edição de setembro

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PUBLICIDADE RONFE | p. 07 Autarca admite fusão de Vermil, Oleiros, Airão S. João e Airão Santa Maria com Ronfe VERMIL | p. 13 Faltas do eleito do PP podem ir a tribunal CASTELÕES | p. 084 Vinte e cinco mil euros para requalificar rua do Centro Social JOANE | p. 044 Secundária fica sem 10 milhões de euros para obras DESPORTO | p. 154 Ciclismo ganha força na prova Famalicão - Joane ENTREVISTA | p. 14 Presidente de Airão Santa Maria faz balanço a meio mandato Festa no primeiro dia do Centro Escolar PUBLICIDADE Nº 150 • ANO XIII • SETEMBRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE VERMIL Empresa do presidente faz obra paga pela Junta de Freguesia RL MAGAZINE As Velhas Glórias do Liceu de Joane. Grupo no Facebook já tem mais de 600 pessoas Ronfe planta couves nos buracos da estrada p. 07 p. 04 p. 10 As 412 crianças que estreiam a nova escola joanense foram recebidas em ambiente festivo. Os pais também se associaram ao primeiro dia de escola. p. 08 p. 09 Joanense recebe multa da Madeira... onde esteve há 50 anos!

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Jornal Repórter Local

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Page 1: Edição de Setembro

PUBL

ICID

AD

E

RONFE | p. 07Autarca admite fusão de Vermil, Oleiros, Airão S. João e Airão Santa Maria com Ronfe

VERMIL | p. 13 Faltas do eleito do PP podem ir a tribunal

CASTELÕES | p. 084Vinte e cinco mil euros para requalificar rua do Centro Social

JOANE | p. 044Secundária fica sem 10 milhões de euros para obras

DESPORTO | p. 154Ciclismo ganha força na prova Famalicão - Joane

ENTREVISTA | p. 14Presidente de Airão Santa Maria faz balanço a meio mandato

Festa no primeiro dia do Centro Escolar

PUBL

ICID

AD

E

Nº 150 • ANO XIII • SETEMBRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

VERMILEmpresa do presidente faz obra paga pela Junta de Freguesia

RL MAGAZINE

As Velhas Glórias do Liceu de Joane. Grupo no Facebook já tem mais de 600 pessoas

Ronfe planta couves nos buracos da estrada

p. 07

p. 04

p. 10

As 412 crianças que estreiam a nova escola joanense foram recebidas em ambiente festivo. Os pais também se associaram ao primeiro dia de escola.

p. 08

p. 09

Joanense recebe multa da Madeira... onde esteve há 50 anos!

Page 2: Edição de Setembro
Page 3: Edição de Setembro

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 3

QUEM AssUME CUsTOs COM A MAnUTEnçãO DAs EsCOlAs?

Os três grupos folc lór icos de Joane não es-condem o desconforto. Ao abr igo do esque-ma de distr ibuição de sa las , os t rês grupos i rão coabitar na escola de Giesta is . Todos cr i t icam a decisão, fa lam que não era o que estava previsto e que, desta forma , não servirá as necess idades de ninguém. “A distr ibuição anunciada não agrada , de todo, à Rusga . Acei támos o que nos atr ibu-írem, porque não temos nenhuma sede, mas apenas usaremos a sa la para guardar o patr i-mónio do grupo. Uma sala apenas não tem as mínimas condições para ensaios . Houve uma distr ibuição exempl i f icat iva , suger ida pela Junta à Câmara , há cerca de dois anos , que não tem nada a ver com a que foi anuncia-da . A escola de Giesta is estava apenas para a Rusga e Associação Divino Salvador de Jo-

ane. Cada uma com uma sala para reuniões e um espaço comum para ensaios . Part i lhar o mesmo espaço com o Danças e Cantares , por exemplo, não será fác i l , porque ambos ensaiamos no mesmo dia e hora” , d iz Ricardo Carneiro, da Rusga de Joane.Argumentos part i lhados por Deol inda Salga-do, v ice-pres idente do Grupo Danças e Can-tares . “Se for como anunciam, só f icaremos com a sa la para fazer dela a nossa sede” , d iz

a dir igente .Custódio Fernandes , pres idente da Associa-ção Divino Salvador de Joane (que integra o grupo de folc lore infant i l da v i la ) d iz aguar-dar pela comunicação of ic ia l . Apesar disso, vai av isando que, caso se conf i rme o previsto , i rá re je i tar a sa la .“Queremos sa ir do sa lão paroquial porque não oferece condições mas não i remos para uma s i tuação em que as condições a inda se-jam piores . A distr ibuição anunciada é fe i ta sem cr i tér io , para não dizer sem gosto. Há as-sociações a quem não se conhece trabalho e que terão também um espacinho. Queremos react ivar projectos como as escolas de músi-ca e de inglês mas , ou temos um espaço em condições ou então nem vale a pena” , refere Fernandes .

Associações queixam-se de falta condições e contestam critérios de distribuição

EM FOCO 1

Escolas entregues...à confusão!

JOANE | ESCOlAS

Luís Pereira

ASSOCIAçÕES CONTESTAM CRITéRIOS DE ATRIbuIçãO DAS ESCOLAS E ADMITEM RECuSAR OS ESPAçOS quE LhES FOREM DESTINADOS

A inda sem terem sido for-m a l m e n t e i n f o r m a d a s da decisão, muitas das a s s o c i a ç õ e s d e J o a n e

c o n t e m p l a d a s c o m s a l a s d a s esco las pr imár ias que agora se encontram devolutas mostram-s e c o n t r a a d i s t r i b u i ç ã o q u e o R L d e u a c o n h e c e r n a e d i ç ã o passada. Às associações têm-se associado, também, vozes críticas q u a n t o a o s c r i t é r i o s d e f i n i d o s pela Junta de Joane e pela Câmara de Famalicão .“Quis-se agradar e por isso deu-se salas a todas as associações quan-do deveriam ser distribuídas em função de projectos concretos. As escolas poderiam, por exemplo, servir de incubadoras de empre-sas”, apontou Sérgio Cortinhas, ex-presidente da Assembleia de Freguesia (AF), na últ ima sessão deste órgão.O p r e s i d e n t e d a J u n t a , S á M a -c h a d o , g a r a n t e q u e h a v e r á f i s -c a l i z a ç ã o e s ó t e r ã o d i r e i t o a p e r m a n e c e r n a s e s c o l a s a s a s -sociações que “f izerem prova de vida” . “Nas escolas que a Junta vai ger ir (Mato da Senra, Mon-telhão e Giestais) vai exist ir um r e g u l a m e n t o d e u t i l i z a ç ã o q u e t o d o s t ê m d e a s s i n a r . A J u n t a v a i f a z e r o a c o m p a n h a m e n t o d a a c t i v i d a d e d a s a s s o c i a ç õ e s exigindo o plano de actividades. Isto não é só direitos, nenhuma t e r á o e s p a ç o g a r a n t i d o p a r a

sempre. Se a associação deixar de ter actividade, deixa de o poder usar”, garante o autarca.A entrega da maior das escolas (Avenida) à Paróquia, que lá deve-rá colocar os escuteiros, as Guias e a F r a t e r n i d a d e N u n ´ Á l v a r e s , também tem sido alvo de críticas. O e le i to soc ia l i s ta Car los Re go lembra que estas instituições já dispõem do salão paroquial para as suas iniciativas e vê na mudan-ç a u m s i n a l d e qu e e s t e e s p a ç o nunca mais será recuperado. “Os escuteiros deveriam pugnar pelo a r r a n j o d o s a l ã o , s e s a í r e m , é mais um passo para nada se fazer naquele edif ício”, sal ienta.Miguel Coelho, eleito do PSD/PP na AF e chefe do agrupamento do CNE de Joane, diz que as crít icas são injustas, mas cri t ica os cr i-térios uti l izados na distribuição dos espaços.“Nunca concordei com esta so -l u ç ã o d e d i v i d i r o m a l p e l a s a l d e i a s . É i n j u s t o d a r s a l a s a quem não trabalha e sabemos que há muitas associações em Joane q u e , a p e s a r d e e x i s t i r e m , t ê m p o u c a o u n e n h u m a a c t i v i d a d e . A J u n t a q u e a g o r a q u e r c o l h e r l o u v o r e s q u a n d o a d e c i s ã o f o i d a C â m a r a , a n d o u s e m p r e p o r c o n v e n i ê n c i a n e s t e p r o c e s s o . A n t e s d a s e l e i ç õ e s h o u v e u m a reunião da qual foi redigida uma acta mas, entretanto, apareceram outras associações da influência do PS a que também se teve de

agradar”, refere o dirigente dos escutas joanenses.As 15 instituições contempladas ainda não foram notif icadas pela C â m a r a M u n i c i p a l ( d o n a d o s edif ícios) quanto às decisões. O plano de distribuição foi divulga-do pelo RL (ver cabeçalho) com base nas informações recolhidas junto do munic íp io e da Junta . A disposição anunciada, se t inha i n t e n ç õ e s d e a g r a d a r a t o d o s , acabou por receber fortes críticas. H á j á q u e m f a l e e m r e j e i t a r o espaço que lhes tocar (ver caixa).

Questionado sobre os problemas apontados pelas associações, sá Machado diz que a distribuição anunciada não é definitiva. O que existe, adianta, é “um esboço que poderá ser alterado”. “Há novas associações em Joane que foram contempladas porque pediram mas, se até à distribuição definitiva não se constituírem como associação, perderão o direito à sala”.Outra das interrogações prende-se com a responsabilidade de manutenção dos edifícios. Quem paga? O que acontecerá em caso de falta de zelo? O autarca joanense, diz que estas questões estarão previstas no regulamento, o que não descansa alguns dirigentes.“A Junta sempre gemeu por não ter dinheiro para fazer pequenas reparações nos edifícios enquanto eles funcionavam para as escolas e agora vai ter?”, questiona Miguel Coelho.“A Câmara tem obrigação de ceder as salas em condições. A manutenção, a partir daí, tem de ser dividida entre as associações. no caso de danos maiores, se houver culpa de uma associação esta deverá ser responsabilizada. não podemos querer casa, cama e roupa lavada”, considera Ricardo Carneiro.O presidente da Junta diz que nada está ainda definido e admite que as obras nas escolas possam substituir os habituais subsídios à associações. “A Junta não tem dinheiro para tudo. no caso de termos de fazer obras nos edifícios, os subsídios anuais às associações poderão deixar de existir”, avisa o autarca.

ESCOLA DE GIESTAIS Grupo Danças e Cantares; Grupo Etnográfico Rusga; Coral Divino salvador; Grupo Infantil; Associação de Pais da Escola secundária; Associação Musical.

ESCOLA DA AVENIDA CnE; Guias de Portugal ; Fraternidade nuno Álvares.

ESCOLA MATO DA SENRAC o m i s s ã o s o c i a l I n t e r -freguesias | loja social.

ESCOLA MONTELhãOAssociação Juventude de Joane; Escola de Atletismo Rosa Oliveira; Associação Didascália; Associação de Reformados; Joane BTT.

ESCOLA CIMA DE PELEA v e C o o p e r a t i v a d e Intervenção Psico-social (ACIP)

“Há associações a quem não se conhece trabalho e que terão também um espacinho.”

