revista poder - edição de setembro

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PO D ER R$ 7.90 Nº. 67 08/2013 Política - Economia - Mundo www.revistaopoder.com.br Projeto anticorrupção é uma farsa! Circulação: Pará, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus Por que o Tribunal Superior Eleitoral sumiu com os pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das contas do PT na época do mensalão e da campanha da presidente Dilma, em 2010.

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Política, Mundo

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LEWANDOSWSKITrabalho a serviço das elites

PODERR$ 7.90

Nº. 6708/2013

Política - Economia - Mundo

www.revistaopoder.com.br

Projeto anticorrupção é uma farsa!

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Por que o Tribunal Superior Eleitoral sumiu com os pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das contas do PT na época do mensalão e da campanha da presidente Dilma, em 2010.

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PODER

Editorial

“No combate à corrupção, o Brasil acaba de entrar para o rol das nações sérias. A presidente Dilma Rousseff

sancionou lei sem precedentes, que pune empresas envolvidas em fraudes com o dinheiro público.”

Transformada em lei, a proposta tira dos homens de negócio e executivos corruptores o conforto de saber que, tenham feito o que fizessem e mesmo se condenados por seus ilícitos, como fraudar licitações ou subornar agentes públicos, o patrimônio das suas empresas permaneceria intacto. Afinal, a legislação não previa, nessa esfera, nenhuma punição para pesso-as jurídicas. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, por exemplo, de há muito que elas também pagam pelas lamban-ças dos seus dirigentes.É, de resto, o padrão adotado pela Orga-nização para Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”, que reúne mais de 30 nações comprometidas com a democra-cia representativa e a economia de mer-cado. “Se não fosse essa lei”, comenta o titular da CGU, “o Brasil levaria

bomba” no exame a que será submetido pelo organismo no fim deste ano ou no início do próximo.A lei brasileira tardou, mas não peca pela leniência. Estipula que “as pes-soas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente no âmbito administrativo e civil pelos atos lesivos (…) praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não”. O princípio jurídico da respon-sabilidade objetiva dispensa a compro-vação de que empresários e prepostos tiveram a intenção de cometer as fraudes pelas quais as respectivas firmas viriam a ser processadas.Eis por que a presidente vetou -entre outras “flexibilizações” introduzi-das no texto original pela bancada do PMDB na Câmara – o parágrafo segundo o qual só seriam punidas as empresas depois de caracterizada a culpa ou o dolo dos autores dos

delitos apurados. Não há de ser coin-cidência que uma das provisões da vexaminosa “minirreforma eleitoral” pronta para ser votada na Câmara, comentada neste espaço ontem, exija prova do envolvimento pessoal do candidato com violações das regras eleitorais para favorecê-lo.Atualmente, o pior que pode acon-tecer a uma empresa corruptora é a sanção administrativa de ser declara-da inidônea, ficando assim impedida de participar de licitações. Pela nova lei, ela poderá ser privada de receber incentivos fiscais, doações ou em-préstimos de órgãos públicos por até cinco anos. Isso, se não for interdita-da ou ter a sua razão social dissolvida compulsoriamente. E todas entrarão para o time dos “fichas-sujas” – o Cadastro Nacional de Empresas Punidas.

Diretor Executivo: Fábio Castro de Melo Diretor Comercial: Pedro Ferreira SaldanhaDiretora de Marketing: Danielle Alves Lisboa Diretor Comercial: Mendes Soares Souza Assessoria Juridica: Trindade Santos Martins Diretor de Arte: Hugo Kross Toyo Diretor de Fotografia: Romeu Tales Trindade Diretor de Redação Nacional: César Augusto Toledo Diretor Regional Central: Silvio Lorenço de Melo. Correspodentes Regionais: Priscila Cintia (RJ) Ana Mathias (SP) Suzana Miranda(Manaus) Letícia Santiago(Curitiba) Shirley Castilho(PA) Silas Dantas (BH). Sede: Brasília

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e.mail: [email protected] (61) 3245.0865 - 3082.0078 - 653488 3408.6512 site. www.revistaopoder.com.br

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Rito

ministro Dias Toffoli, relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5030, que questiona artigos

da Lei 12.350/2010, os quais concedem isenções fiscais à Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014, aplicou ao caso o rito abreviado previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999 (Lei das ADIs), “em razão da relevância da matéria”. Dessa forma, a ação será julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal diretamente no mérito, sem prévia análise do pedido de liminar apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR), autora da ação.A lei prevê isenções do Imposto de Renda, IOF (Imposto sobre

Operações de Crédito, Câmbio e Seguros), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e de contribuições como PIS/Pasep e Cofins-Importação, na organização e realização do evento. Para a PGR, os dispositivos violam os artigos 3º, 150 e 153 da Constituição Federal.Segundo a Procuradoria Geral da República, a isenção fiscal é um favor do qual o Poder Público poderá se valer para atingir certas finalidades estatais, mas o benefício não pode se converter em “privilégio indevido e injustificado, ferindo as próprias bases do Estado Democrático de Direito”.A PGR aponta que, além da Fifa, são beneficiárias várias pessoas físicas e jurídicas vinculadas à entidade, como confederações

nacionais de futebol, prestadores de serviços, Comitê Organizador Local, contratados para trabalhar na Copa do Mundo, árbitros, jogadores, membros das delegações e voluntários. Além disso, as isenções valem para vários eventos relacionados à competição, como congressos, banquetes, seminários e atividades culturais.“As isenções previstas são concedidas pura e simplesmente intuitu personae (com relação à pessoa) e não são ligadas diretamente ao desenvolvimento do desporto. Ou seja, tais incentivos não são ligados ao deporto para fins de desenvolvimento do próprio esporte, como objetiva a Constituição da República”, alega a Procuradoria

O

ADI contra lei que concede isenções fiscais

HÓTEIS

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Jan/12 02

Aprovado ficha limpa para comissionados

Os senadores aprovaram a amplia-ção da aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) para a contratação de servidores comissionados. Com a aprova-ção da proposta, não poderão as-sumir cargos de confiança no Se-nado quem tiver condenações por

órgãos colegiados ou tiver sido demitido do serviço público.Relator da proposta, Romero Jucá (PMDB-RR) destacou que o Senado aprovou recentemente a aplicação da ficha limpa para candidatos a cargos políticos e também para integrantes dos três

Não poderão assumir cargos de confiança no Senado quem tiver

condenações por órgãos colegiados

poderes da República. “Eu diria que nós completamos o ciclo de exigência, de acompanhamento, de modernidade, de transparên-cia”, afirmou o peemedebista.Autor do projeto junto com os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques (PDT-MT), acrescentou que a Casa dá o ex-emplo para outros integrantes do poder Legislativo. “Antes mes-mo da aprovação da proposta de emenda à Constituição por parte dos demais Poderes da Repúbli-ca, antes mesmo de qualquer ini-ciativa por parte dos demais Po-deres da República, o Senado se torna pioneiro, aprovando este projeto de resolução”, disse. Em 2 de julho, o Senado apro-vou uma proposta de emenda à Constituição que amplia a apli-cação a ficha limpa para todos os servidores públicos do país. Ou seja, se a proposta for aprovada pela Câmara, onde será analisada agora, para assumir um cargo público, não é possível as-sumir um cargo comissionado ou por concurso se a pessoa tiver condenação por órgão colegiado.

Lei

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oi instalada a comissão es-pecial que vai analisar pro-posta de emenda à Con-stituição (PEC 196/12) que prevê o voto aberto nos processos de per-

da de mandato parlamentar.O deputado Sibá Machado (PT-AC) será o presidente do colegia-do e o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) vai relatar a proposta.Sibá Machado acredita que é pos-sível chegar a um consenso para que a matéria seja aprovada rapidamente, antes mesmo do prazo de 40 ses-sões, para que então siga para vota-ção em dois turnos pelo Plenário. A PEC já foi aprovada no Senado.“A grande decisão política desta comissão é saber se a gente fica com a matéria da forma que o Senado nos enviou ou se vai haver algumas alte-rações. Essas alterações nós pediría-mos que elas venham não por um parlamentar individualmente, mas que elas sejam fruto de acordo nas

bancadas para poder robustecer. Se formos ouvir cada um dos deputados individualmente, embora seja direito deles, poderemos ficar sem susten-tação de uma tese um pouco mais sólida.” Vanderlei Macris considera o fim do voto secreto nos proces-sos de perda de mandato o primeiro passo a ser dado. “Quando fui presi-dente da Assembleia de São Paulo, como deputado estadual, eliminei o voto secreto integralmente, em to-das as modalidades. Agora, aqui na Câmara, há muita polêmica em torno disso. Esse, eu diria, que é um pri-meiro passo. Não se pode fazer com que o deputado se esconda no voto secreto para absolver seu colega que esteja comprovadamente en-volvido com crimes de corrupção.”Também foram eleitos para a comissão como primeiro vice-presidente o dep-utado Alessandro Molon (PT-RJ); segundo vice-presidente, Antônio Im-bassahy (PSDB-BA); e terceiro vice-presidente, Ivan Valente (Psol-SP).

F

Perda de Mandato

PEC - instalada comissão para decidir sobre voto aberto em processos

TERRAS INDÍGENAS

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) anunciou que não vai mais pedir ressarcimento ao Senado para cobrir o aluguel de R$ 6,6 mil de um carro de luxo que usa para se deslocar por Santa Catarina. O anúncio, feito na página do Facebook “Diário de Estudante”, da garota Isadora Faber, de 13 anos, ocorre dez dias após o Congresso em Foco revelar que o Senado já havia desem-bolsado R$ 139.755, desde dezembro de 2011, com o aluguel de um veículo top da Kia para o tucano, sem exigência de nota fiscal. Bauer enviou um vídeo à estudante em que diz que mandará a despesa agora para o diretório estadual de seu partido, dirigido por ele desde o mês passado.Bauer diz que considera necessário alu-gar um carro grande para fazer desloca-mentos pelo estado com sua equipe. “O fato de ter um veículo um pouco maior, com mais autonomia, se faz necessário porque muitas vezes as viagens são a altas horas da noite, em distâncias muito grandes.

Bauer diz que não alugará mais carro de luxo pelo Senado

Superfaturado

O deputado Sibá Machado (PT-AC) será o presidente do colegiado

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Economia

esmo com a alta do dólar, os gastos de brasileiros no exterior foram recorde para o mês

de julho, desde 2011. As despesas totalizaram US$ 2,214 bilhões, contra US$ 2,010 bilhões em julho de 2012 e US$ 2,235 bilhões no mesmo mês de 2011.De janeiro a junho, essas despesas chegaram a US$ 14,542 bilhões, contra US$ 12,712 bilhões nos sete primeiros meses de 2012.Já as receitas de estrangeiros no país ficaram em US$ 539 milhões, em julho, contra US$ 546 milhões no mesmo mês de 2012. De janeiro a julho, essas receitas chegaram a US$ 4,019 bilhões contra US$ 4,017 bilhões nos sete meses do ano passado.Com esses resultados, o déficit na conta de viagens internacionais

(despesas de brasileiros no exterior menos receitas de estrangeiros no Brasil) ficou em US$ 1,674 bilhão em julho e em US$ 10,523 bilhões nos sete meses do ano, contra US$ 8,695 bilhões no mesmo período de 2012.

