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Como eu faço: Prevenindo e
tratando UPP
Vanusa Belcamino Lemos
Vanusa Belcamino Lemos – Enfª ET
Especialização em Enfermagem em Estomaterapia – Unisinos 2011
Coordenadora do Grupo de Pele do Hospital Unimed Caxias do Sul
Enfermeira Responsável Técnica pela Central de Curativos Unimed e pelo Programa de Assistência a Pacientes Estomizados e Incontinentes da Unimed Nordeste
Gramado, Novembro de 2015
Introdução
• A presença de uma lesão de pele crônica interfere
negativamente na qualidade de vida do cliente e família,
gera desgaste físico, emocional, predispõe a infecção,
torna-se um problema social e honera o sistema de
saúde, seja ele público ou privado1.
• Classificar o risco de desenvolver um UPP é primordial
para a implementação de medidas preventivas
adequadas assim como a terapêutica 2
1. Borges EL, Novais CA. Tratamento de Úlcera Venosa com Solução de Polihexametileno Biguanida e Betaína e Cobertura de Espuma com
Prata. Rev. Estima. 2010 [acesso em 2013 ago 10] v.8, n.2, p.28-37.
2. Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, estomias e dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2.ed. São Paulo: Martinari, 2011.
Entre competências clínicas para a
atividade do enfermeiro estomaterapeuta
está o uso de instrumentos que possibilitem
a obtenção de subsídios para a
implementação da sistematização da
assistência de enfermagem³
3. Associação Brasileira de Estomaterapia. Competências do Enfermeiro Estomaterapeuta. 2013 [acesso em 2013 ago 10]
Disponível em
http://www.sobest.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28&Itemid=87
Material e Método • Estudo de caso. Cliente com Úlcera por pressão
(UPP), em acompanhamento pelo Serviço de Assistência Domiciliar privado da cidade de Caxias do Sul, há 9 meses.
• Iniciou atendimento especializado, por estomaterapeuta há 2 meses e 17 dias, tendo-se até o momento resultados parciais de melhora progressiva da lesão.
• Os dados foram coletados durante a realização das visitas domiciliares, registros do prontuário eletrônico e documentação fotográfica
• Foi solicitado o termo de consentimento livre e esclarecido, precedido de explicação, conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
• A evolução da área lesada foi acompanhada pela sua mensuração, obtendo-se as medidas através da multiplicação do eixo transversal e longitudinal, em seu maior eixo, realizado o cálculo da perda tecidual aproximada em cm²
• A variável analisada foi a área lesada,
considerando o aumento ou redução
da mesma no decorrer do período em
avaliação em cm² e posteriormente em
porcentagem.
• Cliente D.J.C., 71anos, masculino,
paraplegia hà 16 anos por trauma
raquimedular, múltiplos
desbridamentos em UPP,
colostomia protetora, cistostomia,
anemia.
• Apresenta UPP sacra, estágio IV,
extensa, tecido irregular,
granulado na maior parte, porém
com pontos de esfacelo, bordas
enroladas e descoladas, com área
de comprometida de 540 cm². Extensão : 27 x 20 x 3 cm
Fonte: Arquivo pessoal
Resultados
• Após avaliação a UPP
sacra foi tratada 15 dias
com hidrogel, curativo 2
vezes ao dia, inserido dieta
enteral e suplemento.
• Do 15º dia ao 30º dia com
Ácidos Graxos Essenciais
(AGE). Do 30º dia ao 54º
associação do AGE com
Tela de Silicone
Resultados
Fonte: Arquivo pessoal
Resultados
• UPP trocânter direito, estágio
IV, pontos isquêmicos,
exsudato abundante, área
comprometida de 161,5 cm².
• UPP trocânter direito tratada
com fibra de alginato de
Cálcio e Sódio, freqüência de
1x/dia pela alta exsudação
Extensão : 19 x 8,5 x 6cm
• UPP trocânter E, grau III,
descolamento, regiões com
necrose de liquefação em
bordas internas, odor fétido,
exsudato purulento abundante,
área comprometida de 30cm².
• UPP trocânter esquerdo tratada
com hidrofibra de prata,
freqüência de 1x/dia, também
devido a saturação e posterior
troca para fibra de alginato.
