brief transparência » revista semanal edição especial 2013
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2013TRANSCRIPT
REVISTA SEMANAL
EDIÇÃO ANUAL || 2013
BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2014
A36
Tiragem: 27259
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 6
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Área: 14,71 x 29,69 cm²
Corte: 1 de 3ID: 45714254 18-01-2013
Página 36
Tiragem: 27259
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 7
Cores: Cor
Área: 5,31 x 29,03 cm²
Corte: 2 de 3ID: 45714254 18-01-2013
Página 37
A1
Tiragem: 94116
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 9
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Área: 26,75 x 16,05 cm²
Corte: 1 de 2ID: 45749406 21-01-2013
Página 1
A15
Tiragem: 15614
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 72
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Corte: 1 de 3ID: 45907278 30-01-2013
Página 15
Tiragem: 15614
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 73
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Área: 27,55 x 32,14 cm²
Corte: 2 de 3ID: 45907278 30-01-2013
Página 16
Tiragem: 15614
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 19,64 x 10,95 cm²
Corte: 3 de 3ID: 45907278 30-01-2013
Página 17
A55
Tiragem: 16995
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 32
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Corte: 1 de 1ID: 46065936 08-02-2013
Marta Marques [email protected]
As pessoas politicamente ex-postas (PEP) residentes em ter-ritório nacional vão passar a es-tar incluídas na lista dos bancosde clientes com elevado risco debranqueamento de capitais.Essa é pelo menos a intenção doBanco de Portugal, que ontemcolocou em consulta pública umProjecto de Aviso sobre bran-queamento de capitais e finan-ciamento do terrorismo.
A actual lei já consagra o de-ver de análise reforçada das ope-rações envolvendo PEP, masapenas aqueles não residentesem território nacional. O DiárioEconómico sabe que alguns dosmaiores bancos nacionais já in-cluíam estes clientes na sua listade elevado risco – respeitando asmelhores práticas internacionais– embora, por lei, não fossemobrigados a fazê-lo. São consi-derados PEP não apenas os polí-
ticos em funções mas tambémos membros próximos da família(incluindo uniões de facto), pes-soas ou empresas com quem te-nham estreitas relações de ne-gócio e ainda outros titulares decargos públicos relevantes,como altas patentes militares oujuízes de tribunais superiores. Opresente projecto mantém noentanto inalterado o período quedecorre do fim de funções paraque o cliente seja consideradoPEP. Ou seja, é apenas PEP“aquele que desempenhe, ou te-nha desempenhado nos últimos12 meses, altos cargos de natu-reza política ou pública”. Quemtenha findo funções há mais deum ano continua assim fora doradar dos bancos.
As instituições financeiraspassam também a ter de disporde uma abordagem baseada norisco. Ou seja, existem clientese operações que pelas suas ca-racterísticas devem ser auto-maticamente classificados
como oferecendo elevado risco.Na prática, isto significa disporde meios informáticos que emi-tam alertas para operações derisco e que monitorizem de for-ma permanente estes clientes.Trata-se de uma forma de con-centrar meios e recursos noscasos que exijam atenção refor-çada. Além dos PEP, são clientesde elevado risco, por exemplo,aqueles que tenham profissões
que envolvam a utilização dedinheiro “vivo”, como comer-ciantes ou sucateiros, ou clien-tes com nacionalidade ou resi-dência em determinadas geo-grafias, como ‘offshores’. Já alista de operações de risco é ex-tensa. O Banco de Portugalenumera, neste projecto, 110 si-tuações exemplificativas de si-tuações passíveis de gerar aler-tas, como é o caso de clientesque, sem explicação plausível,movimentem numerário emmontantes pouco usuais ou nãojustificados pelo seu perfil.
Apesar de os bancos terem li-berdade para elaborarem a sualista de operações com “alertavermelho”, a lei consagra aobrigatoriedade de identificaros depósitos em numerário apartir de determinado montan-te como uma operação de risco.Um limite que o regulador pre-tende ver agora alterado: ac-tualmente o limite é de 12.500euros, numa única operação ou
em operações relacionadas, maspassará a ser de 1.000 euros deacordo o presente projecto. Eporque o fraccionamento destasoperações em pequenos mon-tantes é uma prática comum nocrime de branqueamento de ca-pitais e financiamento do terro-rismo, o regulador passa tam-bém a impor um registo centra-lizado. Trata-se de um registocentralizado para transferênciasde fundos, “que permita o con-trolo efectivo do limite agregadode 15.000 euros”, de acordocom o documento.
Nota ainda para o facto detambém as entidades presta-doras de serviços postais pas-sarem a estar sujeitas a esta le-gislação. Estas entidades têmum elevado peso na transfe-rência de fundos para o estran-geiro mas escapam geralmentea regulação e supervisão.
O Projecto de Aviso ficaráem consulta pública até 9 deMarço. ■
Banco de Portugal quer análisereforçada às contas dos políticosO regulador colocou em consulta pública um Projecto de Aviso sobre branqueamento de capitais.
O Banco dePortugal, lideradopor Carlos Costa,colocou ontem emconsulta públicaa regulamentaçãoque prevê ummaior controlodas operaçõesde risco.
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A26
Tiragem: 92344
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 11
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Corte: 1 de 2ID: 46140535 13-02-2013
Página 26
Tiragem: 92344
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
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Corte: 2 de 2ID: 46140535 13-02-2013
Página 27
A28
Tiragem: 15668
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 36
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Área: 21,04 x 22,13 cm²
Corte: 1 de 1ID: 46140222 13-02-2013
Página 28
Tiragem: 158524
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 5
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Corte: 2 de 3ID: 46237725 19-02-2013
Página 11
Tiragem: 158524
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
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Corte: 3 de 3ID: 46237725 19-02-2013
Página 12
A52
Tiragem: 40595
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 14
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Corte: 1 de 2ID: 46431696 02-03-2013
Antigo professor de José Sócrates absolvido no processo Cova da Beira
Arguidos ilibados de corrupção e branqueamento de capitais. Valor probatório das transferências bancárias para conta off shore de António Morais na ilha de Guernsey foi considerado reduzido
ENRIC VIVES-RUBIO
António Morais recusou-se a prestar declarações à saída da sala de audiências
O antigo professor de José Sócra-
tes, António Morais, e os outros
dois arguidos do processo Cova da
Beira — relacionado com a constru-
ção de uma central de tratamento
de lixo — foram ontem absolvidos
num tribunal criminal de primei-
ra instância dos crimes de corrup-
ção e branqueamento de capitais.
Os documentos bancários que
comprovam várias transferências,
num total de 58 mil euros, para uma
conta off shore de António Morais e da
sua então mulher Ana Simões, não
foram considerados indícios sufi cien-
temente relevantes para provar que
o casal recebeu dinheiro de Horácio
Luís de Carvalho para indicar a sua
empresa, a HLC, como a mais habili-
tada para construir a central de com-
postagem da Cova da Beira.
Os factos remontam a 1996, altura
em que a Associação de Municípios
da Cova da Beira escolheu a empresa
Ana Simões & Morais para a assesso-
rar no concurso público para o ater-
ro sanitário. Excluído do concurso,
o consórcio encabeçado pela HLC
acabou por ser readmitido e por ga-
nhar a empreitada de 12,5 milhões
de euros. José Sócrates era na altura
secretário de Estado do Ambiente,
tendo declarado ao tribunal por es-
crito, na qualidade de testemunha
arrolada por Ana Simões, não ter
tido qualquer infl uência quer na es-
colha da empresa do seu professor
da Universidade Independente, quer
na adjudicação à HLC.
“A tese acusatória funda-se em
documentos bancários. Contudo,
não se sabe nem quem escreveu ne-
les referências alusivas ao aterro da
Cova da Beira nem quando”, refe-
riu a presidente do colectivo, a juíza
Clarice Gonçalves. “Não se vê uma
relação de causalidade entre o resul-
tado do concurso e os montantes re-
cebidos.” E se o valor probatório das
transferências de Horácio Carvalho,
um empresário da Covilhã, para a
conta off shore entre 1997 e 2000 foi
considerado fraco, o mesmo não
sucedeu com os testemunhos dos
peritos ouvidos pelo tribunal, que
convenceram os magistrados de que
a proposta da HLC era, de facto, a
melhor das oito que disputaram a
obra. “As 32 mil toneladas de resí-
de adjudicar a empreitada à empresa
de Horácio de Carvalho, ontem iliba-
do de corrupção activa e branquea-
mento de capitais. Ficou provado,
disse a juíza, ter sido a associação a
fi xar os critérios de avaliação.
Para os inspectores que investiga-
ram o caso, todo o processo para a
construção da central foi controlado
pelo PS da Covilhã, designadamen-
te pelo então presidente da câmara,
Jorge Pombo. “A central de compos-
tagem funciona bem, tendo resolvi-
do um dos principais problemas da
Beira Interior”, refere o acórdão lido
ontem. Inaugurada em meados de
2001, quatro anos depois da data pre-
vista, a infra-estrutura tem suscitado
reclamações por parte do presidente
da Câmara da Covilhã, o social-de-
mocrata Carlos Pinto, que fala num
investimento público demasiado
oneroso que não atingiu o objectivo
ambiental que se propunha.
