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ADVOCEF em Revista Maio/2012

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Maio | 20122

www.advocef.org.br � Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2011-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Júlio Vitor Greve (Brasília)|[email protected] de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)|[email protected] de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)|[email protected] de Negociação Coletiva:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)|[email protected] de Prerrogativas:Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|[email protected] Jurídico:Fernando da Silva Abs da Cruz (Porto Alegre)|[email protected] Social:Elenise Peruzzo dos Santos (Porto Alegre)|[email protected] REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|Patrick Ruiz Lima(Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Júlio Vitor Greve(Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya Rachel Basseto Vieira(Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)| Daniele Cristina das Neves(Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)| Susan Emily Iancoski Soeiro(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta(Fortaleza)|Ivan Sergio Por to Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (JoãoPessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula(Londrina)|Dioclécio Cavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho DutraFilho (Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Rober to de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (Novo Hamburgo)|PabloDrum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza (Porto Velho)|Justiniano Diasda Silva Júnior (Recife)|Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto)|Carlos Eduardo LeiteSaboya (Rio de Janeiro)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|Fabio Radin(Santa Maria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do Rio Preto)|Flávia ElisabeteKarrer (São José dos Campos)|Virginia Neusa Lima Cardoso (São Luís)|RolandGomes Pinheiro da Silva (São Paulo)|Edvaldo Martins Viana Júnior (Teresina)|TiagoNeder Barroca (Uberaba)|Lucíola Parreira Vasconcelos (Uberlândia)|Angelo RicardoAlves da Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba),Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca de Miranda Porto (Brasília) eElton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Fábio Romero de SouzaRangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima (Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo), Rogério Rubim deMiranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membro suplente: Melissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos SaadCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Gerente administrativa e financeira: Ana NiedjaMendes Nunes | Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa:Valquíria Dias de Oliveira Lisboa | Recepcionista: Roane Gomes Máximo

Expe

dien

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Edito

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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro,Davi Duarte, Estanislau Luciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Isabella Gomes Machado, JairMendes, Júlio Greve, Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor e Roberto Maia|Jornalistaresponsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected].|Projetográfico: Eduardo Furasté|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa econtracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre |Tiragem: 1.000exemplares|Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: Mensal.

A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e ainstituições de ensino e jurídicas.

Esta edição está também disponível no site da ADVOCEF (www.advocef.org.br).

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

Ao se deparar com a colorida e atraente imagem dacapa desta edição, um leitor incauto poderia talvez ima-ginar: um congresso em Fortaleza não pode ser coisaséria.

Mas aqueles que conhecem e têm participado dosencontros anuais sabem que a realidade que acompa-nha os Congressos da ADVOCEF é bem diferente dessavisão superficial.

O fato de se realizarem por vezes em locais quaseparadisíacos - e nosso país, ainda bem, é rico nesse tópi-co - nem de longe significa um menor envolvimento, umreduzido calor dos debates ou a ausência dos participan-tes aos trabalhos.

Fosse assim e concluiríamos que os habitantes detantas capitais e cidades turísticas por todo o Brasil nadamais seriam do que coadjuvantes num cenário que indu-ziria unicamente ao lazer e ao descanso.

Que o digam os abnegados anfitriões de cada even-to: colegas que somam às suas muitas horas de trabalhooutras tantas de reuniões, preparações, busca de patro-cínios, fornecedores e ideias as mais diversas para rece-ber bem os advogados e convidados que chegam de todoo país, muitas vezes para um primeiro contato com acidade, com a cultura e o povo local.

Um Congresso é, antes de tudo, fórum para muitosdebates, vários deles acirrados por personagens e argu-mentos fortes e por vezes algumas tensões, geradas dadefesa intransigente de pontos de vista nem sempre co-incidentes.

Momentos de reencontro são também pontilhadospor novos conhecimentos e amizades, confronto deposicionamentos, relatos por vezes ruidosos, outras ve-zes queixosos, mas sempre respeitosos.

E como tudo na vida precisa ser sopesado, há mo-mentos de absoluto envolvimento corporativo, gerado-res de positivas resoluções, fonte de avanços em discus-sões por vezes acaloradas e que, pelo somatório de for-ças presentes, em regra culminam em posicionamentosequilibrados e justos.

Há também, como não poderia faltar, momentos depura confraternização, de celebração por estarem juntose movendo energias em favor de algo coletivo.

Neste somatório de muitos movimentos, a ADVOCEFdestaca, nas próximas páginas, algumas das váriasfacetas da preparação de mais um Congresso anual, jáem sua décima-oitava edição, além de várias outrasmatérias de vivo interesse de nossos leitores.

Que venham muitos Congressos mais, seja onde forque se realizem, repletos da presença insubstituível da-queles que fazem nossa categoria evoluir, em compassocom o trabalho sério e comprometido, mas jamais afas-tados da vida, sua realidade e alegrias.

Sol e mar, masnem tanto

Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

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Maio | 2012 3

Decisão da Seccional da OAB/SC contraria Regulamento da Advocacia

Por ocasião de atualizações cadastraisperante o Conselho Seccional da OAB/SC, a4ª Câmara Julgadora proferiu decisão de ofí-cio no sentido de determinar o registro deincompatibilidade do art. 29 do Estatuto da Advocacia e daOAB para o exercício da advocacia além das lides da CAIXA nacarteira da OAB de uma associada da ADVOCEF lotada noJURIR/Florianópolis/SC.

Referida decisão teve como fundamento a presunção deque a carga horária de 8h do advogado da CAIXA impossibilita-ria o exercício da advocacia para terceiros, como se houvessecontrato de exclusividade. Nesse ponto, a citada decisão con-traria frontalmente o disposto no art. 12 do Regulamento Ge-ral do Estatuto da Advocacia e da OAB, o qual dispõe que ocontrato de exclusividade é aquele que conste expressamen-te previsto no contrato individual de trabalho, o que não existena relação funcional mantida entre a CAIXA e seus advogadosempregados.

Ainda, foi determinada a expedição de ofício à CAIXA solici-tando a relação de todos os advogados da CAIXA em SantaCatarina e a apresentação dos respectivos contratos de traba-lho, possivelmente para que seja estendida a aludida incompati-bilidade para os demais integrantes do JURIR/Florianópolis/SC.

Tão logo cientificada da decisão, a ADVOCEF cuidou deacionar o Conselho Federal da OAB, através da Comissão deAdvocacia Pública, para tratar do caso, onde a Dra. Meire Lú-cia Mota Coelho, a sua presidente, mostrou-se indignada coma decisão da 4ª Câmara Julgadora da OAB de Santa Catarina,

| Prerrogativas

Contra o Estatuto

Pedro Jorge Santana Pereira (*)

Câmarasde gás

O presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, e o diretor dePrerrogativas, Pedro Jorge Santana Pereira, estiveram emFlorianópolis, em 2 de maio, para tratar da decisão da 4ª Câ-mara Julgadora da Seccional da OAB/SC, que determinou aincompatibilidade de uma advogada do JURIR Florianópolis/SC para o exercício da profissão além das lides da CAIXA. Omotivo apontado foi a carga horária de oito horas cumpridapela profissional. Provavelmente para a mesma finalidade, a4ª Câmara solicitou a relação de todos os advogados da CAIXAem Santa Catarina e respectivos contratos detrabalho.

Em audiência com o presidente da OAB/SC, Paulo Roberto de Borba, os representan-tes da ADVOCEF sustentaram que a medida

contraria o disposto no art. 12 do Regulamento Geral do Esta-tuto da Advocacia e da OAB, que exige a menção expressa deexclusividade no contrato individual de trabalho, o que nãoexiste no caso da CAIXA. Carlos Castro e Pedro Jorge trataram,na Seccional, do recurso interposto contra a decisão.

A ADVOCEF acionou também a presidente da Comissãode Advocacia Pública, no Conselho Federal da OAB, Meire Lu-cia Mota Coelho, que se encarregou de levar o assunto aoPleno da OAB nacional. (Leia o artigo do diretor Pedro Jorge.)

ficando de tratar do assunto diretamente no Pleno do CFOAB,ainda este mês.

Tendo em vista a urgência do caso, posto que constituiprecedente bastante nocivo para todos os advogados da CAI-XA, a ADVOCEF cuidou de agendar visita institucional ao presi-dente da OAB/SC, Dr. Paulo Roberto de Borba, e de elaborar orecurso que será apreciado pelo Pleno do aludido ConselhoSeccional.

Assim, no último dia 2 de maio, o presidente da ADVOCEFe o Diretor de Prerrogativas estiveram em Florianópolis paraprotocolizar o recurso e para reforçar a importância do caso,tendo contado com a importante presença da vice-presidenteda ADVOCEF, Anna Claudia de Vasconcellos, da gerente doJURIR/Florianópolis/SC, Raquel Aparecida, dos advogadosMariano Moreira e Vanessa Miranda.

Após tomar conhecimento do caso, o presidente da OAB/SCmanifestou apoio e prontificou-se a encaminhar o assunto para oConselho Seccional, juntamente com o entendimento adotadopelo Conselho Federal da OAB sobre a matéria tratada.

Brincando, o presidente da OAB/SC afirmou que não per-mitiria que as Câmaras Julgadoras daquela Seccional fossemtransformadas em câmaras de gás, contra os próprios advo-gados.

(*) Dire(*) Dire(*) Dire(*) Dire(*) Diretttttor de Prerror de Prerror de Prerror de Prerror de Prerrogativogativogativogativogativas da ADas da ADas da ADas da ADas da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

|||||Audiência na OAB/SC: com o presidente da Seccional, Paulo Roberto de Borba (centro),os advogados Mariano, Vanessa, Pedro Jorge, Carlos Castro,

Anna Cláudia e Raquel Aparecida

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Evento importanteC

ongr

esso

São "grandes e animadoras" as expec-tativas do presidente Carlos Castro emrelação à realização do XVIII Congresso daADVOCEF em Fortaleza, no Ceará, ondediz ter fortes raízes. O presidente garanteque o comprometimento dos advogadosdo JURIR Fortaleza/CE, a união da Direto-ria e a competência da equipe administra-tiva da ADVOCEF e colaboradores farãocom que o Congresso - que aconteceráentre os dias 31 de maio e 3 de junho de2012 - fique marcado como um dos maisimportantes da categoria.

"Da mesma forma, estaremos fechan-do com chave de ouro este nosso primei-ro mandato e recebendo grandes fluidospara que venhamos a iniciar o próximobiênio com o pé direito, diante de tantosdesafios que ainda temos pela frente."

O diretor de Comunicação, RobertoMaia, também acha que o XVIII Congressopromete ser ainda mais especial que osanteriores. "A Comissão Organizadora doJURIR Fortaleza/CE, muito engajada e comgrupo atuante e incansável, está preparan-do um evento repleto de alegria e com umaprogramação social acolhedora e sóbria."

Roberto informa que os organizadoresobtiveram, inclusive, patrocínios locais re-levantes, para tornar menos oneroso oencontro nacional.

Advogados preparam o XVIII Congresso em Fortaleza

Estreia na RDEntre as atrações do evento está o lan-

çamento da 14ª edição da Revista de Di-reito da ADVOCEF, que, ressalta o presi-dente Carlos Castro, "a cada semestre vemsurpreendendo pela atualidade e qualida-de dos trabalhos publicados". O presiden-te chama a atenção, nesse volume, paraa estreia da advogada recém formadaLisandra de Andrade Pereira, ex-gerenteda Associação em Porto Alegre/RS.

"Temos a maior satisfação de ver pu-blicado o trabalho da hoje Dra. Lisandrade Andrade, que muito contribuiu com anossa Associação. São exemplos como odela que nos fazem acreditar que acerta-ram os nossos ex-dirigentes quando resol-veram investir em nossos empregados,ação que tenho o privilégio de dar conti-nuidade."

Durante o Congresso, uma Assem-bleia Geral Ordinária vai examinar a pres-tação de contas da Diretoria, dar posse ànova Administração e aos Conselhos Fis-cal e Deliberativo e revisar a pauta de rei-vindicações da categoria, entre outros as-suntos.

Devem comparecer ao evento repre-sentantes da DIJUR, EMGEA, SUMRE eVICOR, que participarão de palestras edebates. A política de terceirização dasatividades jurídicas e as ações judiciaisquestionando saldamento e CTVA são al-guns dos temas que estarão em discus-são.

Carlos Castro menciona a colabora-ção da DIJUR e da SURSE, já habitual, quelibera os participantes do evento, confor-me disposto no Acordo Coletivo. "Por tudoque se prepara, não há como não esperarum extraordinário sucesso para o XVIIICongresso", acredita.

Revista de Direito, 14ª ediçãoConfira as obras e autores que compõem o 14º volume da Revista de Direito da ADVOCEF:

! Justiça e razão prática a partir de Aristóteles - Gryecos Attom Valente Loureiro! A Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho: por que o Direito

internacional pode colaborar com o Direito interno brasileiro? - Anelise RibeiroPletsch! A Súmula 331 do TST e a responsabilidade da Administração Pública - Ronaldo E.

