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1 1 CAO – Crim Boletim Criminal Comentado n°124, 2/2021 (semana nº 2) Procurador-Geral de Justiça Mário Luiz Sarrubbo Secretário Especial de Políticas Criminais Arthur Pinto Lemos Junior Assessores Fernanda Narezi P. Rosa Ricardo José G. de Almeida Silvares Rogério Sanches Cunha Valéria Scarance Paulo José de Palma (descentralizado) Artigo 28 e Conflito de Atribuições Marcelo Sorrentino Neira Fernando Célio Brito Nogueira Analistas Jurídicos Ana Karenina Saura Rodrigues Victor Gabriel Tosetto

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    CAO – Crim Boletim Criminal Comentado n°124, 2/2021

    (semana nº 2)

    Procurador-Geral de Justiça

    Mário Luiz Sarrubbo

    Secretário Especial de Políticas Criminais

    Arthur Pinto Lemos Junior

    Assessores

    Fernanda Narezi P. Rosa

    Ricardo José G. de Almeida Silvares

    Rogério Sanches Cunha

    Valéria Scarance

    Paulo José de Palma (descentralizado)

    Artigo 28 e Conflito de Atribuições

    Marcelo Sorrentino Neira

    Fernando Célio Brito Nogueira

    Analistas Jurídicos

    Ana Karenina Saura Rodrigues

    Victor Gabriel Tosetto

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

    2021 -

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    SUMÁRIO

    ESTUDOS DO CAOCRIM.........................................................................................................................3

    1-Tema: ANPP e audiência de homologação. (In)dispensabilidade da presença do MP......................3

    STF/STJ: decisões de interesse institucional COMENTADAS PELO CAOCRIM.......................................4

    DIREITO PROCESSUAL PENAL:...............................................................................................................4

    1-Tema: Violência doméstica e familiar. Valor do depoimento da vítima. Evolução da

    jurisprudência.......................................................................................................................................4

    DIREITO PENAL:...................................................................................................................................10

    1-Tema: Terceira Seção revisa tese e define que não pagamento de multa impede reconhecimento

    de extinção de punibilidade ...............................................................................................................10

    2- Tema: Terceira Seção vai fixar tese sobre uso de condenações passadas no cálculo da

    pena....................................................................................................................................................12

    MP/SP: decisões do setor art. 28 do CPP............................................................................................14

    1-Tema: Recusa ministerial quanto ao aditamento de denúncia – manutenção...............................14

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    ESTUDOS DO CAOCRIM

    1-Tema: ANPP e audiência de homologação. (In)dispensabilidade da presença do MP.

    O ANPP será formalizado nos autos do procedimento investigatório conduzido pelo Ministério

    Público (PIC) ou do inquérito policial (IP), devendo conter a qualificação completa do investigado,

    bem como as suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cumprimento.

    O ajuste deve ser firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e seu defensor.

    O art. 28-A prevê verdadeira solenidade para julgamento do ANPP. O juiz marca audiência para

    verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença de seu defensor, bem

    como sua legalidade.

    A “ratio legis” fica bem clara. Confere-se ao juiz, com a oitiva do investigado (compromissário) e de

    seu defensor, a salutar possibilidade de avaliar se o acordo foi ou não forçado, contra a vontade do

    investigado. Daí porque, na audiência a que se refere o dispositivo, não haver previsão quanto à

    presença do proponente do acordo (Ministério Público), mas somente do indigitado e seu defensor.

    Nesse sentido o Enunciado no 26 da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo editado

    em conjunto com a colenda Corregedoria Geral do Ministério Público (PGJ/CG), no tocante à Lei no

    13.964/2019:

    “Não é obrigatória a participação do membro do Ministério Público na audiência de homologação

    do acordo de não persecução penal prevista no § 4o do art. 28-A do CPP”.

    Alguns juízes, contudo, condicionavam a realização da referida audiência à presença do órgão de

    execução do Ministério Público. Trata-se de evidente erro “in procedendo”, reparável pela via da

    correição parcial.

    Compartilhamos, neste estudo, importante precedente do TJ/SP, deferindo liminar em sede de

    correição parcial subscrita pelo colega Leonardo D’Angelo Vargas Pereira.

    Clique aqui para ter acesso.

    http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Criminal/Criminal_Juri_Jecrim/justicapenalnegociada/Correic%CC%A7a%CC%83o%20Parcial%20audie%CC%82ncia%20DIPO%20ANPP.docx

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    STF/STJ: decisões de interesse institucional COMENTADAS PELO CAOCRIM

    DIREITO PROCESSUAL PENAL:

    1-Tema: Violência doméstica e familiar. Valor do depoimento da vítima. Evolução da

    jurisprudência.

    No julgado abaixo, encaminhado ao CAO-CRIM pelo promotor de Justiça Rogério Zagallo, o STJ

    decidiu que o depoimento da vítima na fase inquisitiva, somado à prova pericial submetida à

    contraditório postergado, se mostram suficientes para fundamentar a condenação.

    STJ- AgRg no HABEAS CORPUS Nº 558613 - RJ (2020/0016617-0)

    EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.

    IMPOSSIBILIDADE. CONDENAÇÃO COM BASE EM PROVA EXCLUSIVAMENTE INQUISITORIAL.

    INOCORRÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. LESÃO CORPORAL. DEPOIMENTO EM FASE POLICIAL.

