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Associação Nacional dos Advogados da União 180 DIAS DE GESTÃO 180 DIAS DE GESTÃO A Diretoria da ANAUNI completou seis meses de gestão. Avanços, inovações, vitórias e trabalho marcaram o início do mandato. ANAUNI Informa Associação Nacional dos Advogados da União X ENAU Está próximo o evento tradicional da carreira. Este ano acontecerá em Belém- PA. REFORÇO PARA A AGU Cerca de 825 cargos de Advogados da União serão criados. A ANAUNI apoia a iniciativa. INTERIORIZAÇÃO Estudo feito pela AGU aponta a necessidade de implantação de novas PSU’s. Setembro de 2009 - Ano VIII - Edição 19

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Edição Setembro/2009

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Page 1: Edição Setembro/2009

Associação Nacional dos Advogados da União

180DIASDE GESTÃO

180DIASDE GESTÃOA Diretoria da ANAUNI completou seis meses de gestão. Avanços, inovações, vitórias e trabalho marcaram o início do mandato.

ANAUNIInformaAssociação Nacional dos Advogados da União

X ENAU

Está próximo o evento tradicional da carreira. Este ano acontecerá em Belém- PA.

REFORÇO PARA A AGU

Cerca de 825 cargos de Advogados da União serão criados. A ANAUNI apoia a iniciativa.

INTERIORIZAÇÃO

Estudo feito pela AGU aponta a necessidade de implantação de novas PSU’s.

Setembro de 2009 - Ano VIII - Edição 19

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ANAUNIInforma

Diretoria da ANAUNIBiênio 2009/2011

Presidente:André Gustavo Vasconcelos de Alcâ[email protected]

Vice-Presidente: Milton Nunes Toledo Junior [email protected]

Secretária-Geral: Tania Patricia de Lara [email protected]

Adjunto:Boni de Moraes [email protected]

Diretora Financeira:Isadora Maria Belém Rocha Cartaxo de [email protected]

Adjunta: Adriana Sousa de [email protected]

Diretora Administrativa:Patrícia Lima [email protected]

Adjunta: Juliana Corbacho Neves dos Santosadministrativa. [email protected]

Diretor de Atividades Legislativas: Cristiano Soares Barroso [email protected]

Adjunto: José Mauro de Lima O´ de [email protected]

Diretor Jurídico: Rodrigo Cunha [email protected]

Adjunto: Lourival May [email protected]

Diretor de Comunicação:Francisco Alexandre Colares Melo [email protected]

Adjunto:Glaucio de Lima e Castro [email protected]

Diretora Social: Ana Valéria de Andrade Rabê[email protected]

Adjunto: Rodrigo Ferreira [email protected]

Assessor Especial para CapacitaçãoRommel Madeiro de Macedo Carneiro

Assessoria Parlamentar - [email protected] Legislativa - [email protected] de Imprensa - [email protected]

ANAUNI InformaJornalista Responsável:Senyr Lemos de Souza (MTB DF 6937)[email protected]ção: Cinco Comunicação Ltda.Fotografia: Alberto RuyProjeto Gráfico/Editoração/Ilustrações:Cinco Comunicação Ltda.Tiragem: 2.000 exemplaresImpressão: Gráfica

Esta é uma publicação editorial da ANAUNIAssociação Nacional dos Advogados da UniãoPermitido o uso das informações, desde que citada a fonte.

SHS Qd. 06 Conj. A Bl. “C” Sala 504/505Edifício Brasil 21 – Brasília, DF. CEP: 70316-109(61) 3344-4386 - www.anauni.org.br

SUMÁRIO

4/5CURTASConfira as novidades da ANAUNI

6INTERIORIZAÇÃO DA AGUEstudo aponta a necessidade de implantação de novas PSU’s

9CONSENSOAcordo assinado pelo Forum completa 2 anos.

10/11OBRAS DO PACTrabalho desenvolvido por Advogados da União tem papel fundamental

23CONSULTIVOA ANAUNI irá organizar o primeiro encontro voltado para Consultorias Jurídicas e NAJs.

12/15CAPAApós 180 dias de gestão a Diretoria pode comemorar resultados positivos.

16/17X ENAUTradição marca encontro da carreira.

22CASA NOVAA sede da ANAUNI terá novo endereço.

18/19REFORÇO PARA A AGUProposta prevê a criação de 825 cargos de Advogado da União.

20/21CONCURSO DA AGUCandidatos realizam prova oral. Nível da prova ficou mais elevado.

7ENTREVISTAProcurador-Geral da União fala sobre a interiorização da AGU

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Associação Nacional dos Advogados da União

Prezados Advogados da União, É com imensa satisfação que apresentamos a 19.ª (décima nona) edição do ANAUNI Informa, que tem por objetivo aproximar e inteirar os Advogados da União dos principais debates e pres-tar contas da gestão da entidade que os representa e trabalha pela sua valorização. O ANAUNI Informa é um dos principais instrumentos de divulgação dos temas de interesse da carreira de Advogado da União e da sua atuação na defesa do Estado Brasileiro, nos âmbitos consultivo e contencioso, bem como da pauta da ANAUNI, em prol da valorização da carreira e da AGU. Nesta edição, pretende-se enfatizar os acontecimentos mais marcantes do primeiro semestre da gestão da presente Diretoria, são eles: a necessidade de interiorização da Advocacia-Geral da União – AGU, acompanhando idêntico processo na instalação de varas federais e estaduais; a atuação dos Advogados da União na formulação e implementação das políticas públicas defi-nidas pelo Presidente da República, com destaque para o principal programa do Governo Federal – o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento; o papel fundamental dos órgãos de consul-toria e assessoramento jurídico, com ênfase nas Consultorias Jurídicas e NAJs – Núcleos de Assessoramento Jurídicos; os preparativos para o X Encontro Nacional dos Advogados da União - ENAU; a expectativa de criação de 825 (oitocentos e vinte e cinco) novos cargos de Advogado da União; a utilização de novo modelo de concurso de Advogado da União, com a aplicação de prova oral; e a realização do I Encontro da ANAUNI para o Consultivo. Em destaque, a entrevista concedida pelo Procurador-Geral da União, o Advogado da União Fernando Luiz Albuquerque Faria, que nos fala sobre o relevante processo de interiorização da AGU. A Diretoria da ANAUNI está ciente da responsabilidade que tem na defesa da carreira de Advo-gado da União e de suas atribuições, dentro do contexto de consolidação da AGU. É papel da ANAUNI, exercido com comprometimento e lealdade por esta Diretoria, trabalhar firmemente pelo crescimento da carreira, compreendendo-se que a privatividade do exercício das atribui-ções do cargo de Advogado da União é condição sine qua non para o desempenho com a neces-sária isenção técnico-jurídica, em prol do desenvolvimento do Estado Brasileiro, sob a égide da Constituição Federal e do arcabouço legislativo pátrio. Também em relação às demais carreiras que integram a Advocacia Pública Federal, na linha do acordo que sustenta o Forum Nacional da Advocacia Pública. Em última análise, o que está em jogo é o papel da carreira e da AGU na construção de um Estado moderno e de uma sociedade mais justa e solidária. Sem as soluções de valor e a arquitetura jurídica ofertadas pelos Advogados da União, o desen-volvimento do Brasil restaria dificultado sobremaneira, considerando a participação, decisiva, na formulação e defesa das políticas públicas. Boa leitura e até o próximo ANAUNI Informa.

EDITORIAL

André Gustavo Vasconcelos de AlcântaraPresidente da ANAUNI

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ANAUNIInforma

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2Divulgada lista com o nome dos ganhadores da viagem para o X ENAU

Foram divulgados os nomes dos associados ganhadores da viagem para o X ENAU. Concorreram os associados que responderam o questionário divulgado pela associação e participaram da elaboração do primeiro planejamento estratégico da ANAUNI, para o biênio 2009/2011.

A ANAUNI agradece, novamente, a colaboração dos 243 associados (26% do número total de associados) que responderam à consulta e pa-rabeniza, desde já, os colegas RICARDO COLLA (NAJ/RS) e KATARINE KEIT GUIMARÃES FONSECA DE FARIA (PRU 5ª), que foram sorteados e poderão participar do X ENAU, em Belém, que acontecerá no período de 3 a 6 de novembro deste ano, com estadia no hotel Crowne Plaza, passagens aéreas e inscrição gratuitas.Foram sorteados também três suplentes, para o caso de eventual impos-sibilidade de participação dos contemplados:

1º suplente: CRISTIANO MUNHÓS THORMANN (PRU 4ª); 2ª suplente: FERNANDA TEIXEIRA LEITE (PU/SE); e 3º suplente: ALMIRO VIEIRA CARNEIRO (PU/PB).

Os dois colegas sorteados (“titulares”) terão até o dia 30 de setembro para confirmar o interesse na participação no X ENAU, ocasião em que a ANAUNI efetivará as inscrições, a reserva de hotel em quarto duplo e a emissão de passagens aéreas em datas compatíveis com o início e o término do evento.

Após 30/09, em havendo desinteresse dos colegas, os suplentes serão contatados, em ordem sucessiva, para ocupar a(s) vaga(s) em aberto.

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1CURTAS

Comissão irá monitorar requeri-mentos e publicações de atos de remoção, requisição, cessão, exercícios provisórios e colabo-rações temporárias

Foi publicada na área de acesso restrito do site da ANAUNI a resolução Nº 07/2009 que designa Comissão para monitoramento de requerimentos e publi-cações de atos de remoção, requisição, cessão, exercícios provisórios e colabo-rações temporárias.

A Comissão terá a incumbência de identificar situações que possam estar em desacordo com as Leis 11.890/2008 e 8.112/90. É integrada pelos Advogados da União Drs. GLÁUCIO DE LIMA E CAS-TRO, FEDERICO BIAGIOLI, CARLOS LUIZ WEBER e KATIA NAOMI NARITA, sob a presidência do primeiro.

As atividades da Comissão envolverão a consulta periódica ao Diário Oficial da União, Boletim de Serviço da AGU e sistema informatizado AGUDOC. Caso haja identificação de alguma irregulari-dade, os colegas deverão solicitar cópia, por intermédio do Presidente da ANAUNI, à Advocacia-Geral da União, para encaminhamento ao Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas da ANAUNI. Contacte os integrantes da Comissão e participe com sugestões e informações.

