01 março 2011

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01/03/2011 37 XIX

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01/03/201137XIX

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Jovens restauradores O Museu de Artes e Ofícios começa, neste mês, preparação de jo-

vens para o mercado de trabalho. O projeto Valor Social vai oferecer cursos de qualificação em conservação para 30 estudantes de baixa renda, que obterão diploma de assistente de restauração. Organiza-do pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, a iniciativa chega agora àquarta edição com motivos para comemorar: dos 90 alunos já for-mados, 70% estão empregados. Da abertura do curso, na sexta-feira, participou o coordenador de Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda. As aulas serão ministradas no Laboratório de Conservação do museu e os estudantes vão receber uma bolsa-auxílio de R$ 150 mensais, além de uniforme, transporte e lanche.

ESTADO DE MINAS - p. 28 - 01.02.2011

DIárIO DO cOMércIO - p. 15 - 01.03.2011

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NA MADrUGADAPáraco de Divino arranca piso hidráulico da Matriz do Divino Espírito Santo, em processo de

tombamento, para substituir por granito. Ministério Público vê crime e aciona polícia

Padre destrói patrimônio

ESTADO DE MINAS - p. 24 - 26.02.2011

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Eduardo Kattah

O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o senador Clésio Andrade (PR-MG), presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), por desvio de recursos de contribuições sindicais do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) - entidades tam-bém presididas pelo senador.

Na ação ajuizada quinta-feira, na 33.ª Vara Cível de Belo Horizonte, os promotores de Defesa do Patrimônio Público afirmam que em 2003 e 2004, época em que Clésio era vice-governa-dor de Minas - no primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB) -, o Instituto de Desenvolvimento, Assistência Técnica e Qualidade em Transporte (Idaq) e o Instituto João Alfredo Andrade (IJAA), com sede em Juatuba (MG), receberam R$ 59,6 milhões de forma indevida.

O Ministério Público pede que o senador e Lilian Carla de Souza, di-retora financeira e “braço direito” do presidente da CNT - “responsável pe-las operações financeiras irregulares, emitindo cheques e efetuando saques em espécie dos recursos recebidos pe-los institutos, frutos da contribuição sindical recebida” -, sejam condenados por atos de improbidade administrati-va na gestão das entidades, o que teria gerado enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação de princípio eleitoral. A ação também pede o ressarcimento integral de R$ 59,6 milhões e o blo-queio de bens do presidente da CNT e de Lilian em pelo menos R$ 46,6 mi-lhões.

“Entende o Ministério Público que todas as transferências de recursos (públicos) do Sistema de Transportes (CNT/Sest/Senat) para o Idaq e IJAA foram irregulares e indevidas, sem comprovação de uso adequado, sem prestação de contas e sem qualquer interesse público, privilegiando-se in-teresses privados de Clésio Soares de

Andrade.”Saques. Em 2007, a Promotoria de

Defesa do Patrimônio Público conse-guiu na Justiça a quebra de sigilo dos institutos e constatou, por meio de pe-rícia técnica, que de janeiro de 2003 a agosto de 2004 o Idaq recebeu da CNT, Sest, Senat e do Instituto Assistencial do Transporte Rodhes a quantia de R$ 46,6 milhões ( R$ 31,5 milhões retira-dos em dinheiro na boca do caixa.

Segundo apurou o Estado, a maior parte do montante foi sacada em uma agência do Banco Rural, em Brasília, onde eram realizadas as retiradas aci-ma de R$ 100 mil - o que chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Mi-nistério da Fazenda. A movimentação do Idaq foi 272,21% acima de seu fatu-ramento (R$ 12,6 milhões) no período, segundo destacaram os promotores.

Em relação ao IJAA, o Ministério Público identificou repasses de R$ 12,9 milhões no período e ressaltou que o único vínculo da entidade privada com o Sest/Senat é o presidente da CNT, o senador Clésio Andrade.

“Necessário consignar que, em 2004, o pai de Clésio Andrade, Os-car Soares de Andrade, era candidato a prefeito de Juatuba, cidade sede do Instituto João Alfredo de Andrade”, sa-lientam os promotores no documento.

“Não se tem conhecimento de cur-sos, campanhas ou ações promovidas pelo Idaq ou IJAA em benefício do trabalhador em transporte, nos anos de 2003 e 2004, que pudessem justificar dispêndio de recursos em patamares tão elevados.”

Para os promotores, os atos prati-cados pelo senador - como gestor das entidades recebedoras de recursos pú-blicos ou como vice-governador - ca-racterizaram improbidade administra-tiva. Eles argumentam que a legislação se aplica ao gestor de entidade recebe-dora de incentivo fiscal do poder pú-blico e que “os valores transferidos, in-devidamente, não tiveram os registros contábeis necessários”.

O ESTADO DE S. pAUlO - p. A11 - 27.02.2011

Presidente da CNT é acusado de improbidadeAção do Ministério Público cita senador Clésio Andrade por suposto

desvio de recursos de contribuições sindicais do Sest e do Senat

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Brasília O Ministério Público de Minas Gerais ajuizou ação civil pública por improbidade adminis-trativa contra o senador Clésio An-drade (PR-MG), presidente da Con-federação Nacional dos Transportes (CNT). Ele é acusado de desvio de recursos de contribuições sindicais do Serviço Social do Transpor-te (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Se-nat), entidades também presididas pelo senador.

Na ação ajuizada, na 33.ª Vara Cível de Belo Horizonte, os promo-tores de Defesa do Patrimônio Pú-blico afirmam que em 2003 e 2004, época em que Clésio era vice-go-vernador de Minas - no primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB) -, o Instituto de Desenvolvimento, Assistência Técnica e Qualidade em

Transport (Idaq) e o Instituto João Alfredo Andrade (IJAA), com sede em Juatuba (MG), receberam R$ 59,6 milhões de forma indevida.

O Ministério Público pede que o senador e Lilian Carla de Souza, diretora financeira e “braço direi-to” do presidente da CNT - “res-ponsável pelas operações financei-ras irregulares, emitindo cheques e efetuando saques em espécie dos recursos recebidos pelos institutos, frutos da contribuição sindical rece-bida” -, sejam condenados por atos de “improbidade administrativa” (má administração) na gestão das entidades, o que teria gerado enri-quecimento ilícito, lesão ao erário e violação de princípio eleitoral.

rESSArcIMENTOA ação também pede o ressarci-

mento integral de R$ 59,6 milhões e o bloqueio de bens do presidente da CNT e da diretora financeira em pelo menos R$ 46,6 milhões.

A reportagem procurou na sex-ta-feira (25) e no sábado (26) as as-sessorias do senador Clésio Andrade (PR-MG) e da CNT, mas não houve retorno. A reportagem repassou por escrito a acusação de repasse indevi-do de recursos do Sest e Senat para os institutos e os pedidos feitos pelo Ministério Público Estadual na ação civil pública. Nenhum advogado foi indicado para falar sobre o assunto em nome dos requeridos.

Lílian Carla de Souza não foi localizada pela reportagem. Na sede do Instituto João Alfredo Andrade, em Juatuba (MG), uma funcionária informou que o assunto seria trata-do pela assessoria do senador.

DIárIO DO NOrDESTE - cE - cONAMp - 28.02.2011

MP investiga Presidente da CNTDe acordo com o Ministério Público, Clésio Andrade teria desviado recursos de contribuições sindicais

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O ESTADO DE S. pAUlO - p. A8 - 26.02.2011

Campanha de Azeredo foi beneficiada, diz promotorEduardo KattahA primeira audiência de instrução

do processo sobre o chamado mensalão mineiro, suposto esquema de desvio de recursos públicos durante a campanha à reeleição do ex-governador de Minas e atual deputado federal Eduardo Aze-redo (PSDB), em 1998, foi encerrada na noite de anteontem após oito horas de depoimentos. Para o promotor de Defesa do Patrimônio Público, João Medeiros, as testemunhas arroladas pela acusação reforçaram a tese de que a campanha recebeu recursos desvia-dos de empresas estaduais.

De acordo com Medeiros, há no processo “prova cabal de que havia in-teresse efetivo de realizar o patrocínio, não para a ocorrência do evento e sim para o posterior desvio para a campa-nha”. “Está bem provado, principal-mente nas perícias que estão no pro-cesso”, disse o promotor.

A denúncia, apresentada pelo en-tão procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, e ratificada

pelo Ministério Público Estadual, foi recebida em fevereiro do ano passado. O ex-procurador apontou desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões dos cofres do Estado para a campanha à reeleição, por meio da “retirada criminosa” de re-cursos públicos das estatais Companhia de Saneamento (Copasa), Companhia Mineradora (Comig) - atual Codemig - e Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). Na acusação formal, o Mi-nistério Público Federal afirmou que o “repasse indevido de dinheiro público” ocorreu sob o “manto formal” de patro-cínios a eventos esportivos. Os acusa-dos negam qualquer irregularidade.

