ediÇÃo 21, setembro de 2015

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SG E O SURTO DE VIOLÊNCIA EM ALCÂNTARA D4 FOLHA NATIVA CRIA CLUBE JUAREIS MENDES D15 APTO INCENDIADO SEM VISTORIA ANUAL D6 PREFEITO PODE TROCAR PR PELO PP D3 0,50 R$ Saiba como participar em nosso site. Em destaque a estreia de nosso novo colunista Israel Oliveira, que discorre sobre Educação e tam- bém a mobilidade urbana com J. Sobrinho. Páginas D8 e D9 E para comemorar, um texto especial para o leitor Daki. Página D16 TENDÊNCIAS DEBATES & 2604-9000 Página D3 SEU ADVOGADO É LENTO? NÃO, LENTO É O JUDICIÁRIO “TÔ FORA!” A Dra Adriana Brandão explica porque uma ação demora na Justiça Rafael Massoto, (foto) pediu exoneração da Secretaria de Cultura e saiu atirando. Página D5 QUE NOTÍCIA VOCÊ QUERIA OUVIR DE SG? Responda e concorra a 5 livros de autores gonçalenses. Tel.: (21) 2601-7393 Oposição 3 X 0 Governo Página D3

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Edição impressa de setembro de 2015

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Page 1: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

São Gonçalo Rio de Janeiro Ano 4 Nº XXI - Setembro de 2015 [email protected]

SG E O SURTO DE VIOLÊNCIA EM ALCÂNTARA D4

FOLHA NATIVA CRIA CLUBE JUAREIS MENDES D15

APTO INCENDIADO SEM VISTORIA ANUAL D6

PREFEITO PODE TROCAR PR PELO PP D3

0,50R$

Saiba como participar em nosso site.

Em destaque a estreia de nosso novo colunista Israel Oliveira, que discorre sobre Educação e tam-bém a mobilidade urbana com J. Sobrinho. Páginas D8 e D9

E para comemorar, um texto especial para o leitor Daki.

Página D16

TENDÊNCIASDEBATES&

2604-9000

Página D3

SEU ADVOGADO É LENTO? NÃO, LENTOÉ O JUDICIÁRIO

“TÔ FORA!”

A Dra Adriana Brandão explica porque uma ação demora na Justiça

Rafael Massoto, (foto) pediu exoneração da Secretaria de Cultura e saiu atirando.Página D5

QUE NOTÍCIA VOCÊ QUERIA OUVIR DE SG?Responda e concorra a 5 livros de autores gonçalenses.

Tel.: (21) 2601-7393

Oposição 3 X 0 GovernoPágina D3

Page 2: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD2

Uma publicação Editora Apologia Brasil Ltda. Travessa Lafaiete Silva, 463, Porto Velho - SG. Telefones: 9.6748-5204 Editor-Chefe: Helcio Albano Fotos: Agência AB e Divulgação - Conselho Gestor: Marcelo Barbosa, Mauricio Mendes, Cristiana Souza Estágio: Marcos Moura

Ano 3 Nº 20 AGOSTO de 2015 Distribuição Dirigida na Cidade de São Gonçalo FACEBOOK: www.facebook.com/jornaldaki <> SITE: dakidegonca.wix.com/jornaldaki

CULPA O PREGOEIRO...

Notícias quentes na hora da pausa

Com ajuda de Graça, Mulim deve ir para PP

Café com Política

VALORIZADO II

TROCA-TROCAPARTIDÁRIO...

VAI LEVAR PRAVC DORNELLES?

TÁ PESADO NÃO, NÉ CHEFE?

AQUELE ALI É O SANDRO?

TOM ACIMA Política O passe do vereador Marlos Costa está mesmo valorizado. Ele, que já está de malas prontas para pousar sereno no PSD, recebeu mais dos convites de peso de filiação partidária.

VALORIZADOPrimeiro foi o baixinho Romário que ofereceu o PSB para que o parlamentar dispute a prefei-tura no ano que vem. Depois, a oferta partiu de Otavio Leite, presidente do PSDB.

Dois vereadores do Catarina (são cinco ao todo) subiram o tom um contra o outro e não há previ-são de se jogar água na fervura. Fortes emoções até as eleições do ano que [email protected]

Nós amamos a política, não é mesmo? O prefeito Neil-ton Mulim não anda lá muito bem das pernas frente ao seu eleitorado, mas o instinto de sobrevivência política do chefe do executivo busca equilibrar as coisas. E o seu ponto de equilíbrio se chama Graça Matos e o PMDB.

Mulim, que tem frequentado mais a casa da ex-deputada que o prédio da Feliciano Sodré nº 100, acredita que a úni-ca chance de se reeleger é com apoio do Palácio Laranjei-ras, de preferência no ninho do PMDB do governador Pezão e do manda--chuva da legenda Jorge Picciani.

Picciani barrou a entrada do prefei-to no PMDB, mas ofereceu a Mulim o PP e um pacto de não agressão no primeiro turno. Graça foi fundamental na vitória de Mulim em 2012. Será que essa história se repe-te em 2016?

POR DENTRO

O leitor Daki agora tem esse jornal e nossas mídias na internet para ficar bem informado. Através do blog, do facebook e do Youtube você tem à disposição 24 horas por dia nossos conteúdos.

Por Rodrigo Melo

Queridos leitores e leitoras Daki. Nós, gonçalenses, apenas ouvindo os representantes do governo Neilton Mulim, tendemos a acreditar que a cidade vive às mil maravilhas nas áreas de saúde, educação e transportes e que tudo que se diz ao contrário é intriga da oposição.

Durante muitos anos, eu diria décadas, São Gonçalo não possuía um corpo legistlativo tão ativo no que é a sua função: legislar e fiscalizar. Como representante eleito pela sociedade na Câmara de Vereadores, afirmo aqui que minha postura não é nem de situação e nem de oposição. Digo sempre aos meus colegas na Tribuna que tenho uma posição, e essa posição vai ao encontro dos interesses da sociedade que confiou a mim a sua repre-sentação durante quatro anos.

Vivemos hoje uma crise política e econômica no plano fe-deral que atinge em cheio a nossa cidade. Os repasses dimi-

nuíram e não vemos o prefeito montar um plano de redução de gastos para superarmos esse momento difícil. O rombo nos cofres públicos já ultrapassa os 200 milhões de reais.

Como podemos ver em várias matérias jornalísticas em rádio, jornal e televisão, a crise da merenda em nossas escolas é grave devido a um aumento de gastos da pre-feitura da ordem de 15 milhões de reais anuais com uma empresa que não entrega o que foi estabelecido em con-trato. Contrato este que previa um inacreditável veteriná-rio para cuidar da alimentação de nossas crianças.

Tudo isso me faz lembrar a obra do genial Dias Gomes, a novela “O Bem Amado” e a cidade de Sucupira, onde os maiores absurdos aconteciam e o seu prefeito, Odorico Pa-raguassu, sempre colocava a culpa na oposição. Nós não criamos os problemas, os erros, apenas os apontamos. Cabe ao prefeito, com humildade, reconhecê-los para acertar.

POR MARCO RODRIGUES, VEREADOR

Tribuna ParlamentarSão Gonçalo ou Sucupira?

+site André Santana está por dentro da música“A crônica foi ao Teatro Tom Jo-bim, no Jardim Botânico, para o encerramento da primeira tem-porada do tão comentado es-petáculo “Por Dentro da Música”, com patrocínio dos Correios (Lei Rouanet). Ao adentrar o espaço cênico ... reparou a casa cheia. Mais tarde fica sabendo que desde a estreia, ainda no começo do primeiro se-mestre, o grande público ali fez-se presente.” Tag: #andresantana

Então, quer uma coleção de livros da Editora Apo-logia Brasil só de autores gonçalenses? Vá em nos-so site e concorra.

Acesse:www.dakidegonca.wix/jornaldaki

facebook/jornaldaki

Promoção segue firme e forte no site

Maria Ceiça, Francisco Rocha e Ilka Villardo fazem o espetáculo

Page 3: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

Oposição obriga prefeito a trocar lideranças

D3ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

ATRÁS DO PREJUÍZO

A opinião é unânime: O nosso judiciário precisa recuperar a confiança do brasileiro! Desta forma, para início de conversa, o melhor dos mundos seria se as lides jurídicas se resolvessem em ques-tões de dias, ou no má-ximo, em meses. Mas na realidade não funciona assim, pois em um país republicano, é preciso que o Judiciário consiga decidir causas num pra-zo razoável, pois proces-sos intermináveis geram a sensação de ineficiên-cia, ou, por vezes, impu-nidade.

Contudo, o grande vilão da morosidade jurídica é sem dúvida o próprio judiciário, pois existem grandes problemas que os jurisdicionados não conseguem visualizar, e que os advogados, por

estarem todos os dias fre-quentando os corredores dos Fóruns, indicam a cada instante.

