, um certo dia começou a chuvis-

car, como estava com o corpo quente, quando a chuva me molhou sofri um AVC (aci-dente vascular cerebral). Após isso tive que fi car alguns me-ses sem trabalhar, mas graças a Deus estou bem”.

Doença impediu atividades

Segundo relatos da his-tória, antes da criação da vassoura usavam-se galhos de árvores e arbustos para varrer o chão e limpar as cinzas das lareiras. Amarra-va-se numa vara uma porção de palha, galhos fi nos ou cascas de milho para formar uma vassoura primitiva, mas ela se desfazia num curto período de tempo, acabando por deixar detritos por onde a passavam.

A invenção do produto como hoje a conhece-mos ocorreu em 1797 quando Levi Di-ckenson, um agri-cultor de Hadley, em Massachuset-

ts, criou uma vassoura de sorgo para a sua esposa. O resultado foi excelente, e o seu uso acabou se es-palhando por toda a peque-na cidade. Com a grande procura, o cultivo do sorgo (espécie de milho originá-rio da Índia) aumentou e co-meçou a ser popularmen-te chamado de “milho de vassoura”. A vassoura de Dickenson era feita de uma forma bastante simples, e rústica. As franjas do

“milho de vas-soura” eram presas no cabo onde e x i s t i a m dois furos

para serem unidas por um pedaço de pano.

Em 1810, com a Revolu-ção industrial, surgiu a má-quina de fazer vassouras, que contribuiu ainda mais para a sua disseminação pela sociedade. Muitas pessoas envolveram-se no negócio da produção e venda de vassouras. Em 1830 os Estados Unidos já eram o maior produ-tor mundial de vassouras, ex-portando para vários locais como o Canadá, a Europa e África do Sul.

Um pouco de história

FOTOS: DIEGO JANATÃ

de palha, galhos fi nos ou cascas de milho para formar uma vassoura primitiva, mas ela se desfazia num curto

(espécie de milho originá-rio da Índia) aumentou e co-(espécie de milho originá-rio da Índia) aumentou e co-(espécie de milho originá-

meçou a ser popularmen-te chamado de “milho de

pela sociedade. Muitas pessoas envolveram-se no negócio da produção e venda de vassouras. ela se desfazia num curto

período de tempo, acabando por deixar detritos por onde a passavam.

A invenção do produto como hoje a conhece-mos ocorreu em 1797 quando Levi Di-ckenson, um agri-cultor de Hadley, em Massachuset-

te chamado de “milho de vassoura”. A vassoura de Dickenson era feita de uma forma bastante simples, e rústica. As franjas do

“milho de vas-soura” eram presas no cabo onde e x i s t i a m dois furos

e venda de vassouras. Em 1830 os Estados Unidos já eram o maior produ-tor mundial de vassouras, ex-portando para vários locais como o Canadá, a Europa e África do Sul.

Armando Sarmen-to dos Santos e a esposa trabalham juntos no empre-endimento que ga-rante renda para toda a família

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Bocas de fumo possuem incentivo pela ganânciaBusca pelo lucro fácil de até R$ 160 mil mensais agrega mais pessoas ao tráfico de drogas, dificultando a luta contra o crime

Por mais que se tente, é cada vez mais difícil a tarefa de combater o tráfico de drogas

em Manaus. A opinião é de policiais, autoridades e es-pecialistas que apontam o oportunismo e a ganância dos traficantes, os problemas sociais e o descaso do poder públicos como fatores que di-ficultam o trabalho da polícia e impulsionam cada vez mais esse lucrativo comércio para os criminosos na capital.

Levantamento da Delega-cia Especializada de Repres-são a Entorpecentes (Depre) da Polícia Civil indica que as “bocas” estão distribuídas por todos os bairros e zonas da cidade, principalmente nas Zonas Leste e Norte da capital, consideradas as mais pobres.

O delegado adjunto da De-pre, Rafael Schmidt, afirma que não há um dado exato de quantas bocas de fumo exis-tem e de quanto é movimen-tado pelo tráfico de drogas em Manaus. Mas ele diz que “por baixo” existem umas 200 “bo-cas”. Ainda de acordo com o delegado, alguns desses pon-tos chegam a movimentar R$ 40 mil por semana, ou R$ 160 mil por mês.

A dificuldade em se comba-ter essa atividade criminosa se deve, primeiro, à ganância de algumas pessoas que veem

no tráfico o caminho mais “fácil” para ganhar dinheiro em vez de irem à luta e con-segui-lo por meio do trabalho e do esforço próprio.

PerfilO delegado cita o perfil dos

envolvidos no tráfico como de pessoas de baixa renda, sem nenhuma ou pouca ins-trução. Mas isso não seria empecilho para sobreviver de forma lícita, de acordo com ele. “Têm inúmeras atividades informais, como manter ban-ca de churrasco ou o comércio ambulante. Muita gente faz isso. Acredito que é questão de caráter mesmo”, afirma.

O secretário executivo do programa Ronda no Bair-ro, coronel Amadeu Soares, afirma que, se aproveitando dessa situação, o traficante estabelece um ciclo vicioso. “Como via de regra o viciado é de baixa renda, ele provoca a dependência desse usuário, que, por não ter dinheiro para bancar o vício, vai ter que roubar ou trabalhar para o traficante para poder comprar a droga”, explica.

Amadeu Soares cita ainda que o tráfico leva a outros problemas como a violência, já que muitos crimes como os homicídios são provocados por “acerto de contas” e dis-puta de pontos - sem contar o problema de saúde, já que não existe uma política de saúde pública para cuidar dos dependentes químicos.

O promotor de justiça que atua junto à Vara Es-pecializa de Combate a Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute), Alberto Nascimento, afir-ma que a explicação para a série de mortes ligadas ao tráfico tem relação com uma espécie de guerra en-tre os traficantes.

O promotor aponta a ambição como a causa dos assassinatos decor-rentes do tráfico. “Um co-meçou a invadir a boca do outro, daí surgem as guerras onde um trafi-cante tenta eliminar o outro”, afirma.

O delegado Rafael Sch-midt confirma essa como uma das causas das exe-cuções. “Essa é uma das causas. Quem deve para

traficante tem de pagar de alguma forma e uma dessas formas de cobrar é mandar matar”, afirma. As vítimas do tráfico são jovens entre 15 a 25 anos, de classe D e E, e pouca escolaridade.

O problema social, prin-cipalmente o desemprego e pobreza, são as oportu-nidades que tornam esse público presa fácil para os traficantes. Os jovens são os escolhidos para se tornarem “soldados”, “aviões” e “mulas”, pes-soas contratadas exclu-sivamente para fazer o transporte da droga de um lugar para o outro. Os mais próximos, e de confian-ça dos chefes se tornam “gerentes”, como o braço direito do traficante.

Uma série de guerras internas

Apreensão de drogas pela polícia: combate ao tráfico é dificultado pela ilusão de lucro fácil que atrai mais pessoas ao crime

Para frear as investidas dos traficantes, a polícia e as autoridades de seguran-ça estão recorrendo cada vez mais aos meios con-vencionais e, também, aos mais sofisticados que usam tecnologia de ponta.

O mais convencional é o de receber denúncias re-passadas pela comunidade. O chefe de investigação da Depre, que pediu para não ser identificado, explica que, após receber a denúncia com a descrição do local do comércio de drogas, as equipes fazem o monitora-mento por dias, semanas e até meses e depois, ge-ralmente, deflagram uma operação para “estourar” a “boca” e prender os trafi-cantes. “Teve uma investi-gação de uma quadrilha de

traficantes da Praça 14 que demandou um ano de inves-tigação”, afirma o delegado Rafael Schmidt.

O policial conta que mui-tas vezes têm de usar de muita perspicácia para con-seguir flagrar o transporte de entorpecente disfarçado. No aeroporto, por exemplo, o nervosismo da pessoa é logo um indicativo de algo estranho. Então é feita a abordagem do passageiro e de sua bagagem que ge-ralmente dá certo e a droga é encontrada.

A tecnologia tem sido o meio eficaz no combate às artimanhas dos traficantes. Um dos mais eficientes tem sido o uso das escutas te-lefônicas pelas equipes de inteligência e autorizadas pela Justiça.

Aliados do combate ao crime

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

ARQUIVO EM TEMPO/BRENO FREITAS

Alberto Nascimento, promotor da Vecute: uma guerra interna

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

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Page 24: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Juventude resgata sua religiosidadeMotivados por formação familiar ou infl uenciados, jovens colocam em prática sua fé, sem importar a denominação

A base da criação de qualquer pessoa é um lar, a educação, a alimentação e,

também, a religião. Esta úl-tima, nos anos recentes, vem sendo questionada, ou até mesmo deixada de lado nos ensinamentos. Há crianças que conhecem o ensino reli-gioso apenas na escola, mas esquecem as atitudes que podem melhorar seu interior. Entretanto, ainda existem jo-vens que buscam cada vez mais na religião – qualquer que seja sua denominação - a paz interior.