O inquérito-crime do “caso Cova
da Beira” foi desencadeado por uma
carta anónima. “A HLC disponibili-
zou 300 mil contos [1,5 milhões de
euros], sendo 150 mil [750 mil euros]
para o secretário de Estado do Am-
biente”, denunciava.
Em 2003, a PJ propôs a realização
de buscas a José Sócrates, mas um
procurador do Departamento de In-
vestigação e Acção Penal de Lisboa
opôs-se. “Pese embora as denúncias
sugerirem que o então secretário de
Estado esteve envolvido no cometi-
mento de actos ilícitos, a verdade é
que processualmente não existem
indícios fortes dessa sua participa-
ção”, alegou o procurador.
À saída do julgamento, Ana Simões
mostrou-se, apesar de ilibada, des-
gostosa com a justiça por causa da
sua morosidade. O tribunal decidiu
ainda libertar os 58 mil euros retidos
na conta off shore.
JustiçaAna Henriques
duos que este consórcio se propôs
tratar fi cam a grande distância das
quantidades apresentadas pelos ou-
tros concorrentes”, refere o acórdão,
acrescentando que o preço cobrado
pela HLC por tonelada tratada era
igualmente dos mais vantajosos.
Neste capítulo havia outro concor-
rente a apresentar um preço mais
baixo, “mas não satisfazia a quanti-
dade anual de tonelagem” requerida.
Por outro lado, disse ainda a juíza,
a HLC garantia ao aterro um tempo
de vida útil de 17 anos, condição que
nem todos os concorrentes assegura-
vam. “Para o perito do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil ouvido
em tribunal o consórcio que ganhou
era aquele que devia ter ganho”, dis-
se Clarice Gonçalves, frisando ainda
que coube à Associação de Municí-
pios da Cova da Beira, e não à em-
presa do professor de grande parte
das cadeiras de Sócrates, a decisão
58mil euros foi o valor das transferências bancárias do vencedor do concurso de construção de aterro para a conta offshore de António Morais
17anos foi quanto demorou o caso desde o seu início até à leitura do acórdão num tribunal criminal de primeira instância
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A8
Tiragem: 40595
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 2
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Corte: 1 de 3ID: 46489631 06-03-2013
CASO BPN
Nova acusação concluída mais de um ano depois de PJ ter remetido relatório final
O relatório fi nal da Polícia
Judiciária que serviu de
base à nova acusação do
Ministério Público (MP)
no âmbito do caso BPN foi
remetido há mais de um
ano para o Departamento Central de
Investigação e Acção Penal (DCIAP),
que ontem anunciou ter acusado
nove arguidos.
A informação foi confi rmada ao
PÚBLICO por duas fontes da PJ que
estranham o atraso da acusação, já
que a Unidade Nacional de Comba-
te à Corrupção (UNCC) tinha envia-
do o relatório fi nal ao DCIAP, com
proposta de acusação, há mais de
um ano. Contactada ontem pelo PÚ-
BLICO, a porta-voz da Procuradoria-
Geral da República (PGR) não con-
seguiu dar uma explicação em tem-
po útil. A assessora de imprensa da
PGR admitiu não ter conhecimento
deste facto, tendo sublinhado ape-
nas que não iria comentar o assun-
to. O PÚBLICO também tentou, sem
sucesso, falar com a ainda directora
do DCIAP, Cândida Almeida, que
assinou ontem o comunicado divul-
gados pela PGR.
A nova acusação envolve nove
arguidos, incluindo, como avan-
çou o semanário Sol, o ex-ministro
da Saúde de Cavaco Silva, Arlindo
Carvalho. Os visados são acusados
de burla qualifi cada, abuso de con-
fi ança e fraude fi scal qualifi cada. No
processo são ainda arguidos o só-
cio do ex-governante e antigo gestor
da empresa pública Quimiparque,
José Neto, o investidor imobiliário
Ricardo Oliveira, José Oliveira Cos-
ta, ex-presidente do BPN, os antigos
gestores do banco, Coelho Marinho
e Francisco Sanches e ainda a em-
presa Amplimóveis. Numa nota di-
vulgada ontem, o DCIAP salienta
que o processo integra “um pedido
cível no montante de 15,3”milhões
de euros.
PGR sem mais comentáriosA PGR rejeitou ontem prestar mais
informações sobre a nova acusação.
“Logo que notifi cados, os arguidos
poderão ter acesso à acusação”, dis-
se fonte ofi cial da PGR. O PÚBLICO
contactou os advogados dos vários
arguidos cujos nomes foram sendo
avançados, mas nenhum deles este-
ve disponível para prestar esclareci-
mentos ou confi rmar, sequer, a re-
ferência ao nome dos seus clientes
na acusação deduzida pelo MP.
Contactado pelo PÚBLICO, Ar-
lindo Carvalho garante que nem
ele nem o seu advogado foram no-
tifi cados da acusação do DCIAP.
“Não sei de nada. Falei há pouco
com o doutor Nabais e ele também
não tinha qualquer informação ofi -
cial”, afi rmou o ex-ministro social-
democrata ontem ao fi m da tarde.
Arlindo Carvalho explicou que foi
constituído arguido neste processo
em 2009, no ano seguinte à aber-
tura do inquérito dirigido pelo pro-
curador Rosário Teixeira. E nunca
mais soube de nada. “Eu e o meu
sócio esclarecemos tudo que havia
a esclarecer”, sustenta. E comple-
ta: “Não há nenhuma burla nem
nenhuma ocultação”.
Segundo o empresário, estão
em causa três ou quatro negócios
fi nanciados pelo BPN. Arlindo Car-
valho conta que os empréstimos lhe
permitiram comprar imóveis que
tentou valorizar com projectos ur-
banísticos. “O BPN comprometia-se
Processo enviado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção ao DCIAP com proposta de acusação. Departamento de Cândida Almeida não explica demora
Mariana Oliveira, Pedro Sales Dias e Cristina Ferreira 700
milhões de euros foi o cálculo aproximado das perdas totais avaliadas em 2008 por uma consultora nas operações da SLN/BPN: 330 milhões de perdas não reconhecidas associadas ao banco (imparidades) mais 350 milhões de euros de imparidades detectadas no Banco Insular
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Tiragem: 40595
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Área: 27,55 x 30,77 cm²
Corte: 2 de 3ID: 46489631 06-03-2013
José Oliveira Costa e o buraco financeiro do BPN
O ex-presidente do BPN, José Oliveira Costa, começou a ser julgado, em Dezembro de 2010,
por sete crimes, entre eles, abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, infidelidade, fraude fiscal qualificada e aquisição ilícita de acções. O buraco financeiro, deixado pelo ex-banqueiro e pelos restantes 15 arguidos, obrigou o Estado a injectar cerca de 4,7 mil milhões no banco. Segundo o Ministério Público, Oliveira Costa concebeu um esquema ilícito para obter poder pessoal e proveitos financeiros. Para tal, aceitava conceder, a quem com ele colaborasse, dividendos retirados do BPN num esquema que lesava financeiramente o banco. A estratégia para assegurar o controlo accionista do BPN assentava na criação de sociedades offshore, cujos últimos beneficiários eram empresas da Sociedade Lusa de Negócios, antiga proprietária do BPN, e na instrumentalização do Banco Insular, uma entidade bancária com sede no estrangeiro e que, por isso, estava fora do controlo do Banco de Portugal. Para além do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais é ainda acusado o antigo presidente do Banco Insular de Cabo Verde. Pedro Sales Dias
Duarte Lima acusado por burla acima de 40 milhões
Duarte Lima começará a ser julgado a 28 de Maio no âmbito do chamado caso
Homeland, no qual está acusado de burla qualificada ao BPN e branqueamento de capitais. O caso está relacionado com a aquisição de terrenos no concelho de Oeiras, localizados nas imediações da projectada sede do Instituto Português de Oncologia. O projecto do IPO nunca avançou e o crédito pedido ao BPN ficou por liquidar. A Homeland, empresa veículo cujos fundos circulavam através de Francisco Canas, também arguido neste processo e no caso “Monte Branco”, foi constituída com a participação de 1,5 milhões de euros do BPN, 4,2 milhões de euros de Vítor Raposo – na altura sócio de Duarte Lima – e também 4,2 milhões de euros de Pedro Lima, filho do ex-líder parlamentar do PSD. Neste processo, Duarte Lima é suspeito de ter beneficiado de vários créditos que ascendem a mais de 40 milhões de euros e que foram obtidos com garantias bancárias de baixo valor. O ex-deputado, detido a 17 de Novembro de 2011, aguarda julgamento em prisão domiciliária com pulseira electrónica. P.S.D.
num prazo de três a quatro anos a
recomprar os imóveis pelo valor do
empréstimo mais os juros”, reco-
nhece o ex-ministro.
Mais de 20 inquéritosO caso BPN já deu origem à aber-
tura de cerca de 20 inquéritos rela-
cionados com irregularidades pra-
ticadas pela instituição ou fomen-
tadas pelo grupo Sociedade Lusa
de Negócios/BPN, estando Oliveira
Costa constituído arguido ou acu-
sado, em vários destes processos,
por ser o principal rosto do banco
durante anos. O desfalque gerou já
um prejuízo para o Estado portu-
guês de mais de três mil milhões de
euros, um valor que pode agravar-
se caso o Tesouro não rentabilize
como prevê os activos tóxicos que
não foram incluídos na venda do
BPN ao BIC Portugal. Nesse caso,
a perda para o erário público pode
atingir os oito mil milhões de euros.
