defesa 11 março 2011

30
PPGCOM-UFSM Mestrado em Comunicação Midiática Linha: Mídia e Estratégias Comunicacionais Legitimação institucional do jornalismo informativo nas mídias sociais digitais: estratégias emergentes no conteúdo de Zero Hora no Twitter DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Mestranda: Luciana Menezes Carvalho Orientadora: Drª Eugenia Mariano da Rocha Barichello Santa Maria, 11 de março de 2011.

Upload: luciana-carvalho

Post on 24-May-2015

287 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Apresentação do dia 11 de março de 2011 - Defesa de Dissertação de Mestrado

TRANSCRIPT

Page 1: Defesa 11 março 2011

PPGCOM-UFSMMestrado em Comunicação Midiática

Linha: Mídia e Estratégias Comunicacionais

Legitimação institucional do jornalismo informativo nas mídias sociais digitais: estratégias emergentes no

conteúdo de Zero Hora no Twitter

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Mestranda: Luciana Menezes CarvalhoOrientadora: Drª Eugenia Mariano da Rocha Barichello

Santa Maria, 11 de março de 2011.

Page 2: Defesa 11 março 2011

COMISSÃO EXAMINADORA

Drª Elizabeth Saad – USP

Drª Raquel Recuero – UCPEL

Drª Rejane Pozzobon – UFSM

Legitimação institucional do jornalismo informativo nas mídias sociais digitais: estratégias emergentes no

conteúdo de Zero Hora no Twitter

Santa Maria, 11 de março de 2011.

Page 3: Defesa 11 março 2011

Tema:

estratégias de legitimação institucional emergentes no conteúdo das organizações jornalísticas nas mídias sociais digitais.

Questão / Problema:

Quais são e como são desenvolvidas estratégias de legitimação das organizações jornalísticas por meio de práticas informativas nas mídias sociais digitais?

Page 4: Defesa 11 março 2011

Objetivos

Geral:

Compreender as estratégias de legitimação institucional do jornalismo informativo nas mídias sociais digitais.

Específicos:

reconhecer usos institucionais do Twitter por Zero Hora; identificar estratégias de legitimação institucional emergentes nas postagens de Zero Hora no Twitter; observar como Zero Hora desenvolve seu papel de mediação informativa no uso do Twitter como mídia social; analisar a relação entre o papel de mediação do jornalismo e as características desintermediadoras das mídias sociais digitais.

Page 5: Defesa 11 março 2011

Percurso metodológico

Metodologia híbrida com foco na Análise de Conteúdo (AC) de matriz qualitativa

Pressuposto: relação circular entre teoria e objeto

Técnicas:

• AC em duas etapas;

• entrevistas semi-estruturadas;

• observação participante;

• interpretação das estratégias emergentes com base na AC.

Page 6: Defesa 11 março 2011

Noções fundamentais do estudo

• Legitimação e instituição

• Jornalismo informativo

• Mídia social digital

• Desintermediação

• Deslegitimação

• Estratégia de legitimação

Page 7: Defesa 11 março 2011

Capítulos

1 LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL DO JORNALISMO INFORMATIVO PELO PAPEL DE MEDIAÇÃO

1.1 INSTITUIÇÃO E LEGITIMAÇÃO1.2 O JORNALISMO INFORMATIVO COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL1.3 A LÓGICA DA COMUNICAÇÃO DE MASSA NO JORNALISMO INFORMATIVO1.4 A MEDIAÇÃO INSTITUCIONAL DO JORNALISMO INFORMATIVO

Objetivo: contextualizar o processo de institucionalização do jornalismo informativo e sua relação com o papel de mediação informativa que o legitima historicamente.

Pricipais autores: Berger e Luckmann (1985); Barichello (2000, 2001, 2004, 2008, 2009); Rodrigues (1990, 1999); Thompson (2008); Guerra (2008); Martino (2001); Primo (2007); Sodré (2002); Traquina (1995); Charaudeau (2009); Alsina (1989).