O censo de 2010 realiza-do pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) mostra o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no país. A religião católica continua a seguir a tendência de redução, mas permanece majoritária. A população evangélica, de 15,4% em 2000, nas últi-mas pesquisas saltou para 22,2% na participação. Dos que se declararam evangéli-cos, 60% são de origem pen-

tecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evan-gélicos não determinados. A pesquisa mostra também um aumento dos espíritas, além dos declarantes sem religião e outras religiões.

Com tantos estudos e de-senvolvimento de pesquisas, e por terem liberdade, ainda existem jovens que escolhem e até dedicam um pouco do tempo para uma determinada religião. Um desses é o univer-sitário Hermes Lucas Silveira Trassi, 20, que desde os cinco anos de idade participa de um grupo de oração da Renova-ção Carismática Católica e é engajado na igreja.

“A minha família é participa-tiva na igreja católica, então, desde muito cedo, eu e o meu irmão fomos incentiva-dos ao ato de fé tanto pelos ensinamentos e motivações. Hoje vamos aos encontros, missas e adorações por von-tade própria e principalmente por termos sede de mudança, pois acreditamos que o melhor pode acontecer”, explicou.

Lucas, mesmo com todas as atividades diárias, sempre dedica um tempo para cum-prir com as tarefas da igreja.

“Desde muito pequeno fui ensinado sobre a importância da santa missa, por isso tento ir à igreja todos os do-mingos, como manda a Santa Igreja”, contou.

Atualmente o jovem frequenta um gru-po de oração jovem chamado Totus Tuus (“todo teu, todo de Maria”), da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. “O grupo de oração está se forman-do agora, mas já tem o intuito de evangelizar os jovens que não são participativos na igreja e mostrar a importância que este ato nos propor-ciona”, explicou Lucas.

O universitário ainda re-lata que por ser engajado na igreja, não julga e muito menos deixa de ser amigo de outros jovens que não têm ou muito menos segue uma religião ou crença. “Não trato ninguém com diferença, a fé em Deus e na igreja, com certeza, é o meu maior combustível para continuar a cami-nhada”, disse.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Dedicação que vem da família

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pode acontecer”, explicou.Lucas, mesmo com todas

as atividades diárias, sempre dedica um tempo para cum-prir com as tarefas da igreja.

diferença, a fé em Deus e na igreja, com certeza, é o meu maior combustível para continuar a cami-nhada”, disse.

Dedicação que vem da famíliaNo caso da engenheira

ambiental Priscila Muniz, 27, não foi diferente. Antes mesmo de seu nascimento, seus pais já tinham uma ca-minhada na igreja evangé-lica Assembleia de Deus no Amazonas, e por esse motivo teve um incentivo familiar para a dedicação. Quando criança, sua mãe a colocou para cantar no coral da igre-ja. Foi a primeira de várias atividades religiosas.

“Após cantar no coral co-mecei a participar da esco-la bíblica dominical, e esta atividade fez me aproximar, formando uma base sólida, além de passar por muitos momentos difíceis pude ver o quanto Deus é maravilho-so, e na igreja aprendi a ter esses sentimentos e apren-der a enxergar o que Deus realiza entre nós”, contou a engenheira.

Com a base familiar na igreja evangélica, Prisci-la Muniz explicou que por curiosidade chegou a pes-quisar sobre outras religiões para ter certeza de que iria continuar a seguir o cami-nho na Assembleia de Deus. “Atualmente, por ter muitas atividades, estou dedicando o domingo para ir à igreja, mas realmente não deixo de cumprir com os meus ensinamentos”, disse.

O acadêmico em medici-na, Giuseppe Perloti, teve a caminhada um pouco di-ferente. Nos últimos três anos participa da Cruzada dos Militares Espíritas - Núcleo Manaus. Giuseppe contou que chegou ao espi-ritismo para tentar ajudar e acompanhar a sua irmã que estava passando por problemas emocionais. Segundo ele, muitos

jovens procuram a re-ligião quando estão nesse momento, mas há casos que conti-nuam a caminhada e outros que só nos mo-mentos de dificulda-des retornam. “Com os aprendizados e por perceber que me tornei uma pessoa melhor, resolvi con-tinuar com o traba-lho na cruzada, par-ticipando de grupos de evangelização e colaborando com o meu próximo”, explicou.

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PlateiaCa

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[email protected], DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013 (92) 3090-1042

PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Plateia 3

Entrevista com Alexandre Pires

DIVULGAÇÃO

‘E o Oscarvai para...’

Produtores audiovisuais com atuação no Amazonas falam ao EM TEMPO sobre qual fi lme deve ou não receber a estatueta dourada na noite de hoje

Hoje à noite, o mun-do do cinema (nor-te-americano) vai premiar os melhores

fi lmes produzidos em 2012. Ao todo, são nove indicações para a categoria mais impor-tante (Melhor fi lme). Alguns dos concorrentes ainda não aterrissaram nas salas de Manaus ou chegaram muito tarde, em relação a outras pra-ças. Mesmo assim, produto-res audiovisuais do Amazonas arriscam palpites sobre qual obra merece (ou não) levar o troféu dourado.

Para Rod Castro, premiado pelo curta-metragem “ET Set Era”, a premiação deve se confi rmar para o considerado favorito ao título de melhor fi lme (mesmo que esse favo-ritismo tenha se confi gurado apenas na última semana). “Dos que assisti, o melhor é “Argo”. Quem diria que um dia Ben Affl eck, que por um tempo fi cou conhecido como namorado/marido da Jennifer Lopez, se tornaria um diretor tão competente? E o fi lme ganhou força ao levar a maio-ria dos prêmios em que foi listado, principalmente nos EUA”, diz ao mesmo tempo em que contesta a postura da academia de cinema ame-ricana para com quem, para ele, é o melhor dos cineastas contemporâneos.

“Como que a maior festa de cinema americano, mais uma vez, deixa o seu melhor cineasta longe ao não indi-cá-lo aos prêmios de melhor fi lme e direção? Paul Thomas Anderson, que fez “O mestre”, é o melhor diretor dos últimos 20 anos e seus fi lmes (“Boogie Nights”, “Magnólia”, “A Última Hora”, que codirigiu ao lado do mestre Robert Altman e “San-gue Negro”) são verdadeiras aulas de como se fazer bom cinema, em qualquer parte do mundo”, questiona.

A opinião de Castro é similar

à de Diego Nogueira, também produtor audiovisual premia-do pelo curta “Póstumo”, no Amazonas Film Festival.

Para ele, “Argo” merece o prêmio. “Incrível é saber que o diretor, Ben Afl eck, não concorre ao prêmio, mas seu fi lme sim. Cada gesto, fala, ação captada, nitidamente para que o espectador não perdesse nada, para que ele soubesse tudo o que se pas-sava na complexa história, que envolve um resgate de americanos em solo iraniano. Assisti-lo é uma experiência fascinante. , comenta. Segun-do Nogueira, o fi lme que não leva o troféu (pelo menos no seu palpite) é o musical “Os miseráveis”. “Com mais de duas horas e meia de duração,

torna-se cansativo, apesar de emocionante. Tecnicamente é um fi lme que não erra.

Entretanto, fi ca muito aquém dos concorrentes. Não leva a estatueta de jeito ne-nhum, apesar das excelentes atuações de Hugh Jackman e Anne Hathaway”, completa.

Sem chances na opinião de um, mas aposta de outro. Zeu-di Souza, produtor e fi nalista do curso de artes cênicas pela Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam), acredita que há uma luz no fi m do túnel para “Os miseráveis”.

“Os musicais, de uns dez anos para cá, têm sido as grandes vedetes da noite do Oscar. Eu faria uma aposta em “Os miseráveis”, tanto pela qualidade estética do fi lme

quanto pela difi culdade em realizar, uma vez que o ator tem que ser cantor, além de ou-tros atributos técnicos como a grandiosa pesquisa de direção de arte que abrange o fi gurino, cenários e cores, e a pesquisa musical”, observa.

Embora manifeste a “torci-da” pelo musical, Zeudi ponde-ra que é difícil chegar à con-clusão sobre qual obra pode ser a grande premiada. “Acho que todos os fi lmes estão com excelente qualidade. A cabeça dos votantes do Oscar tem nos dado certas surpresas. Fiquei surpreso quando não vi o nome de Leonardo Di Caprio na lista dos indicados, pois ele desempenhou um de seus melhores papéis em “Django Livre” (de Quentin Tarantino)”, faz um adendo. Zeudi Souza estudou direção cênica na Escuela International de Cine y TV – EICTV, em Cuba. Entre seus trabalhos produzidos, es-tão “Vivaldão – O colosso do Norte”, “Promessa” e o curta-metragem “Perdido”, vence-dor do júri ofi cial do Amazonas Film Festival de 2010.

