direito do consumidor 06

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Aula 06 Direito do Consumidor p/ Caixa Econômica Federal - 2014 Professor: Aline Santiago 53040236253 - antonio diego nascimento souza

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Aula 06

Direito do Consumidor p Caixa Econocircmica Federal - 2014

Professor Aline Santiago

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Direito do Consumidor para Caixa Econocircmica Federal

Professora Aline Santiago

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AULA 06 Praacuteticas abusivas

Olaacute aluno

Estamos chegando ao final do nosso curso

E nesta aula 6 vamos continuar no estudo do Capiacutetulo V da Lei n 8078 - Das Praacuteticas Comerciais estudando as Praacuteticas Abusivas

No final desta aula vocecirc iraacute encontrar um toacutepico que trata da cobranccedila de diacutevidas (que tambeacutem estaacute prevista no Capiacutetulo V do CDC) Apesar deste assunto natildeo estar previsto no nosso cronograma de aulas achei por bem colocar tendo em vista natildeo ser o assunto muito grande e para que vocecirc fique com seu material mais completo

Poreacutem antes de comeccedilarmos cabe uma viso vocecirc iraacute encontrar muito entendimento jurisprudencial sobre os temas estudados nesta aula e eacute oportuno que vocecirc saiba qual o posicionamento do Superior Tribunal de Justiccedila Se precisar leia a aula mais vezes )

Coragem

OBSERVACcedilAtildeO IMPORTANTE este curso eacute protegido por direitos autorais (copyright) nos termos da Lei 961098 que altera atualiza e consolida a legislaccedilatildeo sobre direitos autorais e daacute outras providecircncias

Grupos de rateio e pirataria satildeo clandestinos violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos

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Sumaacuterio

1 Disposiccedilotildees gerais 3

2 Praacuteticas Abusivas 3

21 Classificaccedilatildeo 3

22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC 5

221 Art 39 I do CDC 5

222 Art 39 II do CDC 9

223 Art 39 III do CDC 10

224 Art 39 IV do CDC 11

225 Art 39 V do CDC 12

226 Art 39 VI do CDC 13

227 Art 39 VII do CDC 15

228 Art 39 VIII do CDC 16

229 Art 39 IX do CDC 16

2210 Art 39 X do CDC 17

2211 Art 39 XII do CDC 18

2212 Art 39 XIII do CDC 19

3 Cobranccedila de Diacutevidas 20

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas 20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito 23

- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS 27

- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO 36

Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula) 39

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1 Disposiccedilotildees gerais

A caracteriacutestica atual das relaccedilotildees de consumo em que haacute a supremacia do fornecedor frente ao consumidor na medida que aquele domina as decisotildees de produccedilatildeo eacute que deu origem as chamadas praacuteticas abusivas

O fato de o Coacutedigo de Defesa do Consumidor ter elencado uma seacuterie de situaccedilotildees exemplificativas de praacuteticas abusivas e as proibir de modo absoluto nas relaccedilotildees de consumo possui relaccedilatildeo direta com o contexto histoacuterico de supremacia do fornecedor1 em face do consumidor

2 Praacuteticas Abusivas

Para Antocircnio Herman V Benjamin2 ldquoPraacutetica abusiva (lato sensu) eacute a desconformidade com os padrotildees mercadoloacutegicos de boa conduta em relaccedilatildeo ao consumidorrdquo

ldquoNeste sentido qualquer que seja o comportamento se estiver em desacordo com aquilo que se espera no tocante agrave boa conduta ndash vista esta sob o enfoque da boa-feacute objetiva - haveraacute praacutetica abusivardquo3

Portanto as praacuteticas abusivas satildeo accedilotildees dos fornecedores em desacordo com os paracircmetros de boa conduta nas relaccedilotildees de consumo por excederem os limites dos bons costumes e principalmente da boa-feacute

Tais praacuteticas seratildeo consideradas abusivas independente de ter sofrido o consumidor um dano ndash haacute uma presunccedilatildeo absoluta de ilicitude

21 Classificaccedilatildeo

As praacuteticas abusivas podem ser classificadas quanto ao sup1momento do processo econocircmico e quanto agrave sup2fase da relaccedilatildeo contratual

1 Expressatildeo utilizada por Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 2 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 224 3 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg485

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Quanto ao momento do processo econocircmico as praacuteticas abusivas poderatildeo ser classificadas em praacuteticas abusivas produtivas e em praacuteticas abusivas comerciais

As praacuteticas abusivas produtivas estatildeo relacionadas a fase de produccedilatildeo do produto ou do serviccedilo Deste modo qualquer produto que seja fabricado (ou qualquer serviccedilo que seja oferecido) que natildeo esteja de acordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais seratildeo consideradas praacuteticas abusivas produtivas

As praacuteticas abusivas comerciais estatildeo relacionadas ao momento que sucede a produccedilatildeo (fase poacutes-produccedilatildeo) Como exemplo temos o inciso IV do art 39 que diz ser praacutetica abusiva ldquoprevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilosrdquo

Quanto agrave fase da relaccedilatildeo contratual em que aparecem poderatildeo estar presentes nas fases preacute-contratual (momento anterior a formaccedilatildeo do contrato) contratual (no proacuteprio contrato) e na fase poacutes-contratual (depois de a relaccedilatildeo de consumo estar concluiacuteda terminada)

Como exemplo de praacuteticas abusivas na fase preacute-contratual temos os incisos I II e III do art 39 como tambeacutem o art 404 satildeo poacutes-contratuais as praacuteticas abusivas do inciso VII do art 39 (repasse de informaccedilatildeo depreciativa sobre o consumidor) como tambeacutem as do art 32 (falta de peccedilas de reposiccedilatildeo) e a cobranccedila de diacutevidas de consumo (art 42)5 e como exemplo de praacuteticas abusivas contratuais a prevista no inciso XII do art 39 (natildeo fixaccedilatildeo do prazo para cumprimento da obrigaccedilatildeo) e todas as outras previstas no art 51 que trata das claacuteusulas contratuais abusivas ndash que vimos na aula 03 de nosso curso

ldquoMas qualquer que seja o momento de sua manifestaccedilatildeo o abuso estaraacute relacionado com a situaccedilatildeo de inferioridade teacutecnica econocircmica juriacutedicacientiacutefica ou informacional do consumidorrdquo6

4 Ambos os artigos seratildeo estudados nesta aula 5 Tambeacutem veremos este artigo no final da aula de hoje 6 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 484

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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AULA 06 Praacuteticas abusivas

Olaacute aluno

Estamos chegando ao final do nosso curso

E nesta aula 6 vamos continuar no estudo do Capiacutetulo V da Lei n 8078 - Das Praacuteticas Comerciais estudando as Praacuteticas Abusivas

No final desta aula vocecirc iraacute encontrar um toacutepico que trata da cobranccedila de diacutevidas (que tambeacutem estaacute prevista no Capiacutetulo V do CDC) Apesar deste assunto natildeo estar previsto no nosso cronograma de aulas achei por bem colocar tendo em vista natildeo ser o assunto muito grande e para que vocecirc fique com seu material mais completo

Poreacutem antes de comeccedilarmos cabe uma viso vocecirc iraacute encontrar muito entendimento jurisprudencial sobre os temas estudados nesta aula e eacute oportuno que vocecirc saiba qual o posicionamento do Superior Tribunal de Justiccedila Se precisar leia a aula mais vezes )

Coragem

OBSERVACcedilAtildeO IMPORTANTE este curso eacute protegido por direitos autorais (copyright) nos termos da Lei 961098 que altera atualiza e consolida a legislaccedilatildeo sobre direitos autorais e daacute outras providecircncias

Grupos de rateio e pirataria satildeo clandestinos violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos

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Sumaacuterio

1 Disposiccedilotildees gerais 3

2 Praacuteticas Abusivas 3

21 Classificaccedilatildeo 3

22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC 5

221 Art 39 I do CDC 5

222 Art 39 II do CDC 9

223 Art 39 III do CDC 10

224 Art 39 IV do CDC 11

225 Art 39 V do CDC 12

226 Art 39 VI do CDC 13

227 Art 39 VII do CDC 15

228 Art 39 VIII do CDC 16

229 Art 39 IX do CDC 16

2210 Art 39 X do CDC 17

2211 Art 39 XII do CDC 18

2212 Art 39 XIII do CDC 19

3 Cobranccedila de Diacutevidas 20

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas 20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito 23

- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS 27

- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO 36

Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula) 39

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1 Disposiccedilotildees gerais

A caracteriacutestica atual das relaccedilotildees de consumo em que haacute a supremacia do fornecedor frente ao consumidor na medida que aquele domina as decisotildees de produccedilatildeo eacute que deu origem as chamadas praacuteticas abusivas

O fato de o Coacutedigo de Defesa do Consumidor ter elencado uma seacuterie de situaccedilotildees exemplificativas de praacuteticas abusivas e as proibir de modo absoluto nas relaccedilotildees de consumo possui relaccedilatildeo direta com o contexto histoacuterico de supremacia do fornecedor1 em face do consumidor

2 Praacuteticas Abusivas

Para Antocircnio Herman V Benjamin2 ldquoPraacutetica abusiva (lato sensu) eacute a desconformidade com os padrotildees mercadoloacutegicos de boa conduta em relaccedilatildeo ao consumidorrdquo

ldquoNeste sentido qualquer que seja o comportamento se estiver em desacordo com aquilo que se espera no tocante agrave boa conduta ndash vista esta sob o enfoque da boa-feacute objetiva - haveraacute praacutetica abusivardquo3

Portanto as praacuteticas abusivas satildeo accedilotildees dos fornecedores em desacordo com os paracircmetros de boa conduta nas relaccedilotildees de consumo por excederem os limites dos bons costumes e principalmente da boa-feacute

Tais praacuteticas seratildeo consideradas abusivas independente de ter sofrido o consumidor um dano ndash haacute uma presunccedilatildeo absoluta de ilicitude

21 Classificaccedilatildeo

As praacuteticas abusivas podem ser classificadas quanto ao sup1momento do processo econocircmico e quanto agrave sup2fase da relaccedilatildeo contratual

1 Expressatildeo utilizada por Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 2 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 224 3 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg485

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Quanto ao momento do processo econocircmico as praacuteticas abusivas poderatildeo ser classificadas em praacuteticas abusivas produtivas e em praacuteticas abusivas comerciais

As praacuteticas abusivas produtivas estatildeo relacionadas a fase de produccedilatildeo do produto ou do serviccedilo Deste modo qualquer produto que seja fabricado (ou qualquer serviccedilo que seja oferecido) que natildeo esteja de acordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais seratildeo consideradas praacuteticas abusivas produtivas

As praacuteticas abusivas comerciais estatildeo relacionadas ao momento que sucede a produccedilatildeo (fase poacutes-produccedilatildeo) Como exemplo temos o inciso IV do art 39 que diz ser praacutetica abusiva ldquoprevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilosrdquo

Quanto agrave fase da relaccedilatildeo contratual em que aparecem poderatildeo estar presentes nas fases preacute-contratual (momento anterior a formaccedilatildeo do contrato) contratual (no proacuteprio contrato) e na fase poacutes-contratual (depois de a relaccedilatildeo de consumo estar concluiacuteda terminada)

