revista sino - setembro/2012

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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio N°4 | setembro | 2012 Ponto de encontro “Campão” recebe peladas e campeonatos de antigos alunos e é responsável por manter amizades de mais de 30 anos

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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio, edição de setembro de 2012

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Revista dos antigos alunos do Santo InácioN

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Ponto de encontro

“Campão” recebe peladas e campeonatos de antigos alunos e é responsável por manter amizades de mais de 30 anos

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E se tudopudesse ser mais?

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N°4 | setembro | 2012

Grupos de antigos alunos mantêm encontros periódicos, sempre em torno do campão do colégio, que abriga suas peladaspágina 6

Jesuítas no Brasil fazem pioneiro estudo de branding e apresentam sua nova logomarca e portalpágina 10

Pai de antigas alunas passa três meses em Londres para acompanhar prepação olímpica e conta o que viu em artigopágina 14

Antigos alunos ouviram a convocação e enviaram fotos antigas para a SINO. Turma de 1963 inaugura quadropágina 18

Professores mais antigos em atividade no CSI, Miguel Jorge e Thales do Couto, falam sobre as mudanças que presenciarampágina 20

Conselho Editorial Pe. Luiz Antonio de Araújo Monnerat, SJ; Vera

Porto; Izabela Fischer; Olga de Moura Mello e Maria José Bezerra

Jornalista Responsável Pedro Motta Lima (JP21570RJ)

([email protected])

Projeto Gráfico Ana Mansur ([email protected])

Diagramação Daniel Tiriba ([email protected])

Revisão André Motta Lima

Contato Publicitário 21 2421 0123

Produção ML+ (Motta Lima Produções e Comunicação)

Tiragem 5 mil exemplares

Gráfica Walprint

Fale Conosco [email protected]

www.revistasino.com.br

Fale com professores e alunos do Colégio Santo Inácio, seus familiares e mais de 2 mil antigos

alunos que recebem a revista em casa, pelo correio

Anuncie na Sino (21) 2421-0123

Revista dos antigos alunos do Santo Inácio

Índice

E se tudopudesse ser mais?

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Nesta quarta edição da revista SINO fomos beber na fonte e tivemos o colégio como principal referência. A única matéria em que o CSI não é tema principal foi de autoria do jornalista Roberto Falcão, pai de antigas alunas, com vasta experiência na área de esportes e que resolveu passar três meses em Londres para acompanhar de perto os preparativos e os Jogos Olímpicos. Convidado pela SINO, ele conta para nós um pouco do que viu por lá. Desta forma, poderemos acompanhar os preparativos para a Rio 2016 com outro olhar.

A reportagem de capa é sobre os grupos e ex-alunos que se reúnem em volta do “campão” para jogar futebol e, consequentemente, manter as amizades colegiais. São peladas e campeonatos – muito bem organizados, vocês vão ver -, que mantêm a chama inaciana entre recém-formados e veteranos. Por sinal, a maioria destes “atletas” teve aulas aulas com os professores de matemática Miguel Jorge e Thales do Couto, os mais antigos em atividade na escola. Conversamos com eles, que falaram um pouco sobre os 36 anos de Santo Inácio e as mudanças que presenciaram, principalmente a tecnológica - para o bem e para o mal.

A campanha de envio de fotos antigas mobilizou antigos alunos, que nos enviaram alguns registros. Destaque para a turma de 1963, que esteve no colégio inaugurando um novo quadro de formatura - que já está disposto no segundo andar do prédio principal da escola. Mostramos também a nova logo e o portal dos Jesuítas no Brasil, que resolveram se reposicionar após uma inovadora pesquisa de mercado. Divirtam-se e continuem enviando fotos e sugestões.

O colégio como fonte inspiradora Compartilhe

conosco suas memórias inacianas

Quais professores marcaram sua vida? Quais colegas de turma se tornaram grandes amigos?

Com quem você perdeu contato e gostaria de reencontrar?

Envie fotografias antigas e recentes, conte as histórias de época de colégio e diga como está sua vida agora.

Você também pode comentar as notícias da Revista Sino e sugerir pautas para as próximas edições, além de

enviar artigos sobre temas de seu interesse.

O material enviado poderá ser publicado nesta revista e em nossa página no Facebook.

Saudações inacianas!

[email protected]

facebook.com/RevistaSino

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Pensando no HaitiO Colégio Santo Inácio entrou de cabeça na campanha “Inacianos

pelo Haiti”. Depois de ser apresentado ao projeto pelo casal de

estudantes jesuítas chilenos, que está viajando pela América do Sul

divulgando o projeto da Federação Latino-Americana dos Colégios

Jesuítas (Flacsi), é a hora de arrecadar. Durante o mês de setembro

e parte de outubro, os professores de Ensino Religioso, Geografia,

História e Sociologia trabalharam com os alunos temas relacionados

ao Haiti, o país mais pobre das américas e que ainda sofre as

consequências de um grande terremoto, ocorrido em 2010.

Durante o período, os alunos e seus famíliariares foram

estimulados a fazer doações para a campanha, através do site

www.ignacianosporhaiti.org , usando seus cartões de crédito, ou

nas urnas que ficaram espalhadas pelas salas e coordenações. Além

das aulas, foram distribuídos folhetos e organizou-se uma premiação

para a série que conseguir arrecadar mais. O colégio ainda decidiu

que dobrará o valor arrecadado pelos alunos para a construção de

escolas de educação básica infantil e a criação de estruturas definitivas

para a manutenção dos colégios. Independentemente da campanha

organizada pelo colégio, as doações poderão ser feitas até 2014. O

objetivo da Flacsi para este ano é arrecadar US$ 300 mil e mais US$ 100

mil durante 2013. Todos os colégios da América do Sul e 14 escolas

norte-americanas estão participando da “Inacianos pelo Haiti”. O

próximo número da SINO trará o balanço da arrecadação.

Reprodução

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Quase todos os meninos que

passaram pelas carteiras

do Santo Inácio já ralaram

o joelho jogando bola no

campo soçaite do colégio, o popular

campão. Além de alegrar o recreio

de muita gente, o velho retângulo de

areia batida tem uma função das mais

nobres: manter juntas pessoas que já

se formaram e deixarem de ter a obri-

gação de estar na escola e encontrar

os amigos. É ali que se reúnem vários

antigos alunos para continuarem se di-

vertindo, como se ainda estivessem es-

tudando. As peladas reúnem de recém

formados a senhores que deixaram o

colégio há mais de 30 anos. “Não te-

nho dúvidas que só conseguimos man-

ter a integração e o convívio constante

entre os colegas de colégio por conta

do futebol. E jogar no Santo Inácio é

diferente, é mais bacana. Mantemos

contato com os funcionários do colé-

gio e nos sentimos ainda integrados à

escola”, conta Ony Coutinho Júnior,

formado em 1980 e que joga no cam-

pão desde 1986 com seu grupo, o

“Perdidos na terça-feira”.