Presidente da ANAUNI assina acordo de cooperação com o CNJ para promoção da cidadania

O presidente da ANAUNI, André Gustavo Vasconcelos de Alcântara, participou da sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, para assinatura de um termo de cooperação entre a Advocacia Geral da União e o CNJ para que possam acelerar o julgamento dos processos e tornar a justiça mais eficiente.

De acordo com o convênio, serão realizados mutirões carcerários para conferir agilidade na resposta judicial das execuções criminais. A AGU vai incentivar os Advogados da União, Procuradores da Fazenda, Procuradores Federais e do Banco Central a exercerem a advocacia pro Bono, como voluntários nos mutirões carcerários promovidos pelo CNJ. Para o presidente da ANAUNI, o convênio incentiva os Advogados da União a promoverem a cidadania. “A participação dos Advogados da União nestes mutirões carcerários contribuirá com a cidadania já que a atividade de advocacia pro Bono é ainda muito incipiente no país”, disse.

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Publicadas resoluções sobre descen-tralização de verbas e Conselho de Ética

A ANAUNI publicou na área de acesso restrito para associados resolução que institui a descentralização de verbas para as Delegacias Estaduais.

Serão feitos créditos para cada Delegacia, na conta única da ANAUNI, e disponibilizados ao Delegado mediante ordens de pagamento bancárias em nome deste. O valor do repasse de verbas será anual e proporcional ao número de associados em cada Estado e no Distrito Federal, observados os limites constantes na resolução. A medida tem por objetivo a pro-moção de eventos de confraternização, culturais e jurídicos, em favor de nossos Associados, nos Estados e DF, sendo resultado de um pleito apresentado por nossos Delegados. Os créditos poderão ser utilizados pelos Delegados até o final de sua gestão.

Também foi publicada a Resolução Nº 05/2009 que nomeia os delegados estaduais Fernando Ferreira Baltar Neto (PB), Rodrigo De Souza Aguiar (PR), Sabrina Fontoura Da Silva (DF) E Sérgio Eduardo Freire Miranda (PI) para serem membros do Conselho de Ética da ANAUNI.

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Associação Nacional dos Advogados da União U

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65Trabalho de atualização cadastral facilita a comunicação com os associados

A Secretaria da ANAUNI concluiu o tra-balho de atualização dos dados cadastrais de seus Associados. Os trabalhos tiveram início no mês de maio, com o objetivo de tornar mais efetiva a comunicação entre a Diretoria da ANAUNI e o Associado.

Todos os Associados receberam e-mail en-viado pela Secretaria da ANAUNI, solicitando a confirmação de dados como endereço eletrônico, telefones e endereços resi-dencial e profissional. 624 Associados enviaram respostas, o que evidencia a importância desse trabalho de atualização. Novas tentativas de contato e atualização continuarão sendo realizadas.

É importante destacar que as informações foram repassadas também para a base de dados do ASAclub. Assim, além do Associado se manter informado sobre a atuação da ANAUNI, poderá receber notícias sobre as novidades do Clube de Benefícios.

Para quem não informou os dados ou precisar realizar novas atualizações, é possível acessar a página da ANAUNI, na área de acesso restrito, e proceder às alterações necessárias.

ANAUNI pede providências ao AGU sobre contratação de advogados particulares

A ANAUNI, enviou ao Ministro-Chefe da Advocacia Geral da União, José Antonio Dias Toffoli, pedido de providência com o intuito de revogar emenda regimental que autoriza a contratação de advogados particulares para representar judicial-mente os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região.

A emenda 02/2009 refere-se à inserção do inciso LIV no § 1º do artigo 17, do Regimento Interno do citado tribunal. O inciso, além de disciplinar a contratação de terceirizados para defesa de qualquer membro do Tribunal, também versa a possibilidade de admitir profissional ou empresa de prestar serviços técnicos especializados para composição de pareceres, perícias, assessoria ou consulto-rias técnicas.

No documento, a ANAUNI sustenta que a emenda afronta a Constituição Federal em seu artigo 131, o qual determina à AGU a responsabilidade de representar, judicial e extrajudicialmente, a União, competindo-lhe o assessoramento jurídico dos agentes públicos dos Poderes da União.

ANAUNI firma parceria com Medina Osório Advogados para defesa das prerrogativas da carreira de Advogado da União

Desde junho deste ano os associados da ANAUNI podem contar com a consultoria e a defesa de um dos maiores Advogados do País, na área do Direito Sancionador, Dr. Fábio Medina Osório, do Medina Osório Advogados.

A proposta vinha sendo debatida há algum tempo pela Diretoria da ANAUNI, que identifi-cou a necessidade de contar com um profis-sional com expertise na área, para defesa das prerrogativas da carreira de Advogado da União. Na mesma linha, a ANAUNI propôs ao Procurador-Geral da União, recentemente, a criação de um núcleo de defesa de prer-rogativas da carreira, no âmbito da PGU, notadamente em virtude das sanções recentes aplicadas arbitrariamente a Advogados da União, que lamentavelmente vêm se tornando frequentes.

Outra atribuição que ficará a cargo do Dr. Fábio Medina Osório será a orientação e defesa dos associados da ANAUNI perante a Corte de Contas, diante da tentativa de responsabiliza-ção que possa ocorrer, além da defesa técnica em procedimentos administrativos outros, que possam comprometer a necessária independên-cia técnico-jurídica dos Membros da Carreira. Os associados podem solicitar o serviço diretamente à Diretoria da ANAUNI.

ANAUNI pede providencias à AGU sobre as cessões, exercícios pro-visórios, colaborações temporárias e requisições de Advogados da União, em desacordo com a Lei 11.890/08

A ANAUNI encaminhou ofício ao Advogado Geral da União, José Antônio Dias Toffoli, em virtude de informações oficiosas de que existem cessões, exercícios provisórios, colaborações temporárias e requisições de Advogados da União, deferidas ou mantidas em desacordo com os termos do artigo 7.° e 162 da Lei n.° 11.890/08”.

No documento a ANAUNI solicita providên-cias urgentes da instituição para que faça cessar tais situações. Pede ainda o encaminha-mento da relação nominal dos Advogados da União eventualmente cedidos em desacordo com a legislação de regência, bem como informações sobre as providências que vêm sendo adotadas para regularização e apuração de responsabilidade nos termos do art. 5º do Ato Regimental n.º 06, de 30 de outubro de 2008.

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ANAUNIInforma6 |

Destaque

Ao longo da história da Advocacia Geral da União (AGU), as Procuradorias-Seccionais a União (PSU’s) têm tido

um papel importantíssimo dentro da estru-tura do órgão. De acordo com o artigo 9º, § 3º da Lei Orgânica da AGU, cabe a elas a representação judicial da União em primeira instância da Justiça Federal, comum e es-pecializada.

Apesar de sua importância, o número de uni-dades em todo o território brasileiro ainda é insuficiente. A recente criação de 230 varas federais tornou ainda mais urgente a neces-sidade de instalação de novas Seccionais da União em todo o país. Um exemplo do papel desenvolvido pelas PSU’s está na unidade de Blumenau (SC), em que os Advogados da União vêm conseguindo decisões para fechar todas as casas de bingos e videolo-terias que funcionavam em Blumenau e região. As decisões determinam que todos os caça-níqueis apreendidos sejam destruí-dos ao final do processo, evitando qualquer tipo de desvio das máquinas. O Procurador-Seccional da União em Blumenau, Caio Wolff, destacou “a absoluta necessidade de

que todos os projetos de lei que tratam da ampliação do judiciário tenham seus impactos avaliados e refletidos na estrutura da AGU”.

Outro exemplo foi a atuação da PSU em Niterói (RJ), que garantiu, na Justiça, economia de mais de R$ 100 mil aos cofres públicos, ao suspender a expedição de precatório que pagaria o dobro do valor correto a uma única pessoa.

Interiorizaçãoda AGU

Estudo feito pela AGU aponta a necessidade de implantação de novas PSU’s para acompanhar a interiorização da Justiça Federal.

Atualmente, a AGU conta com 58 unidades das PSU’s. O número é insuficiente devido ao acúmulo de processos judiciais e a ne-cessidade de expansão da atuação pró-ativa no combate à corrupção e recomposição do patrimônio público. Em estudo feito pela AGU, foi constada a necessidade de criação de cargos para os órgãos de representação judicial da União, especialmente para atender às 27 Procuradorias-Seccionais da União que estão sendo instaladas, num total mínimo de 81 novos cargos.

A Procuradoria-Seccional da União em Mos-soró (RN) entrou na fase final de conclusão da reforma do prédio. A previsão da inau-guração é para o mês de outubro. Para o Procurador-chefe da União no Rio Grande do Norte, Niomar Nogueira, ainda existe mui-tas dificuldades no processo de interioriza-ção da AGU e o órgão precisa se estruturar. “A maior dificuldade é a estrutura física das unidades, pois a União não dispõe de pré-dios suficientes nem recursos para adquiri-los. Ainda que se tenha estrutura, não há quadro de profissionais, o que é uma grande luta nesta unidade de Mossoró”, comentou.

Procurador-chefe da

União no Rio Grande do

Norte, Niomar Nogueira

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ENTREVISTA

ANAUNI Informa: Qual a visão que o senhor possui com o trabalho desen-volvido pelas Seccionais?