Como exemplo de praacuteticas abusivas na fase preacute-contratual temos os incisos I II e III do art 39 como tambeacutem o art 404 satildeo poacutes-contratuais as praacuteticas abusivas do inciso VII do art 39 (repasse de informaccedilatildeo depreciativa sobre o consumidor) como tambeacutem as do art 32 (falta de peccedilas de reposiccedilatildeo) e a cobranccedila de diacutevidas de consumo (art 42)5 e como exemplo de praacuteticas abusivas contratuais a prevista no inciso XII do art 39 (natildeo fixaccedilatildeo do prazo para cumprimento da obrigaccedilatildeo) e todas as outras previstas no art 51 que trata das claacuteusulas contratuais abusivas ndash que vimos na aula 03 de nosso curso

ldquoMas qualquer que seja o momento de sua manifestaccedilatildeo o abuso estaraacute relacionado com a situaccedilatildeo de inferioridade teacutecnica econocircmica juriacutedicacientiacutefica ou informacional do consumidorrdquo6

4 Ambos os artigos seratildeo estudados nesta aula 5 Tambeacutem veremos este artigo no final da aula de hoje 6 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 484

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Sumaacuterio

1 Disposiccedilotildees gerais 3

2 Praacuteticas Abusivas 3

21 Classificaccedilatildeo 3

22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC 5

221 Art 39 I do CDC 5

222 Art 39 II do CDC 9

223 Art 39 III do CDC 10

224 Art 39 IV do CDC 11

225 Art 39 V do CDC 12

226 Art 39 VI do CDC 13

227 Art 39 VII do CDC 15

228 Art 39 VIII do CDC 16

229 Art 39 IX do CDC 16

2210 Art 39 X do CDC 17

2211 Art 39 XII do CDC 18

2212 Art 39 XIII do CDC 19

3 Cobranccedila de Diacutevidas 20

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas 20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito 23

- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS 27

- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO 36

Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula) 39

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1 Disposiccedilotildees gerais

A caracteriacutestica atual das relaccedilotildees de consumo em que haacute a supremacia do fornecedor frente ao consumidor na medida que aquele domina as decisotildees de produccedilatildeo eacute que deu origem as chamadas praacuteticas abusivas

O fato de o Coacutedigo de Defesa do Consumidor ter elencado uma seacuterie de situaccedilotildees exemplificativas de praacuteticas abusivas e as proibir de modo absoluto nas relaccedilotildees de consumo possui relaccedilatildeo direta com o contexto histoacuterico de supremacia do fornecedor1 em face do consumidor

2 Praacuteticas Abusivas

Para Antocircnio Herman V Benjamin2 ldquoPraacutetica abusiva (lato sensu) eacute a desconformidade com os padrotildees mercadoloacutegicos de boa conduta em relaccedilatildeo ao consumidorrdquo

ldquoNeste sentido qualquer que seja o comportamento se estiver em desacordo com aquilo que se espera no tocante agrave boa conduta ndash vista esta sob o enfoque da boa-feacute objetiva - haveraacute praacutetica abusivardquo3

Portanto as praacuteticas abusivas satildeo accedilotildees dos fornecedores em desacordo com os paracircmetros de boa conduta nas relaccedilotildees de consumo por excederem os limites dos bons costumes e principalmente da boa-feacute

Tais praacuteticas seratildeo consideradas abusivas independente de ter sofrido o consumidor um dano ndash haacute uma presunccedilatildeo absoluta de ilicitude

21 Classificaccedilatildeo

As praacuteticas abusivas podem ser classificadas quanto ao sup1momento do processo econocircmico e quanto agrave sup2fase da relaccedilatildeo contratual

1 Expressatildeo utilizada por Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 2 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 224 3 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg485

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Quanto ao momento do processo econocircmico as praacuteticas abusivas poderatildeo ser classificadas em praacuteticas abusivas produtivas e em praacuteticas abusivas comerciais

As praacuteticas abusivas produtivas estatildeo relacionadas a fase de produccedilatildeo do produto ou do serviccedilo Deste modo qualquer produto que seja fabricado (ou qualquer serviccedilo que seja oferecido) que natildeo esteja de acordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais seratildeo consideradas praacuteticas abusivas produtivas

As praacuteticas abusivas comerciais estatildeo relacionadas ao momento que sucede a produccedilatildeo (fase poacutes-produccedilatildeo) Como exemplo temos o inciso IV do art 39 que diz ser praacutetica abusiva ldquoprevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilosrdquo

Quanto agrave fase da relaccedilatildeo contratual em que aparecem poderatildeo estar presentes nas fases preacute-contratual (momento anterior a formaccedilatildeo do contrato) contratual (no proacuteprio contrato) e na fase poacutes-contratual (depois de a relaccedilatildeo de consumo estar concluiacuteda terminada)

Como exemplo de praacuteticas abusivas na fase preacute-contratual temos os incisos I II e III do art 39 como tambeacutem o art 404 satildeo poacutes-contratuais as praacuteticas abusivas do inciso VII do art 39 (repasse de informaccedilatildeo depreciativa sobre o consumidor) como tambeacutem as do art 32 (falta de peccedilas de reposiccedilatildeo) e a cobranccedila de diacutevidas de consumo (art 42)5 e como exemplo de praacuteticas abusivas contratuais a prevista no inciso XII do art 39 (natildeo fixaccedilatildeo do prazo para cumprimento da obrigaccedilatildeo) e todas as outras previstas no art 51 que trata das claacuteusulas contratuais abusivas ndash que vimos na aula 03 de nosso curso

ldquoMas qualquer que seja o momento de sua manifestaccedilatildeo o abuso estaraacute relacionado com a situaccedilatildeo de inferioridade teacutecnica econocircmica juriacutedicacientiacutefica ou informacional do consumidorrdquo6

4 Ambos os artigos seratildeo estudados nesta aula 5 Tambeacutem veremos este artigo no final da aula de hoje 6 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 484

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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1 Disposiccedilotildees gerais

A caracteriacutestica atual das relaccedilotildees de consumo em que haacute a supremacia do fornecedor frente ao consumidor na medida que aquele domina as decisotildees de produccedilatildeo eacute que deu origem as chamadas praacuteticas abusivas

O fato de o Coacutedigo de Defesa do Consumidor ter elencado uma seacuterie de situaccedilotildees exemplificativas de praacuteticas abusivas e as proibir de modo absoluto nas relaccedilotildees de consumo possui relaccedilatildeo direta com o contexto histoacuterico de supremacia do fornecedor1 em face do consumidor

2 Praacuteticas Abusivas

Para Antocircnio Herman V Benjamin2 ldquoPraacutetica abusiva (lato sensu) eacute a desconformidade com os padrotildees mercadoloacutegicos de boa conduta em relaccedilatildeo ao consumidorrdquo

ldquoNeste sentido qualquer que seja o comportamento se estiver em desacordo com aquilo que se espera no tocante agrave boa conduta ndash vista esta sob o enfoque da boa-feacute objetiva - haveraacute praacutetica abusivardquo3

Portanto as praacuteticas abusivas satildeo accedilotildees dos fornecedores em desacordo com os paracircmetros de boa conduta nas relaccedilotildees de consumo por excederem os limites dos bons costumes e principalmente da boa-feacute

Tais praacuteticas seratildeo consideradas abusivas independente de ter sofrido o consumidor um dano ndash haacute uma presunccedilatildeo absoluta de ilicitude

21 Classificaccedilatildeo

As praacuteticas abusivas podem ser classificadas quanto ao sup1momento do processo econocircmico e quanto agrave sup2fase da relaccedilatildeo contratual

1 Expressatildeo utilizada por Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 2 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 224 3 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg485

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Quanto ao momento do processo econocircmico as praacuteticas abusivas poderatildeo ser classificadas em praacuteticas abusivas produtivas e em praacuteticas abusivas comerciais

As praacuteticas abusivas produtivas estatildeo relacionadas a fase de produccedilatildeo do produto ou do serviccedilo Deste modo qualquer produto que seja fabricado (ou qualquer serviccedilo que seja oferecido) que natildeo esteja de acordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais seratildeo consideradas praacuteticas abusivas produtivas

As praacuteticas abusivas comerciais estatildeo relacionadas ao momento que sucede a produccedilatildeo (fase poacutes-produccedilatildeo) Como exemplo temos o inciso IV do art 39 que diz ser praacutetica abusiva ldquoprevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilosrdquo

Quanto agrave fase da relaccedilatildeo contratual em que aparecem poderatildeo estar presentes nas fases preacute-contratual (momento anterior a formaccedilatildeo do contrato) contratual (no proacuteprio contrato) e na fase poacutes-contratual (depois de a relaccedilatildeo de consumo estar concluiacuteda terminada)

Como exemplo de praacuteticas abusivas na fase preacute-contratual temos os incisos I II e III do art 39 como tambeacutem o art 404 satildeo poacutes-contratuais as praacuteticas abusivas do inciso VII do art 39 (repasse de informaccedilatildeo depreciativa sobre o consumidor) como tambeacutem as do art 32 (falta de peccedilas de reposiccedilatildeo) e a cobranccedila de diacutevidas de consumo (art 42)5 e como exemplo de praacuteticas abusivas contratuais a prevista no inciso XII do art 39 (natildeo fixaccedilatildeo do prazo para cumprimento da obrigaccedilatildeo) e todas as outras previstas no art 51 que trata das claacuteusulas contratuais abusivas ndash que vimos na aula 03 de nosso curso

ldquoMas qualquer que seja o momento de sua manifestaccedilatildeo o abuso estaraacute relacionado com a situaccedilatildeo de inferioridade teacutecnica econocircmica juriacutedicacientiacutefica ou informacional do consumidorrdquo6

4 Ambos os artigos seratildeo estudados nesta aula 5 Tambeacutem veremos este artigo no final da aula de hoje 6 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 484

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Quanto ao momento do processo econocircmico as praacuteticas abusivas poderatildeo ser classificadas em praacuteticas abusivas produtivas e em praacuteticas abusivas comerciais

As praacuteticas abusivas produtivas estatildeo relacionadas a fase de produccedilatildeo do produto ou do serviccedilo Deste modo qualquer produto que seja fabricado (ou qualquer serviccedilo que seja oferecido) que natildeo esteja de acordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais seratildeo consideradas praacuteticas abusivas produtivas

As praacuteticas abusivas comerciais estatildeo relacionadas ao momento que sucede a produccedilatildeo (fase poacutes-produccedilatildeo) Como exemplo temos o inciso IV do art 39 que diz ser praacutetica abusiva ldquoprevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilosrdquo

Quanto agrave fase da relaccedilatildeo contratual em que aparecem poderatildeo estar presentes nas fases preacute-contratual (momento anterior a formaccedilatildeo do contrato) contratual (no proacuteprio contrato) e na fase poacutes-contratual (depois de a relaccedilatildeo de consumo estar concluiacuteda terminada)

