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Page 1: ed 41 boletim - Advocef€¦ · inviabilizar negócios e empresas se não forem tratadas de forma diferenciada e corajosa. Relato de viagem, crônica para pensar e também rir, tópicos
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EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA|Presidente: Altair Rodrigues de Paula (REJUR/Londrina)|Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha (REJUR/Belo Horizonte)|1º Tesoureiro: JoséCarlos Pinotti Filho (REJUR/Londrina)|2º Tesoureiro: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (REJUR/Londrina)|1º Secretário: Marisa Alves Dias Menezes (JURIR/SãoPaulo)|2º Secretário: Henrique Chagas (REJUR/Presidente Prudente)|Diretor Regional Norte: Liana Cunha Mousinho Coelho (JURIR/Belém)|Diretor Regional Nordes-te: Maria dos Prazeres de Oliveira (JURIR/Recife)|Diretor Regional Sudeste: Sonia Lucia dos Santos Lopes (JURIR/Rio de Janeiro)|Diretor Regional Centro-Oeste:Gustavo Adolfo Maia Junior (JURIR/Brasília)|Diretor Regional Sul: Mariano Moreira Júnior (JURIR/Florianópolis)

REPRESENTANTES JURÍDICOS 2006/2007|JURIR/AJ: Paula Giron Margalho; JURIR/BU: Henrique Chagas; JURIR/BE: Renato Lobato de Moraes; JURIR/BH: Simone Solangede Castro Rachid; JURIR/BR: Luciano Caixeta Amâncio; JURIR/CP: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer; JURIR/CG: Cleonice José da Silva Herculano; JURIR/CB: Gustavo Eduardo Reis de Siqueira; JURIR/CT: Jayme de Azevedo Lima; JURIR/FL: Marcelo Oscar Silva Santos; JURIR/FO: Adonias Melo de Cordeiro; JURIR/GO: IvanSérgio Vaz Porto; JURIR/JP: Fábio Romero de Souza Rangel; JURIR/ME: Carlos André Canuto de Araújo; JURIR/MN: Alcefredo Pereira de Souza; JURIR/NA: Carlos Robertode Araújo; JURIR/PO: Jaques Bernardi; JURIR/PV: Cláudia Elisa de Medeiros Teixeira; JURIR/RE: Paulo Melo de Almeida Barros; JURIR/RJ: Leonardo Faustino Lima;JURIR/SA: Jair Oliveira Figueredo Mendes; JURIR/SL: Samarone José Lima Meireles; JURIR/SP: Marisa Alves Dias Menezes; JURIR/TE: Renato Cavalcante de Farias;JURIR/VT: Rodrigo Sales dos Santos; DIJUR/GERID: Edson Pereira da Silva; GEAJU: Elisia Souza Xavier; GETEN: Frederico Gazolla Rodrigues Rennó; REJUR/CV: RoseliAparecida Bettes; REJUR/JF: Josiane Mendes Gomes Dias Pinto; REJUR/JM: Carlos Eduardo Leite Saboya; REJUR/LD: Daniela Pazinatto; REJUR/MR: José Irajá deAlmeida; REJUR/NH: Aline de Lima Riccardi; REJUR/NT: Daniel Burkle Ward; REJUR/PF: Karin Wietzke Brodbeck; REJUR/RP: Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti; REJUR/SM: Clarissa Pires da Costa; REJUR/SR: Cleusa Maria de Jesus Arado Venâncio; REJUR/UB: Luciola Parreira Vasconcelos; REJUR/VR: Aldir Gomes Selles.

CONSELHO DELIBERATIVO|Membros Efetivos: Darli Bertazzoni Barbosa (Londrina), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), Isabella Gomes Machado (Brasília), LuisFernando Miguel (Porto Alegre) e Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)|Membros Suplentes: Luciano Paiva Nogueira (Belo Horizonte), Marcelo DutraVictor (Belo Horizonte) e Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia).

CONSELHO FISCAL|Membros Efetivos: Paulo Roberto Soares (Brasília), Rogério Rubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Julio Cézar Hofman (Maceió)|MembrosSuplentes: Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia) e Éber Saraiva de Souza (Cuiabá).

CONSELHO EDITORIAL|Altair Rodrigues de Paula e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) – E-mail: [email protected] Gráfico: Marcelo Torrecillas|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.200exemplares Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: mensal

Endereço em Brasília/DF: SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205|Edifício Empire Center|CEP 70070-100|Fone (61) 3224-3020|E-mail: [email protected]ária: Priscila Christiane da Silva.

Endereço em Londrina/PR: Rua Santa Catarina, 50 / sala 602|CEP 86.010-470|Fone (43) 3323-5899|E-mail: [email protected]|Secretárias: Tatiane StabileDantas Buzinaro e Ivete Augusta Pereira|Auxiliar Administrativa: Thaís Bender.

0800 400 8899 O Boletim da Advocef é distribuído aos advogadosda CAIXA e a entidades associativas.www.advocef.org.br | Discagem Gratuita

2 Julho | 2007

Conciliar para sobreviver

A única forma de fazer frentea um Judiciário Federal cada

vez mais preparado,capilarizado e automatizado éa adoção de alternativas deconciliação de interesses,

sempre atentos à proteção dointeresse público

Esta edição traz mais um capítulo relatan-do a permanente defasagem na reposição

de advogados integrantes dos quadros técni-cos, em tom de denúncia e simultânea home-nagem aos que, durante a permanência entrenós, deram muito de sua energia e dedicaçãopara fazer mais e melhor.

Relatos pessoais e coletivos, reveladoresdas muitas realidades que pontuam nossa pro-fissão, e fazem dela uma das mais desejadaspelos que perseguem carreiras estáveis, nosseus mais diversos significados.

Um relato bastante significativo e deta-lhado sobre uma das facetas de maior desta-que da advocacia pública moderna: a buscapor alternativas de solução amigável ouconstruída de elevados volumes de ações ju-diciais.

Maior responsável pelo crescimento des-medido do volume de trabalho de advogadosvinculados à administração pública, amassificação de demandas, em regra resul-tante de problemas ou disfunções político-le-gais e/ou econômicas, exige de todos os en-volvidos na defesa judicial da CAIXA a cons-trução de novos parâmetros de enfrentamentodo tema.