Cinco réus acompanharam os de-poimentos na 9.ª Vara Criminal de Belo Horizonte: o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia; o ex-secretário de Comu-nicação do governo Azeredo, Eduardo Guedes; o tesoureiro da campanha tu-cana, Cláudio Mourão; o ex-presidente do Bemge, José Afonso Bicalho, e o ex-diretor da Copasa, Fernando Morei-ra Soares. O empresário Marcos Valé-

rio Fernandes de Souza foi representa-do por advogado.

Entre os denunciados, apenas Aze-redo responde a ação penal no Supre-mo Tribunal Federal (STF). O senador Clésio Andrade (PR-MG), que também era réu na Justiça estadual, teve o pro-cesso desmembrado por determinação da juíza titular Neide da Silva Martins, já que assumiu uma cadeira no Senado e passou a contar com foro privilegia-do.

EvidênciasJOÃO MEDEIROS PROMOTOR DE DE-

FESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

“Há no processo prova cabal de que ha-via interesse de realizar o patrocínio, não para a ocorrência do evento e sim para posterior des-vio para a campanha”

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Nayara Menezes Dois desabamentos assustaram moradores

das regiões da Savassi e Noroeste de Belo Ho-rizonte num fim de semana marcado por muita chuva. Em ambas as situações, obras em anda-mento foram apontadas pela Defesa Civil como principal causa. Não houve ferimentos graves. Na Rua da Bahia, entre as ruas Antônio de Al-buquerque e Fernandes Tourinho, o trabalho de remoção de terra na demolição de uma casa, so-mado ao solo encharcado pela água, resultou na queda de parte do muro que fazia divisa com o imóvel e, ainda, de um pedaço da área privativa do apartamento térreo do prédio. Já no Bairro Caiçara, uma obra irregular da concessionária Autokoreia, na Avenida Carlos Luz, 600, causou o desmoronamento do teto do quarto de uma re-sidência e, por pouco, não gerou uma tragédia maior.

Por volta de 19h30 de domingo, a aposen-tada Benedita Maria de Paiva ouviu um estron-do. “Chovia muito e veio um barulho enorme do meu quarto. Corri para lá, pois meu marido es-tava vendo televisão. Quando cheguei, não acre-ditei no que vi. Metade do teto tinha desabado sobre nosso quarto”. Mário de Souza Leite teve ferimentos leves. Os destroços destruíram ainda dois carros que estavam na garagem.

A casa deles é vizinha à concessionária, que está em obras de ampliação. “Meu marido já tinha conversado várias vezes com os respon-sáveis, pois estavam trabalhando com a obra embargada. Mas não adiantou. Infelizmente, foi preciso acontecer isso”, desabafou dona Be-nedita, que dorme acolhida por vizinhos desde domingo, já que seu imóvel foi interditado pela Defesa Civil. Outra casa também foi afetada, mas já liberada. A gerência de obras da Regional Noroeste confirmou o embargo da construção e afirmou que os proprietários da concessionária foram multados em mais de R$40 mil e continu-am desrespeitando as ações da PBH. O próximo passo, segundo a gerência, é interditar a obra e encaminhar o processo ao Ministério Público. A concessionária foi procurada pela reportagem

do Estado de Minas, mas não se pronunciou so-bre o assunto.

Já na Rua da Bahia, apesar do susto dos mo-radores, a situação é menos grave. Houve queda de parte do muro e da área externa do apartamen-to térreo, mas o incidente não afetou a estrutura do prédio. De acordo com o engenheiro da Defe-sa Civil Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, que esteve no local, além dos impactos gerados pela terraplanagem do terreno ao lado, a chuva forte que atingiu a capital no dia e um entupimento na rede de esgoto do edifício podem ter contribuído para encharcar o solo e causar o deslizamento da terra, que calçava o muro.

Segundo a Defesa Civil, não há riscos de novos desabamentos. A Construtora Arte Con, responsável pela obra, porém, preferiu remover os moradores para um hotel nas proximidades. Alguns optaram por permanecer no local. “Mes-mo a Defesa Civil alegando que não há riscos, achamos melhor a retirada das pessoas, até que a situação seja totalmente resolvida”, afirmou o proprietário da construtora, Luiz Maurício Gar-cia. Ele informou ainda que a empresa providen-ciou a reconstrução da área atingida do prédio. No lugar, onde havia uma casa antiga, de cerca de 40 anos, será erguido um edifício residencial de 10 andares, com 16 apartamentos.

A síndica do prédio, Cristina Bahia Amorim, afirma que a construtora deu toda a assistência necessária aos moradores. Mas ela acredita que a pressa para a demolição do imóvel pode ter ajudado a causar o incidente. “Ouvimos dizer que a casa estava para ser tombada. Então, acho que eles correram com a obra, para evitar isso. Derrubaram a casa em menos de uma semana”, relata. A Diretoria do Patrimônio Municipal da Secretaria de Cultura e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Ge-rais (IEPHA- MG), porém, não confirmaram a informação. Sobre o entupimento na rede de esgoto, na qual foram encontrados vários rejei-tos, como pedras e até tijolos, a síndica disse não ter conhecimento, mas afirmou que vai tomar as providências necessárias para solucionar o pro-blema.

ESTADO DE MINAS - p. 25 - 01.03.2011Susto

Deslizamento na SavassiCom solo encharcado, obra provoca queda de varanda de um edifício na Região

Centro-Sul, e, no Caiçara, ampliação de uma loja de automóveis faz teto de residência desmoronar

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HOJE EM DIA - p. 5 - ESpOrTES - 26.02.2011

Funorte e Pantera fazem duelo sem público

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ESTADO DE MINAS - p. 2 - ESpOrTES - 26.02.2011cAMpEONATO MINEIrO

Sem os torcedores do Norte de Minas

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HOJE EM DIA - p. 2 - 01.03.2011

Interior

Câmara julga prefeito

A Câmara Municipal de São Francisco, no Norte de Minas, de-cide hoje, às 19h, em sessão espe-cial, sobre a cassação do mandato do prefeito José Antônio da Rocha Lima (PT). Ele está afastado da ad-ministração municipal desde 23 de novembro de 2010, por suspeita de envolvimento com uma organiza-

ção criminosa suspeita no desvio de recursos de 15 prefeituras do Norte e Nordeste de Minas, especializada na fraude em licitações, superfatura-mento e compras fictícias. Somente naquela cidade, o Ministério Público Estadual estima que, os prejuízos ul-trapassam R$ 5 milhões, sendo que em todo o estado podem ultrapassar os R$ 100 milhões. A partir da Ope-ração Conto do Vigário, desencadea-da pelo MP, a Câmara instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar as denúncias e documentação apreendida.

ESTADO DE MINAS - p. 7 - 01.02.2011GIrO MINAS

O TEMpO - p. 2 - 01.03.2011 -A pArTEViçosa

MP moverá ação contra ex-prefeito

O Supremo Tribunal Federal (STF) de-cidiu que o Ministério Público (MP) tem legitimidade para contestar uma venda de imóvel público feita pela Prefeitura de Viço-sa, em 1991. A ação civil pública foi ajuizada pelo promotor de Justiça da Comarca de Vi-çosa contra o então prefeito municipal local, Antônio Chequer, que recorreu, alegando que o MP não poderia ajuizar a ação. A Jus-tiça mineira chegou a extinguir o processo, mas, agora, o STF deu parecer favorável ao Ministério Público.

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ESTADO DE MINAS - p. 4 - 01.03.2011

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câmara de BH

Comissão da Copa elege presidente Os vereadores Alberto Rodrigues (PV) e Daniel Nepo-

muceno (PSB) foram eleitos respectivamente presidente e relator da Comissão da Copa do Mundo, constituída para acompanhar os preparativos para o Mundial de 2014 em Belo Horizonte. Além deles, participam da comissão os vereadores Iran Barbosa (PMDB), Preto e Heleno (PHS).

Segundo Nepomuceno, em 21 de março, os representantes do comitê organizador municipal da Copa serão convidados para participar da reunião da comissão. “Já existem projetos para o Mundial tanto no âmbito estadual quanto municipal e a Câmara não está acompanhando. A comissão será im-portante para fiscalizar esses projetos. Será o espaço onde serão tratados todas as questões que vão fazer parte da nossa cidade antes e depois de 2014”, afirmou.

