conjuntura 20 04_12

15
1 CONJUNTURA MACROECONÔMICA SEMANAL Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Conjuntura Macroeconômica Semanal 20 de abril de 2012 Priscila Pereira Deliberalli Ana Maria Bonomi Barufi Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década e perspectivas para os próximos anos O movimento de mobilidade social no Brasil foi bastante intenso no período recente, em especial quando é considerada a entrada de pessoas na Classe C. A grande questão que se coloca neste momento é a possibilidade de continuidade deste processo nos moldes em que ele se conformou até agora e o que esperar em termos do comportamento das famílias que ascenderam socialmente nos últimos anos. A análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. A distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já verificado nos últimos anos e do menor potencial de novos ingressantes. Além disso, caso persista o cenário de crescimento da renda e redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B. Incerteza global mais elevada deve persistir no curto prazo, afetando o preço dos principais ativos internacionais Um mês atrás, os preços dos ativos estavam refletindo uma melhora com relação à expectativa de recuperação da economia mundial, contudo, destacamos naquele momento que apesar da tendência positiva para a atividade mundial, alguns riscos deveriam ser monitorados, ainda que nossa visão fosse que a direção de recuperação global no médio prazo não estava alterada. De fato, esses fatores de risco para o cenário de recuperação global voltaram ao centro das atenções nas últimas semanas, abalando o nível de confiança dos agentes internacionais e elevando o grau de incerteza e de aversão ao risco no curto prazo, com efeitos diretos sobre os preços dos ativos. A forte recessão enfrentada pela Espanha continua suscitando dúvidas no mercado com relação à capacidade de o país realizar o ajuste fiscal necessário. Além disso, o mercado ainda questiona a saúde do sistema bancário espanhol, carregado com um montante considerável de créditos duvidosos decorrentes do estouro da bolha imobiliária em 2008, e também muito exposto à dívida pública do país. Além disso, o resultado do PIB chinês do primeiro trimestre deste ano reforçou o processo de desaceleração gradual em curso no país. Adicionalmente, o resultado mais fraco da criação de vagas no mercado de trabalho nos EUA observado em março arrefeceu o clima de otimismo com relação à velocidade de recuperação da economia norte-americana. Olhando para frente, embora o cenário internacional deva exercer efeitos deflacionistas sobre as economias no curto prazo em virtude da postergação da consolidação da recuperação da economia global, acreditamos que há espaço para a melhora dos preços dos ativos ao longo do ano, em linha com nosso cenário de retomada gradual da atividade econômica. Contudo, além dos indicadores econômicos, alguns eventos podem adicionar volatilidade no curto prazo.

Upload: clebersonsouza

Post on 07-Jun-2015

171 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década eperspectivas para os próximos anos.Conjuntura Macroeconômica

TRANSCRIPT

Page 1: Conjuntura 20 04_12

1

CO

NJU

NTU

RA

MA

CR

OEC

ON

ÔM

ICA

SEM

AN

AL

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos EconômicosConjuntura Macroeconômica Semanal20 de abril de 2012

Priscila Pereira Deliberalli

Ana Maria Bonomi Barufi

Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década e perspectivas para os próximos anos

• O movimento de mobilidade social no Brasil foi bastante intenso no período recente, em especial quando é considerada a entrada de pessoas na Classe C. A grande questão que se coloca neste momento é a possibilidade de continuidade deste processo nos moldes em que ele se conformou até agora e o que esperar em termos do comportamento das famílias que ascenderam socialmente nos últimos anos.

• A análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. A distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já verificado nos últimos anos e do menor potencial de novos ingressantes. Além disso, caso persista o cenário de crescimento da renda e redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.

Incerteza global mais elevada deve persistir no curto prazo, afetando o preço dos principais ativos internacionais

• Um mês atrás, os preços dos ativos estavam refletindo uma melhora com relação à expectativa de recuperação da economia mundial, contudo, destacamos naquele momento que apesar da tendência positiva para a atividade mundial, alguns riscos deveriam ser monitorados, ainda que nossa visão fosse que a direção de recuperação global no médio prazo não estava alterada. De fato, esses fatores de risco para o cenário de recuperação global voltaram ao centro das atenções nas últimas semanas, abalando o nível de confiança dos agentes internacionais e elevando o grau de incerteza e de aversão ao risco no curto prazo, com efeitos diretos sobre os preços dos ativos.

• A forte recessão enfrentada pela Espanha continua suscitando dúvidas no mercado com relação à capacidade de o país realizar o ajuste fiscal necessário. Além disso, o mercado ainda questiona a saúde do sistema bancário espanhol, carregado com um montante considerável de créditos duvidosos decorrentes do estouro da bolha imobiliária em 2008, e também muito exposto à dívida pública do país. Além disso, o resultado do PIB chinês do primeiro trimestre deste ano reforçou o processo de desaceleração gradual em curso no país. Adicionalmente, o resultado mais fraco da criação de vagas no mercado de trabalho nos EUA observado em março arrefeceu o clima de otimismo com relação à velocidade de recuperação da economia norte-americana.

• Olhando para frente, embora o cenário internacional deva exercer efeitos deflacionistas sobre as economias no curto prazo em virtude da postergação da consolidação da recuperação da economia global, acreditamos que há espaço para a melhora dos preços dos ativos ao longo do ano, em linha com nosso cenário de retomada gradual da atividade econômica. Contudo, além dos indicadores econômicos, alguns eventos podem adicionar volatilidade no curto prazo.

Page 2: Conjuntura 20 04_12

2DEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

o

Evolução das participações das Classes A, B e C e da Classe E na população brasileira, dados originais em média móvel 12 meses

Ana Maria Bonomi Barufi

Fonte: PME, PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO

Onde estamos, para onde vamos? Mobilidade social no Brasil na última década e perspectivas para os próximos anos

O movimento de mobilidade social1 no Brasil, veiculado largamente nos meios de comunicação, foi bastante intenso no período recente, em especial quando é considerada a entrada de pessoas na Classe C. A grande questão que se coloca neste momento é a possibilidade de continuidade deste processo nos moldes em que ele se conformou até agora e o que esperar em termos do comportamento das famílias que ascenderam socialmente nos últimos anos.

A análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. A distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já verificado nos últimos anos e do menor potencial de novos ingressantes. Além disso, caso persista o cenário

de crescimento da renda e redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.