A história dos grupos que usam as

dependências da escola para suas pe-

ladas periódicas (a maioria quinzenal)

tem alguns pontos em comum, sendo

a organização e os grandes encontros

anuais os mais relevantes. O sistema

montado pelos antigos alunos é de

dar inveja a muito clube profissional de

futebol - guardadas as proporções, é

claro. Todo grupo tem uma pessoa res-

ponsável pelo contato com o colégio,

Amizade em campo

Colégio abre as portas para futebol de antigos alunos, que mantêm relações através do esporte

Time de futebol da turma formada em 1967, comemorando 30 anos de formados em 8/12/1997

Fotos: Acervos pessoais

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que seria uma espécie de “presidente”

da pelada. Alguns, como o pessoal da

“Pelada do Trigo”, que joga às segun-

das, têm até diretor financeiro. “Sou

responsável pelas cobranças para pa-

garmos o aluguel do espaço, o juiz, as

bolas e o uniforme. Há uma mensali-

dade”, explica Marcos Basbaum (81),

que, além das obrigações do cargo,

ainda é o responsável pela estatística

e a crônica da partida. “Faço os textos

desde 2000. Falo mau de todos e to-

dos de mim”, diverte-se. O nome do

grupo é uma homenagem ao antigo

aluno Ricardo Trigo (82), o fundador

da pelada. “Temos um núcleo duro,

composto por oito pessoas, mas o ga-

lera traz amigos de outros anos que

são muito bem vindos”, explica o dire-

tor financeiro, que é biólogo.

Os peladeiros da quinta-feira talvez

não sejam tão organizados quanto os

que ocupam os horários nos dois pri-

meiros dias da semana, mas têm um

diferencial que atende pelo nome de

Camilo Pereira Carneiro Neto. Formado

em 1967 e com 62 anos é um veterano

do campão. “Estou entre os mais ve-

lhos mesmo. Acho que mais antigo que

eu só o Zezinho”, diverte-se Camilo,

que rala o joelho no velho campo des-

de 1960, quando entrou no colégio.

“O campão é o ponto central do co-

légio. Era o nosso maracanã. O sonho

da garotada era disputar uma final ali,

com arquibancadas cheias. E até hoje

há esta ligação com o campo, pois exis-

tem lugares com infraestruturas melho-

res para se jogar, mas tenho convicção

de que, para muitos, o diferencial é

estar dentro do colégio”, diz ele, que

continua jogando três vezes por sema-

na. “Eu sou fominha”, reconhece.

O grupo de Ony, o “Perdidos na

terça-feira”, já foi até contempla-

do com uma das edições da coluna

“A pelada como ela é”, do jornalista

Sérgio Pugliese, que é publicada aos

sábados no caderno de esportes do

jornal O Globo. (http://www.youtube.

com/watch?v=XoBMXmag2N8 vídeo

gravado para a coluna, com direito

a participação do inspetor Nelson de

Oliveira, responsável pelo controle dos

materiais esportivos da escola, e link

para a coluna http://oglobo.globo.

com/blogs/pelada/posts/2010/09/28/

perdidos-na-terca-327945.asp). O

nome dado pelos participantes já dei-

xa claro o dia da pelada, mas a his-

tória não cabe apenas em um título.

Desde 1986 no colégio, os encontros

começaram no clube Caiçaras. “Entre

os nosos colegas havia alguns sócios e

conseguíamos colocar os outros par-

ticipantes para dentro do clube. Mas

houve uma mudança na direção de lá

e ficamos sem campo. Recorremos ao

Santo Inácio e o único horário disponí-

vel era na noite de terça. Desde então

estamos lá”, conta Ony.

Nestes 26 anos de “campão” o

grupo foi agregando antigos alunos

Os “Amigos do Trigo” foram os vencedores do torneio organizado pelo inspetor do colégio Ducler Pinheiro, no mês de agosto deste ano

A turma de 1985, que participou do torneio, não joga semanalmente, mas faz partidas mensais contra antigos-alunos de outros anos

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de diferentes anos. “Temos também

pais e filhos jogando. A renovação é

importante, pois temos que ter ao

menos 18 pessoas para podermos

jogar e o pessoal vai ficando mais

velho, tem problemas físicos...”, diz

Ony, que conta haver uma multa

para quem falta. “Para não estragar

a brincadeira”.

Uma brincadeira séria, pois a pela-

da, além da multa, tem juiz e goleiros

contratados e uniformes, com direito

a gasto com roupeiro. “Além disso, há

regras inflexíveis, como não fazer falta

ou chegar muito duro para disputar a

bola. Não queremos ninguém se ma-

chucando. Faltas só as inevitáveis”,

conta Ony.

No alto de sua experiência como

peladeiro, Camilo garante que não é

fácil manter vivo o encontro. “As pes-

soas faltam, vão ficando mais velhas,

viajam... O segredo é a renovação

mesmo. Eu tive o prazer de poder jo-

gar com meus filhos, que também são

antigos alunos. E isto não tem preço.

Eles sempre ajudaram a completar os

times, antes mesmo de se formarem.

Hoje em dia estou passando o bastão,

mas ainda sou eu quem leva o material

e cobra o dinheiro do pessoal”, conta

Camilo, que chegou a organizar um

torneio de antigos alunos em meados

da década de 90. “Por conta das pela-

das, fui conhecendo os outros grupos,

do Trigo, do Ony. O pessoal é ótimo e

só fiz estes contatos por conta do fute-

bol”, reconhece.

Os encontros pós-jogo também

são frenquentes, sejam eles em bares

ou restaurantes. É o momento de fa-

zer a “resenha” do jogo, rir e, porque

não, reclamar. Por conta do horário e

por ser durante a semana, o quórum

é mais reduzido nas resenhas pós-

-jogo, mas nos encontros anuais não

falta gente, pois além dos jogadores

vão as famílias. “Os encontros aconte-

cem uma ou duas vezes por ano. Em

julho fizemos um na escola mesmo.

O pessoal vem com esposas, crianças,

jogamos bola com a garotada...”, con-

ta Basbaum. O pessoal da terça-feira

também separa um dia no ano para

comemorar o aniversário da pelada,

21 de outubro. “Organizamos uma

grande confraternização, com direito a

camisa especial e presença da família”,

diz Ony. Por sinal, a relação entre os

amigos é muito próxima da familiar.

“Todos nos ajudamos, seja no campo

pessoal ou profissional. E isso só existe

por conta do nosso futebol”, garante

Ony. Vida longa às peladas.

Torneio

Em agosto foi realizado um tor-

neio entre times formados por antigos

alunos, vencido pelo time de 1982.

Organizado pelo inspetor do colégio

Ducler Pinheiro, a “Copa CSI de Anti-

gos Alunos” existe desde o ano passa-

do - já existiram outros torneios, mas

não foram continuados. Nas duas edi-

ções, a disputa reuniu quatro times.

“Mas ano que vem, provavelmente

teremos seis equipes”, acredita Pi-

nheiro, que organiza, há sete anos, o

torneio de funcionários e professores

da escola. “Também reunimos o pes-

soal do colégio Anchieta, de Friburgo,

e um time do curso noturno. Quando

começamos a chamar os antigos alu-

nos surgiu a ideia de um campeonato

separado, pois mais de um time estava

querendo participar da ‘Taça Inácio de

Loyola’”, conta o organizador. Sendo

assim, foi criada uma competição, cujo

vencedor, além de troféu e medalhas,

garante vaga no outro torneio.