PGU: As Procuradorias Seccionais da União são de suma importância, não só para acom-panhar a interiorização da Justiça Federal, exercendo a defesa do interesse público, mas também para auxiliar no reconheci-mento dos direitos dos cidadãos no interior do País. A Justiça Federal possuía a ima-gem de uma Justiça elitizada, de acesso restrito ao cidadão que vivia nas capitais e nos grandes municípios, no entanto, esta imagem tem mudado e a interiorização se fez presente. Da mesma forma deve a AGU acompanhar esse movimento, buscando defender o interesse público onde ele es-tiver presente, seja em grandes centros, seja em pequenas cidades. De outro lado, a interiorização da AGU possibilita não só que os cidadãos dos pequenos municí-pios conheçam a nossa Instituição, denun-ciando eventual lesão ao interesse público (invasão de terras públicas, cometimento de atos de improbidade, depredação do patrimônio histórico, artístico ou cultural e etc.), mas também que ele possa perante um órgão que representa a União buscar o reconhecimento de seus direitos. E isso

hoje ocorre em virtude da postura pre-conizada pela AGU materializada no lema “AGU Cidadã - seu direito, nosso dever”. Inclusive, deve-se observar que está sendo finalizada pela Consultoria-Geral da União uma minuta de projeto de lei estabelecendo procedimento de reconhecimento da respon-sabilização do agente público por seus atos, quando ilícitos. Outro benefício gerado pela interiorização do Contencioso é o estímulo à interiorização do Consultivo, que hoje em dia é ainda incipiente. E isso poderá ocorrer em virtude das demandas de assessoramen-to e consultoria jurídica que serão geradas por Órgãos Federais localizados no interior do País e da necessidade, cada vez maior, de se disponibilizar uma estrutura para a transação extrajudicial e para a análise ju-rídica de reconhecimento de direitos, antes de eventuais conflitos de interesses serem submetidos ao Judiciário.

A.I: Qual a necessidade de se criar uma integração entre Consultivo e Conten-cioso e como isso se daria no interior?

PGU: Hoje em dia, é importante dizer que, infelizmente, há uma grande resistência por parte dos Advogados do Contencioso e do Consultivo em se integrarem, mais até

daqueles que atuam no Consultivo, talvez pelo temor de tal área ser absorvida pelo Contencioso, em virtude da grande pressão que o prazo judicial exerce sobre os Advoga-dos. Contudo, entendo que integração não deve ser confundida com unificação. Na integração se busca apenas uma atuação em conjunto, entrosada, mas se preserva a todo custo a separação das atividades e de suas estruturas, tendo em vista a sua mes-ma importância para o Estado Democrático de Direito. E esta integração é de extrema importância e necessidade para a Advo-cacia-Geral da União, primeiro, porque a atuação perante o Judiciário deve estar em consonância com os entendimentos pre-dominantes proferidos pela área consultiva, segundo, pois ao se prestar assessoramento e consultoria jurídica deve-se estar antenado com as decisões reiteradas dos Tribunais, mormente Superiores, bem como atento as teses jurídicas apresentadas pela área contenciosa nos órgãos do Judiciário, e, terceiro, porque a celebração de acordo ou transação judicial dependem necessari-amente da atuação em conjunto de ambas as áreas da Advocacia Pública. No interior, entendo que esta integração pode ser fa-cilitada, tendo em vista que, longe da sede dos órgãos Estaduais ou Regionais da AGU,

Para falar sobre a Interiorização da AGU

o ANAUNI Informa foi conversar com o Procurador-Geral da

União, Fernando Luiz Albuquerque Faria.

Ele ingressou na AGU em 2001.

Associação Nacional dos Advogados da União

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os Advogados Públicos deverão e terão necessariamente de se unir. Por sua vez, por uma questão de economia e gestão adminis-trativa, se faz necessário juntar numa mes-ma edificação a área do contencioso e con-sultivo, e, a nosso ver, é interessante que haja estruturas administrativas em comum, mas sempre preservando a separação das atividades e de suas supervisões técnicas.

A.I: Existe alguma previsão de criação dessas novas unidades das Procurado-rias Seccionais?

PGU: Em 17 de junho de 2008 foi editada a Portaria nº 774 do Advogado-Geral da União, para instalar quatorze Procuradorias Seccionais, algumas delas já foram instala-das e outras estão em vias de instalação, sendo que o prazo de instalação foi prorro-gado para 16 de julho de 2010. Agora, vai haver uma nova demanda de instalação e criação de Procuradorias Seccionais em face da criação das novas varas federais, que é mais um movimento de interiorização da Justiça Federal. Só que neste caso será necessário para acompanhar a Justiça Federal de nova lei, pois a previsão nos arts. 8ºs das Leis nºs 9.028, de 1995, e 9.366, de 1996, não autoriza a instalação de Seccionais em número suficiente.

A.I: Diante dessas novas demandas, o senhor acha que o efetivo atual de Advoga-dos da União consegue suprir isso? A possibilidade de criação de 825 cargos pedidos ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão seria vital?

PGU: A grande preocupação neste mo-mento é a quantidade de Advogados para instalação e criação de novas Procuradorias-Seccionais da União. É que, ao contrário do que num primeiro momento se pode en-tender, a transferência de um Advogado da União da Procuradoria que exercia a juris-dição sobre os processos que serão assumi-dos pela nova Seccional não resolve os problemas da falta de advogados. Primeiro, pois a todo o momento a AGU tem angari-ado novas competências ou está ocupando espaços seus que antes não ocupava, de modo que a Procuradoria-Mãe ao ceder um Advogado da União para a criação da Seccional, embora esteja transferindo para este órgão os processos que estavam sob a sua responsabilidade, não terá seu volume de trabalho reduzido proporcionalmente. Além disso, a nova Seccional, a médio ou longo prazo, poderá também não ter um volume reduzido de trabalho e carecerá de

Advogados, pois, no interior, muitas das vezes, em face da ausência de acesso a órgãos federais e do Poder Judiciário, há uma demanda reprimida e que se expande com a instalação de tais órgãos. Outro problema encontra-se no fato de que geral-

mente é difícil encontrar Advogados da União dispostos a se deslocar para o interior, uma vez que as pessoas criam laços nas uni-dades da AGU em que se encontram. As-sim, a criação de 825 novos cargos poderá, de fato, suprir essas demandas e outras que têm surgido para a AGU.

A.I: Dentro do slogan que a AGU adota (a AGU cidadã) o senhor não acha que a representatividade da União e a capilari-dade, por meio dessas novas Seccionais, não poderia dar uma pronta resposta, algo mais imediato nesse projeto da AGU ser mais cidadã como órgão de função essencial à justiça?

PGU: Eu acredito que sim. No interior, qualquer novidade se espalha rapida-mente pela sociedade local, seja uma edi-ficação nova, seja a abertura de um novo estabelecimento, seja a própria instalação de um órgão federal. De modo que, como benefício imediato, a abertura de Seccionais proporcionará à AGU a sua divulgação para população local. Além disso, se tivermos um Chefe da Procuradoria Seccional acessível e for feito um bom trabalho de assessor-amento de comunicação com a divulgação da nossa Instituição e de suas competên-cias, é possível estreitarmos as relações com sociedade local, não só possibilitando nossa atuação proativa, diante do recebi-mento de denúncias acerca de violações ao patrimônio público, à probidade administra-tiva e a outros bens e interesses da União, mas também viabilizando a busca pelos ci-dadãos locais do reconhecimento de seus direitos em face da União e a celebração

de acordos ou transações judiciais ou ex-trajudiciais. Agora, para que isso ocorra, é necessário que as “Procuradorias-Mães” da Seccional (PU e/ou PRU) não a aban-donem. Não adianta simplesmente mandar um advogado para assumir a Seccional e abandoná-lo com uma centena de processos para cuidar. Ele simplesmente não vai fazer um trabalho de aproximação com a comu-nidade local, pois estará focado e preocu-pado em cumprir com seus prazos judiciais. É necessário que as “Procuradorias-Mães”, incluindo a própria Procuradoria-Geral da União, dêem toda a assistência necessária, tanto para a divulgação local da Seccional, como para as atividades lá exercidas, inclu-sive se for o caso com o encaminhamento, quando necessário, de Advogado da União para colaboração temporária ou exercício provisório.

A.I: Existe a concepção de que a in-teriorização está diretamente ligada ao tema AGU Cidadã?

PGU: Acredito que o primeiro movimento de interiorização da AGU teve mais como mote um acompanhamento da Justiça Federal para exercício da representação judicial da União. Hoje, contudo, tendo Ministro Toffoli estabelecido o lema “AGU cidadã - seu di-reito, nosso dever”, há uma preocupação da nossa Instituição se aproximar do cidadão, bem como de reconhecer seus direitos. As-sim, entendo que na interiorização há tam-bém a preocupação de nossa Instituição se aproximar das sociedades locais, para que possamos cumprir nosso papel de Função Essencial à Justiça e viabilizadores do Es-tado Democrático de Direito. E esses dos enfoques - acompanhamento da Justiça Federal e aproximação da sociedade local - devem sempre ser lembrados quando da criação e instalação de Seccionais.

Realmente a gente deve cumprir esse papel como uma instituição cidadã que busca a

efetivação do Estado de Direito e a gente só consegue cumprir se

interiorizar

ENTREVISTA

a gente deve cumprir esse papel como uma

instituição cidadã, que busca a efeti-

vação do Estado de Direito, e a gente só consegue cumprir se

interiorizar

ANAUNIInforma

Page 9: Edição Setembro/2009

Associação Nacional dos Advogados da União

REPORTAGEM

Consenso Histórico

Acordo celebrado por todas as entidades de classe da área jurídica federal completa 2 anos.

O início do mês de agosto, mais pre-cisamente no dia 8, marcou dois anos da assinatura do Acordo

histórico entre as entidades que inte-gram o Forum Nacional da Advocacia Pú-blica Federal - ANAJUR, ANAUNI, ANPAF, APBC, ANPPREV, SINPROFAZ e APAFERJ, representativas das Carreiras de Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional, Procurador Federal e Procurador do Banco Central.

O objetivo do acordo é de reafirmar o com-promisso de convivência respeitosa, trans-parente, ética e construtiva, presente entre as quatro carreiras jurídicas representadas no Forum Nacional da Advocacia Pública Federal. Em seu texto, destaca pontos prin-cipais com o objetivo maior de alcançar o fortalecimento da Advocacia Pública Federal, atuação integrada das entidades do Fo-rum Nacional, para aprovação da nova Lei Orgânica da AGU, com a existência das car-reiras de Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional, Procurador Federal e Procurador do Banco Central, na AGU, cada qual com atribuições privativas. Com essa condição, a Procuradoria-Geral Federal e a Procuradoria-Geral do Banco Central pas-sam a integrar a AGU.

Num momento de luta para evitar o discurso associativo inconse-qüente, disseminador da discórdia e de radicalismos entre as carrei-ras, por meio do acordo conseguiu-se, com extrema dificuldade, o consen-so. Celebrado por todas as entidades de classe da área jurídica federal, o

acordo foi encaminhado ao Advogado-Geral da União, José Antonio Dias Toffoli.