Para o produtor e ator Leo-nardo Mancini, os votos de vencedor vão para “O lado bom da vida”. “Eu torço pelo fi lme de David O. Russell. Não o vi, só ouvi elogios, mas este é um diretor que desde “Três Reis” (com George Clooney) eu já venho acompanhando. Então, acho que ele merece”, afi rma Mancini, que assim como os demais colegas de arte, é premiado em festivais por suas produções, incluindo “Undead: morto vivo” e “Ata-que do caramujo africano”.

Tapete vermelhoA cerimônia de entrega do

Oscar acontece em Los Ange-les, nos EUA, e os nove fi lmes indicados para o prêmio mais importante são “Indomável sonhadora”, “O lado bom da vida”, “A hora mais escura”, “Lincoln”, “Os Miseráveis”, “As aventuras de Pi”, “Amor”, “Django livre” e “Argo”.

MELHOR FILMEOs indicados para o prêmio mais importan-te são “Indomável so-nhadora”, “O lado bom da vida”, “A hora mais escura”, “Lincoln”, “Os Miseráveis”, “As aven-turas de Pi”, “Amor”, “Django livre” e “Argo”.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

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O produtor audiovisual Diogo Nogueira aposta em “Argo” para o prêmio de melhor fi lme

O voto do produtor e ator Leonardo Mancini é em “O lado bom da vida”

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. Comandado pela sempre alto astral Charufe Nasser, o jantar mensal que apresenta delícias das culinárias árabe e regional, no restaurante dela no Kyssia, movimentou grupo que aprecia boa mesa, na quinta-feira.

. A noite foi superagradável, com nomes do society e o tempero es-pecial de Cha-Chá.

>> Chez CharufeAcompanhado da primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, o governa-dor Omar Aziz inaugurou o Ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias, fortalecendo os serviços da Fundação de Medici-na Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Esta nova unidade funcionará com alta tecnologia e manterá o atendimen-to humanizado do hospital

>>O Hospital Santa Júlia está convidando para o breakfast de inauguração de suas novas e mo-dernas instalações, no dia 27, no boulevard Álvaro Maia.

>>Cumprimentadíssimo na sex-ta-feira pelo seu aniversário, o querido César Seixas.

>>A NCST e UGT, por meio da Secretaria Nacional para Assuntos do Trabalho da Mulher e Juven-tude, juntamente com a Secre-taria Estadual para Assuntos da Mulher da NCST e da UGT estão convidando para o 2º Encontro de Mulheres Trabalhadoras do Estado do Amazonas, no dia 8 de março, no auditório da Escola Superior de Advocacia. O evento terá vasta programação, incluindo importantes palestras.

>>A bela Rossana Feitoza es-treia idade nova amanhã.

>>Com coquetel especial, será lançado no dia 1º de março, a MAP Linhas Aéreas, no Hangar Manaus Aerotáxi, no ‘Eduardi-nho’. Evento que reunirá pesos-pesados da cidade.

>>O empresário Reginaldo Pi-zzonia ganha cumprimentos na se-gunda-feira, pelo seu aniversário.

>>Segundo a Anatel, a Vivo am-pliou a liderança no Amazonas para 64,1% do mercado. A empresa cresceu 0,20 pp no Estado. No segmento de pós, a Vivo também ampliou a liderança para 45,5% do mercado, o que representa quase a soma de todos os pós-pagos de todas as operadoras. No Norte a companhia ampliou sua participa-ção de mercado para 39,3%.

>> Vitrine

Vitória Verçosa, Ana Noronha, Soraya Vianez, a anfi triã Charufe Nasser, Olivia Rodrigues e Claudia Colares

Rodrigo e VitóriaRose Cruz, Francisquinha Negreiros, Ricardo e Vânia Atala

Jac, Marilena Perales, Alberto Martins e Alexandre Prata

FOTOS: DIVULGAÇÃO

. Zeca e Sídia Dantas de Góes serão anfi triões no próximo dia 8 de março.

. Com um elegante convite que já circula pela cidade, orques-trarão uma bela festa comemorando os 15 anos da fi lha Beatriz, no Elegance. Deverá ser um dos eventos mais chiques da agenda social do início do ano.

>> High-society

. Jovem e com um gosto de apurada sofi sticação, o de-signer Gabriele Corto Moltedo cria bolsas que já trilharam história no mundo do luxo. Filho dos fundadores da italiana Bottega Veneta, Gabriele mantém loja na Via Santo Spirito, de onde saem as bolsas must have da temporada.

. Posicionadas como Luxo de Nicho, as bolsas Corto Moltedo fogem da massifi cação do produto, o que as fazem mais deseja-das e exclusivas.

>> Made in Italy

signer Gabriele Corto Moltedo cria bolsas que já trilharam história no mundo do luxo. Filho dos fundadores da italiana Bottega Veneta, Gabriele mantém loja na Via Santo Spirito, de onde saem as bolsas must have

. Posicionadas como Luxo de Nicho, as bolsas Corto Moltedo fogem da massifi cação do produto, o que as fazem mais deseja-

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Em turnê no formato acústico, o cantor Ale-xandre Pires fala ao EM TEMPO sobre sua

carreira, projetos para 2013 e o show que fará em Manaus no próximo dia 7 de março, no Ducila Festas e Conven-ções, no bairro Ponta Negra. A apresentação faz parte do projeto “Rio Samba Show”, que nesta primeira edição do ano faz uma homenagem ao mês da mulher.

EM TEMPO - Imagino que sejam incontáveis as vezes que você esteve na capital amazonense, desde a épo-ca do Só Pra Contrariar (SPC). Qual a diferença do show anterior para este?

Alexandre Pires – Eu gosto muito de tocar em Manaus, principalmente pelo calor des-se público maravilhoso. No show anterior, viemos com a turnê Eletrosamba, já esse é um projeto voz e violão.

EM TEMPO - Você vem acompanhado de outros

músicos? Quem são? AP - São dois músicos:

um baixista e um percus-sionista.

EM TEMPO - O que pre-fere fazer? Show acústico ou com banda?

AP – Gosto de fazer os dois formatos, são públicos diferentes, acho isso muito bom. Como músico, autor, intérprete e ser humano, temos que vivenciar várias experiências.

EM TEMPO - O que pode revelar sobre o repertório para esta apresentação de março em Manaus?

AP – Várias canções do SPC , Wando, Benito di Paula, MPB...o repertório está bem legal, o show tem duração de uma hora e meia.

EM TEMPO - O ano de 2013 traz o que no plane-jamento de sua carreira? Isto é, quais os projetos novos?

AP - Este ano vai ser bas-tante marcante na minha carreira, teremos grandes novidades para os fãs.

EM TEMPO - Você tem um perfil atuante nas redes sociais. Que benefícios traz essa aproximação virtual com o público?

AP - Eu sempre procurei ter um contato mais próximo com os meus fãs e com as redes sociais a gente tem a oportu-nidade de se comunicar com um número maior de pessoas. Tudo isso é muito bacana, não só pelo carinho que a gente recebe, mas também pela par-ticipação ativa do público que, por exemplo, participa das enquetes votando na música que eles querem que seja a próxima a tocar nas rádios. Isso faz toda a diferença no meu trabalho.

EM TEMPO - Com tantas premiações internacionais e até parte da carreira calcada em solo estrangeiro, há di-ferença entre fazer sucesso no Brasil ou lá fora?

AP - Alcançar o sucesso é sempre difícil, tanto no mer-cado nacional quanto no in-ternacional. Eu acho que não existe essa diferença, mas é claro que sair do teu país, can-

tar em outra língua, para um público diferente daquele que já te abraçou, foi um grande desafio para mim. Felizmen-te o meu trabalho foi muito bem aceito na América Latina, África e alguns países da Eu-ropa. Eu só tenho a agradecer a Deus e a todo esse público que me acolheu tanto no Brasil como fora dele.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Alcançar o sucesso é sempre difícil, tanto no merca-do nacional quanto no internacio-nal. Eu acho que não existe essa diferença”

Alexandre PIRES

‘Eu só TENHO a agradecer A DEUS’

SERVIÇOSHOW DO ALEXANDRE PIRES

Quando:

Onde:

Quanto:

Informações:

9 de março, às 21h30Dulcila Festas e Convenções (avenida Coronel Teixeira, 5.982, Ponta Negra)R$ 120 (lugar à mesa) à venda nas lojas Way Shop e Imagina-rium (Manauara Shopping) e Levi’s (Amazonas Shopping)(92) 91530545

Os Playmobils para ler

A história de uma década de atuação da banda de rock amazonense Os Playmobils agora pode ser conhecida por meio do livro “Recortes áci-dos – o rock dos Playmobils”. A obra, escrita pelo baixista do grupo e professor de portu-guês Albenízio Junior, aborda os lugares por onde a banda passou, as amizades conquis-tadas e desfeitas, além de mostrar um panorama das festas da época.

