boletim questão sindical ano 1 número 44

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QUESTÃO sindical 05 de maio de 2016 - número 44 - ano 1 11 - 3843-0355 / 11 9.6718-9312 EXPEDIENTE [email protected] www.questaosindical.com.br RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICAL Toda quinta-feira, o bolem eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este bolem toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para [email protected]. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo. [email protected] QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 3843-0355. Segurança jurídica é uma expressão que caiu no gosto da imprensa e de muitos polícos. Diz a mídia que o empresariado passou a apoiar o impeachment de Dilma devido ao excesso de intervenção da presi- dente na economia e no mercado. Considero natural que o capital busque se proteger. É compreensível que os inves- dores procurem colocar seu dinheiro em países estáveis, onde as regras do mercado não sofram abalos - se é que tal país existe. O mesmo empresariado que quer der- rubar Dilma apoia o documento “Uma ponte para o futuro”, que sinaliza qual se- ria o perfil de um eventual governo Te- mer. Ora, eles apoiam esse documen- to por várias razões, mas principalmente porque ele promete mexer na legislação trabalhista e alterar garanas legais da re- lação capital-trabalho. A contradição que não quer calar é esta: o empresariado quer segurança ju- rídica só para seus negócios? Explico: ao querer mudar as relações capital-traba- lho, trocando o legislado pelo negociado, quem cai na insegurança jurídica é o tra- balhador. Segundo essa lógica, os negó- cios devem ser regrados por normas es- táveis. Já os interesses dos trabalhadores ficariam sujeitos a uma vaga negociação entre as partes. Isso é justo? Sábado, dia 30, nosso Sindicato come- morou 53 anos. A cerimônia, na sede, rea- lizada dia 29, contou com uma mesa ampla e ecléca. Estavam presentes o sindicalis- mo, o poder políco e também a represen- tação do capital. Fizemos assim por enten- der que não se constrói nada de sólido se não for pela soma de esforços e experiên- cias, buscando o interesse colevo. Não estou aqui querendo posar de pa- radigma. Apenas reforço posição da nossa diretoria, que valoriza o diálogo e respei- ta as diferenças de opinião. No evento, re- afirmei nosso compromisso com a demo- cracia e deixei claro que as leis trabalhistas não formam castas privilegiadas. Elas, na verdade, definem um padrão de proteção legal e até humanitário. Manifesto, novamente, neste espaço, minha preocupação com a ofensiva pa- tronal conservadora, que visa desregula- mentar direitos de trabalhadores da ava e de aposentados. A elite brasileira insiste em impor um projeto atrasado e ansso- cial, que, inclusive, contraria os princípios da Constuição-cidadã. Deixo claro que, da mesma forma que combatemos a terceiri- zação selvagem, combateremos ataques a direitos e conquistas. O Brasil precisa de reformas, mas elas devem ser no sendo do avanço. Jamais do retrocesso. Durante anos, depois dos massacres de Xangai e do es- magamento da Comuna de Cantão, em 1927, o Partido Co- munista Chinês insistiu em co- memorar nas grandes cida- des o 1º de Maio. A cada ano, em cada comemoração, no- vos massacres e a repressão se encarniçava contra os traba- lhadores urbanos. O Partido, abandonando a “estética do sacrifício”, resolveu não come- morar mais a data. Os ganhos políticos e ideológicos eram, de longe, sobrepujados pelas per- das em militantes, organiza- ções e relações políticas. Este é um exemplo histórico extremo e a situação das come- morações brasileiras do 1º de Maio não é tão dramática. No entanto, passamos a ex- perimentar – sem repressão e com festas – algumas das des- vantagens que os comunistas chineses tiveram. As festas já não bastam, o modelo se esgo- tou, especialmente depois do que aconteceu no fim de sema- na. Nas comemorações do 1º de Maio o movimento sindical mostrou-se pouco mobilizador e dividido em linhas políticas mutuamente agressivas. Exem- plo eloquente foi o das come- morações na cidade de São Paulo, com dois grandes even- tos polarizados. A pauta unitária foi, de ma- neiras diferentes, afirmada em cada uma delas, uma pauta de resistência e reivindicações, mas a divisão falou mais alto. Até mesmo os acenos tardios à pauta que a presidente fez no evento organizado por seus partidários soou de uma forma insatisfatória e oportunista no outro, que valorizava lideran- ças políticas menores, sujeitas à vaia. Faltou conversa prévia, de todos com todos, impossibilita- da pelo clima de antagonismo. À luta contra a recessão e pela retomada do desenvolvi- mento, que é longa, soma-se agora a necessária luta pela reunificação do movimento