Page 4: Edição de Setembro

4 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O p r i m e i r o d i a d e f u n c i o n a m e n t o d o C e n t r o E s c o l a r d e J o a n e f o i ass inalado com festa . À espera das primeiras 412 crianças que estreiam

a nova escola joanense estavam insuf láveis , p inturas , palhaços, jogos e muita animação. A in ic iat iva fo i do Agrupamento de Escolas Bernardino Machado mas os pais também se associaram ao primeiro dia de escola . “É uma nova etapa na v ida deles . Como mãe s into-me mais tranqui la ao saber que o meu f i lho está numa escola como esta que ofere-c e t o d a s a s c o n d i ç õ e s ” , c o n f e s s o u C r i s t i n a Araújo, uma das mães presentes na recepção aos a lunos.Construído pe la empresa ACA Construções , d e F a m a l i c ã o , o C e n t r o E s c o l a r r e p r e s e n t a

um invest imento de mais de três milhões de euros assumido em partes iguais pela Câmara Municipal e por fundos comunitár ios .O C e n t r o a c o l h e t o d o o e n s i n o p r é - e s c o l a r e o p r i m e i r o c i c l o d e J o a n e . O t r a n s p o r t e e s c o l a r c h e g a a g o r a a o p r i m e i r o c i c l o q u e passa também a ter refeições e uma biblioteca.“ N o m e u t e m p o n ã o h a v i a n a d a d i s s o , o s m i ú d o s t ê m a q u i m u i t o p o r o n d e s e e n t r e -t e r e m , a g o r a j á n ã o h á d e s c u l p a s p a r a n ã o a p r e n d e r e m , t ê m t u d o à m ã o ” , d i s s e J o s é Teixeira , pai de um aluno.A m a n h ã d e d i v e r s ã o q u e s e r v i u d e a c o l h i -m e n t o a o s a l u n o s a n t e c i p o u a i n a u g u r a ç ã o o f i c i a l d a e s c o l a , q u e c o n t i n u a a i n d a s e m d a t a m a r c a d a . “ Q u e r í a m o s f a z e r u m a f e s t a para ass inalar este dia tão importante não só para a comunidade escolar como para toda a v i la de Joane. O object ivo é que as cr ianças

guardem este dia para sempre. Quanto à inau-guração o f ic ia l , o agrupamento desconhece datas mas sabe que é intenção do município que e la aconteça” , adiantou, ao RL, Manuel Oliveira, professor responsável pelo primeiro c ic lo do Agrupamento.“ A s a n t e r i o r e s e s c o l a s d a v a m s i n a i s d e d e -g r a d a ç ã o e n ã o i r i a s e r p o s s í v e l c o n t i n u a r n a q u e l e s e d i f í c i o s p o r m u i t o s m a i s a n o s . A q u a l i d a d e d e s t e C e n t r o d e v e s e r v i r d e e s t í m u l o p a r a q u e s e d e s e n v o l v a m e l h o r a act iv idade pedagógica” , f r isou o director do Agrupamento, Al fredo Lima.O transporte escolar e o serviço de refe ições têm gerado a lguns problemas nos pr imeiros d i a s d e a u l a s n a n o v a e s c o l a . A l f r e d o L i m a a s s e g u r a , c o n t u d o , q u e s ã o “ q u e s t õ e s d e pormenor” e que “o transporte e as refe ições estão garant idos” .

O primeiro dia do Centro Escolar de JoaneENSINO

ROnFE | CâMARA lAnçA COnCURsO DO CEnTRO EsCOlAR A Câmara de Guimarães va i lançar concurso públ ico para const ru-ção do Centro Esco lar de Ronfe , orçado em 3 ,6 mi lhões de euros . O Centro será const ru ído junto à esco la Abel Sa lazar e deverá receber a lunos de outras f regues ias , como Vermi l e Ole i ros .

Texto e Fotos | Luís Pereira

Ambiente de festa marcou abertura do Centro Escolar. A inauguração oficial continua sem data marcada

EM FOCO 2

SECuNDÁRIA PODE FICAR SEM 10 MILhÕES PARA ObRASJOANE

A e s c o l a s e c u n d á r i a d e J o a n e ( E S J ) é u m a das a fectadas com a suspensão dos projectos da Parque Escolar que aguardavam abertura d e c o n c u r s o p ú b l i c o p a r a r e m o d e l a ç ã o . A Câmara de Famal icão e a d irecção da secun-dár ia tentam agora encontrar so luções para v iabi l i zar as obras . Uma de las poderá ser a i n c l u s ã o d a o b r a n o P r o g r a m a d e I n v e s t i -m e n t o s e D e s p e s a s d e D e s e n v o l v i m e n t o d a Administração Centra l (PIDDAC).A ESJ fazia parte da l is ta de 90 escolas secun-dárias que no próximo ano seriam remodeladas no âmbito do programa de requal i f icação da P a r q u e E s c o l a r . O i n v e s t i m e n t o s u p e r i o r a 10 mi lhões de e uros f i cou suspe nso porque o Governo quer audi tar a Parque Escolar .

A d i r e c ç ã o d a e s c o l a n ã o f o i i n f o r m a d a “ f o r m a l m e n t e ” . “ S e t a l v i e r a a c o n t e c e r , s e r á u m a p é s s i m a n o t í c i a p a r a J o a n e , q u e não terá uma escola tão d igna em termos de insta lações como as restantes do concelho” , re fere Al fredo Mendes , d irector .N a o p i n i ã o d e L e o n e l R o c h a , v e r e a d o r d a Câmara de Famalicão, “com os milhões gastos nas obras das duas esco las da c idade , ser ia poss íve l fazer obras nas t rês secundár ias do concelho”. Agora, garante este responsável, “a Câmara tudo fará para convencer o Governo a interv ir em Joane para que a escola Padre B e n j a i m S a l g a d o n ã o s e j a o p a r e n t e p o b r e das secundár ias do concelho” . Entretanto , a prec isar de arranjo cont inua o

largo junto à entrada da escola secundár ia , de que deu conta o RL na edição de Janeiro . N a a l t u r a , n e m C â m a r a d e F a m a l i c ã o , n e m direcção da escola , nem Junta de Joane assu-miram a responsabi l idade de reparar o p iso . Al f redo Mendes mostra-se preocupado com o e s t a d o d o p a v i m e n t o e t e m e q u e e s t e s e grave com a chegada das chuvas . A Câmara de Famalicão continua com dúvidas acerca da ent idade responsável por interv ir no espaço. “Não temos certezas se es tá sob a nossa a lçada ou do Ministér io da Educação. Independentemente d isso , face ao estado em que o piso se encontra, estou a tentar acautelar a intervenção no orçamento do munic íp io” , informou o vereador Leonel Rocha.

Page 5: Edição de Setembro

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 5

“Roubou mas fez obra”. Esta frase ouve-se muito por estes dias a propósito da “colossal dívida” da Madeira, onde Alberto João Jar-dim se prepara para mais uma maioria abso-luta. Enquanto isso, peito inchado, vai repe-tindo a enxurrada de insultos aos “cubanos do Continente”.A frase está entranhada na opinião públi-ca, que condescende com o atropelo das re-gras, com a espertice de tornear as leis e de desviar ou esconder fundos - desde que seja para fazer obra para nós está tudo bem! O caso da Madeira, em que o papel de Jar-dim se assemelha ao de uma personagem de opereta que continua a fazer r ir muita gente com as suas t iradas populistas, não é único na assumpção deste princípio. Ele é vál ido para muitos.

2 - O presidente da Junta de Freguesia de Vermil , Armando Vidal , autarca admirado dentro e fora do partido pelo qual foi eleito, não vê entraves - morais que sejam - ao facto

de a sua empresa trabalhar para a Junta de Freguesia. A Junta adjudicou a construção da Capela Mortuária a uma empresa que, por sua vez, subcontratou a empresa de que Vidal é só-cio-gerente. Ou seja, a empresa de Armando Vidal vai construir para o cl iente Junta de Freguesia de Vermil . De que é presidente. Não admira que o caso tenha gerado polé-mica na últ ima Assembleia de Freguesia. Além da questão de “honestidade intelectu-al” lembrada pelo eleito do PP, a oposição estranhou que a obra não tenha sido sujeita a concurso público. Armando Vidal diz que tudo não passa de “dor de costela” da oposição. O facto de o empresário Armando Vidal ter como cl ien-te a Junta de Vermil l iderada por Armando Vidal não constitui nenhum obstáculo: “Sei que, sendo a minha empresa, o custo é bem mais baixo. Deixem-se de dor de costela por-que aqui não há nada escondido. A freguesia não f ica prejudicada, pelo contrário”.

3 - Joane tem um Centro Cultural que já teve actividade mais intensa (nem o cinema aguentou). As salas mais próximas f icam a 11 quilómetros. Em matéria de museus, o ce-nário é ainda pior. Por isso, a ocupação das escolas primárias de Joane podia ter sido uma excelente oportunidade para impulsio-nar novas dinâmicas. Ao atribuir as salas a uma miríade de instituições tornou-se evi-dente a ideia de agradar a todos, mas, se em vez disso, quem decidiu t ivesse avaliado as propostas e decidido em função da qualidade das mesmas, da sua viabil idade, da sua po-tencial idade de reconhecimento para Joane, poderia ser um primeiro passo para reforçar a dinâmica cultural da vi la.

Nota f inal: Ao contrário do que anuncia um supermercado cá do sít io, Outubro não de-verá ser, para a grande maioria dos cidadãos comuns, “o mês mais alegre do ano”. As notícias destes dias não perspectivam fu-turo radioso.

EdiTORiAL

CARTOOn RLtiago mendes ([email protected])

Os fins não devem justificar todos os meios

PAG. 07 | AssEMbLEiAsA Assembleia de Freguesia de Vermil foi quente. Na de Ronfe, o presidente da Junta mostrou preocupação pela fusão de freguesias.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | Redacção Luís Pereira ([email protected]) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

JOAQUIM FORTE

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 7

VERMIL • POLÉMICA

Empresa do presidente

faz obra paga pela Junta

de Freguesia

A empresa do presidente

d a J u n t a d e V e r m i l ,

A r m a n d o V i d a l , f o i

s u b c o n t r a t a d a p a r a

fazer os trabalhos de serralharia

d a C a s a M o r t u á r i a , u m a o b r a

paga pela autarquia. A oposição

c o n d e n a . N a ú l t i m a s e s s ã o d a

Assembleia de Freguesia, dia 2,

uniu-se num coro de protesto.

A obra em causa, orçada em mais

de 110 mil euros, foi adjudicada

por ajuste directo à empresa de

construção “Jerónimo & António

Martins, Lda” que subcontratou

a e m p r e s a “ S e r r a l h a r i a M á r i o

Vidal & fi lhos”, da qual o autarca

Armando Vidal é gerente, para os

trabalhos de ferro e serralharia.

“Esta empresa é a mesma que ,

quando Armando Vidal foi eleito,

f e z as o bras na s e d e d a Ju nt a ,

tendo também na altura sido sub-

contratada a Serralharia Vidal .

É uma questão de honest idade

intelectual” , acusou Fi l ipe Ma-

chado, e le i to do PP regressado

à AF após várias ausências.