Júnior lembra que ao in-gressar na banda, em 2001, começou a registrar todas as atividades desenvolvidas pelos músicos. Bastidores das festas, ensaios, encon-tros, contato com outros artistas, a disputa entre os trabalhos autorais e o cou-ver, a conquista de novas amizades, assim como as perdas, consideradas pelo autor como as inimizades, estão descritas em seus re-latos. Junior comenta que ao dar início às suas ano-tações não tinha pretensões de escrever um livro, mas ao constatar que havia material suficiente para produzir o vo-lume resolveu formatá-lo.

O livro foi escrito no pe-ríodo de 2008 a 2009, no município de Manacapuru (distante 84 quilômetros de Manaus). Na ocasião, Júnior havia dado uma pausa nos trabalhos junto ao grupo

musical por motivos pesso-ais. “Tinha todos os regis-tros e também passei a ter tempo. Em 1 ano consegui concluir e ao retornar para Manaus dei continuidade ao meu acervo”, relata.

VirtualEm 2011 o baixista teve

a oportunidade de divulgar seu trabalho por meio da internet. Júnior publicou em sua página do Facebook ape-nas o primeiro capítulo do livro e não demorou para que o amigo Daniel Valentim, membro da editora Bartle-bee o convidasse para fazer parte dos escritores cadas-trados na organização.

A obra ainda foi a primeira inscrita no Controle Gabiru (selo da editora dedicado aos livros que falam so-bre música). Segundo Ju-nior, após a apresentação na web, o grupo teve uma boa repercussão. Ao final das apresentações, os fãs procuram pelos músicos e solicitam o exemplar, que ainda não chegou às livra-rias da cidade. “Acredito que ninguém esperava que, em algum momento, uma banda de rock pudesse apresentar um trabalho escrito. Agora, fazemos parte da literatura amazonense”, comemora.

Segundo o músico, o livro deve ser lançado no mês de abril, porém, a data e o local ainda não foram definidos, o valor será R$ 20.

LITERATURA

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

Além da primeira publi-cação, Júnior informa que finaliza um romance de aventuras. A obra é uma mistura de tema regional com ficção científica e fala

da história de dois amigos que viajam pela Amazônia em uma expedição. Durante a viagem, o encanador e o professor de arqueolo-gia encontram um artefato

alienígena e acabam sendo contaminados pelo objeto. Os amigos saem em busca de uma nave, local de origem do objeto nocivo. “Nesse li-vro, o narrador fala com

o leitor. É uma inspiração nas obras de Machado de Assis. Prosa poética e diá-logo entre os personagens também é algo marcante nesse trabalho”, adianta.

Músico se prepara para escrever romance

Professor de português, o baixista Albenízio Júnior utilizou seus registros pessoais com a banda para escrever o livro

HUDSON FONSECA

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Novo ‘Duro de Matar’ agrada “Boa mira, coroa!”. Logo

no primeiro diálogo, John McClane, o herói quase hu-mano interpretado pela pri-meira vez por Bruce Willis 25 anos atrás, tem de ouvir e saber lidar com o maior dos desafios: estar velho.

Diante dessa questão, “Duro de Matar - Um Bom Dia para Morrer” esboça uma despedida, contada como se fosse uma transição, por meio da dupla formada pelo veterano policial e Jack, o Mc-Clane júnior, um jovem agen-te da CIA metido em uma enrascada em Moscou.

Ao tentar libertar um an-tigo funcionário do comu-nismo que detém segredos ameaçadores do atual re-gime, Jack (Jai Courtney) é forçado a se reencontrar com o pai e a reatar os laços familiares.

A restauração da família, motivo presente desde o “Duro de Matar” original, de 1988, serve mais uma vez para moldar a dimensão hu-mana de McClane, herói sem uniforme que nos habituamos a ver sendo agredido, ferido, sangrando e abatido.

Courtney, com sua aparên-cia de jovem veloz e furio-so, funciona como isca para quem considera Willis meio velhusco para ainda saltar de prédios e sozinho abater helicópteros.

Seu papel, porém, não vai muito além de escada e é difícil imaginá-lo como pro-tagonista num improvável futuro de “Duro de Matar”.

O que importa de fato é o impacto da pancadaria e esta tem de sobra neste quin-to título da franquia.

Desde uma longa e destruti-

va sequência de perseguição de carros nas ruas de Moscou logo no início até a delirante apoteose nas dependências arruinadas de Chernobil, o fil-me tem farto material para atender a quem só vai ao cinema para se reabastecer de adrenalina.

Por Cássio Starling Carlos

CRÍTICA

SERVIÇODURO DE MATAR - UM BOM DIA PARA MORRER

Direção:

Produção: Classifica-

ção:

Avaliação:

John Moore

EUA, 2012

12 anos

Bom

Um dos maiores desafios do personagem de Bruce Willis é ouvir que está velho

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ULG

AÇÃO

Inspirado no clássico “A Bela Adormecida”, o espetáculo de dança, que tem como proposta uma análise psicanalítica do conto, causa inquietação ao público

‘Bella’ na visão de Ricardo Risuenho

A experiência e profis-sionalismo de Yara Costa aliados à força dos bailarinos Jonatas

Amaral e Rodrigo Vieira. É assim que podemos descrever o espetáculo “Bella”, que leva assinatura do competente Ri-cardo Risuenho. A montagem, que encerra sua temporada hoje, em dois horários – 19h e 20h30 -, no Les Artistes Café-Teatro (Centro), é composta por um cenário minimalista, mas que casa perfeitamente com a proposta de Risuenho.

Inspirado no conto “A Bela Adormecida”, o espetáculo, que tem 45 minutos de dura-ção, tem uma visão diferen-ciada do que foi apresentado pela produtora Walt Disney. Aliás, a adaptação de Risue-nho não tem nada de infantil. Em um primeiro momento, observamos uma personagem presa em um cubo de acrílico. Uma Aurora atormentada, em busca de liberdade.

Após o contato com o que seria o mundo exterior, a per-sonagem – vivida por Yara Costa -, apresenta seu pro-cesso de amadurecimento. O contato com os homens fica explícito por meio de uma

coreografia que é repleta de energia, no seu sentido mais literal. Yara é carregada por diversas vezes e executa com maestria passos complica-dos, como ao andar carregada por uma parede.

Usando elementos simples, como ovos, a bailarina se en-trega de corpo e alma com gestos fortes e que dispen-sam mais comentários. Com relação aos bailarinos Jonatas Amaral e Rodrigo Vieira, per-cebe-se, por vezes, uma falta de sincronicidade quando os holofotes estão em suas di-reções, mas nada que afeta o caminhar do espetáculo.

O ápice da apresentação fica por conta de quebra de ovos na cabeça de Aurora, o que entende-se ser um orgasmo, pois, logo em seguida ela é conduzida novamente a cuba de acrílico para tomar um banho. O sorriso no rosto da bailarina mostra sua satisfação.

Se a intenção de Ricardo Risuenho era causar uma in-quietação no público, isto foi cumprido. Por vezes, podia-se observar rostos com uma inter-rogação. Em um balé contem-porâneo dificilmente é possível compreender tudo, mas a beleza e precisão dos movimentos é essencial. E isso esteve presente no espetáculo “Bella”. A versão em dança tira a conotação infantil da obra clássica

No próximo dia 9 de março será lançado “Entre árvores e redes – o camelô em Ma-naus”, livro de Márcio André Araújo. A obra investiga o cotidiano dos camelôs bus-cando identificar quem são, o que fazem, quais suas con-dições de trabalho, suas “es-tratégias de sobrevivência” e suas “táticas de integração à estrutura social”.

O livro se originou da dis-sertação de Márcio para o Programa de Pós-Graduação em Sociologia, na Universi-dade Federal do Amazonas (Ufam), em 2009. Na obra, o autor analisa os camelôs que trabalham no entorno da praça da Matriz, no centro de Manaus, em um momento histórico marcado por uma disputa em torno do uso do espaço urbano. De um lado, os camelôs e suas redes

sociais; do outro, o poder público e o empresariado comercial posicionando-se sbre o projeto urbanístico apresentado pelo governo municipal para a revitaliza-ção do centro histórico da capital amazonense.

