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ADVOCEF em Revista Junho/2012

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Page 1: ADVOCEF em Revista Junho/2012
Page 2: ADVOCEF em Revista Junho/2012

Junho | 20122

www.advocef.org.br � Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2012-2014Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)Primeiro Secretário: Lenymara Carvalho (Brasília)Segundo Secretário: Lya Rachel Basseto Vieira (Campinas)Primeiro Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Segundo Tesoureiro: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Júlio Vitor Greve (Brasília)|[email protected] de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)|[email protected] de Honorários Advocatícios:Dione Lima da Silva (Porto Alegre)|[email protected] de Negociação Coletiva:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)|[email protected] de Prerrogativas:Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)|[email protected] Jurídico:Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|[email protected] Social:Isabella Gomes Machado (Brasília)|[email protected] REGIONAISElisia Sousa Xavier (Dijur/Suaju)|Meire Aparecida de Amorim (Dijur/Suten)|PaulaGiron Margalho (Aracajú)|Rodrigo Trassi de Araújo (Bauru)|José de Anchieta BandeiraMoreira Filho (Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Marta BufáiçalRosa (Brasília)|Lya Rachel Bassetto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes(Campo Grande)|Renato Luiz Ottoni Guedes (Cascavel)|Sandro Martinho Tiegs(Cuiabá)|Manoel Diniz Paz Neto (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|KarlaKaram Medina (Fortaleza)|Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiania)|Magdiel Jeus GomesAraújo (João Pessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula(Londrina)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto (Maceió)|Kátia Regina Souza Nascimento(Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Francisco Frederico Felipe Marrocos(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|Leonardo da Silva Greff (Novo Hamburgo)|CassiaDaniela da Silveira (Passo Fundo)|José Carlos de Castro (Piracicaba)|Pablo Drum(Porto Alegre)|Augusto Cruz Souza (Porto Velho)|Aldo Lins e Silva Pires (Recife)|SandroEndrigo de Azevedo Chiaroti (Ribeirão Preto)|Luiz Fernando Padilha (Rio deJaneiro)|Linéia Ferreira Costa (Salvador)|Conrado de Figueiredo N. Borba (SantaMaria)|Leandro Biondi (São José dos Campos)|Antonio Carlos Origa Junior (São Josédo Rio Preto)|Marcelo de Mattos Pereira Moreira (São Luís)|Camila Modena BassetoRibeiro (São Paulo)|Rômulo dos Santos Lima (Teresina)|Felipe Lima de Paula(Uberaba)|Aquilino Novaes Rodrigues (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alves da Rocha(Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda).CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Davi Duar te (Porto Alegre), Anna Claudia Vasconcellos(Florianópolis), Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina), Fernando da SilvaAbs da Cruz (Porto Alegre), Luciano Caixeta Amâncio (Brasília), Renato Luiz HarmiHino (Curitiba) e Henrique Chagas (Presidente Prudente).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Justiniano Dias da SilvaJunior (Recife) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Edson Pereira da Silva (Brasília), Jayme de Azevedo Lima (Curitiba)e Adonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membros suplentes: Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto) e Melissa Santos PinheiroVassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos Saad | Brasília/DFCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020 | E-mail: [email protected] da ADVOCEF: Gerente administrativa e financeira: Ana Niedja MendesNunes | Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa: ValquíriaDias de Oliveira Lisboa | Recepcionista: Roane Gomes Máximo

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Edito

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Conselho Editorial: Álvaro Weiler Junior, Carlos Castro, Daniele Macedo, Dione Lima daSilva, Estanislau Luciano de Oliveira, Isabella Gomes Machado, Júlio Greve, LenymaraCarvalho, Lya Rachel Basseto Vieira, Marcelo Dutra Victor, Maria Rosa de Carvalho Leite Neta,Pedro Jorge Santana Pereira e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte(Reg. Prof. 4662) - E-mail: mggoular [email protected].|Projeto gráfico: EduardoFurasté|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: EduardoFurasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre |Tiragem: 1.100 exemplares|Impressão: GráficaPallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e ainstituições de ensino e jurídicas.Esta edição está também disponível no site da ADVOCEF (www.advocef.org.br).

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

A capa desta edição, repleta de gente em fraterno con-vívio, representa de forma simbólica e ao mesmo tempovisível o lado mais sensível e concreto de um Congresso.

Retratando as pessoas, para as quais um evento des-sa magnitude é proposto e sem as quais tornar-se-ia im-possível, a foto que abre este número também demonstrao quanto o sentimento do coletivo deve pautar nossos en-contros anuais.

A edição, neste tópico, pouco se diferenciou das ante-riores, pois também em Fortaleza prevaleceu o viés doconjunto em detrimento do individual.

No entanto, o Congresso realizado no Ceará trouxenovos paradigmas para as discussões da categoria.

O amadurecimento da entidade e de seus membrosparticipantes, fruto e somatório das muitas experiências jávividas pelas pessoas e pela Associação, mostrou-se con-creto em cada uma das etapas do encontro.

Seja ao receber seus ilustres convidados e palestrantes,seja nos debates de cunho estritamente interno, os con-gressistas puderam uma vez mais, e em grau ainda maiselevado, mostrar o valor e o proveito de bons debates.

Teses foram discutidas com equilíbrio e bons argumen-tos, opiniões puderam ser expressadas com respeito e en-tendimento, e ao final preponderaram a sensatez e os prin-cípios mais caros aos ideais associativos.

A presença dos ilustres representantes da Diretoria Ju-rídica, das áreas de Risco e de Controle, bem como dospresidentes da EMGEA e da CAIXA, este pela primeira vez,demonstrou o valor de nossa corporação, bem comoreavivou o sentimento geral de que há muito mais a cons-truir e a interagir do que até aqui já foi feito.

E tais participações, ainda que altamente positivascomo reveladoras da importância da interação e doenvolvimento, em nada prejudicaram a pautareivindicatória, traduzindo o grau de respeito e ao mesmotempo de autonomia exigível dos profissionais e de suaentidade de representação nacional.

Ficaremos, todos, com os excelentes registros de umCongresso diferenciado, fruto de uma maturidade que nostraz o peso da responsabilidade crescente.

Sigamos em busca de um futuro comprometido comnossos ideais, com um envolvente conhecimento da reali-dade que nos cerca e ao mesmo tempo um permanentesentimento de resgate de nossa dignidade e de reconheci-mento, pelo que hoje somos e ainda mais queremos ser.

Construindo-nos, crescemos, e crescendo, conhecemo-nos de forma integral, para deste crescimento fazer nascernovos e cada vez mais sólidos avanços.

Para nãoesquecermos

Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

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|||||Jorge Hélio: CLT combinando com oartigo 133 da Constituição

Encontro em FortalezaXV

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"Sejam bem-vindos ao Estado doCeará: a terra da luz, das canções e do

ritmo inovador de Humberto Teixeira(eterno parceiro do mestre Luís

Gonzaga), do escritor José de Alencar eda primeira dama da imortalidade da

Academia Brasileira de Letras, Rachelde Queiroz." (Do texto de abertura do

XVIII Congresso da ADVOCEF.)

O XVIII Congresso da ADVOCEF reu-niu em Fortaleza/CE, entre os dias 31 demaio e 3 de junho, associados e autori-dades da CAIXA e do Judiciário, empossouos novos diretores, conselheiros e repre-sentantes nas unidades jurídicas, apre-sentou palestrantes ilustres e recebeu avisita, pela primeira vez em sua história,de um presidente da Empresa - JorgeHereda (veja matéria na pág. 5).

O presidente reeleito da ADVOCEF,Carlos Castro, ao transmitir as boas vin-das aos congressistas, louvou o Estadodo Ceará e recordou o avô, cearense quese mudou com a família para Olinda, emPernambuco, e desabafava com o netoas suas saudades. "Nesta linda terra, ondemantenho fortes raízes, ser reconduzidoà Presidência da ADVOCEF por mais umbiênio, instituição que ajudei a criar, é umdos momentos mais especiais em minhavida", declarou.

Pelos dois anos dedicados àADVOCEF, agradeceu a colaboração dosadvogados, gestores, entidades sindicais,Conselho Federal da OAB e Seccionais,ANPEPF.

Salientou que a vitória nas urnas,com cerca de 78% dos votos válidos,numa das eleições mais representativasda história da ADVOCEF, "foi o reflexo detodo um trabalho desempenhado commuita união e harmonia da nossa Direto-ria, dos nossos conselheiros deliberativose fiscais". Ressaltou o trabalho das equi-pes administrativas da ADVOCEF, a que

atuava na antiga sede em Porto Alegre ea que hoje trabalha em Brasília.

Agradeceu à dedicação da advogadaAnna Claudia de Vasconcellos, "nossaAnita Garibaldi". Ex-vice-presidente, Annaassumiu uma vaga no ConselhoDeliberativo. Castro lembrou de colegasque participavam da Diretoria no inícioda gestão anterior - como Bruno Vanuzzie Natanael Lobão Cruz -, deu as boas vin-das aos novos diretores e saudou osmembros do Conselhos Deliberativo e Fis-cal, representados pelos advogados DaviDuarte e Edson Pereira da Silva.

"Vocês são advogadospúblicos"

"O recado das urnas foi claro:estamos no caminho certo, mas precisa-mos trabalhar ainda muito e tornar reali-dade muitos projetos em andamento",afirmou o presidente. Expressou a neces-sidade da união de todos e estendeu amão aos que fizeram oposição, "para jun-tos reafirmarmos o nosso compromissocom tudo aquilo que a nossa secular

Empresa representa para o país e paraos brasileiros, em especial para os me-nos afortunados".

A seguir, o advogado Jorge Hélio Cha-ves de Oliveira, membro do Conselho Na-cional de Justiça indicado pela OAB,palestrou sobre o papel do CNJ e da ad-vocacia no cenário jurídico brasileiro."Vocês, advogados da CAIXA, são advo-gados públicos. Se se submetem a umconcurso público, regram-se pelos man-damentos do artigo 37 da Constituição,para começar a conversa. São, portanto,advogados públicos. E se são advogadospúblicos, têm que gozar das benesses eevidentemente cumprir o desiderato esofrer os mesmos impedimentos dosadvogados públicos." Enfatizou, mais adi-ante: "Não se admite advogado regidopela CLT combinando com o artigo 133da Constituição. Isso não existe."

Participaram da cerimônia de aber-tura do Congresso da ADVOCEF, em For-taleza: ministro do Superior Tribunal deJustiça, ex-diretor jurídico da CAIXA, An-tonio Carlos Ferreira; adjunto do advo-gado-geral da União, José WeberHolanda Alves; presidente da Seccionalda OAB do Ceará, Valdetário AndradeMonteiro, representando o presidentedo Conselho Federal da OAB, Ophir Ca-valcante Jr.; desembargador do TribunalRegional do Trabalho da 4ª Região JoãoPedro Silvestrin, ex-advogado da CAIXA;procurador-chefe do Ministério Públicoda União, Nicodemos Fabricio Maia; di-retora financeira e coordenadora daCONTEC na mesa de negociação com aCAIXA, Rumiko Tanaka; presidente daFENADV, Walter Vettore; presidente daEMGEA, Josemir Mangueira Assis; dire-tor jurídico da CAIXA, Jailton Zanon; ge-rente regional do Jurídico da CAIXA,Juvenal Arruda Furtado; superintenden-te regional da CAIXA de Fortaleza,Odilon Pires Soares.

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Estar em terras cearenses é reviver umpouco do meu passado. É como se estives-se ouvindo o meu saudoso avô paterno,Jurandir Facundo de Castro e Silva, falandodesse lindo Estado e da saudade que sen-tia da terra que deixou ainda pequeno emdireção a Pernambuco, onde seus pais fi-xaram com toda a sua família residência,na minha querida cidade de Olinda.

Foi através do meu avô que aprendi aquerer bem a cidade de Aracati, da belapraia de Canoa Quebrada, onde tudo co-meçou. Terra de Manuel Nascimento deCastro e Silva, senador, deputado geral, pre-sidente de Província e ministro da Fazendado Império, de quem talvez minha famíliatenha herdado esse amor pela política.

O nosso Ceará, que tem presenteadoo Brasil e o mundo com tantas personalida-des nas mais variadas áreas. O Ceará donosso romancista José de Alencar, que ins-

pirou o nosso Machado de Assis, em 1897,a tomá-lo como padrinho da sua cadeirana instalação da Academia Brasileira deLetras. Da nossa Rachel de Queiroz, consi-derada uma das maiores escritoras de to-dos os tempos. O Ceará de um dos nossosmaiores juristas, Dr. Clóvis Beviláqua. OCeará do nosso querido amigo, o chamadoAmigo dos Pobres, o Dom da Paz, o mais

O diretor jurídico da CAIXA, Jailton Zanon,deixou claro em sua participação no XVIIICongresso que a política da área é priorizara atuação preventiva e reduzir alitigiosidade, o que pode ser comprovado,segundo ele, pelo trabalho de redução derecursos nos tribunais. O diretor disse quea existência de apenas 29 recursos emtramitação no Supremo Tribunal Federal -"dado em que quase não se acredita" - re-percute positivamente para a imagem doJurídico da CAIXA.

De acordo com o diretor, a política dedispensa de recurso será implementadaainda com mais ênfase para que trami-tem apenas os processos de real interes-se da CAIXA. "Se algum de nós tem aindadúvida de que não queremos mais ser es-critório de advocacia praticamente ou ex-clusivamente contencioso,vamos eliminar essa dúvida.Nós não queremos."

Daí, salientou Jailton, atendência é que a maior partedos advogados sejadirecionada para a atuaçãoconsultiva da CAIXA, área hojecomposta por 118 profissio-nais. Dirigiu-se ao advogado da

Empresa: "Se puder conciliar, concilie, porfavor. A CAIXA não quer que nós, advoga-dos, atuemos procrastinando processos".

Jailton elogiou a atuação dos advo-gados da área trabalhista e ressaltou anecessidade de máximo cuidado na con-dução dos processos, considerando a re-percussão econômica para a CAIXA. In-formou que a Diretoria da CAIXA aprovoua política de acordo na área e definiu acompetência do advogado para estabe-lecer os parâmetros do acordo, inclusivefinanceiros. "Os advogados da CAIXA re-ceberam um voto de confiança emaltíssimo grau da Administração", infor-mou.

Jailton afirmou que a proposta deimplementação das funções técnicas nacarreira jurídica está em fase de finalização,

para ser submetida à aprovação da Admi-nistração da CAIXA.

O diretor jurídico defendeu a tercei-rização, considerada importante para queo advogado possa se dedicar aos proces-sos que realmente importam para a CAIXA.

"Terceirizar ou não terceirizar: do pon-to de vista ideológico nós vamos discutircom os sindicatos e na academia. Na CAI-XA, vamos continuar a ser pragmáticos. Ocusto da área anual é R$ 300 milhões. Vaiaumentar um pouco, com a reestruturação.O custo anual da terceirização é R$ 12 mi-lhões. Cinco por cento. E olha como ela éimportante para nós."

Acompanharam o diretor e participa-ram dos debates os superintendentesAlberto Cavalcante Braga (SUTEN) e GirlanaGranja Peixoto Moreira (SUAJU) e os geren-

tes nacionais AlessandroMaciel (GERID) e Leonardo daSilva Patzlaff (GEATS).

O presidente da ADVOCEF,Carlos Castro, elogiou a partici-pação dos gestores da DIJUR,ressaltando o nível democráti-co das discussões, "que consi-derou respeitosamente as diver-gências".

| Discurso

| DIJUR

amado arcebispo de Olinda e Recife, DomHelder Câmara.

O Ceará, como costumo dizer, daque-les que são o orgulho nas suas artes paratodos nós, nordestinos: o Antônio Gonçal-ves da Silva, o nosso Patativa de Assaré,Chico Anísio, Renato Aragão, Fagner,Belchior e essa legenda de grandeshumoristas que fazem a alegria desse povoguerreiro e desbravador.

