jornal setembro 2009

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FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO Uma boa educação não é questão de anos de estudo, de títulos formais, de livros digeri- dos, mas de qualidade humana que tanto pessoas escolariza- das quanto não-escolarizadas podem ter. Não se fabrica educação; ela é um processo. O que significa, pois, uma edu- cação de qualidade? Uma das formas de se apreender nível educacional formal de um país é buscar os indicadores utilizados social- mente, tais como SAEB, Prova Brasil, ENADE, ENCEJJA, PISA. Esses instrumentos ajudam a entender as falhas no processo educativo como um todo e ge- ram ações públicas que visam sua melhoria. Entretanto, a questão da qualidade ainda está posta. Segundo Carlos Bauer, adepto da pedagogia crítica, a qualidade “tem uma dimensão histórica e, no capitalismo está associada às características dos objetos que interessam à economia e ao capital”. Explicando melhor. Se você é um empresário, certamente defenderá uma educação que atenda às necessidades do mercado e qualidade de ensino, para você, estará estreitamente relacionada à capacidade que o processo educativo terá de desenvolver mão de obra qua- lificada para atuar no mercado de trabalho. Se, por outro lado, – para ficar só nesses dois exemplos – você pertence às camadas trabalhadoras, qua- lidade de ensino, para você, estará intimamente relacionada à capacidade que o processo educativo tiver de contribuir para sua ascensão social. Não raro, deparamo-nos com pessoas orientadas por critérios questionáveis que consideram, como índice de qualidade, recursos físicos e materiais e vendem esse con- ceito na grande mídia. Edifícios modernos, grandes e presença da microeletrônica em todas as salas é ótimo, claro, mas, por si sós, são índice de boa qualida- de de ensino? Sem querer ser simplista, penso que qualidade não se mede só pela presença/ausên- cia de recursos materiais, pela organização do espaço educati- vo, pelo número de anos que se lustrou uma cadeira de colégio e, sim, pelo processo em que um indivíduo é posto a falar, ler e es- crever, dominando instrumentos e gêneros textuais diversos, em seu funcionamento social – como as produções de nossos alunos que você verá neste jornal. Qualidade na educação se alcança com a observância da simplicidade, da profundidade, da convivência comunitária, da identidade dos princípios sociais, da capacidade de so- lucionar problemas, ações que, levadas a sério, colaboram para um sujeito autogerir-se, auto- definir-se, forjando seu espaço na sociedade. Este jornal, feito pela co- munidade escolar Marcelina, é um fenômeno participativo, instrumento necessário a quem busca uma educação que faça muito mais que falar. Cada um que queira, faça-se presente, superando o medo da escrita, do julgamento do outro (sempre tão fácil!) e da pobreza política. Aqui fala o pai, a mãe, o aluno, o professor, a professora, as coordenações, a direção, os funcionários. Cada um tem seu lugar insubstituível, desde que queira ocupá-lo. Veja-se, pois, que o centro da questão quali- tativa, insisto, é a busca, o incô- modo, o querer sempre mais. No cerne de nossos desejos está a participação, que sedimenta nossas metas e nos faz criar. Participe do próximo nú- mero. Mande sua colaboração para ([email protected]). Professora Else Martins dos Santos Qualidade de educação é processo, não é produto Informativo do Colégio Santa Marcelina Ano IV - Nº 11 - Setembro de 2009 2 PÁGINA Vidas entrecruzadas no twitter. De olho no lixo: conscienti- zação para a cidadania. Harmonia divina na matemática. 10 8 PÁGINA PÁGINA 3 PÁGINA Limites construídos: liberdade com responsabilidade. EDITORIAL PEQUENOS CRIATIVOS PEQUENOS CRIATIVOS 6 e 7 Modelagem e pintura: a arte e seu legado cultural. P Á G I NA S

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Jornal Setembro 2009

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Page 1: Jornal Setembro 2009

F A L A N D O S O B R E E D U C A Ç Ã O

Uma boa educação não é questão de anos de estudo, de títulos formais, de livros digeri-dos, mas de qualidade humana que tanto pessoas escolariza-das quanto não-escolarizadas podem ter. Não se fabrica educação; ela é um processo. O que significa, pois, uma edu-cação de qualidade?

Uma das formas de se apreender nível educacional formal de um país é buscar os indicadores utilizados social-mente, tais como SAEB, Prova Brasil, ENADE, ENCEJJA, PISA. Esses instrumentos ajudam a entender as falhas no processo educativo como um todo e ge-ram ações públicas que visam sua melhoria. Entretanto, a questão da qualidade ainda está posta. Segundo Carlos Bauer, adepto da pedagogia crítica, a qualidade “tem uma dimensão histórica e, no capitalismo está associada às características dos objetos que interessam à economia e ao capital”.

Explicando melhor. Se você é um empresário, certamente defenderá uma educação que atenda às necessidades do mercado e qualidade de ensino, para você, estará estreitamente relacionada à capacidade que o processo educativo terá de desenvolver mão de obra qua-lificada para atuar no mercado de trabalho. Se, por outro lado, – para ficar só nesses dois exemplos – você pertence às camadas trabalhadoras, qua-lidade de ensino, para você, estará intimamente relacionada à capacidade que o processo educativo tiver de contribuir para sua ascensão social.

Não raro, deparamo-nos com pessoas orientadas por critérios questionáveis que consideram, como índice de qualidade, recursos físicos e materiais e vendem esse con-ceito na grande mídia. Edifícios modernos, grandes e presença

da microeletrônica em todas as salas é ótimo, claro, mas, por si sós, são índice de boa qualida-de de ensino?

Sem querer ser simplista, penso que qualidade não se mede só pela presença/ausên-cia de recursos materiais, pela organização do espaço educati-vo, pelo número de anos que se lustrou uma cadeira de colégio e, sim, pelo processo em que um indivíduo é posto a falar, ler e es-crever, dominando instrumentos e gêneros textuais diversos, em seu funcionamento social – como as produções de nossos alunos que você verá neste jornal.

Qualidade na educação se alcança com a observância da simplicidade, da profundidade, da convivência comunitária, da identidade dos princípios sociais, da capacidade de so-lucionar problemas, ações que, levadas a sério, colaboram para um sujeito autogerir-se, auto-definir-se, forjando seu espaço na sociedade.

Este jornal, feito pela co-munidade escolar Marcelina, é um fenômeno participativo, instrumento necessário a quem busca uma educação que faça muito mais que falar. Cada um que queira, faça-se presente, superando o medo da escrita, do julgamento do outro (sempre tão fácil!) e da pobreza política.