ESTADO DE MINAS - p. 7 - 01.02.2011GIrO MINAS

Luiz Ribeiro

O Sistema de Gestão Ambiental e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema) passará por uma mudança profunda. O governo do estado vai encaminhar nos próximos dias à Assembleia Legislativa projeto de lei que prevê a criação de um novo órgão, que vai absorver as atuais funções do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Fundação Estadual do Meio Am-biente (Feam), que deverão ser extintos. A denominação do superórgão %u2013 que deverá acumular atribuições, como o Ibama em nível federal %u2013, ainda não foi definida. Mas, por enquanto, está sendo chamado de Instituto Am-biental de Minas Gerais (Iamig).

A proposta de criação do instituto já vinha sendo dis-cutida há vários dias pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Adria-no Magalhães, em reuniões com servidores dos órgãos en-volvidos e ambientalistas. Nos encontros, Magalhães tem se esforçado para explicar os reais motivos e objetivos da pro-posta, visando conter possíveis reações contrárias às mudan-ças, principalmente no que se refere à extinção dos órgãos. A justificativa da secretaria é que as mudanças objetivam exclusivamente a eficiência na gestão, sem nenhum prejuízo para os servidores dos órgãos envolvidos ou para as políticas de preservação e fiscalização ambiental.

O sistema estadual de meio ambiente tem um orçamento de R$ 305 milhões previsto para 2011, sendo a maior parte para o IEF (R$ 111,08 milhões). A Semad tem uma previsão orçamentária de R$ 56,96 milhões, divididos entre a Feam (26,09 milhões) e o Igam (R$ 26,4 milhões). Outros R$ 84,2 milhões estão previstos para o Fundo de Recuperação, Pro-teção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográ-ficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro).

O Sisema soma 1,8 mil funcionários. Dos três órgãos que deverão ser extintos com a criação da novo sistema de gestão ambiental em Minas, além de ter maior orçamento, o IEF é o mais conhecido e com maior estrutura, reunindo cerca de 1 mil funcionários, 13 escritórios regionais, 47 nú-cleos ambientais e 150 escritórios locais (agências de aten-dimento) espalhados pelo interior. Grande parte da estrutura é montada em parceria com os municípios.

O IEF cuida de questões importantes, como a expedi-ção de licenciamentos para desmatamentos e diversas ativi-dades, como a fiscalização da produção e do transporte de carvão. No ano passado, o órgão foi alvo de denúncias de irregularidades, feitas contra seu ex-diretor geral, Humberto Candeias Cavalcanti. Em agosto, Cavalcanti chegou a ser preso, acusado de colaborar com esquemas de desmatamen-to ilegal para produção de carvão e desvios de recursos da autarquia, após investigação do Ministério Público Estadual, Secretaria de Estado da Fazenda e Polícia Militar. Ele ficou menos de 48 horas preso. Foi liberado depois de conseguir habeas corpus.

Durante as reuniões com representantes dos órgãos do sistema, o secretário Adriano Magalhães vem esclarecendo que a definição das equipes da nova estrutura terá como cri-tério principal a competência técnica e a origem no próprio Sisema. %u201CO quadro de funcionários é composto por pessoas qualificadas e experientes e nada mais natural que utilizar essa equipe em todo o seu potencial%u201D, afir-mou.

As mudanças no Sisema começaram por meio de três leis delegadas (179, 180 e 181), editadas em janeiro e regu-lamentadas pelo Decreto 45.536 (27 de janeiro/2011), que deram novo formato à Secretaria de Estado de Meio Am-biente e Desenvolvimento Sustentável. Foi criada a Subse-cretaria de Controle e Fiscalização Integrada, que assumiu todas as funções relativas à fiscalização ambiental, de recur-sos hídricos, recursos florestais e biodiversidade e da pesca, que antes eram atribuições de diretorias específicas do IEF, da Feam e do Igam. A Semad também ganhou as subsecre-tarias de Inovação e Logística e de Gestão e Regularização Ambiental Integrada.

A extinção dos órgãos e todos os demais aspectos re-lativos ao projeto de lei vai depender das votações na As-sembleia Legislativa, onde a proposta, após ser recebida em plenário, será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e será apreciada pela Comissão de Meio Ambiente. Ouvido no fim da tarde de ontem, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Célio Moreira (PSDB), disse que já %u201Couviu falar%u201D da proposta de criação do novo órgão ambiental, mas que ainda não recebeu o pro-jeto e por isso não iria comentar o assunto.

ESTADO DE MINAS - p. 7 - 01.03.2011 Meio Ambiente

Projeto extingue IEF, Feam e IgamPela proposta do governo, que será enviada à ALMG, vai ser criado

uma espécie de “Ibama mineiro”, absorvendo a função dos institutos

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HOJE EM DIA - p. 20 - 01.03.2011

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cONT... HOJE EM DIA - p. 20 - 01.03.2011

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Fausto MacedoO Ministério Público do Estado de São Paulo elege hoje seu

primeiro ouvidor. São três os candidatos ao cargo: Angelo Patrício Stacchini, Deborah Pierri e Fernando José Marques, procuradores de Justiça da instituição que tem poderes para investigar corrupção e im-probidade e à qual a Constituição confere o papel de fiscal da lei.

Caberá à Ouvidoria encaminhar reclamações, denúncias, críticas, apreciações, comentários, pedidos e sugestões de qualquer interessa-do sobre as atividades desenvolvidas pelas promotorias de Justiça.

Criada pela Lei Complementar 1127/2010 e sancionada em no-vembro, a Ouvidoria é uma imposição do Conselho Nacional do Mi-nistério Público e da emenda 45, da reforma do Judiciário: “Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, com-petentes para receber reclamações e denúncias, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público”.

O ouvidor escolhido, que assumirá o cargo na quinta-feira, terá poderes para ouvir, mas não para punir ou impor regras no âmbito

interno. Sua tarefa será abrir um canal de comunicação com a socieda-de. Não terá papel de corregedor, mas pode ter uma atuação incisiva.

Atraso. O Ministério Público paulista é um dos últimos do País a criar sua ouvidoria e esta será a primeira eleição totalmente eletrô-nica na instituição. Só os procuradores - nível mais alto da carreira - podem concorrer ao posto de ouvidor. Exceto aqueles que estão fora do órgão, exercendo funções em outras repartições da administração pública.

Muitos promotores já declararam inconformismo com o fato de ficarem alijados da disputa. Eles formam 80% dos quadros do Mi-nistério Público. O artigo 3.º, parágrafo 7.º, da lei aprovada pela As-sembleia Legislativa prevê expressamente que a “função de ouvidor do Ministério Público será exercida por procurador de Justiça”. O mandato é de dois anos, permitida uma recondução. Para evitar que o cargo seja usado como trampolim político, após o mandato o ouvidor cairá em quarentena de dois anos. O projeto de criação da Ouvidoria é do ex-procurador geral Rodrigo César Rebelo Pinho.

O ESTADO DE S. pAUlO - p. A9 - 28.02.2011

Ministério Público paulista elege hoje seu primeiro ouvidorPromotoria de SP é uma das últimas do País a cumprir a regra e criar canal de comunicação com a sociedade

Relatório da inspeção no Ministério Público de Alagoas, reali-zada pela Corregedoria do órgão e aprovado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, constata que órgão não apresenta controle no pagamento de diárias, utilização de veículos, realização de licitações, inventário de equipamentos de informática, gerenciamento de proces-sos, segurança da informação e registro de patrimônio. O CNMP reco-mendou a edição de normas regulamentando o assunto.

De acordo com o documento, há irregularidades na estrutura de pessoal: existência de servidores exercendo funções incompatíveis com os cargos comissionados que ocupam, falta de isonomia na estru-turação entre promotorias e procuradorias e necessidade de reformu-lação no setor de informática.

Diversas promotorias de Justiça visitadas possuem instalações precárias, sem condições de trabalho, arquivamento de documentos ou para atendimento adequado ao público, aponta a inspeção. O re-latório recomenda que seja instalada uma estrutura mínima em todas as unidades.

Também segundo o relatório, alguns promotores de Justiça de comarcas do interior são convocados para responder por órgãos loca-lizados na capital do Estado sem obedecer aos procedimentos previs-tos na legislação, outros são afastados de suas atividades para atuar como secretários de órgãos superiores ou assessorar o procurador-ge-ral. Alguns deles, ainda, não têm onde trabalhar.

O documento recomenda, por exemplo, que o procurador-geral de Justiça retire projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa do Estado prevendo o aumento no número de procuradores no MP-AL e se abstenha de enviar outros projetos do tipo. Para o corregedor-na-cional do MP, Sandro Neis, “o atual número de cargos é mais do que suficiente para fazer frente às necessidades”.

