crn-5 em revista, nº 10

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Publicação do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) Ano 6 – nº. 10 – 2014 Técnicos em Nutrição e Dietética são contemplados com eventos promovidos pelo CRN-5 Tema do “Bem Viver Nutrição 2014” em Aracaju-SE será “Atualização do Nutricionista na Terapia Nutricional” pág. 21 pág.18 pág. 26

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Page 1: CRN-5 em Revista, nº 10

Publicação doConselho Regionalde Nutricionistasda 5ª Região(Bahia e Sergipe)

Ano 6 – nº. 10 – 2014

Técnicos em Nutrição e Dietética sãocontemplados com eventos promovidos pelo CRN-5

Tema do “Bem Viver Nutrição 2014” em Aracaju-SE será “Atualização do Nutricionista na Terapia Nutricional”

pág. 21

pág.18

pág. 26

Page 2: CRN-5 em Revista, nº 10

Alguns links ao longo da revista são interativos, basta clicar para acessá-los. Caso deseje, é possível

fazer o download da Revista para o seu computador, tablet ou celular. Para isso, ao abrir o site, logo

acima da descrição, no menu de opções, clique em

Diretoria do CRN-5

Diretoras do CRN-5: Rita Ferreira (Secretária), Márcia Paranaguá

(Vice-Presidente), Diva Rocha Lima (Tesoureira) e Valquíria Agatte (Presidente)

No dia 11 de junho deste ano, fomos eleitas pelos demais conselheiros do CRN-5, nossos colegas de

profissão, para compor a Diretoria deste Regional. Desde então, temos nos empenhado para cumprir

os objetivos propostos pela Chapa “Aproximação”. Com foco na intensificação da fiscalização do exer-

cício profissional dos Nutricionistas e Técnicos em Nutrição e Dietética, na valorização destes profis-

sionais e na defesa de sua conduta ética, temos dedicado parte do nosso tempo e habilidades para

fortalecer a categoria nos Estados da Bahia e Sergipe. Para continuar nossa jornada, contamos com

o apoio e a aproximação dos profissionais registrados no CRN-5. Por isso, esperamos encontrá-los

nos eventos que temos promovido para comemorar o Dia do Nutricionista, em Salvador e Aracaju. E

também em outros momentos de integração da categoria.

Para hoje, esperamos que aproveitem as informações preciosas que compartilhamos através desta

edição da “CRN-5 em Revista”: o artigo sobre a participação social do Nutricionista nas discussões

sobre Agricultura Familiar, em defesa do Direito Humano à Alimentação Adequada; a reportagem

que reforça a importância do domínio da Técnica Dietética pelo Nutricionista; a entrevista sobre as

Residências em Nutrição e os textos com novidades do setor de Fiscalização, entre outras. Para enviar

sugestões para as próximas edições, envie e-mail para [email protected]. Boa leitura!

* Interação

Editorial

Page 3: CRN-5 em Revista, nº 10

Nesta Edição

04Artigo,

por Zelice Maria de Melo Pessoa

......................................................

08Atuação Profissional

......................................................

12Comissão de Fiscalização

......................................................

18Capa - Formação Profissional

CRN-5 incentiva

empreendedorismo em

comemoração do Dia do

Nutricionista

......................................................

21Destaque - Formação Profissional

Tema do “Bem Viver Nutrição 2014”

em Aracaju-SE será “Atualização

do Nutricionista na Terapia

Nutricional”

......................................................

26Destaque - Espaço do Técnico

Técnicos em Nutrição e

Dietética são contemplados com

eventos promovidos pelo CRN-5

Publicação do Conselho Regional de Nu-

tricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)

- Ano 6 – nº. 10 – 2014

Salvador (BA): Rua Dr. José Peroba, 149, 10°

andar, sala 1001, Centro Empresarial Eldorado,

Stiep. CEP: 41770-235 – Telefax: (71) 3237-

5652.

Aracaju (SE): Praça Tobias Barreto, Centro

Médico Odontológico, Sala 502, São José.

CEP: 49.015-130 - Telefax: (79) 3211-8248.

Conselheiros efetivos: Carlene Moura Palma

Brito (CRN-5/ 1157); Diva Eleonora da Rocha

Lima (CRN-5/044); Emerson Ornelas Palmei-

ra (CRN-5/ 1776); Flávia Damasceno Mira Leis

(CRN-5/3178); Gilcélio Gonçalves Almeida

(CRN-5/2087); Márcia Cristina A. Magalhães

Oliveira (CRN-5/1513); Márcia M. de Melo

Paranaguá (CRN-5/0434); Rita de Cássia Fer-

reira Silva (CRN-5/ 1887) e Valquiria da Con-

ceição Agatte (CRN-5/1830).

Conselheiros Suplentes: Anderson Carvalho

dos Santos (CRN-5/2098); Claudia Maria West

Nano Rêgo (CRN-5/4040); Flávia Martins

da Silva (CRN-5/1225); Janaína Sant’Anna

Queiroz Costa (CRN-5/0366); Joceli Sousa

Santos (CRN-5/2521); Noelia Fonseca Ramos

Caires (CRN-5/0366); Rosemary Lima Barreto

(CRN-5/0062); Zelice Maria de Melo Pessoa

(CRN-5/0856).

Redação, Edição, Jornalista responsável:

Carla Santana – DRT 2563

Revisão Técnica:

Leny Strauch Ferreira (CRN-5/1580)

Fotos:

Arquivo do CRN-5 e sites de domínio público.

