credito tributário e lançamento são paulo 23.03.12

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IBET – São Paulo Crédito tributário e lançamento Andréa Medrado Darzé 24.03.2012

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Page 1: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

IBET – São Paulo

Crédito tributário e lançamento

Andréa Medrado Darzé24.03.2012

IBET – São Paulo

Crédito tributário e lançamento

Andréa Medrado Darzé24.03.2012

Page 2: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Conceitos FundamentaisConceitos Fundamentais

O que é norma jurídica? Estrutura da norma jurídica:

D (H→C)

D (F →S’ R S”)

Regra-matriz de incidência tributária– Necessidade de sentido deôntico completo – H: previsão de um fato; e– C: prescrição de uma relação jurídica

Incidência Tributária

Page 3: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Norma JurídicaNorma Jurídica

O que é norma jurídica?

- Significação - construção de sentido;- Planos S1, S2, S3 e S4;- Juízo hipotético-condicional [ F (S’ R S’’)];- Sentido deôntico completo;- Unidade mínima do direito positivo (instru-

mento de regulação da conduta intersubjetiva V, O, P)

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Estrutura da norma jurídicaEstrutura da norma jurídica

Estrutura específica para a consecução dos fins visados pelo direito positivo

Se o fato (f) ocorrer em determinada coordenada espaço-temporal, o sujeito (S’) ficará obrigado (O), proibido (V) ou permitido (P) a realizar certa conduta em face do sujeito (S’’)

D [H (f) R (S’(V, O, P) S”)]

D = dever-ser neutro- indica que a relação de implicação é artificialmente construída pelo direito por um ato de vontade da autoridade competente;

H = antecedente normativo – indica as notas de fato (f) contingente (de possível ocorrência);

-> = relação de implicação entre fato e relação jurídica; R = consequente – indica as notas da relação jurídica a ser instaurada pela

implicação deôntica, em que S’ é o sujeito ativo e S’’ o sujeito passivo; (V, O, P) – dever-ser modalizado – são apenas três as possibilidades de regulação

da conduta.

Page 5: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

CF

B---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

LEI

A--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

LEI

B---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

S1 - Plano da Expressão (enunciados prescritivos)

leitura

a alíquota é de 10%, pague R$ 1.000

interpretação

S2 - Plano Proposicional (significações isoladas)

H C S3 - Plano Normativo

(normas jurídicas)

N1

N2 v N3

N4

S4 - Plano da Sistematização (relação entre normas)

Itinerário da construção de sentidoItinerário da construção de sentido

Page 6: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Regra-matriz de Regra-matriz de incidência tributária tributária

Norma que estipula a incidência do tributo; Norma tributária em sentido estrito; Norma com sentido deôntico completo (regula a

conduta consistente na obrigação de pagar tributo – traz as notas do fato bem como da relação jurídica);

RMIT = [ H (Cm . Ce . Ct) → C S’R S”)]

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RMIT

H

previsão abstrata de fato contingente

C

previsão geral de relação jurídica de cunho patrimonial

Critério material (v+c)

Critério espacial

Critério temporal

Critério pessoal (Sa . Sp)

Critério quantitativo (bc . al)

Estrutura lógica da RMITEstrutura lógica da RMIT

Page 8: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Constituição

Norma da estrutura

LeiNorma geral e abstrata

LançamentoNorma individual e concreta

Linguagem social

  

Linguagem social modificada

PLANO DO

‘SER’

PLANO DO

‘DEVER SER’

Ciclo de positivação da norma tributária

Page 9: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

NJGA = {[(h c)}critérios conceituais – quem prestar serviços deve pagar % de ISSNJGA = {[(h c)}critérios conceituais – quem prestar serviços deve pagar % de ISS

NJIC = {[(a c)} João prestou serviços então deve pagar 5% de ISS ao M. de SPNJIC = {[(a c)} João prestou serviços então deve pagar 5% de ISS ao M. de SP

Ato de Aplicação Ato de Aplicação

fato determinado no tempo e no espaço

fato determinado no tempo e no espaço

Relação jurídica com sujeitos (ativo e passivo) e objeto determinados (sem/com valor pecuniário $)

Relação jurídica com sujeitos (ativo e passivo) e objeto determinados (sem/com valor pecuniário $)

Incidência = AplicaçãoIncidência = Aplicação

Evento

Fato X Evento Relação jurídica normativa formal X Relação jurídica intra-normativa

Page 10: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

NJIC = {[(a c) }NJIC = {[(a c) }

fato determinadono tempo e no

espaço

fato determinadono tempo e no

espaço

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Sa SpSa SpobjetoDireito SubjetivoDireito Subjetivo Obrigação/DeverObrigação/Dever

Prestação de fazer ou de dar/

com ou sem cunho patrimonial ($)

Prestação de fazer ou de dar/

com ou sem cunho patrimonial ($)

Norma jurídica individual e concretaNorma jurídica individual e concreta

Page 11: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

RMIT

# OB. TRIB.

CRÉDITO

lançamento

RMIT

#

Fjt OB. TRIB.

$

lançamento

Teoria tradicional (declaratória)

• Crédito é um estágio da obrigação: é quando ela se torna exigível (formalizada)

-A obrigação nasce com o FG, mas sua exigibilidade apenas com o ato de constituição.

