boletim questão sindical ano 1 número 2

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O Brasil tem inúmeras tarefas e urgên- cias. Dentre elas, retomar o crescimento, as- segurar emprego, distribuir renda e garanr programas de inclusão social, como a polí- ca de aumento real no salário mínimo. Outra demanda urgente é fortalecer nossa indústria. A economia moderna depende do segmento industrial, não só por praticar os melhores salários, mas porque a indústria estimula novas tec- nologias, que impactam positivamente a vida das pessoas. Nosso País também tem dívidas a pagar, corrigindo defeitos históricos. Uma das dívidas é na educação básica. A má formação escolar influencia toda a vida nacional, exclui gerações e difi- culta a inclusão. Tem impacto também na produtividade, pois a falta de base educacional cria barreiras para a quali- ficação profissional. Poderia relacionar, ainda, outras de- mandas, como a reforma tributária, a reforma agrária e a reforma política, que podem dinamizar a economia, dar mais agilidade ao Estado e influenciar os rumos do País. Todas as reformas e demandas que apontei pesam na vida de qualquer Na- ção, podem propiciar um pacto social con- creto e ajudar a tornar efevos os reais in- teresses da sociedade. Não vejo entre tais desafios e deman- das por que dar tanto peso a um tema como a redução da maioridade penal. Sei que vivo num País onde as leis deixam a desejar e a Jusça é lenta. Entendo os que clamam por punições mais duras. Porém, alerto que não podemos adotar o cami- nho fácil do jusçamento. O Brasil trata mal nossas crianças e também falta à sociedade a solidarieda- de com seus setores mais frágeis. O siste- ma penal é incapaz de recuperar alguém. Lotar presídios de jovens infratores só irá piorar a situação, até porque, ao conviver com criminosos organizados, os aprendi- zes sairão de lá professores. Eu não quesono as razões dos que pe- dem redução da maioridade penal. O que eu proponho é o debate racional sobre o tema. Não podemos jogar nas costas des- ses jovens os séculos de atraso e injusça acumulados em nosso País. Quando se fala em jovens e em edu- cação, penso sempre em Darcy Ribeiro, que dedicou a vida ao ensino e à busca de avanços sociais. Reproduzo uma de suas reflexões: “Ulmamente, a coisa se tor- nou mais complexa, porque as instuições tradicionais estão perdendo o poder de controle e de doutrina. A escola não en- sina, a igreja não catequiza, os pardos não polizam. O que opera é um mons- truoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de consumo inangíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando a marginalidade dessas populações”. Das muitas interrogações so- bre a economia brasileira na atual conjuntura, uma das que mais me intriga é a renitência da inflação. Todas as medições efetuadas revelam um índice inflacionário superior ao centro da meta de 4,5%. Embora não seja um indi- cador de estouro da inflação e dependa de fatores sazonais e específicos, a renitência do índi- ce é preocupante devido ao tra- tamento que o Banco Central tem dado à moeda: juros em alta crescente (a maior taxa Selic dos anos recentes) e as correlatas quedas no crescimento, no cré- dito e no consumo, e o aumento do desemprego. É o ro de canhão para matar passarinho, mas o pássaro tem resisdo enquanto tudo ao seu redor se desmorona. Durante alguns anos o rumo da economia brasileira destoou do rumo de algumas grandes economias mundiais pelo fato de que enfrentamos a crise com mais desenvolvimento, mais em- prego e mais salário em conjun- turas favoráveis ao movimento sindical, sem restrições e cortes. Agora, igualmente, estamos na contramão do mundo no que se refere a juros e inflação. En- quanto as grandes economias têm juros básicos quase nulos e a inflação é baixa (em alguns casos chega haver deflação), aqui no Brasil persiste a contradição de juros altos e inflação renitente. Alguns especialistas já adver - tem para o exagero da política monetária em curso e os pre- ços administrados (por exem- plo, o reajuste de mais de 13% nos planos de saúde) começam a ser vistos como “carregado- res” de inflação, ao lado dos ga- nhos salariais. E é sobre estes que se exer - ce a pressão maior e que se faz sentir nas negociações salariais em curso. Grandes categorias, como os trabalhadores da cons- trução civil de São Paulo, que vinham acumulando ganhos re- ais na última década, conse- guiram apenas a reposição da inflação, sem ganhos reais; ou- tras, nem mesmo isto. Fica claro que o ro de canhão visa matar muito mais que o pas- sarinho, os ganhos salariais, a co- meçar pelos ganhos reais do sa- lário mínimo. Nessa conjuntura, apesar das muitas interrogações e da cam- panha antissindical que a mídia alimenta, o bom senso e o ins- tinto de classe devem predo- minar e fazer com que as dire- ções do movimento sindical