Scarponi Júnior! Considerações sobre o juízo de admissibilidade recursal e a política de

desafogamento dos tribunais superiores - Karine Volpato Galvani! Direitos patrimoniais de autor versus direitos culturais do cidadão: fundamentos para

a proposição de um direito autoral-constitucional - Ciro de Lopes e Barbuda! O direito à cultura como um direito fundamental do cidadão brasileiro - Jairdes

Carvalho Garcia! Recuperação judicial de créditos e paraísos fiscais - Gilberto Moreira Costa! O Estado e sua responsabilização civil - Lisandra de Andrade Pereira

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Com muito carinho

André Luis Meireles Justi,Karla Karam Medina e

Maria Rosa de CarvalhoLeite Neta (*)

O XVIII Congresso da ADVOCEF, queacontecerá em Fortaleza/CE, está sendopreparado com muito carinho, a fim de quetodos sejam bem acolhidos e possam des-frutar da receptividade e irreverência dopovo cearense, sem se afastar da boa or-ganização do evento e do debate constru-tivo para os interesses da categoria.

A logomarca criada reflete, além dasbelezas naturais, o ideário de libertação,

representado na figura da IracemaGuardiã, bem como a alegria do nossopovo, expressada na marca do sorriso.

Estamos privilegiando a cultura e agastronomia cearenses, mas oferecendoopções variadas para propiciar alternati-vas ao visitante.

Na abertura teremos um coquetelprivilegiado na cobertura do Hotel GranMarquise, oferecendo uma paisagem

magnífica da orla fortalezense euma acolhedora brisa marítima.

Na sexta-feira, o jantar será ti-picamente nordestino ladeadopor um cenário regional, acompa-nhado de um convite para a músi-ca e dança da terra.

No sábado, a festa de encer-ramento estará encenada numapraia privativa dentro do Iate Clu-be, oferecendo um Luau combuffet variado e música eclética,

|||||A Comissão de Fortaleza: Maria Rosa, Karla e André

ocasião em que todos poderão se juntarao clima de descontração em trajes pre-ferencialmente brancos para celebrar atéo alvorecer do dia.

Assim, cada detalhe que preparamosfoi visando oferecer uma emocionanteestadia em Fortaleza/CE e para que to-dos os nossos visitantes possam levarótimas lembranças do nosso Congresso.

(*) Comissão Organizadora(*) Comissão Organizadora(*) Comissão Organizadora(*) Comissão Organizadora(*) Comissão Organizadorado XVIII Congresso da ADdo XVIII Congresso da ADdo XVIII Congresso da ADdo XVIII Congresso da ADdo XVIII Congresso da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF,,,,,

em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.

O que já foi dito Por que irMatéria publicada no Boletim da ADVOCEF de ju-lho de 2005 pesquisou os motivos que levam osadvogados aos Congressos da ADVOCEF. Confira:

Para estabelecer metas e tomar decisões co-muns dos JurídicosPara representar de fato os anseios dos cole-gasPara difundir e elevar o prestígio profissional dacategoria na CAIXA, tendo por meta o tratamen-to equânimePorque os Congressos simbolizam a união, e aunião faz a forçaOs Congressos sempre trouxeram conquistaspara a categoria. De um deles saiu a decisãovitoriosa de exigir na Justiça o cumprimento doAcordo ColetivoPara conhecer o próprio papel na Empresa

"Parece que ainda não surgiu nada mais humano, sensível e funcional doque o 'olho no olho', o debate franco e as verdades ditas de forma sincerae respeitosa." Editorial do Boletim da ADVOCEF, maio de 2008.

"Toda vez que os advogados da CAIXA se reúnem é oportunidade única einsuperável de crescimento do grupo em identidade e convicção de seusideais." Editorial do Boletim da ADVOCEF, junho de 2008.

"É da soma de energia e dedicação, de esperança, de solidariedade, derealizações, conquistas e revezes que é feita a história da Associação."Davi Duarte, no Boletim da ADVOCEF, junho de 2007.

"O primeiro Congresso de que participei teve o doce sabor da novidade, oorgulho de pertencer a uma categoria diferenciada, organizada ebatalhadora, o prazer de reencontrar velhos colegas e conhecer novosguerreiros." Leandro Giorni, na ADVOCEF em Revista, maio de 2011.

"É comovente perceber-se oempenho e dedicação des-ses colegas para tocar à fren-te a Associação, cuidandodos nossos interesses. (...)Associem-se, vale a pena!"Lúcio André Paiva, após par-ticipar pela primeira vez doCongresso. ADVOCEF emRevista, junho de 2011.

|||||O advogado Jorge Amádio, do JURIR Cuiabá/MT, com o jacaré Pelé, na época de preparaçãodo XVII Congresso, no Pantanal Mato-Grossense

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Notas para a AdministraçãoAdvogados dão sugestões para a nova Diretoria da ADVOCEF

Inte

raçã

o

O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, reeleito para o biênio 2012-2014, comentou na edição pas-sada desta Revista que cha-mou sua atenção, durante acampanha eleitoral, que amaioria das propostas daoposição já estava sen-do executada em suagestão. Mesmo assim, opresidente tomou notade algumas críticas parapossível aproveitamentono segundo mandato, composse marcada para o XVIIICongresso da ADVOCEF, emFortaleza/CE.

Nesta edição, seguimos ouvindorepresentantes das unidades jurídicas arespeito da ADVOCEF. Na Revista de abril,o tema foi a disputa eleitoral. Neste mês,os entrevistados analisam o trabalho daAssociação e dão sugestões para a ad-ministração que inicia em 31 de maio de2012. Leia a seguir.

Avançar na interatividadeO advogado Aquilino Novaes

Rodrigues, representante eleito da REJURUberlândia/MG, acha que a ADVOCEFdeve dar continuidade aos projetos atu-ais, valorizando as relaçõesinstitucionais em defesa dosobjetivos estratégicos. "Vejoque podemos avançar e mo-dernizar os canais deinterlocução com os associa-dos, de forma a aumentar ainteração e dar voz às ques-tões mais afetas diretamenteno dia a dia."

Com pouco tempo comoassociado (participou agora desua primeira eleição), Aquilino percebea preocupação de colegas com o exces-so de jornada, a falta de estrutura idealpara desempenho do trabalho. "A inda-gação que surge é: o que nossa Associa-ção pode fazer para melhorar essa reali-dade?" Para ele, entre as bandeiras es-senciais da ADVOCEF deve estar a lutapela contratação de novos profissionais

e de melhores condições de trabalho.Em outro nível, sugere uma reforma

no Fórum (do site), para facilitar a dis-cussão de ideias. Pensa em tópicosatualizados e segmentados, um espaçopara apresentação de sugestões e re-clamações. "Enfim, aumentar ainteração com o associado, envolvendo-o nos debates e questões cotidianas dacoletividade."

O advogado Edson Maciel Monteiro,representante eleitodo JURIR Floria-nópolis/SC, diz quea ADVOCEF evoluiumuito nos últimosanos e pode crescerainda mais. Porexemplo, aperfeiço-ando a forma de con-trole da arrecadaçãodos honorários. "Osistema de DLEs

existente é muito falho. Há certamentemeios de controle mais simples e efica-zes que a Empresa poderia imple-mentar."

Com a mesma preocupação, o cole-ga Aquilino opina que a sistemática dearrecadação e controle de honoráriospode ser melhorada adotando-se um sis-tema integrado, "adequado à realidade

tecnológica, eliminando-se o trabalhosométodo atual".

Abordando esse tema nacampanha, os candidatos, hoje

titulares eleitos das pastas daSecretaria e Tesouraria, des-

tacaram o avanço obtidocom a centralização dasatividades da ADVOCEFem Brasília. Afirmaram assecretárias eleitasLenymara Carvalho e Lya

Rachel Basseto Vieira e ostesoureiros eleitos Daniele

Cristina Alaniz Macedo eEstanislau Luciano de Oliveira:"A proximidade com os mem-

bros da Diretoria Executiva com funçõesde ordem administrativa facilita a ges-tão, viabiliza os controles de forma cons-tante e permite a imediata correção derumos, em favor da agilidade e da boaadministração dos recursos da entida-de."

Meios físico e virtualO representante eleito da REJUR

Maringá/PR, José Irajá de Almeida, su-gere o uso de mídias digitais nas reuni-ões entre os membros da administraçãoe com os associados, para reduzir os cus-

tos e aperfeiçoar as gestões.Outra boa medida, segun-

do Aquilino, será disponibilizaras publicações da ADVOCEFem formatos digitais (ebook)."Temos muito para explorar.Hoje consigo ter o acervo dis-ponível o tempo todo emtablet. Porém, estou preso aoformato atual. Poderíamoscriar coletâneas de jurispru-dências publicadas."

Na campanha eleitoral, o diretor deComunicação (reeleito) da Associação,Roberto Maia, anunciou o propósito decontinuar o processo paulatino de mi-gração da publicação da ADVOCEF emRevista para o meio virtual, reduzindoas despesas de produção gráfica "e aomesmo tempo garantindo o livre acessoaos nossos associados e a toda a comu-

Carlos CastroPresidente

Álvaro Weiler JuniorVice-Presidente

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Maio | 2012 7

nidade jurídica eassociativa".

A advogadaJanete Ortolani,eleita represen-tante suplente doJURIR Brasília/DF,acha que se devebuscar uma formade aumentar o in-teresse dos asso-ciados, para quea Associação sejamais que uma repassadora de honorári-os. "Talvez seja necessária a contra-tação de uma consultoria de marketingou de recursos humanos", sugere, paraaumentar o envolvimento do pessoal.

Propõe a realização de reuniões pe-riódicas nos Jurídicos Regionais, para ou-vir "as bases" diretamente e não "por in-terpostas pesso-as".

Para José Car-los de Castro, re-presentante daREJUR Piracicaba/SP, a candidaturado Conselho Deli-berativo deveriaser independenteda chapa executi-va. "Daria umamaior transparên-cia a todo ato emanado da di-reção da ADVOCEF e afastariaqualquer crítica acerca do exa-to papel do Conselho na enti-dade."

O advogado também gos-taria que existissem cursosde importância para o advo-gado, como o que foi promo-vido recentemente pela Dire-toria Jurídica sobre CréditoImobiliário. Principalmente naárea trabalhista, ressalta."Não adiantam somente peças unifor-mes nacionais, necessitando, sim, de co-nhecimentos teóricos que contribuamcom o aperfeiçoamento do advogado."

Foco nos honoráriosJosé Irajá entende que a ADVOCEF

deve focar suas ações na arrecadaçãode honorários, priorizando o que estásendo discutido judicialmente, principal-mente o processo relativo ao FGTS. "Aatual administração fez um bom traba-lho na sua primeira gestão", reconhece.

O diretor de Honorários eleito, DioneLima da Silva, disse na campanha queprosseguirá o trabalho da Diretoria ante-rior, dando especial atenção às Comis-sões de Honorários, fazendo um diag-nóstico permanente da arrecadação emantendo o diálogo aberto com osgestores da CAIXA e associados.

Dione prometeu "ampliar o debatesobre a terceirização na recuperação ju-dicial do crédito da CAIXA e seus efeitosnefastos perante a categoria", assimcomo "valorizar o advogado da CAIXA,demonstrando cada vez mais o impactopositivo da atuação da área jurídica paraos resultados da Empresa".

José Carlos recorda o personagemde um filme de Pier Paolo Pasolini ("Paraque ver realizada uma obra se é tão belosonhá-la"), sonhando com a unificaçãoda carreira, sem as distorções hoje exis-

tentes. "Afinal, as-sim como nãopode existir meiocidadão, tambémnão podemospossuir na CAIXAo meio advogado,na acepção finan-ceira do termo. Osproventos deveri-am ser similares,respeitando-seapenas o tempo

de serviço e as funções de chefia. Ora,se todos realizam trabalho idêntico, querecebam o mesmo salário." Aí, salienta,a ADVOCEF tem um papel fundamentala cumprir.

Outro objetivo idealizado por JoséCarlos é a existência de um corpo sólidode advogados. "Sinceramente, em qua-

se 24 anos emque atuo comoadvogado tenhovisto peças elabo-radas por terceiri-zados que, comodiz um velho co-nhecido advoga-do da CAIXA, é ca-paz de fazer coraro mais recatadodos anacoretas".

A verdade éque o comprometimentocom a Empresa é preocupa-ção dos advogados do qua-dro, diz José Carlos. "A Dire-toria quer resultados e nãovai querer saber se a perdado processo se deu por atu-ação de terceirizados ounão. O que vejo hoje é umtoma lá dá cá. Parece algocomo 'Eu finjo que defendoa CAIXA e a CAIXA finge quepaga a nós, advogados ter-

ceirizados'".Acreditando que os objetivos sejam

alcançados, José Carlos queria ver os es-forços da categoria contemplados pelaaprovação do projeto de lei que torna osadvogados da CAIXA integrantes da Pro-curadoria Geral da União.

Mas o advogado José Irajá, nesseponto, acha que o debate deve ser am-pliado, para que os associados tenhamnoção exata das mudanças para a car-reira "e se isso realmente interessa paranós".

Lenymara CarvalhoPrimeiro Secretário

Lya Rachel B. VieiraSegundo Secretário

Estanislau L. de OliveiraPrimeiro Tesoureiro

Daniele Cristina A. MacedoSegundo Tesoureiro

Maria Rosa de C. L. NetaPrerrogativas

Pedro Jorge S. PereiraJurídico

Isabella Gomes MachadoSocial

Júlio Vitor GreveArtic. e Relac. Institucional

Roberto MaiaComunicação

Dione Lima da SilvaHonorários

Marcelo Dutra VictorNegociação Coletiva

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Com razão e bom humorA

dvoc

acia

Episódio de 1932 resgata a luta histórica pelos honorários

Uma Minuta de Agravo endereçadaao Tribunal de Justiça de São Paulo, em1932, resume a história da luta dos ad-vogados Noé Azevedo e Licinio Silva pelacausa do justo pagamento dos honorári-os. Publicada por Noé em seu livro "Con-tra a Ditadura Judicial em Matéria de Ho-norários" (Editora Revista dos Tribunais,1933) e resgatada pelo site Migalhas, aMinuta, com argumentos e bom humor,mostra como e por que deve ser valoriza-do o trabalho do advogado. Está, na ínte-gra, no Juris Tantum desta edição.