Crítica: Há obrigação sem crédito???

Teoria moderna (constitutiva)

• Crédito é um elemento da obrigação: trata-se do direito subjetivo do Sa exigir o montante da prestação. É a mesma relação sob a ótica do credor.

Crítica: e as situações em que o pagamento é anterior à entrega da declaração (DCTF) ???

Teorias sobre a incidência e o crédito tributárioTeorias sobre a incidência e o crédito tributário

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Consequente tributário no CTNArt. 113 do CTN: Art. 113 do CTN:

A obrigação tributária é principal ou acessória.§ 1º. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.§ 2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.§3º.A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária.

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Críticas ao art. 113 CTNCríticas ao art. 113 CTN

- Separação entre obrigação e crédito

- Nascimento da obrigação tributária com o fato gerador (corrente declaratória do lançamento)

RMIT

# OB. TRIB.

CRÉDITO

lançamento

RMIT

#

Fjt OB. TRIB.

$

lançamento

Sa $ Spdireito

subjetivodever

jurídico

crédito débito

Obrigação Tributária

Page 14: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Formas de constituição do crédito tributário:

Lançamento de ofício; Lançamento misto ou por declaração; Lançamento por homologação.

Critério: grau de participação do administrado no procedimento para constituição do crédito tributário. Ato administrativo ou do próprio particular, em cumprimento a dever instrumental

Formas de constituição do crédito tributário no CTN

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Relação de Crédito TributárioRelação de Crédito Tributário

- direito subjetivo do fisco de receber o montante pecuniário devido a título de tributo (decorre da realização do fato jurídico tributário – FJT)

Crédito tributário lançado – constituído por ato da autoridade administrativa competente (art. 142, do CTN)

Crédito tributário instrumental - constituído por ato do próprio particular em observância às normas que prescrevem deveres instrumentais (art. 150, do CTN).

FJT

Sa (f) $ Sp (c)

crédito débito

Obrigação Tributária

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Lançamento de ofícioLançamento de ofício

Nos termos do art. 142, do CTN, lançamento é o procedimento privativo da autoridade administrativa, vinculado e obrigatório que visa verificar a ocorrência do fato jurídico, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, quando for o caso, aplicar a penalidade cabível.

Críticas à definição do CTN: procedimento; privativo da autoridade administrativa; aplica a penalidade.

Lançamento X Auto de Infração: mesmo suporte físico (documento), porém de conteúdos distintos. O AI introduz no sistema além do crédito tributário em sentido estrito a multa por descumprimento de um dever.

Page 17: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento: problema semânticoLançamento: problema semântico

Ambiguidade do vocábulo “lançamento”. Pode significar: (i) procedimento administrativo (art. 142

CTN); (ii) norma individual e concreta produto daquele ato; (iii) ato-fato derradeiro da série em que se consagra o procedimento; (iv) atividade material do sujeito passivo de calcular o montante do tributo; (v) norma individual e concreta expedida pelo contribuinte.

Sentido amplo – veiculo que introduz a norma individual e concreta que constitui o crédito tributário, independentemente do sujeito competente;

Sentido estrito – art. 142 do CTN. Entendo, todavia, mais coerente usar lançamento apenas nesta acepção. Nos outros casos, lançamento por homologação, autolançamento etc.

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Lançamento tributário: processo e produto

2 acepções de procedimento:

- conjunto ordenado de atos administrativos e termos que evoluem, unitariamente, para a consecução de ato específico, que é sua finalidade (ex: procedimento administrativo tributário, procedimento de consulta)

- qualquer atividade físico-material e intelectual para produção de ato jurídico administrativo (ex: o enquadramento da norma ao fato por agente administrativo com a redação de um ato jurídico administrativo)

O lançamento como procedimento administrativo constitui-se no conjunto de atos tendentes a identificar a ocorrência de fatos jurídicos descritores de eventos típicos, causa da obrigação de pagar tributos. (ex: início de fiscalização, intimações, análise da documentação emitida pelo contribuinte etc.)Problema: nem sempre há sucessão de atos

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Lançamento tributário – ato-fato e ato-normaEurico Marcos Diniz de Santi

Fato jurídico tributário

Crédito tributário

(SA---$---SP)

Norma Administrativa

Procedimento

Ato

Duplicidade Semântica

Ato-fato administrativo

Ato-norma administrativo

RMIT

Evento tributário

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Lançamento tributário: norma, procedimento e atoPaulo de Barros Carvalho

Fato jurídico tributário

Crédito tributário

(SA---$---SP)

Norma Administrativa

Procedimento

Ato

Triplicidade Semântica

Norma

Procedimento

Ato

Page 21: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento como ato: veículo introdutor de NICLançamento como ato: veículo introdutor de NIC

O lançamento decorre da incidência de duas normas gerais e

abstratas: (i) a RMIT (conteúdo) e (ii) norma de competência que estabelece o procedimento/sujeito competente para a introdução deste conteúdo no sistema;

Seu conteúdo é composto por um antecedente, que descreve o fato jurídico tributário, e por um consequente, no qual constam os sujeitos ativo e passivo, unidos em torno de um objeto, a prestação, consistente na obrigação de pagar determinada quantia (bc x al) a título de tributo ao ente público.