Editoração eletrônica:

Pipa Comunicação Integrada

Expediente

Page 4: CRN-5 em Revista, nº 10

Por Zelice Maria de Melo Pessoa*

No Ano Internacional da Agricultura Familiar Camponesa e Indígena, a participação social nas dis-

cussões sobre Agricultura Familiar, modelos e práticas de produção agroalimentar, são fundamentais

para a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional e de seus marcos legais, reconhecendo como

irrevogável o Direito Humano à Alimentação Adequada e a Soberania Alimentar. Neste contexto, este

breve artigo busca convidar o nutricionista ao empoderamento sobre esse tema, articulado com a

prática profissional.

O termo Agricultura Familiar é amplo e não representa um todo homogêneo, podendo incluir vári-

os modelos de agricultura, cujos donos não sejam as grandes corporações ou investidores (Harare,

2014). Inclui pequenos produtores, possui caráter familiar, pois são operados pela mão de obra fa-

miliar (homens e mulheres) e estão ligados a diversas áreas do desenvolvimento rural, tais como:

pastoril, pesqueira, agrícola, dentre outras. A agricultura familiar abastece os mercados internos em

países subdesenvolvidos, desenvolvidos e em desenvolvimento, e tem um importante papel socio-

econômico, cultural e ambiental. No Brasil, quase 80% da produção de alimentos que compõem a

cesta básica, segundo Censo agropecuário de 2006, são provenientes da agricultura familiar.

Inserção daAgricultura Familiar x Agricultura Orgânicax Agroecologia

04

Artigo

Page 5: CRN-5 em Revista, nº 10
Page 6: CRN-5 em Revista, nº 10

06

Nos últimos anos, emerge vasta discussão sobre

os modelos e as práticas de sistemas agroali-

mentares. A agricultura convencional ou moder-

na, proveniente da chamada “Revolução Verde”,

apresentou-se como a solução para o aumento

da produção e oferta de alimentos. Caracteriza-

da pela mecanização do campo, utilização de

produtos químicos nas lavouras – agrotóxicos,

sementes transgênicas e monocultura extensiva

para exportação, induziu muitos agricultores fa-

miliares a adotarem o pacote tecnológico como

forma de obtenção de recursos financeiros e

aumento da produção. Vale destacar que esse

processo de modernização da produção agríco-

la veio acompanhado de políticas públicas para

o setor – crédito rural - destinado a todos os

segmentos dos produtores rurais e, na prática,

beneficiou os grandes proprietários de terra.

Diante dessa realidade, o agricultor familiar se

depara com a dificuldade em plantar, devido ao

desgaste do solo, a contaminação do meio am-

biente, a falta de crédito, o monopólio da terra

e outros bens naturais em mãos de pequenos e

poderosos grupos, principalmente corporações

transacionais [dentre outras, Monsanto, Cargill,

Syngenta]; torna-se refém dos financiadores do

sistema agroexportador.

Para responder aos danos econômicos, soci-

ais e ambientais gerados por esse modelo de

produção, movimentos em favor de uma a-

gricultura sem a utilização de insumos quími-

cos e pacotes tecnológicos têm resgatado as

boas práticas na lavoura, com um modelo de

produção de base orgânica ou agroecológica. É

importante esclarecer que o termo - Agricultura

Orgânica - refere-se à produção sem o uso de

agroquímicos ou transgenia, é baseada na com-

postagem de matéria orgânica, na adubação ex-

clusivamente orgânica, reciclagem de nutrien-

tes e na rotação de culturas, porém não inclui os

princípios éticos da agroecologia. (Wolf, 2009)

No modelo agroecológico, a produção baseia-

se na agricultura sustentável, pautada nos sa-

beres e métodos tradicionais de manejo da

terra, propõe alimentos seguros, saudáveis, va-

loriza a cultura alimentar, estimula a diversidade

ambiental e a aproximação do homem com a

natureza. Além disso, a agroecologia prima pe-

los princípios éticos e sociais de gênero, valo-

rando e significando o trabalho das mulheres

camponesas com os mesmos direitos em rela-

ção aos homens. (Abrandh, 2013)

No sistema produtivo agroecológico, o agricul-

tor familiar retoma a sua base de recursos de

maneira autônoma, fazendo uso de semen-

tes crioulas, o manejo dos recursos naturais

de forma sustentável, o cooperativismo e as-

sociativismo e a valorização de seus produtos,

uma tendência do mercado internacional. Além

disso, estabelece circuitos curtos de comercia-

lização e estabelece a conexão entre agricultor

e consumidor, através da venda direta em feiras

livres e mercados locais, garantindo a oferta de

alimentos norteados pelos princípios da Sobera-

nia Alimentar e do Direito Humano à Alimenta-

ção Adequada.

Page 7: CRN-5 em Revista, nº 10

07

REFERÊNCIAS:

O Direito Humano à Alimentação Adequada e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar

e Nutricional/ organizadora, Marília Leão. - Brasília: ABRANDH, 3013. p.24

WOLF, Luis F. Agricultura Ecológica. 2009. Disponível em: http://www.agirazul.com.br/

wolff.htm

Soberania Alimentar e Comércio. Posicionamento da Via Campesina no Ano Internacio-

nal da Agricultura Familiar – 2014. Harare. Junho de 2014. Disponível em: http://www.

viacampesina.org/es/índex.php

SOUZA, A.P. de O., ALCÂNTARA, R.L.C. Inserção da pequena agricultura familiar no mer-

cado de nichos: o caso da AGRECO no Estado de Santa Catarina- BR. Santa Catarina,

SuGESTãO DE SITES:

ARTICULAÇÃO NACIONAL DE AGROECOLOGIA (ANA). Soberania e Segurança Alimen-

tar na construção da Agroecologia. Disponível em: htt//www.agroecologia.org.br/publi-

cacoes/agroecologia.

