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DIREITO COLETIVO ORGANIZAÇÃO SINDICAL CARACTERÍSTICAS MODELO SINDICAL BRASILEIRO Prof. Bianca Bastos Aula 2 Atualizado de acordo com a Lei 13.467/2017

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DIREITO COLETIVO

ORGANIZAÇÃO SINDICAL

CARACTERÍSTICAS MODELO SINDICAL BRASILEIRO

Prof. Bianca BastosAula 2

Atualizado de acordo com a Lei

13.467/2017

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DIREITO DO TRABALHO

Evolução histórica dos sindicatos

Estrutura sindical brasileira: sindicatos por

categoria. Sindicato, federação, confederação.

Centrais sindicais

Criação de sindicatos. Fundação. Registro.

Órgãos: assembleia, conselho, diretoria.

Limitação numero diretores. Art. 522 CLT

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Revolução Industrial –Sec. XVIII

Concentração de de trabalhadores

em fábricas e usinas;

Substituição mão-de-obra por

máquinas, com excedente de

trabalho. Surgem 2 classes:

capitalista e proletário (16 horas de

trabalho)

O proletário de associou para

negociar melhores condições de

trabalho. E então, surgem os

sindicatos

Revolução Francesa (1791 – Lei de

Chapelier) – leis proibitivas de

atividade sindical, em nome da

liberdade do homem. É a primeira

fase do sindicalismo

Surgimento

Proibição

Tolerância jurídica

1820: extinção do delito

de coalizão de

trabalhadores na

Inglaterra. Fase de

transição

Reconhecimento

Reconhecimento direito

Coalizão e livre

organização sindical.

Segunda metade Sec.

XIX (1871:

Inglaterra/Trade Union Act

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Os direitos da livre e autônoma associação e sindicalização tornaram-se arraigados na cultura

ocidental

1.917/1.919

(1) Tratado de Versalhes (1.919)(2) Criação da– OIT – (1.919)

(3) Constitucionalização do Direito do Trabalho:México (1.917)Alemanha (1.919)

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Brasil

1930: primeiro marco

sindical no Brasil. Não

havia modelo oficial.

Getúlio Vargas e o Decreto

19.770, de 19.03.1931:

criou a primeira estrutura

sindical oficial. Isto foi

oficializaod na Carta de

1.937: modelo autoritário

1988: preservou mecanismos

autoritários-corporativos, mas

rompeu com o controle

político-administrativo sobre a

estutura sindical

Unicidade sindical;

Contribuição sindical

obrigatória;

Representação corporativa na

JT

M

O

D

E

L

O

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ORGANIZAÇÃO SINDICAL : ENTIDADES SINDICAIS

Organização sindical

Há uma pirâmide:

CONFEDERAÇÃO

FEDERAÇÃO

SINDICATO

CENTRAIS SINDICAIS

(CUT – Força Sindical

CGT, UGT, NCTB) não

compõem o modelo

sindical corporativista:

não têm poderes

sindicais

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As centrais sindicais passaram a compor a estrutura

sindical com seu reconhecimento realizado pela Lei

11.648/2008?

Organização sindical

Art. 1º A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores,constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas:

I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizaçõessindicais a ela filiadas; e

II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demaisespaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejamem discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.

Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nestaLei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicaisde trabalhadores.

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ADIn 4067 – proposta pelo DEM em 09.04.2008

Organização sindical

Art. 3º. – é

inconstitucional porque

distribui a contribuição

sindical, que não deve

ser utilizada no custeio

de atividades que

extrapolem os limites da

categoria profissional

Art. 1º. – é

inconstitucional porque

estabelece poder de

representação sem

delegação dos

interessados

Andamento : = 26/11/2015: ação parcialmente procedente por 3 (três)

Ministros (Joaquim Barbosa, Cesar Peluso e Ricardo Lewandowiski).