A eficácia do futebol como ati-

vidade agregadora entre os antigos

alunos é tão grande que Pinheiro já

organizou um torneio para “atletas”

sub-30. “Neste segundo semestre va-

mos vamos um campeonato com as

turmas de 2007, 2008, 2009 e 2010.

O pessoal da pela “Perdidos na terça-feira” realiza encontros anuais no próprio colégio, com direito a confecção de camisa e participação das famílias

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Quase todos os antigos alunos

que ainda batem uma bolinha no

campo do colégio, ou já passaram

por ali, conhecem José Carlos de

Souza, de 56 anos. Ou simples-

mente Macumba, como é conheci-

do pelos peladeiros. “Sou católico,

mas quando era garoto fui comprar

umas velas para minha mãe e co-

meçaram a implicar comigo dizen-

do que eu iria fazer macumba. Eu

não gostei e reclamei. Aí já viu...

todo mundo passou a me chamar

assim e não teve mais jeito. Agora

já estou habituado”, diverte-se. “O

pessoal sempre me pergunta de

onde veio o apelido”.

O sempre risonho José Carlos se

transforma num sujeito sério quan-

do veste seu uniforme de árbitro.

“Somos todos amigos e o pessoal

me respeita, mas volta e meia tem

um arranca rabo e tenho que ex-

pulsar alguém. Mas acabou o jogo

todo mundo é amigo”, conta. E

já se foram 17 anos arbitrando as

partidas no colégio. “Quem me

chamou pela primeira vez foi o pes-

soal da pelada do Trigo. Havia um

senhor que apitava para eles, mas

que já estava ficando mais velho.

Aí me indicaram, pois eu trabalha-

va para um pessoal que jogava na

associação de funcionários do Ban-

co Central. Outro que me deu uma

força foi o Oliveira, que cuidou do

departamento de es-

portes enquanto o

Nelson se licenciou

para tratamento

médico”, lembra.

José Carlos

chegou a fre-

quentar as aulas

de curso de árbitro,

mas após um problema

de artrose no joelho viu que não po-

deria trabalhar em jogos de profis-

sionais, pois não teria arranque para

acompanhar as jogadas. “Fui traba-

lhar, então, com futebol de salão,

que era mais tranquilo. E também

comecei a apitar umas peladas para

fazer um dinheirinho”, recorda-se.

Desde então, todas as segundas

e terças Macumba pode ser encon-

trado apitando jogos de antigos alu-

nos no colégio. “Por um bom tem-

po também apitava o jogo do time

dos funcionários do colégio, que jo-

gava contra os alunos, além de uma

outra pelada em que tinham alguns

ex-jogadores, como o Júnior, ambas

aos sábados”, enumera. Os jogos,

além de representarem um ganho

extra para o orçamento doméstico

de José Carlos, foi responsável por

muitas coisas boas em sua vida. “Fiz

grandes amigos dentro do Santo

Inácio. Graças a eles, minhas duas

filhas estudaram muitos anos no co-

légio. Nos meses em que não podia

pagar a mensalidade, o pessoal se

juntava e zerava minhas dívidas. No

fim do fundamental acabei tirando

as duas para colocar na Fundação

Bradesco, mas o período que elas

ficaram por lá foi fundamental para

a formação delas. Além disso, hoje

em dia trabalho em uma empresa

de dois irmãos que jogam a pela-

da, o José Henrique e o Fabinho,

a Premier Comércio de Alimentos.

Administro o restaurante popular

de Bonsucesso. Entrei lá para ficar

três meses e estou há seis anos.

Tudo isso através de amizades cria-

das em torno do futebol. Fim de ano

estamos sempre juntos, confraterni-

zando, e o pessoal está sempre se

ajudando. O Santo Inácio é minha

segunda casa”, afirma.

Não tem como juntar todos num mes-

mo torneio”, explica. A única diferença

entre as faixas etárias será o número de

jogadores em campo. Enquanto os mais

experientes jogam com oito na linha, a

garotada tem um a menos em campo

durante os dois tempos de 30 minutos.

Troféu, medalhas, árbitro da federação,

mesários e súmula são iguais para am-

bos. “O trofeu é no estilo Libertadores,

pois o nome de cada campeão será inse-

rido na peça. Eles podem ficar um mês

com o prêmio, que depois é devolvido e

guardado para ser levantado pelo próxi-

mo campeão”, esclarece Pinheiro, lem-

brando que artilheiro e goleiro menos

vazado também recebem prêmios.

O mais importante, no entanto, é a

integração gerada pelo evento. “Além

dos times que jogam semanalmente

no colégio, outras equipes são forma-

das para o torneio. O pessoal de 1985,

que ficou em terceiro neste campeona-

to, volta e meia joga contra o pessoal

de 1986, enfim, há um entrosamento

entre eles”, conta Pinheiro. Ele ainda

lembra que nunca houve confusão. “O

respeito e a disciplina que o colégio

sempre exigiu de seus alunos continua

valendo para quem se formou, e eles

sabem disso. Já teve um tempo intei-

ro de uma das partidas em que sequer

houve faltas”, conta.

O inspetor Ducler Pinheiro, organizador do campeonato dos antigos-alunos, posa com o troféu de campeão

Apito amigoPe

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De cara novaV

ocê sabia que o Colégio Santo

Inácio faz parte, ao lado de ou-

tras 15 escolas espalhadas pelo

Brasil, da Companhia de Jesus -

todas com um projeto pedagógico similar? E

sabia que esta companhia possui 9 museus,

6 universidades (como a PUC, aqui no Rio

de Janeiro), além de um consolidado pro-

jeto de educação popular? Após constatar

que a maior parte da sociedade respondia a

estas e outras perguntas semelhantes com

um não, os jesuítas resolveram que estava

na hora de mudar a forma de se comunicar

com a população. Iniciou-se, então, há dois

anos, um processo de planejamento de co-

municação. E agora, no segundo semestre

de 2012 foram lançados o Portal Jesuítas

Brasil (www.jesuitasbrasil.com) e a nova

logo da Companhia de Jesus.

Um dos responsáveis pelo projeto é o

padre Geraldo Lacerdine, que é o gestor

de comunicação da Província Brasil Cen-

tro Leste (veja box sobre provincialado

na página 12). Formado em jornalismo

e sempre cercado por um smartphone,

um tablet e um notebook, ele conta um

pouco do processo. “Começamos com

pesquisas informais. Fomos para rua,

em frente aos colégios da companhia, e

perguntávamos se a pessoa sabia onde

ficava a casa dos jesuítas. Ninguém sa-

bia. Mas quando perguntados sobre a

escola, todos respondiam. Além disso,

quando perguntávamos sobre os jesuí-

tas, todos falavam sobre a chegada dos

portugueses e a colonização do Brasil, as

missões. Enfim, somos uma instituição

como uma ação enorme no Brasil e não

nos conhecem. Isto é trágico”, contou.

