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Informativo do GEEC Outubro de 2009 - 9ª Edição Estela Novais e Rafael Lopes em visita ao projeto Ao Pé da Letra na escola Arco-Íris. O dinheiro e as crianças. Página 2 Abandono moral. Página 3 Música e crianças. Página 4 Relacionamento pais e filhos. Página 5 Entrevista: Marilene Cortez. Página 6 Rotary Divinópolis Leste. Página 7 A criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na sáude divinopolitana. Página 8 e 9 Alimentação Infantil. Página 10 Crianças com TDAH e a criatividade. Página 11 A fé salva? Página 13

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O Essencial

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Page 1: 08 - Edição Setembro de 2009

Informativo do GEECOutubro de 2009 - 9ª Edição

Estela Novais e Rafael Lopes em visita ao projeto Ao Pé da Letra na

escola Arco-Íris.

O dinheiro e as crianças. Página 2

Abandono moral. Página 3

Música e crianças. Página 4

Relacionamento pais e filhos. Página 5

Entrevista: Marilene Cortez. Página 6

Rotary Divinópolis Leste. Página 7

A criança com Transtorno de Déficit de Atenção e

Hiperatividade na sáude divinopolitana. Página 8 e 9

Alimentação Infantil. Página 10

Crianças com TDAH e a criatividade. Página 11

A fé salva? Página 13

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Página 2 Outubro de 2009

O filho chega perto do pai e diz: - Papai, me dá R$5,00?

O pai, concentrado na leitura do jornal,não dá atenção ao filho.

Novamente o filho lhe pergunta: - Papai, me dá R$5,00?

Sem dar nenhuma importânciaao que o filho está dizendo,

o pai continua a leitura ‘religiosa’das notícias do dia.

Novamente o filho pede ao pai: - Pai, me dá R$10,00?

O pai, assustado, dá um salto da poltrona,antes concentrado na ininterrupta leitura,e, perplexo com a pergunta do filho, retru-

ca: - Mas, agora há pouco você queria

R$5,00?

Esse diálogo de pai e filho nos dá a di-mensão do quanto é importante escutar os desejos dos filhos, mesmo estando diante de alguma tarefa ou trabalho relevante. É de grande importância que haja entre “pais e filhos” um amplo diálogo, consciente, edu-cativo, carinhoso, sobre todas as coisas que se passam em nossa sociedade.

Dialogar, dentro da maior naturalida-de possível. Somente assim se construirá um sólido alicerce para o futuro de nossas crianças.

Um dos pontos que será tratado neste artigo diz respeito à questão financeira en-volvendo as crianças. Esta é uma questão muito delicada e que deve ser tratada com bastante atenção pelos pais. Para alguns adultos, lidar com dinheiro é um bicho-de-sete-cabeças. Portanto, nada melhor do que começar bem cedo, desde criança, a tratar deste assunto.

Vivemos numa sociedade tão consu-mista, que se torna muito importante que as crianças aprendam, desde muito pequenas, a dar valor ao que têm e a conhecer os limi-tes dos gastos. Mas como fazê-lo? O dinhei-ro deve ser visto como algo importante para se viver bem, com conforto e segurança.

Para a maioria das crianças tudo pare-ce cair do céu. Todo acontecimento festivo como o Natal, o Dia das Crianças, o aniver-sário, um acampamento, uma semana em que ficaram boazinhas, uma nota boa na es-cola, já é motivo para elas cobrarem um prê-mio. Sabemos o quanto é difícil negar um pedido de um filho, mas é muito importante saber dizer “não”, pois, assim, você estará mostrando os limites a ele e educando-o para que ele não se transforme em um con-sumista compulsivo e sofra mais adiante.

Comece cedo a educação financeira em sua casa. Apresente para seu filho moedas e cédulas, suas cores e desenhos. A partir dos 3 anos de idade já é possível mostrar diferenças entre o que é caro e barato. É ne-cessário discernir entre o que se compra por necessidade e que se compra por impulso.

Explicar que, em primeiro lugar, vêm os gastos necessários com a manutenção do lar e da família: alimentação, vestuário, ener-gia, telefone, gás, água, lazer etc.. A cons-trução deste processo é bastante agradável quando há a participação familiar. E uma coisa se faz primordial: dê exemplos ao seu filho. Eduque-se a você mesmo quanto aos gastos. O melhor ensino vem do exemplo dos pais.

Existem muitas formas para ensinar as crianças a manejar o dinheiro e os gastos.

Eis algumas:

Ensine a criança a economizar, criando metas para fazê-lo. Presenteie-a com um cofrinho para que ela possa economizar e comprar um brinquedo, ir ao cinema, tomar um sorvete, comprar um livro, um tênis. Cabe a ela a decisão de quebrar o cofrinho ou querer guardar mais.

Mostre a ela que vale a pena não gastar em coisas desnecessárias, para conseguir comprar o que realmente quer.

É muito importante que, tanto os pais, como os tios e os avós, estejam de acordo em orientar a criança a dar valor ao dinhei-ro;

Não esqueça de premiar a criança quan-do ela conseguir atingir o objetivo, ou seja, economizar. Isto aumentará o esforço dela.

Faça-a compreender que é importante não desperdiçar dinheiro.

Chame a criança para participar da ela-boração da lista para a compra no supermer-cado e deixe-a responsável por checá-la.

Não dê presentes constantes à criança; faça isso em momentos oportunos.

Comece dando uma mesada “pequena” e explique quantos picolés ou balas aquele “valor” pode comprar, para que ela possa iniciar o próprio planejamento financeiro;

Ensine à criança que tudo se consegue com esforço etc..

Infância. Quem não tem sauda-des da infância? É a fase em que o ser veste a inocência e antevê a felicidade que o espera no paraíso.

As crianças devem ser cuidadas e valorizadas, pois representam o futuro da humanidade.

Cabe aos pais, depositários a quem Deus confiou os próprios fi-lhos, a missão de orientá-los e de educá-los, para que se tornem ho-mens e mulheres de bem.

O Essencial, aproveitando a data festiva de outubro, vem, de forma especial, homenagear todas as crianças.

Porém, sem deixar de ser crítico e de alertar que o maior presente que podemos dar às crianças não são os presentes materiais, mas o nosso exemplo pessoal de conduta ética e o nosso esforço de deixar um mundo melhor para elas.

Não deixe de amar e de expres-sar seu amor para com seus filhos. Eles precisam do seu afago, do seu carinho e, é claro, do seu tempo, para compartilharem juntos a opor-tunidade de ser família e os senti-mentos que esta condição envolve.

O Essencial agradece a todas as crianças que simplesmente nos dão a esperança de que um futuro me-lhor é possível.

Que todos tenham uma leitura enriquecedora!

Expediente:O informativo O Essencial é instrumento de divulgação do GEEG - Grupo Educação, Ética e Cidadania, cuja sede está localizada na Rua coronel João Notini, número 800,csendo voltado para uma sociedade solidária e fraterna. O conteúdo dos artigos é de responsa-

bilidade dos respectivos autores. Projeto gráfico: Alexandre Carlos e Marol Lopes. Tiragem: 2000 exemplares - Distribuição gratuita - Contato: [email protected]

Editorial

OpiniãoComo ensinar as crianças a manejar o dinheiro e os gastos?

“Portanto, aprender a lidar com dinheiro exige tempo e persistência. Deixe que a criança vá à ‘falência’ algu-mas vezes. Isto pode fazer com que ela se policie sobre os erros e não os cometa na vida adulta.”

Paulo César Pereira Economista (UIT), especialista em

Gestão Estratégica em Finanças,professor na FUNEDI/[email protected]

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Página 3Outubro de 2009

Utilidade Pública

ABANDONO MORAL Para Lígia Azevedo, esta mulher

de aço, de ouro e de flores, que me alertou para os sinais.

Somos terra, um sistema vivo, com-plexo, extremamente delicado, embora resistente, onde tudo se interrelaciona, seres, tempo, biomas. A atuação da raça humana na face deste planeta, no entan-to, vem causando desequilíbrio sistemá-tico, encadeado, disseminado. Muitas situações indicam este desequilíbrio, em alto e bom som, sendo ignoradas por lei-gos e doutos, conscientemente ou não, fato que não nos redime, pelo contrário, confere maior gravidade, visto nos co-locar como cegos que não querem ver.

Um relatório tecnicamente detalhado pode ocupar centenas de páginas e mos-trar uma realidade alarmante, o que cer-tamente deixaria muitos com a indelével impressão de que estamos a um passo da extinção, inevitável, da raça humana, e, por cadeia e reação, de grande parte da rede da vida. E isto pode acontecer em curto espaço de tempo se não fizer-mos uma radical mudança nas atitudes. Em verdade, uma mudança na essência, na frequência em que atuamos, a qual determina a vibração no mundo terra.

A presença de espécies vegetais e animais endêmicos, sós ou em guilda, é um indicador seguro de saúde ambien-tal. A ausência delas, onde deveriam estar, muitas vezes ultrapassa o quesito beleza e pode nos falar que o sistema faliu e pede socorro desesperadamente.

Borboletas são, seguramente, um desses sinais. A pressa do dia-a-dia, a urgência dos negócios e as prioridades materiais turvam nossos olhos e nos tornam surdos diante da evidente men-sagem. Olhando à volta, constatamos no campo e obviamente nas cidades a ausência destes seres coloridos, flores aladas, motivo de poetas, delícia de crianças, sinal de ambiente equilibrado para todos. Afugentadas por condições adversas, escapam de sistemas ameaça-dores, procurando nichos onde possam, seguras, cumprir o respectivo papel so-lidário na rede da vida.