O processo de mobilidade social não parece ter se esgotado na nossa visão, enquanto continuarem colocados os fatores que o possibilitam. Assim, por mais que os ganhos relativos a programas sociais e aos aumentos reais do salário mínimo já tenham sido em larga escala apropriados pelos grupos de renda mais baixa, é muito provável que tais estímulos sejam mantidos nos próximos anos e que continuará impulsionando os movimentos da parte de baixo da distribuição de renda. Adicionalmente, nosso cenário inclui a nossa expectativa de que a renda continuará em uma trajetória ascendente, acompanhada por ganhos de produtividade em função da expansão atual da educação. Todos estes elementos sustentam a nossa expectiva de que o consumo das famílias seguirá se destacando na composição do PIB, mantendo o mercado interno firme, a despeito das volatilidades de curto prazo características do ciclo macroeconômico.

1 Os critérios de classificação das pessoas em classes sociais aqui utilizados se baseiam na renda familiar, ou seja, contabilizam o número de pessoas cuja renda familiar fica entre os seguintes intervalos: Classe E: menos de R$ 771; Classe D: R$ 771 a menos de R$ 1.276; Classe C: R$ 1.276 a menos de R$ 5.104; Classe B: R$ 5.104 a menos de R$ 7.715; Classe A: R$ 7.715 ou mais, em valores reais de fevereiro de 2012.

46,3%48,4%

51,8%

55,1%56,4%

59,2%60,8%

64,3% 65,5%

35,2%

27,3%

23,3%21,5% 20,6%

18,8% 18,1%16,1%16,0%

23,0%

30,0%

37,0%

44,0%

51,0%

58,0%

65,0%

fev/

04ab

r/04

jun/

04ag

o/04

out/0

4de

z/04

fev/

05ab

r/05

jun/

05ag

o/05

out/0

5de

z/05

fev/

06ab

r/06

jun/

06ag

o/06

out/0

6de

z/06

fev/

07ab

r/07

jun/

07ag

o/07

out/0

7de

z/07

fev/

08ab

r/08

jun/

08ag

o/08

out/0

8de

z/08

fev/

09ab

r/09

jun/

09ag

o/09

out/0

9de

z/09

fev/

10ab

r/10

jun/

10ag

o/10

out/1

0de

z/10

fev/

11ab

r/11

jun/

11ag

o/11

out/1

1de

z/11

fev/

12

Classes A, B e C

Classe E

Classes A, B e C m Setembro de 2011 (MM12M): 120,2

Classes A, B e C em Fevereiro de 2012: 121,1 milhões de pessoas (74,1 em 2004)

Classe E em Fevereiro de 2012: 29,8 milhões de pessoas (56,5 em 2004)

De maneira mais específica, a Classe C foi a que apresentou os ganhos mais expressivos (em números absolutos), com quase 40 milhões de pessoas passando a compô-la nos últimos oito anos. Dessas,

um significativo percentual provém da ascensão social (ou seja, pessoas que saíram das Classes D e E) e o restante do crescimento vegetativo da população (novas famílias formadas).

Page 3: Conjuntura 20 04_12

3DEPECDEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

o

Variação do número de pessoas em cada classe social entre jan/2004 e fev/2012 (em milhões de pessoas)

Fonte: PNAD/IBGE, IPEADATAElaboração: BRADESCO

Razão entre a renda dos 10% mais ricos e a dos 40% mais pobres, 1981-2009

-26,72

-7,71

39,16

4,87 2,95

-40,0

-30,0

-20,0

-10,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

Classe E Classe D Classe C Classe B Classe A

Fonte: PME, PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO

A recente evolução das classes sociais está diretamente associada aos ganhos reais de renda que foram bastante disseminados entre os diversos grupos sociais, mas mais concentrados nos grupos de renda mais baixa. Esse último fator, aliás, é o que proporciona a redução da desigualdade social verifi cada ao longo dos últimos anos. As informações da PNAD mostram que a relação da massa de renda possuída pelos 10%

mais ricos da população em relação à massa de renda dos 40% mais pobres passou de 19,9 em 2004 para 16,7 em 2009 (ou seja, em 2009, a massa de renda dos 10% mais ricos da população era 16,7 vezes maior do que a massa de renda dos 40% mais pobres). Claro que ainda existe uma desigualdade bastante signifi cativa, mas de fato os últimos anos vivenciaram mudanças interessantes.

21,4

23,3

30,0

21,7

24,5 23,3

19,9

18,1

16,7

15,0

19,0

23,0

27,0

31,0

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

*

1992

1993

1994

*

1995

1996

1997

1998

1999

2000

*

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

* Informações interpoladas pelo fato da PNAD não ter ido a campo (média entre o ano anterior e o ano posterior).

O conceito de classe social é defi nido pelo critério de renda familiar

Antes de prosseguir, é relevante discutir o conceito de classe social aqui utilizado. De fato, diversos estudos sobre o tema apontam a necessidade de classifi car as famílias pelo bem-estar que elas conseguem atingir, o qual está associado a seu acesso a bens duráveis, infraestrutura, conforto relativo ao tamanho do domicílio, entre outras características. Entretanto, o conceito de bem-estar é bastante relativo, dependendo das preferências de cada pessoa, e muito provavelmente o nível de felicidade atingido com a posse de bens duráveis, por exemplo, pode variar signifi cativamente

entre os indivíduos. Ainda assim, considerando que os elementos acima mencionados permitam diferenciar os níveis de bem-estar atingidos pelas pessoas, o conceito de classe social busca capturar em que medida os indivíduos, dentro do contexto familiar, conseguem acessar determinados níveis de consumo.

É importante destacar, que em virtude da falta de informações que melhor representem o consumo e a posse de bens com a frequência desejada, utilizamos a renda familiar como variável defi nidora das classes sociais. Por mais que esta não seja a metodologia ideal, acompanhar a evolução do número de pessoas em cada grupo, mantendo o critério de classifi cação

Page 4: Conjuntura 20 04_12

4DEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

o

Número de pessoas por escolaridade e por classe social, (em milhões)2004 - 2009

constante, garante que de uma maneira ou de outra estejamos avaliando como a sociedade evoluiu de modo a possibilitar que seus membros tenham maior renda para atingirem níveis de consumo mais elevados. Em que medida isto permite de fato avaliar quanto o bem-estar de tais indivíduos aumentou é uma questão maior, a qual deve ser contextualizada na avaliação dos fundamentos da teoria microeconômica neoclássica e não será alvo da presente análise.

As classes sociais são caracterizadas também pela diferença de escolaridade, fontes de renda e composição da renda do trabalho

O primeiro aspecto que chama a atenção é a diferença de escolaridade entre os distintos grupos de renda.