O primeiro passo foi a contratação de

uma pesquisa de identidade institucional

externa e interna, que deu a certeza de

que todos os problemas percebidos exis-

tiam de fato. Mais do que isso, o mate-

rial orientou todo o trabalho que veio em

Os símbolos mantidos remetem aos valores da Companhia de Jesus desde

a sua fundação: o sol mostra a propagação do Cristo pelo mundo, a

característica missionária da companhia; os cravos e a cruz fazem alusão

à terceira semana dos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola; o

IHS é o nome de Jesus, pois a companhia deve a Ele sua origem, espírito

e vida; a trama foi incorporada para mostrar que os jesuítas são um corpo

apostólico universal interligado pela união dos corações.

Explicando a logo

Aponte o leitor de QR Code de seu

celular e acesse o conteúdo de onde

você estiver

Veja um vídeo de apresentação da nova logohttp://bit.ly/jesuitaslogo

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Padre Geraldo Lacerdine (primeiro à esquerda) coordena equipe que abastece o portal do Jesuítas no Brasil, sediada em São Paulo. Ao lado, um exemplo da primeira página do site, que concentra informações da Companhia de Jesus

seguida. “A pesquisa foi importante para

constatarmos que não havia uma unidade

na nossa marca. A principal identificação

da instituição para o nosso público interno

é a sigla IHS, mas ela era usada com fon-

tes e cores das mais variadas. Isto dificulta

a percepção por parte da sociedade, que

já não conhece tão bem os nossos símbo-

los”, contou Lacerdine, que apresentou o

resultado da pesquisa para os provinciais.

Com a aprovação dos responsáveis

pela Companhia de Jesus no Brasil, a

hora era de definir uma nova marca. “Tí-

nhamos que encontrar um meio termo

entre a tradição e a modernidade.O IHS,

por exemplo, que sempre foi muito cita-

do, era bastante barroco. Fomos deixa-lo

mais atual”, contou Lacerdine. “A identi-

dade inovadora da Companhia de Jesus

foi fundamental para fazermos tudo isso.

Considero revolucionário uma instituição

como a nossa fazer uma pesquisa de

branding com o objetivo de se posicionar

perante a sociedade”, classifica. (veja box

sobre branding na página 12;)

No portal é possível conhecer toda

a história dos jesuítas, através de uma

linha do tempo que será sempre atua-

lizada. Além disso, há notícias da Com-

panhia de Jesus, no Brasil e no mundo,

e todas as ações da instituição, desde os

colégios e universidades até os exercícios

espirituais. “Antes de iniciar o processo

de confecção do portal, percebemos

que quem melhor falava de nós era a

wikipédia. As pessoas estão, cada vez

mais, procurando informações na inter-

net e temos que levar a companhia para

os meios eletrônicos”, explicou Lacerdi-

ne, também responsável pela criação e

manutenção do portal.

As notícias são disponibilizadas de

forma setorizada, já pensando na forma-

ção de uma grande rede de comunica-

ção, da qual farão parte todas as escolas

e órgãos ligados aos jesuítas em todo o

Brasil. “A ideia é que nos enviem material

e que o jesuitasbrasil.com centralize as

informações. Uma das primeiras ações foi

manter uma barra unificada no topo de

todos os sites de escolas e universidades.

Até porque, os sites dos colégios, apesar

de não refletirem a Companhia de Jesus,

já eram muito bons”, contou.

Aponte o leitor de QR Code de seu

celular e acesse o conteúdo de onde

você estiver

Veja um vídeo de apresentação do novo portalhttp://bit.ly/jesuitasportal

Divulgação Portal dos Jesuítas

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Foi criado no dia 26 de fevereiro de 2003, pelo então p.

Geral, Peter-Hans Kolvenbach, com a nomeação do primeiro

Provincial, p. João Roque Rohr, da Província do Brasil Meridional,

coadjuvado pelo Sócio, p. Paulo Finkler, da mesma Província.

A primeira finalidade da criação do Provincialado foi o governo

das casas interprovinciais de formação, que já existiam desde

1980. No horizonte mais amplo estava também a questão de um

planejamento apostólico comum, na esteira das orientações da

34º Congregação Geral (1995), que sugeriam a criação de novas

estruturas e formas de governo para favorecer a colaboração

interprovincial.

O Governo do Provincialado Brasil é formado pelo p. Alfonso

Carlos Palacio Larrauri, provincial do Brasil e vice presidente da

CPAL (Confederação das Províncias da América Latina). O p. João

Geraldo Kolling é o atual Articulador da Integração Administrativa

das Províncias e o p. Luiz Fernando Klein é o atual Sócio,

Admonitor, Secretário Executivo e Consultor.

Os jesuítas, por uma questão administrativa,

dividem o Brasil atualmente em

províncias (Amazônia, Centro-Leste,

Nordeste e Meridional). Cada uma

destas regiões possui um provincial,

que é o responsável pela missão

da Companhia de Jesus

naquela área, inclusive

os colégios. Veja no mapa os

responsáveis pelas províncias:

A palavra inglesa brand quer dizer marca, o que já dá uma boa dica do

que é uma pesquisa de branding. Tentando simplificar, é tudo aquilo que

se deve saber para melhor administrar e gerir uma marca: slogan, nome,

percepção e identidade visual, enfim tudo que representa aquela empresa/

instituição. O profissional que trabalha com branding em uma companhia

deve colocar em prática um conjunto de técnicas que visam a construção

e o fortalecimento de uma marca, com o objetivo de fazer com que a

identidade daquela instituição se torne até mesmo mais importante do que

os produtos ou serviços por ela oferecidos.

O trabalho, no entanto, não é feito apenas através do marketing, mas

também através de um forte trabalho interno, para que todos aqueles que

trabalhem para aquela companhia saibam exatamente quais são os seus

valores, suas intenções e suas metas.

A Companhia de Jesus é também

conhecida como Ordem dos Jesuítas.

Atuando há mais de 460 anos, está

presente em mais de 130 países.

A Rede Jesuíta de Educação, uma

das maiores do mundo, possui mais

de 180 colégios, 200 universidades

e faculdades e 2.724 centros de

Educação Popular, Fé e Alegria.

Além de um sólido trabalho social,

a Companhia possui uma série de

publicações (livros, revistas, jornais,

cadernos), museus e centros culturais.

Provincialado do Brasil

Províncias do Brasil

Branding Você Sabia?

p. Adelson Araújo dos Santos, superior da Região Brasil-Amazônia

p. Vicente Palotti Zorzo, provincial da Província do Brasil Meridional

p. Mieczyslaw Smyda, provincial da Província do Brasil Centro-Leste

p. Miguel de Oliveira Martins Filho, provincial da Província do Brasil Nordeste

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al

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as

Balanço final da Arsoi 2012O reitor Luiz Antonio Monnerat divulgou

o balanço final do Arraial da Solidariedade

Inaciana (Arsoi) através de uma carta enviada

aos alunos da escola, além publicada no site

www.santoinacio-rio.com.br

Antigos alunos entram para academias de literatura e medicinaOs antigos alunos Fernando

Oswaldo Dias Rangel (79) e Luiz

Murat de Meirelles Quintela (63)

foram empossados na Academia

de Medicina do Rio de Janeiro e na

Academia Brasileira de Literatura,

respectivamente. Dr. Fernando Rangel

assumiu em 17 de julho a cadeira de

número 80, que tem como patrono o

cardiologista Hans Jürgen Fernando

Dohmann. Em 24 de julho, Luiz Murat

foi empossado na cadeira patronímica

de Cassiano Ricardo.