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Constituição do créditoConstituição do crédito

Regra-matriz Norma Administrativa*

Motivação

Crédito tributário

(SA---$---SP)Obrigação tributária

APLICAÇÃO =

INCIDÊNCIAINCIDÊNCIA

LANÇAMENTO *

Evento tributário

* * O crédito também pode ser constituído por ato do particular. Neste caso, a O crédito também pode ser constituído por ato do particular. Neste caso, a regra que determina o procedimento será diversa. regra que determina o procedimento será diversa.

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Estrutura do ato – requisitos

Fato jurídico tributário

Crédito tributário

(SA---$---SP)

Norma Administrativa

Procedimento

Ato

Ato-fato (veículo introdutor) - produção

Ato-norma (norma introduzida) - produto

• Motivação = fato jurídico tributário

• Conteúdo lícito do ato = crédito tributário

• Agente competente

• Forma prescrita em lei

• Motivo

• Publicidade

• Finalidade

Agente Competente

Forma prescrita em lei

Publicidade

Finalidade

Motivação do ato

Conteúdo do ato

Motivo

Page 24: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

CRITÉRIOS DO ATO-

FATO

Decreto nº 70.235/72 - PAF

e Lei nº 9.784/99 subsidiariamente

Agente competente

Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Portaria RFB 11.371/07, art. 2º)

A circunstância de o servidor que formalizar o ato pertencer a jurisdição diversa não vicia o lançamento (art. 9º, § 2º, PAF)

Procedimento (forma)

O procedimento fiscal é instaurado mediante MPF-F, MPF-D ou MPF-E e finda-se com a intimação do SP do seu encerramento ou do lançamento.

Motivo do ato O auto de infração deve estar instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (art. 9º, PAF)

Publicidade Ciência do SP do MPF por intermédio da internet com a utilização do código de acesso do termo que formalizar o início do procedimento fiscal. (art. 4º, parágrafo único, da Portaria RFB 11.371/07)

Intimação pessoal, por via postal ou por meio eletrônico do lançamento. (art. 23, PAF)

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CRITÉRIOS DO ATO-NORMA

Decreto 70.235/72 (art. 10)

Elementos obrigatórios do AIIM

Motivação

Fato Jurídico

III – a descrição do fato (critério material, espacial e temporal do fato jurídico tributário)

Conteúdo

Relação Jurídica

I – qualificação do autuado (Sp)

V – determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de 30 dias (BC x Alíquota)

IV – disposição legal infringida e a penalidade aplicável (fundamento legal)

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Lançamento e verdadeLançamento e verdade

Para que o fato jurídico tributário seja verdadeiro para o direito, exige-se a certeza de que: (i) O enunciado descritivo foi elaborado de acordo com as regras do sistema; (ii) Submeteu-se às provas; (iii) Resistiu à refutação.

A verdade, para o direito, é a manifestação da prova convincente

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29

eventoseventos

Norma tributáriaNorma tributária

Verdade Material X Verdade Formal

Page 28: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Auto-referência do discurso: Auto-referência do discurso: verdade lógica verdade lógica

Descrições da ocorrência do fato gerador

Livro Diário

Nota Fiscal de Venda

Termo de oitiva do adquirente da mercadoria

[Fa.(F1.F2.F3. ... Fn)] Fjt

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Atributos do lançamento

Presunção de legitimidade

Exigibilidade

Imperatividade

NÃO (não decorre de um ato de vontade da administração, mas da aplicação da lei)

Executoriedade

NÃO (a administração pública não goza de atos coativos para exigir o pagamento do tributo)

Page 30: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologação – art. 150 CTNLançamento por homologação – art. 150 CTN

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Page 31: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologaçãoLançamento por homologação

Modalidade de constituição do crédito tributário por ato do

particular que confessa a dívida;

Não é tecnicamente lançamento, já que este, segundo o art. 142, do CTN, é ato privativo da Administração Pública;

Nos termos do CTN, apenas a homologação extinguiria a

obrigação tributária. O pagamento antecipado se subordinaria a condição resolutória – a homologação;

A homologação é condição resolutória da extinção da obrigação tributária ou mero ato de fiscalização?

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HomologaçãoHomologação A homologação expressa é ato administrativo, inerente ao exercício

do controle administrativo, que atesta expressamente a regularidade do procedimento e do pagamento realizado pelo sujeito passivo, extinguindo a relação jurídica tributária.

A homologação tácita é, em verdade, fato decadencial: perda do direito de a administração rever o ato do particular pela inércia;

O Termo de Encerramento da Ação Fiscal sem lavratura do correspondente Auto de Infração poderia ser tido por homologação expressa. Não é este, todavia, o entendimento do Fisco;

LC 118/2005 – o pagamento passa a ter caráter extintivo da obrigação para efeitos de contagem do prazo prescricional. Com isso, reforça-se a ideia de que o prazo para a homologação corresponde ao prazo decadencial para constituir o crédito tributário suplementar.

