CIVIL E PROCESSO CIVIL. COBRANÇA. DÍVIDA QUITADA. CARTA DE COBRANÇA. AMEAÇAS. HUMILHAÇÃO E CONSTRANGIMENTO. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. JUROS. EVENTO DANOSO. 1.AO RECEBER O PAGAMENTO, MESMO COM ATRASO, É DEVER DO BANCO EFETUAR A COMUNICAÇÃO AO ESCRITÓRIO DE COBRANÇA. 2.TENDO RESTADO COMPROVADA A COBRANÇA INDEVIDA, DANDO ENSEJO A MORAIS PARA A AUTORA, PATENTE É O DEVER DE INDENIZAR. O ESCRITÓRIO DE COBRANÇA NÃO PODE, PARA CONSEGUIR O SEU INTENTO, SUBMETER A CONSUMIDORA A AMEAÇAS E CONSTRANGIMENTOS ILEGAIS, AINDA QUE PERSISTISSE A DÍVIDA. A COBRANÇA DEVE SER EFETUADA COM RESPEITO E URBANIDADE. 3.PARA O CÁLCULO DO DANO MORAL, HÁ DE SE LEVAR EM CONTA, ENTRE OUTROS, A GRAVIDADE DO DANO, OS INCÔMODOS E OS CONSTRANGIMENTOS EXPERIMENTADOS PELO CONSUMIDOR, A REPERCUSSÃO EM SEU MEIO SOCIAL, EM SEU TRABALHO E, AINDA, O VALOR DA DÍVIDA. SOPESADOS ESSES ELEMENTOS, HÁ QUE ESTAR ATENTO, O JULGADOR, AINDA, PARA O FATO DE NÃO TRANSFORMAR A DOR MORAL SOFRIDA EM INSTRUMENTO DE CAPTAÇÃO DE VANTAGEM. AÍ, SIM, E UMA VEZ SATISFEITAS TODAS ESSAS CONDIÇÕES, A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL TERÁ ATINGIDO SUA FINALIDADE. 4.EM SE TRATANDO DE DANOS MORAIS, O TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA SE DÁ A PARTIR DA FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO, OU SEJA, NO PRESENTE CASO, A PARTIR DA PROLAÇÃO DA SENTENÇA. PORÉM, OS JUROS DE MORA DEVEM INCIDIR A PARTIR DO EVENTO DANOSO, EM CASO DE RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, CONFORME SÚMULA 54/STJ. 5.RECURSO DA RÉ IMPROVIDO. RECURSO DA AUTORA PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJ-DF - APC: 20040110812499 DF , Relator: ARNOLDO CAMANHO DE ASSIS, Data de Julgamento: 26/09/2007, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 08/11/2007 Pág. : 101)