Page 8: Defesa 11 março 2011

Capítulos

2 MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: CRISE DE LEGITIMAÇÃO E DESINTERMEDIAÇÃO INSTITUCIONAL

2.1 A LÓGICA DA COMUNICAÇÃO NOS FLUXOS DIGITAIS 2.1.1 Mídia e Midiatização

2.1.2 Mídias Sociais Digitais – Noções e Características2.2 CRISE DE LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL DO JORNALISMO: O PROBLEMA DA DESINTERMEDIAÇÃO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS

Objetivo: discutir o pressuposto da crise de legitimação das instituições e sua exacerbação com as práticas desintermediadoras das mídias sociais digitais; definir o que são mídias sociais digitais e suas implicações para o jornalismo.

Pricipais autores: Lyotard (2000); Castells (1999); Anderson (2006); Di Felice (2008); Jenkins (2008); Sodré (2002); Braga (2006); Palacios (2002); Mielniczuk (2003); Recuero (2008, 2009); Lemos (2009); Saad (2008); Boyd (2010).

Page 9: Defesa 11 março 2011

Capítulos

3 TWITTER: CARACTERÍSTICAS E FUNCIONALIDADES COMO MÍDIA SOCIAL

3.1 BREVE HISTÓRICO DO TWITTER3.2 O TWITTER COMO MÍDIA SOCIAL: CARACTERÍSTICAS E FUNCIONALIDADES 3.2.1 Principais usos do Twitter

3.2.1.1 Conversação3.2.1.2 Participação3.2.1.3 Compartilhamento3.2.1.4 Difusão de informações

Objetivo: apresentar aspectos históricos do serviço, funcionamento, características e funcionalidades, principalmente em relação aos usos informativos; justificar sua abordagem pela noção de mídia social digital.

Pricipais autores: Java et al (2007); Honeycutt & Herring (2009); Recuero (2008, 2009).

Page 10: Defesa 11 março 2011

Capítulos

4 ESTRATÉGIAS DO JORNALISMO INFORMATIVO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: POSSIBILIDADES PARA A LEGITIMAÇÃO

4.1 ESTRATÉGIA NAS MÍDIAS DIGITAIS3.2 POSSIBILIDADES ESTRATÉGICAS PARA LEGITIMAÇÃO DO JORNALISMO INFORMATIVO NAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS

Objetivo: discutir possibilidades de uso estratégico das mídias sociais digitais pelo jornalismo com vistas à legitimação institucional.

Pricipais autores: Pérez (2006); Saad (2003, 2008, 2009); Boyd (2010).

Page 11: Defesa 11 março 2011

Capítulos

5 ZERO HORA NO TWITTER: ESTRATÉGIAS EMERGENTES DE LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL

5.1 O JORNAL ZERO HORA NA WEB 5.1.1 Zero Hora no Twitter5.2 A ANÁLISE DE CONTEÚDO 5.2.1 Recorte dos corpora e constituição das categorias de análise 5.2.2 Primeira etapa da AC: corpus 1 – o #temporalrs

5.2.2.1 Interpretação 5.2.3 Segunda etapa da AC: corpus 2 – a cobertura do #trânsito

5.2.3.1 Interpretação 5.2.4 O que diz a organização sobre o uso informativo do Twitter

5.3 ESTRATÉGIAS EMERGENTES: A LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL DE ZERO HORA NOS USOS DO TWITTER 5.3.1 Estratégias de legitimação emergentes: primeira etapa 5.3.2 Estratégias de legitimação emergentes: segunda etapa

Page 12: Defesa 11 março 2011

Capítulos

5 ZERO HORA NO TWITTER: ESTRATÉGIAS EMERGENTES DE LEGITIMAÇÃO INSTITUCIONAL

Objetivo: apresentar o trabalho de AC com a interpretação das estratégias de legitimação institucional emergentes nos usos informativos do perfil de ZH no Twitter.