Além disso, o CNMP pede que Neis levante o número de mem-bros que residem fora da comarca de lotação e que ele instaure re-clamações disciplinares contra dois promotores de Justiça ausentes do trabalho. Com informações da Assessoria de Comunicação do CNMP.

cONSUlTOr JUríDIcO - Sp - cONAMp - 28.02.2011

CNMP recomenda normas de controle no MP de Alagoas

ESTADO DE MINAS - p. 6 - 01.03.2011

Brasília – Primeiro indicado pela presidente Dilma Rousseff para a Corte, Luiz Fux toma posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) às 16h de quinta-feira. Fux vai substituir o ex-ministro Eros Grau que se aposentou em agosto do ano passado perto de completar 70 anos.

A indicação de Fux aconteceu em 1º de fevereiro. A sa-batina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Sena-do ocorreu uma semana depois. No mesmo dia, a indicação foi aprovada pelo plenário por 68 votos favoráveis e apenas dois contrários.

Nas mais de três horas em que foi sabatinado, Fux evi-tou comentar casos polêmicos que devem chegar à análise. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) foi quem perguntou sobre os casos do escândalo do mensalão, da Lei Ficha Limpa, da extradição do italiano Cesare Battisti e da polêmica sobre a quem pertencem os mandatos (se aos partidos ou às coliga-ções).

“Não posso me pronunciar sobre determinados casos ‘sub judice’”, disse Fux. Sobre cada caso, ele fez uma expli-cação didática dos argumentos usados pelas partes, mas em nenhum adiantou seu possível voto. “Não posso me adian-tar”, afirmou. “São respostas que o Supremo dará no momen-to oportuno.” Com a posse de Fux, o Supremo pode voltar a discutir a Lei Ficha Limpa, que está empatada em 5 a 5.

“A Corte agora se completa, com seu número constitu-cional de ministros, e vamos decidir tudo que estava pendente, na expectativa do ministro faltante. Vamos votar, sobretudo, esses casos mais delicados, que serão levados a julgamento assim que o novo ministro tomar posse”, afirmou o presidente do STF, ministro Cezar Peluso.

Dilma estará na posse, segundo o Supremo. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câ-mara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), também estarão presentes. Foram convidadas 4 mil pessoas.

Justiça

Posse na quinta-feira

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BrASIl

GOL DA JUSTIÇAVEJA - p. 70 E 71 - 02.03.2011

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cONT... VEJA - p. 70 E 71 - 02.03.2011

Decreto da presidente Dilma Rousseff publicado ontem no Diário Oficial da União formalizou as aposentadorias do ministro Paulo Geraldo de Oliveira Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do juiz José Eduardo Carreira Alvim, do Tribunal Regio-nal Federal (TRF) da 2ª. Região. A medida, embora não explicita-da na publicação, foi a punição aplicada aos dois em agosto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que exerce o controle externo do Judiciário, e garante a cada um salário de cerca de R$ 25 mil.

Medina e Alvim são réus em processo criminal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura o envolvimento dos

magistrados num suposto esquema de negociação de decisões ju-diciais a favor de um grupo que explorava jogos ilegais.

Pela atual legislação, a aposentadoria é a punição máxima na esfera administrativa que pode ser aplicada a um juiz. O benefício só pode deixar de ser pago se o magistrado for condenado criminal e definitivamente. No caso de Medina e Alvim, o julgamento do processo no STF não ocorreu nem tem data marcada.

A demora de seis meses para a publicação do decreto se deve, entre outros motivos, por diversos pedidos de informações e recur-sos protocolados no CNJ e no STF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fausto Macedo

A toga se declarou ontem “perplexa, chocada” com a decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de não negociar com a cate-goria, que reivindica reajuste de 14,79% a título de reposição de perdas inflacionárias.

“O governo não pode tratar sua relação com outro Poder, que é independente, como se estivesse negociando com sindicato de motorista de ônibus”, declarou o presidente da Associação dos Ju-ízes Federais, Gabriel Wedy. Para ele, “o governo precisa eviden-temente fazer essa distinção, não pode desconhecer o magistrado como agente político do Estado”.

A declaração do presidente da Ajufe foi recebida com indig-nação pela categoria dos motoristas. O coordenador do Departa-mento de Comunicação do Sindicato dos Motoristas de Ônibus de São Paulo, Nailton Francisco de Souza, classificou a afirmação de Wedy de “desrespeitosa e infeliz” e disse que pretende mover ação contra o magistrado. “Vamos unir todos os trabalhadores de transporte do Brasil para mover uma ação contra este cidadão”, afirmou. “No mínimo, é preconceito. Quem é esse juiz para achar que, só porque vive em uma casta, é superior aos outros trabalha-dores?”Argumentos

No mandado de injunção no Supremo Tribunal Federal subs-crito pela Ajufe, os magistrados pleiteiam a reposição com o argu-mento de que a omissão do Congresso lhes subtrai direito consti-tucional de irredutibilidade de vencimentos.

Em agosto, o STF enviou projeto de lei ao Legislativo rei-

vindicando os quase 15%, mas não houve resposta até agora dos parlamentares. A pretensão dos magistrados esbarra na disposição do Palácio do Planalto de promover um ajuste nas contas públicas após o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. O governo avisa que não vai se curvar a pressões.

“Ficamos impressionados com essa reação do governo, di-zendo que vai ficar mais um ano descumprindo a Constituição”, afirma Gabriel Wedy. “O governo foi muito inábil, com uma de-claração duríssima.” Para ele, “o governo precisa ter a dimensão que está negociando com outro Poder de Estado, que é o STF”.

“Causa espanto o governo nos comparar a outras categorias”, insiste. “Falta tato político ao governo. É importante que a presi-dente Dilma realize uma interlocução de forma mais qualificada com o STF e com a magistratura do País. Não se está discutindo aumento de salário, mas a funcionalidade do teto constitucional.”

Os magistrados elegeram o ministro da Defesa, Nelson Jo-bim, para o papel de negociador e vão pedir a ele que aceite a mis-são. Na próxima semana, vão solicitar reunião com Jobim, a quem consideram qualificado para levar ao governo os argumentos e as razões da classe.

Jobim foi ministro da Justiça e presidente do STF. “Ele criou o teto constitucional quando presidiu o Supremo”, destaca Gabriel Wedy.

O vice-presidente Michel Temer também poderá ser asse-diado. “Temer pode auxiliar o governo para a elevação do nível do debate como constitucionalista que é, tornando-o mais técni-co, qualificado, e menos emotivo.”/ COLABOROU LUCAS DE ABREU MAIA

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Suspeitos de venda de sentenças vão ganhar R$ 25 mil

Juiz não é motorista de ônibus, diz magistradoEm busca de reajuste, presidente da Ajufe afirma que Planalto não pode igualar

Judiciário a outras categorias; sindicato de motoristas promete processo

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Flávia Ayer, Luciane Evans e Pedro Rocha Franco

O 1º Tribunal do Juri da capital acatou, on-tem à noite, pedido de prisão temporária dos soldados Jason Paschoalino e Jonas David Rosa, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), feito pelo delegado Fernando Miranda, que investiga as mortes de Jeferson Coelho da Silva, de 17, e seu tio Renilson Veriano da Silva, de 39, no Aglomerado da Serra. Como há dois processos, um na Polícia Civil e outro na PM e a Justiça Militar já havia decretado a prisão pre-ventiva dos dois, além da do soldado Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte, hoje as duas cor-porações devem decidir se os militares ficarão detidos em batalhões ou em prisídio comum.

Por falta de indícios quanto à participação do soldado Zuccheratte nas mortes, o delegado não pediu sua prisão. “Não temos elementos su-ficientes para isso. Ele era o motorista da guarni-ção e o inquérito aponta que só soube das mor-tes depois e só tinha deixado os outros PMs no local”, afirma Miranda. Na quinta-feira, os três devem ser ouvidos pela Polícia Civil.

A defesa dos militares espera que a Corre-gedoria da Polícia Militar peça hoje a revogação da prisão do soldado Adelmo Paula Zuccheratte, único dos acusados a quebrar o silêncio. Depois de três horas de depoimento ontem, ele negou envolvimento nas mortes. “Encontrava-me com a guarnição, mas não no momento do crime. Es-tava na Avenida do Contorno, na esquina com a Rua do Ouro. A única coisa que escutei foi a troca de tiros pelo rádio da viatura”, afirmou o PM, que trabalhava como motorista.

Ao contrário de Zuccheratte, Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa, por orientação dos defensores, mantiveram segredo sobre os fa-tos da madrugada do dia 19. Segundo o advoga-do Ricardo Gil de Oliveira Guimarães, os PMs aguardam a hora certa de falar. “Há necessidade de cautela. Precisamos ter acesso aos inquéritos, mas eles falarão antes do juízo”, disse. A estra-tégia foi diferente da adotada na defesa de Zuc-cheratte, que, segundo os advogados, respondeu a todas as perguntas do corregedor Herbert Fer-nandes e de três promotores de Justiça. Caso a corregedoria não peça a revogação da prisão de Zuccheratte ainda hoje, a defesa entrará com re-curso na Justiça Militar.