Ministério da Saúde, disponível em: http://nutricao.saude.gov.br/publicaçoes.php

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) – Novo relatório

sobre a Fome. Disponível em: https://www.fao.org.br

CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR (CONSEA). Terra: direitos patrimoni-

ais e territoriais. Disponível em: htt//www4.planalto.gov.br/consea/planarias

Zelice Pessoa é Nutricionista. Pertence ao quadro técnico da Secretaria de Desenvolvi-

mento Social e Combate à Pobreza (Sedes), onde atua há dois anos no Projeto Rede

de SAN e Cidadania para gestores públicos e sociedade civil dos municípios da Bahia.

Atualmente, faz parte da equipe do Programa Mais Água e Programa Cisternas – cons-

trução de tecnologias para captação de água no semiárido baiano. Possui atualização

em Acesso à Água e Convivência com o Semiárido – Plataforma Rede de San/FAURGS/

UFRGS – 2013/2014

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+

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Page 9: CRN-5 em Revista, nº 10

09

Nutricionistas precisam dominar

bem a Técnica Dietética

Atuação Profissional

O Conhecimento da Técnica Dietética é de extrema importância tanto na definição de uma conduta

alimentar quanto na criação de cardápios. Seja atuando na área clínica ou na de produção de ali-

mentos, o Nutricionista precisa dominar os indicadores da cocção, das perdas não comestíveis, da

reidratação e do processo de degelo. Além disso, segundo a Nutricionista Carlene Brito, conselheira

do CRN-5 que atua nas áreas de docência e nutrição clínica, “o Nutricionista deve saber mensurar

os gêneros alimentícios a serem prescritos e sua adequada forma de preparo no intuito de reduzir

as perdas nutricionais e adequar a situação clínica diagnosticada. Com isso, não significa que esse

profissional precisa ser exímio na culinária, mas que apresente a ciência da nutrição como uma das

suas ferramentas de trabalho”, afirma.

Para a Nutricionista e Professora Miriam Vazquez, saber cozinhar bem não é, necessariamente, um

diferencial para este profissional, já que sua responsabilidade na produção das refeições está centrada

no controle de qualidade da alimentação servida do ponto de vista nutricional, sensorial, microbio-

lógico e financeiro. Neste sentido, ela aponta a elaboração de cardápios adequados a cada realidade

como um desafio, uma vez que as Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN)) abrangem empresas

com filosofias diversas, sejam elas cozinhas dos estabelecimentos assistenciais de saúde, atividades

próprias da Alimentação Escolar e do Trabalhador, restaurantes comerciais e similares, lanchonetes,

hotelaria, serviços de buffet ou empresas fornecedoras de alimentos congelados e catering.

Page 10: CRN-5 em Revista, nº 10

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“Por outro lado, o nutricionista preocupado com

a saúde do comensal/funcionário/paciente e a

saúde financeira da UAN deverá, juntamente

com o chef/cozinheiro, criar receitas apetitosas

e nutritivas sem descuidar da disponibilidade

dos ingredientes e do custo que as compõem”,

destaca Vazquez. “Preocupa-nos, ainda, as

questões ergonômicas, o tempo gasto para a re-

alização das tarefas, além dos desperdícios com

energia, água e, sobretudo, com os alimentos.

Assim, mesmo se formos dotados do saber co-

zinhar bem, torna-se difícil para o Nutricionista

a realização profissional desta atividade, a qual

deve ficar à cargo do chef/cozinheiro”, destaca

Miriam Vazquez .

De acordo com a Nutricionista Carlene Brito,

é fundamental que o Nutricionista possua

domínio dos processos de cocção. “O conheci-

mento técnico laboratorial pode ser necessário

para apresentar o que precisa ser feito pela sua

equipe de trabalho. Mas o ‘pôr a mão na massa’

é desnecessário quando se dispõe de uma equi-

pe instruída e bem coordenada”, acredita. Para

Mirian Vazquez, a falta de habilidade do Nutri-

cionista em relação às técnicas gastronômicas

é compreensível, já que sua formação é muito

mais generalista, humanista e crítica. “Conhecer

as técnicas dietéticas para ensinar/treinar os

funcionários é suficiente, mas imagino que se

for necessário ‘colocar a mão na massa’, mesmo

sem nenhuma destreza, o Nutricionista fará isso

porque o preparo da alimentação e toda a sua

complexidade é nosso objeto de estudo. Nós

não estamos preparados para cozinhar, quem

gosta e quer se aperfeiçoar nesta área, deve

buscar um curso de gastronomia”, pontua.

Para profissionais que lamentam o fato de não

dominar as técnicas dietéticas como gostariam,

a Nutricionista Miriam Vazquez sugere que eles

criem e testem receitas/fórmulas que auxiliem

na recuperação do paciente, melhore o rendi-

mento dos atletas ou, ainda, contribuam para a

melhoria da qualidade de vida do comensal, seja

ele adulto ou criança. “Para isso, é necessário a-

tentar para as características sensoriais, as novas

pesquisas, o modismo e as tendências de uma

sociedade influenciada pela mídia e voltada

para o consumo”, diz. E completa: “Nada nos im-

pede de utilizar a cozinha da nossa casa para

testar nossos experimentos! Agora, quem quiser

se profundar na arte culinária, que é diferente

da técnica dietética, deve ingressar num curso

do SENAC ou ingressar como aluno especial em

um dos diversos cursos de Gastronomia para

cursar as disciplinas específicas do interesse de

cada um”.

O conhecimento técnico laboratorial pode ser necessário

para apresentaro que precisa ser feito

pela sua equipe de trabalho.