Atualmente

À época da assinatura, propagava-se a idéia de que não era viável a coexistência de quatro carreiras com atribuições ex-clusivas e específicas, atuando de forma coordenada, em prol do interesse público. Hoje é visto justamente o contrário das afirmativas.

Prova disso foram casos recentes em que os dirigentes das entidades uniram es-forços para causas em comum, como a luta do Fórum pela inclusão da Advocacia Pública Federal no texto da PEC 210/07 que trata sobre adicional por tempo de serviço de juízes e membros do Ministério Público.

Outro bom exemplo da unidade em que caminha as carreiras é a campanha pelos Honorários Advocatí-cios, projeto de destaque no acordo e que tomou novo i m p u l s o

com a deflagração nacional de defesa do projeto.

Para colaborar com a construção de uma instituição com a grandeza da Advocacia-Geral da União é preciso ética, bom senso, racionalidade, consistência, história e es-pírito democrático. O compromisso firmado é, com toda a certeza, instrumento capaz de promover o crescimento harmonioso da Advocacia Pública Federal. Para conhecer o Forum Nacional da Advocacia Pública visite o site da Entidade (www.advocaciapublica.com.br). Para conhecer os termos do Acordo clique no banner disponibili-zado no site da ANAUNI.

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Criado pelo Governo Federal, o PAC (Programa de Aceleração do Cresci-mento) é o principal programa do Governo

Federal, com o objetivo de retomada do crescimento econômico do país, por meio de investimento público em infra-estrutura, aliado a medidas econômicas e estímulo aos setores produtivos. Pretende, ainda, levar benefícios sociais para todas as regiões do país.

A previsão do governo é ter em quatro anos um total de investimentos em infra-estrutura da ordem de R$ 503,9 bilhões, nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos.

Para garantir a viabilização das obras, com segurança jurídica, evitando questionamen-tos judiciais ou medidas dos órgãos de con-trole interno e externo, que possam obstar o andamento das obras, os Advogados da União nos mais diversos órgãos de lotação da Advocacia-Geral da União - Consulto-rias Jurídicas, Consultoria-Geral da União, Núcleos de Assessoramento Jurídicos, Procuradoria-Geral da União, Secretaria-Geral de Contencioso e Procuradorias da União - têm combinado esforços para asse-gurar a legalidade de todas as etapas dos processos e projetos ligados ao PAC. Em 2007, a propósito, o Advogado-Geral da União, Ministro José Antonio Dias Toffoli, criou o Grupo Executivo de Acompanhamento das Ações do PAC - GEPAC, por meio da Portaria n. 603. O GEPAC conta com representantes

da AGU (CGU e PGU) e da PGF. Entre as atribuições do GEPAC estão: “VIII - pro-mover a integração da atuação da Advoca-cia-Geral da União e da Procuradoria-Geral Federal relativamente ao PAC, articulando as informações geradas no âmbito consultivo e no âmbito contencioso” e “IX - levantar a existência de outras questões de natureza jurídica que possam afetar os projetos do PAC e propor ao Advogado-Geral da União a adoção de medidas tendentes a solucioná-las”, nos termos do art. 1.o da portaria.

O PAC não enfrentou maiores obstáculos judiciais, em 2007, ano de criação do pro-grama, por conta da previdente criação dessa força tarefa na Advocacia-Geral da União (AGU). Foi esse grupo que manteve, na Justiça, a execução das obras da hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, o leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Ma-deira, e o leilão para a con-cessão de uso de sete tre-chos de rodovias federais.

De acordo com o 7o Relatório do PAC, apre-sentado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rous-seff, em junho deste ano, houve um aumento do número de processos rela-tivos ao programa, o que

mostra a atuação proativa da AGU. Do total de ações na justiça (1.251à época) quase 60% foram propostas pela Advocacia-Geral da União (AGU), para desapropriação de ter-ras por interesse social.

A coordenadora do Grupo Executivo de Acompanhamento do PAC (GEPAC), na AGU, a Advogada da União Hélia Bettero, explicou que o fato do número de ações ter aumen-tado desde o último Relatório não repre-senta um dado negativo, pelo contrário. “A atuação proativa da União, ao apresentar as ações de desapropriação, viabiliza a realiza-ção das políticas públicas”, afirmou.

Um reforço de peso para o bom andamento do programa são as Consultorias Jurídicas

Crescimento com Segurança

Trabalho desenvolvido pelos Advogados da União garante a segurança jurídica necessária para o principal programa do governo.

REPORTAGEM

Consultor Jurídico do MME, Mauro Henrique Moreira de Souza

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(CONJUR), órgãos da AGU nos Ministérios. O trabalho desenvolvido dá toda a segurança jurídica necessária para que o governo con-siga executar as obras com tranqüilidade. O Ministério de Minas e Energia (MME) é um exemplo da importância do trabalho desen-volvido pelas Consultorias no PAC. No setor de Energia Elétrica estão em construção 69 usinas que equivalem à geração de 17,5 mil MW. O leilão de 2,4 mil km de linhas de transmissão arrecadou R$ 1,9 bilhão, com deságio de 30%. Foram concluídos, no perío-do de setembro de 2008 a abril de 2009, mil quilômetros de novas linhas e iniciadas as obras de outros 309 km.

No eixo da infraestrutura energética, as ações monitoradas subiram para 680 até o mês de abril. Em dezembro de 2008 eram 656. A diferença resulta de projetos incluí-dos ou desmembrados. De acordo com o Consultor Jurídico do MME, o Advogado da União, Mauro Henrique Moreira de Sousa, por meio do trabalho desenvolvido foi pos-sível viabilizar grandes projetos. “Depois de muito tempo se conseguiu colocar em hasta pública, isto é, em leilão, grandes empreendimen-tos que ficamos muito tempo sem ter”, disse.

O Consultor Jurídico destacou a atuação da Conjur na viabilização de algumas obras queintegram o PAC, como a viabilização dos leilões das hidrelétricas do Rio Madeira e a retomada da Usina termonuclear de Angra III, que estava parada desde a década de 80. “Nós sustentamos em parecer aqui na Consultoria Jurídica a pertinência da ma-nutenção dos contratos que foram firmados. O TCU analisou novamente a questão e voltou a afirmar que é adequada a continuidade, que há validade jurídica da continuidade dos con-tratos firmados”, explicou.

A Advogada da União e assessora do Con-sultor Jurídico, Daniela Marques, comentou em relação ao compromisso da AGU com a efetivação de políticas públicas. “Quando os técnicos do Ministério, por exemplo, concluem pela conveniência de uma intervenção es-tatal para aumentar a concorrência, eles sub-metem a questão à Consultoria Jurídica para analisarmos a legalidade da medida. Assim, contribuímos para a viabilização de políticas públicas do Ministério, dentro dos parâmetros da legalidade“, explicou.

A Consultoria Jurídica do Ministério de Minas e Energia, juntamente com represen-tantes da Cúpula da AGU, da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, do setor técnico do MME, da Empresa de Pesquisa

Energética, da ANP e do Ministério da Fazen-da, participou ativamente das discussões e dos trabalhos de construção dos projetos de lei do Poder Executivo que propõem um novo marco legal para as áreas do Pré-sal e outras áreas estratégicas. A chamada ca-mada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedi-mentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O Ministério dos Transportes é outro bom exemplo da importância do trabalho dos Advogados da União para a viabilização das obras do PAC. São submetidos à análise da Consultoria Jurídica do Ministério projetos de concessões rodoviárias e projetos de expansão da base ferroviária, como o do trem de alta velocidade. De acordo com o Consultor Jurídico Substituto do Ministério dos Transportes, o Advogado da União, Ra-fael Furtado, a análise prévia pela Consul-toria Jurídica reduz os problemas judiciais. “Naturalmente quando o Ministério toma conhecimento da minuta de edital, de obra, ferrovia, ou o que seja, ele pede que a Con-sultoria faça uma análise. Nós ajudamos na correção e elaboração daqueles atos para que não tenham problema. Não adianta

nada você elaborar um ato com a agilidade que seja. Se aquele ato não for bem exami-nado, todo o PAC vai parar pela falta de um controle. Aquilo vai fazer que o projeto não tenha seguimento”, disse.

Ainda de acordo com Rafael Furtado, o trabalho de uma boa base prévia evita o desgaste judicial. “Se a gente faz um bom trabalho na área administrativa, na área con-sultiva, ou não se tem uma demanda judi-cial, porque você já deu uma boa solução na via administrativa, ou você, com uma boa base prévia nossa, você tem uma boa de-fesa de uma posição adotada pelo Estado. Se não tem um trabalho de consultoria bem feito, certamente ficará prejudicada a defesa judicial do ato”, explicou.

O que se vê é que a atuação dos Advoga-dos da União viabiliza as obras do PAC, com segurança jurídica. Sem dúvida, portanto, a AGU vem contribuindo decisivamente para o desenvolvimento econômico e social do País, em favor dos programas de Governo e também da sociedade brasileira. Fica a mensagem de estímulo para que nossos Advoga-dos da União continuem a desenvolver o ex-celente trabalho apresentado até agora.

Canteiro de obras onde será construída

a Usina de Jirau (acima) no Rio

Madeira (à dir.)

REPORTAGEM

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ANAUNIInforma

ESPECIAL

No dia 2 de março, a Diretoria da ANAUNI tomou posse. Os últimos meses foram intensos. Muito trabalho

para organizar e planejar os rumos que a as-sociação tem tomado.

Várias medidas e ações tomadas trouxeram avanços significativos. Apesar dos pontos positivos, o presidente da ANAUNI, André Gustavo Vasconcelos de Alcântara, destaca que a associação precisa avançar mais em algumas questões e que os associados pos-suem papel importantíssimo no processo. Expôs o sentimento que tem ao representar a carreira e pede a compreensão dos associados. “Ser Advogado da União, antes de qualquer coisa, é uma honra enorme para mim. Mais ainda representá-los. Conto com a ajuda, com o reconhecimento e a paciência dos colegas, mas tenho certeza que farei o meu melhor”, enfatizou.