A petição, assinada por Noé Azeve-do (1896-1972), ex-presidente da OAB/SP, inicia transcrevendo os seis pontosessenciais que, segundo o escritor italia-no Giovanni Giuriati, devem ser conside-rados a respeito dos honorários:

1) Reputação de capacidade e probi-dade do profissional; 2) Dificuldade do tra-

balho prestado; 3) Valor da causa; 4) Tem-po e estudo presumivelmente necessári-os para a defesa; 5) Gravidade emultiplicidade das questões tratadas; e6) Mérito intrínseco dos trabalhos.

Os itens foram citados pelo juízo da1ª Vara de Órfãos e Ausentes de SãoPaulo, que apreciou, "e aí com grandebenevolência", apenas o primeiro e osexto elementos, "desprezando" os de-mais. Noé discorre, então, sobre cadaponto.

A título de caridade"Diz o M. Juiz que a tarefa não apre-

sentava aos patronos maiores dificul-dades, eis que tudo se resumia em in-terpretar uma disposição testamentá-ria, sustentando o testamenteiro umponto de vista já, em parte, prestigiadopor acórdão anterior..."

Noé observa que o magistrado cer-tamente esquecera de seus tempos deadvogado. "Devia S. Exa. ter se coloca-do na posição dos patronos dotestamenteiro, em face da decisão defls. 891. Aí está a encruzilhada da cau-sa. Aí o ponto neutro onde a ciênciajurídica não oferece bússola capaz dedar uma orientação segura ao profissi-onal. Aí temos uma decisão de corescambiantes como o camaleão doestelionato, na qual se esconde a ma-lícia do juiz."

Mais adiante: "Tudo que fizemosnesta causa é trabalho de advocacia,fruto da perspicácia de advogados enão da ciência de juristas que não so-mos. (...) se não tivéssemos visto todoo desdobrar da questão com a maisperfeita nitidez, a causa estaria per-dida."

Noé argumenta que, segundo apraxe do Foro, tinham o direito de exi-gir 20% de honorários. Tratando-se, noentanto, de instituições beneficentes,pediram o equivalente a cerca de 4%do valor da causa: 200:000$000. Vie-ram os peritos e arbitraram em150:000$000, correspondente a 3%do valor da causa. "Foram mais huma-nos do que justos. Como homens, e

A rainha e o relojoeiroHistorinha contada pelo advogado Noé Azevedo, em sua Minuta deHistorinha contada pelo advogado Noé Azevedo, em sua Minuta deHistorinha contada pelo advogado Noé Azevedo, em sua Minuta deHistorinha contada pelo advogado Noé Azevedo, em sua Minuta deHistorinha contada pelo advogado Noé Azevedo, em sua Minuta de

AAAAAgragragragragravvvvvo publicada no encaro publicada no encaro publicada no encaro publicada no encaro publicada no encarttttte e e e e Juris TJuris TJuris TJuris TJuris Tantumantumantumantumantum.....

"Conta-se que um dia parou umriquíssimo relógio adereço, objeto degrande estimação da desditosa rai-nha de França.Todos os relojoei-ros célebres exa-minaram a joiasem descobrir odefeito do minús-culo aparelho.Mas indicaramum relojoeiro quemorava num bair-ro afastado e queseria capaz de fa-zer a reparação.

A rainha foiprocurá-lo pesso-almente. Ele exa-minou a peça atentamente durantealguns minutos, descobrindo o defei-

to. Deu-lhe uma pequenina martela-da e o relógio começou a andar regu-larmente.

A rainha per-guntou quanto erao serviço e o relo-joeiro pediu 50francos. Ela achouque era muito di-nheiro por umasimples martela-da. Mas o artíficerespondeu queela devia levar emconsideração todoo tempo que elelevou para apren-der a dar aquelamartelada que

nenhum outro relojoeiro de Parispôde dar."

|||||Maria Antonieta

|||||Advogado Noé Azevedo: pela Justiça

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Maio | 2012 9

não como advogados, sentimo-nos nodever de concordar com essa justiça deSalomão, ou com esse arbítrio de bonsvarões", concede Noé. "Mas veio adolorosa surpresa do despacho agrava-do. O dr. Promotor de Resíduos opi-nara pela redução dos honorários a100:000$000. Mas o M. Juiz reduziu-os a 75!"

"A título de caridade ainda podería-mos nos conformar com mais essa re-dução e até mesmo com a prestaçãogratuita dos serviços. Mas a dignidadedos advogados não pode suportar se-melhante golpe."

Prossegue, mais adiante:"Operários intelectuais, reclama-

mos o salário que é o pão nosso de cadadia. Nesta quadra socialista e quase co-munista já não reclamamos a expres-são fidalga de honorários. Aceitamosde bom grado os salários. Mas será do-loroso receber gorjeta..."

A martelada no relógioPara o juiz, "as petições e arrazoa-

dos dos patronos não lhes teriam cus-tado excessivo estudo nem consumi-do tempo muito dilatado". Noé lem-brou que a demanda começou em 04/06/1929 e terminou em 04/05/1932, período em que precisaramacompanhar todos os recursos inter-postos, atentos às minúcias da ques-tão. No entanto, mesmo que bastassepouco tempo para um juízo seguro,isso só seria possível a quem, "como o

Sistema de parceriaÁlvÁlvÁlvÁlvÁlvarararararo Wo Wo Wo Wo Weiler Junioreiler Junioreiler Junioreiler Junioreiler Junior, dire, dire, dire, dire, diretttttor de Honorários da ADor de Honorários da ADor de Honorários da ADor de Honorários da ADor de Honorários da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF

"É impressionante aatualidade da matéria,mesmo passados 80anos! Da mesma forma, fi-camos impressionadoscom a lucidez, combati-vidade e orgulho de classedo nobre advogado recor-rente. Devemos seguiresse exemplo e ter a ple-na consciência de que oshonorários, apesar de nãoconstituírem salário, constituem partevariável da remuneração mensal de-corrente do êxito na recuperação judi-

Decisões desarrazoadas Marcelo Quevedo do Amaral, ex-diretor de Honorários da ADVOCEFMarcelo Quevedo do Amaral, ex-diretor de Honorários da ADVOCEFMarcelo Quevedo do Amaral, ex-diretor de Honorários da ADVOCEFMarcelo Quevedo do Amaral, ex-diretor de Honorários da ADVOCEFMarcelo Quevedo do Amaral, ex-diretor de Honorários da ADVOCEF

O que mais me cha-mou atenção nessecaso é a histórica dificul-dade dos magistradosem se colocarem, paranão dizer compreende-rem, no papel dos advo-gados e a importânciada sua atuação, poden-do assim mensurar o va-lor do seu trabalho. Taldificuldade se agravouem muito ao longo dos anos, princi-palmente, pelo fato de muitos magis-

M. Juiz, já houvesse consumido muitotempo no estudo dos problemas de di-reito".

Seria o caso, acrescenta Noé, dorelojoeiro que, na opinião da rainhafrancesa Maria Antonieta, teria cobra-do muito caro por uma simples marte-lada para consertar seu relógio de es-timação (veja o boxe na página 9).

O juiz avaliou que foi preciso pou-co tempo e estudo para a causa. Noéadmite que realmente não escreverammuito nem citaram muitos autores."Mas se isso se deu foi justamente por-

trados terem sido investi-dos da função muitos jo-vens e sem a necessária erica experiência de militarna advocacia.

Esse problema, certa-mente, se reflete muitoalém da fixação dos hono-rários sucumbenciais. A fal-ta de experiência e conví-vio com a comunidadeonde o magistrado vive leva

fatalmente a decisões injustas edesarrazoadas.

que tínhamos estudado o Direito e osfatos com tempo suficiente para ser-mos breves." E lembrou o padre Vieiraque, ao terminar uma longa carta, ob-servou: "Esta vai longa porque não tivetempo de ser breve..."

Noé conclui a minuta pedindo jus-tiça ao Tribunal: "Como se há de mediro valor intrínseco do nosso trabalho?Pela sua extensão, pela riqueza das ci-tações, pela ostentação de erudição,ou pela simplificação dos fatos e peloacerto da demonstração do direito apli-cável à espécie?"

cial do crédito do nosso cli-ente.

Não estamos limita-dos a salário. Temos aresponsabilidade de au-mentar o ganho do nossocontratante e, na mesmaproporção, a oportunida-de de ver majorado o va-lor dos honorários men-sais rateados através danossa Associação. Trata-

se de um sistema de parceria, aferi-ção de produtividade e valorização dameritocracia."

|||||Padre Vieira: não teve tempo de ser breve

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Adv

ocac

ia

O texto incluído no livro"Contra a Ditadura Judicialem Matéria de Honorários",de Noé Azevedo, é brilhantee sintetiza as inúmeras ques-tões que envolvem os hono-rários advocatícios e sua fi-xação, o que para ser ade-quadamente realizada de-manda julgamento maiscomplexo que o da própriacausa, em certos casos, poispara julgar algumas lides de-cide-se de forma objetiva se a pretensão éou não procedente, e quanto aos honorári-os tem-se que enfrentar uma série de ques-tões, até mesmo por expressa disposiçãolegal. Grau de zelo, complexidade, assimcomo valorar o trabalho de um profissionaldo Direito e todas as dificuldades daí decor-rentes, como restou evidenciado no texto.

Além dos casos como o relatado peloNoé Azevedo, que remonta ao início doséculo passado, temos que ter consciên-cia de que evoluímos para uma prestaçãojurisdicional de massa, em que cada vezmais cidadãos têm acesso ao Poder Judici-ário e com uma breve retrospectiva pode-mos constatar que nesse novo cenário atendência tem sido a de buscar formas de

Julgamento mais complexoAntônio Xavier (*)

se desonerar o jurisdicionadoe isso tem repercutido direta-mente nos honorários.

A Justiça do Trabalhoinaugurou essa tendência,por ser voltada para a grandemassa dos trabalhadoresjurisdicionados e continuoucom os Juizados Especiais.

A Lei de Desapropriaçõessofreu mudança significativa em matériade honorários advocatícios, pois o PoderPúblico, ao ter que arcar com o pagamentode 20% a título de honorários, em açõesmilionárias, cuidou em editar leimodificativa, de modo a que os honoráriosfossem fixados em outros termos, com li-mite máximo para causas dessa natureza.

E essa tendência tem ganhado cadavez mais força, pois a expansão da presta-ção jurisdicional e a busca de maiorefetividade por parte do Poder Judiciáriorestam por esbarrar nos honorários e cus-tas processuais.

De um lado o Poder Judiciário cada vezmais atuante e tendo de responder ao cres-cente número de demandas, com criação

de estrutura, contingente de servidores euma série de novos desafios que surgiramda expansão da prestação jurisdicional, ede outro, o instituto dos honoráriosadvocatícios que por lei são carreados àparte sucumbente nas demandas judiciais,nas hipóteses em que não houve aexcepcionalização da mesma.

O que justificou a inclusão dos honorá-rios advocatícios, com encargo da partesucumbente, à época em que foi estabele-cido, tem que ser ressaltado e ajustado ànova realidade, de modo a que se criemmecanismos adequados para sua fixação,e conscientização quanto aos mesmos,resgatando-se a sua função, compati-bilizando-os à atual realidade.

Certo é que não podemos adotar umapostura romântica e apegada a premissasque já não existem mais e temos que bus-car formas de fazer com que os honoráriosadvocatícios e seu regramento reflitam aatual realidade de modo a que venham aser fixados adequadamente e sem que serecorram a subterfúgios para excluí-los,como tem sido recorrente atualmente.

A realidade mudou e temos de nosadaptar a ela.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emRecife/PE.Recife/PE.Recife/PE.Recife/PE.Recife/PE.

Os nervos expostos Dione Lima da Silva (*)

Lendo o artigo incluído no livro "Con-tra a Ditadura Judicial em Matéria de Ho-norários", de Noé Azevedo, pude compre-ender que o tema sobre o aviltamento doshonorários advocatícios sempre foi um dosgrandes "nervos expostos" da advocacia,quem sabe o próprio "Calcanhar deAquiles" da profissão.

O aviltamento dos honorários é umaprática que infelizmente continua sendorealimentada ao longo dos anos por algunsmembros da magistratura brasileira, comoclaramente se pode observar no belo econtemporâneo artigo.

Lamentavelmente, muitos desses ma-gistrados são movidos pela inconfessávele distorcida intenção de inibir a atuação,principalmente, daqueles combativos ad-vogados, que defendem os interesses dapopulação mais empobrecida e maisinjustiçada, por isso mesmo compondo o

segmento profissional maisdependente da remuneraçãosucumbencial. Esta forma deinteligir aponta, lá na frente,para o efeito da derrogaçãobranca, na prática, do art.133, da CF, na privação daJustiça àqueles que mais delanecessitam.

Logo, aviltar honoráriosde sucumbência é condutaque deve sempre ser lida,nas entrelinhas, como umatentativa de aviltamento daprofissão advocatícia, uma forma de tor-nar o advogado indigno, um ser social des-prezível e abjeto, alguém cuja atuação sedeva eliminar da sociedade, mesmo quepela ruína econômica.