Esta é uma ideia que já está bastante arraigada, mas ainda assim a diferença relativa de acesso ao nível superior de ensino é bastante surpreendente. Dessa maneira, enquanto nas Classes D e E quase 75% das pessoas não possuem instrução ou chegam apenas ao nível fundamental incompleto, nas Classes A e B 65% das pessoas possuem no mínimo ensino médio completo ou superior incompleto. Nos três gráficos a seguir percebe-se também que entre 2004 e 2009 houve um aumento do acesso à educação em todos os níveis de renda, destacando-se, entretanto, o significativo crescimento das pessoas com ensino médio completo, ensino superior incompleto e completo na Classe C. De fato, o forte crescimento do número de estudantes universitários se deve majoritariamente ao aumento de pessoas na Classe C que têm buscado maior nível educacional.

29,1

44,6

10,57,6

0,3

21,5

34,0

9,5 8,8

0,50

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Sem instrução Fundamentalincompleto

Fundamentalcompleto e ensinomédio incompleto

Ensino médiocompleto e

superiorincompleto

Ensino superiorcompleto

Milh

ões

Classes E e D -2004

Classes E e D -2009

11,1

25,7

11,8

17,4

3,3

14,7

31,7

14,4

24,7

4,9

0

5

10

15

20

25

30

35

Sem instrução Fundamentalincompleto

Fundamentalcompleto e ensinomédio incompleto

Ensino médiocompleto e superior

incompleto

Ensino superiorcompleto

Milh

ões

Classe C -2004

Classe C -2009

1,2

2,4

1,4

4,33,9

1,6

2,9

1,9

6,15,7

0

1

2

3

4

5

6

7

Sem instrução Fundamentalincompleto

Fundamentalcompleto e ensinomédio incompleto

Ensino médiocompleto e superior

incompleto

Ensino superiorcompleto

Milh

ões

Classes A e B -2004

Classes A e B -2009

Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO

Page 5: Conjuntura 20 04_12

5DEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

o

Participação de cada componente na massa de renda das famílias, por classe social2009

Participação dos tipos de ocupação das pessoas ocupadas por classe social 2009

O segundo aspecto avaliado se refere às fontes de renda das famílias em cada classe. O gráfico a seguir mostra que a renda do trabalho constitui a principal fonte de renda para os três grupos analisados, mas é

relativamente mais importante para as Classes A e B. Já nas Classes D e E se destacam a aposentadoria federal, pensões federais e outras transferências, com maior participação para este grupo do que para os demais.

66,2%

18,4%

0,1%

7,0%1,7%

6,6%

78,4%

14,3%

0,1%4,7%

1,1% 1,3%

81,1%

14,1%

0,5% 3,0% 0,8% 0,5%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Renda do trabalho Aposentadoriafederal

Outrasaposentadorias

Pensões federais Outras pensões Outrastransferências

Classes E e D

Classe C

Classes B e A

Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO

Por fim, considerando apenas a renda do trabalho, é possível desvendar qual a posição na ocupação das pessoas ocupadas das classes sociais. Para as Classes D e E, o emprego sem carteira assinada e o conta própria (trabalho informal) apresentam participação maior do que para os demais grupos. Já

para a Classe C o principal destaque é o empregado com carteira assinada (trabalho formal). Por fim, as Classes A e B se destacam pelo fato de que a ocupação de seus componentes se dá de maneira significativa no caso de empregadores e militares e funcionários públicos estatutários.

25,3%

3,1%

22,0%

2,4%

9,7%

26,7%

1,1%

9,7%

43,0%

7,8%

16,2%

2,5%

4,9%

19,5%

3,9%

2,2%

37,7%

17,5%

11,5%

0,4%

0,6%

16,5%

15,3%

0,4%

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0%

Empregado com carteira

Militar e funcionário público estatutário

Outros empregados sem carteira

Trabalhador doméstico com carteira

Trabalhador sem carteira

Conta própria

Empregador

Outras ocupaçõesClasses B e AClasse CClasses E e D

Fonte: PNAD/IBGEElaboração: BRADESCO

Continuamos apostando na perpetuação do processo de mobilidade social, com destaque para a expansão relativa da classe B comparativamente à classe C

Por fim, é relevante compreender em que medida o processo de mobilidade social pode se perpetuar nos próximos anos. Utilizando a Pesquisa Mensal de Emprego2, é possível avaliar quantas pessoas estão prestes a mudar de classe (para cima ou para baixo).

Em 2004, o contingente de pessoas na Classe D, perto da divisão com a Classe C, era muito mais elevado do que em 2012, o que pode ter sido um dos fatores que facilitaram a ascensão social (ou seja, pessoas com a renda familiar próxima ao limite inferior de definição da Classe C tiveram maior facilidade para passar para este grupo).

Com base no mesmo raciocínio, o número de pessoas prestes a ingressar na Classe B é maior em 2012

2 Na metodologia utilizada para avaliar a evolução mensal das classes sociais, o movimento mês a mês é dado pelas informações da PME, enquanto que o nível é estabelecido pela PNAD.

Page 6: Conjuntura 20 04_12

6DEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

odo que era em 2004. Ou seja, a atual distribuição de renda favorece mais a expansão da Classe B do que a de 2004. Claro que o número de pessoas na vizinhança da Classe B é bem menor do que o de pessoas na vizinhança da Classe C (mesmo em 2012). Portanto, a comparação que deve ser feita é relativa ao volume esperado de ingresso de pessoas em cada classe. Ainda é importante destacar que existe um significativo contingente de pessoas na Classe C que estão próximas ao seu limite inferior de renda. Isso faz com que um choque negativo na economia tenha o potencial de fazer um grupo relevante de pessoas voltarem para a Classe D.

Em resumo, a situação atual quando comparada à de 2004 traz os seguintes sinais: se a situação econômica se mantiver favorável, com expansão da renda e redução da desigualdade, o ingresso de pessoas na Classe C continuará a ser significativo em termos absolutos, enquanto que a passagem de pessoas da Classe C para a Classe B será maior do que foi até o momento. Entretanto, caso a conjuntura oposta se desenhe, ou seja, caso ocorra uma desaceleração mais forte da atividade econômica que tenha impactos relevantes sobre a renda das famílias (o que não é o nosso cenário), um grupo grande de pessoas pode retornar à Classe D.3

3 Um futuro trabalho do DEPEC objetivará analisar as condições estruturais que definem o direcional do movimento esperado das classes sociais na próxima década.