A leitura desse livro aju-da para a compreensão do mercado informal em Ma-naus, para entender o mo-tivo da presença cada vez mais numerosa de homens e mulheres nas ruas e praças da cidade e também para entender as relações sociais forjadas no cotidiano do tra-balhador de rua.

Márcio André Araújo é amazonense, graduado em filosofia e mestre em so-ciologia. Atualmente, exer-ce a docência no ensino superior em instituições públicas e particulares.

LITERATURA

Livro revela cotidiano doscamelôs da praça da Matriz

A obra é fruto do trabalho de mestrado de Márcio Araújo

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AÇÃO

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AÇÃOBRUNO MAZIERI

Equipe EM TEMPO

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV Tudo Globo precisa voltar a olhar para ‘Malhação’Em relação ao que tem sido mos-

trado em “Malhação”, e até como palpite para a equipe já envolvida na próxima temporada do programa, um dos comentários mais inteligen-tes sobre o assunto, partiu da atriz e escritora Carla Cocenza: “A forma como eles, os autores, abordam a questão do adolescente e sua relação com a internet está um pouco ‘surreal’. Entendo que hoje em dia há muito mais limitação de conteúdo, então talvez seja o caso de se ‘inspirar’ em séries

americanas de grande sucesso e, assim, recuperar seu público.

“Pretty Little Liars” e “The Lying Game”, ambas da ABC Family, retratam adolescentes em suas escolas. As duas são baseadas em livros da Sara Shepard. Sem contar todo o sucesso que “Gos-sip Girl” fez. Acredito que em momentos de mais desespero, de busca de público, o ideal é deixar as histórias autorais um pouco de lado e buscar algo que o público já tenha uma certa afi nidade.

A audiência, claro, não será nenhuma coisa do outro mundo. Irá, com toda certeza, se enqua-drar nos padrões de sempre, mas o “Oscar” deste ano, relati-vo aos trabalhos de 2012, está chamando uma atenção muito maior que as edições anteriores, especialmente as recentes.

C’est fi ni

Bate–rebate• Para a produção de “Chi-

quititas”, o SBT promete levantar uma cidade ceno-gráfica de 1.140 metros quadrados no Complexo Anhanguera.

• Como é a vida... Dia des-ses foi escrito aqui que as expressões turcas de “Salve Jorge” não pegaram.

• Começam em abril as filmagens de “Até que a Sorte nos Separe 2”, em Las Vegas.

No entanto...É sempre bom deixar claro

que temos excelentes pro-fi ssionais, entre experientes e jovens, capazes de desen-volver bons trabalhos para a televisão ou qualquer outro veículo, que não fi cam nada a dever aos de fora.

Se a Globo olhar para “Ma-lhação” como olha para seus outros importantes horários de dramaturgia, talvez con-siga virar esse jogo, e este ano ainda, inclusive. Mas é preciso querer.

Outro detalhe... “Malhação” sempre fun-

cionou como escola ou curso de aperfeiçoamento de talen-tos. A Globo jamais poderá abrir mão disso, porque é impossível colocar aqui os tantos valores que saíram das suas fi leiras.

Em estudos A direção da Rede TV!

se reuniu nos últimos dias, discutiu o assunto, mas ain-da não tem uma decisão fechada sobre o horário de exibição da reprise de “Betty a Feia”. Inicialmente fala-se em 6 da tarde.

De qualquer forma já é uma estreia confirmada para 4 de março.

Merece destaque Um fato que tem repercu-

tido positivamente junto aos funcionários da Rede TV! e fora dela é que há exatos três meses não existem registros de atrasos nos salários.

Está tudo sendo pago rigo-rosamente em dia, inclusive para aqueles que trabalham como empresa.

Dia da volta Glenda Kozlowski, depois

de trabalhar no Carnaval e uma semana de folga, retor-na neste domingo ao coman-do do “Esporte Espetacular” na Globo.

A novidade é que ela já irá encontrar Ivan Moré, como novo companheiro naapresentação.

Comédia A participação de Fafy Si-

queira começa no capítulo 21 de “Sangue Bom”, da Globo, próxima das 7. Mada é des-crita como “uma adolescente

da terceira idade”.Será internada várias vezes

pela fi lha, Giulia Gam, em clíni-cas psiquiátricas, mas sempre vai conseguir escapar.

Os mais, mais O Philos, serviço da Glo-

bosat que disponibiliza um acervo de mais de 300 do-cumentários e espetáculos, divulgou a lista dos mais assistidos pelos assinantes desde seu lançamento, em setembro de 2012.

“Os Impressionistas” e “Vincent - The Full Story” - documentários sobre o mo-vimento artístico surgido na França e do pintor Van Gogh; a premiada série “Jazz”, de Ken Burns; concerto do pianista chinês Lang Lang em Berlim – “Live in Berlin”; o ballet “Romeu e Julieta” e o docu-mentário “François Truff aut”, sobre o premiado diretor de cinema francês.

EstrelaGrazi Massafe-

ra é a protago-nista de “Flor do Caribe”, substi-tuta de “Lado a Lado” na Globo, que estreia dia 11 de março.

CRÉD

ITO

GLO

BO

CELEBRIDADE

A mais comentada da semanaEsta semana, Sabrina

Sato apareceu com um novo visual na internet, con-forme matéria publicada no site Ego. A apresentado-ra, que durante o Carna-val estava com os cabelos castanhos, postou foto no Instagram na qual está com cabelos longos e loiros, com uma blusa decotadíssima. “Amo muito”, escreveu ela. A mudança foi feita por Fernando Torquatto.

Yan Acioli, stylist de Sa-brina, colocou no site de compartilhamento outra imagem, escrevendo: “Pe-ruca!”. Os fãs compararam a apresentadora a Cleo Pi-res, que fi cou loira para atu-ar na novela “Salve Jorge”, Mortícia, personagem de “A

Família Addams” e ainda a Lady Gaga.

Antes do novo visual, ela fez fotos para uma revista de fi tness. Foram divulga-das fotos do “recheio” da edição de fevereiro da re-vista “Corpo a Corpo”, que traz Sabrina Sato em sua

capa. Em entrevista à pu-blicação, a apresentadora fala sobre sua rotina de exercícios físicos e conta que adota a lei da com-pensação. “Como sei que bebida engorda e desidrata muito, mantenho a linha no dia seguinte, tomando o dobro de água que bebo diariamente. Mas não deixo de ser feliz, nem fi co enca-nada. Só faço a minha parte depois”, disse ela, que não abre mão de tomar uma cer-vejinha com os amigos.

Sabrina conta que deixa de comer certos grãos para não se sentir inchada: “Eu elimino feijão, grão de bico e verduras como brócolis e couve-fl or, todos pelo mes-mo motivo”.

VISUALA apresentadora, que durante o carnaval estava com os cabe-los castanhos, postou foto no Instagram na qual está com cabelos longos e loiros, com uma blusa decotadís-sima. Era uma peruca

Pele volta com forçaem Milão

Fur is in the air” (A pele [de animais quentinhos e pe-ludos, no caso] está no ar), diz o slogan num desenho de Karl Lagerfeld entregue aos convidados do desfi le da Fendi, hoje, em Milão.

O estilista, que coassina as coleções da marca, está certo. Com a neve fi na caindo sobre a cidade, muitas fashio-nistas tiraram seus “bichos” do armário. Os looks estão registrados nos sites e blogs de estilo, que também já ele-gem a pele como tendência máxima do próximo inverno.

Na passarela da Fendi, que nasceu e construiu sua histó-ria com base na peleteria, La-gerfeld mostrou como será esse retorno animal.

Tecnologia de ponta mistu-rada a artesanato. Pele nos óculos, nas roupas, nos sapa-tos e no cabelo. Haja raposas, haja mink. Ao fi nal do desfi le, aplausos animados e comen-tários sarcásticos sobre o que a Peta (a ONG Pessoas pelo Tratamento Ético dos Ani-mais) acharia da coleção.

No backstage, Lagerfeld diz que a “pele é divertida”. É uma brincadeira com Fun Furs, signifi cado dos dois “F” que estão na logomarca clás-sica da Fendi.

Em entrevista à editora Suzy Menkes, do “Interna-tional Herald Tribune”, o de-signer comentou que a pele está deixando de ser politi-camente incorreta.

Menos de uma hora depois, no desfi le da Just Cavalli, um manifestante sobe na passarela e é rapidamente retirado. Na plateia, outros seguram placas onde se lê “sua moda é a morte”.