    EXAME DE CORPO DE DELITO. VÍTIMA QUE REATOU RELACIONAMENTO COM AGRESSOR E

    PERMANECEU EM SILÊNCIO NA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. ACERVO PROBATÓRIO SUFICIENTE.

    AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. VOLUNTARIEDADE RECURSAL. EMBARGOS

    INFRINGENTES NÃO INTERPOSTOS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência desta

    Corte Superior é firme no sentido de que a divergência a respeito da estratégia defensiva entre o

    novo advogado e seu predecessor na causa não inquina de nulidade a ação penal, ainda que se

    trate de hipótese de não interposição de recurso, em razão do princípio da voluntariedade recursal.

    2. A época da audiência de instrução, a vítima não quis dar sua versão dos fatos, pois já havia

    reatado o relacionamento com o acusado/paciente. Tratando-se de violência doméstica e familiar,

    é comum que não haja testemunhas do fato. Dentro desse cenário, o depoimento da vítima na fase

    inquisitiva e a prova pericial submetida à contraditório postergado se mostram suficientes para

    fundamentar a condenação. 3. Agravo Regimental desprovido.

    Como se percebe do julgado acima, o entendimento dos nossos tribunais acerca do valor da palavra

    da vítima nos casos de violência doméstica e familiar está em franca evolução, justamente em

    razão das características particulares desse tipo de violência, que impedem ou dificultam que a

    mulher em situação de violência consiga romper com o ciclo da violência.

    Vamos demonstrar essa evolução e subsidiar o promotor e o procurador de Justiça com decisões

    que confirmam a tese 13 do STJ publicada na série enunciados da Corte sobre a Lei Maria da Penha:

    “Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem especial

    relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação, pois normalmente

    são cometidos sem testemunhas”.

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    2021 -

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    Vejamos.

    HC 318976/RS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO

    TJ/PE), QUINTA TURMA, Julgado em 06/08/2015, DJE 18/08/2015

    RHC 051145/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Julgado em 11/11/2014, DJE 01/12/2014

    AgRg no AREsp 423707/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Julgado em 07/10/2014, DJE 21/10/2014

    HC 263690/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, Julgado em 17/10/2013, DJE

    24/10/2013

    AgRg no AREsp 213796/DF, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO

    TJ/PR), QUINTA TURMA, Julgado em 19/02/2013, DJE 22/02/2013

    HC 151204/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE),

    QUINTA TURMA, Julgado em 23/10/2012, DJE 26/10/2012

    HC 179364/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, Julgado em 07/08/2012,

    DJE 16/08/2012

    Decisões Monocráticas sobre a tese

    AREsp 547181/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Julgado em 25/05/2015,Publicado em

    03/06/2015

    AREsp 574212/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, Julgado em 25/11/2014,Publicado

    em 28/11/2014

    AREsp 329687/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Julgado em 05/06/2013,Publicado

    em 12/06/2013

    Importante, ainda, destacar ementas sobre o tema, todas retiradas de julgados do STJ:

    [...] CRIME DE AMEAÇA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. ESPECIAL RELEVÂNCIA À PALAVRA DA VÍTIMA

    COMO FUNDAMENTO PARA A CONDENAÇÃO. [...] 3. A palavra da vítima tem especial relevância

    para fundamentar a condenação pelo crime de ameaça, mormente porque se trata de violência

    doméstica ou familiar. [...]. STJ, AgRg no AREsp 423707/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em

    07/10/2014. – Grifou-se.

    RECURSO EM HABEAS CORPUS. LEI MARIA DA PENHA. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA.

    FUNDAMENTAÇÃO. PALAVRA DA VÍTIMA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Em se tratando de

    casos de violência doméstica em âmbito familiar contra a mulher, a palavra da vítima ganha

    http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clas.+e+@num=%27318976%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27318976%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RHC%27.clas.+e+@num=%27051145%27)+ou+(%27RHC%27+adj+%27051145%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGARESP%27.clas.+e+@num=%27423707%27)+ou+(%27AGRG%20NO%20ARESP%27+adj+%27423707%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clas.+e+@num=%27263690%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27263690%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGARESP%27.clas.+e+@num=%27213796%27)+ou+(%27AGRG%20NO%20ARESP%27+adj+%27213796%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clas.+e+@num=%27151204%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27151204%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clas.+e+@num=%27179364%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27179364%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.stj.jus.br/SCON/decisoes/toc.jsp?i=1&b=DTXT&livre=(ARESP+e+547181).nome.http://www.stj.jus.br/SCON/decisoes/toc.jsp?i=1&b=DTXT&livre=(ARESP+e+574212).nome.http://www.stj.jus.br/SCON/decisoes/toc.jsp?i=1&b=DTXT&livre=(ARESP+e+329687).nome.

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    especial relevo para o deferimento de medida protetiva de urgência, porquanto tais delitos são

    praticados, em regra, na esfera da convivência íntima e em situação de vulnerabilidade, sem que

    sejam presenciados por outras pessoas. [...] 3. Estando em conflito, de um lado, a preservação da

    integridade física da vítima e, de outro, a liberdade irrestrita do suposto ofensor, atende aos

    mandamentos da proporcionalidade e razoabilidade a decisão que restringe moderadamente o

    direito de ir e vir do último. STJ, RHC 34035/AL, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 05/11/2013. –

    Grifou-se.

    AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR.