M

Consumistas Mesmo com alta do dólar, gastos de brasileiros no exterior aumentam

Durou menos de uma hora o leilão de reserva da Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (Aneel), que selecionou 66 usinas que viabilizarão projetos de parques de geração de energia eólica em oito estados. O preço médio de venda ficou em R$ 110,51/MWh (me-gawatt-hora), com deságio de 5,55% em relação ao preço-teto da primei-ra rodada (R$ 117/MWh). Foram contratados 1.505 MW em potência.O valor dos contratos ficou em cerca de R$ 13,08 bilhões e o volume de transações em megawatt-hora, em torno de R$ 118,428 milhões. O me-nor preço de venda (R$ 98,50/MWh) foi contratado pela empresa Consór-cio EPG-Serra Azul para o empre-endimento Damascena, na Bahia.

Leilão da Aneel seleciona 66 usinas

Aneel

Na tentativa de incrementar as relações com a Finlândia, o ministro das Relações Exteriores, Anto-nio Patriota, passará uns dias em Helsinque, capital do país. Na pauta com autoridades locais estão discussões como a ampliação do comércio bilateral, das vagas para o Programa Ciência sem Fronteira e a execução de propostas relativas à ciência, inovação e pesquisa. Patri-ota tem reuniões agendadas com o presidente finlandês, Sauli Niinisto, e ministros.A Finlândia, na Europa, é um dos países mais desenvolvidos, na área social, do mundo. Com pouco mais de 5,3 milhões de habitantes.

Brasil vai intensificar parcerias com a Finlândia

Comércio Bilateral

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Por que há um ‘boom’ na produção de heroína no México?

Artimanha

os últimos dias, uma pergunta tem sido recorrente nos es-critórios dos órgãos de segurança e da imprensa do México:

por que a violência aumentou nas zonas montanhosas de estados como Sinaloa, Michoacán e Guer-rero? Entre as respostas apare-ceu uma palavra: heroína.Nessas regiões está a maioria das zonas de produção de papoula, de cujo bulbo se extrai a pasta com que se elabora essa droga – e também

outras como o ópio e a morfina.Além disso, nessas regiões fica a maior parte dos laboratórios que a processam, assim como o início das rotas que a transportam para o mercado americano – tanto por estradas como por via aérea.Espe-cialistas advertem que ao menos três cartéis pretendem controlar essa região. Porém, atualmente a balança se inclina a favor da or-ganização de Sinaloa, encabeçada entre outros por Joaquín Guzmán Loera, o Chapo.Esse interesse pa-rece coincidir com um dado que

o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime repete há vários anos: o México ocupa um lugar cada vez mais importante no tráfico internacional de heroína.Assim, o relatório anual de 2013 do órgão indica que a produção mexicana desse entorpecente seja 30 vezes maior que a da Colôm-bia, que durante décadas se man-teve como o principal exportador do continente americano.Um dado que surpreendeu a muitos, mas que é parte da realidade do país, segundo disse à BBC Mundo.

N

o México ocupa um lugar cada vez mais im-portante no tráfico internacional de heroína.

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Desvio

Destino de mais de R$ 500 mil pagos pela Câmara desde o ano passado, empresa pertence a Parmênio Francisco Coelho Serra. Conforme os registros oficiais, ele foi funcionário da Casa de fevereiro de 2007 a janeiro de 2013

ma casa modesta localizada num bairro residencial de Sobradinho, a 22 km de Brasília, no Distrito Federal, é a sede de um

negócio que faz o maior sucesso entre os deputados. De acordo com dados da Receita Federal, ali está instalada a locadora de veículos que mais recebe recursos da cota parlamentar, benefício a que parlamentares têm direito para cobrir despesas do mandato. Desde o início do ano passado, a ARL Barros Serviços Executivos Rent a Car já faturou mais de R$ 500 mil com o aluguel de carros apenas para deputados – valor integralmente ressarcido aos parlamentares pela Câmara.A figura por trás de tamanho êxito empresarial atende pelo nome de Parmênio Francisco Coelho Serra. Casado com Angela Rosa Lira Barros, que aparece oficialmente como proprietária da empresa, Parmênio admitiu, em entrevista ao Congresso em

Foco, ser dono da locadora. É ele quem negocia os aluguéis com os gabinetes. Um trabalho facilitado por um simples motivo: além de empresário, ele afirma ser secretário parlamentar na Câmara. De acordo com os registros oficiais, ele foi funcionário da Casa de fevereiro de 2007 a janeiro de 2013. Seu último salário, no cargo de confiança, era de R$ 8 mil.Parmênio, no entanto, garantiu à reportagem que continua trabalhando na Casa. Só não revela para qual deputado. “Não interessa. Eu não posso expor meu deputado”, respondeu, alegando que o parlamentar não tem nada a ver com os seus negócios.Apesar de ter 18 veículos em sua frota, a locadora não tem garagem própria. A reportagem foi até o endereço da empresa, em Sobradinho, e se deparou com a casa do sogro de Parmênio, onde o empresário também mora. Mesmo com amplo jardim, os veículos não ficam por ali.

Os carros que não estão alugados, segundo o empresário, ficam espalhados pela cidade. Ele diz que os veículos são deixados em estacionamentos de hotéis do Plano Piloto e na casa de parentes. “Tem carro que fica no hotel, no bloco. A maioria fica aqui embaixo, no Plano. Tem carro que fica na casa do motorista. Fica em vários hotéis, depende do hotel em que o cliente está”, conta.Parmênio conta que da empresa é alugar carros de luxo para parlamentares, empresários e eventos, como casamentos e formaturas. Ele não informou ao Congresso em Foco com quantos parlamentares mantém contrato, mas, segundo dados da Câmara, pelo menos 23 deputados já alugaram seus carros nos últimos dois anos.Questionado sobre os valores dos aluguéis e a forma de fornecimento do serviço, Parmênio informou que o seu advogado entraria em contato com o site para fornecer mais informações.

U

A locadora favorita dos deputados

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Debate

A Comissão de Educação vai promover audiência pública para discutir o Projeto de Lei Complementar

15/11, que estabelece normas para a cooperação entre União, estados e municípios com relação à responsabilidade na gestão pública da educação escolar brasileira.Estão convidados para o debate solicitado pelo deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia e Dias Toffoli. Ainda não tem data marcada para a audiência.Recursos para as escolas O projeto, de autoria do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), define que estados e municípios devem cumprir pelo menos dez exigências para continuarem recebendo recursos

de transferências voluntárias da União. Uma delas seria uma jornada de trabalho para os profissionais da educação que inclua um período na semana destinado a atividades de planejamento, estudo coletivo e avaliação, a ser cumprido na unidade escolar.O deputado Angelo Vanhoni, que foi relator do Plano Nacional de Educação (PNE), disse que quando o plano foi aprovado existia a necessidade de discussão aprofundada sobre essas normas.Segundo Vanhoni, os municípios já enfrentavam dificuldades para cumprir vários dispositivos legais por falta de recursos. O parlamentar também lembrou que a proibição de repasse poderia agravar a melhoria da qualidade da educação e a inclusão de crianças no sistema educacional.

A

Educação Comissão vai discutir projeto que restringe recursos do governo para escolas

O Plenário aprovou a Medida Pro-visória 614/13, que autoriza as funda-ções de apoio à pesquisa a celebrar contratos e convênios com entidades privadas para auxiliar em projetos de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico nas instituições federais de ensino superior (Ifes) e demais instituições científicas e tecnológicas (ICTs). A matéria será votada ainda pelo Senado.Originalmente, a MP fazia apenas ajustes na reestruturação das carreiras de magistério superior em universi-dades e de ensino básico, técnico e tecnológico nas demais instituições federais de ensino (Lei 12.772/12). A autorização foi incluída no texto pelo relator da MP, deputado Roberto Santiago (PSD-SP). Empresas públi-cas, sociedades de economia mista e organizações sociais também poderão apoiar essas fundações, geralmente ligadas a universidades. Pelo texto, os convênios ainda podem prever atividades de gestão administrativa e financeira necessárias à execução dos projetos previstos nos contratos, cujo objeto pode ser também relacionado à inovação

MP que altera regras sobre carreiras do magistério

Aprovado

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Projeto

CCJ aprova liberação R$ 3 bi para melhorar serviços nos municípios

O crédito de R$ 1,5 bilhão foi incluído na MP por meio de emenda do rela-tor, senador Casildo Maldaner (PMDB-SC)

A Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania aprovou, com emenda, o Projeto

de Lei 6020/13, do Executivo, que autoriza a União a conceder aos municípios brasileiros R$ 3 bilhões na forma de auxílio financeiro para melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados pelas municipa-lidades. Pelo texto, o pagamento será feito em duas parcelas iguais, sendo a segunda até 15 de abril de 2014. O rateio dos valores será feito confor-me os coeficientes individuais do Fundo de Participação dos Mu-nicípios (FPM), conforme regras definidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Relator na comissão, o deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC) apresentou parecer pela aprovação do projeto e da emenda apresen-tada em Plenário pelo deputado Ilário Marques (PT-CE), que impõe condições para a habilitação dos municípios para receber o auxílio, conforme já está previsto na Cons-tituição Federal e na Lei de Res-ponsabilidade Fiscal (LC 101/00).

Histórico O projeto aprovado é apenas autorizativo. A liberação efetiva da primeira parcela dos recursos (R$ 1,5 bilhão) está prevista em uma medida provisória de crédito extra-ordinário que tramita na Comissão Mista de Orçamento (MP 624/13),

ainda sem data para votação.Antes, os recursos estavam previs-tos em outra MP (616/13), aprova-da na Comissão de Orçamento. O crédito de R$ 1,5 bilhão foi inclu-ído na MP por meio de emenda do relator, senador Casildo Maldaner (PMDB-SC). A emenda, no entan-to, foi criticada pelos partidos de oposição, já que a resolução que disciplina os trabalhos do colegiado veta o acolhimento de emenda para MP de crédito extraordinário. O PSDB ameaçou levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso a MP seja aprovada no Con-gresso. Temendo a judicialização da questão, o Executivo editou a MP 624 dois dias depois da aprova-ção da MP 616 (15 de agosto).

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comissão de Cons-tituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou há pouco proposta de emenda constitucional que

prevê a perda imediata do mandato do parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por improbidade administrativa ou crime contra a administração pública, como corrupção, peculato e tráfico de influência. A medida valerá quando não houver mais possibilidade de recurso. O texto segue para o plenário, onde terá de ser aprovado por 49 senadores, em dois turnos, antes de ser encami-nhado à Câmara.Relator da PEC, o senador Eduar-do Braga (PMDB-AM) retirou a possibilidade prevista na proposta original de que a perda do manda-to fosse automática, mesmo que a cassação não fosse uma das penas impostas. Na prática, a perda do mandato só será imediata quando essa for uma das punições determi-nadas pelos ministros do Supremo. Nos demais casos de condenação, caberá à Câmara ou o Senado dar a palavra final sobre o assunto.Braga atendeu ao apelo de outros senadores para determinar que, nos casos em que a cassação for determinada pelo Congresso, a votação seja aberta. “Mantendo

A

Eduardo Braga acolheu sugestão de outros senadores para prever voto aberto

nEduardo: “A medida valerá quando não houver mais possibilidade de recurso”

CCJ

Aprovado cassação para condenados pelo STF

minha coerência, por ser favorá-vel ao voto aberto, quero acatar a sugestão dos senadores”, afirmou Braga, ao anunciar que acolhia a sugestão do senador Luiz Henri-que (PMDB-SC). O fim do voto secreto é objeto de outra proposta de emenda constitucional (PEC 20), em discussão no Parlamento. “Passará a ser uma segunda opor-tunidade para derrubarmos o voto

secreto”, acrescentou o relator.A aprovação da PEC 18/2013, do senador Jarbas Vasconcelos (PM-DB-PE), ocorre uma semana após o Supremo condenar, pela primeira vez, desde a Constituição de 1988, um senador da República. Por unanimidade, Ivo Cassol (PP-RO) foi condenado no último dia 8, por fraude em licitação, um dos crimes contra a administração pública.

