direito do consumidor

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Direito do Consumidor 28. No tocante às relações de consumo, (A) pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. (B) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, neste caso privada, somente, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviço. (C) produto é qualquer bem, desde que material, podendo ser móvel ou imóvel. (D) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com ou sem remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. (E) as normas consumeristas são de natureza dispositiva e de interesse individual dos consumidores. Resposta A. Comentário: Respostas extraídas do CDC. (A) Art. 2º, Parágrafo único – Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo; (B) Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços; (C) Art. 3º § 1º – Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; (D) Art. 3º § 2º – Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista; (E) Art. 1º - O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos artigos 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e artigo 48 de suas Disposições Transitórias. Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela. 29. NÃO se enquadram ao Código de Defesa do Consumidor (A) as relações jurídicas envolvendo o usuário da rodovia e a concessionária do serviço público. (B) as relações jurídicas entre a entidade de previdência privada e seus participantes. (C) as relações jurídicas decorrentes dos contratos de planos de saúde. (D) o exame dos contratos de cartão de crédito, submetidos apenas às resoluções específicas do Banco Central. (E) as relações jurídicas concernentes aos condôminos, nos condomínios edilícios. Resposta E. Comentário: STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 1106441 SP 2008/0263072-2 (STJ). RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO. AÇAO DE COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS. INAPLICABILIDADE DO CDC. NAO REGULARIZAÇAO DO CONDOMÍNIO. DESPESAS COMUNS DEVIDAS. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 83 DO STJ. 1 – Inaplicabilidade do CDC às relações entre o condomínio e seus condôminos. Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

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Direito do Consumidor

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Page 1: Direito Do Consumidor

Direito do Consumidor

28. No tocante às relações de consumo,

(A) pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

(B) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, neste caso privada, somente, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviço.

(C) produto é qualquer bem, desde que material, podendo ser móvel ou imóvel.

(D) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com ou sem remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.

(E) as normas consumeristas são de natureza dispositiva e de interesse individual dos consumidores.

Resposta A.

Comentário: Respostas extraídas do CDC. (A) Art. 2º, Parágrafo único – Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo; (B) Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços; (C) Art. 3º § 1º – Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial; (D) Art. 3º § 2º – Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista; (E) Art. 1º - O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos artigos 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e artigo 48 de suas Disposições Transitórias.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

29. NÃO se enquadram ao Código de Defesa do Consumidor

(A) as relações jurídicas envolvendo o usuário da rodovia e a concessionária do serviço público.

(B) as relações jurídicas entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

(C) as relações jurídicas decorrentes dos contratos de planos de saúde.

(D) o exame dos contratos de cartão de crédito, submetidos apenas às resoluções específicas do Banco Central.

(E) as relações jurídicas concernentes aos condôminos, nos condomínios edilícios.

Resposta E.

Comentário: STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 1106441 SP 2008/0263072-2 (STJ). RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO. AÇAO DE COBRANÇA DE TAXAS CONDOMINIAIS. INAPLICABILIDADE DO CDC. NAO REGULARIZAÇAO DO CONDOMÍNIO. DESPESAS COMUNS DEVIDAS. JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SÚMULA 83 DO STJ. 1 – Inaplicabilidade do CDC às relações entre o condomínio e seus condôminos.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

30. Quanto aos prazos prescricionais e decadenciais nas relações de consumo, é correto afirmar:

(A) Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no pagamento do produto ou do serviço.

(B) O prazo prescricional pode ser suspenso ou interrompido, mas não o prazo decadencial, que não se interrompe ou suspende mesmo nas relações consumeristas.

(C) Na aferição dos vícios de fácil ou aparente constatação, o prazo decadencial se inicia tão logo seja entregue o produto ou terminada a execução do serviço.

(D) Decai em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Page 2: Direito Do Consumidor

(E) O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis.

Resposta C.

Comentário: Respostas extraídas do CDC. (A) Art. 26, § 3º – Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito; (B) Art. 26, § 2º - Obstam a decadência: I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; II – (Vetado.); III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento; (C) Art. 26, § 1º – Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços; (D) Art. 27 - Prescreve em 5 (cinco anos) a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria; (E) Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I – 30 (trinta dias), tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis; II – 90 (noventa dias), tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

31. Analise os enunciados abaixo, em relação à responsabilidade pelo fato do produto e do serviço.

I. O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração circunstâncias relevantes, como sua apresentação, o uso e os riscos razoavelmente esperados e a época em que foi colocado em circulação.

II. O serviço é tido por defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em conta circunstâncias relevantes, como o modo de seu fornecimento, o resultado e os riscos razoavelmente esperados e a adoção de novas técnicas.

III. O comerciante é responsabilizado quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados, ou quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador ou, ainda, quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Está correto o que se afirma em

(A) I, II e III.

B) II, apenas.