Segundo defensores, Adelmo não teve par-ticipação nas mortes. Eles alegaram que o mili-tar atuou como motorista no dia das mortes no aglomerado. “Não há nenhuma possibilidade de

ele ter participado de esquema de extorsão. Era a segunda vez que trabalhava com a guarnição. O Zuccheratte atuava no setor de informática do Batalhão de Choque e estava na função de motorista apenas como folguista. Ele não pode ser tratado como bandido. Ele estava em outro local, isso dá para provar ao rastrear o GPS da viatura”, disse o advogado Domingos Sávio de Mendonça, que entrou ontem no caso. Três pro-motores acompanharam o depoimento e dissera-mnão haver pedido da revogação da prisão.

Apesar de o nome de Adelmo não constar da ocorrência, ele não desconhece o que se pas-sou no aglomerado. Em entrevista ao Estado de Minas, horas depois das mortes, ele afirmou em relação às vítimas: “Morreram não, foram para o inferno.” A frase foi relatada no mesmo dia ao chefe do Comando Especializado da Capital (CPE), coronel Antônio Carvalho, que tratou a afirmação como mera exaltação de policial.

Os três militares estiveram ontem na Cor-regedoria da Policia Militar, no Centro da capi-tal. Eles chegaram em horários diferentes, com até quatro horas de atraso. Jason foi o primeiro a chegar e preferiu o silêncio, alegando que só falaria em juízo. Por volta das 11h, Jonas com-pareceu ao órgão e usou da mesma estratégia. “Os dois têm de ser ouvidos no Tribunal do Júri. Diante da declaração do secretário de estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, que os cha-mou de marginal sem ter provas, os seus subor-dinados vão atuar com imparcialidade, ou seja, a corregedoria não é parcial para o trabalho”, disse o advogado Ricardo Guimarães.

SUICÍDIO Foi a segunda vez que Adelmo, Jason e Jonas foram à Corregedoria da PM. Na sexta-feira, eles iriam depor, mas ficaram abala-dos ao saber da morte do cabo Fábio de Oliveira. Preso como suspeito de envolvimento nas mor-tes do aglomerado, o cabo apareceu morto na manhã de sexta-feira. A versão policial dá con-ta de que ele teria se enforcado com o cadarço do calção que usava, pendurado no registro do chuveiro na cela. Ainda que o caso esteja sendo apurado, para o advogado dos militares, Ricardo Gil, não há dúvidas de que houve suicídio. “Não fui o último a vê-lo na prisão antes do ocorri-do, mas vi o corpo dele na cela e ele se matou, sim”, alega. Depois disso, segundo Ricardo, as celas onde estão presos os três soldados foram vistoriadas e eles passam por acompanhamento psicológico. A hipótese de Fábio ter sido morto não foi descartada pela investigação.

MOrTES NO AGlOMErADO

Tribunal decreta a prisão de PMs

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Porto Alegre – O Minis-tério Público Estadual do Rio Grande do Sul pediu a prisão preventiva do bancário Ricar-do Neis, de 47 anos, na noi-te de ontem. Ele é acusado de ter atropelado pelo menos 16 ciclistas que percorriam a Rua José Bonifácio, no Bair-ro Cidade Baixa, em Porto Alegre, na sexta-feira. Até o fechamento desta edição, o plantão do Judiciário não ha-via informado se aceitaria o pedido. Em depoimento à Po-lícia Civil, que também pediu a prisão de Ricardo, o moto-rista disse que arrancou com o carro em legítima defesa, por temer agressões dos ciclistas que participavam de uma pas-seata na capital gaúcha.

O bancário Ricardo Neis disse à Polícia Civil que ace-lerou o carro contra a multi-dão para “evitar ser linchado”. Pelo menos 16 pessoas foram atropeladas – oito delas indo parar no hospital com cortes e fraturas. O episódio ocor-reu na noite de sexta-feira. Na versão que apresentou à Polícia Civil, o bancário alega que estava na companhia do filho de 15 anos, e os ciclis-tas começaram a bater no car-ro. “Durante todo o caminho, eles foram batendo no carro. A partir de um momento, vi uma brecha e passei um pou-co de alguns deles – ultrapas-sou-os –, eles se enfureceram e começaram a agredir violen-tamente o carro. Quebraram o espelho, deram vários socos, jogaram a bicicleta por cima”, disse.

Ele diz que arremeteu

com o carro contra os ciclistas por medo. “Naquela situação, eu me desesperei e tinha que sair dali o mais rapidamente possível para evitar o lincha-mento”, afirmou à imprensa na saída da delegacia. Depois de ouvido, na companhia de dois advogados, o atropelador foi liberado pela polícia. O delegado que investiga o caso, Gilberto Almeida Montene-gro, não quis dar entrevista. A Polícia Civil não informou como vai enquadrar criminal-mente a conduta do motorista. Ele pode responder por lesão corporal ou por tentativa de homicídio contra os ciclistas.

Mas, se a polícia confir-mar as acusações de que o atropelamento foi proposital, o motorista poderá respon-der por lesão corporal dolosa (intencional) ou mesmo ten-tativa de homicídio. O carro envolvido no acidente, um Golf preto, foi localizado por policiais militares a cerca de quatro quilômetros do local do atropelamento. O veículo, avariado, estava abandonado, segundo a polícia, e será sub-metido a perícia.

Por volta das 19h de sex-ta-feira, cerca de 130 inte-grantes de um grupo chamado Massa crítica, que realiza um passeio mensal para promover o uso da bicicleta como meio de transporte, pedalavam pela Rua José do Patrocínio, na Ci-dade Baixa (Região Central). No grupo, havia crianças. O motorista do Golf preto pe-diu passagem pelo meio das bicicletas e não foi atendido por falta de espaço na rua, de

acordo com o relato de ciclis-tas.

As vítimas afirmam que o suspeito buzinava e acelerava por três quarteirões e o carro chegou a tocar uma das bici-cletas que estavam na reta-guarda do grupo. No terceiro quarteirão, na esquina com a Rua Luiz Afonso, conforme relatos colhidos pela reporta-gem, o motorista do Golf es-perou que o grupo se distan-ciasse alguns metros, acelerou e investiu contra o grupo de ciclistas. “Tinha muita gente, inclusive pais com crianças em cadeirinhas. O atropela-mento foi proposital, porque ele vinha várias quadras atrás, acelerando, xingando, buzi-nando”, disse Guidoux Kalil, de 31 anos, que participou da passeata. Segundo ele, depois que o carro passou pelos ci-clistas, o local “virou cená-rio de guerra, com bicicletas retorcidas e muita gente san-grando pelo chão”. cENAS FIlMADAS

Vídeos publicados no YouTube mostram imagens captadas por um dos partici-pantes no momento do atro-pelamento. Em um vídeo de nove minutos e cinco segun-dos, depois de atropelar duas pessoas, que voam por cima do capô, o veículo continua acelerando, atinge várias ou-tras e foge. A cena dura cerca de quatro segundos. Depois dos atropelamentos, o cenário de caos: bicicletas retorcidas nas ruas, pessoas sangrando no chão e muitos gritos pedin-do para chamar ambulâncias e a polícia.

ESTADO DE MINAS - p. 12 - 01.03.2011 rIO GrANDE DO SUl

MP pede prisão de atropeladorMinistério Público Estadual alegou que atitude do motorista que atingiu ciclistas em uma passeata exige apuração rápida

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Solange Azevedo, Patrí-cia Diguê e Claudia Jordão

Perdi a paciência com você”, gritava o delegado Eduardo Henrique de Carva-lho Filho. “Ela vai ficar pela-da na frente de todo mundo.” Esse show de horror e trucu-lência aconteceu em junho de 2009, dentro de um dis-trito policial de Parelheiros, no extremo sul da capital paulista. Mas só veio à tona agora, quando as imagens da diligência foram divulgadas na internet e na televisão. A vítima, uma escrivã acusada de receber R$ 200 para favo-recer um rapaz investigado no bairro e ocultar o dinhei-ro sob a roupa, implorava para que não a deixassem nua na frente de seis homens da Corregedoria da Polícia Civil. Suplicou, mais de 20 vezes, para que a revista ín-tima fosse feita por mulhe-res – como manda a lei. Não adiantou. Ela foi algemada, jogada no chão e teve as cal-ças e a calcinha arrancadas à força por Carvalho Filho. “Eu sou o condutor da tua cana. Você está presa em flagrante”, bradava o dele-gado. “Eles ficaram comigo em torno de 50 minutos. Me ameaçavam o tempo todo”, afirmou a moça à ISTOÉ. “Fui humilhada e tratada como um animal por ser mu-lher.”