Os dois sócios do grupo imobi-
liário Pousa Flores — detentor da
Amplimóveis —, Arlindo Carvalho
e José Neto, estão no centro da in-
vestigação. Em causa está a com-
pra, com fi nanciamento concedido
pelo BPN, de vários activos detidos
por Ricardo Oliveira, como o Palá-
cio das Águias, na Junqueira, em
Lisboa; um terreno em Cascais; 50
por cento da Herdade da Miséria,
em Castro Verde, (os restantes 50
por cento pertenciam à SLN), as-
sim como duas sociedades da área
informática que se revelaram in-
solventes. Os créditos dados pelo
BPN ao grupo imobiliário totaliza-
ram cerca de 70 milhões de euros,
mas todos os bens envolvidos não
valiam mais de 10 por cento do fi -
nanciamento. Isto segundo avalia-
ções feitas após a nacionalização.
O esquema usado tinha ainda ou-
ENRIC VIVES-RUBIOArlindo Carvalho numa das suas idas ao tribunal por causa do caso BPN, em 2009
tra componente que não passou
despercebida às autoridades: no
contrato de promessa compra
e venda celebrado entre as em-
presas do grupo Pousa Flores e o
BPN havia uma cláusula que previa
que o banco se obrigava sempre a
comprar os activos, em qualquer
circunstância, pelo valor dos cré-
ditos, mais juros e comissões pagas
aos dois sócios. Já a Pousa Flores
não estava obrigada a vender os
activos ao BPN se encontrasse ou-
tro negócio vantajoso. Ou seja, se
o negócio corresse mal, Arlindo de
Carvalho e José Neto entregavam
os bens ao banco e fi cavam livres
de quaisquer encargos e ainda re-
cebiam as comissões. Estranheza
causaram ainda os acordos feitos
entre os dois sócios da Pousa Flo-
res e Ricardo Oliveira, que compra-
ram imóveis por preços dez vezes
superiores aos de mercado.
“Foi um risco partilhado”Questionado pelo PÚBLICO sobre
se o BPN não tinha arcado com to-
do o risco dos negócios, Arlindo
Carvalho responde: “Não. Foi um
risco partilhado”. O empresário la-
menta que após a nacionalização
a administração do BPN não tenha
cumprido os contratos assinados
anteriormente, o que levou o ex-
ministro e sócio a intentarem vá-
rias acções cíveis contra o banco,
onde exigem mais de 32 milhões
de euros ao agora BIC. O empresá-
rio garante que todas as operações
foram feitas “regularmente”, com
autorização da então administração
do BPN. Três dos responsáveis do
banco foram constituídos arguidos
na mesma altura que Arlindo Carva-
lho: Oliveira Costa, Coelho Marinho
e Francisco Sanches.
A 20 de Novembro de 2008, o PÚ-
BLICO revelou que Arlindo de Car-
valho (accionista da SLN) e Duarte
Lima tinham recebido créditos de
25 milhões de euros do BPN, situa-
ção apontada em relatórios realiza-
dos pela Deloitte a pedido de Miguel
Cadilhe, na altura, à frente do BPN
e da SLN. A consultora concluiu,
entre outras matérias, que as per-
das não reconhecidas associadas ao
banco (imparidades) atingiam, a 14
de Outubro de 2008 (quando o rela-
tório foi entregue), 330 milhões de
euros, dos quais 120 milhões diziam
respeito a empresas do universo da
holding. Somando aos 330 milhões,
os 350 milhões de euros de impari-
dades detectadas no Banco Insular,
as perdas totais atingiam quase 700
milhões de euros.
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Tiragem: 40595
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
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Corte: 3 de 3ID: 46489631 06-03-2013
Nova acusação do BPN só foi feita mais de um ano depois de relatório da PJProcesso tinha sido enviado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária ao DCIAP com proposta de acusação. Departamento liderado por Cândida Almeida não explica demora Destaque, 2/3
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Tiragem: 100000
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Period.: Semanal
Âmbito: Interesse Geral
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Corte: 1 de 3ID: 46754121 21-03-2013
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Period.: Semanal
Âmbito: Interesse Geral
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Corte: 2 de 3ID: 46754121 21-03-2013
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Tiragem: 41462
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Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 2ID: 46874885 28-03-2013
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A12
Tiragem: 118200
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Interesse Geral
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Corte: 1 de 8ID: 46978241 04-04-2013
Página 12
Tiragem: 118200
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Period.: Semanal
Âmbito: Interesse Geral
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Tiragem: 118200
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Period.: Semanal
Âmbito: Interesse Geral
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Âmbito: Interesse Geral
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Âmbito: Interesse Geral
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Página 21
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Corte: 1 de 1ID: 47560456 08-05-2013ADRIANO MIRANDA
Investigador da UM estudou processo de implementação da Televisão Digital Terrestre
A Portugal Telecom (PT) não pro-
cessou o investigador da Universi-
dade do Minho (UM) que apontou
indícios de corrupção no processo
de implementação da Televisão Di-
gital Terrestre (TDT). Ao contrário
do que tinha anunciado nos dias
que se seguiram à defesa da tese de
doutoramento de Sergio Denicoli, a
empresa não accionou judicialmente
o académico, a quem tinha acusado
de “ignorância” e “má-fé”.
Denicoli viu o seu doutoramento
aprovado no dia 30 de Outubro, pe-
lo que o prazo legal que a PT tinha
para accioná-lo judicialmente ter-
minou na semana passada. Nestes
seis meses, nem o investigador nem
a universidade foram notifi cados de
qualquer acção da empresa tendo
por base a investigação feita sobre a
implementação da TDT. “Não hou-
ve processo em tribunal”, diz o aca-
démico ligado à UM. Helena Sousa,
que foi orientadora da tese e é, há
algumas semanas, presidente do Ins-
tituto de Ciências Sociais da mesma
PT não processou investigador que denunciou “corrupção” no processo da TDT
instituição de ensino superior, con-
fi rma: “Não tenho conhecimento de
nada. Não houve mais nenhum de-
senvolvimento desde então”.
O recuo da PT “não surpreende”
Sergio Denicoli. “Não havia qualquer
motivo que justifi casse uma acção
em tribunal”, justifi ca o investiga-
dor da UM. Os dados apresentados
eram resultado de um “exaustivo
estudo” sobre a implementação da
TDT em Portugal, com base em teo-
rias de “grandes nomes da economia
mundial e de um vasto trabalho de
observação prática”, argumenta.
Além disso, recorda o especialista,
a PT anunciou a intenção de avançar
com o processo “antes mesmo de ler
a tese”, o que o leva a acreditar que
o intuito da empresa era “intimidar
a academia e agir de forma a cen-
surar o pensamento crítico, a liber-
dade de expressão”. “Para mim, foi
uma clara tentativa de tentar fazer
calar uma voz que trouxe ao debate
público questões pertinentes, que
colocavam em causa um processo de
concessão pública com muitas lacu-
nas obscuras, cujos resultados foram
profundamente vantajosos para a
empresa em questão e muito dano-
sos para a população”, sublinha.
Em reacção às notícias publica-
das nos dias seguintes à defesa da
tese de doutoramento de Sergio
Denicoli, dando conta das conclu-
sões do investigador, a PT anunciou
a intenção de processar o cientista
da UM. Em comunicado, a empresa
repudiava “veementemente todas
as acusações de que foi alvo”. “São
declarações insultuosas, caluniosas,
sem qualquer fundamentação e que
denotam ignorância e até má-fé por
parte de quem as proferiu”, afi rma-
va a empresa numa nota enviada à
comunicação social.
A empresa de telecomunicações
afi rmava então que não podia “dei-
xar passar em claro mais esta grave
ofensa ao seu bom-nome”, anun-
ciando que iria recorrer aos meios
judiciais para repor a verdade e de-
fender os seus direitos. Apesar da
intenção, o processo não chegou
a avançar. O PÚBLICO contactou a
PT ao longo dos últimos dias para
encontrar uma justifi cação para o
sucedido, mas a Telecom não chegou
a responder à solicitação.
Na sua tese de doutoramento —
aprovada por unanimidade na UM
— Sergio Denicoli dizia ter encontra-
do “fortes indícios” de corrupção na
implementação da TDT em Portugal.
O investigador considerava ainda
que o sistema planeado era “muito
diferente” do que foi implementado,
devido a “interferências políticas e
económicas”. Denicoli argumentava
ainda que podia “ter havido a captu-
ra do regulador pela PT” e justifi cava
que a PT foi, “de longe, a principal
benefi ciada” com a TDT, tendo con-
seguido 715 mil novos clientes para
os serviços Meo.
Justiça Samuel Silva
Prazo judicial terminou na semana passada. Sergio Denicoli e Universidade do Minho não foram notificados
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Tiragem: 156642
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 1ID: 48236413 15-06-2013ENRIC VIVES-RUBIO
Ainda há mais seis processos em investigação no âmbito da Operação Furacão
A Procuradoria-Geral da República
(PGR) anunciou ontem que acusou
30 arguidos, seis dos quais são em-
presas, de fraude fi scal qualifi cada,
a primeira acusação da investigação
conhecida como Operação Furacão
iniciada há nove anos no Departa-
mento Central de Investigação e Ac-
ção Penal (DCIAP). Este ainda não
é o desfecho fi nal do caso, já que
ainda existem seis processos em in-
vestigação.