E por falar em artistas, não poderia aquideixar de lembrar o grande pernambucano,nosso irmão, a quem tive o privilégio deconhecer, que como ninguém cantou o Ce-ará, no ano em que comemoramos o seucentenário, o grande Luiz Gonzaga, oGonzagão, o nosso Rei do Baião.

(*) President(*) President(*) President(*) President(*) Presidente da ADe da ADe da ADe da ADe da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF,,,,,em discurso na abertura doem discurso na abertura doem discurso na abertura doem discurso na abertura doem discurso na abertura do

XVIII Congresso da ADXVIII Congresso da ADXVIII Congresso da ADXVIII Congresso da ADXVIII Congresso da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF,,,,,em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.

Saudades do Ceará

Contra a litigiosidade

Carlos Castro (*)

|||||Patativa de Assaré

|||||Jailton: advogados são bem conceituados na Administração

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Presença histórica

O bom humor prevaleceu durante a participação do presi-dente Jorge Hereda no segundo dia do XVIII Congresso daADVOCEF, realizado em Fortaleza, nos dias 31 de maio a 3 dejunho de 2012. Logo ao apresentar o ilustre visitante - ressal-tando que pela primeira vez um presidente da CAIXA compare-cia ao Congresso -, o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,referiu a brincadeira que fez com os assessores de Hereda, emBrasília: "Digam a ele que dê uma passadinha lá [no Congressoda ADVOCEF], porque o que se comenta no meio dos advoga-dos é que ele só gosta de engenheiro e arquiteto." A brincadeiraaludia à especialização de Hereda, formado em Arquitetura ecasado com uma arquiteta da CAIXA.

Hereda se sentiu à vontade no ambiente bem-humorado,diante da plateia de aproximadamente 250 advogados. Duran-te quase uma hora, falou sobre a situação confortável da CAI-XA, que mantém a Diretoria animada. "É um momento em quea CAIXA se posiciona de uma forma diferenciada para a socie-dade, para o mercado."

Em dezembro de 2007 a CAIXA tinha 6% do volume de cré-dito do país. Em abril deste ano, chegou a 13,2%. "A CAIXA ga-

Jorge Hereda é o primeiro presidente da CAIXA a comparecer a um Congresso da ADVOCEF

nhou mercado fazendo a sua obrigação, de maneira competen-te, tecnicamente embasada. Então, se pergunta o que seria doBrasil naquela época se os bancos públicos recuassem também."

Hereda falou da contratação iminente de 12 mil emprega-dos - entre eles, advogados -, e das 540 agências que estãosendo abertas em todo o país.

"O funcionário da CAIXA é mais do que bancário. Ele sabeque tem uma importância grande para a sociedade. E vocês,advogados da CAIXA, têm um papel em tudo isso que falei. Euqueria dar um abraço nos nossos queridos trabalhistas. É duroouvir todo dia: 'Você está habilitando contra colegas'. Tem quesaber que está fazendo uma coisa que é muito importante paraa CAIXA."

"Presidente, olhai por nós"Após a fala de Jorge Hereda (veja na pág. 6), Carlos Castro

explicou ao presidente os objetivos do Congresso:"Aqui, quem não está custeado pela ADVOCEF vem por con-

ta própria para discutir a nossa Empresa, o futuro da nossacategoria, o que a gente pode fazer para melhor recuperar, paraajudar a CAIXA a investir com segurança. Como o senhor podever, é uma plateia jovem, com alguns jurássicos como eu."

Continuou:"Aqui eu quero firmar, em nome deles, de todos nós, esse

compromisso com seu projeto de crescimento da nossa Empre-sa, porque crescendo ela vai estar forte, vai garantir a nossaempregabilidade. Mas distorções continuam existindo no meiode nós."

Pediu:"Eu queria que o senhor falasse. O senhor, como bom

baiano, tem as religiões, aquele sincretismo religioso... Tem umaladainha na Igreja católica que diz 'Olhai por nós'. Presidente,

|||||Na mesa de recepção ao presidente da CAIXA (que fala ao microfone): o vice-presidente da ADVOCEF, Álvaro Weiler; o superintendente regional da CAIXA emFortaleza, Odilon Pires Soares; o diretor jurídico da CAIXA, Jailton Zanon; o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro; e o ministro do STJ Antonio Carlos Ferreira

|||||Hereda, entre Jailton e Castro: presidente bem-humorado

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"Eu sempre falo que mais de 52% dos funcionários da CAIXAhoje têm menos de nove anos. A maioria não viveu períodosmesmo recentes em que a realidade era outra. Acho que osmeus colegas de cabelos ou barbas brancas têm que fazerum exercício, conversar com cada colega que chega, falar umpouquinho da instituição e da história mais recente dela. Dezanos atrás, a sociedade e os funcionários da CAIXA se mobi-lizavam para não deixar esta instituição ser privatizada."

"A CAIXA estava sendo esvaziada com o discurso de queestava sendo modernizada. Dez ou doze anos depois, eufico pensando o que seria deste país se a gente não tivessebanco público."

"Estamos com 85 mil empregados e va-mos contratar mais 12 mil agora, esteano, para o ano que vem. Houve um tem-po em que se fechava agência. Estamosabrindo 540 agências em um ano, comgente dentro."

"Se a gente pegar o Minha Casa MinhaVida - a presidenta fala isso com muitaclareza -, a CAIXA fez o que ninguém ima-ginava que podia ser feito. E a gente con-tinua fazendo."

"A CAIXA ganhou uma importância mui-to grande em todo o esforço que se fezpara diminuir a desigualdade no Brasil."

"Os bancos privados, a primeira coisa quefazem na crise é recuar. Eles ficam commedo do que talvez possa acontecer, como se isso fosseuma prova de competência técnica, de planejamento. Issoé covardia. É se aproveitar de todo mundo que é clientedele e, na hora que eles precisam, virar as costas."

"Está todo mundo de boca aberta com a gente. Só os quenão conheciam de perto, claro, porque os que já conheciamsabiam o que é esta instituição."

"A CAIXA fez mais ainda no crédito imobiliário. Além de tudo,mostra que existe uma produtividade gigantesca nesse es-forço. (...) Em 2005, a gente tinha 5 bilhões em crédito imo-biliário. Nós temos agora, no ano passado, 80 bilhões. Va-mos fazer, se tudo der certo, 100 bilhões este ano."

O que disse o presidenteVeja a seguir trechos da fala de Jorge Hereda no XVIII Congresso da ADVOCEF:

"Estamos vivendo um outro momento e mais uma vez aCAIXA saiu na frente, com o mesmo espírito que teve em2008. Não saiu na frente só para atender uma determina-ção da presidenta Dilma e do ministro Mantega. Saiu nafrente porque a CAIXA enxergou a oportunidade de pular nafrente."

"A CAIXA viu na crise uma oportunidade: vamos crescer, ga-nhar mercado, mostrar que vamos ganhar inclusive dinhei-ro, e vamos fazer isso cumprindo nosso papel de banco pú-blico e de qualquer banco, público ou não, que é dar crédito.Banco não foi feito para pegar dinheiro e aplicar em Overnight- isso acontecia muito, antigamente."

"A presidenta tem razão, é um absurdomesmo os juros do país começarem a vi-rar juros de primeiro mundo e os bancoscontinuarem a aumentar a sua margemem cima desse esforço. Os bancos públi-cos também estavam muito acomodadosem relação a isso, inclusive nós."

"Neste momento, se descobriu, de novo,os bancos privados recuando. Agora éuma crise diferente, mais aguda que a de2008, a economia tem mais dificuldadede reagir, e todo mundo paradinho olhan-do o circo pegar fogo."

"Já somos a terceira carteira de créditodo país. Agora vamos viver um outro am-biente, de juros mais baixos, que você nãovai poder ser ineficiente, não vai poder

ser perdulário. A CAIXA enxergou uma grande oportunidadenisso. Nós vamos baixar os juros, mesmo, diferente da mai-oria, e vamos tentar pular na frente e nos prepararmos paraesse novo momento. Vamos estreitar o nosso relacionamen-to, vamos ganhar escala."

"Nós estamos desta vez fazendo eles virem atrás da gente.Cansamos de correr atrás dos outros."

"E não aceito essa discussão de que a gente, por ser bancopúblico, pode ter prejuízo, pode ter uma ajudinha. Não preci-samos de nada que outro banco não tenha. E não precisa-mos de socorro também, não. Estamos muito bem, obriga-do."

|||||Hereda: "Está todo mundo deboca aberta com a gente"

olhai por nós e por todo este povo que tem dado sangue e a vidapor esta Empresa."

Coração mole de baianoCastro disse que, em quase 30 anos de CAIXA, nunca viu um

Jurídico tão preparado. E insistiu: "Alguma coisa precisa ser feitaem nome da distorção que existe entre advogados antigos enovos. Eu, particularmente, não me sinto bem em estar sentadojunto de um colega, fazendo o mesmo trabalho, com uma sériede prerrogativas que ele não tem."

Mencionou o projeto preparado pela ADVOCEF e entregue aopresidente da CAIXA e à mesa de negociação, com prazo de respos-ta marcado inicialmente para o dia anterior (31 de maio), mas adia-do. "Eu queria que o senhor falasse um pouquinho sobre isso. Agente gosta tanto do senhor, goste um pouquinho da gente", brincou.

No espírito da descontração, Hereda comentou, rindo, para oministro Antonio Carlos Ferreira, que compunha a mesa: "Eramais fácil se ele me tratasse mal, e não apelando para o coraçãomole de baiano..." Prometeu tratar do assunto na semana se-guinte.

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Parceiros no negócioProximidade com aEMGEA

A EMGEA (Empresa Gestora de Ativos), criada em 2001,hoje com 20 bilhões em ativos, sexta empresa estatal (semcontar os bancos), passará por uma transformação e, aoque tudo indica, será mantida pelo governo federal, se de-dicando a repassar dividendos para a Fazenda Nacional. Oanúncio foi feito no XVIII Congresso pelo presidente da em-presa, Josemir Mangueira Assis, que participou do eventocom seu consultor jurídico, Carlos Alberto Jordão Martins.

A prioridade atual da empresa é a carteira de créditosde pessoa jurídica, o que significa maior possibilidade deretorno de recuperação e maiores honorários. Josemir des-tacou o projeto de conciliação da Justiça Federal - incluídaentre as iniciativas inovadoras da empresa -, em que foramrealizadas 72,2 mil audiências, obtendo acordos em 50%dos casos. Informou que o lucro líquido de 2011 foi de R$405 milhões.

O vice-presidente da ADVOCEF, Álvaro Weiler, ressaltoua importância do processo de aproximação promovido coma EMGEA e a área gestora de créditos da CAIXA, que, asse-gurou, podia ser demonstrado pelos resultados apresenta-dos pelo presidente Josemir Assis.

Representando a área gestora do crédito da CAIXA,compareceram ao XVIII Congresso o diretor executivo deRiscos (DECOR), Rauelison da Silva Muniz dos Santos, e ogerente nacional da GETER, Willians de Paula Pereira. Aimportância da participação dos diretores foi ressaltadapelo presidente Carlos Castro. Ao longo do contato infor-mal com os advogados, os diretores esclareceram dúvi-das e estabeleceram, ao final, uma ponte entre as áreasgestora e jurídica.

Rauelison afirmou que, apesar da condição de únicobanco brasileiro que cresce 41% ao ano, a CAIXA mantéma inadimplência baixa. Naturalmente, aumentando a con-cessão, crescerá a inadimplência e com isso a necessi-dade de ajuizamento de ações para recuperação do cré-dito, deduziu. O diretor informou aos advogados que apróxima ação na área será o "Feirão de Recuperação deCréditos".

Ao final da palestra dos diretores, o vice-presidenteda ADVOCEF, Álvaro Weiler, comentou que, se tivesse queresumir numa fraseuma recomenda-ção, seria "O Jurídi-co tem que ser par-ceiro do negócio".

|||||Rauelison: ainadimplência, por

enquanto, está baixa

|||||Presidente da EMGEA, Josemir: 72,2 mil audiências

|||||Hereda recebe a bandeira da ADVOCEF, da conterrânea Leda Ferreira... ...e a Revista de Direito, da conselheira Patrícia Guadanhim

Castro pediu também a colaboração do presidente para oencontro técnico de advogados da CAIXA que está sendo pre-parado para dezembro, em Brasília.

Ao final, chamou a advogada Leda Maria da SilveiraFerreira, do JURIR Salvador/BA - conterrânea do presidente -,para fazer a entrega da bandeira da ADVOCEF. "Não sei se osenhor terá coragem de botar no seu gabinete, por conta da

ciumeira dos outros. Mas o ministro Antonio Carlos coloca",disse Castro. Hereda respondeu: "Vou colocar junto com abandeira do Bahia, meu time do coração, azul, vermelho ebranco".

Por fim, a advogada Patrícia Guadanhim passou ao presi-dente da CAIXA um exemplar do 14º volume da Revista deDireito da ADVOCEF.

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EF Impressões do CongressoÁlvaro Weiler Junior, vice-presidente da ADVOCEF

Minha impressão geral sobre oXVIII Congresso da ADVOCEF, ocor-rido em Fortaleza/CE, foi ótima. Jána noite de abertura tivemos o pri-vilégio de ouvir o Dr. Jorge HélioChaves de Oliveira sobre o papeldo Conselho Nacional de Justiça nocenário jurídico brasileiro e a par-ticipação da advocacia. Referidoconselheiro, indicado pela OAB, fezquestão de destacar que os advo-gados da CAIXA, assim como os de-mais advogados de empresas pú-blicas federais, são advoga-dos públicos e tal condiçãodeve ser regulamentada atra-vés de lei.

No dia seguinte tivemospalestrantes não menos ilus-tres, como o presidente e oconsultor jurídico da EMGEA,Dr. Josemir Mangueira Assis eDr. Carlos Alber to JordãoMartins, os quais participamdo Congresso da ADVOCEFpelo segundo ano consecuti-vo e novamente elogiaram otrabalho desenvolvido pelosadvogados do quadro da CAI-XA, bem como traçaram asnovas perspectivas na relaçãode sucesso CAIXA/EMGEA.

A seguir, houve breve exposiçãodos gestores da área jurídica daCAIXA, representada pelo diretor ju-rídico, Dr. Jailton Zanon da Silveira,superintendentes do Contencioso/SUTEN, Dr. Alber to CavalcanteBraga, e do Atendimento Jurídico eControle da Rede/SUAJU, Dra.Girlana Granja Peixoto Moreira, egerentes nacionais - GERID e GEATS-, Dr. Alessandro Maciel e Leonar-do da Silva Patzlaff, seguida por ses-são de perguntas e respostas en-tre a plateia e os convidados. Na oca-sião, todos falaram com franquezae respeito, ficando claro que, mes-mo diante de algumas divergênci-as, todos querem o melhor para aEmpresa.

Dando continuidade aos traba-lhos, tivemos a oportunidade de ou-vir a exposição do diretor executivode Riscos da CAIXA - DECOR, Dr.Rauelison da Silva Muniz dos San-tos, representando a Vice-Presidên-cia de Controladoria e Riscos - VICOR,e do gerente nacional de Administra-ção de Créditos de Terceiros - GETER,Dr. Willians de Paula Pereira, repre-sentando a Superintendência de Ma-nutenção e Recuperação de Ativos -SUMRE. Tal exposição confirmou o

acerto da Diretoria da ADVOCEF emouvir e prestigiar as demais áreas daEmpresa, em especial a área gestorado crédito, que se constitui no maior"cliente" da área jurídica.

Para finalizar o dia, fomos brin-dados com a presença do presiden-te da Caixa Econômica Federal, Dr.Jorge Fontes Hereda, que fez uma ex-posição informal aos congressistas etambém elogiou o trabalho desenvol-vido pelos advogados do quadro.

No dia subsequente, houve umaapresentação do novo diretor de Ho-norários, Dr. Dione Lima da Silva, queretratou o desempenho da arrecada-ção de honorários nos últimos anos eabordou pontos específicos para man-ter os bons resultados.