Cada vez mais escassos, estes pon-

tos se afastam a cada dia das aglome-rações humanas, uma vez que a postura dos homens e o modo deles operarem estabelecem condições extremamente adversas à conservação. Detritos quími-cos, mecânicos e mesmo orgânicos, uso inadequado de produtos de rotina, emis-são de gases, degradação de berçários e de fontes de alimento destes e de outros insetos, a ação antrópica enfim, que-bram a cadeia, rompem a teia da vida e fragilizam complexos, tornando-os os extremamente vulneráveis.

Manter a vida é manter-se, preser-var o meio em que vivemos equivale à ética, à responsabilidade, ao respeito e ao amor ao próximo, sobretudo às ge-rações vindouras. Estejamos atentos, portanto, à mensagem que anda no ar, ao claro caminho marcado pelos sinais da borboleta.

Lázarro BuenoAtivista do meio ambiente e editor do

jornal Águas [email protected]

Meio Ambiente

Os sinais da borboleta*A proteção à pessoa humana está

contida no inciso III do artigo 1.º da Constituição Federal - A Dignidade Humana. Além disso, a Carta Magna protege os direitos à personalidade, ao estabelecer que são invioláveis os direitos à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança, declaran-do, ainda mais, que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem, e que qualquer lesão a esses direitos se assegura o direito de resposta, além da eventual inde-nização por dano material e moral.

Não bastasse isso, é preciso con-siderar também que: “Dentro da vida familiar, o cuidado com a criação e a educação da prole se apresenta como a questão mais relevante, porque as crianças de hoje serão os homens de amanhã, e nas gerações futuras é que se assenta a esperança do porvir”.

Por isso, o Código Civil pune com a perda do poder familiar aque-le que deixar o filho em abandono (artigo 1638, inciso II), este entendi-do não apenas como o ato de deixar o filho sem assistência material, mas o descaso intencional pela criação, o crescimento, o desenvolvimento e a moralidade dele.

É preciso atentar para o fato de que “temos, hoje, o que pode ser chamado de direito subjetivo consti-tucional à dignidade”, com reflexos inevitáveis na conceituação de dano moral, na exata medida em que os valores que compõem a dignidade humana são exatamente aqueles que dizem respeito aos valores íntimos da pessoa, tais como o direito à in-timidade, à privacidade, à honra, ao bom nome e outros bens inerentes à dignidade humana, os quais, sendo violados, hão de ser reparados pela via da indenização por danos morais.

Gilmar Alves BarbosaAdvogado e assessor júrídico

do GEEC [email protected]

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Página 4 Outubro de 2009

Ao longo destes últimos oito anos tenho dividido minhas atividades musicais entre shows solos (onde divulgo minhas canções e meus discos) com o trabalho de canto po-pular desenvolvido com crianças e também adultos. À frente do Uirapuru Canto Livre há oito anos e, também, do Coro Corinho desde 2002, onde ministro oficinas de can-to popular para alunos da rede pública de ensino, e há três anos no projeto Fazendo Arte com o mesmo propósito, adquiri muita experiência com o trabalho com crianças e pude observar a importância e as transfor-mações que a música produz na vida delas.

Essas transformações são mais óbvias e previsíveis nos ambientes mais carentes de um convívio familiar mais equilibrado, principalmente. Isto ocorre independente-mente da classe econômica, dependendo mais diretamente do ambiente familiar, pois existem famílias abastadas financeiramente mas carentes de um convívio harmônico en-tre os próprios membros. O inverso também acontece. Mas, estatisticamente, as defici-ências são mais notadas nas camadas mais pobres da sociedade, simplesmente porque são as que têm menos condições de fornecer uma educação melhor para os filhos.

Bom, deixando as diferenças de lado, va-mos ao que interessa: a música transforma, e muito, a vida das pessoas, e quanto antes ela entrar na sua vida, melhor. Não digo que deva participar apenas como ouvinte, mas executando mesmo, seja em conjunto, como em corais e orquestras, seja como solista, aprendendo um instrumento ou canto. En-

A música na vida da criança

fim, se entregando a ela em algumas horas do dia-a-dia.

Através da música a criança trabalha a sensibilidade, socialização, timidez, criati-vidade, percepção e expressão, tornando-se mais segura, desinibida, atenta e melhoran-do a autoestima.

A música, como os pássaros e o verde, é uma ferramenta que Deus colocou no mun-do para suavizar a solidez e a dureza dele, em todos os sentidos. A música suaviza o nosso padrão vibratório e equilibra a nossa frequência desarmônica. Portanto, quando oferecemos música para a criança, devemos ter os mesmos cuidados que ao alimentá-la, sabendo fazer as escolhas certas para cada

idade, tomando o cuidado, por exemplo, de não embalar um bebê com funk, não é? Não precisava ter sido tão escandaloso na minha observação, mas é só para garantir que o re-cado seja dado. Inclusive, funk não se ofe-rece nem pra boi dormir, não é? Um bebê deve ouvir música com frequências suaves, sem muitos sons agressivos ou graves. As escolas fazem isso muito bem, o problema é quando o professor não tem discernimento nem bom gosto. Mas aí são outros quinhen-tos.

Existe uma série de cedês voltada para a música para bebês. que se chama “Music for Babies”, com adaptações de Mozart e Bea-tles para crianças. Recomendo.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Agora, fazendo o meu comercial: adqui-

ra os cedês “Era Uma Vez” (Uirapuru Canto Livre), “Canções Brasileiras” (Coro Cori-nho) e “De Noite”, que são alguns exemplos de trabalhos que desenvolvo com crianças. Estão disponíveis na Boutique do Livro.

Outro trabalho que acho muito bonito é o cedê “Catibiribão (Baú de Músicas e Brin-cadeiras)”, de Silvia Negrão, irmã de nossa querida Valéria Negrão.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -Fico por aqui. Um grande abraço.

Gê Lara Cantor, compositor e coordenador do

Uirapuru Canto [email protected]

Falando de música

Pois é...

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Página 5Outubro de 2009

“Uma família infeliz é aquela que permite que outros elementos preencham alguns espaços entre os seus membros”.

O objetivo deste texto é apontar ele-

mentos para a reflexão e a análise sobre o convívio cotidiano de pais e filhos e sobre a respectiva repercussão familiar e social. In-felizmente, a maioria dos pais se preocupa apenas com o futuro material e profissional do filho. Embora isto seja necessário, pou-quíssimos pais se preocupam com outros tipos de herança, como, por exemplo, o as-pecto pessoal e afetivo do filho, a inibição (timidez ou fuga social), medos, respeito, troca de afeto com outras pessoas e fami-liares etc.. Boa parte dos pais é omissa em lidar com tais questões, o que agrava o pro-blema, quando ele passa despercebido.

Um dos maiores erros que se observa na educação atual se dá no tocante ao aspecto material. Quando os pais não possuem mui-to tempo para o filho, acabam compensan-do-o com presentes, recompensas materiais ou consentimento de e para tudo. Porém, não se trata de uma questão quantitativa, mas qualitativa, pois a compensação mate-rial nada mais é do que um “embuste” para se esconder uma dificuldade de passar afeto ou uma falta suprema de treino amoroso. É importante ressaltar que a criança, quando percebe a culpa ou dificuldade dos pais nas relações, acaba por utilizar da manipulação e da chantagem emotiva para obter mais mi-mos e/ou regalias.

São considerados pais saudáveis aqueles que buscam ou possuem um local de refle-xão e aprendizagem para educar o filho com dinamismo, o que requer trabalho, coragem e amor. Alguns pais falam do desejo de que o filho não passe pelas mesmas privações que sofreram outrora; e farão tudo de ma-neira diferente à educação que receberam dos próprios pais. Mas será que é correto? Há a necessidade da reflexão e do equilíbrio constante de forças antagônicas para o de-senvolvimento pleno de uma criança, como independência, contato com outras pessoas, individualidade, espírito coletivo, autoes-tima, admiração e amor. Qualquer proces-so educativo que valorize o poder, status e sucesso, criará filhos que carregarão imen-sa soma de ansiedade e insegurança, pois irão priorizar somente o aspecto material, tratarão os pais apenas como uma institui-ção financeira e realizadores de desejos. O problema pode tornar-se mais grave quando a criança, além de atuar como o sinaliza-dor acima descrito, exacerba o conflito de tal forma que a vida pessoal dela se torna bloqueada, afetando-a emocional, cognitiva e socialmente, surgindo problemas escola-res, retraimento, agressividade, isolamento social, desrespeito às pessoas, entre outros. Não podemos nos esquecermos de que o processo psíquico é influenciado desde a tenra infância por fatores de status, posse, poder e os pais que desejam um futuro de estabilidade emocional para o filho deve-riam refletir esta questão: – Devo dar tudo

o que ele(a) pede ou devo dar amor, limites e educação?

Assim como qualquer relacionamento humano é difícil, o entre pais e filhos está cada vez mais complicado, porque está ha-vendo uma inversão de papéis e valores, o que está deixando muitos pais sem saber como educar o filho, deixando a educação, que é de responsabilidade própria, para ter-ceiros, como escola, outros parentes e até o “mundo”. Por isto, atitudes de respeito mú-tuo, diálogo, confiança, liberdade de expres-são, demonstração de afeto, captação do que está além das palavras, linguagem do olhar, dos gestos e expressões corporais tornam-se importantes nesta relação tão bonita e edifi-cante, cujo alicerce deve ser construído no AMOR.