Marco Aurélio e Carmen Lúcia julgaram improcedente. Eros Grau julgou

parcialmente procedente. Houve vista ao Min. Barroso, que julgou

parcialmente procedente, no que foi acompanhado por Rosa Weber. Está

com vista para Gilmar Mendes. (Consulta site STF, em 28/07/2017)

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Sindicato único, que é organizado no Brasil:

Organização sindical

por categoria profissional

por categoria diferenciada

Quais os sistemas admitidos? Categoria

Profissões,

Empresa

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Sindicato único, por categoria, com base territorial

mínima que é o município (Art. 8º, II da CF)

Organização sindical no Brasil

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou

econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser

inferior à área de um Município;

A categoria é uma forma de agrupar as pessoas. Seu

conceito nasceu no direito italiano. O Estado agrupou as

atividades econômicas num quadro oficial para efeito de

representação sindical

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Carnelutti: a totalidade dos trabalhadores e dos empregadores pertencentes ao mesmo ramo de

produção se chama categoria

CONCEITO DE CATEGORIA

Sindicato não se confunde com categoria: o sindicato é o

órgão de representação da categoria (Evaristo de Moraes

Filho)

Art. 511 - É licita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores

autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou

conexas.

Categoria na CLT:

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§ 1º - A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendematividades idênticas, similares ou conexas constitui o vínculo social básicoque se denomina categoria econômica.§ 2º - A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalhoem comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ouem atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressãosocial elementar compreendida como categoria profissional.§ 3º - Categoria profissional diferenciada é a que se forma dosempregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por forçade estatuto profissional especial ou em conseqüência de condições devida singulares.

Organização sindical no Brasil

Categoria na CLT-

Art. 511:

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Sindicato por categoria é o que representa os

trabalhadores de um mesmo setor de atividade

produtiva. As empresas do mesmo setor formam a

categoria econômica correspondente!

Sindicato por categoria

O quadro de enquadramento sindical só serve como modelo

agora; não é vinculativo

Houve extinção no MTE da Comissão de Enquadramento

Sindical, cessando a interferência do Estado para criar

categorias

Art. 577 da CLT: em 1943 foi elaborado um quadro de

atividades de profissões. Continua em vigor com a CF/88?

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O modelo brasileiro que era fechado agora é aberto. A

única exigência constitucional é o registro no órgão

competente e a única restrição é a observância do

sindicato único

Sindicato por categoria: formação e

registro

O controle da inexistência de mais de um sindicato por base

territorial agora é realizado pela via judicial, por meio de ações

de impugnação. Não é mais função do Ministério do Trabalho,

que possui apenas função cadastral

Havia, antes a expedição de uma carta de reconhecimento:

(...)Art. 518 - O pedido de reconhecimento será dirigido ao Ministro doTrabalho instruído com exemplar ou cópia autenticada dos estatutos daassociação.

Este artigo foi revogado pela CF/88!

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O Ministério do Trabalho não tem mais a função de autorizar

a criação; faz um controle cadastral, a fim de verificar o

cumprimento do princípio da unicidade sindical. Se já tem

um sindicato, indefere o registro no cadastro. E isto não

afronta a liberdade sindical.

Sindicato: unicidade sindical/ controle

pelo MTE <> posição STF

Súmula 677 do STF: 677 - Até que lei venha a dispor arespeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder aoregistro das entidades sindicais e zelar pela observânciado princípio da unicidade. (DJ 09.10.2003)

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F

U

N

D

A

Ç

Ã

O

Sindicato por categoria: formação e

registro

Fundação originária <> não existe e o sindicato será o

primeiro

Fundação por transformação de associação <> que

quer adquirir prerrogativas de sindicato

Fundação por desmembramento de categoria <>

espécie de cisão: sindicato preexistente representa mais

de uma atividade ou profissão;

Fundação por divisão de base territorial <> existe um

sindicato amplo (nacional/estadual/intermunicipal) e o

novo sindicato pretende situar-se exclusivamente numa

esfera geográfica;

Fundação por fusão de sindicatos: surge em lugar de 2

ou mais existentes, ampliando base territorial

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Sindicato por categoria:fundação

Qualquer pessoa pode fundar um sindicato?