Jornada Mundial da Juventude e encontro de jovens inacianosA Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

será realizada de 23 a 28 de julho de

2013, no Rio de Janeiro, mas o Santo

Inácio já começa a se preparar para o

evento, pois o colégio vai acomodar cerca

de 2 mil jovens em suas instalações - salas

e espaços de convivência. As inscrições

para o evento de 2013, no Rio de Janeiro,

começaram em 28 de agosto, pelo portal

oficial da Jornada: www.rio2013.com.

A JMJ será precedida pelo MAGIS,

a maior reunião de jovens inacianos

do mundo. Desde 1997, o encontro

antecede as Jornadas Mundiais da

Juventude. A versão do ano que vem

será dividido em três etapas: de 12 a 15

de julho, em Salvador; de 15 a 21, em

experiências missionárias pelo Brasil, e de

22 a 28, no Rio de Janeiro, período em

que os jovens ficarão hospedados no CSI

para participar da JMJ.

RECEITASBenfeitores (patrocinadores) 11.540,00 Venda de convites (2.874 ingressos) 14.370,00 Receita líquida das barracas118.534,40TOTAL144,444,40DESPESAS Fornecedores, serviços, etc.96.126,33Despesas diversas3.882,84TOTAL 100.009,20SALDO44.435,20Contribuição do Colégio S. Inácio44.435,20SALDO FINAL88.870,40

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celular e acesse o conteúdo de onde

você estiver

Saiba mais sobre os doiswww.revistasino.com.br

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London Pride. Esta é a marca de

uma ale, a tradicional cerveja in-

glesa, mas também a literal tra-

dução do sentimento da cidade

que sediou o maior evento do plane-

ta, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Nem poderia ser diferente. Durante

sete anos, os londrinos se prepararam

para realizar os Jogos e o fizeram com

alto grau de eficiência e muita celebra-

ção, como necessário para uma festa

que reúne 15 mil atletas e cerca de 8

milhões de ingressos vendidos, sem

falar nos aproximadamente 8 bilhões

de pessoas que acompanharam em

todo o mundo pela TV (estatística que

considera cada vez que um espectador

assiste ao evento, podendo ser conta-

bilizado mais de uma vez).

Os 70 mil voluntários foram uma

das causas da excelente percepção pelo

público dos Jogos. Sempre prestativos,

orientavam os que buscavam acesso

às arenas de competição. Eles também

estavam presentes em muitos locais

estratégicos de Londres, aqueles com

muita circulação tanto de população lo-

cal como de turistas, como, por exem-

plo, em Trafalgar Square – seria mais

ou menos como deixar uma equipe na

Cinelândia, explicando que transporte

está disponível, quais são as atrações

da cidade, onde trocar dinheiro e outras

informações úteis que só um habitante

local é capaz de oferecer.

Os voluntários também estavam pre-

sentes nas estações de trem e de metrô.

Para quem estava pegando o transpor-

te, eles orientavam qual a melhor opção

para chegar a seu destino. Para os que

estavam deixando as estações, qual ca-

minho seguir até o endereço desejado.

Aliás, o eficiente sistema de transporte

público de Londres serviu até para des-

locamento de atletas, principalmente

aqueles dos chamados esportes indivi-

duais, na fase de treinos.

Com o fim da competição e depois

da comemoração que levou mais de 1

milhão de londrinos às ruas para saudar

os atletas que levaram o Reino Unido ao

terceiro lugar tanto nos Jogos Olímpicos

como nos Paralímpicos, inicia-se nova

e importante fase do evento: o desti-

ar

tig

o

Texto de Roberto Falcã[email protected]

Pai de antigas alunas e especialista em esporte, jornalista se muda para Londres para ver como a cidade se preparou para as Olimpíadas

Bom exemplo

Foto: Emília Ferraz

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no das instalações esportivas. Aquelas

já planejadas e construídas como tem-

porárias, como o próprio nome indica

são desmontadas e ficarão na memória

das retinas e dos leds das máquinas fo-

tográficas. Este é o caso, por exemplo,

da excelente arena de basquete que fez

parte do conjunto do também excelente

Parque Olímpico.

Aliás, o Parque Olímpico era ele mes-

mo uma atração em si, e permanerá uma

atração mesmo depois dos Jogos, passan-

do a ser um grande espaço livre, pontu-

ado por instalações esportivas de primei-

ra linha, com uso pela população local.

Foi concebido para isso, já prevendo sua

utilização futura. Desta forma, duas das

principais instalações, o Estádio Olímpico

e o Centro Aquático, “perderão” capa-

cidade de público para se adequarem à

nova realidade do dia-a-dia, em que as

competições serão menos concorridas e

a manutenção de uma grande estrutura

se tornaria dispendiosa e ineficaz.

O Parque Olímpico também foi res-

ponsável pela recuperação de uma área

degradada da cidade, o bairro de Stra-

tford, na Região Leste de Londres. Graças

aos Jogos, novos investimentos chega-

ram à área, que passou a ser valorizada

como um novo polo de negócios, tanto

que hoje abriga o maior shopping da Eu-

ropa, o Westfield Stratford City, construí-

do também para dar suporte aos Jogos.

Novos investimentos, como uma uni-

versidade, estão planejados ou em fase

de execução e prédios residenciais che-

gam ao bairro. A proximidade com Cana-

ry Wharf, centro financeiro de Londres,

também ajuda na valorização da área.

Importante observar que toda a ci-

dade precisa respirar o clima dos Jogos.

Londres também fez isso muito bem, com

uma série de eventos com mote olímpi-

co que se incluíram na forte e extensa

agenda cultural e de entretenimentos

da capital britânica. Basta dizer que a ex-

posição mais visitada no período foi The

Olympic Journey, nas instalações do tra-

dicional Royal Opera House, com acervo

do Museu Olímpico do Comitê Olímpico

Internacional. A história olímpica guiava a

visita, cuja linha do tempo era dada pela

exposição de medalhas e tochas. Ao fim,

o visitante ainda tinha a oportunidade

de viver a experiência de ser fotografado

com a tocha de Londres.