NÃO, NÃO E NÃO

Impor e fazer valer regras em casa são tarefas das mais difíceis, mas necessárias à educação e limites para os filhos. Aqueles que já criaram os filhos sabem que o maior desafio da vida dos pais é impor limites den-tro de casa. Isto pode, tudo bem; aquilo não pode e acabou. Para fazer isto, não basta ser firme e falar com autoridade. É preci-so paciência para dizer “não” tantas vezes quanto necessário. A criança vai fazer uma cara feia, vai gritar, chorar, espernear, dizer que não te ama mais. E é nessa hora que os pais mostram se têm força ou se é a criança quem dá as cartas e “manda”. Os benefícios de colocar limites compensam, tanto para a segurança física da criança como no sucesso na vida social.

COMO IMPOR LIMITES

Seis regras básicas na hora de enfrentar a rebeldia do filho:

1- Dizer “não”. Ele não vai deixar de gostar de você por causa disso.

2- Ser coerente. Se a mãe diz que sim, o pai concorda e vice-versa, discute-se de-pois.

3- Não recuae. A criança sente-se inse-gura se as ordens não são para valer.

4- Ser firme. Não se impressione e não ceda se o filho testar seus limites; ele só não pode ganhar de você.

5- Exercer a autoridade. Nada de “quan-do seu pai ou mãe chegar você vai ver”.

6- Pouca explicação. A capacidade de compreensão muda com a idade: explica-ções curtas aos dois anos e abrangentes aos quatro anos em diante. Explica-se de acordo com o grau de entendimento da criança.

Cláudia BrazPsicóloga

[email protected]

Para ler em voz altaLiteratura

RELACIONAMENTO PAIS E FILHOSUm pensar sobre

Livros Infantis:‘fazendo brotar mundos no mundo’

Uma das piores coisas que podemos fazer com nossas crianças é privá-las do convívio com os livros infantis. Ainda mais hoje em dia, quando o mundo é cada vez mais adulto – e quando digo isso estou me referindo justamente à brutalidade e à insen-sibilidade da nossa época – e temos cada vez menos tempo para conviver e, logo, educar e ensinar os pequenos.

Os livros infantis são portas abertas para um mundo menos cinzento e mais acessível às crianças e a partir do qual elas terão a possibilidade de perceber, sensível e critica-mente, a realidade. Para os jovens leitores, ler não é somente diversão nem apenas co-nhecimento. Ler é descobrir o mundo.

Livros infantis não existem há muito tempo. Surgiram na Europa tardiamente, no final do século XVII. No Brasil, somen-te 200 anos depois as primeiras edições em português estariam disponíveis. A literatura infantil brasileira só se desenvolveu mesmo a partir da década de 1970 e ganhou visibi-lidade e aceitação no início dos anos 1980. Estamos vivendo, portanto, a terceira gera-ção de pequenos leitores do nosso país. E como tudo que envolve educação e cultura leva tempo para surtir efeito, acredito que ainda caminha a revolução que a literatura infantil fará com o povo brasileiro.

Hoje, as prateleiras de livros infantis es-tão repletas de ótimos títulos, seja nas livra-rias ou bibliotecas. Um mundo que aguarda ser descoberto. Não privemos nossas crian-ças dessa aventura!

“Reinações de Narizinho”, o primeiro livro infantil de Lobato e marco inicial da nossa literatura infantil. Toda criança tem o direito de conhecer o “Sítio do Picapau Amarelo”!

Daniel BicalhoLivreiro e proprietário da

Boutique do [email protected]

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Página 6 Outubro de 2009

O Essencial: O que a motivou a ini-ciar seu envolvimento com crianças com TDAH?MTC: Quando comecei a supervisionar estagiários de Psicologia que atendiam crianças, havia um grande número de queixas, que chegavam especialmente das escolas, sobre crianças hiperativas, muitos diziam crianças “imperativas”. Aí passei a pesquisar essa queixa, veri-fiquei que havia muita confusão sobre o que é: criança hiperativa, com o TDAH e criança “saudável”, ou, apenas, crian-ça “custosa”! O Essencial: Qual é o perfil da crian-ça com TDAH em Divinópolis?MTC: Ela segue o padrão nacional e mesmo mundial. Um grande número dessas crianças tem problemas na esco-la, com amizades, tem dificuldade em receber ordens, obedecer a regras. Inva-riavelmente há um imenso sofrimento familiar e constantes “cobranças” da escola sobre o comportamento e notas dessa criança para os pais.

O Essencial: Na publicação de sua pesquisa, há dados extremamente preocupantes como 40% dos usuá-rios dos medicamentos receitados se tornam viciados. O mal diagnóstico seria o causador desses e de outras conseqüências. O que deveria ser fei-to para minimizar ou talvez eliminar esse fato?MTC: A Organização Mundial de Saú-de recomenda cautela no uso do metil-fenidado, o composto ativo da Ritalina e do Concerta, uma vez que ele age como cocaína no cérebro de quem usa essa medicação. Isso está na bula de ambos os remédios. Mas não se sabe, com se-gurança, se quem toma esses remédios irá, necessariamente, tornar-se viciado. Infelizmente há esse outro dado: 40% das crianças com o TDAH, se não diag-nosticadas e tratadas corretamente, in-clusive com atendimento aos pais para orientações, irão se tornar dependentes químicos. Estudos epidemiológicos apontam para esse dado. O comporta-mento impulsivo, por exemplo, é um elemento importante.

O Essencial: Qual é a ação mais ur-gente a ser feita em nossa região no seu ponto de vista?MTC: A escola pode ajudar na cons-cientização dos pais, mas, para isso, ela precisa ter um conhecimento mais aprofundado do que é o TDAH. Em São Paulo as escolas são obrigadas, por lei, a ter um profissional da Psicologia para abordar o TDAH. É preciso orga-nizar grupos de pais de crianças com o TDAH. É preciso, também, qualificar ainda mais o profissional da área de saú-de, de forma geral, que lida com essa criança.

O Essencial: Quando os pais devem procurar ajuda profissional?MTC: Há uma série de critérios, mas, como mencionado acima, a situação es-colar é muito visada, ela aparece mais. Assim, se a criança começa a ter sérios problemas com notas, seu comporta-mento incomoda a muitos, em casa ela perturba a todos. Enfim, quando se nota uma perda de qualidade na vida da crian-ça e da família dela, brigas constantes, castigos que se seguem, desobediência contínua, é o momento de procurar aju-da de um profissional especializado.

O Essencial: Como as escolas deve-riam lidar com crianças suspeitas com TDAH?MTC: Acima de tudo ter clareza sobre o que é o TDAH. Saber que há uma série de procedimentos para se fazer o diagnóstico. Não é através de uma única consulta com o neurologista e/ou pe-diatra que o diagnóstico é feito. Assim, se pedir que os pais levem a criança ao profissional, que ela seja bem encami-nhada. Outros pontos fundamentais: não rotu-lar a criança, ela tem uma dificuldade cognitiva real, não é “má vontade” da criança em prestar atenção. É necessá-rio que essa criança seja abordada de forma diferente em sala de aula, de for-ma a amenizar as dificuldades dela.

O Essencial: O contexto social/fami-liar é fator favorável ao desenvolvi-mento do TDAH? Se sim, como ser pais eficientes no mundo contempo-râneo? MTC: Não. O TDAH já “pertence” à criança antes de ela pertencer a qual-quer família. Essa é a posição da ciência hoje. Contudo, seguramente, o ambien-te familiar pode acentuar as caracterís-ticas da criança com o TDAH ou aju-dar a criança a administrá-lo melhor. Por exemplo, lares nos quais há muitas brigas, vida desorganizada e indisci-plinada, certamente isso reforçará, na criança, essas características. Realmen-te é um desafio para os pais encontrar um tempo maior e com maior qualida-de para se dedicarem à criança com o TDAH. Há muito o que fazer para aju-dar a essa criança.

O Essencial: Quais os projetos você está envolvida atualmente?MTC: O doutorado é o projeto que mais me absorve atualmente, pois nele, ao investigar o TDAH, tenho que me apropriar de discussões e pesquisas a que, normalmente, não temos acesso. Há muita pesquisa feita, mas pouca di-vulgação. O que faço é repassar o má-ximo dessas informações mediante as orientações aos estagiários na pesquisa que realizamos e que continua com os profissionais ligados ao Cognoscere do ISTS. Por exemplo, há o projeto de atendimento dessa criança e da respec-tiva família por esse grupo de profissio-nais da Psicologia do ISTS. Oferecemos trabalhos com música para essa crian-ça e adolescente no ISTS e precisamos retomá-lo, bem como o grupo com as mães. Esses são projetos que gostaria de retomar em breve.

O Essencial: O que conduziu esse es-tado crítico na má avaliação dos mé-dicos?MTC: Há uma série de fatores sócio-culturais que funcionam como uma ver-dadeira corrente, que leva ao diagnósti-co médico inadequado. Isso é apenas a “ponta do iceberg”. Por exemplo, sabe-mos que, muitas vezes, as pessoas acei-tam apenas o que o médico afirma sobre uma situação. O diagnóstico do TDAH tem que ser feito por um especialista e que seguirá, portanto, os critérios corre-tos para a realização do diagnóstico. A questão não é “culpar” o médico, mas entender os outros “atores”, como pro-fessores e pais, nessa corrente. Eles pre-cisam entender que há outras formas de abordar essa criança. O Essencial: Deixe uma mensagem para nossos leitores. MTC: Uma das coisas mais importantes que os pais das crianças com o TDAH devem trabalhar é o sentimento de cul-pa.Esse sentimento gera muito sofri-mento e uma base totalmente infundada para se lidar com o TDAH. Uma parte significativa dessas crianças é cativante, inteligente e tem uma grande criativida-de. O que é difícil para elas é lidar com situações repetitivas e monótonas. É importante que os pais vivam esse lado lúdico da criatividade do próprio filho e busquem criar situações agradáveis na família para que a única referência des-sa criança não seja o seu “fracasso ou incômodo” dela. Não é absolutamente fácil lidar com um TDAH, mas é bom ter a certeza de que podemos fazer algu-mas escolhas: piorar o que já é difícil ou tentar suavizar essa dificuldade.