    PALAVRA DA VÍTIMA. ASSUNÇÃO DE ESPECIAL IMPORTÂNCIA. [...] 1. O recurso encontra-se

    fundamentado na negativa de vigência aos artigos 41 e 395, inciso III, do CPP, sob o argumento da

    falta de justa causa para a ação penal que investiga o crime de ameaça ocorrido no âmbito familiar,

    tendo em vista que a simples palavra da vítima, sem os demais meios probatórios, não configura

    indício suficiente de autoria e materialidade a autorizar o recebimento da ação penal. 2. No que

    tange aos crimes de violência doméstica e familiar, entende esta Corte que a palavra da vítima

    assume especial importância, pois normalmente são cometidos sem testemunhas. STJ, AgRg no

    AREsp 213796/DF, Rel. Campos Marques (Desembargador Convocado do TJPR), j. em 19/02/2013.

    São vários os julgados de tribunais de justiça que caminham no mesmo sentido, isto é, de que a

    palavra da vítima deve ter uma valoração diferenciada. Confira-se:

    - Em crimes que envolvem violência doméstica, a palavra da vítima merece especial valor,

    sobretudo quando em sintonia com as provas produzidas. TJDF, Acórdão 900407. No mesmo

    sentido são as seguintes decisões do TJDF: Acórdão 900830, Unânime, Rel. Souza e Avila, 2ª Turma

    Criminal, j. em 15/10/2015; Acórdão 899048, Unânime, Rel. Cesar Laboissiere Loyola, 2ª Turma

    Criminal, j. em 08/10/2015; Acórdão 896485, Unânime, Relator: Esdras Neves, 1ª Turma Criminal, j.

    em 24/09/2015; Acórdão 877453, Unânime, Relator: SILVA LEMOS, 1ª Turma Criminal, j. em

    12/06/2015. Acórdão n. 918750, 20140110021780APR, Relator: Silvânio Barbosa dos Santos, 2ª

    Turma Criminal, j. em 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: 197; Acórdão n. 912096,

    20130210048999APR, Relator: Roberval Casemiro Belinati, 2ª Turma Criminal, j. em 10/12/2015,

    Publicado no DJE: 18/12/2015. Pág.: 105; Acórdão n. 908335, 20140610007924APR, Relator:

    Jesuino Rissato, 3ª Turma Criminal, j. em 26/11/2015, Publicado no DJE: 01/12/2015.

    - A decisão está baseada na palavra da vítima, que possui especial relevo e credibilidade nos delitos

    de violência doméstica, que são praticados, em regra, na esfera da convivência íntima e em

    situação de vulnerabilidade, sem que sejam presenciados por outras pessoas. TJDF - PET:

    20150020205129, Rel. Esdras Neves, j. em 24/09/2015, 1ª Turma Criminal, Publicado no DJE :

    01/10/2015.

    http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=900407http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=900830http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=899048http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=896485http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=877453http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=918750http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=912096http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=908335

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    - Inviável a tese de absolvição por insuficiência de provas quando as declarações da ofendida são

    coerentes, ratificadas em Juízo sob o crivo do contraditório, e corroboradas por outras provas

    acostadas aos autos. O crime de ameaça é formal, qual seja, a consumação independe do resultado

    naturalístico – a intimidação da ofendida. [...] É cediço que a palavra da vítima, no tocante aos

    crimes que envolvem relações domésticas, reveste-se de especial credibilidade, pois são cometidos

    na maioria das vezes sem a presença de testemunhas oculares. TJDF, Acórdão 915110,

    20140410058204APR, Rel. Humberto Adjuto Ulhôa, 3ª Turma Criminal, j. em 21/01/2016.

    - NOS CRIMES OCORRIDOS NO ÂMBITO FAMILIAR, A PALAVRA DA VÍTIMA TEM MAIOR RELEVANCIA,

    UMA VEZ QUE, TAL DELITO TENDE A OCORRER SEM TESTEMUNHAS. [...] o acervo probatório se

    mostrou suficiente em demonstrar que a conduta do apelante foi tida como típica, em especial a

    palavra da vítima, que, em crimes decorridos no âmbito familiar, ganha certo relevo probatório,

    uma vez que, tais delitos não são praticados na presença de terceiros, configurando como um meio

    probante mais concreto à elucidação dos fatos, ainda mais quando se apresenta com precisão de

    detalhes, como no presente caso, sendo impossível, portanto, a absolvição pretendida pela defesa.

    TJPA, APL 201430196960, Data de publicação: 14/11/2014.

    - A Lei n. 11.340/06, intitulada 'Lei Maria da Penha', tem como objetivo coibir a violência doméstica

    e familiar, que na maioria das vezes ocorre às escuras, dentro do próprio ambiente domiciliar,

    ausente de testemunhas presenciais. Assim, nos delitos tipificados na nova lei, de suma

    importância é a palavra da vítima para o melhor elucidar dos fatos, de modo que comprovadas a

    materialidade e a autoria do delito de violência doméstica, impossível a absolvição TJSC, AC

    2009.024627-0, 3ª Câmara Criminal, Rel. Des. Moacyr de Moraes Lima Filho, j. 13/10/2009.

    - PRETENDIDA A ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS - PALAVRA DA VÍTIMA QUE TEM ESPECIAL

    RELEVÂNCIA, CORROBORADA PELA PROVA TESTEMUNHAL - DEMONSTRAÇÃO DE QUE A CONDUTA

    IMPÕE MEDO NA VÍTIMA. TJSC, Rel. Getúlio Corrêa, j. em 17/11/2014.