Decididamente, a única forma viável defazer frente a um Judiciário Federal cada vez

mais preparado, capilarizado e automatizado,somado a um crescente nível de litigiosidade,é a construção e adoção de alternativas deconciliação de interesses, sempre atentos àproteção do interesse público, mas com a fir-me disposição de quebrar os paradigmas atéaqui postos.

A matéria a respeito de um caso concreto,considerados os números envolvidos e a partici-pação coletiva na sua execução, serve não ape-nas para homenagear seus partícipes, mas tam-bém despertar as atenções de todos – advoga-dos e demais operadores do Direito, administra-dores jurídicos e operacionais – para a importân-cia da adoção de alternativas que ponham termo

a essas verdadeiras “fábricas de ações judici-ais”, cujo desenrolar e desfecho podeminviabilizar negócios e empresas se não foremtratadas de forma diferenciada e corajosa.

Relato de viagem, crônica para pensar etambém rir, tópicos do mundo jurídico e dainformática aplicada à nossa profissão, umencarte com tema de grande atualidade, inte-gram e completam mais uma edição do Bole-tim, produzido para informar e integrar todosos advogados que fazem a ADVOCEF.

Outra matéria analisa as novidades na con-dução de assuntos de relevância para a cate-goria, tema que foi objeto de calorosos e frutí-feros debates no último Congresso. Antecipan-do possíveis alterações estatutárias em estu-do, a Diretoria Eexecutiva da ADVOCEF passaa exercitar uma gestão mais colegiada, com aparticipação ainda mais efetiva de diversosde seus membros.

Com a designação de seus integrantespara o acompanhamento de temas específi-cos, a entidade passa a conferir maiorefetividade às deliberações da categoria,potencializando capacidades e distribuindo aresponsabilidade pela condução dos rumos daentidade.

Diretoria Executiva da ADVOCEF

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Julho | 2007 3

Delegação de tarefas agiliza administração da ADVOCEF

Modelo deDe certo modo, um novo tipo de gestão

está em prática na ADVOCEF, com adelegação de atribuições que o presidenteintensificou nos últimos meses. Para cada co-missão atualmente instalada, Altair Rodriguesde Paula nomeou um diretor, que vai acom-panhar os trabalhos, colaborar no quefor necessário e “decidir eventuaisquestões relativas ao tema”.

A medida se tornou necessáriapela quantidade excessiva de tarefasa cargo do presidente. Destaque-se queele mantém intacto seu acervo de proces-sos, que lhe exige a mesma dedicação, comoqualquer advogado da CAIXA. “Tomei a de-cisão para tornar mais ágeis as atividadesda ADVOCEF”, diz Altair. Na verdade, opresidente também andou sentindo osefeitos do trabalho em sua saúde, que oobriga a se preservar.

A diretora regional do Nordeste, Ma-ria dos Prazeres de Oliveira, considera adescentralização “induvidosamente necessá-ria”, porque libera o presidente para atribui-ções mais específicas e beneficia a catego-ria, devido à maior celeridade que deve serimposta aos trabalhos. Por outro lado, acres-centa, a medida permite que os diretoresregionais contribuam de forma mais diretana gestão.

“Excelente decisão”, endossou a direto-ra regional do Norte, Liana Mousinho. “Além

de diminuir o volume de trabalho do presi-dente, a Diretoria, por outro lado, se senteprestigiada e atuante.”

“O presidente fez muito bem”, apoioutambém o 2º secretário Henrique Chagas,que considera a forma descentralizada “muitosalutar”. Ele foi encarregado de acompanharas discussões dos associados no Fórum,

disponibilizado no site daADVOCEF. “Evidente-

mente, nossa ma-

• Participação da ADVOCEF na criaçãoda nova Lei Orgânica da AGU. Institu-ída no XII Congresso, em 2006.Membros: Agnelo Ribeiro, Bruno Vanuzzi,Carlos Alberto de Castro e Silva, CarlosAraújo, Fernando Abs da Cruz, GryecosLoureiro, José Izidro Machado, LucianoAmancio, Marcelo Dutra Victor, MarceloNader, Sergio Luis Fuks.Coordenação: Silvio do Lago Padilha,vice-presidente da ADVOCEF.

• Elaboração de regulamento para as elei-ções na ADVOCEF. Instituída no XIII Con-gresso.Membros: Cristina Pinheiro, George doNascimento Júnior e Paulo Melo Barros.Coordenação: Sônia dos Santos Lopes,diretora regional do Sudeste.

Comissões

• Negociação coletiva através da FENADV.Membros: Alfredo Ambrósio Neto,Luciano Caixeta Amâncio, Luis FernandoMiguel e Natanael Lobão Cruz.Coordenação: Gustavo Maia Júnior, di-retor regional do Centro-Oeste.

• Elaborar proposta à Prefeitura de SãoPaulo, sobre honorários referentes aoParque do Povo. Constituída no XIII Con-gresso.Membros: Jayme Lima e José Izidro.Coordenação: Mariano Moreira Júnior,diretor regional do Sul.

• Analisar as condições de trabalho nasunidades jurídicas. Constituída no XIIICongresso. Deve estudar também a res-trição imposta pela CAIXA ao uso dainternet (leia nota na Cena Jurídica).

gado Octavio Couto e Silva, no Congressode Maceió, em agosto deste ano. Octaviopropõe a criação de Vice-Presidências, queteriam atribuições específicas. O argumen-to central é o mesmo, o excesso de assun-tos centralizados pelo presidente, que é co-brado pela categoria. “Muitas vezes, a in-satisfação dos associados decorre exclusiva-mente em função da impossibilidade huma-na para o desempenho de tantas tarefas",diz o advogado.

O vice-presidente da ADVOCEF, Silvio doLago Padilha, nâo vê no momento outra

solução senão a delegação de tarefas,lembrando que há várias frentes de tra-balho abertas. Ele entende, no entanto,que a solução ideal seria a liberação do

presidente de seus encargos na CAIXA,como ocorre com os dirigentes sindicais. Opleito consta na pauta de reivindicações ela-borada pela FENADV.