O novo diretorQuanto ao novo diretor de Honorá-

rios, Dr. Dione, não tenho dúvida so-bre a sua capacidade de levar adiantee aprimorar um trabalho que inicioucom o Dr. Marcelo Quevedo, que tive aoportunidade de dar seguimento. Defato, o novo diretor já participava detodas as questões envolvendo hono-rários desde o início de 2009, ocasiãoem que, mesmo sem qualquer "cargo"na ADVOCEF, formamos um Grupo de

Trabalho para discutir semanal-mente as mais diversas ques-tões envolvendo honorários.

Desde então, avançamosmuito, mas também percebe-mos que muito ainda temos porfazer. A boa notícia é que qual-quer Jurídico tem condiçõesde aperfeiçoar o trabalho dasua área de recuperação decrédito e, por consequênciadireta, ao menos aproximar-seda média mensal nacional dearrecadação de honorários poradvogado. A má notícia é quenão existe milagre ou algumafórmula mágica. O aumento darecuperação de crédito depen-de da conscientização, do

comprometimento e do trabalho in-cansável de cada advogado e de cadagestor de unidade jurídica.

A empresa está sinalizando clara-mente o seu rumo, com um perfilagressivo de inserção no mercadodos bancos comerciais, mediante oaumento significativo da concessãode crédito a juros baixos e a área jurí-dica deve atuar em consonância comtal direção, reafirmando sua posiçãode parceiro do negócio mediante re-forço e prestígio das áreas consultivae de recuperação do crédito.

Pauta permanente deaproximação

A parte final do Congresso se desti-nou à discussão sobre a pauta de rei-

|||||Álvaro e Dione: ex e atual diretores de Honorários

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vindicações específicas da categoria ea questões de âmbito interno da Asso-ciação.

Em conclusão, não tenho receio deafirmar que a mensagem mais impor-tante do Congresso de 2012 foi a prio-ridade manifestada pela EMGEA eDECOR de como desejam ver tratadosrespectivamente os créditos da EMGEA

e da CAIXA. Ficou clara a necessidadede uma maior aproximação e integra-ção entre a área jurídica e a áreagestora do crédito, desde a concessãoaté a recuperação judicial do mesmo.

O Diretor da CAIXA, Dr. Rauelison,chegou a propor objetivamente a cria-ção de uma pauta de trabalho perma-nente entre a DECOR e a DIJUR. E tal

pauta envolve diversas questões rela-tivas a honorários, tais como a padro-nização na base de apuração, aproxi-mação com os coordenadores dosmutirões dos TRFs, pré-processual epostura negocial dos advogados nosmutirões, razão pela qual a ADVOCEFpode colaborar muito com o encami-nhamento de tais questões.

O caminho certoCarlos Castro, presidente da ADVOCEF

Sucesso sob todos os aspectos, écomo defino o nosso XVIII Congressoda ADVOCEF realizado na cidade deFortaleza, no lindo Estado do Ceará.

A Comissão Organizadora, forma-da pelos companheiros Maria Rosa,Karla Karam e André Justi, foram pri-morosos e planejaram e executaramcom muita competência cada deta-lhe do evento para bem receber oscolegas de todo o Brasil.

Parabéns e o nosso especial agra-decimento aos colegas do JurídicoFortaleza, que, com o incondicionalapoio do seu gerente, Dr. Juvenal Fur-tado, conseguiram realizar um dosmaiores e mais importantes encon-tros da história da ADVOCEF.

Vejo hoje uma Associaçãoamadurecida, onde, apesar dos for-tes embates, próprios de qualquersistema democrático, as questões re-levantes para nossa Empresa e paraa categor ia são d iscut idas comtranquilidade e com a plenária sem-pre lotada.

A presença do ministro do Superi-or Tribunal de Justiça, a quem chamode ministro da ADVOCEF, o nosso só-cio Antonio Carlos Ferreira; do mem-bro do Conselho Nacional de Justiça,Jorge Hélio Chaves de Oliveira, bri-lhante palestrante da noite; do adjun-to do advogado-chefe da União, JoséWeber Holanda Alves, responsávelpela alteração da Lei Complementar73/95, a ser encaminhada ao Con-gresso Nacional, que pela primeiravez participa dos nossos eventos, noato representando o ministro Luiz

Inácio Lucena Adams; a participaçãoefetiva do nosso diretor jurídicoJailton Zanon e sua equipe, que cir-culavam e ouviam atentamente oscompanheiros de todo o país; tam-bém prestigiando o nosso grandeevento a nossa madrinha, a advogadaRumiko Tanaka, diretora financeirada CONTEC e coordenadora daquelaConfederação na mesa de negocia-ções com a CAIXA; o desembargadorfederal do Trabalho da 4ª Região , ex-colega advogado da CAIXA, João PedroSilvestrin; o presidente da EMGEA,Josemir Mangueira, que também par-ticipou dos debates, acompanhadodo seu consultor jurídico, CarlosAlberto Jordão; o procurador-chefe doMinistér io Públ ico da União,Nicodemos Fabrício Maia; do presi-dente da FENADV, Walter Vettore, quefoi um dos nossos expositores namesa do Dissídio Coletivo; do presi-dente da OAB/CE, no ato representan-

do o presidente do Conselho Federalda OAB, Ophir Cavalcante Júnior; su-perintendentes da CAIXA no Ceará,Odilon Pires Soares e Ricardo Antô-nio Caminha Walraven; entre outrasdezenas de autoridades presentes naabertura do nosso Congresso, foi amaior prova de que estamos solidifi-cando o nosso projeto institucional eque a nossa ADVOCEF cresceu, ama-dureceu e vem se firmando cada vezmais no cenário jurídico nacional, in-clusive entre as carreiras jurídicas doEstado, em que pese ainda não ser-mos reconhecidos como tal.

A visita e a participação do nossopresidente Jorge Hereda foi outromarco importante do encontro emFortaleza, que com muita simplicida-de interagiu com os companheiros,deixando-nos bem impressionadoscom sua administração, que vem con-tribuindo sobremaneira para o cres-cimento da nossa Empresa em bene-fício do nosso país e da nossa popu-lação.

Ressalte-se que a ADVOCEF esta-rá completando no próximo dia 18 deagosto os seus 20 anos de fundaçãoe esta foi a primeira vez que um pre-sidente da nossa Empresa esteve pre-sente em nosso Congresso.

Esta também é mais uma provade que nos encontramos no caminhocerto, esperando que num futuro pró-ximo possamos colher os frutos des-se grande trabalho que vem sendorealizado, dia a dia, por todos nósadvogados e advogadas do quadro daCaixa Econômica Federal.

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EF Uma nova relaçãoJairdes Carvalho Garcia, advogado da CAIXA em Ipatinga/MG

O XVIII Congresso da ADVOCEF é a conso-lidação de uma nova relação entre advoga-dos, CAIXA e sociedade. Nunca se viu em umCongresso tantas autoridades da casa parti-cipando tão efetivamente dos trabalhos. OCongresso demonstrou nossa maturidadeenquanto categoria e que estamos mais doque nunca preparados para dar passos im-portantes na consolidação de um corpo úni-co e unificado, sem distorções de quaisquerespécies.

Os posicionamentos firmes e seguros daentidade contra a terceirização dos serviçosjurídicos, a favor de colegas que venham anos representar em entidades de classe, afavor da unificação dos advogados e correção das distorções,são alguns dos destaques do Congresso. Mas, com certeza, otema que mais chama a atenção da categoria, no momento, éa possibilidade real de criação da carreira de Procuradores deEmpresas Públicas Federais, com todas as dúvidas e incerte-zas quanto ao tema.

Outro destaque foi a presença, pela primeira vez na histó-ria, do presidente da CAIXA em um Congresso da ADVOCEF,talvez por uma feliz coincidência de agendas, mas, mesmoassim, com uma demonstração clara do prestígio e importân-cia que os advogados da CAIXA gozam junto à Administração.

Também não poderia deixar de destacar a presença diuturnado diretor jurídico da CAIXA durante todos os trabalhos do Con-

gresso, demonstrando, mais uma vez, que osrumos da administração jurídica da CAIXA deveser uma obra coletiva e de consenso, semquedas de braços inconsequentes mas, tam-bém, sem subserviência cega às determina-ções superiores.

No próximo Congresso, em Floripa, preci-samos afinar ainda mais o discurso enquantocategoria, buscando contemplar bandeirascomuns e corrigir as sempre execráveisdistorções na carreira. Sugiro que as discus-sões sejam ainda mais aprofundadas nas uni-dades jurídicas, institucionalizando-se as pré-conferências, de forma a dar mais legitimida-de aos Congressos.

Sugiro também que os temas, debatedores e participaçõesde gestores e autoridades sejam divulgados com mais antece-dência para possibilitar uma participação efetiva dos advoga-dos na construção da pauta, escalonando-se os temas de acor-do com sua importância para a categoria, de forma a otimizar otempo disponível durante o Congresso.

Por mais arredio e indiferente que seja o colega, é indiscu-tível que hoje, mais do que ontem, existe uma categoria dosadvogados da CAIXA, forte, respeitada e responsável. E o Con-gresso da ADVOCEF demonstra, a cada ano, que aquele é nossoespaço democrático por excelência. Se há turismo no Congres-so é turismo de negócios e o nosso negócio é a defesa intransi-gente da CAIXA e de seus advogados.

Com a marca da maioridadeRoberto Maia, diretor de Comunicação da ADVOCEF

O Congresso de Fortaleza ficou em mi-nha opinião marcado pela maioridade.

Um evento digno de uma entidade comquase 20 anos de existência, organizadopor anfitriões que não se contentaram coma história e resolveram reinventá-la, pro-movendo um Congresso com grande calorhumano, muito profissionalismo e umenvolvimento de dar gosto a todos que es-tiveram no Ceará.

A participação intensa dos presentes,a construção de várias frentes de debates,a presença maciça e participativa dos inte-grantes da DIJUR, da EMGEA e da área deRisco deram à primeira parte do Congres-so uma visão da amplitude e magnitude dovalor da área jurídica e dos advogados quea compõem, bem como da Associação que

os representa. Isto sem mencionar a iné-dita presença e participação do presiden-te da CAIXA, a demonstrar o prestígio gal-gado pela corporação junto à administra-ção da Empresa.

A segunda parte, voltada aos temas deordem interna, contou com uma participa-ção integral dos presentes, que debateramtemas da atualidade, pautando as premis-sas a serem perseguidas pela administra-ção da ADVOCEF, recém empossada.

Foram momentos de crescimento ede confraternização, com debates trava-dos de forma enfática, mas sempre res-peitosa, reveladores do amadurecimentocomo grupo e como agremiação que bus-cam o crescimento até mesmo nas diver-gências.

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Ex-CAIXA, sempre CAIXAOs ex-advogados da CAIXA Bruno

Vanuzzi e Giuliano D'Andrea estiveram noXVIII Congresso da ADVOCEF, para reverantigos colegas e amigos.

Ex-integrante do JURIR Porto Alegre/RS e ex-vice-presidente da ADVOCEF, atu-ando hoje na Procuradoria-Geral do Esta-do do RS, Bruno Vanuzzi constatou oamadurecimento da categoria. "O níveldas discussões está elevado e muitostemas antes recorrentes, que dificulta-vam a pauta, parecem agora superados",comentou.

Ex-integrante da REJUR Ribeirão Pre-to/SP, hoje na Defensoria Pública de SãoPaulo, Giuliano aprovou o ambiente, aspalestras, os momentos de confraterni-zação vividos em Fortaleza. "Bem porisso, o Congresso é de grande valia paratodos os profissionais, inclusive aos quenão pertencem ao quadro de emprega-dos da CAIXA", declarou.

Um projeto de vidaGiuliano D'Andrea fala sobre o traba-

lho que exerce na Defensoria Pública doEstado de São Paulo:

"A Defensoria Pública é um ideal, umprojeto de vida. O atendimento ao cida-dão hipossuficiente, a luta pelo Direito, abusca incessável pelo acesso à Justiçafazem do trabalho na Defensoria algorecompensante.

Diferenciar o trabalho na DefensoriaPública e na CAIXA é difícil. Talvez a maismarcante, e técnica, seja o fato de que,na Defensoria, a atuação é mais ampla evolta-se para um sem número de cida-dãos hipossuficientes; na CAIXA atua-separa um empregador. Os objetivos, asdemandas, o ambiente de atuação sãodiferentes. Na Defensoria Pública há gran-de preocupação na promoção da educa-ção em direitos, na propositura de açõesde cunho social, de demanda coletiva, detal sorte que a atuação é mais ampla eproporciona maior liberdade e autonomiaao profissional.

Mais fácil, porém, é traçar as seme-lhanças entre o trabalho num e noutro lu-gar. Em ambos os casos, formamos umaequipe, somos colegas unidos, imbuídosem um propósito comum; somosvocacionados. Estamos em instituiçõessérias, bem administradas e com grande

preocupação na boa atuação, e em cons-tante aperfeiçoamento."

Entrevista com BrunoVanuzzi

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA A A A A - Qual o sen-timento ao rever antigos colegas em am-biente tão conhecido?

BRUNO VANUZZI BRUNO VANUZZI BRUNO VANUZZI BRUNO VANUZZI BRUNO VANUZZI - Encontrar os ami-gos de uma década de CAIXA foi uma ex-periência emocionante após esses doisanos de afastamento. Fiquei muito felizde ver que todos estão bem e com saúde,e ainda guardam um enorme carinho pormim. O reencontro trouxe muitas lembran-ças dos momentos felizes que passei naCAIXA e na ADVOCEF, essa grande família.

ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF - Qual a sua impressão ge-ral sobre o XVIII Congresso?

BRUNO BRUNO BRUNO BRUNO BRUNO - O Congresso está evoluindoa cada edição, acompanhando o amadu-recimento da categoria. O nível das dis-cussões está elevado e muitos temas an-tes recorrentes, que dificultavam a pauta,

parecem agora superados. Não há dúvi-das que a unificação definitiva da carrei-ra, uma pretensão que sempre me foimuito cara, agora é unanimidade entre oscolegas e está na ordem do dia. Por outrolado, a participação da DIJUR e do presi-dente da CAIXA de forma franca e abertanos debates comprova que o associadoestá cada vez mais preparado para com-preender a sua realidade e participar dasdecisões acerca de seu futuro. Estamosno caminho certo.

ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF ADVOCEF - Como está o trabalho naProcuradoria-Geral do Estado do RS? Quaisas principais diferenças do trabalho naCAIXA?

BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Trabalho atualmente na exe-cução fiscal de tributos estaduais. O traba-lho lembra muito o da CAIXA, e temosmuitas das dificuldades que prejudicam aefetividade da advocacia pública. Semdúvida, a principal diferença no dia a dia éatuar no Judiciário Estadual, muitocapilarizado e com poucos recursos ma-teriais em comparação com a Justiça Fe-deral. Atuo em 19 comarcas, muitas de-las como varas únicas e precárias em ci-dades com pouco mais de 20 mil habitan-tes. Do ponto de vista da filosofia de traba-lho, vejo o advogado da CAIXA muito me-lhor habilitado para recuperar o crédito.Reputo essa vantagem à cultura comerci-al da instituição bancária e principalmen-te à visão objetiva do tema passada pelassucessivas gestões da ADVOCEF, que ori-entam os advogados nas melhores práti-cas, o que foi tema, inclusive, de excelen-te painel conduzido no último Congressopelos Drs. Dione e Álvaro, no qual pudedar algumas contribuições.

|||||Giuliano (o mais alto), com os ex-colegasAna Luiza Maciel, Rosimara Dias, Lya Rachel Vieira

e Leandro Biondi

|||||Bruno (de camisa verde), com Carlos Castro e ex-colegas do RS

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É comum o ajuizamento de ação por parte de ex-mutuáriosvisando a anulação de execuções extrajudiciais promovidasem face de inadimplemento das prestações. Em muitas vezesa execução já se encerrou há muito tempo, onde a parte procu-ra o Judiciário quando o imóvel é alienado para terceiros e ou oimóvel é incluído em concorrência pública para tanto. Sobre otema, recente decisão monocrática do Des. Nelton dos San-tos, do Tribunal Regional Federal da 3º Região, aplicou o prazode 02 (dois) anos para esta discussão, reconhecendo a deca-dência da parte em argui-la. Veja-se: �O autor aduz ter firmadocom a ré, em 08.06.92, contrato de financiamento para aquisi-ção de imóvel residencial, segundo as normas do Sistema Fi-nanceiro de Habitação. Afirma que, em razão de suainadimplência, o bem foi levado a leilão extrajudicial, sendoarrematado pela Empresa Gestora de Ativos - EMGEA. Pleiteia oautor a declaração de nulidade da execução extrajudicial, sus-tentando, para tanto, a existência de vícios no procedimento. Àf. 179, foi determinada a inclusão da Sra. Marinete DiasVergueiro, adquirente do imóvel, no polo passivo do feito. OMM. Juiz de 1º grau julgou improcedente o pedido de anulaçãoda adjudicação/arrematação, com fulcro no art. 269, IV, doCódigo de Processo Civil, reconhecendo a ocorrência de deca-dência. Em seu recurso, o apelante alega, em síntese, que (f.259-267): a) deve ser aplicado o prazo prescricional de 10anos previsto no art. 205 do Código Civil, e não o prazodecadencial de 2 anos reconhecido pelo Juízo a quo; b) o agen-te fiduciário foi escolhido unilateralmente pela ré; c) éinconstitucional o procedimento descrito no Decreto-Lei n° 70/66, vez que viola os princípios da inafastabilidade da jurisdição, dodevido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Com ascontrarrazões, os autos vieram a este Tribunal. É o relatório. Pre-tende o autor a anulação de execução extrajudicial fundada noDecreto-Lei n° 70/66, que culminou na arrematação do bem em12.08.2003, alegando, para tanto, a ocorrência de vícios no proce-dimento. Acerca do prazo decadencial para se pleitear a anulaçãode ato jurídico, o artigo 179 do Código Civil assim dispõe: Art. 179.Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabe-lecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, acontar da data da conclusão do ato. No caso em comento, adecadência rege-se pelo prazo geral do art. 179 do Código Civil, jáque não há prazo específico previsto na legislação para pleitear-se a anulação de leilão extrajudicial. Considerando que, nostermos do dispositivo supra, a contagem do prazo decadencialtem início na data da conclusão do ato, temos que referido prazocomeçou a fluir em 12 de agosto de 2003, data em que o bem foiarrematado, conforme carta de arrematação acostada à f. 145-147. Assim, o autor teria até a data 11.08.2005 para ingressarem Juízo requerendo a anulação do processo de execuçãoextrajudicial. Todavia, a presente ação foi ajuizada apenas em15.04.2009, ou seja, muito após o transcurso do prazodecadencial de dois anos. Assim, tendo havido o transcurso doprazo sem que o autor tivesse exercido o seu direito, imperiosoreconhecer-se a ocorrência de decadência. Irretocável, pois, asentença recorrida. Pelo exposto, ante a manifesta improcedên-cia da tese autoral, NEGO SEGUIMENTO à apelação, com fulcrono art. 557, caput, do Código de Processo Civil. Intimem-se.Decorridos os prazos recursais e procedidas as devidas anota-ções, remetam-se os autos ao juízo de origem.� (TRF 3, AC0004601-33.2009.4.03.6105 SP, Segunda Turma, Rel. Des.Nelton dos Santos, DJe 03/abr/2012.)

Doutrina�AÇÃO DE COBRANÇA - CRÉDITO DIRETO CAIXA - DESCONTO AUTOMÁ-

TICO DAS PARCELAS DO EMPRÉSTIMO NA CONTA DO CLIENTE - SALDOINSUFICIENTE À QUITAÇÃO DE DUAS PRESTAÇÕES - VENCIMENTO ANTECI-PADO DA DÍVIDA - INÉRCIA DO CORRENTISTA EM ACOMPANHAR O DESEN-VOLVIMENTO DA OPERAÇÃO, MUITO MENOS PROCUROU A CEF PARA RE-GULARIZAR AS PENDÊNCIAS - PROCEDÊNCIA AO PEDIDO. 1- O próprioapelante reconhece que os valores existentes na conta poupança eraminsuficientes ao integral adimplemento da parcela do empréstimo, que eradebitada automaticamente. 2- Se o valor da parcela montava em R$ 209,80,dever do correntista certificar-se de que, no dia avençado para desconto,referida cifra encontrar-se-ia à disposição do credor. 3- Como se observados extratos carreados, no dia 02/05/2003, José teve creditada a impor-tância de R$ 2.200,00, a título de empréstimo, sendo que, nos mesessubsequentes, até agosto/2003, ocorreu o desconto de R$ 209,80, afigu-rando-se cristalino o extrato de fls. 20 ao evidenciar que o saldo, no dia 04/09, era de R$ 209,04, destacando-se que no dia 19/09 o autor efetuouum saque de R$ 200,00. 4- No mês outubro/2003, o valor da prestaçãovoltou a ser debitado, todavia, o saldo existente, em 28/11/2003, apontacrédito de apenas 209,67, significando dizer que duas prestações deixa-ram de ser pagas, quais sejam, setembro e novembro, ocasionando, as-sim, o antecipado vencimento do débito. 5- Cristalino aflora dos autos queo cliente descuidou de suas finanças e inobservou que as prestações nãoforam debitadas, quando sua postura, se corretamente acompanhasse otranscurso da operação, deveria ser a de procurar a Caixa EconômicaFederal e realizar o pagamento correlato (prestações de setembro e no-vembro). 6- Sua omissão culminou na presente cobrança, a qual revestidade juridicidade, tanto que, como mui bem salientado pelo E. Juízo a quo,consoante os autos, não prova o autor o pagamento das outras parcelasatinentes ao mútuo (pagamento diretamente à CEF, pois os extratos es-tampam não mais houve débito do empréstimo), nada tendo feito parasaldar a dívida então contratada, sendo cristalino usufruiu dos valores queforam liberados, nos termos dos saques efetuados após o crédito. 7- Sevem a parte credora a Juízo e narra, com base em elementos documentais,o descumprimento do que avençado, em sede de empréstimo, patente queincumba à parte devedora demonstrar não se esteja a verificar qualquerinadimplência, ao plano em tese das discussões aqui figuradasexemplificativamente - o que, nos autos, ao contrário se dá. 8- Suficientes,sim, as afirmações comprobatórias da parte apelada, pecando o recorrentejustamente no ângulo de que deixou de manter saldo suficiente na épocaadequada, este o ponto nodal da controvérsia, bem como quedou-se inertediante do flagrante inadimplemento, em nenhum momento tendo procu-rado a CEF para regularizar a pendência. 9- Improvimento à apelação.Procedência ao pedido.� (TRF 3, AC 0008693-11.2005.4.03.6100 SP, Pri-meira Turma, Rel. Juiz Conv. Silva Neto, DJe 05/mar/2012.)

�ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. PENHOR DE JOIAS. ROU-BO DE AGÊNCIA BANCÁRIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL NÃOIMPLEMENTADA. TERMO INICIAL. DATA DO EVENTO LESIVO. CLÁUSULACONTRATUAL INDENIZATÓRIA. LEGALIDADE. 1.- É de cinco anos o prazoprescricional para pleitear indenização por dano moral em face da CEF,tendo como início a data do evento lesivo. 2.- Não há ilegalidade ouabusividade na cláusula do contrato de empréstimo pignoratício celebradoentre as partes que fixa a responsabilidade da instituição financeira em1,5 vezes o valor da avaliação das joias dadas como garantia do penhor,devidamente atualizado, em caso de furto, roubo ou extravio. 3.- Não com-provada a alegada desproporção entre a avaliação feita pela instituiçãobancária, no cotejo com o valor mercadológico, improcede o pedidoreparatório por danos morais e materiais.� (TRF 4, AC 5009093-16.2011.404.7000 PR, Terceira Turma, Rel. Des. Maria Lúcia Luz Leiria,DJe 17/maio/2012.)

Jurisprudência

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| Vale a pena saber

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Elaboração

Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.

Sugestões e comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços:

[email protected] e [email protected].

LeituraEmbargos de Declaração

Autor: Luís Eduardo Simardi Fernandes. 3ª Ed. Editora RT, 2012.304 páginas.

O autor esmiúça os embargos de declaração, partindo da apresenta-ção da evolução histórica do instituto e do direito comparado, enfrentandoa controvérsia da natureza jurídica. Em seguida, analisa as peculiarida-des e polêmicas sobre o tema, fazendo exposição didática, sempre fazen-do o cotejo com outros institutos recursais. Apresenta, ainda,posicionamento jurisprudencial recente.

Repetitivo. Notificação extrajudicial por Cartóriode outra Comarca. Validade. STJ

�1. A notificação extrajudicial realizada e entregue no endereço dodevedor, por via postal e com aviso de recebimento, é válida quan-do realizada por Cartório de Títulos e Documentos de outraComarca, mesmo que não seja aquele do domicílio do devedor.�(STJ, REsp 1.184.570 MG, Segunda Seção, Rel. Min. Maria IsabelGallotti, DJe 15/maio/2012.)

CPC. Impugnação. Art. 475-J do CPC.Necessidade da penhora. STJ

�I - A garantia do juízo é pressuposto para o processamento daimpugnação ao cumprimento de sentença. Inteligência do Art.475-J, §1º, do CPC. II - No cumprimento de sentença, executa-setítulo executivo judicial, em que a instrução probatória é ampla.Por seu turno, nos embargos do devedor, de título executivoextrajudicial, a situação difere-se, sensivelmente, na medida emque o embargante não tem oportunidade de contraditório e am-pla defesa. III - Se o dispositivo - art. 475-J, §1º, do CPC - prevê aimpugnação posteriormente à lavratura do auto de penhora eavaliação, é de se concluir pela exigência de garantia do juízoanterior ao oferecimento da impugnação. Tal exegese é respalda-da pelo disposto no inciso III do artigo 475-L do Código de Proces-so Civil, que admite como uma das matérias a serem alegadaspor meio da impugnação a penhora incorreta ou avaliação errô-nea, que deve, assim, preceder à impugnação.� (STJ, REsp1.195.929 SP, Terceira Turma, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe09/maio/2012.)

SFH. PES. Não aplicação no saldo devedor. STJ

�3.- O Plano de Equivalência Salarial - PES somente se aplicapara o cálculo das prestações mensais a serem pagas pelo mu-tuário, sendo incabível a sua utilização como índice de correçãomonetária do saldo devedor, o qual deverá ser atualizado segun-do o indexador pactuado, em obediência às regras do SistemaFinanceiro de Habitação.� (STJ, AgRg no AREsp 95.894 RS, Ter-ceira Turma, Rel. Min. Sidnei Benetti, DJe 02/maio/2012.)

Informações. Internet. Erro. Impossibilidadede reabertura de prazo. TRF 1

�1. Consoante o disposto no art. 236 do Código de ProcessoCivil, as intimações são feitas pela publicação dos atos no ór-gão oficial. As informações prestadas, via internet, têm nature-za meramente informativa, não possuindo, portanto, caráteroficial, razão por que, em ocorrendo eventual erro/omissão nadivulgação destas informações, não é configurada justa causapara efeito de reabertura de prazo nos moldes do art. 183, § 1°,do CPC.� (TRF 1, AI 0060945-07.2008.4.01.0000 MA, QuintaTurma, Rel. Des. Selene Maria de Almeida, DJe 18/maio/2012.)

FGTS. Critério do cálculo da sucumbência. TRF 1

�1. A jurisprudência majoritária da Quinta Turma desta Cortetem entendido que a proporção de sucumbência de cada umadas partes deverá ser calculada com base na quantidade de pedi-dos formulados e deferidos no título judicial. Logo, cada índicepostulado corresponde a um pedido, não se podendo calcular oêxito na ação pela somatória dos índices, mas, sim, pelo númerode pedidos deferidos. 2. Se foi requerida a aplicação em conta deFGTS de 4 (quatro) índices e acolhidos apenas 2 (dois), conclui-se que os embargados sucumbiram em 50% (cinquenta por cen-to) de sua pretensão, não lhes sendo, em razão da compensa-ção, devidos honorários advocatícios (CPC, art. 21, caput).� (TRF1, AC 0017073-92.2006.4.01.3400 DF, Quinta Turma, Rel. Des.Selene Maria de Almeida, DJe 18/maio/2012.)

Contratos. Capitalização de juros.Fixação expressa. STJ

�1. A contratação expressa da capitalização de juros deve ser cla-ra, precisa e ostensiva, não podendo ser deduzida da mera diver-gência entre a taxa de juros anual e o duodécuplo da taxa de jurosmensal. 2. Reconhecida a abusividade dos encargos exigidos noperíodo de normalidade contratual, descaracteriza-se a mora.� (STJ,REsp 1.302.738-SC, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, Dje10/maio/2012.)

Rápidas

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Junho | 201214

Cen

a ju

rídi

ca

|||||Príncipe Bertrand de Orleans e Bragança

|||||Juvenal Furtado, gerente doJURIR Fortaleza

Adendo àhomenagem

Príncipe no CongressoAlém do presidente da CAIXA,

outra personalidade participoupela primeira vez de um

Congresso da ADVOCEF, emFortaleza. Estava na cerimôniade abertura o príncipe imperialdo Brasil Bertrand de Orleans e

Bragança, descendente doimperador Dom Pedro II, que

criou a CAIXA. O príncipe, que éadvogado, participou, em

evento paralelo ao Congresso,de uma homenagem a

integrantes do JURIR Fortaleza.

Adendo do vice-presidente daADVOCEF, Álvaro Weiler, aoartigo do advogado Marcelo

Quevedo do Amaral, publicadona página 19, sobre aarrecadação do JURIRFortaleza: "Gostaria de

acrescentar minha homenagemao gerente daquele Jurídico, Dr.

Juvenal Antonio Araujo deArruda Furtado, o qual, seguindo

os interesses prioritários danossa Empresa, soube valorizar

a recuperação de crédito,aproximando a área jurídica da

área gestora do crédito noâmbito do Ceará, sendo nossos

honorários apenas uma dastantas consequências positivas

daí decorrentes".

Associados modelosOs advogados André Justi, Karla Medina e Maria Rosa Leite Neta extrapolaramqualquer expectativa positiva, atuando com profissionalismo, dedicação e pioneirismona organização do XVIII Congresso da ADVOCEF. O registro é do diretor deComunicação, Roberto Maia, que acompanha há anos esse tipo de trabalho. "A buscaincessante pelas condições ideais de realização, o calor humano emanado em cadadetalhe e a forma colegiada de atuação deram ao Congresso de Fortaleza uma novadimensão", expressou o diretor, em mensagem dirigida aos colegas de Fortaleza.

Associados modelos 2O diretor Roberto Maia disse ainda que é graças a gente como os advogados citados,

"associados engajados e amigos diletos, que a ADVOCEF tem podido cada vez mais sefirmar como uma entidade séria, envolvida com as causas que defende e modelo de

Associação que preza o humano e o social".