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Comissão

Comissão de Finanças e Tributação rejeitou proposta que autoriza a Justiça compensar

dívidas tributárias dos contribuintes com créditos de precatórios dos estados e municípios. Assim, o valor devido pelo estado ao cidadão devedor seria abatido da dívida.Trata-de do Projeto de Lei Complementar 436/08, do deputado Cleber Verde (PRB-MA), que torna a compensação automática por meio de decisão judicial. Ou seja, o contribuinte que tiver precatório a seu favor poderá, de imediato, usar o valor do crédito para pagar débito com o fisco estadual e municipal, vencido ou a vencer.A proposta, no entanto, foi considerada impraticável pelo relator, deputado Júlio Cesar (PSD-PI). Ele alega que o Judiciário não tem poder de influir sobre todos os atos administrativos que levam

ao pagamento de um precatório e, portanto, o projeto aprovado correria o risco de se tornar “letra morta”.“As liquidações tanto dos créditos tributários quanto das despesas dependem de procedimentos administrativos específicos para cuja prática a autoridade judicial não dispõe dos elementos e dos instrumentos necessários, porque não é essa a sua função constitucional”, opinou.Júlio César argumenta ainda que o Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) apenas torna facultativo aos estados e municípios optar pela compensação das dívidas tributárias e, portanto, isso não deveria ser uma imposição a todos. “Ao forçar a adoção da compensação e ainda mais por meio do Poder Judiciário, a lei federal estaria interferindo acentuada e indevidamente sobre a autonomia local, em flagrante violação do pacto federativo”, acrescentou.

A

Finanças rejeita compensação de dívidas tributárias com precatórios

Luís Inácio Adams foi investigado após a Operação Porto Seguro, que desarticulou um esquema de fraude de pareceres técnicos emitidos por funcionários públicos. Seu princi-pal auxiliar, o ex-advogado-geral da União adjunto José Weber de Holan-da foi demitido após as denúnciasO Ministério Público Federal (MPF) concluiu que o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, não co-meteu crimes em relação aos fa-tos levantados pela Operação Por-to Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2012.

PGR conclui: advogado-geral é inocente

OPERAÇÃO PORTO SEGURO

A Câmara analisa a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 176/12, dos deputados Edson Pimenta (PSD-BA) e Luciano Castro (PR-RR), que retira idosos e portadores de doença grave ou incapacitante da ordem de precatórios.A proposta estabelece que os crédi-tos de quaisquer natureza, inclusive alimentícia, de idoso e/ou de porta-dores de doença grave ou incapaci-tante, independem de precatórios. Os pagamentos deverão ser feitos imediatamente após o trânsito em julgado da sentença condenatória.

PEC prioriza idosos e portadores

PRECATÓRIOS

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Brasil recruta 1ª leva de estrangeiros do Mais Médicos

O governo anunciou que 1.618 médi-cos, entre eles 358 estrangeiros, foram selecionados nesse primeiro mês do programa Mais Médicos, lançado com o objetivo de levar mais profissionais a cidades do país onde há carência desses profissionais. Esse número representa 10,5% da demanda total do projeto, já que foram requisitados 15.460 médicos, em 3.511 municípios. A baixa adesão obrigou o governo a ampliar prazos para, por exemplo, confirmar o interes-se nas vagas. De um lado, o governo e seus simpatizantes defendem que o projeto é uma solução plausível e ne-cessária para melhorar aliviar o Sistema Único de Saúde (SUS). Eles alegam que isso só é possível com a presença de médicos por todo o país, inclusive

nas regiões mais remotas e pobres. E que, se não houver brasileiros dispostos a ocuparem esses cargos, uma solução é que venham os médicos de fora. No extremo oposto, associações médicas e boa parte das universidades de medi-cina do Brasil reagiram negativamente ao Mais Médicos, criticando sobretudo a importação de profissionais estran-geiros. Eles afirmam que a medida é paliativa, ineficaz e abre uma brecha para atuação de profissionais cuja for-mação não foi endossada pelos órgãos competentes no Brasil. A BBC preparou uma lista de perguntas e respostas para ajudar você a entender os principais pontos do Mais Médicos, entre eles a polêmica contratação dos profissionais estrangeiros.

Total de selecionados representa 10,5% da demanda de médicos solicitados pelos municípios

O que é o programa?O programa foi anunciado pelo go-verno em 8 de julho, logo após a onda de protestos no país, e prevê um pacote de medidas emergenciais para melhorar o atendimento no SUS, como investimentos em centros de saúde e na contratação de médicos.

Realmente faltam médicos no Brasil?Segundo o governo, o Brasil possui hoje 1,8 médico a cada mil habitan-tes, um número baixo se comparado a países como a Argentina (3,2) e Es-panha (4). A classe médica afirma que não há escassez de profissionais, e, sim, uma má distribuição deles, com uma concentração alta em regiões como sul e sudeste e déficit no norte e em áreas mais remotas do nordeste.

Onde estão as vagas do programa?Prioritariamente nas regiões do país onde a falta de profissionais é mais latente. Após uma convocatória do governo, mais de 3,5 mil cidades declararam o interesse pelo programa, solicitando o trabalho de mais de 15 mil médicos. Os que foram chama-dos pelo programa vão trabalhar, em sua maioria, em Unidades Básicas de Saúde.

Quais serão os deveres dos médicos e os seus benefícios?A cargo horária é de 40 horas semanais, por um período de três anos, que pode ser renovado uma única vez (ou seja, o médico pode ficar até seis anos dentro do progra-ma). Os profissionais ganham uma bolsa de R$ 10 mil por mês, mais uma ajuda de custo cujo valor depende da região onde a vaga está localizada. Há o pagamento de INSS, porém a bolsa não incluiu 13º salário, FGTS e horas extras.

Como funciona a inscrição e contratação dos médicos?Em um primeiro momento, as vagas foram oferecidas para médicos brasileiros interes-sados. Como não houve o preenchimento de todas as vagas por brasileiros nessa pri-meira etapa, as vagas foram então abertas para médicos brasileiros que se formaram

Programa

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no exterior e aos estrangeiros.No processo de inscrição, o médico indica o município que tem interesse em trabalhar dentre de cada um dos grupos determinados pelo governo, tais como regiões metropolitanas e capitais.Em seguida, a escolha é aceita ou não pelo governo e, então, o candidato preci-sa confirmar seu interesse para finalizar o processo.Só poderão participar dessa seleção os médicos com registro de exercício profis-sional em países com proporção de mé-dicos maior que a do Brasil, ou seja, com mais de 1,8 mil médicos por mil habitan-tes. Os médicos brasileiros selecionados pelo programa irão começar a trabalhar no início de setembro. Os formados no exterior, na segunda quinzena do mesmo mês.

Os custos de moradia e alimentação ficarão a argo dos municípiosQuais os requisitos para um profissional estrangeiro participar do Mais Médicos?De acordo com o governo, só serão selecio-nados médicos formados em instituições re-conhecidas por seus países e com formação acadêmica equivalente à adotada no Brasil. Além disso, só podem concorrer médicos estrangeiros vindos de países com propor-ção de profissionais maior que a do Brasil (1,8 médico por mil habitantes).Os médicos deverão passar, logo ao chega-rem no Brasil, por um curso de especializa-

ção em atendimento de atenção básica, que dura três semanas (de 26 de agosto a 13 de setembro) e será ministrado em universida-des inicialmente em Porto Alegre, São Pau-lo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza. Durante essa etapa, eles também terão de se submeter a cursos sobre o funcionamento do SUS e a aulas de português. No total, a carga horária será de 120 horas. No entanto, eles não terão de se submeter ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida, que usualmente é exigido a médicos estrangeiros que venham atuar no Brasil.

De onde vêm os médicos que estudaram no exte-rior e como será a atua-ção deles no Programa?Com o fim do primeiro mês de inscrição, foi confirmada a participação de 522 médi-cos formados no exterior – 358 estrangeiros e o restante, brasileiros. Eles estudaram em 32 países, com destaque para 142 médicos formados na Argentina e cem profissionais com diplomas da Espanha. Em seguida, há 74 formados em Cuba, 45 em Portugal e 42 na Venezuela. Entre os estrangeiros selecio-nados, não há médicos com a nacionalidade cubana, já que governo brasileiro ainda está em negociação com Cuba para a vinda des-ses profissionais. Todos terão um registro provisório concedido pelo Conselho Regio-nal de Medicina, cuja validade é restrita ao tempo que eles ficarem no país e na região

determinada pelo Mais Médicos, e terão um supervisor vindo de uma universidade fe-deral, que lhe fará visitas periódicas e ficará à disposição para tirar dúvidas via telefone, segundo o governo.

Qual são os motivos da polêmica sobre a contra-tação de estrangeiros?O programa foi anunciado pelo governo logo após a onda de protestosEntidades médicas como a Federação Nacional dos Médicos contestaram, inclusive judicialmente em várias ins-tâncias, esse ponto do Mais Médicos.Primeiro, afirmam que muitos desses médicos podem não estar familiari-zados com as condições e as doenças mais típicas do Brasil.Mas, mais do que isso, as entidades criticam o fato de eles não precisarem ser submetidos ao Revalida. Isso abriria espaço para profissionais cuja formação acadêmica não foi avaliada nos padrões tradicio-nalmente exigidos no país, o que pode-ria acarretar na contratação de médicos pouco qualificados.E, de uma maneira mais ampla, boa parte da classe médica também critica as bases do programa, dizendo que o oferecimento de uma bolsa em uma vaga temporária em vez de um plano de carreira sólido, por exemplo, vai atrair médicos que desejam ficar apenas um tempo naquela cidade, resolvendo o problema da escassez de profissionais apenas temporariamente.

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Projeto anticorrupção: empresa beneficiada por desvio poderá ser responsabilizada

comissão especial que analisa o projeto da Lei Anticorrupção (PL

6826/10, do Executivo) quer votar em fevereiro o relatório do depu-tado Carlos Zarattini (PT-SP), cuja apresentação foi adiada após a apresentação de mais de 40 propos-tas de emendas ao texto, durante

audiências públicas. O tema será um dos destaques da Câmara no retorno dos trabalhos legislativos: na berlinda, empresas favorecidas por desvio de recursos públicos. A proposta do governo pretende preencher duas lacunas na legisla-ção atual: hoje, as sanções não al-cançam o patrimônio da empresa,

nem garantem o ressarcimento do prejuízo causado aos cofres públi-cos. O foco da Lei 8.666/93 é regu-lar as licitações e os contratos com a administração pública, e não atos de corrupção praticados pela empre-sa na relação com o Poder Público. O projeto, segundo o Executivo, inova ao responsabilizar a pessoa

A

A rotinaJoão Arruda: polêmicas incluem multa que varia de R$ 6 mil a R$ 6 milhões.