Esta investigação, que em Agosto
do ano passado tinha 460 arguidos,
deu origem a 77 suspensões provisó-
rias do processo — um tipo de acordo
em que o Ministério Público suspen-
de o caso impondo condições ao ar-
guido — que permitiram ao Estado
arrecadar cerca de 150 milhões de
euros em impostos. Destes casos,
28 já se encontram arquivados, por
ter decorrido o prazo da suspensão
e se ter verifi cado o cumprimento
das obrigações.
Segundo o comunicado da PGR, a
acusação visa “uma entidade promo-
Primeira acusação da Operação Furacão após nove anos de investigação
tora de serviços que foram conside-
rados como ilícitos e as entidades e
pessoas aderentes, que não regula-
rizaram anteriormente a sua situa-
ção tributária”. Em causa, segundo
o semanário Sol, está a Finatlantic
(um escritório ligado à criação do
Banco IFI em Cabo Verde), haven-
do entre os arguidos antigos gesto-
res desta empresa e do Finibanco,
um entidade bancária entretanto
adquirida pelo Montepio Geral. O
PÚBLICO conseguiu confi rmar que
esta acusação deixa de fora os prin-
cipais bancos envolvidos neste caso,
ou seja, BES, BCP e BPN.
“Os factos em causa reportam-se
aos anos de 2001 a 2007, estando
em causa um prejuízo total sofrido
pelo Estado, em sede da não arreca-
dação de impostos, que foi calculado
atingir o montante de cerca de 37
milhões de euros, dos quais cerca
de 8,5 milhões de euros haviam já
sido voluntariamente reparados por
aderentes, contra os quais não foi
deduzida acusação”, lê-se na nota da
PGR. No âmbito deste processo foi
ainda feito um pedido de indemniza-
ção a favor do Estado, relativamente
ao prejuízo não reparado, no valor
de 28 milhões de euros.
O Departamento Central de Inves-
tigação e Acção Penal não adiantou
mais dados relativamente a este
processo, porque ainda não foram
notifi cados todos os arguidos. Só na
próxima semana é que o processo es-
tará disponível para consulta e será
conhecida a acusação.
Nesta altura já é, contudo, conheci-
do o esquema utilizado pelos bancos
e outras entidades promotoras para
oferecer serviços para fugir aos im-
postos. Apresentados como produtos
fi nanceiros ou de planeamento fi scal,
passavam pela criação de sociedades
de fachada na Irlanda e Reino Uni-
do que apenas serviam para emitir
facturas relativas a mercadorias — na
maioria inexistentes e noutros casos
com o valor muito empolado — com-
pradas pelas empresas nacionais. Es-
tas pagavam às sociedades fachada
os valores facturados e registavam
as facturas falsas na sua contabilida-
de como custo, diminuindo assim o
lucro sujeito a imposto. O dinheiro
recebido pelas sociedades fachada
era depois transferido para contas
bancárias de outras sociedades en-
tretanto criadas em zonas off -shore e
das quais eram últimos benefi ciários
os gestores das empresas clientes.
Por este serviço os promotores co-
bravam habitualmente 5% dos valo-
res facturados e transferidos.
Em Agosto do ano passado, no
último relatório anual da PGR, o
DCIAP fazia o balanço deste caso,
contabilizando então 11 processos
em investigação, “cuja conclusão se
encontra dependente da apresenta-
ção dos relatórios fi nais elaborados
pela autoridade tributária”. Quatro
terão sido, entretanto, arquivados.
JustiçaMariana Oliveira
Impostos regularizados por causa deste caso rondam os 150 milhões de euros. MP acusou 30 arguidos de fraude fiscal qualificada
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Tiragem: 27259
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Joaquim Gomes
O julgamento do processo prin-cipal do caso “Face Oculta” pros-seguiu, ontem, de manhã, no Tri-bunal de Aveiro, com a audiçãode mais duas testemunhas. Afase da audição das testemu-nhas deverá ficar concluída an-tes das férias judiciais de Verão,até 15 de Julho.
Soube-se, ontem, que JoséSerrão, funcionário da REN, seránovamente inquirido como tes-temunha, a fim de prestar maisesclarecimentos, segundo anun-ciou o juiz-presidente, Raul Cor-deiro. Ficou marcado inquirirJosé Serrão na próxima sessão,dia 12 de Julho.
Entretanto, o arguido MaganoRodrigues, engenheiro da Refer,de Ílhavo, informou, através doseu advogado, Pedro Tróia, queafinal não pretende prestar de-clarações, pelo menos para já,enquanto não terminar a fasede produção da prova. Está pre-visto, ainda, a audição de outroengenheiro da Refer, António daSilva Correia. Os outros arguidosque tencionam ainda prestar de-clarações em julgamento sãotrês engenheiros da REN – Vic-tor Baptista, Fernando Santos eJuan Oliveira –, o que só serápossível em Setembro, aquandoda reabertura dos trabalhos doano judicial. Só depois serão asalegações finais.
Ontem, de manhã, foi ouvidauma testemunha, Domingas Al-meida, que era secretária do ar-guido Lopes Barreira. Esta tes-
temunha confirmou ter man-tido contactos com Ana PaulaVitorino, para resolver o dife-rendo de cerca de três milhõesde euros com a Refer, pois a en-tão secretária de Estado dosTransportes de José Sócrates tu-telava aquela empresa pública.
A secretária desmentiu ter ha-vido quaisquer contactos comMário Lino, que era o ministrodos Transportes, para sanar taldiferendo.
Na mesma sessão, começoupor ser inquirida outra testemu-nha, Isabel Taborda, que é en-genheira civil e faz parte do De-partamento de Projecto de Su-bestações, da Divisão de Equi-pamentos da REN. Esta referiu-se a estudos técnicos de empre-sas que prestavam serviços delimpezas ambientais e deu contadas propostas feitas à REN.
O julgamento prosseguirá no
próximo dia 12, prevendo-se quea sessão seguinte se realize nodia 7 de Agosto. Esta última ses-são, em plenas férias judiciais,im põe-se legalmente, já que nãopoderão decorrer mais de 30 diasentre sessões de um mes mo jul-gamento, sob pena de uma nuli-dade, segundo determina o Có-digo de Processo Penal.
Recorde-se que a audiênciainiciou-se no dia 8 de Novembrode 2011 e terá no dia 12 de Julhoa 150.ª sessão, estando em causano processo várias suspeitas defavorecimentos e de alegado trá-fico de influência e de corrupçãoem empresas públicas e do sec-tor empresarial do Estado.
São arguidos, desde 20 de Ou-tubro de 2009, aquando da ope-ração “Face Oculta”, da PJ deAveiro, políticos como ArmandoVara, José Penedos e o filho Pau -lo Penedos. |
Julgamento“Face Oculta” aproxima-se do fimAveiro Até às férias judiciais de Verão estão marcadas maisduas sessões, para os dias 12 de Julho e 7 de Agosto, a fimde ouvir as últimas testemunhas
O julgamento, que decorre há um ano e meio, aproxima-se do fim
ARQUIVO
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PJ afecta mais 10%do pessoal internoao combate à corrupçãoParlamento Ministério da Justiça assume que tem tido dificuldadespara reforçar os quadros das unidades de combate à corrupção.
Pau
laN
un
es
Paula Teixeira da Cruz reforçao número de efectivos na PJcontra a corrupção, mas admitetambém o impacto negativoda restrição orçamental.
As unidades orgânicas da PolíciaJudiciária a quem compete investi-gar crimes de corrupção determi-naram o reforço das respectivassecções e brigadas em, pelo me-nos, 10% do seu efectivo atravésda “gestão flexível” dos recursoshumanos dentro desta polícia.Uma resposta do ministério daJustiça ao Parlamento esclareceque desde 2010 – data da reco-mendação da Assembleia da Re-pública para tomada de medidasdestinadas ao reforço da preven-ção e do combate à corrupção –tem existido uma “gestão flexíveldos recursos humanos” da PJ. Amesma resposta refere que têmsido “implementadas estratégiasproactivas que passaram pelo re-forço de meios humanos nos ser-viços que investigam esses crimescom elementos de outras unida-des orgânicas que passaram aapoiar investigações relacionadascom corrupção”. Daí que tenhasido dada a orientação de reforçode 10% aos dirigentes das unida-des orgânicas que actuam contracrimes de corrupção.Desde que a Assembleia da Repú-blica aprovou uma resolução, em2010, com recomendação de medi-das para reforçar a prevenção ecombate à corrupção, foram colo-cados na Unidade Nacional deCombate à Corrupção, segundo oministério, “18 elementos de inves-tigação criminal”.O Governo assume, no entanto,que, relativamente ao quadro daUnidade de Perícia Financeira eContabilística”, nomeadamenteao nível de peritos nas áreas fi-nanceiras, contabilística e infor-mática, “lamentavelmente não foipossível prover qualquer novoelemento”.O gabinete de Paula Teixeira daCruz informa os deputados doPCP que, apesar de estarem jáconcluídos dois concursos paratrês novos peritos na UPFC, esteselementos ainda não puderam to-mar posse devido às medidas de“proibição de valorizações remu-neratórios” (ou seja, a norma quecongelou as progressões salariais
na Função Pública).O ministério explica também que, a4 de Fevereiro de 2013, foi iniciadoum Curso de Formação de Inspec-tores Estagiários e que a intençãoda PJ é “dedicar a maioria” dos 73futuros inspectores para o “refor-ço da vertente de prevenção ecombate a corrupção e ao crimeinformático”, designadamente naUnidade Nacional de Combate àCorrupção.Notando que a PJ tem desenvolvi-do “uma criteriosa gestão de pes-soal com vista a colmatar a redu-ção de efectivos resultante de apo-sentações, bem como o aumentode solicitações de serviço”, o mi-nistério de Teixeira da Cruz assu-me, ainda assim, que “as últimasrestrições orçamentais têm vindoa dificultar essa gestão”.Há poucos dias no Parlamento, aministra da Justiça anunciou umcorte de pelo menos 15 milhões deeuros no Orçamento do Estadopara 2014 em relação a 2013, oque representa uma quebra de1,1% na dotação do seu ministério.Mas Paula Teixeira da Cruz fezquestão de garantir que esse cor-te não irá afectar a PJ, uma vezque o Governo quer “definitiva-mente” acabar com o fenómenoda corrupção. M.G.