    - Em casos de violência contra a mulher - seja ela física ou psíquica -, a palavra da vítima é de

    fundamental importância para a devida elucidação dos fatos, constituindo elemento hábil a

    fundamentar um veredicto condenatório, quando firme e coerente, máxime quando corroborada

    pelos demais elementos de prova encontrados nos autos. TJSC, ACrim 2013.029436-0, Des. Paulo

    Roberto Sartorato, j. 20.08.2013.

    - Nos crimes de violência doméstica, a palavra da vítima tem especial relevância probatória, quando

    em consonância com as demais provas existentes nos autos. TJMG, APR 10073120027658001/MG,

    Câmaras Criminais / 7ª CÂMARA CRIMINAL, Relator: Sálvio Chaves, j. em 09/10/2014.

    - Em crimes cometidos no âmbito doméstico, a palavra da vítima é de extrema relevância, na

    medida em que, via de regra, as agressões ocorrem na clandestinidade, ou seja, no próprio

    http://tj-pa.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/169515044/apelacao-apl-201430196960-pa

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    ambiente familiar e sem a presença de testemunhas. TJMG, HC 10000130835242000/MG, Câmaras

    Criminais / 5ª CÂMARA CRIMINAL, Rel. Júlio César Lorens, j. em 03/12/2013.

    - O conjunto probatório mostra-se idôneo e firme no sentido de esclarecer a materialidade e a

    autoria, não se havendo falar em absolvição por insuficiência de provas. São estes os fundamentos

    pelos quais, com o parecer, nego provimento ao recurso. TJMS, Processo 0061291-

    71.2012.8.12.0001.

    - A PALAVRA DA VÍTIMA TEM ESPECIAL RELEVÂNCIA EM CRIMES COMETIDOS COM VIOLÊNCIA

    DOMÉSTICA. NÃO HAVENDO ELEMENTOS NOS AUTOS QUE A CONTRARIE, NÃO HÁ POR QUE

    DESACREDITÁ-LA, SOBREMANEIRA QUANDO AMPARADA POR OUTROS ELEMENTOS DE

    CONVICÇÃO. TJRS, Apelação Criminal 70052745643, Primeira Câmara Criminal, Rel. Des. Julio Cesar

    Finger, j. em 10/04/2013.

    - Em crimes decorrentes de violência doméstica, a palavra da vítima é de suma relevância,

    principalmente quando vem acompanhada de prova da materialidade do delito. Caso em que o réu

    não trouxe aos autos nenhum elemento de prova capaz de desfazer a versão trazida na peça

    acusatória. TJRS, AC 70052937026, Segunda Câmara Criminal, Relator: José Ricardo Coutinho Silva,

    j. em 17/09/2015.

    - Em crimes de violência doméstica, diante da divergência das versões apresentadas pelo acusado e

    pela vítima, prepondera esta, por tratar de crimes praticados, em geral, sem a presença de

    testemunhas, pois no ambiente doméstico. TJRS, Rel. Catarina Rita Krieger Martins, j. em

    01/03/2012, Terceira Câmara Criminal.

    - Em crimes de violência doméstica, que via de regra são perpetrados no ambiente residencial, sem

    outras testemunhas, a palavra firme e convicta da vítima assume especial relevância, ainda mais

    que essa tem como único interesse apontar o verdadeiro culpado pela infração e não incriminar

    gratuitamente alguém. Ademais, as lesões se encontram devidamente comprovadas pela prova

    técnica. TJRS, Apelação Crime 70043429604, Primeira Câmara Criminal, Rel. Manuel José Martinez

    Lucas, Julgado em 19/10/2011.

    - Nos crimes de violência doméstica, os quais, geralmente, ocorrem à distância de testemunhas, a

    palavra da ofendida assume especial relevo, consistindo em prova suficiente para a condenação.

    TJRS, Apelação Crime 70042446518, Quarta Câmara Criminal, Rel. Gaspar Marques Batista, j. em

    29/06/2011.

    - A palavra da vítima, nos crimes cometidos no âmbito da violência doméstica, quando firme e

    coerente, é prova suficiente para justificar sentença condenatória. Especialmente quando

    corroborada por outros elementos de provas colhidos na instrução, como no caso destes autos. 2.

    Inexistindo prova judicial capaz de invalidar a versão firme e coerente apresentada pela vítima, que

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    foi corroborada com depoimentos testemunhais, não há que se falar em absolvição do apelante.

    TJPI, ACR 201100010060882 PI, Rel. Des. Joaquim Dias de Santana Filho, j. em 10/04/2012, 2ª.

    Câmara Especializada Criminal.

    - Lesão corporal. Violência doméstica. Palavra da vítima. Relevância, devido à natureza da

    infração, praticada, quase sempre, na clandestinidade Prova suficiente a autorizar a condenação.

    TJPR, 8259970, Rel. Campos Marques, j. em 08/03/2012, 1ª Câmara Criminal.

    - Tratando-se de crime envolvendo violência doméstica e familiar, assume especial relevo a palavra

    da ofendida, em razão de tais infrações serem comumente praticadas na esfera da convivência

    íntima e em situação de vulnerabilidade, sem que sejam presenciadas por outras pessoas,

    mormente se confortada por outros elementos de provas. TJRJ, APL 00270792920128190001/RJ,

    Rel. Des. Joaquim Domingos de Almeida Neto, j. em 10/12/2015.