O presidente Altair diz que toda tenta-tiva de aprimorar é válida. “Não sou con-trário a nenhuma inovação. Se as coisascomo estão não funcionam, devemos mu-dar para melhorar. Se não der certo, mu-damos de novo.” Altair concorda que a li-beração pela CAIXA é uma boa providên-cia. “Se o presidente tiver só a ADVOCEFpara cuidar, vai pensar nela 24 horas pordia, vai ter mil idéias para pôr em práti-ca.”

Membros: Cíntia Custódio, Flávia Karrer,Flávio Rocha e Ruy de Borborema Neto.Coordenação: Liana Mousinho Coelho,diretora regional do Norte.

• Alteração dos estatutos da ADVOCEFcom a criação de Vice-Presidências. Ins-tituída no XIII Congresso.Membros: Fernando Abs da Cruz,Luciano Amâncio, Octávio de Couto eSilva e Ricardo Tavares.Coordenação: Maria dos Prazeres deOliveira, diretora regional do Nordeste.

Confira algumas comissões com trabalhos em andamento.

GESTÃO

nifestação ocorrerá apenas nos tópicos emque a ADVOCEF julgue seu dever se mani-festar, de forma a não engessar a discussão.”

As Vice-PresidênciasA iniciativa está próxima da idéia que

inspirou o projeto apresentado pelo advo-

Liana: ascondições de

trabalho

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4 Junho | 2007

Pela primeira vez em muito tem-po, um advogado trocou a CAIXA

pela iniciativa privada. A decisão foi to-mada por Adriane Kusler, que traba-lhava há 17 anos no JURIR/Porto Ale-gre. "Enfim, fiz as pazes com a minhaprofissão", desabafou ela, em matériapublicada na página 5. Em 2007, já são31 os advogados que se desligaram daCAIXA (confira no quadro abaixo, queé publicado bimestralmente, os quesaíram de maio para cá). Em contra-partida, até o fechamento da edição,apenas 26 novos profissionais tinhamingressado em 2007, todos a partir dejunho.

O presidente da ADVOCEF consta-ta o aumento da defasagem que jáexistia em 2006, quando entraram 124advogados e saíram 52. "Enquantoisso, resta aos profissionais suprir a ca-rência com cada vez mais esforço ededicação", diz Altair Rodrigues de Paula,"mas sem abandonar a luta por seus direi-tos e melhores condições de trabalho".

Com as boas vindas da ADVOCEF, cadanovo advogado recebe um kit contendoexemplares da Revista de Direito e doBoletim, ficha de filiação, autorização paradesconto de mensalidade, estatuto e re-gulamento da ADVOCEF.

Encarando o desafioO amazonense Raimundo Anastácio

Carvalho Dutra Filho, de 28 anos, já tra-

Panorama atualAdmissão de advogados recomeça, mas defasagem permanece

Nome Lotação Admissão Desligamento DestinoNome Lotação Admissão Desligamento DestinoAlberto Alonso Munõz JURIR/SP 02/05/2005 07/05/2007 PGFNAna Carolina Nogueira Saliba JURIR/SP 10/10/2005 07/05/2007 PGFNEuclides Sigoli Júnior JURIR/SP 02/05/2005 07/05/2007 PGFNAntônio Fortes de Pádua Neto REJUR/VR 06/11/2006 12/05/2007 Defensoria Pública/SPAdriane Kusler JURIR/PO 12/02/1990 15/05/2007 EscritórioOctavio Cordeiro Noronha REJUR/NH 03/10/2005 28/05/2007 PGEJuliana da Silva Ribeiro Gomes JURIR/RJ 12/09/2005 08/06/2007 Cofen

Lívia Deprá Camargo REJUR/SM 06/02/2006 29/06/2007 TRT-4ª Região (analista)

balhava na CAIXA, desde 2001. Enquan-to cursava a faculdade e estudava para oconcurso, foi caixa executivo, agente deatendimento e técnico de fomento. Ima-gina a CAIXA como uma grande empre-sa "com o desafio de ter todo o povo bra-sileiro como cliente". Afirma que compro-vou, no JURIR/Manaus, onde assumiu emjunho, a boa impressão que tinha sobreos advogados. Gosta do Direito Civil. Jáse associou à ADVOCEF.

O catarinense Luiz Carlos Pazini Filho,29 anos, chega ao JURIR/Florianópois con-

fiando numa estrutura que proporci-one possibilidades de crescimento.Pretende se filiar à ADVOCEF e acre-dita na valorização dos advogados,a respeito dos quais traz a imagemde profissionais eficientes e dotadosdo apoio jurídico necessário. Apesarde se sentir preparado, Luiz Carlosacha que o excesso de processos podeinfluenciar na qualidade do trabalho.Tem preferência pelo DireitoAmbiental.

O advogado Lucas Ventura Dias,ex-estagiário da CAIXA, assumiu no

JURIR/Recife em junho. Aos 25 anos, queradquirir experiência, aproveitando a diver-sidade de matérias tratadas na empresa.Está pronto para enfrentar a carga de tra-balho. "Embora pareça que o número deadvogados ainda não seja o ideal, semdúvida a qualidade dos profissionais faz odesafio mais fácil de encarar", diz. Lucasse associou à ADVOCEF logo na admis-são, porque foi informado "que é o órgãoque vem lutando pelos direitos dos advo-gados da CAIXA". Sua área preferida é oDireito do Trabalho.

Altair: cada vez mais trabalhopara os advogados

Lucas: adquirirexperiência nadiversidade dematérias

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Junho | 2007 5

A advogada Adriane Kusler acredita quefoi o trabalho excessivo, massificante

e sem perspectiva que a levou, como aoutros profissionais, a deixar a CAIXA. Masacontece que no escritório Bordas Advoga-dos Associados, onde está desde dezem-bro de 2006 (como colaboradora no início,hoje como sócia), Adriane trabalha tantoou mais que no JURIR/Porto Alegre. "Per-guntei-me, então, de onde tirava ânimopara, à noite, após um dia inteiro de traba-lho, me sentar à frente da lareira e, comdisposição, ainda ler alguns artigos sobrecoisa julgada, tutela inibitória, decisões maisrecentes do STJ e STF e etc."