A r m a n d o V i d a l n ã o e s c o n d e u

a part ic ipação da empresa que

gere na obra mas acusou a opo-

s i ç ã o d e “ d o r d e c o s t e l a ” . E m

seu entender, a participação da

sua empresa na empreitada “só

trará benef íc ios para a fregue-

s i a ” . “ S e e u p u d e r f a z e r u m a

C as a M o rt u ár ia qu e c u s t a 200

m i l e u r o s p o r 1 5 0 m i l , e u n ã o

h e s i t o p o r q u e q u e r o d e i x a r a

minha marca e sei que, sendo a

minha empresa , o custo é bem

m a i s b a i x o . D e i x e m - s e d e d o r

d e c o s t e l a p o r q u e a q u i n ã o h á

nada escondido e se puder fazer a

obra toda em ferro, assim o farei

porque se i que a freguesia não

fica prejudicada, pelo contrário”,

defendeu o autarca.

Abíl io Oliveira, do PS, insurgiu-

se contra a forma como a obra

foi adjudicada. “Uma obra desta

dimensão deveria ser submetida

a c o n c u r s o p ú b l i c o e m v e z d o

a juste directo. Se o presidente

d a J u n t a f o s s e s é r i o r e c u s a v a

que a sua empresa pusesse os pés

n a o b r a . C o m i s t o , c o n t i n u a r á

a s u s p e i ç ã o e a i d o n e i d a d e d a

J u n t a e d o p r e s i d e n t e é p o s t a

em causa”, atirou o eleito.

Ainda sobre a Casa Mortuária ,

que se encontra em fase de exe-

cução, a oposição criticou a falta

e s t a c i o n a m e n t o . “ A J u n t a e a

Câmara , ao não acaute larem o

estacionamento, perdem a moral

q u a n d o p e d i r e m a o s p r i v a d o s

cedências ao domínio público”,

argumentou Fil ipe Machado.

A r m a n d o V i d a l , q u e e s t e v e n a

mesa do Executivo sem o Secre-

tário Marçal Mendes, assegurou

que o estacionamento não será

problema porque existem alter-

nativas e que o parque da Casa

Mortuária “será uma real idade

s e a P a r ó q u i a d e i t a r a b a i x o o

muro”.O a c o r d o f e i t o e n t r e a s j u n t a s

d e V e r m i l e O l e i r o s d e d e f i n i -

ção dos l imites terr i tor ia is fo i

rejeitado de forma unânime pela

Assembleia depois de Domingos

Barros, do PS, ter alertado para

o facto de a proposta , uma vez

aprovada, levar a que o Campo

d e F o r m a ç ã o E s c u t i s t a P a d r e

Flávio, no Monte de S. Miguel ,

p a s s e a p e r t e n c e r à f r e g u e s i a

vizinha.O reparo foi acatado pelo Exe-

cutivo que t inha trazido a pro-

posta para votação, que assim foi

rejeitada por todos os partidos.

Luís Pereira

LOCALIDADES

Obra da Capela Mortuária, no valor

de 110 mil euros, foi adjudicada pela

Junta, por ajuste directo, a empresa

que subcontratou Serralharia Vidal.

Oposição critica, autarca diz que é

para benefício da freguesia.

O presidente da Junta,

Armando Vidal, não

escondeu a participação

da empresa que gere na

obra da Casa Mortuária

mas acusou a oposição

de “dor de costela”

O presidente da Junta de

R o n f e c o n s i d e r a q u e ,

n u m c e n á r i o d e f u s ã o

d e f r e g u e s i a s , o m a i s

provável será que Vermil , Oleiros,

Airão S. João e Santa Maria sejam

“ a n e x a d a s ” a R o n f e . F a l a n d o n a

ú l t ima Assemble ia de Fregues ia ,

no dia 25, Daniel Rodrigues argu-

m e n t o u q u e e s t a f u s ã o “ f a z t o d o

o s e n t i d o ” p o r q u e “ a p o p u l a ç ã o

destas freguesias já é a Ronfe que

se desloca” para questões de saúde

e de educação.

A reforma administrativa preocupa

o autarca por causa da proximidade

de Ronfe à vi la de Brito. “O presi-

dente da Câmara de Guimarães já

disse que o ideal para o concelho

s e r i a a e x i s t ê n c i a d e a p e n a s 2 0

f regues ias . Se ass im for , um dos

critérios óbvios será o de manter

as vi las, fundindo-se as freguesias

mais pequenas com estas . Acon-

t e c e q u e R o n f e e B r i t o s ã o v i l a s

que se encontram ao lado uma da

outra . Temos de ter caute la , não

vá o diabo tecê-las e quererem-nos

f u n d i r c o m B r i t o . O c o n t r á r i o é

que far ia mais sent ido . É cá que

e s t á u m a e s c o l a e u m c e n t r o d e

saúde e não serão umas p isc inas

que conseguirão destrunfar-nos”,

af irmou o autarca.

N a s e s s ã o , M a n u e l A z e v e d o , d o

P S , p r o p ô s q u e a J u n t a c r i a s s e ,

em art iculação com a Associação

d e P a i s , u m a b o l s a d e m a n u a i s

escolares para a lunos da v i la . “A

associação vai apelar aos pais para

que entreguem os manuais esco-

l a r e s d o s s e u s f i l h o s p a r a s e r e m

usados no ano seguinte por outros

alunos. Será uma boa solução para

a c a r t e i r a d o s p a i s , a o r e d u z i r

custos”, argumentou o social ista.

Segundo Manuel Azevedo, a ideia

p a s s a p o r a b r a n g e r t a m b é m o s

a lunos da Abel Sa lazar , tendo já

s ido pedida a co laboração da di -

recção da escola , que se mostrou

r e c e p t i v a . “ A p a r t i r d o p r ó x i m o

ano, os manuais passam a vigorar

por seis anos, possibi l i tando que

a b o l s a f u n c i o n e c o m o u m a b o a

solução para a carteira dos pais”,

referiu o eleito.

Fátima Mendes, da CDU, alertou,

p o r é m , p a r a a n e c e s s i d a d e d e ,

e m p r i m e i r o l u g a r , s e n s i b i l i z a r

os pais para que estes exijam dos

f i lhos uma maior preservação dos

manuais para serem reut i l izados

por outros alunos.

No encontro, Daniel Rodrigues in-

formou que a autarquia já adquiriu

um oleão para servir a freguesia,

d e v e n d o f i c a r j u n t o a o a n t i g o

quiosque. “Além do oleão, preten-

demos ajardinar o local e colocar

uma estátua a homenagear o Rei

do Pegú. O único receio prende-se

com a central idade. Uma vez que

é um sít io de grande movimento,

t e m e m o s p e l a f a l t a d e c i v i s m o e

m á u t i l i z a ç ã o d o e q u i p a m e n t o ” ,

disse o autarca.

Luís Pereira

Fusão de freguesias

preocupa autarca

RONFE • ASSEMBLEIA

“Temos de ter cautela,

não vá o diabo tecê-las e

quererem-nos fundir com

Brito. O contrário é que

faria mais sentido. “

ARMANDO ViDALO presidente da Junta de Vermil está no cerne de uma polémica local. Em causa está a construção da Capela Mortuária, uma obra paga pela Junta de Freguesia. A oposição critica e estranha que a em-presa do autarca surja numa obra paga pela Junta que lidera.

FiLiPE MAChADOO eleito do PP na Assembleia de Fregue-sia de Vermil não compareceu a várias sessões daquele órgão. Segundo o pre-sidente da AF, não terá apresentado jus-tificação, pelo que encaminhou o caso para o Ministério Público.

DANiEL RODRiGUEsComeça a ser uma imagem de marca do autarca de Ronfe: protestos de rua e através da Internet como forma de cha-mar a atenção da Câmara Municipal de Guimarães.

protagonistas

D A N I E L R O D R I G u E S : o a u t a r c a d e Ronfe empunhou a enxada para plantar couves no meio da estrada , no lugar da Gandra , em Ronfe

OPiNiÃO | PáGINAS 17, 18luís Santos debruça-se sobre a crise e os sacrifícios a que vai obrigar os portugueses. Miguel Azevedo salienta a importância mas também os obstáculos do GD Joane; Fernando Castro Martins evoca a República.

Page 6: Edição de Setembro

6 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

FÓRuM

O qUE SE DIZ“Só porque um tarado qualquer se lembra de me citar como testemu-nha, eu tenho que suportar isto? Eu, que tenho uma conduta irrepreensí-vel, que passo a vida em Fátima?”.José Castelo Branco sobre o seu envolvimento no caso de um empresário famalicense acusado de abusos sobre a mulher.

“Acidente em Espanha tira a vida a bombeiro dos Famalicenses”. O Povo Famalicense

“Famalicense e família executados na África do Sul”Idem

“Daniel Rodrigues, presidente de junta de Ronfe, afirmou aos micro-fones do auditório da universidade do Minho que os empresários do vale do Ave são uns bandidos. é uma afirmação muito, muito, mas muito séria! E gravíssima”.Casimiro Silva, no seu blog

“Polícia Judiciária investiga assalto a três mulheres da freguesia de Leitões. O as-saltante, que terá actuado sozinho e de cara tapada, usou arma para obrigar as mulheres a entregar as carteiras. Para além dos documentos pessoais, tinham cerca de 300 euros. Guimarães Digital

“O relvado sintético do Desportivo de Ronfe foi alvo de uma intervenção para corrigir um defeito de fabrico. O relvado apresentava um desnível junto a uma das laterais”.Guimarães Digital

“O Grupo Etnográfico Rusga de Joane esteve na ilha da Madeira entre 26 de Agosto e 2 de Setembro, a promover e a divulgar as tradições minhotas. Entre diversas actuações destacam-se a parti-cipação na Semana Europeia da Cultura no Funchal e no Festival Internacional do Folclore da Ponta do Sol, a convite do grupo desta cidade”.O Povo Famalicense

“A aplicação das propostas do Go-verno no Documento Verde para a redução do número de freguesias resulta na agregação de 2.504 fre-guesias, revelou hoje o presidente da ANAFRE, Associação Nacional de Freguesias”.Diário de Notícias

“homem atropelado na A25 depois de parar para pedir informações”.Correio da Manhã

“Cavaco pede aos portugueses para não desistirem”.Diário Económico

“Não é a justiça que distingue o ladrão rico e o ladrão pobre. São os próprios portugueses. Gostam de ser roubados. Desde que o ladrão, claro, “tenha obra”.Daniel Oliveira, Expresso

Falso padre obrigado a pedir desculpa à Diocese de braga

Mulher arrependida por ter abandonado um bebé

O Tribunal de Santo Tirso condenou a do is anos e meio de pr i são , com pena suspensa, o “falso padre” que durante quatro anos celebrou missas, casamentos, bapt izados e funerais em todo o país , inc lus ive na Sé de Braga. Agostinho Caridade, de 38 anos, de Barcelos, foi condenado pelo crime de usurpação de funções e de burla qualif icada. Fica obrigado a indem-nizar 4.727 euros a três pessoas que burlou e a pedir desculpa à Arqui-diocese de Braga, às paróquias onde exerceu i legalmente. Terá ainda de pagar 3 .000 euros por ter “ lesado a fé” dos queixosos.