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    DIREITO PENAL:

    1-Tema: Terceira Seção revisa tese e define que não pagamento de multa impede

    reconhecimento de extinção de punibilidade

    STJ- PUBLICADO EM NOTÍCIAS DO STJ

    Em sessão virtual, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afetou e revisou a tese

    do Tema 931 dos recursos repetitivos, para definir um novo entendimento sobre a possibilidade de

    extinção de punibilidade pelo cumprimento de pena sem pagamento de multa.

    A tese fixada pelos ministros é a seguinte: "Na hipótese de condenação concomitante a pena

    privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da sanção pecuniária obsta o reconhecimento da

    extinção da punibilidade".

    Para o julgamento, foram afetados e julgados na sessão virtual os Recursos Especiais 1.785.861 e

    1.785.383, sob relatoria do ministro Rogerio Schietti Cruz. Ele destacou que o colegiado tinha

    entendimento no sentido oposto, de que o não pagamento da multa não impedia o

    reconhecimento da extinção da punibilidade.

    Entendimento modificado

    Entretanto, destacou Schietti, o Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ADI 3.150,

    adotou o entendimento de que a alteração legislativa sofrida pelo artigo 51 do Código Penal com a

    edição da Lei 13.964/2019 – Pacote Anticrime – não retirou da multa o seu caráter de pena, de

    sanção criminal. Dessa forma, tornou-se necessária a revisão do tema por parte do STJ.

    "A nova redação do artigo 51 do Código Penal trata da pena de multa como dívida de valor já a

    partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, em momento, inclusive,

    anterior ao próprio cumprimento da pena privativa de liberdade ou da restritiva de direitos",

    observou Schietti.

    Para evitar decisões contraditórias nas instâncias ordinárias e também no STJ, o colegiado acolheu

    a proposta de revisão de tese e definiu que, na hipótese de condenação concomitante a pena

    privativa de liberdade e multa, o inadimplemento da sanção pecuniária impede o reconhecimento

    da extinção da punibilidade, seguindo o posicionamento do STF.

    Recursos repetitivos

    O Código de Processo Civil de 2015 regula, no artigo 1.036 e seguintes, o julgamento por

    amostragem, mediante a seleção de recursos especiais que tenham controvérsias idênticas. Ao

    http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=931&cod_tema_final=931https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2204004http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm#art51http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1036

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    afetar um processo, ou seja, encaminhá-lo para julgamento sob o rito dos repetitivos, os ministros

    facilitam a solução de demandas que se repetem nos tribunais brasileiros.

    No site do STJ, é possível acessar todos os temas afetados, bem como saber a abrangência das

    decisões de sobrestamento e as teses jurídicas firmadas nos julgamentos, entre outras

    informações.

    Leia o acórdão do REsp 1.785.861.

    Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1785861REsp 1785383

    COMENTÁRIOS DO CAOCRIM

    A 3.ª Seção do STJ muda o entendimento e reconhece que o não pagamento da pena de multa

    impede o reconhecimento da extinção da punibilidade do réu que já terminou de cumprir a pena

    privativa de liberdade.

    Essa revisão já era esperada. No ano de 2018, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu que, em

    virtude da natureza de sanção penal – não alterada pela Lei 9.268/96 –, a pena de multa deve ser

    executada pelo Ministério Público no próprio juízo da execução penal.

    O tribunal apreciou conjuntamente a ADI 3150 e uma questão de ordem na Ação Penal 470. A ação

    direta de inconstitucionalidade havia sido ajuizada pelo Procurador-Geral da República para que o

    tribunal conferisse interpretação conforme ao art. 51 do Código Penal e estabelecesse a

    legitimidade do Ministério Público e a competência da Vara de Execuções Penais para a execução

    da pena de multa.

    Já na questão de ordem questionava-se decisão do ministro Barroso, que havia estabelecido, com

    base no art. 164 da LEP, a legitimidade do Ministério Público para executar multa imposta na AP

    470, mas a União sustentava que a Lei 9.268/96 havia revogado tacitamente o disposto na Lei de

    Execução Penal, razão por que caberia à Procuradoria da Fazenda Nacional executar a sanção

    imposta naquela condenação.

    Segundo o ministro Barroso – que foi acompanhado pela maioria –, a alteração promovida pela Lei

    9.268/96 não alterou a natureza da pena de multa, que continuou a ser uma espécie de sanção

    penal, tanto que na própria AP 470 o STF impôs o pagamento da multa como condição para a

    progressão de regime. O art. 164 da LEP, portanto, continua em vigor e é claro ao estabelecer a

    legitimidade do Ministério Público, a quem cabe a fiscalização da execução penal.

    Para adequar o texto legal à referida decisão do STF, a Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) alterou a

    redação do art. 51 do CP, que passou a prever expressamente a competência do juízo da execução

    http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1825622https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1996112&num_registro=201803290297&data=20201202&formato=PDFhttps://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&termo=REsp%201785861https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&termo=REsp%201785383

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    penal, no qual, evidentemente, deve atuar o Ministério Público. Aboliu-se, também, a legitimidade

    subsidiária da procuradoria da Fazenda Pública.

    Fincada a sua natureza, a multa é sanção penal e, como tal, não permite a extinção da execução

    enquanto não for cumprida ou alcançada pela prescrição.

    2- Tema: Terceira Seção vai fixar tese sobre uso de condenações passadas no cálculo da pena

    STJ- PUBLICADO EM NOTÍCIAS DO STJ

    A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) submeteu, para julgamento sob o rito dos

    repetitivos, um recurso especial em que se discute o uso de condenações anteriores na dosimetria

    da pena. A tese proposta é a seguinte: "Condenações criminais transitadas em julgado, não

    utilizadas para caracterizar a reincidência, somente podem ser valoradas, na primeira fase da

    dosimetria, a título de antecedentes criminais, não se admitindo sua utilização também para

    desvalorar a personalidade ou a conduta social do agente".