As maiores carências estão na ausência de ser-ventuários nos cartórios, magistrados com excesso

O advogado não é lento, lento é o nosso Judiciário

de licenças, falta de ma-gistrados que por conse-quência acumulam varas, implicando em aumento de trabalho e mais de-mora e lentidão.

Uma das apostas para a redução da morosida-de da Justiça está na in-formatização dos tribu-nais, que deverão atuar de forma gradativa com base em processo ele-trônico. Essas medidas certamente irão reduzir o tempo de tramitação dentro de cartórios, o que já é um ganho con-siderável.

O Advogado com tudo isso por sua vez, no meio de comunicação da Jus-tiça e o seu cliente, pas-sa a ser responsabiliza-do por todos os erros do Judiciário, ficando com a “culpa” de que “se não conseguiu, não traba-lhou direito”, devendo portanto, serem promo-vidas campanhas para que a população tenha a real ideia da atual si-tuação do judiciário, e o verdadeiro papel do advogado.

Suderj informa: sai Sergio Gevú, entram Lecinho e Capitão Nelson na li-derança do governo na Câmara. A ordem é marcação homem a homem

Olhar JurídicoPOR ADRIANA BRANDÃO

Trio entrosado: Os vereadores Marco Rodrigues, Marlos Costa e Alexandre Gomes no ataque

O jogo político em São Gonçalo tem fornecido aos espectadores lances de emoção dos dois lados em disputa no certame: gover-no e oposição. O governo Mulim que desde o início se mostrou frágil em todos os setores do campo polí-tico, não contava com um adversário agressivo com uma linha de três atacantes ariscos e entrosados, ora caindo pela esquerda, di-reita e tabelando pelo meio até à cara do gol, fazendo a alegria da galera que ocupa 80% do estádio, índice de rejeição popular a Neilton Mulim.

O camisa 10 da equipe de Monjolos, o secretário Sandro Almeida, chamou o professor Mulim para uma conversa no vestiário a por-tas fechadas e reclamou de seus companheiros de

SE LIGA!

Foto: Divulgação

Estima-se que haja um grupo de 11 a 13 vereadores que, se não fazem oposição abertamente, também não são da base leal ao governo Neilton Mulim. Esse número não é maioria dos 27 vereadores, mas mostra a fragilidade política do executivo na Câmara, por isso o contra-ataque do governo com a troca de líderes.

equipe por fazer corpo mole na partida. Para con-ter o ataque adversário, Mulim recuou o time e escalou os vereadores Le-cinho como líder-primeiro volante e Capitão Nelson como quarto-zagueiro de contenção. Gevu, que co-meçara como titular, teve atuação apagada, decep-cionou a torcida e voltou para o banco. Surpresa foi a entrada do novato do Jardim Catarina, Gilson do Cefen, como segundo vo-lante em marcação cerrada ao vereador Professor Paulo. Os dois atuam pelo mesmo lado do campo e lutam para disputar a próxima tempo-rada 2017-2020 na Câmara.

As alterações da equipe de Monjolos não surtiram o efeito desejado em virar o placar elástico alcançado pelo adversário com as de-

missões do secretário de Educação Claudio Mendon-ça, a derrota das vans e o escândalo da merenda com a empresa Homebread, mas o público presente ao estádio São Gonçalo do Amarante não tem do que reclamar do espetáculo.

Os 11 da oposição, inspi-rados na escola política de Lavoura e Osmar Leitão, jogam com a bola no chão envolvendo o adversário que apela para jogadas mais ríspidas, deixando o jogo nervoso quando os vereadores Marco Rodri-gues e Alexandre Gomes pegam a bola redonda do vereador Marlos, meia avançado de grande habili-dade com a canhota e com a direita, preenchendo todos os espaços do meio campo para frente. O trio é uma verdadeira coquelu-

che para as duas linhas de defesa lideradas por Leci-nho e Capitão Nelson, que são obrigados por diversas vezes a parar o adversário com faltas perigosas próxi-mas à grande área do time de Monjolos.

O jogo, a partir de outu-bro, entra em seus instantes finais e tudo é possível de acontecer. A política é uma caixinha de surpresas, mas é improvável que a equi-pe de Mulim com reforços apenas do governo federal vire o jogo e ganhe o cam-peonato para mais uma temporada 2017-2020. Com um rombo de mais de 200 milhões, o time de Monjolos pode ser desliga-do da Liga dos Eleitores de São Gonçalo (LESG) ainda em 2016. Decisão final tem data marcada: dia 02 de ou-tubro de 2016.

As maiores ca-rências estão na ausência de ser-ventuários nos car-tórios, magistrados com excesso de li-cenças, falta de ma-gistrados que por consequência acu-mulam varas, impli-cando em aumento de trabalho e mais demora e lentidão.

O Advogado com tudo isso por sua vez, no meio de co-municação da Jus-tiça e o seu cliente, passa a ser res-ponsabilizado por todos os erros do Judiciário, ficando com a “culpa” de que “se não con-seguiu, não traba-lhou direito”

+site

Por Helcio Albano

Page 4: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD4

O Governo atual mantém em seu quadro funcional uma quantidade de cargos comissionados em exces-so, nós servidores sabemos disso na prática, no dia a dia. Para nós não é nenhuma surpresa nem novidade. Da forma que a gestão pública esta trabalhando o nosso presente e o nosso futuro depende exclusivamente de todas/os nós. Desde 29 de junho estamos aguardando uma reunião com o execu-tivo para dar andamento na negociação do nosso rea-juste e aumento salarial. Por deliberação em assembleia, caso não houvesse negocia-ção, nós iríamos parar. A mo-bilização acontecerá no dia 17 de setembro, às 16 horas em frente à prefeitura.

Precisamos diferenciar “O PODER DA RESISTÊNCIA”, o poder somos nós que so-mos servidoras e servidores públicos concursados, fize-mos provas, passamos no concurso e somos ignora-dos pelo governo, que insis-te em fazer resistência. Este sim, a cada quatro anos, pre-cisa pedir votos para aqueles que nós atendemos, o mu-nícipe, que também somos nós, além de trabalharmos, servimos e pagamos nossas obrigações com a cidade.

O senhor prefeito e o seu secretariado precisam ter o desprendimento em enten-der que não lutamos exclu-sivamente para a nossa clas-se, mas para a melhoria dos serviços públicos de nossa cidade que só virá após a va-lorização dos servidores.

Vamos parar

PORROSANGELA

COELHO, SINDSPEF-SG

COLUNA DO SERVIDOR

Conselho Tutelar terá eleição em outubro

Esculhambação sem limites

São Gonçalo sofre surto de violência

Livros rasgados, salas sujas e uma piscina infestada de larvas, esta é a realidade do Ciep Chan-celler Willy Brandt, no bairro de Neves, em São Gonçalo. Como se a situação de abandono não fosse o suficiente, relatos de pessoas que passam pelo local dizem que o prédio, que era para ser usado por crian-ças e adolescentes, foi tomado por usuários de drogas, o que tornou perigosa a passagem pela frente do colégio. O Sindi-cato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) da cidade afirma que caso o Brizolão fun-cionasse poderia atender a 900 alunos.

Somado a falta de ilumina-ção na Rua José Aparecido dos Santos, o local passou a ficar deserto. Algumas pessoas se arriscam a passar pela via ape-

Prefeitura abandona Ciep com capacidade para 900 alu-nos do ensino fundamental. Prédio foi devolvido ao estado

Cidade que em julho comemorou diminuição nas taxas de violência sofre com guerra do tráfico na região de Alcântara

nas em grupos e sempre com a atenção redobrada. Há tam-bém o caso de saúde pública, já que como todo o prédio, a pis-cina também está abandonada, virando um criadouro de larvas de mosquito e vetor do virus da dengue.

A prefeitura informou o Ciep foi municipalizado em janeiro de 2006, mas no final do ano passado devolveu ao Estado. A prefeitura esclareceu que des-de o ano passado realiza ações na região e que apesar de ter acabado com uma cracolândia, usuários se escondem no pré-dio do colégio.

A Secretaria de Educação do estado informou que a respon-sabilidade do ensino funda-mental é do município assim como o prédio. Com A Tribuna

A chapa esquentou e esquen-tou à vera nas bandas do Al-cântara, mas precisamente no Vila Três, Almerinda e Jardim Miriambi, onde facções rivais armadas até os dentes disputam pontos de venda de drogas.

O caso mais notório que cho-cou a população foi o ataque dos bandidos com 40 tiros de fuzil ao carro de um casal do Al-merinda. Eliana Guerreiro Mas-carenhas, de 60 anos, represen-tante comercial, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Seu marido, Roberto Melandre, também foi atingido mas esca-pou da morte estúpida a apenas 200 metros de sua casa.

