aula1- participação social
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Participação socialAfinal, do que se trata?
CURSO
Curso EaDParticipação SocialAula 1
Participação vem da palavra parte. Participação é fazer parte, tomar parte ou ter parte.
(Bordenave,1994, p.22)
Participação é...
Uma forma de ação individual ou coletiva que implica um esforço racional e intencional de indivíduos e grupos nos processos de tomada de decisão, por meio de uma conduta colaborativa e coletiva, de inserção em espaços formais e informais de deliberação e desenvolvimento de uma democracia.
A participação facilita o crescimento da consciência crítica da população, fortalece seu poder de reivindicação e a prepara para adquirir mais poder na sociedade (BORDENAVE, 1994).
Participação significa acesso ao poder. Poder para tomar decisões, para alocar recursos, para iniciar e encerrar projetos (BROSE, 2001).
Um processo que se inicia quando várias pessoas decidem compartilhar suas necessidades, aspirações e experiências, com o objetivo de melhorar suas condições de vida.
Participação é...
Tomar parte
é um estado intenso de participação!!
O que as organizações internacionais dizem sobre participação:
Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento - PNUD: “A participação é um elemento essencial do desenvolvimento humano” e “as pessoas desejam avanços permanentes em direção a uma participação total”.
Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID: “A participação não é simplesmente uma ideia, mas uma nova forma de cooperação para o desenvolvimento”.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OECD: Reconhece que “a participação mais ampla de todas as pessoas é o principal fator para fortalecer a cooperação para o desenvolvimento”.
Valores da Participação
Apresenta ação individual e coletiva Implica tomar parte no processo de
decisão Tem uma conduta coletiva Tem uma conduta colaborativa Estabelece um processo de troca
Pressupostos
Perspectiva de direitos humanos Respeito ao consenso Conhecimento informado Reconhecimento e respeito à
interculturalidade Reconhecimento de sua complexidade
Princípios gerais da participação
É um recurso para o desenvolvimento social
Deve levar em conta a realidade da população e seu território
Para que se manifeste, é necessário que
se “empodere” as pessoas nos direitos que as assistem
A privatização e a burocratização dos espaços de participação provocam a desmobilização dos movimentos sociais
Princípios gerais da participação
A privatização e a burocratização dos espaços de participação provocam a desmobilização dos movimentos sociais
Gera competência e capacidade na população
Garante a continuidade dos processos Melhora o relacionamento entre
a comunidade e o poder público Transforma as dificuldades/problemas
em uma construção coletiva
Participar para quê?
É necessário ter claro o porquê de participar e a capacidade
Fomentar a habilidade de construção das capacidades relativas às políticas
de negociação Níveis de participação: necessidade
de ampliar os espaços de participação nos diferentes contextos e ao longo da vida
Etapas pedagógicas da participação
Reflexão Escuta e Diálogo Deliberação e Consenso Ação Propositiva
PARTICIPAÇÃO DIVERSA
PARTICIPAÇÃO ABERTA
PARTICIPAÇÃO ATIVA
Democracia participativa
A democracia participativa seria então aquela em que os cidadãos sentem que, por “fazerem parte” da nação, “têm parte” real na sua condução e por isso “tomam parte” – cada qual em seu ambiente - na construção de uma nova sociedade da qual se “sentem parte”.A prova de fogo da participação não é o quanto se toma parte, mas como se toma parte.
Construção de uma visão de conjunto
Participação Cidadã
Redefine os laços entre o espaço institucional e as práticas da sociedade civil organizada, de forma que não haja nem a recusa à participação da sociedade civil organizada, nem a participação movida pela polaridade do antagonismo a priori, e nem sua absorção pela máquina estatal. Isso se dá porque o Estado reconhece a existência dos conflitos na sociedade e as divergências nas formas de equacionamento e resolução das questões sociais, entre os diferentes grupos, e participa da arena de negociação entre eles.
Reflexões sobre Participação Social
A participação da sociedade civil na esfera pública - via conselhos e outras formas institucionalizadas - não é para substituir o Estado, mas para lutar para que este cumpra seu dever: propiciar educação, saúde e demais serviços sociais com QUALIDADE e para todos.
Essa participação deve ser ativa e deve considerar a experiência de cada cidadão que nela se insere. Não tratá-los como corpos amorfos a serem enquadrados em estruturas prévias, num modelo pragmatista.
Reflexões sobre Participação Social
Existem entidades que buscam a mera integração dos excluídos por meio da participação comunitária em políticas sociais exclusivamente compensatórias.