Voluntários tiveram papel fundamental no receptivo, pois estavam sempre preparados para dar informações. A cidade viveu o evento no seu dia a dia, com intervenções artísticas, como esculturas e música – neste caso o Monobloco, que divulgava o Rio 2016

Emília Ferraz Daniel Tiriba

Emília Ferraz

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O tema olímpico também esteve pre-

sente em outros endereços nobres de

Londres, como a National Portrait Gallery,

que recebeu a exposição de fotos Road to

2012, com cliques de atletas e integran-

tes do Comitê Organizador feitas por

consagrados fotógrafos – Brian Griffin,

Emma Hardy, Finlay MacKay and Bettina

von Zwehl. Antes de chegar a Londres,

a exibição literalmente esteve na estrada

– foi montada em Cardiff, Birmingham e

Edimburgo, em frente à tradicional Scot-

tish National Portrait Gallery.

Outro programão fotográfico foi

The World in London, na prestigiosa

Photographer’s Gallery, com participa-

ção de 204 fotógrafos, cada um regis-

trando um “londrino” originário de cada

um dos mais de 200 países participantes

dos Jogos. A exposição também podia

ser vista em painel na Oxford Street, a

supermovimentada rua de comércio no

coração de Londres. A mostra ainda ga-

nhou espaço no Victoria Park, onde os

londrinos se reuniam para ver as compe-

tições em telões.

O Rio e o Brasil marcaram forte pre-

sença em Londres. À beira do Tâmisa,

a tradicional Somerset House recebeu a

Casa Brasil, uma parceria entre o Comitê

Organizador Rio 2016 e os governos (Fe-

deral, do Estado do Rio de Janeiro e da

cidade anfitriã dos próximos Jogos Olím-

picos e Paralímpicos). Duas exposições de

artes plásticas assinadas por artistas brasi-

leiros e uma terceira sobre a organização

dos Jogos em 2016 situavam o visitante

sobre o momento vivido pelo país e pelo

Rio de Janeiro, em particular. Nota de

destaque deve ser dado ao passeio virtual

pelas paisagens cariocas a bordo de um

simulador de voo em parapente.

A programação incluiu ainda um fes-

tival do novo cinema do Rio e um concor-

rido happy hour no charmoso pátio in-

terno da Somerset House, com atrações

variadas do Brasil, incluindo uma banda

formada por estudantes universitários

de música de variadas nacionalidades

matriculados em escolas londrinas. Eles

não perdiam o ritmo, mas neste quesi-

to quem abafou mesmo foi a parceria

formada entre Monobloco e Sargento

Pimenta, também a atração maior do

carnaval anual de Shoreditch, que em

2012 teve apoio do Comitê Organizador

dos Jogos. Os britânicos exultavam cada

vez que um sucesso dos Beatles era exe-

cutado com a batida do samba.

A Embaixada do Brasil em Londres

realizou uma exposição sobre o esporte

e os próximos megaeventos esportivos,

com objetivo de promover o País e fo-

mentar negócios de empresas brasilei-

ras. Mais uma vez a interatividade foi

utilizada com criatividade. O visitante

era convidado a bater uma bola com o

Neymar em uma telona que projetava a

imagem do craque.

Atração muito interessante também

foi o Rio Occupation London, um festi-

val cultural realizado pelo Governo do

Estado do Rio de Janeiro que teve como

ponto alto um evento no bairro de Ber-

mondsey. Com exposição de artes plás-

ticas e shows, num antigo galpão indus-

trial, foram realizadas ainda atividades

destinadas à discussão e promoção da

cultura brasileira.

Na saída da exposição, uma sur-

presa: um senhor que foi condutor no

revezamento da tocha, vestido com o

uniforme, posava para fotos com as pes-

soas do bairro (em Londres, eles tiveram

a boa ideia de ter uma pessoa local por

bairro carregando a tocha para envolver

a população). O revezamento da tocha

foi um absoluto sucesso, com a popu-

lação de todo o país e particularmente

de Londres prestigiando a passagem do

fogo olímpico. Como todos os bairros

foram incluídos no roteiro, tudo virou

uma grande festa de vizinhos.

O Hyde Park recebeu telões, atrações gastronômicas e esportivas, para todas as idades e com direito a recreadores. Tudo para que a população participasse da grande festa olímpica

Fotos: Emília Ferraz

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Compartilhe conosco suas históriasEnvie para [email protected] e facebook.com/revistaSino

Aliás, não faltaram atrações na rua

na programação oficial dos Jogos. Todos

com grande afluência de público, como

o ciclismo de estrada, com chegada nas

proximidades do Palácio de Buckingham.

Ou as maratonas masculina e feminina,

que circularam pelo Centro de Londres

e levaram os atletas a ícones londrinos

como o Big Ben e à Catedral de Saint

Paul. Mas o quente mesmo eram os

eventos no Hyde Park, como a marato-

na aquática e o triatlo (masculino e fe-

minino). Além de assistir às provas, ao

vivo e em telões enormes, o espectador

ainda podia curtir toda a infraestrutura

do parque e visitar a loja de produtos de

Londres 2012 montada numa enorme

tenda. Foi no Hyde Park que os irmãos

Alistair e Jonathan Brownlee levaram os

britânicos ao delírio com um ouro e um

bronze no triatlo.

Mesmo quando não abrigava com-

petição, o Hyde Park era uma excelen-

te opção para assistir aos Jogos, assim

como o Victoria Park. Nos dois parques

gigantes, o público tinha opção de

acompanhar as disputas pelos vários

telões, além de várias atrações gastro-

nômicas e até competições esportivas

orientadas por animadores para divertir

o público infantil e também os adultos.

Um programa para todas as idades e to-

dos os gostos.

Londres, sem dúvida, tem muito do

que se orgulhar.

Roberto Falcão é jornalista especializado

em megaeventos esportivos e foi Gerente

de Imprensa nos Jogos Pan-americanos

e Parapan-americanos Rio 2007 e nos

Jogos Mundiais Militares Rio 2011,com

passagens pelo “Jornal do Brasil” e diário

“Lance!”. Falcão, que é pai das antigas

alunas Carolina Ferraz (2003) e Beatriz

Falcão (2008), passou três meses em

Londres para acompanhar a preparação

da cidade e a realização dos Jogos.

O “Rio Occupation London”, ação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, teve boa visibilidade e levou os turistas a conhecerem mais da cultura brasileira

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Emília Ferraz

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Turma reunidame

ri

a

Fila alta: Osvaldo Luis Abud Giannini, Francisco Lopes, Henrique Andrade Trinckquel, Attilio de Biase Orlindo Elias Filho, Pedro Luis Carneiro de Mendonça,Fila média: Claudio Martins Fialho, Paulo Sergio Assunção, Favio Ribeiro Bastos, Ricardo Penna Chaves, Marcelo Castelo Branco, Reitor Padre Monnerat, Fernando Rebelo, Frederico Estelita, Ronaldo Serta.Fila baixa: Wilson Ayres, Alvaro Augusto Costa Carvalho, Francisco Ellery Cavour, Virgilio Borba, Mario Gualberto Urtiaga Andreazza, Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella(foto enviada por Heitor M. Quintella, pelo facebook)

O nosso convite foi ouvido e recebe-

mos algumas fotos antigas para publicar-

mos nesta edição da SINO. O destaque é

a turma de 1963, que inaugurou, no dia

25 de agosto, o seu quadro de formatura.