A resposta, logo descobriu: o que a exau-ria na CAIXA era a atividade totalmenterepetitiva e interminável. "A pilha de pro-cessos baixados hoje, aparentemente, ser-via apenas para abrir espaço para a pilha

Mudança para melhorAdvogada descobre outro ânimo na iniciativa privada

seguinte que já estava à minha espera comprazo em curso. E todo o dia a mesma coisa.Como se vê, um trabalho estável (em todosos sentidos)!"

Futuro novoAdriane explica que o escritório veio

como uma alternativa a essa "estabilidade"que a CAIXA garantia. Como dispunha derazoável estrutura financeira, pôde escolherum novo futuro. Ingressou como sócia "numabanca forte", onde trabalha com dois velhosamigos, "ao lado de quem tenho prazer empassar os bons e maus momentos, comemo-rar as vitórias, sofrer e analisar as derrotas".

Hoje ganha praticamente o mesmo queganhava como coordenadora na CAIXA, tra-balha mais horas do que antes, mas se sentemais disposta e confiante. "Hoje eu vejo oresultado do meu trabalho."

Adriane expressa gratidão à CAIXA, pri-meiro emprego, onde conviveu por 17 anos"com profissionais dedicados e competentesem todas as esferas". Diz que não esquecerádas pessoas de sua equipe, que a ajudaram aenfrentar os desafios, com bom humor. "Aosmeus ex-chefes João Batista, Cornélio, Everaldoe Kafruni, pessoas fundamentais para minhaformação profissional, faltam palavras paraagradecer por todo o apoio."

Para quem fica na CAIXA, deixa um aler-ta: "Não deixe a rotina engolir você! Conti-nue insistindo em fazer diferença!".

Avanço profissionalNo lugar de 3.500 processos, um acervo com 60

As vantagens não aparecem tanto noaspecto financeiro, explica a ex-

advogada do JURIR/Rio de Janeiro JulianaRibeiro Gomes, que assumiu em junho noConselho Federal de Enfermagem (Cofen).O aspecto profissional é que é interessan-te. "Em primeiro lugar, o volume de tra-balho é infinitamente menor. No novocargo, sou responsável por 60 processosjudiciais e pelo consultivo administrativo.Na CAIXA, meu acervo correspondia a3.500 processos ou mais."

Além disso, representando o Conse-lho, Juliana precisa viajar pelo Brasil e atépara o exterior, o que torna o trabalho

muito interessante. Chamou a atençãodela no novo emprego a obrigação de seinscrever em congressos sobre Direito Pú-blico, em todo o país. "Em resumo, a Pre-sidência tem grande interesse no aprimo-ramento profissional do assessor jurídico,tanto é que, na primeira semana de tra-balho os advogados fizeram listas de to-dos os livros que gostariam de ver adquiri-dos para a nossa biblioteca jurídica."

Saliente-se que o lado econômico nãoé desprezível. Juliana ganha hoje o equi-valente ao seu salário na CAIXA comoadvogado pleno somado ao que recebiapelo rateio dos honorários.

Aprendeu na CAIXAEx-professora, foi na CAIXA que Juliana

estreou como advogada, onde aprendeu atrabalhar muito com poucos recursos, aaperfeiçoar a organização. "Também tivegrandes professores. Na Recuperação de

Créditos, o Dr. Silvio Araújo simplesmenteme ensinou tudo sobre execução no póloativo, e no FGTS tive como mestre ninguémmais autorizado do que o Dr. Roberto CarlosMartins Pires, que é um exemplo para to-dos nós do Rio de Janeiro."

Juliana lembra que foi o compa-nheirismo dos colegas da CAIXA que aajudou quando, em 2005, recém-chega-da, enfrentou o "olho-do-furacão". Ela es-pera que os ex-colegas continuem a lutapor melhores condições de trabalho."Sempre disse que os advogados da CAI-XA - principalmente os do FGTS do Rio deJaneiro - são os meus heróis!"

Juliana lembra de uma frase deThomas Edison, "Inquietação e descon-tentamento são as primeiras necessidadesdo progresso", que acha que tem a vercom a situação dos advogados da CAI-XA. "Espero que seja só uma fase e que,no futuro, tudo possa melhorar", deseja.

Adriane: umtrabalho

estável emtodos ossentidos

Juliana: osadvogadosda CAIXAsão os seusheróis

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6 Julho | 2007

Acordo noO balanço divulgado em audiência

pública na Justiça Federal do RioGrande do Sul, em 20/06/2007, apre-sentou os números do Projeto Concilia-ção FGTS, realizado em Porto Alegreentre 30 de abril e 31 de maio de 2007.Foi um sucesso. À base de 100 audiên-cias por dia, das 8h às 19h, 2.200 pro-cessos que buscavam a revisão dos sal-dos relativos ao Plano Verão (jan/89) ePlano Collor (abr/90) foram extintos.Em conseqüência, R$ 13,1 milhões fo-ram depositados nas contas vinculadasdos fundistas. Houve acordo em 78%das 1.951 audiências, que envolveram

Sucesso em 78% das 1.951 audiênciasrealizadas no RS

no total 11.188autores.

Na audiên-c ia, a CAIXAapresentou suaproposta paramanter o mu-tirão em forma-to administrativo,com padronização dos cálculos e me-diante acordo a ser ce lebradoextrajudicialmente e homologado emjuízo. A idéia é simplificar as liquida-ções das sentenças, com economia pro-cessual e redução dos riscos. À espera,

na Justiça Federal do RS, tramitam 14mil processos.

O advogado Alessandro Maciel, doJURIR/Porto Alegre, um dos organi-zadores, diz que o mutirão, que contoucom apoio integral da GETEN/DIJUR,avançou na solução do litígio, resolven-do questões que perduravam há anos.Outro ponto significativo foi o ganhoinstitucional junto ao Poder Judiciário.Além disso, foi uma oportunidade delevar aos magistrados as teses jurídicase os métodos de cálculos de interesseda CAIXA. "Firmamos nosso posicio-namento sobre algumas questões con-trovertidas, tais como adesão à LC110/01, juros de mora, atualização mo-netária pelos critérios do FGTS, contasde entidades filantrópicas e de não-optantes."