Aqui fala o pai, a mãe, o aluno, o professor, a professora, as coordenações, a direção, os funcionários. Cada um tem seu lugar insubstituível, desde que queira ocupá-lo. Veja-se, pois, que o centro da questão quali-tativa, insisto, é a busca, o incô-modo, o querer sempre mais. No cerne de nossos desejos está a participação, que sedimenta nossas metas e nos faz criar.

Participe do próximo nú-mero. Mande sua colaboração para ([email protected]).

Professora Else Martins dos Santos

Qualidade de educação é processo, não é produto

Informativo do Colégio Santa MarcelinaAno IV - Nº 11 - Setembro de 2009

2p á g i n a

Vidas entrecruzadas no twitter. De olho no lixo: conscienti-

zação para a cidadania.

Harmonia divina na matemática.

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p á g i n a

p á g i n a

3p á g i n a

Limites construídos: liberdade com responsabilidade.

E D I T O R I A L

P E Q U E N O S C R I A T I V O SP E Q U E N O S C R I A T I V O S

6 e 7Modelagem e pintura: a arte e seu legado cultural.

p á g i n a s

Page 2: Jornal Setembro 2009

Como todos vocês p r o v a v e l m e n t e sabem, a mais nova moda se es-

palhando pela internet e seus usu-ários é o Twitter (www.twitter.com). Desenvolvido por uma corporação chamada Obvious Corp, em 2006, o site tem como slogan “O que você está fazendo agora?” e estima-se que já tenha 11 milhões de usuários do mundo inteiro. O nome, twitter, vem do verbo que em inglês signifi-ca “piar”, como os passarinhos. Lá, você pode postar, em microblogs de até 140 caracteres, sobre pra-ticamente qualquer coisa. Desde notícias e opiniões até o que você fez durante o dia. Esses microblogs são popularmente conhecidos como “tweets”.

A constante atualização dos “trending topics”, um menu locali-zado à direita da área de atualiza-ções, permite que você saiba o que tem sido comentado pelos outros usuários e, ao digitar ali um tema à sua escolha, você poderá acessar atualizações sobre ele em tempo real, vindas de usuários do mundo inteiro. Como deu pra perceber, a principal função do Twitter é manter você atualizado sobre praticamente qualquer assunto que lhe interesse. Para ser também um tuiteiro, como muitos famosos, políticos, empre-sas, é muito fácil.

Você precisa, primeiro, criar sua conta, clicando em “Sign up now” na página inicial. O cadastro é muito simples. Em seguida, você pode mo-dificar sua página adicionando uma foto sua e mudando planos de fundo

e cores, no menu “Settings”, no can-to direito da tela. Depois disso, é só ir ao “Find People” e encontrar seus amigos, os famosos que você admi-ra e os jornais que lhe interessam e clicar no botão de “Follow” (seguir) debaixo da foto deles. Pronto. Todas as atualizações daqueles que você segue aparecerão na sua página inicial quando você entrar.

Nas suas atualizações você pode adicionar @ ao início do no-medousuário de algum amigo seu ou pessoa que você siga para fazer referência direta a ele, e até mesmo copiar algum tweet interessante de alguém e twittar, colocando a si-gla RT (Re-tweet) na frente. A interface do site é bem simples e o inglês exigido para entendê-lo é também bem simples.

Vale destacar que, com essa populari-zação do site, já é possível seguir perso-nalidades do mundo in-teiro. Bruno Gagliasso, Claudinha Leite, Ivete Sangalo, Rubinho Barrichello, Ro-bert Pattinson, Britney Spe-ars, e até po-líticos, como José Serra, já aderiram a essa moda. Além desses, é possível também seguir algumas centrais de notícias como o G1, a CNN e a BBC em português,

que postam mini-resumos de notí-cias, as quais você pode acessar na versão original, caso lhe interessem. Para quem gosta de CQC, dá pra seguir o próprio pessoal que faz o programa, como o Danilo Gentili e o Rafinha Bastos, que constantemente twittam algo relacionado à política e a outros assuntos atuais, sempre com muito humor.

Se você perguntar sobre o mi-croblog para quem usa o twitter há muito tempo, com certeza, eles lhe responderão que é uma invenção genial. Não fique fora dessa.

N O V A S M Í D I A S

EXpEDiEnTE – sanTa MaRCELina EM nOTÍCias – anO 4, nº 11Diretora Pedagógica: Irmã Belarmina Andrade – Diretora Administrativa: Irmã Marinez Rossato – Coordenadora Pedagógica Geral: Eliane Veloso – Editores: Igor de Queiroz e Luiz Fernando Braga – Jornalista Responsável: Márcia Vilaça. Tiragem trimestral: 3000 exemplares – Endereço: Alameda das Falcatas, 505, São Luiz, Pampulha, CEP 31275-070 – Belo Horizonte / MG. Fone: (31) 34414988 – Fax (31) 34974189 – Homepage: www.colegiosantamarcelina.com.br - Arte, Impressão e Fotolito: Lanna Projetos Gráficos Ltda. E-mail para contribuições: [email protected]

Um guia de tudo que você precisa saber sobre o twitter.

Um pio em

140caracteres

Lídia Maria

Page 3: Jornal Setembro 2009

Os dias costumam passar devagar quando esta-mos em aula e tudo que ansiamos é a chegada das férias e do fim do ano. Mas o que não percebemos é que, a cada fim de ano, estamos mais próximos de encerrar nossa vida escolar.

acordamos cedo, passamos a manhã inteira dentro de sala, temos deveres suficientes para nos ocuparem a tarde toda, além de livros e cadernos de matéria para estudarmos. Talvez ainda não nos demos conta de que, em poucos anos, essa rotina não passará de uma lembrança.

no Ensino Médio, a única coisa com a qual nos preocupamos, ou deveríamos, é conseguir uma boa base para prestar vestibular e ingressar em uma boa faculdade. Ficamos tão focados na ideia de que precisamos encarar uma prova que decidirá o nos-so futuro que acabamos por esquecer a realidade presente. Mas, afinal, qual é o nosso futuro? O que vem depois da escola? Como fica nossa vida? O que deixaremos para trás?

Esses questionamentos nos fazem perceber que a escola é muito mais que o lugar que somos obrigados a frequentar em busca do aprendizado e do conhecimento. a escola, por mais que negue-mos, é o lugar onde construímos nossos laços de amizade, aprendemos as teorias didáticas e, no nosso caso, como alunos marcelinos, recebemos um treinamento diário para enfrentar a vida lá fora, o desconhecido, aquilo com o qual teremos que conviver sem ter o amparo protetor de uma base escolar.