Investigações da polícia apon-tam para o óbvio: quadrilhas ex-pulsas pelas UPPs no Rio seriam as responsáveis pelo terror insta-

As eleições para o Conselho Tutelar da cidade estão mar-cadas para o dia 04 de outu-bro em todo o país, e os 15 candidatos mais votados aqui em São Gonçalo cumprirão

lado na região. “Ocorre que, por mais que o trabalho seja eficien-te, o tráfico de drogas não vai acabar e não vamos conseguir prender e desarmar os crimino-sos sem uma política de frontei-ras. As armas e drogas entram como em uma peneira. É como falar em despoluir a Baía de Gua-nabara recolhendo os sofás, mas não impedindo que outro sofá seja jogado lá”, avaliou para o jornal O Dia o sociólogo ex-ofi-cial da PM, Paulo Storani.

O tenente-coronel Almir Ca-bral, que recentemente substi-tuiu o coronel Fernando Salema no 7º Batalhão, terá um grande desafio pela frente ao encarar essa nova realidade de violência na cidade. A polícia agiu rápido. Dois dias depois a polícia identi-ficou e prendeu 4 suspeitos que teriam participado do ataque.Desleixo: livros estragam no chão de escola abandonada

Josy Soares é candidata ao CT

Beltrame e o coronel Almir: desafio duríssimo pela frente

Foto: Divulgação

Foto: Jornal Daki

um mandato de 4 anos obe-decendo as prerrogativas do Estatuto da Criança e Adoles-cente (ECA) com o desafio de atuarem integrados à Rede de Proteção Social do Município.

“Realmente é um desafio muito grande. Construímos as ferramentas de proteção à criança e ao adolescente mas ainda há um longo caminho a ser percorrido e o Conselho tem grande protagonismo nisso”, observou Josy Soares, candidata ao Conselho Tute-lar. Todos os candidatos passa-ram por processo seletivo.

+site

Foto: Divulgação

Page 5: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

D5ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

SÃO GONÇALO VOCÊ ENCONTRA AQUI

www.tvpontodevista.com.br

Eis que nossa querida mas ainda mal tratada cidade faz aniversário, 125 anos. Te-mos o que comemorar? Sim, porque aqui vivemos e por isso mesmo já é motivo de celebração. Uma celebração à vida que se faz através de nossas escolhas. E se nós es-colhemos o que fazemos de nossas vidas também pode-mos escolher o que será de nossa terra.

Por isso nós, do Jornal Daki, encaramos com entu-siasmo o desafio de cons-truir essa cidade, com espe-rança de que possamos nos orgulhar de nossa grandeza já presente em nosso povo, mas ainda imberbe em nos-sos governantes. Por isso, apesar de tudo, VIVA SÃO GONÇALO VIVA!

Maior problema é a degradação das matas ciliares dos rios

FOCOTRETA

SUSTENTABILIDADE

SG 125 anos

Abastecimento de água em SG está em riscoA Cedae, companhia de abas-

tecimento de água, admite que não está tudo às mil maravilhas, mas garante que não há risco de falta dágua em São Gonçalo. Joi-nha, o governo cumpre o seu pa-pel de não alarmar a população. Mas especialistas em recursos hidrícos do Comitê da Bacia Hi-drográfica da Baía de Guanabara (CBHBG) afirmam que se nada

for feito agora, tanto São Gonçalo quanto Niterói correm, sim, risco de ficarem sem água em curtís-simo prazo. “A situação é grave. Dependemos do fluxo dos rios, principalmente o Macacu, pois não temos volumes de água acumulados em represas, como acontece no Paraíba do Sul, para enfrentar períodos críticos de seca” alerta Paulo Bidegain, do

CBHGB.Bidegain ainda sustenta que a

degradação das matas ciliares contribuem para a diminuição do volume de água nas bacias dos rios Macacu, Guapimirim,

Caceribu e Guapiaçu que com-põem o sistema de captação da estação Imunana-Laranjal. “A si-tuação é de emergência. Já pas-samos do tempo de iniciar ações com o reflorestamento”, finaliza.

Foto: Divulgação

+site

Essa bronca aí é do produtor cultural Rafael Massoto que chutou o pau da barraca

Era uma vez um Rafael, do tram-po, de luta, sonhador, que colo-cou os interesses da arte acima da política mesquinha que gras-sa em São Gonçalo e principal-mente na Secetaria de Cultura. Esse Rafael se foi. Junto com ele a única coisa de decente que os artistas militantes podiam con-tar do poder público. Rafael Massoto, compositor e produtor cultural pediu exone-ração de suas funções na Se-cretaria de Turismo e Cultura de São Gonçalo (Secultur). A decisão, segundo Massoto, vi-nha amadurecendo desde a sua saída da Fasg junto com o então presidente da Fundação e atu-al secretário de Cultura, Michel Portugal: “Tá tudo errado, e o que me segurou foram os com-promissos com os parceiros da cidade. Mas agora chega!”, de-sabafou. Tanto a Secretaria de Cultura quanto a Fundação não têm

“Essa é a nossa cidade, esse é o nosso governo. Tô fora!”

estrutura profissional e seus gestores são indicações políti-cas, quase sempre de gente fora do ramo: “Um subsecretário que nem abre o computador e quando aparece na secretaria recebe 7,3 mil reais por mês. Isso é um esculhacho. Eu era DAS 5 (vencimento de R$ 861) e ainda tinha que correr atrás de patrocínio pros nossos eventos”, revela Massoto. Rafael Massoto criou e consoli-dou o evento Batidas Por Minu-to (BPM), considerado o maior e mais importante acontecimento de música dos últimos anos em São Gonçalo. “Esse evento custa R$ 3 mil. É surreal. Eu ganhava na secretaria R$ 861 para levantar 3 mil. Beleza, esperando reconhe-cimento do governo, e nada. Essa é a nossa cidade. Esse é nosso governo. Tô fora”, reforçou. O público mensal do BPM ultra-passava 350 pessoas. Foram ao todo um ano e seis meses na Secretaria: “Só fico chateado pelo Michel (Portu-

+site

Foto: Divulgação

Rafael Massoto pediu exoneração do cargo da secre-taria após um ano e meio como respon-sável pelo setor de música

gal), que é muito meu amigo e uma pessoa de bem. Mas até ele como secretário fica com as mãos atadas”, lamenta Rafael.

Nas redes sociais o tom foi de consternação e apoio irrestrito

à atitude de Massoto. “São Gon-çalo hoje perde um profissional que deu um PLUS a mais na Cul-tura do município”, disse, Karen Soares. O BPM seguirá no Clube Tamoio a convite do presidente do próprio clube.

Page 6: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

JARDIM CATARINA As obras no bairro tocadas pelo governo do estado estão bem avançadas e devem termi-nar ainda este ano.

ÁGUA A Cedae está dando dor de ca-beça aos moradores de diversos bairros de São Gonçalo. Em muitos lugares fi-cou sem água até 1 semana.

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD6

Nos [email protected]

Prédio incendiado sem água e sem vistoria anual

Eu sou + 1, + música

Um incêndio consumiu dois apartamentos do Condomínio Badi Gabriel (Bloco 3) na Avenida Presi-dente Kennedy, no Centro. Segundo informações de moradores que não quise-ram se identificar, houve fa-lhas básicas de segurança que poderiam evitar o pior, como negligência, falta de preparo dos funcionários e falta dágua no condomí-nio para combater as cha-mas antes dos bombeiros chegarem. Para controlar o fogo foi usada água do condomínio vizinho.

Ainda segundo relatos,

Condomínio Badi Gabriel estava sem condições de segurança no momento do incêndio

o condomínio está sem auto de vistoria atualizada dos Bombeiros e da De-fesa Civil. “Isso é mais co-mum do que se imagina, infelizmente. Muitos con-domínios em São Gonçalo são habitados ignorando condições básicas de se-gurança, como existência de extintores, hidrantes e pararraios”, disse José de Oliveira, representante de segurança condominial.

O auto de vistoria contra incêndio é anual. Os Bom-beiros fazem a fiscalização. Para denunciar irregulari-dades, ligue: 3715-6689.

Dois apartamentos arderam nas chamas

Foto: Divulgação

Esporte e Cultura em projeto social no Apolo III

Um projeto social tem feito a diferença na quali-dade de vida de dezenas de famílias no Bairro Apo-lo III, Itaboraí. Tudo por conta do projeto + Uma Chance, que beneficia cerca de 150 moradores, entre crianças e adultos, oferecendo gratuitamen-te várias atividades espor-tivas. Mais de 400 pessoas já foram beneficiadas pela iniciativa.

O objetivo do projeto é promover a inclusão, através da cultura e do esporte, construindo pon-tes que unam as diferen-ças e assim transformar a criança em um cidadão de bem. O comerciante e

Projeto + Uma Chance já beneficiou 400 pessoas com Karatê, Capoeira, Dança e Hidroginástica

ex-coordenador do pro-jeto, Leonardo Peixoto, agradeceu a confiança dos pais: — “Somos gratos a to-dos que nos ajudam neste projeto e aos pais que nos confiam seus filhos”.

