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Crédito Tributário e suas formas de lançamento Rubens Kindlmann

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  • Crédito Tributário e suasformas de lançamento

    Rubens Kindlmann

  • Ementa

    Crédito Tributário e suas formas delançamento – constituição definitiva docrédito tributário, lançamento de ofício,declaração e homologação.Arbitramento na constituição do créditotributário. Prazo de homologação dostributos lançados nesta modalidade.Estudo de casos práticos.

  • O Crédito Tributário

    O crédito tributário decorre da obrigaçãoprincipal e tem a mesma natureza daobrigação principal

    O crédito tributário é o nome que se dá àformalização da obrigação tributáriaprincipal depois que esta se torna líquida,certa e exigível por meio do lançamento

  • Lançamento

    Art. 142, CTN

    Ato Privativo da Autoridade Administrativa

    É a forma como se constitui o crédito tributário(via ato administrativo)

    Verifica a ocorrência do Fato Gerador

    Determina a matéria tributável

    Calcula o montante devido

    Identifica o sujeito passivo

    Se o caso, propõe a aplicação da penalidade(quando é o caso de aplicação de multa)

    É ato vinculado e obrigatório, sob pena deresponsabilidade funcional.

  • O lançamento e a data do Fato GeradorArt. 144, CTN

    O lançamento se reporta à data do Ocorrênciado Fato Gerador. Mesmo que posteriormentealterado ou revogado, mas a lei nova se aplicano que tange aos novo critérios de apuração ouprocesso de fiscalização, como determina o§1º.

  • Lançamento por Declaração

    Art. 147, CTN

    Implica na prestação das informações pelocontribuinte ao Fisco. Sem essas informações aAdministração desconhece, a princípio, aocorrência do Fato Gerador. Após a ciência dadapelo sujeito passivo é que a Administração publicacalcula o valor do tributo tornando-o exigível

    O Contribuinte noticia ter praticado o Fato Geradore o valor da Base de Cálculo. Somente então é quea fazenda pública tem condição de apurar o valordo tributo

  • Lançamento de ofício

    Art. 149, CTN

    É a forma de lançamento que, quando a lei assimdetermina, independe da participação docontribuinte, pois a autoridade possui todas asinformações para realizar o lançamento do tributo

    Ou, quando for tributo que demande participaçãodo contribuinte (declaração) não tenha sido feitano prazo e na forma da legislação tributária, ou,quando intimado, o contribuinte não preste asinformações ou preste de forma incompleta

    Os incisos II a IX tratam das hipóteses de revisãodo lançamento

  • Lançamento por homologação

    Art. 150, CTN

    Ocorre quando a legislação atribui ao SujeitoPassivo o dever de antecipar o pagamento,sem exame prévio da autoridadeadministrativa devendo, ainda, levarinformações à Autoridade Administrativa quepode, homologar ou não a informaçãoprestada

    O pagamento antecipado + homologação =extinção do crédito tributário

  • Lançamento por homologação

    Declaração Pagamento

  • Lançamento por arbitramentoArt. 148, CTN

    Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha porbase, ou tome em consideração, o valor ou opreço de bens, direitos, serviços ou atosjurídicos, a autoridade lançadora, medianteprocesso regular, arbitrará aquele valor oupreço, sempre que sejam omissos ou nãomereçam fé as declarações ou osesclarecimentos prestados, ou os documentosexpedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceirolegalmente obrigado, ressalvada, em caso decontestação, avaliação contraditória,administrativa ou judicial.

  • Lançamento por arbitramento

    “(...) o arbitramento não constitui umamodalidade de lançamento, mas umatécnica, um critério substitutivo que alegislação permite, excepcionalmente,quando o contribuinte não cumpre com seusdeveres de manter a contabilidade em ordeme em dia e de apresentar as declaraçõesobrigatórias por lei. (...)”(TRF 4a R., 1a T., AC 2002.04.01014827-6/RS, Rel. Juiz Wellington deAlmeida, j. em 29/6/2005, DJ de 20/7/2005,p. 392)

  • Lançamento por arbitramento

    O pressuposto para que a autoridade fiscal se valha do arbitramento é a omissão do sujeito passivo, recusa ou sonegação de informação ou a irregularidade das declarações ou documentos que devem ser utilizados para o cálculo do tributo. O fisco deve buscar sempre aproximar-se da realidade econômica da matéria tributável, valendo-se dos meios de pesquisa ao seu alcance. Somente quando restarem eliminadas todas as possibilidades de descoberta direta da base real do tributo, legitima-se a aferição indireta.