Talvez já tenha passado da hora de “nos li-garmos” que a vida escolar, por mais que pareça difícil, é o período mais precioso da nossa juven-tude. É quando crescemos sem ter medo da altu-ra. É quando nos cobram somente com “fichas de acompanhamento”. É quando nos amparam, mes-mo quando estamos errados. Depois da escola, as coisas ficam diferentes. a vida escolar passa, assim como todas as outras coisas na vida, só nos cabe saber aproveitá-la e absorver dela tudo pelo que for possível. 3

Impor limites

a índole e o caráter vêm de berço. Ou seja, são os pais os principais e maiores responsáveis pela educação dos filhos. Mas como eles devem fazer isso? impondo limites.

Dizer não, muitas vezes, pode ser difícil, principalmente quando quem tem o desejo ne-gado é um adolescente, já que, nessa fase da vida, a revolta é um sentimento mais que comum. Cabe aos pais então, muita paciência na criação e na educação dos filhos, a fim de não cair na armadilha do sim sim sim, com medo de futuros traumas.

ser permissivo não é bom. O ideal é que haja um equilíbrio ao se analisar o desejo dos filhos. Um jovem não pode decidir se vai estudar ou não; já a vontade de ir a um show ou a uma festa pode ser discutida com os pais e aceita pela garotada, desde que haja confiança entre as partes.

Cada família tem a responsabilidade de en-sinar valores a seus filhos, pois, com esse co-nhecimento, o jovem passa a distinguir o certo do errado. É por isso que a presença dos pais na vida dos filhos é necessária, conhecê-los é a melhor forma de educá-los.

a falta de limites na educação pode ser trá-gica e esse é um problema que extrapola o nível social. Um exemplo clássico é o dos “pitboys”. pertencentes a uma classe social favorecida, criados sem limites e com uma proteção exagera-da dos pais, são vistos espancando empregadas, praticando bulling na escola, queimando mora-dores de rua, matando os próprios pais. nesses casos, podemos dizer que os limites não foram estabelecidos, graças à má atuação dos pais no processo educacional dos filhos, que acabam sendo criados com muito mais direitos que deve-res, mais liberdade que responsabilidade.

Quem opta por ter um filho, deve ter a cons-ciência que deve criá-lo para o mundo, e ter a responsabilidade de educá-lo bem, equilibrando autoridade e afeto.

Luciana Santana de SouzaDeve-se impor limites?

Joana D’Arc de Sá Ribeiro

“Quando eu tiver 18 anos...” Essa é a frase que a grande maioria dos adolescentes e pré adolescentes repete, quando é contrariada pe-los pais. O limite imposto pelos mais velhos é, muitas vezes, considerado uma medida autori-tária e egoísta, do ponto de vista dos filhos.

se os limites existem, é porque quem já viveu determinada situação sabe a que destino ela pode levar e até a que ponto é saudável ir. Ou seja, as pessoas com maior experiência acu-mulam conhecimento e são capazes de orientar os mais imaturos. sendo assim, é importante respeitar os conselhos dados pelos mais expe-rientes.

sem limites, todos fariam o que bem enten-dessem. isso geraria grandes confusões, já que os mais jovens, principalmente, tendem a não saber usar sua liberdade com responsabilidade. não raro, olham somente para si, esquecendo-se de que há toda uma sociedade no seu entor-no, e que as consequências de seus atos não afetarão somente a eles.

para evitar problemas, o ideal seria os pais orientarem seus filhos desde o nascimento, im-pondo limites bem pensados, fazendo com que a criança cresça entendendo os nãos, não como algo que tolhe sua liberdade, mas como condi-ção indispensável para a sua educação. Desse modo, quando atingir a maturidade, a ex-criança passará a estabelecer os seus próprios limites, agindo sempre de forma consciente, podendo até aconselhar os mais jovens.

se todos os pais agissem dessa maneira, talvez as inconsequências que existem hoje fossem reduzidas. Haveria menos adolescentes grávidas, menos jovens no mundo das drogas, menos violência contra o próximo. ser negligen-te, fingir que não vê um problema de nada ajuda na educação de um filho. impor, portanto, limi-tes com consciência, sim, é a melhor maneira de proteger, de educar e de formar seres humanos melhores.

E depois da escola?Clara Rodrigues

F A L A N D O S O B R E E D U C A Ç Ã O

Page 4: Jornal Setembro 2009

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Dedo quebrado,com tala e engessado. Doendo está e nada pode melhorar.

O que fazer?não sei, só quero parar de sofrer.

ir ao médico?não dá,senão a gripe avou pegar.

Quer saber?desisto seu dedo, você venceu:

seu teimoso e arrogante,manhoso e irritante. se doendo e roxo está,é assim que vai ficar!

Quando vamos para a escola, achamos que va-

mos aprender apenas conteúdo teórico... Mas, na

realidade, a escola ensina muito mais do que isso:

ensina como nós devemos nos comportar, como é

importante a comunicação e como saber interagir

com as pessoas.

Com o trabalho de campo, a escola fornece a opor-

tunidade de colocarmos o que aprendemos com ela e

o que aprendemos com nossa família em prática. O tra-

balho de campo nos estimula a sermos responsáveis e

a desenvolver independência, já que estamos longe de

nossos pais.

Esses trabalhos, além de ampliarem os nossos co-

nhecimentos históricos e culturais, complementam a te-

oria dada em sala de aula, ampliam a nossa visão sobre

o mundo, fazendo-nos amadurecer, pois estamos ali,

vivenciando e descobrindo novos lugares, novas pes-

soas e, principalmente, novos horizontes.

Aprendendo fora

da sala de aulaAline Mansur Costa Reis

levou uma folha que caiu de uma árvore

levou um papel que alguém jogou no chão

levou a bola que a criança no parque brincava

levou o espirro de uma pessoa gripada

levou as férias tão sonhadas

levou uma vida que apenas começava

Isabella Lins

existem cores para todas as coisasbasta você crere poderá entender o que quero dizer para entender-meé preciso atençãozoem de mim

com moderação existem as cores quentes que também nos dão fomee é com elas que a gente comeamarelo, azul, vermelhocaramelo,verde, laranja

existe a cor fria,e peço, por favor, não riacomo exemplos temosbranco, cinza e preto

já sabemos cores do clima, mas e a do nosso dia?esta, eu já não sei,você terá que pesquisar, pois comigo consultar,erros você terá

História de Pescador

N O V O S L I T E R A T O S

Washington – o foguete que carregava o Observatório Orbital de Carbono, o primeiro satélite da nasa – agência Es-pacial americana – criado especialmente para medir as con-centrações de dióxido de carbono (co2), responsáveis pelo efeito estufa, na atmosfera terrestre a partir do espaço, caiu no mar, perto da antártida, depois de falhar em pôr o equi-pamento em órbita. Jornal Estado de Minas, 25 de fevereiro de 2009.

a notícia acima é o argumento adotado por andré Macedo Menezes na crônica que você lerá a seguir.