”Carlene Brito

Page 11: CRN-5 em Revista, nº 10

11

Considerando que seja de pouca valia planejar e prescrever dietas se a supervisão do preparo não

acontecer, o nutricionista será bem aventurado quando desenvolver e avaliar novas fórmulas/receitas

ou produtos alimentares com foco na melhoria da alimentação humana. “A cozinha deve ser o nosso

laboratório”, finaliza Miriam Vazquez. Embora o fato de aprender a cozinhar não faça parte das com-

petências e habilidades dos Nutricionistas, como muitas Faculdades/Universidades possuem cursos

de Nutrição e Gastronomia pode ser interessante que um ofereça algumas disciplinas para o outro

como optativa para os discentes dos cursos e vice-versa.

Técnica Culinária x Arte Culinária

A arte culinária talvez seja a mais antiga de todas as artes. Nasceu com a descoberta do fogo, quando

o homem percebeu que, assando a caça, esta se tornava mais tenra e saborosa. Ervas e especiarias

foram descobertas, outras formas de cocção foram desenvolvidas e o “artista” experimentava ao aca-

so novas misturas à procura de novos sabores. Na Roma antiga, os artistas mais bem pagos eram os

cozinheiros chamado de “coqqus”.

De lá pra cá, um longo caminho foi percorrido, a mistura aleatória já não atendia aos anseios deste

ser que passou do comer para o degustar e, tornando-se cada vez mais exigente, atrelou o consumo

alimentar à saúde. Era necessário entender o que acontecia quando os alimentos passavam por qual-

quer processo culinário, para repetir os bons feitos e rechaçar os resultados desastrosos.

A alternativa foi sistematizar. Para tanto, aplicou-se no preparo dos alimentos conhecimentos de físi-

ca, química, biologia, economia e outras ciências, adotando para tanto métodos mais exatos, seguros

e econômicos. Procurou-se preservar os nutrientes e saber porque, quando e como eles se perdiam.

Nasciam assim as técnicas dietéticas agrícolas e industriais. Das técnicas dietéticas se apropriam a

nutrição e a gastronomia. O que o nutricionista não aprende são as técnicas culinárias rebuscadas

que transformaram a arte culinária em gastronomia.

Nós não estamospreparados para

cozinhar, quem gosta e quer se aperfeiçoar

nesta área, deve buscar um curso de gastronomia.

”Mirian Vazquez

Page 12: CRN-5 em Revista, nº 10

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CRN-5 cria setor de Conciliação parafacilitar negociaçãode débitos

Comissão de Fiscalização

Atender profissionais e empresas inadimplentes através da conciliação dos débitos existentes. Este

é o objetivo do Setor de Conciliação, que acaba de ser criado no âmbito do Conselho Regional de

Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe).“Neste momento, estamos na fase de identificação dos

débitos de Pessoas Físicas (PF) e Jurídicas (PJ), cancelando débitos anteriores a 2002 conforme Re-

solução do CFN e distinguindo as que tenham interposição de ações judiciais de cobrança”, explica

a coordenadora da Unidade de Fiscalização do CRN-5, Mariluze Bahia, que está temporariamente à

frente do setor. Os plantões de Conciliação já estão funcionando de segunda a sexta-feira, das 9:00 às

12:00 e das 13:00 às 16:00 horas. Para agendar atendimento específico do novo setor, PF e PJ devem

enviar um e-mail para o assistente administrativo do Regional, Joel Santana, através do endereço:

[email protected]

“Após realizado o levantamento dos débitos, iniciaremos as convocações via ofício, e-mail e contato

telefônico, para negociação e quitação ou parcelamento de débitos no âmbito administrativo. E,

claro, vamos aproveitar o contato para realizar a atualização cadastral de PF e PJ”, destaca Mariluze.

Não sendo atendidas as convocações ou descumprido o parcelamento, o CRN-5 credor, depois de

decorridos 30 dias da última convocação para a negociação de dívidas ou se acumuladas três ou

mais parcelas mensais de prestações não pagas, adotará as seguintes providências: 1) protesto extra-

judicial por falta de pagamento, no domicílio do devedor, fazendo-o junto ao tabelionato de protesto

de títulos competente e 2) cobrança judicial da dívida total ou do total do saldo remanescente, na

hipótese de ausência do pagamento no prazo de 180 dias contados do registro do protesto. “Pro-

testada a dívida, o CRN responsável pelo protesto poderá levantá-lo nos casos de negociação ou

renegociação de dívida, caso em que o devedor deverá pagar, diretamente ao respectivo tabelionato

de protestos de títulos, as despesas relativas ao protesto realizado”, informa a assessora jurídica do

CRN-5, Sabrina Batista.

A criação do novo setor no CRN-5 foi inspirada na Resolução CFN nº 523/2013, que institui, no âm-

bito do Sistema CFN/CRN, o Programa Nacional de Recuperação de Créditos (PNRC). Este autoriza a

redução de encargos sobre dívidas em conciliação judicial e na via administrativa e autoriza protestos

de dívidas. A Resolução CFN nº 535/2013 prorroga para 31 de dezembro de 2014 o prazo de vigência

da primeira Resolução.

Page 13: CRN-5 em Revista, nº 10

13

Benefícios do PNRC

Segundo o PNRC, o pagamento das dívidas pode ser feito com os seguintes incentivos:

I – para pagamento à vista:

a) com desconto de 100% dos encargos de juros e multas, no caso de dívidas decorrentes de anu-

idades;

b) com desconto de 100% dos encargos de juros, no caso de dívidas decorrentes de multas;

II – para pagamento parcelado, em até 12 parcelas mensais e sucessivas:

a) com desconto de 75% dos encargos de juros e multas, no caso de dívidas decorrentes de anu-

idades;

b) com desconto de 75% dos encargos de juros, no caso de dívidas decorrentes de multas;

III – para pagamento parcelado, de 13 a 24 parcelas mensais e sucessivas:

a) com desconto de 50% dos encargos de juros e multas, no caso de dívidas decorrentes de anu-

idades;

b) com desconto de 50% dos encargos de juros, no caso de dívidas decorrentes de multas.