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Projeto anticorrupção: empresa beneficiada por desvio poderá ser responsabilizada

jurídica que se beneficia de crimes como fraude em licitações e su-perfaturamento de obras: ela pas-saria a ser alvo de processo civil e administrativo. A intenção é re-cuperar os recursos desviados, já que apenas 8% deles retornam aos cofres públicos, segundo dados da Controladoria Geral da União.

Debates e polêmicas- Criada em outubro, a comissão espe-cial promoveu quatro audiências públicas na Câmara e duas con-ferências, uma em Curitiba (PR) e outra na cidade de São Paulo. Advogados, juristas e juízes fed-erais opinaram sobre o projeto e propuseram mudanças, que es-

tão sendo analisadas pelo relator.O presidente da comissão, João Arruda (PMDB-PR), afirmou que alguns pontos do texto pro-vocaram polêmica nos debates. Um deles é a multa prevista no projeto, que deverá ser de até 30% do faturamento bruto do ano anterior, excluídos os tributos.

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MINISTÉRIOPÚBLICOServidores Estaduais ganham na justiça para rever seus direitos trabalhistas

Direito

A VOZ DO POVO

O Coletivo Lênin e a Frente Independente Popular (FIP) fazem a mudança do país

pós os atos do mês de junho, presenciados em todo o Brasil, e os do mês de julho, em lugares que o movimento

teve uma certa continuidade, como no Rio de Janeiro; vivemos um in-evitável esvaziamento dos protes-tos, caracterizados anteriormente pela presença massiva da popula-ção nas ruas. No Rio, além disso, os espaços organizativos sofreram uma descentralização, onde diver-sos grupos começaram a organizar atos em separado. Podemos dizer

que isso aconteceu pela incapacid-ade da direção tradicional majori-tária da esquerda carioca, caracter-izada principalmente pelo PSTU e as correntes do PSOL, em dar uma resposta à altura para as deman-das da classe trabalhadora e orga-nizar uma defesa consistente con-tra a repressão do Estado, tanto a nível ideológico/político quanto a nível militar para resistir às ações covardes da PM, que foram mais frequentes e piores nesse período.Em vista disso, alguns grupos de menor peso político se jun-

taram para debater e apresentar uma alternativa política à da di-reção tradicional, criando assim a Frente Independente Popular. O Coletivo Lenin acompan-hou o processo de formação da Frente junto com os compan-heiros do MEPR, OPOP, anar-quistas organizados na FARJ, UNIPA, além de outros setores.A proposta da Frente foi a de ir além dos limites pacifistas e re-formistas dos setores recuados do PSOL e PSTU. Por isso, apoia-mos a ideia desde o começo.

A

FIP

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Agos/13 19

MÉDICOS presidente do Conse-lho Federal de Medi-cina (CFM), Roberto d’Ávila, afirmou que os médicos brasileiros fa-

rão campanha contra os atos do gover-no federal para os próprios pacientes. De acordo com ele, esses profissionais entregarão panfletos após a consulta no quais estarão os posicionamentos da categoria em relação ao Programa Mais Médicos e à Lei do Ato Médico.“O médico é um agente político que até agora estava muito tímido. Che-gou a hora de os médicos mostra-rem sua força”, afirmou. Ao lado de outros representantes da catego-ria, Roberto d’Ávila se reuniu nes-ta tarde com o presidente do Sena-do, Renan Calheiros (PMDB-AL).

OFarão campanha contra o governo

federal e prometem parar o país Segundo d’Ávila, Renan se com-prometeu a deliberar as ma-térias de forma democrática.O deputado Eleuses Paiva (PSD-

-SP), ex-presidente da Associa-ção Médica Brasileira e da As-sociação Paulista de Medicina, também esteve presente na reunião.

Os profissionais vão pedir ajuda dos pacientes para vencer a luta contra o governo.

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Conselho Federal da OAB requereu seu ingresso como assistente no processo que busca suspender o ato adminis-

trativo do TJ-SP – Provimento CGJ nº 17/2013 – que autorizou a realização de mediação e conciliação nas serventias extrajudiciais do Estado de São Paulo.Com pedido de concessão de liminar, o requerimento aponta que o ato da Corregedoria do TJ-SP extrapola em suas funções, uma vez que, legislando, delega aos Cartórios Extrajudiciais do Estado função que a eles somente pode-ria ser atribuída por legislação específi-ca, a qual não atribuiu aos Cartórios as atividades de mediação e conciliação. No requerimento, o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, afirma que “não se pode olvidar que os métodos alternativos de pacificação de conflitos desempenham papel fundamental na sociedade e, entre

eles, estão os importantes institutos da mediação e conciliação, porém, o provi-mento em questão não se traduz como ferramenta ágil e eficiente de contenção da litigiosidade que assola o país. Pelo contrário, ele trata de tema delicado e deve ser visto com muita cautela. Isso porque seu texto apresenta a vaga ilusão de que os cidadãos poderão alcançar a verdadeira justiça sem a presença de seu advogado de confiança”.“Acreditamos que direitos do cidadão serão colocados em risco sem a orien-tação de um advogado preparado e consciente das repercussões jurídicas futuras, diante de uma conciliação celebrada no presente momento”, expli-cou o presidente da seccional paulista da OAB, no Pedido de Providências encaminhado pela entidade em junho deste ano.Previsto para viger a partir do mês de setembro, o provimento permitirá este tipo de atuação a 1.525 unidades.

O

Olho vivo

OAB Nacional ingressa no CNJ contra cartórios

A PEC é polêmica e já teve a sua constitucionalidade questionada

A Comissão Especial que vai analisar a proposta (PEC 215/00) de transferir do Executivo para o Legislativo a pa-lavra final sobre a demarcação de ter-ras indígenas será instalada no dia 4 de setembro. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Henrique Edu-ardo Alves, durante reunião, com o ministro da Justiça, José Eduardo Car-dozo, e deputados ruralistas. A PEC é polêmica e já teve a sua constituciona-lidade questionada no Supremo Tri-bunal Federal pela Frente Parlamen-tar em Defesa dos Povos Indígenas.

Comissão vai debater demarcação

TERRAS INDÍGENAS

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou o parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), que pede a cassação do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), preso por peculato e formação de quadrilha.Agora, o projeto de resolução da CCJ segue para a Presidência, que terá de colocá-lo em votação pelo Plenário.

Sem perdão para Natan Donadon

Cassado

O presidente da OAB Nacional, Marcus

Vinicius (foto), afirma que “não se pode olvidar que os

métodos alternativos de pacificação de conflitos

desempenham

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2014

Confederação Brasileira de Futebol vai doar 32 mil ingressos para pessoas deficientes assistirem aos jogos da Copa do Mundo. Integrante da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o deputado Mandetta, juntamente com a deputada Rosinha da Adefal (PT do B-AL), deputado Romário (PSB-RJ), deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, membro do conselho de administração do

Comitê organizador, articularam para que o benefício da gratuidade alcance os jogos da Copa do Mundo.Mandetta sugeriu e Romário fez outro pedido a Ronaldo para que a banda Down, da Fundação Juliano Varela de Campo Grande-MS, cujos membros são portadores de deficiência, execute o Hino Nacional em uma partida da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Ronaldo Fenômeno ouviu atentamente e vai levar a ideia ao presidente do COL, Ricardo Teixeira.

COPA, Mandetta articula acesso grátis para pessoas com deficiência

A Câmara analisa projeto que au-toriza a isenção de tributos federais, durante 20 anos, para as empresas que adotarem processos produtivos e de descarte que não poluam o meio ambiente. A proposta (Projeto de Lei 2101/11), do deputado Nelson Born-ier (PMDB-RJ), ainda determina que 25% dos recursos economizados com a isenção sejam utilizados para con-scientizar funcionários, comunidades que vivam próximas à empresa.

Isenção de Tributos

AMIGOS DO MEIO AMBIENTE

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6997/10, do deputado Rai-mundo Gomes de Matos (PS-DB-CE), que obriga os hotéis a criar e manter ficha de registro de crianças e adolescentes hospe-dados, mesmo se acompanhados dos pais, do responsável ou de representante legal. A obrigação valerá também para motel, pen-são, pousada, albergue ou estabe-lecimento congênere. O projeto acrescenta dispositivos ao ECA.

Ficha de registro para crianças

HÓTEIS

A Comissão de Educação aprovou o Projeto de Lei 232/11, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), que torna obrigatória a orientação vocacional nos processos de escolarização e profissionalização de adolescentes em regime de semiliberdade. A proposta altera o Estatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA - Lei 8.069/90) para incluir a obrigação.O relator, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), argumentou que pre-parar o menor infrator para o trabalho de maneira adequada pode influenciar a ressocialização. “É objetivo funda-mental da educação brasileira”, disse.

Teste vocacional para menor infrator

Aprovado

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O

Cerco fechado

MP vai ampliar as investigações sobre Propinas

Ministério Público (MP) junto ao Tri-bunal de Contas da União (TCU) vai ampliar as investiga-

ções de suspeitas de irregularidades na Petrobras, indo além do processo já aberto sobre caso da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). As suspeitas são de danos aos cofres pú-blicos, gestão temerária ou ato/gestão antieconômica.O procurador Marinus Marsico vai requisitar à estatal documentação referente aos três contratos mencio-nados pelo ex-funcionário da Petro-bras João Augusto Henriques, em declarações. Segundo as informações da revista, foi cobrada uma comissão, repartida entre políticos e funcionários da estatal para fechar negócios com a área internacional. Marsico vai pedir os documentos sobre a refinaria de San Lorenzo, vendida pela Petrobras na Argentina; sobre a contratação do navio-sonda da empresa Vantage, e

sobre o contrato com a Odebrecht para área de segurança e meio ambi-ente em dez países. Henriques negou parte das informações posterior-mente, em comunicado à imprensa.Este último contrato da Odebrecht, de US$ 825 milhões, caiu na auditoria interna da Petrobras e foi reduzido à metade no início do ano, conforme revelou em junho o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.“Vamos estender a investigação de Pasadena a

estes três contratos eoutros que possam surgir”, disse Marsico.Segundo ele, as investigações podem levar à abertura de um novo processo ou ampliar o já existente sobre Pasa-dena. O procurador enviou represen-tação ao TCU em fevereiro para que apure responsabilidade da companhia de Pasadena por US$ 1,18 bilhão, acima do preço de mercado.

As investigações de suspeitas de irregularidades na Petrobras, indo além do processo já aberto sobre caso da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) é prioridade do MP.

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Conquista

A população prometeu ajudar e garantiu novas passeatas pelas ruas.