sin- dical, com peripécias que vão testar a sagacidade e o empe- nho dos militantes e dos diri- gentes. O grande desafio, sobre o qual a experiência recente do movimento sindical argenti- no pode nos ensinar muito, é o de reconstruir a unidade, re- forçando a pauta unitária sem cair e se enredar nas manobras políticas de que o período será fértil; aqui também, no nevoei- ro, o velho timoneiro deve levar o barco devagar. OPINIÃO OPINIÃO NA CÂMARA O velho timoneiro Segurança que nos interessa Regra do Programa de Proteção ao Emprego é alterada para agilizar renovação de pedido As empresas que fazem parte do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e que protocolarem pedidos de renovação ao Programa terão o processo de análise agilizado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). Portaria publicada no Diário Oficial da União desta quar- ta (04) regulamenta os prazos para apresentação dos pedidos de Ter- mos Adivos e permite que o prazo de renovação vigore com data retro- ava ao deferimento do pedido. “O PPE tem se mostrado eficaz. Mais de 20 empresas já protocola- ram oficialmente pedidos de adi- vos ao Programa, renovando a ade- são a parr de acordo colevo com os trabalhadores e assim, evitando demissões. O objevo da portaria é regulamentar esse processo de re- novação ao PPE”, ressalta o secre- tário de Polícas Públicas de Em- prego, Márcio Borges. Para solicitarem renovação do PPE, as empresas deverão respei- tar o período de vigência do acor- do colevo com os trabalhadores. Além disso, os pedidos de prorro- gação do prazo de adesão, do au- mento de percentuais de redução da jornada de trabalho e de salário, e o acréscimo de novos setores de- verão ser formalizados no prazo mí- nimo de 30 dias da data pretendida para a renovação. A medida também agiliza a tra- mitação da análise dos pedidos de renovação, prevendo que, excep- cionalmente, mediante aprovação da Secretaria Execuva do PPE, os termos adivos já apresentados an- tes da publicação da portaria pode- rão vigorar com data retroava ao deferimento do pedido. O Programa de Proteção ao Em- prego (PPE) já transferiu mais de R$ 157 milhões, para manutenção de 58 mil empregos, com 104 termos de adesão publicados, beneficiando 84 empresas, com 53 Termos de Adesão concedidos em 2015 e 51 neste ano. Saiba mais: mtps.gov.br Está em discussão na Câmara dos Deputados o pedido de urgência pelos líderes pardários para votação do PL 4.665/16, do deputado Herculano Pas- sos (PSD-SP), que permite a celebração de contrato diferenciado durante o pe- ríodo dos Jogos Olímpicos e Paralímpi- cos de 2016. A proposta prevê que durante os eventos dos Jogos Olímpicos e Pa- raolímpicos de 2016 a prestação de serviços poderá ser descontínua, po- dendo compreender períodos de- terminados em dia ou hora, e alte- rar prestação de serviços e folgas, de acordo com a disponibilidade do em- pregado e conveniência do emprega- dor. Também estabelece que o em- pregado deverá receber pelo período trabalhado tratamento econômico e normativo proporcional ao número de horas trabalhadas. As férias, 13º salário e verbas rescisórias serão cal- culados com base na média dos va- lores recebidos pelo empregado du- rante o período a que corresponder seu contrato diferenciado. Risco - A proposta, no formato como foi apresentada, atualmente, tem seu caráter por provisório. No en- tanto, alerta o Diap, há de se preocu- par com a possibilidade de alterações profundas em seu teor original duran- te as discussões entre os deputados, podendo ser transformada em caráter permanente, resultando em um retro- cesso para os trabalhadores ao se per- mir um novo modelo de contrato de trabalho sem o debate mais profundo. A proposta aguarda designação de re- lator na Comissão de Trabalho, de Ad- ministração e Serviço Público. Em se- guida, a matéria será apreciada pela Comissão de Constuição, Jusça e Ci- dadania, em caráter conclusivo. Saiba mais: diap.org.br Líderes podem pedir urgência para votação de contrato de curta duração para Jogos Olímpicos e Paralímpicos A presidenta Dilma Rousseff e a mi- nistra da Agricultura, Pecuária e Abas- tecimento, Káa Abreu, lançaram, nesta quarta (4), no Palácio do Planalto, o Pla- no Agricultura e Pecuário 2016/2017, co- nhecido como Plano Safra, que desnará R$ 202,8 bilhões de crédito aos produto- res rurais brasileiros. O valor é recorde e representa aumento de 8% em relação à safra anterior (R$ 187,7 bilhões). Um dos destaques é o crescimen- to de 20% dos recursos para custeio e comercialização a juros controlados (mais baixos que os de mercado). A modalidade contará com R$ 115,8 bi- lhões. As taxas foram ajustadas sem comprometer a capacidade de paga- mento do produtor, com índices que variam de 8,5% a 12% ao ano. Os agricultores de