Contato:[email protected]

Entrevista do mês

Marilene Tavares CortezCom sua

elegante timi-dez, ela foi a fundo inves-tigar sobre um tipo de t ra n s t o r n o em crianças.

Ela comprova com sua pesqui-sa as causas e conseqüências do atual diagnóstico de TDAH realiza-do pela saúde pública. Doutoran-da em Estudos Lingüísticos, atu-almente investiga a linguagem e a atenção da criança com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

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Página 7Outubro de 2009

Projetos Sociais

FAZENDO DE UM FIM UM NOVO COMEÇO.

O futuro está lançado.

Caminho por um mar de ilusões. Quan-do me vejo já chegou o seu término. Não entendo por que nessa longa estrada da vida tive a esperança de chegar ao primeiro lu-gar, mas o tempo fez o que eu não esperava e agora o adeus me destrói. Mas, afinal, o que é o fim senão a demonstração de que se haverá um recomeço e assim deve ser enca-rado por todos nos mortais?

Só não posso esquecer daqueles que me fizeram morrer de rir, chorar de emoção e que encantaram o meu coração. Eu não sei mesmo quem eu sou, mas aprendi a ser so-zinha. Mas eu vou ao horizonte desse ca-minho, com lágrimas no olhar. O adeus me machuca e a saudade vai ficar.

Um grande vazio irá ficar dentro de meu coração. Mas, para os determinados, sempre terá uma nova chance de brilhar. O momen-to chega, parece eterno, o corpo se estreme-ce, as lágrimas escorrem, o peito cria asas, querendo voar, quero correr sem rumo, que-brar as fronteiras, sinto um grande medo por dentro, não sei se fico ou se passo.

Caminharei por novos caminhos, mun-dos nunca percorridos, mas é preciso, pois faz parte do processo evolutivo. Estou indo, mas deixo os rastros para trás. Um dia, creio que voltarei para passar alguma experiência que auxilie os próximos.

Não quero ser substituída por ninguém porque sou a eterna contadora de histórias, eterna anfitriã apaixonada, que sempre ca-minhei em meio às palavras.

Eu assim me despeço do Pró-adolescen-te, feliz por ter conhecido todos vocês, mais completada e com a missão cumprida de ter dado o melhor de mim, ter contribuído para essa historia, sendo assim eternizada por mim mesma, porque eu fui escolhida e tive a chance de me orgulhar de mim e de todos

que fazem e fizeram pelo Pró-adolescente.Adeus! Tenho certeza de que ouvirão

falar de mim!

LÁGRIMAS CAEMDE NOSSOS OLHOS,

SORRISOS NOS ENCANTAM NO OLHAR,

PESSOAS NOS OLHAM SEM NUNCA FALAR.

MAS O CORAÇÃO É UM PÁSSARO

QUERENDO VOAR..

Flávia Martins Nunes Tem 17 anos e

integra o Projeto Pró[email protected]

Fundado em 4 de novembro de 1969, o grupo se reúne na avenida Antônio Olímpio de Morais, 1970, bairro Santa Clara. As reuniões acontecem todas as quartas-feiras, às 19h30.

O Rotary é uma organização de lí-deres de negócios e profissionais unidos no mundo inteiro, que prestam serviços humanitários, fomentam um elevado padrão de ética em todas as profissões e ajudam a estabelecer a paz e a boa von-tade no mundo.

O objetivo é estimular e fomentar o ideal de servir, como base de todo empreendimento digno, promovendo e apoiando:

1) o desenvolvimento do compa-nheirismo como elemento capaz de pro-porcionar oportunidades de servir;

2) o reconhecimento do mérito de toda ocupação útil e a difusão das nor-mas de ética profissional;

3) a melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na vida pública e privada;

4) a aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando a consolida-ção das boas relações, da cooperação e da paz entre as nações.

A excelência do Rotary Divinópolis Leste como entidade de prestação de serviços e do mundo de negócios atrai sócios, no entanto, é o companheirismo, a amizade e o bom relacionamento entre os rotarianos do clube que os motivam a permanecerem na organização.

Companheirismo é um fator moti-vacional significativo, que mantém os sócios atuantes e promove a cooperação durante a realização das atividades e dos projetos do Clube.

O plano de ação para a gestão 2009/2010, presidida por Paulo Ramos, prevê 36 metas a serem atingidas, sen-do que, dentre elas, destacamos as se-guintes: plantio de 21 mudas de árvo-res, aquisição de lixeiras para que sejam instaladas na região central da cidade de Divinópolis, inclusão digital para pessoas com idade superior a 40 anos, aquisição de um mamógrafo e aquisição de 2100 filtros de barros para distribui-

ção nos distritos e nas vilas onde não há água tratada.Por serem estas metas de grande vulto o prazo para a concretização das mesmas ficou estendido para até 2012.

O Clube também mantém comissões que atuam com programas diversos, tais como a Comissão do Banco de Cadei-ras de Rodas, a Comissão de Estudantes Carentes, a Comissão da Casa da Ami-zade. Por fim, em todas as respectivas ações o Rotary se consolida em quatro perguntas sobre o que nós pensamos, dizemos ou fazemos:

1 - É a Verdade? 2 - É justo para todos os interessados? 3 - Criará boa vontade e melhores ami-zades?4 - Será benéfico para todos os interes-sados?

Edilene BragaPresidente da Comissão Pública e

Admições do Rotary Divinópolis Leste ediretora de planejamento, projetos e parce-

rias do Instituto Ambiental Águas [email protected]

Rotary Divinópolis Leste

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Página 8 Outubro de 2009

Hoje gostaria de fazer algumas re-flexões sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) le-vando em consideração a pesquisa sobre as crianças com o TDAH, usuárias da Saúde Pública na cidade de Divinópolis, empreendida ao longo dos anos de 2006 e 2007. Essa pesquisa foi realizada por bolsistas de iniciação científica vincu-lados à FUNEDI/INESP e coordenada por mim, Marilene Tavares Cortez, atra-vés do Cognoscere. Essa pesquisa nos permitiu identificar três pontos básicos envolvendo a criança com o TDAH: pri-meiro, a forma como o diagnóstico tem sido realizado na Saúde Pública de Di-vinópolis; segundo, a importância das narrativas das mães e das escolas sobre a criança, para que o profissional da área de saúde estabeleça o diagnóstico de TDAH; e terceiro, a inadequação da medicação dada à criança.

Farei um breve resumo da pesquisa e das reflexões feitas a partir dos dados encontrados. Alguns pontos identifica-dos pela pesquisa deveriam chamar a atenção imediata de pais e educadores, bem como das autoridades das áreas de Saúde e de Educação em Divinópolis, pois as crianças têm recebido um trata-mento bastante inadequado em relação ao diagnóstico de TDAH e ao uso da medicação, na rede de Saúde Pública. É preciso e é urgente que os adultos, pais e autoridades se mobilizem para cons-truir uma maneira mais eficiente para lidar com a criança com indicadores de TDAH em Divinópolis e com a sua fa-mília. Normalmente se destacam as difi-culdades trazidas pela criança que apre-senta o TDAH e quase nunca se destaca a imensa criatividade que várias dessas crianças apresentam. É o que Lúcia Ar-ruda fará em outro texto nesse jornal.

Foram analisadas 120 fichas de crianças usuárias dos Centros de Saúde de Divinópolis. Dessas 120 fichas de crianças, 57 fichas referem-se a crianças que tinham algum indicador de TDAH, dentre as quais, 31 tinham recebido o diagnóstico médico de TDAH. O nos-so trabalho de pesquisa de reavaliação diagnóstica levou em consideração 22 crianças com indicativo ou diagnóstico de TDAH. Verificamos que, em 84% dos casos, o diagnóstico foi realizado por neurologistas, sendo que, destes, 26% foram estabelecidos após análise de exames neurológicos.

Assim, os dados coletados por essa pesquisa confirmam o que a psi-quiatra Ana Beatriz Silva diz sobre a grande dificuldade dos profissionais de seguir os critérios que identificam o TDAH. É importante destacar que “ne-nhum exame laboratorial ou avaliação neurológica ou da atenção foi estabe-lecido como diagnóstico na avaliação clínica do TDAH”, conforme estabele-ce o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), manual usado para realizar o diagnósti-co de TDAH.

Entendemos, portanto, que alguns médicos da Rede de Saúde Pública de Divinópolis têm dificuldade em lidar com tal situação e se baseiam princi-palmente no relato da mãe e das esco-las para fazer o diagnóstico da criança. A hipótese por nós formulada a partir dos dados obtidos é a de que o médico se guia pelas narrativas das mães e da escola sobre a criança, prioritariamente, para realizar o diagnóstico. Dessa ma-neira, é muito importante que as mães e as escolas estejam atentas à descrição da criança que fazem para o médico.

Entre as crianças que receberam o diagnóstico de TDAH, 51% dos casos, o tratamento prescrito foi medicamen-toso, sendo que o medicamento mais receitado foi o anfetamínico Metilfeni-dato (Ritalina), seguido do antidepres-sivo tricíclico Imipramina (Tofranil) e do anticonvulsivante Carbamazepina (Tegretol).

Após a reavaliação das 22 crianças que foram encaminhados aos servi-ços de saúde com indicativos ou com o diagnóstico de TDAH, aproximada-mente 6% dos casos foram confirma-dos, o que equivale a dois casos dentre as crianças reavaliadas pelas pesqui-sadoras. Apesar do grande número de encaminhamentos e de diagnósticos de TDAH realizados pelos médicos, a por-centagem de crianças que efetivamente apresentam o TDAH obedece à preva-lência determinada pelo DSM-IV-TR e pela literatura especializada, ou seja, 3 a 7% das crianças.