Nos casos de dívidas decorrentes de anuidades, o devedor pode optar, se lhe for mais vantajoso, pelo

pagamento do valor da anuidade vigente no ano da negociação multiplicado pelo número de anos,

ou respectivas frações, em que está em débito. Nos casos de parcelamento, nenhuma parcela poderá

ser inferior ao valor de R$ 100,00. Além disso, os débitos já parcelados só podem ser reparcelados

até a metade do número de parcelas do primeiro parcelamento. Para mais esclarecimentos, favor

contatar o CRN-5 pelo telefone (71) 3237-5652 (falar com Joel Santana).

Page 14: CRN-5 em Revista, nº 10
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15

Banner do CRN-5 será apresentado no XXIII CONBRAN em

Vitória-ESO Projeto “Fiscalização do cumprimento das atribuições do Nutricionista da Alimentação Esco-

lar – Gestor Público na Bahia”, realizado pelo CRN-5 em 2013, será apresentado em formato de

Banner aos participantes do XXIII Congresso Brasileiro de Nutrição (CONBRAN), no dia 20 de

setembro, das 08h30 às 12h30, suporte nº 029, no Centro de Convenções de Vitória-ES. Os re-

sultados do trabalho apontam para as dificuldades do cumprimento das atribuições obrigatórias

do Nutricionista, prevista na Resolução CFN nº 465/10, no que se refere aos indicadores qualita-

tivos do Roteiro de Visita Técnica de Alimentação Escolar – Gestor Público.

O problema verificado a partir da realização do Projeto pelo Regional está relacionado à ine-

xistência de Nutricionistas habilitados a garantir a contínua assistência alimentar e nutricional,

em decorrência da ausência de quadro técnico ou do número reduzido de nutricionistas ou,

ainda, da carga horária insuficiente do Responsável Técnico (RT).

“Qualquer um desses fatores causa um grande prejuízo ao exercício profissional do Nutricionis-

ta, compromete o objetivo do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e interfere

na realização das atividades complementares e dos procedimentos para controle de qualidade,

nos quais foi verificada uma alta incidência de não realização das atividades”, destaca a Coor-

denadora da Unidade de Fiscalização do CRN-5, Mariluze de Pinho Bahia, que assina o trabalho

aprovado pela Comissão Científica do CONBRAN.

Page 16: CRN-5 em Revista, nº 10

16

Qualquer umdesses fatores causa

um grande prejuízo ao exercício profissional

do Nutricionista, e compromete o objetivo

do Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE)...

”Mariluze de Pinho Bahia

Metodologia

O Projeto selecionou aleatoriamente 18 micror-

regiões das sete mesorregiões da Bahia, con-

templando no total 187 municípios do Estado,

ou seja, 45% do total. Para definição da amostra,

foram utilizadas como parâmetros as micror-

regiões que possuíam entre 5 e 25 municípios

e com maior número de cidades que nunca ti-

nham sido visitados pela fiscalização do CRN-5.

Durante as visitas das fiscais do CRN-5, os Ro-

teiros de Visita Técnica (RVT) da Alimentação

Escolar – Gestor Público foram aplicados aos

Nutricionistas Responsáveis Técnicos (RT) pelo

PNAE.

Dos municípios visitados, 71 não possuíam ca-

dastro no CRN-5 e 120 não haviam declarado

o Responsável Técnico pela Alimentação do Es-

colar. Nenhum deles apresentou nutricionistas

habilitados em quantidade suficiente para ga-

rantia da contínua assistência alimentar e nutri-

cional, conforme parâmetros da Resolução CFN

nº 465/2010.

Durante a execução do projeto, foram lavrados

381 documentos para Pessoas Físicas e Jurídi-

cas, entre Termos de Visita, Termos de Notifica-

ção e Autos de Infração, com diversas solicita-

ções. Dos documentos lavrados, 283 possuíam

prazo para regularização, e destes, 99 não foram

atendidos e seguiram curso para Processo de

Infração, conforme Resolução CFN nº 511/2012.

Todos os roteiros de visitas aplicados foram

encaminhados aos respectivos municípios e

os nutricionistas foram orientados aos cumpri-

mentos de suas atribuições, conforme papel ori-

entador do Conselho.

Page 17: CRN-5 em Revista, nº 10
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18

“Como montar um negócio na área de alimen-

tos e nutrição?” e “Como divulgar o seu negó-

cio?” são os temas das palestras organizadas

pelo Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª

Região (CRN-5) para comemorar o Dia do Nu-

tricionista (31 de agosto) este ano em Salvador.

O Bem Viver Nutrição 2014, que será realizado

no dia 30 de agosto (último sábado do mês),

em parceria com o Sebrae, no Fiesta Convetion

Center (Hotel Fiesta), também contará com a

Mesa Redonda “Empreendedores de Sucesso –

perguntas e respostas”. “Nossa expectativa é a

melhor possível: auditório cheio, circulação de

conhecimentos e informações úteis, interação

e congraçamento da categoria. Tudo porque

temos boas razões para celebrar o nosso dia”,

declara a presidente do CRN-5, Nutricionista

Valquiria Agatte.

As Palestras serão apresentadas por repre-

sentantes do Sebrae. Já a Mesa Redonda “Em-

preendedores de Sucesso” será integrada por

nutricionistas experientes convidados pelo

CRN-5. Entre os nomes já confirmados estão

o das Nutricionistas Andréa Souza e Silva, Diva

Rocha Lima e Márcia Menezes de Melo Parana-

guá. Cada uma terá 15 minutos para contar sua

trajetória profissional desde o início até os dias

atuais, com o intuito de servir de inspiração para

o público, que poderá fazer perguntas.