Page 33: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Objeto da homologaçãoObjeto da homologação

Código Tributário Nacional : toda a atividade

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...)VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

Page 34: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Objeto da homologaçãoObjeto da homologação Superior Tribunal de Justiça: apenas o pagamento

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL DE CINCO ANOS, CONTADOS DO FATO GERADOR, PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.A orientação firmada pelo v. acórdão recorrido está em consonância com o entendimento deste Sodalício. Nesse sentido, bem ponderou a insigne Ministra Eliana Calmon que "nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, conta-se o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CNT). Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN" (REsp 183.603/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 13.08.2001). Agravo regimental a que se nega provimento. (RESP 413.265 – SC)

Page 35: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologação: efeitos da confissãoLançamento por homologação: efeitos da confissão

A confissão de dívida tributária não impede a sua discussão em juízo, fundada na inconstitucionalidade, não-incidência ou isenção do tributo ou em erro quanto ao fato. Se é fato que, lavrado o respectivo termo, este adquire força de lei entre as partes, igualmente verdadeiro é dizer-se que se trata de ato administrativo vinculado (cuja validade depende do cumprimento dos ditames legais a que está sujeito), e a irretratabilidade de que se reveste não se sobrepõe ao direito do contribuinte de ver-se corretamente cobrado, e, menos ainda, à garantia constitucional de tutela jurisdicional de lesão ou de ameaça a direito. A obrigação tributária decorre de lei e a confissão do contribuinte diz respeito tão-somente ao fato do inadimplemento, do que denota não importar a concordância inicial do contribuinte com o valor do débito apurado pelo Fisco, na imutabilidade deste, pois que, ao credor, não se reconhece o direito de cobrar mais do que é efetivamente devido, por força de lei. (TRF da 4.ª R, 1.ª T, AC 2000.04.01077132-3, Rel. Vivian Josete Pantaleão Caminha, DJ 23/11/05).

Page 36: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologação: efeitos da confissãoLançamento por homologação: efeitos da confissão

REsp 1133027/SP – Recurso Repetitivo

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. REs representativo de controvérsia (art. 543-C, § 1º, do CPC). AI LAVRADO COM BASE EM DECLARAÇÃO EMITIDA COM ERRO DE FATO NOTICIADO AO FISCO E NÃO CORRIGIDO. VÍCIO QUE MACULA A POSTERIOR CONFISSÃO DE DÉBITOS PARA EFEITO DE PARCELAMENTO. POSSIBILIDADE DE REVISÃO JUDICIAL. 1. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o lançamento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória (art. 145, III, c/c art. 149, IV, do CTN). 2. A este poder/dever corresponde o direito do contribuinte de retificar e ver retificada pelo Fisco a informação fornecida com erro de fato, quando dessa retificação resultar a redução do tributo devido.

Page 37: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologação: efeitos da confissãoLançamento por homologação: efeitos da confissão

REsp 1133027/SP – Recurso Repetitivo (cont.)

(...) 5. A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação tributária, no que se refere aos seus aspectos jurídicos. Quanto aos aspectos fáticos sobre os quais incide a norma tributária, a regra é que não se pode rever judicialmente a confissão de dívida efetuada com o escopo de obter parcelamento de débitos tributários. No entanto, como na situação presente, a matéria de fato constante de confissão de dívida pode ser invalidada quando ocorre defeito causador de nulidade do ato jurídico (v.g. erro, dolo, simulação e fraude). (REsp 1133027/SP, Rel. p/ Acórdão Min Mauro Campbell, 1ª PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 16/03/11)

Page 38: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologaçãoLançamento por homologação

Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

DIFERENÇA ENTRE DIPJ E DCTF. Falta de Recolhimento. Necessidade de Lançamento. Por ser a DIPJ meramente informativa e não existindo a confissão do contribuinte por meio de DCTF, necessário se faz o lançamento para a constituição do crédito tributário. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO CONFISSÃO DE DÍVIDA. Somente as declarações de compensação apresentadas após a vigência da MP135/03, constituem confissão de divida e instrumento hábil e suficiente à exigência do débito indevidamente compensado. Nos casos de declaração de compensação apresentada antes da vigência da referida norma ou de pedidos de compensação pendentes de apreciação, cujo débito não tenha sido objeto de lançamento de oficio ou confissão de dívida, deve a autoridade administrativa proceder ao lançamento de oficio dos correspondentes créditos tributários, que ficarão suspensos até decisão definitiva quanto à compensação (Acórdão 1401-00.352, DJ 18.10.11)

Page 39: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Lançamento por homologaçãoLançamento por homologação

Nos casos de tributo declarado e não pago, o débito deve ser

inscrito em dívida ativa. Apenas se autoriza sejam acrescentados valores relativos a: honorários de 20%; taxa Selic e multa de mora. Para a imputação de multa de ofício é

necessário AI.

O pagamento, por si só, não constitui a obrigação. Esta conclusão não é infirmada diante da existência tributos que são pagos antes que seja entregue a declaração constitutiva do crédito → há mera inversão na cronologia regular dos fatos.

Page 40: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Tempo do fatoTempo do fato instante da constituição do crédito

(lançamento, auto de infração ou lançamento por homologação);

legislação que deve ser observada na confecção do lançamento (procedimento e sujeito competente): é vigente na data do ato de constituição do crédito.

Tempo no fatoTempo no fato instante em que ocorreu o evento; legislação que deve ser observada no que

respeita à definição do conteúdo do lançamento: é vigente na data da ocorrência do evento tributário.