Dois amigos paulistanos e trabalha-dores enriqueceram numa certa época e resolveram pescar na antártida:– Barco bom esse que eu comprei, né?– É, nada melhor que pescar em alto mar.

algum tempo depois, viram um pon-to pequeno no céu. O negócio foi cres-cendo, crescendo, crescendo até cair na água.– puxa! O que era aquilo, amigo?– sei lá, um boi.

não, não, um boi não faria uma onda grande como essa. Talvez, ahm... um cavalo.– não! Claro que não!– Já sei! pode ser um peixe, peixe bem grande!

Depois de conversarem um pouco,

os dois pescadores ouviram um rangi-do, rangido de metal. Então, deu-se iní-cio a outras hipóteses:– Já sei! pode ser um óvni!– não, impossível, não existem óvnis.– Uma estrela! É capaz!– É, às vezes é, mas pode ser aquele satélite da nasa que tinha como função analisar o nível de carbono no espaço, lembra? É um projeto que custou 280 milhões de dólares. Vai ver que esse troço falhou e caiu no oceano, bem aqui, a uns 400 metros da gente.

O outro pescador riu e disse:– ah, amigo. Claro que isso é impossí-vel! Tão caro e falhar? não! Um satélite da nasa cair aqui? ai, ai! De onde você tirou isso? impossível!– sei lá, só uma suposição.

O DedoAlice Pereira Pimenta

CORES

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N O V O S L I T E R A T O S

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Olhe para frente e veja,nada vai mudar.O que passou, passoue não vai mais voltar! Tente correr, tente fugir,nada vai funcionar.agarre seu futuro,não deixe escapar! pelo passado não vale mais a pena chorar.siga em frente, vá com o vento,pois apenas tem de dartempo ao tempo. Escale toda a montanha,atravesse todo o rio.pois a vida é uma etapa,e cada etapa é um desafio! inevitável fugir,ou talvez ficar invisível,pois a morte existe,e é imprescindível. Chorando pelos cantos,triste e assustada.pela vida, essa garotavivia encantada! amava o sol, a lua e as flores!sabia que a morte era cinza... a vida, porém,tinha cores!

Frio na barriga. Euforia. angústia. Ju-ventude.

Juventude, fase em que o ser humano enfrenta um constante paradoxo.

Lá vai a garota terceiranista: livros na mão, uniforme impecável e cara de deses-pero. De um ano para outro ela tem que decidir toda a sua vida. Em uma fase de conflitos psicológicos, ela deverá discernir os seus desejos imediatos de seus sonhos concreto.

a garota terceiranista passa o dia todo na escola e, nesse ambiente de pressão, ela fica com um só pensamento: “Tenho que passar no vestibular!”.

Ela sai da escola, amarrotada, exausta e mais angustiada que pela manhã “E se eu não passar? O que será do meu futu-ro?”.

Futuro, algo tão longe e tão perto.Chega em casa e toma um banho. a

água quente acaricia sua pele enquanto ela reflete sobre seu futuro. pensa na respon-sabilidade em suas mãos. Desesperada, pensa em desistir de tudo. sai do banho. Deita, olha o teto e começa a divagar sobre seu futuro e o de outros tantos jovens na mesma situação.

Fecha os olhos e imagina o Brasil do futuro, o Brasil formado por ela e seus antigos colegas (todos passaram no ves-tibular, se é isso o que realmente impor-ta). Ela caminha pelas ruas e percebe que muita coisa mudou, estereótipos foram quebrados e muitas coisas sérias foram banalizadas. Entretanto, o Brasil continua caminhando. Os antigos jovens são agora adultos; muitos, profissionais de sucesso. E, apesar dos novos padrões, a humanida-de se tornou um pouco mais consciente, tanto ecológica como socialmente.

a garota caminha um pouco mais e se depara com seu “eu” adulto. Ela percebe que seu futuro seguiu o rumo que, quando jovem, ela desejava. algumas pequenas mudanças, um cachorro novo, uma peque-na ruga, mas tudo certo. Um futuro feliz.

Cinco e meia. O despertador toca e ela percebe que ainda é a terceiranista. nada de cachorros ou rugas. E sorri. sai de casa em direção à escola. Vê o sol surgir e per-cebe que a vida, apesar das angústias de uma adolescente, é bela. Vai para a escola como em um dia qualquer, só que dessa vez com o alívio e a certeza de que tudo dará certo.

Umahistóriade

Marina Wenceslau

AmorQuando vamos para a escola, achamos que va-

mos aprender apenas conteúdo teórico... Mas, na

realidade, a escola ensina muito mais do que isso:

ensina como nós devemos nos comportar, como é

importante a comunicação e como saber interagir

com as pessoas.

Com o trabalho de campo, a escola fornece a opor-

tunidade de colocarmos o que aprendemos com ela e

o que aprendemos com nossa família em prática. O tra-

balho de campo nos estimula a sermos responsáveis e

a desenvolver independência, já que estamos longe de

nossos pais.

Esses trabalhos, além de ampliarem os nossos co-

nhecimentos históricos e culturais, complementam a te-

oria dada em sala de aula, ampliam a nossa visão sobre

o mundo, fazendo-nos amadurecer, pois estamos ali,

vivenciando e descobrindo novos lugares, novas pes-

soas e, principalmente, novos horizontes.

Gabriela Passos Garcia

Mar

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da

vid

aA terceiranista

Page 6: Jornal Setembro 2009

P E Q U E N O S C R I A T I V O S

“_ professor! Os quadradinhos do paul Klee parecem um monte de casinhas!”

assim o 2º período iniciou as leituras de obras e os trabalhos de experimentação. as pinturas de Klee foram referências iconográficas para a construção de painéis coletivos de cores fortes e expressivas. Qua-drados, triângulos e linhas coloridas fizeram do corredor da Educação in-fantil um espaço das artes, no início de julho, com a exposição dos gran-des painéis.

por sua vez, a série gaTOs do ar-tista cearense aldemir Martins, ins-pirou as turmas dos 3os períodos a desenhar, modelar, recortar e pintar gatos de diversos formatos e cores. isso mesmo! gatos amarelos, azuis e vermelhos, abrindo espaço para a criatividade.

Miau daqui, miau dali era o que se ouvia nas aulas em que aprecia-mos as imagens pintadas por aldemir. Comparavam-se as poses pintadas com as lembranças visuais que se ti-nha de gatos.

Uma seleção de obras do artis-ta colombiano Fernando Botero foi observada e estudada pelos alunos das turmas de 1º ano da Educação infantil que, com a atenção voltada para as formas volumosas presentes nas obras de Botero, exercitaram a construção de desenhos, pinturas e modelagens, tendo esses elementos como característica observada.