    A relatora do recurso, ministra Laurita Vaz, afirmou que a controvérsia (Tema 1.077) tem

    jurisprudência pacífica nas turmas criminais do tribunal. O colegiado decidiu não suspender os

    processos que sejam relacionados à matéria.

    Valoração da personalidade

    No Recurso Especial 1.794.854, cadastrado como representativo da controvérsia, a defesa pediu o

    afastamento da valoração negativa da personalidade, decorrente de três condenações criminais

    com trânsito em julgado por fatos anteriores.

    Segundo a ministra, o entendimento adotado no STJ, tanto pela Quinta quanto pela Sexta Turma, é

    de que não é possível a utilização de condenações penais pretéritas, ainda que transitadas em

    julgado, como fundamento para a valoração negativa da personalidade.

    Ela mencionou precedente no qual se reafirmou que "eventuais condenações criminais do réu

    transitadas em julgado e não utilizadas para caracterizar a reincidência somente podem ser

    valoradas, na primeira fase da dosimetria, a título de antecedentes criminais, não se admitindo sua

    utilização também para desvalorar a personalidade ou a conduta social do agente".

    Recursos repetitivos

    O Código de Processo Civil de 2015 regula, nos artigos 1.036 e seguintes, o julgamento por

    amostragem, mediante a seleção de recursos especiais que tenham controvérsias idênticas. Ao

    https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1794854http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1036

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    afetar um processo, ou seja, encaminhá-lo para julgamento sob o rito dos repetitivos, os ministros

    facilitam a solução de demandas que se repetem nos tribunais brasileiros.

    A possibilidade de aplicar o mesmo entendimento jurídico a diversos processos gera economia de

    tempo e segurança jurídica.

    No site do STJ, é possível acessar todos os temas afetados, bem como saber a abrangência das

    decisões de sobrestamento e as teses jurídicas firmadas nos julgamentos, entre outras

    informações.

    Leia o acórdão de afetação do REsp 1.794.854.

    Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1794854

    COMENTÁRIOS DO CAOCRIM

    Nesse tanto, a divergência que existe na correta aplicação dos antecedentes do agente, nos parece

    que o que deve ser evitado é a sua dupla valoração. O STJ já decidiu que o juiz não é obrigado a

    mencionar pelo nome a circunstância judicial utilizada para aumentar a pena. Sua obrigação

    consiste em fundamentar o aumento em aspectos que encontrem correspondência concreta nos

    fatos julgados. Se existe uma circunstância judicial específica destinada à valoração do passado

    desabonador do réu (antecedentes), revela-se uma imprecisão intitulá-la de personalidade ou de

    conduta social negativas. Todavia, não se pode perder de vista que a dicção legal não impõe ao

    julgador a obrigatoriedade de nomear as circunstâncias legais. O que é cogente na tarefa

    individualizadora da pena-base é indicar peculiaridades concretas dos autos, relacionadas às oito

    vetoriais do art. 59 do CP. Se a sentença mencionar várias condenações definitivas anteriores do

    réu para aumentar a sanção básica, sem dar título algum à circunstância, não haverá vício no

    decisum.

    A motivação da decisão (anotações criminais anteriores) deve permitir ao operador do direito

    expor a razão da escolha da sanção ao fato sob julgamento e possibilitar à defesa compreender e

    fiscalizar sua atuação (HC 501.144/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, j. 10/3/2020).

    https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/?pesquisarPlurais=on&pesquisarSinonimos=onhttps://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=2015593&num_registro=201900355571&data=20201218&formato=PDFhttps://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&termo=REsp%201794854

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    MP/SP: decisões do setor do art. 28 do CPP

    1-Tema: Recusa ministerial quanto ao aditamento de denúncia – manutenção.

    CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, ART. 384, § 1º

    Autos n. 1539xxx-5x.2019.8.26.0050 – MM. Juízo da 6ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo - Capital

    Réu: T.A.A.

    Assunto: recusa ministerial quanto ao aditamento de denúncia – manutenção.

    Cuida-se de ação penal movida pelo Ministério Público em face de T.A.A., imputando-lhe,

    na exordial, o crime de receptação dolosa qualificada, previsto no artigo 180, § 1º e § 2º do Código

    Penal (cf. fls. 01/03).

    Devidamente notificado, o denunciado ofereceu defesa preliminar (fls. 92).

    A peça inicial foi recebida (fls. 75/76) e, ao cabo da instrução processual, a Digníssima

    Magistrada entendeu que, pela prova colhida em juízo, não ficou demonstrado que o bilhete

    apreendido em poder do acusado é oriundo de crime antecedente, o que não se pode presumir. Ao

    contrário, o que consta é que referido bilhete foi objeto material do crime de falsificação de papéis

    públicos.

    Dessa forma, ponderou a MM. Juíza, “É certo que, para praticar os furtos, o acusado fez uso

    de bilhete único, cujo conteúdo - créditos - eram obtidos de forma fraudulenta, sendo certo que

    tinha plena ciência deste fato, de modo que praticou o crime previsto no artigo 293, inciso VI, § 1º,

    inciso I, do Código Penal.”