O mais injusto de tudo isso é que al-guns magistrados teimam em apequenar

a verba sucumbencial dosadvogados credores, mes-mo diante de devedores ju-diciais contumazes e reni-tentes, que muitas vezesusam (e abusam) dos recur-sos públicos, entupindo asprateleiras assoberbadasdos cartórios judiciais comexpedientes processuaisprocrastinatórios ao longode anos e anos.

Essa teimosia apenaspremia os embusteiros ju-

diciais, sejam pessoas físicas ou grandesgrupos econômicos privados, que transfor-mam o Estado-juiz e a máquina judiciáriainteira em meras ferramentas para o gan-ho de renda extra e indevida, pois aplicamo que devem aos outros no seu próprionegócio ou no mercado financeiro, ganhan-

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| Homenagem

O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, recebeu da Câmara Municipal deOlinda/PE a Medalha e Diploma do Méri-to Aluísio Magalhães, homenagem con-cedida a figuras ilustres da cidade. CarlosCastro, conhecido como Bebeto, foi vere-ador de Olinda entre 2005 e 2008. Acomenda foi proposta pelo vereador JoãoLuiz e aprovada por unanimidade pelos17 parlamentares municipais.

Estiveram presentes na cerimônia odesembargador eleitoral Ronni Duarte, oconselheiro federal da OAB PedroHenrique Reinaldo e o gerente do JURIRRecife/PE, Ricardo Siqueira, representan-do o diretor jurídico da CAIXA, JailtonZanon.

O vereador Carlos CastroPresidente da ADVOCEF recebe diploma do Mérito Aluísio Magalhães, em Olinda/PE

Na solenidade, opresidente da Câma-ra, Marcelo Soares,destacou a atuaçãode Carlos Castro naluta pela defesa dacidadania, destacan-do-o entre os cincovereadores maiscompetentes e pre-parados que já pas-saram por Olinda. "Te-nho orgulho em dizerque a entrega dessacomenda a ele é umdos pontos marcantes da minha gestão",afirmou.

Filho fielNa tribuna, o em-

presário e ex-ministroArmando MonteiroFilho disse que o ho-menageado semprefoi um companheiroleal, sério e compro-metido com o povo."Olinda fez jus a essefilho fiel", concluiu.

O prefeito RenildoCalheiros discorreu

sobre a história de Olinda, destacando aatuação do vereador Bebeto e de seu pai,Ubiratan de Castro e Silva, que adminis-trou a cidade.

De acordo com o vereador João Luiz,Carlos Castro se destacou em Olinda comodiretor da antiga Diretoria Regional de Edu-cação, implantando novas escolas e aper-feiçoando o ensino no município.

Emocionado, Carlos Castro agrade-ceu a homenagem, que ocorreu no diado seu aniversário, com a presença dosfilhos Carolina e Heitor, dos irmãos, sobri-nhos e amigos.

(Com informações da Folha dePernambuco.)

|||||Carlos Castro, com os colegas do JURIR Recife/PE Justiniano Júnior, Mariados Prazeres, Ricardo Siqueira, Roseane Hollanda e Luiz Sales

|||||Carlos Castro, com os vereadores de Olinda, exibe o Diploma do Méritoe a Medalha Aloísio Magalhães

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do altas remunerações com o dinheiroalheio, para pagar a conta judicial anosmais tarde, acrescida apenas de correçãoe dos módicos juros legais, embolsandouma espetacular diferença.

Por conta dessa recalcitrância, sãocada vez mais frequentes casos em queadvogados que passam anos acompa-nhando e trabalhando em ações comple-xas, de alta responsabilidade frente a seusconstituintes, e, após vitoriarem, acabam"brindados" com valores irrisórios de ho-norários de sucumbência, com base emargumentos de escassa ou inexistentejuridicidade como estes: "...tendo em vis-ta a singeleza da causa...", "...dado que asmatérias são repetitivas nesse Poder...",ou ainda: "...tendo em vista a rápidatramitação do feito...", etc., etc.

Ora, deve-se compatibilizar semprea verba sucumbencial com o impacto,econômico ou não, que o resultado daação provocará à parte, aí residindo ocerne do exato espírito que impregna anorma do art. 20, do CPC. E isto nadatem a ver com o fato de a causa ser com-plexa, singela ou ainda repetitiva, ou sea ação teve tramitação rápida ou vaga-rosa, pois estes são aspectos que so-mente devem acrescentar valoração àverba originária básica que emerge daregra do art. 20, §3.º, do CPC quando dacondenação, à luz dos critérios geraispotencializadores ali previstos. Tais fa-tores devem sempre acrescer à regrageral e nunca serem usados para aviltara remuneração para aquém da devida,uma distorção que tem sido comum

hoje, em completa inversão ao espíritodo legislador.

Portanto, com bem recorda o texto emdestaque, este tema precisa sempre serencarado de forma séria e combativa pe-los nossos colegas advogados, antes quealguns magistrados cheguem às raias deinovar, deixando de atribuir os honoráriosde sucumbência que hoje fixam em nívelsimbólico para assumir, de uma vez, a teseda não atribuição de honorários em deter-minadas demandas, o que fatalmenteseria, além de absurdo, um legítimo aten-tado contra a advocacia e contra a demo-cracia brasileira.

(*) Advogado da CAIXA em Porto(*) Advogado da CAIXA em Porto(*) Advogado da CAIXA em Porto(*) Advogado da CAIXA em Porto(*) Advogado da CAIXA em PortoAlegre/RS. Diretor de HonoráriosAlegre/RS. Diretor de HonoráriosAlegre/RS. Diretor de HonoráriosAlegre/RS. Diretor de HonoráriosAlegre/RS. Diretor de Honorários

eleiteleiteleiteleiteleito da ADo da ADo da ADo da ADo da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

Page 12: ADVOCEF em Revista Maio/2012

Maio | 201212

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"DIREITO BANCÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ES-PECIAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO VINCULADA A CON-TRATO DE CRÉDITO ROTATIVO. EXEQUIBILIDADE. LEI N.10.931/2004. POSSIBILIDADE DE QUESTIONAMENTO ACER-CA DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS RELATIVOSAOS DEMONSTRATIVOS DA DÍVIDA. INCISOS I E II DO § 2º DOART. 28 DA LEI REGENTE. 1. A Lei n. 10.931/2004 estabele-ce que a Cédula de Crédito Bancário é título executivoextrajudicial, representativo de operações de crédito dequalquer natureza, circunstância que autoriza sua emissãopara documentar a abertura de crédito em conta corrente,nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. 2.Para tanto, o título de crédito deve vir acompanhado declaro demonstrativo a cerca dos valores utilizados pelo cli-ente, trazendo o diploma legal a relação de exigências queo credor deverá cumprir, de modo a conferir liquidez eexequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º,incisos I e II, da Lei n.10.931/2004). 3. No caso em julgamento, afastada a tesede que, em abstrato, a Cédula de Crédito Bancário não pos-sui força executiva, os autos devem retornar ao Tribunal aquo para a apreciação das demais questões suscitadas norecurso de apelação. 4. Recurso especial parcialmente pro-vido." (STJ, REsp 1.103.523 PR, Quarta Turma, Rel. Min. LuisFelipe Salomão, DJe 26/abr/2012.)

"PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊN-CIA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. FORMA DE DISTRIBUIÇÃOPELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ART.114, I OU VI, DA CONS-TITUIÇÃO FEDERAL, COM A REDAÇÃO DADA PELA EC 45/2004. NÃO INCIDÊNCIA. DEMANDA QUE NÃO ENVOLVE DIS-PUTA ENTRE SINDICATOS NEM RELAÇÕES DE NATUREZA TRA-BALHISTA. APLICAÇÃO DO ART.109, I, DA CONSTITUIÇÃO FE-

Jurisprudência

"DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS.RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. EXECU-ÇÃO DE ALIMENTOS. DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE LEVANTA-MENTO DE VALORES MANTIDOS EM CONTA VINCULADA DOFGTS. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. TERCEIRO PREJUDICADO.INTERESSE. OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO CONFI-GURADA. - Na qualidade de agente operador do FGTS, confor-me estabelecido no art. 7º, inc. I, da Lei 8.036/90, a CEFreveste-se de legitimidade, como terceiro prejudicado, paraimpetrar mandado de segurança contra ato de Juiz de Direitoque determina o levantamento de valores existentes em con-ta vinculada do Fundo, para saldar dívida de alimentos. Nostermos da Súmula 202/STJ, a impetração de segurança emface de ato judicial por terceiro, que não participa da lide,não se condiciona à interposição de recurso, a despeito do

Decisão desfavorável

DERAL. 1. Ação de obrigação de fazer proposta pela Federa-ção dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado deSão Paulo em face da Caixa Econômica Federal, na qual sepleiteia a modificação dos critérios de distribuição das con-tribuições sindicais arrecadadas dos servidores celetistasdo Estado. 2. Da leitura das razões constantes na inicial,bem como do pedido nela formulado, verifica-se que a dis-cussão não se insere em nenhum dos incisos do artigo 114,da CF/88, a ponto de atrair a competência da Justiça doTrabalho, pois a presente discussão não envolve divergên-cia, entre sindicatos, sobre representação sindical, nemtampouco entre sindicatos e trabalhadores ou entre sindi-catos e empregadores. Da mesma forma, não há falar emaplicação dos incisos I ou IX do referido dispositivo constitu-cional, uma vez que, no litígio em questão, a Caixa Econô-mica Federal não atua como empregadora. 3. No caso con-creto, constata-se que a CEF atua como uma espécie degestora das contribuições sindicais recolhidas, as quais temo dever de repassar aos sindicatos, confederações e fede-rações, de acordo com o que determina a lei (art. 589 daCLT e das determinações do Ministério do Trabalho), o queevidencia a competência da Justiça Federal para oprocessamento e julgamento da demanda, nos termos doartigo 109, inciso I, da Constituição Federal. 4. Aplica-se aocaso, o mesmo raciocínio desenvolvido nos precedentes quetratam de questões referentes à contribuição para o FGTS,que deram ensejo à Súmula 82/STJ: 'compete à justiça fe-deral, excluídas as reclamações trabalhistas, processar ejulgar os feitos relativos à movimentação do FGTS'. 5. Con-flito conhecido, para declarar a competência da Justiça Fe-deral". (STJ, CC 121.069 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Bene-dito Gonçalves, DJe 18/abr/2012.)

disposto pelo art. 5º, II, da Lei 12.016/2009 e Súmula 267/STF. - A determinação judicial de levantamento de valoresmantidos em conta vinculada do FGTS para fins de pagamen-to de débito alimentar em execução de alimentos, não seconfigura como ato coator apto a ferir direito líquido e certoda CEF, isso porque, embora legítima como terceira interes-sada para defender a manutenção e controle das contas vin-culadas do FGTS, responsável pelo fiel cumprimento e obser-vância dos critérios estabelecidos na Lei 8.036/90, não severifica, de acordo com a interpretação conferida pela juris-prudência dominante deste Tribunal, qualquer ilegalidade nadecisão contra a qual se impetrou o mandado de segurança.- Recurso ordinário em mandado de segurança conhecidomas não provido". (STJ, RMS 35.826 SP, Terceira Turma, Rel.Min. Nancy Andrighi, DJe 23/abr/2012.)

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Maio | 2012

| Vale a pena saber

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LeituraRegistros Públicos - Teoria e Prática

Autor: Luiz Guilherme Loureiro. 3ª ed. Editora Método. 752 p.O livro, em formato de curso, aborda todos os aspectos perti-

nentes aos Registros Públicos. De forma didática, o autor divide aobra em duas partes. Uma teórica, na qual interpreta a legislaçãode registros públicos e as tendências jurisprudenciais atuais; ou-tra prática, com modelos referentes ao tema teórico posto emdiscussão.

Elaboração

Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.

Sugestões e comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços:

[email protected] e [email protected].

Rápidas

Trabalhista. Multa do art. 475-J do CPC.Aplicabilidade. TRT 3

"A imposição da multa referida, em caso de inadimplênciada obrigação judicialmente reconhecida, não se contra-põe, pelo entendimento dominante, à processualística dotrabalho, pontuando-se a natureza alimentar do crédito aser executado, bem como a celeridade na busca da tutelajurisdicional satisfativa. Seu escopo não é que o devedor apague, mas que cumpra a obrigação que lhe foi imputadapor meio de título judicial. Se a medida passou a se afigu-rar necessária no âmbito do processo civil, ante a realida-de emergente da dinâmica social, por certo e com maiorrazão, apresenta-se necessária sua aplicação no proces-so trabalhista que exige a pronta efetividade da prestaçãojurisdicional que dele emana e que, na sua maioria, envol-ve créditos de natureza alimentar." (TRT 3, RO 0000563-29.2011.5.03.0089, Primeira Turma. Rel. Juíza Conv.Mônica Sette Lopes, DJe 28/mar/2012.)