-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

4.000.000

4.500.000

5.000.000

100

a 50

0

500

a 10

00

1000

a 1

500

1500

a 2

000

2000

a 2

500

2500

a 3

000

3000

a 3

500

3500

a 4

000

4000

a 4

500

4500

a 5

000

5000

a 5

500

5500

a 6

000

6000

a 6

500

6500

a 7

000

7000

a 7

500

7500

a 8

000

8000

a 8

500

8500

a 9

000

9000

a 9

500

9500

a 1

0000

1000

0 ou

mai

s

E D C B A

fev/2004

- 500.000

1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 4.500.000 5.000.000

100

a 50

0

500

a 10

00

1000

a 1

500

1500

a 2

000

2000

a 2

500

2500

a 3

000

3000

a 3

500

3500

a 4

000

4000

a 4

500

4500

a 5

000

5000

a 5

500

5500

a 6

000

6000

a 6

500

6500

a 7

000

7000

a 7

500

7500

a 8

000

8000

a 8

500

8500

a 9

000

9000

a 9

500

9500

a 1

0000

1000

0 ou

mai

s

E D C B A

fev/2012

Distribuição das pessoas por renda familiar real, fevereiro de 2004 e fevereiro de 2012 (em pessoas)

Fonte: PME, IBGEElaboração: BRADESCO

Em resumo, a análise da evolução das classes sociais mostra que houve um ganho expressivo na última década em direção à melhora da qualidade de vida das famílias brasileiras, baseado no crescimento acelerado da renda acompanhado de significativa redução da desigualdade pessoal. Como mencionado, a distribuição atual de renda aponta que ainda existe um contingente relevante de pessoas que podem ascender para a Classe C, apesar do movimento já

verificado nos últimos anos. Ou seja, o movimento recente foi tão intenso que atualmente existe menor número de pessoas que podem de fato ascender para a classe média. Além disso, mantendo o crescimento da renda e a redução da desigualdade, mais pessoas deverão ingressar na Classe B.

Uma ressalva a ser feita quanto ao escopo deste trabalho é que ele não tem como objetivo desvendar

Page 7: Conjuntura 20 04_12

7DEPEC

Cen

ário

Dom

éstic

oo processo de inclusão social e os fatores que o engendraram. Ou seja, o alcance, a durabilidade e as consequências das políticas sociais serão alvo de outro estudo a ser realizado pelo DEPEC-Bradesco.

O processo de mobilidade social não parece ter se esgotado na nossa visão, enquanto continuarem colocados os fatores que o possibilitam. Assim, por mais que os ganhos relativos a programas sociais e aos aumentos reais do salário mínimo já tenham sido em larga escala apropriados pelos grupos de renda mais baixa, é muito provável que tais estímulos

sejam mantidos nos próximos anos e que continuem impulsionando os movimentos da parte de baixo da distribuição de renda. Adicionalmente, nosso cenário comtempla a continuidade da renda em uma trajetória ascendente, acompanhada por ganhos de produtividade em função da expansão atual da educação. Todos estes elementos sustentam a perspectiva de que o consumo das famílias seguirá se destacando na composição do PIB, mantendo o mercado interno firme, a despeito das volatilidades de curto prazo características do ciclo macroeconômico.

Page 8: Conjuntura 20 04_12

8DEPEC

Cen

ário

Ext

erno

Priscila Pereira Deliberalli

Índice VIX de volatilidade

Fonte e Elaboração: Bradesco

Incerteza global mais elevada deve persistir no curto prazo, afetando o preço dos principais ativos internacionais

Um mês atrás, os preços dos ativos estavam refletindo uma melhora com relação à expectativa de recuperação da economia mundial, contando inclusive com notícias positivas vindas dos EUA, além do alívio gerado pelo endereçamento da crise soberana grega e por sinais de relativa estabilização da atividade na Zona do Euro. Contudo, destacamos naquele momento1 que apesar da tendência positiva para a atividade mundial, alguns riscos deveriam ser monitorados, ainda que nossa visão fosse que a direção de recuperação global no médio prazo não estava alterada. De fato, esses fatores de risco para o cenário de recuperação global voltaram ao centro das atenções nas últimas semanas, abalando o nível de confiança dos agentes internacionais

e elevando o grau de incerteza e de aversão ao risco no curto prazo, com efeitos diretos sobre os preços dos ativos. Ainda assim, embora o cenário internacional deva exercer efeitos deflacionistas sobre as economias no curto prazo em virtude da postergação da consolidação da recuperação da economia global, mantemos nossa visão de que, a despeito da volatilidade de curto prazo, a tendência de lenta e gradual retomada da atividade global não está alterada.

O comportamento do índice VIX de volatilidade reflete essa piora na percepção com relação ao cenário externo; o indicador abriu mais de 5 pontos entre o final de março e meados de abril.

21,1

16,5

19,9

17,6

25,3

23,7

48,0

31,9

43,1

38,5

31,0

41,4

45,5

24,5

36,234,5

27,8

30,6

20,7

23,4

18,3

20,8

16,8

20,9

14,3

20,4

17,2

18,6

12

17

22

27

32

37

42

47

19/0

6/11

19/0

7/11

19/0

8/11

19/0

9/11

19/1

0/11

19/1

1/11

19/1

2/11

19/0

1/12

19/0

2/12

19/0

3/12

19/0

4/12

índice VIX de volatilidade. Fonte: bloomberg. elaboração: Bradesco

A forte recessão enfrentada pela Espanha continua suscitando dúvidas no mercado com relação à capacidade de o país realizar o ajuste fiscal necessário. O atraso nas reformas, especialmente na entrega do orçamento, combinada com a decisão de alterar o déficit fiscal no país (em dezembro anunciou déficit nominal de 8,5% PIB versus 6,0% projetado anteriormente, fixando depois a meta para 2012 em 5,3% PIB) já haviam levado o mercado a questionar a credibilidade do governo espanhol. Adicionalmente, o Partido Popular (PP) que assumiu em dezembro de 2011, venceu nas eleições regionais realizadas em 25 de março, mas não conseguiu o controle dos 17 governos regionais,

o que despertou ainda mais as incertezas quanto à capacidade dos governos regionais contribuírem para o ajuste fiscal necessário. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o governo pode até assumir o controle das finanças de alguns governos regionais com problemas de endividamento. Além disso, apesar das diversas reformas implementadas, o mercado ainda questiona a saúde do sistema bancário espanhol, carregado com um montante considerável de créditos duvidosos decorrentes do estouro da bolha imobiliária em 2008, e também muito exposto à dívida pública do país, exposição essa que aumentou ainda mais após as operações de liquidez do Banco Central Europeu (a

1 Ver Conjuntura Macroeconômica Semanal de 23 de março de 2012.

Page 9: Conjuntura 20 04_12

9DEPEC

Cen

ário

Ext

erno

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

Espanha: Juros 10 anos dos títulos soberanos

tomada bruta de empréstimos alcançou € 316,3 bilhões em março). Adicionalmente, o Banco Central Espanhol anunciou esta semana que os bancos deverão fazer um esforço extra de provisionamento, o que levaria o ajuste total apenas neste ano para acima dos € 50 bilhões estimados inicialmente, mostrando que de fato existem problemas concretos a serem resolvidos.