Como exemplo de praacuteticas abusivas na fase preacute-contratual temos os incisos I II e III do art 39 como tambeacutem o art 404 satildeo poacutes-contratuais as praacuteticas abusivas do inciso VII do art 39 (repasse de informaccedilatildeo depreciativa sobre o consumidor) como tambeacutem as do art 32 (falta de peccedilas de reposiccedilatildeo) e a cobranccedila de diacutevidas de consumo (art 42)5 e como exemplo de praacuteticas abusivas contratuais a prevista no inciso XII do art 39 (natildeo fixaccedilatildeo do prazo para cumprimento da obrigaccedilatildeo) e todas as outras previstas no art 51 que trata das claacuteusulas contratuais abusivas ndash que vimos na aula 03 de nosso curso

ldquoMas qualquer que seja o momento de sua manifestaccedilatildeo o abuso estaraacute relacionado com a situaccedilatildeo de inferioridade teacutecnica econocircmica juriacutedicacientiacutefica ou informacional do consumidorrdquo6

4 Ambos os artigos seratildeo estudados nesta aula 5 Tambeacutem veremos este artigo no final da aula de hoje 6 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 484

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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22 Rol Exemplificativo das Praacuteticas Abusivas no CDC

O art 39 do CDC dispotildee sobre as praacuteticas que satildeo consideradas abusivas No entanto o faz de modo exemplificativo Observe

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

ldquoA utilizaccedilatildeo da expressatildeo ldquodentre outrasrdquo natildeo deixa duacutevidas de que o rol eacute meramente de exemplos mesmo porque taxar em rol exaustivo as praacuteticas abusivas seria inoacutecuo na medida em que sempre um novo comportamento iliacutecito seria praticado no mercado e o consumidor sairia prejudicado ante a ausecircncia de previsatildeo legalrdquo7

Desta forma qualquer ato que atente contra os padrotildees de boa conduta mesmo que natildeo prevista no CDC poderaacute ser enquadrada no conceito de praacutetica abusiva

Visto o caput8 do art 39 passamos ao estudo de seus incisos

221 Art 39 I do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

O caso elencado no inciso I do art 39 eacute o que chamados comumente de venda casada Nesta praacutetica o fornecedor vincula a aquisiccedilatildeo de determinado produto a compra de outro ou a contrataccedilatildeo de mais de um serviccedilo ou ainda a compra de um produto desde que contrate determinado serviccedilo

A praacutetica considerada abusiva eacute aquela em que o fornecedor impotildee a aquisiccedilatildeo conjunta de produtos ou serviccedilos que usualmente satildeo vendidos separados

ldquoSituaccedilatildeo que bem demonstra a praacutetica abusiva da venda casada eacute aquela em que a empresa cinematograacutefica somente admite o consumo de alimentos no interior da cinema se adquiridos em seu estabelecimento

7 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 487 8 Expressatildeo que vem do latim e quer dizer cabeccedila

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Percebam que neste caso o produto e o serviccedilo satildeo usualmente vendidos de forma separada e natildeo haacute qualquer motivo plausiacutevel para vincular tal praacutetica caracterizando-se como verdadeiro exemplo de comportamento abusivordquo9

Atentem para a seguinte jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO RECURSO ESPECIAL APLICACcedilAtildeO DE MULTA PECUNIAacuteRIA POR OFENSA AO COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR OPERACcedilAtildeO DENOMINADA VENDA CASADA EM CINEMAS CDC ART 39 I VEDACcedilAtildeO DO CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DOS ESTABELECIMENTOS CINEMATOGRAacuteFICOS 1 A intervenccedilatildeo do Estado na ordem econocircmica fundada na livre iniciativa deve observar os princiacutepios do direito do consumidor objeto de tutela constitucional fundamental especial (CF arts 170 e 5ordm XXXII) 2 Nesse contexto consagrou-se ao consumidor no seu ordenamento primeiro a saber o Coacutedigo de Defesa do Consumidor Brasileiro dentre os seus direitos baacutesicos a educaccedilatildeo e divulgaccedilatildeo sobre o consumo adequado dos produtos e serviccedilos asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contrataccedilotildees (art 6ordm II do CDC) 3 A denominada venda casada sob esse enfoque tem como ratio essendi da vedaccedilatildeo a proibiccedilatildeo imposta ao fornecedor de utilizando de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica opor-se agrave liberdade de escolha do consumidor entre os produtos e serviccedilos de qualidade satisfatoacuterio e preccedilos competitivos 4 Ao fornecedor de produtos ou serviccedilos consectariamente natildeo eacute liacutecito dentre outras praacuteticas abusivas condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo (art 39 I do CDC) 5 A praacutetica abusiva revela-se patente se a empresa cinematograacutefica permite a entrada de produtos adquiridos na suas dependecircncias e interdita o adquirido alhures engendrando por via obliacutequa a cognominada venda casada interdiccedilatildeo inextensiacutevel ao estabelecimento cuja venda de produtos alimentiacutecios constituiu a essecircncia da sua atividade comercial como verbi gratia os bares e restaurantes 6 O juiz na aplicaccedilatildeo da lei deve aferir as finalidades da norma por isso que in casu revela-se manifesta a praacutetica abusiva 7 A afericcedilatildeo do ferimento agrave regra do art 170 da CF eacute interditada ao STJ porquanto a sua competecircncia cinge-se ao plano infraconstitucional 8 Inexiste ofensa ao art 535 do CPC quando o Tribunal de origem embora sucintamente pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questatildeo posta nos autos Ademais o magistrado natildeo estaacute obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisatildeo 9 Recurso especial improvido

9 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg489

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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(STJ Relator Ministro LUIZ FUX Data de Julgamento 01032007 T1 - PRIMEIRA TURMA)

Outra situaccedilatildeo que muito interessa a vocecirc aluno que iraacute prestar o concurso da CAIXA eacute a da vinculaccedilatildeo do mutuaacuterio do SFH (Sistema Financeiro de Habitaccedilatildeo) a contrataccedilatildeo de seguro habitacional fornecido pela mesma instituiccedilatildeo financeira ou por empresa por ela indicada Sobre este caso temos outra jurisprudecircncia

SFH SEGURO HABITACIONAL CONTRATACcedilAtildeO FRENTE AO PROacutePRIO MUTUANTE OU SEGURADORA POR ELE INDICADA DESNECESSIDADE INEXISTEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL VENDA CASADA - Discute-se neste processo se na celebraccedilatildeo de contrato de muacutetuo para aquisiccedilatildeo de moradia o mutuaacuterio estaacute obrigado a contratar o seguro habitacional diretamente com o agente financeiro ou com seguradora por este indicada ou se lhe eacute facultado buscar no mercado a cobertura que melhor lhe aprouver - O seguro habitacional foi um dos meios encontrados pelo legislador para garantir as operaccedilotildees originaacuterias do SFH visando a atender a poliacutetica habitacional e a incentivar a aquisiccedilatildeo da casa proacutepria A apoacutelice colabora para com a viabilizaccedilatildeo dos empreacutestimos reduzindo os riscos inerentes ao repasse de recursos aos mutuaacuterios - Diante dessa exigecircncia da lei tornou-se habitual que na celebraccedilatildeo do contrato de financiamento habitacional as instituiccedilotildees financeiras imponham ao mutuaacuterio um seguro administrado por elas proacuteprias ou por empresa pertencente ao seu grupo econocircmico - A despeito da aquisiccedilatildeo do seguro ser fator determinante para o financiamento habitacional a lei natildeo determina que a apoacutelice deva ser necessariamente contratada frente ao proacuteprio mutuante ou seguradora por ele indicada - Ademais tal procedimento caracteriza a denominada ldquovenda casadardquo expressamente vedada pelo art 39 I do CDC que condena qualquer tentativa do fornecedor de se beneficiar de sua superioridade econocircmica ou teacutecnica para estipular condiccedilotildees negociais desfavoraacuteveis ao consumidor cerceando-lhe a liberdade de escolha Recurso especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19082008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Sobre este tema temos tambeacutem uma suacutemula do STJ

Suacutemula 473 do STJ ldquoO mutuaacuterio do SFH natildeo pode ser compelido a contratar o seguro habitacional obrigatoacuterio com a instituiccedilatildeo financeira mutuante ou com a seguradora por ela indicadardquo

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Voltando ao inciso I do art 39 mais especificamente em sua parte final temos

Art 39 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor limitar a aquisiccedilatildeo de produtos ou a contrataccedilatildeo de serviccedilos a limites quantitativos Salvo em situaccedilotildees em que esteja presente a justa causa

ldquoAssim em contextos de adversidade climaacutetica em razatildeo de longos periacuteodos de seca ou de fortes chuvas a produccedilatildeo de hortaliccedilas poderaacute ser comprometida Temos aiacute um bom exemplo de justa causa para condicionar os limites quantitativos maacuteximos de um produto a serem levados pelos consumidoresrdquo10

Entenda limites quantitativos maacuteximos e miacutenimos Eacute proibido ao fornecedor estipular limites maacuteximos e tambeacutem limites miacutenimos

Quanto aos limites miacutenimos temos a seguinte suacutemula

Suacutemula 356 do STJ ldquoEacute legiacutetima a cobranccedila da tarifa baacutesica pelo uso dos serviccedilos de telefonia fixardquo

A cobranccedila de tarifa baacutesica pelo uso do telefone eacute uma exemplo de limite quantitativo miacutenimo

Atente para a jurisprudecircncia a seguir

PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO CONTRATO DE PRESTACcedilAtildeO DE SERVICcedilOS DE TELEFONIA TARIFA BAacuteSICA MENSAL LEGALIDADE DA COBRANCcedilA ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SECcedilAtildeO RESP 911802RS 1 A cobranccedila da assinatura baacutesica mensal estaacute prevista no artigo 93 inciso VII da Lei n 9472 de 16071997 que a autoriza desde que constante no Edital e no contrato de concessatildeo 2 A tarifa baacutesica mensal teve detalhamento na Resoluccedilatildeo 8598 da ANATEL e nas Portarias 217 e 226 de 3 de abril de 1997 editadas pelo Ministeacuterio das Comunicaccedilotildees instrumentos onde satildeo apresentados criteacuterios teacutecnicos tanto para permitir a cobranccedila da tarifa baacutesica como para assegurar ao usuaacuterio padrotildees miacutenimos e compatiacuteveis de acessibilidade e utilizaccedilatildeo do serviccedilo telefocircnico 3 A Primeira Seccedilatildeo do Superior Tribunal de Justiccedila em 10 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 490

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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sessatildeo realizada no dia 24 de outubro de 2007 encerrou o julgamento do REsp 911802RS de relatoria do Ministro Joseacute Delgado e concluiu pela legalidade na cobranccedila mensal da tarifa baacutesica de telefonia Recurso Especial a que se nega provimento

(STJ - REsp 1008176 RS 20070274395-4 Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF Data de Julgamento 04032008 T2 - SEGUNDA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 21112008 DJe 21112008)

222 Art 39 II do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes

Desta forma NAtildeO poderaacute o fornecedor selecionar com quais consumidores quer contratar baseado em sua aparecircncia ou na quantidade de produtos que quer adquirir