médio porte ve- ram prioridade. Os recursos de custeio para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cres- ceram 15,4% e alcançaram R$ 15,7 bi- lhões, com juros anuais de 8,5%. A oferta de crédito agrícola tem cres- cido a cada safra, demonstrando o po- tencial e a confiança dos produtores no setor. Somente nos úlmos cinco anos, os recursos do Plano Agrícola aumen- taram 89%, somando R$ 905,1 bilhões no acumulado do período. Saltou de R$ 107,2 bilhões, na safra 2011/2012, para R$ 202,88 bilhões, no ano agrícola atual. Saiba mais: brasil.gov.br Brasil rural contará com crédito recorde de R$ 202,8 bi no Plano Safra 2016/2017; Agricultura Familiar terá R$ 30 bi RESISTÊNCIA Durante discurso no 1º de Maio da CUT, o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, convocou para 10 de maio um Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa de Direitos. A ideia é unificar os trabalhadores dos setores público e privado para derrubar o impe- achment. “Resistência se faz com luta e vamos paralisar fábricas, escolas, retar- dar atendimento onde for possível, na guerra junto com estudantes, com toda a sociedade”, afirma o líder sindical. Vagner alertou ainda aqueles que acreditam no discurso de que o impe- achment resolve o problema do Brasil. “Os golpistas estão vendendo a ideia de que fazendo o impeachment, no dia seguinte, a economia crescerá 10%, um milhão de empregos serão gerados e o Brasil sairá da crise, mas o impe- achment aprofundará a crise”, diz, ao reforçar que um possível golpe acirrará a disputa das ruas para que Dilma pos- sa governar até 2018, conforme deter- mina a eleição. Segundo ele, a luta não é um cheque em branco e virá acom- panhada de cobranças por avanços para a classe trabalhadora. “Não haverá paz, porque lutaremos pela democracia. Eles são usurpadores da democracia, não nós. Nós estamos do lado certo da história, entendendo que o mandato da Dilma deve ser res- peitado para que ela possa fazer um restante de mandato que atenda a to- dos os interesses da classe trabalhado- ra”, pontua ele. Saiba mais: cut.org.br Presidente da CUT convoca Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa de Direitos; será em todo o País no próximo dia 10 CURTAS Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792 Sede Guarulhos 11 2475-6565 www.comerciariosdeguarulhos.org.br [email protected] Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (11) 2463.5300 www.metalurgico.org.br [email protected] Medida já transferiu mais de R$ 157 milhões para empresas e garantiu a manutenção de 58 mil empregos A balança comercial brasileira regis- trou saldo posivo de US$ 4,861 bilhões no mês passado, o melhor resultado apurado em meses de abril desde 1989, quando começou a ser elaborada a série histórica, informou, nesta segunda-feira (2), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O supe- rávit foi resultado de exportações de US$ 15,374 bilhões e de importações de US$ 10,513 bilhões no período. Com os dados de abril, o País acumula saldo comercial recorde de US$ 13,249 bilhões nos quatro primeiros meses de 2016. Em igual período do ano passado, foi registrado déficit (saldo negavo) de US$ 5 bilhões. Saiba mais: brasil.gov.br Superávit de US$ 4,9 bi é o melhor de abril desde 1989 As centrais sindicais e o Dieese rea- lizam nesta quinta (5) duas etapas da 12ª Jornada Nacional de Debates. O ciclo de conferências, que é realizado desde 2008 em diferentes estados da Federação, tem o objevo de discur os cenários das negociações colevas. As etapas regionais desta quinta ocor- rerão em Belo Horizonte, às 14 horas, no auditório do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais (rua Curiba, 689, 9º andar, Centro); e, em Brasília, às 14h30, no auditório da Anapar (SCS, Quadra 06, Bloco A, Edicio Carioca, Sala 709). Parcipam dirigentes sindicais de várias categorias e técnicos do Dieese. Mais informações: www.dieese.org.br Jornada Nacional de Debates chega a Minas e Brasília Faleceu na noite desta quarta (4), o metalúrgico Waldemar Rossi, avista sindical no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, um dos organizadores do Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica. Waldemar iniciou sua ação sindical através da Juventude Operária Católica (JOC), foi membro da Ação Católica Operária (ACO), sindicalista atuante, em 1980 foi o operário esco- lhido para ler o documento, no Estádio do Morumbi, sobre a situação dos tra- balhadores no País, quando da visita do Papa João Paulo II ao Brasil. O velório acontece nesta quinta-feira (05), a parr da 8h30, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, na Rua Serra de Japi, 31, no Bairro do Tatuapé, em São Paulo. O corpo será cremado no Cemitério da Vila Alpina. NOTA DE FALECIMENTO Waldemar Rossi