Após a CF/88 houve abuso, com pessoas desqualificadas

fundando sindicatos. A pessoa tem que ter condições de

representar um grupo econômico ou profissional. Então, tem-

se aplicado analogicamente o artigo 530, IV da CLT:

Art. 530 - Não podem ser eleitos para cargos administrativos oude representação econômica ou profissional, nem permanecer noexercício desses cargos: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229,de 28-02-67, DOU 28-02-67) (...) III - os que não estiverem,desde 2 (dois) anos antes, pelo menos, no exercício efetivo daatividade ou da profissão dentro da base territorial do Sindicato,ou no desempenho de representação econômica ou profissional;(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67) – ARTIGO revogado diante da autonomia sindical (CF/88)

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Sindicato por categoria:fundação

Trata-se de norma direcionada ao dirigente

sindical, mas tem o mesmo pressuposto exigido do

fundador de um sindicato: exigência de

representatividade

O descumprimento do inciso III do Art. 530 da CLT

possibilita a impugnação da fundação do sindicato

na Justiça.

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Sindicato por categoria:fundação

Aquele que quer criar o

sindicato convoca assembleia de

fundação (edital)

Na assembleia aprova os

estatutos (quorum do Art. 612

CLT – OJ 13 da SDC)

Por fim, promove o registro no

Cartório Civil de Pessoas

Jurídicas e o registro no

Cadastro Nacional das Entidades

Sindicais

R

O

T

E

I

R

O

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Jurisprudência: fundação de

sindicato- unicidade sindical

Plantão TRT: 27.11.2010

Caso: Sinthoresp impetrou mandado de segurança contra decisão da 1ª Varado Trabalho de Guarulhos que indeferiu MEDIDA CAUTELAR contra Comissãode Pró-Fundação do Sindicato de empresas de pequeno e médio porte deatividades correlatas às do Sinthoresp. Pretendia suspensão dos efeitos daAssembléia Geral Extraordinária a ser realizada em 28.11.2010 (domingo),7h00.Solução: concessão da liminar para suspender os efeitos da Assembléia, penade multa diária de R$. 5.000,00.Resultado: o oficial de justiça foi intimar e não havia ninguém na Assembléia,que não se realizou (o que ficou certificado nos autos).Julgamento final: extinto o mandado de segurança por perda de objeto: aAssembléia cujos efeitos se pretendia suspender não se realizou.Desembargador responsável pelo Plantão Judiciário: Dr. Jonas Santana deBrito.

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Formação:

Sindicato por categoria: formação e

registro

Ata da assembleia de fundação

Registro no Cartório de Registro

Civil de Pessoas Jurídicas

Órgãos do Sindicato ASSEMBLEIA;

CONSELHO;

DIRETORIA

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Sindicato por categoria:órgãos do

sindicato

Órgãos do Sindicato

ASSEMBLEIA;

CONSELHO;

DIRETORIA

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Sindicato por categoria: orgãos

Assembleia: conhece, discute, delibera e é órgão eleitoral;

traça limites e o modo de exercício da representação sindical.

Diretoria: braço executivo do sindicato. Dá cumprimento às

deliberações da assembleia.

O número de diretores será fixado pelo estatuto. E o Art. 522

da CLT?

Art. 522 - A administração do Sindicato será exercida por uma diretoriaconstituída, no máximo, de 7 (sete) e, no mínimo, de 3 (três) membros ede um Conselho Fiscal composto de 3 (três) membros, eleitos esses órgãospela Assembléia Geral.

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E o Art. 522 da CLT? Foi recepcionado pelo inciso I do Art.

8º da CF/88?

Sindicato: diretoria

369 - Dirigente sindical. Estabilidade provisória. (Conversão das

Orientações Jurisprudenciais nºs 34, 35, 86, 145 e 266 da SDI-1 - Res.

129/2005, DJ 20.04.2005)

(...)

II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi

recepcionado pela Constituição Federal de 1988. (ex-OJ nº 266 - Inserida em

27.09.2002)

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Sindicato: Art. 522

Limitação número diretores

PROC. Nº TST-RODC-696.175/2000.4 DISSÍDIO COLETIVO DENATUREZA JURÍDICA - INTERPRETAÇÃO DE NORMA DECARÁTER GERAL - Conquanto esteja ao arbítrio das entidades sindicaiso estabelecimento da composição e funcionamento de seus órgãosadministrativos, no que se inclui a deliberação quanto ao número demembros integrantes de cada qual, não pode a norma estatutáriasubstituir-se à lei para criar, obliquamente, obrigação a cargo deempregador, qual seja, a de assegurar estabilidade no emprego irrestritapara quantos candidatos a cargos diretivos viabilize a estrutura daentidade, a propósito do previsto no art. 8º, VIII, da Carta Política,mormente quando a ordem jurídica em vigor não contempla garantiascontra a dispensa imotivada para a generalidade dos trabalhadores,remetendo-as ao plano da lei complementar. Admitir-se a aplicaçãoilimitada, extensiva da norma estatutária, afrontaria, a um só tempo, odisposto no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal, como também oprincípio da isonomia de tratamento, porque estaria criada, nas cúpulassindicais, uma casta privilegiada.