Previdência complementarConsiderando que o contratocelebrado entre a entidade e obeneficiário de previdênciacomplementar está submetido àsregras de Direito Civil, envolvendoapenas indiretamente questões deDireito do Trabalho, cabe à Justiçaestadual apreciar questõesreferentes ao seu fiel cumprimento.Ficou registrado, ainda, segundo oInformativo de Jurisprudência doSTJ n° 0498, que a naturezatrabalhista da verba que será ounão incluída no cálculo do benefícionão tem o condão de deslocar acompetência para a Justiça laboral.Precedente citado: AgRg no Ag1.225.443-RJ, DJe 12/5/2011.EAg 1.301.267-RS, Rel. Min. RaulAraújo, julgados em 23/5/2012

Comenda Sônia LúciaOs participantes do XVIII Congresso da

ADVOCEF aprovaram a proposta dopresidente Carlos Castro de entrega decomendas por serviços prestados pelosassociados e outros colaboradores, na

passagem dos 20anos de fundação da

Associação, emagosto deste ano. A

comenda terá o nomede Sônia Lúcia dosSantos Lopes, em

homenagem à colegado JURIR Rio de

Janeiro, atuante nosCongressos, falecidaem 21 de janeiro de

2009.|||||Sônia Lúcia, em 2007, no

Congresso da ADVOCEF

Imagine euEm sua palestra no XVIII Congresso da ADVOCEF, oadvogado Jorge Hélio Chaves de Oliveira, membro doConselho Nacional de Justiça indicado pela OAB,abordou, com bom humor, a conhecida prolixidadepraticada no meio jurídico. "Conheço um juiz, gentemuito boa, que diz, brincando: 'Rapaz, eu não entendonada, mas eu acho tão legal. O advogado teve tanto

trabalho. Ele nem sabe que eu nãovou ler, mas a gente nota queele fez isso, um mandado desegurança com 60páginas... Acha que a mãedele vai ler. Tenho vontade

de perguntar: sua mãe vai ler?Não? Imagine eu!'"

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Junho | 2012

| Cena jurídica

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A presença da bandeira

Espaço no Congresso

|||||Diretor júrico da CAIXA, Jailton Zanon

O mundo digital

|||||Carolina Dieckmann

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Ao saudar a presença, no XVIIICongresso, do ministro do STJAntonio Carlos Ferreira, ex-diretor jurídico da CAIXA, opresidente Carlos Castroexaltou sua fidelidade àAssociação. Contou aoscongressistas que, sempreque vai ao gabinete doministro, no STJ, encontra lá abandeira da ADVOCEF, que lhefoi presenteada. "Eu não sei sequando eu saio ele tira, masquando chego está sempre lá",disse Carlos Castro, causandorisos na plateia.

"O espaço dedicado à DIJUR é um momentomuito legal em que o advogado tem a

liberdade de fazer pergunta diretamente aodiretor jurídico." O comentário é da

advogada Patrícia Apolinário de Almeida, doJURIR Brasília/DF, para enquete feita pela

ADVOCEF em Revista. Ela chamou a atençãopara a "ótima oportunidade" de

aproximação para advogados de outrosEstados e parabenizou a ADVOCEF, pois isso

não acontece em muitas empresas.

Mesmo titubeante, avança aelaboração de uma legislaçãobrasileira para o combate aos

crimes digitais, constata oespecialista Alexandre

Atheniense, no texto publicadono Juris Tantum desta edição.

"Obrigado, CarolinaDieckmann!", escreve o

advogado, que atribui o avançodo projeto, em parte, ao

escândalo de que foi vítima aatriz da Globo.

Os principais tribunais do país,assim como a classe política, serenderam ao fenômeno dasmídias sociais, segundo oespecialista Omar Kalinski, queassina o outro texto publicado noJuris Tantum deste mês. Nobalanço que faz do ano passado,o advogado afirma que osincautos continuam clicando emtudo que veem - mantendo-se aexpectativa de uma lei específicapara os crimes cibernéticos.

2.1.

O terceiro paísCom seus 900 milhões de usuários registrados, oFacebook seria o terceiro país do mundo, logo depois daChina (1,34 bilhões) e da Índia (1,17 bilhões dehabitantes), informa Eduardo Febbro, na Carta Maior. Ojornalista ressalta que nesse território virtual os usuáriosentregam sua intimidade sem se dar conta do quanto seexpõem nem do capital que aportam à empresa fundadapor Marc Zuckerberg. Para combater o abuso dos gigantesdigitais, a associação Internet sem Fronteiras propõe acriação de um e-sindicato, "para impor um mediador entreas pessoas e esse roubo da intimidade".

O terceiro país 2Com 45 milhões de usuários, o Brasil ocupa o terceiro

lugar na utilização do Facebook, logo depois dos EstadosUnidos, com 169 milhões, e a Índia, com 51 milhões.

Escola de Advocacia CAIXAMais de 140 advogados seinscreveram no curso sobre

Direito Societário, oferecido pelaEscola de Advocacia CAIXA

apoiando iniciativa do JURIRCuritiba, em parceria com a SUAJU

e com a Escola da MagistraturaFederal do Paraná (ESMAFE/PR).O curso visa os advogados queatuam na área consultiva (uma

das eleitas como prioritárias pelaSUAJU) e funciona em formatopresencial, para Curitiba, e àdistância, para todo o país.

Apoio a EuricoNo Congresso também

foi aprovada, porunanimidade, umamoção de apoio ao

advogado associadoEurico Soares

Montenegro Neto, doJURIR Porto Velho/RO,

que concorre a uma vagade desembargador doTribunal de Justiça deRondônia pelo Quinto

Constitucional

Page 16: ADVOCEF em Revista Junho/2012

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EF Aprovado com todos osméritos

Com avanços importantes, encontro de Fortaleza ficará na memória,avaliam congressistas

"Minha principal impressão foi a deque avançamos, do ponto de vistainstitucional, em muitos aspectos, emespecial a aproximação entre a ADVOCEFe a direção da CAIXA", comentou o advo-gado Luiz Fernando Padilha, representan-te do JURIR Rio de Janeiro/RJ, com a mes-ma opinião de boa parte dos participan-tes a respeito do XVIII Congresso daADVOCEF, que aconteceu entre os dias31 de maio e 3 de junho em Fortaleza,no Ceará.

"Um inegável sucesso de público ecrítica", definiu a advogada Anna Claudiade Vasconcellos, do JURIR Florianópolis/SC, conselheira deliberativa da ADVOCEF.Ela viu um equilíbrio de qualidade entre oconteúdo programático e os eventos so-ciais e exaltou a festa de encerramento,"animada e divertida". Para ela, os parti-cipantes estão de parabéns pela maturi-dade com que discutiram e votaram aspropostas na plenária. "O Congresso deFortaleza ficará para sempre na lembran-ça de todos nós como o marco simbólicodo crescimento e da força institucionalda ADVOCEF."

"Foi gratificante ver o ânimo, o entu-siasmo dos colegas com os destinos da

ADVOCEF e com as obrigações profissio-nais com a CAIXA", expressou o advoga-do Luiz Fernando Schmidt, do JURIRGoiânia/GO.

O advogado Carlos Eduardo Saboya,do JURIR Rio de Janeiro/RJ, reparou ogrande engajamento dos participantes eo prestígio conferido pelo comparecimen-to das mais diversas autoridades.

"Foi um Congresso que coroou a forçae o prestígio da instituição ADVOCEF, a tan-to que até o presidente da CAIXA estevelá", disse o advogado Manoel Diniz PazNeto, representante do JURIR Curitiba/PR.

O conselheiro deliberativo daADVOCEF Davi Duarte observou que tudofoi feito adequadamente para agradar osvisitantes. Entre as presenças importan-tes, incluiu a do príncipe Bertrand deOrleans e Bragança, representante damonarquia e descendente de Dom PedroII, criador da CAIXA.

Foi, ainda, um encontro proveitoso,com bons temas em discussão, avalia-ram os advogados Edson Pereira da Sil-va, conselheiro fiscal da ADVOCEF, e Le-andro Clementoni da Cunha, represen-tante do JURIR Belo Horizonte/MG.

Respeito pela tesecontrária

Em seu primeiro Congresso, a impres-são do advogado Alirio Vieira Marques,do JURIR Manaus/AM, foi que os colegasdefendem ferrenhamente suas opiniões,divergem e, no entanto, passada a fasede discussões, prevalece o respeito pelatese vencedora.

De acordo com o advogado SandroChiaroti, representante da REJUR Ribei-rão Preto/SP, a Diretoria da ADVOCEF temsido feliz na sua administração, pois apro-xima a entidade de áreas importantes daCAIXA, do Conselho Federal da OAB, dosPoderes da República, da EMGEA (Empre-sa Gestora de Ativos). Tudo contribui, se-gundo Sandro, para dar maior visibilida-de e solidez à Associação.

Considerando a aproximaçãoADVOCEF-CAIXA uma medida salutar, LuizPadilha pondera que isso deve ser feitode forma que evite desgastes entre asinstituições, mas não ao ponto de geraruma postura passiva da entidade emquestões essenciais para a categoria."Este meio-termo deve ser o principalobjetivo da Associação e de seus associ-ados."

A advogada Patrícia Apolinário deAlmeida, do JURIR Brasília/DF, em seu se-gundo Congresso, achou tudo muito bome pôde extrair, do princípio ao fim, coisasnovas para aplicar no dia a dia.

Participando de seu primeiro Con-gresso, Alexandre Nolêto, do JURIRTeresina/PI, reclama que uma questãonão foi respondida, sobre a continuidadedos advogados da CAIXA como represen-tantes jurídicos da EMGEA. Achou tam-bém que poderia ser questionada ainexistência de pagamento aos advoga-dos em caso de processos da EMGEA quenão culminem com ganho financeiro àempresa, "já que os advogados da CAIXAsó são remunerados pelo retorno positi-vo, vivendo em contrato de risco nos pro-cessos em que a EMGEA é titular".

|||||Alirio: defesa ferrenha, mas respeitoà tese vencedora

|||||Leandro Clementoni: demonstração doprestígio da área jurídica

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Os destaques de FortalezaEnquanto o advogado Leandro

Clementoni define a presença do presi-dente Jorge Hereda como demonstraçãodo prestígio da área jurídica da CAIXA, Ale-xandre Nolêto chama a atenção para aforma perspicaz com que o presidenteCarlos Castro abordou assuntos delica-dos, que geraram respostas como o com-promisso de contratação de advogadose a possibilidade de [na semana seguin-te à do Congresso] analisar aspectos sa-lariais da categoria. "Se vai ficar só nocompromisso, isso não se sabe, mas éfato que houve uma atuação corajosa,direta e branda, sendo justamente o quese espera e que nem sempre se vê."

Para Sandro Chiaroti, a presença dopresidente da CAIXA deu uma demons-tração de que a Empresa sabe que osseus advogados esperam obter uma res-posta ao estudo apresentado pelaADVOCEF e ANEAC, avançando no senti-do de corrigir as distorções existentes,possibilitar a ascensão profissional e tor-nar os salários mais condizentes com asresponsabilidades de cada profissional.

O advogado Carlos Saboya frisa queo tom descontraído do presidente e ocompromisso que assumiu gerou gran-des expectativas.

Luiz Fernando Schmidt:"As boas notícias são que a proposta

de reestruturação da carreira profissionalda ADVOCEF e ANEAC está em efetivoestudo e quase em fase final para res-posta por parte da CAIXA, o que possibili-

tará melhoria salarial e correção de algu-mas distorções no enquadramento decolegas na carreira profissional, e quehaverá contratação de mais advogados,providência realmente necessária paramelhor distribuição da carga de trabalhoe para permitir melhor qualidade de vida."

Presença maciça dosadvogados

Outro destaque do Congresso, para oadvogado Manoel Diniz, foi a pauta dereivindicações para o Acordo Coletivo."Diante da atual conjuntura e do empe-nho dos gestores da ADVOCEF, poderáproduzir resultados positivos em prol danossa categoria, quiçá com melhoriassalariais. Voltei do Congresso com boasexpectativas!"

O advogado Matheus OliveiraMoreira, da REJUR Ilhéus/BA, mencionoutambém a notícia, dada no Congresso,de que em breve será publicada umamedida provisória criando a carreira deProcurador de Empresa Pública Federal.

"Penso ser o primeiro passo para con-quistar as prerrogativas dos membros daAGU e, quem sabe, uma equiparação dosvencimentos", diz Matheus. Mas expõealgumas interrogações. "A quem vamosficar subordinados? Haverá equiparaçãode vencimentos e prerrogativas? Vamosaguardar os próximos capítulos para tiraras conclusões."

Davi destaca as orientações da Dire-toria de Honorários, traçando metas,"com as quais temos, mais nitidamente,

um norte a seguir e objetivos a atingir".Segundo o advogado, a maciça presençados associados, durante todo o evento,mostrou o alto nível de engajamento eresponsabilidade dos participantes.

O advogado Edson da Silva põe entreo principal do evento o reconhecimentodo alinhamento dos advogados na defe-sa da Empresa, conforme foi externadopelos palestrantes, inclusive pelo presi-dente da CAIXA.

Aponta o advogado Luiz Padilha quetambém deve ser destacada a relação

Por um mundo melhorCarlos Eduardo Leite Saboya, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJCarlos Eduardo Leite Saboya, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJCarlos Eduardo Leite Saboya, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJCarlos Eduardo Leite Saboya, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJCarlos Eduardo Leite Saboya, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJ

"Só espero queesses eventos e pa-lavras não se tornemo prenúncio de umatempestade. E sim,ao contrário, o iníciode dias melhores,que a CAIXA apliquee respeite os compro-missos assumidos,inclusive no PactoGlobal da ONU - ODM,além das políticas deresponsabilidade so-cial e ambi-ental, res-peitando os direitos

trabalhistas de seusfuncionários que tan-to contribuem nabusca de um desen-volvimento de um es-tado democrático dedireito, socialmentejusto ea m b i e n t a l m e n t esustentável, haja vis-ta estarmos às vés-peras da ConvençãoRio + 20. Estou pron-to para lutar por umaCAIXA e um mundomelhor."

|||||Patrícia Apolinário: tudo muito bom,do princípio ao fim

|||||Luiz Fernando Schmidt: as boasnotícias do Congresso

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Recomendaçãoaos colegas

Manoel Diniz Paz Neto, advo-Manoel Diniz Paz Neto, advo-Manoel Diniz Paz Neto, advo-Manoel Diniz Paz Neto, advo-Manoel Diniz Paz Neto, advo-gado do JURIR Curitiba/PRgado do JURIR Curitiba/PRgado do JURIR Curitiba/PRgado do JURIR Curitiba/PRgado do JURIR Curitiba/PR

"É necessário que os colegas ad-vogados compreendam cedo na vidaque os Congressos da ADVOCEF for-talecem e unem a categoria. Os queacham que os Congressos se pres-tam apenas ao turismo precisam pa-rar e lembrar dos bons resultados quea categoria alcançou desde a criaçãoda ADVOCEF.

O ambiente agradável e fraternoque a ADVOCEF procura criar nos en-contros que realiza deve ser encara-do como uma contrapartida ou bene-fício que a instituição proporcionaaos associados, em recompensa aosacrifício que realizam ao sair das ci-dades em que residem e doar tempoe energia em prol da categoria.

Recomendo aos colegas quenunca foram a um Congresso, que ofaçam!"

Conciliar o conciliávelLuiz Fernando Padilha, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJLuiz Fernando Padilha, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJLuiz Fernando Padilha, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJLuiz Fernando Padilha, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJLuiz Fernando Padilha, advogado do JURIR Rio de Janeiro/RJ

"A aproximação daCAIXA e da ADVOCEF éessencial para o avançoinstitucional da Associa-ção e a possibilidade defazer valer vários interes-ses conciliáveis. Entre-tanto, muitos interessesda categoria estão esempre estarão em con-flito com os interessesda CAIXA, inclusive aqueles envolven-do arrecadação de honorários. Esta

tentativa de conciliar oconciliável e ao mesmotempo contundir o que éinconciliável deve ser ogrande norte a ser segui-do pela Associação, emespecial se considerar-mos que as fontes atuaisde arrecadação tendem adiminuir cada vez mais, ouseja, o inverno e a tempes-

tade estão chegando e temos que nospreparar para as vacas magras."

institucional da ADVOCEF com outros seto-res do mundo jurídico, aludindo à presençado membro do Conselho Nacional de Justi-ça Jorge Hélio Chaves e do advogado ad-junto da União, José Weber Holanda Alves."A presença dessas autoridades em nossoCongresso é um reflexo do trabalhoinstitucional realizadopela ADVOCEF nos últi-mos tempos."

Já com relação àsdecisões do Congresso,Luiz Padilha relacionaas medidas a seremadotadas para afastarde uma vez por todas,dentro das possibilida-des operacionais daEmpresa, a ameaça daterceirização em largaescala do acervo judici-al da CAIXA. "Medidaque não apenas é one-rosa aos cofres da Em-presa, como também écapaz de desprestigiara atividade do advoga-do da CAIXA."