Tempo do fatoTempo do fato instante da constituição do crédito

(lançamento, auto de infração ou lançamento por homologação);

legislação que deve ser observada na confecção do lançamento (procedimento e sujeito competente): é vigente na data do ato de constituição do crédito.

Tempo no fatoTempo no fato instante em que ocorreu o evento; legislação que deve ser observada no que

respeita à definição do conteúdo do lançamento: é vigente na data da ocorrência do evento tributário.

Regime jurídico aplicável ao ato de constituição

Page 41: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12
Page 42: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Alterabilidade do lançamentoAlterabilidade do lançamento

Lançamento provisório e definitivo : CRÍTICAS

Pode ser alterado:

Impugnação do sujeito passivo; Recurso de Ofício; Iniciativa de ofício da autoridade administrativa nas

hipóteses do art. 149, do CTN.

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Alterabilidade do lançamento

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

Page 44: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Alterabilidade do lançamento

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Page 45: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

É possível o agravamento do É possível o agravamento do AI?AI?

Decreto nº 70.235/72 – PAF

Art. 18 (...) 3º Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendo-se, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada.

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Auto ComplementarAuto Complementar

resultado da diligência (quem a realiza é a autoridade lançadora):

constatação de incorreção, omissão, inexatidão; lavratura de auto complementar (não é correção de erro

de direito, tampouco agravamento de exigência – é AIIM novo diante da existência de fato novo);

observância do prazo decadencial; novo prazo de impugnação; não pode implicar mudança de critério jurídico; PAF, Art. 18, § 3º.

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Agravamento de AIAgravamento de AIPAF Art. 15. parágrafo único - revogado pela Lei 11.941/99, resultado da conversão da MP 449/08

Na hipótese de devolução do prazo para impugnação do agravamento da exigência inicial, decorrente de decisão de primeira instância, o prazo para apresentação de nova impugnação, começará a fluir a partir da ciência dessa decisão

Exposição de motivos da MP 449/08

56.4. O parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972,foi revogado uma vez que, com o surgimento das delegacias especia-lizadas de julgamento e a conseqüente separação das competên-cias para efetuar lançamentos e apreciar recursos administra-tivos, não cabe mais à autoridade julgadora agravar o lançamento na decisão, podendo, entretanto, determinar o aperfeiçoamento do lançamento;

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Agravamento de AIIMAgravamento de AIIM

ACÓRDÃO N° 104-17.447  “EXIGÊNCIA FEITA PELO JULGADOR - ANULAÇÃO - DO LANÇAMENTO -

Desconstituindo a autoridade julgadora o lançamento inicial, não tem a mesma competência ao decidir, exigir valores não reclamados no Auto de Infração, sob nova acusação, uma vez que o lançamento é ato de competência privativa da autoridade lançadora.”

ACÓRDÃO N° 104-18.695IRPF - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - DEFESO À AUTORIDADE JULGADORA ATRIBUIR-SE A CONDIÇÃO DE AUTORIDADE LANÇADORA - NULIDADE - É nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar objetivamente a matéria objeto da lide, de acordo com o disposto no art. 31 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Ao determinar o refazimento da autuação fiscal, segundo seu entendimento, assume a condição de autoridade lançadora/julgadora ocasionando o pré-julgamento da matéria. Deste modo, deve a autoridade julgadora ater-se aos fatos e provas que compõem o processo administrativo, firmando sua convicção para decidir sobre a lide. Não pode, portanto, afastar-se do seu poder/dever de julgar a lide, nos estritos limites das peças processuais componentes do contencioso. Auto de Infração anulado. Decisão e atos subseqüentes anulados. Por maioria de votos, ANULAR o Auto de Infração de fls. 168 a 173, bem como a decisão de primeiro grau e os atos subseqüentes, por ter a autoridade pré-julgado a questão, quando de sua manifestação de fls. 140/141, e não ter apreciado a impugnação de fls. 129 a 131, como de sua competência” (destaques acrescidos).

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Alterabilidade do lançamento: sínteseAlterabilidade do lançamento: síntese

Limites:

Só pode ser efetivado enquanto em curso de prazo de decadência – art. 149, parágrafo único;

Só pode ser motivado por erro de fato – art. 149; Não pode se fundamentar em mudança de critério

jurídico – art. 146 CTN.

Importante: Alterabilidade não se confunde com controle de legalidade. Nestes casos após decisão definitiva em processo administrativo que reconhece o erro de direito e anula o AI, poderá ser emitido novo lançamento desde que: (i) ainda em curso o prazo de decadência e (ii) não implicar mudança de critério jurídico.