A ação, filmada pela própria Corregedoria, mos-tra que a brutalidade da po-lícia não tem limites. “Se fizeram isso comigo, uma colega, dentro de um prédio público, imagine o que pode acontecer nas periferias, nas ruas escuras?”, reclama a vítima. Quando Carvalho Filho expôs violentamente o sexo dela, quatro cédulas de

R$ 50 caíram no chão. Para o delegado, aquela seria a prova de que a funcionária se corrompera. Ela perma-neceu encarcerada durante 20 dias e, em outubro do ano passado, acabou demitida. A ex-escrivã nega ter pedido dinheiro. Diz que o rapaz deixou as notas em cima da mesa e, como ela não sabia o que fazer, saiu da própria sala para consultar seus superiores quando foi sur-preendida pelos agentes da Corregedoria. Eles chega-ram com armas em punho, berrando e lhe dando voz de prisão. A ex-escrivã ale-ga que escondeu o dinheiro sob as vestes porque ficou com medo. O processo, que definirá se ela cometeu o cri-me de concussão, ainda não foi concluído. A questão que emerge desse caso, no en-tanto, não é se a ex-escrivã é ou não é corrupta, porque sobre isso nem mesmo a Jus-tiça deu a palavra final, mas por que os policiais agiram daquela maneira.

“Foi uma história esca-brosa de violência de gêne-ro. Os agentes tinham tanta convicção de que o que fa-ziam era correto que grava-ram tudo. Me espanta a falta de percepção deles sobre o próprio papel, sobre o que é certo ou errado e sobre os direitos da moça”, afirma a procuradora de Justiça Lui-za Nagib Eluf, estudiosa do tema. “Ela foi torturada como nos tempos da dita-dura, quando os militares tiravam as roupas das presas e as expunham com a inten-ção de apavorá-las.” Luiza afirma que as cenas da ex-escrivã berrando para que a ajudassem lembram o que acontecia de pior nos porões

do Deops e do DOI-Codi. “O delegado ficou nervosi-nho porque foi desafiado por uma mulher. Ele quis se vin-gar, mostrar quem manda”, acredita o cientista social Guaracy Mingardi, ex-sub-secretário Nacional da Se-gurança Pública. “Boa parte das besteiras praticadas pela polícia acontece porque o policial quer mostrar que é ele que está no comando.”

Nos corredores da polí-cia paulista, o delegado Car-valho Filho é descrito como um homem truculento. Certa vez, teria se desentendido com a mulher de um inves-tigador e dado um tapa na cara dela. Em 2009, quando coordenou a barbárie contra a ex-escrivã, Carvalho Filho tinha 27 anos – a mesma ida-de da vítima. Estava no está-gio probatório e louco para mostrar serviço. Trabalhava havia apenas um mês na Di-visão de Operações Policiais (DOP) da Corregedoria da Polícia Civil e nunca havia estado à frente de uma ope-ração vultosa. “Aquela foi a primeira prisão que ele fez”, revela o delegado-correge-dor Emilio Antônio Pasco-al, chefe de Carvalho Filho naquela época. Embora Car-valho Filho tenha dito que a ordem para deixar a escrivã “pelada na frente de todo mundo” tenha partido do chefe, Pascoal nega. “Sem-pre orientei toda a equipe para agir de forma absolu-tamente escorreita”, afirma Pascoal. O delegado lembra que, antes de integrar a DOP, Carvalho Filho atuou como plantonista do presídio da Polícia Civil. Antes disso, fora do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assal-tos (Garra).

O governo de São Pau-lo só se mostrou indignado com a ação da equipe co-mandada por Carvalho Fi-lho depois que o escândalo se tornou público. Mais de um ano e meio depois do ocorrido. Antes, as imagens da escrivã implorando para não ficar nua na frente de um bando de homens não foram consideradas abusi-vas – nem pela polícia, nem pelo Ministério Público, nem pelo Judiciário. Tanto que houve uma sindicância interna na Corregedoria e os policiais não receberam nenhuma punição. Quando o caso chegou ao Ministé-rio Público, o promotor Lee Robert Kahn da Silveira elogiou a atuação dos agen-tes e escreveu, em sua fun-damentação, que “à Polícia será sempre permitido rela-tivo arbítrio, certa liberdade de ação, caso contrário esta se tornaria inútil, ensejando vença e impunidade, ante os obstáculos que surgem para a apuração e descoberta de fatos delituosos”. Baseado nesses argumentos, o juiz Octávio Augusto de Barros Filho (leia quadro abaixo) decidiu arquivar o inquérito por abuso de autoridade.BrIGAchefe da escrivã, Engler quase saiu no tapa com carvalho Filho tentando defendê-la

Como se diz no jargão policial, a casa só começou a cair na segunda-feira 21, quando o secretário da Se-gurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, anunciou o afastamento de Carvalho Fi-lho, de outros dois delegados que participaram daquela di-ligência – Gustavo Henrique Gonçalves e Renzo Santi

Barbárie na delegaciaO caso da escrivã despida à força por delegados de São Paulo mostra que a truculência da polícia não tem limites

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Barbin – e de Pascoal, então chefe da equipe, da Correge-doria. “Fui escalado para a operação, mas não estava na sala na hora em que fizeram aquilo com a moça”, afirma Barbin. “Eu estava presente no início da discussão. Mas, quando percebi que o rapaz que acusou a escrivã estava no pátio da delegacia com a namorada, fui vigiá-lo para que nenhum policial que tra-balhava naquele distrito ten-tasse intimidá-lo.” Barbin se sente injustiçado. Disse à ISTOÉ que atuou como de-legado na zona leste de São Paulo, mas pedira transfe-rência para a Corregedoria porque pretendia melhorar a corporação.

Nem a corregedora-ge-ral da Polícia Civil resistiu à pressão. Maria Inês Trefi-glio Valente, que estava na função desde abril de 2009, foi tirada do cargo na tarde da quinta-feira 24. Apesar de policiais afirmarem que, na prática, quem sempre comandou de verdade a Corregedoria foi o próprio secretário Ferreira Pinto. Logo depois que o escân-dalo eclodiu, Maria Inês explicou a violência de seus subordinados de maneira desastrada. “Se fez necessá-ria, depois de 48 minutos de atuação”, justificou. “Como mulher, ela poderia ter se sentido constrangida. E, como corregedora, deveria ter feito valer a lei do nosso país”, reclama a ex-escrivã. “Todo mundo errou. O dele-gado, que não tinha vivência e fez tudo errado, a Corre-gedoria, que deixou passar, e o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil, que não ficaram em cima”, acredita Mingardi.

QUEDA

Maria Inês perdeu o

comando da corregedoria-

GeralEm novembro do ano

passado, o advogado da ex-escrivã, Fábio Guedes Gar-cia da Silveira, comunicou a OAB sobre o abuso e o presidente da entidade, Luiz Flávio Borges D’Urso, en-viou ofícios ao então gover-nador, Alberto Goldman, ao secretário Ferreira Pinto, ao procurador-geral de Justiça, Fernando Grella, e ao então presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Anto-nio Carlos Vianna Santos. Até o caso chegar à tevê, po-rém, ninguém havia tomado providências. “Aquela ação foi absurda, não concor-damos com ela. Mas, para que o inquérito de abuso de autoridade (arquivado a pe-dido do promotor Lee Ro-bert Kahn da Silveira) seja reaberto, é preciso que haja um fato novo”, afirma a pro-motora Luciana Frugiuele, do Grupo de Ação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (Gecep). Além de o Gecep estar re-examinando o inquérito, a Promotoria do Patrimônio Público e Social vai apurar se os delegados devem res-ponder por improbidade ad-ministrativa.

As imagens da opera-ção que durou 48 minutos, obtidas na íntegra por IS-TOÉ, deixam claro que os chamados “fatos novos” não passam de filigranas jurídicas que podem favo-recer os criminosos. Elas

mostram que Carvalho Fi-lho e o delegado titular de Parelheiros, Renato Luiz Engler, quase se agrediram fisicamente porque o dele-gado-corregedor insistia em acompanhar pessoalmente a revista íntima da ex-escrivã. Uma policial militar e uma guarda civil metropolitana foram chamadas, mas Car-valho Filho se recusou a deixá-las sozinhas na sala com a moça, alegando que era o responsável pela ope-ração. “Ele veio pra cima de mim, dizendo ‘você tá me chamando de moleque?’”, contou Engler. “Tenho 30 anos de polícia, ele é ini-ciante. Chegou lá e falava comigo como se eu fosse um faxineiro, tal a arro-gância e petulância dele.” Quando Engler saiu da sala, os agentes da Corregedoria trancaram a porta e parti-ram para cima da escrivã. A moça berrava desespera-da pedindo ajuda, mas foi jogada no chão e o próprio Carvalho Filho, com a aju-da da guarda civil, puxou violentamente as calças e a calcinha dela. Depois, ficou mostrando o dinheiro para a câmera e gritando: “Você está presa em flagrante.”