Um exemplo dos avanços alcançados foi o ofício encaminhado à ANAUNI pela Advo-cacia Geral da União (AGU) em resposta ao requerimento que a associação apresentou a respeito da pretensão de restituição dos valores pagos aos Advogados da União em virtude de promoção para a 1.a categoria. No ofício, a AGU informou a suspensão das providências administrativas para reposição

Profissionalismoe resultados

Os seis primeiros meses de trabalho da diretoria da ANAUNI trouxeram avanços significativos

ao erário, até que se tenha posicionamento jurídico conclusivo sobre os efeitos tempo-rais da suspensão de liminar.

Outra prova do empenho em aperfeiçoar o trabalho da classe, foi a nomeação do Advogado da União Rommel Madeiro de Macedo Carneiro para o cargo de Assessor Especial para Capacitação. Ele é incumbido de coordenar as atividades de capacitação tanto técnico como científica dos associa-dos, e articular, junto a órgãos, entidades e agentes públicos e privados, medidas que aprimorem a qualificação dos membros da carreira de Advogado da União.

Tão logo a nova diretoria tomou posse, fo-ram eleitos os delegados estaduais, distri-tal e suplente. Eles são responsáveis por representarem a associação regionalmente e apresentarem os pleitos dos associados à Diretoria, bem como manterem os associa-dos a par da atuação da entidade. Das 27 unidades da federação, 23 têm representa-tividade junto à ANAUNI.

Com a posse dos delegados o corpo diretor da ANAUNI ficou formado. Fazer com que a associação seja mais participativa e tornar a carreira mais forte, respeitada e com prerroga-tivas, o que fortalece o Estado Brasileiro, faz

Ser Advogado da União, antes de

qualquer coisa, é uma honra

enorme para mim. Mais ainda

representá-los.

André AlcântaraPresidente da ANAUNI

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Associação Nacional dos Advogados da União

Cerimônia de Posse da Diretoria no Conselho Federal da OAB, em Brasília

parte dos objetivos da Diretoria. Confira um pouco mais do trabalho que já foi realizado.

Planejamento Estratégico

Antes mesmo da posse da atual diretoria, a primeira fase do Planejamento Estratégico da ANAUNI já estava concluída. Diretores e suplentes da gestão antiga e da atual partici-param da formulação do plano.

O objetivo do Planejamento é identificar pro-jetos e metas, dar maior clareza aos planos e definir estratégias para alcançá-los. O re-sultado é um sistema de gestão, materiali-zado em um documento, que servirá como um norte para o acompanhamento do plano e seus resultados, por meio de indicadores, seguindo cronograma previamente definido.Para cumprir com excelência a tarefa, a ANAUNI contratou o especialista em En-genharia de Qualidade, Paulo Lacerda, para ajudar na coordenação do projeto. Lacerda capitaneou a elaboração de dezenas de planos estratégicos e operacionais em or-ganizações públicas e privadas.

Para maior abrangência e efetividade das medidas, os associados participaram do processo através do preenchimento de um formulário. Todos puderam opinar a partici-par da elaboração do documento. Reuniões trimestrais são realizadas para acompanhar a execução dos trabalhos. Através do Plane-jamento ficou definido:

Relevância para as Consultorias Jurídi-cas e NAJ’s

Os consultores jurídicos têm desempenhado importante papel no Poder Executivo, tanto atuando de forma consultiva, quanto em re-lação ao contencioso. Eles são responsáveis por orientar o Ministro de Estado e gestores nos ministérios e prover segurança jurídica aos atos administrativos praticados por eles.

Sabedora do relevante papel desempenhado por estes profissionais, a Diretoria da ANAUNI, desde a posse, em março deste ano, tem visitado as Consultorias Jurídicas, destacando-se visita à Conjur do MJ, Con-jur do Ministério da Saúde, Conjur do MDIC, Conjur do Ministério da Integração Nacional, incentivando a participação dos colegas no dia-a-dia da AGU e da Associação. Na ocasião, os representantes da associação afirmaram que as Consultorias Jurídicas e os Núcleos de Assessoramento Jurídico são uma das prioridades da nova gestão.

Para a Diretoria, uma das metas principais da associação é lutar pela valorização e o reconhecimento de seus pares da Advoca-cia Geral da União. O objetivo da ANAUNI é que a carreira de Advogado da União e a Consultoria Jurídica, que é órgão de lotação da carreira, sejam fortalecidas, o que resul-tará no fortalecimento da AGU.

Nas visitas, a Diretoria da Associação vem ressaltando a importância do I Encontro Na-cional para o Consultivo, que a ANAUNI reali-za no mês de setembro deste ano, tendo em

vista a integração dos Advogados da União que atuam no consultivo da União, além de aprimorar a comunicação com as Procurado-rias da União.

Combate a prisões ilegais Outro fato que marcou a atuação da ANAU-NI foi a intervenção nos casos de prisões irregulares e abusivas. Ficou constatada a arbitrariedade em que os envolvidos fo-ram tratados. O Advogado Público não tem competência para exercer atos administra-tivos, que são destinados ao gestor. Logo, não pode ser responsabilizado por eventual descumprimento de decisão judicial. É de se ressaltar ainda, o constrangimento o qual foram submetidos. No mês de abril, a Procuradora-Chefe da União no Estado do Espírito Santo, Dra. Le-andra Maria Rocha Moulaz foi intimada para cumprir decisão judicial em 24 horas sob pena de multa diária de R$ 500,00 e prisão em caso de descumprimento. A Juíza Federal substituta Renata Coelho Padilha, da 3ª Vara Federal da Seção Judiciária do Espírito San-to foi quem expediu a ordem.

A Juíza requereu que a União fornecesse certidão positiva com efeitos negativos para uma empresa do ramo imobiliário, e que ex-cluísse também a mesma empresa do ca-dastro de inadimplentes (CADIN), tudo em sede de tutela antecipada. Entretanto, a União não deixou de cumprir a ordem, uma vez que os ofícios solicitados foram despachados aos órgãos competentes. Após a atuação da ANAUNI, a mesma juíza revogou a ordem,

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MissãoFortalecer a carreira de Advogado da União e garantir o exercício exclusivo de suas atribuições; prover benefícios aos As-sociados; contribuir para o aperfeiçoamento da Advocacia Geral da União e do Estado Brasileiro.

VisãoAlcançar o pleno reconhecimento do Advogado da União, pelo Estado e pela Sociedade, como titular de Função Es-sencial à Justiça, responsável pela viabi-lização das políticas públicas nacionais, defesa dos três Poderes da República, prevenção e combate à corrupção e pro-teção do patrimônio público, em benefício do cidadão.

ValoresA Associação valoriza: Ética; Comprome-timento com a carreira; Excelência no exer-cício da função; Democracia; Otimismo; Coragem e Combatividade.

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ANAUNIInforma

ESPECIAL

e reconheceu que de fato os documentos foram enviados.

Situação semelhante, e não menos de-gradante, foi a ordem de prisão expedida pela juíza federal substituta Ana Inés Al-gorta Latorre, da 6ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, contra o Procurador-Regional da União (PRU) na 4ª Região, Dr. Luís Antônio Alcoba de Freitas. Neste caso, a alegação era de descumprimen-to de decisão judicial, que determinava o for-necimento de medicamento a menor de idade. O Tribunal Regional Federal da 4a Região en-tendeu, como descrito na liminar proferida, que embora o PRU tenha o dever de representar ju-dicialmente a União, ele não possui poder hierár-quico para obrigar o cumprimento de decisões ou competência para cumprir as mesmas.

Outra vez a ANAUNI teve atuação rápida e eficiente na solução do caso. A associação tomou todas as medidas judiciais para res-guardar as atribuições constitucionais dos Advogados da União.

Trabalho institucional nos Seminários Regionais A ANAUNI marcou presença nos cinco Semi-nários Regionais da Advocacia Pública Federal, que a Escola da AGU promoveu neste ano. Participaram do encontro servidores e mem-bros das Carreiras Jurídicas de Advogado da União, Procurador Federal, Procurador da Fazenda Nacional, Assistente Jurídico. Além de defender as prerrogativas exclusivas da carreira de Advogado da União, o objetivo nas participações foi o de promover a divul-

gação do trabalho institucional. A ANAUNI montou em cada edição do seminário um pequeno lounge que serviu de ponto de en-contro, distribuição de material institucional e promocional da carreira de Advogado da União e, até mesmo, de cenário para entre-vistas às emissoras locais pelos associados.

Portaria de tercerização de serviços advocatícios é revogada por Portaria que institui audiências e consultas pú-blicas na AGU

A Portaria Nº 1.830 que disciplina a con-tratação excepcional e extraordinária de consultoria advocatícia especializada por órgãos ou entidades da Administração Pú-blica Federal Direta, Autárquica e Funda-cional foi revogada pela Portaria Nº 527 da Advocacia-Geral da União que disciplina a realização de audiências e consultas públi-cas em processos administrativos que este-jam sob apreciação da Advocacia-Geral da União (AGU) e de seus órgãos vinculados. No documento, a AGU considera que, con-forme determina o art. 131 da Constituição Federal, as atividades de consultoria e as-sessoramento do Poder Executivo Federal competem exclusivamente à Advocacia-Geral da União e aos seus órgãos vinculados. Tais atividades podem envolver matérias de alta complexidade, com repercussão geral e de interesse público relevante.

A AGU considerou também que é permitida a realização de consultas e audiências públi-cas no âmbito dos processos administrativos como instrumentos de auxílio e subsídio nas tomadas de decisão da Administração, em

consonância com o que dispõem os arts. 31 e 35 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

A medida foi possível a partir dos entendimentos firmados entre a ANAUNI e o Consultor-Geral da União, Dr. Ronaldo Jorge Araújo Vieira Júnior, que em seu despacho referiu especificamente a contribuição da ANAUNI na solução adotada pela AGU, e do Parecer Nº AGU/SFT 001/2009 da lavra do Dr. Sérgio Eduardo de Freitas Tapety, Advogado da União em exercício no DECOR/CGU/AGU, atualmente exercendo a função de Consultor-Geral da União-Substituto.