Uma mulher da Maia abandonou o bebé para esconder a gravidez do marido. A mulher , de 30 anos , já t inha três f i lhos (o mais pequeno com 18 meses e o mais ve lho com s e t e a n o s ) e e s c o n d e u a g r a v i d e z do marido.T e v e o b e b é s o z i n h a e m c a s a e abandonou-o, no dia seguinte, à por-ta de um prédio, em Vila do Conde. Arrependida, decidiu entregar-se à Polícia e diz que pretende recuperar a cr iança.À pol íc ia confessou que n ã o a c r e d i t a v a q u e f o s s e c a p a z d e e d u c a r m a i s u m a c r i a n ç a c o m o s p o u c o s r e n d i m e n t o s d e l a e d o marido.

QU

E PE

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SE TIVER FOTOGRAFIAS QUE MOSTREM ASPECTOS QUE Já DESAPARECERAM OU EFEITOS DAS AlTERAçõES NA PAISAGEM DA SUA TERRA , E SE AS QUISER PARTIlHAR COM OS lEITORES, ENVIE POR MAIl , GERAl@REPORTERlOCAl .COM, OU POR CORREIO.

DIAS DE ONTEMJOANE, 10 MAIO DE 2003O momento digno de aplauso foi a estreia , no Centro Cultural de Joane, da peça de teatro “Ber-nardino Machado, um Homem livre” , da autor ia de Custódio Oliveira . Mário Soares aplaude e espreita o teor da placa , tendo a seu lado, a lém do pres idente da ATC , Fernando Gomes, ex-presidente da Câmara do Porto e e x - m i n i s t r o – n u m p l a n o secundário , leonel Rocha , ve-reador da Câmara de Famalicão. Imagem de um tempo em que a a c t i v i d a d e c u l t u ra l d a ATC merecia a presença de i lustres convidados .

Fonte: DIáRIO DE NOTÍCIAS Fonte: DIáRIO DE NOTÍCIAS

ReguiLaUMA PRAçA DE TÁxIs nO MEIO DA vIAA falta de lugares para táxis junto à nova feira de Joane vinha sendo apontado nos últimos tempos. Apesar de ser uma zona nova, nascida de planeamento, a feira não dispunha de aparcamento para estas viaturas. A solução é que pode merecer reservas. Em vez de ter fi-cado junto ao recinto da feira, a praça de táxis está instalada no novo arruamento que liga à EN 206. Mas, não se sabe se por descuido se por falta de espaço, a “praça” de táxis foi criada em plena via, onde é suposto circularem os automóveis! Não teria sido melhor alargar na parte do passeio?

Page 7: Edição de Setembro

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 7

VERMIL • POléMICA

Empresa do presidente faz obra paga pela Junta de Freguesia

A empresa do presidente d a J u n t a d e V e r m i l , A r m a n d o V i d a l , f o i s u b c o n t r a t a d a p a r a

fazer os trabalhos de serralharia d a C a s a M o r t u á r i a , u m a o b r a paga pela autarquia. A oposição c o n d e n a . N a ú l t i m a s e s s ã o d a Assembleia de Freguesia, dia 2, uniu-se num coro de protesto.A obra em causa, orçada em mais de 110 mil euros, foi adjudicada por ajuste directo à empresa de construção “Jerónimo & António Martins, Lda” que subcontratou a e m p r e s a “ S e r r a l h a r i a M á r i o Vidal & fi lhos”, da qual o autarca Armando Vidal é gerente, para os trabalhos de ferro e serralharia.“Esta empresa é a mesma que , quando Armando Vidal foi eleito, f e z as o bras na s e d e d a Ju nt a , tendo também na altura sido sub-contratada a Serralharia Vidal . É uma questão de honest idade intelectual” , acusou Fi l ipe Ma-chado, e le i to do PP regressado à AF após várias ausências.A r m a n d o V i d a l n ã o e s c o n d e u a part ic ipação da empresa que gere na obra mas acusou a opo-s i ç ã o d e “ d o r d e c o s t e l a ” . E m seu entender, a participação da sua empresa na empreitada “só trará benef íc ios para a fregue-s i a ” . “ S e e u p u d e r f a z e r u m a C as a M o rt u ár ia qu e c u s t a 200 m i l e u r o s p o r 1 5 0 m i l , e u n ã o h e s i t o p o r q u e q u e r o d e i x a r a minha marca e sei que, sendo a minha empresa , o custo é bem m a i s b a i x o . D e i x e m - s e d e d o r d e c o s t e l a p o r q u e a q u i n ã o h á nada escondido e se puder fazer a obra toda em ferro, assim o farei porque se i que a freguesia não fica prejudicada, pelo contrário”, defendeu o autarca.Abíl io Oliveira, do PS, insurgiu-se contra a forma como a obra foi adjudicada. “Uma obra desta dimensão deveria ser submetida

a c o n c u r s o p ú b l i c o e m v e z d o a juste directo. Se o presidente d a J u n t a f o s s e s é r i o r e c u s a v a que a sua empresa pusesse os pés n a o b r a . C o m i s t o , c o n t i n u a r á a s u s p e i ç ã o e a i d o n e i d a d e d a J u n t a e d o p r e s i d e n t e é p o s t a em causa”, atirou o eleito.Ainda sobre a Casa Mortuária , que se encontra em fase de exe-cução, a oposição criticou a falta e s t a c i o n a m e n t o . “ A J u n t a e a Câmara , ao não acaute larem o estacionamento, perdem a moral q u a n d o p e d i r e m a o s p r i v a d o s cedências ao domínio público”, argumentou Fil ipe Machado.A r m a n d o V i d a l , q u e e s t e v e n a mesa do Executivo sem o Secre-tário Marçal Mendes, assegurou que o estacionamento não será problema porque existem alter-nativas e que o parque da Casa Mortuária “será uma real idade s e a P a r ó q u i a d e i t a r a b a i x o o muro”.O a c o r d o f e i t o e n t r e a s j u n t a s d e V e r m i l e O l e i r o s d e d e f i n i -ção dos l imites terr i tor ia is fo i rejeitado de forma unânime pela Assembleia depois de Domingos Barros, do PS, ter alertado para o facto de a proposta , uma vez aprovada, levar a que o Campo d e F o r m a ç ã o E s c u t i s t a P a d r e Flávio, no Monte de S. Miguel , p a s s e a p e r t e n c e r à f r e g u e s i a vizinha.O reparo foi acatado pelo Exe-cutivo que t inha trazido a pro-posta para votação, que assim foi rejeitada por todos os partidos.

Luís Pereira

LOCALidAdES

Obra da Capela Mortuária, no valor de 110 mil euros, foi adjudicada pela Junta, por ajuste directo, a empresa que subcontratou Serralharia Vidal. Oposição critica, autarca diz que é para benefício da freguesia.

O presidente da Junta, Armando Vidal, não escondeu a participação da empresa que gere na obra da Casa Mortuária mas acusou a oposição de “dor de costela”

O presidente da Junta de R o n f e c o n s i d e r a q u e , n u m c e n á r i o d e f u s ã o d e f r e g u e s i a s , o m a i s

provável será que Vermil , Oleiros, Airão S. João e Santa Maria sejam “ a n e x a d a s ” a R o n f e . F a l a n d o n a ú l t ima Assemble ia de Fregues ia , no dia 25, Daniel Rodrigues argu-m e n t o u q u e e s t a f u s ã o “ f a z t o d o o s e n t i d o ” p o r q u e “ a p o p u l a ç ã o destas freguesias já é a Ronfe que se desloca” para questões de saúde e de educação. A reforma administrativa preocupa o autarca por causa da proximidade de Ronfe à vi la de Brito. “O presi-dente da Câmara de Guimarães já disse que o ideal para o concelho s e r i a a e x i s t ê n c i a d e a p e n a s 2 0 f regues ias . Se ass im for , um dos critérios óbvios será o de manter as vi las, fundindo-se as freguesias mais pequenas com estas . Acon-t e c e q u e R o n f e e B r i t o s ã o v i l a s que se encontram ao lado uma da outra . Temos de ter caute la , não vá o diabo tecê-las e quererem-nos f u n d i r c o m B r i t o . O c o n t r á r i o é que far ia mais sent ido . É cá que e s t á u m a e s c o l a e u m c e n t r o d e saúde e não serão umas p isc inas que conseguirão destrunfar-nos”, af irmou o autarca.N a s e s s ã o , M a n u e l A z e v e d o , d o P S , p r o p ô s q u e a J u n t a c r i a s s e , em art iculação com a Associação d e P a i s , u m a b o l s a d e m a n u a i s escolares para a lunos da v i la . “A associação vai apelar aos pais para que entreguem os manuais esco-l a r e s d o s s e u s f i l h o s p a r a s e r e m usados no ano seguinte por outros alunos. Será uma boa solução para a c a r t e i r a d o s p a i s , a o r e d u z i r

custos”, argumentou o social ista.Segundo Manuel Azevedo, a ideia p a s s a p o r a b r a n g e r t a m b é m o s a lunos da Abel Sa lazar , tendo já s ido pedida a co laboração da di -recção da escola , que se mostrou r e c e p t i v a . “ A p a r t i r d o p r ó x i m o ano, os manuais passam a vigorar por seis anos, possibi l i tando que a b o l s a f u n c i o n e c o m o u m a b o a solução para a carteira dos pais”, referiu o eleito.Fátima Mendes, da CDU, alertou, p o r é m , p a r a a n e c e s s i d a d e d e , e m p r i m e i r o l u g a r , s e n s i b i l i z a r os pais para que estes exijam dos f i lhos uma maior preservação dos manuais para serem reut i l izados por outros alunos.No encontro, Daniel Rodrigues in-

formou que a autarquia já adquiriu um oleão para servir a freguesia, d e v e n d o f i c a r j u n t o a o a n t i g o quiosque. “Além do oleão, preten-demos ajardinar o local e colocar uma estátua a homenagear o Rei do Pegú. O único receio prende-se com a central idade. Uma vez que é um sít io de grande movimento, t e m e m o s p e l a f a l t a d e c i v i s m o e m á u t i l i z a ç ã o d o e q u i p a m e n t o ” , disse o autarca.