Os leilões de títulos da dívida realizados essa semana foram relativamente bem sucedidos. No primeiro, embora a taxa exigida pelo mercado (o retorno ao investidor ou yields) tenha sido bem mais alta, a demanda foi forte e o governo conseguiu vender um volume maior do que o pretendido, o que acabou sendo refletido positivamente na curva das taxas dos títulos de 10 anos, que voltaram para patamar inferior a 6%. No leilão realizado ontem, após o anúncio da necessidade extra de provisionamento por parte dos bancos, o governo também conseguiu vender mais do que o previsto, mas o retorno ao investidor dos títulos longos mostrou elevação em relação ao último leilão; por outro lado, o retorno exigido nos títulos de mais curto prazo ficou ligeiramente abaixo do observado anteriormente. Mas apesar destes resultados, os yields de diversos vencimentos voltaram a subir. O mercado tem justificado estes movimentos com base na situação

delicada dos bancos e também na percepção de que os efeitos das operações de injeção de liquidez do Banco Central Europeu têm perdido força.

A desconfiança quanto à capacidade de ajuste fiscal afetou também a curva de juros dos títulos soberanos na Itália. A dificuldade de aprovação de alguns pontos da reforma trabalhista também levou o mercado a exigir taxas maiores para financiar o país, como podemos observar no gráfico a seguir. O cenário de incerteza que acabamos de descrever explica o comportamento da cotação do euro, que depreciou 1,5% desde o final de março. Contudo, afirmações da presidente do FMI, Christine Lagarde, de que a Espanha não precisa da injeção de recursos da instituição, trouxe algum alento para a cotação da moeda europeia, que passou a operar acima de US$ 1,31.

Os indicadores de atividade na Zona do Euro têm mostrado a situação heterogênea da região, com atividade e confiança na Alemanha mostrando recuperação, enquanto a situação ainda se deteriora na Espanha, cenário que deve persistir por algum tempo, mantendo esse desconforto com relação a fraqueza da região, antes de que sinais mais claros de estabilização sejam observados.

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

Itália: Juros 10 anos dos títulos soberanos

4,50

5,55 5,55

5,22

6,32

4,96

5,41

6,70

5,71

4,87

6,07

5,93

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

19/1

0/20

10

19/1

1/20

10

19/1

2/20

10

19/0

1/20

11

19/0

2/20

11

19/0

3/20

11

19/0

4/20

11

19/0

5/20

11

19/0

6/20

11

19/0

7/20

11

19/0

8/20

11

19/0

9/20

11

19/1

0/20

11

19/1

1/20

11

19/1

2/20

11

19/0

1/20

12

19/0

2/20

12

19/0

3/20

12

19/0

4/20

12

Espanha

apresentação do orçamento ao congresso

divulgação da taxa de desemprego

anúncio de cortes adicionais no

orçamentopreocupação com os

bancos

4,39

4,64

4,96

4,64

6,20

5,05

5,51

7,25

5,87

6,94

4,84

5,695,61

04

04

05

05

06

06

07

07

08

19/1

0/20

10

19/1

1/20

10

19/1

2/20

10

19/0

1/20

11

19/0

2/20

11

19/0

3/20

11

19/0

4/20

11

19/0

5/20

11

19/0

6/20

11

19/0

7/20

11

19/0

8/20

11

19/0

9/20

11

19/1

0/20

11

19/1

1/20

11

19/1

2/20

11

19/0

1/20

12

19/0

2/20

12

19/0

3/20

12

19/0

4/20

12

Page 10: Conjuntura 20 04_12

10DEPEC

Cen

ário

Ext

erno

Evolução diária da cotação do dólar em relação ao euro 2009 - 2010

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

1,578

1,477

1,252

1,442

1,258

1,367

1,292

1,430

1,414

1,502

1,451

1,332

1,361

1,192

1,328

1,266

1,421

1,291

1,383

1,4821,450

1,339

1,419

1,268

1,340

1,312

1,15

1,20

1,25

1,30

1,35

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

1,6517

/07/

0814

/08/

0811

/09/

0809

/10/

0806

/11/

0804

/12/

0801

/01/

0929

/01/

0926

/02/

0926

/03/

0923

/04/

0921

/05/

0918

/06/

0916

/07/

0913

/08/

0910

/09/

0908

/10/

0905

/11/

0903

/12/

0931

/12/

0928

/01/

1025

/02/

1025

/03/

1022

/04/

1020

/05/

1017

/06/

1015

/07/

1012

/08/

1009

/09/

1007

/10/

1004

/11/

1002

/12/

1030

/12/

1027

/01/

1124

/02/

1124

/03/

1121

/04/

1119

/05/

1116

/06/

1114

/07/

1111

/08/

1108

/09/

1106

/10/

1103

/11/

1101

/12/

1129

/12/

1126

/01/

1223

/02/

1222

/03/

1219

/04/

12

EVOLUÇÃO DIÁRIA DA COTAÇÃO DO DÓLAR EM RELAÇÃO AO EURO 2009 - 2010 (US$ DÓLAR/ EURO). Fonte: Bloomberg

O resultado do PIB chinês do primeiro trimestre deste ano, mostrando expansão de 8,1% em relação ao mesmo período do ano passado (arrefecendo ante alta de 8,9% registrada nos últimos três meses do ano passado), reforçou o processo de desaceleração gradual em curso no país. Contudo, os demais indicadores de atividade de março, com destaque para o índice PMI e as concessões de crédito, mostram certa retomada ante a média de janeiro e fevereiro, sugerindo que o pior deve ter ficado para trás. Contudo, embora nossa leitura seja de que indicadores de março mostraram uma ligeira recuperação, de fato o PIB não deve acelerar ao longo do ano, devendo fechar pouco acima

de 8,0%. O governo, comprometido em entregar taxas de crescimento mais sustentáveis para a economia, seguirá calibrando as políticas monetária, creditícia e fiscal gradualmente. O mercado, diante da confirmação da desaceleração do país, tem mostrado certa decepção com relação à reação cautelosa do governo, em promover a política de ajustes finos, mantendo inclusive algumas medidas restritivas, especialmente as voltadas ao setor imobiliário. Com isso, o ambiente se torna mais propício para um movimento baixista nos preços das principais commodities, trazendo também ruídos para o desempenho das bolsas, especialmente as ligadas a esses mercados.