SFH. Usucapião. Imóvel adjudicado pela CAIXA.Impossibilidade

"1- Sem sucesso a empreitada por reconhecimento de umaprescrição aquisitiva, inalcançável aos contornos dos au-tos. 2- Ciente o polo apelado de sua ilicitude, em cenárioem que a declinar a propriedade como sendo da CEF, ten-do-se em vista a adjudicação realizada pelo Banco, emface de inadimplemento do financiamento imobiliário en-tão celebrado (pelos próprios autores), não há como seconvolar em declaratividade dominial aquilo que nem aoâmbito da licitude possessória se revela. 3- Pano de fundoa tudo, põe-se alicerçada a propriedade da CEF nos ter-mos do Sistema Financeiro da Habitação, portanto públi-cos os fundos empregados nas operações imobiliárias. 4-Afigura-se afastado o bem litigado da hipóteseprefacialmente aviada, usucapião especial urbano, poisenvolta ao caso em tela situação que a impedir seja acoisa usucapida, como se observa." (TRF 3, AC 0001717-04.2004.4.03.6106 SP, Quinta Turma, Rel. Juiz Conv. CesarSilva Neto, DJe 20/abr/2012.)

Execução. Critério de correção da dívida. TRF 4

"2. Dirigindo-se a CEF ao Poder Judiciário para a cobrançada dívida, o débito se consolida, de modo a incidirem so-bre ele, a partir do ajuizamento da ação, em lugar dosparâmetros contratuais, apenas os índices monetários ejuros habituais em juízo, quais sejam, a correção monetá-ria e os juros de mora a partir da citação. (TRF4, AC5001806-96.2011.404.7001 PR, Terceira Turma, Rel.Des. Maria Lúcia Luz Leiria, DJe 22/mar/2012.)

Astreintes. Revisão. Valor exorbitante.Impossibilidade quando a culpa é do próprio

devedor. STJ

"4. Sendo a falta de atenção do devedor o único obstáculoao cumprimento da determinação judicial para o qual ha-via a incidência de multa diária desde a prolação da sen-tença e considerando-se que persistiu o descumprimentoda ordem até o desfazimento das obras pelo recorrido,autor de ação de reintegração da posse, justifica-se amanutenção do valor atingido pelas astreintes." (STJ, REsp1.229.335 SP, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi,DJe 25/abr/2012.)

Honorários. Percentual. Condenação em embargosà execução. Inexistência de valor atribuído aos

embargos. Possibilidade. STJ

"1. A jurisprudência é unânime em apregoar que, em açãode embargos de terceiro, o valor da causa deve ser o dobem levado a constrição, não podendo exceder o valor dadívida. 2. No caso, a sentença que fixou honoráriosadvocatícios explicitou, como seria de rigor, o percentualdevido a título de tal verba (15%). O que faltava, porém,era a base de cálculo sobre a qual incidiria o percentualarbitrado (valor da causa), uma vez que o autor da ação deembargos de terceiro não se desincumbiu de tal providên-cia. 3. Todavia, não há iliquidez no título executivo a pontode autorizar a extinção da execução dos honorários, comodeterminou o juízo sentenciante, uma vez que os valoressão alcançados por simples cálculos aritméticos consis-tentes na aplicação do percentual arbitrado na sentençaao valor que legalmente deveria ter sido atribuído aosembargos de terceiro." (STJ, REsp 957.760 MS, Quarta Tur-ma, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, DJe 02/maio/2012.)

Page 14: ADVOCEF em Revista Maio/2012

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A.

Conciliação na CAIXANa vanguarda da política de conciliação nopaís no setor público, a advocacia da CAIXAsegue avançando. Entre as medidas recentes,foi ministrado um curso sobre o tema, em 4de maio, no JURIR Brasília/DF. Idealizado peloadvogado Alexander da Silva Moraes eformatado em parceria com a Escola deAdvocacia CAIXA, contou com a colaboraçãoda advogada e instrutora Janete Ortolani.

Visita ao JURIRFlorianópolis

Os advogados do JURIR Florianópolis/SC(foto) recepcionaram o presidente Carlos

Castro e o diretor Jorge Pedro SantanaPereira, da ADVOCEF, que visitaram a

unidade no dia 2 de maio, quando foramtratar de assunto dos colegas na OAB/

SC. Entre os integrantes da equipe,estava a vice-presidente da ADVOCEF,

Anna Claudia de Vasconcellos.

Trocas no STFO ministro Cezar Peluso, do STF, deve

se aposentar no início de setembrodeste ano, devido à norma

compulsória. Consta entre asespeculações que para a sua vaga será

indicado o ministro da Justiça, JoséEduardo Cardozo. Já para substituir

Carlos Ayres Britto, que se aposenta emnovembro, o nome seria Luis Inácio

Adams, da Advocacia-Geral da União. |||||Luis Inácio Adams

Penhora OnlineEm 2011 foram bloqueados, pelo sistema Penhora Online, R$22 bilhões para pagamento de credores em todo o país,correspondente a 10% a mais em relação ao ano anterior,quando se alcançou R$ 20,1 bilhões. Em 2011 foramencaminhadas aos bancos 4,5 milhões de requisiçõeseletrônicas de informações e ordens de bloqueio, desbloqueio etransferência de valores.

Penhora Online 2O Conselho Nacional de Justiça identificou a migração de

recursos para cooperativas de crédito, para escapar do bloqueio.Hoje, a movimentação de recursos financeiros representa em

torno de 3% do volume total de depósitos no país.

Dia da Advocacia PúblicaPublicada em 15/05/2012 a Lei nº 12.636, que institui oDia Nacional da Advocacia Pública, a ser comemorado nodia 7 de março. A proposta partiu da União dos Advogados

Públicos Federais (UNAFE) e da Associação dosProcuradores do Estado de São Paulo (APESP), apresentadana Câmara pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-PB). A data escolhida lembra o dia em que foram criados oscargos de procurador dos Feitos da Coroa, da Fazenda e doFisco, ainda na época do Brasil-Colônia, em 1609, sendo oprimeiro registro histórico no país do que hoje se conhece

por Advocacia Pública. (Fonte: site da UNAFE.)

Banco de dadosUm novo banco de dados do ConselhoNacional de Justiça possibilita o acessopela Internet a processos que tramitam

contra pessoas físicas e jurídicas.Considerado revolucionário na históriado Poder Judiciário, a CNIPE (Central

Nacional de Informações Processuais eExtraprocessuais) abrange os 91

tribunais brasileiros.

Reforma camufladaA ANAMATRA está preocupada com uma"reforma trabalhista camuflada" que se

pretende fazer através de diversos projetos delei. Um exemplo é o PL 4330/04, do deputadoSandro Mabel (PMDB-GO), que, "sob o pretexto

de regulamentar a questão da terceirização,escancara o mundo do trabalho para este

fenômeno", segundo o presidente daAnamatra, Renato Henry Sant´Anna. (Fonte:

Consultor Jurídico.)

Page 15: ADVOCEF em Revista Maio/2012

Maio | 2012

| Cena Jurídica

15

Advogada modeloA modelo e apresentadora Daniella Cicarelli,no quarto ano da Faculdade de Direito, fazestágio no Juizado Especial Cível, em SãoPaulo. Diz que se realiza ajudando os maisnecessitados. "O advogado é meio psicólogo

e tenhoouvidoproblemasdos outros epercebocomo osproblemasdeles sãomaiores queos da gente",explicou aoDiário de SãoPaulo.

Defesa do FGTSO blog Cartilha do FGTS, criado em 2008 peloadvogado da CAIXA Mauro Antônio Rocha,transformou-se no site www.cartilhadofgts.com.br,oferecendo, segundo o editor, "o maior e mais

completo conteúdo sobreo uso do FGTS naaquisição da moradiaprópria, mercadoimobiliário, direitoimobiliário, etc.". Oobjetivo institucional dosite, segundo Mauro, é adefesa incondicional doFundo de Garantia comoinstrumento depreservação dos direitosindenizatórios|||||Mauro Rocha

Bom exemplo 1O JURIR Belém/PA se destacou naarrecadação de honorários no primeiroquadrimestre do ano, com crescimentode mais de 200% em relação a 2011.Com o bom desempenho, o Jurídico, queocupou a última posição emarrecadação em 2011, passou aoterceiro lugar no ranking nacional.

Bom exemplo 2Outro merecedor de destaque é o JURIR

Fortaleza/CE, que registrou um crescimentode mais de 108% sobre a arrecadação

média de 2011 e uma arrecadação média133% superior à média dos Jurídicos.

"Bons exemplos a estimular umdesempenho ainda melhor de todos em

2012", comentou o advogado MarceloQuevedo do Amaral, da Comissão deHonorários do JURIR Porto Alegre/RS.

|||||Brasão, símbolo de Belém/PA.

|||||Iracema, símbolo deFortaleza/CE

O juiz no computador 2"Note-se que a maioria dos participantes [da pesquisa] tinhaafinidade com o meio eletrônico", observa o advogado Roberto SoaresGarcia, que publicou artigo sobre o assunto na Consultor Jurídico. "Éaterrador aplicar à realidade processual as conclusões do estudo",comenta, pois petições apresentadas em papel teriam significativavantagem em relação à eficiência na apreensão dos argumentos pelojuiz.

O juiz no computadorEstudo apresentado nos Estados Unidos revela perda de capacidadede apreensão de informações por quem faz leitura de texto em meio

digital, quando comparado àquele que lê versão impressa. Segundo otrabalho, o leitor da versão impressa recorda 30% mais novas notícias

- com 50% a mais de apreensão das informações - do que o leitor daversão virtual.

Círculo viciosoO advogado Mauro Rocha tem colaborado com

informações enviadas aos participantes dasaudiências públicas sobre a remuneração e

utilização dos recursos do Fundo. No site, criticoua qualidade das discussões. "São velhos chavões

que empacam as audiências e prejudicam osdebates, deixando à mostra o despreparo dosconvidados pela subcomissão. Os chamados

'especialistas' apenas repercutem o queencontram na imprensa que, por sua vez,

repercute o que dizem esses especialistas, numcírculo vicioso sem fim."

Artigo de Germano SiqueiraO advogado Marcelo Quevedo do Amaral, do JURIR

Porto Alegre/RS, considerou "primoroso" o artigo do diretor deAssuntos Legislativos da ANAMATRA, Germano Siqueira,

publicado no Juris Tantum da ADVOCEF em Revista de abril."Abordando assunto que não é tratado por nossa mídia

oligopolista, monolítica e alinhada ao pensamento neoliberal, oarticulista nos lembra que o futuro pode não ser tão glamoroso

quanto esperamos e tentam nos fazer pensar."

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Filhos. Por que tê-los?D

ia d

as M

ães

Alguns poderão dizer que se trata do instituto da pre-servação da espécie. Outros citarão a Bíblia, onde estáregistrado que o homem e a mulher, criados à imagemde Deus, receberam a ordem de ser fecundos, se multi-plicar e povoar a terra... Mas, deixando de lado as teori-as científicas ou crenças religiosas, e considerando quetemos o livre arbítrio, o que nos move a querer ter filhos?

O que nos motiva a perder noites de sono, multipli-car as despesas do orçamento doméstico, adquirir preo-cupações antes nunca vistas, desesperar-se com umafebre, levar semanas organizando uma festinha de ani-versário?

O que nos faz sair da comodidade racional de viverpara nós mesmos (e algumas vezes para uma outra pes-soa que amamos, mas que sabe se cuidar e não depen-de de nós) e nos lançar numa empreitada de doaçãoque jamais imaginaríamos ser capazes de dar conta?

O que nos leva a embarcar nessa "viagem com pas-sagem só de ida"?

Penso que trazer um filho ao mundo é um ato dedesatino. E, confesso, cometi essa bela loucura por trêsvezes: trouxe ao mundo três lindos meninos, que são aalegria da minha vida. Minha rotina não é nada calma -corro pra lá e pra cá; não sei mais o que é uma noiteinteira de sono e tenho que dar nó em pingo d´água paracontrolar as despesas, mas não me imagino mais semeles. É um amor que não se explica, apenas se sente...

E a busca pelos motivos perde todo o sentido dianteda felicidade de se presenciar o primeiro passinho, asprimeiras palavras, a ida à escola e os mais lindos sorri-sos...; de ouvir os primeiros "por quês"; de ver as roupasficando pequenas...

Então, eu digo, sinceramente, que ainda não sei asrazões que nos fazem abrir mão de tantas coisas, tertanto trabalho e viver tantas preocupações, voluntaria-mente. Só sei que ter um filho é muito bom, tão bom quenão há adjetivos capazes de definir o sinto. Se você temum ou mais filhos, sabe o que eu quero dizer. Se vocênão tem, mas pretende e está pensando, nunca serácapaz de imaginar o que sente uma mãe ou um pai semviver essa louca experiência. Se você não tem e não pre-tende, está abrindo mão de fazer a melhor viagem davida de um ser humano.

(*) Advogada da CAIXA no Rio de Janeiro/RJ.(*) Advogada da CAIXA no Rio de Janeiro/RJ.(*) Advogada da CAIXA no Rio de Janeiro/RJ.(*) Advogada da CAIXA no Rio de Janeiro/RJ.(*) Advogada da CAIXA no Rio de Janeiro/RJ.

Roberta Mariana B. A. Corrêa (*)

Percepções do

|||||Roberta, com Henrique (no colo), Vítor (de regata) e Thiago

"Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães."Ditado judaico

"Em princípio, não há nada que as mães desejem mais para osfilhos do que vê-los casados, mas nunca aprovam as mulheres que

eles escolhem."Raymond Radiguet

"Minha mãe me deu ao mundo/ de maneira singular/ me dizendouma sentença:/ pra eu sempre pedir licença,/ mas nunca deixar

entrar."Caetano Veloso

"Todas as mulheres ficam como suas mães. Esta é a sua tragédia.Nenhum homem fica. Esta é a deles."

Oscar Wilde

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Reflexões de uma novata

espírito maternal

Daqui quatro dias você completa três meses e eujá estou aqui pensando em quanta coisa vivi nestepouco tempo.