Sugestões para osCongressos

Carlos Saboya acha que se deve de-mocratizar mais o acesso ao Congresso,oferecendo notícias diárias do evento.Talvez disponibilizar na rede em temporeal o vídeo do Congresso, com envio deperguntas pelo espectadores, explica.

Luiz Padilha diz que a participaçãodos advogados deve ser estimulada erecomenda o uso de mecanismos que

permitam conciliar a ida ao Congressocom as atividades na CAIXA. Uma medi-da seria utilizar como datas do eventoaquelas em que não há expediente noJudiciário Federal, como a quarta e a quin-ta-feira que antecedem a Sexta-Feira daPaixão. "Uma simples dispensa dos ad-

vogados nessas da-tas já permitiria a pre-sença de mais cole-gas no Congresso, tor-nando o evento cadavez mais democráti-co e participativo."

Além disso, LuizPadilha pensa que aADVOCEF pode estu-dar a possibilidade deauxiliar o advogadoem seus problemastributários, contribuin-do de algum modopara amenizar o im-pacto fiscal anual.

Com a experiên-cia de dois Congres-sos frequentados,Matheus tem duas

sugestões para os próximos. Primeira, es-tabelecer uma pauta específica para tra-tar da rotina da recuperação de crédito,tornando-a mais eficiente, aumentando aarrecadação de honorários. A ADVOCEFteria um ano para colher as informaçõesdos Jurídicos e uniformizar a atuação atra-vés de uma cartilha.

A segunda: substituir a palestra daprimeira noite por um relato das ativida-des desenvolvidas pela Diretoria Executi-va no último biênio e das perspectivas

para o próximo período. "Assim, sobrariamais tempo para discussão de outrasquestões afetas à nossa categoria."

Manoel Diniz pensa que seria útil seem cada Congresso fossem traçadasmetas para serem atingidas até o próxi-mo, quando seriam examinadas.

Alirio Marques acha importante man-ter o horário estabelecido para o início eencerramento dos trabalhos, fazendoconstar na ordem do dia um quorum parainstalação e votação dos trabalhos, con-forme o número de inscritos, confirma-dos antecipadamente.

Sugestão de Sandro Chiaroti: mantera linha de atuação atual, que trazpalestrantes representantes de entidadesou áreas da CAIXA e EMGEA que de algu-ma forma contribuem para a valorizaçãoda ADVOCEF e de seus associados.

Se solucionada a questão salarial,Alexandre Nolêto propõe que no próximoCongresso se empunhe a bandeira dajornada, nada benéfica aos advogados daCAIXA, que não têm "as quatro horas de-terminadas pelo Estatuto nem as seis dosbancários, ficando com uma jornada deoito horas, que é bizarra e desprovida derespaldo legal".

|||||Edson da Silva: reconhecido oalinhamento dos advogados

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Palavra de quem faz

"Espero que todos tenhamgostado, pois deu um trabalho da-nado", desabafou a advogada Ma-ria Rosa Leite Neta, envolvida naorganização do XVIII Congresso daADVOCEF, realizado em Fortaleza/CE. Sua preocupação, que eratambém a dos colegas de Comis-são Karla Karam Medina e AndréJusti, todos advogados do JURIRFortaleza, pode ser dispensada:participantes em geral, ouvidospara as matérias desta edição,aprovaram o evento em todos osaspectos, do começo ao fim.

À frente do evento, Maria Rosa perce-beu que é difícil sair tudo do jeito que éplanejado e contratado. Além disso, por setratar de uma Associação nacional, as in-formações acabam se desencontrando,faltando dados precisos para o planejamen-to. "Como associada, é muito bom vercomo funcionam as tratativas do Congres-so, o trabalho que os colegas têm para ten-tar fazer tudo dar certo."

Karla fala da experiência:"Como organizadores, ficamos atentos

e preocupados com todos os detalhes doCongresso e sabemos exatamente o queestá dando certo e aquilo que não estáacontecendo conforme o planejado. Dámuito trabalho organizar, mas o prazer emreceber os colegas em nossa cidade é imen-

A experiência de quem fez acontecer o XVIII Congresso da ADVOCEF

so e ajuda a superar qualquer dificuldade.Como associada, é muito importante po-der constatar no Congresso o que a Direto-ria da ADVOCEF tem feito, na defesa dosinteresses de todos os advogados."

André Justi observa que um avanço im-portante, nessa edição do evento, foi a ob-tenção de apoios e patrocínios, que redu-ziu os custos do encontro.

Ver o sol nascerAndré Justi acha que o ponto alto do

evento foi a participação do presidenteda CAIXA, pelo ineditismo. "A presençados congressistas, nesse momento, foimaciça, e o nosso presidente, Dr. CarlosCastro, conseguiu conduzir a palestra commuita habilidade, obtendo o apoio do pre-

sidente em algumas de nossaspretensões."

Karla destaca, também, a pre-sença do diretor jurídico, JailtonZanon. Observa que o diretor e opresidente Hereda, descontraídos,interagiram com a Diretoria daADVOCEF e os advogados, de-monstrando compromisso naanálise dos pleitos da categoria.

Entre os eventos, Karla incluia festa de encerramento na bei-ra da praia, "repleta de energiapositiva e animação, ao som deuma banda maravilhosa, com di-

reito a pisar na areia, molhar os pés, tomarbanho de chuva e ver o sol nascer".

Atenção para a palavra do agora ex-periente André Justi, útil para futurosorganizadores de Congressos (o próximoserá em Florianópolis/SC):

"Cada Congresso possui a sua peculi-aridade e a riqueza de suas belezas natu-rais ou urbanas, mas acredito que o fun-damental na realização de um eventocomo este é a atenção às necessidadesdos participantes, a fim de que todos sesintam bem recebidos."

A primeira coisa que se deve fazer,ensinam as agora conhecedoras da áreaMaria Rosa e Karla, é contratar uma em-presa de cerimonial local - e com bastan-te antecedência.

|||||Comissão: Maria Rosa, André e Karla, com Val, da VC Eventos

Em todos os Congressos, quando se tra-ta de arrecadação de honorários, uma per-gunta é recorrente: qual será nosso potenci-al, qual o ótimo de arrecadação que pode-mos alcançar? Pois os colegas do Estado doCeará parecem apontar a resposta.

Nos últimos cinco anos a arrecadaçãopor advogado do JURIR Fortaleza cresceuconstantemente. Somente nos últimos trêsanos, comparando a arrecadação média de2012 com a de 2010, o crescimento foi demais de 147%. Se compararmos com a mé-dia dos Jurídicos, a arrecadação dos

Marcelo Quevedo do Amaral (*)Fortaleza mostra o caminhocearenses foi superior em 21,53% em 2010,31,61% em 2011 e está 108,64% superiorem 2012 até o momento.

Evidentemente, as característicassocioeconômicas de cada Estado da Fede-ração influem no seu desempenho, bemcomo a inserção da CAIXA no mercado local.Quanto à economia, importante registrar queo Ceará contribui com aproximadamente1,9% do PIB nacional e possui um PIB percapita pouco acima da média nacional.

O fato é que os colegas são um bomexemplo do quanto podemos alcançar, do

quão eficientes podemos ser e de quanto aCAIXA tem a ganhar com disseminação deboas práticas, com a qualificação do traba-lho e a soma de esforços na busca de melho-res resultados.

Deixo os parabéns aos colegas do Cea-rá, que servem de exemplo da capacidadede superação e competência que o corpojurídico da CAIXA tem demonstrado a cadadia.

(*) (*) (*) (*) (*) Integrante do GT Honorários doIntegrante do GT Honorários doIntegrante do GT Honorários doIntegrante do GT Honorários doIntegrante do GT Honorários doJURIR Porto Alegre/RS. Ex-diretor deJURIR Porto Alegre/RS. Ex-diretor deJURIR Porto Alegre/RS. Ex-diretor deJURIR Porto Alegre/RS. Ex-diretor deJURIR Porto Alegre/RS. Ex-diretor de

Honorários da ADHonorários da ADHonorários da ADHonorários da ADHonorários da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

| Honorários

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Estudo do Seguro HabitacionalA

ção

Juízes federais, representantes doTesouro Nacional e da Área Técnica daCAIXA e advogados do JURIR Porto Ale-gre/RS participaram, em 24 de maio, deum encontro para debater o SeguroHabitacional do Sistema Financeiro daHabitação e reflexos processuais a partirda edição da Lei nº 12.409/2011, quan-do a defesa passou a ser atribuição daCAIXA. O evento, realizado no auditóriodo Foro da Justiça Federal de Porto Ale-gre, repetiu a iniciativa da GETEN e GESEF,executada com sucesso em Brasília (emfevereiro) e Londrina/PR (em março).

Segundo o juiz federal titular da Varado SFH em Porto Alegre, RodrigoCoutinho, o evento foi de grande valiapara os magistrados e servidores partici-

pantes. O magistrado ressaltou que otema foi contextualizado historicamente,proporcionando um relato desde a cria-ção da Apólice do Seguro Habitacional atéo advento da Lei Nº 12.409, que autori-zou o FCVS (Fundo de Compensação deVariações Salariais) a assumir os direitose obrigações do SeguroHabitacional do SFH, levandoo tema para a competência daJustiça Federal.

Um dos incentivadores doevento, Rodrigo Coutinho dizque as palestras proferidasabordaram, "com a clarezanecessária, elementos objeti-vos para se diferenciar as apó-lices do ramo público (SH/SFH) e de mercado, o que éde fundamental importância,ao tempo que serve de

Justiça e Jurídico da CAIXA em Porto Alegre debatem reflexos da Lei 12.409/2011

balizador para a fixação decompetência desta JustiçaFederal".

Segundo Coutinho, aparticipação dos magistra-dos, servidores e advogadosda CAIXA nos debates possi-bilitou uma rica troca de in-formações, que serão úteispara o trabalho de todos."Agradeço a disposição daCEF em realizar o evento, napessoa dos doutores MarcosKafruni e Rogério Spanhe,bem como os servidores dessa empresapública e do Tesouro Nacional, que em-prestaram seus conhecimentos sobre oSeguro Habitacional."

Apoio dos juízesDe acordo com o advogado

Rogério Spanhe da Silva, coordena-dor jurídico do JURIR Porto Alegre/RS, que trabalhou na organizaçãodo evento, os objetivos do projetoforam cumpridos plenamente -mostrar a evolução histórica do se-guro, sua finalidade social e os re-flexos dos processos para o FCVS."A assistência se mostrou bastanteinteressada e participativa, com

várias intervenções e solicitações de es-clarecimentos e inclusive propostas como,por exemplo, o estudo para mutirões deconciliação."

Para o advogado, foi uma boa opor-tunidade de contextualizar as situações

Dificuldades noSH/SFH

- Assinaturas podem ser forjadas comrelativa facilidade.

- Documentos para análise sãodisponibilizados em cópias, ao in-vés dos documentos originais oucópia autenticada.

- A comprovação de autenticidade éonerosa.

- A fiscalização da SUSEP é defi-ciente.

- Convênio CAIXA/SUSEP: prestaçãode serviços de vistoria em imóveiscom cobertura de DFI;

- Atuação de escritórios de advoca-cia "captando" clientes para apropositura de ações.

|||||Evento na Justiça Federal de Porto Alegre/RS expôs as modificaçõesdo Seguro Habitacional do SFH

|||||Da esq. para a dir.: Liliane Christine Paiva H. Carvalho (advogadada CAIXA), Giselle Furtado (gerente executivo da GETEN/DIJUR),

Marcia Gonçalves Valença (secretária executiva do Comitê deRecursos do Seguro Habitacional/Tesouro Nacional) e RogérioSpanhe da Silva (coordenador jurídico do JURIR Porto Alegre)

dos processos que tiveram seu início pe-rante a Justiça Estadual e a dificuldadeencontrada, em determinados casos,para se aferir o real liame entre o autor eo contrato celebrado com o agente finan-ceiro. Isso porque, salienta Rogério, "mui-tos demandantes são titulares de 'con-tratos de gaveta', o que implica, não raro,ser a petição inicial instruída com docu-mentação incompleta".

Rogério Spanhe deixa registrados oapoio e a disposição oferecidos pelosjuízes Rodrigo Coutinho e EduardoTonetto Picarelli, este último diretor doForo da Seção Judiciária do Rio Grandedo Sul.

|||||Da esq. para a dir.: Gisela Bizarra Morone (gerente nacional doContencioso, GETEN/DIJUR), Jucemar José Imperatori

(superintendente nacional da SUFUS), Rodrigo Machado Coutinho(juiz federal da Vara do SFH de Porto Alegre), Eduardo Tonetto

Picarelli (juiz federal diretor do Foro da Seção Judiciária do RS) eMarcos Kafruni (gerente do JURIR Porto Alegre)

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Pauta protocoladaReivindicações dos advogados foram entregues à CONTEC e CONTRAF

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Nos dias 11 e 12 de junho de 2012,o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,entregou à CONTEC e à CONTRAF, respec-tivamente, a Pauta de Reivindicações dosadvogados da CAIXA para o Dissídio Cole-tivo 2012/2013, aprovada no XVIII Con-gresso, em Fortaleza/CE.

O presidente foi recebido, naCONTEC, pela diretora financeira e coor-denadora da Confederação na mesa denegociação com a CAIXA, Rumiko Tanaka,e pelo presidente, Lourenço Ferreira doPrado. Na CONTRAF, esteve com o dire-tor, coordenador do CEE CAIXA, Jair PedroFerreira.

O diretor de Negociação Coletiva daADVOCEF, Marcelo Dutra Victor, apontouos principais itens da Pauta de Reivindi-cações, aprovada no Congresso:

1) Licença para Aperfeiçoamentopara cursos de pós-graduação lato estricto sensu (mestrado e doutorado) ou

de pós-doutorado, quando tais atividadesnão puderem ocorrer simultaneamentecom as atividades laborais.

2) Licença para Capacitação conce-dida pelo prazo de até três meses, apóscada quinquênio de efetivo exercício, aoempregado que venha participar de cur-so de capacitação profissional, com di-reito à remuneração do cargo ocupado.

3) A aprovação e ratificação do es-tudo apresentado em mesa de negocia-ção, juntamente com a ANEAC, por in-termédio da CONTEC, que visareenquadrar e reestruturar a carreira pro-fissional da CAIXA.

4) A reivindicação para que a CAIXAencerre a terceirização de serviços jurídi-cos, por ser considerada pela categoriaprática que fragiliza o exercício da advo-cacia pública.

Marcelo Victor entende que as licen-ças (itens 1 e 2) são importantes avançosa serem buscados, pois propiciam ao em-pregado alcançar novos patamares em suaformação. "Constituem também um gan-ho enorme ao empregador público, queterá à sua disposição profissionais mais ca-pacitados para desenvolver suas ativida-des com eficiência, princípio da adminis-tração pública consagrado na Constituição."

Marcelo Victor considera importantetambém a ratificação, pela categoria, doestudo apresentado em mesa de negoci-ação permanente. "Isso demonstra queo trabalho desenvolvido pela ADVOCEFdesde o último Congresso, em parceriacom a ANEAC e CONTEC, além de ter en-contrado eco na Administração da Em-

|||||Marcelo Victor: osprincipais itens da

Pauta de Reivindicações

|||||Carlos Castro com o presidente da CONTEC,Lourenço do Prado

|||||Carlos Castro com o diretor da CONTRAF,Jair Pedro Ferreira

presa, que já ensaia propor uma alterna-tiva para solucionar a questão, represen-ta a realidade das aspirações da carreiraprofissional."

Por fim, o diretor considera igualmen-te relevante a questão da terceirizaçãode serviços jurídicos em empresas públi-cas. "Não pode de um lado a ADVOCEFapoiar o projeto capitaneado pelaANPEPF (Associação Nacional dos Procu-radores de Empresas Públicas Federais),para criação da carreira de Procuradoresde Empresas Pú-blicas Federais, ede outro não mar-car posição contraa terceirização."

O presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, participou da abertura do 28ºCONECEF (Congresso Nacional dos Empregados da CAIXA), ocorrida em 15 dejunho de 2012, em Guarulhos/SP. No encontro, que continuou até 17 de junho,domingo, foram definidas as reivindicações específicas que serão apresentadasà Administração da CAIXA, na Campanha Nacional 2012 e nas negociaçõespermanentes.

Juntamente com o advogado Justiniano Júnior,diretor jurídico do Sindicato dos Bancários dePernambuco, Castro levou ao evento o compro-misso assumido pelos associados da ADVOCEF.

ADVOCEF vai ao CONECEFPresidente leva ao Congresso dos Empregados da CAIXA o compromisso dos advogados

|||||Carlos Castro, com JustinianoJúnior e o presidente

da FENAE, Pedro Eugênio Leite

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Lança

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Os artigos da Revista de DireitoConfira as obras e autores do 14º volume da Revista de Direito da ADVOCEF:! A Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho: por que o Direito

internacional pode colaborar com o Direito interno brasileiro?Anelise Ribeiro Pletsch! Direitos patrimoniais de autor versus direitos culturais do cidadão: funda-

mentos para a proposição de um direito autoral-constitucional.Ciro de Lopes e Barbuda! Justiça e razão prática a partir de Aristóteles. Gryecos Attom Valente Loureiro! O direito à cultura como um direito fundamental do cidadão brasileiro.

Jairdes Carvalho Garcia! Considerações sobre o juízo de admissibilidade recursal e a política de

desafogamento dos tribunais superiores. Karine Volpato Galvani! Recuperação judicial de créditos e paraísos fiscais. Gilberto Moreira Costa! O Estado e sua responsabilização civil. Lisandra de Andrade Pereira! A Súmula 331 do TST e a responsabilidade da Administração Pública.

Ronaldo E. Scarponi Júnior

ADVOCEF lança a 14ª RDFoi lançada no XVIII

Congresso da ADVOCEF,em Fortaleza, a 14ª edi-ção da Revista de Direi-to da ADVOCEF. Na ceri-mônia de abertura doevento, o advogado Bru-no Queiroz Oliveira, doConselho Editorial, falousobre o conteúdo e osobjetivos do projeto. "Eutenho muito orgulho deatuar como advogadoda CAIXA e rendo loasaos meus colegas por-que são grandes especialistas em ma-térias que são muito importantes para anação", afirmou.

São tratados na RD temas comoFGTS, SFH, financiamento estudantil,acesso à virtualização da Justiça, con-ciliação. "São os advogados da CAIXAque fazem pareceres para os contratosque liberam créditos para as obras daCopa do Mundo e das Olimpíadas. En-tão, se isso não é advocacia pública, eunão sei o que é", comentou Bruno.

Compõem com Bruno o ConselhoEditorial da RD os advogados AlaimStefanello, Davi Duarte, Iliane Pagliarinie João Pedro Silvestrin (desembargadordo Tribunal Regional do Trabalho da 4ªRegião, ex-advogado da CAIXA). No Con-selho Executivo, trabalham os advoga-

dos Altair Rodrigues de Paula, PatríciaGuadanhim e Roberto Maia.

Um dos autores, Gryecos Attom Va-lente Loureiro, da REJUR Volta Redon-da/RJ, ex-diretor de Honorários daADVOCEF, conta que seu texto "Justiçae Razão Prática a Partir de Aristóteles"faz uma "despretensiosa análise" departe da obra "Ética a Nicômaco", deAristóteles, um dos marcos do pensa-mento filosófico ocidental, muito estu-dado nas universidades do Brasil e doexterior.

"O objeto central do estudo é analisar ajustiça e sua forma de obtenção dentro daperspectiva de razão prática, fazendo umdiálogo, ainda que en passant, com outrasmanifestações do pensamento filosófico",explica Gryecos. A ideia do texto nasceu em

uma das disciplinas de Fi-losofia que frequentou nocurso de mestrado emHermenêutica e DireitosFundamentais, no eixode pesquisa intitulado"Perspectivas da realiza-ção do Direito no contex-to da crise da razão".

O direito àcultura

Outro participanteda edição, o advogadoJairdes Carvalho Garcia,

da REJUR Ipatinga/MG, já foi presiden-te de ONG, produtor cultural, presiden-te de Conselho Municipal de Cultura,participou da construção de políticasculturais em alguns municípios minei-ros. Quando era ainda estudante de Di-reito, a preocupação com a cultura setransformou em bandeira. "Assim foique defendi em minha monografia degraduação o direito à cultura, median-te uma análise antropológica e jurídi-ca, como um direito fundamental do ci-dadão brasileiro, segundo interpretaçãodo texto da Constituição de 1988."

Excertos desse trabalho constituemo artigo publicado na RD. Depois de suaelaboração, foi criado o Plano Nacionalde Cultura pela Emenda Constitucionalnº 48, de 2005, em vias de implanta-

|||||Autógrafos no Congresso: Jairdes, Karine, Lisandra e Ronaldo

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Outros lançamentosDuas outras obras foram lançadas no XVIII Congresso da

ADVOCEF, cuja publicação contou com a competência deadvogados da CAIXA.

"Direito Processual do Trabalho no TST - Teorias e Práti-cas Modernas", da Editora Forense, reúne a experiência doadvogado Marcos Ulhoa Dani em sua atividade na GEATSjunto ao Superior Tribunal do Trabalho. Marcos Dani diz ter a"pretensão" de que sua obra seja um guia para estudantes,magistrados, advogados e servidores. A ideia do livro surgiuquando percebeu que não havia nada publicado especifica-mente sobre o assunto.

ção, tema que Jairdes pretende abor-dar em um próximo artigo.

Outro autor, o advogado RonaldoScarponi, do Rio de Janeiro, foi estagiá-rio da CAIXA, na área trabalhista, até ofinal de 2011. Recentemente aprova-do no exame da OAB, começa a atuarcomo advogado, na mesma área. Foiindicado para a RD pelo advogado TiagoNeder Barroca, com quem trabalhou naCAIXA.

Foi Tiago também quem sugeriu otema do trabalho, que obteve nota máxi-ma. "Estava buscando um tema para amonografia, e a súmula em questão eraalvo de recente polêmica na época, comjulgamento da ADC nº 16, além de serconstantemente citada nos casos com osquais lidávamos na CAIXA, envolvendoempresas terceirizadas."

O valor da RevistaGryecos Loureiro entende que a exis-

tência de uma Revista de Direito nesse

padrão, "com Conselho Editorial,regras ABNT e ISBN, é um dife-rencial em nossa carreira e com-provação da intelectualidade docorpo jurídico da CAIXA".

Jairdes Garcia salientaque a Revista, mais do queuma publicação classista, éuma contribuição científicafundamental para a área jurí-dica. "Nela estão temas mui-tas vezes desprezados peladoutrina pátria, mas que têmuma relevância jurídica e so-cial insofismável."

Jairdes garante que a RD não foi pro-jetada para satisfazer vaidades dos ad-vogados da CAIXA. "Ela veio para supriruma lacuna jurídica não contemplada empublicações semelhantes, contribuindonão só para a formação de opinião, mastambém para sistematizar áreas caren-tes de análise jurídica crítica e fundamen-tada."

Ronaldo Scarponi considera a RDpublicação indispensável, pois oferece"uma visão atualizada da doutrina do Di-reito brasileiro, das decisões, de jurispru-dências, além de legislação federal".

A Revista de Direito da ADVOCEF édistribuída nos Tribunais de Justiça e doTrabalho, tribunais superiores, órgãospúblicos e instituições de ensino.

|||||Marcos Dani: um guia para estudantes, magistrados e advogados

Já "Direito Penal no Século XXI" tem organização do advo-gado Bruno Queiroz Oliveira, do JURIR Fortaleza/CE, e doprofessor Nestor Eduardo Araruna Santiago. Lançado pelaEditora Conceito, a obra conta com a participação de juristasrenomados do país, como Luis Flávio Gomes, Marco Antôniode Barros, Paulo César Busato, Cleopoas Isaías Santos,Luciano Feldens e Agapito Machado. Segundo Bruno, os tem-pos são propícios para abordar o Direito Penal, enfrentandoas novas formas de criminalidade. Conselheiro editorial daRevista de Direito da ADVOCEF, Bruno também é professor,nas disciplinas Direito Penal e Direito Penal Econômico.

|||||Bruno Queiroz: obra com os mais importantes juristas do país

|||||Gryecos: texto inspirado em Aristóteles

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Junho | 2012 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano XI | Nº 112| Junho| 2012

Por que os projetos de crimesdigitais não se tornam leis?

Alexandre AthenienseEspecialista em Direito Digital, sócio deAristóteles Atheniense Advogados ecoordenador da pós-graduação emDireito de Informática da ESA OAB-SP.

Notícias do mundo jurídico digitalDois dos maiores especialistas sobre assuntos jurídicos do mundo digital, Alexandre Atheniense e

Omar Kaminski, divulgam suas impressões sobre a Justiça online do Brasil.

Há dezesseis anos estudo, por de-ver acadêmico e profissional como ad-vogado que atua diariamente noenfrentamento dos crimes cibernéticos,a tramitação de diversos projetos delei sobre a tipificação dos crimescibernéticos no Brasil.

Após participar de audiências públi-cas no Congresso Nacional, vários even-tos debatendo sobre o tema e mantercontato direto com todos os grupos en-volvidos na defesa de seus interesses,percebi há muito tempo que esta dis-cussão havia se afastado do plano téc-nico, jurídico e filosófico para se tornarapenas um nítido confronto político.

De um lado o PSDB, representadopelo deputado Eduardo Azeredo, quesustenta a aprovação do PL 84/1999,cuja atual redação foi compilada a partirde outros projetos sobre o mesmo tema,que já tramitam no Congresso Nacionalhá 16. O primeiro deles foi o PL 1.713,de 1996, de autoria do deputado Cás-sio Cunha Lima, que havia sido arquiva-do em decorrência do término da sualegislatura.

Em contraponto se situa o PT, alinha-do com os interesses do governo fede-ral, notadamente com maior peso na ne-gociação política, além do comando detoda a infraestrutura de tecnologia dainformação em nosso país.

Fica claro que este grupo político agecom uma estratégia de articulação bemmais proativa, sustentada com campa-nhas ilustradas com palavras de efeitomidiáticas como: AI-5 Digital, Ciberati-

vismo, Política 2.0, Mega Não. Estas tá-ticas geram mais relevância na presen-ça online, além de promoverem articu-lação e engajamento de seguidores maiseficiente da defesa de uma causa nomeio digital, dinamizando a propagan-da ideológica e política na defesa de seusinteresses. Esta causa é fundamentada,dentre outras hipóteses, na aplicação daTeoria do Direito Penal Mínimo para oscrimes praticados no meio eletrônico. Osprincípios que norteiam esta teoria sãoos seguintes:

1. Princípio da insignificância. So-mente os bens jurídicos mais relevan-tes é que devem ser tutelados pelo Di-reito Penal;

2. Princípio da intervenção mínimado Estado, por meio do Direito Penal. Emoutras palavras, o Estado não deve in-terferir em demasia na vida do indivíduo,de forma a tirar-lhe a liberdade e auto-nomia; deve, sim, só fazê-lo quando efe-tivamente necessário.

Neste tema, pode parecer, a priori,que o governo federal esteja de fatopreocupado em defender as liberdadesindividuais, para sustentar que ainternet é um mundo à parte e nem to-das as condutas ilícitas existentes nomundo presencial devam ser crimi-nalizadas quando praticadas pelo meioeletrônico.

Mas, na prática, a situação pode seranalisada por outra ótica. É semprebom lembrar que, em se tratando doexercício de poder no meio digital,quem detém exclusividade do coman-

do da infraestrutura de tecnologia dainformação a exerce de forma muitomais eficiente ante qualquer garantiaassegurada em texto de lei. LawrenceLessig, meu ex-professor no BerkmanCenter na Harvard Law School, me en-sinou há vários anos: "The Codeis Law",ou seja, quem exerce o poder e tem sobo seu controle a arquitetura da rede e ocódigo de programação de sistemassempre poderá tomar medidas maiseficientes do que qualquer tutela asse-gurada na legislação.

Em outras palavras, o exercício dopoder do controle sistêmico é muito maiseficiente do que a efetividade da lei. Oscomandantes das estruturas sistêmicasque gerenciam a informação na mídiadigital se sobrepõem aos interesses deterceiros para monitorar, efetuar cruza-mento de dados, efetivar decisões emdefesa dos seus próprios interesses, nãodeixando indícios de acessos não auto-rizados e na manipulação ilícita de da-dos de forma anônima, sem perder ocontrole dos acessos e limitação de con-dutas.

Portanto, se o governo federal jáexerce este controle da infratestruturada tecnologia da informação, é naturalque defenda a aprovação do menor nú-

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Junho | 2012II

mero de crimes cibernéticos, ou mesmoque seja mantida uma legislação inade-quada e omissa para apuração de auto-ria de ilícitos no meio eletrônico, bemcomo o abrandamento das penalidades,que na prática só teriam o efeito de miti-gar o exercício do seu poder.

3. Princípio da ofensividade. Isto é,somente podem ser consideradas comocrimes as condutas que obstruam o con-vívio social. Diante da incidência destahipótese é que se aplicaria a interven-ção penal para punir o ilícito;

4. Princípio da exclusiva proteçãodos bens jurídicos. O Direito Penal devese restringir apenas à tutela de bens ju-rídicos, não sendo legítima a defesa damoral, funções estatais, credo ou ideo-logia;

5. Princípio da fragmentariedade. Po-derá ser compreendido em dois sentidos:a) Somente os bens jurídicos mais rele-vantes merecem tutela penal; b) Exclusi-vamente os ataques mais intoleráveisdevem ser punidos com sanção penal.

6. Princípio da adequação social. Pre-ceitua a tese de que, apesar de que umaconduta possa estar em concordância aotipo penal, é recomendável deixar deconsiderá-la um ilícito quando socialmen-te adequada, ou seja, quando estiver deacordo com a ordem social.

Por esses motivos, o grupo petistadefende essas estratégias, por meio daaprovação do PL 2.793/2011, de auto-ria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP),cuja íntegra retrata a adoção do menornúmero possível das condutas ilícitasoriginadas no meio eletrônico.

Essa defesa se sustenta no argu-mento de que várias condutas previs-tas no PL 84/1999 não violariam oordenamento jurídico, seja pelairrelevância ou insignificância da condu-ta praticada.

Por este motivo, quanto menos ti-pos de crimes cibernéticos forem apro-vados de imediato, e houver um retar-damento propositado para aprovação demedidas eficientes para solucionar a in-vestigação de autoria dos ilícitos prati-cados no meio eletrônico, irá favoreceraos interesses do grupo político queestá alinhado ao governo federal, poisesta estratégia irá blindar qualquer for-ma de mitigar o poder do comando so-bre a estrutura de tecnologia da infor-mação no país.

Daí se justificam as constantes me-didas políticas do governo em retardar a

tramitação do PL 84/1999 e a supres-são de vários artigos que criavam tipospenais, com manobras para o adiamen-to de votações, sob o pretexto de que otema ainda precisa ser debatido em au-diências públicas após 16 anos detramitação do projeto original tratandodo tema. Não há mais controvérsia jurí-dica sobre o tema, mas tão somente aprevalência do interesse político gover-namental de não criar uma lei adequadapara os crimes cibernéticos.

O PL 84/1999 é muito maisabrangente em termos de criação de ti-pos de crimes cibernéticos em compa-ração com o PL 2.793/2011. Emcontrapartida, o governo federal já anun-cia na mídia que pretende aprovar a to-que de caixa o PL 2.126/2011, o MarcoCivil da Internet, em meados de 2012,sendo que o seu trâmite iniciou-se ape-nas há nove meses, em 24 de novem-bro de 2011. Várias audiências públi-cas estão sendo convocadas, mas os in-dicados para os debates são, em largamaioria os ciberativistas, para validar osinteresses do governo federal.