O projeto agora passa ser administrado pelo agente esportivo Janderson Justi-no e o gerente comercial Anderson Pereira. O pro-jeto + Uma Chance fica na Avenida Afonso Salles Lt, 820, Qd 28, Apolo III, São Gonçalo, aberto de se-gunda a sábado.

Aulas de Karatê, Jiu Jitsu, Hidroginástica, Capoeira, Dança e Zumba. Telefone: (21) 97574-2723

Coordenadores: inclusão através da cultura

Por Marcos Moura

A beleza da música provoca profundas emoções, é capaz de provocar felicidade a qual irá gerar descon-tração, alivio do stress e funciona como uma forma te-rapêutica. Por isso diversas iniciativas têm se dedicado com freqüência ao ensino da música com diferentes ênfases. A música tem sido apresentada como forma de atrair jovens com vulnerabilidade social, como al-ternativa de profissionalização e valorização da cultu-ra popular, de melhorar a qualidade de vida da popu-lação atendida. A lista poderia se estender bastante.

Mas o que chama a atenção é que muitas dessas atividades não são financiadas com verbas públicas. Assim, ao mesmo tempo em que não assumem a educação musical nas escolas, governos municipais e estaduais (principais responsáveis pelo ensino fun-damental) acabam por delegar a sua gestão a seg-mentos da sociedade civil. Não se trata de transferir a função para outros, na medida em que apenas uma ínfima minoria é atendida por tais iniciativas.

A música faz parte da sociedade com um todo, e das comunidades, em particular. Em todas as culturas hu-manas, a música é utilizada como um meio de fazer avançar idéias e ideais. O estudo da música oferece às crianças uma olhar sobre outras culturas e fomenta a empatia em relação à vida. A criança que vive em con-tato com a música aprende a conviver melhor com outras crianças. Nesta idade a música as encanta, dá--lhes segurança emocional, confiança, estimula cola-boração e respeito mútuo. Por isso tudo, parabéns ao Projeto Cultural Eu sou + 1, que assiste crianças da co-munidade com aulas de violinos, sem nenhuma ajuda do governo municipal e estadual.

DIREÇÃO ROSEMARY FRUCTUOSO

COLABORE: 9.9241-6791 ou 9.8282-2185 FAÇA-NOS UMA VISITA: 21-2712-1040 / 2712-0750

Meu bairro, minha rua

POR MARCELO BARBOSA

Page 7: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

D7ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

Foto: Divulgação

Ajuste fiscal do governo é tiro no próprio pé

Itaboraí precisa cair na real ou a coisa vai piorar

Numa economia como a do Brasil existem duas for-mas de se tentar resolver um problema que surge. Apostar na produção e nos trabalhadores, com proteção à renda e ao emprego, ou o seu inverso, aumentando o desemprego e recessão afim de combater uma alta infla-cionária e proteger o sistema de pagamentos do próprio governo.A equipe econômica de Dil-

ma escolheu o segundo e os resultados negativos já es-tão aparecendo não adian-tando nada: com a queda da produção econômica a arrecadação cai e os rom-bos aparecem. O ministro da fazenda, Joaquim Levy (foto), está dando um tiro no pé que pode ser fatal para o governo.

O mundo dos negócios é diferente do mundo da po-lítica. Numa decisão política equivocada volta-se atrás sem grandes prejuízos. No mundo dos negócios, não. A Petrobras é uma empresa de negócios, e como todas as outras, se guia pelo lucro ou prejuízo.É o caso do Comperj. Há ape-

nas 2 anos o valor do barril do petróleo era de 100 dólares, hoje é menos de 50. Prospec-tar petróleo ficou menos lu-crativo para a Petrobras, assim o Comperj tem que esperar.

Se é tucano, não pega nada no BrasilPolícia, Ministério Público e Judiciário poupam políticos do PSDB de investigações sobre corrupção

O Brasil vem assistindo com esperança e entusiasmo opera-ções da Polícia Federal que estão acusando e colocando atrás das grades empresários graúdos e alguns políticos, menos do PSDB. Por que são honestos? Não, mui-to longe disso.

Os políticos do partido - que é o primeiro no desonroso ranking da ficha suja no Tribunal Superior Eleitoral - vêm sendo poupados dos diversos escândalos de cor-rupção em vários estados do país. Um exemplo é o mineiro Aecio Neves, envolvido até o pes-coço em falcatruas comprovadas em seu estado, mas que por uma

Existe sim uma imagem mais impactante do que esta, do menino sírio Alan Kurdi, morto afogado num enorme oceano de hipocrisia que tomou conta dos governos da Europa. Nós do Daki resolvemos não publicar o corpo sem vida de Kurdi, símbolo de nossa incapa-cidade em viver em paz. EUA e Europa são os algozes de Alan Kurdi e é uma obrigação moral admitirmos isso.

razão desconhecida, não é inves-tigado. Como é o caso da Lista de Furnas em que aparece com be-neficiário de um esquema de pa-gamentos para caixa 2 de cam-panha em 2002, ou o aeroporto construído por R$ 14 milhões nas terras do seu tio no município de Claudio. Recentemente o delator da Lava Jato confirmou repassar 120 mil dólares para Aecio de propina em Furnas.

Uma comissão de deputados federais cobrou do STF isenção das autoridades policiais con-tra a seletividade das investi-gações que miram apenas po-líticos do PT.

Aecio Neves: a certeza que contra ele ninguém investiga

GIRO PELO MUNDO I Fracassamos?

SEU BOLSO

to será de extrema impor-tância nesse momento.

Muitos dirão que devemos nos preocupar com as nos-sas demandas socioeconô-micas e concordo que não

são poucas, mas diante de uma crise humanitária sem precedentes como essa é im-possível não ser tocado.

A ganância pelo poder cega os homens e no seu propósi-to doentio não mede esfor-ços por dizimar uma nação. Isso deixou de ser apenas uma constatação retórica solta ao vento dos interesses políticos da geopolítica in-ternacional. Isso está aí, bem em frente aos nossos olhos é impossível não pensar nada a respeito e agir.

O Brasil, através do nosso governo, novamente prova a sua vocação de acolhimento aos estrangeiros. Não ape-nas nesse caso dos sírios, mas também dos haitianos que passam por uma crise humanitária tão grave quan-to e que se arrasta desde o terrível terremoto em 2010. A globalização não pode ser vista apenas como livre en-trada e saída de mercadorias entre nações. O maior desa-fio de nosso tempo é perse-guir uma paz duradoura e promovermos a globaliza-ção de direitos.

SOCIALIZANDO I Cristiana Souza

Alan Kurdi e o fim trágico de um garotinho sírio re-gistrado em uma fotogra-fia impactante aos olhos e corações de todos nos faz pensar o quanto milhares de pessoas são vítimas dos conflitos vividos no Oriente Médio. Famílias estão sendo destroçadas pela guerra da Síria e uma infinidade de so-nhos e vidas despedaçadas, é “a maior crise humana da nossa era”, diz ONU.

O Brasil vem acolhendo um grande número de re-fugiados sírios, famílias que chegam aqui somente com a roupa do corpo, alguns nem sabem que a língua fa-lada por nós é o português. Como fortalecer os vínculos destruídos por uma guerra?

“São pessoas com todos os perfis socioeconômicos. Há desde camponeses a enge-nheiros e advogados, muitos deles com pós-graduação. Em comum, todos estão fugindo de um país imerso em uma espiral de violên-cia”, afirmou à BBC Brasil um

diplomata que não quis se identificar.

No Brasil os refugiados po-dem trabalhar e ter acesso à saúde e à educação, enquan-to aguardam pela concessão do asilo, mas inserir homens, mulheres e crianças numa cultura totalmente diferente das suas não será algo sim-ples para nossa política de Assistência Social, no entan-

Pela globalização de direitos

O Brasil vem acolhen-do um grande número de refugiados sírios, fa-mílias que chegam aqui somente com a roupa do corpo

A ganância pelo poder cega os homens e no seu propósito doentio não mede esforços por dizimar uma nação.

Page 8: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

Educação capital ou capital da educação?

Vamos falar da arma mais poderosa que existe capaz determinar os rumos de um povo, de um país, pátria ou sociedade: vamos falar de EDUCAÇÃO.

Meditando sobre os caminhos do sistema educacio-nal brasileiro, verificamos que, a exemplo da política que faz dobradinha com a religião, a educação faz dobradinha com o empresariado. Se olharmos para o congresso nacional, veremos que a função dele é a de uma igreja em plena pregação; se observarmos mais de perto a educação veremos que ela se tornou uma pro-dutora de subalternidades, tendo a função de fabricar mão-de-obra barata para empresários que costumam usar trabalhadores escravos como produtores de sua riqueza e sucesso.

Verificamos também que as profissões pertencentes as famílias ricas, como a medicina, engenharia e afins, tem seus profissionais da área normalmente com so-brenomes europeus, enquanto os técnicos, auxiliares e similares, são os Joãos e Josés. Ou seja, são sempre subalternos. É assim que hoje localizamos os descen-dentes dos “libertos” pela princesa branca chamada de Isabel, lembrando que ela também era proprietária de escravizados.