se unam, sem politiquices, em de- fesa dos interesses comuns dos trabalhadores. QUESTÃO sindical OPINIÃO OPINIÃO APOSENTADOS EM BRASÍLIA A inflação renitente Maioridade educacional 18 de junho de 2015 - número 2 - ano 1 11 - 2087-3304 / 11 - 3843-0355 QUESTÃO sindical é uma publicação da DO LADO DE KA Soluções em Comunicação e Troad Assessoria de imprensa. O bolem eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 2087-3304 e (11) 3843-0355. EXPEDIENTE [email protected] www.questaosindical.com.br Sindicalistas prometem pressão em Brasília após veto de Dilma ao MP da aposentadoria Corpo a corpo com parlamentares e acampamento em Brasília devem acontecer O movimento sindical nacional definirá nos próximos dias agen- da de lutas e mobilizações contra o veto da presidente Dilma Rou- sseff (PT) à formula 85/95 da MP (Medida Provisória) do ajuste fis- cal, a 664/14. Na práca, a deci- são do governo dificulta o acesso à aposentadoria integral. Foi pu- blicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta (18) a MP 676, que prevê fórmula progressiva do Fator Previdenciário para efeito de reajuste de valores de aposenta- dorias a parr de 2017. Reunião - Em entrevista exclusi - va ao Questão Sindical, João Ino- centini, presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposen- tados da Força Sindical, afirma: “Hoje [quinta, 18] e amanhã [sex- ta, 19], vamos conversar e elaborar um documento sobre nossa indigna- ção. E quero marcar com o Miguel [Miguel Torres, presidente nacional da Central] uma reunião no início da próxima semana para saber exa- tamente quais vão ser nossos pró- ximos passos: corpo a corpo com deputados e senadores, acampa- mento no Congresso...”. Recesso - Segundo ele, os presi- dentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprome- teram-se a apreciar o veto de Dil- ma até dia 14 de julho. “Na terça [dia 16], nos reunimos com eles, que decidiram mexer com isso an- tes do recesso parlamentar do meio do ano”. Para Inocenni, a proposta aprovada pelo governo beneficia os mais privilegiados. “O filho do pobre, que começa a tra- balhar cedo, vai se ferrar. O filho do rico estuda e entra bem mais tarde no mercado de trabalho. Esse vai se dar bem. Vai trabalhar muitos anos a menos e ainda con- seguir aposentadoria integral”. Negociação - O presidente da CSB (Central dos Sindicatos Bra- sileiros), Antonio Fernandes dos Santos Neto, também em entre- vista exclusiva ao Questão Sin- dical, avalia: “Para nós, o im- portante é acabar com o Fator Previdenciário. Ou pelo menos es- tancar para não onerar ainda mais os trabalhadores. Esse modelo aprovado não resolve. Para nós, o modelo 85/95 é o modelo justo. Temos três anos para negociar um modelo correto, justo”. Mais informações: Sites das Centrais Sindicais. Comissão mista, composta por deputados e senadores, aprovou a MP (Medida Provisória) 672/15, que estabelece as regras para reajuste do salário mínimo entre 2016 e 2019. O texto determina o reajuste anual com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Na prática, nada muda, já que é a mesma fórmula adotada atu- almente. Defendida pelo movi - mento sindical, a regra garantiu ganhos de 54,5% entre 2010 e 2014, ante inflação acumulada de 34,5%. O texto, que pode sofrer altera- ções, agora tramitará na Câmara dos Deputados; após segue para o Senado. A MP determina, ainda, que o governo envie ao Congresso proje- to que defina o modelo de reajuste para o período 2020-2023. Saiba mais: www2.camara.leg.br Será nesta sexta (18), às 14 ho- ras, audiência pública na Câmara dos Deputados que debaterá a in- terferência nociva do MPT (Minis- tério Público do Trabalho) nas en- dades sindicais. Líderes das seis Centrais Sindicais brasileiras par- ciparão: CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CTB e CSB. Contribuição assistencial como mecanismo de sustentação finan- ceiras de endades sindicais, Con- venções Trabalhistas, ingerência em eleições estarão entre os prin- cipais temas. “A quem interessa o enfraquecimento dos Sindicatos no País?” Esta é a pergunta que faz Se- basão Soares, diretor Nacional de Formação da Nova Central (NCST) e presidente da Agência Social, que parcipará da audiência. “Há anos sofremos interferência por parte dos procuradores quanto às contribuições sindicais. Muitos declaram nulas as cláusulas, pro- põem um Termo de Ajuste de Con- duta (TAC) e entram com Ação Civil Pública para devolução dos valores descontados”, reclama Sebasão. Convidados - Para a audiência, foram convidados, além de Sebas- ão, José Calixto Ramos, presidente da NCST; Lourenço Ferreira do Pra- do, presidente da Confederação Na- cional dos Trabalhadores nas Em- presas de Crédito (Contec); Stanley Gacek, diretor-adjunto da OIT (Orga- nização Internacional do Trabalho); Joilson Cardoso, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil); Luís