Luís Pereira

Fusão de freguesias preocupa autarca

RONFE • ASSEMBlEIA

“Temos de ter cautela, não vá o diabo tecê-las e quererem-nos fundir com Brito. O contrário é que faria mais sentido. “

Page 8: Edição de Setembro

8 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

AD

E

LOCALIDADES

Populares decidiram plantar couves n o s b u r a c o s d a e s t r a d a q u e l i g a Ronfe a Brito, no lugar da Gandra, como f orma d e p rot e s t o cont ra o

estado em que se encontra a via.Fartos de verem a estrada esburacada, al-guns moradores decidiram plantar couves nos buracos da via para chamar a atenção dos responsáveis . O presidente da Junta de Ronfe, Daniel Rodrigues, associou-se ao protesto. “ A J u n t a t e m r e p e t i d a m e n t e c h a m a d o a atenção da Câmara de Guimarães para a reparação destas urgências . Se as coisas não se resolvem pela via normal, temos que recorrer a outros meios para fazer chegar os nossos problemas a quem manda”, refere o autarca.No início de Setembro, Daniel Rodrigues d e c l a r o u n o v a m e n t e “ g u e r r a a b e r t a ” à Câmara de Guimarães , desta vez através do Facebook. “Vou passar a uti l izar o Fa-cebook para denunciar , rec lamar, ex ig ir

d o m u n i c í p i o v i m a r a n e n s e a q u i l o q u e o m e s m o m e i m p e d e d e t r a n s m i t i r p e l a s vias normais”.D e s d e e n t ã o , D a n i e l R o d r i g u e s t e m c o -l o c a d o n a I n t e r n e t v á r i o s e x e m p l o s d e alegada degradação de ruas que aguardam intervenção. António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães , acusa o autarca de Ronfe d e t e r u m a c o n d u t a p o l í t i c a t r a d u z i d a “em arrufos de cunho populista”. “É uma e s t r a t é g i a d e a f i r m a ç ã o n o s e i o d a s u a força partidária, que temos vindo a notar e que não nos impress iona” , a t i ra o edi l vimaranense.Contactado pelo RL, Magalhães assegura que o município está atento aos problemas de Ronfe. “Todos vamos passar por dificul-dades, porventura bem mais expressivas do que aquelas que agora se sentem. Dentro das nossas possibi l idades, faremos o que f o r p o s s í ve l f a z e r , e m Ro n f e o u n o u t r o s pontos do concelho, mas jamais iremos a reboque deste t ipo de comportamentos” , garante o presidente da Câmara.

Luís Pereira

JOANE• CUlTURA

AiRÃO s. JOÃO | ExPOsIçãO nAs PIsCInAsA Junta de Freguesia de Airão S. João promove, nos dias 22 e 23 de Outubro, no Parque de lazer e Piscinas Descobertas, uma mostra de pintura, escultura, artesanato e fotografia. Até lá, a organização aceita inscrições de artistas.

Autarca de Ronfe volta à carga contra a Câmara Municipal de Guimarães

bREVEsCASTElõES

RONFE

JOANE

ARRAnCOu REQuALiFiCAÇÃO dA RuA AVELinO RiBEiRO

AgRiCuLTORES PROMOVEM dESFOLhAdA MinhOTA

QuERiAM ROuBAR TAMPAS dE SAnEAMEnTO

Começaram as obras de requal i f icação da Rua Avel ino Ribeiro , em Caste lões . Trata-se de uma das pr incipais artér ias da f reguesia , que dá acesso ao Centro Socia l . A obra , orçada em 25 mi l eu-ros e f inanciada tota lmente pela Junta de Fregue-s ia , contempla a colocação de tapete betumino-so em subst i tu ição da calçada i rregular que t inha até agora e a colocação da rede de drenagem de águas .

A Associação de Agr icul tores de Ronfe volta a real izar uma desfolhada à minhota , no próximo dia 8 de Outubro, junto à Casa do Povo. A in i-c iat iva conta com chegas de bois e de carneiros e a organização promete uma surpresa . O “ Tr io Os Boémios” fará a animação musical da tarde. A in ic iat iva prevê a inda o desf i le de um carro do mi lho e uma “Monumental Garraiada” com vár ios touros bravos e prémios para as equipas que con-seguirem apanhar os animais em menos tempo.

RONFE • PROTESTO

Populares plantam couves nos buracos da estrada

Dois homens foram det idos pela GNR de Joane quando se preparavam para roubar tampas de saneamento na Rua de Giesta is . A detenção de-correu com algum aparato em plena estrada que l iga Joane a Airão na pr imeira hora do dia 30. Os indiv íduos , res identes em Vermoim, estavam ainda na posse de uma arma de 7 .65 mi l ímetros .

Page 9: Edição de Setembro

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 9

Setembro

Luís Gonçalves Fosse só esse o problema de “ v i la” de Joane. Reparem bem nas mar-cações do cruzamento ao lado da Junta de Freguesia , a lguem percebe aqui lo?M o i s e s Tr o v i s q u e i r a E u f i co a d m i ra d o com as coisas bem fei tas!Miguel Martins Enquanto se cont inuar a tomar medidas ou a mandar executar sen-tado na cadeira do gabinete , é no que dá.Joaquim Marques Coelho Tambem existe u m a n a s a í d a d e d o i s p r é d i o s j u n t o a o s edi f íc ios da rotunda .M a n u e l C u n h a O que nasce tor to , tor to morre ou di f ic i lmente endirei ta . Veja-se a rua nova de acesso à fe i ra . Nem passeios , nem estacionamento!

PUBL

ICID

AD

E

A foto do ReguiLa da última edição (passadeira na Rua da Ribeira, em Joane) motivou comentários de vários seguidores do Facebook do Rl. Aqui ficam alguns.

O joanense António Fernandes foi surpreendido no mês de Setembro com uma notif icação da PSP da Madeira . A carta registada trazia uma multa de 60 euros por alegado estacionamento incorrecto d a s u a v i a t u ra , n a m a n h ã d e 1 0 d e A go s t o , n a paragem de autocarros da cidade de Calheta , no Funchal. Acontece que a única vez que António Fernandes esteve na Madeira foi na década de 50. Já lá vão mais de 50 anos! “Até o carteiro que me entregou a c a r t a e s t r a n h o u ” , l a m e n t o u o j o a n e n s e e m declarações ao RL .Estava o pacato cidadão na sua vida quando ficou a saber que o seu carro, que poucas voltas dá fora da região, estava “na mira” da polícia da região autónoma da Madeira , que tanto tem dado que falar por causa da colossal dívida . “Nem sei o que dizer ”, desabafa António Fernandes.Depois de receber a multa , dirigiu-se à GNR de Jo a n e p a ra t e n t a r o b t e r a l g u m e s c l a r e c i m e n t o sobre a forma de desfazer o equívoco. A Guarda d i s s e - l h e q u e n a d a p o d i a f a z e r. P a r a e s t a autoridade, o engano só pode residir num erro do agente ao escrever a matrícula da viatura que autuava . uma letra ou um número mal redigido t e rá s i d o o s u f i c i e n t e p a ra A n t ó n i o Fe r n a n d e s ter s ido notif icado para pagar a infracção de um outro condutor.“ D i s s e r a m - m e q u e a ú n i c a f o r m a d e r e s o l v e r o p r o b l e m a s e r i a e s c r e v e r p a r a o d i r e c t o r d a A u t o r i d a d e N a c i o n a l p a r a a S e g u r a n ç a Rodoviária . Foi o que f iz e aguardo agora uma resposta”, conta Fernandes.Caso seja rejeitada a explicação, o joanense só vê uma solução: ir para tr ibunal. “Se isso acontecer será o cúmulo. Vou gastar mais tempo e dinheiro com a justiça do que se pagar a multa que não é minha”, refere.

Luís Pereira | Texto e foto

Multado em setembro por estacionamento indevido na Madeira...sem ter lá estado!

JOANE • INSólITO

UTTER nA CAsA DAs ARTEs Os Utter de Joane tocam no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão, no dia 15 de Outu-bro, Às 21:30 horas. O grupo nasceu em Joane e já actuou ao lado de nomes conhecidos do panorama musical português. A entrada custa cinco euros.

Page 10: Edição de Setembro

10 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

H enrique e Isabel Fer-reira, Emíl ia Montei-r o , R i c a r d o G u e d e s , Fi lomena Rodrigues e

Ângela Machado fazem parte da l ista de alunos que frequentaram, e m 1 9 8 4 , o a n o d e a r r a n q u e d a Escola Secundária Padre Benja-mim Salgado (ESPBS) de Joane.R u i P a i v a , G i l V i c e n t e e F i l i p a Fernandes são exemplos de alunos que frequentaram a mesma escola joanense mas na década seguinte. No últ imo mês, todos eles , e mais de 500 outras pessoas, vasculham os baús da memória , das cur io-s i d a d e s , d a s f o t o s e d o s v í d e o s p a r a , n u m a a m e n a c a v a q u e i r a , part i lharem no Facebook recor-dações diversas, num encontro de gerações de ex-alunos da secun-dária reunidas no grupo “Velhas Glórias do Liceu de Joane”. C r i a d o p o r N e l s o n P e r e i r a , o grupo tem proporcionado reen-c o n t r o s d e c o l e g a s d e e s c o l a e l a n ç a d o i d e i a s p a r a j a n t a r e s e iniciativas diversas que procuram r e u n i r a m i g o s d e s e n c o n t r a d o s . N a s c i d o d e u m p r i m e i r o j a n t a r que recentemente juntou alguns ex-alunos, o grupo tem sido, desde

então, um sucesso e reúne quase 600 membros. A p a r t i c i p a ç ã o m a c i ç a d e e x -alunos acabou por alterar a ideia in ic ia l do grupo, que ser ia a de r e u n i r a p e n a s e s t u d a n t e s d a E S P B S d e d e t e r m i n a d o s a n o s . Um mês após a cr iação, o grupo é u m f ó r u m a b e r t o a t o d o s o s e x - a l u n o s , i n d e p e n d e n t e m e n t e da idade.“ A i n d a p e r t e n c e m o s à g e r a ç ã o dos pr imeiros estudantes do l i -ceu mas já fazem parte do grupo m e m b r o s d a g e r a ç ã o s e g u i n t e , o u s e j a , f i l h o s d o s p r i m e i r o s alunos. A adesão de alguns des-ses primeiros membros do grupo fez com que fossem adicionados m e m b r o s d e o u t r o s a n o s . A c h o q u e q u a l q u e r a n t i g o e s t u d a n t e d o L i c e u d e J o a n e é u m a v e l h a glória” , expl ica Nelson Pereira.Por causa do grupo, a lgumas ini-c iat ivas para lá do virtual estão a s e r p o n d e r a d a s . “ H á o u t r a s q u e i r e m o s d i v u l g a r e m b r e v e . Todos os membros, em grupo ou s o z i n h o s , t ê m t o d a a l i b e r d a d e d e p r o m o v e r i n i c i a t i v a s , m a s , d a d o o n ú m e r o d e m e m b r o s , p o d e t o r n a r - s e u m d e s a f i o t ã o interessante quanto complexo”, subl inha Nelson Pereira.

As “velhas glórias” do Liceu de JoaneGrupo no Facebook de ex-alunos da secundária joanense reúne já mais de 500 membros de várias gerações. Na forja está a criação de uma associação de antigos estudantes

Luís Pereira

NElSON PEREIRA“ To d o s o s d i a s s ã o a d i c i o n a d o s n ovo s m e m b ro s . H á m ú s i c a , f o t o g ra f i a s , r e -e n c o n t r o s e u m a m b i e n t e n o s t á l g i c o m a r a v i l h o s o . Q u e r e m o s q u e s e j a u m meio de l igação e reencontro entre to-dos , que s i rva para trocar recordações , exper iências , conhecimento” .