A ANAUNI defendeu a impossibilidade de manutenção do ato normativo, pois, diferente-mente do que declararam os representantes da União, o caso em tela não se trata de apenas contratação de assessoria técnica ao mem-bro de carreira, mas sim, de realização de suas atribuições de fato por prestadores de serviço contratados. A Secretária-Geral da ANAUNI, Tania Patricia Vaz, fez um alerta para o risco de fragilização da AGU, ao per-mitir que um parecer ou um estudo jurídico sejam desconsiderados e substituídos. A Secretária-Geral comparou o caso à uma situação de contratação de um jurista para emitir sentença, quando determinado Magistra-do não tivesse a necessária experiência para decidir sobre alguma matéria.

Com o objetivo de uma atuação ainda mais efe-tiva da Diretoria Jurídica, dirigida pelos Advogados da União Rodrigo Veloso e Lourival May Chula, a ANAUNI tem feito investimentos nesta área.

Para isso, contratatou o escritório de advocacia Barbosa, Müssnich & Aragão que ficou responsável pela confecção e acompanhamento dos futuros requerimentos administra-tivos, ajuizamento de medidas ju-diciais da entidade e ainda pela ex-ecução do planejamento estratégico jurídico a partir de diretrizes previa-mente ajustadas.

O reflexo foi imediato. A Diretoria Jurídica disponibilizou minutas, logo em seguida ajuizou as Ações, na área restrita para associados do site para pleitear pagamento de adi-cional por consequência de serviço extraordiário; para impedir a resti-tuição dos valores recebidos em decorrência de promoção; e para remoção a pedido. A ANAUNI vem buscando atender às solicitações

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Reunião do Planejamento Estratégico

Atuação Jurídica Efetiva

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Associação Nacional dos Advogados da União

dos Advogados da União que desejam ver reconhecido determinado direito apelo Poder Judiciário, como forma de prestar mais este serviço, de caráter jurídico, ao Associado. Para tanto, foi concretizada a parceria com Medina Os-ório Advogados para defesa das prerrogativas da carreira de Advogado da União.

Requerimentos

Diversos requerimentos foram protocolados pela Diretoria na defesa das atribuições dos Advogados da União. Podem ser destaca-dos o enviado ao Procurador-Geral da União, Fernando Luiz Albuquerque Faria, para que sejam impossibilitados termos de conciliação ou acordos extrajudiciais com os Ministérios, a serem celebrados pela AGU, representan-do a União, que tenham por objeto a con-tratação de bacharéis em direito para o exercí-cio de atribuições exclusivas da carreira de Advogado da União, sem a participação da ANAUNI, tanto mais quando sejam prejudi-ciais aos interesses da carreira.

Também foi apresentada impugnação ao edital de Convocação no 002/2009, do Pro-jeto Pensando o Direito (BRA 07/004), ex-pedido pelo Ministro de Estado da Justiça, Tarso Genro. O Ministério divulgou o edital, instaurando processo de seleção pública a ser conduzido no âmbito do Acordo Básico

de Assistência Técnica, firmado entre a República Federativa do Brasil e a Organi-zação das Nações Unidas, suas Agências Especializadas e outras, para serem firma-das Cartas de Acordo com instituições de ensino públicas e privadas para realização de pesquisas em areas específicas.

Foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedido de providências quan-to às prisões ilegais de Membros da Advo-cacia Pública, dentre outras sanções que vêm sendo aplicadas a Advogados da União, Procuradores Federais, Procuradores da Fa-zenda Nacional e Procuradores do Banco Central do Brasil, por infundado descumpri-mento de ordens judiciais provenientes dos Magistrados Federais. Outro requerimento foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedido de providências sobre a previsão ilegal constante do Regimento Inter-no do Tribunal Regional da 24.a Região, autor-izando a terceirização de serviços jurídicos, mais especificamente para representação judicial dos Desembargadores do Trabalho.

O Advogado-Geral da União Substituto, Evandro Costa Gama, encaminhou ofício à ANAUNI em resposta ao requerimento que a associação apresentou a respeito da pretensão de restituição dos valores pagos aos Advogados da União em virtude de

promoção para a 1.a categoria. No ofício, a AGU informa que o processo onde se analisa o requerimento formulado pela ANAUNI foi encaminhado ao Departamento de Assuntos Jurídicos Internos – DAJI.

Também protocolou junto ao Ministério da Defesa impugnação ao edital nº 01/2009 expedido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo(DECEA) do Comando da Aeronáutica, alegando inconstitucionalidade para o provimento de cargos de Técnico de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (DACTA 1301 – Área Jurídica). No documento, a ANAUNI contestou a seleção dos cargos cujas atribuições competem ex-clusivamente aos Advogados da União. O documento diz que, o edital afronta o artigo 131 da Constituição Federal. O Ministério da Defesa acatou o requerimento da ANAUNI.

Encaminhou ofício formalizando requerimen-to ao Advogado-Geral da União, José Anto-nio Dias Toffoli, solicitando que a União arque com as anuidades da Ordem dos Advogados do Brasil pagas pelos Advogados da União. No documento foi exposto que não é razoável que os Advogados da União contribuam pessoalmente à OAB, já que representam exclusivamente a defesa da União sendo ve-dado o exercício da advocacia privada fora das atribuições institucionais.

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Presidente da ANAUNI(à esq.), juntamente com Dirigentes do Forum e o Advogado Geral da União, José Antônio Dias Toffoli na assinatura de acordo de cooperação com o

Conselho Nacional de Justiça.

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ANAUNIInforma

O mês de novembro será marcado pelo X Encontro Nacional dos Advogados da União, evento promovido pela

ANAUNI e que se tornou tradição para a car-reira. A data de realização será de 3 a 6, e a cidade sede Belém.

O encontro deste ano abordará uma temáti-ca diferente, como prevê José Mauro de Lima O´ de Almeida, Diretor Adjunto de Atividades Legislativas da ANAUNI e Coordenador do Encontro. “Abordaremos temas que estão

em evidência em toda atividade da Advo-cacia-Geral da União, como por exemplo, o Plano de Aceleração do Crescimento e a AGU e as prerrogativas dos Advogados da União frente à governança. Será um evento histórico”, planeja.

A cada ano o evento é realizado em uma cidade diferente. Funciona como um fórum para debater as decisões dos Advogados da União, e define a diretrizes que a Associação vai tomar no ano seguinte.

O primeiro evento realizado foi em Brasília, no ano 2000, onde também está localizada a sede da ANAUNI. O segundo encontro foi sediado na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2001. A cidade de Salvador, em 2002, foi a escolhida para o III Encontro. O IV En-contro, em 2003, foi novamente sediado

Tradição para a Carreira

Em sua décima edição, o Encontro Nacional dos Advogados da União promete fazer história.

Abordaremos temas que estão em evidência em toda atividade da

Advocacia-Geral da União, como por exemplo, o Plano de Aceleração do Cresci-

mento e a AGU e as prerrogativas dos Advogados da União frente à governança.

Será um evento histórico!

José Mauro de Lima O´ de AlmeidaDiretor Adjunto de Atividades Legislativas da ANAUNI e Coordenador do X ENAU

Açaí, fruta tipica do Pará.

DESTAQUE

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Associação Nacional dos Advogados da União

em Brasília, e, no ano seguinte, Natal foi a escolhida para a realização do V ENAU. Na VI edição, por sua vez, a cidade eleita foi Florianópolis, que engrandeceu ainda mais este consagrado Encontro. O VII aconteceu em 2006, na cidade de Recife. Foz do Iguaçu foi a escolhida para sediar o VIII, meio às belíssimas Cataratas do Iguaçu. Já o último, ocorreu em no ano passado em Maceió.

Paralelo ao ENAU, ocorre também o Semi-nário Nacional da Advocacia Pública. Este ano acontece a sua sexta edição. No semi-nário se discute matérias relevantes aos Advogados da União e outros operadores de direito de todo o país.

Cidade Sede

Atualmente vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas na cidade de Belém, no Pará, escolhida para sediar o encontro. Foi fundada em 12 de janeiro de 1616 por Francisco Caldeira Castelo Branco.Belém é a segunda cidade mais populosa da região Norte e é conhecida como “Metrópole

da Amazônia”. Pela abundância de manguei-ras em suas ruas, é popularmente chamada de “Cidade das Mangueiras”.

A culinária belenense tem forte influência indígena e da colonização portuguesa. Pos-sui pratos típicos como: pato no tucupi com jambu, o tacacá, a maniçoba, entre outras delícias como o açaí. Há quem diga que o sabor dos peixes e das frutas é realmente diferente. Os elementos encontrados na região formam a base de seus pratos. Com mais de uma centena de espécies comestíveis, as frutas regionais podem ser encontradas no Ver-o-Peso, feiras livres, mercados e supermercados do município; elas são responsáveis diretas pelo sabor

das sobremesas que enriquecem a mesa paraense. Destacam-se: açaí, bacaba, cu-puaçu, castanha-do-pará, bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá.

As atrações turísticas também tornam a es-tada inesquecível. O Forte do Presépio, lo-calizado no encontro dos rios Pará e Guamá foi recentemente restaurado e é um dos lo-cais que o turista não pode deixar de visitar.

A famosa ilha de Marajó é outra atração. É possível conhecer a ilha montado em búfalo ou em cavalos. Além da pororoca, fenômeno onde as águas do rio Amazonas encontram as do Oceano Atlântico.

A rede hoteleira recepciona o turista com conforto e boas instalações. Em especial os locais onde acontece o X Enau. Na Estação das Docas ocorre a abertura e jantar de encerramento. O complexo turístico-cultural é dos centros de lazer e entretenimento na cidade. Já o hotel Crown, onde os encon-tristas ficarão hospedados, foi considerado o melhor hotel de Belém pelo Guia 4 Rodas.

A culinária belenense tem forte influência

indígena e da coloni-zação portuguesa.

Pôr-do-sol na Estação das Docas, local da abertura do encontro.

Belém e o Mercado Ver-o-Peso ao fundo.

Ilha de Marajó

Estação das Docas

Forte do Castelo

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ANAUNIInforma

Novidades no quadro de membros da Advocacia Geral da União. O Advogado-Geral da União, Ministro José Anto-nio Dias Toffoli, encaminhou ao Ministro do Planejamento,

Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo Silva, o Aviso Ministerial nº 208/AGU, em que propõe a criação de 825 cargos efetivos da car-reira de Advogado da União.