Assim a recusa no atendimento eacute considerada uma praacutetica abusiva

Sobre esta praacutetica temos uma jurisprudecircncia do STJ

RECURSO ESPECIAL COacuteDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DANO MORAL VENDA DE PRODUTO A VAREJO RESTRICcedilAtildeO QUANTITATIVA FALTA DE INDICACcedilAtildeO NA OFERTA DANO MORAL INOCORREcircNCIA QUANTIDADE EXIGIDA INCOMPATIacuteVEL COM O CONSUMO PESSOAL E FAMILIAR ABORRECIMENTOS QUE NAtildeO CONFIGURAM OFENSA Agrave DIGNIDADE OU AO FORO IacuteNTIMO DO CONSUMIDOR 1 A falta de indicaccedilatildeo de restriccedilatildeo quantitativa relativa agrave oferta de determinado produto pelo fornecedor NAtildeO AUTORIZA o consumidor exigir quantidade incompatiacutevel com o consumo individual ou familiar nem tampouco configura dano ao seu patrimocircnio extra-material 2 Os aborrecimentos vivenciados pelo consumidor na hipoacutetese devem ser interpretados como fatos do cotidiano que natildeo extrapolam as raias das relaccedilotildees comerciais e portanto natildeo podem ser entendidos como ofensivos ao foro iacutentimo ou agrave dignidade do cidadatildeo Recurso especial ressalvada a terminologia natildeo conhecido

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

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RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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(STJ - REsp 595734 RS 20030167305-1 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 02082005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 28112005 p 275REVFOR vol 384 p 266RNDJ vol 74 p 70)

223 Art 39 III do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo

Temos no proacuteprio art 39 em seu paraacutegrafo uacutenico a consequecircncia para o fornecedor que cometa este abuso observe

Art 39 Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento

Desta forma temos a praacutetica abusiva ndash enviar ou entregar ao consumidor produto ou serviccedilo sem solicitaccedilatildeo preacutevia E tambeacutem a consequecircncia ndash os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues equiparam-se agraves amostras graacutetis

ldquoAssim no caso do recebimento de um cartatildeo de creacutedito sem solicitaccedilatildeo geralmente acompanhado de uma carta do gerente do banco parabenizando-o pela contrataccedilatildeo do serviccedilo natildeo haveraacute a necessidade de pagar a anuidaderdquo11

Atente para a posiccedilatildeo do STJ sobre esta praacutetica

RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE CIVIL ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MORAIS ENVIO DE CARTAtildeO DE CREacuteDITO NAtildeO SOLICITADO E DE FATURAS COBRANDO ANUIDADE DANO MORAL CONFIGURADO I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovaccedilatildeo do ato iliacutecito esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor o sofrimento a lesatildeo aos sentimentos iacutentimos juridicamente protegidos II - O envio de cartatildeo de creacutedito natildeo solicitado conduta considerada pelo Coacutedigo de Defesa do Consumidor como praacutetica abusiva (art 39 III) adicionado aos incocircmodos decorrentes das providecircncias notoriamente dificultosas para o cancelamento cartatildeo causam dano moral ao consumidor mormente em se

11 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 494

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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tratando de pessoa de idade avanccedilada proacutexima dos cem anos de idade agrave eacutepoca dos fatos circunstacircncia que agrava o sofrimento moral Recurso Especial natildeo conhecido

(STJ Relator Ministro SIDNEI BENETI Data de Julgamento 04112008 T3 - TERCEIRA TURMA)

224 Art 39 IV do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

Vimos na nossa aula inaugural que um dos principais princiacutepios que norteiam a relaccedilatildeo de consumo eacute o da vulnerabilidade em que existe uma presunccedilatildeo de que o consumidor pessoa fiacutesica seja a parte mais fraacutegil da relaccedilatildeo juriacutedica de consumo

Desta forma eacute praacutetica abusiva prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos

O exemplo mais comum que encontramos desta praacutetica abusiva (que se aproveita da fraqueza ou da ignoracircncia do consumidor) eacute aquela praticada pelo fornecedor de planos de sauacutede

Sobre este ponto destacamos as seguintes suacutemulas do STJ

- Suacutemula 302 ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

- Suacutemula 469 ldquoAplica-se o Coacutedigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sauacutederdquo

E tambeacutem as seguintes jurisprudecircncias

CIVIL E PROCESSUAL ACOacuteRDAtildeO ESTADUAL OMISSOtildeES NAtildeO CONFIGURADAS SEGURO-SAUacuteDE CLAacuteUSULA LIMITATIVA DE VALOR DE DESPESAS ANUAIS ABUSIVIDADE ESVAZIAMENTO DA FINALIDADE DO CONTRATO NULIDADE I Natildeo padece do viacutecio da omissatildeo o acoacuterdatildeo estadual que enfrenta suficientemente as questotildees relevantes suscitadas

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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apenas que trazendo conclusotildees adversas agrave parte irresignada II A finalidade essencial do seguro-sauacutede reside em proporcionar adequados meios de recuperaccedilatildeo ao segurado sob pena de esvaziamento da sua proacutepria ratio o que natildeo se coaduna com a presenccedila de claacuteusula limitativa do valor indenizatoacuterio de tratamento que as instacircncias ordinaacuterias consideraram coberto pelo contrato III Recurso especial conhecido e provido

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 21052009 T4 - QUARTA TURMA)

CIVIL E PROCESSUAL ACcedilAtildeO DECLARATOacuteRIA DE NULIDADE DE CLAacuteUSULA CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE DESPESAS HOSPITALARES ASSOCIACcedilAtildeO RELACcedilAtildeO DE CONSUMO RECONHECIDA LIMITACcedilAtildeO DE DIAS DE INTERNACcedilAtildeO EM UTI ABUSIVIDADE NULIDADE I A 2a Seccedilatildeo do STJ jaacute firmou o entendimento no sentido de que eacute abusiva a claacuteusula limitativa de tempo de internaccedilatildeo em UTI (REsp n 251024SP Rel Min Saacutelvio de Figueiredo Teixeira por maioria DJU de 04022002) II A relaccedilatildeo de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado no caso a cobertura meacutedico-hospitalar sendo desinfluente a natureza juriacutedica da entidade que presta os serviccedilos ainda que se diga sem caraacuteter lucrativo mas que manteacutem plano de sauacutede remunerado III Recurso especial conhecido e provido Accedilatildeo procedente

(STJ Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Data de Julgamento 12022008 T4 - QUARTA TURMA)

225 Art 39 V do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

ldquoTrata-se de comportamento abusivo muito comum no interior dos contratos de consumo tanto que o CDC considerou como claacuteusula abusiva dentre outras aquela que estabelece obrigaccedilotildees consideradas iniacutequas abusivas que colocam o consumidor em desvantagem exagerada ou seja incompatiacutevel com a boa-feacute ou a equidade (art 51 IV)rdquo12

12 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg497

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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O art 51 sect 1ordm do CDC traz um rol exemplificativo de vantagem exagerada

Art 51 sect 1ordm Presume-se exagerada entre outros casos a vantagem que

I - ofende os princiacutepios fundamentais do sistema juriacutedico a que pertence

II - restringe direitos ou obrigaccedilotildees fundamentais inerentes agrave natureza do contrato de tal modo a ameaccedilar seu objeto ou equiliacutebrio contratual

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor considerando-se a natureza e conteuacutedo do contrato o interesse das partes e outras circunstacircncias peculiares ao caso

Como exemplo mais uma vez vamos nos remeter ao entendimento jurisprudencial do STJ

PLANO DE SAUacuteDE CLAacuteUSULA ABUSIVA Eacute nula a claacuteusula que prevecirc o aumento de 16491 na mensalidade do plano de sauacutede tatildeo logo o contratante complete a idade de 60 anos ndash sem prejuiacutezo de que incidam os reajustes gerais decorrentes do custo dos serviccedilos Recurso especial conhecido mas desprovido

(STJ Relator Ministro ARI PARGENDLER Data de Julgamento 17062008 T3 - TERCEIRA TURMA)

Novamente como exemplo vemos caso de plano de sauacutede onde temos uma demonstraccedilatildeo de vantagem manifestamente exagerada que eacute o caso do aumento abusivo do valor do plano de sauacutede em razatildeo da alteraccedilatildeo da faixa etaacuteria do consumidor

226 Art 39 VI do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Assim para que uma prestaccedilatildeo de serviccedilos possa ser iniciada haacute a necessidade de elaboraccedilatildeo preacutevia de orccedilamento e tambeacutem da aprovaccedilatildeo expressa13 do consumidor

13 Isso quer dizer que a ausecircncia de tal anuecircncia teraacute como consequecircncia a desobrigaccedilatildeo do consumidor de pagar qualquer quantia

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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No entanto na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Este tambeacutem eacute o entendimento do STJ

Serviccedilos de mecacircnica Coacutedigo de Defesa do Consumidor Artigos 6ordm VI e 39 VI Precedentes 1 A inversatildeo do ocircnus da prova como jaacute decidiu a Terceira Turma estaacute no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor ficando subordinada ao criteacuterio do juiz quando for verossiacutemil a alegaccedilatildeo ou quando for ele hipossuficiente segundo as regras ordinaacuterias de experiecircncias (art 6ordm VIII) Isso quer dizer que natildeo eacute automaacutetica a inversatildeo do ocircnus da prova Ela depende de circunstacircncias concretas que seratildeo apuradas pelo juiz no contexto da facilitaccedilatildeo da defesa dos direitos do consumidor (REsp nordm 122505-SP da minha relatoria DJ de 24898) 2 O art 39 VI do Coacutedigo de Defesa do Consumidor determina que o serviccedilo somente pode ser realizado com a expressa autorizaccedilatildeo do consumidor Em consequecircncia natildeo demonstrada a existecircncia de tal autorizaccedilatildeo eacute imprestaacutevel a cobranccedila devido apenas o valor autorizado expressamente pelo consumidor 3 Recurso especial conhecido e provido em parte

(STJ Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO Data de Julgamento 24062002 T3 - TERCEIRA TURMA)

O art 40 do CDC dispotildee sobre o orccedilamento

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor

sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes

sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Para finalizarmos o estudo deste inciso cabe ressaltar que muitas vezes a elaboraccedilatildeo de orccedilamento se mostra incompatiacutevel com o serviccedilo que seraacute prestado como no caso de uma internaccedilatildeo meacutedica de emergecircncia

CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL RECURSO ESPECIAL ATENDIMENTO MEacuteDICO EMERGENCIAL RELACcedilAtildeO DE CONSUMO NECESSIDADE DE HARMONIZACcedilAtildeO DOS INTERESSES RESGUARDANDO O EQUILIacuteBRIO E A BOA-FEacute INVERSAtildeO DO OcircNUS DAPROVA INCOMPATIBILIDADE COM O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA PRINCIacutePIOS CONTRATUAIS QUE SE EXTRAEM DO CDC INSTRUMENTAacuteRIO HAacuteBIL A SOLUCIONARA LIDE 1 O Coacutedigo de Defesa do Consumidor contempla a reciprocidade equidade e moderaccedilatildeo devendo sempre ser buscada a harmonizaccedilatildeo dos interesses em conflito mantendo a higidez das relaccedilotildees de consumo 2 A inversatildeo do ocircnus da prova eacute instrumento para a obtenccedilatildeo do equiliacutebrio processual entre as partes natildeo tendo por fim causar indevida vantagem a ponto de conduzir o consumidor ao enriquecimento sem causa vedado pelo artigo 884 do Coacutedigo Civil 3 Natildeo haacute duacutevida de que houve a prestaccedilatildeo de serviccedilo meacutedico-hospitalar e que o caso guarda peculiaridades importantes suficientes ao afastamento para o proacuteprio interesse do consumidor da necessidade de preacutevia elaboraccedilatildeo de instrumento contratual e apresentaccedilatildeo de orccedilamento pelo fornecedor de serviccedilo prevista no artigo 40 do CDC dado ser incompatiacutevel com a situaccedilatildeo meacutedica emergencial experimentada pela filha do reacuteu 4 Os princiacutepios da funccedilatildeo social do contrato boa-feacute objetiva equivalecircncia material e moderaccedilatildeo impotildeem por um lado seja reconhecido o direito agrave retribuiccedilatildeo pecuniaacuteria pelos serviccedilos prestados e por outro lado constituem instrumentaacuterio que proporcionaraacute ao julgador o adequado arbitramento do valor a que faz jus o recorrente 5 Recurso especial parcialmente provido