“No vídeo, o delegado (Carvalho Filho) parece ser passional demais”, avalia Vanessa Fonseca, psicóloga do Instituto Promundo, ONG que defende a igualdade de gêneros. “Ele demonstra in-segurança sobre o que fazer e, com o passar do tempo, perde a paciência.” Ainda que desconfiasse da policial militar e da guarda civil, em vez de deixar a escrivã nua, Carvalho Filho poderia ter levado a moça para ser revistada na Corregedoria,

já que, naquela época, não havia mulheres lotadas na Divisão de Operações Poli-ciais para acompanhá-lo até Parelheiros. “Ela poderia ser revistada pela faxineira do DP, mas nunca por homens e daquela maneira”, afirma George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. “Conheci o Eduardo (Carvalho Filho) e tive uma ótima impressão. Ele me pa-receu um homem inteligen-te, profundo conhecedor do meio jurídico. Sabia muito de legislação, de direitos e deveres.”

No dia 15 de junho de 2009, no entanto, Carvalho Filho passou por cima do que aprendera na faculda-de de direito e cometeu um desatino que pode lhe custar a carreira. “Vou provocar o procurador-geral da Repú-blica para que a apuração desse crime seja federali-zada porque se trata de uma violação de direitos huma-nos. Só faltou colocarem o saco plástico na cabeça da minha cliente”, diz Silvei-ra, advogado da ex-escrivã. “Mas não foi só o delegado Eduardo que errou. Os ou-tros agentes que estavam na sala pecaram, no mínimo, por omissão.” Esse episódio mancha a reputação de um órgão que deveria servir de exemplo para toda a corpo-ração. “O delegado queria humilhá-la, feriu a digni-dade dela como mulher e ninguém que estava na sala teve a decência de acudi-la”, afirma a procuradora Luiza Nagib Eluf. “Se aconteceu isso com essa moça, dentro de uma delegacia, devemos pensar: quem será a próxi-ma vítima?”

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Josie Jeronimo Jader Barbalho (PMDB-PA) nem chegou a completar seu

mandato como senador, mas conseguiu aposentadoria de R$ 19.240 por ter passado pela Casa de 1995 a 2001. Ato da direto-ria-geral publicado ontem no boletim administrativo informa que desde 1º de fevereiro Jader é o mais novo aposentado do Senado. O peemedebista conquistou benefício no valor de 72% do subsídio total de R$ 26.723 após pedido de averbação do tempo de contri-buição de Jader “com respectivo recolhimento das contribuições própria e patronal ao Plano de Seguridade Social dos Congressis-tas (PSSC).” De 2003 a 2010, o paraense alega que passou 2.791 dias trabalhando na Câmara, como deputado. Em 2001, o ex-se-nador paraense renunciou ao mandato de senador para escapar de processo do Conselho de Ética da Casa.

Jader foi o segundo senador mais votado nas eleições para-enses do ano passado, mas teve a candidatura questionada porque se enquadrou nos critérios da Lei Ficha Limpa. Antes de terminar o mandato na Câmara, em 2010, o peemedebista renunciou nova-mente e deixou o cargo nas mãos da suplente Ann Pontes.

Apesar de as regras para aposentadorias nas casas serem se-melhantes, o plano de saúde do Senado é considerado generoso e concede, inclusive, cota de R$ 32 mil anuais para ex-senadores receberem a título de ressarcimento por consultas médicas realiza-das em instituições não credenciadas.

Mas Jader não foi o único contemplado com a aposentadoria este ano no Senado. Parlamentares que não alcançaram a reeleição deram entrada ao pedido de contagem de tempo para receberem o benefício e receberão em 2011 aposentadoria com o mesmo va-

lor do subsídio parlamentar, reajustado em 61,8%. O ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) foi contemplado com aposentadoria no valor de R$ 24.432,58, pois ainda faltavam três anos para que o ex-parlamentar e ex-vice-presidente da República recebesse o va-lor integral de R$ 26.723.

Gerson Camata (PMDB-ES), no entanto, deixou a Casa na le-gislatura passada e foi aposentado com o subsídio integral. Desde 1º de fevereiro o capixaba entrou para a folha de pagamento dos ex-senadores da Casa, com o benefício de R$ 26.723.

Derrotado nas eleições de 2010, Cesar Borges (PR-BA) tam-bém ganhou aposentaria. O ex-senador baiano foi contemplado com benefício proporcional de R$ 11.452,77 pelos seus oito anos de mandato na última legislatura no Senado.

O Plano de Seguridade Social dos Congressistas exige que o parlamentar contribua por 35 anos para alcançar o valor integral do benefício, o equivalente ao subsídio pago aos deputados e se-nadores em atividade. Os parlamentares que aderem ao plano têm 11% de descontos do subsídio total. Apesar de terem contribuído menos de R$ 2 mil, pelo valor calculado na última legislatura, os ex-parlamentares que se aposentarem agora receberão mais de R$ 26 mil de benefício mensal.

Se estivessem vinculados a um plano de previdência privada, os ex-senadores aposentados este ano precisariam contribuir por durante 30 anos com aproximadamente R$ 5 mil para alcançarem benefício semelhante ao pago levando em conta o subsídio parla-mentar. O Estado de Minas entrou em contato com os ex-senado-res para ouvir informações sobre os pedidos de aposentadoria, mas as assessorias não deram retorno até a publicação da reportagem.

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DE BRASÍLIA O STJ (Superior Tribunal de Justiça) afirmou ontem por

meio de nota distribuída por sua assessoria de imprensa que todos os pagamentos feitos aos ministros que compõem a corte respeitam uma resolução aprovada pelo CNJ (Conselho Nacio-nal de Justiça) em 2006.

Como a Folha informou em reportagem publicada no do-mingo, os ministros do STJ receberam em média R$ 31 mil por mês no ano passado, quase R$ 5.000 acima do teto estabele-cido pela Constituição para os salários do funcionalismo, R$ 26.700.

A Constituição estabelece que “vantagens pessoais” de-vem ser somadas aos salários para efeito do cálculo desse limi-te, mas a resolução do CNJ abre exceções para diversas vanta-gens recebidas pelos ministros do STJ e de outros tribunais.

O artigo da Constituição que define o teto salarial do fun-cionalismo nunca foi regulamentado por lei e por essa razão o Judiciário e os outros Poderes adotaram critérios diferentes para definir quais vantagens são incluídas no cálculo do teto.

Assinada pelo presidente do STJ, Ari Pargendler, a nota classifica a reportagem da Folha como um “amontoado de de-sinformações, que junta dados falsos e interpretações equivo-cadas”.

De acordo com o tribunal, a ajuda de custo paga em agosto do ano passado para um único ministro fazer sua mudança em Brasília, de R$ 76 mil, e os “abonos de permanência” de R$ 2.000 não podem ser considerados remuneração.

O STJ classifica como “vantagem pessoal” em sua conta-bilidade o “abono de permanência”, o que teoricamente permi-tiria submetê-lo ao teto, mas a resolução do CNJ permite que ele seja excluído do limite.

“A ajuda de custo e o abono de permanência são devidos a todos os servidores, estando as verbas excluídas do teto remu-neratório. O STJ paga a seus ministros os subsídios e vantagens previstos pela Constituição, na forma como interpretada pela resolução do CNJ”, diz a nota do presidente do STJ.

Os critérios adotados pela resolução do CNJ são questio-nados por várias ações atualmente em discussão no STF (Su-premo Tribunal Federal), mas não há previsão para o julgamen-to desses processos.

O tribunal afirmou ainda que é “falsa” a afirmação pu-blicada em quadro que acompanhou a reportagem, que incluiu entre as vantagens recebidas pelos ministros do STJ a incorpo-ração de 20% de funções anteriores ou abonos por tempo de serviço. Os ministros do STJ não recebem essas vantagens.