    (TRF4ª Região. APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.72.15.000601-6/SC. RELATOR: Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK. 02.06.2010)

  • Caso

    Suponha que determinado contribuinte tenhadeixado de realizar a declaração de imposto derenda da pessoa jurídica, em clara intenção deomitir da Receita Federal sua receita. Imagine,ainda, que trabalho de auditoria a ReceitaFederal tenha constatado tal omissão. Nestecaso, como se dá o lançamento do Tributo?

  • Caso

    Fulano de Tal faleceu em 2014. No momentoem que a alíquota de ITCMD de seu estado erade 4%. A família apenas ingressou com oprocesso de inventário em 2017. Quando dapartilha, constatou-se que a alíquota vigenteera de 7%. Neste caso, qual a alíquota que sedeve recolher?

  • Caso

    Suponha que determinado contribuinte tenhaauferido receitas ao longo de determinadoperíodo e que tenha, em razão dessas receitas,prestado todas as informações pertinentes, demodo que a Fazenda Publica tivesse ciência detodos os rendimentos. Em que pese asinformações prestadas corretamente, o entepublico constatou a inadimplência docontribuinte. Neste caso, quais as implicaçõesdo lançamento?

  • Garantias e Privilégios doCréditoTributário

    Rubens Kindlmann

  • Garantias e Privilégios

    “Por garantias devemos entender os meiosjurídicos assecuratórios que cercam odireito subjetivo do estado de receber aprestação do tributo. E por privilégios, aposição de superioridade de que desfruta ocrédito tributário, com relação aos demais,excetuando-se os decorrentes da legislaçãodo trabalho”(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 517)

  • Art. 183, CTN

    Art. 183. A enumeração das garantiasatribuídas neste Capítulo ao crédito tributárionão exclui outras que sejamexpressamente previstas em lei, em funçãoda natureza ou das características do tributoa que se refiram.

  • Garantias

    ARROLAMENTO DE BENS Lei 9532/97. Art. 64, 64-A e 65

    IN 1565/2015 – RFB

    A autoridade fiscal pode arrolar (administrativamente) os bens edireitos do sujeito passivo quanto os créditos tributários em quefor responsável, com valor superior a R$ 2.000.000,00 forsuperior a 30% do patrimônio conhecido

    MEDIDA CAUTELAR FISCAL Lei 8397/92

    Através da medida os entes podem buscar acautelar seuscréditos quando o sujeito passivo pratique atos quedificultem/impeçam a satisfação

  • Art. 184, CTN

    Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiaissobre determinados bens, que sejam previstosem lei, responde pelo pagamento do créditotributário a totalidade dos bens e das rendas, dequalquer origem ou natureza, do sujeito passivo,seu espólio ou sua massa falida, inclusive osgravados por ônus real ou cláusula deinalienabilidade ou impenhorabilidade, sejaqual for a data da constituição do ônus ou dacláusula, excetuados unicamente os bens erendas que a lei declare absolutamenteimpenhoráveis.

  • Impenhorabilidade

    Relacionados no art. 833, CPC

    Não se aplica o inciso I do art. 833, CPC

    Art. 833. São impenhoráveis:

    I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

    (...)

    Bem de família

    Bens Públicos

  • Presunção de Fraude

    Art. 185. Presume-se fraudulenta aalienação ou oneração de bens ou rendas, ouseu começo, por sujeito passivo em débitopara com a Fazenda Pública, por créditotributário regularmente inscrito comodívida ativa.

  • “Se o sujeito passivo, tendo o débito emexecução, aliena bens ou rendas, a presunçãolegal de fraude torna ineficaz o ato praticado,não importando se o devedor praticou atítulo oneroso ou gratuito”(AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 15 ed. São Paulo:Saraiva, 2009, p. 144)

    Presunção de Fraude

  • Pela presunção absoluta de fraude:“(...) 2. Nos termos do art. 185, CTN, coma redação da Lei Complementar 118/2005,a natureza jurídica do crédito tributárioconduz a que a simples alienação de benspelo sujeito passivo por quantia inscritaem dívida ativa, sem a reserva de meiospara a quitação do débito, gera presunçãoabsoluta de fraude à execução (...)(STJ, 2ª T. AgRg nos Decl no Resp 1370284/PR, Rel. Min. HumbertoMartins, out. 2013)

    Presunção de Fraude

  • Pela presunção relativa de fraude:

    “(...) trata-se de presunção relativa, quesomente poderá ser afastada medianteprova inequívoca de que a alienação ou seucomeço não configura fraude. Hánecessidade de que reste demonstrado que odevedor tinha ciência da inscrição do débitoem Dívida Ativa “(Regina Helena Costa. Curso de Direito Tributário, 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 323)

    Presunção de Fraude

  • Presunção de Fraude

    Art. 185 (...)