MODA

O visual da apresentadora Sabrina Sato foi um dos assuntos mais falados na internet

REPRODUÇÃO Steven Tyler gastou mais de US$ 5 mi em cocaína

Aos 65 anos, Steven Ty-ler, vocalista do Aerosmith, admitiu gastos excessivos com drogas no passado. Em entrevista à repórter Liz Hayes, do programa “60 Minutes”, o cantor contou que calcula que tenha de-sembolsado mais de US$ 5 milhões com cocaína.

“Não importa o valor. Você também pode dizer que eu cheirei metade do Peru, mas isso não importa”, disse Ty-ler, que está livre das drogas há 20 anos. Em 2008, ele teve uma recaída com remédios controlados, mas se subme-teu a um tratamento em uma clínica de dependentes químicos de Los Angeles.

Ao ser questionado sobre sua luta contra as drogas, o veterano não se importou

em responder. “O fi m para isso seria a prisão, morte ou insanidade”, disse ele, que está sóbrio há alguns anos, depois de passar por cinco ou seis vezes em clínicas de rea-bilitação. “Perdi meus fi lhos, um casamento, uma banda, um monte de coisas. É muito perigoso”, explicou.

ROCK

RECAÍDAEm 2008, o vocalista do Aerosmith teve uma recaída com remédios controlados, mas se submeteu a um tratamento em uma clínica de depen-dentes químicos de Los Angeles

O roqueiro diz que está longe das drogas há 20 anos

DIVULGAÇÃO

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Page 30: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Programação da TV

5:00 Aventura Selvagem

5:30 Pesca Alternativa

6:30 Brasil Caminhoneiro

7:00 A Grande Ideia

7:30 Vrum

8:00 Programa da Manazinha – Local

8:30 Chaves

9:00 Sorteio Amazonas da Sorte – Local

10:00 Domingo Legal

14:00 Eliana

18:00 Vamos Brincar de Forca

18:40 Sorteio da Telesena

18:45 Programa Sílvio Santos

23:00 De Frente com Gabi

0:00 Série - O Mentalista

1:00 Série – Alvo Humano

2:00 Série – Chase

3:00 Encerramento de Emissora

SBT GLOBO

REDE TV

4:45 Santa Missa em Seu Lar

5:45 Sagrado: Compacto

5:55 Amazônia Rural

6:25 Pequenas Empresas, Grandes Negócios

7:05 Globo Rural

8:05 Auto Esporte

8:38 Esporte Espetacular

11:30 Temperatura Máxima

13:53 Esquenta

15:17 Domingão do Faustão

19:30 Fantástico

21:30 Big Brother Brasil

21:50 Domingo Maior

0:05 Sessão de Gala

1:48 Corujão

3:15 Sob Medida

4:00 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia Em Foco

5:00 Nosso Tempo

5:30 Desenhos Bíblicos

7:00 Voto na Record – Local

11:15 Tudo É Possível

14:00 Top Model – HD

15:00 Programa do Gugu

19:30 Domingo Espetacular – HD

22:15 Repórter Record

23:15 Série – Todo Mundo Odeia o Chris

0:15 Programação IURD

5:55 Abertura da Emissora/Hino Nacional

6:00 Via Legal

6:30 Brasil Eleitor

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça – Local

7:30 Igreja Internacional da Graça – Local

8:55 Break obrigatório

9:00 TV Shopping Manaus – Local

10:00 Show de Ofertas da Cidade – Local

10:30 TV Kids – Local

O “Fantásico” é exibido hoje, na TV Globo, após o Faustão

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Pequenas mudanças no jeito de ser ou na sua imagem corporal contribuem para libertá-lo de vínculos ultrapassados. Vale a pena um pouco mais de ousadia diante dos obstáculos.

TOURO - 20/4 a 20/5 A intuição poderá hoje funcionar a seu favor, em especial se estiver diante de um proble-ma que não consiga resolver pelos meios comuns. Confi e na grandeza da vida.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 O bom aspecto do dia favorece o aconteci-mento de pequenos fatos positivos no campo profi ssional. As boas ideias se unem ao uso criativo das condições existentes.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Boas inspirações favorecem a ação rápida e ágil dentro de sua atividade profi ssio-nal. Pequenas mudanças oportunas fazem milagres quanto a liberá-lo de velharias inúteis.

LEÃO - 23/7 a 22/8 O pagamento de dívidas está favorecido, ainda mais se você se dispor a doses ex-tra de generosidade. Novos caminhos se abrem na exata medida em que se livra das dívidas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Suas relações são favorecidas pela boa dis-posição para se entender com as pessoas. Um dia de bom convívio com a pessoa amada, ou com parceiros em outras atividades.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A disposição para trabalhar depende de você estar no comando das tarefas. Se não estiver no comando, provavelmente não vai gostar do que tem para fazer.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Os encontros sociais estão favorecidos, e deles surge um encontro mais estimulante. A capacidade intelectual e criativa favorece atividades de cunho criativo e artístico.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Do fundo dos seus sentimentos surge im-pulso renovador para sua expressão afetiva, criativa e artística. Momento de renovação do ambiente amoroso e doméstico.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Pequenas mudanças em sua rotina e em seu lar abrirão novos portais para você se sentir bem em seus ambientes. Procure renovar a conduta e o modo de estar em sua casa.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Certas negociações e atividades finan-ceiras caminham melhor se você utilizar de criatividade e ousadia. Use de ima-ginação para realizar o potencial que o dia lhe traz.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Momento propício para resolver pequenos problemas práticos e materiais. Um dia também para colocar em prática boas ideias na lida com dinheiro e materialidade.

Cruzadinhas

TV CULTURA

7:00 Palavras da Vida

8:00 Santa Missa

9:00 Viola, Minha Viola

9:30 Nova Amazônia – Local

10:00 Escola Pra Cachorro

10:15 Meu Amigaozão

10:30 Turma do Pererê

11:00 ABZ do Ziraldo

11:30 Anima TV Tromba Trem

11:45 Anima TV Carrapatos e Catapultas

12:00 Turma do Pererê

13:00 Dango Balango

13:30 TV Piá

14:00 Stadium

15:00 Os Protetores do Planeta

16:00 Ver TV

17:00 De Lá, Pra Cá

17:30 Cara e Coroa

18:00 Papo de Mãe

19:00 Conexão

20:00 Esportvisão

21:30 MPTV – Local (Reprise)

22:00 Roda Viva Amazonas – Local (Reprise)

23:00 Doc Especial

0:00 Encerramento da Emissora/Hino Nacional

11:00 Igreja Internacional da Graça – Local

12:00 Fique Ligado – Local

13:00 TV Kids – Local

14:00 Encircuito – Local (Reprise)

15:30 Amazonas Mix – Local

16:00 Break obrigatório

16:05 TV Kids

16:45 Ritmo Brasil

17:20 O Último Passageiro

18:40 Super Bull Brasil

19:40 Star Trek

21:00 TV Shopping Manaus – Local (Reprise)

22:00 Cine Total

23:30 Dr. Hollywood

0:15 É Notícia

1:15 Bola na Rede

1:45 Igreja Internacional da Graça – Local

Cinema

Inatividade Paranormal – 16 anos: Playarte 3 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (leg/diariamente) e 23h (leg/somente sexta e sábado); Playarte 6 – 14h, 16h, 18h, 20h (dub/diariamente) e 22h (dub/somente sex-ta e sábado); Playarte 7 – 14h01, 16h01, 18h01, 20h01 (dub/diariamente) e 22h01 (dub/somente sexta e sábado); Cinemark 8 – 12h40, 14h50, 17h20, 19h30, 21h40 (dub/diariamente) e 0h (dub/somente sexta e sábado); Cinemais Plaza 3 – 15h10, 17h, 19h15 e 21h10 (dub/diariamente).

Os Penetras – 14 anos: Playarte 2 – 14h20, 16h20, 18h20, 20h20 (diariamente) e 22h20 (somente sexta e sábado).

A Viagem – 16 anos: Playarte 4 – 17h20, 20h40 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/so-mente sexta e sábado).

O Mar Não Está Pra Peixe 2 – Livre: Playarte 4 – 13h20 e 15h20 (dub/diariamente).

Fogo Contra Fogo – 16 anos: Playarte 5

– 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (leg/diaria-mente) e 22h30 (leg/somente sexta e sába-do); Cinemark 2 – 21h10 (dub/diariamente) e 23h30 (dub/sexta e sábado); Cinemais Plaza 8 – 15h20, 17h30, 19h40 e 21h50 (dub/diariamente).

A Sombra do Inimigo – 14 anos: Playarte 8 – 13h25, 15h30, 17h35 e 19h40 (dub/dia-riamente).

O Homem Mais Procurado do Mundo – 14 anos: Playarte 8 – 21h45 (diariamente) e 23h50 (somente sexta e sábado).