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QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: WhatsApp: 11 9.4754-0103

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Page 1: Boletim Questão Sindical Ano 1 Número 44

QUESTÃO sindical05 de maio de 2016 - número 44 - ano 1 11 - 3843-0355 / 11 9.6718-9312

EXPEDIENTE [email protected]

www.questaosindical.com.br

RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICALToda quinta-feira, o boletim eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este boletim toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para [email protected]. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo.

[email protected]

QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus.

Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 3843-0355.

Segurança jurídica é uma expressão que caiu no gosto da imprensa e de muitos políticos. Diz a mídia que o empresariado passou a apoiar o impeachment de Dilma devido ao excesso de intervenção da presi-dente na economia e no mercado.

Considero natural que o capital busque se proteger. É compreensível que os inves-tidores procurem colocar seu dinheiro em países estáveis, onde as regras do mercado não sofram abalos - se é que tal país existe.

O mesmo empresariado que quer der-rubar Dilma apoia o documento “Uma ponte para o futuro”, que sinaliza qual se-ria o perfil de um eventual governo Te-mer. Ora, eles apoiam esse documen-to por várias razões, mas principalmente porque ele promete mexer na legislação trabalhista e alterar garantias legais da re-lação capital-trabalho.

A contradição que não quer calar é esta: o empresariado quer segurança ju-rídica só para seus negócios? Explico: ao querer mudar as relações capital-traba-lho, trocando o legislado pelo negociado, quem cai na insegurança jurídica é o tra-balhador. Segundo essa lógica, os negó-cios devem ser regrados por normas es-táveis. Já os interesses dos trabalhadores ficariam sujeitos a uma vaga negociação entre as partes. Isso é justo?

Sábado, dia 30, nosso Sindicato come-morou 53 anos. A cerimônia, na sede, rea-lizada dia 29, contou com uma mesa ampla e eclética. Estavam presentes o sindicalis-mo, o poder político e também a represen-tação do capital. Fizemos assim por enten-der que não se constrói nada de sólido se não for pela soma de esforços e experiên-cias, buscando o interesse coletivo.