Redução do desgasteAlém dos benefícios trazidos para to-

dos, segundo o advogado RicardoTavares, que idealizou o projeto com acolega Adriane Kusler, desligada recen-temente da CAIXA, o mutirão possibili-tou uma redução significativa do des-gaste e do ônus financeiro da empre-sa, gerados por processos que tramitamhá mais de dez anos.

A idéia nasceu em abril de 2006,quando um projeto piloto de concilia-ção em parceria com a 7ª Vara Federalde Porto Alegre e a GIFUG/Porto Ale-gre obteve 86,5% de acordos. Com osucesso, o TRF da 4ª Região solicitou aampliação do projeto para todas as va-ras federais da Capital.

"Extremamente relevante, tantopara a Justiça como para a CEF e osautores", avaliou o juiz federal HermesSiedler da Conceição Júnior, coordena-

Na audiência pública, a partir daesquerda: Alessandro Maciel(coordenador do FGTS no JURIR/PO), Cláudio Lamachia (presidenteda OAB/RS), João Surreaux Chagas(desembargador do TRF da 4ªRegião), Tais Ferraz, HermesSiedler da Conceição (juizesfederais) e Marcos Kafruni(gerente do JURIR/PO).

í No JURIR/PO dois coordenadores se responsabi-lizam pela organização do trabalho, desem-penhado por cinco advogados com turnointegral de oito horas durante quatro me-ses. Conta com a colaboração de dez ad-vogados cedidos pelos Jurídicos Regionais BH,CB, CT, FL e RE, destacados pela GETEN.

í Em fevereiro, são destacados, pela SUFUG, 11 em-pregados das Filiais do FGTS de BE, BR, BU, CB, CP,CT, FL, FO, GO, MN, RE, RJ e SP. Quatro empregados daGIFUG dão suporte técnico aos advogados nas audiências.A GISUT disponibiliza três microcomputadores com acesso à rede CAIXA.

í A pedido da CAIXA e do coordenador do Sistcon, a Corregedoria Geral da 4ªRegião suspendeu as ações em tramitação na Subseção Judiciária de PortoAlegre, no período de 21/2 a 15/6.

í A sistemática do mutirão foi esclarecida em audiência pública realizada naJustiça Federal, em 8/3.

í As audiências foram realizadas entre 30/4 e 31/5/2007.

Roteiro

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Julho | 2007 7

Para comemorar os 30 anos detrabalho do advogado Arcinélio

de Azevedo Caldas, seus colegasda REJUR/Campos de Goytacazese Superintendência Regional Nor-te Fluminense organizaram coque-tel, em julho, com entrega da me-dalha comemorativa.

Oriundo do extinto BNH (Ban-co Nacional da Habitação), ondeocupou a Gerência Nacional doContencioso, Arcinélio é um dosfundadores da unidade. "EmCampos dos Goytacazes nenhu-ma outra pessoa possui, de fatoe de direito, "a cara da CAIXA",afirma o colega Sylvio Gonçalves. Ta-nia Pinheiro, assistente regional da Su-perintendência, ressalta a garra e oprofissionalismo do advogado, "suas

Firme nos trintaHOMENAGEM

Arcinélio (de camisa branca, terceiro da esq. para a dir.):na luta "com o escudo da ADVOCEF"

marcas registradas". "É uma referênciaquando precisamos de um socorro jurí-dico", reforça o superintendente daSR Norte Fluminense, Rider Gonçalves.

Arcinélio não pensa ainda naaposentadoria. Espera completar otempo de contribuição e pela unifi-cação da carreira, sem necessida-de de recorrer à Justiça.

Entre os fatos marcantes que vi-veu na CAIXA, Arcinélio lembra areengenharia e o concurso internona área jurídica, em 1992, "queoxigenou o setor".

Ele destaca o profissionalismodos novos advogados, lamentandoao mesmo tempo a rápida passa-gem deles pela empresa. Confia naunião dos colegas na luta por salá-rios compatíveis com os da advo-

cacia pública. Tudo isso, sublinha, "tendocomo escudo protetor e estimulante aADVOCEF, outra criação importantíssimanos tempos das mudanças na CAIXA".

ValoresNo total, 2.938 autores receberão cré-ditos distribuídos em 4.900 contas vin-culadas e 378 depósitos judiciais re-ferentes a despesas, totalizando 13,1milhões de reais.

Principal ..................R$ 7,5 milhões

Mora .......................R$ 4,6 milhões

Média por autor ......R$ 4,1 mil

Honorários ...............R$ 960 mil

Média honorários ....R$ 2,8 mil

Despesas judiciais ....R$ 41 mil

dor do Sistema de Conciliação (Sistcon)no RS. "Tanto foi fantástico o resultadoque foi possível avançar-se na idéia,passando-se a uma nova fase de conci-liação em ações do FGTS."

O juiz ressalta que se colocou na eco-nomia gaúcha valor superior a R$ 13milhões. "Foi um privilégio ter traba-lhado com os advogados e analistas daCEF, com os demais advogados, com

Hermes Siedler: sonho da conciliaçãovirou realidade

as partes, com os servidores, com aContadoria do Juízo, todos voltados parao sucesso do projeto", disse.

Conciliação é realidadeEm 17/6, o juiz escreveu a respeito,

em coluna no jornal O Sul, de Porto Ale-gre, assinada com os colegas EdgardA. Lippmann Jr. (desembargador do TRFda 4ª Região) e Jairo Gilberto Schäffer(juiz coordenador da conciliação emSanta Catarina). "Vê-se, assim, queaquele sonho de implantar uma políti-ca de conciliação no Judiciário, inicial-mente acalentado com certa desconfi-ança por alguns colegas, hoje represen-ta uma realidade incontestável", regis-traram os colunistas. Aproveitaram paraanunciar, para breve, um novo projetode conciliação para as ações referen-tes aos planos econômicos nas cader-netas de poupança.

Outro participante do mutirão, o ge-rente de serviços da GIFUG/Porto Ale-gre, José Carlos Friedrich, consideroucompensador o trabalho e aprovou acontinuidade do projeto idealizado pelavia administrativa. Considerando que osacordos predominem nas audiências,José Carlos calcula que em dois anos

serão solucionados os 15 mil processosexistentes na área.