Curiosas para quem observasse ao longe eram as poses que os alu-nos das turmas dos 2os anos faziam ao registrarem paisagens através da técnica do desenho de observação.

investigar e compreender formas, texturas e cores foram o que nos-sos alunos praticaram para valorizar ainda mais e entender as cores do Brasil presentes nas obras de Tarsila do amaral.

num regresso ao passado, os alu-nos do 4º ano conheceram um pouco sobre o Barroco, aleijadinho e Mestre ataíde. agora em fase de finalização de uma pintura sobre esse tema, ex-perimentam a técnica da tempera a ovo, muito usada por ataíde.

as turmas dos 5os anos conhece-ram um pouco da semana de arte Moderna, a “semana de 22”. Muitos sentimentos afloraram entre uma lei-tura de imagem e outra. as crianças reportaram-se a uma época impor-tante, conhecendo um pouco mais da história da arte do nosso povo.

artistas do período barroco euro-peu como Caravaggio, e do barroco mineiro antônio Francisco Lisboa (aleijadinho) e Mestre ataide foram estudados e tiveram algumas de suas obras apreciadas pelos alunos da 1 série do ensino médio. O Triunfo Eu-carístico, evento acontecido em 1733 que inaugurou a igreja de nossa se-nhora do pilar na antiga Vila Rica, foi apreciado e ilustrado.

Expressões artísticas da minei-ridade puderam ser vistas na festa junina através das namoradeiras nas janelas, prática ainda presente nas cidades históricas.

ainda nessa etapa, as crianças foram convidadas a pintar um retrato obtido através de lembranças do pai. O resultado desse trabalho foi entre-gue no último dia 29 e foi coberto de muita emoção.

6

Faço Arte no SantaProf. Aloísio Rabelo

Arte e conhecimento

Page 7: Jornal Setembro 2009

P E Q U E N O S C R I A T I V O S

7

Faço Arte no Santaa base do projeto de teatro na escola

é resgatar e ativar as virtudes e valores do ser humano, tais como: equilíbrio, compreensão, cooperação, amor, dis-cernimento e humildade. isso se torna possível através das inúmeras possibi-lidades de criações cênicas, expressão corporal e vocal, improvisações, estudo de textos e construções de personagens sempre tangenciando a vivência do con-junto de valores e virtudes inerentes a cada indivíduo.

Dessa forma, os alunos apropriam-se de saberes culturais e estéticos inseridos nas práticas de produção e apreciação artísticas, fundamentais para formação e o desenvolvimento social do cidadão.

iniciamos neste ano de 2009 o pro-jeto de teatro na escola como parte do curriculo escolar. Oferecendo aulas prá-ticas para os alunos do 6º ano do ensino Fundamental ii, com atividades em sala e espaços alternativos (auditório, bosque, salas de artes plásticas e dança). Utiliza-mos a história do teatro como pano de fundo para analisar uma época, sua estética e influências so-ciais. não nos esquecendo de que o teatro é ação, movimen-to, construímos performances na grécia antiga, no teatro medieval, e na era Elisabe-tana de Willian shakespeare. O planejamento de estudo e vivência ainda contempla o teatro brasileiro em nossa cidade.

Estamos trabalhando para dar novo vigor às atividades artísticas e cul-turais na escola. acredita-mos neste investimento para a construção do homem integral.

além das aulas em sala, também foi formado o grupo de artes cênicas do Colé-gio santa Marcelina, projeto extraclasse

com alunas do ensino Fundamental ii. Estamos na fase final da montagem do espetáculo “Quem Roubou o Branco do Mundo”, adaptação do texto de Luciano Luppi com direção de Marcelo Oliveira. Os ensaios acontecem todas as quintas-feiras no auditório da escola. Estamos preparando, construindo o espetáculo para apresentações na semana da Mos-tra Científica, nos dias 05, 06 e 07 de novembro de 2009.

Em breve, maiores informações e di-vulgação dos horários.

Prof. Marcelo Oliveira Santos

Resgatando Virtudes e ValoresTeatro na Escola

“Não deixe sua vida ficar mui-

to séria, viva como se estivesse

em um jogo,

Saboreie tudo que conseguir,

as derrotas e as vitórias, a

força do amanhecer e a poesia

do anoitecer”

R. shinyashiki

Page 8: Jornal Setembro 2009

P A P O - C A B E Ç A

8

MATEMÁTICA DE DEUSMarcos Rosa, Giovani Laquini, Pedro Hissa, ex-alunos

a natureza permeia o pensamen-to humano desde o início dos tem-pos: a refração da luz, os átomos, o crescimento das plantas, as espirais das galáxias, os marfins de elefan-tes, as ondas no oceano, furacões... a admiração desses e de tantos ou-tros elementos naturais, buscando a compreensão da perfeição neles ob-servada, caminha lado a lado com o ser humano em sua história, dando, inclusive, origem à ciência. Em milê-nios de existência, homem e ciência têm convivido com uma impressão: Deus pode escrever certo por linhas tortas, mas é inegável seu gosto pela perfeição.

Qual a relação entre o aumento do diâmetro das espirais das semen-tes de um girassol, a redução do ta-manho das folhas de uma árvore à medida que esta ganha altura, o cres-cimento de seus galhos, o número de abelhas e zangões em uma colméia e o crescimento do raio do interior da concha de uma espécie de caramu-jo? Todos esses elementos naturais, como inúmeros outros, obedecem a uma determinada proporção.

Essa razão é conhecida desde a antiguidade, quando já era usa-da pelo homem em suas próprias criações, por ser considerada um símbolo de harmonia, dada sua tão marcante presença na natureza. sua história, antiga e misteriosa como sua origem, perde-se no tempo. as pirâmides do Egito obedeciam a essa proporção, assim como muitas está-tuas milenares e também as medidas de um documento histórico, o papiro de Rhind, datado de mais de 1600 a.C. - o qual continha referências a uma “razão sagrada”.

Muito tempo mais tarde, por volta do século V a.C., o escultor e arquiteto grego phideas construiu o famoso partenon, utilizando-se des-sa mesma razão, revelando uma pre-ocupação em realizar uma obra bela e harmoniosa. a “razão sagrada” era marca registrada do trabalho de phi-deas, de modo que esta recebeu, em homenagem, seu nome: a letra grega Φ (phi, maiúsculo).