Nos primeiros 45 dias, não minto, minha filha, euatravessei todas as emoções que um ser humano podeenfrentar: sorri com cada olhar seu, chorei com as ho-ras intermináveis de seu choro sofrido de cólica, fiqueicom ódio dos médicos no plantão da Emergência queme falavam apenas para ter paciência e esperar. (Comoesperar olhando para um ser humano tão pequeno ecom tamanho sofrimento!?).

Enfim, também fiquei com uma agonia enorme mequestionando em muitos momentos se saberia lidarcom toda essa situação e principalmente com suasnecessidades, as quais eu ainda estava tentando en-tender...

Eu sabia que não seria igual depois que você nas-cesse, mas não tinha ideia do tamanho da mudança...Claro que toda mudança gera impactos, que de princí-pio trazem muito medo, mas acreditei nas minhas ami-gas e família quando diziam que tudo ia se acertar...

Depois desses intermináveis 45 dias, suas cólicas"milagrosamente" melhoraram e você se transformounesse serzinho tão adorável e sorridente (e de perso-nalidade forte), cada dia descobrindo algo novo,interagindo e principalmente espalhando esse amortodo que só você sabe despertar nas pessoas e espe-cialmente em mim.

Hoje minha preocupação não é mais o salão, asunhas, as minhas roupas, mas sim se você se alimen-tou bem, se está tomada banho, bem vestida, se o queestou fazendo por você hoje te tornará um ser de luz ede respeito.

Agradeço todos os dias por sua existência/saúdee principalmente por Deus ter me dado o privilégio deser sua mãe. Reconheço quão difícil deve ter sido parameus pais me criarem e tento sempre ser o melhorque posso para você...

Mal posso esperar pelos próximos meses e anos...E não é por demais piegas confirmar o que se diz:

só conhece o verdadeiro amor incondicional e fraternoquem tem o privilégio de ser mãe/pai.

(*) Advogada da CAIXA em Porto Velho/RO.(*) Advogada da CAIXA em Porto Velho/RO.(*) Advogada da CAIXA em Porto Velho/RO.(*) Advogada da CAIXA em Porto Velho/RO.(*) Advogada da CAIXA em Porto Velho/RO.

Melissa dos Santos Pinheiro (*)

"Não conheço uma só mãe, uma só que, quando o assunto é relativoa filho seu, deixe de ser advogada. Daí, não obstante a maioria delas

não possuir inscrição na Ordem, advogam desde os primeirostempos, até mesmo bem antes da existência do instituto, e o fazem

com firmeza e convicção."Leopoldo Viana Batista Júnior, no Boletim da ADVOCEF,

maio de 2005

"Tenho a impressão de que se as mesmas jornadas fossem exigidasdos homens, no fim da primeira semana, um terço teria dor de

cabeça todas as noites (e dias, também), um terço entraria comatestado por estresse no trabalho (e em casa) e um terço seriaencontrado chorando no quarto, em posição fetal e clamando

baixinho pela mãe."Anna Claudia de Vasconcellos, na ADVOCEF em Revista,

março de 2010.

|||||Melissa, com a filha Luísa, que nasceu em 30/01/2012

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Maio | 201218

Versos e votosJu

dici

ário

Antes de ser jurista, é poeta, define-se o novo presidente do Supremo Tribunal FederalUm poeta assumiu a presidência do

Supremo Tribunal Federal, em 19/04/2012. Com a missão autoatribuída deimiscuir a poesia entre os atos do Tribu-nal - tal como tem feito a vida inteira emseu cotidiano -, o ministro sergipanoCarlos Augusto Ayres de Freitas Britto,no STF desde 2003, exercerá o manda-to por sete meses, até se aposentar, aos70 anos. No período, enfrentará ques-tões como os planos econômicos queatingiram aspoupanças nosanos 1980 e1990 e o julga-mento domensalão. "Que-ro estabelecercomo prioridadeaquilo que é pri-oridade na Cons-tituição", anun-ciou.

Há quem sesurpreenda com sua condição de poeta-ministro, mas ele não. "Como eu fui poe-ta antes de ser jurista, percebi que nãopoderia abandonar a poesia pelo fatode ter me tornado jurista."

As resistências vão diminuindo. Paraconvencer os outros, afirma, é precisoum discurso atraente e sedutor, "e nes-se ponto o estilo literário cumpre umpapel 'aliciante', no melhor sentido".

Membro da Academia Brasileira deLetras Jurídicas e da AcademiaSergipana de Letras, Ayres Britto temvários livros publicados sobre temas ju-rídicos e literários. É tido como hábil in-

ventor de trocadilhos que, dizem, visamrevelar a fragilidade das teses contrári-as.

"Há quem chegue às maiores altu-ras para fazer as maiores baixezas", de-clarou a respeito de políticos corruptos.

"A silhueta da verdade só assentaem vestidos transparentes", proferiupara repudiar a "cultura do biombo, dacoxia, do bastidor".

Apontou a preocupação com o pró-prio desempe-nho, tanta queeles, os magis-trados, "quandovamos nos reco-lher à noite, parao merecido sono,dizemos mental-mente ou in-conscientemen-te, 'Senhor, nãonos deixeis cairem tanta ação'".

O advogado militanteAyres Britto indicou no discurso da

posse alguns requisitos mínimos para afunção. O magistrado deve ter controleemocional, "pois é direito subjetivo fun-damental do jurisdicionado saber que oseu processo está sob os cuidados deum jurisdicionante sereno, equilibrado,calmo".

"Derramamento de bílis não combi-na com produção de neurônios."

"Sem confundir jamais o papel dejulgador com o departe processual,pois o fato é quejuiz e parte sãocomo água e óleo:não se misturam."

"Promovendo aabertura das jane-las dos autos parao mundo circun-dante, a fim de co-nhecer a particularizada realidade dosseus jurisdicionados e as expectativassociais sobre a decisão objetivamentejusta para aquele tipo de demanda."

"Juiz não é traça de processo, não éácaro de gabinete, e por isso, sem fugirdas provas dos autos nem se tornar re-fém da opinião pública, tem que levaros pertinentes dispositivos jurídicos aocumprimento de sua pouco percebida,mediata ou macrofunção de conciliar oDireito com a vida."

Discursando na posse do ministro, opresidente da OAB, Ophir Cavalcante, res-saltou que Ayres Britto foi conselheirofederal da instituição e considerou des-necessário lembrar - mas lembrou - "oconhecimento que o senhor acumuloudas glórias e das agruras da realidadecotidiana do advogado militante".

Continuou Ophir: "Por tudo isso, se-nhor presidente, além de tantos títulosque já lhe foram conferidos - de jurista-poeta, de poeta-jurista -, para nós VossaExcelência será sempre o advogado for-jado no sentimento humanista que ca-racteriza a profissão de defender os di-

reitos daquelesque buscam a Jus-tiça. E o que espe-rar mais?"

Aí cabem, parailustrar, os versosdo ministro que pa-recem resumir seusentimento sobre otema:

Três meninos de rua a furtar cenou-ras numa hortaliçaE as cenouras a se dar a eles comum sumarento gosto de justiça.

Indiozinho

Primeiro botãoO que quer que sejapode ser dito por quem quer que seja.- Esse primeiro botão que eu trançariano colar de flores da Democracia.

Hoje me chamam de ministroe eu decido sob respeitável toga.Meu coração, porém, não mudou nada.Continuo um romântico indiozinhoa remar sua pirogae a cismar por entre as árvores, à noitinha,vendo em cada pirilampo e em cada estrelaos faiscantes olhos da namoradinha.

|||||Ophir Cavalcante: poeta, ministro e advogado

|||||Ayres Britto: a prioridade é a Constituição

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| Folclore político

Arcinélio Caldas (*)

Na noite de abertura do XVIIICongresso da ADVOCEF, será apre-sentada aos advogados da CAIXAa obra "Direito Penal no Século XXI:Desafios e Perspectivas", organi-zada pelo coordenador jurídico doJURIR/Fortaleza/CE, BrunoQueiroz Oliveira, em parceria como professor e doutor em DireitoNestor Eduardo Araruna Santiago.Participam do livro, publicado pelaEditora Conceito, juristas destaca-dos no cenário nacional, comoLuis Flávio Gomes, Marco Antôniode Barros, Paulo César Busato,Cleopas Isaías Santos, Luciano Feldense Agapito Machado.

Lançada em 25 de abril, no Salão No-bre do Clube Náutico em Fortaleza, aobra cumpre o importante papel de divul-gar a produção científica no Brasil sobreo Direito Penal. "Os tempos atuais semostram favoráveis a estudos que abor-dem e critiquem - positiva ou negativa-mente, tanto faz - a nova configuração doDireito Penal, principalmente em face da

Capitão Gonçalves, dono de linguajar característicoe presença de espírito invulgar, no afã de conciliar asações do partido político ao qual se filiou ao mesmotempo em que administrava suas fazendas de cria-ção de gado Nelore e plantação de cana-de-açúcar,corria de um lado a outro. Nas eleições ficavadesorientado. Dizia:

- Cuidá de fazenda e cabalá voto pra ganháeleição me deixa doido.

Prosseguia com seu linguajar:- Isso é iguá a cachaça. Eta, cachaça boa, Zé.Candidato a vice-prefeito de Campos dos

Goytacazes na chapa encabeçada pelo médicoManoel Ferreira, o capitão ficou incumbido de ca-balar os votos na área de sua influência, que com-preendia os distritos situados entre as divisas deSão João da Barra, Macaé e Conceição de Macabu.

O capitão intercalava as visitas aos compa-dres e comadres em busca dos votos necessários à

O novo Direito Penal

O voo solo

Advogado da CAIXA organiza obra com juristas renomados do país

| Livro

dignidade da pessoa humana e dos inte-resses sociais que lhes são correlatos",diz Bruno.

Para o advogado, que é também in-tegrante do Conselho Editorial da Revis-ta de Direito da ADVOCEF, o grande desa-fio do Direito Penal é se adaptar ao com-bate das novas formas de criminalidade,como o crime organizado, a lavagem dedinheiro, o tráfico de crianças, os crimescontra o meio ambiente, sem se afastar

"dos princípios limitadores que im-pedem o arbítrio do Estado".

Além das atividades no Jurídicoda CAIXA, Bruno exerce o magistério,lecionando Direito Penal, no curso deDireito da Faculdade Christus, e Direi-to Penal Econômico, na Escola Supe-rior do Ministério Público do Ceará.

Quando possível, mesmo na CAI-XA, Bruno atua na área penal, algu-mas vezes por convocação da Direto-ria Jurídica. Considera importante queos colegas aptos em campos diver-sos sejamidentifica-

dos pela DIJUR."Em um universode quase mil ad-vogados, certa-mente existemmuitos talentos,mesmo em áre-as de pouca atu-ação por partedos profissionaisda CAIXA."

vitória nas urnas. Tomava um cafezinho aqui, co-mia um bolinho ali, palestrava acolá e participa-

va de comícios organizados pelo partido, usan-do e abusando do linguajar estrambótico quelhe era peculiar.

Em 1962, Gonçalves, já atrasado para oleilão de gado em Quissamã, almoçou com com-padres no vizinho distrito campista de Paciên-

cia. Ainda de boca cheia, levantou-se se despedin-do efusivamente dos anfitriões, ao que a comadre

Clarinda, com dureza, observou:- Que é isso, compadre, nem comeu direito e vai saindo? Quase

não vem na nossa casa e quando cá está é com essa pressa toda?Isso não está certo, não.

- Repara não, comadre, hoje estou que nem mangangá, tô co-mendo e tô voando, tô voando e tô comendo, inté mais vê.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emCampos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.

|||||No lançamento: Bruno Queiroz (centro), com os colegas do JURIRFortaleza/CE André Justi, Juvenal Arruda, Adonias Melo de Cordeiro

e Paulo César Mariano

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Maio | 2012 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano XI | Nº 111| Maio| 2012

Defesa dos honoráriosTribunal de Justiça do Estado de São

PauloMinuta de AgravoAgravantes: NOÉ AZEVEDO e LICINIO

SILVA.Agravado: O JUÍZO DA 1ª VARA DE ÓR-

FÃOS E AUSENTES DA CAPITAL.Egrégios Srs. MinistrosIniciou magistralmente o Meritíssimo

Juiz o respeitável despacho agravado, ci-tando um trecho de Giuriati sobre a esti-mação dos honorários de advogado. Dizo escritor italiano que devem ser aprecia-dos os seguintes pontos: 1°) Reputaçãode capacidade e probidade do profissio-nal; 2°) Dificuldade do trabalho presta-do; 3°) Valor da causa; 4°) Tempo e es-tudo presumivelmente necessários paraa defesa; 5°) Gravidade e multiplicidadedas questões tratadas; e 6°) Mérito in-trínseco dos trabalhos.

Enumera depois outros elementossecundários, como as conferências comos clientes, informações, exames, pesqui-sas, consultas com técnicos, etc. Mas,transcrevendo a lição desse escritor, o M.Juiz somente apreciou � e aí com grandebenevolência � o primeiro e o sexto doselementos por ele apontados, dizendoque no caso em apreço não se nega ajusta nomeada dos requerentes, nem seduvida da excelência do seu trabalho.