346,8

377,5

346,5 345,6

290,3

309,0

321,6

312,7

324,9

312,8

388,7

405,5409,7

388,7

344,7

323,1

365,6

351,6

360,7

343,8

338,1

411,5

440,2

318,7319,3

401,5

367,6

401,0

429,5423,6

398,7

403,2

280,0

320,0

360,0

400,0

440,0

19/0

1/11

19/0

2/11

19/0

3/11

19/0

4/11

19/0

5/11

19/0

6/11

19/0

7/11

19/0

8/11

19/0

9/11

19/1

0/11

19/1

1/11

19/1

2/11

19/0

1/12

19/0

2/12

19/0

3/12

19/0

4/12

Índices agregados de preços de commodities. Fonte:Bloomberg.

Indice AgrícolaIndice IndustriaisIndice Energeticas

Índices agregados de preços de commodities

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

Evolução do índice agregado da bolsa

mundial, emergentes e desenvolvidos

147,4

153,8

151,5

142,2

147,4

153,6

143,8

151,3

145,5

134,2

125,8

133,0

124,5

141,2

127,5

137,7

131,7

139,4

143,9

149,0

146,4

152,9

145,6

148,5

335,4

342,3

339,7

352,4343,2

328,3

337,1

303,5

312,9

276,3

309,4

291,5

303,0300,3

329,9321,8

200

220

240

260

280

300

320

340

360

380

400

120

130

140

150

160

170

180

27/0

1/20

11

10/0

2/20

11

24/0

2/20

11

10/0

3/20

11

24/0

3/20

11

07/0

4/20

11

21/0

4/20

11

05/0

5/20

11

19/0

5/20

11

02/0

6/20

11

16/0

6/20

11

30/0

6/20

11

14/0

7/20

11

28/0

7/20

11

11/0

8/20

11

25/0

8/20

11

08/0

9/20

11

22/0

9/20

11

06/1

0/20

11

20/1

0/20

11

03/1

1/20

11

17/1

1/20

11

01/1

2/20

11

15/1

2/20

11

29/1

2/20

11

12/0

1/20

12

26/0

1/20

12

09/0

2/20

12

23/0

2/20

12

08/0

3/20

12

22/0

3/20

12

05/0

4/20

12

19/0

4/20

12

Evolução do índice agregado da bolsa mundial, emergentes e desenvolvidos. Fonte: Bloomberg

Desenvolvidos

Emergentes

Page 11: Conjuntura 20 04_12

11DEPEC

Cen

ário

Ext

erno

Taxa de juros do título de 10 anos do tesouro americano 2006- 2010

Fonte: BloombergElaboração: Bradesco

Apesar desse movimento no curto prazo, devemos levar em conta que o preço do minério de ferro pode apresentar alguma correção de alta ante os preços atuais ao longo do ano com a estabilidade da atividade econômica na China. Contudo, as demais commodities devem se manter praticamente estáveis ou até recuarem discretamente, devido (i) à fraca atividade na Europa e aos sinais mais moderados da economia chinesa (afetando principalmente as metálicas), (ii) à entrada de uma safra norte-americana de grãos mais favorável no segundo semestre (contribuindo para preços das agrícolas mais baixos) e (iii) a uma possível redução das tensões no Oriente Médio (puxando a cotação do petróleo para um patamar mais próximo de US$ 120/barril, considerando o tipo Brent).

Adicionalmente, o resultado mais fraco da criação de vagas no mercado de trabalho nos EUA observado em março arrefeceu o clima de otimismo com relação

à velocidade de recuperação da economia norte-americana, puxando novamente a curva da taxa de juros dos títulos da dívida norte-americana de 10 anos para baixo. Com relação ao desempenho da indústria, o forte resultado do índice ISM em março (53,4) pode não se repetir em abril se considerarmos os resultados decepcionantes dos indicadores de atividade industrial dos Fed´s regionais de Nova York e Filadélfia conhecidos até o momento. Assim, embora a expectativa dos analistas com relação ao crescimento para 2012 não tivesse sido alterada, ficando entre 2,0% e 2,5%, a sucessão de surpresas positivas com os indicadores neste início de ano vinha colocado algum viés de alta nessas projeções, viés este que vem sendo retirado por conta dos resultados mais fracos nas últimas semanas. Mas isso ainda não seria forte o suficiente para alterar a visão do Fed, a ponto de adotar uma nova rodada de afrouxamento monetário.

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

Evolução do Índice S&P

Evolução do IBOVESPA

Fonte: BloombergElaboração: BRADESCO

3,986

3,541

2,949

3,121

2,792

2,398

2,773

3,5323,737

3,170

2,864

3,182

3,014

2,106

1,718

2,396

2,051

1,797

2,377

1,967

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

20/0

3/10

20/0

4/10

20/0

5/10

20/0

6/10

20/0

7/10

20/0

8/10

20/0

9/10

20/1

0/10

20/1

1/10

20/1

2/10

20/0

1/11

20/0

2/11

20/0

3/11

20/0

4/11

20/0

5/11

20/0

6/11

20/0

7/11

20/0

8/11

20/0

9/11

20/1

0/11

20/1

1/11

20/1

2/11

20/0

1/12

20/0

2/12

20/0

3/12

20/0

4/12

TAXA DE JUROS DO TÍTULO DE 10 ANOS DO TESOURO AMERICANO 2006- 2010. Fonte: Bloomberg