RECOMENDAÇÕESDA ASSEMBLEIADA REPÚBLICA DE 2010
ReforçoCapacitar os vários organismoscom competências no combateà corrupção com os “recursoshumanos adequados ao efectivocumprimento das suas funções”,nomeadamente ao nívelde “peritos nas áreas financeiras,contabilística e informática”.
EspecializaçãoA resolução da Asssembleiada República recomendava a“especialização de magistradosdo Ministério Público na preven-ção e combate do crime econó-mico, em especial corrupçãoe branqueamento de capitais”.
InformáticaA Unidade Nacional de Combateà Corrupção da PJ deveria ser“dotada dos meios materiaisnecessários à realização deperícias informáticas”. No entanto,esta competência passou para aDirectoria de Lisboa e Vale do Tejo. Página 9
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Âmbito: Economia, Negócios e.
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Procuradoria aguardainvestigação da Judiciáriaa altas figuras angolanasLígia Simõ[email protected]
A Procuradora-Geral da Repú-blica (PGR) aguarda os resulta-dos da investigação da PolíciaJudiciária (PJ) a altas figuras an-golanas e portuguesas para deci-dir se arquiva o processo-crimeaberto pelo Departamento Cen-tral de Investigação de AcçãoPenal (DCIAP) ou se acusa os ci-dadãos que estão na mira da PJ. Aacusação está assim dependenteda apresentação de provas rela-tivas a crimes de branqueamen-to e fraude fiscal por parte desteórgão de polícia criminal, aoqual o Ministério Público (MP),segundo apurou o Diário Econó-mico, remeteu a investigaçãologo que foi aberto o inquérito--crime, em 2012, com vista aoseu “bom andamento”.
Em causa está a abertura doinquérito-crime nº 142/12 contratrês dirigentes angolanos, que es-tão a ser investigados por suspeitade branqueamento e fraude fiscal.O vice-presidente de Angola eantigo líder da petrolífera Sonan-gol, Manuel Vicente, o ministrode Estado e chefe da Casa de Se-gurança de José Eduardo dosSantos, Hélder Vieira Dias (co-nhecido por ‘Kopelipa’), e o con-sultor do ministro de Estado,Leopoldino Nascimento, são trêsaltos dirigentes do regime ango-lano que estarão a ser investiga-dos pela PJ por crimes económi-cos-financeiros e conexos.
O Diário Económico sabe que,na fase inicial deste inquérito, aPGR “deferiu a investigação” à PJdada a necessidade de se socorrerde meios técnicos e humanos es-pecializados. A passagem da in-vestigação para a alçada da PJ,mantendo-se o MP como titulardo processo, está prevista na Leide Organização de InvestigaçãoCriminal. O MP aguarda agora aconclusão desta investigação e ainformação que lhe será remeti-
Processo Conclusões da investigação da PJ ditarão decisão do Ministério Público de arquivarou acusar no inquérito crime que envolve altas figuras de Angola. Desfecho está para breve.
Joana Marques VidalProcuradora-Geralda República
“Encontram-se pendentes noDCIAP vários processos em quesão intervenientes cidadãosangolanos, quer na qualidade desuspeitos, quer na qualidade dequeixosos”, declarou a 4 deOutubro, em reacção ao casoMachete, noticiado no mesmo dia.
PROTAGONISTAS
Almeida RodriguesDirector Nacional da PJ
A PGR, titular do processo-crime,colocou a investigação a altasfiguras angolanas nas mãosda PJ. Esta competênciadeferida está prevista na Leide Organização da InvestigaçãoCriminal, nomeadamentenos casos de crimeeconómico-financeiros.
arquivar as suspeitas contra osprincipais visados neste processoe que a última recusa foi há duassemanas. O pedido de arquiva-mento foi feito pelo advogadoportuguês que representa Ma-nuel Vicente, Hélder Vieira Dias eLeopoldino Nascimento, tendo oMP negado, ao alegar que as Fi-nanças estão ainda a fazer perí-cias aos três envolvidos. O jornaladianta que nenhum dos três an-golanos foi ouvido pelas autori-dades portuguesas – por não se-rem arguidos, gozam da presun-ção de inocência.
Crispação diplomáticaNo início deste mês, a propósitodo ’caso Machete’, a procurado-ra-geral da República, JoanaMarques Vidal, confirmou queestão pendentes no DCIAP “vá-rios processos em que são inter-venientes cidadãos angolanos,quer na qualidade de suspeitos,quer na de queixosos”.
O ressurgimento de notíciassobre a investigação a altas fi-guras do Estado angolano temprovocado uma crispação di-plomática (ver cronologia aolado), ameaçando a “parceriaestratégica” com Portugal ”.Isto numa altura em que o regi-me angolano aponta baterias àsfugas de informação no MPportuguês. Ainda na semanapassada, o “Diário de Notícias”deu conta que a lista de altas fi-guras investigadas constam 13cidadãos angolanos e 26 empre-sários portugueses – desde ban-queiros a gestores de topo. Nalista de denunciados do antigoembaixador angolano, AdrianoParreira, poderão estar empre-sários ligados a sectores daenergia, distribuição, banca,advocacia e construção civil.
Até ao fecho desta edição, nãohouve qualquer resposta ou co-mentário da PGR e da PJ quanto àpassagem desta investigaçãopara as mãos da Judiciária. ■
DiplomaciaAutoridades angolanas nãoterão ficado satisfeitas com“instrumentalização política”.
Márcia Galrã[email protected]
“O que está a aborrecer as auto-ridades angolanas não é algo queesteja ao alcance da diplomaciapolítica e do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros resolver”. Édesta forma que fonte próximado Governo português admite aoDiário Económico que a tensãoque se vive nas relações entrePortugal e Angola está longe deser um problema facilmente re-solvido por ministros, primeiro--ministro ou mesmo Presidenteda República.
As questões centrais são osprocessos judiciais que decorremem Portugal envolvendo altos di-rigentes angolanos e o eco me-diático que têm tido. Dois pontosque “não são resolvidos com ci-meiras, nem dependem do Go-verno”, acrescentando que “os
D DESTAQUE TENSÃO PORTUGAL/ANGOLA
Janeiro de 2012O activista angolano RafaelMarques dá conta à Lusa de queo MP tem em curso um inquéri-to-crime, no qual é testemunha,sobre o envolvimento de altosdirigentes angolanos em crimesde branqueamento de capitais.
JulhoRafael Marques depõe como tes-temunha na queixa apresentadapor um cidadão angolanoresidente em Portugal. A queixaversa duas dezenas de cidadãosangolanos com “investimentose propriedades em Portugal”.
NovembroA abertura do inquérito-crimepelo DCIAP para investigar indí-cios de fraude fiscal e branquea-mento de capitais é noticiadapelo ‘Expresso’. A PGR confirmaa investigação a altos dirigentesangolanos – “sem que, contudo,nela estejam constituídos quais-quer arguidos” – e garante queé uma averiguação preventiva.
4 Outubro 2013O ‘Diário de Notícias’ noticia queo ministro Rui Machete pediu“diplomaticamente desculpa” àsautoridades angolanas por o MPestar a investigar altos dirigen-tes angolanos, fazendo referên-cias à investigação no passado,como se já não existisse. PGRreage: garante que “nunca pro-feriu qualquer comentário sobreo conteúdo” das investigações.
15 OutubroO Presidente de Angola anunciaa suspensão da “parceria estra-tégica” com Portugal.
18 OutubroCavaco Silva diz estar certo deque “mal entendidos” entre Por-tugal e Angola e “eventuais de-sinformações” vão ser ultrapas-sadas. E adianta que nos contac-tos” entre o seu gabinete e o doPresidente de Angola “a conver-sa correu bem”.
DATAS QUE MARCAM OCONFLITO DIPLOMÁTICO
da, a qual servirá de base para ar-quivar se não houver provas, oucaso contrário, acusar. O desfe-cho deste caso, apurou o DiárioEconómico, estará para breve.
No passado sábado, o “Ex-presso” noticiou que o MinistérioPúblico já recusou por três vezes
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Tiragem: 16630
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
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Ao chegar a primeiro-ministro,em 1985, encontrou “uma certatensão” entre Portugal e Angola.