Antônio Camargo de Melo, procurador-geral do Ministé- rio Público do Trabalho (MPT); re- presentantes do TST (Tribunal Supe- rior do Trabalho); do STJ (Superior Tribunal de Jusça); Marcus Vinicius Furtado Coelho, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); representantes do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Saiba mais: Sites das Centrais Sindicais. Foi publicado no DOU (Diário Ofi- cial da União) desta quarta (17) a lei 13.134, que sanciona a MP (Me- dida Provisória) 665 (MP do ajuste fiscal), que restringe o acesso a di- reitos trabalhistas, como seguro- desemprego, abono salarial e segu- ro-defeso. Com as novas regras, os trabalha- dores formais terão direito ao se- guro-desemprego após 12 meses de registro em Carteira, no primei- ro pedido, e de nove meses no se- gundo. Saiba mais: sites de nocias. Regras de reajuste do salário mínimo são aprovadas por comissão de deputados e senadores Sindicalistas debatem nesta sexta (18) interferência do MPT MP que restringe acesso a direitos trabalhistas é sancionada pela presidente Dilma Rousseff [email protected] PereiraMetalurgico www.pereirametalurgico.blogspot.com.br José Pereira dos Santos Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical Mais 500 mil alunos de SP são beneficiados pela Reforma Agrária Feijão, arroz, farinha, frutas, iogurte e suco natural produzidos por pequenos agricultores (assentados por meio da Re- forma Agrária) começam a ser distribuídos nas escolas municipais da Capital paulis- ta em agosto. Cooperavas do MST (Mo- vimento dos Trabalhadores Sem-Terra) firmaram acordo com a prefeitura paulis- tana. Só de feijão, serão 650 toneladas; e 72 toneladas de farinha de mandioca. Mais de 500 mil crianças de 1.900 uni- dades de ensino (gestão direta, mista e conveniada) serão diretamente beneficia- das. Hoje a agricultura camponesa respon- de por 74% da mão de obra no campo e contribui com 33% do valor bruto da pro- dução agropecuária, de acordo com dados do úlmo censo agropecuário. Saiba mais: www.mst.org.br Motoristas e cobradores de Curitiba aprovam indicativo de greve Em protesto contra retaliações de em- presas de ônibus, que têm demido tra- balhadores integrantes de mobilizações, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curiba pode deflagrar greve a parr da próxima segunda (22). A catego- ria aprovou, por unanimidade, a decisão em assembleias na úlma terça (16). Empresários do setor são acusados de perseguição (e demissão) a funcioná- rios ligados ao Sindicato, principalmente após as mobilizações de janeiro e feverei- ro deste ano que reivindicaram pagamen- to de salários atrasados. Saiba mais: www.sindimoc.org.br Sincomerciários de Guarulhos conquista PLR na Dufry do Brasil O Sindicato dos Trabalhadores no Co- mércio de Guarulhos conquistou PLR (Par- cipação nos Lucros e/ou Resultados) para os cerca de 1.000 trabalhadores da Dufry do Brasil. O valor varia de 1,2 a cinco salá- rios, de acordo com metas. “Gostaria de agradecer pelo empenho dos representantes do Sincomerciários de Guarulhos, e também dos representan- tes da Dufry para que o acordo fosse possí- vel, mas especialmente pela compreensão dos comerciários que aguardaram pacien- temente o desfecho da questão”, afirma Walter dos Santos, presidente do Sindica- to. Mais informações, ligue (11) 2475-6565. Saiba mais: www. comerciariosdeguarulhos.org.br Claudio Vespasiano CURTAS Sindicalistas prometem mais mobilizações e ações para derrubar o veto presidencial Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792 Sede Guarulhos 11 2475-6565 www.comerciariosdeguarulhos.org.br [email protected] Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (11) 2463.5300 www.metalurgico.org.br [email protected] RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICAL Toda quinta-feira, o bolem eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este bolem toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para bolem@questaosindical. com.br. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo. [email protected] | [email protected] O deputado Bebeto (D) se manifestou contrário ao texto do relator e reivindicou que o modelo de reajuste do mínimo seja aplicado a todos os benecios da Previdência Social [email protected] João Guilherme Vargas Neto é consultor sindical e membro do corpo técnico do Diap Nove pardas acontecem neste final de semana na primeira fase do 11º Campeo- nato de Futsal do Sindicato dos Metalúr- gicos de Guarulhos e Região. São quatro jogos sábado (20) e cinco domingo (21). Todos os confrontos são no Ginásio Polies- porvo da endade, no Clube de Campo, Parque Primavera. Horários: sábado, às 9, 10, 11 horas e meio-dia; domingo, às 9, 10, 11 horas, meio-dia e 13 horas. Saiba mais: www.metalurgico.org.br Sábado e domingo tem jogos de futsal no Clube dos Metalúrgicos