ISM

payroll

1.353

1.314

1.344

1.292

1.119

1.219

1.154

1.216

1.099

1.201

1.285

1.159

1.258

1.205

1.281 1.2891.312

1.3451.372

1.343

1.3941.419

1.375

1.050

1.100

1.150

1.200

1.250

1.300

1.350

1.400

1.450

07/0

7/20

1114

/07/

2011

21/0

7/20

1128

/07/

2011

04/0

8/20

1111

/08/

2011

18/0

8/20

1125

/08/

2011

01/0

9/20

1108

/09/

2011

15/0

9/20

1122

/09/

2011

29/0

9/20

1106

/10/

2011

13/1

0/20

1120

/10/

2011

27/1

0/20

1103

/11/

2011

10/1

1/20

1117

/11/

2011

24/1

1/20

1101

/12/

2011

08/1

2/20

1115

/12/

2011

22/1

2/20

1129

/12/

2011

05/0

1/20

1212

/01/

2012

19/0

1/20

1226

/01/

2012

02/0

2/20

1209

/02/

2012

16/0

2/20

1223

/02/

2012

01/0

3/20

1208

/03/

2012

15/0

3/20

1222

/03/

2012

29/0

3/20

1205

/04/

2012

12/0

4/20

1219

/04/

2012

Índice S&P

ISM

payroll

PIB China

63.891

58.838

60.263

48.668

54.324

52.440

58.11857.103

51.014

54.010

59.513 59.536

55.298

59.147

61.927 62.770

66.204

68.394

65.828

66.685

63.691

62.598

46.000

52.000

58.000

64.000

70.000

04/0

7/20

11

14/0

7/20

11

24/0

7/20

11

03/0

8/20

11

13/0

8/20

11

23/0

8/20

11

02/0

9/20

11

12/0

9/20

11

22/0

9/20

11

02/1

0/20

11

12/1

0/20

11

22/1

0/20

11

01/1

1/20

11

11/1

1/20

11

21/1

1/20

11

01/1

2/20

11

11/1

2/20

11

21/1

2/20

11

31/1

2/20

11

10/0

1/20

12

20/0

1/20

12

30/0

1/20

12

09/0

2/20

12

19/0

2/20

12

29/0

2/20

12

10/0

3/20

12

20/0

3/20

12

30/0

3/20

12

09/0

4/20

12

19/0

4/20

12

índice Bovespa em pontos

aumento da aversão ao risco por conta de

Espanha

PIB da China

Page 12: Conjuntura 20 04_12

12DEPEC

Cen

ário

Ext

erno

Olhando para frente, acreditamos que há espaço para a melhora dos preços dos ativos ao longo do ano, em linha com nosso cenário de retomada gradual da atividade econômica, mas alguns eventos podem adicionar volatilidade no curto prazo. Além dos indicadores econômicos (com atenção especial para os resultados mensais dos orçamentos dos países no centro da crise soberana na Europa), destacamos os eventos políticos, dentre eles: (i) a votação do orçamento do governo central na Espanha, que está em discussão no parlamento e deve ser aprovado até o final do mês; (ii) a votação do orçamento regional

espanhol, que deve ser aprovado em maio ou junho; (iii) a reunião do G20 (em 21-22 de abril), na qual haverá possivelmente alguma decisão sobre contribuição de recursos ao FMI; (iv) as eleições na França em 22 de abril (1°turno) e maio (2° turno); (v) as eleições na Grécia em 6 de maio; (v) a decisão sobre o formato final das reformas do mercado de trabalho na Itália, provavelmente pela segunda quinzena de maio; e, por fim (vi) o referendo irlandês em 31 maio. Dessa maneira, deveremos continuar enfrentando um cenário de incerteza elevada nos próximos meses, com impacto direto sobre os preços de ativos.

Page 13: Conjuntura 20 04_12

13DEPEC

Qua

dro

de P

roje

ções

Mac

roec

onôm

icas

Ext

erna

s

p = (projeção).(*) projeção referente ao ano fiscal.

Fonte: FMIElaboração e estimativas: BRADESCO

Quadro de Projeções - PIB real Mundial e países selecionados 2003-2012

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011p 2012pPaíses Desenvolvidos 1,8 3,0 2,5 2,8 2,5 0,4 -3,3 2,5 1,5 1,1Estados Unidos 2,5 3,6 3,1 2,7 1,9 0,0 -2,6 2,8 1,7 2,2Zona do Euro 0,8 2,2 1,7 3,0 2,8 0,6 -4,1 1,8 1,5 -0,5Alemanha -0,2 0,7 0,9 3,6 2,8 0,7 -4,7 3,5 3,0 0,2França 1,1 2,3 2,0 2,4 2,3 0,1 -2,5 1,5 1,6 0,0Itália 0,0 1,5 0,7 2,0 1,5 -1,3 -5,2 1,3 0,5 -1,2Reino Unido 2,8 3,0 2,2 2,8 2,7 -0,1 -4,9 1,3 0,8 0,5Japão 1,4 2,7 1,9 2,0 2,4 -1,2 -6,3 3,9 -0,9 2,2Países Emergentes 6,0 7,3 6,9 7,7 8,1 5,8 2,1 7,3 6,4 5,7China 10,0 10,1 11,3 12,7 14,2 9,6 9,2 10,3 8,8 8,2Coréia 2,8 4,6 4,0 5,2 5,1 2,3 0,2 6,1 3,5 3,0Rússia 7,3 7,2 6,4 8,2 8,5 5,2 -7,8 4,0 3,0 3,2Índia* 8,5 7,5 9,5 9,7 9,0 6,8 8,4 8,5 7,8 7,8América Latina 2,9 5,7 4,5 5,4 5,9 4,3 -1,9 6,7 4,1 3,6Brasil 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,2 -0,3 7,5 2,7 3,7Argentina 9,0 8,9 9,2 8,5 8,6 6,8 0,8 9,2 8,9 3,0Chile 7,0 6,0 5,5 4,6 4,6 3,7 -1,7 5,3 6,0 3,9Colômbia 3,9 5,3 4,7 6,7 6,9 3,5 1,5 4,3 5,9 4,6México 1,4 4,0 3,2 5,2 3,2 1,5 -6,1 5,5 4,0 2,6Peru 4,0 5,0 6,8 7,7 8,9 9,8 0,9 8,8 6,9 5,3Mundo 3,6 4,9 4,6 5,2 5,4 2,9 -0,5 5,0 3,8 3,3

Page 14: Conjuntura 20 04_12

14DEPEC

Qua

dro

de P

roje

ções

Mac

roec

onôm

icas

Dom

éstic

as

Fonte: Dados oficiais para números efetivosElaboração: BRADESCO

(1): A partir de 2002 com dados calculados de acordo com a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego.Atualizado com dados até 20/abril/2012