O Φ foi objeto de estudo de inúmeros matemáticos e pensadores ao longo da história. Os pitagóricos estudaram a “razão de ouro”, como também é chamada. na construção da

estrela pentagonal inscrita em uma circunferência, não conseguiram uma conta exata na divisão entre as medi-das do lado do pentágono estrelado e do lado do pentágono regular. Cha-maram essa razão, o próprio número Φ, de irracional, pois esse resultado foi contra toda a lógica que conhe-ciam e defendiam até então. surgia, assim, o primeiro número irracional.

posteriormente, os gregos consi-deraram que o retângulo cujos lados possuíam essa relação apresentava uma especial harmonia estética e lhe chamaram “retângulo áureo“, ou “retângulo de ouro”, considerando essa harmonia como uma virtude ex-cepcional.

O Φ ganhou ainda maior noto-riedade com Leonardo Da Vinci. pode ser percebido em muitas de suas obras, inclusive na famosa Mona Lisa, tela construída com base em di-versos retângulos áureos, incluindo um sobre a face da gioconda. a pro-porção áurea é destaque também em outra conhecida obra de Da Vinci, o Homem Vitruviano, estudo feito pelo artista, evidenciando como o corpo humano também segue as divinas proporções.

Leonardo de pisa, mais conheci-do como Fibonacci, também se des-tacou no estudo do Φ, ao criar a fa-mosa seqüência que leva seu nome, na qual um número é sempre o re-sultado da soma dos dois anteriores, desenvolvida a partir da observa-ção da reprodução de coelhos. atentando-se à razão entre dois termos consecutivos da seqüência (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21...), po-de-se constatar que ela converge para o número áureo.

O retângulo de ouro, por estar associado a uma proporção harmo-niosa e perfeita, é constantemente utilizado em pro-jetos artísticos e arquitetônicos. Esse fato não é uma sim-ples coincidência, uma vez que testes psicológicos comprovam que essa figura é a mais agradável de se ver, den-

tre os outros retângulos. É muito provável, no entanto, que empresas o utilizem de forma intuitiva na cria-ção de seus produtos. Os cartões de crédito, por exemplo, são feitos de maneira que suas dimensões sigam o número Φ. Em relação à arquitetura moderna, a sede da Organização das nações Unidas é um bom exemplo de aplicação do Φ, assim como as obras do arquiteto Le Corbusier, que desenvolveu um sistema de medição conhecido por “Modulor”, baseado na razão de ouro, nos números de Fibonacci e nas dimensões médias humanas.

O número áureo pode ser encon-trado inclusive na música. pitágoras de samos, em seus modelos mate-máticos sobre o universo, conseguiu elaborar uma teoria que vinculava a música, o espaço e os números. Ele descobriu que se cordas de um mes-mo material e sob mesma tensão es-tiverem em uma determinada propor-ção, elas emitem um som agradável, enquanto, em outros casos, isso não era possível. a essa proporção, deu o nome de proporção harmônica, a qual está intimamente ligada ao número Φ. Existem, também, artigos que relacionam as composições de Mozart, Be-e t h o v e n

(Quinta sinfonia), schubert e outros com a razão áurea. pode-se verifi-car que até mesmo a construção de instrumentos, como o violino, segue essa proporção.

partindo da natureza, perpassan-do pelas obras de arte, construções magníficas e composições incríveis, até o corpo humano, o Φ está pre-sente em praticamente tudo na vida do homem - o gosto por perfeição de Deus garante harmonia em suas linhas tortas.

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“O menino do pijama listrado”, de John Boyne. Editora Cia. das

Letras - Gabrielle Diniz

na obra “O menino do pijama listrado”, John Boyne relata a história de um garoto chamado Bruno, filho de um graduado oficial alemão que, durante a segunda guerra mundial, sai com a família do conforto de seu lar em Berlim para viver próximo a um campo de concentração.

Durante toda a narrativa, o me-nino, de apenas nove anos, desco-nhece os horrores da guerra, como também não faz ideia de quem são

aquelas centenas de pessoas que vê da janela de seu quarto, e que estão do outro lado da cerca, todos com a mesma roupa: pijamas listrados.

Bruno ficava entediado, pois não tinha amigos e não sabia o que fazer na nova cidade. Então, resolve fazer o que mais gostava quando estava com seus amigos em Berlim: explorar vários lugares. Explorando a cida-de onde estava morando, conhece samuel, um menino que morava do outro lado da cerca e que, coinci-dentemente, nascera no mesmo dia que ele. a amizade dos dois cresce a cada dia, se intensificando, mais e

mais. Um dia, antes de voltar com sua família para Berlim, Bruno resol-ve passar para o outro lado da cerca, para ajudar seu amigo a encontrar o pai. Bruno e samuel acabam sendo arrastados, junto com outras pes-soas, para dentro de um cômodo e, desde então, não se teve mais noti-cias de Bruno.

a história contada é muito co-movente, capaz de proporcionar mo-mentos de reflexão, como o significa-do do amor, da guerra, da violência, da amizade, da família, da inocência e pureza das crianças, passando as-sim ensinamentos profundos.

R E V I E W

9Lucas de Oliveira Souza

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PLANO DE VOOThiago Las Casas

Kyle pratt é uma engenheira que vive um verdadeiro pesadelo a bordo de um avião. sobrevoando o atlânti-co, ela descobre que sua filha sim-plesmente sumiu sem deixar nenhum rastro.

ainda afetada pela recente morte de seu marido, Kyle está levando o corpo para ser sepultado em nova York, quando dorme a bordo, como qualquer passageiro. Mas, quando acorda, sua filha Julie não está mais lá. Kyle comunica a uma comissária,

mas essa afirma “sua filha não esta na nossa lista de passageiros, ela nunca esteve a bordo”. De-cidida de que não esta louca Kyle inicia uma incansá-vel procura por sua filha, mas ela está sozinha. Todos os passageiros pensam que Kyle está delirando.

afinal, quem está com a razão? Julie estava ou não a bordo?

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opinião

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O projeto “De Olho no Lixo” nasceu da necessidade de desen-volvermos em nossa escola uma consciência ambiental a par tir de práticas simples, como jogar o lixo na lixeira correta e não no chão, organizar e cuidar das car-teiras e materiais escolares, não riscar e danificar paredes, jane-las e quadros. são atitudes sim-ples, mas de grande impor tância, pois traçam nosso perfil humano e contribuem para um ambiente favorável ao conhecimento. sen-do assim, nosso projeto não se baseia num conjunto de regras compulsórias, mas uma ferra-menta para desenvolvermos uma postura de respeito para com a natureza e o ambiente escolar, necessária num mundo que vem sendo assustadoramente devora-do pelo acúmulo de ilhas de lixo.