Outro dado a ser destacado é que há um número significativo de crianças que estão sendo medicadas pelos pais e pelos profissionais da área de saúde sem necessidade, pois elas não se enquadram nos critérios definidores do TDAH, ou seja, essas crianças não têm o TDAH. Esse é um dos dados que precisam ser discutidos de forma séria e permanente pela comunidade que acolhe essa crian-ça, pais, educadores/as e profissionais da área de saúde. Já que se sabe que os psicoestimulantes como o metilfenidato causam danos no sistema nervoso dos ratos jovens (Gomes, 2002, p. 51, 56). Assim, é crucial que os responsáveis pela saúde da criança, sejam os pais e os profissionais das áreas da Saúde e da Educação se mobilizem para que:

1) reavaliem a banalização que vem ocorrendo em relação ao diagnós-

A CRIANÇA COM

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

NA SAÚDE PÚBLICA DE DIVINÓPOLIS

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cutido, corroboramos a necessidade de que os diversos discursos sociais – den-tre eles, o discurso médico, o da escola, o da mídia e o da família – se ancorem em conhecimentos e reflexões mais con-sistentes, para que sejam dadas a essas crianças formas de tratamento mais ade-quadas e que, efetivamente, promovam a saúde integral da criança, da família e da própria sociedade, de forma geral.

MARILENE TAVARES CORTEZ

Docente no curso de Psicologia daFUNEDI/UEMG,

doutoranda em Estudos Linguísticos,Estudos da Inter-relação da Linguagem,

Cognição e Cultura na FALE/UFMGPesquisa: A linguagem e a atenção

da criança com o [email protected]

Página 9Outubro de 2009

tico do TDAH (hiperatividade não é TDAH);

2) ampliem a consciência sobre o uso de psicoestimulantes como o me-tilfenidato, que podem causar danos ao sistema nervoso das crianças;

3) tenham consciência dos reais critérios usados para se fazer um diag-nóstico correto do TDAH;

4) encontrem formas alternativas de tratamento para essas crianças (a Te-rapia Cognitiva – TC, por exemplo, tem propostas alternativas para abordar essa criança, isto é, ela pretende trabalhar precisamente os aspectos do processa-mento cognitivo da criança que, efetiva-mente, apresente o TDAH, bem como a família e a escola da criança que apre-senta o TDAH.

Outro aspecto a ser salientado é que, além dos sintomas básicos do TDAH, em mais de 50% dos casos as crianças irão desenvolver alguma comorbidade, isto é, essa criança irá apresentar, além do TDAH, transtornos como o de lin-guagem, o de conduta e a depressão, dentre outros. Como a linguagem é uma das atividades mais importantes na vida social do indivíduo, a criança que apresenta transtorno de linguagem so-frerá sempre um grande prejuízo se for

não ajudada a superar tal transtorno. Só isso dá a medida para se compreender a importância de um tratamento mais eficiente para a criança que efetivamen-te tenha o TDAH, porque, assim, serão evitados problemas escolares e sociais (muitas dessas crianças, 40%, irão de-senvolver dependência química).

No Brasil não há pesquisas tão sis-tematizadas como muitas desenvolvidas nos EUA. Contudo, há dados e levanta-mentos parciais que confirmam as esta-tísticas americanas (Golfeto e Barbosa, 2003, p. 22). “O custo anual médio de jovens com TDAH é cerca de duas ve-zes maior do que o de crianças e ado-lescentes sem o transtorno” (Leibson e cols., 2001, apud Andrade, 2003, p. 75).

Dessa maneira, diante do que foi dis-

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Encaminhamentos

Diagnósticos realizados

Em uso de medicamento

Crianças reavaliadas

Diagnósticosconfirmados

Gráfico I

Encaminhamentos ....................57Diagnósticos realizados ............31Em uso de medicamento ...........29Crianças reavaliadas ..................22Diagnósticos confirmados ...........2

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Encaminhamentos

Diagnósticos realizados

Em uso de medicamento

Crianças reavaliadas

Diagnósticosconfirmados

GRÁFICO II:LEVANTAMENTO DE DADOSNA CIDADE DE DIVINÓPOLIS

Crianças com diagnóstico médico........... 31

Crianças que realizaram exame(s) neurológicos ............................. 8 Crianças com diagnóstico confirmado...... 2

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Crianças com diagnósticomédicoCrianças que realizaramexame (s) neurológicosCrianças com diagnósticoconfirmado

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Crianças com diagnósticomédicoCrianças que realizaramexame (s) neurológicosCrianças com diagnósticoconfirmado

1 A análise integral dos resultados obtidos deverá ser publicada na próxima edição da Revista Contemporaneum, revista da pós-graduação da FUNEDI. 2 A praxe é que essa criança seja levada, primeiramente, ao médico. A atual fase da pesquisa busca verificar se é a partir das narrativas das mães para os médicos, sobre a criança, que o diagnóstico de TDAH é estabelecido. 3 Ver gráfico I, em anexo.

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Página 10 Outubro de 2009

Cabe enfocar que a criança, quan-do recém-nascida, deve ser alimentada somente com leite materno até os seis meses, não devendo a mãe oferecer água, chás ou quaisquer outros alimen-tos. A partir dos seis meses deve ser oferecidos, de forma lenta e gradual, outros alimentos (peça informações diretamente ao nutricionista que faz o seu acompanhamento), mantendo o lei-te materno até os dois anos de idade ou mais.

Na infância forma-se o hábito ali-mentar, influenciado pelo hábito da família, principalmente dos pais. Por isto, se deseja que o seu filho tenha um hábito saudável, invista na melhoria do hábito familiar.

Existe uma relação entre comida e afetividade. Exemplo: comida como prêmio tem uma grande influência nas escolhas e no gosto por determinados alimentos. Por isto, não fique chanta-geando a criança para que ela coma ou mesmo castigando-a porque não come. Ela deve aceitar o alimento pelo estí-mulo que vem de dentro, o apetite, e não forçada pelo estímulo que vem de fora, pois pode gerar o prazer associado à comida ou à associação com o medo.

É fundamental que a alimentação das crianças seja variada, incluindo ali-mentos como pães integrais, cereais, hortaliças e frutas, facilitando, dessa maneira, a satisfação das suas neces-sidades nutricionais, pois a nutrição adequada é requisito essencial para o crescimento e desenvolvimento das crianças como um todo.

USO DE DOCESA maioria das crianças gosta mui-

to de doces. Sendo assim, fique atento e procure evitar que ela coma grandes concentrações de doces, que “viciam” o paladar, além, claro, de prejudicar a ingestão de outros alimentos, pois, se deixasse por conta delas, comeriam ba-

mais dificuldades e uma possível rela-ção ruim com a alimentação.

Incentive as crianças a fazer lanche da manhã, pois, assim, terão mais ener-gia e disposição para fazer as atividades do dia e, também, para gerar melhor aproveitamento no aprendizado da esco-la. Lembrando aos pais que incentivem e ajudem a criar o hábito e não “forçar a barra”. Por exemplo, pode-se estimu-lar a criança a tomar um suco natural de frutas. A grande maioria das crianças gosta de fazer as refeições assistindo à televisão. Isto não é ideal para os adul-tos nem para as crianças. Por isto, crie o hábito de fazer as refeições à mesa, pois, assim, além de criar um hábito alimentar mais saudável, estar-se-á pro-piciando mais momentos de comunhão em família.

Investindo na qualidade da alimenta-ção do seu filho, você estará investindo na saúde dele agora e, também, no fu-turo!

Júnior Valadares Nutricionista e terapeuta

especializado em Tratamentos Naturais

[email protected]

sicamente alimentos de paladar doce. Procure sempre oferecer diferentes ti-pos de alimentos, para que a criança crie o hábito desde pequena.

O USO DE FIBRASElas são, também, muito impor-

tantes na alimentação das crianças e a ingestão de fibras pode ser estimulada de forma bem simples, incentivando as crianças a comer frutas, legumes e ver-duras.

Após o almoço e o jantar não ofere-ça alimentos à base de leite, isso porque o cálcio contido nestes alimentos atra-palha a absorção do ferro contido, por exemplo, no feijão. Ofereça frutas cítri-cas como laranja, tangerina, abacaxi e goiaba, que são ricas em vitamina C, o que ajuda a absorver mais o ferro dos alimentos, prevenindo, assim, a anemia.

Lembre-se de que é principalmente na infância que as células adiposas (res-ponsáveis pelo armazenamento da gor-dura corporal) se multiplicam. Quando uma criança já é propensa a ter obesi-dade infantil deve-se estar mais aten-to; claro que sem pressionar demais a criança, porque, senão, acaba gerando

Tópicos importantes na alimentação infantil

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Página 11Outubro de 2009

Crianças muito agitadas, que apresen-tam dificuldades em prestar atenção por muito tempo em uma única atividade, com mil idéias ao mesmo tempo, mas não con-seguindo finalizar nenhuma, impulsivas, não tendo o hábito de refletir antes de tomar atitudes, que primeiro agem depois pensam no que fizeram, distraídas, desligadas, que parecem estar no “mundo da lua”, mas per-cebem todos os estímulos ao redor: essas são crianças hiperativas, conhecidas pela Psicologia e pela Medicina como crianças com TDAH.

TDAH – Transtorno de Déficit de Aten-ção e Hiperatividade. Profissionais em edu-cação já ouviram falar disso. Casos como os acima citados desequilibram a estrutura de uma sala de aula, pois a criança hiperativa tem muita dificuldade de se envolver com uma única atividade, bem como de perma-necer parada por um período relativamente prolongado.