    Considerando que por ocasião das alegações finais o Douto Promotor de Justiça insistiu na

    capitulação legal constante da denúncia, visando resguardar o princípio da correlação entre

    acusação e defesa, tendo em vista a necessidade de aditamento à denúncia para a correta

    descrição e capitulação dos crimes imputados ao réu, a Culta Magistrada determinou a remessa dos

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    autos a esta Chefia Institucional, nos termos do que estabelece o artigo 384, parágrafo 1º, do

    Código de Processo Penal. (fls. 174/180)

    Eis a síntese do necessário.

    Com a devida vênia da Digníssima Magistrada, assiste razão ao Ilustre Membro Ministerial;

    senão, vejamos.

    Segundo apurou-se, em data incerta, porém antes do dia 12 de dezembro de 2019, na

    cidade e comarca de São Paulo, T.A.A. recebeu e, no dia 12 de dezembro de 2019, por volta das

    14h45min, na Estação Sé de Metrô, também nesta Capital, vendeu, expôs à venda e utilizou, em

    atividade comercial informal, coisa que sabia ser produto de crime, consistente em cartão

    magnético de “Bilhete Único” e seus respectivos créditos fraudados, avaliados em R$ 558,00

    (quinhentos e cinquenta e oito reais), em prejuízo da empresa vítima SPTrans.

    Apurou-se que pessoa desconhecida promoveu a inserção fraudulenta de créditos em

    cartão magnético do tipo “Bilhete Único”, viabilizando que o objeto fosse empregado por

    vendedores informais de passagens de metrô que as revendem por preços inferiores ao praticado.

    Entre a inserção fraudulenta e o dia 12 de dezembro de 2019, o denunciado recebeu o

    cartão munido de créditos fraudados, tendo ciência de sua origem espúria.

    Na data dos fatos, o denunciado passou a oferecer passagens a usuários do metrô que se

    encontravam na estação Sé, ofertando-as por R$ 4,00 (quatro reais), preço inferior àquele cobrado

    oficialmente, isto é, R$ 4,30 (quatro reais e trinta centavos).

    A ação foi visualizada por policiais civis, os quais detiveram o denunciado e apreenderam o

    Bilhete Único que este trazia consigo e 27 (vinte e sete) unidades de bilhetes avulsos (auto de

    exibição e apreensão às fls. 18).

    Analisado o conteúdo do cartão magnético, a empresa SPTrans, por meio de seu

    representante, confirmou que este estava carregado com créditos fraudulentamente inseridos,

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    causando prejuízos no montante de R$ 558,00 (quinhentos e cinquenta e oito reais), conforme

    Auto de Constatação de Créditos Irregulares no Bilhete Único de fls. 21.

    Pois bem.

    A prova amealhada mostra-se, em nosso sentir, segura a ponto de embasar a condenação

    em estreita conformidade com os fatos deduzidos na denúncia.

    Isso porque, na fase inquisitorial, T. permaneceu em silêncio (fls. 10). Em Juízo, negou a

    prática do crime, asseverando que achou o bilhete jogado no chão na estação de Metrô e quanto

    tentou utilizá-lo, passando-o na catraca, foi abordado pelos policiais e preso. Negou que estivesse

    abordando as pessoas na fila e oferecendo passagens mais baratas.

    A negativa do denunciado restou isolada, pois as testemunhas Eduardo Santana da Silva e

    Thiago Crisostomo de Oliveira, policiais civis, afirmaram em uníssono que presenciaram T.

    abordando as pessoas na fila e oferecendo passagens por preço inferior ao comercializado

    oficialmente.

    Portanto, o agente foi surpreendido por policiais civis vendendo e expondo à venda, no

    exercício de atividade comercial, irregular ou clandestina, créditos constantes de um cartão de

    bilhete único “SPTrans”, coisa que sabia ou devia saber ser produto de crime.

    Inegável, portanto, que o agente obteve, em circunstâncias não esclarecidas, o cartão de

    bilhete único com créditos virtuais falsamente inseridos, sabendo, portanto, de sua origem ilícita, e

    passou a vender e expor à venda os referidos créditos virtuais fraudulentos, no exercício de

    atividade comercial, já que abordava as pessoas na fila do Metrô e vendia as passagens por preço

    abaixo do praticado pela Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) aos usuários do transporte.

    O cartão de bilhete único “SPTrans” apreendido é produto de crime anterior praticado por

    pessoas não identificadas em face da CPTM, pois, consoante verificado, referidos agentes,

    mediante burla ao sistema de cobrança da Companhia de Trens Metropolitanos, nele inseriram

    créditos monetários irregulares e falsos e passaram a empregá-lo para que outras pessoas, valendo-

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    se destes mesmos bilhetes, ingressassem e se utilizassem, fraudulentamente, sem o devido

    pagamento, do sistema ferroviário de transportes públicos, causando danos financeiros à citada

    empresa.

    Nessa esteira, conclui-se que o investigado adquiriu e comercializou bilhete no qual havia

    sido inserido créditos de forma ilícita, coisa que sabia, portanto, ser produto de crime precedente

    (em tese, ao menos, uma falsidade).

    Diante disso, o fato criminoso apurado, com a máxima vênia da Culta Magistrada, se ajusta

    ao tipo penal de receptação dolosa qualificada, no exercício de atividade comercial, ainda que

    informal, irregular e clandestina.

    Embora T. tenha permanecido em silêncio no interrogatório policial e negado o fato em

    Juízo, a sua conduta, atrelada à irregularidade dos créditos contidos nos bilhetes e às circunstâncias

    de local e horário, torna induvidoso que exerceu atividade comercial, ainda que irregular e

    clandestina.