O resultado do Projeto, pioneiro nopaís nessa amplitude, era aguardadopor Jurídicos Regionais e Gerências deFiliais dos outros Estados. Um relatórioelaborado pelo JURIR/Porto Alegre eGIFUG foi encaminhado à DIJUR. "Es-peramos compartilhar as informaçõesnecessárias a subsidiar novas gestõesacerca do tema", afirmou o advogadoAlessandro Maciel.

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8 Julho | 2007

"Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada",afirma em artigo Sérgio Tejada, citando o jurista RuiBarbosa. O secretário do CNJ se referiu a um estudo do

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrandoque a ineficiência na Justiça é responsável pela redução em

25% da taxa de crescimento de longo prazo do país. Com umaJustiça eficiente, segundo o trabalho, o Brasil poderia crescermais 0,8% ao ano e aumentar a produção nacional em até 14%.

Cem por centoO Tribunal de Justiça de Santa Catarina apresentou,

em 12/7, o seu projeto "Poder Judiciário 100%Virtual". De acordo com o protótipo, todos os

procedimentos judiciais são informatizados, desde oenvio da petição do advogado até a publicação da

sentença. Segundo o desembargador CarlosPrudêncio, a informatização vai reduzir em 98% otempo de tramitação dos processos, além de gerar

economia. Ele dá o exemplo do Diário de Justiça, cujaversão impressa custava R$ 2,5 milhões por ano ehoje, utilizando o meio eletrônico no Estado, dá

despesas de R$ 40 mil. (Fonte: TJ/SC)

Em um minutoConvênio entre o Conselho Nacional da Justiça e a Receita Federalvai permitir que os juízes tenham acesso às informações do Fiscopela internet. O tempo de espera, que era de 90 dias, passará paramenos de um minuto.

Cartórios digitaisCom a adesão à Infra-Estrutura de Chaves PúblicasBrasileira (ICP-Brasil) das principais entidades dosegmento cartorial, anunciada em junho, logohaverá 23 mil pontos de distribuição (cartórios)funcionando no país para a retirada de certificadosdigitais. Segundo a Câmara Brasileira de ComércioEletrônico, 10 milhões de brasileiros passamdiariamente nos cartórios do país.

Recurso históricoCoube ao ministro Sepúlveda Pertence,do STF, o julgamento do primeirorecurso extraordinário digital.Recebido do TRF da 1ª Região em 5/6,o recurso recebeu um veredicto em22/6. Por ser uma decisão histórica, oministro preferiu assinar com canetaem vez de usar a certificação digital.No RE, de número 551.476, umaempresa contestava sua exclusão doRefis. Foi rejeitado.

O Projudi, sistema de tramitação eletrônica deprocessos, em software livre, está em uso

experimental em nove tribunais do país.Até o final do ano, chegará a outros 15.

"É um investimento que se paga emmenos de um ano só com o que se economiza

com papel", segundo o secretário geral doConselho Nacional de Justiça, Sérgio Tejada.

Justiça rápida

Interrogatório onlineO sistema de videoconferência para interrogatório não ofende

as garantias constitucionais do réu, decidiram o STJ e o STF,negando pedido de habeas corpus de acusado de tráfico de

drogas. O interrogatório foi feito pelo Tribunal de Justiça deSão Paulo, de acordo com a Lei estadual 11.819/05.

Internet em 3ºA internet é o terceiro meio de comunicação mais

procurado pelos brasileiros, segundo pesquisa do InstitutoSensus divulgada em 27/6. A televisão está em

primeiro lugar, preferidapor 69,3% dos

pesquisados. Depoisvêm o rádio (14%), ainternet (9,4%), osjornais (5,4%) e as

revistas (0,9%).

Fórum digitalO primeiro fórum totalmente informatizado do país foi instalado na

Freguesia do Ó, zona oeste de São Paulo. Na inaguração, em 26/6,o governador José Serra lembrou que o Estado concentra 49% dosprocessos do Brasil. O Fórum Regional

XII - Nossa Senhora do Ó tem doiscartórios, um especializado na área

cível e outro na área de família. Neles,trabalham 34 funcionários, incluindo os

serviços de apoio.

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Julho | 2007 9CRÔNICA

A lei,Francisco Spisla (*)

Meu caro leitor, você deve estar es-tranhando o título desta crônica.

Tenha calma que o desenvolvimento dasarticulações mostrará onde tudo se aco-moda e se inter-relaciona. É como, e des-culpe a inferência a plágio, a seção "Co-nexão" da revista Superinteressante (aúltima delas: a origem do piquenique levaaté o movimento beatnik). Por mais queàs vezes achemos estranho, todas asações, atitudes, pensamentos estão in-terligados pela natureza neste nossoincognoscível Universo. Comecemos fa-lando da lei, e sei que muitos já associ-am a conclusão à pizza. É isso mesmo,mas o caminho é outro.

A quantidade de definições do con-ceito lei é tanta quanto as vezes emque é desobedecida, ignorada, frau-dada. Já se disse, numa observaçãode muito mau gosto que registro ape-nas para se ver o tipo de relaçãoque algumas pessoas têm com alei, que "ela é como a virgindade:existe para ser violada". A propósi-to lembro ainda a história do advo-gado ateu, na hora de sua morte,lendo avidamente a Bíblia. Não es-tava se convertendo, apenas pro-curando uma brecha na lei.

Eu gosto da definição "éuma norma universal de justaconduta, igual para todos, eaplicável a um númeroindeterminado de casos futu-ros", lembrando ainda que alei verdadeira está intimamenteligada ao conceito de justiça: "vi-ver honestamente, não lesar a ninguém edar a cada um o que é seu".

Tudo na vida é regulado por leis, se-jam as naturais, as sociais, as religiosas,as familiares. O certo é que tudo o quefazemos, em princípio, demonstra clara-mente que todos somos iguais e todosdevemos obediência à lei. Mas por que,raios, existem alguns que estão desobri-gados? Amigo leitor, você sabe de quemestou falando. E não quero ser óbvio nemrepetitivo, e nem quero enveredar pelo

o truco e a pizzacaminho do comentário político porquecomeço a ficar mareado. Registro apenasa impressão de que estamos em um enor-me jogo em que os políticos blefamfragorosamente gritando truco com estar-dalhaço, e nós, mesmo com gato e setecopas na mão, não temos coragem de le-vantar para seis, tão grandes são aprepotência e a certeza de vitória deles.