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Erro de fato e erro de direito no lançamento

Norma geral e abstrata aplicada

H → C

FJ → RJ

Lei

Provas Norma individual e concreta

Aplicador

Erro de direito

Erro de fato

• Erro de fato: problema de prova• Erro de direito: problema de subsunção

• Erro material: quanto ao conteúdo• Erro formal: quanto ao veículo introdutor

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PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. IPTU. RETIFICAÇÃO DOS DADOS CADASTRAIS DO IMÓVEL. DIFERENÇA DA METRAGEM DO IMÓVEL CONSTANTE DO CADASTRO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. POSSIBILIDADE. ERRO DE FATO. CARACTERIZAÇÃO. ART. 149, INCISO VIII, DO CTN. RECURSO REPETITIVO JULGADO. RESP 1130545/RJ. 1.(...) 2. O Tribunal a quo, ao analisar acerca da revisão do lançamento do IPTU, assim decidiu: "No caso em exame, verifica-se que embora tenha havido a quitação do IPTU pela autora/apelante, posteriormente, por meio de recadastramento e revisão efetivados pela municipalidade, constatou-se o acréscimo de área e a alteração do uso dos imóveis referidos nos autos, o que gerou a complementação da cobrança, com fundamento no inciso VIII do referido art. 149". 3. Pela leitura do trecho acima, verifica-se que o lançamento original reportou-se à área menor do imóvel objeto da tributação, o que ensejou posterior retificação dos dados cadastrais (e não o recadastramento do imóvel), hipótese que se enquadra no disposto no artigo 149, inciso VIII, do CTN, razão pela qual conclui-se pela higidez da revisão do lançamento tributário. 4. Dessa forma, como o lançamento complementar decorreu de um verdadeiro erro de fato, qual seja, erro na área do imóvel, possível a revisão do lançamento tributário (artigo 149, inciso VIII, do CTN). 5. No REsp 1130545/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09.08.10, DJ 22.02.11, submetido ao Colegiado pelo regime da Lei dos Recursos Repetitivos, que introduziu o art. 543 do CPC, reafirmou-se o posicionamento acima exposto. 6. (...) (Resp 1241514-RJ, DJ 03.08.11)

Exemplo de erro de fato

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IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. REVISÃO DE LANÇAMENTO. ERRO DE DIREITO. SÚMULA 227/TRF. PRIMEIRO PARADIGMA NÃO APRECIA O MÉRITO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ACÓRDÃOS COLACIONADOS COMO DIVERGENTES. 1. Acórdão embargado no sentido de que a revisão de lançamento do imposto por erro de classificação operada pelo Fisco, que aceitou as declarações do importador quando do desembaraço aduaneiro, constitui-se em mudança de critério jurídico, o que é vedado pelo CTN (Súmula 227/TFR). A 1ª Turma considerou que o lançamento suplementar é, portanto, incabível quando motivado por erro de direito. (...) 3. A ausência de similitude fática e, bem como a ausência de divergência entre os arestos confrontados ensejam o indeferimento liminar dos embargos de divergência. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1112702/SP – DJ 16/11/10)

Exemplo de erro de direito

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Vícios no lançamento Vícios no lançamento

VÍC

IO F

OR

MA

L

DE DIREITO

No processo ato-fato

Ausência de fundamento na lei formal

NULIDADE FORMAL

DE FATO No

processoAto-fato

Vício na enunciação, na aplicação do direito formal, ou na apreciação da

prova

NULIDADE FORMAL

VÍC

IOM

AT

ER

IAL

DE DIREITO

No produto motivação

ou conteúdo

Ausência de fundamento na lei material não-incidência, isenção, imunidade, base de cálculo, alíquota ou sujeito passivo diversos do previsto em lei

NULIDADE MATERIAL

DE FATONo produto motivação

ou conteúdo

Ausência ou insubsistência de prova

NULIDADE MATERIAL

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Prazo para a constituição do crédito Prazo para a constituição do crédito decadência do direito do Fiscodecadência do direito do Fisco

- Variáveis relevantes (de acordo com a posição STJ):

Lançamento de ofício; Lançamento por homologação sem pagamento

antecipado; Lançamento por homologação com pagamento

antecipado; Dolo, fraude, ou simulação; Notificação de medida preparatória ; Anulação por vicio formal de lançamento anterior.

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Critério temporal das normas de decadência Critério temporal das normas de decadência do direito do Fiscodo direito do Fisco

1ª REGRA:

Art. 173, inciso I do CTN – Prazo de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que tenha ocorrido o evento tributário.

20/05/2005 01/01/2006 (5 anos) 01/01/2011

* ------------------------------------------------------------------------------------------- evento 1º dia do exercício seguinte 5 anos após

(início do prazo) (fim do prazo)

- Aplicável aos casos: Tributos sujeitos ao lançamento de ofício ou por declaração; Tributos sujeitos ao lançamento por homologação sem pagamento antecipado parcial (posição do STJ – ressalvo meu entendimento pessoal: aplicável a todos os casos regulares de lançamento por homologação) Ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

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2ª REGRA:

Art. 150, § 4º, CTN – Prazo de 5 anos a contar da ocorrência do evento tributário

20/05/2005 (5 anos) 20/05/2010 --------------------------------- * --------------------------------------------------------- evento pagamento 5 anos após (início do prazo) (fim do prazo)

- Aplicável aos casos: Tributos sujeitos ao lançamento por homologação com pagamento antecipado parcial (Posição do STJ – ressalvo meu entendimento pessoal: aplicável a todos os casos regulares de lançamento por homologação). Inexistência de dolo, fraude ou simulação ou de notificação de ato preparatório.