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24 ANUNCIE

MINISTÉRIOPÚBLICOServidores Estaduais ganham na justiça para rever seus direitos trabalhistas

Direito

DÍVIDA EXTERNA Em 19 anos, aplicação de R$ 100 vira

R$ 2 mil, mas dívida atinge R$ 7 milhões

m 19 anos, aplicação de R$ 100 vira R$ 2 mil, mas dívida atinge R$ 7 milhõesVocê sabe qual é a dife-

rença entre os juros que você ganha do banco, quando empresta din-heiro, e os que você paga, quando toma emprestado? Quando olhamos para os números no curto prazo, já enxergamos um abismo. O CDB (Certificado de Depósito Bancário), o papel que você recebe quando empresta ao banco, está rendendo

atualmente 7,8% ao ano, em média. Já o crédito pessoal, aquele din-heiro que você toma emprestado sem nenhuma garantia, rende 73% ao ano para a instituição financeira.Ao pensarmos em como isso ficaria no longo prazo, então, a diferença é muito mais gritante. O banco que tomou emprestado R$ 100 de uma pessoa física (ou seja, que emi-tiu um CDB a esse preço) em 1º de julho de 1994, início do Plano Real, teria que devolver, hoje, R$ 2.038 a esse cliente. Descontado o

Imposto de Renda, o pequeno in-vestidor poderia resgatar R$ 1.733.Considerando que a inflação foi de 333% no período, a rentabili-dade real dessa aplicação foi de 370%. No caminho inverso, se porventura uma pessoa física fizesse exatamente o mesmo que o banco fez, ou seja, tomado em-prestados R$ 100 em 1994 e nada ter pagado nesse período e nem mesmo renegociado, sua dívida estaria hoje na casa dos milhões. Mais precisamente, ele deveria R$

E

Especial

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7.205.180,78. A conta foi feita pelo economista Fabiano Guasti Lima, a pedido do blog Achados Econômi-cos.Ele é pesquisador do Instituto As-saf e professor da USP em Ribeirão Preto. É claro que um banco jamais deixaria a situação chegar a esse ponto. Muito antes de a dívida atingir a casa do milhão, o credor

já teria interpelado judicialmente o devedor, de modo que o saldo pudesse ser pago, ainda que após renegociação.Mesmo assim, esses números são mais do que mera curiosidade. São uma forma de mostrar o que é o chamado “spread” bancário, a dife-rença entre quanto o banco paga para quem lhe empresta e quanto ele cobra quando empresta ao out-ros. Os números mostram o enorme poder de barganha das instituições financeiras diante dos seus clientes. Considerando que houve uma forte concentração do setor bancário nos últimos anos, essa assimetria pode estar aumentando. Conforme este blog noticiou anteriormente, os cinco maiores bancos guardam hoje 83% dos depósitos em conta cor-rente do país. Em 1995, a propor-ção era de 68%.

AplicaçõesA rentabilidade real do CDB desde 1994, de 370%, foi uma das melhores, entre as aplicações disponíveis para pessoa física. A Bolsa, por exemplo, gerou ganhos de 201%, e a poupança, 181%. Veja abaixo o rendimento acumulado de diversos tipos investimentos acessíveis para pessoas físicas no período.

” A conta foi feita pelo economista Fabiano Guasti Lima(foto), a pedi-do do blog Acha-dos Econômicos.”

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Só entre nós Devolvidos quase 150 mil cheques Quase 150 mil cheques foram devolvidos por falta de cobertura desde o início do ano, superando os 450 milhões de euros, segundo números do Banco de Portugal.De acordo com o Boletim Estatístico de agosto, hoje divulgado pelo banco central, nos primeiros sete meses do ano foram devolvidos 149,6 mil cheques por insuficiência de fundos, totalizando os 452,2 milhões de euros.

Ex-ditador Hosni Mubarak deixa prisão no EgitoO ex-ditador egípcio Hosni Mubarak deixou a prisão de Tora, no Cairo, após a justiça determinar sua soltura. Ele foi transportado por um helicóptero de serviços médicos e será levado para um hospital militar, segundo o Minis-tério do Interior do Egito.Ele deve permanecer em prisão domiciliar no hospital militar de Maadi, na perifera da capital.A ordem por escrito foi mandada à prisão de Tora para que Mubarak seja solto, conforme decisão judicial to-mada na véspera

EGITO

Premiê de Israel acusa Irã de usar Síria para ‘testar’ armas químicasO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que o suposto uso de armas químicas na Síria é “ter-rivelmente perturbador” e acusou o Irã de usar o país como um “teste” para armas de destruição em massa “As informações sobre o uso de armas químicas contra civis inocentes incomodam muito”, disse Netanyahu em comunicado. A oposição síria acusa o regime de Bashar al-Assad de ter promovido um “massacre” de 1.300.

ISRAEL

PORTUGAL EUA

Congresso dos EUA divulga arquivo com fotos do período da 2ª GuerraA Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos disponibilizou seus arquivos com mais de 1.600 fotografias coloridas no Flickr, em um projeto aberto ao público em geral, que pode acrescentar comentários, notas e tags.Todas as fotos foram tiradas entre 1939 e 1944 por fotógrafos que trabalhavam para a Farm Security Administration (FSA, ou Agência de Segurança Agrícola, em tradução livre) e para Office of War Information (OWI, ou Escritório de Informação de Guerra, em tradução livre.

Mundo

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Comissão de Integração Nacional, Desenvolvi-mento Regional e da Amazônia vai ouvir o ministro da Pesca

e Aquicultura, Marcelo Crivella, sobre as restrições à pesca nos esta-dos do Amazonas, Rondônia e Rio Grande do Sul.A audiência, solicitada pelo de-putado Silas Câmara (PSD-AM), está prevista para ser realizada em setembro. O parlamentar é também um dos articuladores políticos da Lei Geral da Pesca (11.959/09) .O deputado Silas Câmara já se reu-niu com representantes do Sindicato dos Pescadores do Amazonas para discutir questões como aposenta-

doria para o pescador, implantação de fábricas de gelo pelo interior do Amazonas e apoio à pesca e à piscicultura. De acordo com o parlamentar, a classe dos pesca-dores é uma das mais importan-tes, principalmente no interior do Amazônia.Convidados Também foram convidados para o debate: o presidente do Ins-tituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi; o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin; a secretária do Meio Ambiente e Desenvol-

vimento Sustentável do Amazo-nas, Nádia Cristina Ferreira; e o diretor presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazo-nas, Antônio Stroski.Artesanais - A Comissão de Agri-cultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural apro-vou critérios de enquadramento na categoria de pescador artesanal para efeito da obtenção do direito ao seguro-desemprego no período do defeso (proibição da pesca de determinada espécie).O texto aprovado, que acrescen-ta dispositivo à Lei 10.779/03, é um substitutivo aos projetos de lei 1099/11 e 1263/11, ambos do depu-tado Cleber Verde (PRB-MA).

Audiência

Comissão vai discutir com ministro restrições à pesca

A

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O

Cerco fechado

O ministro Joaquim Barbosa considerou “descabidos” os pedidos de redistribuição dos embargos e afirmou que ele mesmo será o relator

Supremo Tribunal Fede-ral começou a julga os recursos dos 25 condenados no julgamento do mensalão, concluído

em dezembro. Os ministros primeiro vão analisar os chamados embargos de declaração, por meio dos quais os advogados tentam reduzir penas de seus clientes. Depois, será a vez dos embargos infringentes, pelos quais cabe um novo julgamento quando a condenação foi definida numa vota-ção apertada (com pelo menos quatro votos pela absolvição).O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, iniciou a sessão afirmando que os julgamentos dos embargos serão de forma individu-alizada mas as questões em comum serão analisadas de forma conjunta.O ministro considerou “descabidos” os pedidos de redistribuição dos embargos e afirmou que ele mesmo será o relator.A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a pena do ex-deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ), atual PR, na Ação Penal 470, o processo do men-

salão. Ele foi condenado a seis anos e três meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O julgamento do réu foi retomado após ter sido interrompido pelo bate-boca entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, na semana passada.Bispo Rodrigues foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber R$ 150 mil do esquema. Segundo o MPF, o saque foi feito em uma agência do Banco Rural, em dezembro de 2003. No recurso, o principal argumento utilizado pela defesa é que houve uma falha no cálculo da pena de corrupção passiva. Segundo a defesa, ele foi condenado com base em uma legislação mais rí-gida que trata do crime de corrupção passiva, e o recebimento do dinheiro teria ocorrido na vigência de legisla-ção mais branda.Os ministros discutiram a aplicação da Lei 10.763. A lei entrou em vigor no dia 12 de novembro de 2003, e aumentou a pena para o crime de cor-rupção de um a oito anos para dois a 12 anos de prisão.O julgamento foi retomado com o voto do ministro Ricardo Lewan-

dowski. Ele aceitou o recurso do ex-deputado por entender que o crime de corrupção ocorreu durante a vigência da legislação antiga. “O cri-me de corrupção ocorreu no momen-to em que o embargante prometeu vender seu apoio politico, ainda em 2002”, concluiu.O relator do processo, ministro Joa-quim Barbosa, que votou na sessão anterior, reafirmou que a única prova apresentada pelo Ministério Público comprovou que Rodrigues recebeu o dinheiro em dezembro de 2003, quando a lei mais rígida estava em vigor.

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Conquista

A população prometeu ajudar e garantiu novas passeatas pelas ruas.

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Direito

MUSEU DE ETpresidente Dilma dis-se ter “respeito pelo ET de Varginha”, mas o extraterres-tre que teria apare-

cido na cidade mineira em 1996 anda sem prestígio por lá, a julgar pelo estado de uma obra em ho-menagem ao ilustre “visitante”. O “Museu do ET” teve investi-mento de mais de R$ 1 milhão em recursos federais e é hoje apenas o esqueleto de uma nave espacial en-

ferrujada, cercada por mato e que serve de abrigo para nove cachorros. No local, em meio ao entulho da obra, uma placa avisa: “Aqui tem investimento do governo federal”. Localizado no alto de um morro com vista para a cida-de, o memorial deveria con-tar toda a saga do suposto ET.Em 2007, o Ministério do Turismo repassou ao município R$ 828,7 mil (R$ 1,1 milhão, em valores atuali-zados) para a obra, tocada até 2010.

A gestão anterior, do PT, afirmou não ter a contrapartida de R$ 165,7 mil e paralisou a construção do museu.O governo atual, do PTB, afirmou ter enviado projeto à Caixa Econô-mica Federal para saber quanto mais será preciso para concluir a nave. Pelo convênio original, tudo de-veria estar pronto até dezembro deste ano, mas apenas 40% está concluído. Moradores de Varginha defenderam o culto à lenda do ET, mas condena-ram o desperdício de dinheiro público.

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Governo investe mais de R$ 1 mi e obra é abandonada. Mas a população reage!

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Partido

C e a r á e s t á p a r a aprovar o Dia do PMDB. Projeto de lei do deputado estadual Dannie l Ol ive i ra , sobrinho do senador

Eunício Oliveira, presidente estadual do PMDB, tramita na Assembleia Legislativa para criar o Dia do PMDB no Estado. O projeto deve entrar em votação na próxima semana, após passar pela comissão de legislação. O projeto indica que o Dia do PMDB será comemorado anualmente em 24 de março, Esta é a data da fundação do PMDB em 1966, com o nome de origem de Movimento Democrático Brasileiro (MDB). “A instituição do Dia do PMDB no Estado do

Ceará é o reconhecimento honroso da credibilidade da agremiação conquistada junto aos seus apoiadores na tradicional luta em prol das garantias democráticas e direitos constitucionais dos cearenses”, destaca Danniel Oliveira, na justificativa do projeto.No Ceará, o PMDB tem o vice-governador Domingos Filho; o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena; o presidente da Câmara de Municipal de Fortaleza, vereador Walter Cavalcante; o senador Eunício Oliveira; quatro deputados federais, três deputados estaduais, 21 prefeitos e 253 vereadores. Já teve o então senador Mauro Benevides e o então deputado federal Paes de Andrade assumindo à presidência do Brasil nos anos 1990.