Temos medo de que nos digam queestamos roubando como se eles é que ti-vessem as maiores cartas. É que para elesnão existe lei. Como são eles que a fa-zem, não precisam cumpri-la. São elesque fixam seus salários e são eles que seabsolvem de qualquer tentativa de con-denação por descumprimento das leis quenós somos obrigados a obedecer. Isto éou não um jogo de truco? O que sabegritar mais, fazer o melhor macinho e ossinais mais disfarçados é quem vence. O

jogo tem de ser necessariamente com bu-lha para esconder o vazio das cartas. As-sim, no nosso Brasil a aplicação da lei estáparecendo jogo de truco. E tudo isso paraquê? Para ter os melhores pedaços dessagrande pizza que é o nosso Brasil.

Brasil é pizza porque comê-la somen-te tem sentido se for acompanhado. Hácongraçamento. Há alegria. Há amizade.E todos nós brasileiros deveríamossaboreá-la alegremente com o direito quetemos de ter nascido neste país com-pleto e "bonito por natureza". Mas oque vemos? Os jogadores de truco es-tão blefando tanto que nossa pizzaestá esfriando e ficando rançosa. Senão tomarmos nenhuma providên-cia não mais vai dar para nos ali-

mentar. Eu, de minha parte, achoque a solução é alterar, de novo,

nossa Constituição, com repre-sentantes de todas as cama-das da sociedade. Pessoasque tenham o discernimentosuficiente para indicar o queos políticos, os membros doExecutivo e do Judiciário devemfazer, quanto merecem ganhar,e não lhes dar nenhum privilé-gio além do mesmo direito quetodos nós temos. Não vou en-trar em detalhes porque é papocontrovertido e dá caldo paramuita sopa, mas é minha con-tribuição para fazer uma novapizza.E você deve estar perguntan-

do: o que tem a ver a lei, o truco e apizza? Nada e tudo. É que achei interes-sante uma observação de um grande jor-nalista a propósito do dia 10 de julho: DiaMundial da Lei, Dia do Truco e Dia daPizza. E quero com isso provar que nadaocorre por acaso e sem significação, mes-mo não tendo havido real intenção. O quefalta agora é criar, num só dia, o Dia doPolítico Brasileiro, o Dia da Vergonha naCara e o Dia do Respeito ao Cidadão.

(*) Advogado da CAIXAem Londrina

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10 Julho | 2007

História velhaOpinião sobre o Brasil:"Se um crime, nãoimporta quão graveseja, é cometido por umhomem de posses, éseguro que em poucotempo ele estará livre.Todos aqui podem sersubornados". DeCharles Darwin, quandovisitou o país em 1892,lembrada pela colunistaRaquel Faria, no site OTempo.

Hora de agir"Disposta a recuperarum passado deprotagonismopolítico", conformedefiniu o jornal ZeroHora, a OAB/RSpromoveu em 13 dejulho, em Porto Alegre, um ato de repúdio à corrupção, com aparticipação de estudantes, magistrados, advogados, políticose sindicalistas. A ADVOCEF foi representada pelo advogadoLuís Fernando Miguel, membro do Conselho Deliberativo. "Ogrande público presente mostrou que a população não estádesatenta com o que acontece no país", comentou Miguel.

Fim da exclusividadeA CAIXA não terá mais exclusividade para

recebimento das custas na Justiça Federal, segundoprevê o anteprojeto de lei aprovado pelo Conselho

da Justiça Federal. Entre outras alteraçõespropostas, destacam-se a inclusão da Defensoria

Pública entre os isentos, a dispensa do pagamentode custas para certidão de distribuição, a cobrança

de custas ao final dos embargos à execução e anão-vinculação a um indexador específico para a

correção da tabela de custas.

Branquelos-capitalistas"Ninguém pode dizer por aí sem se ruborizar aquelabobagem da sabedoria convencional de que cadeia é

feita para preto e pobre no Brasil. Só a Polícia Federal,em 292 operações entre 2003 e o ano passado, fez com

que 5.006 cidadãos, muitos até então de ilibadareputação, conhecessem a carceragem por dentro." A

afirmação é do procurador de Justiça e senadorDemóstenes Torres (DEM-GO), em artigo no Blog do

Noblat, em 10/7. "Isso significa", avalia o senador, "umnúmero de 3,4 bandidos, a maioria branquelo-

capitalista, presos por dia".

Procurador-geralAntônio Fernando Souza foi mantido no cargo deprocurador-geral da República. Era o primeironome da lista tríplice enviada ao presidente Lulapela Associação Nacional dos Procuradores daRepública, com 85% da preferência. Ossubprocuradores-gerais da República WagnerGonçalves e Roberto Gurgel ficaram na segunda eterceira posição, respectivamente.

Revista de Direito nº 5Em 21/09/2007 encerra o prazopara envio de artigos que vãocompor a edição número 5 daRevista de Direito da ADVOCEF.O lançamento está previsto paranovembro de 2007.

Navegar é precisoO “excesso” no uso da internet levou a CAIXA apermitir o acesso somente para fins profissionais.

Outra razão, explicou o gerente nacional de Políticas deGestão de Pessoas à revista Computerworld, tem a vercom a segurança, ameaçada pelo acesso à navegação demais de 120 mil máquinas. Jeter Ribeiro de Souza disse

que os 14 mil gerentes têm autonomia para liberar oacesso aos subordinados. Reclamações de advogadoslevaram a ADVOCEF a criar comissão para avaliar o

assunto. “Por se tratar de ferramenta importantíssima,o mau uso por alguns não pode prejudicar a todos”,

comentou o presidente Altair Rodrigues de Paula.

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Julho | 2007 11

O Estatuto garanteCom base no artigo 7º, inciso XIII, do Estatuto dosAdvogados, a presidente do STF, Ellen Gracie, garantiu aoadvogado João José de Carvalho o direito de acesso, mesmosem procuração, aos autos de um processo de tomada decontas localizado na Secretaria estadual de Goiás. João Joséimpetrou o mandado de segurança contra decisão doTribunal de Contas da União, que havia indeferido suapretensão, sem procuração para o caso. O advogadoargumentou que o acesso aos autos era indispensável paradecidir se assumia a defesa de uma causa.