Critério temporal das normas de decadência do Critério temporal das normas de decadência do direito do Fiscodireito do Fisco

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Critério temporal das normas de decadênciaCritério temporal das normas de decadência

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (...). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e). (REsp 973733/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª Seção, DJ 18/09/09 – Recurso Repetitivo)

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Critério temporal das normas de decadênciaCritério temporal das normas de decadência

- REsp 973733 SC

Dia 17.02.2011- Despacho do Ministro Relator referente à expediente :

“Encaminhe-se o presente expediente avulso à Comissão de Jurisprudência para análise da conveniência e oportunidade do pedido formulado pela Fazenda Nacional, no sentido de que seja elaborada súmula acerca do entendimento consolidado no âmbito do Recurso Especial 973.733/SC (recurso especial representativo da controvérsia atinente ao termo inicial do prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário), ex vi do disposto nos artigos 44, IV, e 126, § 3º, do RISTJ."

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3ª REGRA:

Art. 173, parágrafo único, do CTN – Prazo de 5 anos a contar da data da notificação preparatória do lançamento

20/05/2005 08/10/2005 (5 anos) 08/10/2010

*----------------------------------------------------------------------------------------------- evento notificação 1º dia (e.f.s.) 5 anos após

(início do prazo) (fim do prazo)

- Aplicável aos casos: Notificação preparatória de lançamento. Esta regra serve apenas para antecipar o prazo do art. 173, I, do CTN, jamais para prorrogá-lo.

Critério temporal das normas de decadênciaCritério temporal das normas de decadência

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4ª REGRA:

Art. 173, II, do CTN – Prazo de 5 anos a contar da decisão administrativa ou judicial (publicação/intimação) que decrete a anulação por vício formal de lançamento anterior

31/12/2005 19/02/2006 20/03/2007 (5 anos) 20/03/2012

* ---------------------- *-------------------------------------------------------------------------- evento lançamento anulação do lançamento 5 anos após

(início do prazo) (fim do prazo)

- Aplicável aos casos: anulação do lançamento anterior por vício formal.

Critério temporal das normas de decadência Critério temporal das normas de decadência

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Constituição do créditoConstituição do crédito

Regra-matriz Norma Administrativa

Fato Jurídico

Crédito

tributário

(SA---$---SP)

Conteúdo do lançamento

INCIDÊNCIA

LANÇAMENTO *

Evento tributário

* * Os vícios materiais: relativos ao conteúdo do ato, aplicação da RMIT ** Os vícios formais: se referem à aplicação das normas administrativas – procedimento e sujeito competente para constituir o crédito

Veículo introdutor

do

Crédito tributário

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Exemplo de vício material

VÍCIO FORMAL – Não configura vício formal o erro na identificação do sujeito passivo, pois este pertence ao núcleo da regra matriz de incidência tributária e o equívoco em sua identificação configura vício substancial, não sendo aplicável o inciso II do art. 173 do CTN.Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício.(Extinto 1º Conselho de Contribuintes - 5ª Câmara, Acórdão 105-17.139, DJ 13.08.08)

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Exemplo de vício formal

NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VÍCIO INSANÁVEL. NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam a NFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência ou fundamentação genérica, especialmente no relatório Fundamentos Legais do Débito, determina a nulidade do lançamento, por caracterizar-se como vício formal insanável, nos termos do artigo 37 da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto nº 70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, de forma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSO ANULADO. (Ac. 2401-00018)

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Lançamento de ofício por arbitramento

É ato administrativo de apuração de base de cálculo concretizado por meio de métodos indiciários.

Pressuposto: ocorrência de ilícito. Fundamento de validade: princípio constitucional da supremacia

do interesse público. Mas deve levar e, consideração os primados da razoabilidade e da proporcionalidade e capacidade contributiva.

O Contribuinte deve ser intimado para sanar, em prazo razoável, as irregularidades constantes nos documentos fiscais;

Os números e dados utilizados pela fiscalização devem ser obtidos a partir dos documentos do próprio contribuinte. Caso essas informações não sejam conhecidas, deve-se procurar efetuar o arbitramento comparativamente com empresas do mesmo setor e região, segundo valores médios alcançados no mercado local.

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LUCRO ARBITRADO – PERÍODO-BASE DE 1991 – A desclassificação da escrita e conseqüente arbitramento do lucro constitui medida extrema, que só se legitima na ausência de elementos concretos que permitam a apuração do lucro real. A falta de registro do Livro de Inventário e o descumprimento de outros requisitos formais (assinatura do contabilista e do gerente ou diretor da empresa) não são suficientes para desclassificar a escrita, eis que informações nele constantes podem ser confrontadas com as do Livro Diário. (extinto 1º CC, Ac. 101-92.828, j. 16.09.99).

Arbitramento

Page 66: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

A Lei do Estado de São Paulo nº 10.705/00 estabelece que o ITCMD será pago até o prazo de 30 (trinta) dias após a decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento (...).

O que constitui o crédito neste caso? O juiz preside e impõe a base de cálculo passível de incidência pelo imposto, mas não constituí a obrigação tributária. Trata-se de lançamento por homologação sujeito à homologação judicial.

Outros temas polêmicos

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A Lei nº 10.035/2000, por força das EC nºs 20/98 e 45/04, estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, em face de condenação ou homologação de acordo.

Diferentemente da exigência de ITCMD, em que o juiz apenas confirma ou infirma os valores indicados pelo SP, nas contribuições previdenciárias a norma prescreve que compete ao juiz executar as contribuições decorrentes da sentença condenatória trabalhista. Nesse sentido, está-se diante de ato jurisdicional constitutivo do crédito, uma vez que a identificação do valor devido integra a parte dispositiva da sentença.