Não estou aqui querendo posar de pa-radigma. Apenas reforço posição da nossa diretoria, que valoriza o diálogo e respei-ta as diferenças de opinião. No evento, re-afirmei nosso compromisso com a demo-cracia e deixei claro que as leis trabalhistas não formam castas privilegiadas. Elas, na verdade, definem um padrão de proteção legal e até humanitário.

Manifesto, novamente, neste espaço, minha preocupação com a ofensiva pa-tronal conservadora, que visa desregula-mentar direitos de trabalhadores da ativa e de aposentados. A elite brasileira insiste em impor um projeto atrasado e antisso-cial, que, inclusive, contraria os princípios da Constituição-cidadã. Deixo claro que, da mesma forma que combatemos a terceiri-zação selvagem, combateremos ataques a direitos e conquistas.

O Brasil precisa de reformas, mas elas devem ser no sentido do avanço. Jamais do retrocesso.

Durante anos, depois dos massacres de Xangai e do es-magamento da Comuna de Cantão, em 1927, o Partido Co-munista Chinês insistiu em co-memorar nas grandes cida-des o 1º de Maio. A cada ano, em cada comemoração, no-vos massacres e a repressão se encarniçava contra os traba-lhadores urbanos. O Partido, abandonando a “estética do sacrifício”, resolveu não come-morar mais a data. Os ganhos políticos e ideológicos eram, de longe, sobrepujados pelas per-das em militantes, organiza-ções e relações políticas.

Este é um exemplo histórico extremo e a situação das come-morações brasileiras do 1º de Maio não é tão dramática.

No entanto, passamos a ex-perimentar – sem repressão e com festas – algumas das des-vantagens que os comunistas chineses tiveram. As festas já não bastam, o modelo se esgo-tou, especialmente depois do que aconteceu no fim de sema-na.

Nas comemorações do 1º de Maio o movimento sindical mostrou-se pouco mobilizador e dividido em linhas políticas mutuamente agressivas. Exem-plo eloquente foi o das come-morações na cidade de São Paulo, com dois grandes even-tos polarizados.

A pauta unitária foi, de ma-neiras diferentes, afirmada em cada uma delas, uma pauta de resistência e reivindicações, mas a divisão falou mais alto.

Até mesmo os acenos tardios à pauta que a presidente fez no evento organizado por seus

partidários soou de uma forma insatisfatória e oportunista no outro, que valorizava lideran-ças políticas menores, sujeitas à vaia.

Faltou conversa prévia, de todos com todos, impossibilita-da pelo clima de antagonismo.

À luta contra a recessão e pela retomada do desenvolvi-mento, que é longa, soma-se agora a necessária luta pela reunificação do movimento sin-dical, com peripécias que vão testar a sagacidade e o empe-nho dos militantes e dos diri-gentes.

O grande desafio, sobre o qual a experiência recente do movimento sindical argenti-no pode nos ensinar muito, é o de reconstruir a unidade, re-forçando a pauta unitária sem cair e se enredar nas manobras políticas de que o período será fértil; aqui também, no nevoei-ro, o velho timoneiro deve levar o barco devagar.

OPINIÃO

OPINIÃO NA CÂMARA

O velho timoneiro

Segurança que nos interessa

Regra do Programa de Proteção ao Emprego é alterada para agilizar renovação de pedido

As empresas que fazem parte do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e que protocolarem pedidos de renovação ao Programa terão o processo de análise agilizado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). Portaria publicada no Diário Oficial da União desta quar-ta (04) regulamenta os prazos para apresentação dos pedidos de Ter-mos Aditivos e permite que o prazo de renovação vigore com data retro-ativa ao deferimento do pedido.

“O PPE tem se mostrado eficaz. Mais de 20 empresas já protocola-ram oficialmente pedidos de aditi-vos ao Programa, renovando a ade-são a partir de acordo coletivo com

os trabalhadores e assim, evitando demissões. O objetivo da portaria é regulamentar esse processo de re-novação ao PPE”, ressalta o secre-tário de Políticas Públicas de Em-prego, Márcio Borges.

Para solicitarem renovação do PPE, as empresas deverão respei-tar o período de vigência do acor-do coletivo com os trabalhadores. Além disso, os pedidos de prorro-gação do prazo de adesão, do au-mento de percentuais de redução da jornada de trabalho e de salário, e o acréscimo de novos setores de-verão ser formalizados no prazo mí-nimo de 30 dias da data pretendida para a renovação.