Jurisprudência – TST

SDC

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Sindicato: Art. 522

Limitação número diretores

Na inexistência, portanto, de incompatibilidade entre o direito asseguradono art. 8º, VIII, da Constituição de 5 de outubro de 1988, que não éinovatório, e os critérios fixados pelos arts. 522, 538 e 543 da CLT, para ofim de limitação objetiva do universo de trabalhadores a ser beneficiadopela garantia excepcional, deve a norma estatutária que dispõe sobre onúmero de dirigentes do sindicato profissional e integrantes dosconselhos respectivos ser interpretada, quanto ao seu alcance, à luz dasdisposições celetárias recepcionadas pela nova ordem jurídicaestabelecida a partir de 5/10/88. Recurso provido

Jurisprudência – TST

SDC

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Sindicato: Art. 522

Limitação número diretores e

suplentes

Ementa:RECURSO DE EMBARGOS - GARANTIA PROVISÓRIA DE EMPREGO -DIRIGENTE SINDICAL - EMPREGADO ELEITO PARA O CARGO DESUPLENTE - ART. 522 DA CLT - PROTEÇÃO APLICÁVEL ATÉ O LIMITE DESETE DIRIGENTES TITULARES E DE SETE SUPLENTES. Nos termos daSúmula nº 369, II, do TST, o art. 522 da CLT, que limita a sete o número dedirigentes sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Ainterpretação conjunta dessa disposição legal com o comando dos artigos 8º,VIII, da Magna Carta e 543, § 3º, da CLT revela que a garantia provisória deemprego alberga não apenas os sete dirigentes sindicais referidos no art. 522 domesmo diploma legal, mas, também, os sete respectivos suplentes. Isso porque,a proteção legal dirigida aos suplentes somente veio a ser reconhecidaposteriormente e não objetivou reduzir o número de dirigentes sindicais titularesarrolados no art. 522 da CLT. Nesse mesmo sentido, já se posicionou o SupremoTribunal Federal, no julgamento do AGRG-AI n.º 277.432-8, Paraíba, bem como aSBDI-I do Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de embargos conhecido eprovido. Processo: E-RR - 20500-62.2005.5.09.0026 Data de Julgamento:29/10/2009, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Subseção IEspecializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 07/05/2010.

Jurisprudência – TST

Turma

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Sindicato: Art. 522

Limitação número diretores e

suplentes

Ementa: ESTABILIDADE SINDICAL. NÚMERO DE EMPREGADOSBENEFICIADOS. AUTONOMIA SINDICAL. LIMITES. ABUSO DE

DIREITO.Longe fica de vulnerar o art. 8º, VIII e o art. 543, § 3º, da CLT, decisãode Turma deste TST que negou provimento ao recurso de revista doreclamante firmando entendimento de que foi recepcionado pelaConstituição Federal de 1988 o art. 522 da CLT, que fixa o número dediretores da entidade sindical.Caracteriza-se como abuso de direito à eleição de cinqüenta e quatrodirigentes sindicais, que, por essa razão, não podem ser beneficiários daestabilidade prevista legal e constitucionalmente. Recurso de embargosnão conhecido Processo: E-RR - 557467-75.1999.5.12.5555 Data deJulgamento: 02/10/2000, Relator Ministro: Vantuil Abdala, Subseção IEspecializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DJ13/10/2000. .

Jurisprudência – TST

SDI

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Sindicato: Art. 522

Limitação número diretores e

suplentes

Ementa: ESTABILIDADE SINDICAL - NÚMERO DE EMPREGADOSBENEFICIADOS.