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QUESTÃO sindical é uma publicação da DO LADO DE KA Soluções em Comunicação e Troad Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. (11) 2087-3304 e (11) 3843-0355.

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Page 1: Boletim Questão Sindical Ano 1 Número 2

O Brasil tem inúmeras tarefas e urgên-cias. Dentre elas, retomar o crescimento, as-segurar emprego, distribuir renda e garantir programas de inclusão social, como a políti-ca de aumento real no salário mínimo.

Outra demanda urgente é fortalecer nossa indústria. A economia moderna depende do segmento industrial, não só por praticar os melhores salários, mas porque a indústria estimula novas tec-nologias, que impactam positivamente a vida das pessoas.

Nosso País também tem dívidas a pagar, corrigindo defeitos históricos. Uma das dívidas é na educação básica. A má formação escolar influencia toda a vida nacional, exclui gerações e difi-culta a inclusão. Tem impacto também na produtividade, pois a falta de base educacional cria barreiras para a quali-ficação profissional.

Poderia relacionar, ainda, outras de-mandas, como a reforma tributária, a reforma agrária e a reforma política, que podem dinamizar a economia, dar mais agilidade ao Estado e influenciar os rumos do País.

Todas as reformas e demandas que apontei pesam na vida de qualquer Na-ção, podem propiciar um pacto social con-creto e ajudar a tornar efetivos os reais in-teresses da sociedade.

Não vejo entre tais desafios e deman-das por que dar tanto peso a um tema como a redução da maioridade penal. Sei que vivo num País onde as leis deixam a desejar e a Justiça é lenta. Entendo os que clamam por punições mais duras. Porém, alerto que não podemos adotar o cami-nho fácil do justiçamento.

O Brasil trata mal nossas crianças e também falta à sociedade a solidarieda-de com seus setores mais frágeis. O siste-ma penal é incapaz de recuperar alguém. Lotar presídios de jovens infratores só irá piorar a situação, até porque, ao conviver com criminosos organizados, os aprendi-zes sairão de lá professores.

Eu não questiono as razões dos que pe-dem redução da maioridade penal. O que eu proponho é o debate racional sobre o tema. Não podemos jogar nas costas des-ses jovens os séculos de atraso e injustiça acumulados em nosso País.