“Quando cheguei ao Governo,em Novembro de 1985, as rela-ções de Portugal com Angolaestavam envoltas num ambien-te de frieza, desconfiança emesmo de uma certa tensão”.As palavras de Cavaco Silva noprimeiro volume da sua auto-biografia podiam hoje ser trans-postas ‘ipsis verbis’ para o pre-sente e a receita para ultrapas-sar a situação também: “Eraminha opinião que o Governoteria de actuar com pragama-tismo, fazer um esforço paraafastar mal-entendidos, ambi-guidades e desconfianças (...) oque exigia , em primeiro lugar, anormalização do diálogo políti-co com o Governo de Angola”.
Mas se naquela altura o focoda tensão entre os dois países secentrava, como o próprio Cava-co conta, nas “actividades des-envolvidas a partir de Lisboapela UNITA de Jonas Savimbi,que tinham ampla ressonânciana imprensa portuguesa, a quese juntava uma grande descon-fiança dos dirigentes angolanosem relação ao PS e a Mário Soa-res”, hoje esse foco está centra-do na Justiça e a separação depoderes torna mais difícil a in-tervenção diplomática.
Desse tempo, Cavaco ganhouuma relação próxima com JoséEduardo dos Santos, que co-nheceu em 1987 aquando da vi-sita oficial do presidente ango-lano a Portugal. E foi aí que osdois concordaram “que devia
ser feito um esforço para recu-perar o tempo perdido e que àsempresas portuguesas cabia umpapel importante no desenvol-vimento de Angola”, escreve oagora Presidente.
Cavaco conhece bem osmeandros da diplomacia comAngola e, já na sexta-feira, dei-xou claro que usará toda a suainfluência para que as relaçõesentre os dois países sejam forta-lecidas. “As relações muito es-peciais que existem entre Por-tugal e Angola não podem serpostas em causa por mal-en-tendidos ou por eventuais de-sinformações que venham apúblico, quer em Portugal, querem Angola. E é nesse sentidoque eu irei continuar a traba-lhar”, reforçou à margem da vi-sita ao Panamá.
No passado, Cavaco foi obri-gado a dirimir nos bastidoresalgumas lutas políticas em rela-ção a Angola, nomeadamentecom Mário Soares, então Presi-dente da República, com quemeste tema foi alvo de “dissonân-cias”. ■ M.G.
PONTOSCHAVE
● Invesigação envolve dezenas decidadãos angolanos, mas tambémportugueses, por alegados crimesde branqueamento e fraude fiscal.● O inquérito-crime foi aberto em
2012 e de imediato passado paraas mãos da Polícia Judiciária, cujasconclusões estarão para breve.● Crispação diplomática mantém-see aguarda-se pela intervenção do
Presidente da República,Cavaco Silva, considerada crucial.● ‘Jornal de Angola’ continuaa assumir as críticas mais ferozesà “cúpula de poder” em Portugal.
insuficiente para resolver atritos
Pedro Passos Coelho foirecebido por José Eduardo
dos Santos no paláciopresidencial, em Luanda, em2011. Um cenário que não se
sabe quando se irá repetir.
Bruno Fonseca / EPA / Lusa
Angola tem sidoprioritária para Cavaco
sarilhos não vêm das relaçõesempresariais e económicas oumesmo políticas entre os doispaíses, mas de outros”.
E se é verdade que esta não é aprimeira crise institucional entreos dois países, a mesma fontelembra que “nunca Portugal es-teve tão dependente de Angola,com tantos portugueses em An-gola e nunca houve a indecênciade usar matérias internacionaispara luta partidária”. Os ataquessucessivos da oposição portu-guesa com Angola no centro dodebate, nomeadamente aquan-do da polémica com o pedido dedesculpas do ministro Rui Ma-chete , terá ajudado a agravar atensão: “as autoridades angola-nas não ficaram satisfeitas com ainstrumentalização política docaso Angola, em que houvemuita falta de sentido de Estadopor parte da oposição política”,refere a fonte.
Outra pedra no sapato da di-plomacia portuguesa nesta maté-ria tem sido a mediatização do as-
sunto. As manchetes do jornal“Expresso” em Portugal e os edi-toriais do “Jornal de Angola” têmdificultado a normalização dessasrelações, embora fonte angolanarevele ao Diário Económico que a“raiva” que transpira dos textosdesta publicação de Luanda nãotem tradução directa naqueleque é o sentimento dentro dopróprio Governo de José Eduardodos Santos: “A prova disso é quenão têm existido restrições àcontratação de portugueses paraas próprias instituições do Esta-do”, refere a mesma onte . On-tem, o “Jornal de Angola” publi-cou mais um editorial duro, sob o
título “Adeus lusofonia”, em queacusa “a cúpula em Portugal,Presidência da República, As-sembleia da República, Governo,Tribunais” de terem “pesadasresponsabilidades no actual cli-ma de agressão a Angola”.
Foi nesta envolvente que o mi-nistro da Segurança Social, PedroMota Soares, aterrou ontem emLuanda para uma visita oficial. Àchegada reforçou que Portugal eAngola partilham uma “relaçãomuito especial” e importa “conti-nuar a solidificar esses laços”, es-cusando-se a mais comentáriossobre a tensão que se vive.
Pelo meio, fonte próxima daorganização da cimeira Portugal--Angola, prevista para o início deFevereiro, revelou ao Diário Eco-nómico que esse encontro podeser adiado. “Os trabalhos de pre-paração continuam, mas se o cli-ma entre os dois países não é ob-jectivamente o melhor, é naturalque essa preparação se atrase e sejanecessário alterar as datas inicial-mente previstas”. ■com C.M.
O Governo teria deactuar com pragmatis-mo, fazer um esforçopara afastar mal-en-tendidos, ambiguida-des e desconfianças.
Cavaco SilvaPrimeiro-ministro, em 1985
“
José Eduardo dos Santos foirecebido por Cavaco Silva na visitaoficial a Portugal, em 1987.
D.R
.
Portugal e Angolapartilham uma“relação muitoespecial” e importa“continuar asolidificar esseslaços”, afirmouo ministro MotaSoares, ontem,em Luanda.
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Tiragem: 16630
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
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D DESTAQUE TENSÃO PORTUGAL/ANGOLA
Filipe [email protected]
Oficialmente, as empresas por-tuguesas que operam no merca-do angolano procuram desvalo-rizar a tensão entre Lisboa eLuanda e mostram-se optimis-tas quanto à resolução da crisediplomática. Nos bastidores,contudo, impera o receio de quenada volte a ser como antes nosnegócios entre os dois países.
Os gestores contactados peloDiário Económico esperam quea intervenção do Presidente daRepública ajude a restaurar oslaços com Luanda. Isto apesarde a resolução dos problemasdepender, em última análise, da
decisão final da ProcuradoriaGeral da República quanto aosinquéritos a altas figuras do Es-tado angolano.
Ainda assim, os empresáriosouvidos pelo Diário Económicomostram-se confiantes quantoà intervenção de Cavaco Silva,até porque foram os própriosmeios angolanos a colocar essecenário em cima da mesa, comoque acenando a Portugal comuma saída para a crise, que per-mita às duas partes salvarem asrespectivas faces. “Sim, a inter-venção do Presidente da Repú-blica pode ser, de facto, a únicasaída para este problema”, disseo gestor de uma grande empre-sa portuguesa com elevados in-
vestimentos em Angola. Outrogestor, que pediu igualmentepara não ser identificado, dadaa sensibilidade do tema, expli-cou que as relações estão “maiscalmas na superfície, mas aindamuito agitadas no terreno”.
Jornal avisa empresasOmtem o “Jornal de Angola”voltou à carga com mais um edi-torial de baterias apontadas aPortugal, acusando os políticosportugueses de dizerem “cinica-mente que já está tudo bem, en-quanto ao mesmo tempo o Mi-nistério Público faz mais man-chetes nos jornais e são violadosos entendimentos feitos comAngola”. O diário luandense
acusou os órgãos de soberaniaportugueses - Presidente da Re-pública incluído - de terem “pe-sadas responsabilidades no ac-tual clima de agressão a Angola”.E acrescentou, em tom de avisopara as empresas lusas: “Portu-gal já não está nas grandes obraspúblicas no nosso país. Não estáno petróleo. Não está na transfe-rência de tecnologias. Aí estão aChina e o Brasil. Portugal pareceestar apenas reduzido à chanta-gem e à falta de respeito”.
O certo é que, apesar da es-calada de tensão entre os doispaíses, os fortes laços económi-cos entre ambos parecem con-dená-los a um entendimento(ver ilustração acima). ■
“A intervençãodo Presidente daRepública pode ser,de facto, a única saídapara este problema”,admite o gestorde uma grandeempresa portuguesacom investimentosem Angola.
Empresas encaram intervençãode Cavaco em Luanda como decisivaPresidência Apesar dos avisos do ‘Jornal de Angola’, as empresas lusas acreditam que influência de Cavaco é crucial.
Quem mandanos negócios
entre Portugale Angola
Os dois países mantêmfortes laços económicos,
que se traduzem emcomplexas ligações entre
as maiores empresasportuguesas e angolanas.