Nossa expectativaé a melhor possível:

auditório cheio, circulação de

conhecimentos e informações úteis...

”Valquíria Agatte

Destaque

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20

MANhã

7:30h – 8:00h - Credenciamento e acomodação

8:00h – 8:20h - Abertura

8:20h – 10:20h - Palestra 1: COMO MONTAR uM NEGÓCIO

NA ÁREA DE ALIMENTOS E NuTRIÇãO (2h)

- Representante do SEBRAE/BA

10:20h – 10:50h - COFFEE BREAK e Arguição dos trabalhos em Painel

10:50h – 12:00h - Palestra 2: COMO DIVuLGAR O SEu NEGÓCIO (1h)

- Representante do SEBRAE/BA

12:00h – 13:30h - INTERVALO PARA ALMOÇO (Não incluso)

TARDE

13:30h – 14:25h - APRESENTAÇÃO ORAL DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS

Mediadora: Nut. Márcia Magalhães (Conselheira)

14:30h – 15:30h - MESA REDONDA

“NuTRICIONISTAS EMPREENDEDORES DE SuCESSO: PERGuNTAS E RESPOSTAS”

Convidado 1 – Diva Eleonora da Rocha Lima (CRN-5/0441)

- Área: Educação continuada

Convidado 2 – Andréa Souza e Silva (CRN-5/1897)

- Área: Clínica e Consultório

Convidado 3 – Márcia M. de Mello Paranaguá (CRN-5/0434)

- Área: Consultorias em UAN

Convidado 4 – Domitila Santos Amaral (CRN-5/4215)

- Área: Refeições saudáveis congeladas.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

16:00h – ANÚNCIO DOS RESULTADOS E ENTREGA DO PRÊMIO

DRª ANGEOLINA ROSSI NAS CATEGORIAS APRESENTAÇAO ORAL E PAINEL.

> Homenagem aos Profissionais pelo Dia do Nutricionista.

> Entrega de fraldas descartáveis arrecadadas

para Instituição de caridade pré definida.

> Encerramento.

PROGRAMAÇãO

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Em Sergipe, o Bem Viver Nutrição 2014, evento comemorativo ao Dia do Nutricionista voltado para

profissionais e estudantes do curso de Nutrição, será promovido pelo CRN-5 no dia 5 de setembro

na Faculdade Estácio de Sergipe/FASE, em Aracaju (Rua Teixeira de Freitas, 10, Salgado Filho), das

18:30 às 21:30 horas. Na ocasião, o público poderá conferir a Mesa Redonda “Atualização do Nutri-

cionista na Terapia Nutricional”, mediada pelo Nutricionista Gilcélio Almeida, conselheiro do CRN-5.

As inscrições estão encerradas e os inscritos devem entregar um pacote de fraldas no dia e local do

evento para doação.

PROGRAMAÇãO

18:30h às 19:00h – Acolhimento e acomodação

19:00h às 19:10h – Abertura e formação da Mesa

19:10h às 19:50h – PALESTRA “TERAPIA NuTRICIONAL DO PACIENTE CRíTICO”

- Dr. Marcelo Rocha (CRN-5/ 2799)

19:50h às 20:30h – PALESTRA “TERAPIA NuTRICIONAL NA ONCOLOGIA”

- Dra. Miriam D. Barros (CRN-5/ 1723)

20:30h às 21:00h - Perguntas e debate

21:00h às 21:30h - Coquetel de Encerramento

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A Nutricionista Thaisy Honorato é Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde. Além de atuar

na área clínica do Hospital Geral Roberto Santos através da Secretaria de Saúde da Bahia,

é docente titular do Curso de Nutrição da Universidade do Estado da Bahia e Coorde-

nadora do Núcleo de Nutrição Clínica da Residência Multiprofissional da UNEB. Nesta

edição da “CRN-5 em Revista”, esta profissional apresenta informações relevantes sobre a

Residência em Nutrição. Confira:

CRN-5 - Após a Faculdade, o que é mais indicado: fazer uma especialização ou uma

Residência em Nutrição? Por que?

Thaisy honorato - Isso depende do objetivo do profissional. Alguns nutricionistas optam

por realizar a especialização, conciliando as aulas teóricas com um ou mais vínculos em-

pregatícios em Nutrição. Existem ainda aqueles profissionais que querem atuar na vida

acadêmica e optam por realizar diretamente o Mestrado. A Residência, por sua vez, cons-

titui um treinamento em serviço, de dedicação exclusiva, em que se possibilita a aqui-

sição de grande aprendizado profissional, caracterizado pela vivência prática associada a

atividades teóricas e teórico-práticas realizadas no decorrer dos dois anos da Residência.

Como em geral nossos currículos de graduação em Nutrição são compostos por grande

quantidade de disciplinas teóricas, observa-se uma carência de maior vivência prática do

profissional antes de assumir um vínculo empregatício na área de saúde. A Residência

emerge assim com o objetivo de possibilitar essa experiência.

Formação Profissional / Entrevista

Residênciaem Nutrição requer dedicação exclusiva

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CRN-5 – Quais as vantagens da Residência em

Nutrição para a formação e qualificação do Nu-

tricionista?

Th - A Residência possibilita o aprendizado

em campo prático, que se caracteriza como

um treinamento em serviço sob supervisão de

profissionais habilitados. Lidar com desafios

e dificuldades, ao mesmo tempo aprendendo

a trabalhar de forma adequada, torna o nutri-

cionista residente muito mais maduro ao final

de dois anos do que quando iniciou suas ativi-

dades. Isso promove não apenas o contato entre

o mundo do trabalho e o mundo da formação,

mas um processo de educação permanente em

saúde. Assim, a Residência favorece a formação

de um profissional de saúde mais qualificado e

valorizado diante do mercado de trabalho.