JOANE • REPORTAGEM

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As “velhas glórias” do Liceu de Joane

Não é nova a ideia de cr iar uma associação de ant igos a lunos da secundária . Há quem veja o êxi to deste grupo no Facebook como um pr imeiro passo para que isso aconteça . Nelson Pereira mostra-se disponível , e ta l como ele outros ex-alunos , para trabalhar com a direcção da secundár ia na dinami-zação de projectos que envolvam ant igos estudantes da escola . “ S e a d i r e c ç ã o a c h a r q u e o g r u p o t e m a lguma ut i l idade , es taremos sempre d i s -poníve is para contr ibuir para aquele que será sempre o nosso l iceu” .Alfredo Mendes, que dirige a escola há quase duas décadas , confessou ao Rl desconhe-c e r o “g r u p o ” d o Fa c e b o o k f o r m a d o p o r ex-a lunos , mas mostrou-se entus iasmado com a in ic iat iva . “é a prova de que es ta escola marca para s e m p r e a v i d a d e q u e m p o r a q u i p a s s a , t o r n a n d o - s e u m a r e f e r ê n c i a . E n q u a n t o director só posso mostrar disponibi l idade para reunir com interessados em ideias que levem à cr iação da associação de ex-alunos que já faz ia fa l ta” , refere Al f redo Mendes .

O

lICEU

D I R E C TO R DA S E C u N D Á R I A D I S P O N Í V E L PA R A A P O I A R A S S O C I A ç ã O D E A N T I G O S ALuNOS

Mais de 1500 pessoas part ic iparam, no dia 18 de setembro, na caminhada “Ronfe pela vida” , organizada pela associação “Projecto R o n f e h á 5 0 a n o s ” c o m o o b j e c t i v o d e sensibi l izar a população para os problemas oncológicos .“Ronfe pela vida” teve início no dia 16 com u m co l ó q u i o o n d e e s p e c i a l i s t a s p u d e ra m e s c l a r e c e r a l g u m a s d ú v i d a s r e l a c i o n a d a s c o m o c a n c r o . O s p r e s e n t e s c o l o c a r a m questões em torno da prevenção do cancro, mas também se ouviram queixas sobre fal ta de informação médica . Alguns part icipantes a f i r m a r a m q u e o s m é d i c o s d o C e n t r o d e s a ú d e d e R o n f e r a r a m e n t e a c o n s e l h a m

r a s t r e i o s q u e , a r g u m e n t a r a m , p o d e r i a m evitar muitos problemas oncológicos .A c a m i n h a d a s u p e r o u a s e x p e c t a t i v a s d a o r g a n i z a ç ã o , q u e p o n d e r a u m a s e g u n d a edição. “A população aderiu em massa tanto ao colóquio como à caminhada . Ficamos com motivação para repet ir o evento” , refer iu , a o R l , A n t ó n i o M a c h a d o , p r e s i d e n t e d a inst i tuição organizadora .O e ve n t o f o i o r g a n i z a d o co m o a p o i o d a Cruz vermelha e da liga Portuguesa Contra o C a n c ro , e n t i d a d e p a ra a q u a l re ve r t e m cerca de 1100 euros resultantes de donativos d o s p a r t i c i p a n t e s b e m co m o d a ve n d a d e camisolas alusivas à iniciat iva .

RONFE 1500 PESSOAS CAMINhARAM PELA VIDA

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150hÁ nÚMEROS QuE MARCAM...

1esta ediÇÃo do repÓrter local É a nÚmero 150. sÃo 150 ediÇÕes, 150 meses de inFormaÇÃo local, de proXimidade com o leitor.

o rl estÁ no FaceBooK hÁ Um ano. se em papel inFormamos mensalmente, na internet a inFormaÇÃo É diÁria. nUm ano, somos 4500!

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REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 13

O presidente da Assembleia de Fre-guesia de Vermil , João Pinto, já enviou as actas e convocatórias d a s A s s e m b l e i a s d e F r e g u e s i a

ao Ministér io Públ ico aguardando agora a decisão do tr ibunal quanto à suspensão d o m a n d a t o d e F i l i p e M a c h a d o ( f o t o ) , e le i to do PP. Em causa estão as ausências deste e le i to das Assembleias . Na sequência da not íc ia do RL de Abri l , a q u e l e ó r g ã o d e l i b e r a t i v o a p r e s e n t o u queixa ao MP, que reúne agora documen-tos probatórios para propor a respectiva acção judic ia l .Segundo a le i da tute la administrat iva , os eleitos incorrem em perda de manda-to caso, sem motivo just i f icat ivo, não compareçam a t rês sessões seguidas . Segundo o presidente da Assembleia, F i l i p e M a c h a d o n ã o c o m p a r e c e u a mais de se is sessões e não terá apre se ntado jus t i f i cação , como determina a le i . “Exceptuando uma reunião em q u e e n v i o u u m e m a i l , F i l i p e M a c h a d o t e m f a l t a d o s e m d a r j u s t i f i c a ç ã o , c o m o e s t á o b r i g a d o . M e d i a n t e i s t o , f izemos o que nos compete, informámos as ent idades que já nos pediram alguns d o c u m e n t o s . A g o r a s e r á esperar para ver o que os t r i b u n a i s d e c i d e m ” , d i z João Pinto ao RL.V e r s ã o c o n t r á r i a t e m F i -l ipe Machado. Contactado p e l o R L , c o n f i r m a a s u a ausência nas Assembleias

mas assegura ter entregado just i f icação. “Admito que numa delas não just i f iquei . Todas as outras estão just i f icadas e tenho p r o v a d i s s o . A i n d a n ã o f u i n o t i f i c a d o para me pronunciar pelo que aguardarei tranqui lamente” , refere .

Luís Pereira

JOANE• CUlTURA

bREVEs

JOANE

POUSADA

RONFE

APAnhAdOS EM FLAgRAnTE

ROuBAVA CAixAS dE CORREiO

Dois homens de Creixomil tentaram assal tar o pa-vi lhão do “Supermercado Frei tas” . O assal to foi f rustrado devido à intervenção da GNR de Joa-ne que apanhou os larápios em f lagrante . Apesar de encerrado ao públ ico, no inter ior do pavi lhão permanecem vár ios art igos . A GNR deteve os dois homens, de 54 e 39 anos , na madrugada do dia 16. Os dois estavam na posse de bebidas a lcoól icas e produtos de hig iene.

Um homem de 25 anos , de Vermoim, roubou a correspondência que se encontrava nas caixas de correio da estação dos CTT de Pousada . O indiv í-duo, que c irculava a pé na EN 206, foi det ido pela GNR de Joane junto à ant iga fábr ica “Car ides” . Segundo fonte da guarda , o indiv íduo mostrou-se suspeito aos agentes que patrulhavam aquela zona por volta das 3 :30 horas . As autor idades re-colheram vár ias cartas e vales de correio que t i -nham s ido furtados das caixas dos CTT.

O muro que l imita um terreno pr ivado na traves-sa do Souto em Ronfe está em eminente per igo de derrocada . Os moradores têm repet ido ape-los à Junta de Freguesia que diz pouco ou nada poder fazer por se t ratar de muro pr ivado. “ Te-nho sempre o coração nas mãos quando o meu f i lho vai br incar para o caminho” , desabafou ao Rl uma moradora . O muro c ircunda o único e es-tre i to acesso à t ravessa . A fa l ta de intervenção faz com que os moradores temam o pior. “ Vai ter de acontecer uma desgraça para que seja fe i ta a lgu-ma coisa” , d iz a moradora .

VERMIL • POlÍTICA

Ausências do eleito do PP comunicadas ao Ministério Público

MOGEGE | ElEIçõEs nA “nAsCER DO sOl”As eleições para a Associação “Nascer do Sol” de Mogege realizam-se no dia 29 de Outubro, entre as 14:00 e as 17:00 horas, na sua sede. As candidaturas devem ser apresentadas até ao dia 22 de Outubro, junto do presidente da Assembleia Geral.

ÚLTiMAS

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Filipe Machado contraria versão do presidente da Assembleia

MuRO AMEAÇA RuiR

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14 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O que foi feito nesta p r i m e i r a m e t a d e de mandato?Metade do programa

das autárquicas de 2009 está fei-to. Restaurámos o espaço frente à sede de Junta, pavimentámos a Rua da Lagarte i ra e es tamos a arranjar fontanários.Para quando a resolução do problema de trânsito junto à Capela de Santa Luzia?A alternativa que está pensada passa pela abertura de um novo acesso entre a rua dos Pardieiros e a r u a d e C a r r e i r a . O o b j e c -t i v o é d e s v i a r p o r c o m p l e t o o t r â n s i t o q u e c i r c u l a n o c e n t r o d a f r e g u e s i a , c r i a n d o t a m b é m uma zona pedonal . A Junta e a Câmara já contactaram os donos dos terrenos mas estes não têm co laborado pe lo que a Câmara se prepara para avançar com a expropriação. Estou convencido de que neste mandato teremos

finalmente o problema resolvido. Que outras obras estão pen-sadas?V a m o s a v a n ç a r c o m o a l a r g a -mento e repavimentação da Rua Xavier Monteiro, que l iga Santa Maria a S . João, por detrás do c a m p o d o U n i ã o . É u m a c e s s o importante à freguesia v iz inha bem como ao lar de idosos. Actu-almente não passam dois carros n e s s a r u a . É u m a o b r a m u i t o cara (só o alargamento custa 60 mil euros e o orçamento de um ano da Junta não chega para a fazer) . Será a obra do mandato e demorará um ano a executar. Ainda este ano queremos pô-la no terreno.C o m o a v a l i a o t r a b a l h o d a oposição (PSD/PP)?O início do mandato foi um pouco

crispado. Penso que isso deve-se ao facto da Ângela Oliveira não s e r d e c á . D e p o i s a s a g u l h a s foram acertadas e, actualmente, tem sido pacíf ica a convivência. Não têm proposto grandes ideias ou projectos , mas também não t e m h a v i d o u m p a p e l d e “ b o t a a baixo”. Na real idade também não esperávamos muito mais.P r e o c u p a - o o d e s t i n o q u e possa ser traçado para Airão Santa Maria com a fusão das freguesias?A g u a r d a m o s p a c i f i c a m e n t e a s o r d e n s s u p e r i o r e s . O u v e - s e f a l a r n a r é g u a e e s q u a d r o q u e d i t a a f u s ã o d e u m a f r e g u e s i a c o m m e n o s d e m i l h a b i t a n t e s , parece-me ser o mais aceitável . N ã o i m a g i n o e s t a s f r e g u e s i a s sem o trabalho de proximidade que as Juntas têm desenvolvido.O que acontecerá caso seja imposta a fusão com Ronfe?Não va i ser pac í f ico porque só trará desvantagens à população. Como seria para as pessoas que

a t é a q u i c o n t a c t a m d i a r i a -mente os membros da Junta p a r a r e s o l v e r o s s e u s m a i s p e q u e n o s p r o b l e m a s q u o t i -dianos? Além disso, ninguém e m S a n t a M a r i a s e r e v ê n a s tradições e hábitos de Ronfe. A m a i o r i a n e m s a b e r á o n d e f ica a sede da Junta da vi la. A s o l u ç ã o s e r i a A i r ã o S . João e Oleiros fundirem-se com Santa Maria?Se o caminho for por grandes agrupamentos de freguesias,

a população f icará muito a per-der . Os autarcas não acei tarão de ânimo leve as dec isões e eu não serei diferente. Airão Santa Maria tem, nesta “ luta”, alguns trunfos como a sua dimensão, os serviços que já presta e a escola. Exceptuando as vi las, qualquer u m d o s n o s s o s v i z i n h o s t e m menos população. Se Joane não nos roubar população, teremos à volta de dois mil habitantes.Dentro da incerteza em tor-no da fusão, que afectará as eleições autárquicas de 2013, o senhor estará disponível para novo mandato?É c e d o p a r a f a l a r m a s p o s s o assegurar que a equipa que está a trabalhar voltará a concorrer, o q u e p o d e r á m u d a r s e r ã o o s cargos.