(C) II e III, apenas.

(D) I e II, apenas.

(E) I e III, apenas.

Resposta E.

Comentário: Leitura dos artigos do CDC. (I – CERTO) Art. 12, § 1º – O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I – sua apresentação; II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III – a época em que foi colocado em circulação; (II – ERRADO) Art. 14 - § 2º – O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas; (III – CERTO) Art. 13 - O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

32. Na atividade médica, a responsabilidade civil do profissional liberal

(A) é, em regra, apurada com base na responsabilidade subjetiva e examinada em todos os casos como obrigação de meio e não de resultado.

(B) é, em regra, apurada com base na responsabilidade subjetiva e examinada como obrigação de meio, excepcionalmente examinando-se como obrigação de resultado.

(C) é, em regra, apurada com base na responsabilidade objetiva e examinada como obrigação de meio e, circunstancialmente, como obrigação de resultado.

(D) é, em regra, apurada com base na responsabilidade objetiva e examinada em todos os casos como obrigação de meio e não de resultado.

(E) é apurada com base na culpa e é aquela sempre considerada obrigação de resultado.

Page 3: Direito Do Consumidor

Resposta B.

Comentário: A resposta está no entendimento solidificado do STJ de que, de forma geral, a responsabilidade do médico é de meio, sendo de resultado apenas em casos excepcionais, tais como nas cirurgias plásticas embelezadoras. Mesmo nestes últimos casos a responsabilidade continua sendo subjetiva. Importante destacar que o STJ reconhece que o caso fortuito afasta a responsabilidade do médico. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. ART. 14 DO CDC. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. CASO FORTUITO. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. 1. Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos caracterizam verdadeira obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume verdadeiro compromisso pelo efeito embelezador prometido. 2. Nas obrigações de resultado, a responsabilidade do profissional da medicina permanece subjetiva. Cumpre ao médico, contudo, demonstrar que os eventos danosos decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia. 3. Apesar de não prevista expressamente no CDC, a eximente de caso fortuito possui força liberatória e exclui a responsabilidade do cirurgião plástico, pois rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado pelo paciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a assinatura do paciente em “termo de consentimento informado”, de maneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgir durante o pós- operatório. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (REsp 1180815⁄MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19⁄08⁄2010, DJe 26⁄08⁄2010).

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

33. Na oferta de produtos e serviços regulada pelo Código de Defesa do Consumidor,

(A) o fornecedor é apenas subsidiariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.

(B) a reposição de componentes e peças dos produtos deve ser assegurada apenas enquanto estes forem fabricados ou importados.

(C) em qualquer hipótese, é proibida a publicidade de bens e serviços ao consumidor por telefone.

(D) as informações ao consumidor oferecidas nos produtos refrigerados, devem ser gravadas de forma indelével.

(E) a informação ou publicidade do produto obriga o fornecedor que a fizer veicular, mas só integra o contrato se for realizada por escrito.

Resposta D.

Comentário: Respostas extraídas do CDC. (A) Art. 34 - O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos; (B) Art. 32 - Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Parágrafo único – Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei; (C) Art. 33 - Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina; (D) Art. 31 - A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével; (E) Art. 30 - Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

34. Nas ações coletivas de que trata o Código de Defesa do Consumidor, a sentença fará coisa julgada:

I. erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova, na hipótese dos interesses ou direitos difusos conforme tratados no CDC.

II. ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova, quando se tratar de interesses ou direitos coletivos conforme tratados no CDC.

III. erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese de interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

Está correto o que se afirma em

(A) I e II, apenas.

(B) II e III, apenas.

Page 4: Direito Do Consumidor

(C) I e III, apenas.

(D) I, apenas.

(E) I, II e III.

Resposta E.

Comentário: Leitura do artigo do Art. 103 do CDC - Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada: (I – CERTO) I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do artigo 81; (II – CERTO) II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do artigo 81; (III – CERTO) III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do artigo 81.

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

35. As cláusulas abusivas no Código de Defesa do Consumidor são

(A) nulas de pleno direito e previstas em rol meramente exemplificativo.

(B) anuláveis e previstas em rol elucidativo.

(C) nulas de pleno direito e previstas em rol taxativo.

(D) anuláveis e previstas em rol fechado.

(E) tidas por inexistentes.

Resposta A.

Comentário: Respostas extraídas do caput do Art. 51 do CDC - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que…

Comentada pelo colaborador: Erivando Soares Portela.

COMENTÁRIO FINAL: Mais uma vez se vê que, quando a organizadora for a FCC – Fundação Carlos Chagas, o candidato deve ficar atento a letra lei nas provas preambulares ou objetivas. Exceto as questões 29 e 32, onde requer atenção ao entendimento jurisprudencial, as demais são a letra da lei.

Bons estudos e boa sorte.

Erivando Soares Portela.