Pricipais autores: Recchia (2009); Belochio (2009); Neto (1994); Stefanelli (2009, 2010); Bardin (1977); Moraes (1999); Herscovitz (2008); Duarte (2003); Ferrara (2003)

Page 13: Defesa 11 março 2011

5.1.1 Zero Hora no Twitter <<voltar

Page 14: Defesa 11 março 2011

Constituição das categorias de análise

<<voltar

CATEGORIA CRITÉRIO

Difusão de informaçõesPredomínio da função informativa do jornalismo. Intenção de divulgar manchetes, notícias da própria Zero Hora.

Participação

Interpelação aos seguidores para que enviem relatos, fotos ou vídeos sobre o acontecimento. Presença dos verbos “envie”, “mande”, “colabore”, “participe”.

CompartilhamentoIntenção de replicar à rede de followers uma mensagem recebida de outrem (por meio do retweet, ou RT).

Conversação

Menção a outro perfil do Twitter, seja leitor, fonte ou jornalista, com análise contextual do tweet levando em conta a intencionalidade.

Page 15: Defesa 11 março 2011

5.2.2 Primeira etapa da AC: corpus 1 – o #temporalrs <<voltar

18/11/2009 a 18/12/2009 - Total de 81 tweets

Resultado da categorização do corpus 1

CATEGORIA CRITÉRIO EXEMPLO DE TWEET TOTAL %

Difusão de informações

ZH informa, distribui, noticia

“Dilma anuncia R$ 162 milhões para auxiliar vítimas de temporal no RS.”

53 65,4

ParticipaçãoSolicita colaboração na cobertura

“Acompanhe notícias sobre os estragos do temporal e mande relatos.”

12 14,81

CompartilhamentoReplica informações por RT

“RT @CEEE_IMPRENSA: A energia já foi restabelecida...”

8 9,87

ConversaçãoMention a outro perfil do Twitter

“Obrigada pelas fotos e alertas @dudupoa @demiandiniz...”

8 9,87

Page 16: Defesa 11 março 2011

Interpretação do corpus 1 <<voltar

Predomínio da categoria difusão de informações reforça usos informativos do Twitter apontados por pesquisas anteriores.

O uso principal reproduz o papel de mediação informativa do jornalismo.

A ferramenta é utilizada como suporte noticioso por ZH, mas com a incorporação de funcionalidades da mídia digital.

Page 17: Defesa 11 março 2011

5.2.3 Segunda etapa da AC: corpus 2 – cobertura do #trânsito<<voltar

Posts entre 05/12/2010 e 05/01/2011 – 141 tweets

Resultado da categorização do corpus 2

CATEGORIA CRITÉRIO EXEMPLO DE TWEET TOTAL %

Difusão de informações

ZN informa, distribui, noticia

“Acidente entre 3 veículos...”

37 26,4

ParticipaçãoSolicita colaboração na cobertura

“Se estiver pegando a estrada de carona ou de ônibus... .”

6 4,2

CompartilhamentoReplica informações por RT

“RT @transitozh: volta do litoral...”

92 65,7

ConversaçãoMention a outro perfil do Twitter

“@thlindemann A RS tem fluxo tranquilo...”

5 3,5

Page 18: Defesa 11 março 2011

Corpus 2 – difusão de informações <<voltar

Page 19: Defesa 11 março 2011

Corpus 2 – participação <<voltar

Page 20: Defesa 11 março 2011

Corpus 2 – compartilhamento <<voltar

Page 21: Defesa 11 março 2011

Corpus 2 – conversação <<voltar

Page 22: Defesa 11 março 2011

Interpretação do corpus 2 <<voltar

Predomínio da categoria compartilhamento de informações.

Compartilhamento de informações enviadas pelos seguidores.

Segundo uso mais frequente é a difusão.

Deslocamento da participação para a categoria compartilhamento.