Quando se fala em jovens e em edu-cação, penso sempre em Darcy Ribeiro, que dedicou a vida ao ensino e à busca de avanços sociais. Reproduzo uma de suas reflexões: “Ultimamente, a coisa se tor-nou mais complexa, porque as instituições tradicionais estão perdendo o poder de controle e de doutrina. A escola não en-sina, a igreja não catequiza, os partidos não politizam. O que opera é um mons-truoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de consumo inatingíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando a marginalidade dessas populações”.

Das muitas interrogações so-bre a economia brasileira na atual conjuntura, uma das que mais me intriga é a renitência da inflação.

Todas as medições efetuadas revelam um índice inflacionário superior ao centro da meta de 4,5%. Embora não seja um indi-cador de estouro da inflação e dependa de fatores sazonais e específicos, a renitência do índi-ce é preocupante devido ao tra-tamento que o Banco Central tem dado à moeda: juros em alta crescente (a maior taxa Selic dos anos recentes) e as correlatas quedas no crescimento, no cré-dito e no consumo, e o aumento do desemprego.

É o tiro de canhão para matar passarinho, mas o pássaro tem resistido enquanto tudo ao seu redor se desmorona.

Durante alguns anos o rumo da economia brasileira destoou do rumo de algumas grandes economias mundiais pelo fato de que enfrentamos a crise com mais desenvolvimento, mais em-prego e mais salário em conjun-turas favoráveis ao movimento sindical, sem restrições e cortes.

Agora, igualmente, estamos na contramão do mundo no que se refere a juros e inflação. En-quanto as grandes economias têm juros básicos quase nulos e a inflação é baixa (em alguns casos chega haver deflação), aqui no Brasil persiste a contradição de juros altos e inflação renitente.

Alguns especialistas já adver-tem para o exagero da política monetária em curso e os pre-ços administrados (por exem-plo, o reajuste de mais de 13% nos planos de saúde) começam a ser vistos como “carregado-

res” de inflação, ao lado dos ga-nhos salariais.

E é sobre estes que se exer-ce a pressão maior e que se faz sentir nas negociações salariais em curso. Grandes categorias, como os trabalhadores da cons-trução civil de São Paulo, que vinham acumulando ganhos re-ais na última década, conse-guiram apenas a reposição da inflação, sem ganhos reais; ou-tras, nem mesmo isto.

Fica claro que o tiro de canhão visa matar muito mais que o pas-sarinho, os ganhos salariais, a co-meçar pelos ganhos reais do sa-lário mínimo.

Nessa conjuntura, apesar das muitas interrogações e da cam-panha antissindical que a mídia alimenta, o bom senso e o ins-tinto de classe devem predo-minar e fazer com que as dire-ções do movimento sindical se unam, sem politiquices, em de-fesa dos interesses comuns dos trabalhadores.

QUESTÃO sindicalopinião

opinião aposentados

em brasília

A inflação renitente

Maioridade educacional

18 de junho de 2015 - número 2 - ano 111 - 2087-3304 / 11 - 3843-0355

QUestão sindical é uma publicação da do lado de Ka Soluções em Comunicação e troad Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus.

endereço: rua iraci santana, 81, macedo, Guarulhos, são paulo. telefones: (11) 2087-3304 e (11) 3843-0355.

eXpediente [email protected]

www.questaosindical.com.br

Sindicalistas prometem pressão em Brasíliaapós veto de Dilma ao MP da aposentadoriaCorpo a corpo com parlamentares e acampamento em Brasília devem acontecer

O movimento sindical nacional definirá nos próximos dias agen-da de lutas e mobilizações contra o veto da presidente Dilma Rou-sseff (PT) à formula 85/95 da MP (Medida Provisória) do ajuste fis-cal, a 664/14. Na prática, a deci-são do governo dificulta o acesso à aposentadoria integral. Foi pu-blicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta (18) a MP 676, que prevê fórmula progressiva do Fator Previdenciário para efeito de reajuste de valores de aposenta-dorias a partir de 2017.

reunião - Em entrevista exclusi-va ao Questão sindical, João Ino-centini, presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposen-tados da Força Sindical, afirma: “Hoje [quinta, 18] e amanhã [sex-ta, 19], vamos conversar e elaborar um documento sobre nossa indigna-ção. E quero marcar com o Miguel [Miguel Torres, presidente nacional da Central] uma reunião no início da próxima semana para saber exa-tamente quais vão ser nossos pró-ximos passos: corpo a corpo com deputados e senadores, acampa-mento no Congresso...”.