O

Deputado estadual quer criar dia do PMDB no Ceará

Lenin Carballido é o novo chefe do poder Executivo de San Agustín Amatengo, pequeno município de 1,4 mil habitantes. Ele ganhou as eleições após fazer uma campanha com o slogan “Unidos pelo Desen-volvimento”.A polícia diz que famí-lia de Carballido conseguiu atesta-do de óbito em seu nome em 2010. Na ocasião, ele era investigado por um estupro ocorrido em 2004.Os investigadores estão apurando se Carballido forjou o documento.‘Diabetes’- O partido de Carballido, o Partido da Revolução Democrá-tica, de esquerda, agora diz que foi enganado pelo candidato e defen-de que ele não tome posse.”Quan-do ele registrou sua candidatura, apresentou todos os documentos, a certidão de nascimento e um ates-tado negativo de antecedentes cri-minais”, conta o representante do partido, Rey Morales.”Ele enganou o cartório e as autoridades eleito-rais”, disse.Segundo a imprensa lo-cal, no atestado de óbito consta que Carballido morreu de “causas natu-rais” decorrentes de um coma ori-ginado por um quadro de diabetes.

Homem declarado morto vence eleição no México

INÉDITO

Deputados da Comissão de Rela-ções Exteriores cobraram do Estado brasileiro solução definitiva para o problema da imigração ilegal que tem afetado o Acre nos últimos meses. O estado tem sofrido com a leva de estrangeiros - principal-mente haitianos - que chegam ao País sem visto.De dezembro até agora, aproxima-damente 1,7 mil imigrantes irregula-res chegaram ao estado via fronteira com a Bolívia e o Peru. Na semana passada, o governador do Acre, Tião Viana, chegou a decretar estado de emergência social nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia.

Imigração ilegal de haitianos em debate

ACRE

Brasileiro aperta botão errado e aciona alarme de emergência na embaixada dos EUA

MANCADA

O embaixador Thomas Shannon e de-zenas de funcionários da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília passa-ram por um susto. O alarme de emer-gência foi acionado, forçando todas as pessoas que estavam no prédio a deixar suas salas. Até mesmo o em-baixador, seus assessores e secretá-rias tiveram que deixar o gabinete para se juntar aos demais funcioná-

rios rumo aos jardins da Embaixada.Dez minutos depois de o alarme ter sido acionado, uma equipe da segu-rança descobriu o que tinha ocorrido. Um brasileiro, que estava no prédio para pedir visto de entrada para os Es-tados Unidos, puxou a trava do alarme de incêndio do prédio, ao invés de aper-tar um botão que permitiria sua entra-da na sala de entrega de documentos.

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esmo condenados eles recebem normal-mente, até o final do ano este valor vai au-mentar. Condenados no processo do men-

salão, quatro deputados federais conti-nuam em pleno exercício do mandato e a Câmara já gastou ao menos R$ 3,3 milhões com eles em 2013. João Paulo Cunha (PT-SP), José Genoino (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) consumiram R$ 316 mil em verba indenizatória, além do salário mensal de R$ 26,7 mil e R$ 78 mil em verba de gabinete para manter funcionários de livre escolha.O exercício do mandato por políticos condenados tem sido alvo de ques-tionamentos, mas a tendência é que caberá à própria Câmara definir se após a conclusão da análise de recur-sos no STF os colegas poderão ou não continuar na função. No ano passado, o STF definiu que a perda do man-dato seria automática, mas decisões recentes em outros casos sugerem que a Corte deve rever a determinação e deixar a decisão nas mãos dos parla-mentares, como no processo contra

o deputado Natan Donadon (sem partido-RO), preso em 28 de junho e no cargo até hoje.Entre os que alegam a incompatibi-lidade da situação de condenado e legislador o principal argumento é que a função parlamentar pode ser usada como revanche. Três mensaleiros já registraram votos nessa direção. Ge-noino e Cunha estavam lado a lado na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que aprovou mudança na Carta para permitir ao Congresso rever decisões do STF. Genoino fez questão de registrar seu voto favorável mesmo com aprovação simbólica.No caso de Valdemar, sua revanche veio na votação da PEC 37, que pre-tendia limitar o poder de investigação do Ministério Público, mas acabou rejeitada pela Câmara, em junho. Em salários, a Câmara já pagou R$ 855 mil aos quatro. Outros R$ 2,1 milhões foram pagos a seus funcionários. Cunha foi quem mais gastou, R$ 93,4 mil, e faltou em 21 dos 63 dias de sessão ple-nária - apresentou justificativa a metade das faltas. Valdemar gastou R$ 90,1 mil, e Henry, R$ 86,7 mil. Genoino gastou R$ 45,8 mil ressarcidos.

M

Absurdo

Câmara gastou R$ 3,3 mi com mensaleiros em 2013

O Brasil poderá ter um plano nacio-nal de combate à violência contra o jovem negro. Previsto no Plano Plurianual (PPA) 2012/2015, ele poderá ser resultado do trabalho de um grupo interministerial chamado de Sala da Situação, que avaliará as causas e consequências dessa mo-dalidade de violência. O grupo funcionará a partir do ano que vem, sob a coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Políticas para jovens negros

PPA 2012/2015

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 2647/11, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que estabel-ece cobrança diferenciada do valor pago por micro e pequenas empre-sas para utilizar a tecnologia de Certificados Digitais da Infraestru-tura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Pelo texto, o valor cobrado dessas empresas não poderá ser superior a 30% do valor espe-cificado para médias e grandes empresas.

Valor diferenciado

MICRO E PEQUENAS

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 200/11, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), que exige uma confirma-ção de aviso de recebimento do con-sumidor para inclusão do seu nome em lojas e cadastros de inadimplên-cia como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa. A proposta altera o Código de Defesa do Consumi-dor (Lei 8.078/90), que, atualmente, não exige comuni-cado escrito prévio.

Notificação para inclusão

SPC

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Esquema

Tramita na Câmara Projeto de Lei Complementar que destina a arreca-dação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que vai para os municípios (25% do total arrecadado pelos estados) a cidades que apresentarem melhor conservação e melhorias no meio ambiente (10%) e por critérios populacionais (20%). O PLP 82/11, do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), al-tera a Lei Complementar 63/90, que dispõe sobre critérios e prazos de cré-dito das partes da arrecadação de im-postos estaduais para os municípios.

Mudanças no ICMS

REPASSE

A Câmara analisa o Projeto de Lei 2540/11, do deputado Giovani Che-rini (PDT-RS), que concede ao tra-balhador rural o direito de optar por uma contribuição maior para se apo-sentar com benefício superior ao sa-lário mínimo. A medida beneficia-rá os contribuintes individuais que explorem atividade agropecuária e tra-balhadores rurais eventuais, avulsos (...)

Salário diferenciado

TRABALHADOR RURAL

Relator da proposta que regulamentava as profissões de catador de materiais recicláveis e de reciclador de papel, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) lamentou a decisão da presidente Dil-ma Rousseff de vetar integralmente o texto aprovado na Câmara e no Senado.Na justificativa, Dilma afirma que as exigências previstas no tex-to podem representar obstácu-los imediatos à inclusão social.

Projeto vetadopor Dilma

CATADOR DE PAPEL

processo de criação da Rede Sustenta-bilidade, partido idealizado pela ex-ministra Marina

Silva, já consumiu cerca de R$ 800 mil. A estimativa é que essa cifra aumente em torno de 15% até o prazo final para a formaliza-ção da sigla na Justiça Eleitoral, no início de outubro. A Rede, no entanto, não revela quem são os financiadores desse projeto polí-tico.O Estado pediu para ter acesso à lista de doadores e recebeu a seguinte resposta: “São cente-nas de doadores financeiros que contribuíram com os gastos até o momento e milhares de pessoas

que doaram seu tempo, em coleta de assinaturas, em processamento e relação com cartórios”. Empre-sários, intelectuais, profissionais liberais, jornalistas, estudantes e donas de casa estariam entre as pessoas que se dispuseram a ban-car o movimento.Prestar contas nessa etapa de cria-ção do partido não é uma obriga-ção legal. A Rede, no entanto, tem adotado um discurso de transpa-rência e prevê, em seu estatuto, divulgar na internet uma lista de receitas e despesas.Segundo o deputado Walter Feld-man (PSDB-SP), um dos articula-dores da Rede, o grupo já trabalha na elaboração de um sistema para divulgar os gastos online.

O

Rede omite nomes de ‘mecenas’ de Marina Silva

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MINISTÉRIOPÚBLICOServidores Estaduais ganham na justiça para rever seus direitos trabalhistas

Direito

COLLOR Senador Fernando Collor pede

diálogo contra crise de governabilidade

pronunciamento do senador Fernando Collor (PTB-AL) chamou a aten-

ção do Congresso. Ele avaliou ne-gativamente o ambiente político brasileiro e cobrou maior diálogo do Congresso com o Poder Execu-tivo, para responder às demandas da população nas ruas. Ele apontou o esgotamento do sistema de “pre-sidencialismo de coalização”, que considera uma aberração brasileira.

“O caso brasileiro é exemplar. As causas de um possível estado de não-governabilidade estão direta-mente ligadas ao sistema presiden-cial, mas ainda ao modelo de coali-zão baseada numa ampla, mas não tão sólida, base de apoio”, definiu. O parlamentar citou o filósofo italiano Norberto Bobbio (1909-2004), que chamou atenção para a crise derivada da expansão da inter-venção do governo simultaneamen-te à contração de sua autoridade, e

pediu à base de apoio no Congresso que evite uma “crise extrema de ges-tão” e assuma sua responsabilidade de assegurar a boa condução do governo.Collor defendeu a adoção do par-lamentarismo, sublinhando que a eficácia desse sistema é demons-trada pelas mais tradicionais de-mocracias do mundo. Para ele, o parlamentarismo evita a hiper-trofia do Poder Executivo e os excessos burocráticos derivados da centralização das decisões.

O

Em alerta

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primeiro dia de fisca-lização do programa Lixo Zero 110 pessoas foram multadas pelo descarte irregular de

lixo nas ruas do Centro do Rio de Ja-neiro, primeira região da cidade a re-ceber as equipes formadas por guardas municipais, garis e policiais militares. O cidadão que for flagrado jogando lixo nas ruas da cidade está sujeito a pagar multas que variam de R$157 a R$3 mil, de acordo com o tamanho do produto descartado.Por causa de um palito de fósforo jogado na calça-da da Rua Sete de Setembro, esquina com Avenida Rio Branco, Anderson Dias foi multado em R$ 157. “Não te-nho esse hábito de jogar as coisas no chão, fiz sem sentir mesmo. Certas ações precisam acontecer para educar a população na marra. Doeu no bolso e, a partir de agora, vou manter sem-

pre a cidade limpa. O programa é um exemplo”, disse.O programa Lixo Zero tem como objetivo tornar a Lei de Limpeza Urbana 3273/2001 efe-tiva, além de conscientizar a popula-ção da importância de não jogar lixo nas ruas, praias, praças e demais áreas públicas, melhorando a qualidade da limpeza do Rio. Um efetivo de 600 profissionais, composto por agentes de fiscalização da Comlurb, guardas mu-nicipais e policiais militares foram trei-nados para atuar em conjunto e mul-tar quem for flagrado sujando as ruas.O presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, acompanhou o início da apura-ção e disse acreditar que o programa mudará o comportamento do carioca. “Vamos usar o argumento da fiscali-zação e da multa para mudar o hábi-to de jogar lixo na rua. Não temos o menor interesse em arrecadar. Nosso objetivo é mudar o comportamento.