Page 23: Defesa 11 março 2011

Entrevistas – set. 2010 avançar >>

Bárbara Nickel

Na ZH desde 2007; editora de mídias sociais desde 2009 Destaca o caráter experimental dos usos do Twitter Público vê o perfil @zerohora como a organização ZH Redação privilegia notícias Foco no atendimento ao cliente é algo novo Twitter reflete política do Grupo para meio digital Perfil de ZH no Twitter x subjetividade dos editores Mídia social possibilita outro tipo de relação com o leitor

(bastidores, pauta...) Conversa é pontual, como atendimento Foco é a informação (colaboração agrega)

Page 24: Defesa 11 março 2011

Entrevistas – set. 2010 <<voltar

Ricardo Stefanelli

Presença de ZH nas mídias sociais faz parte da “natureza da RBS”

Objetivo é acompanhar o público Papel do twitter como alimentador da pauta (mais gente

“telefonando”) Papel do jornal é atuar como filtro de credibilidade Mídias sociais digitais podem fortalecer o jornalismo Interação com o leitor e a comunidade é “intrínseca” ao jornal

e ao Grupo RBS.

Page 25: Defesa 11 março 2011

Estratégia emergente <<voltar

Page 26: Defesa 11 março 2011

5.3.1 Estratégias de legitimação emergentes: primeira etapa <<voltar

Voz institucional da organização no editorial e nas entrevistas confirmam a presença das estratégias de legitimação no conteúdo analisado e o uso institucional.

Editor confirma legitimação pelo papel de mediação informativa admitindo atualizações.

Organização está alinhada ao momento atual do jornalismo, com as transformações colocadas pelas mídias digitais.

No corpus 1, ZH reafirma seu papel de intermediário (filtro, atestado de credibilidade).

Possibilidades de informar são enriquecidas com características da mídia social digital.

Ocorrem algumas continuidades, potencializações e pouca ruptura em relação às possibilidades da mídia digital.

A participação e o compartilhamento de conteúdo aparecem como estratégias da organização no Twitter (exaltadas pelos editores).

Page 27: Defesa 11 março 2011

5.3.1 Estratégias de legitimação emergentes: segunda etapaavançar>>

Emergiram novos resultados em relação à primeira etapa:

Predomínio do compartilhamento de informações.

Ao invés de solicitar colaboração, ela foi exaltada por meio dos RTs.

Há maior ruptura que no primeiro corpus (mais compartilhamento e participação do que mera distribuição).

Com uma maior apropriação por parte do jornalismo das potencialidades da mídia social digital, renova-se o papel de intermediário do jornal.

Inclusão estratégica do leitor (apontada por Saad e Boyd).

Ideia de participação cresceu com a inclusão do leitor no processo cobertura

Page 28: Defesa 11 março 2011

Considerações finais

Em relação ao objetivo geral:

1ª etapa - O processo de busca por legitimação institucional pela organização se dá por meio de tensionamentos entre a lógica da mediação centralizada (massiva) e as características das mídias sociais digitais. Ainda predomina a intermediação tradicional.

2ª etapa – As estratégias de legitimação emergentes no conteúdo analisado revelam maior ruptura em relação à lógica massiva da mediação informativa, incorporando mais intensamente as possibilidades da mídia social digital.

Page 29: Defesa 11 março 2011

Considerações finaisEm relação aos objetivos específicos:

1ª etapa Reconhecimento dos usos institucionais com as entrevistas. Identificação das categorias em relação com o referencial teórico. Manutenção do papel de mediação informativa do jornalismo, com

atualizações tênues. Indícios de hibridação entre mediação do jornalismo e características

das mídias sociais digitais.

2ª etapa Fica mais claro que ZH reconhece o Twitter como espaço institucional

em que procura conduzir um processo de legitimação através das estratégias de participação e colaboração.

Foram identificadas as mesmas categorias, com uma mudança de sentido.

O papel de mediação informativa apresenta maior renovação, com crescimento da inclusão do leitor na cobertura.

Aparece com mais força a ideia de hibridação da mediação jornalística com as potencialidades interacionais da mídia social digital, especialmente com o compartilhamento e a participação.

Page 30: Defesa 11 março 2011

Considerações finais

Outros apontamentos

A inclusão do público aponta para uma inversão do processo de legitimação no jornalismo: ele que atesta a credibilidade da informação.

A credibilidade não é atestada simplesmente pela “marca” do jornal.

Dos efeitos de verdade aos efeitos de participação.

Fenômeno de hibridação > transformação do papel social do jornalismo?