Outros temas polêmicos

Page 68: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Depósito judicial preventivo constitui o crédito?Depósito judicial preventivo constitui o crédito?

Superior Tribunal de JustiçaSe é admitido o aproveitamento das informações prestadas pelo contribuinte que não realiza nenhum pagamento, permitindo-se ao Fisco apenas intimá-lo para que recolha aos cofres públicos os valores que ele mesmo declarou devidos, Por que não se poderia adotar o mesmo procedimento quando o devedor efetua os mesmos cálculos, cumprindo a mesma obrigação acessória, a fim de determinar o valor devido, e deposita-o judicialmente? Não vislumbro motivo para tal diferenciação. Diante de tais fatos, não se deve impossibilitar a conversão em renda dos depósitos judiciais em ação já transitada em julgada. (EDcl no REsp 736918/RS, DJ 03.04.06)

Fundamentos:- Existe declaração (confissão) do SP indicando todos os contornos do fato e da relação jurídica;-Economia processual: os valores depositados não serão objeto de execução fiscal, mas de conversão em renda no caso de insucesso do sujeito passivo na demanda Trata-se de lançamento por homologação ou constituição judicial? Há autorização legal para o Juiz constituir crédito nestes casos?

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Sujeitos credenciados a constituir crédito tributário

- Administração Lançamento

- Sujeito passivo Lançamento por Homologação

- Juiz Sentença

Art. 142 CTN

Cumprimento de deveres instrumentais

EC 45/04

Art. 114 VIII CF

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Questões de classe

1) Determinada empresa contribuinte de ICMS declara e formaliza o seu débito fiscal, de acordo com a lei, mas por motivos quaisquer não recolhe o montante devido. A Fazenda Estadual de São Paulo encaminha a declaração do contribuinte para a inscrição na dívida ativa, para posterior execução. Segundo entendimento da Fazenda, uma vez que não há controvérsia no que tange à obrigação de prestar o tributo ou o quantum devido pela empresa, não há que se falar em necessidade de lançamento de ofício. Entretanto, a Fazenda acrescenta na ação de execução as penalidades que entende cabíveis e mais juros de mora. No seu entendimento, é correto o procedimento do Fisco? (ver REsp n. 526.285-RS anexo I)

Page 71: Credito tributário e lançamento  são paulo 23.03.12

Questões de classe(...) 2. Não procedem as alegações de nulidade da certidão de dívida ativa por ausência de regular processo administrativo fiscal pois trata-se de lançamento por homologação, o qual foi devidamente apurado, declarado e confessado pelo devedor por intermédio da Declaração de Contribuição de Tributos Federais - DCTF. 3. Nos tributos lançados por homologação, a declaração do contribuinte, por via da DCTF, elide a necessidade da constituição formal do débito pelo Fisco podendo ser, em caso de não pagamento no prazo, imediatamente inscrito em dívida ativa, tornando-se exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte. 4. Descabe, também, a alegação de nulidade da CDA, por ausência de liquidez e certeza, uma vez que o crédito tributário goza desta presunção, a qual somente é elidível por prova inequívoca, não tendo a embargante êxito em demonstrar vício capaz de macular o título. Ademais, trata-se de débito apurado pelo próprio contribuinte, através de DCTF no qual os valores são lançados sobre as informações declaradas pelo próprio devedor. 5. Recurso especial parcialmente conhecido, e nessa parte, desprovido. (REsp 526.285/RS, Rel. Min. José Delgado, 1ª TURMA, DJ 15/12/03)

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Questões de classe

2) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? O desembaraço aduaneiro pode ser considerado caso de homologação expressa do pagamento de tributos incidentes quando da importação de bens, mercadorias e serviços? É possível tratá-lo como lançamento por declaração? Se no momento do desembaraço aduaneiro é adotada determinada alíquota, pode ela ser revisada pela administração posteriormente?

3) Dado o auto de infração (fictício) abaixo:a) Identifique as normas individuais e concretas veiculada no respectivo auto de infração;b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;c) Que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário?

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1) Ato-norma de lançamento – positivação da regra-matriz:

H: dado o fato de ter realizado operações de circulação de mercadorias (elemento material) – com a saída de mercadorias no dia de 01/01/00 (critério temporal) no Estado de São Paulo (elemento espacial) deve ser que C: a empresa Bate o Pé Indústria e Calçados Ltda. (sujeito passivo) está obrigada a recolher à Fazenda Estadual paulista (sujeito ativo) o valor de R$11.599,29 (critério quantitativo – base de cálculo: R$64.440,48 e alíquota: 18%)

2) Ato-norma administrativo de imposição de multa de ofício

H: dado o fato da não formalização do crédito tributário e do não pagamento do tributo em tempo hábil deve ser que C: a empresa Bate o Pé Industrias e Calçados Ltda. está obrigada a pagar à Fazenda Estadual multa de R$ 5.799,64

3) Ato-norma administrativo de imposição dos juros moratórios

H: dado o fato do atraso no pagamento do tributo devido deve ser que C: a empresa Bate o Pé Industrias e Calçados Ltda. Está obrigada a pagar à Fazenda Estadual juros de mora no valor de R$ 1.275,92.