(STJ Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMAtildeO Data de Julgamento 06092011 T4 - QUARTA TURMA)

227 Art 39 VII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos

Atenccedilatildeo aluno este inciso natildeo trata de banco de dados ou de cadastro de inadimplente mas do repasse de informaccedilotildees de consumidores que fazem valer seus direitos de forma administrativa como por exemplo promovendo denuacutencias ao PROCOM ou perante o poder judiciaacuterio

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Desta forma constitui uma praacutetica abusiva o repasse de informaccedilotildees de forma depreciativa sobre os consumidores que defendem seus direitos

228 Art 39 VIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro)

Saiba que o CONMETRO eacute um colegiado interministerial que exerce a funccedilatildeo de oacutergatildeo normativo do Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial) e que tem o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) como sua secretaria executiva

Esta informaccedilatildeo e muitas outras vocecirc encontra em wwwinmetrogovbr Se vocecirc dispor de tempo aconselho a leitura )

Se natildeo dispotildee saiba que colocar no mercado um produto ou serviccedilo em desacordo com normas teacutecnicas constitui uma praacutetica abusiva

229 Art 39 IX do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais

Quanto a esta praacutetica abusiva eacute importante que vocecirc saiba o que a expressatildeo ldquopronto pagamentordquo que consta no inciso em estudo quer dizer

Por pronto pagamento podemos entender o pagamento em dinheiro e ampliando o conceito tambeacutem o pagamento com cartatildeo de deacutebito ou o realizado por qualquer outro meio em que haja a imediata transferecircncia do valor do pagamento ainda que por meio eletrocircnico da conta do consumidor para a conta do fornecedor

Quanto ao cheque temos o seguinte entendimento jurisprudencial

Civil Recurso Especial Accedilatildeo de indenizaccedilatildeo por danos materiais e morais Embargos de declaraccedilatildeo Omissatildeo contradiccedilatildeo ou obscuridade Natildeo

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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ocorrecircncia Recusa indevida de cheque Alegaccedilatildeo de que natildeo haacute provisatildeo de fundos Configuraccedilatildeo de danos morais Compra realizada por outra forma de pagamento Irrelevacircncia - Apoacutes recusa da sociedade empresaacuteria em receber cheque emitido pelo consumidor sob o falso argumento de que natildeo havia provisatildeo de fundos o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante cartatildeo de deacutebito em conta corrente - Embora o cheque natildeo seja tiacutetulo de creacutedito de aceitaccedilatildeo compulsoacuteria no exerciacutecio da atividade empresarial a sociedade empresaacuteria ao possibilitar inicialmente o pagamento de mercadoria por meio desse tiacutetulo renunciou sua mera faculdade de aceitaccedilatildeo e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa sob pena de violaccedilatildeo ao princiacutepio da boa-feacute objetiva - Na hipoacutetese julgada natildeo foi demonstrada justa causa para a recusado cheque sobretudo porque na data da emissatildeo deste havia provisatildeo de fundos em conta corrente bem como o nome da recorrente natildeo estava inscrito em cadastros de proteccedilatildeo ao creacutedito - Dessarte a recusa indevida de cheque sob a alegaccedilatildeo inveriacutedica de que natildeo haacute provisatildeo de fundos ocasiona danos morais in re ipsa Ademais a utilizaccedilatildeo de outra forma de pagamento e a posterior realizaccedilatildeo do negoacutecio juriacutedico natildeo ilidiram a conduta iliacutecita jaacute consumada Recurso especial provido

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 23032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

Desta forma a recusa no atendimento mediante pronto pagamento constitui praacutetica abusiva

2210 Art 39 X do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos

Como exemplo desta praacutetica temos os casos em que os fornecedores cobram um preccedilo maior se os produtos forem pagos mediante cartatildeo de creacutedito eou um preccedilo menor (ldquodescontordquo) se o pagamento for feito mediante dinheiro

O STJ entende esta praacutetica da seguinte forma

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA -

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA)

2211 Art 39 XII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio

Este inciso trata dos casos infelizmente natildeo raros no mercado de contratos em que o consumidor tem um prazo certo para cumprir com a sua obrigaccedilatildeo (ou seja o pagamento do preccedilo acordado) enquanto que o fornecedor possui uma ampla margem de manobras para retardar a sua contraprestaccedilatildeo

Um exemplo muito comum eacute dos contratos imobiliaacuterios em que existe a previsatildeo de prazo para a conclusatildeo das obras a partir do iniacutecio ou teacutermino das fundaccedilotildees Soacute que para estas (as fundaccedilotildees) natildeo existe previsatildeo alguma sobre prazos de tempo

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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ldquoApesar da existecircncia de normatizaccedilatildeo especiacutefica adquirir um imoacutevel na planta num passado natildeo tatildeo longiacutenquo era um desafio principalmente se o casamento jaacute estivesse marcado O iniacutecio e o teacutermino das obras ficavam praticamente ao arbiacutetrio de algumas construtoras e com fraacutegil fiscalizaccedilatildeo das autoridades competentes o consumidor quase sempre saiacutea no prejuiacutezo Mesmo nos dias atuais natildeo eacute difiacutecil encontrarmos consumidores receacutem-casados alugando flats nos primeiros meses de matrimocircnio pois o apartamento adquirido na planta ainda natildeo ficou prontordquo14

Por uacuteltimo ressalto que os custos decorrentes desta situaccedilatildeo deveratildeo ser pagos de forma exclusiva pelo fornecedor sem prejuiacutezo de possiacutevel indenizaccedilatildeo por danos morais

2212 Art 39 XIII do CDC

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido

Em um passado natildeo muito distante nosso paiacutes jaacute viveu a necessidade de impor uma poliacutetica de tabelamento de preccedilos E sobre este assunto temos no CDC o art 41

Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Havendo tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo a ela se ater sob pena de natildeo o fazendo responderem pela sup1restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o sup2desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

Desta forma duas satildeo as opccedilotildees do consumidor sup1restituiccedilatildeo da quantia paga em excesso (devidamente atualizada monetariamente) ou o sup2desfazimento do negoacutecio

14 Fabriacutecio Bolzan de Almeida Direito do Consumidor Esquematizado Satildeo Paulo Saraiva 2013 Paacuteg 507

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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3 Cobranccedila de Diacutevidas

A cobranccedila de diacutevida eacute um ato legiacutetimo e o CDC natildeo veda esta accedilatildeo O que eacute regulamentado pelo citado Coacutedigo satildeo os abusos cometidos na execuccedilatildeo da cobranccedila

Em nosso ordenamento existem as cobranccedilas judiciais que satildeo exercidas em funccedilatildeo de um processo judicial atraveacutes de funcionaacuterios puacuteblicos e as cobranccedilas extrajudiciais que satildeo aquelas realizadas pelo proacuteprio credor ou por empresas de cobranccedila

ldquoOs abusos surgem exatamente nessa fase extrajudicial O consumidor eacute abordado das mais variadas formas possiacuteveis em seu trabalho residecircncia e lazer Utilizando-se toda uma seacuterie de procedimentos vexatoacuterios enganosos e molestadores Seus vizinhos amigos e colegas de trabalho satildeo incomodados Natildeo raras vezes vem ele a perder o emprego em face dos transtornos diretos causados aos seus chefes As humilhaccedilotildees por sua vez natildeo tem limitesrdquo15

E continua o respeitado autor com um exemplo muito didaacutetico ldquoUm caso entre tantos outros levado ao Procon de Satildeo Paulo eacute ilustrativo O consumidor inadimplente trabalhava em um escritoacuterio nas vizinhanccedilas da Praccedila da Seacute no centro de Satildeo Paulo uma das regiotildees mais movimentadas da cidade A empresa de cobranccedila natildeo satisfeita com os telefonemas diaacuterios que fazia ao chefe do devedor resolveu colocar na porta de seu serviccedilo uma ldquobanda de muacutesicardquo acompanhando palhaccedilos com cartazes e que gritavam o nome do consumidor e o cobriam de adjetivos os mais variadosrdquo

Assim o art 42 do CDC para a cobranccedila de diacutevidas limitam-se a regrar alguns aspectos da implementaccedilatildeo desta cobranccedila

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

31 Proibiccedilotildees absolutas e proibiccedilotildees relativas

Para sabermos quais satildeo os meios de cobranccedila que satildeo considerados proibidos temos que ler o art 42 juntamente com o art 71 que trata da parte penal

Art 71 Utilizar na cobranccedila de diacutevidas de ameaccedila coaccedilatildeo constrangimento fiacutesico ou moral afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor injustificadamente a ridiacuteculo ou

15 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 281

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

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RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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interfira com seu trabalho descanso ou lazer Pena Detenccedilatildeo de trecircs meses a um ano e multa

Desta forma eacute absolutamente proibido na cobranccedila de diacutevidas a sup1ameaccedila a sup2coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral e o sup3emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas

1 Ameaccedila ndash ningueacutem pode ser ameaccedilado a efetuar o pagamento de um deacutebito Para que seja configurada a ameaccedila natildeo haacute a exigecircncia de gravidade do mal (basta que o cobrador ameace o consumidor de contar para todos os seus amigos e colegas de trabalho do deacutebito) tambeacutem natildeo seraacute necessaacuterio que a ameaccedila tenha o poder de assustar o consumidor ou que lhe cause algum mal fiacutesico A simples ameaccedila patrimonial ou moral quando desprovida de fundamento jaacute se encaixa no dispositivo Como no caso de uma escola que ameace impedir que um aluno faccedila as provas finais se o pai natildeo efetuar o pagamento das mensalidades atrasadas

Atenccedilatildeo nem todos os atos ou palavras do cobrador seratildeo considerados ameaccedila Seratildeo excluiacutedos deste conceito os atos que caracterizem o exerciacutecio de direitos do credor assegurados pelo ordenamento juriacutedico Como no caso de o cobrador ligar para o devedor e avisa-lo que em sete dias promoveraacute uma accedilatildeo de cobranccedila (cobranccedila judicial) Neste caso natildeo haveraacute ameaccedila mas a comunicaccedilatildeo de um procedimento autorizado pelo direito

2 Coaccedilatildeo e o constrangimento fiacutesico ou moral ndash o consumidor ao ser cobrado extrajudicialmente por um deacutebito oriundo de uma relaccedilatildeo de consumo natildeo poderaacute ser coagido nem constrangido Como exemplo podemos imaginar a situaccedilatildeo de um cobrador que armado com um revoacutelver diz o pagamento ou sua vida16