recesso - Segundo ele, os presi-dentes da Câmara, Eduardo Cunha

(PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprome-teram-se a apreciar o veto de Dil-ma até dia 14 de julho. “Na terça [dia 16], nos reunimos com eles, que decidiram mexer com isso an-tes do recesso parlamentar do meio do ano”. Para Inocentini, a proposta aprovada pelo governo beneficia os mais privilegiados. “O filho do pobre, que começa a tra-balhar cedo, vai se ferrar. O filho do rico estuda e entra bem mais tarde no mercado de trabalho. Esse vai se dar bem. Vai trabalhar muitos anos a menos e ainda con-seguir aposentadoria integral”.

negociação - O presidente da CSB (Central dos Sindicatos Bra-sileiros), Antonio Fernandes dos Santos Neto, também em entre-vista exclusiva ao Questão sin-dical, avalia: “Para nós, o im-portante é acabar com o Fator Previdenciário. Ou pelo menos es-tancar para não onerar ainda mais os trabalhadores. Esse modelo aprovado não resolve. Para nós, o modelo 85/95 é o modelo justo. Temos três anos para negociar um modelo correto, justo”.

mais informações: Sites das Centrais Sindicais.

Comissão mista, composta por deputados e senadores, aprovou a MP (Medida Provisória) 672/15, que estabelece as regras para reajuste do salário mínimo entre 2016 e 2019. O texto determina o reajuste anual com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Na prática, nada muda, já que é a mesma fórmula adotada atu-almente. Defendida pelo movi-

mento sindical, a regra garantiu ganhos de 54,5% entre 2010 e 2014, ante inflação acumulada de 34,5%.

O texto, que pode sofrer altera-ções, agora tramitará na Câmara dos Deputados; após segue para o Senado. A MP determina, ainda, que o governo envie ao Congresso proje-to que defina o modelo de reajuste para o período 2020-2023.

saiba mais: www2.camara.leg.br

Será nesta sexta (18), às 14 ho-ras, audiência pública na Câmara dos Deputados que debaterá a in-terferência nociva do MPT (Minis-tério Público do Trabalho) nas en-tidades sindicais. Líderes das seis Centrais Sindicais brasileiras parti-ciparão: CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CTB e CSB.

Contribuição assistencial como mecanismo de sustentação finan-ceiras de entidades sindicais, Con-venções Trabalhistas, ingerência em eleições estarão entre os prin-cipais temas. “A quem interessa o enfraquecimento dos Sindicatos no País?” Esta é a pergunta que faz Se-bastião Soares, diretor Nacional de

Formação da Nova Central (NCST) e presidente da Agência Social, que participará da audiência.

“Há anos sofremos interferência por parte dos procuradores quanto às contribuições sindicais. Muitos declaram nulas as cláusulas, pro-põem um Termo de Ajuste de Con-duta (TAC) e entram com Ação Civil Pública para devolução dos valores descontados”, reclama Sebastião.

Convidados - Para a audiência, foram convidados, além de Sebas-tião, José Calixto Ramos, presidente da NCST; Lourenço Ferreira do Pra-do, presidente da Confederação Na-cional dos Trabalhadores nas Em-

presas de Crédito (Contec); Stanley Gacek, diretor-adjunto da OIT (Orga-nização Internacional do Trabalho); Joilson Cardoso, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil); Luís Antônio Camargo de Melo, procurador-geral do Ministé-rio Público do Trabalho (MPT); re-presentantes do TST (Tribunal Supe-rior do Trabalho); do STJ (Superior Tribunal de Justiça); Marcus Vinicius Furtado Coelho, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); representantes do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Saiba mais: Sites das Centrais Sindicais.

Foi publicado no DOU (Diário Ofi-cial da União) desta quarta (17) a lei 13.134, que sanciona a MP (Me-dida Provisória) 665 (MP do ajuste fiscal), que restringe o acesso a di-reitos trabalhistas, como seguro-desemprego, abono salarial e segu-ro-defeso.