A criatividade é um dos mais signifi-cativos atributos da criança com TDAH, mesmo que nem sempre seja comentado. Muitos pais e professores ainda não sabem reconhecer quando uma criança apresenta respostas diferentes do “lugar comum” e que estas respostas não estão necessaria-mente erradas, mas, na realidade, são “não esperadas”. Quando todos os alunos de uma turma descrevem uma determinada figura da mesma forma, exceto um, não quer dizer que esta exceção esteja errada. Talvez seja uma forma diferente de ver as coisas.

Na maioria das vezes uma criança com TDAH apresenta uma criatividade acima da média. Segundo a doutora Ana Beatriz, au-tora do livro “Mentes Inquietas”, “enquanto suas mentes estão a mil por hora, essas crian-ças estão vivenciando um processo criativo e tendo idéias mirabolantes”. Porém, sem ajuda adequada, muitos dificilmente conse-guem analisar esse potencial tão expressivo em algo realmente producente.

Vygotsky pensou em uma forma de compreendermos bem o fenômeno criativo. Sugeriu que fosse feita uma analogia entre

criatividade e eletricidade. A eletricidade está presente em eventos de diferentes mag-nitudes. Existe em grande quantidade nas grandes tempestades, com raios e trovões, mas ocorre, também, na pequenina lâmpa-da, quando acionamos o interruptor. A ele-tricidade é a mesma, o fenômeno o mesmo, só que expresso com intensidade diferente. A criatividade se processa da mesma forma.

Algumas crianças são mais criativas ca-pazes de produzir, construir, inventar novos objetos, coisas, idéias, ações, revoluções. É por essa razão que a criatividade apresenta-se como elemento indispensável na prática educacional. Se desenvolvermos nossas ha-bilidades criativas, seremos capazes de lidar com o futuro e as incertezas, tornando-nos aptos a criar novas formas de adaptação às novas demandas sociais e naturais, transfor-mando-nos todos em produtores de saber, em solucionadores de problemas. Por isto, a escola não pode dispensar a criatividade como parte componente do currículo. Se ela pretende formar indivíduos que vão viver no “aqui e agora”, mas podendo contribuir com soluções para o futuro, a escola precisa considerar a importância de desenvolver as habilidades criativas dos alunos, para que eles possam se adaptar e solucionar as ques-tões e os problemas trazidos pelo progresso social, científico e tecnológico.

Pais e professores precisam estar “aber-tos” à criança criativa, pois esta, muitas vezes, não estará fornecendo a resposta co-mum e esperada, mas, sim, alternativas mui-tas vezes brilhantes. Se se perguntar por que a criança trouxe aquela resposta inesperada, podemos nos deparar com uma grande sur-presa, desde que não estejamos presos ape-nas ao que foi estabelecido como correto.

Será que estamos preparados para en-frentar esse desafio?

LÚCIA MARIA SILVA ARRUDAEspecialista em Psicopedagogia Clínica e

Institucional e graduada em Psicologia pela Fundação Educacional de Divinópolis

[email protected]

CRIATIVIDADE E CRIANÇAS COM O TDAH

Clube da Fraternidade

O GEEC é uma ONG sem fins lucrativos que visa contribuir em benefício de um mundo melhor.

Vários projetos sociais são ofere-cidos à comunidade como forma de melhorar a sociedade em que vivemos. No entanto, a dificulda-de financeira é um fator que inibe

nossa ação.

Para não encerrar as atividades por falta de recursos foi criado o Clube

da Fraternidade.

As pessoas que contribuem com qualquer quantia são cadastradas e recebem uma carteirinha de sócio, com a qual podem usufruir de des-contos em vários estabelecimentos

comerciais.

Economia e Solidariedade juntas para o bem de todos.

Seja sócio doClube da Fraternidade!

(37) 3222-7644

Drogaria Danilo Passos 3215-0606 Farmácia 15% à vista em medicamentos e perfumaria.

Bioderme 3222-5729 Farmácia 10% homeopatia, produtos manipulados, cereais e suplemen-tos.

Drogafarma 3221-7476Farmácia 15% em medicamentos e 25% em medicamentos genéricos.

Relação dos novos conveniados do Clube da Fraternidade.

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Página 12 Outubro de 2009

Para entendermos os significados das palavras de Jesus vamos ver os elemen-tos presentes nesta parábola.

a) OBJETOS

O Reino dos Céus: Possui diversas in-terpretações. Seja qual for a interpreta-ção, é o objetivo que Jesus nos apresen-ta. É o alvo que devemos alcançar. É a felicidade. A paz. Segundo Jesus, está dentro de nós. Para o Espiritismo, a fe-licidade só é alcançada com a evolução intelecto-moral. Todos a alcançaremos, mais cedo ou mais tarde. Todos os en-sinamentos de Jesus visam a nos ajudar a alcançá-lo, ou seja, ensinar o caminho para a nossa evolução espiritual.

Rede: O mesmo que o “tempo da ceifa” na parábola do joio e do trigo; é a morte do corpo físico ou a transição planetária. Após a morte é que se colhem os atos da vida. Se agimos bem, em conformi-dade com nossa consciência, ela estará tranquila. Se fizemos coisas da quais nos arrependemos e não procuramos repará-las, a culpa e o arrependimento nos assombrarão. Por outro lado, haverá um tempo de ceifa planetário, quando nosso planeta passará a ser um planeta de regeneração. Aqui ficarão habitando apenas os espíritos que estiverem com evolução intelecto-moral em conformi-dade com a evolução planetária.

Peixes de toda espécie: A morte do cor-po físico ou a transição planetária al-cançará todos os seres humanos, sejam ricos ou pobres, cultos ou ignorantes, brancos ou negros. Já diziam os filóso-fos que a única certeza da vida é a morte e Kardec acrescentou: e a evolução, tal pois assim é a lei.

Mar: É a vida na Terra, onde se desen-volvem todas as espécies de peixes.

Peixes bons: Representam aqueles que conseguiram vencer as más tendências e cultivar as virtudes; são os homens de bem, como descrito no Evangelho Se-gundo Espiritismo (capítulo 17, item 2).

Peixes ruins: Representam aqueles que foram derrotados pelos vícios e más tendências; são o joio no meio do trigo.

A praia: Parece representar o portal, ou “umbral”, pelo qual todos os espíritos

passam após a morte do corpo físico, se-gundo descreve o espírito de André Luiz no livro “Nosso Lar”, psicografado por Chico Xavier (ele próprio permanecera no umbral durante oito anos). Pode re-presentar, também, o processo de “per-turbação” ou confusão mental em que o espírito permanece após desencarnar, quando, geralmente, rememora toda a própria vida encarnada. Seja como for, pela parábola, vamos primeiro para a praia e depois para o “cesto” ou para a “fornalha”.

Cestos: São o “celeiro” da parábola do joio e do trigo, o plano ou a colônia es-piritual onde ficam os espíritos que con-seguiram cumprir a missão de frutificar a boa semente, ou seja, de realizar a po-tencialidade para o bem. São colônias de felicidade e aprendizagem, ou plane-tas de evolução superior à Terra.

Fornalha do sofrimento: É o contrário do “cesto”, é a realidade espiritual onde ficam os espíritos maus, os peixes ruins, onde as consequências dos vícios físi-cos e morais, além da culpa conscien-cial, provocam grandes sofrimentos.

b) AÇÕES

Lançada (rede) e apanhou (peixes de todas as espécies): Representam a ação da lei divina da evolução, que julga a todos, sem exceção, de acordo com as respectivas obras e consciência.

Puxaram (rede), sentados, puseram (peixes bons), deitaram fora (peixe ruins) e separarão (os maus e os justos): Todos estes verbos parecem indicar o processo dos pescadores separarem os peixes ou dos anjos separarem os jus-tos dos maus. Ao mesmo tempo em que é uma lei natural, a sintonia vibratória, que aproxima os simpáticos e afasta os antipáticos, é também um processo que a providência divina age por meio dos cuidados dos espíritos superiores.

Lança-los-ão (os maus): Jesus, aqui, en-fatiza a ação que será realizada com os “maus”; lançar à fornalha do sofrimento é uma expressão muito forte e pode in-dicar até mesmo uma migração compul-sória ou imposta aos espíritos reniten-tes, no caso do fim do mundo, ou seja, de uma transição planetária, enviando-os a um planeta menos evoluído, com-

Parábola da rede

patível com o estágio de evolução deles.

Haverá choro e ranger de dentes: Uma descrição dos sofrimentos – principal-mente morais, porque são de origem in-terna e não externa – que terão os maus.

c) SUJEITOS

Os maus e os justos: Nós. Eu e você. Cada um de nós possui o livre arbítrio para decidir o que queremos ser. É exa-tamente por isto que Jesus ensina esta parábola, esperando que cada um de nós decida ser justo.

Pescadores ou anjos: Os espíritos do Senhor. Os nossos protetores e mento-res espirituais. São os intermediários de Deus para com os homens, também cha-mados de providência divina.

Nesta parábola Jesus apresenta três ad-vérbios, cuja análise é importante:

Finalmente: Jesus encerra, com esta pa-rábola, uma série de sete parábolas que versam sobre o Reino dos Céus, mar-cando, nos corações e mentes daqueles que o ouviam, o significado deste con-ceito e de todas as prerrogativas dele.