Apesar do espaço ser dedicados às fotos

antigas, não poderíamos ignorar a reunião

de antigos alunos, no colégio, para inaugu-

rar a obra que os imortalizarão nas paredes

do colégio. Agradecimentos especiais aos

ex-alunos Alexandre Bonan (82), Heitor M.

Quintanilla (63) e Bruno Wunder de Alern-

car (93), que nos mandaram fotos por

email (o primeiro) e via facebook. Segundo

Bonan, a foto de sua turma, a 78, foi tirada

em 1978. Bruno nos faz lembrar do tempo

que havia colônia de férias em Correias.

Para finalizar, uma contribuição de nosso

editor, Pedro Motta Lima (94): por conta

da matéria sobre o futebol de antigos alu-

nos, ele nos envia uma foto de sua turma

antes de disputar uma tarde esportiva, que

era realizada aos sábados, com direito a

uniforme cedido pelo colégio.

Pedro Motta Lim

a

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| Foto de colônia de férias em Corrêas em 1986. Os irmãos Pedro (94), Bruno (93) e Paulo (96) Wunder de Alencar (enviado por Bruno via Facebook)

Formados em 1982, foto da turma 78, tirada em 1978. Da esquerda para a direita - 1º degrau: Padre Glauco, Luiz Leonardo de Saboya Alfonso, João Carlos Penna, Marcelo Valor, Luiz Fernando Coelho, Ricardo Wasniewski, Rodrigo Pompeu, Ricardo Lacorte, Mauro Cordovil, Rodrigo Dunshee de Abranches, Pedro Zanetti. 2º degrau: Paulo Lamego Carpenter Ferreira, Luciana Caldas Gonçalves, Ronaldo Cataldi, Marcos Pessoa Falcão, Marcelo Lavrador, Alexandre Avelino de Mello, Carlos Eduardo Cavalcanti de Albuquerque, Paulo Orlando de Carvalho Barbosa. 3º degrau: Fernando Cruz, Viviane Martins Suhet, Haydée Cortes, Claudio Tovar, Marcia Bayardino Weyne, Cristiane. 4º degrau: Luis Alberto Pimenta, Luis Vicente Andrade Neto, Marcelo Labandera, Carlos Fernando Maggiolo, Flavio Soares Siqueira, João Lisboa de Mello, Heloisa Cyrillo. 5º degrau: Fernando José de Carvalho Correa, Alexandre Bonan, Guilherme Porto Carneiro, Mario Eduardo Frigeri de Almeida, Maria Marta, Oscar Barbosa Nasser, Sergio Malcher, Paula Travassos, Eduardo Farina, Luiz Ricardo Cotta e Ernest Tapia Rojas (enviado por Alexandre Bonan por e-mail)

Da esquerda para direita: de pé: Paulo Hugo, Rodrigo Assemany (Juruna), Taver, André Gustavo, Leonardo Khede (Leo)Agachados: Marcus Vinícius, Marcus França, Rafael Porto, Pedro Motta Lima (o pessoal me conhece mais pelo sobrenome materno - Ney) e Márcio Penha (enviado por Pedro Motta Lima por e-mail - “Não lembro o ano, mas é da época que todos usavam Kichut“´)

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O ano de entrada: 1976. A dis-

ciplina: matemática. Estes são

alguns pontos comuns entre

os professores mais antigos

em atividade no Colégio Santo Inácio:

Miguel Jorge e Thales do Couto. Outro

coincidência é que ambos são engenhei-

ros, além da formação em Matemática.

Com 36 anos dedicados ao colégio, não

são poucas as vezes em que esbarram

com antigos alunos. “Lembrar o nome é

complicado, pois é muita gente, mas sou

bom fisionomista e consigo identificar.

Outro dia estava aqui no colégio e um su-

jeito da manutenção veio comentar que

eu estava em todos os quadros de forma-

tura que ele tinha limpado”, diverte-se

Miguel Jorge, que está com 75 anos. “Os

meus médicos são todos antigos alunos

do Santo Inácio. Já operei uma hérnia

com um e meus oftalmo e cardiologista

tiveram aulas comigo. Sempre procuro os

bons ex-alunos”, conta Thales.

Mais jovem, com 61 anos, Thales

lembra que foi admitido em 1976, mas

já trabalhava para o colégio há dois

anos. “Comecei dando aulas de apoio,

como prestador de serviços. Fui indicado

pelo Zezinho, inspetor, que eu conhecia

lá de Nilópolis, onde morava - por sinal,

sou muito grato a ele por isso. Gosta-

ram do meu trabalho e fui contratado

para trabalhar com o 5º e 6º ano, quan-

do estava no último ano de faculdade”,

contou. No mesmo ano, Miguel Jorge,

que se dividia entre trabalhar em cursos

de pré-vestibular e como engenheiro,

aceitou o convite do colégio. “Eu já ti-

nha sido chamado algumas vezes, mas

ganhava mais nos cursinhos e me divi-

dia com a engenharia, pois achava que

lecionar não me daria uma vida confor-

tável. Quando estava prestes a me casar

resolvi aceitar o convite. Estava na hora

de ter uma vida mais tranquila, ter filhos,

e achei que seria a hora de aceitar”,

recorda-se Miguel Jorge, que começou

com apenas duas turmas do último ano,

que se preparavam para a prova do Ins-

tituto Militar de Engenharia (IME), e hoje

leciona para todas as turmas de 2º e 3º

anos do ensino médio.

O Santo Inácio não é, entretanto, o

único colégio no currículo dos professo-

res. Thales já deu aulas na rede estadual,

no Bennett, Santo Agostinho, Teresiano,

Anglo Americano, curso Hélio Alonso e

no Zaccaria, onde está até hoje e tem

28 anos de casa. Miguel Jorge também

passou pela rede estadual e pelo Santo

Agostinho, além do São Bento. “Traba-

lhei bastante em cursinho, no Bahiense.

Foi uma época em que estudei muita

matemática. Foi bom”, lembra. Thales

acredita que a diferença do Santo Inácio

para os outros colégios está na filosofia

educacional dos jesuítas. “Eu me identi-

fico muito com a valorização do ser hu-

mano, além da qualidade e compromis-

pr

of

es

so

re

s

Memórias vivasProfessores mais antigos em atividade no colégio, Miguel Jorge e Thales do Couto lembram do início da carreira e falam das diferenças entre a escola e os alunos de meados da década de 70 e os atuais. Os dois ainda não pensam em parar de dar aulas

Fotos: Amarildo Lopez / Núcleo de M

ídia do CSI

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mar

ço 2

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so com a boa educação. Se uma pessoa

quer falar com um bom educador, re-

comendo sempre procurar um jesuíta”,

diz. Não à toa, os dois filhos de Miguel

e a enteada de Thales foram alunos do

colégio. “Meus dois filhos, um casal, por

conta da distância, acabaram estudando

em Nilópolis mesmo, onde morávamos”,

conta Thales.