Gen. Hélder Vieira Dias‘Kopelipa, considerado o segundohomem mais poderoso de Angola,
tem vários investimentosem Portugal, em sectores como
banca, vinhos e imobiliário.
Isabel dos SantosA filha do Presidente angolano,José Eduardo dos Santos, tem
importantes investimentos na ZonOptimus, nos bancos BPI e na Galp
Energia (via Amorim Energia).
Manuel VicenteO vice-presidente da República deAngola foi presidente da Sonangole é uma figura relevante no sectordo petróleo. A Sonangol tem 19,5%e é accionista da Amorim Energia.
Álvaro SobrinhoO ex-presidente do BES Angola está
nos media, através da Newshold,com 15% da Cofina e 1% da
Impresa. É dono do “Sol” e temcontrato de gestão do “i”. Tem
ainda 23,5% da SAD do Sporting.
Carlos SilvaO presidente do Banco PrivadoAtlântico é também presidenteda Interoceânico, dona de 2,6%
do Millennium bcp. O bancotem outro accionista angolano,
a Sonangol, com 19,5%.
Pedro Teixeira DuarteO grupo Teixeira Duarte estápresente em Angola há várias
décadas, actuando em sectorescomo a construção, a distribuição
e os serviços.
Américo AmorimÉ o maior accionista da AmorimEnergia, com Isabel dos Santos e
Sonangol como parceiros. ‘Holding’é a maior accionista, com 38%, da
Galp Energia, que opera em Angola.
Belmiro de AzevedoO Grupo Sonae opera em Angola
através da Zon Optimus (que detémem parceria com Isabel dos Santos)
e pretende lançar uma operaçãode retalho alimentar.
Ricardo SalgadoO Grupo Espírito Santo está emAngola através do BES Angola e
Rioforte. Tem ainda posições na PTe na Zon Optimus, com importantes
participadas angolanas.
António MotaA Mota-Engil tem uma longa
relação com Angola, operandoem sectores como a construção,
engenharia e serviços, entre outros.
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Tiragem: 27259
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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Âmbito: Informação Geral
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Âmbito: Economia, Negócios e.
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Tiragem: 92478
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Period.: Ocasional
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 2
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Corte: 1 de 4ID: 50971003 25-11-2013 | Projectos Especiais
As empresas portuguesas portu-guesas pertencem ao grupo dasque têm uma maior percepção daexistência de práticas de suborno ecorrupção generalizadas em Por-tugal.As conclusões fazem parte do in-quérito “Navigating today’s com-plex business risks”, publicadopela consultora EY, e dão contaque 72% das inquiridas acreditaque estas práticas acontecem comfrequência em Portugal, acima dequalquer outro país no estudo(39% é a média dos países desen-volvidos da Europa ocidental e67% ados países emrápido cresci-mento).
Estudo engloba empresas de 35 países
Portugal revela consciênciados riscos mas pouca prevençãoA fraude e a corrupção representam uma ameaça para as organizações, com tendência a aumentar. As empresas portuguesasestão entre as que têm maior percepção da existência de situações do género, mas apostam pouco na prevenção.
Esta percentagemcolocaPortugalno 11.º lugar no ‘ranking’ entre os35 países em estudo, sendo o topoocupado pela Eslovénia, com96% das empresas a confirmarema existência de práticas generali-zadas de corrupção, e a Suíça asurgir no final da tabela, com ape-nas 10%. Também acima da mé-dia da Europa ocidental está aideia de que, no sector onde ac-tuam, é prática comumo recurso asuborno para ganhar contratos:24% das empresas portuguesasadmitem acreditar nisso, face aapenas 14% das inquiridas na Eu-ropa ocidental, enquanto nos paí-ses de rápido crescimento esta
resposta é dada por 38% das in-quiridas.Ainda assim, Portugal, face aosrestantes países do estudo, é aque-le onde ummenor número de em-presas revelou ter assistido a prá-ticas anti-éticas para alcançar oureter negócio, tais como: a ofertade presentes pessoais (13%, com-parado com31% emEspanha), dedinheiro (7%, em comparaçãocom 54% na Grécia) ou de entre-tenimento (9%, comparativamen-te com 22% emEspanha).No que se refere a práticas anti--éticas que visem distorcer as de-monstrações financeiras, as em-presas nacionais estão também
abaixo damédia dos países consi-derados neste estudo. Destas prá-ticas, destacam-se o registo ante-cipado de receitas para atingir ob-jectivos financeiros (apenas 2%,face aos 7% daEuropa ocidental e13% dos países em rápido cresci-mento), a subvalorização de cus-tos para cumprir com orçamentosfinanceiros de curto-prazo (ape-nas 6%, tal como na Europa oci-dental, e abaixo dos 9%dos paísesem rápido crescimento) e as ven-das‘ desnecessárias a clientespara cumprir objectivos (5%, emcomparação aos 4% da Europaocidental e aos 10%dos países emrápido crescimento).
Empresas apostam pouco naprevençãoA probabilidade de existência defraude e corrupção em Portugal,sendo hoje elevada, é agravadapelo facto de apenas 17% dos ges-tores considerarem a possibilida-de de se verificar uma melhoriadas condições de negócio a cur-to/médio prazo, acrescido de 54%desses mesmos gestores conside-rarem que vão sentir maior pres-são para alcançar uma boa ‘per-formance’ financeira e de 72% te-rem a percepção da existência deactos de suborno e de corrupçãono País.O risco de fraude é aindamais ele-
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Tiragem: 17039
País: Portugal
Period.: Ocasional
Âmbito: Economia, Negócios e.
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Corte: 2 de 4ID: 50971003 25-11-2013 | Projectos Especiais
GESTÃO DE FRAUDE NASORGANIZAÇÕES. A fraude éuma ameaça constantepara as organizações, e temtendência a aumentar nospróximos anos. Um programacompleto de gestão de riscosde fraude deverá contemplartrês áreas-chave: prevenção,detecção e resposta. Deveráser também capaz de mitigaras perdas económicasderivadas de uma situaçãode fraude, proteger a imagemde organização e limitara responsabilidade dosadministradores. É esse ofoco do programa antifraudeda área de Fraud Investigation& Dispute Services (FIDS)da EY.
ÉTICA EMPRESARIAL. Apenas 11% das em-presas inquiridas na Europa ocidental eem Portugal consideram que seguir deperto políticas anti-fraude e anti-corrup-ção pode penalizar a sua competitividadeno mercado, face aos 21% dos países derápido crescimento. Também apenas 11%das empresas nos países desenvolvidosconcordam que as empresas estrangei-ras poderão ter desvantagens face àsempresas locais, como resultado demaior regulamentação no seu mercado,abaixo dos 17% considerados por Portu-gal e 22% pelos países em rápido cresci-mento.
vado considerando que são pou-cas as empresas que revelam terimplementadas medidas de pre-venção e controlo, que permitammitigar a ocorrência de práticasde suborno e corrupção.Apenas 37% das empresas portu-guesas afirmam ter políticas e umcódigo de conduta anti-corrupçãoe anti-suborno, face aos 55% dassuas congéneres europeias e 58%nos países de rápido crescimento.No que diz respeito ao cumpri-mento dos aspectos normativos ereguladores, Portugal fica abaixode todos os países inquiridos.Destes, destacamos a comunica-ção, por parte da gestão de topo,
do compromisso com as políticasanti-fraude e anti-corrupção, aformação nesta área, as penaliza-ções por incumprimento e o apoioaos colaboradores que denunciamcomportamentos anti-éticos.De referir ainda que Portugal é opaís em que os colaboradoresconsideram que os seus emprega-dores dão menor relevância àspráticas de anti-corrupção e su-borno (é o 6.º país mais negativoentre os 35 entrevistados), comapenas 35%, em comparação comos 42% dos países desenvolvidosda Europa ocidental e dos 53%apurado nos países em rápidocrescimento. Página 2
Tiragem: 17039
País: Portugal
Period.: Ocasional
Âmbito: Economia, Negócios e.
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Área: 29,61 x 30,39 cm²
Corte: 3 de 4ID: 50971003 25-11-2013 | Projectos Especiais
Um programa anti-corrupção pode ser implementado em apenas oito passos
Empresas apostampouco na prevençãoEmbora conscientes dos riscos e da ocorrência de situações de fraude e corrupção, as empresasnacionais ainda não adoptam medidas de prevenção e controlo. Parecer de especialistas pode ajudara resolver litígios em tribunal. Brasil avança em Fevereiro com nova lei anti-corrupção.
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Tiragem: 38650
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Corte: 1 de 2ID: 51120155 03-12-2013
Combatera imagem dolatino corruptocom um site
Um ano depois de ter sido criado, o simulador online que analisa os riscos de corrupção para as PME portuguesas torna-se bilingue. Com a bênção do Instituto Basileia
Passou quase um
ano desde que um
conjunto de oito
empresas lançou
no Centro Cultural
d e B e l é m , e m
Lisboa, o simula-
dor online Gestão
Transparente. Hoje,
o projecto torna-se
bilingue, com uma versão em in-
glês do site criado para ajudar à
internacionalização das empresas
portuguesas que pretendam inves-
tir no estrangeiro — sobretudo fora
da União Europeia — avaliando o
nível de risco de corrupção a que
estão expostas.