Depois de cheia e Fim do mundo: Je-sus, como na parábola do joio e do trigo, parece indicar que vai haver uma época correta para essa grande separação, a transição planetária para um planeta de regeneração, a qual, dizem, já começou. Resumindo, a parábola fica assim:

Finalmente, o Reino dos Céus (felicida-de) é semelhante à morte que alcança-rá a todos os homens, indistintamente; os maus sofrerão as consequências dos próprios atos e os homens de bem, que vencerem e resistirem até o final, serão acolhidos nos planos de felicidade; che-gará o momento em que os maus serão transferidos pelos espíritos superiores para planetas adequados à evolução es-piritual deles, planetas mais primitivos, onde existem muitos sofrimentos.

Jomar Teodoro GontijoMestre em Educação e

diretor de ensino do [email protected]

Parábola Comentada

“Finalmente, o Reino dos Céus é semelhante a uma rede que foi lançada ao mar e apanhou peixes de toda espécie; e, depois de cheia, os pescadores puxaram-na para a praia; e, sentados, puseram os bons em cestos,

mas deitaram fora os ruins. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos e lança-los-ão na fornalha do sofrimento; ali haverá choro e ranger de dentes .”

Jesus, Mateus XIII, 47-50

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Página 13Outubro de 2009

Há uma dificuldade na relação da fé com a razão, pois a fé é sentimento e a razão não o é. Enquanto a razão tem que saber as causas, as consequências, fazer análises, síntese e discorrer, a fé não ne-cessita de nada disso.

É por isto que, na história da huma-nidade, a fé se desvinculou da razão. A fé sem razão se tornou fanática e cega e a razão sem fé se tornou fria e insensí-vel. O que o Espiritismo propõe é a fé raciocinada.

A fé como esperança, amor, otimis-mo, consolo e todo sentimento vincu-lado a ela precisa estar ligada à razão, para melhor direcionar todos estes sen-timentos. É preciso, então, que a orien-tação da fé venha pela razão.

Entretanto, a fé é entendida por vá-rias religiões como único meio de sal-vação, ou seja, para essas, então, só a fé bastaria para se salvar.

A fé naquelas religiões é fundamen-tada em dogmas, o que significa que não é raciocinada, isto é, não pode ser ques-tionada.

Mas o princípio da fé no Espiritis-mo está na ação e a ação é justificada pela obra, na qual se manifestam a fé, o pensamento, a vontade, a razão e o sen-timento, que se consolidam no ato e no hábito.

Pelo dinamismo da fé se concretiza um dos princípios da vida que, é a evo-lução, a qual se realiza no exercício do amor.

PREDESTINAÇÃO X LIVRE-ARBÍTRIO

Numa sociedade capitalista as re-lações são construídas levando-se em conta o “ter” em detrimento do “ser”. Exemplo disso é o sistema educacional, que não prepara as pessoas para assu-mirem a responsabilidade pela própria vida. Daí a justificativa de atribuir as frustrações a um destino programado,

“predestinado”.A ideia de predestinação interessa à

sociedade atual, porque subjuga o que-rer da pessoa, impossibilitando o cresci-mento moral e ético em uma visão ra-cional e espiritual.

Sabe-se que a ideologia da predes-tinação é predominante na atualidade, atribuindo à vontade de Deus tudo o que acontece.

Esta forma de viver e pensar é es-timulada, também, pelas religiões que não propiciam uma reflexão ética e crí-tica sobre a realidade.

Em contrapartida, acreditamos que o referencial do ser é a responsabilidade e a autonomia, que fundamentam o livre-arbítrio, que é a capacidade de decisão.

Esta capacidade é construída no pro-cesso evolutivo do conhecimento e do autoconhecimento.

A origem de todo acontecimento está no próprio ser e não fora dele, como no conceito da predestinação. Todo ser é autor da própria ação; portanto, sofre as consequências dela.

Livre-arbítrio não significa ser livre para fazer o que se quer. O homem não possui liberdade absoluta, porque está submetido às várias leis, não justifican-do, portanto, acreditar na fatalidade, no destino, na predestinação e na sorte, porque não existem.

Esta liberdade, quando exercida de forma responsável, é resultante do pro-cesso evolutivo do livre-arbítrio, o que possibilita ao homem conquistar maior discernimento nas próprias escolhas.

O homem ético é aquele que já con-quistou este discernimento, tendo au-tonomia, e sabe sustentar as próprias decisões, assumindo as respectivas con-sequências.

VALORES CULTURAISDESCONSTRUÇÃO CULTURAL

Interessa ao sistema capitalista man-

A fé salva? Basta ter fé para ser salvo? A fé é racional?

Contextualizando o Espiristismo

ter uma situação cultural que valoriza a forma, a aparência e o rótulo, porque privilegia o ter em detrimento do ser, o que representa uma caracterização ine-rente ao sistema.

O que sustenta estes valores é o fator econômico, o qual influencia a vida de cada um, determinando atitudes e com-portamentos.

Inseridos nesta cultura, torna-se di-fícil agir de forma contrária ao sistema, pois viver em uma sociedade capitalista e estar imune a estes valores torna-se utópico.

Porém, é pela utopia (o idealismo) que a possibilidade de uma transforma-ção da realidade torna-se viável.

Os sistemas pertencem ao tempo e ao espaço, sendo, desta maneira, tempo-rais. E a humanidade é atemporal pela própria espiritualidade.

Enquanto o homem estiver submeti-do à temporalidade cultural do sistema capitalista será sempre mais um objeto e não exercerá a característica fundamen-tal de sujeito da própria existência.

Tudo isto nos leva a concluir que a sociedade em que estamos inseridos, valoriza a forma, o exterior, em detri-mento do conteúdo, do interior.

Entende-se por conteúdo o relacio-namento que visa, no ser humano, as ações, as virtudes e o comportamento ético, libertando-o, assim, dos condi-cionamentos da forma, que relevam o homem pelo “ter”.

Toda forma tem uma aparência, daí ser necessário fugir desta leitura preci-pitada da realidade e olhar com mais se-renidade, mais fraternidade, mais amor, dirigindo o foco à essência do nosso se-melhante.

Maria JoséÉ diretora institucional do GEEC e

membro do Grupo de Contextualização Espírita

[email protected]

O Grupo de Contextualização Espírita

se reúne todas as segundas-feiras, das

19 às 21 horas,no GEEC, e está aberto a todos os interessados.

Informações: (37) 3222-7644.

Notas e NotíciasO Instituto Ambiental Águas Claras foi

fundado na sede do GEEC dia 21 de setem-bro. Lázaro Bueno é o Diretor Executivo, Edilene Braga é diretora de Planejamento, Projetos e Parcerias. Ana Carolina é direto-ra Técnica e Ronaldo Faria como diretor de Comunicação. O Verde Centenário é o pri-meiro projeto do grupo que propõe o plan-tio de 100 mil árvores plantadas até 2012.

Já está à venda no GEEC as agendas 2010 com mensagens

espíritas diárias.Adiquira já a sua por um

preço especial.Vendas no 3222-7644 com

Vanderlei.

Page 14: 08 - Edição Setembro de 2009

Página 14 Outubro de 2009

Meu sobrinho desencarnou em 2007 em meus braços. Ele foi assassinado de

modo frio com vários disparos de arma de arma de fogo. Tive que me manter segura

e forte pra dar apoio a toda família. Ele era um filho pra mim, passei muito tempo

com aquela triste cena vindo a minha mente, mas busquei forças em cristo e com

a espiritualidade. Me mantive forte por muito tempo, mais chegou uma hora que

tive expor meus sentimentos e desabei. Hoje depois de 2 anos ainda sinto muitas saudades dele e sei que estou acabando

comigo fazendo muito uso do cigarro. Gostaria muito de me livrar desse vicio e

de tirar do peito essa dor da saudade.Sinto uma imensa vontade de obter noticias dele.

Gostaria tanto de saber se ele ta bem...

Você passou pela experiência da separa-ção de alguém de forma traumática e isto que você relata é o conjunto de sintomas do luto, natural e perfeitamente normal. Mesmo que já tenha passado anos pela sua necessidade de se manter forte para ajudar os familiares, uma hora o luto teria que se manifestar.

Nessas horas não se pode abrir mão dos amigos. Deve-se contar o que se está sen-tindo. Quanto mais você se desabafar com os amigos mais se sentirá melhor, até passar essa fase.

Procure um terapeuta para lhe ajudar ou,

Clube do LivroEspírita

novembro

DOUTRINÁRIO

Viva a Vida! Autor: José Carlos A. CintraEditora: EMEGênero: Autoajuda

Livro delicioso, onde o autor valori-za cada experiência terrena como a mais importante da nossa caminhada evoluti-va. Contando casos e exemplos de fácil entendimento, convida a uma tomada de atitude frente a fatos do dia-a-dia, mos-trando que pequenas mudanças propor-cionam grandes resultados. Indicado in-clusive para o iniciante no Espiritismo, pois aborda conceitos doutrinários de maneira clara e objetiva.

ROMANCE

CORAÇÕES SEM DESTINOAutora: Eliana Machado Editora: LUMENGênero: Romance

Rubens era apaixonado por Lívia, noiva do irmão Humberto. Mergulha-do numa vida desequilibrada pelo jogo, pela bebida e pela promiscuidade, Ru-bens, assim mesmo, alimentava o sonho de ter Lívia nos prórios braços. Movido pela paixão incontrolável e pela inveja, comete um desatino: decide matar o ir-mão empurrando-o sob as rodas de um trem. O crime jamais foi descoberto. Anos depois, na espiritualidade, o pró-prio Humberto irá se empenhar para so-correr o irmão nas zonas inferiores.

Um novo planejamento reencarnató-rio é programado para Humberto, Ru-bens e Lívia. Só que, desta vez, é Hum-berto que não vai suportar ver Lívia ao lado de Rubens.