Honorários justosO STJ aumentou de R$ 3 mil para mais deR$ 1 milhão a verba honorária devida porum advogado ao Banco do Brasil. O recursocontestava a quantia irrisória arbitrada emsegunda instância, em causa de quase R$ 25milhões. O relator, ministro HumbertoGomes de Barros, considerou que oshonorários não podem ser nem excessivosnem irrisórios e ajustou em 5% do valor daexecução proposta. A propósito da notícia,do site do STJ, o presidente Altair Rodriguesde Paula, da ADVOCEF, reafirmou aimportância de os advogados da CAIXApersistirem "na busca da reforma dedecisões que fixem honorários irrisórios".

Vice-campeonatoO JURIR/Porto Alegre participou do torneio de futebol societypromovido em junho pela AJUFERGS/ANPR (Associação dosJuízes Federais do RS e Associação Nacional dos Procuradoresda República). A equipe, batizada ADVOCEF, competiu com apromotora e outras sete associações: AMP (Ministério Públicodo RS), ASSERJUFE (Servidores da Justiça Federal do RS),ADEPERGS (Defensores Públicos do RS), ADPF (Delegados

Polícia Federal), AMATRA 4 (Magistrados doTrabalho) e ASDEP (Delegados de Polícia doEstado). Com muitos desfalques, a ADVOCEFjogou a final com apenas seis dos setejogadores necessários e perdeu para aAJUFERGS. "Com certeza, se tivéssemos como grupo completo, teríamos vencido", garanteo capitão Jaques Bernardi.

Doença irreversível"Você tem uma doença degenerativa,

progressiva e irreversível", disse omédico ao ator e diretor Paulo José,anunciando que ele era portador domal de Parkinson, que pode levar àperda de movimentos e da voz. O

ator julgou ver um traço de "prazersádico" no seu interlocutor. Observou

então sua careca. "Você também!",pensou. "Afinal, o que é o

envelhecimento, senão uma doençadegenerativa, progressiva e

irreversível?" A história, contada por Silvana Arantes na Folhade S. Paulo de 15/7, mostra o humor com que o ator de 70

anos leva a vida.

Equipe da ADVOCEF. Da esquerda para a direita, em pé:Alessandro Borghetti, Tiago Lopes, Jaques Bernardi, EvandroGarczynski e Alessandro Maciel. Agachados: Pablo Drum,Renato Dornelles, Volnir Aragão e Rinaldo da Silva.

LegislaçãoNo primeirosemestre, os

deputados federaisaprovaram 43

medidasprovisórias, 26

projetos de lei eduas emendas

constitucionais.

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12 Julho | 2007

Ano VI | Nº 053Julho | 2007

Em minhas últimas férias, no mês demarço deste ano, fiz uma peregrina-

ção à Terra Santa. Foi uma viagem mara-vilhosa e pensei em compartilhar esse mo-mento especial.

Posso dizer que viajar até Israel é umapequena “via-crúcis”. Foram 16 horas e30 minutos de vôo. Primeiro São Paulo-Paris, e Paris até Tel-Aviv. Apesar do can-saço e dos pequenos contratempos queacontecem em qualquer viagem, nadadisso importou diante da grandiosidadeque é estar em Israel.

O Estado de Israel é pequeno, em ter-mos de extensão territorial, tem apenas20.600 km2. No entanto, pode-se dizer,sem sombra de dúvida, que Israel é gran-de em sua história, a qual influencia ahumanidade até os dias de hoje. Afinal, éo berço das três grandes religiõesmonoteístas: do cristianismo, do judaísmoe do islamismo.

E conhecer esse lugar foi impressionan-te. E não apenas por ver e conhecer os lu-gares santos. O que marca, de fato, é o quecada pessoa sente ao estar lá. Muitas emo-ções afloram e muitos choram (até mesmo

Impressões

Israel

VIAGEM

deAndréia Amarilho (*)

os homens que são mais “du-rões”). Eu chorei algumas ve-zes. E é difícil esconder o quese sente na Terra Santa.

A atmosfera do lugar é di-ferente. Alguns diriam que é a“energia do lugar”. Eu nãochamaria dessa forma, masacredito que é a fé que se sen-te naquele lugar santo, ondeJesus Cristo caminhou tantasvezes e deixou Sua mensagem, que, desdeentão, é transmitida para todo o mundo.

Um dos lugares que mais me como-veu foi o Monte Tabor, onde ocorreu atransfiguração de Jesus Cristo. Apesar denão se ter certeza absoluta se foi naquelelocal onde ocorreu a transfiguração –como ocorre em outros lugares –, acredi-to que realmente lá ocorreu tal fato.

Isso sem falar em outros belíssimos lu-gares, como a Basílica da Anunciação, aBasílica da Natividade, em Belém, o Montedas Oliveiras, das Bem-Aventuranças, aBasílica da Visitação (em Ain-Karim), aBasílica da Agonia, o Santo Sepulcro, den-tre muitos outros.

E o Muro das Lamentações, em Je-rusalém, é um lugar único! Há milharesde pessoas – crianças, homens e mu-lheres – todo o tempo orando naquelelugar. A fé daquelas pessoas me impres-sionou!

E quando você vê que pessoas de to-dos os lugares do mundo vão para a Ter-ra Santa, não se importando com os pe-rigos que eventualmente pudessemacontecer – posso dizer que não fiqueicom medo nenhuma vez –, percebe-seque realmente Aquele lugar é especiale importante para a humanidade!

Cada pessoa ao viajar para a TerraSanta aprende uma ou mais lições! O

que eu mais aprendi comessa viagem foi ser maispaciente e tolerante comas diferenças. Tambémaprendi a ser mais per-severante e não me dei-xar esmorecer pelas ad-versidades da vida. Sim,tenho certeza que cadapessoa que vai para Is-rael aprende algo parasua vida e começa a vê-la de forma diferente.

Por isso, tenho von-tade de retornar a Isra-el. Uma vez é pouco; afi-nal, é a Terra Santa!

Shalom para todos!

(*) Advogada daCAIXA em

Florianópolis/SC...e no Muro das Lamentações, “um lugar único”

Andréia, com a vista de Jerusalém ao fundo...