No documento, o Ministro Toffoli esclarece que o quadro de Advoga-dos da União e o quadro suplementar - que desempenham as ativi-dades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo Federal, junto às Consultorias Jurídicas dos Ministérios e Núcleos de Assessoramento Jurídicos - permanece inalterado desde a cri-ação da Advocacia-Geral da União (AGU), há mais de 15 anos. Registrou que os atuais cargos existentes são insuficientes para desenvolver os trabalhos da instituição - 1.824 cargos, segundo consignado. É importante destacar que a atuação dos Advogados da União vêm se ampliando e tornando-se mais complexa, exigindo maior qualifi-cação e expertise, à medida em que o Estado Brasileiro se desen-volve, incrementando programas governamentais para desenvolvi-mento social, infra-estrutura, saúde, entre outros programas do Governo Federal, nomeadamente o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.

Um exemplo da atuação que os Advogados da União têm desem-penhado foi o acordo cooperativo com o Departamento de Patrimônio e Probidade Administrativa (DPP) da Procuradoria-Geral

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Reforço para a AGU

ANAUNI apoia proposta de criação de mais de 825 novos cargos de Advogados da União.

A criação de novos cargos é essencial para o bom desen-

volvimento das atividades sob a responsabilidade das

Procuradorias da União, Consultorias Jurídicas e Nú-

cleos de Assessoramento Jurídicos, órgãos de lotação

de Advogados da União

DESTAQUE

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Associação Nacional dos Advogados da União

DESTAQUE

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da União (PGU) com a Procuradoria Regional da União (PRU) da 5ª Região. Graças a este acordo, foi possível que a advogada da União, Kátia Naomi Narita, trabalhasse na força-tarefa organizada pela PGU e coordena-da pelo Procurador-Chefe no Mato Grosso, Cláudio Cezar Fim, com a participação das procuradorias de todos os estados, referente à Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, que desarticulou um esquema de desvio de recursos federais destinados à compra de ambulâncias em 2006.

Outro exemplo é o trabalho jurídico relevantís-simo para o desenvolvimento econômico do País que vem sendo desempenhado pela Consultoria Jurídica do Ministério de Mi-nas e Energia, que coordena a elaboração do novo marco regulatório do pré-sal. Há necessidade urgente de reforço da equipe, atualmente constituída por apenas três Advoga-dos da União.

Do montante total de cargos previstos no Aviso, 210 serão desti-nados para as Consultorias Jurídicas dos Ministérios e 615 para os órgãos de representação judicial da União.

O presidente da ANAUNI, André Gustavo Vasconcelos de Alcân-tara, juntamente com a Secretária Geral da ANAUNI, Tania Patrícia Vaz, estiveram reunidos com o Advogado-Geral da União Substitu-to, Evandro Costa Gama, para discutirem a proposta encaminhada pela AGU.

De acordo com o presidente da ANAUNI, “a criação de novos car-gos é essencial para o bom desenvolvimento das atividades sob a responsabilidade das Procuradorias da União, Consultorias Jurídicas e Núcleos de Assessoramen-to Jurídicos, órgãos de lotação de Advogados da União, notadamente diante da premente ne-cessidade de atuação proativa, para defesa do patrimônio público, da probidade administrativa e recuperação de ativos além da participação na formatação jurídica de to-das as políticas públicas do Estado Brasileiro”. Há déficit de Advogados da União, que prejudica a defesa judicial e extraju-dicial da União, a consul-toria e o assessoramento jurídico dos órgãos da União.

Cargos de Apoio

Outra questão discutida na reunião foi a criação da carreira de apoio e do cargo de analista na AGU. A nova função irá auxiliar os Advogados da União no desenvolvi-mento dos trabalhos. Em aviso ministe-rial enviado ao Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, o Advogado-Geral da União, Ministro José Antônio Dias Tóffoli, propõe a criação de 8.250 cargos para as carreiras de apoio da Advocacia-Geral da União e também à Procuradoria-Geral Federal, órgão criado a partir de 2002, com a Lei n. 10.480/2002.

A ANAUNI apóia a proposta, destacando que, desde a criação do Quadro de Pessoal da AGU, por meio da Lei n. 10.480/2002, os cerca de 1.500 servidores que passaram a integrar a AGU pleiteiam e aguardam a es-truturação das carreiras de apoio e a justa remuneração pelos relevantes serviços que

prestam no assessoramento técnico aos membros de carreira. A criação dos cargos para as carreiras de apoio proporcionará à AGU meios e recursos para exercer as suas funções constitucionais, no atendimento aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de âmbito federal.

O anteprojeto de lei cria duas carreiras: Analista e Técnico da AGU. A carreira de analista será formada por servidores de nível superior com diplomas de graduação em diversas áreas. Entre as especialidades, destacam-se a de Analista Processual. Quanto à carreira de Técnico, será formada por servidores de nível médio.

Trabalho da Consultoria Jurídica do Ministério de Minas e Energia tem grande influencia no pré-sal.

A criação dos cargos para as carreiras de

apoio proporcionará à AGU meios e recursos para exercer as suas funções constitucion-ais, no atendimento aos Poderes Execu-

tivo, Legislativo e Ju-diciário, de âmbito

federal.

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ANAUNIInforma

REPORTAGEM

No início de julho foram realizadas as provas orais do concurso para Advogado da União. Aproximadamente 270 candidatos re-alizaram as provas durante quatro dias de aplicação, em Brasília.

Os candidatos disputaram 86 vagas ofertadas. De acordo com o edi-tal, publicado em novembro do ano passado, do concurso consta a aplicação de prova objetiva, três provas discursivas e prova oral, além da avaliação de títulos. A carreira de Advogado da União tem a atribuição de representação judicial e extrajudicial da União, além do assessoramento e consultoria jurídica do Poder Executivo Federal.

Um dos grandes diferenciais deste concurso é a prova oral, cuja Banca Examinadora é constituída exclusivamente por Advogados da União. De acordo com o edital, na avaliação da prova oral foram con-siderados o domínio do conhecimento jurídico, o emprego adequado da linguagem, a articulação do raciocínio, a capacidade de argumen-tação e o uso correto do vernáculo.

A inclusão da prova oral representa importantíssimo avanço, con-siderando que as demais carreiras que exercem Função Essencial à Justiça, como a Magistratura, o Ministério Público e a Defensoria da União, já adotam a prova oral em seus respectivos concursos, restando apenas os concursos para as carreiras da AGU.

A prova oral foi incluída no concurso para ingresso nas carreiras de Advogado da União e Procurador da Fazenda Nacional por deliberação do Conselho Superior da AGU que, nos termos da Lei Complementar 73, de 1993, tem competência para disciplinar e organizar o con-curso de ingresso para as carreiras da AGU. Sendo assim, por meio de alteração da resolução que contém tal disciplinamento, por meio da Resolução n. 2, de 8 de abril de 2008, ambas as carreiras da AGU passaram a ter, obrigatoriamente, a prova oral no concurso de ingresso.

A conselheira representante da carreira, a Advogada da União Lisiane Ferrazzo, eleita pelos Advogados da União para o biênio

2008-2010, também reconhece a importância desse avanço no con-curso de ingresso para Advogado da União. “Pude testemunhar a satisfação dos colegas de carreira com a participação na banca. Com toda certeza firmou-se um novo paradigma muito bem consolidado e que reverterá não só em benefício da Carreira de Advogado da União, mas da própria AGU.”, disse.

A ANAUNI, por meio de seu presidente, André Gustavo Vasconcelos de Alcântara, que é também representante suplente da carreira de Advogado da União no CSAGU, esteve presente e acompanhou a realização das provas orais.

De acordo com um dos integrantes da banca, o Advogado da União Dr. Marco Aurélio Peixoto, a cobrança da prova oral, apesar de di-ficultar mais o ingresso na carreira, também trouxe satisfação em quem realizou a prova. “Por mais que os candidatos estivessem ner-vosos e ansiosos, era visível que eles também tinham a satisfação de fazer uma prova oral, sentiam-se valorizados e empolgados em tentar fazer parte dessa carreira. Pude avaliar candidatos de 21 (o mais novo) a 42 anos (o mais velho que identifiquei), todos com uma preparação jurídica de fazer inveja e uma vontade incrível de se tornar membro da carreira de Advogado da União”, explicou.

Para o Advogado da União, Dr. Fábio Leite, que também integrou a banca examinadora, a participação de quem já é da carreira na banca torna a seleção mais completa. “A inclusão da prova oral no concurso público de Advogado da União representa um significativo avanço, pois equipara o modelo de ingresso na nossa carreira ao dos principais concursos da área jurídica. E, a participação direta dos Advogados

da União nas Bancas Examinadoras é fun-damental para garantir a seleção de profis-sionais que possuam um perfil adequado para o desempenho das funções que o cargo exige”, comentou.

A prova oral abordou temas de Direito Adminis-trativo, Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Financeiro e Econômico.

Conquista denível elevado

Aplicação de prova oral para o concurso de Advogado da União exige mais dos candidatos

Participação direta dos Advogados da União na banca seleciona melhor o perfil dos

candidatos

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Associação Nacional dos Advogados da União

Confira abaixo os integrantes da banca ex-aminadora. Todos os participantes possuem pelo menos grau de mestre e atuam como docentes em universidades.

Victor Trigueiro

Com toda humildade, considero que o concurso foi muito difícil. O enorme número de inscritos, o fato de haver limitação quanto ao número de candidatos que iriam para a terceira etapa, e a

própria previsão de prova oral, elevaram a dificuldade do concurso. O nível das provas durante as três etapas foi muito bom, unindo questões sobre legislação, doutrina e juris-prudência. E a julgar pelas notas dos aprova-dos, concluo que o nível de preparação dos candidatos também era muito bom. A prova oral foi um grande desafio. Sob o ponto de vista do candidato, acho que ela apresenta um aspecto negativo, que é a inevitável existência de provas diferentes. Falando especificamente sobre a prova oral do nosso concurso, embora de uma maneira geral as perguntas apresentassem o mesmo nível de dificuldade, fica a sensação de que a prova “A” foi melhor ou menos difícil que a prova “B”. Isso faz com quem o candidato tenham a sensação também de que deve contar com um pouco de “sorte”, embora tal fator, na verdade, seja de menor importân-cia para o candidato que está realmente pre-parado. Por outro lado, vejo como aspecto positivo o próprio desafio que a prova oral representa, de requerer auto-controle, tran-quilidade e raciocínio rápido. Agora que ela passou, e que eu tive sucesso, posso dizer que foi muito bom passar pela experiência.