O meio ambiente é algo mui-to maior que a natureza. além

de toda a biodiversidade forma-da por animais, rios, florestas, montanhas, o ar e a água que nos garantem a vida, é a nossa casa, nosso bairro, nossas experiências sociais e culturais e também nos-sa escola. nesse sentido, cabe ressaltar que a escola é, por ex-celência, uma segunda moradia, uma casa destinada ao saber e à formação de valores humanos. a escola é um espaço de eferves-cência cultural cujos principais atores são os alunos.

a ética ambiental não é uma meta somente nossa, mas de to-dos que vêem a terra como uma casa comum, a moradia de todos os seres bióticos e abióticos. É no plural cenário do mundo con-temporâneo, com suas condições diversas, seus distintos lugares e diferentes governos, que vá-rios povos começam a perceber a terra como uma morada comum.

por isso, é impor tante detectar as novas posturas humanas de preser vação da terra, essas são como pontas dos icebergs que surgem no mundo revelando com clareza a necessidade de uma consciência ambiental que se faz universal. Determinados fatos locais, nacionais ou regio-nais, em defesa do planeta, po-dem apontar para algo universal, uma ética ambiental, na medida em que (re) significam o seu singular e ao mesmo tempo cor-respondem com uma consciência ecológica que se desenvolve em toda a terra. são movimentos so-ciais em defesa de toda a biodi-versidade reivindicando medidas de proteção à fauna e a flora e estimulando atitudes pessoais e coletivas, em defesa de nossa mãe terra.'

por tanto, o projeto “De Olho no Lixo” é uma das inúmeras

pontas de icebergs dispersas pela terra e nos convida a mudar nosso modo de ver e utilizar o es-paço escolar. nunca se falou tanto em preservação do meio ambien-te como nesse novo milênio, e isto, não ocorre por acaso. a ter-ra está ameaçada. Ela encontra-se cansada, violentada e mutilada pela nossa espécie humana.

Hoje, surge a necessidade de reconhecermos que somos par te e não donos da natureza. O ser humano se torna uma presa da natureza à medida que deseja ser o seu rei. sendo assim, quan-do nos propomos a salvar o meio ambiente de maneira inteligente e amorosa, salvamos a nós mes-mos: ademais, nos diferenciamos de outros que buscam apenas o próprio benefício, pela nossa postura e amor por nossa mãe terra. por isso, ficar “de olho no lixo” é ficar atento à vida.

Projeto de olho no lixo: por uma ética ambiental

Prof. Fábio Adriano de Queiroz - Ensino Religioso/RHE

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O P I N I Ã O

Pablo Lorran

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C A M I N H O S M A R C E L I N O S

pastoral vem de pastor, pessoa que cuida de ovelhas. Jesus foi de-nominado Bom pastor, modelo dos pastores, porque alimentou, curou, consolou, cuidou, ensinou, deu a vida para que todos tivéssemos vida plena.

Quando dizemos que o santa Marcelina é uma escola em pasto-ral, estamos afirmando que todas as pessoas, independente de sua função na escola, são pastores. pastorear consiste em atualizar no dia a dia as atitudes de Jesus como bom pastor. pastorear é criar espa-ço acolhedor, receber com carinho, prestar atenção, ouvir com o cora-ção, consolar, dividir a vida, ajudar na aquisição do conhecimento e na construção do homem segundo o coração de Deus.

assim, o pastoreio Marcelino bus-ca tocar a mente e o coração de cada aluno para que possa, criatura nova, fazer nascer uma sociedade nova.

no santa Marcelina, acontecem, também, momentos especiais de pas-toreio: encontros, retiros, manhãs de convivência, iniciação aos sacramen-tos da Eucaristia e Confirmação, enga-jamento em projetos.

O projeto aMaR i oferece um ser-viço de animação e formação aos alu-nos do 5º e 6º anos do Fundamental i. Encontros semanais, orientados por coordenadores, auxiliados por anima-dores do Ensino Médio.

O aMaR ii objetiva despertar o espírito cristão no adolescente e no jovem para que se tornem pessoas atuantes em sua comunidade de fé.

Os participantes dos dois proje-tos assumem um trabalho social como resposta aos conteúdos refletidos e trabalhados nos encontros. É o co-nhecimento transformado em carinho,

partilha, amor, solidariedade, contri-buindo para a construção do Reino sonhado por Jesus.

Os encontros em preparação à primeira Eucaristia e Crisma são mo-mentos de aprofundamento e vivên-cia da fé, envolvendo, não apenas as crianças e adolescentes, mas, tam-bém, suas famílias.

O projeto Esperança é uma parce-ria santa Marcelina/Comunidade novo aarão Reis, e sua concretização se dá pela oferta de práticas esportivas, orientadas por um profissional do santa Marcelina e oficinas de diferen-tes naturezas, planejadas e desenvol-vidas, uma vez por semana, por pro-fissionais do sM e alunos a partir do 8° ano do Fundamental ii. O projeto atende 50 crianças de 7 a 13 anos.

Missão Bahia. Os alunos de Belo Horizonte se unem aos alunos do santa Marcelina de Botucatu, piraí do sul, Muriaé, Rio de Janeiro e são paulo para viverem uma experiência missionária em Terra nova e são se-bastião do passé.

EJOM, encontro dos jovens mar-celinos, reúne alunos dos colégios sM do Brasil para aprofundar o conheci-mento e a proposta de Jesus Cristo, dando continuidade ao processo de formação a partir da fé, que acontece em cada colégio com o objetivo de formar líderes para atuarem em sua escola, em sua comunidade paroquial e na sociedade. O EJOM é realizado duas vezes ao ano. O estar juntos, vindo de realidades diferentes, en-riquece o convívio e entusiasma o jovem em sua missão de ajudar na evangelização de outros jovens, na busca de concretização do ideal pro-posto pelo Beato Luís Biraghi, funda-dor das irmãs Marcelina: transformar a sociedade à luz do Evangelho.

Uma vez por ano, acontece o EJOM (Encontro de Jovens Marceli-nos), cada vez um colégio recebe o grupo. participam dos encontros, jovens que fazem parte da pasto-ral Juvenil (grupo que -em BH- se reúne toda segunda-feira de 13h 30min às 15h) dos colégios de pi-raí do sul-pR, são paulo-sp, Botu-catu-sp, Rio de Janeiro-RJ, Muriaé-Mg e Belo Horizonte. Em 2008, a pastoral Jovem Marcelina, ao invés de ter somente um encontro por ano, passou a ter dois, porém um destes acontecia entre as cidades mais próximas, dando origem ao Mini-Ejom.

nos dias 11, 12, 13 e 14 de junho/2009, jovens do Colégio santa Marcelina de BH, Muriaé e Rio de Janeiro se reuniram para um feriado de espiritualidade no colégio de Belo Horizonte, o Mini-Ejom. Quem veio de fora chegou por volta das 11h 30min do dia 11. aproximadamente 10 alunos de cada uma das cidades após o almoço se prepararam para a tar-de de Corpus Christi. a tarde foi no Mineirão, onde a Torcida de Deus agitou quase 70 mil católicos; o término foi às 20 horas, após o show do padre Fábio de Melo.