Hoje nós, os “afrodescendentes”, fomos oficialmen-te transformados em escravos de ganho, aquele que produz o lucro e entrega nas mãos do patrão, ficando com uma parte insignificante, o suficiente para à so-brevivência, para que possamos continuar a produzir mais riquezas para o patrão. Nossa carteira de trabalho e nossa identidade comprovam essa subalternidade e subserviência aos eurodescendentes, sendo apoiado por esse sistema educacional-político-religioso de for-ma geral e irrestrita.

São absurdas as leis, criadas e corrompidas, para que se possa manter essa conjuntura escravocrata e genoci-da brazilleira, onde a maioria é chamada de minoria e aceita, sem estranhar, ser tratada como tal. A educação nos vende a ideia de nossa LIBERDADE como se ela fosse real, visível e palpável; acreditamos, e como papagaios, repetimos tais leis acreditando nessa liberdade enclau-surada nos discursos, enquanto seguimos sobre a chi-bata dos tiros, porradas e bombas.

Essa é a nossa pátria educadora, a capital da educa-ção, que nos ensina a sermos bons escravos de Jó, jo-gando caxangá no circo sem pão, sem água, só contas a pagar...

ISRAEL OLIVEIRA, Escritor, Professor e Jornalista

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD8

Vila Três não é mais o mesmo

Cheguei ao Vila Três em 1989, aos 7 anos de idade. Quando o caminhão que trazia a mobília da famí-lia alcançou a esquina da rua onde moro até hoje, fiz meu primeiro amigo no bairro. Da janela do ca-minhão, sem ao menos pisar em solo gonçalense. Assim que o veículo parou, desci minha bicicleta da carroceria e pedalei com meu novo amigo. Nessa mesma rua, mês passado, eu observava meu filho andando de bicicleta quando dez bandidos arma-dos nos mandaram correr e buscar abrigo, porque o tiroteio iria começar. Antes acolhedor, consideravel-mente pacífico, o Vila Três não é mais o mesmo.

Quem mora no bairro, principalmente nas qua-dras próximas do Morro da Caixa D’água, já sabe: a rotina de nossas vidas foi violentamente alterada. Evitamos sair tarde do trabalho, perdemos as últi-mas aulas do curso e tememos qualquer diversão noturna porque é preciso estar dentro de casa cedo, de preferência antes de anoitecer.

Escutamos tiros diariamente, em qualquer horá-rio, e há noites em que verdadeiras batalhas são travadas na região, com a população no meio. Ar-mas automáticas são ouvidas por todos os lados, cuspindo rajadas de diversos tipos e sequências, não é barulhinho espaçado de revólver, é guerra intensa. Antes os vizinhos visitavam uns aos outros para conversar, hoje usam o telefone para saber se está tudo bem. É o mesmo que perguntar “Você foi alvejado? Alguma bala atingiu sua casa?”.

Experientes, as crianças do bairro não confundem mais tiros e fogos de artifício, sabem perfeitamente a diferença entre os dois. Há alguns meses atrás meu filho corria para meu colo quando o som angustiante começava. Hoje ele finge não ter medo, como os ho-mens adultos. Continua assistindo desenho animado na televisão enquanto a guerra explode lá fora, ape-nas com uma grave tensão no rosto e ouvidos atentos. Eu aumento o som da TV, mas nada abafa o barulho de tiros a poucos metros. Geralmente mais sinceras sobre seus sentimentos, as mulheres agem diferente: durante o tiroteio, minha esposa se afasta das janelas, procura a proteção das paredes do corredor e se abai-xa. De formas diferentes, o medo oprime a todos.

Ver a locadora onde aluguei filmes na adoles-cência fechada e escolas interrompendo suas au-las por ordem de traficantes dá a certeza de que uma época de inocência se foi. As famílias que vivem no Vila Três perderam a paz e o Estado não se pronuncia sobre a situação de guerra e medo. A Polícia faz buscas no Morro, nada encontra, vai embora e o tiroteio recomeça logo depois. Sinto saudades do Salema, ele tratava os gonçalenses com mais respeito.

POR MARIO LIMA JR. Analista Político e Social

Controlar a super população de animais na cidade é preciso

O Movimento de Proteção aos Animais da cidade de São Gonçalo realiza atividades regulares desde ano 2010. Nesse período, já foram realizadas duas audi-ências: uma em 2011 e outra no ano de 2012, ambas na câmara de vereadores.

A primeira tratou sobre a necessidade da criação de leis de proteção aos animais e a segunda sobre a im-portância da existência de um Centro de Controle de Zoonoses na cidade. Desde então, o movimento vem ampliando debates políticos, articulando com o po-der público e com a sociedade civil. Visando sempre encontrar a melhor forma de promover as metas do coletivo, tais como a oferta de esterilização gratuita dos animais, fomento de ações educativas sobre a guarda responsável e incremento das campanhas de adoção.

Em 05 de setembro de 2012 foi publicada e sancio-

nada a Lei 457/2012, de autoria do vereador Marlos Costa. A mesma prevê a criação do Conselho Muni-cipal de Proteção aos Animais, regulamentação de campanhas de adoção, fiscalização e comercializa-

ção de animais. Iniciativa imprescindível para fomen-tar a discussão e contribuir com o poder executivo.

Desde março de 2015, o governo municipal ensaia a regulamentação da lei e o cumprimento dos seus artigos. Ao longo desta trajetória, o movimento foi capaz de promover parcerias com a Vigilância Sani-tária e fundou o Fórum de Popular de Proteção aos Animais de São Gonçalo.

Neste momento, o Fórum Popular se empenha na execução do “Projeto Intinetante”, trata-se da aquisi-ção de um ônibus que sugere a esterilização de ani-mais a partir de sua adequação em um centro cirúr-gico móvel.

A sistematização das atividades sugere (4) interven-ções por mês com a atuação nos (5) distritos. O pro-jeto itinerante, prevê a de pelo menos (740) animais de ruas entre cães e gatos a cada (6) seis meses. Uma iniciativa que visa minimizar a superpopulação de animais de rua, mapear os protetores do município e fomentar o controle populacional.

MÔNICA SÁ, Secretária Executiva do Fórum Popular de Proteção

Page 9: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

com cada um fazendo o que bem entende. Outro exemplo de desrespeito é a circulação de bicicletas pelas calçadas. Quando se sabe que isso só deve acontecer com permissão de autoridades responsáveis.

Calçada é exclusividade para

D9ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROJORNAL DAKI a notícia que te interessa

Os donos da ruaPOR DENTRO DOS FATOS

COM J. SOBRINHO

Quando você sai de casa para o trabalho; para o lazer ou para qualquer outro tipo de ativida-de, nunca deve esquecer que os cuidados precisam e devem ser priorizados. Um dos Exemplos: ter atenção redobrada com cer-tos ciclistas, os ditos irrespon-sáveis, considerados os eternos amadores da vida: só trafegam na contra mão, colocando a vida de terceiros em risco.

Esquecem que existe um Có-

digo Brasileiro de Trânsito que diz, num dos seus artigos, que bicicletas, triciclos e outros do gênero, são considerados veí-culos.

Todos precisam e devem obe-

decer as leis do trânsito, mas

como não existe fiscalização es-pecífica – principalmente aqui no município de São Gonçalo - tudo acaba virando anarquia,

pedestre e isso tem que ser en-tendido de uma vez por todas. Em São Gonçalo, não existe ci-clofaixas (pista exclusiva para bicicletas), o que torna a situ-ação bem mais séria. Por mais de uma vez escapei de ser atro-pelado por bicicleta na contra mão. Outros, que não tiveram a

mesma sorte, estão imobiliza-dos e em cadeira de rodas, sem lenço e sem documento.

Aliás, falar em cadeira de ro-

das, entendemos que já está mais do que na hora de se cui-dar um pouco mais do deficien-te físico, dando-lhe o valor que

TENDÊNCIASDEBATES&

merece como ser humano. Em termos de rampas, o que ob-servamos por aí é que, as que existem, são mal feitas e sem o mínimo de padronização, sem falar em outros tantos locais de difícil acesso para os mesmos.

J. Sobrinho é jornalista

Calçada é exclusividade para pedestre e isso tem que ser entendido de uma vez por todas. Em São Gonçalo, não existe ciclofaixas

Page 10: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

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São Gonçalo tem mais de mil oportunidades de emprego

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O Sine oferece mais de mil vagas de empre-go em diversas áreas, como Vendedor (77), Auxiliar de Serviços Gerais (53), Estagiário (50), Vendedor Externo (41), Estoquista (40), Auxiliar Administrativo (35), Atendente (27), Operador de Empilha-deira (21).

A partir de outubro co-meçam as ofertas para vagas temporárias para

Quem está desempregado, pode se candidatar a uma vaga a partir de agora pela internet através do portal “Mais Emprego” < maisemprego.mte.gov.br>

as vendas de Natal nos shoppings e no comér-cio em geral.