    Parágrafo único. O disposto neste artigo nãose aplica na hipótese de terem sidoreservados, pelo devedor, bens ou rendassuficientes ao total pagamento da dívidainscrita.

  • Garantia

    Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, nãopagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não foremencontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade deseus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meioeletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferênciade bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridadessupervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, noâmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

    § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valortotal exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento daindisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

    § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que tratao caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminadados bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.

  • Indisponibilidade

    A indisponibilidade não impede o uso e a fruição dos bens e podeaté ser oferecido em garantia de outras dívidas, mas o que não sepermite é a alienação dos bens. Eventual alienação é ineficaz

    Sumula 560, STJ. A decretação da indisponibilidade de bens edireitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimentodas diligências na busca por bens penhoráveis, o qual ficacaracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobreativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos dodomicílio do executado, ao Denatran ou Detran.

  • Bloqueio on line

    AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. BACEN-JUD (PENHORA ON LINE). ART. 185-A DO CTN.POSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS EMDEPÓSITO DESDE QUE O EXECUTADO, VALIDAMENTE CITADO,DEIXE DE PAGAR A DÍVIDA OU NOMEAR BENS PASSÍVEIS DEPENHORA. PRECEDENTE: RESP. 1.044.823/PR, REL. MIN.FRANCISCO FALCÃO, DJE 15.09.2008. AGRAVO REGIMENTAL DAFAZENDA NACIONAL DESPROVIDO.

    1. O entendimento desta Corte Superior orienta-se no sentido de queapenas o executado validamente citado que não pagar nemnomear bens à penhora é que poderá ter seus ativos financeirosbloqueados por meio do sistema conhecido como BACEN-JUD, sobpena de violação ao princípio do devido processo legal

    2. A constrição de ativos financeiros da executada por meio doSistema Bacen Jud depende de requerimento expresso daexequente, não podendo ser determinada ex officio pelo magistrado.Inteligência do artigo 655-A do Código de Processo Civil.

    3. (...)

    4. (...)(STJ, 1ª T., AgRg no Resp 1296737/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, fev. 2013).

  • Preferências

    Ressalvados os créditos trabalhistas e osrelativos aos de acidente de trabalho,nenhum outro tem preferencia ao CréditoTributário (art. 186, caput), exceto em casode falência.

    “(...) É pacífica a jurisprudência do SuperiorTribunal de Justiça no sentido de que, comexceção dos créditos de natureza trabalhista,os créditos de caráter tributário preferemtodos os demais.”(STJ, 1ª T., AgRg no Resp 1153946/MG, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, ago. 2013).

  • Preferências na falência

    Art. 186(...)

    I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ouàs importâncias passíveis de restituição, nos termos dalei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite dovalor do bem gravado;

  • Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos comprecedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir,os relativos a:

    I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, ecréditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentesde trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

    II – quantias fornecidas à massa pelos credores;

    III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo edistribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

    IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falidatenha sido vencida;

    V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante arecuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretaçãoda falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após adecretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 destaLei.

    Preferências na falência

  • Art. 186 (...)

    (...)

    II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferênciados créditos decorrentes da legislação do trabalho; e

    Lei 11.101/05 (lei de Falências)

    Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinteordem:

    I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150(cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentesde acidentes de trabalho;

    Preferências na falência

  • Art. 186 (...)

    (...)

    III – a multa tributária prefere apenas aos créditossubordinados.

    Lei 11.101/05 (lei de Falências)

    Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece àseguinte ordem:

    (...)

    VIII – créditos subordinados, a saber:

    a) os assim previstos em lei ou em contrato;

    b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculoempregatício.

    Preferências na falência

  • Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não ésujeita a concurso de credores ou habilitação emfalência, recuperação judicial, concordata, inventárioou arrolamento.

    Parágrafo único. O concurso de preferência somente severifica entre pessoas jurídicas de direito público, naseguinte ordem:

    I - União;

    II - Estados, Distrito Federal e Territórios,conjuntamente e pró rata;

    III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

    Preferências na falência

  • Contatos

    Professor Rubens Kindlmann

    Kindlmann

    [email protected]