    E, nos termos do § 2.º do art. 180 do Código Penal, equipara-se à atividade comercial, para

    efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o

    exercido em residência.

    Nesse passo, o eminente ROGÉRIO GRECO leciona, no tocante à classificação doutrinária,

    que o delito versado é:

    “crime próprio com relação ao sujeito ativo, uma vez que o tipo

    penal exige a qualidade de comerciante ou industrial, mesmo que

    essas atividades sejam irregulares ou clandestinas...” (Código Penal

    Comentado. 6 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2012, p. 597).

    Ainda que não tenha havido ou se aperfeiçoado um estelionato em momento anterior à

    ação do agente, o crime precedente constitui, ao menos, uma falsidade ideológica ou de papel

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

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    público (CP, art. 299 ou 293, VI), traduzida na inserção de declaração falsa (crédito monetário

    inexistente em cartão do bilhete único), por meio de fraude eletrônica.

    Mas o conjunto probante não demonstrou que o denunciado foi o autor do crime

    antecedente, eis que nenhum elemento de convicção foi produzido no sentido de ter sido

    THALISSON o autor da inserção do crédito fraudulento no bilhete apreendido em sua posse.

    Nesse cenário, indubitável que o acusado, em data incerta, porém antes do dia 12 de

    dezembro de 2019, recebeu e, na referida data, na Estação Sé de Metrô, vendeu, expôs à venda e

    utilizou, em atividade comercial informal, coisa que sabia ser produto de crime, consistente no

    cartão magnético de “Bilhete Único”, praticando, assim, o crime de receptação qualificada.

    Nesse sentido, os recentes julgados do Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo:

    RECEPTAÇÃO QUALIFICADA - Configuração. Autoria e materialidade

    demonstradas. Prova segura do conhecimento da origem ilícita do

    bem. Depoimentos do policial civil e das testemunhas em harmonia

    com o conjunto probatório - Posse de cartões de transporte

    público com créditos adulterados. Circunstâncias da abordagem

    que evidenciam o dolo do agente na conduta de receber produto

    de origem ilícita, no exercício de comércio irregular ou clandestino

    equiparado a atividade comercial - Inviável a desclassificação para

    a modalidade simples ou culposa - Condenação mantida. PENAS e

    REGIME PRISIONAL - Bases nos mínimos Regime aberto Substituição

    da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (prestação

    de serviços à comunidade). Conformismo do Ministério Público

    (vedada a reformatio in pejus) - Apelo desprovido.

    (TJSP; Apelação Criminal 0021660-70.2018.8.26.0050; Relator (a):

    Gilberto Ferreira da Cruz; Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito

    Criminal; Foro Central Criminal Barra Funda - 11ª Vara Criminal;

    Data do Julgamento: 04/06/2020 – g.n.).

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

    2021 -

    19

    Apelação Criminal - ESTELIONATO - Emendatio libelli. Nova

    definição jurídica aos fatos. Manutenção da condenação, mas pelo

    crime de receptação. Possibilidade. Conduta descrita na denúncia.

    Conjunto acusatório idôneo a demonstrar a subsunção da conduta

    ao crime previsto no artigo 180, do Código Penal - Conjunto

    probatório robusto em desfavor do réu. Firme prova testemunhal -

    Apreensão de bilhetes de transporte público com inserção de

    créditos irregulares - Afastamento da continuidade delitiva.

    Interpretação do conjunto fático-probatório em benefício do réu. In

    dubio pro reo - Apelo parcialmente provido.

    (TJSP; Apelação Criminal 1519457-27.2019.8.26.0050; Relator (a):

    Rachid Vaz de Almeida; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito

    Criminal; Foro Central Criminal Barra Funda - 25ª Vara Criminal;

    Data do Julgamento: 03/06/2020-g.n.).

    Recurso em Sentido Estrito - Denúncia rejeitada - Receptação

    qualificada art. 180, §§ 1º e 2º, do Código Penal - r. decisão que

    rejeitou a denúncia. Recurso Ministerial buscando a reforma da r.

    decisão e o recebimento da denúncia. Averiguada que vendia

    bilhete único com créditos inseridos por meio fraudulento.

    Recurso Ministerial provido, para receber a denúncia,

    determinando-se o regular prosseguimento do feito.

    (TJSP; Recurso em Sentido Estrito 0002219-31.2017.8.26.0635;

    Relator (a): Ely Amioka, órgão Julgador: 8ª Câmara de Direito

    Criminal; Foro Central Criminal Barra Funda - 19ª Vara Criminal;

    Data do Julgamento: 15/07/2020 – g.n.).

    Conclui-se, destarte, que do material fático-probatório inferem-se elementos suficientes

    para se atribuir ao increpado o enquadramento legal efetuado pelo Nobre Membro do Parquet,

    consoante descrito na peça acusatória.

    Cremos, portanto, que a insistência ministerial afigura-se plenamente justificada.

  • Boletim Criminal Comentado 124- Fevereiro-

    2021 -

    20

    Diante do exposto, deixa-se de aditar a exordial ou de designar outro promotor de justiça

    para fazê-lo, cumprindo ao Ilustre Representante do Parquet interpor os recursos cabíveis na

    hipótese de sucumbência, por ocasião da prolação da sentença.

    São Paulo, 4 de fevereiro de 2021.

    Mário Luiz Sarrubbo Procurador-Geral de Justiça