A medida também agiliza a tra-mitação da análise dos pedidos de renovação, prevendo que, excep-cionalmente, mediante aprovação da Secretaria Executiva do PPE, os termos aditivos já apresentados an-tes da publicação da portaria pode-rão vigorar com data retroativa ao deferimento do pedido.

O Programa de Proteção ao Em-prego (PPE) já transferiu mais de R$ 157 milhões, para manutenção de 58 mil empregos, com 104 termos de adesão publicados, beneficiando 84 empresas, com 53 Termos de Adesão concedidos em 2015 e 51 neste ano.

Saiba mais: mtps.gov.br

Está em discussão na Câmara dos Deputados o pedido de urgência pelos líderes partidários para votação do PL 4.665/16, do deputado Herculano Pas-sos (PSD-SP), que permite a celebração de contrato diferenciado durante o pe-ríodo dos Jogos Olímpicos e Paralímpi-cos de 2016.

A proposta prevê que durante os eventos dos Jogos Olímpicos e Pa-raolímpicos de 2016 a prestação de serviços poderá ser descontínua, po-dendo compreender períodos de-terminados em dia ou hora, e alte-rar prestação de serviços e folgas, de acordo com a disponibilidade do em-

pregado e conveniência do emprega-dor. Também estabelece que o em-pregado deverá receber pelo período trabalhado tratamento econômico e normativo proporcional ao número de horas trabalhadas. As férias, 13º salário e verbas rescisórias serão cal-culados com base na média dos va-lores recebidos pelo empregado du-rante o período a que corresponder seu contrato diferenciado.

Risco - A proposta, no formato como foi apresentada, atualmente, tem seu caráter por provisório. No en-tanto, alerta o Diap, há de se preocu-

par com a possibilidade de alterações profundas em seu teor original duran-te as discussões entre os deputados, podendo ser transformada em caráter permanente, resultando em um retro-cesso para os trabalhadores ao se per-mitir um novo modelo de contrato de trabalho sem o debate mais profundo. A proposta aguarda designação de re-lator na Comissão de Trabalho, de Ad-ministração e Serviço Público. Em se-guida, a matéria será apreciada pela Comissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania, em caráter conclusivo.

Saiba mais: diap.org.br

Líderes podem pedir urgência para votação de contratode curta duração para Jogos Olímpicos e Paralímpicos

A presidenta Dilma Rousseff e a mi-nistra da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Kátia Abreu, lançaram, nesta quarta (4), no Palácio do Planalto, o Pla-no Agricultura e Pecuário 2016/2017, co-nhecido como Plano Safra, que destinará R$ 202,8 bilhões de crédito aos produto-res rurais brasileiros. O valor é recorde e representa aumento de 8% em relação à safra anterior (R$ 187,7 bilhões).

Um dos destaques é o crescimen-to de 20% dos recursos para custeio

e comercialização a juros controlados (mais baixos que os de mercado). A modalidade contará com R$ 115,8 bi-lhões. As taxas foram ajustadas sem comprometer a capacidade de paga-mento do produtor, com índices que variam de 8,5% a 12% ao ano.

Os agricultores de médio porte tive-ram prioridade. Os recursos de custeio para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cres-ceram 15,4% e alcançaram R$ 15,7 bi-

lhões, com juros anuais de 8,5%.A oferta de crédito agrícola tem cres-

cido a cada safra, demonstrando o po-tencial e a confiança dos produtores no setor. Somente nos últimos cinco anos, os recursos do Plano Agrícola aumen-taram 89%, somando R$ 905,1 bilhões no acumulado do período. Saltou de R$ 107,2 bilhões, na safra 2011/2012, para R$ 202,88 bilhões, no ano agrícola atual.