O

Rio de Janeiro

Lixo Zero gera multa em em 110 pessoas no primeiro dia de vigência

A deputada Perpétua Almeida (PC-doB-AC) afirmou que pretende apre-sentar, até o fim de setembro, seu relatório sobre o novo Estatuto do Estrangeiro (Projeto de Lei 5655/09) na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.O anúncio foi feito durante audiência pública na comissão para discutir o tema. Antes desse prazo, o colegiado ainda fará audiências públicas nos es-tados, inclusive em São Paulo, onde há o maior contingente de estrangeiros ilegais, vindos da Bolívia e do Haiti.Perpétua Almeida (foto) defendeu o acolhimento dos imigrantes. “Como vamos acolher? As pessoas que es-tão vindo para cá, atraídas oficial-mente por nós ou não, ou atraídas por empresas ou por oportunidades de trabalho. Temos que definir como elas vão ser acolhidas aqui.”

Estatuto do Estrangeiro

DIREITOS

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou proposta que autoriza a emissão de vistos de turista para estrangeiros pela internet. O texto aprovado também permite que o governo brasileiro acabe com a necessidade de concessão de visto para visita ao Brasil se o país de origem do visitante também garantir o mesmo benefício aos brasileiros.O texto aprovado é um substitutivo ao Projeto de Lei 3059/08, do deputado Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE), além de aos outros três apensados (PLs 178/07, 4010/08 e 4652/09)

Visto ao Brasil pela internet

APROVADO

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Dilma supera Lula nas despesas com propaganda: juntos, gastaram R$ 16 bi

s gastos com propaganda do governo federal nos dois primeiros anos da gestão de Dilma Rousseff, incluindo

estatais, é 23% maior, na média, do que nos oito anos de mandato de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente também vem gastando mais – cerca de 15% -, na média, na comparação com o segundo mandato de Lula. Ao todo, em dez anos de governo petista

foram desembolsados, incluindo todos os órgãos da administração, cerca de R$ 16 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, segundo levantamento inédito do Estado. A quantia é quase igual aos R$ 15,8 bilhões que o governo pretende investir no programa Mais Médicos até 2014. Com o valor também seria possível fazer quase duas obras de transposição do Rio São Francisco, atualmente orçada em R$ 8,2 bilhões. Em mobilidade urbana, seria possível

construir entre 25 km e 30 km de metrô em São Paulo – um terço da atual malha – ou então colocar de pé, na capital paulista, cinco monotrilhos iguais ao que ligará o Jabaquara ao Morumbi, na zona sul, passando pelo aeroporto de Congonhas. O dinheiro gasto pelo governo com publicidade poderia também manter congelada em R$ 3 a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo durante 50 anos.Ainda para efeito de comparação, o valor é duas vezes superior aos recursos do Programa de Aceleração

O

Nos oito anos de Lula, o governo desembolsou R$ 11,52 bilhões, média de R$ 1,44 bilhão. No primeiro mandato, a média foi de R$ 1,32 bilhão. No segundo, de R$ 1,55 bilhão – sempre lembrando que se trata de valores atualizados pela inflação.

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Dilma supera Lula nas despesas com propaganda: juntos, gastaram R$ 16 bi

do Crescimento (PAC) que Dilma anunciou para a capital paulista há dez dias, e que servirá para construir 127 km de corredores de ônibus, recuperar os mananciais das represas Billings e Guarapiranga, drenar vários córregos da capital e construir moradias para 20 mil famílias.Os dados sobre os gastos com publicidade foram solicitados, via Lei de Acesso à Informação, a cada um dos órgãos que a Secretaria de Comunicação Social (Secom)

informou ter assinado algum contrato publicitário desde 2003. Os dados foram computados com base na resposta fornecida por eles – o governo federal afirmou que não dispõe dessas informações de maneira centralizada.Ao comentar os resultados do levantamento, o governo ressaltou que as despesas da administração direta – ministérios e Presidência – têm o objetivo de “levar à população, em todo o território nacional, informações de utilidade pública para assegurar seu

acesso aos serviços a que tem direito e prestar contas sobre a utilização dos recursos orçamentários”.No caso dos gastos da administração indireta, como as estatais, o governo argumentou que se trata de empresas que, apesar de públicas, concorrem no mercado, portanto precisam ter a imagem bem trabalhada. Atualmente Dilma enfrenta problemas de popularidade, que já bateu recordes, mas depois das manifestações de junho, enfrentou uma forte queda.

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Transparência zero

Responsável por fiscalizar instituições públicas e privadas, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) não tem

feito o dever de casa no que diz respeito à transparência dos seus gastos. A falta de zelo com as informações disponíveis ao cidadão só não é maior do que as despesas milionárias com viagens. Os custos chegavam a R$ 5,1 milhões nos sete primeiros meses deste ano. Quando o órgão soube da divulgação na mídia foram revistos, e o valor caiu para R$ 3 milhões.Em 24 horas, os números foram alterados no site pelo menos quatro vezes. A assessoria do órgão diz que houve um erro de digitação.Segundo os dados que apareciam até as 14h na página on line do órgão no último dia 6, entre janeiro e julho foram gastos R$ 2,6 milhões com diárias de servidores, promotores e procuradores. Outros R$ 2,5 milhões teriam sido investidos na compra de bilhetes aéreos. Os valores são significativamente superiores aos registrados em 2012, quando as despesas com diárias ficaram em R$ 2,2 milhões, e as com passagens, em R$ 171 mil, 856% a menos, segundo

informações daquele dia.Depois de ser questionada sobre a evolução dos números, a promotoria alterou os lançamentos no seu portal alegando uma falha de digitação. “A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) identificou erro no processamento da informação, gerando valor incorreto em relação aos gastos com passagens aéreas”, informou o MPMG.No fim da tarde do último dia 6, o valor de R$ 2,5 milhões caiu gradativamente para R$ 303 mil, R$ 274 mil e chegou a R$ 292 mil. Depois das quatro alterações, o órgão apresentou os números que seriam os corretos, extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).Segundo o relatório, neste ano foram pagos R$ 2,7 milhões com diárias e R$ 296 mil com passagens, perfazendo um total de R$ 2,9 milhões, entre janeiro e julho. Ainda segundo a nova versão do órgão, os custos com diárias foram de R$ 2,7 milhões e de R$ 266 mil com bilhetes, de janeiro a julho de 2012.M a s o s d a d o s e n v i a d o s n ã o correspondem aos registrados no portal ontem, mesmo depois das várias mudanças. Os custos com passagens, segundo o portal, eram de R$ 292 mil e o de diárias de R$ 2,6 milhões.

O

Ministério Público altera dados de passagens e diárias no site

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou há pouco o Projeto de Lei 4319/08, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que estabelece prazo mínimo de 12 meses de funcionamento an-tes que uma empresa possa começar a vender franquias de seu negócio. A atual legislação sobre franquias (Lei 8.955/94) não estabelece prazo. De acordo com a lei, a franquia empresarial (franchising) é o siste-ma pelo qual uma empresa cede o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição de produtos ou serviços. O relator, deputado Paulo Maluf (PP-SP), de-fendeu a aprovação do prazo míni-mo. “A importância deste projeto de lei é garantir que a empresa que faz a franchising tenha o mínimo de tradição no mercado, para que haja uma segurança jurídica e operacio-nal do franqueador”, disse o relator. Como a proposta tramita de forma conclusiva e já havia sido aprovada pela Comissão de Desenvolvim-ento Econômico, Indústria e Co-mércio, ela segue para o Senado.

Aprovado o prazo mínimo de 12 meses para a venda

FRANQUIA

Quatro comissões da Câmara reali-zaram uma audiência pública para debater a atuação de empresas de marketing multinível no país. Esse tipo de empresa tem ganhos a partir da venda de produtos e também do re-crutamento de novos vendedores. Mas duas das maiores, Telexfree e BBom, estão com as atividades bloqueadas pela Justiça. O Ministério Público e o Ministério da Fazenda suspeitam que elas atuem em esquema de pirâmide financeira, o que é proibido por lei.

Em debate a atuação de empresas de marketing e multinível

Câmara Federal

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Só entre nós

Deputado quer reduzir ICMS sobre remédios

O campeão de impostos!

O presidente da Frente Parlamentar para a Desoneração dos Medicamentos, deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), disse que a frente vai pedir aos governos es tadua i s a r edução do Impos to sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre medicamentos. O depu t ado cons ide r a s e r ma i s e f icaz d ia logar d i re tamente com os estados, já que a aprovação de projetos de desoneração no Congresso

N a c i o n a l p o d e d e m o r a r m u i t o .“O ICMS, na média, é de 17% em quase todos os estados. No estado de São Paulo e nos estados do Sudeste, é de 18%. Estamos conversando em São Paulo com o secretário da Fazenda e também iniciamos conversações com o governador Geraldo Alckmin. Essa ação por pa r te dos nossos parlamentares, em todos os estados, vai ser muito importante”, disse Ihoshi.

O nome dele é Walter Ihoshi, do PSD-SP e criou polêmica com a discussão sobre a diminuição do Imposto

O diretor de Acesso da Associação da Indústria Farmacêutica de Pes-quisa (Interfarma), Pedro Bernardo, destacou que o Brasil é campeão de impostos sobre medicamen-tos, se comparado com o resto do mundo. Ele afirmou que países como Estados Unidos, Canadá e México, por exemplo, não cobram nenhum tributo sobre os remédios.Pedro Bernardo também criti-cou o atraso do governo federal na desoneração de PIS e Cofins para alguns remédios. Segundo ele, o governo demora muito para definir quais medicamentos vão ser beneficiados com a redução dos 12% referentes a esses tributos.

REMÉDIOS

AÇÃO CIVIL

Samsung é processada em R$ 250 milhões por condições de trabalho em ManausO Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma Ação Civil Pública contra a gigante do setor de eletrônicos Samsung por alegações de más condições de trabalho na fábrica da empresa na Zona Franca de Manaus.Por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região, o MPT cobra da multinacional sul-coreana indenização de R$ 250 milhões por danos morais coletivos. Segundo a ação, ajuizada na última sexta-feira, e tornada pública pela

ONG Repórter Brasil, a inspeção na fábrica identificou “graves” infrações trabalhistas na fábrica, que emprega cerca de 6 mil empregados e abastece toda a América Latina.Entre as irregularidades alegadas pelo MPT estão submissão de trabalhadores a jornadas exaustivas (de até 15 horas diárias); ritmo de trabalho incompatível com a saúde dos funcionários; insuficiência de pausas de recuperação de fadiga; exigência reiterada de horas extras habituais; não-concessão do repouso semanal remunerado; trabalho em dias de

feriados nacionais e religiosos e falta de planejamento do posto de trabalho para posição sentada, entre outros.Questionada pela BBC Brasil, a Samsung disse que realizará “uma análise do processo” e cooperará “plenamente com as autoridades brasileiras” assim que for notificada.“Es tamos compromet idos em oferecer aos nossos colaboradores ao redor do mundo um ambiente de trabalho que assegura os mais altos padrões da indústria em relação à segurança, saúde e bem-estar”, disse a empresa em comunicado.