Andou bem a c. Turma julgadora quando, para conhecer e darprovimento ao Recurso de Revista Patronal, afastou a existência demácula aos artigos 5º, II, 7º, XXXII e 8º, I e VIII, todos da Carta Magna,bem assim do art. 543, da CLT, por entender que, embora a ConstituiçãoFederal tenha consagrado o princípio da liberdade sindical, a indicação decerca de 126 (cento e vinte e seis) membros para compor aadministração do sindical e a pretensão de que todos estes estejamalbergados pela garantia estabilitária, ultrapassa os limites do razoável,sendo, ao certo, nítido abuso de direito que, à toda evidência, não secoaduna com o verdadeiro intuito do constituinte de 1988.Embargos da Reclamante não-conhecidos."(E-RR-280.702/96, Relator Ministro José Luiz Vasconcellos, DJ 06.08.99)

Jurisprudência – TST

SDI

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A FEDERAÇÃO está sujeita ao mesmo limite para a diretoria.

Art. 538 da CLT!

Federação: diretoria

Art. 538 - A administração das federações e confederações será exercida pelos seguintes órgãos:

a) Diretoria; b) b) Conselho de Representantes; c) c) Conselho Fiscal. d) § 1º - A Diretoria será constituída no mínimo de 3 (três)

membros e de 3 (três) membros se comporá o Conselho Fiscal,os quais serão eleitos pelo Conselho de Representantes commandato por 3 (três) anos.

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O registro é o ato do Ministério do Trabalho pelo qual

uma entidade sindical é incluída no Cadastro Nacional

das Entidades Sindicais. É também o documento ou

certidão que a entidade registrada passa a ter para

comprovar, perante o Judiciário, o Executivo ou terceiros,

essa sua condição (Amauri – Direito Sindical). Define a

personalidade sindical de uma entidade; é como o CNPJ

Registro sindical: Portaria 186 do

MTE

Esse registro não afronta a Convenção 87 da OIT, pq

suas condições não representam exigência de

autorização prévia de autoridades públicas para

constituição e para o funcionamento do sindicato.

Representa um controle da unicidade, apenas. Não

poderia ser feito num Cartório ...

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OJ 15 da SDC - Sindicato. Legitimidade "ad processum".

Imprescindibilidade do registro no Ministério do Trabalho.

(Inserida em 27.03.1998).

A comprovação da legitimidade "ad processum" da

entidade sindical se faz por seu registro no órgão

competente do Ministério do Trabalho, mesmo após a

promulgação da Constituição Federal de 1988.

Registro sindical:

função/jurisprudência

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Pluralidade sindical: possibilidade de se criar mais de uma

entidade sindical, em qualquer grau, dentro da mesma

base territorial!

Princípio da autonomia sindical x

princípio da unicidade sindical

Na pluralidade sindical, o trabalhador pode escolher

o sindicato ao qual se filiará, respeitando-se

plenamente o princípio da liberdade sindical

Como resolver questões acerca da existência de mais

de um sindicato na mesma base territorial??

Art. 571 da CLT: princípio da

especialidade/especificidade

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Princípio da unicidade sindical x

princípio da especialidade

Como resolver questões acerca da existência de mais

de um sindicato na mesma base territorial? Havendo 2

sindicatos, qual é o legítimo representante da categoria?

Vigora o princípio da especialidade para solucionar essa

situação. Está no Art. 571 da CLT que faz referência ao

parágrafo único do Art. 570.

Art. 571 - Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do Sindicato

principal, formando um Sindicato especifico, desde que o novo Sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de

vida associativa regular e de ação sindical eficiente.

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SINDICATO POR CATEGORIA

DIFERENCIADA

O fato de o trabalhador pertencer a uma categoria

diferenciada não lhe assegura a aplicação das normas

coletivas de sua categoria;

A negociação coletiva tem natureza de contrato

normativo e vincula apenas aqueles que assinam

(entabulam) a CCT ou acordo coletivo;

Para que se apliquem as normas negociadas por

categoria diferenciada, é necessário que o empregador

do trabalhador que pretenda essa aplicação tenha sido

representada na negociação da categoria diferenciada.

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Súmula 374 do TST- Norma coletiva. Categoria

diferenciada. Abrangência. (Conversão da Orientação

Jurisprudencial nº 55 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ

20.04.2005)

Empregado integrante de categoria profissional

diferenciada não tem o direito de haver de seu

empregador vantagens previstas em instrumento

coletivo no qual a empresa não foi representada por

órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 -

Inserida em 25.11.1996)

Sindicato por categoria

diferenciada: jurisprudência