Extensão: 6 x 5 cm x 6
Resultados
• Após avaliação do paciente foi realizada
readequação das tecnologias para tratamento das
lesões, assim como da dieta. Com isto obteve-se os
seguintes resultados parciais após 77 dias de
tratamento:
• UPP sacra redução de 168,7cm² (31,1%);
• UPP trocânter direito redução de 39cm² (24%);
• UPP trocânter esquerdo redução de 5,2cm² (17,5%).
Resultados
Fonte: Arquivo pessoal
• UPP sacra redução de
168,7cm² (31,1%);
Resultados
• UPP trocânter direito
redução de 39cm²
(24%)
Fonte: Arquivo pessoal
RESULTADOS
• UPP trocânter esquerdo
redução de 5,2cm² (17,5%).
Fonte: Arquivo pessoal
Discussão • O tecido de granulação desenvolve-se quando há
baixos níveis de bactérias na lesão³ por isso observa-se que a lesão tratada com hidrofibra de prata, permitiu o crescimento do tecido e retirou o odor, realizou desbridamento autolítico.
• UPP sacra apresenta bordas enroladas o que inibe o contato direto com o leito da ferida fazendo cessar a reepitelização e migração dos queratinócitos, impedindo a contração dos bordos em sentido centrípeto pois, os queratinócitos migram a partir de bordas livres³.
3. Glenn L. Irion: Feridas: Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012
• As células migram por meio da epibolia ou seja, as células epiteliais se proliferam e migram a partir das bordas das feridas³, por isso foi utilizado a tela de silicone onde observa-se a melhora das bordas enroladas, surgiram áreas de epitelização, formação do tecido de granulação organizado.
• O AGE é precusor de várias substâncias que vão interferir na formação de fatores de crescimento, sendo assim envolvidos no processo de divisão celular, promove resposta inflamatória e neoformação de tecido conectivo4
3. Glenn L. Irion: Feridas: Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
4. Prazeres. SJ, Organizadora. Tratamento de Feridas: teoria e prática. Porto Alegre: Moriá Editora, 2009.
Conclusão
• Houve melhora significativa de todas as lesões.
• Sabe-se que as células migram e se proliferam por
epibolia4, desta forma observou-se a melhora das bordas
enroladas com a utilização da tela de silicone e formação
do tecido de granulação organizado.
• O tratamento especializado consegue tratar o paciente em
sua integralidade e dirigir o tratamento adequando-o as
necessidades do paciente. 4. Glenn L. Irion: Feridas: Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2012
• Os resultados encontrados foram relevantes para prática
clínica, pois comprovou que quando há o
acompanhamento por parte do enfermeiro
estomaterapeuta, a condução para a melhora das lesões
são efetivas.
• A avaliação e a prescrição para o tratamento de pessoas
com feridas somente terá efetividade quando adequados
ao período de cicatrização em que se encontra a ferida,
bem como com a perfeita prescrição de tecnologias
adequadas a estes5.
• Ter o olhar holístico deste paciente é fundamental para
sua recuperação. 5. Prazeres. SJ, Organizadora. Tratamento de Feridas: teoria e prática. Porto Alegre: Moriá Editora, 2009.
Referências bibliográficas • 1. Borges EL, Novais CA. Tratamento de Úlcera Venosa com Solução de
Polihexametileno Biguanida e Betaína e Cobertura de Espuma com Prata. Rev. Estima. 2010 [acesso em 2013 ago 10] v.8, n.2, p.28-37. Disponível em
• http://www.revistaestima.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25:estudo-de-caso&catid=15:edicao-82&Itemid=86
• 2. Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, estomias e dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2.ed. São Paulo: Martinari, 2011.
• 3. Associação Brasileira de Estomaterapia. Competências do Enfermeiro Estomaterapeuta. 2013 [acesso em 2013 ago 10] Disponível em http://www.sobest.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28&Itemid=87
• 4. Glenn L. Irion: Feridas: Novas abordagens, manejo clínico e atlas em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
• 5. Prazeres. SJ, Organizadora. Tratamento de Feridas: teoria e prática. Porto Alegre: Moriá Editora, 2009.
“ A Enfermagem é uma arte e para realizá-la como arte,
requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso,
quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é
tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar
do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das
artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes”.
Florence Nightingale