Os outros quatros fatores pode-se di-zer que foram desprezados. Assim, veja-mos:

A dificuldade do trabalho pres-A dificuldade do trabalho pres-A dificuldade do trabalho pres-A dificuldade do trabalho pres-A dificuldade do trabalho pres-tado - tado - tado - tado - tado - Diz o M. Juiz que a tarefa não apre-sentava aos patronos maiores dificuldades,eis que tudo se resumia em interpretar umadisposição testamentária, sustentando otestamenteiro um ponto de vista já, emparte, prestigiado por acórdão anterior, eque tinha por si um bem elaborado parecerdo professor José Ulpiano. Esqueceu-se,evidentemente, o novo magistrado, dasaflições ainda recentes do tempo em quefoi advogado. Devia S. Exa. ter se colocadona posição dos patronos do testamenteiro,em face da decisão de fls. 891. Aí está a

Noé AzevedoAdvogado, jurista e professor de Direito.Nasceu em 1896 e morreu em 1972. Foipresidente da OAB/SP no período de 1939a 1965.

encruzilhada da causa. Aí o ponto neutroonde a ciência jurídica não oferece bússolacapaz de dar uma orientação segura ao pro-fissional. Aí temos uma decisão de corescambiantes como o camaleão doestelionato, na qual se esconde a malíciado juiz. Se o advogado agrava, o magistra-do nega o recurso, dizendo que a decisão édefinitiva. Se interpõe apelação, nega se-guimento à mesma, sustentando que odespacho é interlocutório, sem força desentença definitiva.

E se a ciência não nos dá elementospara uma orientação precisa, maior dis-persão de juízo ainda vamos deparar najurisprudência. Todo o êxito da causa es-teve na dependência do recurso a se in-terpor da decisão de fls. 891. Apelamosde uma decisão de sustentação de des-pacho agravado. E perguntamos: onde jáse viu um passo desses nos fastos danossa jurisprudência? O arrojo era tama-nho, a novidade tão escaldante, que ojuiz de então negou segmento ao recur-so.

Interposto agravo do despachodenegatório, foi o mesmo provido peloTribunal, para nos dar inteira razão naqui-lo que o antigo magistrado considerava omaior dos despropósitos, o mais gritantedos absurdos...

E diz o M. Juiz que não houve dificul-dade alguma no trabalho, e que a orien-tação já estava traçada em dez linhas deum ótimo parecer do professor Ulpianode Souza a fls. 819! Pusessem o ilustreprofessor diante da decisão de fls. 891.Lembraria ele de apelar desse despachoda sustentação de agravo? Deu-nos,porventura, algum conselho sobre o re-curso que interpusemos? Absolutamen-te não.

Tudo que fizemos nesta causa é tra-balho de advocacia, fruto da perspicáciade advogados e não da ciência de juris-tas que não somos.

Se não tivéssemos aparecido comesse aparente absurdo, com essa inédi-ta apelação de um despacho de susten-

tação de decisão agravada; se não tivés-semos visto todo o desdobrar da ques-tão com a mais perfeita nitidez, a causaestaria perdida.

Os bens do espólio teriam sido entre-gues à Prefeitura, e as �fundações Gil Pi-nheiro� se volatilizariam, como sevolatilizaram os outros sonhos de grandepoeta e grande historiador. Desfeita a ilu-são de continuador dos Lusíadas, estariatambém aniquilada a obra de grande ben-feitor que ele imaginou confusamente,mas proveu com precisão e largueza.

E afirma o M. Juiz que não houve difi-culdade nisso; que nenhum trabalho nosdeu � nem de ordem intelectual nem deordem material � em salvar uma causapor meio de uma apelação interpostadum despacho em que o M. Juiz susten-tava o agravo de que já nos queixávamosao Tribunal, no recurso respectivo. Notaque não inquirimos testemunhas nemjuntamos muitos documentos. Mas inqui-rir testemunhas não é trabalho que secompare com as minutas dos vários agra-vos interpostos nesta causa, e com a dili-gência necessária para ganhar todos es-ses recursos, como ganhamos. Inquiriçãode testemunhas só serve para avolumarautos. E estes já eram suficientementevolumosos...

Quanto a documentos, parece que sóo testamento do comendador é bastantepara rechear uma causa! E o seu perfeitoentendimento não demandou menos tra-balho do que o estudo da questão doAguapehy, a mais volumosa, a mais baru-lhenta e complicada de todas as deman-das de terras do Estado de São Paulo.

Parece que o M. Juiz se preocupoumuito com dificuldades materiais: inqui-

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Maio | 2012II

rições de testemunhas e exame de docu-mentos, esquecendo-se, porém, das difi-culdades de ordem superior � das dificul-dades intelectuais.

E não foi, evidentemente, a serviço derábula, e sim a trabalho de advogado, quese referiu Giuriati, quando mandou ter emconta �la difficoltá dell�opera prestata�...

O valor da causa - O valor da causa - O valor da causa - O valor da causa - O valor da causa - Entende o M.Juiz que �o valor da lide não era propria-mente o dos bens do espólio, que não fo-ram disputados por terceiros, em açõesde reivindicações ou outras semelhantes�.E afirma que �o que se discutiu foi tãosomente o caráter em que aMunicipalidade receberia os bens: se node legatária com encargos, se no de ad-ministradora das fundações ideadas pelotestador�.

Mas, basta atentar para essas própri-as palavras do despacho, para logo se verque o valor da lide era não só o valor dosbens do espólio, como também o valor daprópria vida das fundações ideadas pelotestador. Decidir como decidira o antigo juiz� Dr. Renato de Toledo e Silva �, que a po-sição da Prefeitura Municipal era diversada posição das outras administradoras;decidir que a Prefeitura, em vez de admi-nistradora das fundações era legatária detodos os bens do espólio, apenas com oencargo de dar o nome do testador a umarua ou praça desta imensa Capital, e a al-gumas escolas ou colégios de cabos elei-torais (como se viu no Alto da Lapa umdesses colégios particulares com a placa�Escola Gil Pinheiro�); decidir assim é pro-ferir decisão que envolve o valor de todosos bens da fundação, adjudicando-os a umasuposta legatária, e baixar sentença demorte contra as próprias fundações.

As fundações vivem pelo seupatrimônio; são personalidades formadaspela destinação de um patrimônio a umdeterminado fim.

Entregar esse patrimônio a uma su-posta legatária com o encargo de ela fa-zer coisa muito diversa da finalidade dasfundações é mais do que decidir sobre ovalor desse patrimônio: é dispor da pró-pria vida dessas personalidades jurídicas.

O que nós, nestes autos, viemos de-fender, foi o patrimônio e a vida das fun-dações Gil Pinheiro, contra o propósito de-liberado, insistente e reiterado do Dr. Re-nato de Toledo e Silva, de entregar todoesse patrimônio à Prefeitura Municipal,para ela fazer dele o que quisesse, desdeque colocasse algumas placas com onome do comendador, na esquina de umarua ou praça, ou na fachada de algumasescolas mantidas ou subvencionadaspelo Município.

Salvamos as fundações; salvamos oseu patrimônio, que é o patrimônio do es-pólio; e salvamos a vida dessas pessoasmorais, que hão de prestar os mais rele-vantes serviços a menores e moças queaí fenecem ao desamparo numa terraonde o espírito de caridade costuma fa-zer demonstrações periódicas de umapujança admirável, mas onde ainda nãohá uma organização eficiente das institui-ções de beneficência.

As fundações Gil Pinheiro recebendoo impulso inicial do seu patrimônio hãode prosperar, servindo de núcleo ou cen-tro de aglutinação, como outras tantas ins-tituições que aí estão a lembrar nomesbeneméritos, mas que vivem principal-mente pelo bafejo da verdadeira carida-de cristã, que é a caridade anônima.

Temos, portanto, como certo, que ovalor da causa era o valor de cerca de cin-co mil e tantos contos dos bens do espó-lio, pois, que, tirados os pequenos lega-dos, esses bens que foram avaliados emcinco mil quinhentos e quarenta e setecontos trezentos e quarenta e cinco mil equinhentos réis, tiradas todas as despe-jas já feitas, mas acrescidos dos rendi-mentos, apresentam um valor que deveser superior a cinco mil contos.

É esse o valor da causa, causacontenciosa, causa largamente discutidaem dois agravos e uma carta teste-munhável e definitivamente julgada emapelação e em embargos pelo egrégio Tri-bunal de Justiça. Ganhamos, portanto, emprocesso contencioso e acidentado e comvários recursos, uma causa de mais de cin-co mil contos de réis, para as fundações GilPinheiro. E ao mesmo tempo defendemose salvamos a própria vida dessas mesmasfundações.

É comuníssimo cobrarem os advoga-dos 20% do valor das causas, quando aremuneração fica dependente do êxitodas demandas e funcionam comopatronos dos autores, sendo corrente ataxa de 10% quando advogam para osréus.

Aqui se pode dizer que advogamos acausa dos autores. O juiz, sem forma nemfigura de processo mandou entregar to-dos os bens do espólio à Municipalidadepara que ela fizesse deles o que bem en-tendesse. Interpondo apelação da senten-ça que assim decidiu, intentamos umaverdadeira ação. Ensinam osprocessualistas que a apelação é umaverdadeira ação iniciada perante a segun-da instância. E foi, indiscutivelmente, umaação, na qual reivindicamos para as fun-dações Gil Pinheiro bens no valor de maisde cinco mil contos de réis.

Prestamos os nossos serviços, arris-cando perder todo o esforço despendido.A nossa remuneração ficou dependente doêxito da demanda. Se perdêssemos a cau-sa, a parte contrária, que era a CâmaraMunicipal, não havia de ter o liberalismode permitir o pagamento de qualquer ho-norário pelo serviço que prestamos contraela. Tínhamos, por conseguinte, segundo apraxe do nosso foro, o direito de exigir 20%de honorários, 20% do valor dos bens, queem ação contenciosa reivindicamos paraas fundações Gil Pinheiro.

Tratando-se, todavia, de instituiçõesbeneficentes, tivemos em vista apenas otrabalho, as preocupações, e o valor in-trínseco do serviço que prestamos, e deli-beramos pedir uma quantia que represen-tava cerca de 4% do valor da causa. Pedi-mos 200:000$000.

O Exmo. Sr. Dr. Promotor de Resíduose o M. Juiz tiveram a louvável ideia desubmeter o caso a arbitramento, sem nosconvidar para a louvação em peritos.

A escolha dos três notáveis advoga-dos que elaboraram o laudo de fls. 1.150,se fez inteiramente à nossa revelia. Fomoscompletamente estranhos a todo o proces-so de arbitramento. Escolheu o M. Juiz trêsjuristas e advogados de grande nomeadaem São Paulo: todos os três membros doConselho do Instituto da Ordem dos Advo-gados, e um deles seu ex-presidente. Masé sabido que esses três profissionais pre-zam mais a virtude da modéstia do que olegítimo orgulho do próprio valor intelectu-al. São excessivamente módicos na esti-mação dos próprios honorários. O M. Juizos �escolheu a dedo�.

Levados por essa virtude que, quandochega ao exagero se transforma em defei-to, os srs. peritos nos equiparam a meroscorretores de negócios. Qualquer zangãoda praça ganha 3% pelo trabalho de apro-ximação de vendedor e comprador de imó-veis. É esta a praxe de São Paulo, já consa-grada pela nossa jurisprudência.

Os nossos três ilustrados colegas nosfizeram o obséquio de igualar o trabalhointelectual de advogados a um serviço desimples corretagem. Não nos magoamoscom isso. Arbitraram os honorários em150:000$000, que correspondem a 3%do valor da causa. Com isso, naturalmen-te, visaram favorecer as instituições be-neficentes que vimos defendendo e aten-der a opinião já manifestada pelo Dr. Pro-motor de Resíduos, que era pela reduçãodo nosso pedido. Foram mais humanosdo que justos. Como homens, e não comoadvogados, sentimo-nos no dever de con-cordar com essa justiça de Salomão, oucom esse arbítrio de bons varões.

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Maio | 2012 III

Mas veio a dolorosa surpresa do des-pacho agravado. O dr. Promotor de Resídu-os opinara pela redução dos honorários a100:000$000. Mas o M. Juiz reduziu-os a75! A título de caridade ainda poderíamosnos conformar com mais essa redução eaté mesmo com a prestação gratuita dosserviços. Mas a dignidade dos advogadosnão pode suportar semelhante golpe. Eesse golpe não os fere individualmente.Atinge a própria classe. É o corpo dos advo-gados de São Paulo que se vê diminuído eaté mesmo um tanto aviltado numa dassuas mais sérias prerrogativas. Os advoga-dos em geral vivem dos aleatórios rendi-mentos da profissão. Somos verdadeirosproletários intelectuais. Podemos admitirque o nosso Código do Processo enquadrea nossa remuneração debaixo da rubricade salários. Estamos agravando sob a égidede um dispositivo do Código que fala empagamento de salários. Operários intelec-tuais, reclamamos o salário que é o pãonosso de cada dia. Nesta quadra socialistae quase comunista já não reclamamos aexpressão fidalga de honorários. Aceitamosde bom grado os salários. Mas será doloro-so receber gorjeta...

E não só por isso o respeitável despa-cho fere e requeima a classe dos advoga-dos. Ofende também as suas susceti-bilidades, porque o M. Juiz, escolhendoum ex-presidente do Instituto da Ordemdos Advogados, atualmente membro doseu Conselho, e mais dois conselheirosdessa mesma Ordem, escolheu, eviden-temente, três dos mais lídimos represen-tantes da classe dos advogados em SãoPaulo.

Ora, são os advogados pela suacorporação de classe que hão de estabe-lecer a remuneração dos seus serviços enão os membros da magistratura, por maisilustres e conscienciosos que sejam.