Samsung é processada em R$ 250 milhões por condições de trabalho em Manaus

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Direito

MULHER Parlamentares cobram reforma política

para ampliar participação feminina

s parlamentares de-fenderam a reforma política para garantir maior valorização da

mulher na sociedade. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Al-ves, reconheceu que a participação das mulheres no poder ainda é baixa e disse que essa luta deve continuar. Segundo o presidente do Senado, Re-nan Calheiros, nada justifica a baixa representatividade de mulheres no

parlamento. Ele afirmou que Graz-ziotin será a responsável pela recém--criada Procuradoria Especial da Mu-lher para encaminhar denúncias aos órgãos competentes e acompanhar políticas de gênero. Foi lançada a Procuradoria da Mulher no Senado.Segundo a coordenadora da ban-cada feminina na Câmara, deputa-da Janete Rocha Pietá (PT-SP), a reforma política é a principal rei-vindicação do colegiado. “Sem fi-

nanciamento público de campanha, sem lista fechada e paridade [entre candidatos homens e mulheres], esse parlamento vai continuar sen-do masculino e branco e não colo-cará como prioridade as políticas públicas que defendemos”, afirmou.A senadora Vanessa Grazziotin (PC-doB-AM), uma das autora do requeri-mento e nova procuradora da Mulher no Senado, propôs coletar assinatu-ras para aprovar a reforma política.

O

Reforma

Marisa Serrano. Senadora, mulher, psdb

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Direito

Gabinete do premiê britânico estava ‘a par’ de brasileiro detido

abinete do premiê bri-tânico estava ‘a par’ de brasileiro detidoUm porta-voz do gabinete do primei-ro-ministro britâni-

co, David Cameron, afirmou que o gabinete estava “a par” da decisão de deter o brasileiro David Miran-da, companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que revelou o esquema de espionagem eletrônica do gover-no americano. Miranda foi detido e interrogado no último domingo no aeroporto internacional de Londres (Heathrow) pela Scotland Yard, a polícia metropolitana. Ele voltava

de uma viagem de Berlim e fazia uma escala de duas horas na capi-tal britânica.O mesmo porta-voz do gabinete do premiê, entretanto, não confirmou se Cameron foi ele pró-prio informado sobre a operação. O brasileiro afirmou que vai entrar com um processo contra o governo do Reino Unido para impedir que a polícia examine os dados de seu laptop e equipamentos eletrônicos que foram confiscados. O repórter de Assuntos Domésticos da BBC, Danny Shaw, disse que o processo tem o apoio moral do jornal britâni-co The Guardian. Para a ministra do Interior, Theresa May, que afirmou

ter sido informado sobre a deten-ção de Miranda, a atitude da polícia foi correta. Mais cedo, o Ministério do Interior da Grã-Bretanha já ha-via defendido a ação. Na ocasião, um porta-voz do órgão disse que a polícia tem “obrigação de prote-ger as pessoas e a segurança nacio-nal”, e que aqueles que se opõem a isso precisam “refletir sobre o que estão consentindo”. “Se a polícia acredita que um indivíduo está em posse de dados roubados altamente sensíveis que possam ajudar o ter-rorismo, então ela precisa agir, e a lei fornece uma estrutura legal para ela fazer isso”, disse o porta-voz.

G

Polêmica

David Miranda ficou preso por quase nove horas no aeroporto de Heathrow,

Episódio ‘incomum’

David Miranda ficou preso por quase nove horas no domingo no aeroporto de Heathrow, em Londres. Durante este tempo, ele foi questionado com base na lei antiterror do país, que permite parar qualquer pessoa em trânsito pela Grã-Bretanha. O brasileiro voltava de Ber-lim, onde esteve com a cineasta americana Laura Poitras, que trabalha com seu companheiro, Glenn Greenwald, nas investi-gações do material vazado por Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segu-rança americana (NSA, sigla em inglês).Greenwald, que tra-balha para o diário britânico The Guardian, confirmou que seu companheiro teve a viagem para Berlim paga pelo jornal. O objetivo da viagem teria sido levar informações e receber doc-umentos a respeito do trabalho que o jornalista e a cineasta fazem.

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Projeto de Decreto Legislativo 497/11, do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que determina a

realização de plebiscito para a escolha do sistema eleitoral que será adotado nas eleições de deputados federais, estaduais e vereadores. A população também deverá definir o tipo de financiamento utilizado nessas eleições, se público, privado ou misto. “O plebiscito é o meio legítimo para aferir o sistema pelo qual o povo quer escolher seus represent-antes”, argumentou o deputado.

De acordo com a proposta, o plebiscito será realizado junta-mente com as eleições de 2012 e as opções apresentadas de sistema eleitoral são as seguintes: proporcional, misto, distrital, distrital misto e distritão (majori-tário). Os modelos serão divulgados em horário eleitoral específico de 30 minutos diários, a ser regula-mentado pelo Tribunal Superior Eleitoral, no qual os partidos políticos ou frentes partidárias expressarão os argumentos sobre a opção de sua preferência.Financiamento- Em relação ao financiamento, o projeto deter-

mina que o eleitor votará, em pri-meiro lugar, na opção público ou privado e, em seguida, definirá, se for o caso, pelo financiamento público exclusivo ou misto.Caso o financiamento público seja escolhido pela maioria, uma lei definirá, até o mês de junho do ano que antecede à eleição, o total de recursos disponíveis para custear a campanha.

TramitaçãoO projeto será analisado pelas comissões de Finanças e Tribu-tação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir ao Plenário.

Financiamento

Plebiscito para escolha do sistema eleitoralO

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Dedo Duro

Brasileiros fora do país vão votar

EM VOTAÇÃO

Está em análise na Câma-ra o Projeto de Resolução 88/11, do deputado Ma-noel Junior (PMDB-PB), que cria o prêmio Lixo Criativo para cidadãos e entidades da sociedade civil que apresentarem projetos inovadores de reciclagem e de trata-mento ou redução de ge-ração de resíduos sólidos.

Prêmio para o lixo criativo movimenta Congresso

RECICLAGEM

Começou no dia 20 de janeiro o XXIII Congresso Brasileiro dos Magistrados da Infância e Juventude, em Bras í l ia , no Naoum Plaza Hotel. O evento discutiu temas ligados à infância, abrangendo situações enfrentadas pela magistratura no trabalho diário.

Congresso dos Magistrados

Novo instrumento legal para proteger o cidadão de calúnias

Uma das matérias que aguardam votação no Plenário do Senado é a PEC 5/05, proposta de emenda à Constituição que permite aos brasileiros residentes no exterior votar e eleger seus representantes na Câmara dos Deputados. Autor da proposta, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) cita a estimativa de que há três milhões de brasileiros morando fora do país. Os eleitos, nesse caso, seriam representantes exclusivos dessas pessoas, escolhidos por votação majoritária.

Projeto cria novo instrumento legal para proteger o cidadão de calúniasProjeto em tramitação na Câmara institui a ação de legalidade de conduta e de inexistência de desrespeito à lei – uma espécie de atestado de boa cidadania. De autoria do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), o Projeto de Lei 2306/11 prevê que esse novo tipo de ação judicial poderá ser proposto por qualquer pessoa, física ou jurídica, sobre a qual pese indício ou suspeita de violação da lei, ou sobre a qual autoridade pública ou qualquer outra pessoa tenha feito questionamento ou levantado dúvida sobre a licitude da sua conduta. De acordo com a proposta, serão réus na ação todas as pessoas jurídicas e órgãos de direito público que tenham por atribuição apurar, perseguir e reprimir a conduta ou o fato alegadamente ilícito.

O grupo hacker Anonymous afirmou por meio de seus perfis no Twitter que derrubou sites brasileiros com domínio ‘df.gov.br’ - do governo do Distrito Federal.

Hacker derruba sites

DOMÍNIO

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável rejeitou o Projeto de Lei 542/11, do deputado Weliton Prado (PT-MG), que trata de objetivos e diretrizes para a política de apoio aos projetos que gerem créditos de carbono. Para receber esses incentivos, o s p r o j e t o s d e v e m s e r considerados como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Rejeitado Projeto

CRÉDITOS DE CARBONO

INFÂNCIA E JUVENTUDE

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Economia

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) vai levar a experiência do

Brasil em alimentação escolar para países da América Latina e África. A intenção é que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sirva de base para que os países aprimorem os próprios programas de oferta de merenda. “O objetivo é fortalecer o programa de alimentação escolar que já existe nos países. Não queremos iniciar programa nenhum. Queremos fortalecer os programas a partir da realidade deles. Levamos os desafios e oportunidades que já conhecemos no Brasil, tudo dentro do respeito e da soberania de cada país”, explica a coordenadora do projeto Fortalecimento dos Programas de Alimentação Escolar da FAO Brasil, Najila Veloso.

Segundo Najila, o foco na alimentação escolar é fundamental pois a escola é estratégica para a discussão da segurança alimentar e nutricional das pessoas. A cooperação foi uma iniciativa brasileira e teve início em 2009 com cinco países da América Latina. Atualmente, 11 países fazem parte do projeto que atende a mais de 19 milhões de pessoas.Um acordo firmado na semana passada incluiu a África no programa com expectativa de investimento de quase US$ 2 milhões. A América Latina recebeu no ano passado US$ 4 milhões para o desenvolvimento do projeto.Como parte do programa, a FAO elaborou um estudo que foi apresentado esta semana para os gestores e sociedade civil dos países latino-americanos. Os países foram analisados com base em 16 diretrizes consideradas essenciais.

A

Bom exemplo ONU leva experiência brasileira com merenda escolar para América Latina

A presidenta da República, Dilma Rousseff, assinou simbolicamen-te o milionésimo contrato firma-do entre estudantes e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) desde 2010. O programa oferece cobertura de até 100% do valor da mensalidade de universidades par-ticulares, e pode ser pago após o aluno concluir o ensino superior.“Aquela frustração de muitas pessoas que era cursar uma universidade, essa frustração está sendo superada. As pessoas estão conseguindo, com isso, uma situação melhor no mercado de trabalho. Mas não é só no emprego, é a realização quando olhamos para as nossas vidas”, disse a presidenta no evento de assinatura, em São Paulo.

Dilma assina o milionésimo contrato do Fies

COMPROMISSO

Todas as famílias inscritas no Ca-dastro Único do governo federal vão poder pedir a inclusão no Acesso Individual Classe Especial (Aice), modalidade de telefonia fixa desti-nada à população de baixa renda. A Agência Nacional de Telecomuni-cações (Anatel) decidiu antecipar a última etapa do cronograma de im-plantação do Aice, que estava pre-vista para junho do ano que vem.A decisão foi publicada no Diá-rio Oficial da União. O telefone popular já está disponível desde junho de 2012 para famílias com renda de até um salário mínimo e agora quem ganha até três salá-rios mínimos pode se beneficiar.

Telefone popular para quem ganha três salários mínimos

Cadastro Único

Page 45: Revista Poder - Edição de Setembro

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