Outras que, por meio de redes e fóruns sociais, inspirados em um novo modelo civilizatório, no qual a cidadania, a ética, a justiça e a igualdade social sejam imperativos, prioritários e inegociáveis. Estas podem ser chamadas de "reativas”.
Reflexões sobre Participação Social
Desenhos institucionais dos canais de participação social devem priorizar a garantia da pluralidade e o fortalecimento da sociedade civil, elementos fundamentais para o aprofundamento da democracia.
É imprescindível que haja engajamento institucional das organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais em instituições participativas sobre seus padrões de ação coletiva. Além disso, é importante expor a complexidade do processo de conflito e cooperação inerente à relação entre poder público e atores da sociedade civil.
Perspectivas
Desenvolvimento de uma nova CULTURA POLÍTICA PÚBLICA no país, construída a partir de critérios do campo dos direitos (sociais, econômicos, políticos e culturais). Uma nova cultura ética com civilidade e respeito ao outro.
Essa nova cultura política se contrapõe à tradição autoritária que desconhece a existência de esferas públicas, assim como se contrapõe, também, às práticas clientelistas ou corporativas de grupos patrimonialistas, oligárquicos, ou modernos/privatistas.
Perspectivas
Trata-se de uma cultura política gerada por processos nos quais os diferentes interesses são reconhecidos, representados e negociados, via mediações sociopolíticas e culturais.
Algumas dificuldades
Poucas avaliações em relação à participação e ao desenvolvimento de políticas públicas
A baixa representatividade da liderança comunitária
Burocracia Falta de vínculo entre as diferentes classes
sociais
Desafios
a) Qualificação da participação da sociedade civilb) Ampliação da esfera públicac) Fortalecimento da participação e do controle social nos espaços instituídos formais e não formais
Priorização da formação, utilizando metodologias que compartilhem o saber, o poder e o fazer.
Recomendações
Desenvolver metodologias essencialmente participativas de mobilização das comunidades
Confiança: a participação requer acreditar É necessário mudar o modelo: promover que
as pessoas participem ao invés de esperar que as instituições convidem as pessoas a participarem
Compartilhar valores e trocar experiências É necessário que se estabeleça uma
construção coletiva do conhecimento
Recomendações
Reconhecer a existência de níveis de participação e compreender os processos de poder identificando o impacto e os resultados da participação
Estar atento às relações do Estado com a sociedade civil
Estimular a sistematização de experiências de participação
Promover processos de formação de liderança com vistas à participação
Leituras recomendadas
Brasil. Presidência da República. Secretaria-Geral. Revista Democracia e Participação / Secretaria Geral. – v. 1, n. 1 (abril-jun.2014). Edição Especial – Brasília : SG, 2014-v. : il. – Trimestralhttp://www.secretariageral.gov.br/iniciativas/revista-democracia-e-participacao/revista-1-1
FONSECA, Poty Colaço. A Intersetorialidade na Agenda das Políticas Sociais. Rev. adm. contemp., Curitiba , v. 19, n. 1, p. 169, Feb. 2015. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552015000100013&lng=en&nrm=iso
Leituras recomendadas
Gohn, Maria da Gloria: Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405
Gohn, Maria da Gloria: Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902004000200003&script=sci_arttext
GOHN, Maria da Glória. Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. Resenha em http://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/1025/685
Leituras recomendadas
Gohn, Maria da Gloria: Participação de representantes da sociedade civil na esfera pública na América Latina. https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/download/2175-7984.2011v10n18p233/17542
LUCHMANN, Lígia Helena Hahn. A representação no interior das experiências de participação. RevistaLua Nova.São Paulo: Cedec, n. 70, p. 139-170, 2007. http://www.scielo.br/pdf/ln/n70/a07n70.pdf
Bibliografia
BORDENAVE, Juan E. Dias. O que é Participação. (7ª ed.) São Paulo: Editora Brasiliense, 1992 (Coleção Primeiros Passos, nº 95).
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 698 p. (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1)
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que é participação política. 5. ed. São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1984. 99 p. (Coleção primeiros passos; v.104)
DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 1999
Bibliografia
DOWBOR, Ladislau. A reprodução social, descentralização e participação: as novas tendências. Ed. em três volumes, rev. e atual. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. 126 p.
GOHN, Maria da Glória Marcondes. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 120 p. (Questões da nossa época; v. 84)
GOHN, Maria da Gloria: Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais. http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/download/7113/8586