O Resgate – 14 anos: Playarte 9 – 14h10, 16h10, 18h10, 20h10 (dub/diariamente) e 22h10 (dub/somente sexta e sábado); Playar-te 10 – 13h10, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10 (leg/diariamente) e 23h10 (leg/somente sex-ta e sábado).

João e Maria – Caçadores de Bruxas – 14 anos: Cinemark 1 – 11h20 (dub/somente

sábado e doming), 13h20, 15h30, 17h40, 19h50, 22h (dub/diariamente) e 0h10 (dub/somente sexta e sábado); Cinemark 4 – 22h30 (dub/diariamente); Cinemais Millennium 1 – 19h30 e 21h40 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium 2 – 16h40, 18h40 e 20h50 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 19h10 e 21h20 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza 6 – 14h20, 16h20, 18h20 e 20h30 (dub/diariamente).

Tainá 3 – A Origem – Livre: Cinemark 2 -11h (somente sábado e domingo), 13h, 15h, 17h10 e 19h10 (diariamente); Cinemais Millennium 2 – 14h40 (diariamente); Cinemais Plaza 4 – 14h10 e 1630 (diariamente).

De Pernas Pro Ar 2 – 12 anos: Cinemark 3 – 13h10 e 15h40 (diariamente); Cinemais Plaza 4 – 19h e 21h (diariamente).

O Voo – 14 anos: Cinemark 3 – 18h e 21h (leg/diariamente); Cinemais Millennium

5 – 14h10 e 19h (leg/diariamente);Royal Opera House: Carmen – 12 anos:

Cinemark 4 – 14h (somente terça) e 19h (somente quinta).

Meu Namorado É Um Zumbi – 14 anos: Cinemark 5 – 11h30 (dub/somente sábado e domingo), 13h50, 16h30, 18h50, 21h30 (dub/diariamente) e 23h45 (dub/somente sexta e sábado); Cinemais Millennium 5 – 16h50 e 22h (leg/diariamente); Cinemais Plaza 5 – 14h50, 17h15, 19h30 e 21h40 (dub/diariamente).

As Aventuras de Tadeo 3D – Livre: Cinemark 6 – 12h50 (dub/diariamente).

O Lado Bom da Vida – 12 anos: Cinemark 6 – 14h30, 17h, 19h20 e 21h45 (leg/diariamente).

Os Miseráveis – 14 anos: Cinemark 7 – 15h10, 18h20 e 21h30 (leg/diariamente).

REPRODUÇÃO

ESTREIA

REPRODUÇÃO

Duro de Matar - Um Bom Dia Para MorrerEUA. 12 anos. Seis anos após salvar o mundo acompanhado da fi lha, em “Duro de

Matar 4.0”, o detetive John McClane tenta salvar o mundo em companhia do fi lho. O personagem interpretado por Bruce Willis vai à Rússia tirar seu fi lho da prisão e descobre que ele é um agente da CIA em busca de bombas nucleares roubadas. Cinemark 6 – 17h30, 20h e 22h20 (dub/diariamente); Cinemark 7 – 12h (dub/somente sexta, sábado e domingo), 14h10, 16h40, 19h, 21h20 (dub/diariamente) e 23h40 (dub/somente sexta e sábado); Cinemais Millennium 4 – 14h20, 16h30, 18h50 e 21h (dub/diariamente); Cinemais Millennium 8 – 15h20, 17h30, 19h40 e 21h50 (leg/diariamente); Cinemais Plaza 2 – 15h, 17h10, 19h20 e 21h30 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 7 – 14h, 16h10, 18h30 e 20h40 (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

O Reino Gelado 3D – RUSS. LIVRE. Desejando criar um novo mundo no qual o vento polar esfrie as almas humanas, a

Rainha da Neve cobriu o planeta com gelo e ordenou a destruição de todas as artes e artistas. De acordo com as previsões de um espelho mágico, a última ameaça aos seus planos estaria no mestre-vidreiro Vegard, cujos espelhos refl etem as almas das pessoas. Vegard e sua esposa Una são sequestrados, deixando seus fi lhos Kai e Gerda para trás. Playarte 1 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (dub/diaria-mente) e 23h30 (dub/somente sexta e sábado); Cinemark 4 – 12h30, 14h20, 16h20 (dub/não será exibido na terça) e 20h30 (dub/não será exibido na quinta); Cinemais Millennium 1 – 14h, 15h50 e 17h40 (dub/diariamente); Cinemais Plaza 1 – 13h40, 15h30 e 17h20 (dub/diariamente).

Cirque du Soleil: Outros Mundos 3D. EUA. Livre. O mais famoso circo acrobático do mundo traz “Worlds Away”, um espetáculo

inédito concebido especialmente para um fi lme em 3D, dirigido por Andrew Adamson (Shrek) e com produção executiva de John Cameron (Avatar). Cinemark 4 – 18h20 (não será exibido na quinta); Cinemark 6 – 15h10 (diariamente); Cinemais Millennium 3 – 15h, 17h10, 19h10 e 21h10 (leg/diariamente).

DIVULGAÇÃO

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Page 31: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Em mais uma ação social, a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz reuniu mais de 40 entidades sociais da capital e interior do Amazonas, para doar leite, fraldas descartáveis e kits escolares. No encontro, a embaixadora da solidariedade recebeu homenagem dos padres Humberto Costa e Gra-ciomar Fernandes. Palmas!

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Sess

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omen

agem Selene Costa, Claudia Barbosa e Neybe

Lentz estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

A linda Beatriz dos Reis Góes vai ganhar concorrido début no próximo dia 8, no Elegance. A sessão 15 anos promete agitar o setor festa-tendência da cidade.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da CMM, vereador Everaldo Farias (PV), anunciou que a casa vai sediar no dia 8 de abril o Fórum “Lixo e Cidadania” que irá discutir a inclusão das cooperativas de coleta seletiva no sistema de limpeza pública de Manaus. Atualmente, 2 mil coletores de resíduos sólidos (catadores de lixo) atuam nesse segmento na cidade.

No próximo da 28, acontece o lançamen-to da coleção Maresia Inverno 2013, nas dependências do Salão Michelangelo do Hotel Da Vinci, a partir das 21h. O evento é exclusivo aos lojistas que comercializam a grife em Manaus. O mister Brasil Lucas Malvacini fará participação especial.

Representantes das mulheres de suces-so de Manaus, a dermatologista Montaha Jasserand foi escolhida para estrelar uma das capas da edição de aniversário da revista “Em visão” desse trimestre. Brin-dando os seus 10 anos, a revista iniciou a programação anual de comemoração com concorrido coquetel no Terezina 275.

O Hospital Santa Júlia convida para con-ferir o café da manhã agendado para o pró-ximo dia 27. Na ocasião serão mostradas as novas instalações que o tornam o maior complexo hospitalar da Região Norte. De anfi trião, o diretor Edson Sarkis.

O empresário Juca Semen agendou para o próximo dia 7, no Dulcila da Ponta Negra, o show de Alexandre Pires, dando o pontapé ao projeto Rio Samba Show 2013. Mesas e ingressos já estão à venda.

::::: Sala de Espera

jandervieiradescartáveis e kits escolares. No encontro, a embaixadora da solidariedade recebeu homenagem dos padres Humberto Costa e Gra-ciomar Fernandes. Palmas!

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Sess

ão h

omen

agem

HERICK PEREIRA/AGECOM

É preciso ser honesto com a realidade do trânsito em Manaus, faltam mais guardas para fi scalizar os abusos e olha que não são poucos! Em muitas aveni-das é possível se deparar com atitudes que arrepiam só de constatar o quanto existem mal-educados ao volante. Então fi ca a dica para que a prefeitura aumente o efetivo de “marronzinhos”.

::::: Mais guardas

É visível aos olhos de pedestres e motoristas que transitam em avenidas como a Djalma Batista, André Araújo e ruas como a movimentada Maceió. As mudas plantadas nessas vias já começam a ganhar espaço e forma na paisagem local. Com ações como essas, é possível embelezar Manaus e amenizar o clima severo do verão amazônico. Observando o resultado, duas perguntas vêm à cabeça: por que não se fez antes e por que não faz mais?

::::: Plantando dá

Atenção fi nas que adoram estar em dia com o espelho e em paz com o seu “narciso” de cada dia. O salão D&A está com várias promoções que faz um bem danado à autoestima. Os precinhos estão, digamos, convenien-tes ao período pós-gastos de Carna-val. Se é que vocês me entendem... Agendem que faz bem, viu?