Luana Ávila

A soma de diversos fa-tores leva-me a crer que o presente concurso pode ser considerado um dos mais difíceis, de todos aqueles já realizados pela Advocacia-Geral da União. Inicialmente, há que se

ressaltar que o nível de conhecimento jurídi-co dos candidatos ao cargo vem crescendo a cada dia, o que por si só, já torna o con-curso muito difícil. Ademais, em termos de número de aprovados, as informações que tenho dão conta de que este concurso foi o que aprovou o menor número de candidatos ao final, acirrando assim a concorrência.

Especificamente sobre a prova oral, entendo que a sua realização valoriza e muito o con-curso, elevando o seu nível de dificuldade. Esta fase, além de medir o conhecimento dos candidatos, possibilita que se verifique a sua capacidade de raciocínio e argumen-tação numa situação de extrema tensão, atestando a sua aptidão para enfrentar situ-ações de elevado nível de estresse. Confes-so que, como candidato, cheguei a sonhar que a prova oral para a AGU não existisse, ou que só fosse incluída no próximo concur-so. Porém, para os interesses da carreira, sem sombra de dúvidas, é muito importante e deve ser mantida. A inclusão da prova oral valoriza a carreira, colocando-a efetiva e definitivamente no ciclo dos concursos ju-rídicos mais difíceis, e também, mais dese-jados do Brasil.

Impressão de quem fez a prova

Camilla Araújo

O concurso foi de altís-simo nível, requerendo dos candidatos o domínio profundo de todas as matérias e a mais recente jurisprudência dos tribunais superiores. A divisão do concurso em três etapas

(prova objetiva, subjetiva e oral), exigiu uma habilidade distinta dos candidatos em cada uma dessas. Ademais, a necessidade de equilíbrio entre os grupos de matérias, exigindo-se um número mínimo de acertos em cada um, dificultou bastante.

O maior desafio da prova oral é o aspecto psi-cológico. Após a maratona da prova subjetiva (quase quinze horas de prova), os aprovados nesta etapa já provaram ter conhecimento profundo das matérias. Entretanto, com uma prova oral, a pergunta mais simples pode se complicar muito. Ao estar cara a cara com examinador, você deve pensar rápido, falar bem e controlar suas emoções. Confesso que nunca fui a favor de prova oral, por entender que há uma grande carga de subjetivismo neste tipo de seleção e que muitas vezes bons candidatos ficam nervosos e não conseguem a aprovação. Entretanto, após a realização da prova oral deste certame, mudei de idéia. A conduta dos examinadores demonstrou que os mesmos apenas queriam ver se os can-didatos tinham o domínio técnico do assunto e se expressavam de uma forma clara e con-catenada. Não houve o terrorismo que muitos relatam em outros concursos.

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ANAUNIInforma

REPORTAGEM

Ao longo de mais de uma década de existên-cia, a Associação

Nacional dos Advogados da União - ANAUNI cresceu, tanto em tamanho quanto em estrutura. E para abrigar esta nova realidade, no mês de agosto ocorreu a mudança para a nova sede da associ-ação.

O novo espaço possui 105 metros quadrados e dispõe de sala de reuniões com estrutura para acomodar Del-egados e Diretores, que serve também como espaço de con-vivência para o Associado da ANAUNI, que poderá utilizar computador e internet.

A diretora administrativa da instituição, Patrícia Lima Sousa, antecipa que a idéia é oferecer um lugar mais acolhedor para o as-sociado. “A idéia é ter um espaço com mais estrutura. O ambiente contribuirá com a profissionalização dos serviços da ANAUNI”.

Situado entre o Parque da Cidade e a Torre de TV, o centro empresarial está em uma área nobre, com fácil acesso ao centro de Brasília e a Esplanada dos Ministérios, e conta com três torres hoteleiras, três torres de escritórios, um centro de convenção, se-tenta e duas lojas, academia, restaurantes,

infra-estrutura de lazer e amplo estaciona-mento público, além de três subsolos de ga-ragem com serviços de valet parking.

Investimentos

Desde mandatos anteriores, a ANAUNI ado-ta a política de modernização de sua gestão administrativa, com investimento no corpo de funcionários da associação, proposta intensificada na atual diretoria. O primeiro fruto da iniciativa é a conclusão da formação acadêmica da secretária da associação, Ana

Cláudia Trindade, funcionária desde 2002.O curso concluído foi o de Secretariado Execu-tivo. “A princípio foi um desafio, pois havia mui-to tempo que tinha parado meus estudos. Eu não tinha a mínima possibilidade de arcar com a mensalidade do curso. A associação quis que eu crescesse profissionalmente e, agora, me sinto feliz, pois creio que muitas possibili-dades se abriram”, conta Ana Cláudia.A iniciativa vai ao encontro das propostas de campanha da diretoria atual, que é a profissionalização dos trabalhos e serviços oferecidos pela ANAUNI.

Complexo Brasil XXI que abrigará a nova sede da ANAUNI

Mudançade Casa

Com o crescimento da associação, a ANAUNI tem nova sede e mais estrutura.

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Associação Nacional dos Advogados da União

Consultoria Jurídica em Foco

ANAUNI realiza o I Encontro Nacional para o Consultivo, em Brasília.

No mês de setembro a cidade de Brasília sediará o I Encontro Nacional da ANAUNI para o Consultivo, que acontece nos dias 24 e 25 de setembro, no auditório do Conselho Federal

da OAB. As inscrições estão abertas.

O evento é organizado pela Diretoria da ANAUNI, com ênfase na dis-cussão de temas polêmicos e de interesse comum para os Advogados da União que atuam nas Consultorias Jurídicas e Núcleos de As-sessoramento Jurídicos. Trata-se do primeiro evento, de iniciativa da ANAUNI, voltado para os Advogados da União que atuam nos órgãos de consultoria da União.

A ideia da organização desse encontro, em sua primeira versão, sur-giu da nessidade de congregar Advogados da União de todo o país, em exercício nos NAJs e Consultorias Jurídicas dos Ministérios, para discutir o papel do Advogado da União no exercício da com-petência de consultoria da União, a responsabilidade do parecerista, o papel das Consultorias Jurídicas e NAJs na prevenção e combate à corrupção, dentre outros temas referentes a lici-tações, contratos administrativos e procedimen-tos disciplinares. Pretende-se, com isso, contribuir para o fortalecimento da atuação dos Advogados da União nas Consultorias Jurídicas e NAJs e o o crescimento da Advocacia-Geral da União.

O encontro inicia-se com conferência inaugural do Consultor-Geral da União, Ronaldo Jorge de Araújo Vieira, com o tema “A advocacia pública consultiva federal e a sustentabilidade jurídico-constitucional das políticas públicas: dimensões obstáculos e oportunidades na atuação da AGU”, no dia 24 de setembro. Ao longo dos dois dias, serão oito paineis. No dia 25 de setembro, após o encerramento da parte científica, está programado um interessante evento cultural, com a partici-pação do Advogado-Geral da União, Ministro José Antonio Dias Toffoli, e o Presidente da ANAUNI,

André Gustavo Vasconcelos de Alcântara - Bate Papo sobre a AGU e a Cidadania.

Inscrições As inscrições para os Associados são gratuitas. Para outros partici-pantes, não-associados, membros de outras carreiras jurídicas, advoga-dos e estudantes, o custo da inscrição é de R$ 50,00. Os interessados deverão preencher a ficha cadastral e enviar o pedido para [email protected] . O prazo para inscrição vai até o dia 18 de setembro. Para os participantes que optem pela reserva de hospedagem no ato da inscrição, o prazo vai até 11 de setembro.

A ANAUNI não arcará com despesas de hospedagem e de passa-gens aéreas para os participantes que venham de fora, salvo para os Associados que forem sorteados, e que terão o direito a passagens aéreas. O sorteio aconteceu no dia 24 de agosto, dentre Associados em exercício nos NAJs. A programação completa pode ser vista no site da associação: www.anauni.org.br

Local onde será realizado o evento.

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REPORTAGEM

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ANAUNIInforma

ANAUNIAssociação Nacional dos Advogados da União

A Associação Nacional dos Advogados da União - ANAUNI é uma entidade de classe sem fins lucrativos, de âmbito nacional, que representa a carreira de Advogado da União. Foi fundada em 12 de novembro de 1996 e hoje congrega cerca de mil associados. Luta, defesa e representação dos interesses econômicos e profissionais dos seus associa-dos, além do fortalecimento da carreira, fazem parte dos objetivos desta associação.

Sua história começou a ser escrita a partir da necessidade dos primeiros Advogados da União, aprovados no concurso público em 1994 e empossados no ano de 1996, obterem representatividade e interlocução em face da administração da Advocacia-Geral da União (AGU).

A partir daí, o trabalho desempenhado por cada direto-ria tem procurado contribuir para o aperfeiçoamento da Advocacia-Geral da União e pela efetivação dos direitos e interesses da carreira de Advogado da União. Assim, a ANAUNI tem procurado auxiliar na construção de uma carreira forte e reconhecida perante o Estado brasileiro e que cumpra eficientemente sua missão constitucional no âmbito das Funções Essenciais à Justiça.

A realização de um sonho conjunto depende de muita dedicação e capacidade de trabalho em equipe. Deste es-forço e luta constante surgirá não somente algo de valor inestimável para a carreira de Advogado da União e para a instituição Advocacia-Geral da União, com ganhos para a sociedade e para o Estado, mas a diferenciação que en-riquece a cada ano a Associação Nacional dos Advogados da União.

Associação Nacional dos Advogados da União - ANAUNI SHS Qd. 06 Conj. A Bl. “C” Sala 504/505– Edifício Brasil 21, Brasília - DF

CEP: 70316-109 | Tel: (61) 3344-4386 | Fax: (61) 3341-2304