INFANTIL

A Casa da Velhinha e Um Raio de Sol deDuas PernasAutor: Gladis Pedersen de OliveiraEditora: FERGS

A Casa da Velhinha e Um Raio de Sol de Duas Pernas destacam a impor-tância da bondade e da caridade como fonte de harmonia e equilíbrio para a plenificação da alma.

Atendimento Fraternose preferir, procure um grupo espírita para se entrosar com as pessoas e compartilhar seus sentimentos.

O sentimento de vazio, de desânimo ou de sensação de ansiedade e de irritabilidade são reais e normais, mas devem ser elabora-dos com a ajuda de um terapeuta ou de um grupo de apoio (família, amigos ou compa-nheiros de religião). Creio que você fez isso muito bem procurando o apoio em Cristo e o apoio dos amigos espirituais.

Isto passará e, depois, ficará uma sauda-de gostosa, como se fosse uma manifesta-ção constante de gratidão a Deus pelo tem-po que pudemos compartilhar com os seres amados, que, agora, seguem a vida noutras condições.

Não se preocupe se ele está bem no mundo espiritual; ele está como nós todos estamos, isto é, sob a tutela de Deus, que não nos desampara em momento algum e nos permite sempre o melhor para nossa trajetória evolutiva. Fazer o bem aos outros sempre nos faz bem.

Seja feliz fazendo os outros felizes!

José AmaralBacharel em Filosofia,

palestrista e escritor

PROMOÇÃO: LIVROS A R$12,00 CADA

Se Eu Não TeAmasse Tanto Assim...

Autor(es): Valter Turini e Monsenhor Eusébio SintraGênero: Romance

Poderia um amor sincero e verdadeiro transcender à morte? Um comovente ro-mance de época a relatar o drama vivido pelo casal Syl-vie e François-Armand, ten-do por cenário a França do século XIX.

Paixão e Destino

Autor(es): Alfredo e Lea CarusoGênero: Romance

Em meados do século XIX, um jovem espanhol co-mete o ato mais desagradável a Deus, movido por paixão e pela recuperação de bens materiais. Uma obra que nos traz o exemplo, a busca, o ca-minho e a lição do perdão e do amor ao próximo.

Das Sombras Para a Luz

Autor(es): Diversos, Telma-Magalhães, VictóriaGênero: Romance

O livro nos traz emocionan-tes narrativas, recebidas pela médium, de Espíritos que, equivocados, realizaram, quando encarnados, erradas escolhas, as quais, conse-quentemente, os levaram a grandes dificuldades no pla-no espiritual.

LIVRARIA GEEC (37) 3222 7644

Participe dessa sessão. Envie sua pergunta para [email protected]

CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA PARA EDUCADORES E EVANGELIZADORESO GEEC informa sobre a mais nova opção do Clube do Livro. Voltado para educadores em

geral, o Clube possui diversos títulos que acres-centam e auxiliam na contribuição do desenvol-

vimento das crianças e dos jovens.Ligue e faça parte: (37) 3222-7644.

REUNIÃO DA FAMÍLIA

Aos sábados, a partir das 16h30,no Centro Espírita

“Estudantes do Evangelho”

Rua Rio Grande do Sul, 270 Centro - Divinópolis

Page 15: 08 - Edição Setembro de 2009

Página 15Outubro de 2009

Programa Projeto FuturoOutubro - 2009

Dia 03/10/2009 – Tema: “Pinga-Fogo” com Vicente Cardoso e Evaldo San-tana, sobre “Mediunidade”. Um pro-grama para você saber o que é e o que não é mediunidade. E, como sempre, respondendo às dúvidas dos ouvintes. Fique ligado e tire suas dúvidas!

Dia 10/10/2009 – Tema: “Ação dos es-píritos em nossas vidas”, com Fabiano. Será verdade que os espíritos exercem alguma influência em nossas vidas? E se exercem, como acontece essa influ-ência? O que podemos fazer para im-pedir a ação dos espíritos maus? Não percam este programa!

Dia 17/10/2009 – Tema: “Obsessão e desobsessão” com Vicente Cardoso e Evaldo Santana. Quais os tipos de ob-sessão que existem? Como se livrar de um espírito obsessor? Ouça este pro-grama e fique por dentro!

Dia 24/10/2009 – Tema: “Vida e obra de André Luiz”, com Plauto Giani. André Luiz foi um médico que se de-sencarnou vítima de um câncer devido ao consumo excessivo de bebida alco-ólica. Passou oito anos vagando entre os encarnados, sem perceber que havia morrido. Depois disso, foi a uma co-lônia espiritual. Já consciente da nova situação, psicografou, através do mé-dium Chico Xavier, contando como é a vida no mundo espiritual. Não perca este programa!

Dia 31/10/09 – Tema: “Capítulo XXlll, do Evangelho Segundo o Espiritis-mo, Estranha Moral”. Com equipe do GEEC. “Se alguém vem a mim e não odeia o seu pai e a sua mãe, a sua mu-lher e os seus filhos, os seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. (S. Lucas, capítulo XlV, vv. 25 a 27 e 33.) O que será que Jesus quis dizer com essas pa-lavras? Não é estranho que Jesus, com uma moral tão elevada, dissesse essas palavras? Será que o sentido é esse mesmo? Vale a pena conferir este pro-grama!

O que vamos encontrar depois da morte do corpo físico? Se o espírito é imortal, para onde vamos? De onde vie-mos e que estamos a fazer aqui? Estes questionamentos filosóficos o homem faz há muito tempo. Porém, os espíri-tos superiores, mediante as obras co-dificadas por Allan Kardec, nos escla-recem quanto à origem e aos destinos dos homens. Fomos criados por Deus, simples, ignorantes e perfectíveis, como princípios inteligentes do universo. Es-tagiamos nos reinos inferiores da cria-ção, no mineral, no vegetal e no animal, onde adquirimos os chamados automa-tismo fisiológicos, aquilo que faz, por exemplo, que o coração pulse automa-ticamente, que os pulmões respirem automaticamente, que o sangue circule em nossas veias e artérias automatica-mente. Também os instintos adquiridos nestes reinos, como o de conservação e o de reprodução. Após estes proces-sos milenares no estágio primitivista da senda da evolução, adentramos no rei-no hominal, ou de humanidade. Agora assumimos a nossa consciência plena, nossa inteligência contínua, o livre-arbítrio; e nos tornamos sujeito em re-lação ao objeto, ou seja, responsáveis pelos nossos atos, atitudes e pensamen-tos. A partir de então começamos a nos alternar: ora estamos encarnados, ora estamos desencarnados. Surge, então, o chamado mundo espiritual, ou cida-des espirituais, que são regiões transdi-mensionais onde habitamos entre uma e outra encarnação. Nos apresentamos nestas regiões mediante o nosso corpo espiritual, ou perispírito, “que faz do ser abstrato, o espírito, um ser concreto”.

Nestes mundos espirituais, quando lá estamos, não ficamos na ociosidade contemplativa, muito pelo contrário, lá trabalhamos, nos reeducamos e assisti-

Cidades Espirituais

mos aos encarnados, aguardando uma nova oportunidade reencarnatória. Es-tes mundos espirituais têm várias nuan-ças ou dimensões, vão desde as regiões inferiores, denominadas subcrostais, às regiões umbralinas, próximas de nossa dimensão, onde ficam alguns compa-nheiros desencarnados que, transitoria-mente, plasmam nossas energias e flui-dos, quando por nós se afinizam. Mais acima temos as chamadas cidades espi-rituais, como, por exemplo a de Nosso Lar. Segundo o espírito amigo André Luiz, o que nos posiciona nestas dimen-sões é o nosso campo mental, conscien-cial, e o peso do nosso perispírito, que é formado de uma matéria sutilizada ou quintessenciada, mas ainda assim maté-ria. Diz ele: “ao influxo do poder dire-triz de nossa mente estabelecem em tor-no de nós um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado, nossa posição mental determi-na o peso específico do nosso envoltório espiritual e o habitat que lhe compete”.

Assim podemos compreender um pouco, mediante a doutrina dos Espíri-tos, que, na natureza, tudo se encadeia, que os mundos ou dimensões espiri-tuais são solidários entre si e que, no universo, tudo vive e vibra em regime de interdependência recíproca. Para tal, entendemos claramente que, como diz Emanuel, “os pensamentos honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e amigos são a garantia do auxílio aos outros e a nós mesmos”. E a caridade, a benevolência e o amor são condições básicas de nossa evolu-ção.

Alexandre MolAdministrador e diretor de

Extensão do [email protected]

Todos os sábados,das 10 às 11 horas.

Rádio Minas AM, 1.140 Khtz.Radio Minas 99.3 FM

Pela Internet:www.projetofuturo.radio.br

Opinião Espírita

Page 16: 08 - Edição Setembro de 2009

Página 16 Outubro de 2009

GEEC EM FOTOS

Fernando Ferreira e Alexandre Mol em palestra sobre noções de tributos, para adolescentes, no GEEC,

dia 18 de setembro.

Professor Leandro e Rosali Kunz na aula de infor-mática do projeto Pró-adolescente, dia 18 último,

no laboratório de GEEC.

O psicólogo Olimar Silva e o professor Sávio Eugê-nio em palestra para adolescentes do projeto Inclusão

Jovem em 24 de setembro.Nomeação dos diretores do Águas Claras Instituto

Ambiental do GEEC, dia 21 de setembro.

Pró-adolescente, Rotary Leste, GEEC e IEF juntos, no início do plantio de 100 mil mudas plantadas até 2010.

(Projeto Verde Centenário). Foto em 25/09/09.

Reunião do Águas Claras Instituto Ambiental sobre a elaboração do projeto Verde Centenário, na Secretaria

Municipal do Meio Ambiente, dia 24 desse mês.