Foram cerca de 8700 euros in-
vestidos num ano numa página
electrónica diferente que chamou
a atenção do Instituto Basileia, a
mais de dois mil quilómetros. Ho-
je, Gretta Fenner, directora do Ins-
tituto, e Gemma Aiolfi , que lidera
a divisão de Governança Corpora-
tiva da mesma organização, estarão
no primeiro aniversário do projecto.
Para apoiar uma ideia “inovadora”
na área do combate à corrupção.
A mais-valia do projecto é o si-
mulador pensado para ser um
“instrumento prático, dando reco-
mendações e sugerindo medidas
adequadas ao perfi l da entidade
que consulta o site”, explica ao PÚ-
BLICO Gualter Crisóstomo, director
de Governança Corporativa do Cen-
tro para A Excelência e Inovação na
Indústria Automóvel (CEiiA).
De forma gratuita, qualquer em-
presa pode recorrer à pagina electró-
nica para ter um primeiro vislumbre
sobre os riscos que enfrenta ao ten-
tar a internacionalização. As empre-
sas inserem os mais variados dados,
sobre a sua área de actividade, o tipo
de empresa e a sua dimensão, país
onde tencionam investir, se existirá
relacionamento com a administra-
ção pública local, se ponderam ter
intermediários ou parceiros locais.
O simulador apresenta-lhes depois
um resultado que refl ecte todas as
variáveis em questão.
dar formas de colaborar no futuro
com as entidades responsáveis pelo
projecto.
A singularidade do simulador está
no facto de ser gratuito e de resultar
da conjugação de esforços de em-
presas privadas, mas validado por
entidades públicas como o Depar-
tamento Central de Investigação e
Acção Penal (DCIAP) e a Universi-
dade do Minho.
Gemma Aiolfi — que no passado
foi responsável pela aplicação de po-
líticas anticorrupção em entidades
como o banco suíço UBS ou a mul-
tinacional ABB — elogia o empenho
das empresas que criaram o projec-
to. Além da CEiiA, estão envolvidas
a EDP, Inteli, Microsoft, Siemens,
REN, MTS e EPAL. “É promovida
pelas empresas. São as empresas a
assumir as suas responsabilidades
perante os riscos que enfrentam,
não sendo imposto pelo Governo.
Isso torna-o mais credível perante
outras empresas”, destaca Aiolfi .
O alvo do site são as PME. Que ac-
tualmente são as menos preparadas
para enfrentar os riscos da corrup-
Crisóstomo não esconde o orgulho
de ter em Portugal duas representan-
tes daquela que é a “instituição de
referência a nível mundial que mais
trabalha em colective actions [inicia-
tivas promovidas por empresas]”.
Representando assim o reconheci-
mento internacional de um projecto
pensado para as pequenas e médias
empresas (PME) portuguesas por
uma entidade que “colabora com a
OCDE, o Banco Mundial e o G20”.
Afi nal, um site que custou me-
nos de dez mil euros, que resultou
do trabalho de cerca de 15 colabo-
radores, totalmente realizado em
Portugal, podia mostrar que, “em
Portugal, há também exemplos de
boas práticas” que no estrangeiro
querem replicar. Uma resposta para
os que, lá fora, “olham só para nós
como uns latinos corruptos”.
Gretta Fenner — com um currículo
construído como consultora inde-
pendente nas áreas da Governança
e do Combate à Corrupção — reco-
nhece que veio expressamente a
Lisboa para o primeiro aniversário
do GestãoTransparente e para estu-
ção no mercado global. “Empresas
com 30 ou 40 trabalhadores, que
não sabem fazer uma análise de
mercado, dos países e sectores”
onde tencionam investir, explica
Crisóstomo.
E que entram num mercado bem
diferente. “Se quer investir no ex-
terior é melhor estar preparado.
É um campeonato diferente”, diz
Fenner. “Aceitar pagar um suborno
no estrangeiro pode arranjar-lhes
problemas no seu país de origem.
Portugal já tem leis anticorrupção
que se aplicam a transacções no es-
trangeiro. E mesmo uma PME por-
tuguesa pode ter uma ligação a um
qualquer Estado-membro da OCDE
que tem as suas próprias leis, que
talvez as aplique de uma forma mais
veemente. Pode acontecer uma em-
presa portuguesa ver-se escrutinada
no Reino Unido por um negócio que
fez no Brasil. Esse conceito é novo e
o risco de tal acontecer é cada vez
maior”, acrescenta Aiolfi . Já há ca-
sos concretos que o confi rmam: “A
Alstom, uma empresa francesa, foi
acusada na Suíça por causa de negó-
Nuno Sá Lourenço
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cios feitos na Letónia e na Malásia. E
eles foram multados em 31 milhões
de euros.”
Uma mudança de mentalidade
que vai sendo feita aos poucos nas
multinacionais. “O nível de cons-
ciencialização acerca dos riscos
do suborno aumentou. Tem mui-
to maior visibilidade mediática e
a expectativa dos accionistas e dos
investidores é que as empresas ne-
goceiem de forma ética. Já há pres-
são das organizações internacionais,
veja-se a lista negra do Banco Mun-
dial. Os riscos para as empresas são
cada vez mais elevados. E ninguém
quer ter de pagar 2500 milhões de
multa como a Siemens teve de fazer
há uns anos”, remata Aiolfi .
A julgar pelas estatísticas do site,
alguém no sector privado perce-
beu a mensagem. No seu primei-
ro ano foram feitas mais de 2300
simulações. Desse universo, mais
de 71% foram realizadas por PME.
Que testaram negócios, não só em
Portugal mas também em países
como Angola, Espanha, Brasil ou
Moçambique.
Crisóstomo assinala a semelhança:
“Se olharmos para a taxa de cresci-
mento das exportações, vemos que
esta casa com as consultas feitas. Foi
de encontro à economia real.”
O objectivo agora é exponenciar a
visibilidade do site, tornado-o aces-
sível a qualquer empresa do mundo.
directora do DCIAP, Maria Cândida
Almeida, durante uma conferência.
“Achámos que estava na altura de
parar com os diagnósticos e come-
çar a agir”, recorda Crisóstomo.
Curiosamente, o GestãoTranspa-
rente assinala o seu aniversário no
mesmo dia em que a Transparência
“Não vejo porque isso não poderá
acontecer. O projecto está defi nido
a partir dos padrões internacionais.
Qualquer empresa, esteja sediada
onde estiver, tem de ter em contas
estas regras”, defende Fenner, do
Instituto Basileia.
Tudo isto após o desafi o da então
Internacional torna público o Ín-
dice de Percepção da Corrupção
para 2013. Os dados compilados
a partir de uma miríade de relató-
rios de entidades internacionais
especializadas em Política, Eco-
nomia e Finanças, colocam Por-
tugal em 33.º lugar numa lista de
177 países.
O mesmo lugar obtido em 2012
permitiu ultrapassar a Espanha —
que caiu para o 40.º posto após
uma queda de 10 posições — e dei-
xando a Grécia bem longe, em 80.º
lugar. Mas, ainda assim, abaixo de
Chipre (em 31.º). E mais distante
da Irlanda, que num ano quase
chegou ao top 20, trepando 4 lu-
gares.
Numa primeira análise, o resul-
tado português parecer ter sido
negativamente infl uenciado por
uma variável em particular: o Guia
Internacional de Países em Risco,
da norte-americana Political Risk
Services, que quantifi cou de forma
mais severa o ambiente político em
Portugal e o seu impacto na econo-
mia e nas fi nanças do país.
Da mesma forma, o relatório
anual da Faculdade de Gestão
suíça IMD penalizou Portugal na
sua avaliação ao nível da compe-
titividade.
Crisóstomo acredita que a ges-
tão responsável é uma forma de
tornar as empresas portuguesas
mais competitivas a nível mundial.
“Se as indústrias nacionais apreen-
derem estes conceitos rapidamen-
te, podem, no futuro, apresentar
estas boas práticas como um ele-
mento diferenciador”, assegura,
antes de repetir um jargão politi-
camente correcto. “Nós acredita-
mos que clean businesses are good
businesses [negócios limpos são
negócios lucrativos].”
Gretta Fenner concorda, mas a
“longo prazo”. Para as empresas
ocidentais é um desafi o particu-
lar, pois vão ter de competir com
companhias de outras regiões do
mundo onde as exigências legais
não é tão elevada.
Ainda assim, o projecto foi anga-
riando mais aderentes. A cerimó-
nia de hoje assinalará a adesão de
11 novas entidades ao projecto. Em-
presas como a fabricante de lâm-
padas OSRAM/Portugal, a empresa
do Grupo Barraqueiro, Fertagus,
ou os dois poderosos escritórios
de advogados PLMJ e Cuatrecasas.
Que se comprometem a “recorrer
ao simulador e a promovê-lo jun-
to dos seus parceiros”, acrescenta
Crisóstomo.
Resta um sector de actividade
onde o director de Governança
Corporativa da CEiiA reconhece
não ter ainda chegado. “Olha-se
para os parceiros, para as entida-
des colaboradoras e para os obser-
vadores do projecto e não vemos a
banca. E não foi por falta de tenta-
tiva. Até faz falta ter a visão desse
sector.”
DANIEL ROCHA
MIGUEL MANSO
Gretta Fenner e Gemma Aiolfi, ambas directoras do Instituto Basileia, uma instituição de referência a nível mundial de combate à corrupção
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