3 Emprego de afirmaccedilotildees falsas incorretas ou enganosas ndash a cobranccedila de diacutevidas de consumo NAtildeO poderaacute ser baseada em informaccedilotildees que natildeo estejam totalmente em sintonia com a realidades dos fatos A afirmaccedilatildeo eacute considerada falsa quando natildeo estaacute baseada em fatos reais eacute a mentira como no caso de o cobrador afirmar ser advogado quando natildeo o eacute Na afirmaccedilatildeo incorreta a desconformidade seraacute parcial a uma junccedilatildeo de verdade com inverdade E a informaccedilatildeo enganosa seraacute capaz de induzir o consumidor em erro mesmo que literalmente verdadeira ldquoEacute

16 Exemplo retirado do livro Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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informaccedilatildeo enganosa aquela cujo suporte material (impresso por exemplo) traz timbres ou expressotildees que implicam qualidade ou poder que o cobrador natildeo tem Assim quando o impresso utiliza brasotildees do Municiacutepio do Estado ou da Uniatildeo ou qualquer outro siacutembolo que leve o consumidor a imaginar que se trata de correspondecircncia oficialrdquo17

Vimos os atos que satildeo considerados absolutamente proibidos na cobranccedila de diacutevidas de consumo no entanto existem outros atos que satildeo interditados e que excepcionalmente seratildeo admitidos pelo ordenamento satildeo as chamadas proibiccedilotildees relativas

Satildeo proibiccedilotildees relativas que seratildeo admitidas excepcionalmente desde de que preenchidos certos requisitos que deveratildeo ser provados pelos cobrador a sup1exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo e a sup2interferecircncia no trabalho descanso ou lazer

1 Exposiccedilatildeo do consumidor a ridiacuteculo ndash eacute certo que o consumidor natildeo poderaacute ser exposto ao ridiacuteculo na cobranccedila de uma diacutevida no entanto a cobranccedila por si soacute jaacute traz um potencial de exposiccedilatildeo a ridiacuteculo O que o CDC tenta evitar eacute que o vexame seja utilizado como uma forma de cobranccedila de diacutevida ldquoExpor a ridiacuteculo quer dizer envergonhar colocar o consumidor perante terceiros em situaccedilatildeo de humilhaccedilatildeordquo18 Vocecirc consegue perceber a sutileza A proacutepria cobranccedila em si jaacute eacute potencialmente vexatoacuteria mas o que eacute proibido absolutamente eacute que este vexame seja utilizado como ferramenta de cobranccedila

2 Interferecircncia no trabalho descanso ou lazer ʹ perceba que a cobranccedila de diacutevidas no trabalho no momento de descanso ou de lazer NAtildeO eacute proibida O que se proiacutebe eacute que tal cobranccedila interfira no trabalho descanso ou lazer do consumidor19 Assim seraacute permitido enviar cartas e telegramas de cobranccedila ao consumidor no seu endereccedilo comercial ou residencial ldquoEacute iliacutecito pelas mesmas razotildees telefonar ao chefe colegas vizinhos ou familiares do devedor Tambeacutem natildeo se admitem telefonemas em seu horaacuterio de descanso noturno Vedados estatildeo igualmente telefonemas ou visitas sucessivos Tampouco podem os contratos com o consumidor ter lugar em horaacuterios inconvenientes Finalmente sempre que o

17 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 284 18 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 285 19 Esta interferecircncia seraacute avaliada caso a caso

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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consumidor de maneira clara afirme sua impossibilidade de pagar o deacutebito ou indique o nome de seu advogado tais comunicaccedilotildees e contatos devem terminarrdquo20

32 Repeticcedilatildeo do indeacutebito

No paraacutegrafo uacutenico do art 42 temos prevista uma sanccedilatildeo para quem cobrar uma diacutevida em valor maior que o real

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel

De acordo com o sect uacutenico do art 42 para que a pena (repeticcedilatildeo do indeacutebito) seja aplicada teremos trecircs pressupostos objetivos sup1cobranccedila de diacutevida que esta sup2cobranccedila seja extrajudicial e que seja uma sup3diacutevida de consumo

Atenccedilatildeo se estes trecircs pressupostos natildeo estiverem presentes aplica-se no que couber o sistema geral do Coacutedigo Civil

Deste modo soacute a cobranccedila de diacutevida justifica a aplicaccedilatildeo da multa civil em dobro dirige-se tatildeo somente agravequelas cobranccedilas que natildeo tem o muacutenus do juiz a presidi-las ou seja que sejam extrajudiciais21 e soacute se aplica a diacutevidas de consumo

Atente para o fato que no acircmbito do CDC existe a necessidade de que o consumidor tenha realmente pago um valor indevidamente para que a pena prevista no sect uacutenico do art 42 seja aplicada

Na parte final do dispositivo legal temos ldquosalvo hipoacutetese de engano justificaacutevelrdquo Este eacute o pressuposto subjetivo para a aplicaccedilatildeo da pena ndash natildeo ser o engano justificaacutevel Caso contraacuterio se o engano for justificaacutevel natildeo seraacute aplicada a repeticcedilatildeo

20 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 Paacuteg 286 21 De acordo com Antocircnio Herman Benjamim ldquoAplica-se sempre que o fornecedor (direta ou indiretamente) cobrar e receber extrajudicialmente quantia indevidardquo

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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O engano seraacute justificaacutevel quando natildeo se originar de dolo ou culpa Seraacute aquele que mesmo com todos os cuidados tomados pelo fornecedorcredor se manifestaraacute

A prova da justificabilidade do engano na medida em que eacute mateacuteria de defesa compete ao fornecedor

O erro justificaacutevel (que natildeo legitima a restituiccedilatildeo em dobro) mas apenas a restituiccedilatildeo simples eacute aquele livre de comportamento doloso ou culposo do fornecedor

Como exemplo de erro justificaacutevel temos os ldquodecorrentes de viacuterus no computador mau funcionamento da maacutequina de demora do correio na entrega de retificaccedilatildeo da cobranccedila originalrdquo22 Como exemplo de erro natildeo justificaacutevel podemos citar o ldquodecorrente do manuseio pessoal do computador ou erro de caacutelculo elaborado pelo empregado do fornecedorrdquo23

Quanto ao tema em estudo ndash cobranccedila de diacutevidas temos a Suacutemula 412 do STJ que diz

ldquoA accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito de tarifas de aacutegua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Coacutedigo Civilrdquo

ldquoO que isso quer dizerrdquo

Quer dizer que o prazo prescricional para postular a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito seraacute o previsto no Coacutedigo Civil e natildeo o prazo estabelecido no art 27 do CDC

Agora vocecirc deve estar se perguntando o porquecirc disso natildeo eacute mesmo

Quem responde esta pergunta eacute o proacuteprio STJ

Consumidor e Processual Accedilatildeo de repeticcedilatildeo de indeacutebito Cobranccedila indevida de valores Inaplicabilidade do prazo prescricional do art 27 do CDC 22 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012 23 Benjamin Antocircnio Herman de V Marques Claacuteudia Lima Bessa Leonardo Roscoe Manual de Direito do Consumidor 2012

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

Aline Santiago

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Incidecircncia das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil Repeticcedilatildeo em dobro Impossibilidade Natildeo configuraccedilatildeo de maacute-feacute - A incidecircncia da regra de prescriccedilatildeo prevista no art 27 do CDC tem como requisito essencial a formulaccedilatildeo de pedido de reparaccedilatildeo de danos causados por fato do produto ou do serviccedilo o que natildeo ocorreu na espeacutecie - Ante agrave ausecircncia de disposiccedilotildees no CDC acerca do prazo prescricional aplicaacutevel agrave praacutetica comercial indevida de cobranccedila excessiva eacute de rigor a aplicaccedilatildeo das normas relativas a prescriccedilatildeo insculpidas no Coacutedigo Civil - O pedido de repeticcedilatildeo de cobranccedila excessiva que teve iniacutecio ainda sob a eacutegide do CC16 exige um exame de direito intertemporal a fim de aferir a incidecircncia ou natildeo da regra de transiccedilatildeo prevista no art 2028 do CC02 - De acordo com este dispositivo dois requisitos cumulativos devem estar presentes para viabilizar a incidecircncia do prazo prescricional do CC16 i) o prazo da lei anterior deve ter sido reduzido pelo CC02 e ii) mais da metade do prazo estabelecido na lei revogada jaacute deveria ter transcorrido no momento em que o CC02 entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003 - Na presente hipoacutetese quando o CC02 entrou em vigor jaacute havia transcorrido mais da metade do prazo prescricional previsto na lei antiga motivo pelo qual incide o prazo prescricional vintenaacuterio do CC16 - A jurisprudecircncia das Turmas que compotildeem a Segunda Seccedilatildeo do STJ eacute firme no sentido de que a repeticcedilatildeo em dobro do indeacutebito sanccedilatildeo prevista no art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC pressupotildee tanto a existecircncia de pagamento indevido quanto a maacute-feacute do credor - Natildeo reconhecida a maacute-feacute da recorrida pelo Tribunal de origem impotildee-se que seja mantido o afastamento da referida sanccedilatildeo sendo certo ademais que uma nova perquiriccedilatildeo a respeito da existecircncia ou natildeo de maacute-feacute da recorrida exigiria o reexame faacutetico-probatoacuterio inviaacutevel em recurso especial nos termos da Suacutemula 07STJ Recurso especial parcialmente provido apenas para afastando a incidecircncia do prazo prescricional do art 27 do CDC determinar que a prescriccedilatildeo somente alcance a pretensatildeo de repeticcedilatildeo das parcelas pagas antes de 20 de abril de 1985

(STJ Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 17032009 T3 - TERCEIRA TURMA)

E para encerrar nossa aula de hoje temos o art 42 A

Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Estas informaccedilotildees satildeo essenciais para que o fornecedor que realizou a praacutetica abusiva possa ser identificado e responsabilizado

Chegamos assim ao fim da parte teoacuterica desta nossa aula

Novamente chamo a sua atenccedilatildeo para sup1a importacircncia da resoluccedilatildeo dos exerciacutecios que seratildeo apresentados a seguir sup2a importacircncia de dar uma olhadinha do foacuterum de duacutevidas e sup3a importacircncia da releitura da aula

Bons estudos

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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- QUESTOtildeES DO CESPE E SEUS RESPECTIVOS COMENTAacuteRIOS