FOlHA DE Sp - p. A13 - 01.03.2011

Norma autoriza pagamento de supersalários, afirma STJResolução do Conselho Nacional de Justiça permite excluir vantagens do teto

Critérios adotados pelo Judiciário para cumprir limite constitucional são questionados em ações no Supremo

congresso

Aposentaria que vale a penaEx-senadores que foram derrotados nas eleições do ano passado entram com pedido de

benefício e recebem cerca de R$ 20 mil por mês. Na lista estão Barbalho e Marco Maciel

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AMAURI MEIRE-LES - Coronel da reserva da Polícia Militar de Mi-nas Gerais

O jornal O TEMPO publicou um excelente artigo, “Jogando para a plateia”, da advogada e cientista política Sandra Starling. Relata o enxuga-gelo, o enrola-enrola, cuja contribuição social é nula, mas como projeto pessoal ajuda a aparecer, através do jogo de cena, em mo-mentos de comoção: fazer média com o eleitor. Na edição, ainda se abordam posicionamentos subse-quentes aos lamentáveis fatos no aglomerado da Serra. Face à postura de cobrança da comunidade, isenção da Corregedoria da Polícia Militar, acom-panhamento pelo Minis-tério Público Estadual e OAB-MG, e exigência de transparência do governa-dor, “se for comprovado que aconteceu, de fato, um desmando, nós temos de punir as pessoas”. E punir exemplarmente!

Porém, pseudopre-tores, jogando para a plateia, antecipando-se à apuração, sentenciam a extinção do Batalhão de Rondas Táticas Me-tropolitanas (Rotam). Se médicos fossem, uma ex-

crescência: solucionariam casos de dor de cabeça cortando a cabeça dos pa-cientes. Ora, ninguém fala em fechar legislativos por causa de eventuais escân-dalos.

Outros, bem-intencio-nados, opinam ser melhor incrementar o Grupo Espe-cializado de Policiamento em Áreas de Risco (Ge-par), substituindo o Ro-tam, por desconhecimento de princípios táticos que embasam o policiamento ostensivo. Destaque para o recobrimento sucessivo, visando a inibir vontades e obstaculizar oportuni-dades de delinquir. E, no ápice dessa pirâmide, es-tão os Rotams.

Parlamentares de ori-gem castrense têm auto-ridade para esclarecer aos demagogos que integran-tes da Rotam enfrentam o perigo, desafiam a morte, colocam em risco a própria vida para defender a socie-dade, mais que quaisquer outros, diuturnamente; é possível, em dezenas de milhares de intervenções, surgirem casos de uso in-devido da força, arbitra-riedade e, até, covardia. Mas, ao contrário desse impreciso corporativismo, a PM sempre apura e pune exemplarmente eventuais

desvios de conduta. Há mais êxitos a se come-morar do que raríssimos deslizes a se condenar, os quais, insiste-se, são e de-vem ser sempre punidos.

Podem testemunhar os extraordinários ser-viços prestados à comu-nidade pelos corajosos, destemidos integrantes do batalhão que têm a “sim-ples” missão de conten-ção da “criminalidade da pesada”.

Sensato foi o presi-dente da OAB-MG: “Que-remos que o Estado parti-cipe mais das atividades dentro dos aglomerados”. Por ausência e distopia es-tatal, viceja uma subcul-tura peculiar, de valores e regras específicos, mais fortes que as sociais, ense-jando surgimento de cri-minosos violentos, ardilo-sos, frios, que desafiam o próprio Estado.

Não é hora de hipocri-sia: atuando na legalidade, os Rotams são uma prote-ção, enquanto houver essa vulnerabilidade sociopo-lítica. Desculpando-me pela expressão, acabar com o Rotam é “cuspir pra cima”.

De passagem: o Con-selho Estadual de Defesa Social não vai sair do pa-pel?

O TEMpO - p. 19 - 28.02.2011

A quem joga para a plateia: por que não te calas?

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Depois da Emenda Constitucio-nal 45/2004 elevando a razoável du-ração do processo ao rol de direitos e garantias fundamentais do cidadão (artigo 5º, LXXVIII da Constitui-ção Federal), a celeridade processual tornou-se um ideal permanente a ser alcançado. Com isso, diversas leis foram aprovadas, a fim de alterar o cenário de insatisfação da população com a morosidade da prestação juris-dicional. Entre elas, a Lei 11.419/06 (22 artigos), que disciplina a infor-matização do processo e, mais recen-te, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 166/2010 (1.008 artigos), cujo objeto é a reforma do Código de Processo Ci-vil (CPC).

Entregue no Senado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luiz Fux, coordenador da comissão responsável pela elaboração do an-teprojeto da reforma, ele a defende como meio para reduzir em 70% o tempo de tramitação do processo. Sua aprovação é esperada no primeiro se-mestre deste ano, prazo demasiada-mente exíguo em relação aos cinco anos para aprovação da lei que trata da informatização do processo e ou-tros temas relevantes em tramitação no Congresso. Em que pese o espírito de que se reveste a proposta, especial-mente fulminar a morosidade do pro-cesso com a supressão de recursos e redução de prazos processuais, nesse breve estudo serão apresentados argu-mentos contrários, demonstrando que não só esses aspectos são responsáveis pela morosidade do processo.

Isso porque, com a gradual infor-matização do processo e a transferên-cia de sua tramitação para o substrato informático, é possível produzir esta-tísticas capazes de evidenciar os en-traves na condução processual, o que inexistiu (ou não foi apresentado) an-teriormente à elaboração da proposta de reforma do CPC. Não se mensurou

o tempo de duração de um processo, prazo de julgamento de recursos etc., o que é indispensável para justificá-la.

Além disso, vale salientar que a letargia do processo não se vincula unicamente ao número de recursos ou aos prazos para a prática dos seus atos. Relaciona-se, em muitos casos, a questões organizacionais, etapas ad-ministrativas, prazos mortos em que o processo fica aguardando ser mo-vimentado pelo servidor, e o aspecto mais importante: o vertiginoso cresci-mento da demanda pela prestação ju-risdicional por parte da população.

Nesse passo, visando afastar as premissas levantadas como justificati-vas para reforma do CPC, um exem-plo estatístico é alcançado no sistema informático CNJ/Projudi usado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na administração de proces-sos de competência dos juizados es-peciais cíveis. Em dezembro de 2010, constata-se que no órgão responsável por julgar demandas contra compa-nhias telefônicas, entre outras, 68% do acervo processual ajuizado refere-se àquelas empresas. Os processos, em sua maioria, visam pedidos de exclusão de apontamentos indevidos nos cadastros de restrição ao crédito, pagamento de indenizações, revisão de contas e rescisão de contratos, cuja resolução extrajudicialmente não fora possível. O ponto nevrálgico, porém, está na solução alcançada, insuficiente para coibir a reiteração das condutas dessas empresas, condenadas cons-tantemente no Juizado Especial pela mesma prática, demonstrando a in-suficiência da atuação do órgão para demovê-las desse comportamento. Se conciliadas as partes, será propos-to um acordo financeiro com valores pífios, ou, do contrário, haverá uma sentença condenatória em valores in-significantes se comparados os trans-

tornos causados aos consumidores e ao Poder Judiciário. Tudo isso sem pa-gamento de custas e despesas judiciais (em primeira instância), transforman-do o Juizado Especial num balcão de negociações dessas companhias e os servidores seus “colaboradores” a um custo irrelevante em cotejo ao fatura-mento das empresas negligentes.

Os dados estatísticos apresenta-dos permitem concluir que o Judici-ário disponibiliza 68% dos salários, tempo dos seus servidores e do orça-mento destinado aos Juizados Espe-ciais para solucionar contendas que se iniciaram em decorrência da má prestação de serviços das empresas de telefonia, renitentes pela ausência de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), demons-trando que os entraves na prestação jurisdicional não existem somente em razão do número de recursos e prazo para prática dos atos.

Mas, vale lembrar que além des-sas companhias, outros entes estatais como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), União, estados e muni-cípios consomem significativa parcela do orçamento e do tempo do Judiciá-rio pelo não exercício de suas funções corretamente, criando um volumoso e repetitivo acervo processual.

Noutro norte, o processo eletrôni-co dotará a jurisdição de instrumentais não só para produzir estatísticas úteis, mas também para suplantar a moro-sidade, com a absorção de atividades executadas morosa e manualmente pelos servidores, alcançando a prome-tida celeridade processual. Contudo, malgrado seus benfazejos efeitos, a reforma do CPC o coloca à margem pelo curto prazo em que se pretende aprová-la, sem debates profundos so-bre tema relevante no cenário jurisdi-cional, prorrogando a inserção efetiva do Poder Judiciário nesse mundo novo (admirável) proposto pela tecnologia.

ESTADO DE MINAS - p. 3 - 28.02.2011 - cAD. DIrEITO & JUSTIÇAPoder Judiciário e processo eletrônico: admirável mundo novo

Wesley Roberto de Paula - Advogado, secretário do Instituto Brasileiro de Direito Eletrônico (IBDE), autor do livro Publicidade no processo judicial eletrônico e

co-autor do livro Comentários à Lei do Processo Judicial Eletrônico

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