Luís Pereira

ENTREVISTA• ANTóNIO CARVAlHO

António Carvalho, de Airão Santa Maria, fala do perigo da fusão cega de freguesias e faz o retrato da oposição.

“Ninguém em stª Maria se revê nas tradições e hábitos de Ronfe”

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ENTREVisTAs RLO Repórter local in ic ia hoje um conjunto de entrevistas a autarcas da região para balanço da metade do mandato. Além dos pres identes de Junta , pretende-se ouvir os e le i-tos que têm assento nas Assembleias de Freguesia e que foram cabeças de l i s ta nas e le ições de 2009.

A oposição não tem proposto grandes ideias ou projectos, mas também não tem havido um papel de “bota a baixo”. Na realidade também não esperávamos muito mais.

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REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 15

O cic l i smo fo i a modal idade que mais se destacou e cresceu na edição deste ano da prova Famal icão-Joane. Integrada na in ic iat iva da Associação Teatro Construção, a quarta edição do Bike Tour contou com mais de dois mi l part ic ipantes , num tota l de se is mi l que marcaram pre-sença no certame.Esta tendência de aumento, re fe-r iu Custódio Ol ive i ra , pres idente da ATC , “é o re f lexo do número de pessoas que, um pouco por toda a Europa , têm procurado a prát ica desport iva no BTT ” .A 12 . ª edição começou com a habi tua l caminhada Vermoim-Joane, seguida da prova de at le-t i smo de 12 qui lómetros entre Famal icão e Joane.Na prova pr inc ipa l , Bruno Jesus , do Maia AC , cortou a meta em pr imeiro lugar, 37 ,52 minutos depois do t i ro de part ida na c i-

dade de Famal icão. O segundo lugar do pódio fo i conquis tado pelo at leta Manuel Magalhães , do Núcleo de At let i smo de Joa-ne (NA J) , e o terce i ro por Hei tor Ol ive i ra , do Cyclones .A pr imeira mulher a chegar à meta fo i Catar ina R ibeiro , do Braga . O segundo lugar fo i para Sa lomé Rocha , do JOMA . O pó-dio feminino f icou completo com mais um troféu para Joane, conquis tado por Dorote ia Peixo-to , do NA J .A ju lgar pe los números , a prova Famal icão-Joane não conhece a cr i se . Apesar de ter perdido re-ce i ta nas inscr ições , como con-sequência da desc ida para dois euros , a organização refere que, em contrapart ida , conseguiu , es te ano, mais patroc inadores .“O orçamento da prova é de 50 mi l euros . A maior fa t ia vem da Câmara (15 mi l euros) . Os patro-c inadores habi tuais vol taram a a judar e t ivemos novas empre-sas a apoiar ” , reve lou Custódio

Ol ive i ra , que cont inua a defen-der, contudo, a necess idade de repensar a in ic iat iva sob pena de e la acabar. “Ao contrár io de há uns anos , quando começámos, hoje ex is-tem muitas provas deste género. A Federação de At let i smo antes controlava as datas das provas , não permit indo que se e fectuas-se mais do que uma no mesmo dia nas proximidades mas hoje i sso não acontece . No fundo o que interessa é que ha ja muita gente a fazer desporto , apesar de , no nosso concreto , i s so d i f i -cul tar o cresc imento desejável ” , argumentou Ol ive i ra .Entretanto , a vencedora da scooter sorteada fo i Mar ia Rosá-r io Meira ; o computador fo i para Mar ia luísa . Mafa lda Ol ive i ra ; António Almeida ; José Manuel Costa ; Amér ico Fontão; Manuel Carneiro ; António Araújo Costa ; Manuel Sérg io Te ixe i ra ; Sever i -ne Boi teau e Manuel Dias foram premiados com uma bic ic leta .

A Associação Desport iva e Recrea-t iva Outeirense ( ADRO) esteve no Torneio de Abertura organizado pela Associação de Ténis de Mesa de Braga , que teve lugar em Vi la Seca , Barcelos . A ADRO foi repre-sentada por 13 at letas de todos os escalões em competição e a lcançou o 1º e 2º lugares em Seniores mas-cul inos , respect ivamente, por Paulo Ol iveira e luís Henriques .Joana Fernandes arrecadou o se-gundo lugar. Relat ivamente a Ju-niores mascul inos , R icardo Mart ins sagrou-se vencedor.Entretanto, no dia 1 de Outubro, decorreram os Campeonatos Indi-v iduais Distr i ta is de Seniores Femi-ninos e Cadetes Macul inos . A at leta Joana Fernandes sagrou-se v ice-campeã distr i ta l , seguida de Maria-na Correia .

Luís Pereira

Ciclismo ganha terreno

ADRO triunfa em Barcelos

JOANE • FAMAlICãO - JOANEPOuSADA • TéNIS DE MESA

Mais de 2000 atletas no Bike Tour inserida na 12ª edição da prova organizada pela ATC

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Contando com mais de 250 part ic i-pantes real izou-se no dia 11 de Se-tembro a quinta edição do passeio de BTT “Caminhos Penosos” . A or-ganização fez um balanço posi t ivo da in ic iat iva , para o que a judou o bom tempo, ideal para a prát ica da modal idade.

Caminhos penosos

JOANE • BTT

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16 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

- Vais à Manif? Ela olhou para trás, para o amigo, de expressão serena no rosto. O professor ainda não t inha chegado à sala de aula, de qualquer maneira, por isso não perdia nada em dar dois dedos de conversa. - Que Manif?- Aquela que vai haver em Lisboa, pá. Começa no Mar-quês e depois vamos Avenida da Liberdade fora – disse-lhe, com aquele ar sabichão t ipicamente português de quem conhece todas as ruas da capital . – Vão sair daqui autocarros e o pessoal vai le-var farnel . Vai ser porreiro!Ela não disse nada. Na ver-dade, nunca dizia verdadei-ramente o que pensava. Há uma certa hipocrisia so-cial a manter para não roçar a inconveniência. E, ao mes-mo tempo, desconfiava que era essa mesma falta de ho-nestidade que estava a levar o país dela à ruptura. Mas o exemplo vem de cima, e ai Jesus de quem quebrar as normas de boa educação. - A que se deve a manifesta-ção? – perguntou, ao f im de algum tempo, entrelaçando as mãos em cima da mesa e mantendo a serenidade no rosto. O seu colega olhou-a espantado.- Como assim? – devolveu-lhe a pergunta, quase indig-nado. – Para lutarmos pelos nossos direitos! - Sim, mas a manifestação tem de ter um propósito. Vo-cês têm de manifestar contra alguma coisa.

- Ah, isso – respondeu-lhe, com um aceno de mão – Pá, vamos protestar contra os cortes nas bolsas e as propi-nas, e assim. - Hum – acenou ela. – E cada um leva propostas para re-solver o problema?O rapaz franziu o sobrolho.- A mim só me disseram para levar farnel . Mas no autocar-ro podemos ver se pensámos em alguma coisa.- Diz-me lá uma coisa. – per-guntou-lhe ela, o tom educa-do nunca abandonando o seu tom de voz – Tu pertences a algum órgão partidário? Ou a alguma organização de de-fesa dos estudantes?

Ou à Associação Académica? Vejo-te sempre a ires para Lisboa para as manifesta-ções…- Não. Vou porque a malta vai toda. E porque quero lu-tar pelos meus direitos. Ela parou para pensar.- Sim, parece-me bem luta-res pelos teus direitos. E re-almente, para se estar infor-mado e ter opinião e ideias, não é preciso estar numa es-trutura partidária ou algo do género. Aposto que também lês imenso sobre o estado da nação, pareces-me uma pes-soa sempre tão informada…- Ler nunca foi assim a minha cena – riu-se ele.- Então, programas de televi-são? Notícias? Debates polí-t icos? Entrevistas?- Eish, isso é uma seca! – olhou para ela, incrédulo, como se ela fosse de outro

planeta. – E ninguém vê isso hoje em dia, rapariga. - Então como é que te infor-mas?- Pá… - hesitou por um boca-do, mas voltou a adquirir o ar confiante. – A malta fala das cenas, não é? No café e assim, nos intervalos…Ela calou-se por um bocado e f i tou as mãos. - Ouve lá – disse, ao f im de um tempo. – Puseste a bandeira na janela no Euro 2004? - ele acenou posit iva-mente. – Consideras-te pa-triota? – de novo, outro ace-no posit ivo. – Se te pedissem para trabalhares um dia ou uma semana de graça, a re-verter para o Estado, para o bem da nação, tu fazia-lo? - Estás maluca? – exclamou ele, revoltado. – Só se fosse parvo. Para nos chular mais um bocadinho, não? Esses polít icos são todos a mesma coisa. Eles f izeram a porca-ria, agora que resolvam! Não precisava de ouvir mais nada. Olhou calmamente para ele, sorriu ao de leve e voltou-se para a frente, ao mesmo tempo que o profes-sor entrava na sala.- Minha, não percebi nada. Tu afinal vais ou não vais? – sussurrou ele por trás dela. Ela olhou para trás, de es-guelha, e disse educadamen-te.- Acho que, desta vez, não. É que pior e mais revoltante que a inércia, é o falso acti-vismo.

UM PORTUGUêS POlITICAMENTE ESClARECIDO

CRÓNiCA FEMiNiNANas duas úl t imas edições , o Rl não publ icou a habi-tual crónica de Ana Margar ida Rodrigues . À autora e aos le i tores apresentamos as nossas desculpas .

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OPINIãO

OPiniÃOOs artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

DiGA ADEUs à REFORMA | PAUlO BAlDAIA (DIáRIO DE NOTÍCIAS)“Mais cedo que tarde, vão dizer--nos que o nosso s is tema de Se-gurança Socia l já não é sustentável e expl icar-nos que, por mais descontos que tenhamos fe i to , o Estado não poderá dar-nos mais do que um rendimento mínimo” .