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

Comentaacuterio

O comportamento descrito na questatildeo evidencia uma praacutetica abusiva uma vez que foi feito agraves escuras e sem o fornecimento do serviccedilo cobrado O que de acordo com o art 42 sect uacutenico caracteriza-se como uma cobranccedila indevida e o direito de repeticcedilatildeo do indeacutebito em dobro ao consumidor PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTAacuteRIO RECURSO ESPECIAL AUSEcircNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SUacuteMULA 282STF DEFICIEcircNCIA NA FUNDAMENTACcedilAtildeO SUacuteMULA 284STF TARIFA DE ESGOTO RESTITUICcedilAtildeO DE QUANTIAS PAGAS ANTES DA PROPOSITURA DA ACcedilAtildeO ART 173 DO CTN DEVOLUCcedilAtildeO EM DOBRO ART 42 DO CDC 1 A ausecircncia de debate na instacircncia recorrida sobre os dispositivos legais cuja violaccedilatildeo se alega no recurso especial atrai por analogia a incidecircncia da Suacutemula 282 do STF 2 Natildeo pode ser conhecido o recurso especial se o dispositivo apontado como violado natildeo conteacutem comando capaz de infirmar o juiacutezo formulado no acoacuterdatildeo recorrido Incidecircncia por analogia a orientaccedilatildeo posta na Suacutemula 284STF 3 No que toca agrave apontada ofensa ao art 42 paraacutegrafo uacutenico do CDC esta Corte jaacute apreciou casos anaacutelogos nos quais restou assentada a obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente cobrado uma vez que natildeo configura engano justificaacutevel a cobranccedila de taxa de esgoto em local onde o serviccedilo natildeo eacute prestado 4 Recurso especial parcialmente conhecido e no ponto provido (STJ - REsp 821634 RJ 20060039305-2 Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data de Julgamento 11032008 T1 - PRIMEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 23042008 p 1) Item errado CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Comentaacuterio Para esta questatildeo vamos utilizar de jurisprudecircncia

ADMINISTRATIVO ndash SERVICcedilO PUacuteBLICO CONCEDIDO ndash ENERGIA ELEacuteTRICA ndash INADIMPLEcircNCIA 1 Os serviccedilos puacuteblicos podem ser proacuteprios e gerais sem possibilidade de identificaccedilatildeo dos destinataacuterios Satildeo financiados pelos tributos e prestados pelo proacuteprio Estado tais como seguranccedila puacuteblica sauacutede educaccedilatildeo etc Podem ser tambeacutem improacuteprios e individuais com destinataacuterios determinados ou determinaacuteveis Neste caso tecircm uso especiacutefico e mensuraacutevel tais como os serviccedilos de telefone aacutegua e energia eleacutetrica 2 Os serviccedilos puacuteblicos improacuteprios podem ser prestados por oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica indireta ou modernamente por delegaccedilatildeo como previsto na CF (art 175) Satildeo regulados pela Lei 898795 que dispotildee sobre a concessatildeo e permissatildeo dos serviccedilos puacuteblico 3 Os serviccedilos prestados por concessionaacuterias satildeo remunerados por tarifa sendo facultativa a sua utilizaccedilatildeo que eacute regida pelo CDC o que a diferencia da taxa esta remuneraccedilatildeo do serviccedilo puacuteblico proacuteprio 4 Os serviccedilos puacuteblicos essenciais remunerados por tarifa porque prestados por concessionaacuterias do serviccedilo podem sofrer interrupccedilatildeo quando haacute inadimplecircncia como previsto no art 6ordm sect 3ordm II da Lei 898795 Exige-se entretanto que a interrupccedilatildeo seja antecedida por aviso existindo na Lei 942797 que criou a ANEEL idecircntica previsatildeo 5 A continuidade do serviccedilo sem o efetivo pagamento quebra o princiacutepio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa repudiado pelo Direito (arts 42 e 71 do CDC em interpretaccedilatildeo conjunta) 6 Hipoacutetese em que natildeo haacute respaldo legal para a suspensatildeo do serviccedilo pois tem por objetivo compelir o usuaacuterio a pagar multa por suposta fraude no medidor e diferenccedila de consumo apurada unilateralmente pela Cia de Energia 7 Recurso especial improvido

(STJ Relator Ministra ELIANA CALMON Data de Julgamento 03082006 T2 - SEGUNDA TURMA)

Portanto eacute do entendimento do STJ que natildeo eacute possiacutevel a interrupccedilatildeo nesses casos

Item errado

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Comentaacuterio

Natildeo haacute uma unanimidade no STJ sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro

Item errado

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

Comentaacuterio

Esta questatildeo eacute para relembrar nossa aula 01 onde vimos as Teorias Finalista e Maximalista e para reavivar sua memoacuteria aluno

Direito do Consumidor Recurso especial Conceito de consumidor Criteacuterio subjetivo ou finalista Mitigaccedilatildeo Pessoa Juriacutedica Excepcionalidade Vulnerabilidade Constataccedilatildeo na hipoacutetese dos autos Praacutetica abusiva Oferta inadequada Caracteriacutestica quantidade e composiccedilatildeo do produto Equiparaccedilatildeo (art 29) Decadecircncia Inexistecircncia Relaccedilatildeo juriacutedica sob a premissa de tratos sucessivos Renovaccedilatildeo do compromisso Viacutecio oculto - A relaccedilatildeo juriacutedica qualificada por ser de consumo natildeo se caracteriza pela presenccedila de pessoa fiacutesica ou juriacutedica em seus polos mas pela presenccedila de uma parte vulneraacutevel de um lado (consumidor) e de um fornecedor de outro - Mesmo nas relaccedilotildees entre pessoas juriacutedicas se da anaacutelise da hipoacutetese concreta decorrer inegaacutevel vulnerabilidade entre a pessoa-juriacutedica consumidora e a fornecedora deve-se aplicar o CDC na busca do equiliacutebrio entre as partes Ao consagrar o criteacuterio finalista para interpretaccedilatildeo do conceito de consumidor a jurisprudecircncia deste STJ tambeacutem reconhece a necessidade de em situaccedilotildees especiacuteficas abrandar o rigor do criteacuterio subjetivo do conceito de consumidor para admitir a aplicabilidade do CDC nas relaccedilotildees entre fornecedores e consumidores-empresaacuterios em que fique evidenciada a relaccedilatildeo de consumo - Satildeo equiparaacuteveis a consumidor todas as pessoas determinaacuteveis ou natildeo expostas agraves praacuteticas comerciais abusivas - Natildeo se conhece de mateacuteria levantada em sede de embargos de declaraccedilatildeo fora dos limites da lide (inovaccedilatildeo recursal) Recurso especial natildeo conhecido

(STJ - REsp 476428 SC 20020145624-5 Relator Ministra NANCY ANDRIGHI Data de Julgamento 19042005 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJ 09052005 p 390)

Item correto

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Comentaacuterio

Achei oportuno acrescentar esta questatildeo tendo em vista que seu concurso eacute para um banco

Portanto saiba querido aluno que o que basta eacute a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia ou da verossimilhanccedila nas alegaccedilotildees para ocorrer a inversatildeo nos termos do art 6ordm VIII do CDC e NAtildeO a some de ambos

A verossimilhanccedila eacute um fato que possui uma aparecircncia ou uma probabilidade de verdade

Deste modo haveraacute a inversatildeo do ocircnus da prova ou seja quem deveraacute provar que os saques indevidos em conta bancaacuteria natildeo foram efetuados seraacute o banco quando houver a demonstraccedilatildeo da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor OU a verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

Item errado

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

Comentaacuterio

Lembre-se do art 42

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila

Item correto

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Comentaacuterio

Como vimos em aula trata-se de uma proibiccedilatildeo relativa portanto soacute seraacute considerada abusiva quando para a praacutetica de tal conduta natildeo existir justificativa

Item errado

8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

Comentaacuterio

Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Item correto

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

Comentaacuterio

RECURSO ESPECIAL - ACcedilAtildeO COLETIVA DE CONSUMO - COBRANCcedilA DE PRECcedilOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTIacuteVEL EM DINHEIRO CHEQUE E CARTAtildeO DE CREacuteDITO - PRAacuteTICA DE CONSUMO ABUSIVA - VERIFICACcedilAtildeO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO I - Natildeo se deve olvidar que o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento jaacute que como visto a administradora do cartatildeo se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor assumindo o risco de creacutedito bem como de eventual fraude II - O consumidor ao efetuar o pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito (que soacute se daraacute a partir da autorizaccedilatildeo da emissora) exonera-se de imediato de qualquer obrigaccedilatildeo ou vinculaccedilatildeo perante o fornecedor que deveraacute conferir agravequele plena quitaccedilatildeo Estaacute-se portanto diante de uma forma de pagamento agrave vista e ainda pro soluto (que enseja a imediata extinccedilatildeo da obrigaccedilatildeo) III - O custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio do cartatildeo de creacutedito eacute inerente agrave proacutepria atividade econocircmica desenvolvida pelo empresaacuterio destinada agrave obtenccedilatildeo de lucro em nada referindo-se ao

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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preccedilo de venda do produto final Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisatildeo de gastos advindos do proacuteprio risco do negoacutecio (de responsabilidade exclusiva do empresaacuterio) o que aleacutem de refugir da razoabilidade destoa dos ditames legais em especial do sistema protecionista do consumidor IV - O consumidor pela utilizaccedilatildeo do cartatildeo de creacutedito jaacute paga agrave administradora e emissora do cartatildeo de creacutedito taxa por este serviccedilo (taxa de administraccedilatildeo) Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizaccedilatildeo de pagamento por meio de cartatildeo de creacutedito responsabilidade exclusiva do empresaacuterio importa em oneraacute-lo duplamente (in bis idem) e por isso em praacutetica de consumo que se revela abusiva V - Recurso Especial provido

(STJ - REsp 1133410 RS 20090065220-8 Relator Ministro MASSAMI UYEDA Data de Julgamento 16032010 T3 - TERCEIRA TURMA Data de Publicaccedilatildeo DJe 07042010)

Item correto

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

Comentaacuterio

A mera exposiccedilatildeo e consequentemente a potencialidade de dano satildeo suficientes para que se caracteriza a praacutetica abusiva

Item correto

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

Comentaacuterio

Vimos este assunto na aula de hoje Lembre-se da suacutemula 302

ldquoEacute abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limita no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do seguradordquo

Item errado

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

Comentaacuterio

Lembre-se de nossa aula passada onde vimos o art 31

Art 31 A oferta e apresentaccedilatildeo de produtos ou serviccedilos devem assegurar informaccedilotildees corretas claras precisas ostensivas e em liacutengua portuguesa sobre suas caracteriacutesticas qualidades quantidade composiccedilatildeo preccedilo garantia prazos de validade e origem entre outros dados bem como sobre os riscos que apresentam agrave sauacutede e seguranccedila dos consumidores

Item errado

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

Comentaacuterio

Tambeacutem estudamos isto em aula lembre-se do exemplo

Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes

Na parte final do inciso temos a seguinte ressalva ldquoressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partesrdquo isso quer dizer que a anuecircncia estaraacute dispensada se esta for a praacutetica comum entre as partes como por exemplo uma pessoa que todo mecircs deixa seu carro em determinada oficina para que seja feita a revisatildeo do mesmo

Item errado

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

Comentaacuterio

Art 40 sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio

Item errado

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

Comentaacuterio

Vimos que este tema natildeo eacute paciacutefico no STJ portanto sobre a necessidade ou natildeo do dolo na cobranccedila indevida para a legitimaccedilatildeo da repeticcedilatildeo do indeacutebito pelo dobro natildeo haacute unanimidade

Item errado

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Comentaacuterio

Art 6ordm sect 3ordm da Lei n 8987 Natildeo se caracteriza como descontinuidade do serviccedilo a sua interrupccedilatildeo em situaccedilatildeo de emergecircncia ou apoacutes preacutevio aviso quando

I - motivada por razotildees de ordem teacutecnica ou de seguranccedila das instalaccedilotildees e