::::: Promoção

O editor esteve ausente, substituído pelo amigo Car-los Aguiar, que com seu estilo único e elegante de escrever conduziu com maestria este espaço brilhantemente duran-te a semana. Uma pneumonia seguida de trombose deixou no estaleiro minha rainha-mãe, dona Raimunda Barreto – co-nhecida cariosamente como Miss M., mas graças a Deus e a indispensável corrente de oração comandada pelos ami-gos queridos ela saiu da UTI do Check-up Hospital, e está no apartamento, se recuperando. Obrigado, Carlão, pelo carinho.

::::: Labuta

Rocilda e Márcia Martins celebrando o grande aniver-sariante da temporada, Alberto, nos domínios de chique encontro no Zefi nha Bistrô

Kátia Sebben e Baby Rizzato es-banjando simpatia e gracejos em noite de jantar concorrido no se-tor gastronômico de Selma Reis

Trio divertido pilotado por Jack Chagas,

Fátima Abreu e Eliane Schnei-der conferindo

happy hour divertida do

Zefi nha Bistrô

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

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Page 32: EM TEMPO - 24 de fevereiro de 2013

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 24 DE FEVEREIRO DE 2013

Cancelamentos no Lollapalooza Os shows paralelos do

Lollapalooza Brasil, que ofe-recem aos fãs uma chance de ver as bandas fora do festival, ocorrerão no Cine Joia, em São Paulo.

Inicialmente, eles esta-vam marcados para ocorrer no Grand Metrópole (antigo Cine Metrópole), mas foram transferidos para o local, no centro de São Paulo.

Além disso, a GEO Even-tos, organizadora do festi-val em sua versão nacional, cancelou a apresentação da

banda Passion Pit, que faria um dos shows paralelos. Mesmo assim, o grupo ain-da tocará no Rio de Janeiro, que receberá algumas das atrações paralelas.

Assim, em São Paulo, to-carão Mix Hell e Hot Chip, no dia 29 de março, Dudu Linhares e Of Monsters and Men, no dia 30, e Alabama Shakes, no dia 31 -todos no Cine Joia (praça Carlos Gomes, 82, Liberdade).

Os ingressos estão sendo vendidos no http://lollapaloo-

za .showcard. com.br e cus-tam R$ 150 por noite.

CariocaNo Rio, os shows serão no

Circo Voador (rua dos Arcos, s/n, Lapa). No dia 28 de mar-ço, o Hot Chip se apresentará. No dia 29, é a vez do Two Door Cinema Club. No dia 30, do Passion Pit, e no dia 1º de abril, do Alabama Shakes.

Os ingressos para os shows cariocas estão sendo vendi-dos no site do Circo Voador, pelo preço de R$ 140.

PALCOS PARALELOS

O Passion Pit cancelou a apresentação na programação paralela do Lollapalooza Brasil

DIVULGAÇÃO

Músico da Glory Opera prepara primeiro CD solo Com 10 anos de carreira, Casé Mar, que também é guitarrista na banda Rockaholics, prepara disco 100% autoral

Guitarrista, violonista, cantor e compositor. Esses são alguns dos atributos do músico

Casé Mar, oriundo de família de artistas, que possui tan-to projetos autorais quanto os “covers” no cenário local. Há mais de 10 anos nessa trajetória, o instrumentista está em fase de reinventar a si mesmo para o público, apostando seus investimen-tos na produção do primeiro disco autoral solo. A previsão é concluir o material até o fi m deste ano de 2013.

Embora esta seja a primeira vez que Casé Mar investe tem-po – e dinheiro – para registrar ofi cial e comercialmente um projeto autoral seu, o músico amazonense já possui outras investidas nesse segmen-to. “Gravei algumas músicas pelo (projeto de apoio cultu-ral criado pela administração municipal) “Valores da Terra”, em 2003, que nunca foram lan-çados por motivos obscuros. Em 2004, juntamente com a banda Glory Opera, viajamos para São Paulo e registramos o álbum “Equilibrium” (que so-mente veio a ser lançado em 2007). Esta será a primeira vez que farei praticamente sozinho. Totalmente preen-chido por músicas inéditas e de minha autoria. Espero contar com muitas partici-pações especiais neste tra-balho”, explica.

Muito do conteúdo do ál-bum está pronto, mas algumas composições receberão um novo tratamento pelo autor. “Criei infi nitos esboços, porém estou inclinado a sempre ter novas ideias, começando do zero e partindo do princípio de que hoje tenho mais história para contar que antes. Então, acredito que posso produzir coisas mais congruentes com o que estou vivendo musical-mente hoje em dia. Isso é bom para vivenciar o momento certo e não se prender tanto ao que passou, mesmo que seja recente”, diz.

Casé Mar revela três das músicas que devem estar contempladas no álbum. “V8 charger” é instrumental e faz alu-são ao som do motor automotivo V8 e à paixão do artista por carros velozes; “Blues castle” é um

blues que tem a pretensão de exaltar a vida de um “bluesei-ro” e a história que construiu; e “Love tonight” (nome provi-sório) é uma balada român-tica, cujo conteúdo pode ser resumido apenas em “falar de amor”. “Talvez, eu faça alguma em português, mas somente no título em alguma instru-mental. Além disso, terá um blues pesadão meio moder-no de nome “Cosa Nostra”, tema que sou fascinado”, comenta o guitarrista.

Pela variedade de fontes musicais para a concepção das músicas, fi ca claro que o álbum não apresenta um estilo específi co a ser seguido. “Esse disco não será concei-tual, como normalmente vem sendo o nosso trabalho com o Glory Opera. Muito pelo contrário, buscarei usar mi-nhas infl uências de maneira muito livre. Sem me prender a conceitos de letras e roupa-gem das músicas. Na verdade, penso em fazer algo muito variado, passando pelo rock progressivo e instrumental até coisas mais pesadas e uma pitada de rock country, que sou muito fã. Mas o pano de fundo será uma pegada funk, que me norteia há muitos anos”, enfatiza. O título do álbum ainda não é uma preocupação para Casé Mar, que acredita que a própria sonoridade do disco será o parâmetro para essa defi nição posterior.

A conclusão do projeto, segundo Casé, depende de conciliar a agenda em relação a outros projetos e com-promissos. “In-felizmente, não vivo de música. Mas espero lan-çar antes do Na-tal”, diz.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Muito do conteúdo do ál-bum está pronto, mas algumas composições receberão um novo tratamento pelo autor. “Criei infi nitos esboços, porém estou inclinado a sempre ter novas ideias, começando do zero e partindo do princípio de que hoje tenho mais história para contar que antes. Então, acredito que posso produzir coisas mais congruentes com o que estou vivendo musical-mente hoje em dia. Isso é bom para vivenciar o momento certo e não se prender tanto ao que passou, mesmo que

Casé Mar revela três das músicas que devem estar contempladas no álbum. “V8 charger” é instrumental e faz alu-são ao som do motor automotivo V8 e à paixão do artista

conciliar a agenda em relação a outros projetos e com-promissos. “In-felizmente, não vivo de música. Mas espero lan-çar antes do Na-tal”, diz.

EM TEMPO – É correto afirmar que a constru-ção do álbum está em fase inicial?

Casé Mar – De fato não, pois tenho muitos álbuns prontos dentro do material que já tenho composto. No decorrer da produção, pre-tendo inovar tudo, mas não é certeza, pois o material pronto eu já acho bom e em número sufi ciente para fazer uma boa seleção. Só acho que é sempre bom termos a coerência em es-colher algo legal também para quem ouve. Disco é algo introspectivo e pa-radoxalmente para outras pessoas escutarem.

EM TEMPO – Algumas participações estão pre-vistas. Isso vale somente para cantores ou instru-mentistas também?

CM – Os vocais são im-prescindíveis para tornar o trabalho mais dinâmico e não só uma voz, no caso a minha. Os instrumentis-tas convidados virão nos

brindar com o diferencial em timbres, na pegada, na técnica e, principalmente, nas ideias e improvisos pe-culiares de cada um.

EM TEMPO – Qual o orçamento desse pro-jeto autoral?

CM – Sem contar os cus-tos com energia elétrica e um computador, eu uso uma placa externa que custa de R$ 600 a R$ 700. Guitarras boas sempre custam mais de R$ 3 mil, mas nem conto isso. Agora prensagem, mi-xagem, masterização, tudo fi caria em torno de R$ 10 mil. Tenho que ver alterna-tivas para esses custos.

EM TEMPO – Você vai atrás de apoio finan-ceiro?

CM – Não. Farei total-mente sozinho e não espero lucro com esse trabalho. Só amor pelo que gosto de fazer. Trabalho para não precisar disso. Infelizmen-te, uma mágoa que trago na música é a falta de apoio.

‘Não espero lucro com o CD’

Desde 2003, o guitarrista Casé Mar trabalha com gravações de disco, mas desta vez será uma produção solo

FOTOS: ARQUIVO EM TEMPO

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