Os dois concordam que os alunos de

hoje em dia são bem diferentes daqueles

para quem ensinaram quando entraram

para o Santo Inácio. “São épocas muito

distintas. Atualmente há muitas coisas

para tirar a atenção dos jovens, como ce-

lular, computadores... Não há dúvidas de

que os alunos de antigamente, além de

mais tranquilos, estudavam mais e presta-

vam mais atenção nas aulas”, relatam. Se-

gundo Thales, hoje em dia os professores

têm que lutar para que os estudantes não

usem os aparelhos em sala de aula. “Eles

ficam querendo fotografar o quadro. Eu

não deixo, até porque há uma lei que pro-

íbe o uso destes equipamentos em sala de

aula, mas é impossóvel evitar 100%. Entro

depois nos fóruns que eles têm na inter-

net e vejo as imagens divulgadas ali. Pelo

menos estão trocando informações sobre

a matéria”, conforta-se.

Por pouco os professores não deram

aulas só para meninos. Até 1973 o co-

légio só aceitava homens. Mas ambos

ainda pegaram turmas majoritariamente

masculinas. “O Renato, que fazia orienta-

ção vocacional aqui no colégio, tinha um

dado interessante. Quando as meninas

entraram, foram logo se colocando como

as melhores, superando os rapazes. Mas

isto durou apenas um semestre. Parece

que os meninos ficaram mordidos e vira-

ram o jogo”, diverte-se Thales. “Hoje em

dia é tudo nivelado”, complementa.

As mudanças proporcionadas pelos

avanços tecnológicos, no entanto, não

são apenas para se lamentar. “Não há

dúvidas que temos uma estrutura me-

lhor para ensinar. Atualmente todas as

salas têm ar-condicionado, quadro bran-

co, TVs e laptops com internet e conec-

tados à rede da escola. A meu pedido,

ainda tenho um datashow para que

possa apresentar aos alunos um material

muito interessante que produzi quando

estive trabalhando na PUC. Ou seja, as

condições são as melhores possíveis”,

conta Thales. Mas ele sente diferença na

participação das famílias. “Antigamente

os pais estavam mais presentes. Não era

comum ver alunos em aulas particulares,

pois a família estava mais próxima. Acho

que as pessoas não estão dando conta

compro livros

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Os dois professores aparecem juntos pela primeira vez em um quadro de formatura no de 1978 – de onde reproduzimos as fotos. Miguel Jorge havia feito sua estreia no ano anterior. No site www.revistasino.com.br e no www.facebook.com/revistaSino veja a fotos dos professores que estão no quadro de 1978

Reprodução

Reprodução

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de tudo e acabam optando por soluções

mais cômodas, como a de colocar os fi-

lhos em aulas particulares”, acredita.

Segundo eles, o colégio está fazendo

de tudo para ajudar. “Uma novidade in-

teressante foi a implementação das tuto-

rias, a partir do 9º ano, com os mesmos

professores, mas no contraturno. Os alu-

nos com dificuldades são inscritos e têm

a chance de se recuperar. Houve uma

redução significante nas reprovações em

todas as matérias”, conta Thales. E não

são poucos alunos que estão fazendo

uso da novidade: no 1º ano são três tur-

mas com 25 a 30 estudantes cada, para

matemática. “E além da tutoria, ainda

temos uma aula de aprofundamento,

por solicitação dos melhores alunos, que

nunca eram indicados para as tutorias”,

lembra Miguel. “Os estudantes de hoje

em dia são, praticamente, carregados no

colo”, acredita Miguel.

O ânimo com que falam sobre o

colégio deixa claro que não pretendem

parar de trabalhar. “Quero continuar en-

quanto entender que tenho condições de

ensinar, de transferir conhecimento. Por

conta da idade, não será tanto tempo

assim, mas não paro muito para pensar

nisso e vou resistindo”, diz Miguel, que

já teve um infarto “há uns 10 anos”, per-

deu 28 quilos e sente muito bem. Mais

jovem, Thales também não pensa em

aposentadoria. “Se bem que já estou até

aposentado, mas continuo trabalhando

e pretendo permanecer assim por muito

tempo”, garante. Ambos contam com a

política do colégio de manter profissio-

nais por muitos anos. “Há vários compa-

nheiros com muitos anos de casa. Além

disso, não se acha no mercado profissio-

nais preparados para os padrões impos-

tos pelos jesuítas. E o colégio não pode

ficar arriscando”, diz Thales.

Mas isto não quer dizer que não exista

uma renovação no quadro de professores.

“Alguns ex-alunos já são companheiros

aqui no Santo Inácio, e isto é muito baca-

na”, diz Miguel, lembrando que o colégio

tem um processo de contratação que evita

erros. “Sempre trabalhou-se com indica-

ção por parte dos professores que já tra-

balham aqui há mais tempo e conhecem

a filosofia jesuíta. Hoje em dia, os profis-

sionais passam pelas mãos do setor de

Recursos Humanos, análise de currículo e

uma série de entrevistas, sem falar que os

coordenadores de disciplina traçam o per-

fil do profissional desejado para a vaga”,

explica Thales, que é coordenador de Ma-

temática. “Mas é claro que existem casos

em que o profissional não se adapta. Isto é

normal”, complementa Miguel.

Quem está há 36 anos trabalhando

em uma mesma instituição já viu muita

coisa. Contratações, demissões, refor-

mas... enfim, acompanhou a história.

“Mudanças são normais em qualquer

empresa ou instituição. Seus dirigentes

têm que fazer avaliações periódicas e os

critérios mudam de uma pessoa para ou-

tra. É assim em qualquer lugar”, acredi-

ta Thales, lembrando que o colégio tem

uma tradição de manter os profissionais

por muito tempo.

Os dois têm saudade da época em

que os alunos eram divididos entre tur-

mas de clássico e cientítico. “Apesar de

sabermos que aproximadamente 20%

dos alunos mudam de curso após entrar

na faculdade, achava boa a divisão. Não

faz sentido para um rapaz que vai fazer

direito ter que estudar tanta matemática

quanto aquele que fará engenharia, as-

sim como uma menina que optou pela

medicina não precisa ler todos os clássi-

cos esperados para uma pessoa da área

de humanas. Ela terá a vida inteira para

lê-los, não precisa ser no pré-vestibular”,

acredita Miguel Jorge, que tampouco

gosta do Enem. “Na ânsia de querer co-

locar todos na universidade, as provas

são fáceis demais”, complementa.

O companheiro de disciplina concor-

da. “Não gosto nem do vestibular. Acho

que a vida acadêmica do aluno deveria

ser levada em consideração para o pro-

cesso de seleção, como acontece em ou-

tros países. Basear tudo em apenas uma

prova é muito cruel, ainda mais como é

feito com o Enem, com várias questões

de múltipla escolha”, afirma.

Professores caminham, há 36 anos, pelos mesmos corredores, mas atualmente dividem espaço com os armários dos alunos

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Com apenas

projeto Imagem solidária

atendimento ambulatório

creche no Santa Marta

pré-escola

reforço escolar

confecção de enxovais

400 sócios:Junte-sea nós e ajude a construir muito maisNão é preciso ser antigo aluno do Santo Inácio para ajudar a manter esses projetos e melhorar o atendimento

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Page 24: Revista Sino - setembro/2012