CRN-5 – Há desvantagens na Residência em

Nutrição, do tipo baixa remuneração ou outras?

Se sim, quais são?

Th - Toda experiência profissional sempre é

válida e recompensadora se não vai de encon-

tro às atribuições da nossa profissão e se esta-

mos atuando na área em que temos afinidade.

A remuneração da Residência em Nutrição é

a mesma para todas as profissões em todas as

Residências da área de Saúde. É uma remune-

ração com valor superior a muitos setores da

Nutrição; porém, obviamente ainda bem in-

ferior ao que mereceríamos receber diante da

responsabilidade que assumimos ao lidar com a

vida de pessoas. Não devemos desmerecer uma

grande vantagem da Residência, que é a de atri-

buir ao nutricionista, ao final de dois anos, o tí-

tulo de especialista na área em que atuou, o que

o torna notadamente valorizado no mercado de

trabalho. Quem opta por cursar a Residência,

entretanto, deve estar ciente da impossibilidade

de assumir qualquer outro vínculo profissional

remunerado no período vigente da bolsa da

Residência. Cabe ressaltar, ainda, um diferencial

da Residência Multiprofissional, que é possibili-

tar a vivência entre profissionais de diferentes

profissões, favorecendo o maior intercâmbio ao

se atuar em equipe interdisciplinar.

CRN-5 – Poderia citar quais os locais que ofe-

recem Residência em Nutrição na Bahia?

Th - De acordo com o último edital do Processo

Seletivo Unificado para Residência Multiprofis-

A demanda por vagas nas Residências em

Nutrição tem sido cada vez maior, o que

sugere a possibilidade de ampliação nos

próximos anos.

”Thaisy Honorato

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sional em Área da Saúde da Bahia, existem cam-

pos de Residência em Nutrição oferecidos pelas

seguintes Universidades: Universidade Federal

da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Ba-

hia (UNEB), Universidade Salvador/UNIFACS, em

Salvador; Faculdade Pernambucana de Saúde

(FPS), em Juazeiro; Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia (UFRB), em Feira de San-

tana e região.

CRN-5 – Como avalia as Residências em Nu-

trição oferecidas atualmente? (Desafios e Pers-

pectivas)

Th - As residências atuais em Nutrição, em sua

maioria, são bastante recentes, encontrando-

se portanto em um processo de construção e

amadurecimento. A cada ano existe um apren-

dizado adquirido pela vivência, pelos resultados

de ações tomadas, por mudanças de estratégias,

por transformações nos campos de atuação.

Existe muito a avançar; a demanda por vagas

nas Residências em Nutrição tem sido cada vez

maior, o que sugere a possibilidade de amplia-

ção nos próximos anos.

Entretanto, o progresso tem se restringido

bastante por conta de algumas limitações. As

Residências sofrem com dificuldades geradas

pela falta de investimento financeiro. Em geral,

apenas a bolsa do Residente é fornecida, e res-

ta às Universidades, com seu quadro reduzido

de profissionais, providenciar coordenadores,

tutores, professores para aulas teóricas, equi-

pamentos. Isso torna nossa atividade bastante

desafiadora.

CRN-5 – Como tem sido sua experiência como

coordenadora da Residência Multiprofissional

da Uneb (área de Nutrição Clínica)?

Th - Como citei anteriormente, é bastante de-

safiador lidar com essa atividade. Posso dizer

que foi o maior desafio profissional que assumi

até o momento. Encontro-me nessa coordena-

ção há cerca de dois anos, quando desenhamos

a Nutrição Clínica como o novo Núcleo a com-

por a Residência Multiprofissional da UNEB. O

primeiro ano foi bastante desgastante físico e

emocionalmente, pelo fato de estarmos cons-

truindo tudo, começando praticamente do zero.

As coordenações gerais da Residência e dos de-

mais núcleos também estavam sendo substituí-

das, portanto todas nós estávamos nos famili-

arizando com a estrutura prática e teórica da

Residência, ao passo que recebíamos uma nova

turma de profissionais-residentes. Entretanto,

conto com uma ótima equipe de trabalho, o

que inclui os colegas-parceiros da UNEB, os

hospitais com quem realizamos parcerias e os

residentes. Posso dizer que, superados alguns

desafios, e mantendo o processo de amadure-

cimento a cada passo, tem sido emocionante e

recompensador ver os resultados de um traba-

lho digno, fruto de intensa dedicação e realiza-

do com muito amor.

Lidar com desafios e dificuldades, ao mesmo tempo aprendendo a trabalhar de formaadequada, torna o nutricionista residente muito mais maduro ao final de dois anosdo que quando iniciou suas atividades.

”Thaisy Honorato

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A interação entre Técnicos em Nutrição e Dietética (TNDs), estudantes do Curso Técnico e Conselho

Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) marcou o Ciclo de Palestras promovido pelo

CRN-5 no dia 21 de Julho, na Faculdade Área 1, em Salvador, durante comemoração ao Dia do TND

(27 de Junho). Além da apresentação das palestras e do coquetel de congraçamento da categoria,

previstos na programação, conselheiros, fiscal e outros funcionários da autarquia tiveram a oportuni-

dade de esclarecer dúvidas do público, além de incentivar os TNDs a lutarem pelo fortalecimento e

valorização profissional através da criação de um sindicato próprio, ainda inexistente na Bahia. Os

conselheiros Rita de Cássia Ferreira (CRN-5/ 1887), Carlene Brito (CRN-5/1157), Emerson Palmeira

(CRN-5/1776), Márcia Magalhães (CRN-5/1513) e Flávia Martins (CRN-5/1225) prestigiaram o evento.