Mesmo com a queda na produção econô-mica em todo o país, a previsão para São Gonçalo não são as piores em relação às cidades da região.

Para ter acesso a essas e outras opor-tunidades, acesso a página do sine: sine.com.br

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Somos uma instituição que atende e orienta familiares que passam pela

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Quem está nas redes sociais diariamente já deve ter percebido que todo mundo posta so-bre as novidades no Netflix. Ele é simples-mente o melhor serviço de streaming de séries/filmes/documentários que há no momento e tudo indica que esse será o novo modelo da-qui para frente, ferindo de morte a TV por assi-natura convencional e a já combalida TV aberta.

O Netflix é um serviço de streaming, ou seja, transmissão de séries, documentários e filmes online, onde o usuário paga uma taxa mensal para ter direito a todo o conteúdo disponibili-zando no site.

Esse tipo de serviço é indicado principalmen-te àquelas pessoas que odeiam baixar episó-dios de séries ou passar trocentas horas procu-rando um site “confiá-vel” para ver filmes sem muita publicidade.

Os valores dos planos oferecidos pelo Netflix são irrisórios frente à TV por assinatura. Para se ter uma ideia, o preço de um la carté da rede Telecine custa em mé-dia R$ 40 para ter acesso aos seis canais que, va-mos combinar, às vezes

nos irrita com tanta ba-boseira. O plano inicial do Netflix, com filmes, séries e documentários à vontade custa R$ 20! É isso mesmo, você tem acesso ao que há de melhor na produção au-divisual do mundo por VINTE REAIS!

Pontos positivos- O site tem um catá-

logo enorme de filmes e séries antigas e atuais, inclusive eles produzem séries famosas e origi-nais, como é o caso de “Narcos”, com Wagner Moura;

- Não tem nenhuma propaganda antes, du-rante ou depois de ver os filmes/séries;

- Sai mais barato pa-gar mensalmente por milhares de filmes onli-ne do que ir à locadora todo fim de semana e gastar muito dinheiro com a locação de dvds.

Ponto negativo- É preciso ter uma

internet com uma ve-locidade boa, porque a qualidade da imagem vai depender da sua co-nexão.

Depois da experiência Netflix, você jamais vai querer usar outra coisa que não tenha o concei-to de liberdade total de escolha. O Netflix é uma revolução!

Netflix é uma revoluçãoDicas Daki

Em São Gonçalo a agência do Sine fica no Centro

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Foto: Divulgação

Page 11: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

guia

SUPLEMENTO SET 2015

2ANUNCIE AQUI. Muito mais que mercadorias.Pra gente, nada é mais importanteque a pessoa, a humanidade

[email protected]

Coloco mais uma vez, a importância da indepen-dência dos blocos nos condomínios, a adequação das convenções é a forma de aperfeiçoar e modernizar a administração e com isso melhorar a organização e o fim de velhas manias, coibir atitudes amorais na ad-ministração, melhorar a conduta administrativa.

O poder descentralizado diminui erros como favore-

cimentos a blocos (unidades), favorecimentos a em-pregados, amigos, evita a discriminação de unidades e condôminos, ou seja, já descaracteriza um pouco do senhor “feudal”, que se torna o síndico que detêm o poder “totalitário”.

Em reunião com a Dra. Adriana Brandão, coloquei várias situações, dos condomínios em nosso muni-cípio e a vontade de criar algo para apoiar os admi-nistradores e os condôminos. São Gonçalo precisa de uma entidade para servir de apoio a estes “FEUDOS”.

Sabendo que a OAB sempre esteve presente nas grandes transformações sociais, esta reunião me fez ter esperança e abraçar mais uma luta. E ao tomar co-nhecimento da candidatura da Dra. Adriana Brandão à presidência da OAB da 8º Subseção e perceber a

sua vontade de uma sociedade melhor, em particu-lar a de São Gonçalo, convido a todos colegas e advo-gados a se unirem nesta frente.

Dra. Adriana Brandão representando a OAB em São Gonçalo, e a união de ideias, início de esperança de melhora social. Devemos participar, devemos cons-truir, buscar apoio e sem medo nos lançar em um grande movimento de valorização dos profissionais, tendo consciência e responsabilidade.

Um abraço fraterno aos leitores, colegas corretores de imóveis e advogados.

Os pequenos feudos III

Por Micheline Melo,Administradora

E A SOCIEDADE

Tel. (21) 3247-5645

Page 12: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

1. Bater todos os ingredientes no liquidificador (menos a canela)2 .Levar ao fogo em temperatura média até o líquido ferver engrossar3. Servir em xícaras, polvilhar com canela4. Para um sabor especial pode se colocar chantilly DrOetker sobre a xícara de choco-late

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD12

Papo Reto

sobre tudo. Essa mania de achar que vamos ter o futu-ro que planejamos, ou que planejaram para nós, só nos leva à terrível sensação de fracasso. É preciso ter maturidade para associar desejo e realização.

A felicidade não corres-

ponde à efetivação de to-das as nossas vontades, mas à capacidade de rein-venção de si mesmo, de transformação do cotidia-no, de aceitação e compre-ensão de nossos limites e dos limites do outro. Refa-zer planos, reconstruir so-nhos, ver o lado B da vida, projetar-se naquilo que é

possível e estabelecer me-tas reais pode ser muito en-riquecedor e trazer alegrias que sequer imaginamos um dia.

Talvez a tão sonhada fe-

licidade esteja no desafio diário de encontrar capa-cidades que outrora des-conhecíamos, faculdades antes inimaginadas, ha-bilidades desconhecidas, amores possíveis, uma vida surpreendentemente feliz. Basta virar o disco.

Blog: depequebrado.blo-gspot.com.br

Planejar a vida faz parte do cotidiano de muita gen-te, desde a infância. Come-çamos bem cedo a pensar “o que vou ser quando cres-cer? ”. Impulsionados por um sentimento próprio ou por um questionamento social, sempre compreen-demos nossos desejos para o futuro e sua realização como um degrau para a fe-licidade.

Nem sempre é assim. Mui-

tos planos não se concreti-zam, sonhos nem sempre se realizam. O emprego pelo qual batalhamos, o casamento com aquele que amamos, os filhos pla-

nejados, a casa, as viagens, o corpo ideal, tudo isso pode simplesmente não acontecer, ou mesmo nos causar surpresa por não corresponder às nossas expectativas. Então, vem a frustração, com a qual, geralmente, não estamos acostumados a lidar.

O que fazer, então? Sentar

e chorar, cortar os pulsos, entregar-se a uma postura amarga diante do mundo não vão adiantar. Porque é preciso entender que nem sempre temos controle

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Receita Rápida l Chocolate Quente Especial

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4 porções

O lado B Por Flavia Abreu, Professora e Blogueira

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1 litro de leite desnatado; 1 lata de leite condensado; 4 colheres de sopa de choco-late em pó Dr. Oetker; 2 colheres de sopa de amido de milho; canela em pó para polvilhar;

Ingredientes

Page 13: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

as coisas acontecerem, co-meçaram a se movimentar, a procurar outros artistas e fazerem eles mesmos o pró-prio roteiro, hoje eles lutam para serem produtores da história que vai mudar o quadro cultural da nossa ci-dade.

A falta de recursos, as le-

gislações desatualizadas e os sistemas de gestão ineficien-tes, são fatores para um esta-do de inércia na área cultu-ral em Itaboraí. O Governo precisa entender a impor-

D13ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO JORNAL DAKI a notícia que te interessa

CadernoPARCERIA EDITORIAL COM JORNAL DAKI FOLHA NATIVA

Outra Forma de ver o Mundo. Outro jeito de Ler São Gonçalo

São Gonçalo e a difícil arte de se mover na cidade Pg. 16

que desempenhar seu pa-pel, que é fomentar a cultura para que essa história tenha um final feliz.

O Teatro Municipal João

Caetano, fica na Praça Ma-rechal Floriano Peixoto, 303 - Centro, Itaboraí e está fe-chado para reformas há três anos, só é utilizado para ati-vidades escolares e não há previsão para futuras apre-sentações de espetáculos.

Marcos Moura é estagiário do Jornal Daki.

tância de investimento no setor Cultural, pois também é um investimento social.

O Nosso município não tem uma política pública cultural consistente e, sobre-tudo, organizada.

Existem demandas cultu-rais que só quem está perto pode entender. E nesse caso os governos locais são ele-mentos fundamentais.

Mas de qualquer forma o

Governo, quer seja Federal, Estadual ou Municipal tem

Guilherme, 14, parou na ban-ca de jornal na Avenida Afonso Salles,

no Apolo II, em Itaboraí e olhou as páginas coloridas que traziam a notícia de um espetáculo teatral que esta-ria em cartaz na cidade vizi-nha, e logo ficou com o co-ração cheio de entusiasmo e esperança. Mas em seguida a euforia se foi e o pequeno sem ainda entender, per-guntou, “Por que não temos um espetáculo como este na nossa cidade?” Tentei expli-car. Desde que chegou ao Brasil no século XVI com intuito de catequizar o índio e propagar a fé religiosa o te-atro seduziu e emocionou.