O suposto motivo que teria causadoo desate para este impasse político so-bre a tramitação destes projetos teriasido causado a partir da repercussão doescândalo envolvendo o vazamento dasfotos da atriz global Carolina Dieckmann.Como sabemos, a atriz foi vítima de aces-so não autorizado ao seu computador porcrackers, causando o vazamento dassuas fotos íntimas na internet. Este foi oestopim para a convocação de um acor-do entre os líderes dos partidos queobjetivou a votação do projeto de PauloTeixeira (PT-SP) na sessão desta quarta-feira (16/5), com a garantia simultâneado projeto 84/1999, relatado pelo de-putado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) naComissão de Ciência, Tecnologia Comu-nicação e Informática na Câmara.

Segundo o regimento do CongressoNacional, no estágio atual da tramitaçãodo PL 84/1999, só seria possível modifi-car a atual redação pela supressão dealguns artigos. Por este motivo, para ne-gociar o avanço do PL 84/1999, foi ne-cessária a retirada deste projeto do dis-positivo relativo à obrigatoriedade daguarda de logs dos provedores de aces-so e aplicativos, para que este tema fos-se tratado apenas no Marco Civil daInternet (PL 2.126/2011) e o crime deacesso não autorizado que será discuti-do no PL 2.793/2011.

Quem trabalha no enfrentamento ju-rídico dos crimes cibernéticos sabe dasvulnerabilidades existentes na atual con-dução do processo de identificação deautoria a partir dos indícios dos crimespraticados pelo meio eletrônico, causa-das pela não obrigatoriedade da guardados logs pelo provedores. Estes dadossão indispensáveis para a investigaçãocriminal. Sem a obrigatoriedade de pre-servação, a grande maioria dos inciden-tes poderá terminar sem solução quantoà autoria. A atual redação em debate noPL sobre o Marco Civil da Internet é bemmais protetiva aos interesses dos prove-dores e não das vítimas dos crimescibernéticos se comparado à versão queconstava originariamente no PL 84/1999.

Diante desta negociação, a redaçãodo PL 84/1999 foi mais uma vez reduzi-da, para manter apenas quatro pontosdo texto original, ou seja: tipificar os cri-mes de clonagem de cartões de crédito,racismo na internet, crimes militares e acriação de delegacias especializadas.Depois de aprovado na Comissão de Ci-ência e Tecnologia, o PL 84/1999 vaipara a Comissão de Constituição e Justi-ça e segue para a sanção presidencial.Já o projeto do deputado Paulo Teixeira ePL do Marco Civil da Internet precisarãoainda de mais tempo para aprovação,pois ainda serão necessárias várias eta-pas para concluir o trâmite regimental eaprovação no Senado.

O resultado desta negociação deixaclaro que o PT conseguiu êxito ao reduzira amplitude do PL 84/1999, com a su-pressão de várias condutas ilícitas quepoderiam ser aprovadas desde já, alémde retardar a aprovação de outras, queainda prescindirão da tramitação dos pro-jetos de leis que se alinham com seusinteresses.

Ao contrário do que foi noticiado pelamídia, o efeito Carolina Dieckmann nãocausou a aprovação da lei de crimescibernéticos, a partir de um projeto jáexistente, para definir desde já como cri-me a conduta de devassar dispositivoinformático alheio, conectado ou não àrede de computadores ou ainda adulte-rar ou destruir dados ou informações semautorização do titular.

De fato, houve apenas um acordopara colocar o projeto de lei em votaçãoem uma comissão do Congresso. Se de-pender do governo federal, essatramitação ainda será bem demorada,

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Junho | 2012 III

Facebook, invasões hackers eciberprotestos

Omar KaminskiAdvogado, presidente de Internet do InstitutoBrasileiro de Política e Direito da Informática(IBDI), membro suplente do Comitê Gestor daInternet no Brasil (CGI.br) e editor do siteInternet Legal (www.internetlegal.com.br).

até que o PL do Marco Civil da Internetseja aprovado antes dos projetos de leisobre crimes cibernéticos.

Essa negociação entre os partidos,visando desatar o nó do impasse políticoe avançar a tramitação dos projetos so-bre crimes cibernéticos, ao que me pare-ce, foi apenas uma manobra políticacasuística para desviar a atenção da so-ciedade quanto à necessidade da apro-vação imediata do PL 84/1999.

Dessa forma, foi amenizado o impac-to de suposta impunidade aos agressoresdo escândalo Carolina Dieckmann na opi-nião pública, mas teve como pano de fun-do a estratégia de manutenção dos inte-resses do governo federal em continuara estratégia de criar todas as barreiraspossíveis para manter a ineficiente legis-lação brasileira no combate aos crimes

digitais em atraso de pelo menos 16 anosem relação aos países desenvolvidos.

Essa manobra governamental vemdeixando a sociedade brasileira impoten-te e insegura, sem falar nos enormes pre-juízos já registrados pela falta de puni-ção dos infratores.

A permanecer a situação como está,não teremos meios de mitigar ou contro-lar o poder daquele que tem legitimida-de e efetivo comando sobre as nossasvidas no meio eletrônico.

O desvio de atenção da opinião públi-ca quanto à divulgação de notíciainverídica de que havia sido aprovada umalei para punir os infratores do mesmo tipopenal que vitimou a atriz CarolinaDieckmann é só um jogo de cena. O obje-tivo é desviar a atenção da necessáriaaprovação imediata de vários crimes pre-

vistos no PL 84/1999. E ao mesmo tem-po continuar blindando o governo federalcontra os riscos da eventual aprovaçãoimediata do PL 84/1999, justificada pe-los interesses já narrados anteriormente.

Apesar dessa situação, ainda sou oti-mista, embora fique indignado como ofato de que a tramitação de um projetode lei tão relevante para a sociedade te-nha que ser alavancada a partir de umescândalo de mídia nacional envolven-do uma atriz global�

Obrigado, Carolina Dieckmann! A so-ciedade brasileira, a comunidade acadê-mica e os profissionais que atuam noenfrentamento dos crimes digitais no Bra-sil lhe agradecem pela sua valiosa contri-buição em prol da tutela dos direitos docidadão brasileiros vítimas dos ilícitospraticados no meio eletrônico.

2011 foi o ano dos manifestos nainternet, que se firma definitivamentecomo instrumento de protestos e recla-mações. Sejam em 140 caracteres oupor meio de imagens com fotos, dese-nhos e sátiras, tudo de relevante (ou nemtanto), foi objeto de elogios, críticas edebates, muitas vezes acalorados, nasredes sociais. Há quem fale em"Orkutização" do Facebook pelo exces-so de superficialidades, mas é fato quea rede do Mark Zuckemberg se tornacada vez mais onipresente, inclusive noBrasil.

Prova disso é que os principais tribu-nais também já se renderam ao fenôme-no das mídias sociais, especialmenteFacebook, Twitter e YouTube. E não só ostribunais como a classe política em ge-ral. Com isso, vem aumentando a partici-pação popular no processo legislativo, in-centivada pelo próprio Congresso.

Claro, tudo tem um preço. A privaci-dade é cada vez mais relativizada, gostose preferências pessoais continuam sen-do expostos publicamente, dando vazãoa golpes e boatos, que são replicadoscomo verdades - o fenômeno chamado"meme", ou "viral", ampliando seu alcan-ce com todas as implicações jurídicas quejá sabemos, e com todas as dificuldadese a demora em obter providências.

Virou lugar comum o ato de repassaruma informação sem que haja um míni-mo de visão crítica - já que divulgar umcrime na rede gera ainda mais publicida-de ao fato e notoriedade ao praticante -,acreditando e julgando sumariamente,quando não condenando a violência físi-ca ou moral praticando, paradoxalmen-te, mais violência em resposta.

Mesmo com tantas notícias eviden-ciando a evolução tecnológica e a inova-ção, não se pode deixar de notar o altograu de intolerância e insatisfação resul-tante de atos talvez banais ou isolados,resultando em um "efeito manada" ou"mentalidade de rebanho", em reaçõescoletivas (e de certa forma histéricas) naRede e fora dela.

Algumas situações recentes balizamesse entendimento: as mais de quatromilhões visualizações do vídeo compos-to por "globais" que se firmaram contra aconstrução da usina de Belo Monte; a cri-ação de perfis falsos nas redes sociaispara incitar o ódio e a discriminação con-tra determinado grupo de pessoas (nocaso os nordestinos), motivando milha-res de denúncias aos órgãos competen-tes e iniciativas judiciais que podem semostrar redundantes ou desencontradas;e mais recentemente, o caso do cãomaltratado e morto por sua dona, que

mereceu ampla divulgação e virulentasreações por parte dos amantes de ani-mais mais radicais, que pregavam inclu-sive a aplicação da Lei do Talião: "olhopor olho, dente por dente".

Ou seja, e de forma simplista, se ogoverno e o Judiciário não oferecemrespostas céleres, resta fazer "mimimi"na Rede e denunciar como uma espé-cie de dever cívico, ou "pelo menos fizminha parte". Desde o leite que com-prou estragado, até a corrupção gene-ralizada.

InformatizaçãoMesmo com as dificuldades opera-

cionais e de ambientação, os tribunaisseguem cada vez mais informatizados.Em abril de 2011, o TST ultrapassou os100 mil processos eletrônicos, e em ou-tubro, 200 mil; em junho o STJ começoua receber processos que já nascerameletrônicos, e assim por diante. Os tribu-nais continuam em uma competição

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Junho | 2012IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano XI | Nº 112 | Junho | 2012

saudável pelo pioneirismo e melhor pres-tação de serviços aos jurisdicionados, pormeio do processo eletrônico.

A saga do fim do papel continua, ago-ra influenciando o novo Código de Proces-so Civil. Revolução ou simplificação? Pelojeito, nenhum dos dois, por enquanto, emum sistema jurídico 1.0 será apenas um"patch" para dar nuances "eletrônicas" aoprocedimento pela internet. Sem quehaja uma necessária padronização nasferramentas de acesso e nos sites dostribunais, a tarefa continuará árdua. Naausência, permanece a "briga" entreProjudi, PJe, e-Proc e e-SAJ, entre outros,e a tão propagada celeridade permane-ce mais promessa que realidade, em-bora há quem declare haver redução de80% no tempo de tramitação.

Na padronização, o software livre ouaberto é uma opção desejável e já pre-vista na Lei 11.419. A propósito, o Pro-jeto de Lei 2.289/99, o primeiro fede-ral sobre software livre ou aberto, estácompletando 12 anos em tramitação.Após notável hiato, passou por duas co-missões este ano, incorporando o pro-jeto de lei sobre padrões abertos, quevem sendo adotado por meio de leisestaduais, a mais recente no Rio de Ja-neiro.

Consultas públicasAlém das diversas audiências públi-

cas realizadas na Câmara e Senado, ti-vemos diversas consultas públicas emcomunidades especialmente criadaspara esse fim, sobre matérias que ver-sam diretamente sobre direitos "digi-tais", com destaque ao Marco Civil daInternet idealizado pelo Ministério daJustiça, que recebeu na Câmara o nú-mero 2.126/11, pretendendo consoli-dar princípios como da neutralidade darede e da inimputabilidade tecnológica.Foi criada recentemente uma ComissãoEspecial para analisar o tema.

Assunto discutido desde pelo menos2004, o Anteprojeto de Modernizaçãoda Lei Autoral do Ministério da Culturatambém foi objeto de consulta pública,gerando muita polêmica antes mesmode ser apresentado como Projeto de Lei.Ainda, o debate sobre a Proteção dosDados Pessoais, que também aguardasubmissão legislativa.

CibercrimesO famigerado PL 84/99, apelidado

de Lei Azeredo ou AI5 Digital, continuouexaustivamente debatido, mas não con-seguiu avançar ao Plenário da Câmara,com o número de críticos em franco cres-cimento. Novamente, os tipos excessi-vamente abertos e o risco de maior inse-gurança jurídica do que benefícios gera-ram entraves para uma possível aprova-ção.

Por volta do meio do ano o governobrasileiro colecionou invasões e ataquesque pareciam coordenados, e que servi-ram para demonstrar a vulnerabilidadedos sistemas governamentais. Várias pá-ginas do governo, quiçá também os ban-cos de dados contendo informações sen-síveis e estratégicas, foram supostamen-te violados. Tal fato motivou, por exem-plo, a criação de um Centro de DefesaCibernético do Exército, já antevendo ascomplicações trazidas por uma guerra ele-trônica. Até o presente momento não setem notícia de prisões ou processos. Au-sência de previsão legal, condescendên-cia, ou ato válido de protesto? De formaou outra essa tendência parece ser mun-dial.

Spam e golpes continuam se prolife-rando, e mesmo sem lei específica paraos chamados cibercrimes continuam sen-do descobertos e punidos com a legisla-ção existente, seja pela via do estelionato,seja pela via do furto qualificado. Mesmoapós tantas e insistentes campanhas paranão se clicar em tudo que se vê, o númerode incautos não parece diminuir, confor-me demonstram as estatísticas, uma vezque o número de incluídos digitalmentecontinua aumentando.

A ICP-Brasil, criada pela MP 2.200-2completou 10 anos, popularizada cadavez mais para comunicações com a Re-ceita Federal, por exemplo. O RIC, ou Re-gistro Único de Identidade, ainda em faseinicial, irá coroar a aplicação maciça dacertificação digital adotando o modelo do"smartcard", ou chip com o certificado. Jáhá quem questione as consequências dochamado número único, ou mesmo a difi-culdade em se portar um documento comtamanho alcance, ou o que poderá acon-tecer se cair em mãos erradas juntamen-te com a senha.

Na esfera trabalhista, várias decisõessobre privacidade no ambiente de traba-lho nos diversos tribunais superiores: em-presa pode filmar empregado trabalhan-do desde que ele saiba; empresa é con-denada por encaminhar e-mails de ex-fun-cionária; empresa é condenada por cobrardívida de empregado por e-mail coletivo,condenação por assédio sexual via MSNé mantida; e-mail corporativo monitoradoresulta em indenização, entre outras.

Leis importantes aprovadas este ano:12.414, que disciplina a formação e con-sulta a bancos de dados com informaçõesde adimplemento (cadastro positivo);12.485, da comunicação audiovisual deacesso condicionado; 12.507, que incluino Programa de Inclusão Digital o "tablet"produzido no país; 12.527, que regula odireito constitucional de acesso a infor-mações; e 12.551, que equipara os efei-tos jurídicos da subordinação ao chama-do teletrabalho.

O Google continua sendo, muito pro-vavelmente, o maior réu de litígios em fun-ção do Orkut, com dezenas, senão cente-nas de casos que foram julgados nesteano pela segunda instância em função dacriação de perfis falsos e crimes contra ahonra. A 3ª Turma do STJ em sede de Re-curso Especial decidiu que Google nãopode ser responsabilizado por postagensno Orkut, embora haja entendimentoscontrários nos tribunais estaduais.

Há quem pregue que rumamos paraum status de inteligência coletiva, ondeas informações ficariam na nuvem (a gran-de nuvem internet) e estão, ou deveriamestar disponíveis a todos e a todo tempo.Não sem consequências jurídicas, bemcomo a necessidade de sistemas de ges-tão e políticas de segurança mais efeti-vas vem se firmando.

É de se refletir para que tipo de cons-ciência coletiva estamos rumando, umavez que as más notícias (mortes, doen-ças, catástrofes) parecem dominar a mídiatradicional e a mídia digital em detrimen-to da educação e da cultura. Ou é mesmoessa a nossa cultura, a cultura que quere-mos?

Obs.: Artigo publicado original-Obs.: Artigo publicado original-Obs.: Artigo publicado original-Obs.: Artigo publicado original-Obs.: Artigo publicado original-mente na Revista Consultor Jurídi-mente na Revista Consultor Jurídi-mente na Revista Consultor Jurídi-mente na Revista Consultor Jurídi-mente na Revista Consultor Jurídi-

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