Da sexta-feira até a manhã de domingo, os adolescentes tiveram momentos de reflexão, espirituali-dade, diversão, integração e ado-ração. a juventude fica mais leve quando a consciência dos jovens se cruza com sua fé, os valores bons permanecem, e sem deixar de sair, se divertir, beber ou namo-rar eles se destacam. simplesmen-te por serem conscientes.

a hora de se despedir - pior hora - foi depois da missa da comunidade, que teve início às 8h30min. Cada um voltou para seu lugar levando mais conhecimento sobre a igreja (tema do encontro), levando muitas amizades e garga-lhadas, além de um contato maior com Deus.

alguns desses jovens (os mais antigos) participaram da missão na Bahia. Com o objetivo de evan-gelizar e ajudar os necessitados, 45 jovens dos seis colégios, já ci-tados, permaneceram do dia 13 ao 20 de julho no interior da Bahia. a preparação foi feita nos encon-tros semanais, desde o início do ano esses jovens crescem espiri-

tualmente, crescimento essencial para uma contribuição efetiva no projeto.

Dia 13 às 7h 45min os 8 jovens de Belo Horizonte saíram rumo a salvador, se encontraram lá com os outros e seguiram de ônibus para Terra nova- cidade que nos receberia para uma intensa sema-na evangelizadora. Mais amizades foram feitas e reforçadas, mas di-ferente do Mini-Ejom, dessa vez o principal objetivo era passar um pouco de conforto e alegria para pessoas muitas vezes esquecidas.

no primeiro dia os jovens fo-ram a são sebastião do passe, lá as atenções foram apenas para as crianças. Já em Terra nova, foram feitas visitas às casas e gincana com as crianças. no final de se-mana em que os jovens estiveram presentes,por não terem aula, mais de 150 crianças brincaram de bola, ganharam bala, pintaram o rosto e participaram de oficinas no Centro do Menor – escola Marcelina. as visitas confortaram muitas famí-lias, e até arrecadação de dinheiro para doar uma muda de roupas e um sapato para um senhor foi fei-ta. Os alunos ficaram acomodados nos espaços das irmãs, as mulhe-res na escola, e os rapazes em uma casinha que pertence também à Congregação.

Mesmo com dificuldades pelo caminho, seja estas por causa de tempo ou comportamento dos habitantes locais, os jovens Mar-celinos conseguiram evangelizar várias pessoas, e não só isso, também as trouxeram para missa de despedida -a qual reuniu mais de 100 pessoas na pequena pa-róquia da cidade. Enfim, no último dia, na hora da despedida, via-se nos olhos das pequenas crianças as lágrimas pedindo para que os missionários ficassem mais tem-po, para que pudessem brincar de novo e fazê-las felizes mais uma vez, contudo elas entenderam que era hora dos jovens partirem, e fizeram um último pedido a eles: Voltem Logo. O grupo deixou a cidade não triste, mas alegre em saber que realmente tinha feito sua missão, e esperam voltar, não só lá, mas onde Deus chamar-lhes para que possam dar um acolhi-mento maior aos mais necessita-dos.

Uma Escola em PastoralIr. Lair Vieira

Escola de vidaMissionários Marcelinos de todo o Brasil se reúnem para encontro espi-ritual e vão ao interior da Bahia levar alegria e fé para os necessitados

Larissa Cristina A. G. Costa

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E S C O L A N O M U N D O

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“Teatro”, segundo o Di-cionário aurélio, é: “1. Edifício

onde se representam obras dramáticas, óperas, etc. 2. a

arte de representar; o palco.” Tem origem no vocábulo grego Théatron, o qual estabelece ape-nas o local físico do espectador, mas como vimos na definição, essa palavra ganhou também o significa-do de representação, de arte.

O teatro começou na grécia anti-ga e sua consolidação, enquanto es-petáculo, deu-se em função das mani-festações em homenagem ao deus do vinho, Dionísio. a cada nova safra de uva, era realizada uma festa em agra-decimento ao deus, através de procis-

sões. a partir daí, o tempo foi passando e essas homenagens ficando cada vez mais elaboradas, culminando no teatro que conhecemos hoje. no Brasil, o tea-tro teve seu início no século XVi, sendo utilizado na propagação da fé religiosa. podemos citar como exemplo o padre José de anchieta, que se destacou nes-se meio na época, a fim de catequizar indígenas. O século XX foi quando o teatro brasileiro mais cresceu, de sorte que, devido às influências europeias e ao fato de dar status ir ao teatro, houve grande procura não só para vê-lo, mas para participar dele também.

Quando veio a ditadura militar, esse processo de crescimento foi interrompi-do. Começou a censura prévia a autores

e encenadores, fazendo com que diminuíssem os espetá-culos.

Hoje, a procura pelo teatro volta a crescer devido a campa-nhas de popularização, porém há um grande problema: o desconhe-cimento sobre o teatro. Teatro pode ser com um ou mais encenadores, há diversos gêneros teatrais, ou seja, tem teatro para todos os gos-tos. para você saber sobre as apre-sentações, basta olhar no jornal ou na internet. É muito fácil!

Então fica um conselho: Vá aO TE-aTRO! se não gostar, vá a outro tipo e leve os amigos. É um ótimo programa para o fim de semana.

Com o aparecimento dessa nova gripe, provocada pelo vírus H1n1, muitas pesso-as estão sujeitas ao contágio do vírus, e as escolas apresentam um ambiente propício para que isso ocorra.

no ambiente escolar, muitos alunos têm contato direto e indireto com diversas outras pessoas e ambientes, o que facilita a contaminação. por isso, o Colégio santa Marcelina tomou as devidas providências para evitar que o vírus se espalhe no am-biente escolar.

as portas e janelas não podem mais ser fechadas para evitar ambientes abafados. Frascos de álcool em gel foram distribuídos em salas e outros ambientes da escola, para a higienização das mãos. Os bebedouros só podem ser utilizados para encher garrafi-nhas. Outras medidas também estão sendo instruídas por professores e médicos, nas salas de aula e por meio de palestras.

O Colégio santa Marcelina tem tomado as providências exigidas pelo Ministério da saúde e tem se preocupado muito com a saúde de seus alunos.

Bárbara Resende e Paula Barbosa

Gustavo José de Aguiar Gomes Costa

O Colégio Santa Marcelina e a Gripe

Suína

Teatro, você conhece?Wallace Paiva