Quadro de Projeções Macroeconômicas - Ano base 2003-2012

(*) Projeções.(**) Este número exclui as receitas extraordinárias do processo de capitalização da Petrobras.nd = não disponível.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* 2012*ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%) 1,1 5,7 3,2 4,0 6,1 5,1 -0,3 7,5 2,7 3,4Agropecuária (%) 5,8 2,3 0,3 4,8 4,8 5,7 -3,1 6,3 3,9 1,5Indústria (%) 1,3 7,9 2,1 2,2 5,3 4,4 -5,6 10,4 1,6 2,3Serviços (%) 0,8 5,0 3,7 4,2 6,1 4,8 2,1 5,5 2,7 3,5Consumo Privado (%) -0,8 3,8 4,5 5,2 6,1 7,0 4,4 6,9 4,1 4,5Consumo da Adm. Pública (%) 1,2 4,1 2,3 2,6 5,1 1,6 3,1 4,2 1,9 3,7 Investimento (FBKF) (%) -4,6 9,1 3,6 9,8 13,9 13,4 -6,7 21,3 4,7 5,6 Exportações Bens e Serviços Não Fatores (%) 10,4 15,3 9,3 5,0 6,2 -0,6 -9,1 11,5 4,5 6,5 Importações Bens e Serviços Não Fatores (%) -1,6 13,3 8,5 18,4 19,9 18,0 -7,6 35,8 9,7 6,6PIB (R$) - bilhões (Preços Correntes) 1.700 1.941 2.147 2.369 2.661 3.032 3.239 3.770 4.135 4.491PIB (US$) - bilhões 552,3 663,5 881,8 1.088,9 1.366,3 1.652,8 1.621,7 2.141,9 2.468,7 2.429,4População - milhões 178,7 181,1 183,4 185,6 187,6 189,6 191,5 193,3 194,9 196,5PIB per capita - US$ 3.086 3.654 4.789 5.715 7.281 8.717 8.469 11.084 12.664 12.361Produção Industrial - IBGE (%) 0,1 8,3 3,1 2,8 6,0 3,1 -7,4 10,5 0,3 1,5Taxa de Desemprego Aberto (30 dias) - IBGE (1) 12,3 11,5 9,9 10,0 9,3 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5Vendas no Comércio Varejista - Restrita (%) -3,7 9,2 4,8 6,2 9,7 9,1 5,9 10,9 6,7 8,0IPCA - IBGE (%) 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,2IPC - FIPE (%) 8,2 6,6 4,5 2,5 4,4 6,2 3,7 6,4 5,8 4,7IGP-M - FGV (%) 8,7 12,4 1,2 3,8 7,8 9,8 -1,7 11,3 5,1 4,6IGP-DI - FGV (%) 7,7 12,1 1,2 3,8 7,9 9,1 -1,4 11,3 5,0 4,8Taxa Selic (final de período) % 16,50 17,75 18,00 13,25 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 8,50Taxa Selic nominal (acumulado 12 meses) % 23,33 16,24 19,04 15,08 11,85 12,48 9,92 9,78 11,62 8,95Taxa Selic real / IPCA (acumulado 12 meses) % 12,6 8,0 12,6 11,6 7,1 6,2 5,4 3,7 4,8 3,6Taxa Selic real / IGP-M (acumulado 12 meses) % 13,5 3,4 17,6 10,8 3,8 2,4 11,8 -1,4 6,2 4,2

EXTERNO, CÂMBIO, RISCO E BOLSABalança Comercial (US$ bilhões) 24,8 33,7 44,8 46,5 40,0 24,7 25,3 20,2 29,8 21,2 Exportações (US$ bilhões) 73,1 96,5 118,3 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 268,3 Importações (US$ bilhões) 48,3 62,8 73,5 91,4 120,6 173,2 127,7 181,7 226,2 247,1Corrente de Comércio (% PIB) 24,0 26,4 24,1 21,0 20,6 22,5 17,3 17,9 19,5 21,2Déficit em serviços e rendas (US$ bilhões) 23,5 25,2 34,3 37,1 42,5 57,3 52,9 70,4 -85,2 -85,9Saldo em conta-corrente (US$ bilhões) 4,2 11,7 14,0 13,6 3,6 -28,2 -19,9 -64,7 -52,6 -63,3Saldo em conta-corrente (% PIB) 0,75 1,75 1,57 1,25 0,11 -1,70 -1,55 -2,27 -2,13 -2,47Investimento Direto Estrangeiro (US$ bilhões) 10,1 18,1 15,1 18,8 34,6 45,1 25,9 48,5 66,7 55,0Risco País (EMBI+) final de período 463 382 311 192 221 428 197 189 190 150Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 2,89 2,65 2,34 2,14 1,77 2,34 1,74 1,67 1,88 1,80Taxa de câmbio (média anual) R$ / US$ 3,07 2,93 2,43 2,18 1,95 1,83 2,00 1,76 1,67 1,85Desvalorização nominal ponta (%) -18,38 -8,13 -11,82 -8,66 -17,15 31,94 -25,49 -4,09 12,32 -4,04Desvalorização nominal média (%) 4,78 -4,75 -16,80 -10,56 -10,53 -5,82 8,89 -11,89 -4,85 10,38Reservas internacionais (US$ bilhões) - liquidez 47,1 54,0 62,1 85,8 180,3 206,8 239,1 288,6 352,0 384,8Dívida Externa Total Médio e Longo Prazo (US$ bilhões) 214,9 201,4 168,9 172,5 193,2 198,4 202,3 255,2 261,5 296,4Dívida Externa Líquida / Exportações 2,3 1,5 0,9 0,6 0,1 0,0 -0,2 -0,2 -0,4 -0,3Reservas Internacionais / Importações 1,0 0,9 0,8 0,9 1,5 1,2 1,9 1,6 1,6 1,6Rating Soberano Moody's B2 B1 Ba3 Ba2 Ba1 Ba1 Baa3 Baa3 Baa2 -Rating Soberano S&P B+ BB- BB- BB BB+ BBB- BBB- BBB- BBB -IBOVESPA - Pontos 22.236 26.196 33.456 44.474 63.886 37.550 68.588 69.305 56.754 -Resultado primário do setor público (R$ bilhões) 55,6 72,2 81,3 75,9 88,1 103,6 64,8 69,5 128,7 113,0Resultado primário do setor público (% PIB) 3,3 3,7 3,8 3,2 3,3 3,4 2,0 2,7 3,1 2,5Resultado nominal do setor público - sem câmbio (% PIB) -5,2 -2,9 -3,6 -3,6 -2,8 -2,0 -3,4 -2,5 -2,6 -1,9Dívida Líquida do Setor Público (R$ bilhões) 934 982 1.035 1.113 1.201 1.154 1.345 1.457 1.509 1.647Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) 54,8 50,6 48,4 47,3 45,5 38,5 42,1 39,1 36,4 36,5

Page 15: Conjuntura 20 04_12

15DEPEC

Equi

pe T

écni

ca

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos EconômicosMarcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivoEconomia Internacional: Fabiana D’Atri / Leandro de Oliveira Almeida / Daniela Cunha de Lima /Igor Velecico / Thomas Henrique Schreurs Pires / Matheus Ribeiro Machado Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Bast / Andrea Marcos Angelo / Priscila Pereira DeliberalliAnálise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara NegrãoEstagiários: Mirella P. Amaro Hirakawa / Gabriel Lyrio de Oliveira / Priscila Monteiro Ortega / VRicardo Romano / Ana Beatriz Ract Pousada / Thiago Chaves-Scarelli

Equipe Técnica

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).