Saiba mais: brasil.gov.br

Brasil rural contará com crédito recorde de R$ 202,8 bi noPlano Safra 2016/2017; Agricultura Familiar terá R$ 30 bi

RESISTÊNCIA

Durante discurso no 1º de Maio da CUT, o presidente nacional da Central, Vagner Freitas, convocou para 10 de maio um Dia Nacional de Luta contra o Golpe e em Defesa de Direitos. A ideia é unificar os trabalhadores dos setores público e privado para derrubar o impe-achment. “Resistência se faz com luta e vamos paralisar fábricas, escolas, retar-dar atendimento onde for possível, na guerra junto com estudantes, com toda a sociedade”, afirma o líder sindical.

Vagner alertou ainda aqueles que

acreditam no discurso de que o impe-achment resolve o problema do Brasil. “Os golpistas estão vendendo a ideia de que fazendo o impeachment, no dia seguinte, a economia crescerá 10%, um milhão de empregos serão gerados e o Brasil sairá da crise, mas o impe-achment aprofundará a crise”, diz, ao reforçar que um possível golpe acirrará a disputa das ruas para que Dilma pos-sa governar até 2018, conforme deter-mina a eleição. Segundo ele, a luta não é um cheque em branco e virá acom-

panhada de cobranças por avanços para a classe trabalhadora.

“Não haverá paz, porque lutaremos pela democracia. Eles são usurpadores da democracia, não nós. Nós estamos do lado certo da história, entendendo que o mandato da Dilma deve ser res-peitado para que ela possa fazer um restante de mandato que atenda a to-dos os interesses da classe trabalhado-ra”, pontua ele.

Saiba mais: cut.org.br

Presidente da CUT convoca Dia Nacional de Luta contra o Golpee em Defesa de Direitos; será em todo o País no próximo dia 10

CURTAS

Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792

Sede Guarulhos 11 2475-6565

www.comerciariosdeguarulhos.org.brimprensa@comerciariosdeguarulhos.org.br

Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região(11) 2463.5300

[email protected]

Medida já transferiu mais de R$ 157 milhões para empresas e garantiu a manutenção de 58 mil empregos

A balança comercial brasileira regis-trou saldo positivo de US$ 4,861 bilhões no mês passado, o melhor resultado apurado em meses de abril desde 1989, quando começou a ser elaborada a série histórica, informou, nesta segunda-feira (2), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O supe-rávit foi resultado de exportações de US$ 15,374 bilhões e de importações de US$ 10,513 bilhões no período. Com os dados de abril, o País acumula saldo comercial recorde de US$ 13,249 bilhões nos quatro primeiros meses de 2016. Em igual período do ano passado, foi registrado déficit (saldo negativo) de US$ 5 bilhões.

Saiba mais: brasil.gov.br

Superávit de US$ 4,9 bi é o melhor de abril desde 1989

As centrais sindicais e o Dieese rea-lizam nesta quinta (5) duas etapas da 12ª Jornada Nacional de Debates. O ciclo de conferências, que é realizado desde 2008 em diferentes estados da Federação, tem o objetivo de discutir os cenários das negociações coletivas. As etapas regionais desta quinta ocor-rerão em Belo Horizonte, às 14 horas, no auditório do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais (rua Curitiba, 689, 9º andar, Centro); e, em Brasília, às 14h30, no auditório da Anapar (SCS, Quadra 06, Bloco A, Edifício Carioca, Sala 709). Participam dirigentes sindicais de várias categorias e técnicos do Dieese.

Mais informações: www.dieese.org.br

Jornada Nacionalde Debates chegaa Minas e Brasília

Faleceu na noite desta quarta (4), o metalúrgico Waldemar Rossi, ativista sindical no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, um dos organizadores do Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica. Waldemar iniciou sua ação sindical através da Juventude Operária Católica (JOC), foi membro da Ação Católica Operária (ACO), sindicalista atuante, em 1980 foi o operário esco-lhido para ler o documento, no Estádio do Morumbi, sobre a situação dos tra-balhadores no País, quando da visita do Papa João Paulo II ao Brasil. O velório acontece nesta quinta-feira (05), a partir da 8h30, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, na Rua Serra de Japi, 31, no Bairro do Tatuapé, em São Paulo. O corpo será cremado no Cemitério da Vila Alpina.

NOTA DE FALECIMENTOWaldemar Rossi