Com as novas regras, os trabalha-dores formais terão direito ao se-guro-desemprego após 12 meses de registro em Carteira, no primei-ro pedido, e de nove meses no se-gundo.

Saiba mais: sites de notícias.

Regras de reajuste do salário mínimosão aprovadas por comissão de deputados e senadores

Sindicalistas debatem nesta sexta (18) interferência do MPT

MP que restringe acesso a direitos trabalhistasé sancionada pela presidente Dilma Rousseff

pereira@metalurgico.org.brPereiraMetalurgicowww.pereirametalurgico.blogspot.com.br

José pereira dos santosPresidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical

Mais 500 mil alunosde SP são beneficiados pela Reforma Agrária

Feijão, arroz, farinha, frutas, iogurte e suco natural produzidos por pequenos agricultores (assentados por meio da Re-forma Agrária) começam a ser distribuídos nas escolas municipais da Capital paulis-ta em agosto. Cooperativas do MST (Mo-vimento dos Trabalhadores Sem-Terra) firmaram acordo com a prefeitura paulis-tana. Só de feijão, serão 650 toneladas; e 72 toneladas de farinha de mandioca.

Mais de 500 mil crianças de 1.900 uni-dades de ensino (gestão direta, mista e conveniada) serão diretamente beneficia-das. Hoje a agricultura camponesa respon-de por 74% da mão de obra no campo e contribui com 33% do valor bruto da pro-dução agropecuária, de acordo com dados do último censo agropecuário.

Saiba mais: www.mst.org.br

Motoristas e cobradores de Curitiba aprovam indicativo de greve

Em protesto contra retaliações de em-presas de ônibus, que têm demitido tra-balhadores integrantes de mobilizações, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba pode deflagrar greve a partir da próxima segunda (22). A catego-ria aprovou, por unanimidade, a decisão em assembleias na última terça (16).

Empresários do setor são acusados de perseguição (e demissão) a funcioná-rios ligados ao Sindicato, principalmente após as mobilizações de janeiro e feverei-ro deste ano que reivindicaram pagamen-to de salários atrasados.

Saiba mais: www.sindimoc.org.br

Sincomerciários de Guarulhos conquista PLR na Dufry do Brasil

O Sindicato dos Trabalhadores no Co-mércio de Guarulhos conquistou PLR (Par-ticipação nos Lucros e/ou Resultados) para os cerca de 1.000 trabalhadores da Dufry do Brasil. O valor varia de 1,2 a cinco salá-rios, de acordo com metas.

“Gostaria de agradecer pelo empenho dos representantes do Sincomerciários de Guarulhos, e também dos representan-tes da Dufry para que o acordo fosse possí-vel, mas especialmente pela compreensão dos comerciários que aguardaram pacien-temente o desfecho da questão”, afirma Walter dos Santos, presidente do Sindica-to. Mais informações, ligue (11) 2475-6565.

Saiba mais: www.comerciariosdeguarulhos.org.br

Claudio Vespasiano

CUrtas

Sindicalistas prometem mais mobilizações e ações para derrubar o veto presidencial

Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792

sede Guarulhos 11 2475-6565

www.comerciariosdeguarulhos.org.brimprensa@comerciariosdeguarulhos.org.br

sindicato dos metalúrgicos de Guarulhos e região(11) 2463.5300

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RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICALToda quinta-feira, o boletim eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. para você se cadastrar e também receber este boletim toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para [email protected]. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo.

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O deputado Bebeto (D) se manifestou contrário ao texto do relator e reivindicou que o modelo de reajuste do mínimo seja aplicado a todos os benefícios da Previdência Social

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João Guilherme Vargas neto é consultor sindical e membro do corpo técnico do Diap

Nove partidas acontecem neste final de semana na primeira fase do 11º Campeo-nato de Futsal do Sindicato dos Metalúr-gicos de Guarulhos e Região. São quatro jogos sábado (20) e cinco domingo (21). Todos os confrontos são no Ginásio Polies-portivo da entidade, no Clube de Campo, Parque Primavera.

Horários: sábado, às 9, 10, 11 horas e meio-dia; domingo, às 9, 10, 11 horas, meio-dia e 13 horas.

Saiba mais: www.metalurgico.org.br

Sábado e domingo tem jogos de futsal no Clube dos Metalúrgicos