Mas hoje a visão que os

moradores de Itaboraí têm de seus governantes em re-lação ao teatro é de “Happe-ning” (espetáculo que exige a participação ou a reação do público, e procura pro-vocar uma criação artística espontânea).

Os moradores vivem um drama, mas gostariam que fosse uma comédia, uma ópera, um monologo ao até mesmo um improviso, mas não tem Tablado, não tem cortinas, nem tampouco Camarim.

Aqui temos Contra-regra,

iluminador, cenógrafo, so-noplasta e figurinista, e tam-

bém muito amor pela arte. Os artistas estão espalha-dos pela cidade, fazendo o que podem para não deixar morrer a magia do teatro.

Mas o cidadão gostaria de

ser espectador, poder assis-tir, escutar, se emocionar e fazer parte daquele jogo teatral, reagindo como se estivesse vivendo o persona-gem.

Existem aqueles que se cansaram de ser espectado-res, de ficarem esperando

“ Por que não temos um espetáculo comoesse em nossa cidade?

Por Marcos Moura

A falta de recursos, as legislações desatualizadas e os sistemas de gestão ineficientes, são fatores para um estado de inércia na área cultural em Itaboraí. O governo precisa entender a impor-tância da área

Foto: Divulgação

Page 14: EDIÇÃO 21, SETEMBRO DE 2015

vio” social aos olhos do distinto psiquiatra.

Os espetáculo, sob co-ordenação do professor e teatrólogo Fernando

Mattos, com direção de Michael Alves, é encena-do por alunos do Colégio Estadual Walter Orlan-dini, tradicionalmente grande celeiro de artistas das artes cênicas em São Gonçalo.

O Alienista estará em cartaz no teatro do pró-prio CEWO nos dias 14 e 21 de setembro às 19 ho-ras. Entrada Franca.

ria com o doutor violão. Entravam também no espanta-depressão os jo-gos do Bangu, desfile da Império Serrano, Feira Nordestina entre outras possibilidades. Porém, o principal atrativo de Ju-randir, sem dúvida algu-ma, era o Bar do Eliseu, onde, de terça a domin-go seguia-se a rotina. À mesa, calabresa e/ou tou-cinho. Na jukebox, Parti-do-Auto. É que o Bar do Eliseu era um cemitério de tristeza. Um ótimo lugar para enterrar as mágoas. Porém, o chorar só era permitido à cuíca e ao cavaco.

Jurandir lutou a vida in-teira para escapar de uma vida fatigante. De terça a domingo, no intervalo entre um “bico” e outro, ele afinava a caixa de fós-foro e: Bohemia, pra que te quero!

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIROD14

Com vocês, o finado Jurandir

Cewo apresenta“O Alienista” de Machado de Assis

Por Édipo FerreiraJurandir até que su-

portou bem o lugar que ocupou no mundo. Bis-cateiro de nascença , não suportava pensar na pos-sibilidade de emprego; a renda fixa não o atraia. Seu gabinete era a mesa dois do Bar do Eliseu. O que gostava mesmo era do bom e velho “bico”. Um portão posto aqui, a pinga garantida. Um quintal capinado ali, o ci-garro da semana na mão. Um tijolo assentado, a canjiquinha na mesa. Su-bir na vida? Não, isso não era pra Jurandir, o “Jura”.

Jurandir tinha poucas ambições, quase nenhu-ma. Estudar? Pra que? Via na televisão médicos desempregados, advo-gados revendendo pro-dutos made in Paraguai. Professores reclamando da docência indecente. Jurandir não botava fé na educação. Nada tirava a paz daquele homem: a infiltração no teto, a inundação no banheiro (de quando em quando o esgoto da rua voltava para seu box), a porta da geladeira caindo, o des-pejo iminente do cortiço onde habitava.

Seus problemas eram facilmente esquecidos: uma gelada pra dentro e carpe diem! Indignação? Nunca! Fazia análise diá-

O conto machadiano O Alienista já nasceu um clássico da literatura em língua portuguesa, tendo sido levado para os palcos diversas vezes em diferentes formas de montagem. Agora é a vez do “Grupo Teatral Ex-pressarte Verbalizando” visitar esta grande obra do maior escritor brasi-leiro de todos os tempos.

O conto se passa numa cidadezinha do inte-rior do Rio que recebe um médico da Capital, o dr. Simão Bacamarte, que leva para a cidade as modernas técnicas de tratamento para enfer-midades mentais. Para o tratamento, Bacamarte cria a Casa Verde, uma espécie de hospício, onde são internados de modo arbitrário os pacientes com algum tipo de “des-

Embora não exista ainda no país uma es-tatística específica do número de brasilei-ros com síndrome de Down, pode-se fazer uma estimativa com base na relação de (1) para cada (700) nas-cimentos, o que acar-reta cerca de 270 mil cidadãos.

No último Censo do

IBGE, em 2010, 45 mi-lhões de pessoas dis-seram possuir alguma deficiência física, sendo que 2,6 milhões decla-ram ter alguma defici-ência mental.

O Censo Escolar de 2014 nos apresenta que 73% das crianças portadoras de necessi-dades especiais, estão matriculadas em tur-mas regulares. O que é um grande avanço se considerarmos que no ano de 1998 era de ape-nas de 13%. O número de profissionais capaci-tados também aumen-tou. De 1998 até 2014 a taxa foi de 198%.

Cabe destacar que o Down não é uma do-ença, mas sim, uma anomalia genética e por isso essa população deve ter acesso a todos os direitos da sociedade como um todo. Sendo assim é de fundamental importância a inclusão social deste setor nas

escolas, principalmente nas públicas, pois pre-cisam estar adequadas físicas e tecnicamente para recebê-las, porém nesse sentido, o muni-cípio de São Gonçalo-está muito abaixo da demanda.

Considerando as es-tatísticas nacionais é possível que hoje, São Gonçalo tenha cerca de 1.400 pessoas portado-ras da Síndrome. Con-tudo, existe apenas um único projeto de assis-tência, o “Programa de Atendimento à Pessoas com Necessidades Es-peciais” – PAPNE, que reúne cerca de 30 alu-nos na sede do Centro de Inclusão Municipal “Helen Keller”, no bair-ro Vila Lage.

É preciso que o poder público municipal co-mece a tratar com prio-ridade a inclusão social dessa população, pro-movendo assim o aces-so à educação de qua-lidade, cultura, esporte e lazer, de maneira que atinja os cinco distritos. Além de contratar pes-soas qualificadas para fazer esse trabalho com excelência, garantindo a mobilidade deles no município. Mais do que nunca é preciso que a população cobre das autoridades a formula-ção das políticas públi-cas do setor.

Down não é doença

Por Matheus Guimarães

O espetáculo estará em cartaz nos dias 14 e 21 de setembro com entrada franca

MALDITA3.0 www.maldita30.comA melhor Rádio Rock de todos os tempos ainda está viva na in-ternet. Conheça um pouco de sua programação revolucionária. Éramos felizes e sabíamos!

Édipo

O espetáculo é encenado por alunos do Cewo

SE LIGA!BATIDAS POR MINUTO: Depois de toda plêmica envolvido o pedido de exoneração do coordenador de Música da Secretaria de Cultura, Rafael Massoto, está confirmado o evento no dia 21 de setembro no mesmo bat horário e local, o Lavourão. Tudo indica que deve ser o último pela Secretaria de Cultura.

Foto: Divulgação

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agitado, sufocava todos os focos da oposição. Durante sua gestão, le-vou a fama de “mão de ferro”, devido à autori-dade que exercia tanto com seus aliados, quan-to com seus adversários.

Naquela época, a prin-cipal fonte econômica ainda era o café. Perío-do em que os governos de Minas Gerais e São Paulo dividiam a presi-dência do país, gozando de seus interesses políti-

De Sete Pontes à Neves, da pracinha à delegacia 73º, do bairro da Co-vanca a Neves. Trate-se de uma rua tipicamen-te residencial, tendo poucos comércios para abastecer o dia a dia da população. É nesta rua que fica localizada a Igreja de Santo Antô-nio com sua tradicio-nal festa e procissão. Cultura popular que encanta de ano a ano os moradores da região.

D15ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO JORNAL DAKI a notícia que te interessa

Juareis Social Clube Por André Correia

Por Carol Magalhães

O Projeto “CLUBE JU-AREIS MENDES” é uma iniciativa do CADERNO FOLHA NATIVA, volta-do especificamente para patrocinar as atividades artísticas e educacionais desse educador. Ele en-trou em nossa história através da professora Ma-ria Tereza Goudard, na Faculdade de Formação de Professores no ano de 2006. De lá pra cá nos tornamos parceiros da sua técnica de alfabetizar através das histórias, das cantigas e do desenho que hipnotiza as crianças e intriga os adultos.