Luís SantosMembro da Junta de Freguesia de Joane - PS

Miguel AzevedoMembro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

Nem o sol que decidiu prolongar a sua es tadia por mais umas se -manas, é suf ic iente para a legrar , q u e s e j a u m p o u c o , a a l m a d o s portugueses . Cada dia que passa a s s u m e - s e c o m o m a i s u m d i a s t r e s s a n t e q u e t e m o s q u e v i v e r . As not íc ias que diar iamente nos entram pela porta , não são nada animadoras. Vamos ter dif iculda-des sér ias em sair deste colete de forças que os sucessivos governos f o r a m a p e r t a n d o a o l o n g o d a s últ imas décadas. É dif íci l precisar no tempo e com exact idão quando começaram a ser dados os primei-ros passos em direcção ao abismo. Mas a lguém que agora proclama constantemente que avisou, que a lertou para o problema, que deu s i n a i s , q u e i s t o , q u e a q u i l o … É talvez o primeiro responsável por termos chegado onde estamos. Em tempos férte is , subsidiou-se o a b a n d o n o d a a g r i c u l t u r a . O s

c a m p o s , a t é e n t ã o p r e e n c h i d o s c o m o v e r d e d a s s e m e n t e i r a s e c o m a s á r v o r e s d e f r u t o d e r a m sucessivamente lugar aos baldios e ao aglomerado de ervas daninhas. E m t e m p o s f é r t e i s , d a v a m - s e s u b s í d i o s a o s p e s c a d o r e s p a r a f i c a r e m e m t e r r a , e a q u e l e s q u e conseguissem dar baixa das suas e m b a r c a ç õ e s e r a m p r e m i a d o s com mais um cheque. Em tempos f é r t e i s , e se mp re qu e se ap rox i -m a v a u m a c t o e l e i t o r a l , o e n t ã o “primeiro” e agora presidente , o mesmo que agora diz que avisou, d e c r e t a v a o r a p r o g r e s s ã o a u t o -mática nas carreiras para todos e sem excepções, deixando de lado contr ibutos obrigatórios como o méri to , a ass iduidade e o prof is-s i o n a l i s m o , o r a d e c r e t a v a m a i s um mês de ordenado para todos e sem excepção, beneficiando quem precisava e t inha ordenados bai-xos e quem não precisava, nunca

pronunciando um nome que agora “gasta” até à exaustão e lhe é tão caro, a avaliação dos funcionários. Entravam em Portugal diariamen-te milhões de contos e mais tarde euros, para ajudar os Portugueses a desenvolverem a sua economia e c r i a r e m b a s e s p a r a u m f u t u r o r isonho e sustentável . Pelos me-nos era nisso que acreditávamos. Convenceram o povo que éramos r i c o s f o m e n t a n d o a b u r g u e s i a , grandeza e o luxo. Nobres vivendas e carros de luxo com os bancos a fac i l i tar o crédito sem qual quer e s p í r i t o d e e c o n o m i a , l a n ç a n d o para segundo plano palavras como produzir e poupar. É por is to que hoje estamos nesta s i tuação. Muito se tem escr i to e fa lado da Via Inter-municipal Joane-Vizela (VIM). Sendo mesmo um tema re-corrente nas Assembleias de Fre-guesia de Joane. Cada município é responsável pela manutenção do

troço que atravessa o seu concelho. E s e q u e r e m o s c o m p r e e n d e r d e u m a f o r m a f á c i l o q u e s ã o c o m -petências e autonomia f inanceira a VIM é um excelente exemplo. A única parte desta v ia que sofreu b e n e f i c i a ç õ e s e q u e s e e n c o n t r a em bom estado pertence ao novo concelho de Vizela. Município que dotado de meios f inanceiros en-tendeu como prioritárias as obras n a V I M . O t r o ç o q u e p e r c o r r e o concelho de Guimarães e Famal i -cão está abandonado. Os a lertas d a J u n t a d e F r e g u e s i a d e J o a n e e n v i a d o s à c â m a r a m u n i c i p a l para o estado do piso , a fa l ta de i luminação e a def ic iente s inal i -z a ç ã o s ã o r e c o r r e n t e s . M a s e s t a faz ouvidos moucos. E muitos dos que lá poderiam fazer ouvir a sua voz, preferem calar-se, ensaiando uma vez mais , as habituais frases d e c i r c u n s t â n c i a , a t é à p r ó x i m a Assembleia .

O G r u p o D e s p o r t i v o d e J o a n e ( G D J ) é u m a d a s i n s t i t u i ç õ e s desport ivas do concelho que mais in tensamente fomenta a prát ica desport iva, prestando re levantes serviços aos jovens residentes em Joane e nas f regues ias v i z inhas .Fundado há 81 anos aco lhe mais de centena e meia de jovens nos e s c a l õ e s d e f o r m a ç ã o , c o n t r i -b u i n d o d e s s e m o d o p a r a a s u a f o r m a ç ã o f í s i c a e m e n t a l e p a r a uma ocupação saudáve l dos seus tempos l ivres .O passado desport ivo faz do GDJ uma referência, e em toda a região é reconhecido como uma das mais emblemát icas ins t i tu ições .A função social desenvolvida pelo Grupo Desport ivo de Joane é um v e r d a d e i r o s e r v i ç o p ú b l i c o q u e pres ta à comunidade .A ac t iv idade assoc ia t iva es tá em cr i se . As assoc iações v ivem com imensas d i f i cu ldades e têm di f i -c u l d a d e s e m e n c o n t r a r p e s s o a s

d isponíve is para fazer par te dos ó r g ã o s s o c i a i s , p a r t i c u l a r m e n t e das d i recções . O G r u p o D e s p o r t i v o d e J o a n e n ã o f o g e à r e g r a . H á a n o s q u e ass im é . O mundo moderno ve io d i f i cu l tar o aparec imento de d i -r igentes associat ivos voluntários e benévolos .Rui Ribe i ro ace i tou l iderar uma comissão adminis t ra t iva , pondo t e r m o a o v a z i o d i r e c t i v o q u e ameaçava o c lube . É de louvar o arro jo . Rui Ribe i ro é um homem d i n â m i c o , c r i a t i v o , s o l i d á r i o e t raba lhador . Estou cer to que i rá demonstrar t raba lho , empenho e dedicação à co lec t iv idade . Vent i lou-se a h ipótese de o GDJ acabar . Graças a Rui Ribe i ro e à sua equipa , o GDJ va i cont inuar a desenvolver o seu pape l soc ia l , c u l t u r a l e h i s t ó r i c o e o s s ó c i o s e s impat izantes do GDJ poderão c o n t i n u a r a a p o i a r a s e q u i p a s e a p a r t i c i p a r n a p r o m o ç ã o e n o

fomento e desenvolv imento f í s i -c o , p s í q u i c o e c í v i c o d o s j o v e n s da reg ião .O GDJ deve viver de acordo com as suas possibi l idades e a instituição deve ser sustentável . A anunciada opção por uma ges tão prudente e conservadora será, provavelmen-te , penal i zada desport ivamente . É imposs íve l compet ir no futebol s e m a r r i s c a r d o p o n t o d e v i s t a f inance iro . Mas não es tamos em tempo de arr i scar e os exemplos de fa lênc ias , desc idas de d iv i são e o u t r a s c o n s e q u ê n c i a s d o s d e -s e q u i l í b r i o s f i n a n c e i r o s d e v e m serv i r -nos de l i ção . A ges tão anunciada é o caminho. Provavelmente não vamos vencer tantas vezes . M a s q u e m g o s t a d o G r u p o D e s -p o r t i v o d e J o a n e , g o s t a d e l e n a terceira divisão, nos campeonatos d i s t r i t a i s , n o s j o g o s d e v e l h a s g u a r d a s o u e m t o r n e i o s d e s o l -te i ros contra casados .

O GD Joane deve viver

de acordo com as suas

possibilidades.

A anunciada opção por

uma gestão prudente será,

provavelmente, penalizada

desportivamente. Mas

não estamos em tempo

de arriscar e os exemplos

de falências e descidas de

divisão devem servir-nos

de lição.

A vida não que queríamos, mas que podemos ter

O Grupo Desportivo de Joane

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18 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIãO

Não vai há muito tempo que eu, estando à mesa c o m v á r i o s j o v e n s t r a b a l h a d o r e s , e s t e s m e foram declarando à vez, quando perguntados, que ou não faz iam a mais pequena ide ia do que signif icava o feriado que iam gozar no dia seguinte ou, na melhor das hipóteses, alguns deles confundiam parcialmente o signif icado da data.Fiquei esmagado: aqueles rapazes e raparigas, medianamente escolarizados, não sabiam e, m a i s a i n d a , n e m t i n h a m c u r i o s i d a d e . E r a c o m o s e e s t i v e s s e m p r e s t e s a r e c e b e r u m s impático presente , mas já decididos a nem desembrulhar o pacote. Ou melhor: a aceitar a p r e n d i n h a m a s d e i t a n d o a d e d i c a t ó r i a a o l ixo antes de a ler. Portanto, uma gravíssima falta de educação e de bons costumes. Senti-me muito justamente ofendido no meu garbo de cidadão, e apresento, aqui, a minha queixa a quem de direito.T e m o s , e n t ã o , b o n s m o t i v o s p a r a n o s d e -bruçarmos sobre o próximo fer iado de 5 de Outubro, mormente porque ele celebra a data da “coisa pública”, ou da República, instituída em Portugal há cento e um anos, com o subli-me propósito, a inda não consumado, de que todos se jamos part ic ipantes e benef ic iár ios da sociedade em que nos é dado viver. E um dos direitos/deveres cruciais dos cidadãos na sua República é o da instrução/cultura. E o da acção . I s to é , temos de saber , para fa-zer. Temos de ter conhecimentos suficientes para ajudar, permanentemente, a construir a República (coisa pública) que não é senão um modelo equitat ivo e democrático de vida em comum. Portanto, desconhecer esta efeméri-de, como todas as outras , c iv is e re l ig iosas , é u m e r r o d e p a l m a t ó r i a , u m a i n d i g n i d a d e para qualquer ser humano l ivre que assim se demite da sua cidadania. Por vezes dizemos que, no estado em que as coisas estão, bem é preciso fazer outro vinte

e cinco de Abril . Pois podemos dizer, de igual modo, que precisamos de uma nova revolução republ icana. Não digo com armas. Mas com luta, de certeza.A fome relativa já grassa por aí , e parece estar a redesenhar-se um modelo social conformista com as desigualdades e com a caridadezinha à moda ant iga . Regressa a ide ia anacrónica de que se deve “dar aos pobres” e espoliados porque devemos ser generosos e não porque t o d a s a s p e s s o a s t ê m d i r e i t o s e l e m e n t a r e s . Ouçam-se os ataques primários ao Rendimen-to Soc ia l de Inserção (RSI) dos exc lu ídos e conclua-se. A Igreja, que proclama, desde há dois milénios, que “todos somos f i lhos de Deus”, parece estar radiante no seu papel reforçado de empresária do socia l , em prejuízo da sua voz profét ica; e ta lvez es te ja errada no seu es forço subs i -diár io do governo, pelo menos na dimensão colossal que o mesmo representa, pois f icará f inanceiramente dependente e pastoralmente manietada. Há assim que dosear a sua vocação patronal a favor da sua missão espiritual .Af ina l , a Repúbl ica também se fez contra a Igre ja , fazendo-a sofrer incr ive lmente , mas t e v e o m é r i t o d e l h e a p o n t a r o c a m i n h o d a autonomia e de a l ibertar da subserviência aos governos monárquicos e da tutela do Estado. Mas, como a história se repete sucessivamente, mais tarde tivemos a mesma Igreja largamente submetida ao salazarismo e corremos o risco de a ter, de novo, servi l diante do poder atual . Por isso, é necessário continuarmos, todos, a construir a República.Nunca é de mais recordar que um republicano de alto gabarito, o Eex-Presidente da República Bernardino Machado, sendo de Portugal inteiro é também Joanense, onde teve habitação. Cá está uma boa ocasião para o reencontrarmos nos l ivros de história.

Construir a RepúblicaFernando Castro [email protected]

PUBL

ICID

AD

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A Igreja, que proclama, desde

há dois milénios, que “todos

somos filhos de Deus”, parece

estar radiante no seu papel

reforçado de empresária do

social, em prejuízo da sua voz

profética.

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