Atuação em Restaurantes

Após breve abertura feita pela Diretora do CRN-5, Rita de Cássia Ferreira, a Nutricionista e Professora

Margaret Mendes (CRN-5/3222) ministrou a palestra “Atuação do Técnico no apoio às consultorias

para restaurantes”. Em sua abordagem, ela destacou que os Técnicos em Nutrição precisam conhecer

bem certos documentos, tais como o Código Sanitário do município onde irá atuar, além do Alvará

Sanitário. “Este é necessário para o pleno funcionamento legal do estabelecimento de alimentação

e nutrição, além de ser exigido nos processos licitatórios, empréstimos bancários e, sobretudo, para

garantir a segurança do cliente”, destacou.

Margaret pontuou que além de atentar para documentos obrigatórios, Técnicos que atuam em res-

taurantes devem auxiliar os Nutricionistas na garantia da desinsetização (controle a acompanhamen-

to do serviço); limpeza do reservatório de água pelo menos a cada seis meses (RDC 216/64); análise

regular da água utilizada para consumo humano; Atestado de Saúde Ocupacional (ASO);inspeção

sanitária (estrutural e operacional); seleção de fornecedores; Manual de Boas Práticas a POP’s. “Lem-

brando que estes Manuais só podem ser elaborados pelo Nutricionista, mas este poderá contar com

o importante apoio do Técnico tanto na sua elaboração quanto no acompanhamento do cumpri-

mento das exigências apresentadas no Manual”, disse.

Interatividade marca evento comemorativo ao Dia do TND

Espaço do Técnico

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Atuação na Nutrição Clínica

“Competências do TND na área Clínica” foi o

tema apresentado pela segunda palestrante,

Nutricionista Cleide Rodrigues (CRN-5/3240).

Após lembrar as diferenças entre Nutricionis-

tas e Técnicos em Nutrição e Dietética, a pro-

fessora falou sobre as competências dos TNDs

apresentadas na Resolução CFN nº 312/2003 e,

em seguida, destacou as diferentes formas de

atuação deste profissional especialmente na

nutrição clínica.

“Para colaborar com o Nutricionista nesta área,

o TND precisa saber utilizar bem alguns instru-

mentos: balança, fita inelástica, adipômetro

e formulários (anamnese, inquéritos alimen-

tares, dentre outros). Se ele estiver preparado

para ministrar palestras para o público na sala

de espera, por exemplo, melhor ainda. Será um

diferencial importante”, frisou. Conhecer medi-

das antropométricas, equipamentos e técnicas

de pesagem também é fundamental. Antes de

parabenizar os TNDs pelo seu Dia e finalizar sua

apresentação, Cleide Rodrigues deixou uma

mensagem sobre sucesso para o público.

Ética na Profissão

Na última etapa do Ciclo de Palestras pro-

movido pelo CRN-5 o Técnico em Nutrição e

Dietética e Bacharel em Direito, Joel Santana (T-

0367), Assistente Administrativo do CRN-5, falou

sobre o “Perfil traçado pelo Código de Ética do

TND”. Após traduzir termos jurídicos para facili-

tar a compreensão do público, o palestrante co-

mentou alguns dos principais artigos do Código

de Ética, contextualizando-os para a realidade

vivenciada pelos TNDs. “Nós, Técnicos, temos

a obrigação de não apenas conhecer bem a

legislação relacionada à nossa profissão, como

devemos, continuamente, atualizar nossos co-

nhecimentos”, incentivou.

Joel Santana destacou que, conforme o Código

de Ética da Profissão, todo Técnico em Nutrição

deve estar preparado para “opinar em assun-

tos básicos de alimentação e nutrição (…)”, “(…)

poderá participar de pesquisas relacionadas à

sua área de atuação”, além de “(…) divulgar e

propagar os conhecimentos básicos de alimen-

tação e nutrição, prestando esclarecimentos

com finalidade educativa e de interesse social”.

Ainda incentivando seus pares a ampliar a

busca pelo conhecimento, Joel Santana falou-

lhes sobre a necessidade de “pautarem sua atu-

ação profissional na análise crítica da realidade

política, social e econômica do país”. Embora o

destaque da última palestra tenha sido para o

perfil “difusor de conhecimento” apresentado

no Código de Ética do TND, outros perfis tam-

bém foram expostos pelo TND: honestidade,

gentileza, prudência, respeito e justiça. “Além

de trabalhar pautados nesses valores, devemos

colaborar com a fiscalização da profissão e ins-

pirar confiança se quisermos ampliar nossa visi-

bilidade profissional e ter o reconhecimento do

mercado de trabalho”, finalizou, não sem antes

comentar a importância da criação de um Sin-

dicato dos TND na Bahia.

Nós, Técnicos, temosa obrigação de não

apenas conhecer bem a legislação relacionada

à nossa profissão, como devemos,continuamente, atualizar nossos conhecimentos.

”Joel Santana (T-0367)

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“Competências e Atuações do Técnico em Nutrição e Dietética” será o tema do Ciclo de Palestras

que o CRN-5 promoverá no dia 6 de setembro na Faculdade Estácio de Sergipe (FASE), em Ara-

caju, das 8:30 às 12:30 horas. Para solicitar inscrição gratuita no evento, os TND devem enviar nome

completo e número do CRN-5 para o e-mail [email protected]. Estudantes do curso

técnico, por sua vez, devem informar nome completo e nome da instituição onde estudam. Além

disso, no dia do evento, os inscritos devem levar um pacote de fralda descartável para doação. As

inscrições serão confirmadas pelo CRN-5 por e-mail.

Ciclo de Palestras para Técnicos em Nutrição

de Sergipe

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