II - por inadimplemento do usuaacuterio considerado o interesse da coletividade

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL CORTE DE ENERGIA ELEacuteTRICA INADIMPLEcircNCIA ACcedilAtildeO DE INDENIZACcedilAtildeO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS ALEGACcedilAtildeO DE INEXISTEcircNCIA DE DEacuteBITO INTERRUPCcedilAtildeO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA AMPARADA NO NAtildeO PAGAMENTO DE FATURAS POSSIBILIDADE PEDIDOS IMPROCEDENTES APELACcedilAtildeO SENTENCcedilA QUE NAtildeO MERECE REPARO MANUTENCcedilAtildeO RECURSO IMPROVIDO DECISAtildeO UNAcircNIME Comprovada a inadimplecircncia eacute cabiacutevel a

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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interrupccedilatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica cujo contrato por sua caracteriacutestica sinalagmaacutetica prevecirc o cumprimento de obrigaccedilotildees muacutetuas

(TJ-PE - APL 8320320108171370 PE 0000832-0320108171370 Relator Siacutelvio de Arruda Beltratildeo Data de Julgamento 18122012 3ordf Cacircmara Ciacutevel Data de Publicaccedilatildeo 04)

Item errado

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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- LISTA DE QUESTOtildeES E GABARITO

1 CESPE 2011IFBProfessor Caso uma concessionaacuteria de serviccedilos puacuteblicos cobre a tarifa de esgoto de certo condomiacutenio de forma dissimulada na conta de aacutegua sem a devida prestaccedilatildeo dos serviccedilos haveraacute cobranccedila abusiva mas natildeo enseja a repeticcedilatildeo do indeacutebito

CESPE 2011TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Julgue os itens 2 Eacute legal a suspensatildeo no fornecimento de energia eleacutetrica nos casos de diacutevidas contestadas em juiacutezo e decorrentes de suposta fraude no medidor natildeo configurando o fato constrangimento ao consumidor que procure discutir no Poder Judiciaacuterio deacutebito potencialmente indevido

3 A jurisprudecircncia do STJ eacute unacircnime no sentido de estar a devoluccedilatildeo em dobro condicionada agrave existecircncia de maacute-feacute ou de culpa do fornecedor na cobranccedila pelo preccedilo das mercadorias ou serviccedilos natildeo sendo devida a devoluccedilatildeo por simples engano justificaacutevel

4 A jurisprudecircncia do STJ tem mitigado os rigores da Teoria Finalista para autorizar a incidecircncia do CDC nas hipoacuteteses em que a parte (pessoa fiacutesica ou juriacutedica) embora natildeo seja tecnicamente a destinataacuteria final do produto ou serviccedilo se apresente em situaccedilatildeo de vulnerabilidade

5 A jurisprudecircncia do STJ sedimentou-se no sentido da possibilidade de inversatildeo do ocircnus da prova em hipoacuteteses que versem acerca de saques indevidos em conta bancaacuteria desde que haja o reconhecimento da hipossuficiecircncia teacutecnica do consumidor e da verossimilhanccedila das alegaccedilotildees

6 CESPE 2008INSSTeacutecnico Considere-se que uma empresa de aacuteguas e esgoto em procedimento de cobranccedila de diacutevidas depois de fazer ameaccedilas a um consumidor decida deixar de recolher parte dos esgotos produzidos na moradia desse cidadatildeo Nessa situaccedilatildeo o consumidor pode com base no Coacutedigo de Defesa do Consumidor alegar que foi exposto a constrangimento

CESPE 2009DPE-PIDefensor Puacuteblico Acerca das praacuteticas abusivas nas relaccedilotildees de consumo julgue os itens subsequentes

7 A cobranccedila do consumidor em seu local de trabalho configura praacutetica abusiva

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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8 O orccedilamento deve ser preacutevio e escrito sob pena de se configurar praacutetica abusiva

9 CESPE 2012DPE ndash SEDefensor Puacuteblico Conforme entendimento do STJ constitui praacutetica abusiva contra o consumidor cobranccedila de preccedilos diferenciados para a compra de produtos mediante pagamento em dinheiro cheque ou cartatildeo de creacutedito

CESPE 2007TJ-PIJuiz Com base no direito das relaccedilotildees de consumo julgue os itens

10 Em caso de praacuteticas comerciais abusivas natildeo eacute necessaacuterio que se configure a lesatildeo a direito individual bastando que seja demonstrada a potencialidade ofensiva de tal praacutetica para que incidam agrave espeacutecie as disposiccedilotildees do CDC

11 Desde que expressamente consignada em contrato de maneira clara que permita sua imediata compreensatildeo natildeo eacute considerada abusiva a claacuteusula contratual de plano de sauacutede que limite no tempo a internaccedilatildeo hospitalar do segurado

12 No caso de produtos de origem estrangeira as informaccedilotildees constantes de seu roacutetulo podem ser mantidas em seu idioma original natildeo havendo necessidade de que sejam traduzidas para a liacutengua portuguesa

13 Em qualquer hipoacutetese eacute sempre vedado ao fornecedor executar serviccedilos sem preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo do consumidor

14 Se no curso da prestaccedilatildeo de serviccedilos contratados houve a necessidade de contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo constantes na elaboraccedilatildeo do orccedilamento preacutevio os ocircnus dessa contrataccedilatildeo devem ser repassados ao consumidor

CESPE 2009TRF 2ordf RegiatildeoJuiz Federal Antocircnio recebeu em sua residecircncia inuacutemeras cartas de cobranccedila emitidas pela concessionaacuteria de serviccedilo puacuteblico de fornecimento de energia eleacutetrica referente a parcelas que jaacute haviam sido pagas Ocorre que apesar da adimplecircncia de Antocircnio o serviccedilo de fornecimento de energia eleacutetrica foi interrompido pela concessionaacuteria o que o levou a pagar o deacutebito indevido e ajuizar accedilatildeo ordinaacuteria de repeticcedilatildeo de indeacutebito com pedido de restituiccedilatildeo em dobro do

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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valor pago Antocircnio pleiteou ainda nessa mesma accedilatildeo declaraccedilatildeo de abusividade de aumento tarifaacuterio

Com base nessa situaccedilatildeo hipoteacutetica julgue os itens

15 Para a devoluccedilatildeo em dobro do deacutebito pago indevidamente Antocircnio deveraacute comprovar a existecircncia de maacute-feacute da concessionaacuteria

16 Mesmo que fosse comprovado o inadimplemento de Antocircnio a concessionaacuteria natildeo poderia interromper o fornecimento de energia eleacutetrica em face da essencialidade do serviccedilo prestado

Gabarito

1E 2E 3E 4C 5E 6C 7E 8C 9C 10C

11E 12E 13E 14E 15E 16E

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Anexo - Lei nordm 80781990 (Leitura pertinente a esta aula)

CAPIacuteTULO V Das Praacuteticas Comerciais

SECcedilAtildeO IV

Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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Das Praacuteticas Abusivas Art 39 Eacute vedado ao fornecedor de produtos ou serviccedilos dentre outras praacuteticas abusivas (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviccedilo ao fornecimento de outro produto ou serviccedilo bem como sem justa causa a limites quantitativos II - recusar atendimento agraves demandas dos consumidores na exata medida de suas disponibilidades de estoque e ainda de conformidade com os usos e costumes III - enviar ou entregar ao consumidor sem solicitaccedilatildeo preacutevia qualquer produto ou fornecer qualquer serviccedilo IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignoracircncia do consumidor tendo em vista sua idade sauacutede conhecimento ou condiccedilatildeo social para impingir-lhe seus produtos ou serviccedilos V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva VI - executar serviccedilos sem a preacutevia elaboraccedilatildeo de orccedilamento e autorizaccedilatildeo expressa do consumidor ressalvadas as decorrentes de praacuteticas anteriores entre as partes VII - repassar informaccedilatildeo depreciativa referente a ato praticado pelo consumidor no exerciacutecio de seus direitos VIII - colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviccedilo em desacordo com as normas expedidas pelos oacutergatildeos oficiais competentes ou se normas especiacuteficas natildeo existirem pela Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia Normalizaccedilatildeo e Qualidade Industrial (Conmetro) IX - recusar a venda de bens ou a prestaccedilatildeo de serviccedilos diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento ressalvados os casos de intermediaccedilatildeo regulados em leis especiais (Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 8884 de 1161994) X - elevar sem justa causa o preccedilo de produtos ou serviccedilos (Incluiacutedo pela Lei nordm 8884 de 1161994) XI - Dispositivo incluiacutedo pela MPV nordm 1890-67 de 22101999 transformado em inciso XIII quando da conversatildeo na Lei nordm 9870 de 23111999

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigaccedilatildeo ou deixar a fixaccedilatildeo de seu termo inicial a seu exclusivo criteacuterio(Incluiacutedo pela Lei nordm 9008 de 2131995) XIII - aplicar foacutermula ou iacutendice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido (Incluiacutedo pela Lei nordm 9870 de 23111999) Paraacutegrafo uacutenico Os serviccedilos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor na hipoacutetese prevista no inciso III equiparam-se agraves amostras graacutetis inexistindo obrigaccedilatildeo de pagamento Art 40 O fornecedor de serviccedilo seraacute obrigado a entregar ao consumidor orccedilamento preacutevio discriminando o valor da matildeo-de-obra dos materiais e equipamentos a serem empregados as condiccedilotildees de pagamento bem como as datas de iniacutecio e teacutermino dos serviccedilos sect 1ordm Salvo estipulaccedilatildeo em contraacuterio o valor orccedilado teraacute validade pelo prazo de dez dias contado de seu recebimento pelo consumidor sect 2deg Uma vez aprovado pelo consumidor o orccedilamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociaccedilatildeo das partes sect 3deg O consumidor natildeo responde por quaisquer ocircnus ou acreacutescimos decorrentes da contrataccedilatildeo de serviccedilos de terceiros natildeo previstos no orccedilamento preacutevio Art 41 No caso de fornecimento de produtos ou de serviccedilos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preccedilos os fornecedores deveratildeo respeitar os limites oficiais sob pena de natildeo o fazendo responderem pela restituiccedilatildeo da quantia recebida em excesso monetariamente atualizada podendo o consumidor exigir agrave sua escolha o desfazimento do negoacutecio sem prejuiacutezo de outras sanccedilotildees cabiacuteveis

SECcedilAtildeO V Da Cobranccedila de Diacutevidas

Art 42 Na cobranccedila de deacutebitos o consumidor inadimplente natildeo seraacute exposto a ridiacuteculo nem seraacute submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaccedila Paraacutegrafo uacutenico O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito agrave repeticcedilatildeo do indeacutebito por valor igual ao dobro do que pagou em excesso acrescido de correccedilatildeo monetaacuteria e juros legais salvo hipoacutetese de engano justificaacutevel Art 42-A Em todos os documentos de cobranccedila de deacutebitos apresentados ao consumidor deveratildeo constar o nome o endereccedilo e o nuacutemero de inscriccedilatildeo no Cadastro de Pessoas Fiacutesicas ndash CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Juriacutedica ndash CNPJ do fornecedor do produto ou serviccedilo correspondente (Incluiacutedo pela Lei nordm 12039 de 2009)

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