AGENDA

cos e econômicos. Esse momento que ficou co-nhecido como a “Políti-ca do Café com Leite” e foi marcado por crises políticas, econômicas e greves.

A importância dele foi tamanha, que Floriano Peixoto foi homena-geado com nome de ruas em diversas cida-des do estado. No mu-nicípio de São Gonça-lo, por exemplo, é a rua que liga dois distritos:

Mestre Juareis: jeito único de alfabetizar

Floriano Peixoto, o mão de ferro

Projeto visa criar clube pedagógico com os metódos de alfabeti-zação de Juareis Mendes, mestre na arte de educar

Floriano Peixoto, se-gundo a estudiosa Eli-sabete Leal, em sua obra “FLORIANO PEIXO-TO E SEUS CONSA-GRADORES (1891-1894)” ele era um líder político e divisor de opiniões. Seus segui-

dores, conhecidos como florianistas, foram o braço direi-

to desse que foi o se-gundo presidente do

Brasil. Seu mandato, bastante

A produção do Sr. Jua-reis é mais que livros de contação de histórias. É um método de alfabe-tização extremamente eficaz e pode ser apli-cado nas aulas de arte, história, geografia, por-tuguês e matemática. Ele chama este método de Escritema, atuando justamente na relação psicomotora e criativa no âmbito escolar, que hoje em dia é negligen-ciado pelo cotidiano.

Além de livros, Juareis

produz músicas de roda e artes plásticas. Esta combinação de talentos desperta a intuição da

criança e do adulto que forma e informa o Sa-ber. Essa é a razão de ser deste CLUBE.

Diante desse oceano de

possibilidades pedagó-gicas criamos um kit que nos ajudará a materiali-zar o clube. São 3 livros e 1 Cd com histórias mu-sicadas. O custo total do projeto do clube é de 3 mil reais. Os investidores poderão acompanhar todo processo de aquisi-ção dos obras e constru-ção do clube com infor-mes mensais.

A meta é que no início

do ano de 2016 este tra-

balho possa ser lançado, portanto, temos 4 meses para conseguir o total es-tipulado de 3 mil reais.

Enquanto a inércia do-mina os gestores públi-cos de Educação de São Gonçalo e como não temos ainda um Plano Municipal de Cultural que abrigue este gênio da alfabetização infantil e adulta, essa foi a forma

que encontramos para manter esse trabalho vivo e o autor firme no seu ofício de educar. Par-ticipe. Entre em contato abaixo:

Tel.: 9.8544-8622Email: nativos@gmail.

comAndré Correia é Co-

ordenador do Projeto Alternativo e Gestor Cultural.

MC Dipro lança 1º CD da carreira solo

Negritude é tema de peça no SESC

As venturas e desventuras de uma ator em SG

O MC Dipro, ex-Priorida-de SG e criador do evento Turbilhão Hip-Hop, está lançando seu primeiro CD solo recheado de remix com vários clássicos grin-gos e da MPB.O artista é pioneiro na

divulgação da cultura hip--hop em São Gonçalo, ro-dando as praças da cidade desde 1996. Você conse-gue adquirir o CD na pági-na no facebook/dipro.mc.

A Cia. Teatral Pequeno Otelo apresenta nos dias 08 e 15 de novembro o espetáculo “A Galinha D´Angola”, um contra-ponto ao sucesso “Ga-linha Pintadinha” como forma de relativizar a po-sição do negro em nossa sociedade desde a colo-nização portuguesa no Brasil.Produção de Sidcley Ba-

tista e Erika Ferreira.

Em comemoração ao aniversário da cidade de São Gonçalo, a peça “Dentro de Mim, a cida-de” narra pela perspecti-va de um ator que vem do Rio de Janeiro para São Gonçalo conta sua traje-tória de vida, entremeada a história do próprio Mu-nicípio.Quartas no SESC às 11

e às 15 horas. Entrada franca.

RUAS

CIDADEDA

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seus. Precisamos integrá-la e abandonar a concepção viá-ria-espacial que sempre privi-legiou Niterói. Não precisamos de Niterói. Eles que sempre precisaram da gente e não têm a menor gratidão por isso.

Pôxa, eu que sou do Porto Ve-lho, descobri que tem uma por-ção de gatinhas ali no Rocha, Colubandê, Coelho... A possi-bilidade de eu casar com uma delas é ínfima. Também sei que tem uma penca de lojas de ata-cado que me dá uma economia dos diabos em artigos de escri-tório e papelaria. Hospital Ge-ral? Esqueça! Melhor ir para o Souza Aguiar no Rio.

O capital não sobrevive à de-sintegração. É muito mais fácil, rápido e confortável eu gastar

JORNAL DAKI a notícia que te interessa ANO IV Nº XXI SETEMBRO DE 2015 SÃO GONÇALO - RIO DE JANEIRO

Os problemas de São Gonçalo carregam em seu código ge-nético as pró-

prias soluções. Pode soar pie-gas ou até mesmo demagógico tal afirmação, meu caro leitor, mas acredito que no decorrer deste texto sairás convencido de que sou apenas mais um dentre tantos que cerram fi-leiras para o bem desta que é a nossa terra.

Pra começar, digo meio de supetão, se me permite, que a freguesia de São Gonçalo do Amarante carece de inte-gração espacial. Não somos uma cidade integrada no sentido clássico que tem no ponto zero, o centro, a sua principal referência cultural e econômica. Ao Sul corremos a Niterói e ao Norte batemos perna rumo a Alcântara.

Como sou abusado, pego agora uma coisa cara ao ca-tolicismo para fazer-me en-tender: historicamente essa cidade do santo boêmio sem-pre foi para nós o purgatório, o transitório. “Oxalá ficar rico e dar no pé!” Eis o projeto de vida do gonçalense. Negligên-cia daqui, desleixo de lá, nos transformamos numa quase impossibilidade. Quase...

São Gonçalo é tão viável que sobrevive até à indiferença dos

O CADERNO FOLHA NATIVA É UMA PARCERIA EDITORIAL DE CULTURA COM O JORNAL DAKI. EDITOR-CHEFE: HELCIO ALBANO EXPEDIENTE FOLHA NATIVA - EDITOR: ANDRÉ CORREIA JORNALISTA RESPONSÁVEL: CAROL MAGALHÃES . EDIÇÃO VI ANO I

o meu dindim no Bay Market ou Plaza que no Shopping São Gonçalo que está a 2 Km de minha casa pela BR 101.

Um grande amigo, professor e geógrafo Mauricio Mendes vivia a me alertar: “Seguimos os nossos acidentes geográ-ficos. Somos passagem, não hospedagem”. Claro, concor-do. Mas se não fosse uma deci-são política e econômica de in-tegração Copacabana até hoje seria uma praia selvagem.

Por conta dos tais acidentes, que na verdade são os “maciços” longitudinais que cortam nos-sas terras nos sentidos norte-sul formando extensos corredores, a cidade é fragmentada. E isso gerou um bocado de desdo-bramentos nas áreas social,

política, cultural e econômica.

Essa desintegração espacial e o pouco caso da administra-ção pública, por exemplo, qua-se nos subtraem as regiões de Ipiíba e Monjolos (Alcântara) do nosso convívio nos anos de 1990. Mas sabiamente a popu-lação disse não à emancipação dos distritos que formariam um novo município. Depois de perder Itaipú no início do século XX para Niterói, não sei se o santo protetor dos mú-sicos iria aguentar...

Esse capitalismo roda-pre-sa em São Gonçalo mantém certas coisas inacreditáveis. Não entendo o domínio que beira o senhorio da empresa Galo Branco naquela região do Rocha e do Galo Branco.

O empresário da construção civil olha aquela área (sub-ha-bitada) e se pergunta: Eu vou vender apartamento num lu-gar onde não tem transporte com facilidade?

Respeito, é claro, a função honrosa do proprietário da empresa citada em ser um empreendedor numa área tão complicada que é o transpor-te público. Como empresário vencedor em seu ramo, ele deve entender e apoiar o que falo. Porém, deve concordar se houver planejamento, crité-rio, visão de futuro do poder público para ousar usando-se, no nosso caso, da criatividade e principalmente responsabili-dade e boa vontade.

A feiura de São Gonça que tanto trazia-me desesperança deu lugar a mais bela de todas as coisas: a beleza do movi-mento, do fazer para o que é feio se tornar belo.

Mas queremos e precisamos ir além. De um projeto de cida-de que rime desenvolvimento com oportunidades para to-dos. São Gonçalo é uma das poucas cidades do Brasil que se fez do povo. Não lembro o último “doutor” (Charles não conta) prefeito desta cidade. É por isso que quando me per-guntam como é Sâo Gonçalo eu respondo que é o que há de melhor do povo brasileiro.

Não do

Pego Ninguém

Rocha Por Helcio Albano