Se assim não fosse, se não constitu-ísse uma prerrogativa da classe, a estima-ção dos seus trabalhos, não haveria ne-cessidade de se escolherem peritos entreos advogados, entre os médicos ou entreos engenheiros para o arbitramento de ho-norários.

Surgindo uma ação de cobrança ouum pedido de pagamento de honoráriosde qualquer desses profissionais, o juizdeveria ir logo fixando-os de acordo com asua disposição de espírito no momento.

E o que mais admira em tudo isto éque o ilustrado promotor de resíduos quehá tão pouco tempo era o secretário doInstituto da Ordem dos Advogados, quan-do presidido por um dos peritos, pelo ve-nerando dr. Antonio Mercado, começa tãocedo a sentir os efeitos deprimentes do

emprego público, dando mostras de exa-gerado horror às responsabilidades.

Mas a admiração redobra quando no-tamos que o ilustre magistrado que profe-riu o escaldante despacho agravado, saiu,há dois anos apenas, da primeira planados advogados da Capital, diretamentepara a Vara de Juiz de Órfãos de São Pau-lo, cargo a que tem imprimido um brilhoexcepcional, afastando-se, entretanto, detal maneira do espírito da nossa classe,que já discorda até dos antigos colegasda sua mais absoluta confiança. Discordados peritos que não foram louvados, masescolhidos por ele próprio, como pessoase como profissionais de sua absoluta, in-condicional e plena confiança.

TTTTTememememempo e estudo presumivpo e estudo presumivpo e estudo presumivpo e estudo presumivpo e estudo presumivel-el-el-el-el-mente necessários para a defesa -mente necessários para a defesa -mente necessários para a defesa -mente necessários para a defesa -mente necessários para a defesa -Entende o M. Juiz �que as petições e arra-zoados dos patronos não lhes teriam cus-tado excessivo estudo nem consumidotempo muito dilatado�. Entretanto, obser-vamos que a demanda com a CâmaraMunicipal surgiu com a nossa petição de4 de Junho de 1929 e só terminou com oacórdão de 4 de Maio de 1932, que tran-sitou em julgado a 23 de Junho do mes-mo ano. Foram, portanto, três anos dedemanda. Durante todo esse tempo tive-mos de nos conservar atentos e de acom-panhar todos os recursos interpostos, tra-zendo sempre presentes todas asminúcias da questão para não periclitar adefesa dos direitos que patrocinávamos.

E quem diz três anos de demandacom vários incidentes, diz necessariamen-te três anos de constantes preocupações.Dessa maneira, se o estudo da causa nãodemandava muito tempo, o certo é quetivemos de acompanhar o seu processodurante mais de três anos.

Deve-se, entretanto, observar que esseestudo não foi tão simples assim. Quandosurgiu esta demanda, já os autos do inven-tário estavam com quatro volumes e maisde 800 folhas. O testamento já fora objetode larga discussão entre o testamenteiro,o promotor de resíduos e o representanteda Mitra Arquidiocesana. Essa discussãonos roubou algum tempo de estudo, tra-zendo poucos subsídios para a interpreta-ção do testamento, pois que aMunicipalidade reclamava para si umaposição muito diversa das outras supostaslegatárias, que desistiram da �prebenda�contida no testamento.

Não foi, portanto, tão insignificante,como supõe a veneranda decisão, o tem-po consumido no estudo da causa. Nãobastaria ler o testamento. Era preciso exa-minar atentamente tudo quanto já se dis-cutira. Demais, vai um tanto de pretensão

na afirmativa de que o testamento ofere-cia dados suficientes para a decisão dacausa, como quem diz que �bastava ler otestamento para formar juízo e decidir acontrovérsia�.

Não temos no Brasil um estudo siste-mático ou monografia sobre fundações.São excessivamente parcimoniosos os co-mentários dos poucos artigos do Código,sobre o assunto. Temos que recorrer a pa-receres e escritos esparsos e a autoresestrangeiros. E só depois de um grandetrabalho de pesquisa é que qualquer juris-ta poderá declarar-se senhor do assunto.

Confessamos que esse estudo de-mandou bastante tempo e que ficamossabendo alguma coisa a respeito desseinstituto jurídico, mas ainda assim nãonos sentimos habilitados a dizer ex-ex-ex-ex-ex-cathedracathedracathedracathedracathedra, diante de um testamento pa-recido com o de Gil Pinheiro, se ele con-tém um legado modal ou uma fundação.

O nosso trabalho não se limitou, comosupõe o M. Juiz, à leitura do testamento.Admitamos, porém, que bastasse a sim-ples leitura dessa tormentosa peça dosautos para a formação de um juízo segu-ro. Esse juízo somente poderia ser forma-do por quem, como o M. Juiz, já houvesseconsumido muito tempo no estudo dosproblemas de direito, ligados à formaçãodessas personalidades puramente objeti-vas. Seria a repetição daquele caso do re-lojoeiro de Maria Antonieta. Conta-se queum dia parou um riquíssimo relógio ade-reço, objeto de grande estimação da des-ditosa rainha de França. Todos os relojoei-ros célebres examinaram a joia sem des-cobrir o defeito do minúsculo aparelho.Mas indicaram um relojoeiro que moravanum bairro afastado e que seria capaz defazer a reparação. A rainha foi procurá-lopessoalmente. Ele examinou a peça aten-tamente durante alguns minutos, desco-brindo o defeito. Deu-lhe uma pequeninamartelada e o relógio começou a andarregularmente. A rainha perguntou quantoera o serviço e o relojoeiro pediu 50 fran-cos. Ela achou que era muito dinheiro poruma simples martelada. Mas o artíficerespondeu que ela devia levar em consi-deração todo o tempo que ele levou paraaprender a dar aquela martelada que ne-nhum outro relojoeiro de Paris pôde dar.

Nós não podemos resolver o nossocaso com a mesma facilidade do mestrerelojoeiro. Mas o M. Juiz, sendo capaz deresolver com a mesma prontidão e acer-to, deve se lembrar de todo o tempo quelevou queimando as pestanas em cimados livros, para adquirir um conhecimen-to perfeito de um dos mais complicadosinstitutos jurídicos.

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Maio | 2012IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano XI | Nº 111 | Maio | 2012

Demais, precisamos lembrar que ogrande artífice do nosso direito civil, omestre excelso que é Clóvis Beviláqua,tendo de opinar sobre a questão debati-da à vista somente do testamento, errouclamorosamente... a ter-se como verda-de o caso julgado que supomos estar deacordo com o direito e representar a ver-dadeira justiça.

Isto demonstra que a questão jurídicaera difícil, e que não podia nem devia serresolvida somente com a leitura do testa-mento, sendo necessário que se ponde-rassem todas as dúvidas e dificuldadessuscitadas pela discussão travada nos au-tos. Se acertamos, não foi por acaso, e simpelo estudo paciente e demorado, pois quedetestamos os raciocínios rápidos, os pa-receres ligeiros dos juristas �coup defoudre�.

Gravidade e multiplicidade dasGravidade e multiplicidade dasGravidade e multiplicidade dasGravidade e multiplicidade dasGravidade e multiplicidade dasquestões tratadas - questões tratadas - questões tratadas - questões tratadas - questões tratadas - Sobre a gravidadedo trabalho bastará relembrar que se nãotivéssemos apelado do despacho de sus-tentação, de fls. 891, todos os bens do es-pólio teriam sido entregues àMunicipalidade, para ela fazer dos mes-mos o que bem entendesse, pois o juizdeclarou aí que ela era simples legatária,sem obrigação de erigir as obras de benefi-cência determinadas pelo testador, fican-do apenas com o encargo, facilmentesofismável, de colocar umas tabuletas eplacas com o seu nome em algumas esco-las e nas esquinas de uma rua ou praça.

Assentar que o recurso cabível dessedespacho era apelação, apelar do mesmoe sustentar a sua admissibilidade, em agra-vo, para ver, por este argumento, admitidaa apelação, era, realmente, dar um passode consequências gravíssimas. E por quenão dizer que era também grave, sério,muito sério mesmo, sustentar uma deman-da porfiada contra a Prefeitura Municipal,no tempo em que os prefeitos mandavamde verdade?

Veio depois o regímen do poder discri-cionário. Foram demitidos promotores,juízes, ministros; e distribuídos com gran-de elegância os chamados �bilhetesazuis�... Estes autos foram várias vezesparar às mãos de secretários da Justiça,tanto da antiga como da nova República. Enós sempre mantivemos firme o nossoponto de vista, sustentando que o testa-dor instituíra fundações e que estas devi-am e devem ser erigidas, cumprindo-se,quanto possível, a sua vontade, por maiscobiçado que seja o seu patrimônio, por

parte dos poderes públicos: pelo do Muni-cípio sob a forma de legados; e pelo doEstado sob a forma de impostos a seremarrecadados com a entrega da herança aosherdeiros do testador.

Nessas condições, o elemento �gravi-dade� de que fala Giuriati entrou em largadose neste pleito. Múltiplas também foramas questões tratadas. A primeira foi a pro-pósito da construção do �Patronato Gil Pi-nheiro�; surgiu em seguida o litígio com aPrefeitura Municipal, a quem o juiz man-dou praticamente entregar todos os bensdo espólio, declarando que a mesma eralegatária e não administradora das funda-ções Gil Pinheiro; tivemos a seguir a dis-cussão sobre a reforma de prédios em ruí-nas que a Prefeitura nestes autos impediase fizesse, e que ao mesmo tempo, poroutra repartição, intimava o testamenteiroa reparar, sob pena de demolição! E tive-mos ainda a prestação de contas doinventariante e testamenteiro, com umaexposição documentada de 38 folhas e466 documentos.

Nos autos dessa prestação de contastravou-se novo litígio da Câmara Municipal,que com argumentos os mais fúteis preten-deu reformar por via de agravo a sentençadefinitiva que julgara essas contas. E o mes-mo juiz que nos havia negado apelação doseu despacho interlocutório com força dedefinitivo, apelação depois admitida peloTribunal, provendo o nosso agravo � essemesmo juiz, de uma longanimidade extre-ma para com a Câmara Municipal � permi-tiu que ela agravasse de uma decisão finale definitiva, como é a sentença que julgauma prestação de contas!

E foi preciso um novo agravo para queo Tribunal impedisse a futilíssima discus-são suscitada pela suposta legatária. Nãofoi, portanto, uma única questão a que sediscutiu nestes autos. O despacho agrava-do enxergou somente uma questão de in-terpretação do testamento. Mas verão osSrs. ministros � se puderem compulsar osautos � que foram múltiplas as questõessuscitadas. Múltiplas e graves, como querGiuriati, para uma boa apreciação dos ho-norários de advogado.

Mérito intrínseco dos trabalhosMérito intrínseco dos trabalhosMérito intrínseco dos trabalhosMérito intrínseco dos trabalhosMérito intrínseco dos trabalhos- - - - - O M. Juiz � com excessiva gentileza �declarou não duvidar da excelência dos tra-balhos, predicado esse de que nós duvida-mos. Mas acha que foi pouco o trabalho.Entende que as petições e arrazoados nãodemandaram muito tempo nem grande es-tudo.

Confessemos que realmente não es-crevemos muito nesta causa. Poucos au-tores citamos. Talvez seja esta minuta oarrazoado mais longo de todo o feito. Masse isso se deu foi justamente porque tí-nhamos estudado o direito e os fatos comtempo suficiente para sermos breves. De-vemos sempre lembrar aquele conceito deVieira ao finalizar uma das cartas ao Mar-quês de Niza, na qual tratara dos mais com-plicados assuntos diplomáticos � concei-to que constitui uma verdadeira chave deouro: �Esta vai longa porque não tive tem-po de ser breve...�

A principal preocupação dos advoga-dos deve ser a de simplificar tanto os pro-blemas de direito como as questões defato. Deve ferir a questão principal, usan-do somente dos bons argumentos, e aban-donando o acessório, que só serve paraconfundir. Em vez de levantar controvérsi-as sobre o direito, deve estudar paciente-mente as questões jurídicas, e expor coma máxima singeleza e concisão o direitoaplicável ao fato.

Foi isso o que procuramos fazer. E ti-vemos a satisfação de ver afinal o nossotrabalho aprovado pelo eminente mestreDr. Francisco Morato, em erudito parecercontraposto ao de Clóvis Beviláqua, apre-sentado quando a causa estava já em graude embargos, e o extraordinário confortode um acórdão unânime, assinado por cin-co ministros do Tribunal.

Não escrevemos muito; mas tudoquanto escrevemos era necessário e estácerto, desde que se tenha como certeza ojuízo dos tribunais. Todos os nossos recur-sos foram providos. Sem esses recursosos bens do espólio estariam hoje incorpo-rados ao patrimônio da Municipalidade, emvez de constituírem a base das fundaçõesGil Pinheiro.

Como se há de medir o valor intrínse-co do nosso trabalho?

Pela sua extensão, pela riqueza das ci-tações, pela ostentação de erudição, ou pelasimplificação dos fatos e pelo acerto da de-monstração do direito aplicável à espécie?

Digam os ministros do Tribunal, com anecessária JUSTIÇA!

São Paulo, 27 de Dezembro de 1932.(a.) Noé Azevedo

Obs.: Publicado em "Contra a Ditadu-ra em Matéria de Honorários", Edit.

Revista dos Tribunais, 1933. Fonte: siteMigalhas. Leia mais na pág. 8 desta

edição da ADVOCEF em Revista.